98
DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS CRUZADOS NO DISTRITO FEDERAL ALINE VIEIRA LANDIM DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS BRASÍLIA/DF DEZEMBRO/2005 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

  • Upload
    vungoc

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS CRUZADOS NO DISTRITO FEDERAL

ALINE VIEIRA LANDIM

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

BRASÍLIA/DF DEZEMBRO/2005

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

Page 2: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS CRUZADOS NO DISTRITO FEDERAL

ALINE VIEIRA LANDIM

ORIENTADOR: ARTHUR DA SILVA MARIANTE CO-ORIENTADORA: CONCEPTA MARGARET MCMANUS PIMENTEL

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PUBLICAÇÃO: 208/2005

BRASÍLIA/DF DEZEMBRO/2005

Page 3: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

ii

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA

DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS CRUZADOS NO DISTRITO FEDERAL

ALINE VIEIRA LANDIM

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA À FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS NA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DE DISCIPLINAS DE PRODUÇÃO ANIMAL. APROVADA POR: ___________________________________________ Arthur da Silva Mariante, PhD (Embrapa Cenargen) (ORIENTADOR) CPF: 123.483.920-20 E-mail : [email protected] ___________________________________________ Concepta Margaret McManus Pimentel, PhD (Universidade de Brasília) (CO-ORIENTADORA) CPF: 688.272.881/04, E-mail : concepta@unb .br ___________________________________________ Guilherme Soares Filho, Dr. (Faculdade da Terra de Brasília - FTB) (EXAMINADOR EXTERNO) CPF: 262593114-00 E-mail : gu [email protected] ___________________________________________ José Américo Soares Garcia, Dr. (Universidade de Brasília). (EXAMINADOR INTERNO) CPF: 674.280.106-91 E-mail : jasgarcia@unb .br BRASÍLIA/DF, 02 de DEZEMBRO de 2005

Page 4: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

iii

FICHA CATALOGRÁFICA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos Cruzados no Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2005, 81 p. Dissertação de Mestrado. CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Aline Vieira Landim TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos Cruzados no Distrito Federal. GRAU: Mestre ANO: 2005 É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva-se a outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação de mestrado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor. _______________________________ Aline Vieira Landim CPF: 841190043 - 68 Rua Inácio Rodrigues Lima n° 22 - Junco 62030-210 – Sobral/CE - Brasil (088)6141086 / (061) 96811240 E-mail:[email protected]

Landim, Aline Vieira Desempenho e Qualidade de Carcaças em Ovinos Cruzados no Distrito Federal. / Aline Vieira Landim; orientação de Arthur da Silva Mariante – Brasília, 2005. 81p : il. Dissertação de Mestrado (M) – Universidade de Brasília/ Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2005.

1. Cortes. 2. Mensurações. 3. Músculo 4. Rendimentos I. Mariante, A. II. PhD.

Page 5: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

iv

“De tudo ficaram três coisas:

A certeza de que estamos sempre começando, a certeza de que é preciso continuar,

a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar.

Portanto devemos:

Fazer da interrupção um novo caminho, da queda um passo mais firme, do medo

uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro”.

Fernando Pessoa

Page 6: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

v

DEDICO

Ao meu querido pai Gilson que continua abrindo

mão de seus sonhos para que eu possa realizar os

meus.

A minha querida mãe Sandra, pela dedicação

infinita e que sempre esteve comigo nas minhas

decisões, sendo a maior incentivadora nesta fase.

Ao meu irmão Márcio e a minha cunhada Evilânia,

pelo carinho e pela torcida.

A minha sobrinha Maria Eduarda e o meu afilhado

João Pedro que tornaram os meus dias muito mais

felizes, mesmo distante deles.

Aos meus avós maternos Luiz e Cleonice que

sempre me apoiaram e me amaram.

Page 7: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

vi

AGRADECIMENTOS

A Deus por caminhar sempre comigo permitindo mais esta conquista e pelo

constante cuidado, ajudando-me a vencer os obstáculos;

À Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária – FAV/UnB, por disponibilizar os

recursos necessários para minha formação e realização deste trabalho;

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

FUNCAP, pela concessão da bolsa e pelo imensurável apoio à pesquisa brasileira;

Ao Orientador Dr. Arthur da Silva Mariante, pelos ensinamentos, orientação e

confiança na realização deste trabalho, os quais contribuíram em muito para meu

crescimento profissional;

À Co-orientadora e professora Dra. Concepta McManus Pimentel, pela significativa

orientação, sem a qual teria sido impossível a realização deste trabalho e acima de

tudo por sua amizade, confiança e incentivo ao aprendizado;

Aos Professores Dr. Hélder Louvandini e Dr. José Américo Soares Garcia pela

colaboração na execução do projeto;

Aos mestres e amigos da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA: Professores

Adalberto Gadêlha, Gabrimar Araújo, Marcos Pinheiro, Ângela Vasconcelos e

Tereza Lacerda, pelas palavras de incentivo amizade e confiança sempre

depositada em minha pessoa;

Aos grandes e inesquecíveis colaboradores Professor Dr. Petrônio Timbó, Dr.

Liduíno e Dr. José Vitorino de Souza pela preciosa ajuda para que eu pudesse

concretizar o meu sonho de pesquisa;

Page 8: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

vii

Aos estudantes de Medicina Veterinária que me ajudaram na realização desta

pesquisa, Alva, Ananda, André, Bruno, Eduardo, Érica, Luís, Pablo, Priscila, Samuel,

Vanessa, e em especial a Rosilene Gugel pela amizade, companheirismo e valiosa

ajuda neste trabalho;

Aos animais experimentais, sob nosso controle, eles crescem, dependem e confiam.

Respeito haja, enquanto vivos, pois não será em vão seu sacrifício (Sampaio,1998);

A Yuri Yamaguchi, Veterinária do Laboratório de Nutrição Animal, pela amizade e

preciosa ajuda nas análises laboratoriais;

Aos funcionários do Centro de Manejo de Ovinos, Sr. Elias e Sr. Zequinha, pela boa

vontade com que colaboraram na condução do experimento;

Ao meu namorado, Normandes Vieira (Teco) pelo carinho e dedicação, me

proporcionando momentos agradáveis em meio a tanto estudo;

Às minhas tias Eneida, Sílvia, Tereza e Zeneida pelo incentivo e carinho, sempre

dispostas a colaborar;

À amiga Eliandra Bianchini e sua filhota Katharine, pelos bons momentos durante

todo o período do Curso e pela grande amizade que construímos;

Às amigas Aline Marinho, Caroline Demo e Natalie Soter pelo carinho, amizade e

por tornarem os meus dias mais felizes em Brasília;

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram e torceram para que este

trabalho pudesse ser realizado, Muito Obrigada!

Page 9: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

viii

ÍNDICE

CAPÍTULO 1- CONSIDERAÇÕES GERAIS

Página

1.Introdução 1

2.Revisão de Literatura 3

2.1.Histórico das raças ovinas 3

2.1.1.Raça Santa Inês 4

2.2.2.Raça Bergamácia 5

2.2.3.Raça Texel 6

2.2.Desempenho de cordeiros 7

2.3.Utilização da ultra-sonografia para predição de

características da carcaça

8

2.4.Medidas corporais 10

2.5.Características quantitativas da carcaça 11

2.5.1.Rendimento da carcaça quente e fria e cortes

cárneos

11

2.5.2.Perdas de peso ao resfriamento 13

2.5.3.Componentes da carcaça 14

2.5.4. Área de olho de lombo 15

3. Objetivos 16

4. Referência Bibliográfica 17

Page 10: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

ix

ÍNDICE

CAPÍTULO 2 – DESENVOLVIMENTO DE OVINOS PUROS E CRUZADOS

CRIADOS NO DISTRITO FEDERAL

Página

Resumo 24

Abstract 25

1. Introdução 26

2. Material e Métodos 28

2.1. Local 28

2.2. Animais e instalações 28

2.3. Manejo alimentar 28

2.4. Ultra-sonografia 29

3. Delineamento experimental 30

4. Resultados e Discussão 30

5. Conclusões 37

6. Referências Bibliográficas 38

Page 11: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

x

ÍNDICE CAPÍTULO 3 - CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA E

MEDIDAS MORFOMÉTRICAS DE DIFERENTES RAÇAS DE OVINO

Página

Resumo 40

Abstract 41

1. Introdução 42

2. Material e Métodos 44

2.1. Local 44

2.2. Animais e instalações 44

2.3. Manejo alimentar 45

2.4. Medidas corporais 45

2.5. Procedimentos para abate e cálculos para rendimento 47

2.6. Procedimento das mensurações durante o abate 47

2.7. Obtenção da hemi - carcaça e de cortes comerciais 48

3. Delineamento experimental 49

4. Resultados e Discussão 50

5. Conclusões 59

6. Referências Bibliográficas 60

Page 12: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xi

ÍNDICE

CAPÍTULO 4 - COMPONENTES FÍSICOS E QUÍMICOS DA 12ª COSTELA DE

OVINOS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS

Página

Resumo 64

Abstract 65

1. Introdução 66

2. Material e Métodos 68

2.1. Local 68

2.2. Animais e instalações 68

2.3. Manejo alimentar 68

2.4. Procedimentos para abate e obtenção da hemi-carcaça 69

2.5. Dissecação e determinação da composição química da 12ª costela 70

3. Delineamento experimental 71

4. Resultados e Discussão 72

5. Conclusões 77

6. Referências Bibliográficas 78

7. Conclusão Geral 81

Page 13: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xii

ÍNDICE DE FIGURAS Figura Página

Capítulo 1 1– Ovinos da raça Santa Inês. 4

2 – Ovinos da raça Bergamácia. 5

3 – Ovinos da raça Texel. 6

4 – Imagem realizada na área de olho de lombo por ultra-som. 8

5 – Carcaça inteira dos ovinos experimentais. 13

6– Exemplares das 12ª costelas de ovinos puros e cruzados 15

Capítulo 2

1 – Relações entre idade e características ultra-sonográficas observadas e estimadas usando regressões em ovinos (a) Medida diagonal transversal por ultra-som-MDTUS e (b) Medida diagonal longitudinal por ultra-som - MDLUS

35

2 – Relações entre idade e características ultra-sonográficas observadas e estimadas usando regressões em ovinos (a) Área de olho de lombo diagonal transversal por ultra-som-AOLTUS e (b) Área de olho de lombo longitudinal por ultra-som - AOLLUS

35

3 – Relação entre idade e espessura de cobertura de gordura(a) e (b) e relação entre idade e peso semanal

36

Capítulo 3 1 – Cortes cárneos efetuados na meia carcaça dos animais experimentais

49

2 – Representação gráfica dos dois primeiros autovetores

58

Capítulo 4

1– Mensurações realizadas no músculo Longissimus dorsi

70

2 – Amostras da 12ª costela antes e após o processo de secagem na estufa

71

Page 14: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xiii

ÍNDICE DE TABELAS Tabela Página

Capítulo 2 1 – Composição bromatológica das dietas experimentais 29 2 – Resumo da análise de variância de ovinos nas diferentes raças e cruzamentos por meio da avaliação ultra-sonográfica in vivo e desempenho ponderal

31

3 – Médias do desempenho ponderal e avaliação ultra-sonográfica in vivo das raças de ovinos puros e cruzados estudados e comparados pelo teste de Tukey a 5%, de acordo com as raças

33

4 – Correlações entre as características de ovinos de diferentes grupos genéticos

34

Capítulo 3

1 – Composição bromatológica das dietas experimentais 45 2–Resumo da análise de variância das características de carcaça de ovinos puros e cruzados

51 3a– Média das características de carcaça de ovinos de diferentes genótipos estudados e comparados pelo teste de Tukey a 5%, de acordo com as raças

52

3b– Média das características de carcaça de ovinos de diferentes genótipos estudados e comparados pelo teste de Tukey a 5%, de acordo com as raças

53

4– Média dos cortes cárneos de ovinos puros e cruzados comparados pelo teste de Tukey a 5%

54

5– Média da espessura de pele usando adipômetro em ovinos comparados pelo teste de Tukey a 5%, de acordo com as raças

55

6– Níveis de significância das raças de ovinos por meio da avaliação de características morfométricas

55 7– Correlação entre as características de ovinos de diferentes grupos genéticos

57

Page 15: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xiv

Capítulo 4

1 – Composição bromatológica das dietas experimentais 74 2 –Componentes da 12ª costela de ovinos de diferentes grupos genéticos estudados e comparados pelo teste Tukey a 5%

78 3 –Composição química (%) do músculo Longissimus dorsi de ovinos puros e cruzados comparados pelo teste Tukey a 5%

79 4 –Mensurações no músculo Longissimus dorsi de ovinos de puros e cruzados estudados e comparados pelo teste Tukey a 5%

80 3 –Correlação entre as características de ovinos de diferentes grupos genéticos

82

Page 16: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xv

DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS CRUZADOS NO

DISTRITO FEDERAL

RESUMO

Foram estudadas as características de carcaça de 48 ovinos machos e inteiros,

oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça Santa

Inês, 10 da raça Bergamácia, 5 oriundos do cruzamento do Texel com ovelhas

Santa Inês e 6 animais provenientes do cruzamento de um reprodutor Bergamácia

com ovelhas Santa Inês. Os animais foram mantidos no pasto (Grupo 1) e em semi-

confinamento (Grupo 2). Foram analisadas as características sobre desempenho

ponderal, avaliação ultra-sonográfica “in vivo”, medidas morfométricas e

características quantitativas da carcaça de ovinos. Os dados foram analisados

usando o procedimento GLM (Análise de variância), CORR (Correlação),

PRINCOMP (Componentes principais), REG (Regressão) e teste de médias (Tukey

5%) do programa estatístico SAS (Statistical Analysis System). Os animais que

apresentaram pesos mais baixos, tendem a possuir menores valores nas

características ultra-sonográficas., verificado através das correlações de baixa a

média. Verificou-se que a correlação dos cortes comerciais com os pesos e

rendimentos de carcaça quente e fria, respectivamente, foram de média a alta e

positiva. Em geral a idade ao abate teve correlações baixas com as características

da carcaça. Os componentes principais mostraram que os animais que

apresentaram alto peso de abate tendem a obter altos pesos para as partes da

carcaça. Os animais cruzados apresentaram em geral as maiores médias

relacionadas às características analisadas.

Palavras-chave: crescimento, peso, ultra-som

Page 17: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

xvi

PERFORMANCE AND CARCASS QUALITY IN CROSSBRED SHEEP IN THE FEDERAL DISTRICT

ABSTRACT Performance and carcass traits were studied on 48 male entire sheep from four genetic

groups with 27 animals Santa Inês, 10 Bergamasca, 5 from a cross with Texel sire and

Santa Inês dams and 6 from a cross with a Bergamasca sire and Santa Inês dams.

Animals were reared at pasture (Group 1) and in semi-confinement (group 2). Data

collected included growth traits, “in vivo” ultrasound measurements, morphological

measurements and carcass quality traits.Data were analyzed using GLM procedures

(Variance analysis), CORR (Correlation), PRINCOMP (Principal Component), REG

(Regression) and means compared using Tukey test at 5% in the SAS ® program.Lighter

animals tended to have low ultrasound measures. The correaltions between weights,

output and commercial cuts was in general high to medium. Age at slaughter had low

correlations with carcass traits. Principal components showed that heavier animals at

slaughter had higher carcass cut weights. The crossed animals had in general presented

the related average greaters to the analyzed characteristics.

Key words: growth, weight ,ultrasound

Page 18: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

1

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Introdu ção

A ovinocultura sempre apresentou grande importância para a humanidade,

pela produção de lã, pele, carne e leite. Sua produção está difundida em quase

todas as regiões do mundo, ora como atividade de subsistência, ora como sistema

de produção avançado (Alvarenga, 2003).

As indústrias de carne vermelha têm que competir com outras fontes de

proteína, especialmente suínos e aves. Esses têm mostrado um crescimento muito

maior do que as carnes de bovinos e ovinos, em parte pela preocupação com a

saúde, mas principalmente pela sua conveniência e o seu preço competitivo

(Nogueira Filho, 2003). Além disto, países como Austrália, China e a Nova Zelândia,

que concentram, respectivamente 28%, 14% e 9% do efetivo mundial são os

maiores detentores de rebanhos ovinos no panorama mundial. Já os três maiores

rebanhos de ovinos da América Latina são os da Argentina, Brasil e Peru, que

juntos, representam 68,9% da população total de ovinos da região (Devendra, 2002).

O mercado nacional de carne ovina tem sido abastecido, principalmente, com

carcaças de animais velhos, pois a maioria dos produtores não fornecem ovinos com

um padrão de carcaça para os abatedouros, os quais na sua maioria são ilegais, não

garantindo qualidade do produto ao consumidor. De acordo com Silva Sobrinho

(2001), o consumo per capita de carne ovina no Brasil não ultrapassa 30

g/habitante/ano, enquanto que na Austrália e Nova Zelândia, o consumo médio

chega a 20 kg/habitante/ano, sendo, portanto um consumo brasileiro ainda muito

pequeno.

Segundo Barreto Neto (2003), na região Centro-oeste as estatísticas indicam

uma tendência de crescimento dos rebanhos, devido principalmente, à inserção da

ovinocultura nos sistemas integrados de produção de bovinos de corte. As

perspectivas de incremento dos rebanhos na região permitem vislumbrar um cenário

otimista para os próximos vinte anos, quando o efetivo deverá situar-se em torno de

20 milhões de cabeças.

Page 19: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

2

Na busca pela diminuição da idade ao abate e melhorias da qualidade de

carcaça, têm-se introduzido raças de corte precoces, para a obtenção de cordeiros

com pesos mais elevados em menor espaço de tempo, com altos rendimentos de

carcaça, de modo que atendam as exigências crescentes do mercado consumidor

por qualidade (Carvalho et al., 1980).

O objetivo de melhorar as características de carcaças de ovinos Santa Inês,

através de cruzamentos com raças lanadas, especializadas em carne, tem sido

perseguido em algumas regiões do país, onde as condições de manejo e nutrição

são melhores (Sousa et al., 2003). Os aspectos relacionados ao abate e à carcaça

de animais especializados para corte devem ser conhecidos, para que estratégias

de melhoramento sejam conduzidas, no sentido a aumentar a eficiência produtiva e

a satisfação dos consumidores.

A avaliação das medidas corporais dos animais produtores de carne é

importante, pois as mesmas indicam o rendimento de carcaça e a capacidade

digestiva e respiratória dos animais (Santana, 2001). A medição de animais vivos

utilizando a ultra-sonografia tem como objetivo disponibilizar informações

quantitativas precisas e objetivas da composição corporal de animais vivos. Essas

informações visam à predição das diferenças genéticas entre os indivíduos e a

identificação de reprodutores geneticamente superiores para características

indicadoras de qualidade e produtividade de carcaça (Karsburg, 2003).

As poucas informações relacionadas aos grupos genéticos no setor da

ovinocultura motivam pesquisas que proporcionem características de melhor

qualidade na carcaça para o mercado consumidor interessado por tal produto.

Page 20: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

3

2. Revisão de Literatura

2.1. Histórico das raças ovinas

Na Europa, a revolução industrial, o aumento das indústrias de

beneficiamento e o crescimento da população urbana, foram responsáveis pelo

maior poder de compra e consumo de carne. Devido a esta maior demanda, os

ovinos passaram a ser uma fonte de carne de grande importância. Seguiu-se então,

o desenvolvimento das raças para corte, tão conhecidas atualmente e difundidas em

todo o mundo (Otto et al.,1997).

Segundo Nogueira Filho (2005), os ovinos foram introduzidos no Brasil pelos

colonizadores europeus e adaptaram-se muito bem às condições adversas da

caatinga nordestina. Criados, inicialmente, em rebanhos fechados, adaptaram-se

naturalmente às condições adversas possibilitando o aparecimento de novos tipos

raciais com grande rusticidade, embora perdendo, obviamente, algumas de suas

características produtivas.

Algumas tentativas de melhoria do rebanho nacional foram feitas com a

importação de animais europeus sem, no entanto, se atentar para a compatibilidade

racial com os animais inicialmente trazidos para o Brasil. Esse fato, aliado às

facilidades de deslocamento dos rebanhos entre fazendas e mesmo entre áreas

criadoras distintas, resultantes da abertura de estradas, permitiu uma grande mistura

racial, com o cruzamento indiscriminado entre tipos raciais distintos, a ponto de

grande parte do rebanho ser hoje considerado sem raça definida – SRD

(Kasprzykowski, 1982).

Page 21: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

4

2.1.1. Santa Inês

Figura 1- Ovinos da raça Santa Inês

Fonte: Arquivo pessoal

A Santa Inês é uma raça deslanada encontrada em todas as regiões do

Brasil. Esta raça surgiu do cruzamento das raças Morada Nova, Crioula e

Bergamácia, seguido de um período de seleção e/ou evolução para ausência de lã,

sendo uma excelente alternativa para os criadores brasileiros que buscavam animais

de grande porte, produtivos, de pêlo curto e perfeitamente adaptados às condições

climáticas do Brasil (Mason,1980).

Entre os animais deslanados do Nordeste, os da raça Santa Inês, juntamente

com seus mestiços, apresentam-se como a principal alternativa no que se refere ao

aumento da produtividade. Figueiredo & Fernandes (1990), citados por Silva et al.

(1996), apontam a raça Santa Inês como melhoradora do rebanho ovino nordestino.

Deve-se salientar que, juntamente com a elevação da produtividade aumentam as

exigências no que se refere à adoção de medidas que tenham como base alterações

na composição genética do rebanho e melhoria das condições de manejo.

As ovelhas apresentam excelente capacidade leiteira para criar os cordeiros,

boa prolificidade e, em condições favoráveis, podem ser férteis durante todo o ano

(Oliveira, 2001). Os resultados de pesquisas realizadas no Departamento de

Zootecnia da Universidade Federal de Lavras - MG (Furusho, 1995; Santos, 2000), a

raça Santa Inês apresenta alta velocidade de crescimento e produz uma carcaça de

boa qualidade, sendo uma raça de potencial para produção de meio sangue em

cruzamentos industriais.

Page 22: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

5

O padrão da pelagem inclui o branco, o vermelho, o preto e o malhado. Em

condições de pastejo, o peso de uma ovelha adulta varia de 40 a 60 kg e os machos

podem atingir até 130 kg em sistema de confinamento (Sousa, 1987).

Na Região Centro-oeste, são escassas as informações sobre o crescimento

de ovinos deslanados. Daí a necessidade de que sejam desenvolvidas mais

pesquisas, visando selecionar indivíduos precoces e estabelecer critérios mais

adequados de seleção.

2.1.2. Bergamácia

Figura 2. Ovinos da raça Bergamácia

Fonte: Arquivo pessoal

A Bergamácia também conhecida como Bergamasca, Bergamasker ou

Gigante de Bergamo, é originária da Itália. É uma raça fácil de ser manejada, devido

ao seu temperamento dócil. Sua lã, de coloração branca e de espessura média,

apresenta baixa qualidade e sua pele muitas vezes é exportada (Macedo,1996).

É uma raça rústica, pouco exigente e que prospera, no Brasil, em áreas das

regiões Sudeste e Nordeste. É um ovino de grande porte, com altura média de 80

cm e peso de 75 kg na fêmea e 120 kg no macho adulto (Arco, 2005).

Nunes et al. (1997) relataram que os animais da raça Bergamácia, além da

aptidão leiteira, apresentam condições para produção de carne. Além disso, esses

autores consideram serem as fêmeas muito prolíferas, produzindo cordeiros com

bom peso ao nascer, favorecendo, a produtividade do rebanho.

Page 23: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

6

Recomenda-se a raça para a formação de pequenos rebanhos em fazendas

mistas e também para melhorar os ovinos brasileiros quanto às produções de carne

e leite (Alzugaray, 1986).

2.1.3. Texel

Figura 3. Ovinos da raça Texel

Fonte: www.clubedofazendeiro.com.br

No Brasil, existe um grande interesse pelo estudo dos cruzamentos de raças

freqüentemente usadas nos rebanhos ovinos, como é o caso de cruzamentos entre

Bergamácia e Santa Inês, com raças especializadas, como a Texel.

Esta raça é de origem holandesa, da ilha de Texel. Foi introduzida no Brasil

por volta de 1972. Segundo O'Ferral & Tinon (1979) e Latif & Owen (1980) o Texel

possui grande potencial para produção de carne magra, sendo viável a sua

utilização como raça paterna em cruzamentos industriais. De acordo com Carvalho

et al. (1980), essa raça é amplamente utilizada em diversos países, com esta

finalidade.

A raça Texel é uma das raças com bom potencial para produção de carne na

região Centro-oeste, ao passo que os ovinos Santa Inês são predominantes e mais

adaptados às condições edafoclimáticas dessa região. Sendo assim, o estudo do

desempenho dessas raças em confinamentos na região Centro-oeste é importante

para viabilizar a utilização dessas duas raças isoladas ou através de cruzamentos

para explorar a complementaridade dessas raças.

Page 24: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

7

São animais precoces, caracterizando-se pela produção de carcaças de boa

qualidade, com baixo teor de gordura e que apresentam também lã branca e, por

isso, são muito utilizados no cruzamento industrial com matrizes laneiras ou mistas

(Arco, 2005).

Em condições de pastagem, os cordeiros machos têm ganhos de peso médio

de 300 g e as fêmeas de 275 g, entre os 30 e 90 dias de idade. A raça Texel é

considerada prolífera, produzindo carneiros com peso entre 110 a 120 kg e fêmeas

adultas com 80 a 90 kg (Arco, 2005).

2.2. Desempenho dos cordeiros

Os mecanismos de controle do crescimento e desenvolvimento dos ovinos de

corte vêm sendo intensamente pesquisados nos últimos anos. Segundo Hammond

(1971), o crescimento pode ser definido como o acúmulo de massa, enquanto o

desenvolvimento refere-se às mudanças na forma e preenchimento das funções dos

indivíduos.

Quando se trabalha com animais destinados à produção de carne, faz-se

necessário à determinação do peso ideal para abate. Essa determinação deve estar

baseada nas exigências do mercado consumidor, já que, de um modo geral, o

consumidor deseja uma carcaça com alta proporção de carne, adequada proporção

de gordura e uma reduzida proporção de ossos (Santos, 1999).

As atividades desenvolvidas por produtores dentro de um sistema de criação

de ovinos buscam maximizar a eficiência no processo de desenvolvimento animal. O

objetivo é superar os pontos atuais da curva de crescimento e diversos fatores

genéticos e ambientais que podem, assim como, suas interações alterar a eficiência

do crescimento, bem como a composição e a distribuição dos tecidos corporais.

Entre os principais fatores, destacam-se raça, idade, sexo, nutrição e genética.

A estimação do peso corporal poderia inclusive ser utilizada para seleção,

uma vez que as despesas com mantença estão relacionadas com o peso dos

animais e representam uma alta proporção das despesas com alimentação (Martins

et al., 2003).

Page 25: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

8

2.3. Utili zação da ultra-sonog rafia para predição de características da carcaça

Figura 4. Imagem realizada na área de olho de lombo por ultra-som

Fonte: Arquivo pessoal

A técnica de ultra-sonografia começou a ser utilizada inicialmente em bovino

de corte na década de 50, pelo Dr. James Stouffer de Cornell University. Na época,

os aparelhos eram primitivos, as medições eram difíceis, e os resultados não muito

satisfatórios (Sainz et al., 2002).

Segundo Thwaites (1984), a ultra-sonografia teve uma mudança significativa

nos anos 80, onde o ultra-som, com um número maior de cristais dispostos

linearmente possibilitou a geração e a recepção de sinais com maior rapidez.

Atualmente os aparelhos são muito mais sofisticados, e os resultados podem ser

excelentes (Stouffer,1991).

Com o desenvolvimento da tecnologia de ultra-sonografia, tornou-se mais

fácil, rápido e barato fazer as medições no animal in vivo. A ultra-sonografia

apresenta muitas vantagens para a avaliação genética de qualidade de carcaça.

Entretanto, variáveis importantes como o conhecimento e experiência do técnico

com aparelho, tipo de fabricante do equipamento, sondas utilizadas, software de

interpretação e o parâmetro da característica estudada são fundamentais para

determinar a exatidão da técnica de ultra-sonografia (Busboom et al., 2000).

A técnica de ultra-som tem sido utilizada em maior escala, principalmente na

bovinocultura de corte (Hamlin et al., 1995) e na suinocultura (Liu & Stouffer, 1995),

Page 26: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

9

e em menor escala na ovinocultura (Stanford et al., 2001) e caprinocultura (Delfa et

al., 1999).

No Brasil a técnica poderia contribuir na determinação do ponto ideal de abate

dos animais nos diferentes sistemas de produção, porém com enfoque bastante

diferente, onde a prioridade seria a obtenção do mínimo de espessura de gordura de

cobertura (EGC), indicado para prevenir a perda da qualidade da carcaça por

resfriamento. Esta metodologia também poderia auxiliar a identificação de práticas

de manejo e nutrição que otimizem a deposição de músculo e na seleção de animais

de crescimento rápido e com bom rendimento de cortes cárneos (Leão, 2004).

Atualmente a carcaça ovina tem se tornado importante objeto de estudo no

contexto nacional e sua mensuração oferece grande oportunidade de melhorar a

eficiência produtiva do rebanho. Assim, a ultra-sonografia, surge como uma técnica

viável (Frost et al., 1997), acurada e de custo aceitável para esta função (Houghton

& Turlington, 1992).

Vários pesquisadores têm utilizado as medidas obtidas para estimar o

desenvolvimento muscular e o grau de acabamento em animais in vivo como

estimativa da composição de carcaça (Suguisawa, 2002), assim como, o rendimento

de cortes cárneos comerciais antes do abate (May, 2000).

Em ovinos são medidas a área de olho de lombo (AOL) e a espessura de

gordura de cobertura (EGC) na secção do músculo Longissimus dorsi a partir de

imagens tomadas entre a 12ª e a 13ª costelas. Estas estimativas, quando obtidas

por técnicos experientes, têm apresentado alta repetibilidade, assim como são altas

correlações com as medidas correspondentes tomadas na carcaça após o abate

(Moser et al., 1998; Hassen et al., 1999).

O conhecimento das medidas obtidas por esta técnica é importante, pois, os

coeficientes de correlação são muito influenciados pela variação entre os animais.

Assim, caso exista grande variação da característica estudada dentro do rebanho,

torna-se imprescindível à utilização da ultra-sonografia em tempo real para estimar

melhor as diferenças apresentadas (Busboom et al., 2000).

O uso da ultra-sonografia para predizer a porcentagem de gordura

intramuscular da carne, embora não muito convincente para alguns pesquisadores

(Houghton & Turlington, 1992) está sendo cada vez mais pesquisada e vem

demostrando resultados satisfatórios. É uma ferramenta poderosa que pode ajudar o

Page 27: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

10

Brasil a competir no mercado internacional, oferecendo a qualidade requerida por

diferentes mercados consumidores (Hassen et al., 2001).

Apesar das medidas de AOL e EGC feitas por ultra-sonografia utilizadas nas

equações de predição da composição de carcaça serem acuradas (Silva, 2001),

torna-se evidente a necessidade de mais estudos nesta área para obtenção de

metodologias mais adequadas e de maior aplicação prática.

2.4. Medidas corporais

Mensurações morfométricas fornecem informações suplementares em

programas de melhoramento genético e são úteis para determinar tendências ao

longo dos anos em uma raça (Magnabosco et al.,1996). O conhecimento sobre as

medidas corporais de um grupamento genético apresenta notável contribuição para

a definição deste grupo, principalmente no que se refere à definição de seu porte a

aptidões (Sousa et al., 2003).

De acordo com Santana (1996), a avaliação das medidas corporais em

animais produtores de carne, como o comprimento do corpo, perímetro torácico,

altura da cernelha e da garupa são importantes, pois as mesmas indicam o

rendimento de carcaça e a capacidade digestiva e respiratória dos animais.

As mensurações morfométricas têm se destacado como importante

ferramenta auxiliar na avaliação do desempenho animal e quando analisada

juntamente com outros índices zootécnicos, constitui uma importante base de dados

para a avaliação individual dos animais e para determinar a evolução do sistema

produtivo (Borges et al., 2004).

Embora não substituam medidas de características de desempenho, é

importante que mensurações sejam feitas para que possam estimar as respostas

correlacionadas (Winkler et al.,1997). Apesar da relevante importância da

ovinocultura no Brasil, ainda são escassos os dados morfométricos das raças de

ovinos de corte. Dessa forma, e considerando-se os progressos na seleção e

melhoramento destes animais faz-se necessária à obtenção de novas mensurações.

Page 28: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

11

Segundo Perez et al. (1996), animais provenientes do cruzamento entre as

raças Texel e Bergamácia apresentaram valores maiores para perímetro de garupa,

região onde há maior acúmulo de carne, enquanto que os animais da raça Santa

Inês puros, obtiveram comprimento de carcaça maior do que os animais

provenientes do cruzamento.

De acordo com Gregory citado por Hedrick (1983), escores e estimativas

subjetivas explicam apenas 20 a 25% da variação nas características de carcaça,

que afetam o valor quantitativo e qualitativo das mesmas. Jones et al. (1999),

encontraram correlações genéticas entre os escores de conformação e proporções

dos tecidos que não foram significativamente diferentes de zero e, portanto, de

pequeno valor na predição da composição da carcaça.

2.5. Características quantitativas da carcaça

2.5.1 Rendimento de carcaça quente e fria e cortes cárneos

O rendimento é um dos principais fatores que está diretamente relacionado

com a qualidade da carcaça. De acordo com Sousa (1993), fatores como idade do

animal, raça, sexo, idade ao abate, velocidade de crescimento, sistema de

alimentação e cruzamento são importantes na estimativa do rendimento dos

diversos tecidos da carcaça.

Segundo Pérez (1995), o rendimento é que determina o maior ou menor custo

da carne para o consumidor, motivo relevante para despertar o interesse para esse

parâmetro, sendo um incentivo para os criadores que investem nessa atividade.

A valorização da carcaça ovina depende da relação entre peso vivo e idade,

sendo que a meta é a busca de animais que atinjam maiores pesos a menores

idades. Atualmente considera-se peso vivo de abate de 30 - 32 kg para os machos,

com rendimentos de carcaça que variam de 40 a 50%, levando-se em consideração

a conformação da carcaça, que envolve o desenvolvimento e perfil das massas

musculares e a quantidade e distribuição da gordura de cobertura (Silva Sobrinho,

2001).

Page 29: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

12

Segundo Zeola (2002), existem variações no rendimento de carcaça entre

sexos. Machos inteiros crescem mais rapidamente do que fêmeas, enquanto

machos castrados exibem características intermediárias. Se estes fossem abatidos à

mesma idade, os machos produziriam carcaças mais pesadas que a dos machos

castrados, que por sua vez pesariam mais do que as das fêmeas. Considerando tais

diferenças, o conteúdo de gordura tende a ser maior nas fêmeas, seguido dos

machos castrados e menor nos machos inteiros.

Yeates (1967), relatou que quando se utilizou o peso da carcaça quente para

calcular o rendimento, ocorreu erro de 2 a 3% em decorrência da diferença entre

peso da carcaça quente (após o abate) e peso da carcaça frio (24 horas em câmara

de refrigeração a 2 - 4C° ), denominado rendimento comercial, que se constitui em

um importante indicador da disponibilidade de carne ao consumidor.

Para se estimar o rendimento de cortes comerciais, como as proporções de

músculos e de tecido adiposo na carcaça, tem sido amplamente utilizados a área

transversal do músculo Longissimus dorsi, que é um músculo de maturidade tardia e

de fácil mensuração (Veloso, 2002).

As carcaças podem ser comercializadas inteiras ou sob a forma de cortes. Os

cortes cárneos em peças individualizadas associados à apresentação do produto

são fatores importantes na comercialização.

A padronização dos cortes a serem comercializados é definida pelo mercado

consumidor, que determina pesos mínimos e máximos de acordo com os costumes

regionais. O peso ideal para cada corte é aquele em que a sua valorização é

máxima tanto para o produtor como para o consumidor. Os cortes possuem valores

econômicos diferentes, e a proporção de cada um é importante na avaliação

comercial da carcaça (Huidobro & Cañeque, 1993).

De acordo com Santos & Pérez (2000a), o sistema de cortes deve respeitar

aspectos como quantidades relativas de músculo, gordura e osso; facilidade de

realização pelo operador e versatilidade, ou seja, facilidade de uso pelo consumidor.

Page 30: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

13

Figura 5. Carcaça inteira dos ovinos experimentais

Fonte: Arquivo pessoal

2.5.2. Perdas de peso ao resfriamento

A perda de peso pelo resfriamento ocorre devido à perda de umidade da

carcaça na câmara fria durante o processo de resfriamento (Kirton, 1986). Essas

dependem da quantidade de gordura de cobertura da carcaça (a qual forma uma

camada protetora, que de acordo com sua espessura, determina maior ou menor

porcentagem de perda) e da umidade relativa da câmara fria, que deve ser

controlada visando menores perdas (Yeates citado por Garcia, 1998).

A espessura de gordura subcutânea tem papel relevante na comercialização

da carne, sendo fundamental no processo de resfriamento da carcaça. A falta de

gordura de cobertura permite uma perda excessiva de água, ocasionando, além da

perda de peso, o escurecimento da carne durante o período de resfriamento.

De acordo com Silva Sobrinho (2001), os valores mais encontrados na

literatura para perdas de peso ao resfriamento estão em torno de 4%, porém essa

porcentagem pode variar em função do peso ao abate do animal e do grau de

cobertura da carcaça. Carneiro (2001), avaliando características de carcaça de

ovinos da raça Texel encontraram o valor médio de 2,7% para as perdas de peso ao

resfriamento. Santos & Pérez (1999), não encontraram diferença significativa pelo

teste de Tukey (P>0,05) para as raças Santa Inês e Bergamácia.

Page 31: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

14

2.5.3. Compon entes da carcaça

Segundo Macedo et al. (2000), em relação às características quantitativas das

carcaças, o componente de maior importância na carcaça é o músculo, uma vez que

este constitui a carne magra, comestível e disponível para venda. Os músculos de

maturidade tardia são indicados para representar o índice mais confiável do

desenvolvimento e tamanho do tecido muscular, assim o Longissimus dorsi é o mais

indicado, pois, além da maturidade tardia, é de fácil mensuração.

De acordo com a idade e o sexo do animal, observa-se diferentes proporções

de músculo, gordura e osso. Para maiores idades, há diminuição da porcentagem de

músculo e aumento na de gordura, tendo variações em sua amplitude os ossos

menores (Silva Sobrinho, 2001).

A composição tecidual baseia-se na dissecação da carcaça, quando são

separados gordura, músculo e osso. A dissecação completa da carcaça, ou da meia

carcaça, apenas se justifica em casos especiais, por ser um trabalho lento e

oneroso. O mais comum e viável é a utilização de uma parte representativa da

carcaça (Osório, 1992).

Segundo Galvão et al. (1991), os tecidos, muscular, adiposo e ósseo são os

de maior interesse na comparação de carcaças de ovinos. O osso é o tecido de

desenvolvimento mais precoce e o músculo, o mais importante na valorização da

carcaça, enquanto que o adiposo é o que mais interfere na composição tecidual.

A utilização de medidas que possam ser correlacionadas com as

composições da carcaça é de grande valia para se evitar o processo oneroso da

dessecação total da mesma. Neste contexto, a 12ª costela tem sido apontada como

o corte que melhor expressa a proporção de músculo, gordura e osso (Silva & Pires,

2000).

Page 32: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

15

2.5.4. Área de olho d e lombo

Figura 6. Exemplares das 12ª costelas de ovinos puros e cruzados

Fonte: Arquivo pessoal

A área do músculo Longissimus dorsi ou área de olho de lombo é considerada

medida representativa da quantidade e distribuição das massas musculares, assim

como da qualidade da carcaça (Bonifacino et al.,1979).

O lombo, apesar de ser pequeno, é um dos cortes com melhor proporção de

músculo, além da facilidade de ser retirado o Longissimus dorsi, e de atingir bom

valor no mercado.

O músculo dorsal (Longissimus dorsi) possui maturidade tardia e de fácil

mensuração, o que torna o músculo de preferência para este propósito. Crouse &

Dikeman (1976), demonstraram uma relação positiva entre o músculo dorsal na 12ª

costela (Área de olho de lombo) e várias medidas de rendimento da carcaça.

Page 33: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

16

3. Objetivos

Os objetivos desse trabalho foram:

♦ Avaliar o desenvolvimento ponderal e a acurácia do método ultra-sonográfico na

determinação da área de olho de lombo e da espessura de gordura de cobertura

na carcaça de animais resultantes de diferentes grupos genéticos;

♦ Avaliar a influência das raças Santa Inês, Bergamácia, Texel e seus

cruzamentos, nas características quantitativas da carcaça e as medidas

corporais;

♦ Análise da composição tecidual e mensurações no músculo Longissimus dorsi,

na altura da 12ª costela de ovinos de diferentes grupos genéticos.

Page 34: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

17

4. Referências Bibliográficas

ALVARENGA, F.G. Levantamento da Atividade da Ovinocultura no Distrito Federal. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2003. 74 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/ Universidade de Brasília. ALZUGARAY, D. & ALZUGARAY, C. Aprenda a Criar Ovelhas. Editora três. São Paulo, SP, 1986. ARCO (2005). Associação Brasileira de Criadores de Ovinos. (http://www.arcoovinos.com.br) BARRETO NETO, A. D. A cadeia produtiva das carnes caprina. In: SEMINÁRIO NORDESTINO DE OVINOCAPRINOCULTURA, 6., 2003, Recife: Anais…Recife: Sociedade Pernambucana de Medicina Veterinária, p.171-177, 2003. BONIFACINO, L., KREMER, R., ORLANDO, D. et al. Estudio comparativo de corderos Corriedale y Corriedale por Texel. 2. Pesos al nascer, ganancias diarias y caracteristicas de la carcasa. Revista Veterinária., v.70, p. 63-71,1979. BORGES, I., SILVA, A. G. M., ALBUQUERQUE, F. H. M. A. R. Escrituração zootécnica e sua importância no gerenciamento da caprinocultura. In: REUNIÃO TÉCNICA CIENTÍFICA EM OVINOCAPRINOCULTURA, 1. 2004. Anais... Itapetinga: UESB, p.1-17, 2004. BUSBOOM, J. A.; BRETHOUR, J. R.; ELIAS-CALLES, A.; GASKINS, C. T.; DUCKETT, S. K. Using u ltrasound for prediction feeding and marketing of catt le.http://www.ansci.wsu.edu/wagyu/wagsymp/particles97/busboom.htm, (10/Feb/2000). CARNEIRO, R. M. Características da carcaça de cordeiros de parto simples e duplo alimentados em confinamento. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001, Piracicaba. Anais…Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia,.p. 1333-1334,2001. CARVALHO, J. B. P.; PEDROSO, J. R.; FIGUEIRÓ, P. R., et al. Alguns fatores que afetam o rendimento da carne ovina. Centro de Ciências Rurais, v.10, n. 2, p. 95 -104, 1980. CROUSE, J. D & Dikeman, M. E. Determinates of the retail product of carcass beef. Journal of Animal Science, v. 42, p. 584,1976. DELFA, R.; TEIXEIRA, A.; GONZÁLES, C. et al. Utilización de ultrasonidos en cabritos vivos de raza Blanca Celtibérica como predictores de la composición tisular de sus canales. Archivos de Zootecnia, v. 48, p. 123 - 134, 1999.

Page 35: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

18

DEVENDRA, C. Potencial productivity from small ruminants and contribution to improved livelihoods and rural growth in developing countries. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 39, 2002, Recife: Anais… Recife: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2002. FROST, A. R.; SCHOFIELD, C. P.; BEAULAH, S. A.; MOTTRAM, T. T.; UNES, J. A.; WATHES, C. M. A review of livestock and monitoring and the need for integrated systems. Computers and Electronics in Agriculture, v. 17, p. 139-159, 1997. FURUSHO, I. R. Efeito da utili zação da casca de café, “ in natura” e tratada com uréia, sobre o desempenho e características da carcaça de cordeiros terminados em confinamento. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 1995. 68p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Federal de Lavras. GALVÃO, J. G.; FONTES, C. A. A.; PIRES, C. C. et al. Características e composição física da carcaça de bovinos não castrados, abatidos em três estágios de maturidade (estudo II) de três grupos raciais. Revista Brasileira de Zootecnia. v. 20, p. 502-512, 1991. GARCIA, C. A. Avaliação do resíduo d e panificação “ biscoito” na alimentação de ovinos e nas características quantitativas e quali tativas da carcaça . Jaboticabal: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária, 1998. 79 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária / Universidade Estadual Paulista. HAMLIN, K. E.; GREEN, R. D.; CUNDIFF, L. V.; WHELLER, T. L.; DIKEMA, M. E. Real-time ultrasonic measurement of fat thickness and longissimus muscle diameter: II. Relationships between real-time ultrasound measures and carcass retail yield. Journal of Animal Science, v. 73, p. 1725 -1734, 1995. HAMMOND, J. Farm animals Edward, London. p. 322. 1971. HASSEN, A.; WILSON, D. E.; ROUSE, G. H. Evaluation of carcass, live, and real-time ultrasound measures in feedlot cattle: II. Effects of different age end points on the accuracy of predicting the percentage of retail product, retail product weigth, and hot carcass weigth. Journal of Animal Science, v. 77, p. 283 - 290, 1999. HASSEN, A.; WILSON, D. E.; AMIM, V. R.; ROUSE, G. H.; HAYS, C. L. Predicting percentage of intramuscular fat using two types of real-time ultrasound equipment. Journal of Animal Science, v. 79, p. 11-18, 2001. HEDRICK, H. B. Methods of estimating live animal and carcass composition. Journal of Animal Science, v. 57, n. 5, p. 1316-1326, 1983.

Page 36: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

19

HOUGHTON, P. L.; TURLINGTON, L. M. Application of ultrasound for feeding and finishing animais: A review. Journal of Animal Science, v. 70, p. 930 - 941, 1992. HUIDOBRO, F. R.; CAÑEQUE, V. Produ cc ión d e carne en corderos de raza Manchega. II. Conformación y estado d e engrasamento de la canal y propo rción d e piezas en d istintos tipos comerciales. Investigación Agrária. Producción y Sanidad Animal, v. 8, n. 3, p. 233-243, 1993. JONES, H. E.; SIMM G.; DINGWALL, W. S. and LEWIS, R. M. Genetic relationships between visual and objetive measures of carcass composition in crossbred lambs. Journal of Animal Science, v. 69, p. 553-561,1999. KARSBURG, J. H. H. Estimativas de parâmetros genéticos de características de carcaça medidas por ultra-sonog rafia e de desenvolvimento pond eral em bovinos da raça Santa Gertrudis. Pirassununga: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, 2003, 82 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos/ Universidade de São Paulo. KASPRZYKOWSKI, J. W. A. Desempenho d a caprinocultura e ovinocultura no Nordeste; BNB ETENE, p. 39,1982. KIRTON, A. H. Animal Indu stries Workshop L incoln College, Techinical Handboo k (lamb growth - carcass composition). 2.ed. Canterbury: LINCOLN COLLEGE, Canterbury, New Zealand, p. 25 - 31, 1986. LAFIT, M.G.A., OWEN, E. A note on the growth performance and carcass composition of Texel and Suffolk sired lambs in a intensive system. Animal Produ ction ., 30 (2): 311-314,1980. LEÃO, C. C. Uso do u ltra-som na determinação da qualidade de carcaça de ovinos Santa Inês. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2004, 50 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/ Universidade de Brasília. LIU, Y.; STOUFFER, J. R. Pork carcass evaluition with na automated and computerized ultrasonic system. Journal of Animal Science, v. 73, p. 29-38, 1995. MACEDO. F. A. F., MARTINS. E. N. SIQUEIRA, E. R. et al. Desenvolvimento de cordeiros puros e cruzados terminados em pastagem ou confinamento. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Fortaleza. Anais…Fortaleza: 33, v. 1, p. 254-255,1996. MACEDO, F. A. F.; SIQUEIRA, E. R.; MARTINS, E. N.; MACEDO, R. M. G. Qualidade de carcaças de cordeiros Corriedale puros e mestiços terminados em pastagem e confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 5, p. 1520 - 1527, 2000.

Page 37: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

20

MAGNABOSCO, C. U. de.; OJALA, M.; OLIVEIRA, A. F. de.; CAETANO, A.; FAMULA, T. R. Efeitos de fatores ambientais sobre medidas corporais e peso em bovinos da raça Brahman no México. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33.,1996 Fortaleza. Anais… Fortaleza: SBZ, 1996. MARTINS, G. A. et al. Objetivos Econômicos de Seleção de Bovinos de Leite para Fazenda Demonstrativa na Zona da Mata de Minas Gerais. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, n. 2, p. 304, 2003. MASON, I. L. Sheep and goat production in the drought polygon of Northeast Brazil. Wolrd Anim. Rev., n. 34, p. 23-28, 1980. MAY, S. G.; MIES, W. L.; EDWARDS, J. W.; HARRIS, 1. J.; MORGAN, 1. B.; GARRET, R. P.; WILLIANS, F. L.; WISE, J. W.; CROSS, H. R.; SAVELL, J. W. Using live estimates and ultrasound measurements to predict carcass cutability. Journal of Animal Science, v. 78, p. 1255 -1261, 2000. MOSER, D. W.; BERTRAND, J. K.; MISZTAL, I.; KRIESE, L. A.; BENYSHEK, L. L. Genetic parameter for carcass and yearling ultrasound measurements in Brangus cattle. Journal of Animal Science. v. 76, p. 2542 - 2548, 1998. NOGUEIRA FILHO, A. Potencialidades da ovinocaprinocultura na região Nordeste do Brasil. Revista O Berro, n. 55, abril, 2003. NOGUEIRA FILHO, A. O agronegócio da caprino-ovinocultura: Cenários, Desafios e Oportunidades. In: IX Seminário Nordestino de Pecuária, 2005, Anais…Fortaleza, p. 51-69, 2005. NUNES, J. F.; CIRÍACO, A. L. T.; SUASSUNA, U. Produ ção e reprodu ção de caprinos e ovinos. 2. ed. Fortaleza: GRÁFICA LCR, 160 p, 1997. O'FERRAL, G.J.M., TINON, V.M. A comparison of eigth sire breeds for lamb production. 2. Lamb carcass composition. Journal of Agricultural Research, 16 (3): 277-284, 1977. In: ANIMAL BREEDING ABSTRACTS, Bucks, 47(3):134. (Abst. 1284),1979. OLIVEIRA, G. J. C. A raça Santa Inês no contexto da expansão da ovinocultura. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE OVINOCULTURA, 2001, Lavras. Anais... Lavras: UFLA, p. 1-20, 2001. OSÓRIO, J. C. S. Estudio de la calidad de canales comercializadas en el tipo ternasco segun la procedencia: bases para la mejora de dicha calidad en Brazil . Zaragoza: Universidad de Zaragoza, 1992. 335 p. (Tesis de Doctorado en Veterinaria) - Facultad de Veterinaria/Universidad de Zaragoza. OTTO, C; SÁ, J. L.; WOEHL, A. H.; CASTRO, J. A; REIFUR, L.; VALENTINI, V. M. Estudo econômico da terminação de cordeiros a pasto e em confinamento. Revista do Setor de Ciências Agrárias, v. 16, p. 223 - 227, 1997.

Page 38: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

21

PÉREZ, J. R. O.; FURUSHO, I. F.; OLIVEIRA, M. V. de. Efeito da dieta e o grupo genético de cordeiros terminados em confinamento, sobre algumas medidas de carcaça. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Fortaleza, 1996, Anais…Fortaleza: Sociedade Brasileira de Zootecnia, v. 1, p. 534 – 536, 1996. PÉREZ, J. R. O. Alguns aspectos relacionados com a qualidade da carcaça e da carne ovina. In: SIMPÓSIO PAULISTA DE OVINOCULTURA, 4., 1995, Campinas. Anais…Campinas: ASPACO–CATI–FMVZ/UNESP-SENAR, . p.125 –139,1995. SAINZ, R. D.; ARAÚJO, F. R da C. Uso de tecnologias de ultra-som no melhoramento do p rodu to final da carne. In: V Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas, Uberaba – MG, 2002. SANTANA, A. F. de. Correlação entre Circunferência Escrotal e Características de Cresc imento em Ovinos Deslanados no Estado do Ceará. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 1996, 85 p. Dissertação (Mestrado), Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/Universidade Federal do Ceará. SANTANA, A. F. de. Correlação entre peso e medidas corporais em ovinos jovens da raça Santa Inês. Revista Brasileira de Saúde e Produ ção Animal. v. 1, p. 27-30, 2001. SANTOS, C. L. dos.; PEREZ, J. R. O. et al. Rendimentos de carcaça de cordeiros Santa Inês e Bergamácia. In: XXXVI REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 1999, Porto Alegre. Anais…Porto Alegre,1999. SANTOS, C. L. dos. Estudo do d esempenho , das características da carcaça e do cresc imento alométrico de cordeiros das raças Santa Inês e Bergamácia. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 1999.143 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras. SANTOS, C. L.; PEREZ, J. R. O. Cortes comerciais de cordeiros Santa Inês. In: PEREZ, J. R. O; GARCIA, I. F. F.; GERASEEV, L. C.; SANTOS, C. L. In: PRIMEIRO ENCONTRO DE OVINOCULTURA, 1998, Lavras. Anais…Lavras: UFLA, p.150-168, 2000a. SANTOS, C. L. dos.; PEREZ, J. R. O. Composição dos cortes comerciais de cordeiros Santa Inês. In: ENCONTRO MINEIRO DE OVINOCULTURA,1.,1998, Lavras. Anais…Lavras: Universidade Federal de Lavras, p.150-168, 2000b. SILVA, F. L. R. da., FIGUEIREDO, E. A. P. de., SIMPLÍCIO A. A. et al. Parâmetros genéticos e fenotípicos de características de crescimento de desmame de cordeiros Santa Inês, no Estado do Ceará. Revista Brasileira de Zootecnia, SBZ, v. 25, n. 5, p. 845 - 852, 1996.

Page 39: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

22

SILVA L. F. & PIRES C. C. Avaliações quantitativas e predição das proporções de osso, músculo e gordura da carcaça em ovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 4, p.1253 -1260, 2000. SILVA SOBRINHO, A. G. Aspectos quantitativos e qualitativos da produção de carne ovina. In: A produção animal na visão dos brasileiros. Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais… Piracicaba: FEALQ, p. 425 - 446, 2001. SILVA, S. L. Estimativas de características de carcaça e pon to ideal de abate por ultra-sonog rafia, em bovinos submetidos a diferentes níveis energéticos na ração. Pirassununga: Universidade de São Paulo, 2001. 65 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos/ Universidade de São Paulo. SOUSA, O. C. R. Rendimento de carcaça, composição regional e física da paleta e quarto em cordeiros Rommey Marsh abatidos aos 90 e 180 dias de idade. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 1993. 102 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Pelotas, 1993. SOUSA, W. H. Genetic and environmental factors affecting g rowth and reprodu ctive performance of Santa Ines sheep In the semi-arid region o f Brazil . Texas: Texas A&M, University, 1987, 69 p. SOUSA, W. H.; LÔBO, R. N. B.; MORAIS, O. R. Ovinos Santa Inês: Estado e Arte e Perspectivas. II Simpósio Internacional sobre caprinos e ovinos – SINCORTE, p.501 - 521, João Pessoa - PB, Anais… 2003. STANFORD, K.; BAILEY, D. R. C., JONES, S. D. M. et al. Ultrasound measurement of longissimus dimensions and backfat in growing lambs: effects of age, weight and Sex. Small Ruminant Research, v. 42, p. 191 - 197, 2001.

STOUFFER, J. R. Using u ltrasound to ob jectively evaluate composition and quali ty li vestock . 21st. Century Concepts Important to Meat Animal Evaluation- Wisconsin, p. 49 - 54, 1991. SUGUISAWA, L. Ultra-sonog rafia para predição das características e composição da carcaça de bovinos. Piracicaba: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2002. 70 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, USP. THWAITES, C. J. Ultrasonic estimation of carcass composition: review. Austr. Meet. Res. Commit., n. 47, 29 p, 1984. VELOSO, C. F. M. Efeitos da suplementação protéica na verminose e nas características de carcaças de ovinos da raça Santa Inês mantidos a pasto. Brasília: Universidade de Brasília, 2002. 50 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/Universidade de Brasília.

Page 40: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

23

WINKLER, R.; PENNA, V. M. ;PEREIRA, C. S. et al. Estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos de peso e de medidas corporais em fêmeas adultas da raça Guzerá. Arq. Bras. Med. Vet., v. 49, p. 353 - 363,1997. YEATS, N. M. T. Avances en Zoo tecnia. Zaragoza: Acribia 403 p, 1967. ZEOLA, N. M. B. L. Influência da alimentação nas características quantitativas da carcaça e quali tativas da carne de cordeiros Morada Nova. Jaboticabal: Universidade Estadual Paulista. 2002. 65 p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia)- Universidade Estadual Paulista/Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 200

Page 41: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

24

DESEMPENHO DE OVINOS PUROS E CRUZADOS CRIADOS NO DISTRITO

FEDERAL

RESUMO

Foram estudadas as características de carcaça de 48 ovinos machos e inteiros,

oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça Santa

Inês, 10 da raça Bergamácia, 5 oriundos do cruzamento do Texel com ovelhas

Santa Inês e 6 animais provenientes do cruzamento de um reprodutor Bergamácia

com ovelhas Santa Inês. Os animais foram mantidos no pasto (Grupo 1) e em semi-

confinamento (Grupo 2). Foram analisadas as características sobre desempenho

ponderal e avaliação ultra-sonográfica “in vivo”. Os dados foram analisados usando

o procedimento GLM (Análise de variância), CORR (Correlação), REG (Regressão)

e teste de médias (Tukey 5%) do programa estatístico SAS (Statistical Analysis

System). As correlações entre peso vivo e características ultra-sonográficas

mostraram que animais com pesos mais baixos, tendem a possuir menores valores

nas características medidas por ultra-som. A correlação entre área de olho de lombo

e espessura de cobertura de gordura foi média e positiva, indicando um aumento da

espessura de cobertura de gordura. O grupo genético Texel x Santa Inês apresentou

maior média para característica de peso semanal. Enquanto que os animais da raça

Bergamácia apresentaram menores médias para as características ultra-

sonográficas, embora ela só tenha diferido do grupo genético Texel x Santa Inês,

que apresentou as maiores médias para essas características.

Palavras-chave: aol, medidas, cruzamento

Page 42: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

25

PERFORMANCE IN PURE AND CROSSBRED SHEEP IN THE FEDERAL

DISTRICT

ABSTRACT

Performance and carcass traits were studied on 48 male entire sheep from four

genetic groups with 27 animals Santa Inês, 10 Bergamasca, 5 from a cross with

Texel sire and Santa Inês dams and 6 from a cross with a Bergamasca sire and

Santa Inês dams. Animals were reared at pasture (Group 1) and in semi-confinement

(Group 2). Performance traits and ultra-sound evaluations were taken on the

animals. Data were analyzed using the GLM (General Linear Model) procedure of

SAS ®, as well as CORR (Correlation), REG (Regression and means compared

using Tukey (5%). Correlations between weights and ultrasound traits showed that

lighter animals had lower ultrasound measures. The correlation between eye muscle

área and fat cover was medium and positive, indicating that an increase in depth was

associated with an increase in fat cover. The Texel x Santa Inês group showed

higher growth rates and the Bergamasca lowest ultrasound measures and these

were only significantly different from the Texel x Santa Inês, which had the highest

values for these traits.

Key words: aol, measures, crossing

Page 43: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

26

CAPÍTULO 2 – DESEMPENHO DE OVINOS PUROS E CRUZADOS CRIADOS NO

DISTRITO FEDERAL

1. INTRODUÇÃO

O Brasil é o nono maior produtor de ovinos do mundo. A população de ovinos

é de aproximadamente 14.731.000 milhões de cabeças, sendo que o maior rebanho

encontra-se na região Nordeste com 8.030.000 cabeças, das quais 3.024.169 estão

na Bahia, sendo o estado com maior rebanho. As regiões Sul e Sudeste contam

com, respectivamente, 4.357.000 e 434.054 cabeças (Anualpec, 2004).

Na região Centro-oeste a criação de ovinos de corte é desenvolvida

principalmente em sistema extensivo, com pouca tecnologia e baixo investimento em

infra-estrutura, o que inviabiliza o controle de desempenho a partir da pesagem

periódica dos animais e mensurações no animal vivo que permitam predizer

características quantitativas da carcaça, rendimento e proporção de cortes.

A avaliação das medidas corporais dos animais produtores de carne como

comprimento do corpo, altura da cernelha e garupa, perímetro torácico e do pernil,

entre outros, poderão influenciar o preço de venda do produto, modificando a

percepção visual do consumidor e favorecendo o consumo de carne ovina (Santana,

2001).

Os ovinos deslanados são utilizados para a produção de carne e pele. Estes

animais destacam-se, sobretudo, pela rusticidade, fator que os faz obter bom

desempenho produtivo. A raça Santa Inês apresenta tamanho corporal superior às

demais raças de ovinos deslanados (Araújo,1997). A raça Texel surge como uma

alternativa em cruzamentos industriais, sendo viável a sua utilização como raça

paterna, pois possui grande potencial de carne magra (Latif & Owen, 1980).

A demanda por carne ovina, verificada nos últimos anos, tem proporcionado

um crescimento da ovinocultura em várias regiões do mundo. Este fato, associado à

maior eficiência de produção e comercialização do produto, resultará em uma oferta

de carne de qualidade, oriundas de animais jovens com quantidades adequadas de

músculo e gordura na carcaça (Kempster et al.,1987). No entanto, os sistemas

tradicionais de produção não conseguem abastecer esse crescente mercado, parte

Page 44: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

27

devido ao uso de grupos genéticos não apropriados para as respectivas regiões de

exploração (Sousa et al, 2003).

A forma mais rotineira de se medir o crescimento é pelo aumento de peso em

um determinado período de tempo, ou seja, a velocidade de crescimento pode ser

determinada pelo ganho de peso diário. O peso vivo é, geralmente, a medida mais

segura do rendimento de carne do animal. As medidas corporais, no entanto, podem

servir como indicadores do peso vivo e de rendimento de carcaça. Vários trabalhos

têm destacado a importância do conhecimento da correlação entre tamanho corporal

e peso vivo no estabelecimento de critérios de seleção (Bathaei, 1995).

Ovinocultores com visão empresarial buscam adequar seus sistemas de

produção para melhorar a eficiência produtiva do rebanho, tentando associar a

rusticidade de algumas raças à utilização de instrumentos de alta tecnologia que

permitem medições precisas de componentes do tecido animal e composição da

carcaça, as quais são difíceis de serem obtidas por inspeção visual ou palpação no

animal vivo (Miller, 2001). Assim, a ultra-sonografia, surge como uma técnica viável

para estimar a espessura de gordura de cobertura (EGC) e área de olho de lombo

(AOL) a partir de imagens tomadas nos animais vivos.

Desta forma, o objetivo do trabalho foi o de verificar o efeito de diferentes

grupos genéticos sobre o desempenho ponderal e obter medidas de área de olho de

lombo, espessura de gordura subcutânea, utilizando a tecnologia de ultra-sonografia

real time.

Page 45: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

28

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local

Este experimento foi desenvolvido no período de 2004 e 2005 no Centro de

Manejo de Ovinos na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília - UnB,

localizado junto à cidade de Brasília - DF. O clima da região é do tipo AW pela

classificação de Köppen, com temperatura média anual de 21,1° C, tendo 16° C e

34° C como mínima e máxima absolutas, respectivamente. A precipitação anual

média é de 1.578,5 mm e a média anual de umidade relativa do ar, é de 68%.

2.2. Animais e instalações

Foram utilizados 48 ovinos machos , de parto simples e gemelares, oriundos

de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça Santa Inês (SI), 10

da raça Bergamácia (B), 5 oriundos do cruzamento do Texel com ovelhas Santa Inês

(TE x SI) e 6 animais provenientes do cruzamento de um reprodutor Bergamácia

com ovelhas Santa Inês (B x SI).

Ao nascer os cordeiros foram identificados individualmente com coleiras de

metal e permaneceram junto de suas respectivas mães, até atingirem 15 kg, peso

determinado para o desmame. Os animais no final da tarde eram recolhidos em

baias localizadas em galpão com piso de concreto e cobertos com telhas de zinco.

Em média, os animais do primeiro lote tinham 1 ano e os do segundo e tinham entre

5 a 10 meses de idade.

As pesagens dos cordeiros e as medidas ultra-sonográficas, foram realizadas

a cada 7 e 30 dias, respectivamente, com a finalidade de monitorar o

desenvolvimento ponderal dos mesmos, até a data estabelecida para o abate.

2.3. Manejo alimentar Os animais do primeiro lote, nascidos entre março e maio de 2004, foram

mantidos em regime semi-extensivo, numa pastagem de Andropogon gayanus,

recebendo suplementação de concentrado de 300 g/cab/dia no final da tarde. O

fornecimento de sais minerais foi feito à vontade. Já os animais do segundo lote

Page 46: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

29

nascidos entre dezembro de 2004 e maio de 2005, passaram a receber 500

g/cab/dia de concentrado dividido entre o início e o final do dia, além do

fornecimento de silagem de milho, em decorrência do período da seca.

A dieta foi calculada com base nas exigências nutricionais estabelecidas pelo

AOAC (1995). A composição de concentrado utilizado foi de 55% de farelo de milho,

30% farelo de soja, 10% farelo de girassol e 5% farelo de trigo, cuja análise

bromatológica encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1. Composição bromatológica das dietas experimentais

Constituintes Concentrado Silagem Matéria Seca (MS)

Matéria Mineral (MM)*

Extrato Etéreo (EE)*

Proteína Bruta (PB)*

Fibra Detergente Neutro (FDN)*

Fibra Detergente Ácido (FDA)*

88,06

3,28

3,18

22,11

16,29

7,44

44,94

3,25

3,30

6,60

58,12

29,47

* Valores expressos em % de MS

2.4. Ultra – sonog rafia

O equipamento de ultra-sonografia utilizado para determinar as mensurações

das características de carcaça foi o aparelho Aloka SSD-500 equipado com um

transdutor linear de 5 MHZ.

Para realização da técnica de ultra-sonografia, cada animal foi contido e

procedeu-se a limpeza do local e a tricotomia da área de medição, em seguida

colocou-se mucilagem no dorso do mesmo para perfeito acoplamento do transdutor

com o corpo do animal, a aproximadamente 12 cm da linha média dorsal, dentro do

12° espaço intercostal. O transdutor foi disposto paralelamente à linha média dorsal

(sentido longitudinal) e foram avaliadas a Medida Diagonal Longitudinal (MDLUS) e

a Área de Olho de Lombo Longitudinal (AOLLUS). Com o transdutor posicionado

transversalmente avaliou-se a Medida Diagonal Transversal (MDTUS) , Área de

Olho de Lombo Transversal (AOLTUS).e Espessura de gordura de cobertura (EGC).

Page 47: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

30

As MDLUS e MDTUS foram medidas a fim de avaliar a profundidade de gordura e as

AOLUS e AOLTUS foram avaliadas para delimitar toda a extensão do músculo.

3. Delineamento experimental

Os dados coletados foram analisados por meio do software Statistical

Analysis System (versão 8.2 atualizada 1999) pela aplicação dos procedimentos

GLM (Análise de Variância), CORR (Correlação), REG (Regressão) e testes de

médias (Tukey 5%). O modelo matemático utilizado foi o seguinte:

Yij =µ+Gi+Ek+EGjk+eijkl

onde:

Yij = conjunto das variáveis dependentes;

µ = média geral;

Gi = efeito da i-éssima grupo genético (i = 1, 2, 3, 4 e 5);

Ek = efeito da k-éssima época (1 e 2);

EGjk = interação entre época e raça;

eijkl = erro aleatório associado a cada observação.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 mostra o resumo da análise de variância para as características

ultra - sonográficas (Medida diagonal longitudinal por ultra-som - MDLUS, Medida

diagonal transversal por ultra-som - MDTUS, Área de olho de lombo longitudinal- por

ultra-som - AOLLUS, Área de olho de lombo transversal por ultra-som - AOLTUS e

Espessura de gordura de cobertura - EGC) e desempenho ponderal -PS de ovinos

de diferentes raças.

Houve influência da variável raça (P<0,001) sobre o peso semanal (PS) dos

animais, o que já era previsto neste estudo, uma vez que as raças utilizadas eram

diferenciadas em relação às suas conformações físicas, como tamanho e presença

ou não de lã na pele. No que diz respeito às características avaliadas por ultra-som

a raça não exerceu efeito significativo (P>0,05).

O tipo de parto não influenciou significativamente as características

analisadas (P>0,05), ou seja, partos simples ou gemelares dos animais

Page 48: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

31

experimentais não afetaram o desenvolvimento ponderal. O resultado discorda dos

observados por Peeters et al. (1995), em estudo com cordeiros resultantes de

cruzamentos de Suffolk, obtiveram melhores resultados para cordeiros de partos

simples, avaliando características de peso.

Em relação ao mês de pesagem, época de nascimento, assim como a

interação entre época e raça houve influência significativa para todas as

características estudadas (P<0,01).

De acordo com Figueiredo (1986), a influência da época de nascimento sobre

o peso da cria é condicionada, principalmente, pela maior ou menor disponibilidade

e qualidade da pastagem, pois as precipitações pluviais sofrem variações ao longo

do tempo, associando-se às mudanças de temperatura, com reflexos quali-

quantitativos sobre as pastagens, o que reflete no desempenho do animal.

Tabela 2. Resumo da análise de variância de ovinos nas diferentes raças e

cruzamentos por meio da avaliação ultra-sonográfica in vivo e

desempenho ponderal.

Fonte de Variação

PS MDLUS MDTUS AOLLUS AOLTUS EGC

Raça *** Ns Ns Ns Ns Ns

TP Ns Ns Ns Ns Ns Ns

Época *** *** *** *** *** **

Época *Raça *** ** ** ** ** Ns

Mespes *** *** *** *** *** ***

IdPes *** Ns Ns * Ns **

Iddesm *** *** *** *** *** Ns

CV (%) 14,39 20,66 20,66 23,57 23,01 31,16

X 19,83 1,07 1,02 7,57 4,64 2,0

*P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001; NS: Não significante; PS: Peso semanal; MDLUS: Medida diagonal longitudinal no ultra-som; MDTUS: Medida diagonal transversal no ultra-som; AOLLUS: Área de olho de lombo longitudinal no ultra-som; AOLTUS: Área de olho de lombo transversal no ultra-som; EGC: Espessura de gordura de cobertura;TP: Tipo de parto; Mespes: Mês da pesagem; IdPes: Idade ao peso; Iddesm: Idade a desmama; CV: Coeficiente de variação

Page 49: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

32

O efeito da idade ao desmame influenciou a maioria das características,

avaliada por ultra-som (P<0,001), mas não apresentou diferença para espessura de

gordura de cobertura (EGC). Resultado similar ao obtido por Silva Sobrinho (2001),

que relata que a idade a desmama influencia não só o desempenho dos cordeiros

como as características da carcaça.

As médias das medidas ultra - sonográficas de MDLUS, MDTUS, AOLLUS,

AOLTUS e EGC encontradas neste trabalho foram de 1,07 cm; 1,02 cm; 7,57 cm2;

4,64 cm2 e 2,0 mm, respectivamente. As medidas AOLLUS e AOLTUS obtidas neste

trabalho foram superiores aos valores encontrados por Leão (2004), que encontrou

valores de 3,54 e 2,61 cm2 para AOLLUS e AOLTUS, respectivamente, em ovinos

da raça Santa Inês.

Macedo et al. (2000) obtiveram uma média de AOL de 10,92 cm2 para

cordeiros Texel, utilizando três métodos de alimentação (Silagem de milho +

concentrado) e Brito (2003), encontrou valor de 11,1 cm2 de AOL em ovinos da raça

Santa Inês. Os valores médios encontrados por esses autores foram superiores aos

obtidos neste experimento, provavelmente devido à utilização de alimentação

diferente.

A média encontrada para EGC foi de 2,0 mm, sendo semelhante aos

resultados obtidos por Brito (2003) e Siqueira & Fernandes (2000), que verificaram

em ovinos da raça Santa Inês valores de 1,8 e 1,4 mm, respectivamente. Ambos

resultados foram inferiores aos resultados encontrados por Leão (2004), de 3,5 mm

em ovinos Santa Inês.

Na Tabela 3 podem ser vistas as médias do desempenho ponderal e

avaliação ultra-sonográfica, mostrando que o grupo genético Texel x Santa Inês (TE

x SI) apresentou maior média no peso semanal, em seguida os das raças

Bergamácia (B), Bergamácia x Santa Inês (B x SI) e Santa Inês (SI) com valor

inferior, mas não diferindo estatisticamente entre eles (P>0,05).

Os animais da raça Bergamácia apresentaram menores médias para MDLUS,

MDTUS, AOLLUS e AOLTUS, embora essas raças só tenham diferido do grupo

genético Texel x Santa Inês, que apresentou as maiores médias para essas

características.

Page 50: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

33

Tabela 3. Médias do desempenho ponderal e avaliação ultra – sonográfica in vivo

das raças de ovinos puros e cruzados estudados e comparados pelo teste

Tukey a 5%, de acordo com as raças.

Grupos Genéticos PS MDLUS MDTUS AOLLUS AOLTUS EGC

(kg) (cm) (cm) (cm2) (cm2) (mm)

B 19,16a 1,03a 0,98a 7,36a 4,40a 2,1abc

B x SI 19,00a 1,07ab 1,00ab 7,41a 4,48ab 1,7b

SI 19,32a 1,07ab 1,01a 7,58a 4,65ab 1,9b

TE x SI 20,69b 1,15b 1,12b 8,25a 5,13b 2,2c

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. PS: Peso semanal; MDLUS: Medida diagonal longitudinal no ultra-som; MDTUS: Medida diagonal transversal no ultra-som; AOLLUS: Área de olho de lombo longitudinal no ultra-som; AOLTUS: Área de olho de lombo transversal no ultra-som; ECG: Espessura de gordura de cobertura; B: Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; TE x SI: Texel x Santa Inês

Não houve diferença significativa pelo teste de Tukey entre os grupos

genéticos na característica de AOLLUS. Porém, para a medida da AOLTUS houve

diferença apenas entre as raças Bergamácia e Texel x Santa Inês.

O grupo genético Texel x Santa Inês foi o que apresentou maior média de

espessura de gordura de cobertura (2,2 mm), diferindo apenas das raças Santa Inês

e Bergamácia x Santa Inês.

Os valores encontrados por Müller et al (1996), também foram semelhantes

ao deste trabalho, sendo o valor de 2,9 mm para EGC de cordeiros Corriedale, Ideal,

Romney Marsh e mestiços entre estas raças. De acordo com Müller (1980), a

espessura de gordura de cobertura contribui positivamente na determinação do

ponto ideal de abate dos animais nos diferentes sistemas de produção, onde a

prioridade seria a obtenção do mínimo de EGC, indicado para prevenir a perda da

qualidade da carcaça por resfriamento.

A Tabela 4 apresenta as correlações entre medidas ultra-sonográficas e

pesos. Observa-se que, em geral, as correlações envolvendo as características

avaliadas usando o ultra-som, foram de média à alta e positiva (>0,33) entre elas, ou

seja, quando aumenta o valor de uma característica, conseqüentemente, aumenta o

valor da outra. Por exemplo, quando aumenta o valor da AOLLUS há também um

aumento na MDLUS.

Page 51: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

34

Com relação às medidas de AOLLUS e AOLTUS foram obtidas correlações

altas e positivas destas com MDLUS e MDTUS, mas apresentaram correlação de

baixa à média com a característica de peso semanal - PS.

Observa-se que o peso semanal apresentou em geral, correlações de baixa à

média para quase todas as características, embora não tenha apresentado para

idade do peso (0,88). Estes resultados indicam que animais que apresentam pesos

mais baixos, tendem também a possuir menores valores nas características ultra-

sonográficas. Estes resultados contradizem os encontrados por Moser et al. (1998),

que verificaram correlação alta e positiva entre as características de AOL e

desenvolvimento ponderal.

Tabela 4. Correlações entre as características de ovinos de diferentes grupos

genéticos.

PS MDLUS MDTUS AOLLUS AOLTUS EGC

MDLUS 0,324

MDTUS 0,353 0,801

AOLLUS 0,281 0,964 0,803

AOLTUS 0,285 0,799 0,951 0,831

EGC 0,065 0,372 0,377 0,339 0,375

IDPES 0,888 0,064 0,057 0,015 -0,004 -0,068

PS: Peso semanal; MDLUS: Medida diagonal longitudinal no ultra-som; MDTUS: Medida diagonal transversal no ultra-som; AOLLUS: Área de olho de lombo longitudinal no ultra-som; AOLTUS: Área de olho de lombo transversal no ultra-som; EGC; Espessura de gordura de cobertura.; Idpes: Idade do peso.

Neste trabalho a correlação entre AOL e EGC foi média e positiva, isto indica

que para cada cm2 de comprimento da AOL, deve haver um aumento da EGC. O

valor encontrado para esta correlação é antagônico ao encontrado por Leão (2004),

que encontrou correlação baixa e negativa trabalhando com ovinos da raça Santa

Inês.

Segundo Bueno et al. (2000), a área de olho de lombo é de extremo

interesse, pois apresenta correlação alta e positiva com a quantidade de músculo na

carcaça.

Hedrick (1983) afirma que a relação entre EGC e AOL, medida por ultra-

sonografia no animal vivo, tem sido similar às relações entre as mesmas na carcaça.

Rouse et al. (2000), também encontraram boas correlações entre as medidas feitas

Page 52: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

35

por ultra-som e as feitas posteriormente na carcaça. Entretanto, alguns trabalhos

relatam correlações mais baixas entre essas medidas (Ribeiro et al.,1999).

As figuras abaixo representam a relação entre a idade e as características

ultra-sonográficas. Também apresentada à linha de tendência para essas

características (regressão linear).

Na Figura 1(a e b) pode ser observado que ocorreu um crescimento de ambos

valores das MDLUS e MDTUS, ou seja, na medida em que os animais atingiam

maior idade, as medidas analisadas também acompanhavam o crescimento.

Figura1. Relações entre idade e características ultra-sonográficas observadas e estimadas usando regressões em ovinos (a) Medida diagonal longitudinal no ultra-som-MDLUS e (b) Medida diagonal transversal no ultra-som - MDTUS.

Verificou-se na Figura 2 (a e b) que os valores médios para AOLLUS e

AOLTUS avaliados por ultra-som também apresentaram crescimento na medida em

que os animais atingiam maior idade.

Figura 2. Relações entre idade e características ultra-sonográficas observadas e estimadas usando regressões em ovinos (a) Área de olho de lombo longitudinal no ultra-som - AOLLUS e (b) Área de olho de lombo transversal no ultra-som- AOLTUS.

���

���

� ��� ��� ����� � ���������������� ���� � �������

� �� � �� �� ! !" " # #$ $% %

&('&('*),+ -).+ -/�0/�0�11�2.+2.+ 22�222�3*42�3*4655 7 7�8897�:7�:;; < < = =?>>A@@ B*CB*C

D�E

F�G

H

I

JLK

K JMK*K N�O*O PRQ*QS S T TAU URT T,VVXWWYT�ZT�Z UU*[[,\\

] ]^ ^ _ _` `a ab bc dc de ef f

g g�hhii.jj k*lAmk*lAmMnn*oopjj o*oRq�ro*oRq�rtss�uu v v,ww*vv.xxy y z z { {R||p}} ~ ~A��

�A�

� �L�*� ���*� �*�*�� � � �,��*��.�����Y�,���� ��*��,��

� �� �� �� �� �� �� �� �� �

� ��� ����R��  *¡*¢ R¡*¢*££*  p��  R * R¤�¥ * R R¤�¥§¦¦ ¨ ¨.©©*¨,ª¨,ª« « ¬ ¬ ­ ­R®®p¯¯ °*±°R±²,³

0

1

2

0 100 200 300´ ´ µ µA¶¶*µµA··X¸¸�µµ�¹¹ ¶ ¶Rºº.»»

¼ ¼½ ½¾ ¾¿ ¿À ÀÁ ÂÁ Âà ÃÄ Ä

Å�ÆÅ�ÆÈÇÇÊÉ ËÉ Ë*ËÊÌÎÍËRÌÍ*ÏÏ*Ë9É ËËpÉ Ë*ËÊËpÇÑÐËÊËpÇ6ÐÓÒÒ Ô Ô.ÕÕÊÔ ÔAÖ Ö× × 2 Ø ØÎÙ ÙÚÚ ÛÊÜÛRÜ

ÝÞ

Page 53: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

36

A Figura 3 (a) apresenta relação de crescimento entre a espessura de

gordura de cobertura e idade dos animais experimentais e (b) a relação entre idade

e peso semanal. Como pode ser observado, os valores médios da EGC e peso

semanal aumentaram de acordo com o crescimento dos animais.

Figura 3. Relação entre idade e espessura de gordura de cobertura - EGC (a) e (b) relação entre idade e peso semanal –PS em ovinos.

ßàpá âãpä åæpç èépê ë

é ìMéRé í�é*é î*é*éï ï ð ð.ññ*ðð,òòXóóYð�ôð�ô ñ ñRõ õAö ö

÷ ÷ø øù ùú úûû ûûü ü

ý ý�þþ ÿ ÿ � � ������������ ÿ ÿ � � ÿ ÿÊÿ*ÿ�� �ÿ*ÿ�� � � ����������� � � � � ������ � �������

0

10

20

30

40

0 100 200 300Idade (dias)

Pe

so

se

man

al (

kg

)

Y=11,336+0,0051* Idade R2= 0.62

b)

Page 54: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

37

5. CONCLUSÕES

Os animais cruzados apresentaram maior desenvolvimento para as

características de peso e ultra-sonográficas estudadas.

Para as características medidas por ultra-som os animais da raça Bergamácia

apresentaram menores médias, embora só tenham diferido do grupo genético Texel

x Santa Inês, que apresentou as maiores médias para essas características.

O grupamento Texel x Santa Inês também apresentou maior média de

espessura de gordura de cobertura, diferindo apenas das raças Santa Inês e

Bergamácia x Santa Inês.

Page 55: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

38

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANUALPEC. São Paulo: FNP Consultoria & Comércio, 2004. p. 301-302. ARAÚJO, A. M.; SILVA, F. L. R.; BARROS, N. N. Medidas corporais de ovinos deslanados da raça Santa Inês. EMBRAPA - CNPC. CE, 1997. ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL CHEMISTS. Off icial method s of analysis of AOAC. 16.ed. Arlington: AOAC International, 1995. v.1, 4/1-4/30p. BATHAEI, S. S. La croissance et le développement corporel de la naissance à la maturité dans la raca ovine iranienne Mehraban à queue grasse. Revue d’élevage et de Médicine Vetérinaire des Pays Tropicaux, v. 48, n. 02, p. 181-194, 1995. BRITO, E. A.; et al. Desempenho de caprinos e ovinos terminados em confinamento. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, V.40, 2003, Santa Maria. Anais… Santa Maria: SBZ, 2003. CD-ROM. BUENO, M. S.; CUNHA, E. A.; SANTOS, L. E. Características de carcaça de cordeiros Suffolk abatidos em diferentes idades. Revista Brasileira de Zootecnia, 29 (6), p.1803-1810, 2000. FIGUEIREDO, E. A. P. Potencial breeding p lans developed from observed genetic parameteres and simulated genotypes for Morada Nova sheep in Northeast Brazil College Station. Texas A & M University, 1986. 178p. Tese (Mestrado em Zootecnia) - Texas A & M University, 1986. HEDRICK, H. B. Methods of estimating live animal and carcass composition. Journal Animal Science, v. 57, n.5, p.1316-1326,1983. KEMPSTER, A.J.; CROSTON,D.; GUY, D. R.; JONES, D.W. Growth and carcass characteristics of crossbred lams by tem sire breeds, compared at the same estimarted carcass subcutaneous fat proportion. Animal Produ ction ., v.44., n.1, p.83-98, 1987. LAFIT, M.G.A., OWEN, E. A note on the growth performance and carcass composition of Texel and Suffolk sired lambs in a intensive system. Animal Produ ction ., 30 (2): 311-314,1980. LEÃO, C. C. Uso do u ltra-som na determinação da qualidade de carcaça de ovinos Santa Inês. Brasília: Faculdade de Agrono mia e Medicina Veterinária, 2004, 50 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/ Universidade de Brasília. MACEDO, F. A. F.; SIQUEIRA, E. R.; MARTINS, E. N.; MACEDO, R. M. G. Qualidade de carcaças de cordeiros Corriedale puros e mestiços terminados em pastagem e confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 5, p. 1520 - 1527, 2000.

Page 56: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

39

MILLER, R.K. Avaliação instrumental da qualidade da carne. In: Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de carnes, 1., São Pedro. Anais… Campinas: ITAL, 2001. p.179-184,2001. MOSER, D. W et al. Genetic parameter estimates for carcass and yearling ultrasound measurements in Brangus cattle. Journal Animal Science, v.76, p. 2542-2548,1998. MÜLLER, L. Normas para avaliação de carcaças e c oncursos de carcaça de novilhos. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria,1980.p.31. MÜLLER, L. FIGUEIRÓ, P.; HALL, G. Relação entre o peso da carcaça e o rendimento da perna em cordeiros. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Salvador. Anais…Salvador: SBZ, 1996. 84-85p,1996. PEETERS, R.; KOX, G.; VAN ISTEDAEL, J. Environmental and genetic influences on growth performance of lambs in different fattening systems. Small Rumuninant Research, v. 18, p. 57-67, 1995. RIBEIRO, F. G.; LEME, P. R., HENRIQUE, E. et al. Correlações entre medidas com ultra-som “in vivo” e diretamente na carcaça “post mortem” em bovinos. In: Congresso de Zootecnia, 9, 1999, Portugal. Anais… Portugal: APEZ,. p.19, 1999. ROUSE, G. H.; GREINER, S.; WILSON, D. E. et al. The use of real – time ultrasound to predict live feedlot cattle value. Beef Research Report. Ames: Iowa State University, , p.89-99,2000. SANTANA, A. F. de. Correlação entre peso e Medidas Corporais em Ovinos Jovens da Raça Santa Inês. Revista Brasileira de Saúde e Produ ção Animal. v.1. p.74-77, 2001. SAS – Statistical Analysis Systems. 1999. User’s guide: North Caroline: SAS Institute Inc. 1999. SILVA SOBRINHO, A. G. Aspectos quantitativos e qualitativos da produção de carne ovina. In: A produção animal na visão dos brasileiros. Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais… Piracicaba: FEALQ, p. 425 - 446, 2001. SIQUEIRA, E. R.; FERNANDES, S. Efeito do genótipo sobre as medidas objetivas e subjetivas da carcaça de cordeiros terminados em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, 29 (1), p.306-311,2000. SOUSA, W. H.; LOBO, R. N. B.; MORAIS, O. R. Ovinos Santa Inês: Estado da Arte e Perspectivas, In: Simpósio Internacional sobre caprinos e ovinos de corte, 2; 2003. Anais….João Pessoa - PB, . p. 501-521,2003.

Page 57: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

40

CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA E MEDIDAS

MORFOMÉTRICAS DE DIFERENTES RAÇAS DE OVINOS

RESUMO

Foram estudadas as características de carcaça de 48 ovinos machos e inteiros,

oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça Santa

Inês, 10 da raça Bergamácia, 5 oriundos do cruzamento do Texel com ovelhas

Santa Inês e 6 animais provenientes do cruzamento de um reprodutor Bergamácia

com ovelhas Santa Inês. Os animais foram mantidos no pasto (Grupo 1) e em semi-

confinamento (Grupo 2) Foram analisados as características morfométricas e

quantitativas da carcaça. Os dados foram analisados usando o procedimento GLM

(Análise de variância), CORR (Correlação), PRINCOMP (Componentes principais) e

teste de médias (Tukey 5%) do programa estatístico SAS (Statistical Analysis

System). Verificou-se que a correlação dos cortes comerciais com os pesos e os

rendimentos de carcaça quente e fria foram de média a alta e positiva. Os

componentes principais mostram que animais com alto peso ao abate tendem a

obter altos pesos para as partes da carcaça. Os animais da raça Bergamácia

apresentaram menor média para os cortes cárneos examinados, enquanto que o

grupo genético Texel x Santa Inês apresentaram as maiores médias.

Palavras-chave: cortes, medidas, rendimentos

Page 58: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

41

QUANTITATIVE CARCASS AND MORPHOLOGICAL TRAITS IN DIFFERENT

GENETIC GROUPS OF SHEEP

ABSTRACT

Performance and carcass traits were studied on 48 male entire sheep from four

genetic groups with 27 animals Santa Inês, 10 Bergamasca, 5 from a cross with

Texel sire and Santa Inês dams and 6 from a cross with a Bergamasca sire and

Santa Inês dams.

Animals were reared at pasture (Group 1) and in semi-confinement (Group 2).

Mophological traits and carcass caracteristics were studied Data were analyzed

using the GLM (General Linear Model) procedure of SAS ®, as well as CORR

(Correlation),REG (Regression and means compared using Tukey (5%). The

correlation between weights and carcass output was medium to high. Principal

components showed that heavier animals at slaughter had higher carcass cut

weights. The Texel x Santa Inês group had the highest slaughter weight and carcass

cut weights which the Bergamasca had the lowest mean meat cut weights.

Key words: cuts, measurements, killout

Page 59: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

42

CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS DA CARCAÇA E

MEDIDAS MORFOMÉTRICAS DE DIFERENTES RAÇAS DE OVINOS

1. INTRODUÇÃO

Para que a ovinocultura seja um empreendimento economicamente viável é

necessário, entre outros fatores, propiciar ao animal condições de exteriorizar o

máximo desempenho de suas potencialidades através de alimentação, manejo e

cruzamentos adequado, e deste modo alcançar as condições de peso e/ou

terminação para abate, mais precocemente.

No Brasil, a cadeia da carne ovina ainda é bastante incipiente, sendo o peso da

carcaça o elemento regulador dos abates. Segundo Müller (1991), os mercados

consumidores normalmente apresentam exigências de peso mínimo dos diversos

cortes cárneos, evitando abate de animais em condições insatisfatórias de

desenvolvimento muscular e acabamento.

Das raças introduzidas no Distrito Federal, prevaleceu a Santa Inês, pela sua

adaptação às condições locais, pelo seu tamanho e suposta prolificidade (McManus

et al., 2002). Segundo esses autores, o mercado do Centro-oeste para carne de

ovinos é excelente, pois a região mostra-se altamente propícia à ovinocultura, pois

os índices aqui registrados têm sido superiores aos obtidos nas outras regiões do

país.

No sistema de produção de carne ovina, deve-se destacar os aspectos

quantitativos relacionados à carcaça, pois o conhecimento dos pesos e rendimentos

dos principais cortes da carcaça são critérios para enriquecer a avaliação do

desempenho animal (Silva e Pires, citados por Zundt et al., 2001).

A comercialização dos ovinos, geralmente, é feita com base no peso vivo, em

função da falta de adequado sistema de classificação de carcaças. Portanto, o

rendimento de carcaça torna-se um parâmetro importante na comercialização do

produto (Perez, 1995; Sainz, 1996).

O rendimento dos cortes da carcaça é um dos principais fatores que estão

diretamente relacionados com a qualidade da carcaça. Conforme Colomber-Rocher

et al.(1988), o rendimento de carcaça é determinado pelos diversos componentes

corporais do animal, e o valor de uma carcaça depende, entre outros fatores, dos

pesos relativos de seus cortes, sendo que, para melhorar esse valor, torna-se

Page 60: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

43

necessário aprimorar aspectos relativos à nutrição, sanidade, manejo, raças e

cruzamentos.

A partir dos pesos da carcaça quente e fria, são calculados os rendimentos.

Quando se utiliza o peso da carcaça quente para calcular o rendimento, ocorre uma

diferença de 2 a 3% em virtude da variação entre os pesos da carcaça fria (24 horas

de refrigeração) e quente (após o abate). Estas diferenças são as perdas de peso ao

resfriamento, as quais dependem da quantidade de gordura de cobertura,

responsável pela proteção da carcaça e diminuição das perdas de umidade. Como é

comercializada a carcaça fria, o rendimento considerado é chamado de comercial,

diferentemente do rendimento da carcaça quente (Yeates, citado por Garcia,1998).

A avaliação do rendimento é de grande importância para determinar o

desempenho do animal durante seu desenvolvimento, pois expressa a relação

porcentual entre o peso da carcaça e o peso vivo animal (Osório et al.,1998). O

rendimento aumenta com o aumento do peso vivo e com o grau de acabamento do

animal. Todos esses tipos de rendimento são importantes parâmetros na avaliação

de cordeiros que vêm se destacando por apresentar potencialidades para produção

de carne como os da raça Santa Inês e Bergamácia (Peron et al., 1993).

Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar o peso de abate, o peso e o

rendimento da carcaça, o percentual de perda ao resfriamento, as mensurações

morfométricas e os cortes comerciais da carcaça de ovinos de diferentes grupos

genéticos.

Page 61: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

44

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local

Este experimento foi desenvolvido no período de 2004 e 2004 no Centro de

Manejo de Ovinos na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília - UnB,

localizado junto à cidade de Brasília - DF. O clima da região é do tipo AW pela

classificação de Köppen, com temperatura média anual de 21,1° C, tendo 16° C e

34° C como mínima e máxima absolutas, respectivamente. A precipitação anual

média é de 1.578,5 mm e a média anual de umidade relativa do ar, é de 68%.

2.2. Animais e instalações

Foram utilizados 48 ovinos machos inteiros, de partos simples e gemelares,

oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça Santa

Inês (SI), 10 da raça Bergamácia (B), 5 oriundos do cruzamento do Texel com

ovelhas Santa Inês (TE x SI) e 6 animais provenientes do cruzamento de um

reprodutor Bergamácia com ovelhas Santa Inês (B x SI).

Ao nascer, os cordeiros foram identificados individualmente com coleiras de

metal e permaneceram junto de suas respectivas mães, até atingirem 15 kg, peso

determinado para o desmame. Os animais no final da tarde eram recolhidos em em

baias localizadas em galpão com piso de concreto e cobertos com telhas de zinco.

Em média, os animais do primeiro lote tinham 1 ano e os do segundo, tinham entre 5

a 10 meses de idade.

As pesagens dos cordeiros foram realizadas a cada 7 dias, com a finalidade

de monitorar o desenvolvimento ponderal dos mesmos, até a data estabelecida para

o abate. As medidas corporais foram coletadas em dois períodos em maio de 2004 e

setembro de 2005, assim como as mensurações realizadas com o adipômetro.

Page 62: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

45

2.3. Manejo alimentar

Os animais do primeiro lote, nascidos entre março e maio de 2004, foram

mantidos em regime semi-extensivo, numa pastagem de Andropogon gayanus,

recebendo suplementação de concentrado de 300 g/cab/dia no final da tarde. O

fornecimento de sais minerais foi feito à vontade. Já os animais do segundo lote

nascidos entre dezembro de 2004 e maio de 2005, passaram a receber 500

g/cab/dia de concentrado dividido entre o início e o final do dia, além do

fornecimento de silagem de milho, em decorrência do período da seca.

A dieta foi calculada com base nas exigências nutricionais estabelecidas pelo

AOAC (1995). A composição de concentrado utilizado foi de 55% de farelo de milho,

30% farelo de soja, 10% farelo de girassol e 5% farelo de trigo, cuja análise

bromatológica encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1. Composição bromatológica das dietas experimentais

Constituintes Concentrado Silagem Matéria Seca (MS)

Matéria Mineral (MM)*

Extrato Etéreo (EE)*

Proteína Bruta (PB)*

Fibra Detergente Neutro (FDN)*

Fibra Detergente Ácido (FDA)*

88,06

3,28

3,18

22,11

16,29

7,44

44,94

3,25

3,30

6,60

58,12

29,47

* Valores expressos em % de MS

2.4. Medidas corporais

As medidas corporais, obtidas segundo a metodologia descrita por Santana

(2001) e Osório (1998), foram as seguintes:

y $OWXU ���! FHUQHO "#� �$&� $ )R % PHQVXU �&�&�(' WLOL]DQGR-se uma régua de

madeira graduada em centímetros. A altura foi tomada pela distância vertical entre o

ponto mais alto e o solo, com o animal mantido em posição correta de aprumos;

Page 63: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

46

y $OWXU )+*!, JDU -&.#) �$*� / )R 0 PHQVXU )&*&)1- WLOL]DQGR-se uma régua de madeira

graduada em centímetros. A altura foi tomada pela distância vertical entre o ponto

mais alto e o solo, com o animal mantido em posição correta de aprumos;

y &RPSULPHQW 2 FRUSRUD 3 �&&� / )R 0 PHQVXU )&*!)4- WLOL]DQGR-se uma fita métrica

graduada em centímetros. Distância entre a base da cauda e a base do pescoço.

y &RQGLoão Corporal (CDC): Foi avaliada a quantidade de gordura entre a

segunda e a quinta vértebras lombares (L2 a L5), na região do esterno e em torno da

inserção da cauda, sendo atribuídos escores subjetivos, que variaram de 1 a 5, onde

1= muito magra e 5= muito gorda, de acordo com o grau de distribuição e acúmulo

de tecido adiposo na musculatura.

y (VSHVVXU 576!8�9#8 O 8 �(3(� : )R ; PHQVXU 5&6&5=< VDQGR-se um adipômetro,

utilizado para determinar as medidas das características de carcaça. É um aparelho

usado para medir dobras de pele com alto nível de precisão. Sua escala é dividida

em décimos de milímetros e refletem a gordura subcutânea.

y *RUGXU >@?&A FREHUWXU >@?&> FDUFDo > �*&&� B )R C DYDOL >&?&> VXEMHWLYDPHQW AED#A O >quantidade e distribuição da gordura externa na carcaça, através de índices

crescentes, variando de um (magra) a cinco (muito gorda).

y 3HUtPHWro de Pernil (PEP): Foi mensurado usando-se uma fita métrica

graduada em centímetros, medindo o contorno dessa região.

y 3HUtPHWU F WRUiFLF F �3(7� G )R H PHQVXU I&JKFML WLOL]DQGR-se uma fita métrica

graduada em centímetros. O perímetro foi obtido na parte posterior das espáduas

junto às axilas;

Page 64: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

47

2.5. Procedimento para abate e cálculos para rendimento

Os animais foram pesados antes de serem submetidos a jejum, obtendo-se o

peso vivo sem jejum (PV). Antes do abate, os animais foram novamente pesados,

obtendo o peso vivo ao abate (PCJ).

Os animais foram abatidos após jejum de aproximadamente 16 horas de dieta

hídrica e sólida. Os animais sofreram dessensibilização atlanto-occiptal, sendo em

seguida seccionadas as veias jugulares e as artérias carótidas para a sangria.

Posteriormente procedeu-se a esfola, sendo a pele retirada e pesada (PP).

Em seguida, fez-se então uma abertura ao longo de toda a linha mediana ventral

para retirada das vísceras e pesagem dos órgãos da cavidade torácica (pulmão,

coração e traquéia) e da cavidade abdominal (fígado e os rins). O conteúdo do trato

digestório foi obtido por diferença de peso do trato cheio e vazio, para determinação

do peso do corpo vazio (Silva Sobrinho, 2001).

Logo após a evisceração, retirou-se a cabeça e a parte distal dos membros,

obtendo assim a carcaça inteira, que foi identificada e pesada logo em seguida.

Terminada a evisceração, pesaram-se as carcaças, obtendo-se o peso da

carcaça quente (PCQ), e calcularam-se o rendimento de carcaça quente (RCQ=

PCQ/PCJ x 100) e o rendimento biológico verdadeiro (RB= PCQ/PCV x100).

Em seguida as carcaças foram refrigeradas a 4° C por 24 horas em câmara fria.

Ao final desse período registraram-se o peso da carcaça fria (PCF), a perda de peso

pelo resfriamento (PR= PCQ - PCF/PCQ x 100) e o rendimento de carcaça fria ou

comercial (RCF= PCF/PCJ x 100).

2.6. Procedimento das mensurações durante o abate

Após o abate e a sangria, usando o adipômetro mediu-se a espessura de pele

umbilical (EPU), a espessura de pele do lombo direito (EPLD) e esquerdo (EPLE),

da base da cauda (EPBC), da paleta direita (EPPD) e esquerda (EPPE) e da perna

direita (EPED) e esquerda (EPEE).

Em seguida, foi realizada a evisceração, sendo retirados os órgãos torácicos

(OT) (pulmão, coração, traquéia e diafragma) e os órgãos abdominais (OA) (fígado e

Page 65: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

48

rins), que foram pesados separadamente. As carcaças foram avaliadas

subjetivamente para predição da gordura de cobertura da carcaça e em seguida foi

mensurado o comprimento da carcaça.

Após o abate e evisceração, a carcaça permaneceu por 24 horas em câmara

fria (4° C). Posteriormente, a carcaça foi dividida longitudinalmente em duas

metades. A metade esquerda da carcaça foi subdividida nos seguintes cortes,

conforme Silva Sobrinho (2001): pescoço, paleta, costela, lombo e perna.

2.7. Obtenção da hemi-carcaça e de cortes comerciais As hemi-carcaças foram separadas através de corte longitudinal na espinha

vertebral, obtendo-se duas metades aproximadamente simétricas. Fez-se a

pesagem da hemi-carcaça esquerda e em seguida seccionada em cinco regiões

denominadas cortes comerciais, conforme Silva Sobrinho (2001): pescoço, paleta,

costela, lombo e pernil, que foram individualmente pesados (Figura 1).

Pescoço: refere-se às sete vértebras cervicais, efetuando-se um corte oblíquo

entre a sétima cervical e a primeira torácica;

Paleta: compreende a região que tem como base anatômica à escápula, o

úmero, a ulna, o rádio e o carpo;

Costela/Fralda: esse corte compreendeu a região anatômica da parede

abdominal e 2/3 da região ventral torácica. Sua base óssea foi metade

correspondente do esterno cortado sagitalmente, aproximadamente os 2/3 ventrais

das oito costelas e terço ventral das cinco restantes;

Lombo: compreende as 6 vértebras lombares;

Pernil: seccionada na articulação da última vértebra lombar e a primeira sacra

e na junta tarso – metatarsiana, tendo como base óssea o ílio, o púbis, o ísquio, o

fêmur, a tíbia e o tarso.

Page 66: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

49

Figura 1. Cortes cárneos efetuados na meia carcaça dos animais experimentais Fonte: Adaptado de Garcia (1998) e de Silva Sobrinho (1999)

3. Delineamento experimental

Os dados coletados foram analisados por meio do software Statistical

Analysis System (versão 8.2 atualizada 1999) pela aplicação dos procedimentos

GLM (Análise de variância), CORR (Correlação), PRINCOMP (Componentes

principais), testes de médias (Tukey 5%). O modelo matemático utilizado foi o

seguinte:

Yij =µ+Gi+Ek+EGjk+eijkl

PERNIL

Page 67: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

50

onde:

Yij = conjunto das variáveis dependentes;

µ = média geral;

Gi = efeito da i-éssima grupo genético (i = 1, 2, 3, 4 e 5);

Ek = efeito da k-éssima época (1 e 2);

EGjk = interação entre época e raça;

eijkl = erro aleatório associado a cada observação.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tabela 2 estão apresentados os dados referentes às características

quantitativas da carcaça de ovinos de diferentes grupos genéticos. Verificou-se que

houve influência da raça e época de nascimento (P<0,01) sobre a idade ao abate

(IdAbt) e peso com jejum (PCJ), o que já era previsto neste estudo, uma vez que

foram utilizadas raças distintas e em períodos de disponibilidade de alimentos

diferenciados, principalmente no período experimental de 2004.

O peso vivo ao abate (PCJ) não afetou significativamente a maioria das

características analisadas, tendo apresentado diferença apenas para raça e época

de nascimento (P<0,01), discordando com os valores encontrados por Leão (2004),

que verificou a influência do peso vivo na maioria das características analisadas na

carcaça.

A média obtida para peso do corpo vazio (PCV) neste trabalho, foi de 24,35

kg, sendo superior ao valor encontrado por Garcia (1998), de 23,95 kg, estudando o

efeito da substituição do milho moído pelo resíduo de panificação (biscoito) em

ovinos.

As médias das características de carcaça encontradas no presente estudo

estão de acordo com os encontrados por autores trabalhando com ovinos (Kffuri,

1993 e Fernandes, 1994), que encontraram valores de peso de carcaça quente

(PCQ) entre 9,51 e 14,0 kg; peso de carcaça fria (PCF) entre 9,37 e 13,7 kg, e

rendimento de carcaça quente (RCQ) entre 37 e 38%. Corroborando com Santos et

al. (2002), que obtiveram valores de PCQ de 13,3 kg para animais da raça Santa

Inês e de 13,5; 13,8 e 13,9 kg para animais, ½ Ile de France, ½ Poll Dorset e ½

Page 68: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

51

Suffolk, respectivamente, e RCQ de 47,6% para Santa Inês e de 46,5; 46,7 e 49,5 %

para os mestiços ½ Suffolk, ½ Ile de France e ½ Poll Dorset, respectivamente.

Tabela 2. Resumo da análise de variância das características de carcaça de ovinos

puros e cruzados.

Variável IdAbt PCJ PCQ PCF PCV PR RCQ RCF GC

Raça * * NS NS NS NS NS NS NS

Época *** *** NS NS NS NS *** *** NS

TP NS NS NS NS NS NS NS NS NS

CV (%) 14,99 10,29 14,00 14,19 10,69 56,85 6,89 7,19 19,37

X 326,62 27,85 10,53 10,20 24,35 3,22 38,42 37,25 2,77

*P<0,05; **P<0,01; ***P<0,001;NS: Não significante; IdAbt: Idade ao abate; PCJ: Peso com jejum; PCQ: Peso de carcaça quente; PCF: Peso de carcaça fria; PCV: Peso do corpo vazio;PR: Perda ao resfriamento; RCQ: Rendimento de carcaça quente; RCF: Rendimento de carcaça fria.; GC: Gordura de cobertura.

Essa variação de resultados encontrados na literatura possivelmente está

associada aos diferentes tipos raciais e ao peso de abate desses animais, que

variam de 30 a 40 kg, sendo superiores ao do presente estudo. Isso já havia sido

observado por Figueiró e Benavides (1990), ao verificarem que, ao se elevar o peso

de abate, há também acréscimo no rendimento da carcaça.

Selaive Villarroel et al. (2003), também encontraram valores menores de 9,81

e 8,14 kg, para PCQ e 40,39 e 39,91%, para RCQ, para cordeiros mestiços Texel e

Santa Inês abatidos com pesos de 23,7 e 20,7 kg.

As características de PCQ e PCF apresentadas na Tabela 3a mostram que os

ovinos cruzas Bergamácia x Santa Inês (B x SI) obtiveram pesos de carcaça quente

e fria e superiores aos demais grupos genéticos, mas não apresentando diferença

significativa entre os demais. Os pesos superiores observados para os animais

cruzados indicam que as raças Santa Inês e Bergamácia apresentam alto potencial

de ganho, quando utilizadas em cruzamentos com uma raça especializada na

produção de carne. Entretanto, estes resultados obtidos para PCQ e PCF não estão

de acordo com os encontrados por Martins (1997), que observou diferença

significativa nos pesos das carcaças (p<0,05) entre cruzamentos das raças Santa

Inês e Bergamácia.

A Tabela 3a mostra que a idade ao abate de cordeiros evidenciou diferença

entre as raças e época de nascimento (P<0,01), sendo demonstrado pelo teste de

Page 69: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

52

Tukey que o grupo genético Texel x Santa Inês (TE x SI) foi o que apresentou maior

idade ao abate.

Tabela 3a. Média das características de carcaça de ovinos de diferentes genótipos

estudados e comparados pelo teste Tukey a 5%, de acordo com as

raças.

Grupos Genéticos IdAbt (kg)

PCJ (kg)

PCV (kg)

PCQ (kg)

PCF (kg)

PR (%)

PHC (kg)

B 311,20a 26,14a 23,06a 9,64a 9,30a 3,5a 4,68a

B x SI 319,83a 27,55a 23,96a 10,65a 10,31a 3,0a 5,08a

SI 315,22a 27,22a 23,80a 10,59a 10,25a 3,4a 5,02a

TE x SI 335,00ab 28,42a 24,69ab 10,27a 9,94a 3,3a 5,05a

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. IdAbt: Idade ao abate; PCJ: Peso com jejum: PCV: Peso do corpo vazio; PCQ: Peso de carcaça quente; PCF: Peso de carcaça fria; PR: Perda ao resfriamento; PHC: Peso da hemi-carcaça; B : Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; Te x SI: Texel x Santa Inês

Para as perdas de peso pelo resfriamento não houve diferença (p>0,05) para

as variáveis analisadas, devido à escassa gordura de cobertura na carcaça. A média

obtida neste trabalho foi de 3,22%. Esse valor foi semelhante ao encontrado por

Macedo (1998), de 3,35%, trabalhando com cordeiros confinados Corriedale,

Bergamácia x Corriedale e Hampshire Down x Corriedale. Esses valores foram

superiores aos observados por Carneiro (2001) que ao estudarem as características

da carcaça de cordeiros Texel, encontraram um valor médio de 2,67% para quebra

pelo resfriamento.

Segundo Martins (1997), a perda no resfriamento indica o percentual de peso

que é perdido durante o resfriamento da carcaça, em função de alguns fatores,

como perda de umidade e reações químicas que ocorrem no músculo. Assim,

quanto menor for esse porcentual maior é a probabilidade da carcaça ter sido

manejada e armazenada de modo adequado.

A média encontrada para gordura de cobertura (GC) neste trabalho foi de

2,77, sendo superior ao valor obtido por Bueno et al. (2001), que verificaram em

ovinos Santa Inês, a média de 1,82 para essa mesma variável. Diferiram, no

entanto, dos valores encontrados por Silva (2002) e Cunha et al. (2001) que

relataram médias de 1,5 e 1,4, respectivamente. Os valores encontrados por Garcia

et al. (2000) confirmam os resultados desse trabalho, pois também trabalhando com

Page 70: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

53

ovinos da raça Santa Inês, pois obtiveram valores de 2,3 e 2,4 para gordura de

cobertura (Tabela 3b).

De acordo com o teste de Tukey verificou-se que não houve diferença entre as raças

estudadas para a gordura de cobertura da carcaça (P>0,05).

Poucos estudos têm sido realizados em relação aos órgãos corporais.

Possivelmente, esse reduzido interesse deve-se ao fato destas variáveis não

fazerem parte da carcaça comercial. Todavia, pesquisas nessa área devem ser

realizadas, já que os órgãos internos, através de um processamento adequado,

podem se tornar valiosos subprodutos da indústria da carne (Kirton et al., 1995).

Segundo Lopez et al. (1992), os pesos elevados de determinados

componentes, não constituintes da carcaça, podem atuar de forma negativa em seu

rendimento, principalmente, a cabeça, pele e sangue.

Verificou - se que, de acordo com o teste de Tukey, os pesos dos órgãos da

cavidade torácica e abdominal não apresentaram diferença significativa entre as

raças, mas no peso da pele houve diferença entre as raças, sendo que o

grupamento Texel x Santa Inês foi o que apresentou a maior média (4,10 kg),

diferindo apenas da raça Santa Inês (Tabela 3b).

Tabela 3b. Média das características de carcaça de ovinos de diferentes genótipos

estudadas e comparadas pelo teste Tukey a 5%, de acordo com as raças.

Grupos Genéticos

RCQ (%)

RCF (%)

RV (%)

POT (%)

POA (%)

PPEL (kg)

GC (1-5)

B 37,20a 35,85a 41,52a 0,73a 0,64a 3,6 abc 2,5a

B x SI 39,45a 38,26a 45,11ab 0,79a 0,59a 3,0bc 3,1a

SI 39,60a 38,40a 45,20b 0,78a 0,62a 2,53b 2,6a

TE x SI 36,57a 35,39a 42,08ab 0,70a 0,54a 4,10c 3,0a

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. RCQ: Rendimento de carcaça quente; RCF: Rendimento de carcaça fria; RV: Rendimento verdadeiro; POT: Peso dos órgãos torácicos; POA: Peso dos órgãos abdominais; PPEL: Peso de pele; GC: Gordura de cobertura; B: Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; Te x SI: Texel x Santa Inês.

Por meio dos resultados apresentados na Tabela 4 constatou-se que não

ocorreram diferenças (P>0,05) entre as raças em relação aos cortes cárneos. Os

valores médios dos cortes comerciais encontrados foram: 1,73; 0,30; 1,02; 1,46 e

0,47 kg para pernil, lombo, paleta, costela e pescoço, respectivamente. Esses

resultados concordam com os obtidos por Gonzaga Neto (2003), que trabalhando

Page 71: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

54

com cordeiros Morada Nova encontrou valores médios de 1,75; 0,67; 1,06; 1,33 e

0,51 kg, respectivamente, para as mesmas características.

Tabela 4. Média dos cortes cárneos de ovinos puros e cruzados comparados pelo

teste Tukey a 5%.

Grupos Genéticos

PERNIL (kg)

LOMBO (kg)

PALETA (kg)

COSTELA (kg)

PESCOÇO (kg)

B 1,57a 0,27a 0,95a 1,34a 0,46a

B x SI 1,72a 0,33a 0,98a 1,51a 0,46a

SI 1,74a 0,30a 1,02a 1,43a 0,46a

TE x SI 1,72a 0,32a 1,04a 1,42a 0,45a

X 1,73 0,30 0,19 1,46 0,47

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. B: Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; Te x SI: Texel x Santa Inês

Oliveira et al. (2002) demostram valores médios de cortes comerciais: 1,67;

0,91 e 3,08 kg para paleta, lombo e pernil, respectivamente, de ovinos Santa Inês.

As diferenças em relação aos nossos resultados podem ser em virtude do nível

nutricional e do sistema de criação dos animais.

Dos cortes cárneos estudados, o pernil foi o corte que apresentou maior

média (1,73 kg), quando comparado com os demais cortes. Os resultados

concordam com os observados por Farusho - Garcia et al. (2004), que relatam que a

paleta e o pernil representam mais de 50% da carcaça, sendo estes cortes o que

melhor predizem o conteúdo total dos tecidos da carcaça.

De acordo com o teste Tukey os animais da raça Bergamácia apresentaram

menor média para os cortes cárneos examinados, mas não diferiram

estatisticamente dos demais grupos genéticos.(Tabela 4).

Na Tabela 5 os valores médios da espessura de pele apresentaram diferença

significativa somente para a espessura umbilical medida no animal vivo (EPUV) e

post mortem (EPUM). Os animais do grupamento genético Texel x Santa Inês

apresentaram diferença significativa quando comparados com as raças Santa Inês e

Bergamácia, em relação à espessura umbilical (P<0,05).

Page 72: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

55

Tabela 5. Média da espessura de pele usando o adipômetro em ovinos comparados

pelo teste Tukey a 5%, de acordo com as raças.

Grupos EPUV EPUM EPLD EPLE EPBC EPPD EPPE EPED EPEE

B 0,30a 0,30a 0,61a 0,60a 0,60a 0,40a 0,40a 0,40a 0,40a

B x SI 0,32ab 0,36ab 0,47a 0,63a 0,50a 0,40a 0,32a 0,40a 0,38a

SI 0,30a 0,30a 0,44a 0,50a 0,60a 0,36a 0,30a 0,41a 0,36a

TE x SI 0,36b 0,36b 0,48a 0,60a 0,43a 0,36a 0,40a 0,40a 0,40a

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. EPUV: Espessura umbilical in vivo; EPUM: Espessura umbilical post mortem; EPLD: Espessura de pele do lombo direito; EPLE: Espessura de pele do lombo esquerdo; EPBC: Espessura de pele da base de cauda; EPPD: Espessura de pele da paleta direita; EPPE: Espessura de pele da paleta esquerda; EPED: Espessura de pele do pernil direito; EPEE: Espessura de pele do pernil esquerdo; Grupos: Grupos Genéticos;B: Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; Te x SI: Texel x Santa Inês

Muitos trabalhos estão utilizando as medidas corporais para ajudarem na

avaliação de grupos genéticos, principalmente no que se refere à definição de seu

porte a aptidões. Segundo Guilbert & Gregory (1952), medidas corporais, junto com

o peso vivo do animal, descrevem melhor o indivíduo ou população que os métodos

convencionais de ponderações e classificação por escores. As seleções praticadas

atualmente enfatizam muito o tamanho corporal, pois está diretamente relacionado

com o peso do animal (Scarpati et al.,2001).

Na Tabela 6 verifica-se que, o grupamento Texel x Santa Inês apresentou

maior valor médio de comprimento corporal (CAV). Para as variáveis analisadas

como altura de cernelha (AC) e perímetro torácico (PT) a raça Texel x Santa Inês

não apresentou diferença quando comparada às demais raças.

Tabela 6. Média das características morfométricas em ovinos comparados pelo teste Tukey a 5%, de acordo com as raças. Grupos Genéticos CAV CAM AC PT ECMIN ECMAX

B 64,1ab 57,6a 63,4a 73,8b 2,5a 2,7a

B x SI 62,5ab 55,8a 63,5a 73,6ab 2,6a 2,8a

SI 59,5a 56,2a 62,2a 71,1a 4,5a 2,6a

TE x SI 67,0b 56,4a 62,2a 73,6ab 2,6a 2,8a

X 61,90 56,58 63,00 72,71 2,54 2,75

Médias com letras diferentes em uma coluna diferiram (P<0,05), segundo o teste de Tukey. CAV: Comprimento do corpo no animal vivo; CAM: Comprimento do corpo no animal post mortem; AC: Altura de cernelha; PT: Perímetro torácico; AG: Altura de garupa; PEP: Perímetro do pernil; EMI: Escore mínimo; EMA: Escore máximo; TP: Tipo de parto; Int x Cast: Inteiro vs Castrado; CV : Coeficiente de variação.

Page 73: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

56

As médias encontradas para as características estudadas neste trabalho

foram 61,90; 63,00 e 72,71 cm, para CC, AC e PT, respectivamente. Esses

resultados foram semelhantes aos apresentados por McManus & Miranda (1997),

estudando ovinos da raça Santa Inês com 82,34 e 64,94 cm, para PT e CC,

respectivamente. O valor de CAV encontrado nesse trabalho foi superior ao valor de

57,39 cm encontrado por Siqueira & Fernandes (2000) e inferior ao valor de 72,65

cm encontrado por Oliveira et al.(2002).

Segundo Jones et al. (1999), a estimativa das características da carcaça é de

suma importância para complementar a avaliação do desempenho do animal

durante seu desenvolvimento.

A Tabela 7 apresenta as correlações entre as mensurações morfométricas,

pesos e características de carcaça. Verificou-se que a correlação dos cortes

comercial com PCQ e PCF variou de média a alta e positiva (>0,42), ou seja, quando

aumenta o valor de uma característica, conseqüentemente aumenta o valor da outra.

As características de RCQ e RCF apresentaram correlação média (>0,33)

somente para lombo e pescoço, enquanto que os demais cortes apresentaram

correlação baixa e negativa.

Em geral a idade ao abate teve correlações baixas com as características da

carcaça. A correlação de peso com jejum (PCJ) com as medidas morfométricas

foram de média a alta (>0,30). Concordando com resultados encontrados por

Martins et al. (2004), que observaram correlações de média a alta de peso vivo com

as medidas de carcaça.

De um modo geral, as correlações obtidas em relação à espessura de pele

medidas no animal in vivo e post mortem foram baixas. As demais características

analisadas referentes à carcaça apresentaram correlações baixas com peso de pele,

órgãos torácicos e abdominais. Pires et al. (2000) descrevem que na espécie ovina,

o cordeiro apresenta os maiores rendimentos, por isso o estudo do crescimento dos

constituintes do corpo do animal (patas, sangue, pele e vísceras) auxilia na

determinação do peso ótimo do abate.

Page 74: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

57

Tab

ela

7. C

orre

laçõ

es e

ntre

as

cara

cter

ístic

as d

e ov

inos

de

dife

rent

es g

rupo

s ge

nétic

os.

Id

ab

PV

CJ

PC

V

PC

Q

PC

F

PR

P

HC

R

CQ

R

CF

R

V

PO

T

PO

A

PP

EL

PE

R

LOM

P

AL

CO

S

PE

S

CA

V

CA

M

AC

P

T

Em

i

E

ma

GC

C

EP

UV

E

PU

M

EP

LD

EP

LE

EP

BC

E

PP

D

EP

PE

A

G

PV

SJ

0,81

PV

CJ

0,78

PC

V

0,78

0,

99

PC

Q

0,14

0,

57

0,58

PC

F

0,10

0,

52

0,54

0,

99

PR

0,

33

0,20

0,

19

-0,1

5 -0

,29

PH

C

0,13

0,

56

0,58

0,

96

0,97

-0

,27

RC

Q

-0,8

3 -0

,65

-0,6

4 0,

24

0,29

-0

,39

0,21

RC

F

-0,8

3 -0

,65

-0,6

4 0,

23

0,30

-0

,49

0,22

0,

99

RV

-0

,80

-0,6

1 -0

,61

0,26

0,

31

-0,3

6 0,

22

0,97

0,

96

PO

T

0,47

0,

62

0,63

0,

58

0,52

0,

33

0,53

-0

,21

-0,2

4 -0

,20

PO

A

-0,3

8 -0

,33

-0,3

0 0,

32

0,36

-0

,37

0,31

0,

63

0,64

-0

,20

-0,0

3

PP

EL

0,60

0,

63

0,63

0,

08

0,02

0,

41

0,10

-0

,68

-0,7

0 -0

,20

0,36

-0

,46

PE

R

0,35

0,

74

0,76

0,

92

0,90

-0

,09

0,91

-0

,04

-0,0

4 -0

,20

0,60

0,

09

0,26

LOM

-0

,40

-0,0

5 -0

,05

0,42

0,

46

-0,3

7 0,

43

0,49

0,

50

-0,2

0 0,

00

0,29

-0

,31

0,30

PA

L 0,

31

0,62

0,

63

0,78

0,

78

-0,1

4 0,

80

-0,0

2 -0

,01

-0,2

0 0,

47

0,05

0,

25

0,85

0,

26

CO

S

0,16

0,

50

0,52

0,

87

0,88

-0

,25

0,86

0,

19

0,20

-0

,20

0,49

0,

32

0,06

0,

79

0,36

0,

54

PE

S

-0,0

5 0,

29

0,30

0,

74

0,76

-0

,35

0,71

0,

33

0,35

-0

,20

0,38

0,

43

-0,0

6 0,

60

0,35

0,

50

0,70

CA

V

0,38

0,

42

0,43

0,

13

0,13

0,

00

0,17

-0

,41

-0,3

9 -0

,20

0,15

-0

,18

0,63

0,

24

-0,1

8 0,

22

0,15

0,

13

CA

M

0,14

0,

35

0,38

0,

38

0,40

-0

,15

0,42

-0

,09

-0,0

7 -0

,20

0,17

0,

19

0,22

0,

44

0,00

0,

30

0,36

0,

39

0,48

AC

0,

68

0,72

0,

71

0,28

0,

24

0,19

0,

26

-0,6

0 -0

,59

-0,2

0 0,

37

-0,2

2 0,

50

0,45

0,

26

0,40

0,

22

0,14

0,

41

0,29

PT

0,

77

0,72

0,

76

0,38

0,

35

0,14

0,

38

-0,5

8 -0

,57

-0,2

0 0,

45

-0,1

2 0,

61

0,49

0,

36

0,54

0,

41

0,25

0,

54

0,30

0,

56

Em

in

0

,03

0,30

0,

32

0,53

0,

55

-0,2

5 0,

59

0,15

0,

16

-0,2

0 0,

21

0,10

0,

03

0,54

0,

35

0,50

0,

70

0,40

0,

14

0,20

0,

22

0,20

Em

a 0,

07

0,32

0,

34

0,52

0,

53

-0,1

8 0,

56

0,11

0,

11

-0,2

0 0,

23

0,06

0,

06

0,52

-0

,18

0,22

0,

15

0,13

0,

17

0,17

0,

25

0,24

0,

95

GC

C

0,03

0,

27

0,27

0,

47

0,48

-0

,18

0,47

0,

13

0,14

-0

,20

0,29

0,

17

-0,0

9 0,

37

0,00

0,

30

0,36

0,

39

0,48

0,

24

-0,0

3 0,

21

0,30

0,

25

EP

UV

0,

44

0,61

0,

61

0,24

0,

22

0,09

0,

26

-0,4

5 -0

,44

-0,2

0 0,

27

-0,4

7 0,

43

0,42

0,

01

0,34

0,

22

0,01

0,

24

0,08

0,

47

0,36

0,

24

0,26

0,

11

EP

UM

0,

37

0,60

0,

59

0,31

0,

30

-0,0

3 0,

34

-0,3

7 -0

,35

-0,2

0 0,

26

-0,2

9 0,

34

0,44

0,

02

0,36

0,

31

0,13

0,

22

0,02

0,

44

0,28

0,

27

0,27

0,

05

0,77

EP

LD

-0,2

8 -0

,26

-0,2

1 0,

09

0,11

-0

,19

0,09

0,

33

0,33

-0

,20

-0,1

3 0,

22

-0,0

8 -0

,01

0,16

-0

,03

0,14

0,

21

0,03

-0

,10

-0,3

1 0,

02

0,10

0,

13

0,06

-0

,08

-0,1

8

EP

LE

-0,2

3 -0

,22

-0,1

6 0,

13

0,14

-0

,16

0,12

0,

31

0,30

-0

,20

-0,0

6 0,

23

-0,1

1 0,

05

0,12

0,

00

0,17

0,

20

0,07

-0

,01

-0,2

7 0,

09

0,02

0,

04

0,09

-0

,06

-0,1

7 0,

93

EP

BC

-0

,03

0,01

0,

04

0,14

0,

08

0,36

0,

08

0,09

0,

04

-0,2

0 0,

42

0,14

0,

25

0,05

0,

06

-0,0

1 0,

15

0,05

-0

,04

-0,2

0 -0

,15

0,12

-0

,06

0,00

0,

08

0,03

-0

,09

0,38

0,

35

EP

PD

-0

,32

-0,1

7 -0

,17

0,09

0,

10

-0,1

3 0,

08

0,29

0,

28

-0,2

0 -0

,02

0,16

-0

,16

0,01

0,

14

0,02

0,

07

0,12

-0

,01

-0,1

6 -0

,11

-0,1

5 0,

13

0,16

0,

03

0,11

0,

16

0,45

0,

51

0,10

EP

PE

-0

,41

-0,3

0 -0

,29

0,08

0,

07

0,02

0,

07

0,39

0,

36

-0,2

0 -0

,10

0,22

-0

,12

-0,0

3 0,

20

0,01

0,

01

0,12

0,

11

-0,0

2 -0

,27

-0,1

3 0,

11

0,18

0,

00

-0,1

3 -0

,21

0,61

0,

60

0,24

0,

73

AG

0,

31

0,54

0,

59

0,40

0,

39

-0,0

2 0,

40

-0,2

6 -0

,26

-0,2

0 0,

45

0,36

0,

29

0,47

0,

01

0,44

0,

39

0,39

0,

36

0,43

0,

55

0,55

0,

04

0,03

0,

08

-0,0

5 0,

02

0,20

0,

32

-0,0

2 0,

10

0,12

PE

PN

0,

15

0,79

0,

77

0,85

0,

85

-0,1

7 0,

82

0,34

0,

34

-0,2

0 0,

67

0,43

0,

19

0,86

0,

10

0,82

0,

73

0,69

0,

37

0,48

0,

14

0,18

0,

37

0,40

0,

21

0,01

0,

41

0,06

0,

07

0,09

-0

,02

0,04

0,

25

Idab

: id

ade

ao a

bate

;PV

CJ:

pes

o co

m je

jum

;PC

Q: P

eso

da ca

rcaç

a q

uent

e;PC

F: P

eso

da ca

rcaç

a fr

ia;P

R: P

erda

ao

resf

riam

ento

;PH

C: P

eso

da h

emi c

arca

ça;R

CQ

: Ren

dim

ento

da

carc

aça

que

nte;

RC

F: R

endi

men

to d

a ca

rcaç

a fr

ia;R

V: R

endi

men

to v

erda

deir

o;PO

T: P

eso

dos

órgã

os to

ráci

cos;

POA

: pes

o do

s ór

gãos

abd

omin

ais;

PPE

L: p

eso

de p

ele;

PER

: Per

nil;

LO

M:

Lom

bo;P

AL

: Pal

eta;

CO

S:C

oste

la;P

ES:

Pes

coço

;CA

V; C

ompr

imen

to c

orpo

ral v

ivo;

CA

M: C

ompr

imen

to c

orpo

ral m

orto

;AC

: Alt

ura

de

cern

elha

;PT

: Per

ímet

ro to

ráci

co;E

mi;

Esc

ore

mín

imo;

Em

a :

Esc

ore

máx

imo;

GC

C: G

ordu

ra d

e co

bert

ura

da

carc

aça;

EPU

V: E

spes

sura

um

bili

cal i

n v

ivo;

EPU

M: E

spes

sura

um

bili

cal p

ost m

orte

m;E

PLD

: Esp

essu

ra d

e pe

le lo

mbo

di

reit

o;E

PLE

:E

spes

sura

de

pe

le

lom

bo

esqu

erdo

;EPB

C:

Esp

essu

ra

de

pele

da

ba

se

da

caud

a;E

PPD

: E

spes

sura

de

pe

le

do

pern

il di

reit

o;

EP

PE:

Esp

essu

ra

de

pele

do

pe

rnil

esqu

erdo

; A

G:

Alt

ura

de

ga

rupa

.

Page 75: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

58

Para melhor explicar as (co) variações entre as características da carcaça foi

realizado uma análise de componentes principais.

Figura 2. Representação gráfica dos dois primeiros autovetores

Os primeiros dois autovetores explicaram 50% do total da variação entre as

características (Figura 2).

O primeiro componente mostra que os animais que apresentaram alto peso

com jejum (PCJ) tendem a obter altos pesos para as partes da carcaça, e vice versa,

como esperado. Este resultado concorda com Kempster et al. (1987), os quais

demonstram que o rendimento da carcaça aumenta com o aumento do peso vivo.

Foi verificado que o aumento dos pesos dos cortes cárneos aumentou com o

peso de abate dos animais. Concordando com Carvalho et al. (1980) que também

encontrou esses resultados.

O segundo autovetor mostra que animais com um aumento nas

características de EPUV, GCC e PJ diminui as características de IdAbt, AC e POA

N�O

P Q�RS

TUUVXW�Y[Z

\^]^_` aXbdcfegXhij h^k�l

m^no mqprts�u�vwsx^y{z|X}�~� � yy

}}�| �

� �

| }�}��||X}�}� xwy��

�f�����t���������q��� �

�X����

���

� ������X�����

������� f¡¢ �[£¥¤ � X¦§

¨©wª¨«X¨¬ ¨^­�®ª­¯w®¨^ª{°¨^ª^±¨^ª²¨w¯�³

´¶µd· ¸¹¶ºd» ¼½¶¾d¿ À¾¾d¿ À¾d¿ Á¾d¿ ÂÃdÄ Å

Æ ÃdÄ Ç È¶ÉdÊ É�Ë É ÉdÊ É�Ë É¥Ê Ì É¥Ê ÌqË ÉdÊ Í ÉdÊ ÍË É¥Ê Î

Ï ÏÑÐÐÓÒÒ ÔÔÖÕÕØ××ÙÒÒqÔÔÛÚÚ&ÜÜ

Ý Ý Þ Þß ß à à á áâ âß ß à àã ã

ä{å

Page 76: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

59

5. CONCLUSÕES

Considerando as características quantitativas estudadas, relacionadas aos

pesos de carcaça quente e fria, e peso dos cortes cárneos comerciais, os grupo

genéticos que se mostraram mais eficiente em relação aos rendimentos foram os

animais cruzados.

Os pesos superiores observados para os animais cruzados indicam que as

raças Santa Inês e Bergamácia apresentam alto potencial de ganho, quando

utilizadas em cruzamentos com uma raça especializada na produção de carne.

Para as características morfométricas os grupamentos raça Texel x Santa

Inês apresentou maior valor médio de comprimento corporal, embora a raça Texel x

Santa Inês não tenha apresentado diferença para as características de altura de

cernelha e perímetro torácico, quando comparado às demais raças.

Page 77: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

60

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL CHEMISTS. Off icial method s of analysis of AOAC. 16.ed. Arlington: AOAC International, 1995. v.1, 4/1-4/30p. BUENO, M. S.; CUNHA, E. A; SANTOS, L. E. Características de carcaça de ovinos Santa Inês abatidos com diferentes idades. Archivos de Zootecnia, v.50, p.33-38, 2001. CARNEIRO, R. M. Características da carcaça de cordeiros de parto simples e duplo alimentados em confinamento. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001. Piracicaba. Anais…Piracicaba: SBZ, p.1333-1334,2001. CARVALHO, J. B. P.; PEDROSO, J. R.; FIGUEIRÓ, P. R., et al. Alguns fatores que afetam o rendimento de carne ovina. Centro de Ciências Rurais, v. 10, n. 2, p.95-104,1980. COLOMBER - ROCHER, F.; DELAT, R.; SIERRA - ALFRANCA, I. Método normalizado para el estudio de los caracteres cuantitativos y cualitativos de las canales, según los sistemas de produccíon.In: Método no rmalizado p ara el estudio de los caracteres cuantitativos y cuali tativos de las canales caprinas y ovinas. Cuad. INIA: v . 17, p. 19-41,1988. CUNHA, E. A.; BUENO, M. S.; DOMINGOS, L. E. S. et al. Desempenho e características de carcaça de cordeiros Suffolk alimentados com diferentes volumosos. Ciência Rural, Santa Maria, v .31, n.4, p.671-676, 2001. FARUSHO - GARCIA, I. F.; PEREZ, J. R. O; BONAGURIO, S.; LIMA, A. L., QUINTÃO, F. A. Estudos dos cortes de carcaça de cordeiros Santa Inês puros e cruzas Santa Inês com Texel, Ile de France e Bergamácia. Revista Brasileira de Zootecnia, 33, p.453 - 462, 2004. FERNANDES, S. Peso vivo ao abate e características de carcaça de cordeiros da raça Corr iedale e mestiços Ile de France x Corr iedale, recriados em confinamento. Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 1994. 82p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista, 1994. FIGUEIRÓ, P. R. P.; BENAVIDES, M. V. Produção de carne ovina. In: Simpósio sobre produção animal, 7, Campinas, 1990. Anais…Campinas: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, p. 171-187,1990. GARCIA, C. A. Avaliação do resíduo d e panificação “ biscoito” na alimentação de ovinos e nas características quantitativas e quali tativas da carcaça. 1998. 79p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1998.

Page 78: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

61

GARCIA, I. F. F.; PEREZ, J. R. O; OLIVEIRA, M. V. de. Características de carcaça de cordeiros Texel x Bergamácia, Texel x Santa Inês e Santa Inês puro, terminados em confinamento, com casca de café como parte da dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa-MG, v.29, n.1,p.253-260, 2000. GONZAGA NETO, S. Composição corporal, exigências nutricionais e características da carcaça de cordeiros Morada Nova. Jaboticabal: Universidade Estadual Paulista, 2003, 94p. Tese (Doutorado). Universidade Estadual Paulista - Unesp, 2003. GUILBERT, H. R.; GREGORY, P .W. Some features of growth and development of Hereford cattle. Journal of Animal Science, p.11-13,1952. JONES, H. E.; et al. Genetic relationship between and objetive measures of carcass composition in crossbred lambs. Journal of Animal Science, v. 69, p. 553-561, 1999. KEMPSTER, A. J.; CROSTON, D.; GUY, D. R. et al. Growth and carcass characteristics of crossbred lambs by tem sire breeds compared at the same estimated carcass subcutaneous fat proportion. Animal Produ ction , v.44, p.99-106,1987. KFFURI, J. C. Ganho d e peso, rendimento e composição de carcaça de ovinos terminados com diferentes níveis energéticos. Maringá: Universidade Estadual de Maringá,1993. Monografia (Graduação em Zootecnia)- Universidade Estadual de Maringá,17p,1993. KIRTON, A. H..; CARTER, A. H.; CLARKE, J. N. et al. A comparison between 15 ram breeds for export lamb production.1- Live weights, body components carcass measurements and composition. New Zealand Journal Agriculture Research, Hamilton, v.38, p.347-360,1995. LEÃO, C. C. Uso do u ltra-som na determinação da qualidade de carcaça de ovinos Santa Inês. Brasília: Faculdade de Agrono mia e Medicina Veterinária, 2004, 50 p. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária/ Universidade de Brasília. LOPEZ, M.; COLOMER-ROCHER, F.; RODRIGUES, M. C. et al. Producción de carne en la raza lacha.1.Rendimento de la canal y componentes del quinto cuarto de lechales, ternascos y corderos. In: Actas de las Jornadas Cientificas, Pamplona, 1991, Sociedad Española de Ovinotecnia e Caprinotecnia: Department de Agriculture, Ganaderia y montes del Gobierno de Navarra, Pamplona, 1992 . Anales… MACEDO, F, A. F. Desempenho e características de carcaças de cordeiros Corr iedale e mestiços Bergamácia x Corr iedale e Hampshire Downx Corr iedale, terminados em pastagem e confinamento. 1998. 72p. Tese (Doutorado em Zootecnia) Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 1998.

Page 79: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

62

MARTINS, A. R. V. Utili zação de dejetos suínos em dietas de ovinos em sistema de confinamento ,Lavras: Universidade Federal de Lavras, 1997, 51p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) Universidade Federal de Lavras, 1997. MARTINS, R. D.; MCMANUS, C. P.; LOUVANDINI, H. et al. Uso do ultra-som na predição de características de carcaça de cordeiros Santa Inês submetidos a diferentes regimes de suplementação protéica e tratamentos anti-helmínticos. ARS Veterinária, Jaboticabal, SP, v.20, n1, p.93-102, 2004. MCMANUS, C.; MIRANDA, R. M. de. Comparação de ovinos Santa Inês e Bergamácia no Distrito Federal. Revista Brasileira de Zootecnia, v.26,n.5,p.1055-1059,1997. MCMANUS, C. P., LOUVADINI, H., LEITE, G., COUTO, F.A. Avaliação da cadeia produ tiva de caprinos e ovinos no DF. Relatório FAPDF,.p. 83. 2002. MÜLLER, L. Tipificação de carcaças bovinas. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 28., 1991. João Pessoa. Anais…João Pessoa: SBZ, p. 3-11, 1991. OLIVEIRA, M. V. M. PEREZ, J. R.O; ALVES, E. L. Avaliação da composição de cortes comerciais, componentes corporais e órgãos internos de cordeiros confinados e alimentados com dejetos de suínos. Revista Brasileira de Zootecnia, 31, p.1459-1468, 2002. OSÓRIO, J. C. S.; OSÓRIO, M. T. M.; JARDIM, P. O. C. Método s para avaliação de carne ovina “ in vivo” na carcaça e na carne. Pelotas: Ed. UFPEL,. 107 p, 1998. PÉREZ, J. R. O. Alguns aspectos relacionados com a qualidade da carcaça e da carne ovina. In: SIMPÓSIO PAULISTA DE OVINOCULTURA, 4., 1995, Campinas. Anais… Campinas: ASPACO-CATI-FMVZ/UNESP-SENAR, p. 125-139,1995. PERON, A. J.; FONTES, C. C. A.; LANA, R. P. et al. Rendimentos da carcaça e de seus cortes básicos e área corporal de bovinos de cinco grupos genéticos submetidos a alimentação restrita e “ad libitum”. Revista Sociedade Brasileira de Zootecnia. Viçosa, v. 22, n. 2, p. 238 -247,1993. PIRES, C. C.; SILVA, L. F. FARINATTI, L. H. E. et al. Crescimento de cordeiros abatidos com diferentes pesos.2.Constituintes corporais. Ciência Rural, v.30, n.5, p.869-873,2000. SCARPATI, M. T.; MAGNABOSCO,C.V.; JOSAHKIAN, L. A. et al. Estudo d e medidas corporais e peso vivo em animais jovens da raça nelore,2001. SAINZ, R. D. Qualidade das carcaças e da carne ovina e caprina. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33.; SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE TÓPICOS ESPECIAIS EM ZOOTECNIA, 1996, Fortaleza. Anais… Fortaleza, p. 3 –14,1996.

Page 80: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

63

SANTANA, A. F. de. Correlação entre peso e Medidas Corporais em Ovinos Jovens da Raça Santa Inês. Revista Brasileira de Saúde e Produ ção Animal. v.1. p.74-77, 2001. SANTOS, L.E.;BUENO,M.S.,CUNHA,E.A.et al.Desempenho e características de carcaça de cordeiros Santa Inês e cruzados com raças especializadas para corte.2002. www.ovinosbrasil.com/trab_tec/pg_trab_tecs_017.htm. SAS – STATISTICAL ANALYSES SYSTEM. 1999. User’s guide: Statistics.Version 8 (TS MO). Cary: 1999. SELAIVE VILLARROEL. et al. Avaliação da raça Texel como alternativa em cruzamento com matrizes deslanadas SRD para a produção de cordeiros de abate.2. Peso e rendimento de carcaça.1.REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 40, Santa Maria. Anais… Santa Maria, p.1-3, 2003. SILVA SOBRINHO, A.G. Body composition and characteristics of carcass from lambs of different genotypes and ages at slaugther, 1999. 54 p. Report (Post Doctorate in Sheep Meat Production) - Massey University, Palmerston North, 1999. SILVA SOBRINHO, A.G. Aspectos quantitativos e qualitativos da produção de carne ovina. In: A produção animal na visão dos brasileiros. Sociedade Brasileira de Zootecnia, Anais… Piracicaba: FEALQ, p. 425 - 446, 2001. SILVA, S. L. Estimativa de características de carcaça e pon to ideal de abate por ultra-sonog rafia, em bovinos submetidos a diferentes níveis energéticos na ração. Pirassununga: Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, 2002,65p.Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Universidade de São Paulo, 2002. SIQUEIRA, E. R.; FERNADES, S. Efeito do genótipo sobre as medidas objetivas e subjetivas da carcaça de cordeiros terminados em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, 29 (1), p.306-311,2000. ZUNDT, M., MACEDO, F. A., MARTINS, E. N. et al. Desempenho de cordeiros alimentados com diferentes níveis de proteína. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001 Piracicaba. Anais… Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p. 985-987,2001.

Page 81: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

64

COMPONENTES FÍSICOS E QUÍMICOS DA 12ª COSTELA DE OVINOS DE

DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS

RESUMO

Foram estudadas as características de carcaça de 48 ovinos machos e inteiros,

oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27 animais da raça

Santa Inês, 10 da raça Bergamácia, 5 oriundos do cruzamento do Texel com

ovelhas Santa Inês e 6 animais provenientes do cruzamento de um reprodutor

Bergamácia com ovelhas Santa Inês.Os animais foram mantidos no pasto

(Grupo 1) e em semi-confinamento (Grupo 2) Foram analisados a composição

física e química da 12ª costela no músculo Longissimus dorsi. Os dados foram

analisados usando o procedimento GLM (Análise de variância), CORR

(Correlação) e teste de médias (Tukey 5%) do programa estatístico SAS

(Statistical Analysis System). Os valores médios dos componentes químicos da

12ª costela dos ovinos, através do teste de Tukey, apresentaram diferenças

entre raças. A raça Bergamácia apresentou diferença significativa entre

Bergamácia x Santa Inês, sendo esta diferente da raça Santa Inês e similar às

demais raças. Os grupos genéticos afetaram (p<0,05) a área de olho de lombo,

sendo que as raças Bergamácia e Santa Inês apresentaram diferença

significativa em relação aos demais grupos. A Santa Inês foi à raça que

apresentou menor área de olho de lombo, enquanto que as raças Bergamácia

x Santa Inês, Santa Inês e Texel x Santa Inês apresentaram maior valor médio.

Palavras-chave: carcaça, composição química, músculo

Page 82: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

65

PHYSICAL AND CHEMICAL COMPONENTS OF THE 12TH RIB IN SHEEP

FROM DIFFERENT GENETIC GROUPS

ABSTRACT

Performance and carcass traits were studied on 48 male entire sheep

from five genetic groups with 27 animals Santa Inês, 10 Bergamasca, 5 from a

cross with Texel sire and Santa Inês dams and 6 from a cross with a

Bergamasca sire and Santa Inês dams. Animals were reared at pasture (Group

1) and in semi-confinement (Group 2). Mophological traits and carcass

caracteristics were studied Data were analyzed using the GLM (General Linear

Model) procedure of SAS ®, as well as CORR (Correlation),REG (Regression

and means compared using Tukey (5%). The physical and chemical

composition of the 12th rib on the Longissimus dorsi was evaluated. There were

positive correlations between the eye muscle área and Longissimus dorsi

measurements with negative correlations with ash, gross protein and slaughter

age. High, positive correlations were found with muscle length and depth and

eye muscle area. Mean values of chemical components of the 12th rib showed

significant differences between genetic groups. The Bergamasca was

significantly different from the Bergamasca x Santa Inês, which was also

different from the Santa Inês and similar to the other groups. Genetic group

affected (p<0.05) true eye muscle area with the pure Santa Inês and

Bergamasca being less than the other groups. The Santa Inês group had the

lowest eye muscle área which crossbred and Bergamasca x Santa Inês, Santa

Inês e Texel x Santa Inês groups had the highest mean value

Key words: carcass, chemical composition , muscle

Page 83: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

66

CAPÍTULO 4 – COMPONENTES FÍSICOS E QUÍMICOS DA 12ª COSTELA

DE OVINOS DE DIFERENTES GRUPOS GENÉTICOS

1. INTRODUÇÃO

Os ovinos representam uma opção ao desenvolvimento pecuário

brasileiro, por sua precocidade, prolificidade e adaptação às mais distintas

condições ambientais e de manejo. O mercado de carne ovina no Brasil

expande-se de forma significativa nos últimos anos. Entretanto, interpõe-se a

um grave problema, devendo ser minimizado urgentemente que é a qualidade

do produto.

A preferência pela carne ovina apresenta aspectos comuns, como a

busca por carne macia com pouca gordura e muito músculo. Devido a estes

aspectos é fundamental a implantação de técnicas racionais de criação,

visando maior produtividade por área e obtenção de carne de melhor

qualidade, buscando atender as crescentes exigências do mercado consumidor

(Zeola, 2002).

O estudo a respeito da composição química da carcaça de ovinos é

muito limitado. O primeiro pesquisador citado na literatura a conduzir trabalhos

sobre a composição corporal foi Van Bezold (1857) citado por Poveda (1984).

No início do século XX vários trabalhos foram realizados, em que se

procurou estudar não somente a composição de todo o corpo vazio, como

também a composição da proporção comestível, por ser um trabalho menos

oneroso (Santos, 2003).

A determinação da composição corporal deve ser entendida como a

análise física e/ou química, direta, de todos os tecidos ou partes comestíveis do

animal. Sendo assim, o conhecimento da composição física e química da

carcaça, expresso normalmente em termos de porcentagem de músculo, tecido

adiposo e ossos; e água, proteína, gordura e cinzas, respectivamente, são de

grande interesse na comparação de grupos genéticos, de fontes e níveis

nutricionais utilizados para avaliar o desempenho animal (Santos et al., 2003).

Page 84: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

67

A composição química da carne ovina varia com a categoria do animal e

com a sua localização na carcaça. A raça, o manejo e o sistema de

alimentação também podem afetar nas características químicas da carne

(Sañudo et al.,2000).

O componente de maior importância na carcaça é o músculo,

constituindo a carne comestível e disponível para venda. Os músculos que

amadurecem mais lentamente, como o Longissimus dorsi, apresentam maior

confiabilidade em estudos de desenvolvimento e tamanho do tecido muscular.

Assim, a área de olho de lombo é representativa da quantidade e distribuição

das massas musculares, assim como a qualidade da carcaça (Bonifacino et al.

1979 citados por Carneiro , 2001).

As medidas de comprimento, largura, espessura e profundidade são

utilizadas para expressar o desenvolvimento da carcaça como um todo, e o de

suas diferentes partes ou regiões, possibilitando a avaliação objetiva da

conformação (Starke & Joubert, 1961). As medidas da carcaça quando

combinadas com o peso predizem satisfatoriamente sua composição em

gordura, músculo e osso (El Karin et al.,1999).

A tomada de medidas que possam correlacionar às composições da

carcaça são de grande valia para se evitar o processo oneroso da dessecação

total da mesma. Neste contexto a 12ª costela tem sido apontada como corte

que expressa bem a proporção de músculo, gordura e osso (Silva & Pires,

2000).

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar os componentes da 12ª

costela da carcaça de ovinos de diferentes grupos genéticos criados no Distrito

Federal.

Page 85: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

68

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Local

Este experimento foi desenvolvido no período de 2004 e 2005 no Centro

de Manejo de Ovinos na Fazenda Água Limpa da Universidade de Brasília -

UnB, localizado junto à cidade de Brasília - DF. O clima da região é do tipo AW

pela classificação de Köppen, com temperatura média anual de 21,1° C, tendo

16° C e 34° C como mínima e máxima absolutas, respectivamente. A

precipitação anual média é de 1.578,5 mm e a média anual de umidade relativa

do ar, é de 68 %.

2.2. Animais e instalações

Foram utilizados 48 ovinos machos castrados e inteiros, de partos

simples e gemelar, oriundos de quatro grupos genéticos diferentes, sendo 27

animais da raça Santa Inês (SI), 10 da raça Bergamácia (B), 5 oriundos do

cruzamento do Texel com ovelhas Santa Inês (TE x SI) e 6 animais

provenientes do cruzamento de um reprodutor Bergamácia com ovelhas Santa

Inês (B x SI).

Ao nascer os cordeiros foram identificados individualmente com coleiras

de metal e permaneceram junto de suas respectivas mães, até atingirem 15

Kg, peso determinado para o desmame. Os animais no final da tarde eram

recolhidos em baias localizadas em galpão com piso de concreto e cobertos

com telhas de zinco. Em média, os animais do primeiro lote tinham 1 ano e os

do segundo tinham entre 5 a 10 meses de idade.

2.3. Manejo alimentar

Os animais do primeiro lote, nascidos entre março e maio de 2004,

foram mantidos em regime semi-extensivo, numa pastagem de Andropogon

gayanus, recebendo suplementação de concentrado de 300g/cab/dia no final

da tarde. O fornecimento de sais minerais foi feito à vontade. Já os animais do

Page 86: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

69

segundo lote nascidos entre dezembro de 2004 e maio de 2005, passaram a

receber 500g/cab/dia de concentrado dividido entre o início e final do dia, além

do fornecimento de silagem de milho, em decorrência do período da seca.

A dieta foi calculada com base nas exigências nutricionais estabelecidas

pelo AOAC (1995). A composição de concentrado utilizado foi de 55% de farelo

de milho, 30% farelo de soja, 10% farelo de girassol e 5% farelo de trigo, cuja

análise bromatológica encontra-se na Tabela 1.

Tabela 1. Composição bromatológica das dietas experimentais

Constituintes Concentrado Silagem Matéria Seca (MS)

Matéria Mineral (MM)*

Extrato Etéreo (EE)*

Proteína Bruta (PB)*

Fibra Detergente Neutro (FDN)*

Fibra Detergente Ácido (FDA)*

88,06

3,28

3,18

22,11

16,29

7,44

44,94

3,25

3,30

6,60

58,12

29,47

* Valores expressos em % de MS

2.4.Procedimento para abate e obtenção da hemi-carcaça

O abate foi realizado antecedido de jejum de aproximadamente 16 horas

de dieta hídrica e sólida. Os animais sofreram dessensibilização atlanto-

occiptal, sendo em seguida seccionadas as veias jugulares e as artérias

carótidas para a sangria.

Terminada a manipulação pós-abate, as carcaças foram submetidas a

resfriamento a 24 horas por 4° C de temperatura. Posteriormente as carcaças

foram divididas em duas meia carcaças através de corte longitudinal na

espinha vertebral, obtendo-se duas metades aproximadamente simétricas.

A hemi-carcaça esquerda foi pesada e em seguida retirou-se uma fração

da costela com cortes transversais de todos os animais experimentais. No

músculo Longissimus dorsi, na altura da 12ª costela, foram efetuadas

mensurações para cálculo da área de olho de lombo através do desenho deste

músculo feito em papel vegetal utilizando-se o gabarito padrão transparente

quadriculado (1 cm2/célula), adaptado de (Cunha et al.,2001).

Page 87: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

70

Segundo Silva Sobrinho (1999), a escolha deste músculo foi baseado no

fato deste ser de maturação tardia e fácil mensuração, apresentando

confiabilidade para expressar o desenvolvimento e tamanho do tecido

muscular. As mensurações constaram de três medidas: Medida A (área de olho

de lombo); B (profundidade máxima do músculo) e Medida C (comprimento

máximo do músculo), ilustrado na Figura 1.

Após as mensurações a fração da 12ª costela foi acondicionada em um

saco plástico, identificada e armazenada à temperatura de –20 C° até o

momento da dissecação para separação do músculo, gordura e osso.

Figura 1. Mensurações realizadas no músculo Longissimus dorsi: A (área de olho de lombo); B (profundidade máxima do músculo) e C (comprimento máximo do músculo)

Fonte: Adaptado de Silva Sobrinho (1999) 2.5. Dissecaçã o e determinação da composição qu ímica da 12ª costela

Foram realizadas dissecações das 12ª costelas, conforme a metodologia

adaptada de Hankins & Howe (1946), visando determinar as proporções de

músculo, osso e gordura.

As amostras foram retiradas do freezer, sendo descongeladas à

temperatura ambiente e pesadas individualmente. A dissecação, ou seja, as

separações dos componentes teciduais (osso, músculo e gordura) foram

pesados individualmente e consistiu para obtenção de suas proporções em

relação aos demais tecidos.

Page 88: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

71

Os componentes teciduais das costelas foram moídos em conjunto, em

seguida congelados à temperatura de -20°C. As amostras foram pesadas antes

e após serem enviados a estufa a 60°C para pré – secagem por 48 horas, para

determinação de matéria seca (MS). Após este procedimento, no Laboratório

de Nutrição Animal todo material foi novamente triturado para realização da

análise química, determinando-se o teor de proteína bruta, extrato etéreo,

matéria mineral e matéria seca corrigida a 105°C segundo AOAC (1995).

Figura 2. Amostras da 12ª costela antes e após o processo de secagem na estufa.

3. Delineamento experimental

Os dados coletados foram analisados por meio do software Statistical

Analysis System (versão 8.2 atualizada 1999) pela aplicação dos

procedimentos GLM (Análise de variância), CORR (Correlação) e testes de

médias (Tukey 5%). O modelo matemático utilizado foi o seguinte:

Yij =µ+Gi+Ek+EGjk+eijkl

onde:

Yij = conjunto das variáveis dependentes;

µ = média geral;

Gi = efeito da i-éssima grupo genético(i = 1, 2, 3, 4 e 5);

Ek = efeito da k-éssima época (1 e 2);

EGjk = interação entre época e raça;

eijkl = erro aleatório associado a cada observação.

Page 89: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

72

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta a composição (músculo, gordura e osso) da 12ª

costela de ovinos Santa Inês, Bergamácia, Texel e seus cruzamentos.

Os resultados obtidos na análise da 12ª costela não apresentaram

diferenças significativas entre os grupos genéticos (P>0,05), mostrando que

apesar das diferentes raças estudadas e comparadas, não houve interferência

na composição da 12ª costela, que tem sido apontada como parâmetro de alta

correlação na avaliação da composição corporal (Kempster et al.,1976).

Garcia et al. (2001), trabalhando com ovinos de diferentes genótipos

abatidos aos 15 e 25 kg, encontraram valores médios para proporção de osso

de 18, 19 e 15,60% e para proporção de gordura, 4,99 e 7,18%

respectivamente. Estes valores encontrados estão de acordo com os

resultados obtidos no presente trabalho.

Não se constatou efeito do grupo genético para as porcentagens de

músculo, gordura e osso (P>0,05), estando de acordo com os resultados

obtidos por Güney (1989), porém diferente dos resultados verificados por

Fahmy et al (1992) e Sañudo et al (1992). Provavelmente o efeito do grupo

genético encontrado por esses autores tenha sido decorrente do abate de

ovinos com idade superior aos dos cordeiros desse trabalho.

Tabela 2. Componentes da 12ª costela de ovinos de diferentes grupos

genéticos estudados e comparados pelo teste Tukey a 5%, de

acordo com as raças.

Componentes B B x SI SI TE x SI CV(%)

12ª Costela 50,97a 61,81a 60,61a 47,89a 24,0

Músculo(g) 21,99a 29,94a 30,74a 22,55a 31,3

Gordura(g) 8,97a 13,1a 10,07a 8,22a 38,6

Osso(g) 17,13a 16,24a 16,95a 14,24a 21,9 aLetras iguais na mesma linha não diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade; B: Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; TE x SI: Texel x Santa Inês; CV: Coeficiente de variação.

Page 90: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

73

Os valores médios dos componentes químicos da 12ª costela dos

ovinos, através do teste de Tukey, apresentaram diferenças entre raças quanto

ao teor de extrato etéreo e matéria mineral. A raça Bergamácia apresentou

diferença significativa entre Bergamácia x Santa Inês, sendo esta similar às

demais raças. A raça Bergamácia apresentou, de forma geral, um maior valor

de matéria mineral (22,80), mas diferindo da raça Texel x Santa Inês (Tabela

3).

As médias de proteína e matéria seca não apresentaram diferença

significativa entre raças. Assim como também não foi verificado efeito do grupo

genético sobre os parâmetros estudados (P>0,05).

Garcia (1998), testando diferentes dietas de confinamento, não

encontraram efeito sobre a composição química do músculo Longissimus dorsi

de ovinos machos ½ Texel x ½ SRD. Estes autores encontraram valores de

19,30 a 20,13% para proteína, de 1,41 a 3,00% para gordura e de 0,95 a

1,33% para cinzas, valores inferiores referente aos encontrados neste trabalho,

provavelmente devido à utilização de músculos diferentes.

Zapata et al (2001), trabalhando com ovinos da raça Somalis x ½ Crioula

e Santa Inês x ½ Crioula, recebendo suplementação não encontraram efeito

sobre a composição química dos músculos do pernil. Estes autores

encontraram valores médios de proteína, cinza e gordura de 19,19 a 18,46%,

1,08 a 1,10% e 2,01 a 2,39%, respectivamente.

Estudos realizados com ovinos Santa Inês alimentados com silagem de

girassol verificaram valores de 46,48; 33,33; 16,34 e 44,95 % de PB, EE, MM e

MS, respectivamente (Sousa, 2004).

Os resultados obtidos neste trabalho foram semelhantes aos de Veloso

(2002), realizado com ovinos Santa Inês recebendo suplementação com alta

proteína apresentaram valores médios de 56,2; 16,1 e 21,9% de PB, EE e MM.

No presente trabalho, o teor de proteína não diferiu entre os grupos

genéticos (P>0,05), estando de acordo com Wallace et al.(1999), que também

não observou variação neste parâmetro e opondo -se aos resultados de

Snowder et al.(1994), que encontraram diferença para proteína na composição

química do músculo.

Page 91: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

74

Tabela 3. Composição química (%) do músculo Longissimus dorsi de ovinos puros e cruzados estudados e comparados pelo teste de Tukey a 5%.

Parâmetros (%) B B x SI SI TE x SI CV(%) Matéria Seca 95,96a 95,60a 95,70a 95,59a 1,19 Proteína Bruta 56,01a 52,97a 56,76a 56,43a 6,73 Extrato Etéreo 13,88a 24,45b 16,07ab 15,19ab 32,82 Matéria Mineral 22,80ab 18,96a 22,59ab 23,61b 14,15 a,b,cLetras distintas na mesma linha diferem significativamente(P<0,05) entre si pelo teste de Tukey; B : Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês;TE x SI: Texel x Santa Inês; CV: Coeficiente de variação

A menor proporção de matéria mineral na raça Bergamácia x Santa Inês

(18,96%) em relação aos valores dos outros grupos ocorreu devido a maior

quantidade de gordura (24,45%).

Murphy et al. (1994), verificou que os cordeiros somente na pastagem

apresentaram menor porcentagem de gordura (média de 5,43%) que os

suplementados (11,54%).

As médias para as medidas realizadas no Longissimus dorsi encontram -

se na Tabela 4. O músculo Longissimus dorsi, que é de maturidade tardia, tem

correlação positiva com o desenvolvimento corporal, ou seja, de acordo com

esta medida é possível mensurar a quantidade de músculo da carcaça (Taylor,

1985).

O comprimento máximo do músculo (Medida C) não foi influenciado

(p>0,05) pelos grupos genéticos estudados, apresentando valor médio de 4,43.

Corroborando com os resultados de Loose et al. (1981) e Siqueira (1983).

Outra medida objetiva, que indica a musculatura total da carcaça, é a

profundidade do músculo Longissimus dorsi (Medida B) Palsson (1939).

Tabela 4. Mensurações no músculo Longissimus dorsi de ovinos puros e

cruzados comparados pelo teste de Tukey a 5%. Parâmetros B B x SI SI TE x SI CV(%)

Medida A 7,32a 9,20ab 10,04b 9,35ab 26,45

Medida B 2,34a 2,74a 2,52a 2,69a 18,69

Medida C 3,94a 4,37a 4,61a 4,15a 17,63 a,b,c,Letras distintas na mesma linha diferem significativamente(P<0,05) entre si pelo teste de Tukey; B : Bergamácia; B x SI: Bergamácia x Santa Inês; SI: Santa Inês; TE x SI: Texel x Santa Inês; AOL: Área de olho de lombo; CV: Coeficiente de variação;Medida A: Área de olho de lombo; Medida B:Profundidade do músculo;Medida C: Comprimento máximo do músculo.

Page 92: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

75

A média geral constatada no presente estudo, para a área de olho de

lombo (Medida A) (9,43 cm2), está de acordo com os resultados relatados por

Kirton et al. (1972) e Boylan et al. (1976). Concordando também com Zeola

(2002), que verificou valores médios de 4,33 cm, 1,84 cm e 6,30 cm2, para as

medidas C, B e A, respectivamente, trabalhando com ovinos Morada Nova

submetidos a diferentes níveis de concentrado na dieta alimentar.

Os grupos genéticos afetaram (P<0,05) a área de olho de lombo

(Medida A), sendo que a raça Bergamácia apresentou diferença entre a raça

Santa Inês, mas não diferindo significativamente em relação aos demais

grupos. A Bergamácia foi à raça que apresentou menor área de olho de lombo

(7,32), enquanto que a Santa Inês apresentou maior valor médio (10,04),

embora não tenha diferido das raças Bergamácia x Santa Inês e Texel x Santa

Inês.

Macedo (1998), trabalhando com cordeiros confinados Corriedale, Bergamácia

x Corriedale e Hampshire Down x Corriedale, submetidos a dietas de 18% de proteína,

encontrou área de olho de 10,21 cm2.

Silva Sobrinho (1999), trabalhando com ovinos de diferentes genótipos,

observou comprimento e profundidade máxima do músculo e área de olho de

lombo de 5,69 cm, 2,78 cm e 12,47 cm2, respectivamente.

Em estudo para avaliar os efeitos de substituição do milho moído pelo resíduo

de panificação (biscoito) para ovinos, Garcia (1998), não encontrou diferença (P>0,05)

das substituições sobre a área de olho de lombo, com média de 9,92 cm2.

Tabela 5. Correlações entre as características de ovinos de diferentes grupos genéticos.

MedA Frac Musc Gord Osso MedC MedB MS MM EE PB Frac 0,46 Musc 0,55 0,91 Gord 0,31 0,78 0,57 Osso 0,07 0,58 0,32 0,38 MedC 0,71 0,43 0,49 0,32 0,01 MedB 0,65 0,21 0,31 0,02 -0,07 0,51 MS 0,19 0,28 0,21 0,41 0,04 0,14 0,18 MM -0,31 -0,56 -0,47 -0,77 -0,05 -0,42 -0,05 -0,55 EE 0,23 0,60 0,48 0,77 0,17 0,31 0,07 0,44 -0,89 PB -0,02 -0,22 -0,05 -0,45 -0,24 -0,02 -0,02 -0,26 0,37 -0,58 IdAbt -0,09 -0,28 -0,15 -0,55 0,01 -0,30 0,18 -0,36 0,72 -0,67 0,18 AOL: Área de olho de lombo; FRAC: Fração; MUSC: Músculo; GORD: Gordura; MedA: Medida A; MedB: Medida B; MS: Matéria seca; MM: Matéria mineral; EE: Extrato etéreo; PB: Proteína brutaI; dAbt: Idade ao abate.

Page 93: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

76

As características observadas no músculo Longissimus dorsi

apresentaram correlações de média a alta entre elas, ou seja, quando aumenta

o valor de uma característica, conseqüentemente aumenta o valor da outra

(Tabela 5).

De modo geral, observou-se correlação positiva entre AOL (Medida A)

com características analisadas no músculo Longissimus dorsi, embora tenha

apresentada correlações negativas para MM, PB e IdAbt.

Para as Medidas B e C verificaram-se correlações altas e positivas com

a medida A. Enquanto que para as características da composição física

(músculo, osso e gordura) apresentaram correlações de baixa a média (0,07).

Page 94: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

77

5. CONCLUSÕES

As análises dos componentes da 12ª costela não apresentaram

diferenças significativas entre os grupos genéticos, mostrando que apesar das

diferentes raças estudadas e comparadas, não houve interferência na

composição (músculo, gordura e osso).

A área de olho de lombo verificada nos diversos grupos genético,

apresentou a Bergamácia como a raça de menor área de olho de lombo,

enquanto que a Santa Inês apresentou maior valor médio, embora não tenha

diferido das raças Bergamácia x Santa Inês e Texel x Santa Inês.

Page 95: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

78

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIATION OF OFFICIAL AGRICULTURAL CHEMISTS. Off icial method s of analysis of AOAC. 16.ed. Arlington: AOAC International, 1995. v.1, 4/1-4/30p. BOYLAN, W. J.; BERGEN, Y. M.; ALLEN, C. E. Carcass merit of finnsheep crossbred lambs. Journal of Animal Science, 42, p.1413-1420,1976. CARNEIRO, R. M. Características da carcaça de cordeiros de parto simples e duplo alimentados em confinamento. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., 2001,Piracicaba. Anais…Piracicaba: Sociedade Brasileira de Zootecnia, . p. 1333 – 1334,2001.

CUNHA, E. A.; BUENO, M. S.; SANTOS, L. E. et al. Desempenho e características de carcaça de cordeiros Suffolk alimentados com diferentes volumosos. Ciência Rural, v.31, n.4, p.671-676, 2001.

EL KARIN,A.I.A.;OWEN, J.B.; WHITAKER, C. J. Measurement on slaughter weight, side weight, carcass joints and their association with carcass composition of two types of Sudan Desert Sheep. Journal Agriculture Science., v. 110, n. 1, p. 65 -69, 1999.

FAHMY, M. H.; BOUCHER, J. M.; POSTE, L. M. et al. Feed efficiency, carcass characteristics, and sensory quality of lambs, with or without prolific ancestry, fed diets with different protein supplements. Journal of Animal Science, 70:1365-1374,1992.

GARCIA, C. A. Avaliação do resíduo de panificação “biscoito” na alimentação de ovinos e nas características quantitativas e qualitativas da carcaça. 1998. 79p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 1998.

GARCIA, I. F. F. et al. Composição tecidual e muscularidade de perna de cordeiros puros Santa Inês e cordeiros cruzas Santa Inês com Texel, Ile de France e Bergamácia. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001, Piracicaba. Anais… Piracicaba: SBZ, p.1138-1140, 2001.

GÜNEY, O. A. Commercial crossbreeding experiment between Ile de france, Rambouillet, Chios and the local fat Awassi for lamb production. Proceedings, World Congress on Sheep and Beef Cattle Breeding, 3, 1988, v.1, n.19-23. In: ANIM. BREED. ABSTR, 57:29, 1989 (Abstract).

Page 96: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

79

HANKINS, O. G. & HOWE, P. E. Estimation of composition of beef carcasses and cuts. Washington. Techinical Bulletin, 926. 20p. 1946. KEMPSTER, A. J.; AVIS, P. R. D.; CUTHERBTSON, A., And Harrington. Prediction of the lean content of lamb carcasses of different breed types. Journal Agriculture Science, Camb, 86, p.23-25,1976. KIRTON, A. H.; FOURIE, P. D.; JURY, K. E. Growth and development of sheep. 3 Growth of carcass and non carcass components of Southdown and Rommey and their cross and some relationship with composition. N. Z. Agric. Res, 10: 214 - 227, 1972. LOOSE, E. L.; JARDIM, P. O. C.; OSÓRIO, J. C. S. et al. Estudo comparativo de carcaças de cordeiros Ideal com cruzas Ideal x Texel. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 18, 1981, Goiânia. Anais… Goiânia: SBZ, p.396, 1981. MACEDO, F. A. F. Desempenho e características de carcaças de cordeiros Corr iedale e mestiços Bergamácia x Corr iedale e Hampshire Down x Corr iedale, terminados em pastagem e confinamento. 72p.Tese (Doutorado em Zootecnia) - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 1998. MURPHY, T. A.; LOERCH, S. C.; MCCLURE, K. E. et al. Effects of restricted feeding on growth performance and carcass composition of lambs. Journal of Animal Science, v.72, p.3131-3137, 1994. PALSSON, H. Meat qualities in sheep with special reference to scottish breed and sample joint os indice of quality and composition. Journal Agriculture Science, 29, p.544-625,1939. POVEDA, M. C. Cresc imento y características de la canal de corderos merinos. Influencia del peso de sacrificio, del sexo de la incorporacíon d e pulpa de acetuna a la dieta. 1984, 225p. Madrid:Tesis (Doctoral), Instituto Nacional de Investigacions Agrarias – INIA,1984.

SANTOS, C. L. et al. Componentes químicos da costela/fralda de cordeiros Santa Inês e Bergamácia. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA, 40., 2003, Santa Maria. Anais… Santa Maria: Sociedade Brasileira de Zootecnia, p.1 - 4.,2003. SNOWDER, G. D.; GLIMP, H. A.; FIELD, R. A. Carcass characteristics and optimal slaugther weigths in four breeds of sheep. Journal Animal Science, 72, p.932-937,1994. SAÑUDO, C., ENSER, M. E., CAMPO, M. M., et al. Fatty acid composition and sensory characteristics of lamb carcasses from Britain and Spain. Meat Science, v. 54, p. 339 - 346, 2000.

Page 97: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

80

SAÑUDO, C.; SIERRA, I.; ALCALDE, M. J. et al. Carcass and meat quality of light and heavy lambs of Rosa Aragonesa, Lacaune and German Merino breeds. In: Annu al Meeting o f the European Association o f Animal Produ ction . 1992, Madrid Proceedings. Madrid,. p.264, 1992. SAS – STATISTICAL ANALYSES SYSTEM. 1999. User’s guide: Statistics.Version 8 (TS MO). Cary: 1999. SILVA SOBRINHO, A.G. Body composition and characteristics of carcass from lambs of different genotypes and ages at slaugther, 1999. 54 p. Report (Post Doctorate in Sheep Meat Production) - Massey University, Palmerston North, 1999. SILVA L. F. & PIRES C. C. Avaliações quantitativas e predição das proporções de osso, músculo e gordura da carcaça em ovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.4, p.1253-1260, 2000. SIQUEIRA, E. R. Desempenho e características de carcaças de cordeiros machos e fêmeas da raça Ideal e cruzas Texel x Ideal, criados em pastagem nativa. Pelotas: UFPEL, 1983, 130p. Dissertação (Mestrado em Produção Animal) Universidade Federal de Pelotas, 1983. SOUSA, V. S. Desempenho e características de carcaça de ovinos deslanados alimentados com silagem de girassol. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília-DF, 2004, 48p. Dissertação (Mestrado). STARKE, J. S.; JOUBERT, D. M. A. A score card for lamb and mutton carcasses. Journal Agriculture Science., v. 57, n. 3, p. 319 - 323, 1961. TAYLOR, C. S. Use of genetic size scaling in evaluation of growth. Journal of Animal Science, v.61(supl 2), p.1103-1107, 1985. VELOSO, C. F. M. Efeitos da suplementação protéica na verminose e nas características de carcaça de ovinos da raça Santa Inês mantidos a pasto. Brasília: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2002, 50 p. Dissertação de Mestrado. ZAPATA, J. F. F. et al. Composição centesimal e lipídica da carne de ovinos do Nordeste brasileiro. Ciência Rural, Santa Maria, v.31, n.4, p.691-695, 2001. ZEOLA, N. M. B. L. Influência da alimentação nas características quantitativas da carcaça e quali tativas da carne de cordeiros morada nova. 2002. 65p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2002. WALLACE, D. S. The influence of increased feeding on the susceptibility of sheep to infection with Haemonchus contortus. Journal of Animal Science, v.69, p.457-463,1999.

Page 98: DESEMPENHO E QUALIDADE DE CARCAÇA EM OVINOS …repositorio.unb.br/bitstream/10482/5584/1/2005-Aline Vieira Landim.pdf · LANDIM, A.V. Desempenho e Qualidade de Carcaça em Ovinos

81

7. CONCLUSÃO GERAL

Os animais cruzados apresentaram melhores resultados nas

características estudadas, sendo uma boa alternativa para os criadores que

buscam aumentar a produtividade em seu rebanho.

Os ovinos de origem européia mais uma vez demonstraram que não

atendem as expectativas dos produtores da região Centro-oeste, sendo as

condições de manejo nutricional um dos fatores primordiais na obtenção desse

resultado.