Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    1/77

    1

    ROGRIO MESQUITA GONALVES

    DESAFIOS PARA PROJETOSFIELDBUS FOUNDATION

    RIO DE JANEIRO

    2011

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    2/77

    2

    Rogrio Mesquita Gonalves

    Desafios para ProjetosFieldbus Foundation

    Monografia apresentada ao InstitutoBrasileiro de Petrleo, Gs eBiocombustvel (IBP) para obteno decertificado de ps graduao emengenharia deautomao/instrumentao.Orientador: prof. Cludio Makarovsky(ps graduado em gesto estratgica

    de negcios e mestrado em gesto).

    IBP-PS Instituto de Ps-Graduao do Petrleo

    Rio de Janeiro 2011

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    3/77

    3

    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a minha famlia, em especial aos meus pais, Joo

    Paulo e Eliana, pelo apoio incondicional nos momentos maiscomplicados, aos meus mestres Cludio Makarovsky e Cesar

    Nascimento pela colaborao e auxlio nas pesquisas, aos

    amigos e a minha noiva, Jlia, pelo incentivo e por sempre

    acreditar em mim. A todos, meu mais sincero muito obrigado.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    4/77

    4

    DESAFIOS PARA PROJETOSFIELDBUS FOUNDATION

    Resumo: A tecnologia de informao e a integrao de forma rpida, confivel e

    robusta cada vez mais imprescindvel para os controles de processos. Devido ampla

    gama de plataformas de transmisso de dados disponvel, conhecimentos mais

    aprofundados sobre o assunto so requeridos, de forma a se obter o mximo de

    funcionalidade de uma planta com reduo de custos operacionais e melhorias

    considerveis nos padres produtivos da empresa.

    A monografia a seguir tem por finalidade fornecer informaes sobre a tecnologia

    fieldbus foundation na viso do usurio final, explorando as experincias e os desafios

    da implementao dessa tecnologia na indstria mundial.

    Palavras-chave: Instrumentao, fieldbus foundation, automao, gerenciamento de

    ativos, viabilidade.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    5/77

    5

    SUMRIO

    LISTA DE TABELA ....................................................................................................... 6LISTA DE GRFICO ..................................................................................................... 7LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 8LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................... 91. INTRODUO ..........................................................................................................101.1. OBJETIVO ............................................................................................................. 101.2. MOTIVAO ........................................................................................................ 111.3. ORGANIZAO DO TRABALHO ..................................................................... 122. INSTRUMENTAO .............................................................................................. 132.1. HISTRICO ........................................................................................................... 152.2. INSTRUMENTAO CONVENCIONAL .......................................................... 142.3. PROTOCOLO HART ............................................................................................ 172.4. REDES DE CAMPO .............................................................................................. 20

    2.4.1. Vantagens da instrumentao em rede ................................................................ 213. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 253.1. DEFINIO DO FIELDBUS................................................................................ 253.2. HISTRICO DO FIELDBUS................................................................................ 263.3. A TECNOLOGIA FIELDBUS FOUNDATION..................................................... 273.3.1. Camada fsica ...................................................................................................... 303.3.2. Camada do usurio .............................................................................................. 323.3.3. Topologias dofoundation fieldbus...................................................................... 333.3.4. Vantagens dofoundation fieldbus....................................................................... 363.4. MERCADO BRASILEIRO PROJETO FIELDBUS .......................................... 443.4.1. FIELDBUSANTES DO START-UP................................................................... 443.4.2. FIELDBUSDEPOIS DO START-UP.................................................................. 50

    3.4.3. GERENCIAMENTO DE ATIVOS ..................................................................... 514. ESTUDO DE VIABILIDADE PROJETO FIELDBUS......................................... 564.1. INTRODUO ...................................................................................................... 574.1.1. Preos de referncia ............................................................................................. 594.1.2. TIV total valor instalado ................................................................................... 604.1.3. TOV total valor operacional ............................................................................. 645. ESTUDO DE CASO PROJETO FIELDBUS........................................................ 675.1. NAFTA DE COQUE REDUC ............................................................................ 686. CONCLUSO ........................................................................................................... 72REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 76

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    6/77

    6

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 01: RefernciaTabela 02: Preos de referncia para materiais auxiliaresTabela 03: Preos de referncia para instrumentos e sistema

    Tabela 04: Dados do projetoTabela 05: Comparao dos preosTabela 06: Custo operacionalTabela 07: Valor da manutenoTabela 08: Valor de operao da plantaTabela 09: Resultado final

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    7/77

    7

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 01 Comparao dos custos

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    8/77

    8

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 01: Sensores e atuadores conectados aos controladores da sala de controleFigura 02: Tecnologia FSK utilizada pelo protocolo HART para codificar a informaodigital sobre o sinal de corrente.

    Figura 03: Dois equipamentos mestres acessando o mesmo equipamento de campo(escravo)Figura 04: Equipamentos dividindo um meio de comunicao comumFigura 05: Modo de comunicao mestre / escravoFigura 06: Modo de comunicaopublisher / subscriberFigura 07: Hierarquia de rede utilizandofieldbus foundationFigura 08: Os nveis H1 e HSE da redefieldbus foundationFigura 09: Camadas do modelo OSI e do modelofoundation fieldbusFigura 10: Corrente e tenso para comunicao na rede foundation fieldbusFigura 11: Codificao Manchester Bifase-LFigura 12: Exemplo de uma malha de controle completa utilizandofunction blockslocalizados nos dispositivosfieldbusFigura 13: Topologias possveis de ligaofieldbusFigura 14: Topologia de barramento com spursFigura 15: Topologia ponto-a-pontoFigura 16: Topologia em rvoreFigura 17: Topologia end-to-endFigura 18: Reduo de equipamentos proporcionada pelofoundation fieldbusFigura 19: Reduo de barreiras de segurana intrnsecaFigura 20 - Estrutura de um device descriptionFigura 21 - Tela de configurao e visualizao de um EDDLFigura 22 - Tela de visualizao e configurao de um DTMFigura 23 Tempo de escalonamento

    Figura 24 - Tela do softwarefieldcare, dedicado a gerenciamento de ativos

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    9/77

    9

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AI:Analog Input AO:Analog Output CAPEX: Investimentos em bens de capital

    CLP: Controlador Lgico Programvel DD: Device description DI:Digital Input DO:Digital Ouput

    DLL: Data link layer EDDL: Enhanced device description language FCS: Field Control Systems FDT/DTM: Field device tool / Device type manager FF: Fieldbus Foundation

    FIP: Padro nacional francs FSK: Frequency Shift Keying H1: Meio Fsico que trabalha a uma velocidade de 31,25kbit/s HART:Highway Addressable Remote Transducer HSE:High Speed Ethernet IEC:International Electrotechnical Commission IP:Protocolo de Interconexo ISP:InterOporable Systems Project ISA:Instrument Society of America ISA-SP50, Signal Compatibility of Electrical Instruments comit criado com o

    objetivo de definir uma interface comum entre componentes de sistemaseletrnicos de medio e/ou controle.

    LAN:Local Area Network MTTR: Tempo mdio entre reparos

    PID:Proportional/Integral/Derivative OPEX: Custo associado manuteno dos equipamentos e aos gastos de

    consumveis e outras despesas operacionais

    OSI: Open System Interconnection SDCD:Sistema Digital de Controle Distribudo TCP: Protocolo de Controle de Transmisso

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    10/77

    10

    1. INTRODUO

    A integrao das etapas que envolvem os processos produtivos vem sendo cada vez

    mais buscada nos diversos segmentos industriais. Atualmente, encontra-se como um dos

    elementos fundamentais para se atingir os rigorosos padres produtivos requeridos,

    dada a competitividade do mercado mundial. Assim, as redes industriais tem papel

    fundamental neste processo, de tal forma que sua utilizao em detrimento s tcnicas

    obsoletas de comunicao industrial pode prover agilidade, robustez e eficincia aos

    sistemas de comunicao.

    A instalao e manuteno de sistemas de transmisso de dados convencionais

    implicam em altos custos, principalmente quando se deseja ampliar instalaes

    preexistentes. Para tanto, so requeridas grandes somas para elaborao de projetos e

    compra de equipamentos. Buscando minimizao de custos e aumento da operabilidade

    das aplicaes, introduziu-se o conceito de redes industriais para interligar os vrios

    equipamentos de uma planta de forma eficiente e possibilitar a expanso destas

    instalaes de forma simplificada (SMAR EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA).

    1.1. OBJETIVO

    O objetivo deste estudo o de identificar oportunidades para redues de custos em

    gastos de capital (CAPEX) e em lucros adicionais nos gastos operacionais (OPEX)

    atravs do estudo introdutrio das tcnicas de gerenciamento de ativos e seus benefcios

    associadas ao uso da tecnologia fieldbus foundation, onde a sua implementao de

    forma plena tornar-se uma ferramenta poderosa para redues significativas de custos e

    refinamento dos parmetros nos processos produtivos.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    11/77

    11

    1.2. MOTIVAAO

    O uso do fieldbus foundation nos processos produtivos acarreta em uma srie de

    benefcios e solues para problemas comuns advindos das tcnicas convencionais de

    comunicao, manuteno e controle de processos.

    Um dos principais inconvenientes relacionados s antigas tcnicas de transmisso de

    dados fundamentado nos elevados gastos com materiais e equipamentos. Este entrave

    gerado devido necessidade de se levar cada sinal partindo-se dos instrumentos,

    individualmente, at o sistema de controle, aumentando-se excessivamente o nmero de

    cabos, canais de comunicao e at mesmo de controladores no sistema. Alm dos

    inconvenientes gerados com a instalao e os custos da mesma, dificultavam-se as

    operaes de manuteno na planta.

    Desta forma, dada a ascenso das redes industriais, alm da quase universalizao de

    plataformas de comunicao (com a aplicao dos sistemas abertos, alternativamente

    aos sistemas proprietrio), obteve-se grande reduo de custos e tempo envolvidos nos

    projetos; a manuteno foi, aos poucos, tornando-se mais objetiva e eficaz. Foi,

    tambm, facilitada a insero de novos equipamentos na rede, onde os mesmos podiam

    ser simplesmente linkados nos barramentos utilizados. Os fabricantes tornam-se, por

    suas vezes, a cada dia mais flexveis quanto compatibilidade de seus equipamentos,

    onde os mesmos, muitos dos casos, j so configurveis para operao em diversas

    plataformas de redes.

    Sobre este mesmo contexto, os sistemas de gerenciamento de ativos modernos tm sido

    amplamente difundidos e aderidos pelas empresas. Trata-se de uma tecnologia

    possibilitada pelo surgimento dosfieldbuses, atravs dos quais so obtidas informaes

    precisas a respeito de cada instrumento empregado no processo, como dados de

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    12/77

    12

    fabricao, calibrao, curvas de desempenho, datas de manuteno programada e

    diagnsticos precisos de defeitos e erros. Com isso, possibilita-se ampla reduo de

    custos de manuteno e reposio de dispositivos de uma planta, alm da atenuao da

    necessidade de paradas gerais para manuteno, muitas das vezes desnecessrias.

    Assim, faz-se necessrio conhecer os recursos da tecnologia a ser empregada e

    principalmente entender os desafios a serem superados, para obter o mximo de

    funcionalidade de uma planta com reduo de custos operacionais e melhorias

    considerveis nos padres produtivos da empresa.

    1.3. ORGANIZAAO DO TRABALHO

    O segundo captulo iniciado por um breve histrico da evoluo dos sistemas de

    comunicao industrial, seguido da comparao entre tcnicas modernas e obsoletas de

    transmisso de dados. O terceiro captulo apresenta importantes conceitos da tecnologia

    fieldbus foundation, suas arquiteturas tpicas, abordando principalmente as vantagens do

    uso da tecnologia juntamente com os conceitos do gerenciamento de ativos. O captulo

    4 aborda um estudo de viabilidade, fazendo uma anlise do ciclo de vida do

    projeto/planta, relacionando os custos de sua implementao juntamente com o valor

    agregado da mesma. O quinto captulo trata de um estudo de caso mostrando em

    detalhes os problemas encontrados na implementao de um projeto fieldbus. E o sexto

    e ltimo captulo so destacados as concluses finais, destacando os respectivos

    desafios a serem considerados.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    13/77

    13

    2. INSTRUMENTAAO

    2.1. HISTRICO

    Nos primeiros sistemas de controle e comunicao remota com instrumentos

    desenvolvidos, os processos de instrumentao utilizavam, prioritariamente, sinais

    analgicos de presso para a transmisso de dados. Este sinal era, geralmente, da ordem

    de 3psi a 15psi. Devido aos diversos inconvenientes gerados por esta forma de

    transmisso de dados, j na dcada de 1960 os padres de sinal 4mA a 20 mA passaram

    a ser empregados. Assim, obteve-se melhorias substanciais em aspectos como a

    ocorrncia de rudos, facilidade de implementao, integrao e comunicao direta

    entre os sistemas de controle e os instrumentos de campo, uma vez que o sinal eltrico

    poderia ser obtido a partir dos instrumentos e levado diretamente aos sistemas de

    controle, aumentando significativamente a confiabilidade destas unidades. Entretanto,

    os instrumentos com funcionamento baseado em sinais de presso ainda existem no

    mercado, principalmente sobre a forma de vlvulas de controle e cilindros pneumticos.

    A evoluo da computao foi, a partir da dcada de 1970, outra grande mudana no

    controle de processos, onde foi possibilitado o uso dos mesmos para monitorar e

    controlar uma srie de instrumentos a partir de um ponto central. Desta forma, dado o

    crescente nmero de tarefas a serem controladas, j se tornava necessria a criao de

    padres de comunicao mais eficientes, de forma a descentralizar o controle de

    processos e aumentar a confiabilidade e organizao dos sistemas.

    Na dcada de 1980 os sensores inteligentes comearam a ser desenvolvidos e utilizados

    em sistemas microcontrolados, que aliavam confiabilidade e rapidez a baixos custos

    operacionais. Esta tendncia gerou forte movimentao em fruns internacionais e

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    14/77

    14

    sociedades como ISA (Instrument Society of America), IEC (International

    Electrotechnical Commission), Profibus (padro nacional alemo) e FIP (padro

    nacional francs). Assim, foi constitudo o comit IEC/ISA SP50 Fieldbus, cujo

    objetivo seria a criao e especificao de normas e padres para instrumentao. O

    padro a ser desenvolvido deveria integrar os diferentes tipos de instrumentos de

    controle, proporcionando uma interface para a operao de diversos dispositivos

    simultaneamente e um conjunto de protocolos de comunicao para todos eles.

    H cerca de 10 anos, o nvel administrativo j possua o padro TCP/IP, porm, o nvel

    de cho-de-fbrica possua outros protocolos denominadosfieldbuses.

    Estes protocolos foram se difundindo, devido relao custo-benefcio advinda do uso

    de redes industriais de comunicao, quando comparados a sistemas tradicionais de

    transmisso de dados. E cada uma destas novas plataformas elaborou sua maneira de

    enviar dados do cho-de-fbrica at os nveis mais altos da hierarquia industrial, o que,

    apesar dos benefcios gerados, constitui-se em um grande empecilho ao

    desenvolvimento e aplicao a nvel global destas tecnologias.

    No nvel de controle, a tendncia descentralizao fortemente assumida, onde os j

    inovadores SDCD`s (Sistema Digital de Controle Distribudo) do lugar aos FCS (Field

    Control Systems), tcnica possibilitada pelo surgimento dos modernos protocolos

    fieldbus de comunicao industrial. Assim, a necessidade de controladores nas plantas

    industriais , aos poucos, reduzida, sendo a funo dos mesmos realizada agora, pelos

    prprios instrumentos. Projetos que implementam transmisses de sinais analgicos tem

    se tornado cada vez mais raros, dando lugar, agora, s novas plataformas de

    comunicao industrial baseadas exclusivamente em comunicao por intermdio de

    sinais digitais.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    15/77

    15

    2.2. INSTRUMENTAO CONVENCIONAL

    Por volta de 1950, j estava consolidado o uso de instrumentao pneumtica, com sinal

    de sada de ar normalizado entre 3psi-15psi para sensores e atuadores. Os sinais de

    medio e de controle, pneumticos, eram reunidos na sala de operao, onde existia

    uma grande quantidade de indicadores, registradores e controladores pneumticos,

    sendo o controle, na maioria dos casos, feito varivel a varivel.

    Em torno de 1960, comeou a se popularizar a instrumentao eletrnica, em que o

    sinal pneumtico foi substitudo por um sinal eltrico contnuo. Neste tipo de sistema, a

    medida varivel de processo transformada em um sinal de corrente na faixa 4-20mA.

    Foi muito grande, e continua a ser, a quantidade de instrumentos que utiliza o sinal em

    corrente. Este tipo de instrumentao analgica conhecido como instrumentao

    convencional.

    No sistema de instrumentao convencional, a transmisso dos dados realizada a partir

    de um par de fios eltricos. Para a transmisso de cada varivel, utilizado um par de

    fios que liga o sensor aos controladores da sala de controle. Da mesma forma, um par de

    fios utilizado para a transmisso do sinal de controle do controlador para o atuador no

    campo. Esta arquitetura pode ser vista na figura 01.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    16/77

    16

    Figura 01: Sensores e atuadores conectados aos controladores da sala de controle

    Um transmissor de 4 a 20, como usualmente chamado, recebe o sinal do transdutor

    e o converte em sinal de corrente, da seguinte forma: 4mA para o valor mnimo a ser

    medido pelo sensor, e 20mA para o valor mximo a ser medido. Os valores

    intermedirios normalmente so proporcionais, com funo de transferncia linear. Se

    este no for o caso, a funo de transferncia deve ser conhecida (ou ter valores

    pontuais tabelados), para que se efetue a correta correlao entre a corrente e a grandeza

    que est sendo medida.

    A utilizao da corrente de 4mA como valor mnimo, ao invs de 0mA, deve-se

    principalmente a dois fatores. O primeiro que, na maioria dos casos, a alimentao dos

    sensores realizada pelo mesmo par de fios que transmite o sinal. Desta forma,

    utilizando-se o valor mnimo de 4mA, possvel garantir a alimentao do circuito do

    transmissor mesmo quando o valor medido o mais baixo da faixa de medio. Alm

    disso, o sinal mnimo de 4mA permite a distino entre o valor mnimo medido e a

    presena de algum problema no sensor, no circuito ou na linha de transmisso, como o

    rompimento dos cabos de transmisso, detectado quando se recebe qualquer sinal

    abaixo de 4mA.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    17/77

    17

    A razo para se utilizar um sinal de corrente, e no um sinal de tenso, que sinais de

    corrente no sofrem o efeito da queda de tenso na linha, nas conexes e nos demais

    elementos do circuito. Se fosse transmitido um sinal de tenso, para cada comprimento

    de linha de transmisso, haveria diferentes quedas de tenso, o que produziria erros

    difceis de serem identificados no sinal recebido. Com o sinal de corrente, isto no

    acontece, uma vez que o transmissor ir manter a corrente constante e proporcional

    varivel do processo.

    Com o passar dos anos, tornou-se cada vez maior a necessidade de se trocar mais dados

    entre os sistemas de controle e os instrumentos. Com o sinal analgico de corrente, era

    possvel a transmisso de somente um sinal, o valor medido da varivel de processo.

    Para suprir essa necessidade por um maior fluxo de informaes, comearam a surgir as

    redes de campo. O protocolo HART (Highway Addressable Remote Transducer) foi um

    dos primeiros a serem desenvolvidos, e apresentava a vantagem de utilizar o mesmo par

    de fios dos instrumentos analgicos 4-20mA para a comunicao.

    2.3. PROTOCOLO HART

    O protocolo de comunicao HART mundialmente reconhecido como um padro da

    indstria para comunicao de instrumentos de campo inteligentes 4-20mA

    microprocessados. O uso desta tecnologia vem crescendo rapidamente e hoje

    virtualmente todos os maiores fabricantes de instrumentao mundiais oferecem

    produtos dotados de comunicao HART.

    O protocolo HART possibilita a comunicao digital bidirecional em instrumentos de

    campo inteligentes sem interferir no sinal analgico de 4-20mA. Tanto o sinal analgico

    4-20mA como o sinal digital de comunicao HART podem ser transmitidos

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    18/77

    18

    simultaneamente na mesma fiao. A varivel primria e a informao do sinal de

    controle podem ser transmitidas pelo 4-20mA, se desejado, enquanto que as medies

    adicionais, parmetros de processo, configurao do instrumento, calibrao e as

    informaes de diagnstico so disponibilizados na mesma fiao e ao mesmo tempo.

    A comunicao digital realizada atravs de sobreposio do sinal digital ao sinal de 4-

    20mA, utilizando-se o padro Bell 202, de chaveamento por deslocamentos de

    frequncia (FSK Frequency Shift Keying). Por ser o sinal digital FSK simtrico em

    relao ao zero, no existe nvel DC associado ao sinal e, portanto, ele no interfere no

    sinal de 4-20mA. A lgica 1 representada por uma frequncia de 1200 Hz e a lgica

    0 representada por uma frequncia de 2200 Hz, como mostrado na figura 02. O sinal

    HART FSK possibilita a comunicao digital em duas vias, o que torna possvel a

    transmisso e recepo de informaes adicionais, alm da normal que a varivel de

    processo em instrumentos de campo inteligentes (FILHO).

    Figura 02: Tecnologia FSK utilizada pelo protocolo HART para codificar a informaodigital sobre o sinal de corrente.

    O HART um protocolo do tipo mestre / escravo, o que significa que um instrumento

    de campo (escravo) somente responde quando perguntado por um mestre. Dois

    mestres (primrio e secundrio) podem se comunicar com um instrumento escravo em

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    19/77

    19

    uma rede HART. Os mestres secundrios, como os terminais portteis de configurao

    1 , podem ser conectados normalmente em qualquer ponto da rede e se comunicar com

    os instrumentos de campo sem provocar distrbios na comunicao com o mestre

    primrio. O mestre primrio tipicamente um SDCD, um CLP (Controlador Lgico

    Programvel), um controle central baseado em computador ou um sistema de

    monitorao. Uma instalao tpica com dois mestres mostrada na figura 03.

    Figura 03: Dois equipamentos mestres acessando o mesmo equipamento de campo(escravo)

    At hoje, o protocolo HART ainda se apresenta aos usurios como um timo caminho

    de migrao da instrumentao analgica para usufruir os benefcios da comunicao

    digital para a instrumentao inteligente. Mesmo com o surgimento das redes de campo,

    que sero apresentadas na prxima seo, o HART ainda continuar bastante presente,

    pois permite os benefcios da comunicao remota, a flexibilidade e a preciso da

    comunicao de dados digital, o diagnstico dos instrumentos de campo e o uso de

    poderosos instrumentos com mltiplas variveis, sem que haja a necessidade de trocar

    sistemas inteiros.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    20/77

    20

    2.4. REDES DE CAMPO

    O surgimento de sistemas hbridos HART, que utilizam a sobreposio de sinal digital

    ao sinal analgico, foi um grande passo no sentido da evoluo da instrumentao

    industrial. Com a instrumentao inteligente, tornou-se possvel efetuar diagnsticos,

    usar indicadores locais digitais que mostram o nome da cadeia de medio, as unidades

    utilizadas na apresentao das grandezas, a validade da medio e efetuar a calibrao

    numericamente.

    Entretanto, com o aumento do nmero de instalaes de grande porte, em que o custo

    dos cabos de ligao dos instrumentos constitui uma frao significativa do custo de um

    sistema de controle, houve a necessidade de diminuir a quantidade de cablagem numa

    instalao. Neste sentido, iniciaram-se as pesquisas para o desenvolvimento de uma

    instrumentao ligada em rede.

    A instrumentao em rede comeou a aparecer por volta de 1990/1995. Uma vez que se

    trata de instrumentao exclusivamente digital, surgiu o seguinte problema: qual o

    protocolo que deve ser utilizado de modo a haver interoperabilidade, ou seja, um

    instrumento de um determinado fabricante possa ser substitudo por outro de outro

    fabricante sem que haja qualquer problema de compatibilidade. Apesar de ter havido

    um grande esforo com o objetivo de se utilizar apenas um tipo de rede, com apenas um

    protocolo, no tem sido possvel alcanar este objetivo, devido tanto a consideraes de

    ordem tcnica quanto a conflitos de interesses econmicos e polticos. Desta forma,

    surgiram diversos tipos de redes, conforme a aplicao a que se destinam e a zona

    econmica em que esto inseridos os fabricantes. So exemplos as redes AS-i,

    DeviceNet, Foundation Fieldbus, Modbus, Profibus.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    21/77

    21

    2.4.1.Vantagens da instrumentao em rede

    A instrumentao em rede tem diversas vantagens quando comparada com a

    instrumentao convencional. Algumas destas vantagens so apresentadas a seguir.

    Quantidade de informaes transmitidas:

    Com a utilizao da comunicao digital, toda a informao de centenas de

    malhas e pontos de monitorao pode ser transmitida para o console do operador

    na sala de controle com uma nica rede. Ela transporta no somente informaes

    de entradas e sadas como variveis manipuladas e de processo, mas tambm

    informao operacional, como referncia (setpoint), modo de operao, alarmes

    e ajuste em ambas as direes, para a sala de controle.

    Assim, tornou-se possvel o processamento distribudo, como tambm

    informaes de diagnstico, configurao, alcance, identificao puderam ser

    adicionadas, primeiramente nos controladores, mas depois tambm nos

    instrumentos de campo, como os transmissores e posicionadores de vlvulas.

    Graas s redes, instrumentos de campo podem realizar no apenas operaes de

    medio e atuao, mas tambm tm caractersticas e funes de controle e

    gerenciamento de ativos.

    Comunicao multiponto

    Um segundo grande benefcio da comunicao digital a capacidade de conectar

    diversos equipamentos ao mesmo par de fios formando uma rede multiponto

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    22/77

    22

    (multidrop) que divide um meio de comunicao comum, como pode ser visto

    na figura 04. Comparada com a comunicao analgica, que necessitava de um

    par de fios para cada instrumento, isso reduz a quantidade de cabos necessria,

    especialmente para a instrumentao em campo envolvendo grandes distncias e

    grande nmero de instrumentos. At mesmo para uma quantidade pequena de

    instrumentos, a quantidade de cabo necessria bastante reduzida, traduzindo

    em economias em equipamentos e instalao.

    Figura 04: Equipamentos dividindo um meio de comunicao comum.

    Na forma mais simples de comunicao, um equipamento atua como mestre,

    solicitando a leitura ou a escrita de um valor em outro equipamento, como um

    instrumento de campo, que age como escravo. O escravo, ento, responde

    solicitao. Um exemplo deste modo de comunicao um equipamento de

    tecnologia HART ou PROFIBUS agindo como mestre e escrevendo um

    parmetro em um posicionador escravo de tempos em tempos. Outro exemplo

    um CLP mestre lendo uma varivel de processo de um transmissor escravo e,

    aps calcular o algoritmo de controle, escrevendo a sada em um posicionador

    escravo. Este modo pode ser visto na figura 05.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    23/77

    23

    Figura 05: Modo de comunicao mestre / escravo

    Um outro modo de comunicao o publisher/subscriber. Neste modo, um

    equipamento, atuando comopublisherpublica um valor no meio de comunicao, e esta

    informao utilizada por todos os equipamentos interessados, que atuam como

    subscribers. Esse modo bastante eficiente, pois o valor transmitido por um

    instrumento em campo diretamente para outros em uma transmisso nica, atingindo

    vrios subscribersde uma s vez. Este mtodo, utilizado pelofieldbus foundation para

    o controle em malha fechada, por exemplo, pode ser visto na figura 06.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    24/77

    24

    Figura 06: Modo de comunicaopublisher / subscriber

    Robustez

    Em um sistema analgico 4-20mA, os valores so transmitidos em uma variao

    infinita de corrente. Um erro no sinal simplesmente leva um sinal vlido para

    outro sinal vlido. Mesmo o sinal do mais exato transmissor analgico pode ser

    totalmente incerto quando ele chega ao controlador. A comunicao digital tem

    a vantagem de ter um sinal muito robusto, com apenas dois estados vlidos (um

    e zero). Ele transmitido diretamente ou codificado de alguma forma, e assim,

    menos sensvel a perturbaes que um sinal analgico. Ainda mais importante,

    usando-se tcnicas de deteco de erros, possvel reconhecer se o sinal foi

    distorcido, descartando a mensagem e possivelmente pedir para ela ser

    retransmitida. Uma distoro em um sinal analgico no pode ser detectada

    porque um sinal distorcido ainda tem a forma de um sinal vlido. Por exemplo,

    um sinal analgico que deveria ser 19mA pode variar entre 18,97mA e 19,03mA

    devido interferncia eltrica, ou estar limitado a 18mA por insuficincia no

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    25/77

    25

    fornecimento de tenso. Entretanto, no h como perceber este problema, j que

    o sinal recebido ainda um sinal vlido.

    Interoperabilidade

    Um problema potencial na comunicao digital que existem vrias maneiras

    diferentes de faz-la. O mtodo de representao, codificao e transmisso de

    dados chamado de protocolo. Fabricantes criaram diferentes protocolos, e os

    produtos desenvolvidos para um protocolo no se comunicam com aqueles

    desenvolvidos para outro. Um dos objetivos dos grupos de padronizao

    definir um protocolo padro ao qual todos os equipamentos possam seguir,

    tornando, assim, possvel que produtos de diferentes fabricantes comuniquem

    entre si. Um ponto chave que o poder de um sistema no est na capacidade

    individual de cada um dos equipamentos, mas na habilidade destes

    equipamentos de comunicarem um com o outro. Dois dos melhores e mais

    poderosos equipamentos que no se integrem perfeitamente no criam uma

    soluo to poderosa quanto dois equipamentos mais simples que usam um

    protocolo padro.

    3. DESENVOLVIMENTO

    3.1. DEFINIO DO FIELDBUS

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    26/77

    26

    O fieldbus pode ser definido como uma rede digital, bidirecional (de acesso

    compartilhado), multiponto e serial, utilizado para interligar os dispositivos primrios

    de automao (dispositivos de campo) a um sistema integrado de automao e controle

    de processos.

    Cada dispositivo de campo pode possuir uma inteligncia (microprocessado), o que o

    torna capaz de executar funes simples em si mesmo, tais como diagnstico, controle e

    funes de manuteno, alm de possibilitar a comunicao entre dispositivos de campo

    (no apenas entre o engenheiro e o dispositivo de campo). Em outras palavras, o

    fieldbusveio para substituir o controle centralizado pelo distribudo.

    3.2. HISTRICO DO FIELDBUS

    Durante os anos 1980, um grande esforo foi aplicado no desenvolvimento de um

    padro para comunicao digital de instrumentos de campo. O crdito para este

    desenvolvimento vai para os membros do comit (SP50) da ISA, que gastaram anos

    definindo os requisitos tcnicos e chegar a um consenso para redes de campo.

    Neste meio tempo, fabricantes comearam a desenvolver seus prprios padres

    proprietrios de comunicao digital. Esses esforos mltiplos resultaram em uma srie

    de protocolos concorrentes, nenhum deles compatvel entre si.

    No fim do ano de 1994, o caminho para as redes de campo tomou uma nova e

    promissora direo. Dois consrcios de fabricantes a InterOporable Systems Project

    (ISP) e a WorldFIP North America se uniram para formar a Fieldbus Foundation.

    Esta nova organizao imediatamente aplicou todos os seus esforos para alcanar um

    padro aceito internacionalmente. A Fieldbus Foundation organizou programas de

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    27/77

    27

    desenvolvimento, conduziu testes de campo, e estabeleceu o mais rigoroso programa de

    testes e registros de equipamentos de campo da indstria.

    Trabalhando lado a lado, fabricantes, usurios, instituies acadmicas e outras partes

    interessadas tornaram-se membros da fieldbus foundatione desenvolveram um padro

    aberto, no-proprietrio, conhecido como foundation fieldbus. Esta avanada soluo

    foi criada para possibilitar aplicaes crticas de controle em que a transferncia e a

    manipulao dos dados so essenciais. A tecnologiafoundationfoi criada para substituir

    redes e sistemas incompatveis por uma arquitetura aberta e totalmente integrada para o

    controle distribudo em tempo real e a convergncia de informaes do

    empreendimento.

    Ao lado da tecnologia profibus,o foundation fieldbus a tecnologia mais utilizada na

    instrumentao de plantas industriais atualmente.

    3.3. A TECNOLOGIA FIELDBUS FOUNDATION

    O foundation fieldbus um sistema de comunicao totalmente digital, serial e

    bidirecional, que interconecta equipamentos de campo, como sensores, atuadores e

    controladores. Ele uma rede local (LAN Local Area Network) para instrumentos,

    usado tanto na automao de processos quanto da manufatura, com a capacidade de

    distribuir o controle atravs da rede. A hierarquia de uma rede utilizando foundation

    fieldbuspode ser observada na figura 07.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    28/77

    28

    Figura 07: Hierarquia de rede utilizandofieldbus foundation

    Dois nveis do protocolo foundation fieldbus foram desenvolvidos, cada um para

    diferentes aplicaes na automao de processos. Estes dois nveis utilizam diferentes

    meios fsicos e velocidades de comunicao:

    H1: trabalha a uma velocidade de 31,25kbit/s e utilizada para conectar a

    instrumentao de campo. Geralmente utiliza como meio fsico um par tranado

    de fios, e prov comunicao e alimentao pelo mesmo par de fios.

    HSE (High Speed Ethernet): empregada para conectar o nvel H1 s estaes de

    operao, aos controladores mais rpidos como CLP`s, alm de permitir a

    conexo entre diferentes nveis H1. Tem velocidade bastante superior, de

    100Mbit/s, e utiliza geralmente cabo Ethernet padro como meio fsico no

    provendo alimentao pelo mesmo meio.

    Na figura 08, pode-se observar a topologia de uma rede foundation fieldbus. O linking

    device o dispositivo responsvel pela ligao entre os nveis H1 e HSE.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    29/77

    29

    Figura 08: Os nveis H1 e HSE da redefieldbus foundation

    A arquitetura de rede baseada no modelo de referncia OSI Open System

    Interconnection estabelecido pela ISO1 e recomendado como uma arquitetura padro

    para redes. O modelo OSI estabelece, na ligao de um dispositivo a uma rede, um

    conjunto de sete camadas hierarquizadas. Todos os dispositivos que possam ser ligados

    rede tm camadas anlogas. A informao circula dentro de cada dispositivo entre

    camadas hierarquicamente adjacentes, do nvel mais alto para o mais baixo quando

    enviada, e do nvel mais baixo para o mais alto quando recebida. Veja na figura 09.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    30/77

    30

    Figura 09: Camadas do modelo OSI e do modelofoundation fieldbus

    Para a rede foundation fieldbus, so utilizadas trs das sete camadas do modelo OSI e

    uma camada adicional, como pode ser visto na figura 09. A camada de nvel hierrquico

    mais baixo, designada por camada fsica, a que se encontra fisicamente ligada rede.

    por esta camada que transitam os sinais fsicos de comunicao entre os diversos

    dispositivos ligados rede. A camada imediatamente acima da camada fsica a

    camada de enlace de dados (data link layer DLL). Esta camada controla o envio e o

    recebimento de mensagens na rede.

    3.3.1.Camada fsica

    A camada fsica recebe a informao codificada da pilha de comunicao, convertendo-

    a em sinais fsicos (tenses e correntes) que circulam atravs do meio fsico de

    comunicao e vice-versa. O meio fsico utilizado pelas redes foundation fieldbus

    definido pela IEC1 e pela ISA. Para a rede H1, o meio especificado o par tranado,

    que permite tambm alimentar os dispositivos ligados rede.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    31/77

    31

    Como a alimentao dos dispositivos realizada pela prpria rede, esta deve estar

    ligada a pelo menos uma fonte de alimentao. A tenso de alimentao contnua e

    varia entre 9V e 32V para aplicaes de segurana intrnseca, esta tenso de

    alimentao depende da barreira de segurana intrnseca. O sinal de informao

    transmitido por meio de corrente na linha. O transmissor modula o sinal variando a

    corrente em +10mA ou -10mA. Como a linha tem impedncia de 50ohms, estas

    variaes de corrente originam variaes de +0,5V e -0,5V na tenso.

    Observa-se, assim, na rede, uma tenso contnua a que se sobrepe um sinal de 1.0V

    pico a pico. Este funcionamento pode ser visto na figura 10

    Figura 10: Corrente e tenso para comunicao na redefoundation fieldbus

    A codificao do sinal feita utilizando-se a tcnica Manchester Bifase-L. Trata-se de

    uma comunicao sncrona, j que o sinal de clock enviado juntamente com o sinal de

    dados. Como pode ser visto na figura 11, o sinal enviado corresponde funo XOR

    negada dos sinais de clocke de dados. O dispositivo receptor do sinalfieldbusinterpreta

    uma transio positiva na metade do tempo do bitcomo um 0 lgico, e uma transio

    negativa como um 1 lgico.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    32/77

    32

    Figura 11: Codificao manchester bifase-L

    3.3.2.Camada do usurio

    A fieldbus foundation definiu uma camada do usurio baseada em blocos. Os blocos

    representam as diferentes funes da camada do usurio, e so divididos em trs tipos:

    Resource block: Descrevem as caractersticas do dispositivo fieldbus, como

    nome do dispositivo, fabricante, nmero de srie. H apenas um resource block

    em cada dispositivo.

    Function blocks: Representam as funes ou algoritmos a serem executados pelo

    sistema. A fieldbus foundation definiu conjuntos de function blocks padres.

    Entre eles, pode-se citar blocos de entrada analgica (Analog Input AI), sada

    analgica (Analog Output AO), entrada digital (Digital Input DI), sada

    digital (Digital Output DO), controlador PID

    (Proportional/Integral/Derivative).

    Os function blocks para cada dispositivo podem ser selecionados conforme a

    funcionalidade desejada. Por exemplo, um simples transmissor de temperatura

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    33/77

    33

    precisa conter apenas um bloco AI. J uma vlvula de controle pode conter um

    bloco PID, alm do bloco AO. Desta forma, uma malha de controle completa

    pode ser realizada utilizando apenas um transmissor de temperatura e uma

    vlvula de controle, como pode ser visto na figura 12.

    Figura 12: Exemplo de uma malha de controle completa utilizandofunction blockslocalizados nos dispositivosfieldbus

    Transducer Blocks: Conecta os function blocksao mundo externo, cuidando de

    detalhes relativos ao hardware de cada equipamento, como calibrao do sensor,

    tipo do sensor, diagnstico, faixa de operao. Existe normalmente um

    transducer blockpara cadafunction blockde entrada ou sada.

    3.3.3.Topologias dofoundation fieldbus

    Vrias topologias podem ser aplicadas em projetos fieldbus. A figura 13 ilustra quatro

    topologias que sero discutidas em detalhes a seguir. De forma a simplificar e tornar

    mais claro os grficos, as fontes de alimentao e os terminadores foram omitidos

    destes.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    34/77

    34

    Figura 13: Topologias possveis de ligaofieldbus

    As topologias mais comumente utilizadas em sistemasfieldbus so:

    Topologia de barramento com spurs

    Nesta topologia utiliza-se um barramento nico onde equipamentos ou

    barramentos secundrios (spurs) so conectados diretamente a ele. Pode-se ter

    ainda vrios equipamentos diferentes em cada spur(figura 14).

    Figura 14: Topologia de barramento com spurs

    Topologia ponto-a-ponto

    Nesta topologia tem-se a ligao em srie de todos os equipamentos utilizados

    na aplicao (figura 15). O cabo fieldbus roteado de equipamento para

    equipamento neste seguimento e interconectado nos terminais de cada

    equipamento fieldbus. As instalaes que utilizam esta topologia devem usar

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    35/77

    35

    conectores de forma que a desconexo de um simples equipamento no

    interrompa a continuidade do segmento.

    Figura 15: Topologia ponto-a-ponto

    Topologia em rvore

    A topologia em rvore concentra em acopladores/caixas de campo a ligao de

    vrios equipamentos. Devido a sua distribuio, esta topologia conhecida

    tambm como p de galinha (figura 16).

    Figura 16: Topologia em rvore

    Topologia end-to-end

    Esta topologia utilizada quando se conecta diretamente apenas dois equipamentos.

    Esta ligao pode estar inteiramente no campo (um transmissor e uma vlvula sem

    nenhum outro equipamento conectado figura 17) ou pode ligar um equipamento de

    campo (um transmissor) ao device host.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    36/77

    36

    Figura 17: Topologia "end-to-end"

    3.3.4.Vantagens dofoundation fieldbus

    Neste item, sero apresentadas algumas vantagens da utilizao de instrumentao

    foundation fieldbusem relao instrumentao analgica convencional e a outros tipos

    de redes de campo.

    Reduo de equipamento

    O foundation fieldbus utiliza function blocks para implementar a estratgia de

    controle. Muitas das funes do sistema de controle, como entrada analgica,

    sada analgica, controlador PID, podem ser realizadas pelos instrumentos,

    atravs do uso dos function blocks. Desta forma, equipamentos utilizados na

    instrumentao convencional e tambm em instrumentao profibus, j que

    esta tecnologia no oferece funes de controle nos instrumentos no so mais

    necessrios, como pode ser observado na figura 18.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    37/77

    37

    Figura 18: Reduo de equipamentos proporcionada pelofoundation fieldbus

    O controle distribudo nos instrumentos de campo pode reduzir o equipamento

    de controle necessrio, incluindo cartes de entradas e sadas, painis e fontes de

    alimentao.

    Devido alimentao dos instrumentos por um barramento, e no um a um,

    pode-se reduzir consideravelmente o nmero de barreiras de segurana

    intrnseca. A segurana intrnseca uma forma de possibilitar o funcionamento

    de um dispositivo eltrico em uma rea classificada um ambiente sujeito

    presena de atmosferas potencialmente explosivas garantindo que ele no tem

    condies de iniciar uma exploso. Barreiras de segurana intrnseca devem ser

    usadas nestas reas, como ocorre nas plantas de leo e gs. As barreiras de

    segurana intrnseca limitam a energia do circuito de alimentao dos

    instrumentos, de forma que estes, mesmo em situao de falha, no liberem

    energia suficiente para provocar a ignio da atmosfera explosiva. Em

    instrumentao convencional, como a alimentao individual para cada

    instrumento, deve haver uma barreira de segurana intrnseca para cada

    instrumento que esteja em uma rea classificada. J para instrumentao

    foundation fieldbus, em que a alimentao realizada pela rede, deve haver

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    38/77

    38

    apenas uma barreira de segurana intrnseca por segmento da rede. Esta reduo

    de barreiras de segurana intrnseca (representadas por I.S.) pode ser vista na

    figura 19.

    Figura 19: Reduo de barreiras de segurana intrnseca

    Reduo de cabos

    Para a instrumentao analgica convencional, necessria a utilizao de um

    par de fios para a ligao entre cada instrumento e o sistema de controle. J para

    a instrumentao em rede, como foundation fieldbus, os instrumentos so

    ligados em um barramento, reduzindo bastante a quantidade de cabos necessria.

    Alm dos custos, a quantidade menor de cabos reduz tambm o trabalho de

    instalao, reduzindo o tempo de construo e partida da planta.

    Quantidade e qualidade dos dados

    Na instrumentao convencional, a quantidade de informao disponvel ao

    usurio no ia muito alm das variveis de processo. Com ofoundation fieldbus

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    39/77

    39

    esta quantidade muito maior, devido principalmente s facilidades da

    comunicao digital.

    Alm disso, ofieldbusaumentou a resoluo e minimizou a distoro dos dados,

    o que d maior confiabilidade ao controle. Aliado a isto, existe o fato de o

    controle ocorrer nos dispositivos de campo, o que melhora o desempenho da

    malha de controle.

    O fieldbuspermite que mltiplas variveis de cada instrumento sejam enviados

    ao sistema de controle, para arquivamento, anlise de tendncia, estudos de

    otimizao do processo, gerao de relatrios. As caractersticas de alta

    resoluo e ausncia de distoro da comunicao digital melhoram a qualidade

    do controle, o que pode aumentar o rendimento da produo.

    Manuteno

    Dispositivos fieldbus, com comunicao microprocessada, permitem que os

    erros de processo possam ser reconhecidos mais rapidamente e com uma maior

    certeza. Como consequncia, os operadores da planta so notificados de

    condies anormais ou da necessidade de manuteno preventiva, e podem

    tomar melhores decises sobre a produo. Os problemas que diminuem a

    eficincia operacional so corrigidos mais rapidamente, permitindo um aumento

    no rendimento.

    As potencialidades ampliadas de diagnstico dos dispositivos de campo

    possibilitam monitorar e registrar condies como desgastes de vlvulas e mau

    funcionamento de transmissores. O pessoal da planta pode executar a

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    40/77

    40

    manuteno proativa sem causar uma parada programada, evitando ou reduzindo

    assim o tempo ocioso da planta.

    Interoperabilidade

    Como o foundation fieldbus um protocolo aberto, fabricantes podem fornecer

    dispositivos que operaro juntos com dispositivos de outros fabricantes.

    Alm disso, o fato de os dispositivos oferecerem sempre os function blocks

    bsicos, um instrumento que esteja operando na planta pode ser substitudo por

    um outro de um fabricante diferente, mantendo a operabilidade da planta.

    Facilidades grficas para interao humana

    o DD (device description)

    Para a interface com os dispositivos de campo, os softwares de

    gerenciamento de ativos utilizam-se de driverspara possibilitar a obtenode parmetros advindos dos dispositivos. Trata-se de um conjunto de

    informaes tcnicas singulares a cada instrumento, chamadas device

    description (DD descrio de dispositivo), as quais so fornecidas pelo

    prprio fabricante. Desta forma, informaes complexas que circulam

    atravs do barramento podem ser simplificadas, trazendo benefcios

    diversos como, por exemplo, a troca de informaes entre vrios

    dispositivos de uma dada rede sem a necessidade de instalao de um driver

    adicional para tanto (BERGE).

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    41/77

    41

    O DD formado a partir de um texto estruturado e carregado na base de

    dados dos sistemas de controle e dos softwaresde gerenciamento de ativos.

    A figura a seguir ilustra um exemplo de como a informao estruturada

    (figura 20):

    Figura 20 - Estrutura de um device description

    o EDDL (enhanced device description language)

    Os EDDLs (linguagem de descrio de dispositivos aperfeioada) so uma

    evoluo dos DDs, como o objetivo de estender o conceito de

    interoperabilidade para a interface grfica e para os diagnsticos dos

    dispositivos. O layout da interface grfica determinado pelo fabricante do

    host. Assim, o mesmo dispositivo poder apresentar visualizaes diferentes

    de acordo com o sistema empregado, sendo, porm, a informao detalhada

    acerca de cada dispositivo detalhada e fornecida pelo fabricante do mesmo(BAIO) (figura 21).

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    42/77

    42

    Figura 21 - Tela de configurao e visualizao de um EDDL

    o FDT/DTM (field device tool / device type manager)

    Paralelamente aos EDDLs, surgiram os FDTs (ferramentas de dispositivos

    de campo) e os DTMs (gerenciamento de tipos de dispositivos). So ambos

    uma tecnologia de software usada para integrar dispositivos de campo ao

    sistema de controle, constituindo-se de trs partes: Um DTM, escrito pelo

    fabricante, um BTM (block type manager gerenciador de tipos de blocos),

    escrito pelo fabricante do instrumento para blocos do FF (foundation

    fieldbus) e, por fim, um ambiente de software, o FDT, que disponibiliza um

    conjunto de servios de software que suportam a comunicao com o

    dispositivo de campo (figura 22). Este ltimo no possui informaes acerca

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    43/77

    43

    dos dispositivos, disponibilizando, apenas, servios de interface com

    programas.

    O DTM faz interface com o FDT para trocar todas as informaes

    requeridas em relao ao dispositivo de campo, sendo as operaes do

    dispositivo executadas pelo DTM. O BTM, por sua vez, responsvel pela

    interface com o FDT para trocar todas as informaes requeridas em relao

    aos blocos de informao, sendo todas as operaes do bloco executadas

    pelo BTM. Apesar da ampla gama de tecnologias envolvida em

    gerenciamento de ativos, no so todos os sistemas que conseguem

    empreg-las. Portanto, devem-se observar as limitaes e necessidades do

    sistema que se pretende implantar.

    Figura 22 - Tela de visualizao e configurao de um DTM

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    44/77

    44

    3.4. MERCADO BRASILEIRO PROJETOS FIELDBUS

    Ao longo dos ltimos anos, diversas empresas de engenharia e usurios finais esto se

    dedicando a avaliar diferentes sistemas baseados na tecnologia foundation fieldbus,

    procurando assim entender e tirar o maior proveito desta nova tecnologia.

    Esse aprendizado traz a descoberta dos benefcios e principalmente das dificuldades e

    dos desafios a serem superados para obter o mximo de funcionalidade de uma planta

    com reduo de custos operacionais e melhorias considerveis nos padres produtivos

    da empresa.

    Nesse capitulo abordado algumas experincias e situaes adversas que as empresas

    vm enfrentando para utilizar os recursos dofoundation fieldbus.

    Para se comear a discutir o assunto, precisa-se primeiramente fazer uma diviso, uma

    linha do tempo, para analisar duas situaes distintas:

    Benefcios e economias dofieldbusantes do start-up

    Benefcios e economias dofieldbusdepois do start-up

    3.4.1.Fieldbusantes do start-up

    As economias do uso do fieldbus at a partida podem ser facilmente mensurveis,

    entretanto existem outros fatores que devem ser considerados:

    Confiana na tecnologia

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    45/77

    45

    O medo do desconhecido uma das mais fortes caractersticas do ser humano,

    influenciando diretamente nas nossas vidas, e por esta razo o primeiro desafio

    que a tecnologiafieldbusenfrenta.

    O medo s pode ser superado ou minimizado ao longo do tempo, onde a busca

    da confiana vai sendo adquirida atravs do aumento de informao formando

    um conceito positivo sobre o assunto.

    Reduo de cabos/equipamentos

    Conforme mencionado anteriormente, a reduo de cabos pode ser mensurvel

    comparando a tecnologiafieldbuscom a instrumentao analgica convencional.

    Para a instrumentao analgica convencional, necessria a utilizao de um

    par de fios para a ligao entre cada instrumento e o sistema de controle. J para

    a instrumentao em rede, como foundation fieldbus, os instrumentos so

    ligados em um barramento, reduzindo bastante a quantidade de cabos necessria.

    Alm dos custos, a quantidade menor de cabos reduz tambm o trabalho de

    instalao, reduzindo o tempo de construo e partida da planta.

    Uma aplicao de fcil aceitao, quando o tema reduo de cabos e ainda

    aumento de confiabilidade /disponibilidade, a troca de multicabos de extenso

    de termopares, por transmissores multivariveis (8 entradas) em fieldbus

    intrnsicamente seguros montados diretamente nas caixas de junes no campo.

    Em uma tpica unidade de destilao atmosfrica onde cerca de 300 termopares

    so utilizados para monitorao de Temperatura, seriam instalados perto de 15

    multicabos de 24 pares at as salas auxiliares (nos SDCD convencionais), podem

    ser substitudos por (300/8/12=~4) 4 cabos tipo A.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    46/77

    46

    Outros ganhos:

    - apenas uma barreira para cada segmento, ao invs de 300

    - eliminao de vrios terminais (Rearranjo, Barreira, Carto de Entrada do

    SDCD)

    - substituio a quente

    - eliminao das rejeies de modo comum em Termopares com junta quente

    aterradas.

    - possibilidade de antecipar a troca do Termopar antes de falha, graas aos

    aplicativos de diagnsticos avanados.

    Em resumo: como em uma refinaria, as temperaturas chegam a 90% das

    variveis monitoradas e na maioria, possuem dois trens de destilao,

    facilmente comprovada as redues de at US$ 2Milhes, com esta tecnologia.

    Confiabilidade de segmento

    A confiabilidade do segmento pode ser dividido em diversos fatores:

    o Quebra do Cabo

    Conforme j discutido os instrumentos fieldbus so ligados a um

    barramento, reduzindo bastante a quantidade de cabos necessria, entretanto

    a quebra de cabos um fator crucial para a confiabilidade do segmento.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    47/77

    47

    Este problema pode ser minimizado no projeto de encaminhando dos cabos,

    ou seja, utilizando um bandejamento apropriado para o encaminhamento

    dos cabos.

    Alm disso, hoje em dia pode-se utilizar topologias em U, utilizando desta

    forma a redundncia no encaminhamento dos cabos ao host do sistema.

    Outro ponto que se pode observar neste tpico e sobre a eletrnica das

    caixas de juno que possuem proteo contra-curto nos spurse deteco de

    curto e circuito aberto no barramento, possibilitando desta forma uma maior

    confiabilidade no sistema como um todo.

    o Rudo de informaes

    Conforme discutido anteriormente, o fieldbus permite que o controle seja

    feito no campo, distribudo pelos instrumentos, entretanto o uso dessa

    ferramenta no obrigatria, em muitos projetos, ou na maioria deles, o

    controle continua sendo feito pelo host.

    E por que a maioria dos projetos tem controle no host? A resposta rudo,

    ou seja, rudo de informaes, tais como:

    Medo do desconhecido

    Dificuldade pelos fabricantes de configurar o controle no campo

    Vantagens comerciais dos fabricantes dos host.

    o Tempo (macrociclo)

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    48/77

    48

    Um importante aspecto quando se trabalha com sistemasfieldbus o tempo

    gasto para que todos os devices da linha possam publicar parmetros de

    controle e monitorao de um processo. Este tempo deve ser minimizado

    tanto quanto possvel pois pode-se comprometer o tempo de atualizao dos

    links entre os blocos funcionais que operam na malha de controle em

    relao a velocidade do processo.

    O macrocycle determinado por:

    Tempo de execuo do bloco de funo

    Tempo de transmisso das mensagens cclicas

    Espaos de tempo entre as mensagens determinadas pelos

    parmetros de rede

    Tempo reservado as mensagens acclicas

    O tempo de execuo do bloco de funo depende do tipo de

    bloco, do hardware e do design no software

    No clculo do tempo, apenas os blocos executados

    consecutivamente so considerados. Blocos em dispositivos diferentes

    podem executar em paralelo

    Figura 23 Tempo de escalonamento

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    49/77

    49

    Utilizando-se o host como executar da lgica, o tempo total a soma do

    tempo de publicao no segmento + tempo de scan do SDCD.

    Em complemento ao assunto discutido no tpico acima (rudo), o conjunto

    medo do desconhecido agregado com interesses comerciais acabam

    limitando o uso dos controles no campo, isto pode ser facilmente visto em

    alguns critrios e/ou especificaes tcnicas que restringem os tempos

    impossibilitando desta forma o atendimento do mesmo.

    o Layout

    O estudo do layout um dos processos mais importante do projeto, uma vez

    que juntamente com a localizao dos instrumentos e com a definio de

    sua criticidade de malhas pode-se definir os segmentos, a quantidade de

    caixas de junes e consequentemente a quantidade de cabos e infra-

    estrutura necessria.

    o Criticidade das malhas

    A criticidade das malhas a separao dos nveis das malhas, normalmente

    segregadas de 1 a 4, onde o nvel 4 define as malhas de monitorao e o

    nvel 1 as malhas mais criticas da planta.

    Conforme comentado acima, no layout, a criticidade das malhas tem um

    papel importante na definio dos segmentos e consequentemente no

    resultado final da economia de materiais.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    50/77

    50

    No existe uma regra nica no agrupamento das malhas nos segmentos, isso

    vai depender do cliente final definir um critrio a ser seguido, mas

    normalmente as malhas de monitorao (nvel 4) podem estar presentes em

    todos os segmentos e as malhas criticas (nvel 1) segregadas das demais.

    o Encaminhamento de cabos

    O ultimo item destacado, mas no menos importante o encaminhamento

    dos cabos, onde alguns aspectos devem ser levados em considerao, como

    por exemplo, a segregao dos cabos e a rota a ser escolhida.

    A rota deve ser escolhida considerando o layoutda planta, levando em conta

    principalmente as interferncias (canaletas, bombas, estruturas, etc). Com

    relao a segregao de cabos, alguns aspectos devem ser considerados

    como a segregao dos tipos de sinais (sinais eltricos, alimentao,

    milivolts, analgicos/discretos, redes, etc) e a distancia mnima entre eles.

    Os itens descritos neste item so os principais fatores que devem ser considerados num

    projeto fieldbus, para garantir a confiabilidade do sistema, juntamente com as

    economias que a tecnologia traz levando em conta os cuidados e as regras bsicas para o

    perfeito funcionamento do sistema.

    3.4.2.Fieldbusdepois do start-up

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    51/77

    51

    As economias do uso do fieldbus aps a partida so relativas, dependem muito da

    mudana de habito, da mudana de rotina de trabalho para realmente conseguir extrair

    os benefcios que a tecnologia nos traz.

    Para entendermos melhor,deve-se entender o que um gerenciamento de ativos.

    3.4.3.Gerenciamento de ativos

    Os custos envolvidos na manuteno de equipamentos podem representar valores

    significativos no oramento de uma indstria. , cada vez mais, buscada a reduo no

    tempo de paradas de operao para manuteno, e equipamentos que permitem insero

    e remoo a quente (sem interrupo do processo) tem ganhado preferncia na escolha

    para projetos, constituindo-se o gerenciamento de ativos on-line em uma tcnica

    certamente mais gil e simplificada de manuteno de plantas industriais quando

    comparada aos conceitos convencionais de correo em equipamentos.

    Gerenciamento de ativos pode ser definido como a manuteno de equipamentos de

    maneira a oferecer mximo desempenho e com um mnimo custo a uma plana

    juntamente com o seu ciclo de vida (CHAYA). Por ativo entende-se tratar de cada

    instrumento, vlvula, equipamento rotativo e dispositivos semelhantes presentes em

    uma empresa que necessite de monitorao e manuteno. Para a aplicao desta

    tcnica, trs aspectos em um sistema de gerenciamento de ativos devem ser observados.

    Dispositivos de campo inteligentes: so utilizados para se obter informaes

    de status de sua operao como tambm do processo;

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    52/77

    52

    Protocolo de comunicao: deve-se empregar um protocolo de comunicao

    que seja capaz de transmitir informao de qualquer fabricante de

    dispositivo de campo;

    Softwareon-line: trata-se de um softwarededicado que fornece ferramentas

    necessrias anlise e exibio de informaes vindas de diversos

    dispositivos de campo para ajudar a equipe de operao e manuteno

    (BAIO).

    Os sistemas fieldbus disponibilizam ferramentas para gerenciamento de ativos que

    cobrem pequenas reas com baixo volume de informao, como estgios reduzidos de

    processos ou plantas pilotos. Por isso, aliado s modernas tecnologias de comunicao

    industrial em rede, para aplicaes extensivas devem ser empregados softwares

    dedicados operando em modo stand-alone, possivelmente em conjunto com sistemas

    supervisrios.

    As modernas tecnologias de gerenciamento de ativos possibilitam a realizao de

    calibraes on-line, ajustes de range, caractersticas construtivas de dispositivos e

    estatsticas operacionais de cada um deles. Adicionalmente, rotinas de auto-diagnstico

    geram rotinas de verificao automtica e informam ao sistema se a informao

    fornecida por um dado dispositivo confivel ou no. A integrao destas informaes

    amplamente facilitada pelas tecnologias fieldbus, medida que dados no formato deblocos, como utilizado em FF e profibus (que fornecem informaes atravs de seus

    blocos de recursos e de transdutor) tornam possvel a transferncia de informaes

    complexas pela rede. Utilizando-se defieldbuses, pode-se obter disponibilidade de todas

    as informaes dos ativos a partir dos servidores. Com tcnicas obsoletas, estas

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    53/77

    53

    informaes, alm da configurao de parmetros como range, deveriam ser colhidas

    manualmente no prprio instrumento e com dispositivos auxiliares, muitas das vezes,

    prprios do fabricante de cada equipamento.

    A manuteno de uma planta pode ser realizada, basicamente, de quatro formas, a

    saber:

    Manuteno corretiva/reativa

    A manuteno corretiva/reativa realizada quando da deteco de falha em

    dispositivos. Pode apresentar riscos maiores ao processo, a planta pode no

    ser segura quando o dispositivo no opera de forma correta.

    Um dispositivo em falha pode causar paradas indesejadas na produo

    podendo, at mesmo, reduzir a qualidade do produto final. O uso de

    fieldbusespode ser til neste tipo de manuteno, pois possibilita correes

    mais velozes e eficazes e insero/remoo a quente de dispositivos

    (BERGE).

    Manuteno preventiva

    executada com paradas na planta produtiva, dada a necessidade ou no de

    manuteno nos equipamentos. No muito eficiente, pois produz paradas

    produtivas que podem ser desnecessrias e aumenta o tempo das mesmas.

    Ainda assim, o uso de fieldbuses pode reduzir este tempo e melhorar as

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    54/77

    54

    caractersticas do servio, uma vez que so armazenados dados de

    calibraes recentes ou intervenes para servios no campo (BERGE).

    Manuteno preditiva

    Tambm desempenhada periodicamente, necessitando ou no de

    manuteno nos equipamentos. Entretanto, o intervalo de servio

    otimizado utilizando-se taxas de falha e estatsticas reunidas de cada tipo de

    dispositivo, por longos perodos de funcionamento. Ainda h certo

    desperdcio de recursos, embora menor quando comparado aos esquemas de

    manuteno corretiva e preventiva. O uso de fieldbuses pode ser til

    medida que a deteco de falhas executada de forma mais precisa quando

    da falha de dispositivos, aliada deteco de desvios sobre padres de

    desempenho registrados pelo sistema (BERGE).

    Manuteno pr-ativa

    O esquema de manuteno pr-ativa voltado para os equipamentos que

    realmente necessitam de interveno, minimizando, entretanto, intervenes

    crticas no processo e priorizando-se a correo de defeitos antes que os

    mesmos ocorram, possibilitando melhor programao para execuo destas

    atividades. Assim, so evitadas as aes em dispositivos que no necessitem

    de correes.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    55/77

    55

    As tecnologias fieldbus adicionalmente aos diagnsticos monitoram

    continuamente erros que podem levar a falhas, como desgaste de

    componentes, fadigas, depreciao e exposio a condies extremas de

    ambiente, alm do nmero de operaes j realizadas pelo dispositivo

    cruzada com sua vida til estimada. Assim, possibilita-se a previso de

    falhas sem a necessidade de coleta manual de dados e subseqente insero

    no sistema (BERGE).

    Diagnsticos avanados

    Os diagnsticos fornecidos ao sistema de controle pelos instrumentos

    inteligentes dividem-se em duas categorias: diagnstico interno da

    eletrnica do instrumento e diagnstico interno do software de

    Gerenciamento de Ativos. Desta forma, o sistema de diagnsticos, em geral,

    funciona a partir do aprendizado por parte do software utilizado que detecta

    a decorrncia de alguma situao atpica (figura 24). Como exemplo, pode-

    se citar o entupimento de uma das vias de uma vlvula, onde um rudo

    caracterstico de uma vlvula operando em condies normais registrado e

    comparado caso o sistema detecte alguma anormalidade em sua operao. O

    entupimento da via causa uma sensvel alterao do rudo proveniente da

    vlvula, e este defeito prontamente detectado e informado s equipes de

    operao e manuteno para os procedimentos cabveis.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    56/77

    56

    Figura 24 - Tela do softwarefieldcare, dedicado a gerenciamento de ativosFonte: Endress+Hausser, 2009

    Como se pode perceber a forma de planejar e executar a manuteno traz

    um grande impacto no rendimento da planta, dependendo do tipo de

    manuteno aplicada pode-se evitar paradas indesejadas e perdas

    indesejadas na produo.

    No captulo a seguir analisa-se o estudo de viabilidade de uma planta fieldbus

    foundation.

    4. ESTUDO DE VIABILIDADE PROJETOFIELDBUS

    O estudo a seguir faz uma anlise aprofundada do ciclo de vida do projeto/planta,

    relacionando os custos de sua implementao juntamente com o valor agregado da

    mesma.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    57/77

    57

    4.1. INTRODUO

    Segue abaixo, na tabela 01, as premissas que utilizaremos nesse capitulo.

    Total Custo Instalado (TIC) + Total Custo Operacional (TOC) = Total Custo Ciclo de Vida (TLC)Total Valor Instalado (TIV) + Total Valor Operacional (TOV) = Total Valor Ciclo de Vida (TLV)

    Valor = Benefcios Custos

    Tabela 01: Referncia

    Onde:

    TIV - total valor instalado: o valor total da automao incluindo compra,

    instalao, interligao, engenharia e comissionamento. O uso do fieldbus

    foundation acarretar na reduo da interligao, terminao, diagrama de

    malhas e comissionamento, comparando-se com a instrumentao

    convencional (4-20mA).

    TOV - total valor operacional: o valor total da operao e manuteno

    relativa automatizao depois do comissionamento. O uso de instrumentos

    inteligentes permite mudar as prticas de manuteno de preventivo para

    pr-ativa. Reduo de intervenes e paradas planejadas reduzir os

    custos da manuteno atravs de informaes obtidas dos dispositivos

    inteligentes, permitindo a otimizao da planta.

    Valor = benefcios custos: o valor dos benefcios so obtidos atravs da

    instalao de instrumentos inteligente, utilizando-se a comunicao digital,

    permitindo desta forma a utilizao de informaes valiosas para otimizar a

    operao e ao mesmo tempo conseguir reduzir os custos de manuteno.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    58/77

    58

    O objetivo deste estudo o de identificar oportunidades para redues de custos em

    Gastos de Capital (CAPEX) e em lucros adicionais nos Gastos Operacionais (OPEX).

    Os diversos elementos associados engenharia de projeto, comissionamento e ps-

    partida (manuteno e operao) sero analisados a seguir para determinar as economias

    de capital e de execuo do projeto.

    Uma das medies primrias de desempenho a efetividade geral dos equipamentos

    (OEE). Este ndice a disponibilidade da planta multiplicada pela capacidade da planta

    multiplicada pela qualidade do produto. A nfase na melhoria da OEE significa uma

    boa utilizao dos recursos. A boa utilizao dos recursos significa um melhor retorno

    do investimento. Poder dispor de dispositivos inteligentes de campo com alertas

    preditivos significa uma ajuda na garantia da disponibilidade e da capacidade desta

    planta. Esses alertas preditivos podem ser alarmes de aviso, manuteno ou falha. Eles

    ajudam o operador a reagir de maneira adequada durante situaes anormais.

    Outro desafio a reduo do custo CAPEX. Uma pergunta que deve ser feita se o

    investimento em tecnologia preditiva vai aumentar a eficincia da operao da planta e

    vai reduzir os custos de manuteno e de mo de obra.

    Os benefcios do custo do ciclo de vida total com relao operao da planta so

    examinados em relao variabilidade do processo, manuteno do controle

    otimizado e implementao de estratgias de controle de processo avanadas onde

    apropriado. A utilizao de instrumentos de melhor qualidade para reduzir a

    variabilidade. A soluo de gerenciamento de ativos reduz o MTTR (tempo mdio entre

    reparos) associado aos instrumentos inteligentes de campo.

    O diagnstico remoto de gerenciamento de ativos reduz o nmero de vezes que o

    tcnico precisa ir ao campo. A segurana do pessoal aumenta medida em que diminui

    o tempo de trabalho em reas perigosas da planta. A manuteno reativa e preventiva

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    59/77

    59

    foi elevada a manuteno preditiva e proativa como resultado direto do diagnstico

    avanado dos dispositivos de campo

    4.1.1.Preos de referncia

    Segue abaixo, na tabela 02, os preos de referencia para os materiais auxiliares, que

    utilizaremos nesse capitulo.

    Item Descrio Detalhes Material Homen-horaU$/ft Mh/ft

    CabosCabo de Instrumenta o 1,0 mm2+Shield $0.16 or ft 0.02 Mh. or ftCabo de Instrumenta o 1 0 mm2 $0.12 or ft 0.02 Mh. or ft

    Termo ar ti o J Termo ar ti o J $1.00 or ft 0.02 Mh. or ft

    CabosInstr.

    Cabo - 1 terno 18 a. Anal ico ou Fieldbus 24 0.022 Mh. or ft.Cabo - 2 terno Anal ico ou Fieldbus 24 0.022 Mh. or ft.

    Cabo - 8 terno Anal ico ou Fieldbus 24 0.028 Mh. or ft.Cabo - 16 terno Anal ico ou Fieldbus 24 0.034 Mh. or ft.Cabo - 36 terno Anal ico ou Fieldbus 24 $4.72 or ft. 0.039 Mh. or ft.

    Cabo - 1 ar 18 a. Discreto 120 Vac 0.022 Mh. or ft.Cabo - 2 ar Discreto 120 Vac 0.022 Mh. or ft.Cabo - 8 ar Discreto 120 Vac 0.026 Mh. or ft.Cabo - 16 ar Discreto 120 Vac 0.030 Mh. or ft.Cabo - 36 par Discreto 120 Vac $3.51 por ft. 0.034 Mh. por ft.

    Eletroduto

    3/4 in. Eletroduto $1.83 or ft. .124 Mh. or ft1 in. Eletroduto $2.51 or ft. .134 Mh. or ft

    1 1/4 in. Eletroduto $3.21 or ft. .149 Mh. or ft1 1/2 in. Eletroduto $3.80 or ft. .159 Mh. or ft

    2 in. Eletroduto $4.94 or ft. .174 Mh. or ft3 in. Eletroduto $11.47 or ft. .19 Mh. or ft4 in. Eletroduto $17.70 or ft. .19 Mh. or ft.

    Eletroduto Flexvel (1/2) $ 20 por inst. .5 Mh. por inst.

    Bandeja

    4 in. Bande a $4.10 or ft. .03 Mh. or ft.6 in. Bande a $27.85 or ft. .345 Mh. or ft.12 in. Bande a $29.46 or ft. .355 Mh. or ft.24 in. Bande a $32.56 or ft. .365 Mh. or ft.

    Caixa Juno

    ComTerminais

    SemTerminais

    Caixa Jun o 36 in. X 36 in 460 $1.622 37 $800 00 12.7 Mh. or JBCaixa Jun o 22in. X 20 in. 150 term. $1.050,00 $650,00 8.4 Mh. or JBCaixa Jun o 18 in. X 14 in. 90 term. $426,11 $300,00 4.9 Mh. or JBCaixa Jun o 12 in. X 10 in. 30 term. $301 09 $240 00 3.44 Mh. or JBCaixa Juno 10 in. X 10 in. (din rail) $195,00 $145,00 1.50 Mh. por JB

    Fieldbus

    Condicionador MTL5995 $522 00 .2 Mh. or unitCondicionador Relcom Sim lex $785,00 .2 Mh. or unitCondicionador Relcom Redundant $1.570,00 .2 Mh. or unit

    Bloco de conexo 8 FCS-MB8 $350,00Terminador FCS-T $109,00Bloco de conexo

    protegido (8) FCS-MB8-SG $767,00

    Painel DeltaV comrearranjo $7.200

    Painel DeltaV semrearranjo (48 cartes + controlador) $5.470

    Alimentao DeviceNet $582 .2 Mh. por unit

    Tabela 02: Preos de referencia materiais auxiliares

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    60/77

    60

    Da mesma forma destacado acima, segue abaixo, na tabela 03, os preos de referencia

    dos instrumentos e sistema, que utilizaremos nesse capitulo.

    Item DescrioLista Transp

    orteTotal

    Sist. DescontoHomem-hora

    I/O Card Descont U

    Carto

    Analog In Board (8points) Hart $1.451 $166 $1.617 25% 1.213 .5 Mh por carto

    Analog Out Board (8oints Hart $1.608 $166 $1.774 25% 1.331 .5 Mh por carto

    Digital In Board (8oints 120 Vac $610 $166 $776 25% 582 .5 Mh por carto

    Digital Out Board (8oints 120 Vac $778 $166 $944 25% 708 .5 Mh por carto

    RTD I/O Board AI $1.451 $166 $1.617 25% 1.213 .5 Mh por carto

    T/C Board (8 points) T/C $2.072 $166 $2.238 25% 1.679 .5 Mh por carto

    H1 Interface Card DeltaV 2 port $4.109 $166 $4.275 25% 3.206 .5 Mh por carto

    DeviceNet Board 1 port $4.112 $166 $4.278 25% 3.209 .5 Mh por cartoController Redundancy

    SW DeltaV $1.712 incl. $1.712 25% 1.284 N/A

    Item DescrioLista

    -Projeto

    Inst.Desconto Inst.

    FieldbusPremiu

    mHomem-hora$

    Descont U$

    Transm.

    Rosemount 3051 HART 2590 25% 1943 2 Mh. or unidadeRosemount 3051 FF 2955 25% 2216 14% 2 Mh. or unidadeRosemount 3144 HART 1437 25% 1078 2 Mh. or unidadeRosemount 3244 FF 1751 25% 1313 22% 2 Mh. or unidadeRosemount 848T FF 3496 0% 3496 2 Mh.por unidade

    Item DescrioLista

    -Projeto

    Inst.Desconto Inst.

    FieldbusPremiu

    m

    Homem-hora

    $ Descont U$Vlvula Fisher DVC5010 HART 2940 15% 2499 2 Mh.por unidade

    Fisher DVC5010 FF 4216 15% 3584 43% 2 Mh.por unidadeOutros Termopar Type J 150 na 150 2 Mh.por unidade

    Dispositivo Discreto DI - Misc. 300 na 300 2 Mh.por unidadeMotor Motor AI 1000 na 1000 2 Mh.por unidade

    DeviceNet Rel inteligente 400 na 400 incl.

    Tabela 03: Preos de referncia para instrumentos e sistema

    4.1.2.TIV - total valor instalado

    Conforme mencionado anteriormente o TIV o valor total da automao incluindo

    compra, instalao, interligao, engenharia e comissionamento. Na tabela 04, encontra-

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    61/77

    61

    se descrito um caso real comparando a instrumentao convencional com fieldbus

    foundationutilizando um Sistema Integrado (SDCD com FF Nativo).

    Para se ter uma idia global do empreendimento, acrescenta-se na tabela alguns dados

    complementares, tais como, valor do homem-hora, comprimento dos segmentos, etc.,

    que serviro de base para o resultado final.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    62/77

    62

    I/OConvencional SDCD

    Clssico Clssico FoundationFieldbus

    DeviceNet Total

    AI 1250 50 50AI-FF 1500 1500

    AO 750 50 50AO-FF 800 800RTD 250 0 0

    RTD_FF 300 300T/C 120 0 0

    T/C-FF 150 150DI 420 100 100

    DI-DN 600 600DO 370 50 50

    DO-DN 550 550Motores (3DI/1DO) 100 10 120 520

    Motor AI's 120 0 135 135

    TOTAL 3680 260 2750 1405 4805

    Percentual de FF - Temperatura (T/C, RTD) usado para controle 40%

    Dados EngenhariaLimites Normal

    HH Engenharia 120 $/hr. - 100HH Tcnico 85 $/hr. - 65

    Console OperadorLimites Normal

    Operador 2 # - 1/1000 tags

    Dados do FieldbusFoundation

    Limites NormalCompr. Segmento 200 feet (1-6234) 700

    Dispositivos por Segmento 10 # (1-16) 10Conector spur Sim Sim ou No Sim

    Alimentao Redundante Sim Sim ou No NoCarto H1 redundante Sim Sim ou No No

    Redundncia Controlador Sim Sim ou No NoIncremento Engenharia 15,00% 10Fator Comissionamento 2,0 (1-7) 4

    848T usado 7T/C porunidade 7

    Dados do DeviceNet

    Compr. Segmento doMotor 50 feet

    Compr. Mdio do

    Segmento 100 feet (1-1640) 200Ns por Segmento 25 # (1-62) 30

    *Ns = 1 MCC, 16 DI, 8DO

    Tabela 04: Dados do projeto

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    63/77

    63

    Tendo como base as premissas destacadas anteriormente, consegue-se chegar nos

    seguintes resultados, destacados na tabela 05 e no grfico 01, lembrando que os valores

    negativos esto destacados em amarelo.

    Descrio Clssico Clssico + AMS SDCD (FF) U$Economia %Economia

    Dispositivos $5.734.413 $5.734.413 $8.403.380 -$2.668.968 -47%Interligao $7.347.449 $7.347.449 $3.606.343 $3.741.106 51%Terminao $697.680 $697.680 $386.619 $311.061 45%

    Painel $202.786 $202.786 $134.888 $67.898 33%Espao Fsico $44.381 $44.381 $16.451 $27.930 63%

    Controle/Alimentao $1.308.372 $1.566.228 $2.455.304 -$1.146.933 -88%Conf. Engenharia $710.595 $771.345 $1.048.069 -$337.474 -47%Diagramas Malhas $391.000 $391.000 $165.134 $225.866 58%Comissionamento $1.196.000 $830.375 $827.938 $368.063 31%

    Total $17.632.675 $17.585.656 $17.044.126Total Economia

    TIV ($)- $47.019 $588.549 3%

    Tabela 05: Comparao dos Preos

    -$3.000.000

    -$2.000.000

    -$1.000.000

    $0

    $1.000.000

    $2.000.000

    $3.000.000

    $4.000.000

    EndD

    evices

    Wiring

    Termin

    ations

    Ca

    binets

    Floorspace

    Control/Power

    Engin

    eering

    Co

    nfig.

    LoopDrawings

    Commissioning

    Installed Cost Comparison (Classic vs. Smart Systems)

    Grfico 01 Comparao dos custos

    Analisando os resultados obtidos, consegue-se obter uma economia de 3% do custo total

    do empreendimento (compra, instalao, interligao, engenharia e comissionamento).

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    64/77

    64

    Explorando os nmeros, consegue-se observar que apesar do custo maior na compra dos

    dispositivos inteligentes, a grande economia obtida atravs da facilidade de

    interligao que gera uma reduo dos cabos, tendo tambm uma reduo significativa

    na documentao, no comissionamento e consequentemente nas horas de engenharia.

    No prximo capitulo analisado o outro lado, ou seja, os benefcios aps a partida da

    planta.

    4.1.3.TOV - total valor operacional

    Conforme mencionado anteriormente o TOV o valor total da operao e manuteno

    relativa automatizao depois do comissionamento, ou seja, depois da partida da

    planta. Na tabela 06 so apresentadas algumas premissas para analisarmos os custos da

    manuteno e operao utilizando o SDCD (FF).

    Dados Engenharia QTD. Unidade ObservaoTransmissores (Clssico) 50 - -

    Transmissores (FF) 1800 - -

    Vlvulas (Classic) 50 - -

    Vlvulas (FF) 800 - 70% de ControleMotores 120 - -

    Outros Discretos 1150 - -HH Tcnico 85 $/hr. -

    Ciclo de Vida da Planta 25 Anos

    Valor da Capacidade da Planta 12130 $/hour p/ 100% eficincia ($)

    Valor do Produto 1200 $/hour p/ 1% perda de eficincia

    Taxa de desconto do investimento 12% - -

    Tabela 06: Custo operacional

    Valor da manuteno:

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    65/77

    65

    Tendo como base as premissas destacadas acima, consegue-se obter os seguintes

    resultados, destacados na tabela 07, tendo como foco a manuteno.

    Descrio Uma vez(U$) Valor Anual(U$)Configurao Engenharia

    1. Configurar Alarmes -38420

    Manuteno Corretiva/Reativa1. Eliminar trips desnecessrios 69360

    2. Trips Desperdiados 138723. Reconfigurao de dispositivos 33150

    Manuteno Preventiva1. Preventiva 94792

    Manuteno Proativa1. Recalibrao de dispositivo 18343

    2. Substituio de dispositivo 29613. Diagnostico Avanado de Vlvula 1088004. Rotinas de Calibrao Automtica 19227

    5. Auditoria de Alteraes 12818

    Outras Tecnologias Discretas1. Retirada do motor para manuteno preditiva 174672

    2. Registores de Tendncia de Temperatura para manuteno preventiva e paradas no planejadas. 1746723. Conhecendo as causas das falhas 72780

    4. Trip de motor antecipado 873365. Conhecendo as causas dos trips 72780

    Documentao e Outros1. Usando sintonia automtica para acompanhar o desempenho da malha 23800

    2. Reduo dos trabalhos de documentao 110500Subtotal Manuteno 1.089.863

    Tabela 07: Valor da manuteno

    Explorando os resultados consegue-se entender que o planejamento da manuteno

    e implementaes de praticas de manuteno inteligente melhora a disponibilidade

    e o controle otimizado por longos perodos, por isso, consegue-se obter uma

    economia de U$1.089.863,00 anual nas rotinas de manuteno, apesar de ter um

    gasto inicial maior de U$ 38.420,00 para a configurao do sistema.

    A seguir faz-se a mesma anlise, mas tendo como foco os custos operacionais da

    planta.

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    66/77

    66

    Valor operacional

    Tendo como base as premissas destacadas acima, consegue-se obter os seguintes

    resultados, destacados na tabela 08, tendo como foco a operao da planta.

    DescrioUma vez

    (U$)Valor Anual

    (U$)Produo Antecipada

    1. Comissionamento Rpido 1746720Produo e Qualidade da Planta

    1. Alerta de Vlvula permite paradas planejadas 242600

    2. Alerta que a tomada de impulso est bloqueada permite o reparo antes que o produtofique fora do padro. 212283. Alarme de temperatura do corpo do dispositivo de campo elimina hardware/fiao

    adicional. 1092004. Temp. do corpo do dispositivo usado como alerta do comprometimento de dados. 62400

    5. Bad PV alert permite para controle alternativo par prevenir shutdown. 2160006. Usar Inspecionar para reduzir a variabilidade de alta performance em loop. 96000

    Controle Avanado1a. Usar Neural Nettecnologia para criar sensores virtuais 400001b. Usar Neural Nettecnologia para criar sensores virtuais 480000

    2. Usar Fuzzy Logicpara melhorar controle de malhas complexas. 4800003. Usar Multivariable Predictive Control(MPC) para otimizacao de malhas 960000

    Subtotal de Operao 1895920 2.558.228

    Tabela 08: Valor de operao da planta

    Explorando os resultados consegue-se obter uma economia de U$ 4.454.148,00

    anual nas rotinas operacionais. Destaca-se tambm que neste caso consegue-se uma

    economia inicial de U$ 1.895.920,00 e o restante da economia (U$ 2.558.228,00)

    obtida atravs da rotina operacional anual da planta.

    Concluso Final

  • 7/25/2019 Desafios de Projetos Fieldbus Foundation

    67/77

    67

    Na tabela 09 representa-se os resultados finais obtidos, considerando que o ciclo de

    vida da planta de 25 anos, chega-se numa economia total de U$93.059.773,00.

    Mas como o dinheiro tem valor com o tempo, considerando uma taxa de 12% ao

    ano durante os 25 anos, chegamos numa economia real de U$32.045.983,00

    Resumo de Valores