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Desastres naturais e o resultado do impacto de um fenômeno natural extremo ou intenso sobre um sistema social, e que causa sérios danos e prejuízos que excedam a capacidade dos afetados em conviver com o impacto. CLASSIFICAÇÃO Classificação quanto à natureza Biologicos: Epidemias Infestações por insetos Ataques animais Geofísicos: Terremotos Vulcões Mov. de massa Climatologicos: Secas Temperaturas extremas Incêndios Hidrologicos: Inundações Mov. de massa (com água) Meterologicos: tempestade

Desastres Naturais

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Saiba um pouco acerca dos desastres que afectam o nosso meio ambiente

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Desastres naturais e o resultado do impacto de um fenmeno natural extremo ou intenso sobre um sistema social, e que causa srios danos e prejuzos que excedam a capacidade dos afetados em conviver com o impacto.

CLASSIFICAO

Classificao quanto natureza

Biologicos: Epidemias Infestaes por insetos Ataques animais

Geofsicos: Terremotos Vulces Mov. de massa

Climatologicos: Secas Temperaturas extremas Incndios

Hidrologicos: Inundaes Mov. de massa (com gua)

Meterologicos: tempestade

ClassificaoCom relao classificao, os desastres podem ser diferenciados entre si quanto intensidade, a evoluo, a origem e a durao. As primeiras trs classificaes so descritas com base em Castro (1999).

Classificao quanto intensidade

Desastres de nvel I: prejuzos pouco vultosos, so mais facilmente suportveis e superveis pelas comunidades afetadas.

Desastres de nvel II: os danos causados so de alguma importncia e os prejuzos, embora no sejam vultosos, so significativos.

Desastres de nvel III: os danos causados so importantes e os prejuzos vultosos; a situao de normalidade pode ser restabelecida, mas com aportede recursos estaduais e federais.

Desastres de nvel IV: desastres no so superveis e suportveis pelas comunidades, o restabelecimento da situao de normalidade depende da mobilizao e da ao coordenada dos trs nveis do Sistema Nacional de Defesa

Classificao quanto evoluo

Segundo Castro (1999), h trs tipos de desastres relacionados a evoluo. Os desastres sbitos so aqueles que se caracterizam pela rpida velocidade com que o processo evolui, por exemplo, as inundaes bruscas e os tornados. Ao contrrio do anterior, os graduais caracterizam-se por evolurem em etapas de agravamento progressivo, como as inundaes graduais e as secas. O outro tipo a Somao de efeitos parciais, que se caracteriza pela ocorrncia de numerosos acidentes semelhantes, cujos impactos, quando somados, definem um desastre de grande proporo. Por exemplo, acidentes de trnsito e de trabalho.Desastres sbitos ou de evoluo aguda. Ex.: terremotos e inundaesDesastres graduais ou de evoluo crnica. Ex.: estiagemDesastres por somao de eventos parciais. Ex.: acidentes de trnsito

OrigemEste critrio tambm se caracteriza por trs tipos (CASTRO, 1999): os naturais, que so aqueles provocados por fenmenos naturais extremos, que independem da ao humana; os humanos, que so aqueles causados pela ao ou omisso humana, como os acidentes de trnsito e a contaminao de rios por produtos qumicos; e os desastres mistos associados s aes ou omisses humanas, que contribuem para intensificar, complicar ou agravar os desastres naturais. muito difcil ocorrer um desastre puramente natural, como definido por Castro (1999). Quase todos os desastres recebem de alguma maneira, uma influncia antrpica. Assim, se olharmos por este prisma, existiriam somente desastres mistos. Entretanto, no presente trabalho adotar-se- como desastre natural todos aqueles que possuem como gnese os fenmenos naturais extremos, agravados ou no pelas atividades humanas.

DuraoSidle et al (2004) classificaram os desastres naturais em dois tipos: episdicos e crnicos. Geralmente os desastres denominados episdicos tais como terremoto, vulcanismo, tsunami, inundao e fluxo de detrito, chamam mais ateno por causa de sua magnitude. Entretanto, desastres crnicos tais como eroso do solo, geram srios prejuzos ambientais, especialmente em longo prazo. A eroso do solo pode causar desertificao, degradao, assoreamento dos rios, entre outros, podendo resultar na incidncia de mais eventos catastrficos, como escorregamentos e inundaes.

Schumm (1994) e Gares et al. (1994) tambm mencionaram que, embora a eroso em encosta no represente um perigo aparente por no resultar em mortes, o custo para preveno ou controle pode ser bem elevado. Alm disso, Froehlich et al. (1990) afirmaram que os desastres naturais crnicos so frequentemente subestimados ou ignorados e quando registrados, somente os registros histricosso analisados.Causas naturais e agravantes antrpicosOs desastres de origem natural podem estar relacionados com a dinmica interna ou externa da Terra, ou seja, eventos ou fenmenos internos causados pela movimentao das placas tectnicas, que tm reflexo na superfcie do planeta (terremotos, maremotos, tsunamis e atividade vulcnica); ou de origem externa gerada pela dinmica atmosfrica (tempestades, tornados, secas, inundaes, ressacas, vendavais, etc)

Os desastres de causas naturais podem ser agravados pela ao antrpica inadequada, isto , situaes causadas pelo homem que ajudam a intensificar o desastre. Na Tabela 2.2 so apresentados alguns agravantes antrpicos e o tipo de desastre em que os mesmos interferem.

ALGUMAS CARACTERSTICAS DOS DESASTRES NATURAIS

EvoluoO fator tempo (histria) em desastres no bem estudado. Mas, pode-se observar dois aspectos distintos. Um a repetibilidade, isto , os desastres podem ocorrer diversas vezes em um mesmo lugar. Por exemplo, se no houver alterao na condio climtica e na condio geomorfolgica, a inundao e o escorregamento podem ocorrer vrias vezes no mesmo local. O outro aspecto que um determinado tipo de desastre pode alterar-se ao longo do tempo em um mesmo local. Devido as intervenes humanas, as condies geo-ambientais normalmente se alteram, por exemplo, atravs das formas de uso do solo. Isto pode facilitar ou diminuir a possibilidade de ocorrncia de um tipo de desastre e at provocar o surgimento de outro tipo.

CLIMA E TEMPOO tempo definido como o estado das condies atmosfricas em um determinado momento e local, podendo mudar totalmente num momento posterior (VIANELLO e ALVES, 2000). Por exemplo, num determinado dia pode amanhecer com chuva e frio (tempo feio), mas no decorrer do dia o cu pode mudar, ficando sem nuvens, ensolarado e quente (tempo bonito). Cada estao do ano apresenta um conjunto caracterstico de tipos de tempo. Quando mudam as estaes (vero, outono, inverno e primavera), j temos uma idia dos tipos de tempo esperados.Geralmente no inverno predominam as temperaturas mais baixas, no vero as mais altas. Em cada estao dominam certos tipos de tempo, porm podem ocorrer, de forma passageira, condies atmosfricas tpicas de outras estaes.O clima, por sua vez, caracterizado pela sucesso habitual dos tipos de tempo, para um determinado local e poca do ano (VIANELLO e ALVES, 2000). Sua caracterizao baseada na anlise de um grande nmero de dados registrados em estaes meteorolgicas durante longos perodos. A Organizao Mundial de Meteorologia (OMM) recomenda que so necessrios no mnimo 30 anos de dados para estabelecer uma correta caracterizao climtica de uma regio.

Dinmica atmosfrica e sistemas produtores de tempoA circulao geral da atmosfera desencadeada pela desigual distribuio de energia sobre a superfcie terrestre, iniciando-se pela movimentao da energia acumulada nos trpicos em direo aos plos. Essa movimentao forma trs clulas de circulao em cada hemisfrio: tropical, temperada e polar. Como exemplo, o ar que sobe na linha do equador (0) resfria-se e torna-se pesado em altitude, descendo a 30 de latitude. Nessa faixa, o ar desloca-se na superfcie tanto para norte quanto para sul. Ao retornar para o equador (norte), completa a clulade circulao tropical. Esse mesmo processo tambm ocorre nas latitudes temperadas (30 e 60) e nas latitudes polares (60 e 90), formando as clulas decirculao temperada e polar, respectivamente (HOLTON, 1992).As faixas de altas e baixas presses, decorrentes da divergncia (sada) e convergncia (encontro) do ar, so interrompidas, devido diferena de aquecimento entre terras e guas, formando centros de baixas e altas presses, sobre os continentes e oceanos. Como as terras aquecem e resfriam mais rapidamente que as guas, os centros de presso alternam suas posies em funo das estaes do ano.Ciclone o termo usado para descrever uma baixa presso central, em relao s reas circundantes, com caractersticas de tempo instvel e tempestuoso. Sua circulao d-se no sentido horrio no Hemisfrio Sul e anti-horrio no Hemisfrio Norte. J o anticiclone ocorre quando existe uma alta presso central, em relao s reas circundantes, cuja circulao ocorre no sentido inverso ao do ciclone, e o tempo que o acompanha geralmente estvel (cu claro) (HOLTON, 1992; VAREJO-SILVA, 2001). A Figuras 2.5 mostra o desenho esquemtico desses sistemas de presso atmosfrica.desastres naturais e alguns mtodos de preveno

INUNDAOAnalisando os dados sobre desastres naturais no Brasil no perodo de 1948 a 2004, disponibilizados pelo EM-DAT Internacional Disaster Database, Kobiyama etal. (2004a) demonstraram que no Brasil, os desastres naturais que provocam maiores perdas humanas foram as inundaes (enchentes). Costa e Teuber (2001) mencionaram que as inundaes so inevitveis, mas por outro lado, pode-se reduzir significativamente os danos e prejuzos.A freqncia das inundaes se altera devido a modificaes na bacia hidrogrfica. Plate (2002) afirmou que a presso exercida pelo crescimento populacional resulta na excluso da parcela mais pobre da populao, que passam a viver na plancie de inundao. Este tipo de problema comumente presenciado nas reas urbanas. Assim, devem ser introduzidos novos conceitos e prticas para uma melhor convivncia com este fenmeno.A inundao, popularmente tratada como enchente, o aumento do nvel dos rios alm da sua vazo normal, ocorrendo o transbordamento de suas guas sobre as reas prximas a ele. Estas reas planas prximas aos rios sobre as quais as guas extravasam so chamadas de plancies de inundao. Quando no ocorre o transbordamento, apesar do rio ficar praticamente cheio, tem-se uma enchente e no uma inundao. Por esta razo, no mundo cientfico, os termosinundao e enchente devem ser usados com diferenciao.ConceitoEscorregamento (ou deslizamento) o movimento coletivo de massa e/ou material slido encosta abaixo, como solos, rochas e vegetao, sob a influncia direta da gravidade (SELBY, 1993). Estes movimentos podem ocorrer principalmente com elevados volumes de precipitao e/ou terremotos. Tanto chuvas intensas de curta durao quanto de longa durao (chuvas contnuas) fornecem condies propcias para a diminuio da resistncia do solo, atuando como um dos principais agentes deflagradores de movimentos de encostas em ambientes tropicais midos (GUIDICINI e IWASA, 1976). Assim como existem diversos tipos de inundaes, os escorregamentos so classificados quanto cinemtica do movimento (velocidade e direo), o tipo de material (solo, rocha, detritos, etc.), a geometria (tamanho e forma das massas) e ocontedo de gua.