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Desastres Ambientais e suas Interfaces com o Sistema de Gestão de Recursos Hídricos Carlos André B. Mendes IPH/UFRGS, SENGE/RS, CREA/RS [email protected] 18/Agosto/2016

Desastres Ambientais e suas Interfaces com o Sistema de ... · Impactos sobre a Segurança e Saúde das Pessoas Fontes de risco ... Atlas de Vulnerabilidade a Inundações •Alto

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Desastres Ambientais e suas Interfaces com o Sistema de Gestão de Recursos Hídricos

Carlos André B. Mendes

IPH/UFRGS, SENGE/RS, CREA/RS

[email protected]

18/Agosto/2016

CO2 Atmosférico no Observatório Mauna Loa

PA

RT

ES

P

OR

M

ILH

ÃO

TE

MP

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UR

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AN

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A

GL

OB

AL

C)

CO

NC

EN

TR

ÃO

D

E

CO

2(p

pm

)

Temperatura

Concentração

de CO2

Fonte: Marcott et al., Science, 03/2013)

TE

MP

ER

AT

UR

A

AN

ÔM

AL

A (

ºC)

1961 -

1990

Fonte: Marcott et al., Science, 03/2013

Te

mp

era

tura

an

ôm

ala

(°C

)

AQUECIMENTO GLOBAL

PRIMEIRA VEZ

NA HISTÓRIA

Furacão

Catarina,

2004

https://svs.gsfc.nasa.gov/4252

Ver filme

• http://www.francetvinfo.fr/replay-jt/france-2/20-heures/jt-de-20h-du-lundi-5-octobre-2015_1103943.html

http://www.crea-rs.org.br/site/arquivo/revistas/revista_120_cr_105.pdf

Sentimentos com a situção

Necessidades da adm. Pública

Aptidão Moral

Aptidão Técnica

Vontade

• Adaptação

• Comprometimento

• Dedicação

• Compreensão

Necessidades da adm. Pública

Necessidades de um casamento

A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbicepara a adoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco.

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012. -

Art. 2o - § 2o

18

Modelo genérico de determinação dos RISCOS

CONSEQUÊNCIASEVENTO

Inundação

O que pode acontecer?

Como pode acontecer?

(explicações)

Impactos sobre a Segurança e

Saúde das Pessoas

Fontes de risco

(Baseado na ISO 31000:2009 + Diagrama de Ishikawa)

fatores de risco

EFEITOSCAUSAS

Causas “Físicas” Incontroláveis Medidas Adaptativas

Causas “Sociais” Controláveis Medidas de Comando

Modelo para Controle de Riscos Diagrama “gravata borboleta”

EVENTO

Causa 1

Causa 2

Causa 3

Fontes de risco

Consequência 1

Consequência 2

Consequência 3

Consequência 4

Controles de prevenção

Controles de mitigação e recuperação

(IEC/ISO 31010:2009)

Defesa

Civil

Nossa

Proposta

Alta vulnerabilidade

Média vulnerabilidade

Baixa Vulnerabilidade

Alta vulnerabilidade

Média vulnerabilidade

Baixa Vulnerabilidade

Alta vulnerabilidade

Média vulnerabilidade

Baixa Vulnerabilidade

Risco= Prob. X Dano

Critérios do Atlas de vulnerabilidade a inundação

Atlas de Vulnerabilidade a Inundações

• Trechos inundáveis:

– Ocorrência de inundações em n anos

• Alta: ocorrem cheias a cada 5 anos;

• Média: ocorrem cheias a cada 10 anos;

• Baixa: somente ocorrem cheias em intervalos superiores a 10 anos.

baixamédia

alta

Tempo

Oco

rrên

cia

s

≤ 5 anos

entre 5 e 10 anos

> 10 anosP = prob. de ocorrência

• Trechos inundáveis:

– Estimativa dos impactos sociais e econômicos decorrentes das inundações:

• D-Danos à vida ou à propriedade e interrupção dos serviços públicos

Atlas de Vulnerabilidade a Inundações

• Alto risco de dano à vida humana e danos significativos a os essenciais, instalações e obras de infraestrutura públicas e residências

Alto

• Danos razoáveis a serviços essenciais, instalações e obras de infraestrutura públicas e residênciasMédio

• Danos localizados Baixo

Prob.

Estrutura TR (anos)

Bueiros de estradas pouco movimentadas 5 a 10

Bueiros de estradas muito movimentadas 50 a 100

Pontes 50 a 100

Diques de proteção de cidades 50 a 200

Drenagem pluvial 2 a 10

Grandes barragens (vertedor) 10 mil

Pequenas barragens 100

Ocupação da área TR (anos)

Residencial 2

Comercial 5

Áreas com edifícios de serviço público 5

Artérias de trafego 5 a 10

Los Angels tem uma chuva média anual de 400 mm (por ano e só

chove 35 dias por ano, na média) 1/100

enquanto Porto Alegre chega a 1400 mm/ano. 1/10 a 1/25

É uma escolha técnica !!!!!!

Dano

Dano

Nível d água da

última inundação

Dano

Dano

Dano

Dano

Dano

Inundação entre

3,10m e 3,20m

R$ 11,5 bilhões.

Fonte: Reinaldo Haas - UFSC

Cheia de 1983

Vale do Itajaí

Prejuízos causados por cheias

A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbicepara a adoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco.

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012. -

Art. 2o - § 2o

Voo em 22/JUL/2015

Projeto VerdeSinos

ComiteSinos

Exposure Exposure

ADAPTATION

Desastres naturais fenômenos políticos

Dignidade Humana (Princípios Art. 1 CF/88)

Da Política Urbana (Cap. II - Arts 182 e 183 CF/88)

Saneamento Ambiental

Regularização Fundiária

Infraestrutura

*saneamento

Uso do solo

*habitaçãobacia

população

Estado

economia

Ocupação irregular

Carências(demandas)

Investimentos paliativos

Atração

FO

CO

RE

SS

AM

EA

RRegularização

fundiária,

Licenciamento

ambiental

adoção da bacia hidrográficacomo unidade de análise das ações de prevenção de desastres relacionados a corpos d’água;

LEI Nº 12.608, DE 10 DE ABRIL DE 2012. -

Art. 4o - Inciso IV

Aspectos de interesse prático p/

política de Recursos Hídricos.

1.Uso dos recursos hídricos

2.Proteção contra os recursos

hídricos

3. Proteção dos recursos

hídricos

Bacia

P ET

I Ac

Transfere Oferta de

água

Energia

PolíticasInstrumentos

AdministraçãoEconomia

Demanda

de água

Agricultura

PolíticasInstrumentos

AdministraçãoEconomia

Demanda

de água

Turismo e Lazer Demanda

Navegação Demanda

Industria (mineração,

reflorestamento, etc.)Demanda

Manutenção de

ecossistemas aquáticos.Demanda

Única

Fonte

Várias demandas =

CONFLITO DE USO

Políticas de Conservação

Bacia

P ET

I Ac

Transfere Oferta de

água

Energia

PolíticasInstrumentos

AdministraçãoEconomia

Demanda

de água

Agricultura

PolíticasInstrumentos

AdministraçãoEconomia

Demanda

de água

Turismo e Lazer Demanda

Navegação Demanda

Industria (mineração,

reflorestamento, etc.)Demanda

Manutenção de

ecossistemas aquáticos.Demanda

Única

Fonte

Várias demandas =

CONFLITO DE USO

Políticas de Conservação

O gerenciamento e o planejamento de sistemas derecursos hídricos deve considerar aspectos:

Hidrológicos

Ambientais

Econômicos

Políticos

Sociais

Essência do Problema Como tomar decisões acertadas a respeito de um campo caracterizado

por:

Complexidade

Incertezas de diversas naturezas

Existência de conflitos

Investimento de porte elevado

Necessidade de planejamento de longo prazo

Dinamismo ao longa da vida útil

Repercussões econômicas, sociais e ambientais significativas

Participação de grupos heterogêneos no processo decisório

Núcleo de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos IPH /UFRGS

Balanço de Recursos Hídricos

Demanda

• Aumentando em todos os setores

• Uso ineficiente

Oferta• Quantidade (Escassez Natural,

Exploração sem controle de Águas

Subterrâneas)

• Degradação da Qualidade

• Custos

GIRH

ÚnicaVárias

Interação entre as áreas de gestão

Gestão Territorial

Fonte: SMAD/DRH/SEMA

Comitê Sinos

Comitê Sinos• SOLUÇÕES ATUAIS excessiva confiança em soluções

tecnológicas e soluções estruturais, isolados de um contexto mais amplo sem o entendimento da bacia hidrográfica do Rio

dos Sinos e suas interrelações; acarretando uma ineficiência dos sistemas de contenção de cheias existentes, por estarem voltados para soluções estruturais, isolados de um contexto mais amplo.

Agir do ComitêSinos e Promotoria da Bacia

Termo de cooperação

CEF e Comitê Sinos

‘Canoas

Canoas

Esteio

EIA/RIMA da BR 448

• Área de Influência do empreendimento

• “a zona de passagem de cheias, preferencialmente, deve permanecer livre de obstáculos ao escoamento”.

• “A ocupação da várzea dos Sinos inicia juntos as obras para implantação da rodovia”

• http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/cmpf/gerencial/CMPFRH_START.cfm?CtrlEntrada=1

Soluções• CUMPRIR A LEI• Com relação a um arrazoado legal cumpre salientar que as

ações vinculadas às diversas políticas públicas devem ser encaminhadas de forma integrada visando sempre apoiar a gestão de riscos, ou seja:

– Uso e ocupação do solo, ambiente, educação...

– Decreto Federal no 4339/02

– Integração da política de Defesa Civil (Lei nº 12.608/2012), Ambiental (Lei nº 6.938/1981), Florestal (Lei nº 12.651/2012), Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/1997), Urbana (Lei nº 10.257/2001), Parcelamento do Solo Urbano (Lei nº 6.766/1979)etc.

Análise de risco

• Onde estão os Riscos?

– no Futuro ... que pode ser duvidoso e nos forçar a mudanças...

– nas Mudanças ... que podem ser inúmeras e nos forçam a decisões...

– nas Decisões ... que podem não ser as mais corretas...

Soluções• CUMPRIR A LEI• Políticas de Proteção e Defesa Civil (Lei Federal nº 12.608/2012) cumpre destacar:

• “...Art. 2º É dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios adotar as medidas necessárias à redução dos riscos de desastre. ...

• § 2º A incerteza quanto ao risco de desastre não constituirá óbice para a adoção das medidas preventivas e mitigadoras da situação de risco....Art. 4º São diretrizes da PNPDEC:...IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de prevenção de desastres relacionados a corpos d’água;...Art. 5º São objetivos da PNPDEC:...VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, (...);...

Uma atividade lícita, mas potencialmente perigosa, causando dano, pode resultar em responsabilidade mesmo que o agente tenha operado sem culpa.

O fato, e não a culpa, torna-se a cada dia

o elemento mais importante evolução a respeito da responsabilidade civil.

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Teoria do Risco

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Teoria do Risco

QUEM CRIA O RISCO, TEM O DEVER DE EVITAR QUE O DANO ACONTEÇA.

Quem escolhe mal, arca com as consequências da má escolha

área de risco

(planície de inundação).situação de risco

(quando chove).

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO

EM RAZÃO DA OMISSÃO DOS SERVIÇOS QUE

PODERIAM TER EVITADO O DANO.

Soluções•MOMENTO ATUAL

Articulação Política

•Articular o PBHs com os PDMunicipais

Resumo para Efetividade• Legalmente Habilitados

• Cargos e Funções Técnicas para técnicos

• Dignidade Função social da cidade

• Responsabilidade civil da Administração omissão dos serviços que poderiam ter evitado o dano Assumindo Risco

• Processo orçamentário

• Articular PBH´s com PD´s

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SENGE

“ … na foz do rio é que se

ouvem os murmúrios de

todas as fontes.”

Guimarães Rosa

Fim