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DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS NO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE SERVIÇOS E SISTEMAS DE PESSOAL (MASP) NO GOVERNO DE MINAS GERAIS MODALIDADE: GESTÃO DE PESSOAS Irina Berbert Vidal Inácio Coelho Isabela Gontijo Tolentino Raphaela Hytomi Aihara Pianchão Tadeu Geraldo Miranda de Resende

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DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA:

TÉCNICAS UTILIZADAS NO PROJETO DE

MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE

SERVIÇOS E SISTEMAS DE PESSOAL

(MASP) NO GOVERNO DE MINAS GERAIS

MODALIDADE: GESTÃO DE PESSOAS

Irina Berbert Vidal Inácio Coelho Isabela Gontijo Tolentino

Raphaela Hytomi Aihara Pianchão Tadeu Geraldo Miranda de Resende

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BC GP/03 Banco do Conhecimento

DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS NO PROJETO DE MODERNIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE

SERVIÇOS E SISTEMAS DE PESSOAL (MASP) NO GOVERNO DE MINAS GERAIS

Isidro-Filho

Irina Berbert Vidal Inácio Coelho Isabela Gontijo Tolentino

Raphaela Hytomi Aihara Pianchão Tadeu Geraldo Miranda de Resende

RESUMO

O objetivo desse artigo é apresentar as estratégias e técnicas de Gestão da Mudança

que estão sendo utilizadas na implantação do Projeto de Modernização da

Administração de Serviços e Sistemas de Pessoal (MASP) no Governo de Minas

Gerais. O projeto MASP busca a melhoria dos serviços de RH, proporcionando maior

transparência e eficiência no processamento da vida funcional e concessão de

vantagens e benefícios ao servidor. Neste sentido, o projeto conta com redesenho dos

processos, saneamento de dados funcionais, recenseamento, implantação de sistema

integrado de gestão (SAP®) e desenvolvimento de novas tecnologias para suportar

processos mais modernos e rápidos, culminando em um novo modelo de gestão de

recursos humanos. Para garantir que todas as inovações propostas obtenham

sucesso ao final do projeto, a Gestão da Mudança é de crucial importância, sendo o

instrumento por meio do qual serão viabilizadas as transformações na cultura,

serviços, estruturas e sistemas envolvidos na gestão de recursos humanos do estado.

A estratégia de Gestão da Mudança para implantação do Projeto MASP se baseia em

quatro grandes dimensões: Impactos (levantamento e plano de mitigação), Liderança

(stakeholders e rede de mudanças), Comunicação (planejamento e execução do

plano de comunicação), e Capacitação (planejamento e execução do plano de

treinamento). Esta estratégia tem como principal desafio promover a mudança de

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cultura dos servidores envolvidos e afetados pelas diversas alterações, buscando

superar possíveis grupos de resistência para proporcionar um ambiente em que

mudanças ocorram de forma efetiva.

Palavras-chave: Recursos Humanos, Gestão da Mudança, Projeto MASP.

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1. INTRODUÇÃO

O Projeto “Modernização da Administração dos Serviços e Sistema de Pessoal”

– MASP, iniciado em 2012, tem como objetivo central promover a valorização do

servidor público estadual por meio da modernização da área e dos serviços de

Recursos Humanos aumentando a capacidade de inovação, a produtividade e a

qualidade dos serviços prestados pelo governo.

Em sua primeira fase, compreendida entre o final de 2012 e o início de 2014,

utilizando-se da contratação de uma consultoria especializada, foram realizados o

diagnóstico, mapeamento, proposição de melhorias, desenho e implantação de novos

processos administrativos para a área de administração de pessoal do governo do

Estado de Minas Gerais, com aplicação de modelo de inteligência de dados para as

informações que suportam a execução destes processos.

Estas entregas possibilitaram a configuração de um novo modelo de gestão da

vida funcional do servidor no Estado de Minas Gerais, que serviram como

direcionamento e base para o desenvolvimento das próximas ações: recenseamento

e digitalização das pastas funcionais dos servidores; implantação de novo sistema e

transformação da área de Recursos Humanos do Estado. As ações mencionadas

compreendem a fase atual do projeto que, para a sua realização, empregam uma

equipe de analistas da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, uma equipe

pertencente à PRODEMGE, empresa de tecnologia da informação do Governo de

Minas Gerais, uma equipe da Accenture, consultoria contratada como fiscalizadora do

projeto e uma equipe da ENGdB, consultoria responsável pela implantação da solução

de recursos humanos contratada, que utiliza a tecnologia SAP®; todos dedicados

exclusivamente ao Projeto.

Conforme edital do pregão eletrônico nº. 006/2014, por meio do qual foi licitada

a compra da solução de recursos humanos, a principal motivação para a realização

de uma alteração profunda no modelo de recursos humanos foi a seguinte:

Ao final da fase de diagnóstico de processos, pessoas e sistemas, os estudos apontaram não somente a necessidade de intervenções e melhorias pontuais nos processos, pessoas e sistemas da folha e da administração de pessoal, mas uma

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completa transformação em toda a cadeia de valor, na organização e no sistema de Recursos Humanos do Estado, que encontravam-se fragilizados por sistemas defasados, práticas e processos sem capacidade de agregar valor, pessoas com uma grande carência por capacitação adequada e uma organização departamental com zonas cinzentas[...] (MINAS GERAIS, 2014, p. 78).

Estima-se que a folha de pagamento do Governo de Minas Gerais contenha

atualmente 488.000servidores, dos quais 279.000 encontram-se ativos em exercício

nos 67 órgãos e entidades da Administração Direta e Indireta, e 209.000 são inativos.

Todos estes órgãos e servidores serão impactados com a implantação do projeto

MASP, visto a drástica alteração na lógica de serviços. Neste universo, cabe destacar

a necessidade de maior envolvimento dos 3.800profissionais de recursos humanos

que terão suas políticas, estratégias e operação totalmente alteradas pelo novo

modelo proposto.

Visto a magnitude das alterações propostas pelo projeto MASP, uma gestão da

mudança adequada é fundamental para o sucesso do projeto e muitos são os desafios

que se apresentam em virtude da complexidade do cenário, número de atores

envolvidos, dispersão geográfica, dentre outros fatores. Neste sentido, este artigo

buscará apresentar as estratégias desenhadas para condução dessas mudanças e as

soluções recomendadas pela literatura.

2. OBJETIVOS

O objetivo desse artigo é apresentar as estratégias e técnicas de Gestão da

Mudança utilizadas na implantação do Projeto de Modernização da Administração de

Serviços e Sistemas de Pessoal (MASP) no Governo de Minas Gerais.

Segundo levantamento realizado pela Subsecretaria de Gestão de Pessoas, os

servidores alocados nas áreas de recursos humanos estão distribuídos em cerca de

120 unidades, com maior concentração na estrutura da Secretaria de Estado de

Educação em suas 47 Superintendências Regionais. Estes profissionais encontram-

se dedicados à realização de atividades de atendimento e administração de pessoal,

como taxação de lançamentos na folha, atualização cadastral, aposentadoria, dentre

outros. Sua atuação ocorre basicamente em todos os processos, havendo uma

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divisão entre os que iniciam as atividades para atendimento à demanda e os que

atuam no decorrer do processo, completando as atividades necessárias até a sua

efetiva entrega.

Geograficamente, estes profissionais estão localizados principalmente no

interior do Estado de Minas Gerais, principalmente nas SREs (Superintendências

Regionais de Ensino), como informado no parágrafo acima, para o caso de

atendimento de professores, que respondem por grande parte da solicitação de

serviços de administração de recursos humanos – cerca de 66% dos servidores do

Estado são vinculados à Secretaria de Educação) e DRHs (Departamentos de

Recursos Humanos), com cerca de 300 servidor e sem exercício na Cidade

Administrativa Presidente Tancredo Neves, em Belo Horizonte, subordinados aos

órgãos e entidades ali localizados.

Com base nos números elencados acima é possível ter uma ideia da enorme

lista de atores envolvidos e impactados direta ou indiretamente pelo projeto, mas é

necessário apontar o grande fator de complexidade desta iniciativa, qual seja a falta

de padronização dos procedimentos adotados pelas unidades setoriais de recursos

humanos, a existência de normatizações divergentes, falta de alinhamento estratégico

entre os atores e alta rotatividade.

Também é relevante destacar que o Governo de Minas trabalha, neste

momento, com cerca de 30 sistemas e ferramentas que suportam as atividades

relacionadas à Gestão de Pessoas. Destes sistemas e ferramentas desenvolvidos de

forma central pela SEPLAG ou por demandas específicas dos demais órgãos e

entidades, muitos serão descartados e substituídos pelo Sistema Integrado Gestão de

Recursos Humanos – SIGRH, desenvolvido por meio da tecnologia SAP®.

Para atuar neste contexto tão complexo, a estratégia de Gestão da Mudança

para implantação do Projeto MASP se baseia em quatro grandes dimensões:

Impactos (levantamento e plano de mitigação), Liderança (stakeholders e rede de

mudanças), Comunicação (planejamento e execução do plano de comunicação), e

Capacitação (planejamento e execução do plano de treinamento). Esta estratégia tem

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como principal desafio promover a mudança de cultura dos servidores envolvidos e

afetados pelas diversas alterações, buscando superar possíveis grupos de resistência

para proporcionar um ambiente em que mudanças ocorram de forma efetiva.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste artigo é de natureza qualitativa, portanto, são

apresentados dados qualitativos coletados através de revisão bibliográfica e

documental.

Primeiramente foi feita uma pesquisa bibliográfica visando conferir ao trabalho

as bases teóricas necessárias para sua fundamentação. A pesquisa se dá por meio

do estudo das contribuições científicas a respeito de determinado assunto ou

fenômeno. Para esse estudo foi realizada a leitura de livros, dissertações, teses,

artigos publicados em revistas eletrônicas e artigos apresentados em encontros

acadêmicos (OLIVEIRA, 2002).

Já a pesquisa documental tem como característica o fato de a fonte da coleta

de dados estar restrita a documentos, escritos ou não, constituindo o que se denomina

de fontes primárias (MARCONI; LAKATOS, 2006). Dessa maneira, foram analisados

todos os materiais (textos, apresentações e planilhas) relativos à Gestão da Mudança

no Projeto MASP. A partir da pesquisa realizada e os dados e informações coletadas

apresenta-se a seguir o resultado desse trabalho.

4. REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo Chiavenato (2008), mudança pode ser definida como a passagem de

um estado para outro, alterando uma situação das mais diversas formas,

transformando-a. Sobre as constantes mudanças no cenário atual, o autor destaca:

O cenário mundial se caracteriza hoje por fortes e impactantes mudanças que influenciam a vida dos países, das organizações, das empresas e, principalmente, das pessoas. Na verdade, vivemos em uma sociedade em constante e rápida transformação. Hoje, ficar parado significa simplesmente ficar para trás, pois o ritmo da

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mudança se acelera a cada dia que passa e torna-se cada vez mais rápido e veloz. A razão e que o mundo dos negócios torna-se cada vez mais complexo e ganha a cada momento um maior número de atores e de variáveis que ingressam no torvelinho das mudanças (CHIAVENATO, 2008, p.5).

Entretanto, mudar nem sempre significa melhorar, principalmente se a

mudança, malconduzida, acaba levando a organização a encontrar-se em situação

pior do que a inicial após todos os esforços de transformação mostrarem-se

infrutíferos, consumindo recursos e minando a confiança das equipes. Este risco é

descrito por Kotter (2013) da seguinte forma:

Até agora, os principais esforços de mudança ajudaram algumas organizações a se adaptarem de forma significativa às condições de transformação, aprimoraram a posição competitiva de outras e prepararam algumas para um futuro melhor. Em muitas situações, porém, as melhorias foram decepcionantes e o quadro final, aterrador, com recursos desperdiçados e funcionários dispensados, apreensivos e frustrados. (KOTTER, 2013, p.5)

Apesar dos desafios de conduzir as mudanças de maneira efetiva, a verdade é

que as organizações não podem mais se furtar de fazê-lo, visto que o custo de

permanecer imutável pode ameaçar até mesmo a sobrevivência da organização em

um curto período de tempo, visto a velocidade de transformação dos contextos nos

quais estão inseridas.

Visando trazer maior assertividade ao processo de condução das mudanças,

desenvolveu-se extensa literatura sobre o seu gerenciamento, buscando prescrever

as melhores práticas, guiando o gestor para a sua condução. O termo gerenciamento

de mudanças, conforme o Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio

CBOK, pode ser definido como:

Abordagem estruturada para gerenciar aspectos de mudança relacionados a pessoas para alcançar os resultados desejados de negócio. É destinado a ajudar partes interessadas a aceitarem e adotarem mudanças em seu ambiente de trabalho. Isso geralmente envolve a realização formal de avaliações de impacto de mudança, desenvolvimento de planos individuais de ação, melhoria da comunicação e fornecimento de treinamento para reduzir a resistência. O resultado é que esses planos ajudam a alinhar mudanças à direção estratégica global da organização (ABPMP Brasil, 2013, p.424).

Para o sucesso da iniciativa de mudança, o guia ressalta a necessidade de

inclusão do fator humano da organização o mais cedo possível, visto que a ideia de

construção coletiva da mudança é mais favorável do que a imposição de um

especialista que determina a forma ideal de funcionamento do seu objeto de estudo.

Isso porque a última possibilidade tem como consequência a falta de entendimento

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das razões que motivaram a mudança e o caminho percorrido até a sua solução,

trazendo à tona resistências que podem gerar até a inviabilização da mudança como

um todo.

O Guia CBOK também ressalta que, para garantir o correto envolvimento das

pessoas no processo de mudança, o fator tempo deve ser considerado. Se pessoas

são levadas a processar muita informação desconhecida, entram automaticamente

em modo de resistência, mesmo que após algum tempo de reflexão venham a aceitar

a proposta. Somente por meio dessa aceitação é possível que as pessoas criem um

significado para a mudança, compreendendo suas motivações e possibilitando seu

engajamento na implementação, algo confirmado pela pesquisa realizada por Silva e

Vergara (2003) em cinco empresas do Rio de Janeiro com 75 empregados que

participaram de grandes mudanças nessas organizações:

Os 75 entrevistados de cinco empresas sediadas no Rio de Janeiro parecem dizer que a mudança organizacional não é para as pessoas, ao contrário do que muitos administradores e teóricos sobre a gestão de mudanças pensam, um “monstro aterrorizante” ao qual elas precisam resistir veementemente, a menos que consigam ser guiadas por um discurso que as ajude a racionalizar suas emoções. Ao contrário, é, entre outros aspectos, do direito de ter e expressar emoções que elas parecem extrair a possibilidade de construir significados (múltiplos!) para as mudanças e desse modo reconstituírem-se em meio ao processo. São 75 vozes que parecem dizer que, se por um lado não se pode esperar atingir um senso absolutamente comum, por outro a criação de sentido sobre a mudança está longe de ser um processo solitário, individual e isolado. É por meio da possibilidade de se situar no contexto organizacional e de compartilhar com os outros que o sentido se realiza e, ao se realizar, possibilita aos indivíduos sua constituição como sujeitos e atores conscientes e a reconstituição de suas identidades no contexto organizacional. (SILVA E VERGARA, 2003, p.20).

Para guiar o processo de mudança, pode-se utilizar o modelo Lewin-Schein,

esquematizado na figura abaixo.

Figura 1. Modelo Lewin-Schein: descongelamento, mudança e recongelamento.

Fonte: ABPMP Brasil, 2013, p. 260.

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O modelo Lewin-Schein baseia-se em três estágios: descongelamento, mudança

e recongelamento. Estes estágios, conforme descrição do Guia CBOK (2013),

consistem no seguinte:

Descongelamento: primeiro estágio no qual a motivação e a prontidão para

mudança devem ser criadas, utilizando ferramentas de comunicação e

buscando junto aos envolvidos a admissão de que algo não está

funcionando adequadamente.

Mudança: segundo estágio, no qual deve-se buscar uma nova forma de

realizar as atividades, por meio de treinamentos, identificação com

mentores, instrutores ou consultores para estruturar uma nova visão.

Recongelamento: terceiro e último estágio, no qual a mudança é

internalizada pelos indivíduos, integrando-se e estabelecendo uma nova

cultura organizacional.

É necessário destacar que quanto maior a mudança, maior a lista de pessoas

envolvidas e, portanto, a identificação de pessoas chave torna-se crucial para o

sucesso do processo de transformação. Essas pessoas são aquelas que detêm o

poder de alavancar ou impedir o andamento da transformação. Dentre o grupo de

pessoas chave selecionado, deve-se identificar quais são favoráveis à mudança,

quais são resistentes e veem a mudança como ameaça e quais são céticas a respeito

da mesma. Somente através da compreensão dos focos de resistência é possível

endereça-los e prover o tratamento necessário por meio de ações planejadas.

A identificação do sentimento das pessoas quanto à mudança torna-se

complicada quando, muitas vezes, este se encontra oculto e suas opiniões são

alteradas ao longo do processo pelas intervenções realizadas pela equipe de gestão

da mudança. Mesmo assim, selecionar pessoas chave e categorizá-las é essencial

para um bom planejamento da gestão da mudança, ainda que este deva conter uma

certa dose de flexibilidade para aderir à realidade das opiniões flutuantes dos

participantes.

Sobre as razões mais frequentes para resistência, o Guia CBOK elenca as

seguintes:

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• Perda de poder e controle;

• Sobrecarga com responsabilidades atuais;

• Falta de consciência sobre a necessidade de mudança;

• Incerteza sobre possuir as capacidades necessárias para o "TO-BE";

• Medo e dúvida;

• Possibilidade de demissões;

• Falta de confiança nos objetivos de mudança – prenúncio de demissões ou medo da mudança;

• Conforto com o estado atual;

• Percepção da iniciativa como trabalho extra que provavelmente não será implementado;

• Medo de que a nova forma será mais trabalhosa e que vai fracassar. (ABPMP Brasil, 2013, p. 264)

No processo de gestão de mudança, os gestores são de grande importância

para sua condução, endereçando as equipes sobre como as mudanças propostas irão

afetá-los diretamente. Aurélio Andrade descreve o comportamento esperado das

lideranças durante o processo de transformação da organização e os tipos de líderes

a serem envolvidos para uma iniciativa bem-sucedida da seguinte forma:

Líderes são pessoas que caminham a frente, genuinamente comprometidas com a mudança profunda. Esse comprometimento e demonstrado com ações. Por intermédio dos líderes, a mudança se propaga por formação de opinião e envolvimento das pessoas. Ha três tipos de líderes em organizações: líderes de linha, líderes executivos e líderes informais (ou de rede). Líderes de linha são aqueles que podem empreender experimentos significativos de mudança que possam trazer resultados para o negócio. Líderes executivos são os que podem apoiar os líderes de linha, desenvolvendo infraestruturas e liderando pelo exemplo. Porém, os líderes informais são os únicos que podem livremente mover-se pela organização identificando aqueles que estão genuinamente predispostos para a mudança. A autoridade do líder informal vem das suas convicções e da clareza das suas ideias. Esse entendimento vai de encontro ao modelo mental tradicional de que as mudanças devem começar no topo. A mudança se dá em todos os pontos do sistema “ao mesmo tempo”. Assim, esforços de mudança exigem o engajamento desses três tipos de liderança, e uma estratégia bem-sucedida passa por envolver a todos eles, cada um com um papel especifico. (ANDRADE, 2006, p. 348).

Também são apontados como grupos de suporte à mudança, a equipe de

Recursos Humanos e de Tecnologia da Informação, visto que o processo pode gerar

alterações em competências, estrutura e cultura organizacionais, assim como novos

sistemas podem ser colocados em produção.

A comunicação é uma ferramenta importante e um plano deve ser estabelecido

desde o princípio para atualização constante durante a mudança. Visto a diversidade

de atores envolvidos no processo de mudanças, a comunicação deve ser aberta e a

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linguagem utilizada deve será mais clara possível, evitando dubiedade na

interpretação.

Preocupação frequente no gerenciamento de mudanças, o tratamento de

impactos das alterações propostas deve ser planejado e executado corretamente,

evitando que possíveis consequências negativas venham a prejudicar a motivação e

prontidão dos envolvidos quanto à mudança promovida. As mudanças podem afetar

diferentes áreas da organização de forma intrincada e complexa e a habilidade da

equipe em rastrear os impactos e tratá-los de forma eficiente definirá o seu sucesso.

Para garantir que a mudança siga o rumo planejado e venha a conquistar os

objetivos traçados durante o seu planejamento, a ABPMP Brasil afirma ser necessário:

[...] medição, monitoramento e avaliação de desempenho devem ser implementados de acordo com o novo desenho de negócio, havendo o envolvimento dos gestores de negócio e colaboradores que serão monitorados. (ABPMP Brasil, 2013, p. 291).

Por fim, o Guia CBOK resume os principais pontos de atenção para o

gerenciamento da mudança no sumário abaixo.

Uma mudança bem gerenciada deve:

• Evocar benefícios tangíveis para o indivíduo e a organização

• Ter uma visão compartilhada e convincente

• Ter patrocinadores e líderes acessíveis e comprometidos

• Promover a participação das partes interessadas desde o início, de maneira frequente e ativa

• Construir um senso de propriedade e de prestação de contas

• Garantir comunicações efetivas integradas com sólidas práticas deGerenciamento de Projetos, especialmente em torno de riscos e problemas

• Oferecer suporte apropriado durante e após o projeto

• Assistir à operação após implementação até que a adoção e o desempenho tenham alcançado os níveis esperados.

(ABPMP Brasil, 2013, p.271).

5. SOBRE O PROJETO MASP

Adaptabilidade e evolução são, atualmente, regras para atingir ganhos de

eficiência em qualquer setor ou mercado. A realidade no setor público não é diferente.

A Administração Pública enfrenta rotineiramente novos desafios ligados,

principalmente, à quebra de paradigmas e modelos de gestão obsoletos,

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sedimentados na burocracia. Em Minas Gerais, o Modelo de Recursos Humanos (RH)

utilizado no poder executivo estadual passou a demonstrar sinais de ineficiência e

ineficácia nos últimos anos. Problemas como o esgotamento do processo de

aposentadoria dos servidores estaduais deflagraram a premente necessidade de

reestruturação do Modelo de Recursos Humanos do Estado diante das diversas e

crescentes demandas.

O modelo de Recursos Humanos vigente no estado apresenta uma grave

distorção na distribuição de tempo e recursos entre atividades transacionais e

estratégicas. Atualmente, a maior parte dos servidores da área de RH despende a

totalidade - ou quase totalidade - de sua jornada de trabalho com atividades manuais

e cartoriais, tais como: conferência de documentação, autuação de documentos,

arquivamento, entre outras. Devido a essa sobrecarga de atividades operacionais e a

ausência de sistemas de informação capazes de automatizar essas tarefas as

Políticas de Recursos Humanos passam a ficar em segundo plano.

Figura 2. Esforço despendido nas atividades de Recursos Humanos.

Fonte: Documentação Interna - Accenture.

Em meio a esse contexto, surge o Projeto de Modernização na Administração

dos Serviços e Sistemas de Pessoal (MASP) com a finalidade de recuperar a

capacidade da área de Recursos Humanos do estado em cumprir suas funções

essenciais e dar suporte à estratégia governamental. A primeira iniciativa do projeto

foi a realização de profundo diagnóstico da área de RH do estado perpassando

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pessoas e sistemas de pessoal. Essas iniciativas permitiram que problemas fossem

identificados com propriedade e soluções formuladas adequadamente, assim como

representado na Figura 2 abaixo.

Figura 3. Desafios e Soluções

Fonte: Documentação Interna - Accenture.

As soluções apresentadas, entretanto, partem de prerrogativas necessárias

para o início do funcionamento do Novo Modelo de Recursos Humanos do Projeto

MASP. Essas prerrogativas representadas por meio dos eixos de atuação do projeto,

suas iniciativas e benefícios esperados:

Tabela 1. Eixos de atuação, Iniciativas e benefícios.

Eixo de Atuação Iniciativa Benefícios

Revisão dos Processos de

Recursos Humanos

Redesenho e otimização de

processos de RH

Processos simplificados

Eliminação de atores intermediários no processo

Redução do tempo despendido na execução do processo

Saneamento de Dados

Conferência, correção e adequação dos dados

funcionais dos servidores públicos do

estado

Garantia de integridade e confiabilidade das informações geradas nos processos de gestão de pessoas.

Tomada de decisões mais assertivas.

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Recenseamento, Digitalização e

Identidade Funcional

Recadastramento, Digitalização das Pastas Funcionais e Criação de

um Documento de Identidade Funcional

Eliminação de “servidores fantasma”

Redução de custos de manutenção, manuseio e controle de arquivo ativo e transporte de documentos

Elevação da confiabilidade informacional

Substituição da Ferramenta de

Gestão de Pessoas

Implantação de sistema SAP®

Aumentar a capacidade analítica da área de gestão de pessoas

Automatizar atividades operacionais dos processos

Padronizar requisitos para realização dos processos

Fonte: Elaboração Própria.

Apresentados os problemas, soluções, prerrogativas (eixos de atuação) e os

benefícios esperados, torna-se possível prosseguir à apresentação da lógica de

funcionamento do Novo Modelo de RH do Projeto MASP. O modelo fundamenta-se

na ideia de separação entre execução e planejamento dentro da área de recursos

humanos no estado devido ao volume acentuado de demandas operacionais e

transacionais que ocupam os técnicos. Entretanto, preza-se pela sinergia de atuação

e comunicação entre a área de planejamento e a área de execução para que não se

apartem. Dessa forma, entende-se que os órgãos da administração pública de Minas

Gerais terão espaço reservado ao desenvolvimento de políticas de gestão de pessoas

alinhadas ao seu planejamento estratégico e, ao mesmo tempo, oferta de serviços de

RH de qualidade, tempestivos e coerentes.

Para que políticas e serviços sejam ofertados com qualidade e caminhando no

mesmo sentido, o modelo e as ferramentas são orientados para a formação de Células

Especialistas. Isso significa que dentro da estrutura de RH existem células (Setores,

diretorias, etc) especializadas em determinada área do negócio de RH do estado, o

que permite maior assertividade na condução de processos e visão sistêmica dos

técnicos.

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Figura 4. Principais componentes do Novo Modelo de RH.

Fonte: Elaboração Própria.

Contando com esses componentes principais e algumas unidades de suporte,

o modelo concebido transformará a estrutura e o funcionamento dos atuais

Departamentos de Recursos Humanos dos órgãos estatais. Cabe ressaltar que o

modelo MASP é Híbrido, ou seja, alguns órgãos serão migrados para o modelo de

maneira Centralizada enquanto outros permanecerão descentralizados. Isso

determina que:

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Órgãos Centralizados: Deixam de ter Núcleo de Serviços (NS) de RH

em sua estrutura interna. Os processos serão operacionalizados pelo

RH Central do Estado, a Subsecretaria de Gestão de Pessoas

(SUGESP) na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão

(SEPLAG).

Órgãos Descentralizados: Passam a contar com uma nova estrutura

de funcionamento do setor de recursos humanos, sendo divididos em

Núcleos de Serviços. Nessa configuração os órgãos permanecem

operacionalizando grande parte dos processos de RH e mantém

interlocução direta com a SUGESP.

A representação gráfica da estrutura da área de recursos humanos dos órgãos

no Modelo MASP está representada abaixo para Órgãos Centralizados e Órgãos

Descentralizados.

Figura 5. Modelo MASP para Órgãos Centralizados

Fonte: Elaboração Própria.

Percebe-se, no Modelo Centralizado, que há uma unidade denominada

Parceiro de RH (PRH). Esse setor constitui o RH residual que permanece no órgão

após a migração e é responsável pela formulação da estratégia de gestão de pessoas

do órgão. Todos os processos de serviços e políticas de gestão de pessoas,

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distribuídos entre as células especialistas, passam a ser executados pela SUGESP.

Além disso, existe a Assessoria de Suporte Jurídico (ASJ), unidade responsável por

processos jurídicos da área de gestão de pessoas (Processo Administrativo, por

exemplo) e por assessorar as células especialistas quanto à legislação.

Figura 6. Modelo MASP para Órgãos Descentralizados.

Fonte: Elaboração Própria.

A Estrutura MASP para órgãos descentralizados, como representado na Figura

5, replica a configuração da SUGESP no RH do órgão. As diferenças entre a estrutura

centralizada e descentralizada se concentram em:

Os processos executados pela Coordenadoria Especial de Gestão da

Folha de Pagamento de Pessoal – existente na SUGESP - são

desempenhados pelo Núcleo de Serviços de Processo de Pagamento

de Pessoal.

Alguns processos que atualmente já são executados de maneira

centralizada (ex: Aposentadoria) continuam sendo executados pela

SUGESP.

O Núcleo de Serviços do RH do Órgão possui interface direta com o NS

SUGESP, assim como o PRH possui interlocução direta com o NP

SUGESP.

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Essas premissas e reorganização das áreas de Recursos Humanos do poder

executivo de Minas Gerais viabilizam a implantação do Novo Modelo de RH com o

funcionamento do Sistema de Informação SAP® fazendo com que gaps de

competências sejam eliminados, atores intermediários sejam reduzidos, processos

sejam reconduzidos, automatizados e simplificados e que ganhos de eficiência e

redução de custos sejam alcançados. Para a realização da migração entre modelos

um grande trabalho de Gestão da Mudança (GM) tem se desenvolvido no âmbito do

Projeto MASP. O referencial teórico que alicerça a equipe de GM do projeto e as

técnicas utilizadas na condução desse processo serão apresentados nas próximas

seções desse trabalho.

6. GESTÃO DA MUDANÇA NO PROJETO MASP

O Projeto de Modernização na Administração dos Serviços e Sistemas de

Pessoal (MASP) possui alto quantitativo de pessoas e órgãos/entidades impactados,

o que faz com que a Gestão da Mudança durante a implantação se torne ainda mais

desafiadora e necessária.

São aproximadamente 488.000servidores na Folha de Pagamento -

279.000servidores ativos alocados em 67 órgãos e entidades da Administração Direta

e Indireta, e 209.000servidores inativos - que com a implantação da tecnologia SAP®

passarão a realizar solicitações de uma nova maneira, principalmente em função da

lógica de autosserviço. Além disso, aproximadamente 3.800profissionais de RH terão

sua rotina de trabalho modificada e precisarão ser treinados para realizar os

processos e operar o novo sistema.

Em função da grande complexidade do Projeto, são evidenciados muitos

desafios que só serão superados com uma estratégia de Gestão da Mudança baseada

nos seguintes pilares: mapeamento dos impactos organizacionais trazidos pela

implantação de um novo sistema de Gestão de RH; gestão de expectativas e

engajamento de pessoas chave; desenvolvimento de um plano de comunicação para

disseminar as principais mensagens e dar visibilidade às ações e benefícios da

Page 20: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

20

implantação; e planejamento dos treinamentos para os usuários finais de forma a

habilitá-los para operar a solução e demais soluções de apoio.

A estratégia de Gestão da Mudança utilizada no Projeto MASP se divide,

portanto, em quatro dimensões que serão tratadas neste artigo: Impactos, Liderança,

Comunicação e Capacitação.

7. IMPACTOS

Impactos Organizacionais podem ser caracterizados como mudanças

(positivas ou negativas) que um Projeto ou Programa trará para a organização, suas

pessoas ou na tecnologia utilizada. Consiste em um evento que precisa ser tratado

para não trazer risco ou problema para a organização, como pode ser visto na figura

7.

Figura 7. Impactos Organizacionais

Fonte: Documentação Interna - Accenture.

Para a realização do mapeamento e da análise dos impactos organizacionais

do Projeto MASP foi utilizada uma abordagem de três etapas:

Etapa 1 – Identificação e Classificação de Impactos: Impactos mapeados,

avaliados e classificados de acordo com a sua abrangência e criticidade;

Page 21: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

21

Etapa 2 – Criação do Plano de Mitigação: Definição de ações para cada um

dos impactos identificados. Estas têm o objetivo de reduzir o efeito do impacto. Um

Plano de Mitigação é criado com um responsável e uma data de conclusão para cada

atividade;

Etapa 3 – Execução e Monitoramento das Ações de Mitigação: O Plano de

Mitigação é colocado em prática e sua execução é monitorada. O plano deve ser

revisitado e atualizado sempre que necessário.

Com o objetivo de registrar e reunir os dados das três etapas do mapeamento

e análise dos impactos organizacionais foi elaborada uma Planilha de Impactos 1

abarcando as seguintes informações:

Dados do impacto: Identificação das informações referentes ao impacto

mapeado. Contém o cenário atual e o cenário Futuro garantindo o

histórico da atividade e como ele deverá ser executado após o término

do projeto.

Níveis de criticidade: Identificação de quanto o impacto mapeado irá

afetar o golive do projeto, podendo em casos mais críticos, ser um

impeditivo à implantação.

Ações de mitigação: Descrição de como o impacto será solucionado,

quais as ferramentas deverão ser utilizadas e quem será o responsável

por sua execução (usuário chave responsável pelo processo impactado).

A mitigação de um impacto poderá ser solucionada de maneiras simples,

como um comunicado ou um treinamento, por exemplo, ou de maneira

mais complexa, como a necessidade de um comitê de validação ou a

customização de um sistema.

Ações de acompanhamento: Análise de status dos impactos mapeados

e o andamento das atividades executadas para sua mitigação. É

importante que todas as etapas de acompanhamento sejam registradas

para que haja o controle do histórico de atividades.

1O detalhamento dessas informações da Planilha de Impactos pode ser consultado no Anexo I.

Page 22: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

22

7.1. LIDERANÇA

Conhecer as diferentes expectativas e graus de comprometimento das pessoas

chave de cada instituição do Governo de Minas Gerais é fundamental para o

entendimento das necessidades específicas de informação e ações de engajamento.

Para isso, desenvolveu-se o Mapeamento de Expectativas de Pessoas Chave2, que

se desdobra em quatro etapas: Definição de pessoas chave; Mapeamento do

Engajamento; Definição do plano de ação; e Execução do plano de ação.

Etapa 1 - Definição de pessoas chave: Criação de uma lista de pessoas chave,

junto com a liderança do Projeto. Nesta lista constam os nomes das pessoas que

podem influenciar nos resultados do Projeto e/ou são impactadas pela sua

implementação. O perfil das pessoas chave está evidenciado abaixo na tabela 2.

Tabela 2. Perfil das Pessoas Chave

Fonte: Documentação Interna -Accenture.

Etapa 2 - Mapeamento do engajamento: Análise da situação de cada pessoa

chave frente ao Projeto. São incluídas informações como: seu nível de influência no

sucesso do Projeto, quanto este impactará nas atividades do seu dia-a-dia, seu grau

de engajamento atual e o esperado ao longo do projeto. O mapeamento do grau de

engajamento é verificado através de entrevistas com as pessoas chave.

Para facilitar a identificação do nível de engajamento das pessoas chave com

o Projeto utiliza-se a curva de comprometimento abaixo:

2O detalhamento das informações da Planilha de Pessoas Chave pode ser visto no Anexo II.

Page 23: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

23

Figura 8. Curva de Comprometimento

Fonte: Documentação Interna -Accenture.

Etapa 3 – Definição do plano de ação: Elaboração de um plano de ação

específico para cada pessoa chave, de acordo com seu grau de comprometimento. O

objetivo é que todos tenham uma postura positiva frente ao projeto. A base para a

criação do plano é o Mapa de Pessoas Chave, criado no passo anterior.

Etapa 4 – Execução do plano de ação: Realização das atividades do plano de

ação proposto, garantindo o cumprimento dos prazos. É importante avaliar se as

ações tiveram a efetividade esperada e, quando aplicável, atualizar o plano de ação

com atividades novas/diferentes.

7.2. COMUNICAÇÃO

No Projeto de Implantação do novo sistema SAP®, a comunicação é

fundamental para superar os desafios e buscar apoio e sustentação à mudança.

Dessa maneira, para ter uma comunicação efetiva, foi proposta uma abordagem de

seis etapas bem delimitadas que visam entender as necessidades de cada público

impactado pelo Projeto.

Page 24: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

24

Figura 9. Estratégia de Comunicação

Fonte: Documentação Interna -Accenture.

A partir da definição da estratégia geral de comunicação (Etapa 1) seguem-se

as seguintes etapas:

Etapa 1 - Identificação do público alvo: Mapeamento do público que precisa ser

comunicado (órgãos e entidades, áreas centrais, servidores, etc.);

Etapa 2 - Identificação de canais e mensagens: Levantamento com os

órgãos/entidades dos canais de comunicação existentes e quais os mais indicados

para cada público mapeado;

Etapa 3 - Elaboração de mensagens e conteúdo: Definição de quais

mensagens deverão ser comunicadas para cada público e quando é o momento

correto;

Etapa 4 - Veiculação de comunicados: Realização das comunicações utilizando

os canais apropriados;

Page 25: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

25

Etapa 5 - Mensuração dos resultados: Realização de acompanhamento das

comunicações para torná-las ainda mais efetivas.

Dada a complexidade do Projeto MASP e o grande número de servidores

impactados foi criada uma rede de mudanças para facilitar e multiplicar as

comunicações acerca do projeto dentro dos órgãos e entidades. A rede de mudanças

conta com patrocinadores, facilitadores e força de trabalho, como pode ser visto na

figura a seguir.

Figura 10. Rede de Mudanças

Fonte: Documentação Interna -Accenture.

7.3. CAPACITAÇÃO

Na dimensão Capacitação temos as atividades de treinamento, que visam

capacitar as pessoas para os novos processos, sistemas e forma de atuar. Para

capacitar os usuários impactados pelo Projeto de Implantação do SIGRH, foi proposta

uma abordagem de 3 etapas: Planejamento, Preparação e Execução/Monitoramento:

Etapa 1 – Planejamento: Elaboração da estratégia de treinamento; identificação

das audiências e suas necessidades de treinamento (conteúdo); mapeamento de

multiplicadores; mapeamento de usuários finais; definição do formato dos

Page 26: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

26

treinamentos previstos; elaboração do currículo de treinamento (conteúdo, formato e

audiência).

Etapa 2 – Preparação: Elaboração da grade de treinamento; definição de

template para os treinamentos; preparação do material (apresentação, lista de

presença e avaliação de reação); organização da logística (reserva de salas e

equipamentos); divulgação da grade de treinamento para os multiplicadores e

usuários finais; e instrução dos multiplicadores.

Etapa 3 - Execução e Monitoramento: Execução dos treinamentos;

monitoramento da adesão dos usuários finais aos treinamentos; consolidação das

avaliações de reação dos usuários finais; e realização de ajustes nos treinamentos,

caso seja necessário.

O novo sistema de Gestão de RH abrange vários públicos e conteúdos; e para

alcançar todos esses públicos, diversos métodos de capacitação estão sendo

previstos: treinamentos presenciais realizados em sala de aula por instrutores

capacitados ou multiplicadores; treinamentos à distância realizados por

videoconferência indicados para conteúdo de baixa ou média complexidade e

audiência pulverizada; vídeos tutoriais gravados e disponibilizados online, ideal para

conteúdo de baixa complexidade ou média complexidade e audiência pulverizada; e

manuais/comunicados disponibilizados em versão escrita, que possibilitam consulta

posterior, ideais para conteúdo de alta complexidade (manuais) ou mensagens

rápidas (comunicados).

Além disso, é importante ressaltar que a estratégia de capacitação para a

Implantação do sistema será o treinamento de multiplicadores - colaboradores com

conhecimento do sistema que capacitarão os usuários finais, que são, por sua vez, os

servidores que utilizarão o sistema em suas atividades rotineiras.

Uma breve relação entre os públicos, conteúdos e tipos de treinamentos a

serem oferecidos pode ser vista na figura abaixo:

Page 27: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

27

Figura 11. Treinamentos previstos

Fonte: Documentação Interna -Accenture.

8. CONCLUSÕES

As técnicas em Gestão da Mudança no Projeto MASP estão em constante

transformação diante dos desafios que se estabelecem ao longo do tempo. Com base

no exposto, conclui-se que a estratégia desenhada para a realização da Gestão da

Mudança no Projeto MASP atende às recomendações gerais da literatura existente a

respeito do tópico e que os esforços são orientados e coordenados através de

ferramentas de GM.

Por estar inserido na esfera da Administração Pública, o Projeto MASP

passou e passa por diversas adaptações de acordo com as trocas de gestão política.

Ressalta-se que, para sucesso do projeto e alcance dos objetivos de todas as frentes

de trabalho, cabe aos vários atores envolvidos, notadamente patrocinadores, líderes

e equipes engajados na sua implantação garantir a realização da estratégia traçada,

efetuando ajustes conforme as necessidades se apresentem.

Page 28: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

28

Através das atividades de Gestão da Mudança apresentadas espera-se que

o Projeto MASP obtenha uma implantação bem orientada de forma que as áreas de

Recursos Humanos se sintam envolvidas e beneficiadas em suas atividades. Dessa

forma, os novos recursos e modelo desenvolvidos para a área de gestão de pessoas

terão suas potencialidades confirmadas e ampliadas tornando-se referência a ser

disseminada para outras esferas do Governo de Minas Gerais.

Page 29: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Aurélio, L. Pensamento sistemico: caderno de campo : o desafio da

mudanca sustentada nas organizacoes e na sociedade. Porto Alegre: Bookman,

2006.

ASHKENAS, Ron. Change management needs to change. Harvard Business

Review. 16 abr.2013. Disponível em:<https://hbr.org/2013/04/change-management-

needs-to-cha> Acesso em:11 de abril de 2016.

ASHKENAS, Ron; KHAN, Rizwan.You can’t delegate change management.

Harvard Business Review. 30 mai.2014. Disponível

em:<https://hbr.org/2014/05/you-cant-delegate-change-management#> Acesso em:

11 de abril de 2016.

ASSOCIATION OF BUSINESS PROCESS MANAGEMENT PROFESSIONALS

BRASIL.ABPMP BPM CBOK V3. Guia para o Gerenciamento de Processos de

Negócio Corpo Comum de Conhecimento. ABPMP Brasil, 2013.

CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudancasestao mexendo

com as empresas. 5ª ed.Barueri: Manole, 2008.

KOTTER, John P. Liderando mudanças: um plano de ação do mais notável

especialista em liderança nos negócios. Tradução: Afonso Celso da Cunha Serra.

Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

LAKATOS, E. M. & MARCONI, M. A. Metodologia científica. 4ª ed. São Paulo: Atlas.

305 p. 2006.

MINAS GERAIS, Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Edital de

Licitação – Modalidade: Pregão Eletrônico Nº 006/2014. Belo Horizonte. 2014.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisa,

TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson

Learning, 2002.

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SHEA, Gregory; SOLOMON, Cassie.Change management is bigger than

leadership. Harvard Business Review. 29 mar.2013. Disponível

em:<https://hbr.org/2013/03/change-management-is-bigger-th> Acesso em:11 de

abril de 2016.

SILVA, José Roberto Gomes da; VERGARA, Sylvia Constant. Organizações:

sentimentos, subjetividade e supostas resistências à mudança organizacional.

Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 43, n. 3, p. 10-21, jul/set.2003.

Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/rae/v43n3/v43n3a02.pdf> Acesso em: 11

abr.2016.

Page 31: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

31

ANEXO I

Identificação

239 24/07/2014 Modelo de RHAdministração de

PessoalFérias

Programação

Anual de Férias8.2.1

A documentação da programação das

férias regulamentares é feita através de

formulários que são enviados às

regionais dos órgãos pelas DRHs, para

que sejam realizados os preenchimentos

manuais da escala de férias. Após o

preenchimento, os formulários

preenchidos são enviados, via malote, à

DRH.

A Programação anual das

férias será documentada via

Portal RH.

Automatização do processo e

eliminação da necessidade de

impressão de documentos, bem

como do transporte dos

mesmos.

240 24/07/2014 Modelo de RHAdministração de

PessoalFérias

Programação

Anual de Férias8.2.1

Os formulários de escala de férias são

preenchidos e assinados pelos Gestores,

após acordo prévio com os servidores.

Os servidores efetuarão o

preenchimento da

Programação Anual de

Férias no Portal RH, com

base em acordo prévio com

o Gestor. Posteriormente, o

Gestor deverá autorizar

eletronicamente a

Programação de Férias.

Automatização do processo,

aumentando a eficiência do

mesmo.

# Data Cenário FuturoÁreas impactadasProcesso

ImpactadoSubProcesso Código Impacto / MelhoriaFrente Cenário Atual

Menu

Voltar AvançarGestão da Mudança Projeto Impantação Novo Modelo de Gestão de PessoasMatriz de Impactos

Page 32: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

32

Organizaciona

lProcessos Sistemas Pessoas

X X X X A - AltoProcedime

nto

O impacto mapeado está

relacionado aos Papéis e

Responsabilidades e pessoas do

projeto. Neste âmbito são

sugeridas ações de

Comunicação, Mudança de

Responsabilidade e

Treinamento.Relacionado ao

sistema, o impacto mapeado

exige ações de

Desenvolvimento. O impacto é

também relacionado ao tema

processos, desta forma, ações

de Criação de Documentos de

Suporte são importantes para a

mitigação do impacto.

1. Definição da ação de comunicação adequada à

mitigação do impacto mapeado, podendo ser via email

ou presencial, seguindo as comunicações planejadas já

definidas.

2. Elaboração do conteúdo de treinamento específico

do módulo HCM ou necessário para a implantação. O

público alvo será o atingido pelo impacto. Para cada

treinamento esá previsto o envio de convite, definição

e acompanhamento da logística de treinamento e

companhamento das avaliações de reação e retenção

de conhecimento.

3. Definição dos responsáveis pela elaboração,

execução e controle da atividade de acordo com as

definições propostas no Novo Modelo.

4. Desenvolvimento de todas as definições e

documentações necessárias, relacionadas ao impacto,

para a implantação do módulo HCM.

5. Elaboração e validação do(s) documento(s) de

suporte necessários ao cenário futuro.

TBD TBDNão

iniciado

X X X A - AltoProcedime

nto

O impacto mapeado está

relacionado aos Papéis e

Responsabilidades e pessoas do

projeto. Neste âmbito são

sugeridas ações de

Comunicação, Mudança de

Responsabilidade e

Treinamento.Relacionado ao

sistema, o impacto mapeado

exige ações de

Desenvolvimento.

1. Definição da ação de comunicação adequada à

mitigação do impacto mapeado, podendo ser via email

ou presencial, seguindo as comunicações planejadas já

definidas.

2. Elaboração do conteúdo de treinamento específico

do módulo HCM ou necessário para a implantação. O

público alvo será o atingido pelo impacto. Para cada

treinamento esá previsto o envio de convite, definição

e acompanhamento da logística de treinamento e

companhamento das avaliações de reação e retenção

de conhecimento.

3. Definição dos responsáveis pela elaboração,

execução e controle da atividade de acordo com as

definições propostas no Novo Modelo.

4. Desenvolvimento de todas as definições e

documentações necessárias, relacionadas ao impacto,

para a implantação do módulo HCM.

TBD TBDNão

iniciado

Data de

conclusão

prevista

Responsá

vel

Forma de

mitigação*

Nível de

Criticidade

Tipo de Impacto

Detalhamento da Ação de MitigaçãoAção sugerida para mitigação

Mitigação

Data de

conclusão

realizada

Acompanhamento

Status

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33

ANEXO II

#Parte

interessadaEmail

Instituição/E

mpresaPapel no Governo Localização

Impacto que o

projeto terá

sobre ele

Influência que

a parte tem

sobre o

Interesse /

Envolvimento

Nível de

Influência

1

SEPLAG Secretaria de

Planejamento e

Gestão

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Comprometido

Alto

2

SEE SECRETARIA DE

ESTADO DE

EDUCACAO

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Neutro

Alto

3

SEGOV SECRETARIA DE

ESTADO DE

GOVERNO

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Neutro

Alto

4

SEDS SECRETARIA DE

ESTADO DE

TRABALHO E

DESENVOLVIMENTO

SOCIAL

BELO HORIZONTE

- CA

Baixo Alto Neutro

Alto

5

SEC SECRETARIA DE

ESTADO DA

CULTURA

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Neutro

Alto

6

SES SECRETARIA DE

ESTADO DE SAÚDE

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Neutro

Alto

7

SEF SECRETARIA DE

ESTADO DA

FAZENDA

BELO HORIZONTE

- CA Baixo Alto Neutro

Alto

Projeto Masp - Implantação do Novo Modelo de Gestão de PessoasMatriz de Stakeholders

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34

Papel no Projeto

AS IS

Papel no Projeto

TO BE

Ações para aumentar o

engajamentoFrequencia Data das ações Responsável Status

Com

itê

Exec

uti

vR

eun

ião

de

Reu

niã

o

de

Kic

k o

ff

Imp

anta

Kic

k-o

ff

On

da1

Kic

k-o

ff

On

da

2K

ick-

off

On

da3

Kic

k-o

ff

On

da4

Kic

k-o

ff

On

da5

PATROCINADOR PATROCINADOR

Reunião Comitê Estratégico Mensal TBD TBD Não Iniciado x

PATROCINADOR PATROCINADORReunião para Levantamento

de ExpectativasÚnico TBD TBD Não Iniciado

PATROCINADOR PATROCINADORReunião para Levantamento

de ExpectativasÚnico TBD TBD Não Iniciado

PATROCINADOR PATROCINADOR

Reunião para Levantamento

de Expectativas

Único TBD TBD Não Iniciado

PATROCINADOR PATROCINADORReunião para Levantamento

de ExpectativasÚnico TBD TBD Não Iniciado

PATROCINADOR PATROCINADORReunião para Levantamento

de ExpectativasÚnico TBD TBD Não Iniciado

PATROCINADOR PATROCINADORReunião para Levantamento

de ExpectativasÚnico TBD TBD Não Iniciado

Reuniões do ProjetoEngajamentoPapel no Projeto

Page 35: DESAFIOS EM GESTÃO DA MUDANÇA: TÉCNICAS UTILIZADAS …

35

_____________________________________________________________

AUTORIA

Irina Berbert Vidal Inácio Coelho – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

Endereço eletrônico: [email protected]

Telefone: (31)3915-0672

Isabela Gontijo Tolentino – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

Endereço eletrônico: [email protected]

Telefone: (31)3916-9901

Raphaela Hytomi Aihara Pianchão – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

Endereço eletrônico: [email protected]

Telefone: (31)3916-9901

Tadeu Geraldo Miranda de Resende Barros – Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais

Endereço eletrônico: [email protected]

Telefone: (31)3916-0840