4
Vida e Obra Projecto de Animação Comum | 2011-2012 SABE — Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolar Biblioteca Municipal Almeida Garrett Dia Mundial da Música 1 de Outubro Alves Redol e o “Cancioneiro do Ribatejo” Alves Redol elegeu a recolha do “Património imaterial” como via de acesso a um registo escondido, que guar- dava alternativas à versão dominante da História , “porque as leis que os arquivos guardam não são fei- tas pelo povo.” “Vim trabalhar p'ra lezíria, esta lezíria sem fim, quem me dera já domingo pr'a te ter ao pé de mim. Vai-te sol, vai-te sol, que tamanho foi o dia... amanhã quando voltares, vem com maior alegria. Num homem que é cavador, é que eu faço estimação: a enxada é o seu cravo e o seu craveiro é o chão” Salvaterra de Magos Os Neo Realistas e a Música portuguesa Viana da Mota 1868-1948 Luís de Freitas Branco 1890-1955 Bento de Jesus Caraça 1901-1948 Fernando Lopes Graça 1906– 1994 Michel Giacometti 1929—1990 “E tudo de ouvido... A coisa devia parecer extraordinária à minha família, na qual não existia tradição nem ambiente musical de espécie alguma. Minto: havia a vio- la de meu pai. Meu pai chegou a tocar por música viola francesa, vulgarmente e achincalhosamente chamada, não sei porquê, «viola de enterro». Mas eu não me lembro de jamais o ter ouvido desferir os seus harpejos no instrumento. Sei que tocava, porque ele e a banza lá figuravam, e figu- ram, na fotografia, que ainda hoje existe emoldurada no seu quarto.“ Fernando Lopes Graça “Uma cachopa canta. Outra junta-se-lhe e outra ainda. Entre lábios, todo o rancho acompanha as cachopas que cantam. Adormecem angústias e a ceifa ameniza.” Alves Redol Alves Redol 1911-1969 Projecto de Animação Comum | 2011-2012

Desbobráveis Alves Redol

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Desbobráveis Alves Redol

Citation preview

Page 1: Desbobráveis Alves Redol

Vida e Obra

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

SABE — Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolar

Biblioteca Municipal Almeida Garrett

Dia Mundial da Música 1 de Outubro

Alves Redol e o “Cancioneiro do Ribatejo” Alves Redol elegeu a recolha do “Património imaterial”

como via de acesso a um registo escondido, que guar-

dava alternativas à versão dominante da História ,

“porque as leis que os arquivos guardam não são fei-

tas pelo povo.”

“Vim trabalhar p'ra lezíria,

esta lezíria sem fim,

quem me dera já domingo

pr'a te ter ao pé de mim.

Vai-te sol, vai-te sol,

que tamanho foi o dia...

amanhã quando voltares,

vem com maior alegria.

Num homem que é cavador,

é que eu faço estimação:

a enxada é o seu cravo

e o seu craveiro é o chão”

Salvaterra de Magos

Os Neo Realistas e a Música portuguesa

Viana da Mota 1868-1948

Luís de Freitas Branco 1890-1955

Bento de Jesus Caraça 1901-1948

Fernando Lopes Graça 1906– 1994

Michel Giacometti 1929—1990

“E tudo de ouvido... A coisa devia parecer extraordinária

à minha família, na qual não existia tradição nem

ambiente musical de espécie alguma. Minto: havia a vio-

la de meu pai. Meu pai chegou a tocar por música viola

francesa, vulgarmente e achincalhosamente chamada,

não sei porquê, «viola de enterro».

Mas eu não me lembro de jamais o ter ouvido desferir os

seus harpejos no instrumento.

Sei que tocava, porque ele e a banza lá figuravam, e figu-

ram, na fotografia, que ainda hoje existe emoldurada no

seu quarto.“

Fernando Lopes Graça

“Uma cachopa canta. Outra junta-se-lhe e outra ainda.

Entre lábios, todo o rancho acompanha as cachopas que

cantam.

Adormecem angústias e a ceifa ameniza.”

Alves Redol

Alves Redol

1911-1969

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

Page 2: Desbobráveis Alves Redol

LOPES-GRAÇA, Fernando — A música portuguesa e os

seus problemas, Lisboa, Cosmos, 1974

LOPES-GRAÇA, Fernando — Reflexões sobre a Música,

Lisboa, Cosmos, 1978

LOPES—GRAÇA, Fernando — Valor estético, pedagógi-

co e patriótico da canção popular portuguesa,, In Vértice,

(nº69, Maio de 1949)

PAIS, João — «Recordações de 50 Anos de Música em

Portugal» in Portugal nas Artes, nas Letras e nas Ideias

1945-95, Lisboa, Centro Nacional de Cultura, 1998

PITA, António Pedro - Conflito e Unidade no Neo-

Realismo Português: Arqueologia de uma problemática,

Porto, Campo das Letras, 2002

SANTIAGO KASTNER, M — As «Canções populares

portuguesas», de Fernando Lopes Graça, In Seara Nova

(nº760, de 7 de Março de 1942)

Sabia que...

O Fado poderá vir a ser classificado como

Património imaterial da Humanidade pela Unesco, ain-

da em 2011…

(http://www.briefing.pt/index.php?ption=com)

Museu da Música vai inaugurar, no Dia Mundial da

Música, uma mostra temporária para assinalar os 750

anos do nascimento do rei D. Dinis. Pretende –se dar

a conhecer o Movimento Trovadoresco e a faceta de

trovador do monarca...

http://www.museudamusica.imc-ip.pt

A MÚSICA em Fernando Lopes Graça

“ A obra musical (como a obra de poesia ou a obra de

pintura) é o produto de uma equação entre o artista e o

seu meio. Tem que corresponder às necessidades ou às

solicitações deste; e, marcada embora pelo génio indi-

vidual do artista, pela sua capacidade de transforma-

ção ou de transfiguração, quando é realmente

«representativa» é porque encarna ou dá satisfação ao

«estado de espírito» de um momento histórico, de um

povo ou de uma classe.”

Fernando Lopes Graça

” Insisto em que a exploração e o estudo do nosso fol-

clore musical poderia ser a base firme em que assentar

um sério trabalho de educação musical da nossa gen-

te.”

Fernando Lopes Graça

Sugestões de Leitura

CÂMARA, José Bettencourt da, - «Emergência da

modernidade na música portuguesa da primeira meta-

de do século XX» in Colóquio Artes n.º 100, Lisboa,

Fundação Calouste Gulbenkian, Março de 1994

FERREIRA, Ana Paula, - Alves Redol e o Neo-

Realismo Português, Lisboa, Caminho, 1992

LOPES-GRAÇA, Fernando, «Luís de Freitas Branco e o

Início do Modernismo Musical Português» in O Comér-

cio do Porto, 11/5/1954

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

Alves Redol

Page 3: Desbobráveis Alves Redol

Vida e Obra

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

SABE — Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares

Biblioteca Municipal Almeida Garrett

Dia Mundial da Arquitectura

4 de Outubro

Arquitectura e Habitação Social

“Se por um lado, a habitação unifamiliar foi um pretex-

to de experimentação na sua relação com a paisagem,

a habitação colectiva implica a articulação de vários

fogos, a comunicação entre si, a sua organização fun-

cional e a proposta de uma vivência do espaço domés-

tico, permitindo também a exploração da componente

tecnológica indispensável às necessidades do Homem

do pós-guerra. A habitação colectiva foi uma resposta

de âmbito social onde estiveram implícitos os novos

conceitos de habitar. “

http://estudogeral.sib.uc.pt

Os Arquitectos e o Neo Realismo

Carlos Ramos — 1897-1969

Francisco Keil do Amaral — 1910-1957

Cassiano Barbosa - 1911-1998

Agostinho Ricca Gonçalves — 1915-2010

Fernando Távora — 1923 – 2005

Alves Redol

1911-1969

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

“Temos de conseguir obra nova, a obra do nosso tem-

po, atinja aquele grau de perfeição e de beleza que de

modos diferentes atingiram as memórias dos nossos

antepassados, reconduzindo a arquitectura à sua ver-

dadeira tradição”

P. Pardal Monteiro

1º Congresso Nacional de Arquitectura, 1948

“A arquitectura (modernista) é a resposta e torna-se

um reflexo das necessidades sociais e deverá servir,

não só um número restrito de pessoas, mas sim toda a

população, intervindo desde a escala do seu quarto ao

desenho da cidade (...)”

http://estudogeral.sib.uc.pt

Page 4: Desbobráveis Alves Redol

FRANÇA, José - Augusto – A arte e a sociedade portu-guesa no século XX, 2000 FIGUEIRA, Jorge Manuel Fernandes – Escola do Porto: um mapa crítico. Coimbra: EDARQ-Edições do Depar-tamento de Arquitectura, 2002 MONTANER, Josep Maria – Depois do movimento moderno: arquitectura da segunda metade do século XX, 2001 TORRES, Alexandre Pinheiro – O movimento neo-realista em Portugal na sua primeira fase. Lisboa : Insti-tuto de Cultura Portuguesa, M.E.I.C., Secretaria de Estado da Investigação Científica, 1977 TOSTÕES, Ana – Os verdes anos na arquitectura por-tuguesa dos anos 50, 2ª ed. Porto : Faculdade de Arqui-tectura da Universidade, 1997

Sabia que...

A OASRN (Ordem dos Arquitectos — Secção Regional

Norte) estende as comemorações do Dia Mundial da

Arquitectura 2011 a todo o mês de Outubro, numa ini-

ciativa designada ARQ OUT, por referência ao período

de realização, mas também à ideia de incentivar a pro-

dução cultural da arquitectura "fora" do seu universo

corporativo...

http://www.espacodearquitectura.com

A Arquitectura Modernista

A arquitectura é “feita para servir mais do que agra-

dar”, assumindo as raízes provindas das “valiosas lições

da arquitectura regional”. (...)

A ideia não é de “apinocar” fachadas e interiores com

elementos decoradores típicos, mas de descer ao fun-

do do problema de forma sistemática e científica,

criando as bases de uma análise objectiva da arquitec-

tura popular e entendendo

a tradição numa perspectiva honesta e saudável”.

Francisco Keil do Amaral

Sugestões de Leitura

Projecto de Animação Comum | 2011-2012

Alves Redol

“Não é , nem moda, nem anti tradicionalismo, nem

expressão puramente artística desordenada e indivi-

dual, mas sim pura ressonância das condicionantes de

ordem humana, social e histórica em que enquadram

os homens de hoje”

Cassiano Barbosa

A arquitectura popular em Portugal. 3ª ed. Lisboa : Edi-tora Ordem Arquitectos, 2004 BANDEIRINHA, José António – O processo SAAL e a arquitectura no 25 de Abril de 1974, 2007 BENEVOLO, Leonardo – História da arquitectura moderna. 3ª ed. São Paulo: Editora Perspectiva, 2004 COSTA, Alexandre Alves – Introdução ao estudo da história da arquitectura portuguesa. Porto : FAUP Publicações, 1995