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Bíblia Poliglota Complutense Descrição A Bíblia Poliglota Complutense é a primeira edição impressa multilíngue de toda a Bíblia. O projeto para produzir a Bíblia foi concebido, liderado e financiado pelo cardeal Francisco Jiménez de Cisneros (por volta de 1436 a 1517), que no início do século XVI encabeçou a revitalização da antiga Universidade de Alcalá de Henares (fundada em 1293), com o estabelecimento de uma nova universidade, a Universidad Complutense, em 1508. (Complutense se refere a Complutum, a antiga colônia romana no local de Alcalá de Henares). Com a ajuda de figuras importantes, como Antonio de Nebrija, cardeal Cisneros instituiu um novo currículo com uma orientação pedagógica mais moderna. A produção da Bíblia Poliglota Complutense foi parte do esforço do cardeal para reavivar a aprendizagem e encorajar o estudo das Sagradas Escrituras. O livro representa o auge da realização tipográfica espanhola no século XVI. Apesar da falta de informações precisas sobre quem produziu cada seção, sabe-se que por volta de 1503 o cardeal Cisneros, cercado por peritos e estudiosos especializados numa variedade de línguas, assumiu a importante tarefa de produzir a obra. Foi um processo difícil e árduo que exigiu mais de dez anos de trabalho. A impressão foi feita por Arnaldo Guillén de Brocar, um francês que havia trabalhado em Pamplona e que abriu sua principal editora em Alcalá em 1510. Para imprimir o livro, Brocar teve que criar tipos novos e altamente aperfeiçoados para o latim, grego e hebraico. Seus tipos gregos são considerados os mais belos já entalhados. A impressão foi feita entre 1514 e 1517, mas foi só em 1520, após receber autorização de Roma, que o livro foi distribuído. A Bíblia é composta de volumes encadernados separadamente, somando 1.500 páginas; 600 exemplares foram impressos em papel, e seis em pergaminho. O volume um contém o texto do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica. As páginas apresentam, um pouco abaixo da metade para cima, três colunas, com o texto grego na coluna da esquerda, a Vulgata latina na coluna do meio, e o texto hebraico na coluna da direita. A parte inferior da página está dividida em duas colunas: a esquerda contém a tradução em aramaico do Pentateuco conhecido como Targum Onkelos, e a direita com a tradução latina do texto. Cada página inclui uma epígrafe e anotações na margem direita. Os volumes dois e três contêm o restante do Antigo Testamento, em grego, latim e hebraico. O volume quatro contém o Novo Testamento, em grego e latim. A última parte do volume quatro e o volume cinco consistem em um dicionário hebraico e aramaico, uma gramática hebraica e um dicionário grego Bíblia Hebraica Descrição Este manuscrito da Bíblia Hebraica com vocalização, acentuação e anotações Massorá completas foi criado na Espanha, por volta de 1300. A Bíblia é ilustrada e decorada em diversas cores, prata e ouro. Os livros da Bíblia estão organizados na ordem convencional, mais tarde adotada nas edições impressas em hebraico, com a exceção de que Eclesiastes precede as Lamentações. Escrito em pergaminho, em escrita quadrada sefaradita, o texto está disposto em três colunas por página, com 35 linhas por coluna. As notas de Massorá Magna estão escritas em micrografia. As anotações Massorá são uma coleção de notas críticas, compiladas entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas e aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica, especialmente no que diz respeito à pronúncia, vocalização e acentuação. A Massorá Magna são as anotações relativamente longas nas margens superior e inferior do manuscrito da Bíblia, distintas das notas ao redor da primeira letra de cada livro (a Massorá Inicial) e daquelas nas margens laterais ou entre colunas (a Massorá Parva). A Biblioteca Nacional e Universitária Judaica (que mais tarde se tornaria a Biblioteca Nacional de Israel) recebeu o manuscrito como um presente em 1969. Pentateuco de Damasco Descrição O Pentateuco de Damasco, datado de por volta do ano 1000, é um dos mais antigos manuscritos bíblicos em hebraico ainda existentes. Ele inclui vocalização, acentuação e anotação massorética

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Bíblia Poliglota ComplutenseDescriçãoA Bíblia Poliglota Complutense é a primeira edição impressa multilíngue de toda a Bíblia. O projetopara produzir a Bíblia foi concebido, liderado e financiado pelo cardeal Francisco Jiménez de Cisneros (por volta de 1436 a 1517), que no início do século XVI encabeçou a revitalização da antiga Universidade de Alcalá de Henares (fundada em 1293), com o estabelecimento de uma nova universidade, a Universidad Complutense, em 1508. (Complutense se refere a Complutum, a antiga colônia romana no local de Alcalá de Henares). Com a ajuda de figuras importantes, como Antonio de Nebrija, cardeal Cisneros instituiu um novo currículo com uma orientação pedagógica mais moderna. A produção da Bíblia Poliglota Complutense foi parte do esforço do cardeal para reavivar a aprendizagem e encorajar o estudo das Sagradas Escrituras. O livro representa o auge da realização tipográfica espanhola no século XVI. Apesar da falta de informações precisas sobre quem produziu cada seção, sabe-se que por volta de 1503 o cardeal Cisneros, cercado por peritos e estudiosos especializados numa variedade de línguas, assumiu a importante tarefa de produzir a obra. Foi um processo difícil e árduo que exigiu mais de dez anos de trabalho. A impressão foi feita por Arnaldo Guillén de Brocar, um francês que havia trabalhado em Pamplona e que abriu sua principal editora em Alcalá em 1510. Para imprimir o livro, Brocar teve que criar tipos novos e altamente aperfeiçoados para o latim, grego e hebraico. Seus tipos gregos são considerados os mais belos já entalhados. A impressão foi feita entre 1514 e 1517, mas foi só em 1520, após receber autorização de Roma, que o livro foi distribuído. A Bíblia é composta de volumes encadernados separadamente, somando 1.500 páginas; 600 exemplares foram impressos em papel, e seis em pergaminho. O volume um contém o texto do Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica. As páginas apresentam, um pouco abaixo da metade para cima, três colunas, com o texto grego na coluna da esquerda, a Vulgata latina na coluna do meio, e o texto hebraico na coluna da direita. A parte inferior da página está dividida em duas colunas: a esquerda contém a tradução em aramaico do Pentateuco conhecido como Targum Onkelos, e a direita com a tradução latina do texto. Cada página inclui uma epígrafe e anotações na margem direita. Os volumes dois e três contêm o restante do Antigo Testamento, em grego, latim e hebraico. O volume quatro contém o Novo Testamento, em grego e latim. A última parte do volume quatro e o volume cinco consistem em um dicionário hebraico e aramaico, uma gramática hebraica e um dicionário grego

Bíblia HebraicaDescriçãoEste manuscrito da Bíblia Hebraica com vocalização, acentuação e anotações Massorá completas foi criado na Espanha, por volta de 1300. A Bíblia é ilustrada e decorada em diversas cores, prata e ouro. Os livros da Bíblia estão organizados na ordem convencional, mais tarde adotada nas edições impressas em hebraico, com a exceção de que Eclesiastes precede as Lamentações. Escrito em pergaminho, em escrita quadrada sefaradita, o texto está disposto em três colunas por página, com 35 linhas por coluna. As notas de Massorá Magna estão escritas em micrografia. As anotações Massorá são uma coleção de notas críticas, compiladas entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas e aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica, especialmente no que diz respeito à pronúncia, vocalização e acentuação. A Massorá Magna são as anotações relativamente longas nas margens superior e inferior do manuscrito da Bíblia, distintas das notas ao redor da primeira letra de cada livro (a Massorá Inicial) e daquelas nas margens laterais ou entre colunas (a Massorá Parva). A Biblioteca Nacional e Universitária Judaica (que mais tarde se tornaria a Biblioteca Nacional de Israel) recebeu o manuscrito como um presente em 1969.

Pentateuco de DamascoDescriçãoO Pentateuco de Damasco, datado de por volta do ano 1000, é um dos mais antigos manuscritos bíblicos em hebraico ainda existentes. Ele inclui vocalização, acentuação e anotação massorética

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completas. O manuscrito apresenta defeitos no seu início, já que começa em Gênesis 9:26; também faltam Exôdus 18:1–23. Escrito em pergaminho, em escrita quadrada oriental, o texto está disposto em três colunas por página, com 20 linhas por coluna. O manuscrito pertenceu à comunidade judaica de Damasco (daí vem seu nome) até 1915, quando foi adquirido pelo colecionador e bibliófilo D.S. Sassoon. Em 1975, ele foi adquirido pela Biblioteca Nacional e Universitária Judaica(que mais tarde se tornaria a Biblioteca Nacional de Israel). Pentateuco é o termo para os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. As anotações Massorá são uma coleção de notas críticas, compiladas entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas, e aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica.

Torá com Seleções de HaftoráDescriçãoEste Pentateuco Hebraico com Haftarot (partes da seção Profetas da Bíblia Hebraica, lidas na sinagoga aos Sábados e em feriados após a leitura da Torá) adicionados no final foi criado em Sanaa, Iêmen, em 1485. O manuscrito inclui vocalização, acentuação e anotação Massorá completas. Os Haftarot incluem a Targum, ou seja, a tradução aramaica, após cada verso. Antes do texto da Torá propriamente dita, há dois tratados de gramática (totalizando 15 páginas) comuns no Iêmen. O manuscrito foi escrito em papel, em escrita quadrada iemenita, com duas colunas por página de 25 linhas cada. Criado por David ben Benayah ben Saadiah ben Zekhariah, membro de uma família de ilustres escribas iemenitas, o manuscrito pertence à família Hibshoosh desde 1910. As três divisões da Bíblia Hebraica são a Torá (Pentateuco), Profetas e Escritos ou Hagiógrafos. As anotações Massorá são uma coleção de notas críticas, compiladas entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas, e aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica.

Parte da Bíblia HebraicaDescriçãoEste manuscrito, possivelmente o que restou de uma Bíblia Hebraica completa, inclui livros dos Nevi’im (Profetas), bem como os livros das Crônicas e Salmos, pertencentes à seção Ketuvim (Escritos ou Hagiógrafos) da Bíblia. (A divisão tripartida da Bíblia Hebraica inclui a Torá, os Profetas e os Hagiógrafos.) Ele inclui a vocalização e acentuação completa do texto, bem como algumas notas de Massorá Parva. Estas últimas são anotações muito breves nas margens laterais ou entre colunas, que são parte da Massorá, a coleção de notas críticas, compilada entre os séculos VII e X por escribas e estudiosos judeus conhecidos como massoretas, e são aceitas como reguladores autorizados tanto da transmissão escrita quanto oral da Bíblia Hebraica. O manuscrito está em um pergaminho, em escrita quadrada asquenazi, com duas colunas por página e de 28 a 30 linhas por coluna. A encadernação em couro foi adicionada por um proprietário do manuscrito na França, aparentemente cristão, no começo do século XVIII.

Pinkas da Escola Religiosa Talmud Torá, de KopychintsyDescriçãoEsses pinkas (livro de registros) da escola religiosa Talmud Torá, da vila de Kopychintsy, no leste da Galícia, Ucrânia, refletem a atividade de uma escola religiosa no final do século XIX. Eles são compostos pelos componentes tradicionais desse tipo de trabalho: a página de rosto, o segundo título, as bênçãos, os estatutos, uma lista dos membros da sociedade e os diários de atividades da escola Talmud Torá. Todas as páginas dos pinkas estão muito decoradas da maneira tradicional para esse tipo de documento judaico. As páginas de rosto estão projetadas como portais que têm elementos arquitetônicos, com ornamentos florais e zoomórficos. Páginas separadas estão decoradascom o ciclo do zodíaco, vinhetas, cártulas e outros elementos decorativos. Algumas das páginas decoradas dos pinkas já foram publicadas em 1918 e republicadas em 1994 e 2001. Esses pinkas estão na coleção da Biblioteca Nacional Vernadsky da Ucrânia.

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Bíblia de CerveraDescriçãoA Bíblia de Cervera está entre as mais antigas e importantes bíblias sefaraditas que sobreviveram à destruição da maior parte das comunidades judaicas nos reinos de Castela e Aragão, a partir de 1931, e à expulsão dos judeus da Espanha em 1492 e de Portugal em 1498. Um exemplo extremamente raro de paleografia hebraica ibérica de seu período, este manuscrito em pergaminho consiste em 451 fólios em duas colunas, cada uma com 31 linhas. Profusamente iluminado em dourado e diversas cores, com motivos moçárabes e judaicos, ele inclui os livros do Antigo Testamento, a Massorá (corpo de crítica textual das Escrituras Hebraicas, com notas sobre escrita, vocabulário, fontes alternativas, pronúncia e outros comentários) e um tratado gramatical, Sefer Ha-Nikud (O livro da vocalização, mais conhecido como Et Sofer, literalmente, “A pena do escritor”), escrito pelo Rabino David Kimhi (1160 a 1235, aproximadamente). O escriba que copiou o texto principal, Samuel Ben Abraham ibn Nathan, é identificado no colofão do anverso do fólio 434. Estapágina também afirma que a obra foi executada em Cervera (atual Província de Lérida, na Catalunha, Espanha), tendo sido iniciada em 30 de julho de 1299 e finalizada em 19 de maio de 1300. Este colofão também incluía originalmente a identidade do patrono, que foi apagada posteriormente, provavelmente em razão da mudança de proprietário. A identidade do iluminador, Josef Asarfati, um judeu de origem francesa que se estabeleceu em Castela, pode ser encontrada no último fólio do códice, um colofão com letras zoomórficas, o que torna este um raro exemplo de ummanuscrito hebraico que contém a assinatura explícita do artista. A identidade do escriba massorético (Josue ben Abraham ibn Gaon) também é conhecida, já que seu nome está gravado em 20 pontos diferentes do texto massorético. As iluminações estão espalhadas por várias molduras e exibem uma diversidade marcante de cores e formas. Elas incluem as bordas ornamentais das páginas, iluminuras de página inteira representando a iconografia judaica e iluminações menores que ilustram partes do Antigo Testamento, simbolizando seus diferentes livros ou retratando objetosdo Tabernáculo usados na adoração. Algumas das iluminuras apresentam função amplamente decorativa (e.g., as cenas de caça e as drôleries). Muitas das iluminuras de página inteira são encontradas em tratados sobre gramática, onde emolduram o texto com motivos arquitetônicos, de animais e de figuras humanas. O texto massorético foi desenvolvido em caligrafia micrográfica, formando esquemas geométricos e motivos estilizados vegetais, animais e de animais mitológicos. A encadernação, com pastas de papel-cartão cobertas em couro vermelho com gravações em ouro e folhas em branco marmorizadas, data do século XVIII. O manuscrito foi adquirido em 1804, em Haia, por iniciativa de António Ribeiro dos Santos (1745 a 1818), bibliotecário-chefe da Real Biblioteca Pública da Corte, em Lisboa, pela soma de 240.000 réis.

Hagadá de PessachDescriçãoEste manuscrito é uma Hagadá. Esse termo hebreu se origina de uma raiz hebraica que significa conto, em particular um conto ou uma história edificantes. A lei judaica ordena que seus seguidores contem a cada ano, de geração em geração, como os judeus fugiram do Egito, e os milagres realizados por Deus naquela época. A Hagadá é uma coleção de textos escolhidos da Bíblia e do Talmude que facilita a celebração da liturgia familiar nas duas primeiras noites do Pessach durante as refeições festivas. O manuscrito apresenta uma decoração com 76 iluminuras coloridas. Seis palavras iniciais aparecem escritas em letras grandes coloridas com prata ou ouro. Essas iluminuras retratam episódios de passagens bíblicas que celebram a libertação dos judeus da escravidão no Egito e o Pessach original, quando as crianças judias foram poupadas na última das dez pragas, em que os primogênitos do Egito foram mortos. O colofão no fólio 39 reto indica que essa Hagadá foi copiada pelo escriba Abraham ben Moses Landau. O estilo de iluminura indica que o manuscrito foiproduzido na Baviera por volta do final do século XV. As pinturas, feitas por talentosos artistas anônimos, retratam personagens em roupas tradicionais e mostram a riqueza da cultura judaica no sul da Alemanha durante a Idade Média.

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O Guia para os PerplexosDescriçãoEste trabalho é um original árabe do Moreh Nevukhim, síntese magistral de Mamônides da filosofiaaristotélica e da crença tradicional judaica. Conhecida em inglês como The Guide to the Perplexed, a obra foi composta originalmente em árabe e traduzida para o hebreu por Samuel ibn Tibbon em 1204. Moses ben Maimon, mais conhecido como Mamônides, foi um teólogo, filósofo e médico judeu. Ele nasceu em Cόrdoba, Espanha, em 1135. Em 1160, mudou-se com sua família para Fez, no Marrocos, para escapar da perseguição religiosa e, posteriormente, estabeleceu-se no Cairo, ondese tornou o médico pessoal do sultão e sua família. Ele também serviu como chefe da comunidade judaica do Cairo, onde morreu em 1204. Suas obras sobre teologia, direito, filosofia e medicina, a maioria escrita em árabe e traduzida para o hebraico, latim e outros idiomas, influenciaram amplamente tanto o mundo judeu como o não-judeu.

Comentário sobre o Tratado Avot com uma Introdução (Shemona perakim)DescriçãoEste manuscrito contém um dos comentários de Mamônides sobre Mishnah, o primeiro trabalho de importância do judaísmo rabínico. O comentário é sobre o Tratado Avot (Ética dos Patriarcas), no qual Mamônides elucida a moralidade e natureza da alma do homem, com uma introdução (Shemonah perakim) (Oito capítulos). Também incluídos estão os treze princípios da crença ou artigos da fé, um credo do judaísmo formulado por Mamônides, uma versão da qual é ainda usada na maioria dos livros de preces dos judeus. Entre os princípios afirmados no credo, estão a unicidade de Deus, as origens divinas do Torá, a vida após a morte e a vinda do Messias. Moses benMaimon, mais conhecido como Mamônides, foi um teólogo, filósofo e médico judeu. Ele nasceu em Cόrdoba, Espanha, em 1135. Em 1160, mudou-se com sua família para Fez, no Marrocos, para escapar da perseguição religiosa e, posteriormente, estabeleceu-se no Cairo, onde se tornou o médico pessoal do sultão e sua família. Ele também serviu como chefe da comunidade judaica do Cairo, onde morreu em 1204. Suas obras sobre teologia, direito, filosofia e medicina, a maioria escrita em árabe e traduzida para o hebraico, latim e outros idiomas, influenciaram amplamente tanto o mundo judeu como o não-judeu.

Coleção de Vários TrabalhosDescriçãoEste manuscrito contém uma coleção de vários trabalhos de Mamônides, incluindo Igeret teḥiyat ha-metim (Carta sobre a Ressurreição) (traduzido por Judah Alharizi) e uma coleção de vários escritos médicos. A Igeret tem uma introdução de Joseph ben Joel, da qual apenas a última parte ainda existe. Os escritos médicos, de um tradutor anônimo, incluem Sefer ha-katseret (Tratado sobre a asma), do original, Maqalah fi al-rabw; Maamar ha-mishgal (Tratado sobre a relação sexual), do original, Fi al-jama; Maamar shemirat ha-beriut (Guia para a boa saúde), do original, Fi tadbir al-sihhah; e Maamar ha-hakhraah (Explicação de coincidências), do original, Maqalah fi bayan bad al-arad wa-al-jawab anha. Ao que se sabe, não existem outras cópias dos tratados nesta tradução. Moses ben Maimon, mais conhecido como Mamônides, foi um teólogo, filósofo e médicojudeu. Ele nasceu em Cόrdoba, Espanha, em 1135. Em 1160, mudou-se com sua família para Fez, no Marrocos, para escapar da perseguição religiosa e, posteriormente, estabeleceu-se no Cairo, ondese tornou o médico pessoal do sultão e sua família. Ele também serviu como chefe da comunidade judaica do Cairo, onde morreu em 1204. Suas obras sobre teologia, direito, filosofia e medicina, a maioria escrita em árabe e traduzida para o hebraico, latim e outros idiomas, influenciaram amplamente tanto o mundo judeu como o não-judeu.

Coleção de Vários Trabalhos de MamônidesDescriçãoEste manuscrito contém traduções de vários trabalhos de Mamônides, do original árabe para o

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hebraico. Incluídos estão: Moreh nevukhim, conhecido em inglês como The Guide to the Perplexed,Perush ha-milim ha-zarot, e Maamar teḥiyat ha-metim, todos traduzidos por Samuel ibn Tibbon; Beur milot ha-higayon, tranduzido por Moses ibn Tibbon; Perush perek helek, um comentário sobreMishná; o tratado Sanhedrin, numa tradução atribuída, variadamente, a Judah Alharizi e Samuel ibnTibbon; e a Epistle, ou Igeret, para Joseph ibn Jabbar de Bagdá, numa tradução anônima. Ibn Jabbarestava envolvido na polêmica entre Mamônides e Samuel ben Ali, chefe da academia judaica em Bagdá. Ibn Jabbar tentou defender Maimônides nesta disputa, e pediu para que ele enviasse respostas às acusações feitas contra ele. Somente o início deste trabalho ainda existe. Moses ben Maimon, mais conhecido como Mamônides, foi um teólogo, filósofo e médico judeu. Ele nasceu em Cόrdoba, Espanha, em 1135. Em 1160, mudou-se com sua família para Fez, no Marrocos, para escapar da perseguição religiosa e, posteriormente, estabeleceu-se no Cairo, onde se tornou o médico pessoal do sultão e sua família. Ele também serviu como chefe da comunidade judaica do Cairo, onde morreu em 1204. Suas obras sobre teologia, direito, filosofia e medicina, a maioria escrita em árabe e traduzida para o hebraico, latim e outros idiomas, influenciaram amplamente tanto o mundo judeu como o não-judeu.

Comentário Mishná em Judaico-ÁrabeDescriçãoEste manuscritro contém comentários sobre Mishnah por Mamônides:sobre Seder Moed (do meio do tratado Eruvin), e sobre Seder Nashim. O manuscrito mostra correções e emendas feitas a mão pelo próprio Mamônides, assim como notas adicionadas nas margens pelo seu filho, Abraham-he-Hasid, e por David ha-Nagid II e outros. Os títulos foram escritos na escrita quadrangular Sefardi. Omanuscrito foi adquirido em Damasco, em 1908, pelos irmãos Toledano, os quais o vendeu para o célebre bibliófilo David Solomon Sassoon (Coleção nro. 72-73) e seus descendentes. Foi adquirido pela Biblioteca Nacional e Universitária Judáica em 1975. Moses ben Maimon, mais conhecido como Mamônides, foi um teólogo, filósofo e médico judeu. Ele nasceu em Cόrdoba, Espanha, em 1135. Em 1160, mudou-se com sua família para Fez, no Marrocos, para escapar da perseguição religiosa e, posteriormente, estabeleceu-se no Cairo, onde se tornou o médico pessoal do sultão e sua família. Ele também serviu como chefe da comunidade judaica do Cairo, onde morreu em 1204.Suas obras sobre teologia, direito, filosofia e medicina, a maioria escrita em árabe e traduzida para ohebraico, latim e outros idiomas, influenciaram amplamente tanto o mundo judeu como o não-judeu.

KetubáDescriçãoEsta ketubá, um contrato de casamento em hebraico entre dois indivíduos identificados como Shelomò, filho de Zare de Carcassona, e Bella di Merwanha, é um raro testemunho da presença judáica na Sardenha e, especificamente, em Alghero, na costa noroeste da ilha. Na segunda metade do século XIV, Alghero tornou-se o centro da comunidade judaica em Logudoro, uma região no centro-norte da Sardenha. Os judeus gozavam de privilégios especiais na Sardenha até a Inquisição e sua expulsão, em 1492, que foi decretada pelo governador da Sardenha, Fernando II de Aragão (1452-1516), também conhecido como Fernando, o Católico. Forçados a deixar suas casas e comunidades, eles levaram consigo todos os registros e objetos que pudessem atestar a sua presençaoutrora florescente. Este documento fragmentário, na biblioteca da Universidade de Sassari, foi preservado na encardenação de um livro.

A Nova Páscoa HaggadahDescriçãoA Páscoa, ou Pesach, Haggadah é um dos mais importantes e adorados textos da tradição judaica. No começo da Páscoa, Judeus do mundo todo se reúnem ao redor da mesa para ler o Haggadah, um livro que contém a narrativa tradicional do Êxodo do Egito. "Haggadah" significa recitar ou recontar. Com suas músicas e contos e ênfase no ensinamento das crianças, a antiga estória da

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Páscoa é o livro de orações judeu mais comumente ilustrado. A Nova Páscoa Haggdah foi criada pelo artista Israelense Asher Kalderon, que na introdução de seu livro evidenciou que ele queria expressar a emoção da família e convidados reunidos para o Sêder. O Sêder é uma cerimônia e um jantar tradicionais que marca o início do festival da Páscoa de oito dias, e celebra a passagem dos Israelitas da escravidão para a liberdade. O Haggdah de Kalderon usa um novo tipo de hebraico e fontes de título especialmente criados para esta edição.

Moriah HaggadahDescriçãoA Páscoa, ou Pesach, Haggadah é um dos mais importantes e adorados textos da tradição judaica. No começo da Páscoa, Judeus do mundo se reúnem ao redor da mesa para ler o Haggadah, um livroque contém a narrativa tradicional do Êxodo do Egito. "Haggadah" significa recitar ou recontar. Com suas músicas e contos e ênfase no ensinamento das crianças, a antiga estória da Páscoa é o livro de orações judaicas mais comumente ilustrado. O Moriah Haggadah foi criado pelo artista Israelense Avner Moriah, que desenhou seus modelos baseados em pinturas de paredes e figurinos egípcios e assírios do começo das Eras do Bronze e do Ferro, o período no qual a estória da Páscoa original desdobrou-se. Moriah usou uma paleta de azuis, laranjas, e dourados que lembram as paisagens do Oriente Médio. O texto está em hebraico, com caligrafia de Izzy Pludwinski. Um volume separado, em Inglês, contém uma introdução do artista, um comentário de Rabino Shlomo Fox e uma tradução e explicação das imagens.

SidurDescriçãoEste códice é considerado um dos mais originais mahzorim (Livros de orações diárias do sagrado judaico) dos sobreviventes medievais da Espanha, que data provavelmente do início do século XIV. Escrito em hebraico sefardita em caracteres quadrados, contém duas partes distintas, que mais tarde foram unidas. A parte maior forma um Haggadah shel Pesach (o texto da ordem de serviço utilizadono início da Páscoa). Ele inclui piyutim (poemas litúrgicos, geralmente cantados ou entoados) para a Páscoa e o aramaico targum (tradução) do Êxodo, seguido da poesia litúrgica da Shavuot (que comemora a revelação da Torá aos israelitas) e da Sucot (Festa dos Tabernáculos). Mais característico é a forma como as palavras-chave da liturgia são ilustradas, os personagens se transformando em criaturas grotescas zoomórficas e antropomórficas, uma moda que foi difundida em manuscritos medievais judaicos da Espanha. O manuscrito pertenceu originalmente à famosa coleção de manuscritos e incunábulos de propriedade de Alexander, conde de Hamilton, que foi adquirida em 1882 pelo Estado prussiano. Desde 1919, os itens da coleção hebraica se encontravamem posse do Departamento Oriental da Biblioteca Estadual de Berlim.

Hagadá de PessachDescriçãoEste Haggadah Shel Pesach (Hagadá de Pessach) contém os textos em hebraico e aramáico que são lidos e cantados na primeira noite e, em muitas casas na diáspora, na segunda noite do festival de Pessach. Estes textos normalmente são ricamente iluminados e decorados com miniaturas. Este manuscrito da Abadia de Tegernsee, um ex monastério beneditino localizado no Tegernsee, na Baviera, contém 23 miniaturas. O manuscrito também contém um comentário bastante polêmico, em latim, de um ponto de vista cristão, escrito em 1492 pelo dominicano Erhardus, que possuía claramente certo conhecimento de hebráico. A apresentação e estilo artístico do texto indicam que o manuscrito tenha sido originado no sul da Alemanha ou na Baviera na segunda metade do século XV. Depois do fechamento do monastério em 1803, o Hagadá foi transferido para a biblioteca da corte de Munique, predecessora da Biblioteca Estatal da Baviera, onde está agora preservado.

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O mágicoDescriçãoEste pequeno livro em iídiche, com ilustrações de Marc Chagall, é produto de várias tendências convergentes no leste europeu judeu durante o fim do século XIX e começo do século XX. Ele foi escrito por I. L. Peretz (1852 a 1915), uma figura edificante do iluminismo judeu, reverenciado por suas histórias, peças e poemas em hebraico e iídiche. Assim como vários dos trabalhos de Peretz, Der Kuntsenmakher (traduzido de maneira variada como O mágico ou O brincalhão) é inspirado nos contos populares do judaísmo chassídico, neste caso nas lendas que permeiam a figura de Elias, o Profeta, que, disfarçado e desconhecido, visita um casal pobre temente a Deus na Páscoa judaica para transformar sua pobreza em riqueza. A história foi publicada pela primeira vez anos antes destaedição, que se destaca por suas ilustrações em preto e branco de Chagall, que na época da publicação já era um artista renomado com uma relação única com o ambiente da cultura judaica e seus símbolos. Em uma carta de 1923, Chagall relatou as circunstâncias em relação a seus desenhos para este livro: “Eu sequer conhecia Peretz pessoalmente. Somente quando um editor (não me recordo qual) me pediu para fazer os desenhos para um dos contos de Peretz, ‘O mágico’, é que comecei a ler sua obra. Eu fiquei surpreso... as imagens e figuras de judeus pobres e esplêndidos começaram a flutuar das pequenas páginas brancas... E realmente, desde a infância, não é que elas oscilavam ansiosamente dentro de nós? Aquelas músicas, os dias de sabás, as noites de sexta-feira, os quipás, os primeiros amores, paisagens exalando salmos, as últimas notas do cantor desgastado e os judeus, os judeus na terra e no céu.”

A Canção de SalomãoDescriçãoEste trabalho é uma edição artística moderna da Canção das Canções bíblica, tradicionalmente atribuída ao Rei Salomão. A Canção das Canções tem sido interpretada de diferentes maneiras, variando de interpretações literais que focam o amor humano entre um homem e uma mulher àquelas que a vêem como uma alegoria divina do amor de Deus pelo povo judaico. Esta edição, do artista israelense Tamar Meser, enfatiza a conexão entre o povo judaico e a Terra de Israel. O texto está em hebraico e em inglês. As ilustrações originais em tela descrevem a flora, fauna e paisagens de Israel antigo. As cores brilhantes e imagens estilizadas são alusivas a vitrais e refletem o que o artista se refere como "a devoção exuberante" do texto. Cada uma das 20 ilustrações é impressa em papel Arches, usando entre 20 e 30 placas de cores por imagem.

O Haftorá de JonasDescriçãoEste trabalho é uma edição artística do Livro de João, um dos doze últimos ou menor dos profetas da Bíblia Hebraica. Na tradição Judáica, um haftorá é uma leitura dos profetas, que acontece durante o Sabá, datas festivas e dias santos. Com ênfase no tema arrependimento, o Livro de João setornou uma parte tradicional das cerimônias na sinagóga no dia mais santificado do calendário Hebreu, Yom Kippur, O Dia da Expiação. Este hatorá foi criado com entalhos originais e um comentário de Mordechai Beck e caligrafia hebraica de David Moss. O livro é feito à mão em papel Abaca produzido para esta edição na Fábrica de Papel Tut-Neyar, Zichron Ya'akov, Israel. O texto foi impresso em uma prensa manual Albion datada de 1886 na Jerusalem Print Workshop.

Alcorão sagradoDescriçãoDe acordo com a fé islâmica, o Alcorão sagrado foi revelado por Deus ao profeta Maomé (570–632)pelo anjo Gabriel por um período de 22 anos. O Alcorão fala de forma poderosa e tocante sobre a realidade e as qualidades de Deus, o mundo espiritual, os objetivos de Deus ao criar a humanidade, o relacionamento e a responsabilidade dos homens com Deus, a chegada do Dia do Julgamento e a vida após a morte. Ele também contém regras para o dia-a-dia, histórias dos primeiros profetas e suas comunidades, percepções e compreensões vitais a respeito do significado da existência e da

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vida humana. A devoção que o livro inspira entre os muçulmanos é refletida nos muitos manuscritosdo Alcorão iluminados e produzidos de forma suntuosa, dos quais a presente obra, criada na cidade iraniana de Shiraz em meados do século XIX, é um exemplo. O manuscrito inclui muitas imagens multicoloridas que exibem uma ampla gama de estilos de iluminuras e do uso de muitos materiais de produção diferentes. A bela caligrafia é de Abdol-Vahhab Naghmeh. Apenas a capa pintada com laca já é uma obra prima. O requintado manuscrito é mantido nas coleções de manuscritos da Biblioteca Nacional e Arquivos da República Islâmica do Irã.

Bíblia de SevilhaDescriçãoBiblia hispalense (Bíblia de Sevilha), também conhecida como Códice Toletanus, é um manuscrito da primeira metade do século X, escrito em latim em escrita visigótica, em letra minúscula, por pelomenos quatro copistas. Os títulos também aparecem em hebraico e há notas em árabe nas margens. O manuscrito é composto por folhetos de oito folhas cada, em pergaminho, sendo o texto dividido em três colunas de 63-65 linhas. São incluídos textos do Antigo e Novo Testamentos, com prefácio, prólogos e comentários por São Jerônimo, São Isidoro e outros. Apesar do formato e conteúdo claramente cristão, a influência árabe da ocupação dos mouros de Al-Andalus é notável na ornamentação, no arco duplo em forma de ferradura com motivo decorativo na forma de flores e folhas típicas da arte islâmica. Os símbolos dos evangelistas, São Lucas e São João, são incluídos e há desenhos dos profetas Miqueias, Naum e Zacarias, e algumas iniciais com pássaros e peixe. Algumas letras maiúsculas e legendas aparecem em azul e vermelho. O manuscrito demonstra alguns sinais de deterioração, especialmente nas primeiras páginas. Parte da numeração árabe dos séculos XV e XVI sobrevive, e um conjunto do século XVIII encontra se completo. As últimas páginas contêm um fragmento de um glossário em latim de um códice diferente. Uma nota na página 375v afirma que Servando de Sevilha deu o livro a seu amigo o bispo de Córdoba, que em 988 o deu à Igreja de Santa Maria em Sevilha. Ele chegou à Biblioteca Nacional da Espanha junto com outros materiais da Catedral de Toledo em 1869.

Coleção de hadiths autênticos de al-Bukhari, acompanhados por uma exegese do Alcorão no quarto volumeDescriçãoMuhammad ibn Isma‘il al-Bukhari (de 810 a 70) nasceu em Bukhara, no atual Uzbequistão, e morreu em Khartank, próximo de Samarcanda. É considerado pelos muçulmanos sunitas o mais respeitado colecionador de hadiths, relatos de declarações ou ações atribuídas ao profeta Maomé. Esta obra, concluída em 846, é a coleção mais conhecida de al-Bukhari. Ela foi a primeira obra do seu tipo dedicada exclusivamente aos hadiths, e é o mais consagrado dos chamados Seis Livros, coleções canônicas escritas por volta de 200 anos depois da morte do profeta Maomé. Esses livros no fim consolidaram o papel do hadith como a segunda fonte de jurisprudência islâmica mais importante depois do Alcorão. Em sua totalidade, Sahīh al-Bukhārī (sahih significa autêntico ou correto) contém 97 kitāb (livros). Este lindo manuscrito do Norte da África em escrita maghribi contém os livros que vão do 59 ao 64: Badʼ al-khalq (Princípio da criação), Aḥādīth al-anbiyā (Provérbios dos profetas), al-Manāqib (As virtudes), Faḍl aṣḥāb al-nabī (Méritos dos companheiros do Profeta), Manāqib al-anṣār (Virtudes dos defensores de Medina do Profeta), e al-Maghazī (As batalhas). Embora a divisão de Sahīh al-Bukhārī em 97 livros seja bem conhecida e tenha se mantido inalterada, copistas e editores modernos produziram a gigantesca obra em diferentes volumes, de acordo com o que adicionaram do grande acervo que surgiu com a obra ao longo dos séculos. Os seis livros desta cópia manuscrita formam um terceiro volume completo de um número desconhecido de volumes que pode ou não ter existido. As seções do manuscrito apresentam títulos elaborados em notas azuis e amarelas em várias combinações, anotações dispersas e correções nas margens, e chamadas nos retos. O texto, escrito por um escriba desconhecido, está em tinta preta com rubricas em papel vergê creme e cercado por uma margem com duas linhas vermelhas. A obra tem um elaborado ʻunwan (painel decorativo no início de um tratado) e colofão. Tentativas de

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reunir hadiths começaram durante a vida do profeta Maomé e continuaram nos dois séculos seguintes, mas foi al-Bukhari que estabeleceu as bases para uma metodologia clara de autenticação e a usou para colecionar hadiths. À medida que a dissidência teológica e política entre muçulmanos sunitas e xiitas crescia, a questão da autenticação se tornou mais importante. Em termos de autenticidade, estudiosos muçulmanos sunitas tipicamente classificam os hadiths em seis categorias,de acordo com a autoridade da sua isnad (cadeia de transmissores). Um hadith pode ser sahih (autêntico), hasan (bom), da’if (fraco), mawdhu’a (fabricado), ou munkar (denunciado). Normalmente, hadiths classificados como sahih ou hasan podem ser utilizados na jurisprudência. Conforme sugere o título desta obra, Sahīh al-Bukhārī inclui apenas hadiths autênticos. As diferenças acerca do hadith entre as tradições sunitas e xiitas se concentram bastante na confiabilidade dos transmissores.

As cinco suratas que salvamDescriçãoEste manuscrito do século XV é composto por cinco suratas (capítulos) do Alcorão: Yāsīn (Yā Sīn, capítulo 36), al-Fatḥ (A conquista, capítulo 48), al-Wāqiʻah (O inevitável, capítulo 56), al-Mulk (A soberania, capítulo 67), e al-Nabā (A notícia, capítulo 78). Não é totalmente compreendido por que essas suratas, em específico, estão reunidas. Elas não seguem esta ordem no Alcorão, e o manuscrito parece estar completo e em excelente forma. É, portanto, plausível supor que esta não seja uma coleção arbitrária de fragmentos encadernados do Alcorão, mas uma compilação em um único manuscrito desde o início. A compilação sugere que este manuscrito seja das chamadas al-Suwar al-munjiyāt (As suratas que salvam), consideradas em algumas tradições como tendo virtudes devocionais específicas. Não há harmonia sobre o número dessas munjiyāt, nem uma lista fixa delas, mas tipicamente variam de cinco a sete suratas, e incluem alguns ou todos esses cinco capítulos. Também é possível que tenham sido feitas para combinar com as cinco orações muçulmanas diárias, sendo cada capítulo recitado nesta ordem depois de cada oração. O fato de o manuscrito ter uma encadernação verde parece indicar que ele foi produzido ou utilizado por um adepto de uma ordem sufi. A reputação dessas suratas como salvadoras repousa em grande parte emhadiths (ditos do profeta Maomé) não muito bem autenticados. O manuscrito, provavelmente copiado no Irã, está em papel vergê grosso na cor creme, com a primeira e a quinta linha em escrita muhaqqaq tamanho grande e o restante do texto em escrita naskh tamanho pequeno com sinais diacríticos em preto e vermelho. O ʻunwan (painel de abertura decorativo) está iluminado nas cores dourado, azul e verde. Discos dourados separam os versos.