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Técnico em Biblioteca Marilucy da Silva Ferreira 2014 Desenvolvimento de Coleções

Desenvolvimento de Coleções - Site · desenvolvimento de coleções, o qual deve ser realizado após um criterioso ... História Universal, deve‐se também organizar uma coleção

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Técnico em Biblioteca

Marilucy da Silva Ferreira

2014

Desenvolvimento de Coleções

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Presidenta da República Dilma Vana Rousseff Vice-presidente da República Michel Temer Ministro da Educação José Henrique Paim Fernandes Secretário de Educação Profissional e Tecnológica Aléssio Trindade de Barros Diretor de Integração das Redes Marcelo Machado Feres Coordenação Geral de Fortalecimento Carlos Artur de Carvalho Arêas

Governador do Estado de Pernambuco João Soares Lyra Neto

Secretário de Educação

José Ricardo Wanderley Dantas de Oliveira

Secretário Executivo de Educação Profissional Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Gerente Geral de Educação Profissional

Luciane Alves Santos Pulça

Coordenador de Educação a Distância George Bento Catunda

Coordenação do Curso Hugo Cavalcanti

Coordenação de Design Instrucional

Diogo Galvão

Revisão de Língua Portuguesa Letícia Garcia

Diagramação

Izabela Cavalcanti

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INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 3

1.COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER O PROCESSO DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DE COLEÇÕES, DANDO ÊNFASE ÀS POLÍTICAS, MÉTODOS E TÉCNICAS APLICÁVEIS AO

PROCESSO ................................................................................................................................. 5

1.1 O Desenvolvimento de Coleções no Contexto Atual ............................................. 5

1.2 O Conceito de Desenvolvimento de Coleções ....................................................... 7

1.3 Processo de Desenvolvimento de Coleções ........................................................... 9

1.4 Etapas do Processo de Desenvolvimento de Coleções ........................................ 11

1.4.1 Estudo da Comunidade ..................................................................................... 11

1.4.2 Política de Seleção ............................................................................................ 13

1.4.3 Seleção .............................................................................................................. 13

1.4.4 Aquisição ........................................................................................................... 13

1.4.5 Avaliação ........................................................................................................... 14

1.4.6 Desbastamento e Descarte ............................................................................... 15

1.5 Respeitando o Contexto para Iniciar o Processo ................................................. 15

2.COMPETÊNCIA 02 | APLICAR O PROCESSO DE SELEÇÃO DE COLEÇÕES E IDENTIFICAR

MODALIDADES E PROCEDIMENTOS DE AQUISIÇÃO DE TIPOS DE MATERIAIS

DIVERSIFICADOS ..................................................................................................................... 19

2.1 Considerações sobre a Organização do Processo de Desenvolvimento de

Coleções ..................................................................................................................... 19

2.2 Conhecendo Mais Sobre a Política de Desenvolvimento de Coleções ................ 22

2.3 Seleção de Diversos Tipos de Coleções ............................................................... 26

2.4 Aquisição de Diversos Tipos de Materiais Informacionais .................................. 30

3.COMPETÊNCIA 03 | SABER IDENTIFICAR E APLICAR OS CRITÉRIOS ADEQUADOS PARA A

AVALIAÇÃO DE COLEÇÕES, ASSIM COMO AS ESTRATÉGIAS DO DESCARTE E

DESBASTAMENTO DO ACERVO .............................................................................................. 37

3.1 Critérios para Avaliar Coleções ............................................................................ 38

3.2 Estratégias de Descarte ....................................................................................... 40

3.3 Estratégia de Desbaste ........................................................................................ 41

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 44

REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 45

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR ........................................................................................... 51

Sumário

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Desenvolvimento de Coleções

INTRODUÇÃO

Prezados alunos, no contexto atual, precisamos no âmbito de nossa atuação

entender como ocorrem todas as atividades que estão diretamente ligadas à

dinâmica da biblioteca, para melhor atender nossos usuários. Nesta disciplina,

iremos aprender alguns conceitos e como se dá o processo de

desenvolvimento de coleções.

A disciplina será apresentada em três competências: 1) Compreender o

processo de formação e desenvolvimento de coleções, dando ênfase às

políticas, métodos e técnicas aplicáveis ao processo; 2) Aplicar o processo de

seleção de coleções e identificar modalidades e procedimentos de aquisição

de tipos de materiais diversificados; 3) Saber identificar e aplicar os critérios

adequados para a avaliação de coleções, assim como as estratégias do

descarte e desbastamento do acervo. Nela, desenvolveremos o conteúdo de

estudo, ilustrando com exemplos práticos, além de atividades direcionadas

para auxiliar no processo de aprendizagem.

Para desenvolver qualquer processo, precisamos saber tomar decisões, o que

requer responsabilidades, ética e comprometimento com o trabalho a ser

realizado. Nesta disciplina, espero que possamos visualizar, ainda, esses

elementos, buscando pensá‐los conforme as necessidades apresentadas em

nossas rotinas profissionais.

Um ponto importante a citarmos neste momento é que a dinâmica de uma

biblioteca liga‐se, diretamente, aos produtos/serviços, processos e atores

que atuam nela, inseridos em um determinado contexto social, cultural,

político, etc. É como uma orquestra, cada elemento tem uma participação

importante: as coleções dos livros, o tratamento, a classificação, a

catalogação, a automação do acervo, o fluxo através dos serviços de

referência, consulta, pesquisa nos catálogos (impressos ou online),

empréstimo e devolução, o pessoal que nela trabalha e sua razão de ser: os

usuários.

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Técnico em Biblioteca

Diante deste cenário, temos um importante processo que é o

desenvolvimento de coleções, o qual deve ser realizado após um criterioso

estudo do público/usuário da biblioteca, observando e respeitando suas

necessidades informacionais. Assim, faz‐ se necessário a implantação, o

registro e a formalização de uma política de aquisição e descarte de materiais,

visando atender à demanda informacional.

Este caderno pretende mediar a compreensão do processo de

desenvolvimento de coleções, bem como sua finalidade e importância no

ambiente da biblioteca. Por isso, organizamos o livro estruturado em três

competências. Como fontes, utilizamos conceitos de especialistas na área da

biblioteconomia.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

1.COMPETÊNCIA 01 | COMPREENDER O PROCESSO DE FORMAÇÃO

E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES, DANDO ÊNFASE ÀS

POLÍTICAS, MÉTODOS E TÉCNICAS APLICÁVEIS AO PROCESSO

Os especialistas apontam que o processo de desenvolvimento de coleções

compõe‐ se de algumas etapas. Para Weitzel (2006), divide‐se em seis

etapas: 1) Estudo da comunidade; 2) Política de seleção; 3) Seleção; 4)

Aquisição; 5) Avaliação; 6) Desbastamento e descarte. Ao longo da Disciplina,

veremos mais detalhadamente sobre cada uma delas.

Neste momento, caro (a) aluno (a), elencaremos algumas pautas sobre o

tema desenvolvimento de coleções no contexto atual.

1.1 O Desenvolvimento de Coleções no Contexto Atual

A comunidade da biblioteca deve ter sua demanda informacional atendida.

Se antes a quantidade de livros importava mais, nos dias atuais isso não é o

mais relevante. Dias e Pires (2003), colocam que, na década de 60, o volume

das coleções indicava um status maior à instituição e o acúmulo bibliográfico

aparentava uma maior oferta ao público.

O desenvolvimento de coleções ocorre de forma diferente nos diversos tipos

de bibliotecas. Além da comunidade, as possibilidades de aquisição e a

estrutura física do ambiente para alocar as coleções documentais precisam

ser observadas. O usuário, público ou comunidade deve sempre ser o

elemento mais importante na biblioteca. Nesse sentido, alguns autores

argumentam que:

para a gestão das informações de interesse das

diferentes áreas/comunidades deve‐se contar com

metodologias específicas para planejar, decidir,

operacionalizar (implementar) e avaliar a forma, a

formação e o desenvolvimento de coleções que

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

atendam a demandas específicas (DIAS; PIRES, 2003,

p.10).

As autoras abordam algo muito importante: as metodologias específicas,

pois, nem todas as bibliotecas/centro de informação contam com os mesmos

recursos financeiros e estruturais. É preciso, então, ter criatividade. Uma

feira de doações de livros, por exemplo, é uma forma de aquisição para uma

instituição com poucos recursos. Mas é preciso selecionar os títulos, conforme

as necessidades dos usuários.

É válido, também, afirmar, diante disso, que as cinco leis de Ranganathan

permanecem coerentes ao discurso atual de difusão, uso e compartilhamento

de informações. Assim, o desenvolvimento de coleções permite que as leis

sejam aplicadas para que o processo ocorra da forma mais clara, objetiva e

prática, visando à satisfação do usuário.

As pessoas que trabalham na biblioteca devem conhecer as leis e também

aplicá‐las nas suas atividades. Por exemplo, se há na biblioteca de

determinada comunidade títulos sobre História do Brasil, História Moderna,

História Universal, deve‐se também organizar uma coleção sobre a história

da comunidade, murais com fotos das praças, das pessoas que nela vivem, a

elaboração de um livro de histórias contadas pelos próprios moradores da

comunidade, etc.

A mais eficaz forma de valorização e respeito se constrói a partir do

conhecimento do que se é e do que se tem. A história de cada um reflete a

identidade do todo da comunidade.

Você conhece a

história de Shiyali Ramamrita

Ranganathan? Ele foi um bibliotecário

e introdutor da Biblioteconomia na Índia; criador das

cinco Leis da Biblioteconomia: 1. Os livros são

para uso; 2. A cada leitor,

seu livro; 3. A cada livro,

seu leitor; 4. Poupe o

tempo do leitor;

5. A biblioteca é um

organismo/organização em

expansão/crescimento.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

Figura 1 – A cada leitor, seu livro. Fonte: www.viscoimages.com/photo/124615‐cats‐reading‐book/ (2014)

Desenvolver coleções de materiais informacionais, conforme veremos mais

adiante, é um processo que possui etapas e também deve considerar sempre

o contexto.

Figura 2 – Estrutura do Desenvolvimento de coleções. Fonte: A autora (2014).

1.2 O Conceito de Desenvolvimento de Coleções

A importância de se conceituar o processo de desenvolvimento de coleções

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

se apresenta pelo objetivo de reconhecê-lo na atividade profissional, no

contexto da informação, como processo de um produto que possui

características, demandas de manutenção e atualização, e apresenta uma

importância para determinado público.

O desenvolvimento de coleções, em muitas instituições, acontece de forma

periódica, ou irregular, diferente da constância de atividades como a

catalogação de materiais e do serviço de referência (atendimento ao público).

Isso é recorrente em instituições que não possuem uma política bem definida

de critérios para a formação e o desenvolvimento das coleções de seus

acervos. Não há, em casos como esses, uma avaliação contínua da

necessidade de manutenção, aquisição ou descarte de determinados

materiais.

O desenvolvimento de coleções é um processo, o qual é

cíclico, ininterrupto, com atividades regulares

contínuas, respeitando a especificidade de cada tipo

de unidade em função de seus objetivos e usuários,

sem que uma etapa tenha que se distinguir das outras

(VERGUEIRO, 1989).

Conforme o autor acima, verificamos, mais uma vez registrada, a importância

que se deve dar à unidade de informação, biblioteca ou centro de

documentação, ou seja, sempre se pautar em seus objetivos, sua missão para

oferecer serviços informacionais à comunidade.

O termo desenvolvimento de coleções refere-se ao

processo de, sistematicamente, construir coleções de

bibliotecas para servirem ao estudo, ensino, à pesquisa

e a outras necessidades pertinentes aos usuários de

uma biblioteca, tornando-se a mediadora entre os

materiais de informação e a comunidade universitária.

(DIAS, SILVA e CERVANTES, 2012)

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

Na citação acima, vemos que o foco dado ao desenvolvimento de coleções se

limita ao âmbito universitário, todavia podemos ampliá-lo aos demais tipos de

instituições que lidam com o tratamento da informação, como outros tipos de

bibliotecas, arquivos, museus, centros documentais e outros.

A atividade de desenvolvimento de coleções deve ocorrer vislumbrando

sempre a comunidade/usuário, suas reais necessidades, os interesses por

informações e os acontecimentos do passado e do presente. Deve‐se,

portanto, oferecer informações para que eles entendam sua história, seu

passado e também seu presente, aumentando seus conhecimentos para

saber opinar e refletir nos debates/assuntos/temas vivenciados.

1.3 Processo de Desenvolvimento de Coleções

Dias e Freitas (2003) apontam forças externas que devem ser consideradas

além de áreas‐chaves da organização/unidade de informação/biblioteca.

Vamos conhecê‐las?

Direção da Unidade: É necessário, caro (a) aluno (a), observar qual é o grau

de autonomia da unidade de informação quanto à tomada de decisão na

formação de seu acervo e no gerenciamento do orçamento? A direção da

unidade poderá ser substituída em um futuro previsível? Há possibilidade de a

atual direção ser reconduzida?

Política: Há órgãos colegiados para definir diretrizes e políticas? Há

mecanismos para preservar as decisões independentemente de mudanças de

direção? Até que ponto a unidade depende da administração geral da

organização para obter verbas? Mudanças na direção poderiam acarretar

mudanças quanto aos produtos/serviços oferecidos ou, ainda, quanto à

definição de prioridades?

Legislação: O administrador da unidade de informação conhece as leis que

têm impacto direto sobre suas atividades. Quais mecanismos legais poderão

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

ser acionados para favorecer a unidade de informação?

Social e demográfica: Há mudanças sociais ou demográficas significativas na

comunidade/organização em que está inserida a unidade de informação?

Quais as mudanças previstas e como fazer para enfrentá‐las/acompanhá‐las?

Mercado: Quais são as tendências quanto ao público e à geração de receitas?

Quem são seus concorrentes e em que medida eles podem compreender os

produtos/serviços oferecidos pela unidade de informação?

Tecnologia: Quais inovações tecnológicas estão disponíveis para a gestão de

serviços de informação em toda a cadeia de valor (processos/atividades)?

Padrões de desempenho: Há mecanismos para avaliar a relação

custo‐benefício de produtos/serviços oferecidos pela unidade de informação?

Há padrões extremos aos quais a unidade de informação tenha de se

adaptar? Qual é o impacto desses produtos/serviços nos resultados da

organização a que pertence a unidade informacional quanto ao cumprimento

de metas e objetivos?

Façamos aqui uma ressalva ao escopo mercado. Ainda que seja uma

biblioteca de uma instituição privada, o livro deve ser entendido como um

produto que, mais que um preço, possui um valor. Este valor refere‐se ao que

ele pode gerar, transformar, influenciar na condição do sujeito. Sua utilidade

muitas vezes depende da atualidade do conteúdo, isso é um fator muito

presente em ambientes que atuam com áreas de informática, engenharia e

outros. Ou seja, o livro pode ser avaliado como um instrumento de mediação,

modificação e desenvolvimento social, através da aplicação de seu conteúdo.

Assim, reflita comigo, caro (a) aluno (a), que o livro não é apenas um objeto

útil, mas um instrumento que pode trazer mudança, crescimento,

amadurecimento e melhores formas para as pessoas se articularem na

sociedade. Diante disso, o desenvolvimento de coleções deve contemplar as

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

necessidades reais dos usuários.

1.4 Etapas do Processo de Desenvolvimento de Coleções

As seis etapas do processo de desenvolvimento de coleções citadas por

autores como Vergueiro e Weitzel, sinalizam o que deve ser considerado, num

primeiro momento: a comunidade e, a partir disso, outras etapas se inserem

no contexto, configurando, por conseguinte, a formação das coleções.

A preocupação com o desenvolvimento de coleções em

bibliotecas apresenta um nítido incremento a partir das

últimas décadas,quando se tornou cada vez mais claro,

para bibliotecários e administradores em geral, que era

praticamente impossível acompanhar o ritmo alucinante

de crescimento dos materiais informacionais.

(VERGUEIRO, 1993).

A sistematização por etapas do processo, portanto, vem auxiliar em uma

atividade que é complexa, tendo em vista que, dentro das instituições, um

produto ou serviço precisa ter controle e viabilizar, com efeito, o fluxo de

atividades dos mesmos. Para isso, é preciso atenção ao que está acontecendo

dentro e fora da instituição, pois, lembremos sempre de que o cliente, usuário

ou público, está do lado de fora e suas demandas mudam, de acordo com

novas formas de pensar, ou mesmo em mudanças na esfera técnica e

tecnológica de seu modus operandi, ou seja, sua atividade laboral.

1.4.1 Estudo da Comunidade

É possível traçar um perfil da comunidade/usuário de forma direta e indireta.

A primeira pode ser considerada aquela em que o usuário participa, sendo

consultado ou sugerindo títulos para a biblioteca adquirir. A segunda, forma

indireta, se dá pela observação do fluxo de material que é emprestado e/ou

consultado pelos usuários.

Como você sabe, caro (a) aluno (a), nas bibliotecas, o

material emprestado e devolvido pelo

usuário é registrado, seja na base de dados ou

manualmente. Isso pode ser uma ótima fonte para visualizar os títulos que mais

saem, e quais as formas de

desenvolver mais coleções com

assuntos semelhantes,

enriquecendo, assim, o acervo.

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

Na literatura especializada no assunto de desenvolvimento de coleções,

autores como Vergueiro (2007) apresentam a comunidade/usuário como real

ou potencial. O usuário real é aquele que frequenta o ambiente

constantemente, usufruindo de seus serviços, enquanto que o usuário

potencial está mais no plano do usuário que pode vir a ser um usuário real.

Figura 3 – Comunidade da biblioteca Fonte: www.flickr.com/photos/leonisha/4100835153/ (2014)

Weitzel (2006) apresenta um exemplo de como é possível estudar um usuário

real. Ele cita como exemplo, uma comunidade de alunos de universidades

brasileiras e argumenta que é possível começar pelas bases de dados. Nelas,

estão os registros de cursos; se são graduações ou pós-graduações; os atores

que delas participam, como os docentes e os discentes; bem como suas

respectivas áreas e quais os departamentos em que os docentes estão

inseridos, entre outras informações relevantes para conhecer suas demandas

informacionais.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

1.4.2 Política de Seleção

Trata‐se de documento formal que aborda todos os procedimentos acatados

para selecionar os tipos das coleções que vão formar o acervo, apresentando

os critérios e as etapas da seleção. Vergueiro (1995) coloca que a política de

seleção é um documento que visa dar suporte às decisões sobre a seleção.

Nele, devem constar os seguintes itens:

Identificação dos responsáveis pela seleção de materiais;

Os critérios utilizados no processo;

Os instrumentos auxiliares;

As políticas específicas;

Os documentos correlatos.

1.4.3 Seleção

O momento em que o bibliotecário deve decidir, objetiva e coerentemente

sobre os materiais a serem adquiridos pela instituição/biblioteca, é o que

Vergueiro (2006) chama de momento de decisão.

Esse momento é a seleção, a qual diz respeito à decisão referente aos títulos

a serem adquiridos. “Cada título deve ter seu lugar no acervo, uma razão

para estar ali.” (WEITZEL, 2006).

1.4.4 Aquisição

Cabe ao bibliotecário selecionador, ou o bibliotecário de aquisição 1localizar

os itens identificados no processo de seleção, incorporando‐os nas coleções,

via compra, permuta ou doação (WEITZEL2006).

1 Bibliotecário selecionador ou bibliotecário de aquisição são expressões adotadas por

autores da área de biblioteconomia/Ciência da Informação. Eles existem ou não em instituições, quer dizer, eles podem ser solicitados para trabalhar exclusivamente no processo de desenvolvimento de coleções, ou ser um bibliotecário de outro setor que, num determinado período, é selecionado para realizar essa atividade.

Quais são os

materiais ou títulos aos quais nos referimos no

parágrafo acima? Caro (a) aluno (a),

são livros, periódicos, filmes,

CD’s, etc.

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

Figura 4 – Aquisição de livros de forma tradicional Fonte: http://pt.dreamstime.com/foto‐de‐stock‐compra‐dos‐livros ‐image12173940 (2014)

A aquisição pode ocorrer via internet. Há várias livrarias/editoras que

oferecem esse serviço, que podem ser aproveitadas pelos bibliotecários.

Figura 5 – Compra de materiais bibliográficos via internet Fonte: www.culturamix.com/wp‐content/uploads/2012/08/Comprar‐Livros ‐1.jpg (2014)

1.4.5 Avaliação

E o que é avaliar, caro (a) aluno (a), no processo de desenvolvimento de

coleções? É o que vamos descobrir agora! Vamos ver alguns conceitos:

A avaliação da coleção refere‐se à idade, língua, distribuição por classe de

assunto, uso,questões não respondidas, entre outras (DIAS; PIRES, 2003).

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

A avaliação é um processo de determinação do valor ou o grau de sucesso na

realização de um objetivo predeterminado (DIAS; PIRES, 2003).

A avaliação serve para realinhar, padronizar condições das coleções, a qual

deve responder a “objetivos institucionais e a comunidade a que serve.”

(WEITZEL, 2003, p. 35‐36).

1.4.6 Desbastamento e Descarte

Um material que é pouco procurado pela comunidade da biblioteca é tido

como obsoleto. Para Lancaster (1996), a obsolescência alude ao material que

tem seu uso diminuído. O desbaste aplica‐se quando uma coleção é pouco

utilizada pelos usuários. Geralmente, a coleção é afastada do acervo,

seguindo para um depósito especial. O descarte remete‐se à retirada

definitiva da coleção. (MACIEL E MENDOÇA, citado por WEITZEL, 2003).

Figura 6 ‐ Descarte Fonte: http://www.lealjunior.com.br/index.php?pg= noticia&id=10880 (2014

1.5 Respeitando o Contexto para Iniciar o Processo

Há críticas de especialistas da área, no que se refere à forma de se iniciar o

processo de desenvolvimento de coleções, como, por exemplo, fazer

aquisições a partir das listas de bibliografias sugeridas pelos professores. É

certo que isso não é o suficiente para desenvolver uma coleção.

OBS.: O descarte

deve ser uma ação criteriosa. É preciso cuidado e atenção

para não se desfazer de um

material que tenha um valor histórico ou ainda seja útil para a biblioteca.

Se tudo estiver certo sobre o

descarte, a doação do material para

empresas de reciclagem é uma

ideia a ser discutida e registrada no

processo de desenvolvimento

de coleções.

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

As sugestões dos usuários ou do pessoal que trabalha diretamente com eles

no atendimento, visualizando as demandas de consulta, reserva; a

manutenção de um núcleo básico e outro complementar da área de interesse,

como foi elaborada, por exemplo, Biblioteca do Senado em sua formação e

desenvolvimento de coleções, são algumas opções para auxiliar na escolha do

conteúdo das coleções.

O serviço de referência de uma biblioteca, bem como os profissionais que

lidam diretamente com a comunidade/usuário devem observar as demandas

de materiais. É no serviço de referência que deve ocorrer a relação

usuário‐informação (ALMEIDA JÚNIOR,2003). Os livros que são emprestados

mais frequentemente, livros obsoletos que devem ser descartados, livros que

precisam de reparos técnicos, como o reparo das lombadas e a substituição

das capas. Em síntese, temos a figura do processo de formação do

desenvolvimento de coleções:

Figura 7– Síntese do processo de desenvolvimento de coleção2

Fonte: adaptado de Evans (1979)

2 Figura adaptada do site: http://biblioteconomiadigital.blogspot.com.br/2011/11/ desenvolvi

mento-de- coleccoes-conceitos.html . A figura, segundo a fonte consultada, foi inspirada nos conceitos de Evans (ver referências).

Quer saber mais e melhor, caro (a)

aluno (a)? Então, acesse:

www.senado.gov.br/senado/biblioteca/documento

s/Politica_de_Selecao_da_Biblioteca.pdf(BRASIL, 2007).

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 01

A Figura ilustra o processo. Podemos notar que, no centro, está contemplado

o pessoal da biblioteca, ou seja, todos que nela trabalham e podem ajudar no

processo de desenvolvimento, sugerindo, opinando, ou mesmo, tomando

decisões, como é o caso do bibliotecário encarregado de efetuar a aquisição

de materiais.

Devemos prestar atenção também no que está fora do círculo, que são os

eventos sociais externos, os quais acontecem simultaneamente à vida da

comunidade atendida e a atinge diretamente. Um exemplo disso são os

acontecimentos de natureza política e eventos como a próxima Copa do

Mundo. Discutiremos isso mais adiante, nas próximas competências.

Os tipos de bibliotecas determinam diversificadamente seu processo de

desenvolvimento de coleções. Elas devem respeitar suas possibilidades de

manter ou não determinados materiais.

Figura 8 – As etapas do processo de desenvolvimento de coleções em bibliotecas Fonte: Adaptado das informações de Vergueiro (1989) por Simone Weitzel (2003).

TIPO DE

BIBLIOTECA

OBJETIVOS TIPO DE COLEÇÕES ÊNFASE NO PROCESSO DE DC

Pública Democratização da informação para a comunidade local.

Obras de referência, ficção, não‐ficção,

biografias, jornais e revistas

Análise da comunidade

Avaliação

Desbastamento

Infantil Estimular a leitura/;

Formar o leitor.

Livros infanto‐juvenis, de pano, HQs, brinquedos, etc.

Não informado

Escolar Apoiar os programas de ensino oficial.

Obras de referência,

livros paradidáticos, literatura e não‐ ficção

Seleção

esbastamento

Universitária Apoiar os programas

de ensino, pesquisa e extensão

Livros e periódicos técnico‐científicos.

Avaliação

Desbastamento

Especializada Objetivos e metas da instituição mantenedora.

Normalmente, material especial.

Não informado

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Técnico em Biblioteca

Competência 01

O quadro da figura acima expõe os vários tipos de bibliotecas e evidencia que

o desenvolvimento de coleções não deve ser realizado de maneira igual para

todas. É preciso, então, entender cada tipo de biblioteca, comunidade e

necessidades que lhes são inerentes. Esse é um ponto que irá ser sempre

lembrado nesta disciplina.

As três formas de aquisição (compra, aquisição e permuta) serão uma das

pautas da próxima Competência 2, deste caderno. Até lá!

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

2.COMPETÊNCIA 02 | APLICAR O PROCESSO DE SELEÇÃO DE

COLEÇÕES E IDENTIFICAR MODALIDADES E PROCEDIMENTOS DE

AQUISIÇÃO DE TIPOS DE MATERIAIS DIVERSIFICADOS

2.1 Considerações sobre a Organização do Processo de Desenvolvimento de

Coleções

As maneiras como as informações vêm sendo tratadas, produzidas e

difundidas, em forma impressa ou em forma digital, devem ser observadas

com atenção às demandas de cada local. Esse local deve ter a missão de

oferecer serviços de informação, como é o caso das bibliotecas, centros

documentais, museus e outros que trabalham com informação. Dessa

maneira, devemos, caro (a) aluno (a,) entender que nada do que fazemos

pode estar deslocado dos contextos, realidades e necessidades.

O que temos acompanhado, presenciado e até participado é uma mudança,

rápida e contínua das formas de produção, circulação e difusão das

informações. No caso dos livros, isso não tem sido diferente. Há uma

sugestão que vem sendo posta em prática: as bibliotecas virtuais. Nesse

sentido, precisamos pensar sempre se o que estamos fazendo se adéqua às

reais carências informacionais da comunidade em que atuamos.

Neste caderno, daremos maior foco às coleções das bibliotecas físicas, as

bibliotecas tradicionais. Mas é preciso, também, considerar que neste

momento, nossas rotinas caminham para que estejamos sintonizados nas

duas propostas de bibliotecas, as bibliotecas tradicionais e as bibliotecas

digitais.

Vergueiro (1997) apresenta alguns pontos sobre a organização do processo de

seleção. O autor considera esse processo complexo e, assim sendo, alerta que

devemos manter atenção a todas as etapas do desenvolvimento de coleções,

você se lembra delas?

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

I- Estudo da comunidade; II- Política de seleção; III- Seleção; IV- IV) Aquisição; V- V) Avaliação; VI- Desbastamento e descarte

É preciso atenção ao que a biblioteca possui e não possui, para que o

processo considere a lista desiderata, a demanda reprimida e a lista de

sugestões. Vamos ver o que o autor vergueiro (1997) fala delas, caro (a)

aluno (a)?

Lista Desiderata – Refere‐se a materiais que a biblioteca deseja possuir;

Demanda Reprimida – Diz respeito a títulos procurados pelos usuários

que a biblioteca não possui;

Lista de Sugestões ‐ Lista do material sugerido pelos usuários que serão

considerados, ou não, no processo de aquisição.

Figura 9 – Caixa de sugestões Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_uvZNi32o61E/TARumC1Mt5I/AAAAAAAABQg/Oo7r‐pA31H0/s1600/caixa.gif (2014)

Vergueiro ressalta que essas expressões são praticamente sinônimas.

Ainda na organização do processo de seleção, Vergueiro (1997, p.63) expõe

que é importante definir:

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

• Os responsáveis pela tomada de decisão;

• Os mecanismos para identificação e registro dos itens a serem

selecionados;

• A política de seleção.

Vamos falar um pouco mais sobre isso?

Os responsáveis pela tomada de decisão – Na visão de Vergueiro (1997), o

profissional que seleciona deve ser o bibliotecário e, durante o processo, as

demais atividades por ele executadas devem ser deixadas para os demais que

atuam na biblioteca.

Lembramos que os responsáveis por decidir sobre como será organizada a

seleção devem contar com toda a equipe da biblioteca, inclusive os técnicos. E

como isso ocorre? Da seguinte forma: toda a equipe da biblioteca precisa

participar dando sugestões; isso é muito importante, pois os técnicos e o

pessoal que trabalha diretamente com o usuário (no atendimento, na

referência) visualizam diariamente as suas reais necessidades.

A responsabilidade para organizar o processo de seleção exige atenção,

conhecimento das necessidades para estabelecer o que se precisa fazer; quais

as etapas a serem revistas, discutidas, analisadas. Nesse sentido, Vergueiro

(1997, p. 64) propõe três alternativas:

1. Existência de uma comissão de seleção, de caráter deliberativo, da qual o

bibliotecário participa como membro coordenador/presidente;

2. Existência de uma comissão de seleção de caráter consultivo, para

assessoria ao responsável pela seleção;

3. O bibliotecário faz a seleção dos materiais.

Considerando a realidade de muitas bibliotecas, as quais não possuem ainda

um profissional formado em Biblioteconomia, o que se pode sugerir é a

presença de um bibliotecário durante a organização do processo de

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

seleção. Nesta etapa, o bibliotecário dará o suporte necessário aos técnicos

para que realizem a aquisição, a seleção e a compra dos materiais com mais

qualidade e segurança.

No item número 2, Vergueiro (1997) mostra a possibilidade de uma comissão

de seleção. Neste contexto, a equipe técnica pode auxiliar e ser fundamental,

mostrando sua vivência com os usuários e trazendo dúvidas e carências do

acervo e dos usuários.

Figura 10 – Processo de desenvolvimento de coleções Fonte: http://bibliotecaniteroi.blogspot.com.br/2010/08/equipe‐da‐biblioteca.html (2014)

Para o autor, os profissionais que trabalham diretamente com o público

podem apresentar um retrato da realidade da biblioteca, ajudando no

processo de tomada de decisão sobre o desenvolvimento das coleções.

2.2 Conhecendo Mais Sobre a Política de Desenvolvimento de Coleções

Vamos lembrar um pouco mais sobre as etapas do processo de

desenvolvimento de coleções?

O conceito de política de desenvolvimento de coleções se refere:

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

ao conjunto de normas que visa estabelecer ações,

delinear estratégias gerais, determinar instrumentos e

delimitar critérios para facilitar a tomada de decisão na

composição e no desenvolvimento de coleções, em

consonância com os objetivos da instituição, dos

diferentes tipos de serviços de informação e dos

usuários do sistema (LIMA; FIGUEIREDO, citados por

DIAS; PIRES, 2003, p. 21).

Para se começar a pensar em uma política de desenvolvimento de coleções, é

de extrema importância pensar em registrá‐la para que, no futuro, com

mudanças do corpo da equipe que trabalha na biblioteca, fique claro a razão

de o acervo ser composto por determinadas coleções e oferecer

determinados tipos de serviços.

Dias e Pires (2003, p.20) apontam que a política de desenvolvimento de

coleções deve considerar “os diferentes tipos de serviços de informação.

Outros fatores, também, interferem no estabelecimento de políticas,

diretrizes e processos.”

As autoras Dias e Pires (2003) escrevem que a política é delineada visando

nortear o planejamento global da coleção e seu crescimento. As autoras

salientam que o documento sobre a política deverá definir objetivos de curto

e longo prazo da unidade de informação/biblioteca para as coleções, levando

em conta:

O meio ambiente;

A demanda do usuário;

As fontes disponíveis;

A disponibilidade orçamentária.

O meio ambiente é a biblioteca e a comunidade dela; a demanda do usuário é

o que ele necessita no que diz respeito à informação, ou seja, quais tipos de

livros, temas, assuntos; as fontes disponíveis são as coleções que a biblioteca

Vamos pensar quais

seriam esses fatores?

1. O tipo de biblioteca (escolar,

universitária, pública, etc.);

2. As demandas de materiais (por exemplo, se o

público é infantil, então se deve pensar

em brinquedos didáticos, como jogos, músicas

infantis, material para desenhar, etc.);

3. Os recursos disponíveis para

compra dos materiais. Se a biblioteca não

dispõe, é interessante que se faça campanhas de

doação de livros, CDs, materiais de escritório, doados

por lojas da comunidade, etc

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

possui, seu acervo propriamente dito; e a disponibilidade orçamentária é o

caixa da biblioteca, quanto ela pode gastar, ou melhor, investir na compra

dos materiais informacionais como livros, revistas, DVDs com palestras,

documentários, etc.

Figura11 ‐ Orçamento Fonte:www.hamiltonpereira.org.br/noticias/ja‐minguado‐alckmin‐corta‐ainda‐mais‐orcamento‐da‐cultura/20121017103919_M_732 (2014)

O processo de desenvolvimento de coleções envolve duas etapas, segundo

Dias e Pires (2003). A primeira etapa seria a parte de estudo da

comunidade, saber quem são os usuários, o que querem e precisam,

quanto a biblioteca disponibiliza de recurso e qual a finalidade de cada

instituição/biblioteca. Já a segunda etapa é a parte que contempla o

estabelecimento de normas a serem seguidas quanto à forma de seleção para

desenvolver as coleções.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

Figura 12 – Dados que devem ser considerados no processo de seleção. Fonte:Weitzel(2003)

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

2.3 Seleção de Diversos Tipos de Coleções

Para que o processo de seleção de materiais de uma biblioteca ocorra de

forma eficaz é importante que haja uma definição da maneira, do motivo e de

quem será o arranjo das coleções. Assim, uma política de seleção é

elemento fundamental. Vergueiro (1997, p.64) fala de um instrumento

formal de política de seleção. Este instrumento nada mais é que um

documento registrando como deve ser realizada a atividade se seleção dos

livros ou outros materiais de informação.

Dias e Pires (2003, p.37) conceituam o processo de seleção como um conjunto

de procedimentos que serve para estabelecer ações, projetar estratégias e

definir critérios para facilitar a tomada de decisão na composição e no

desenvolvimento de coleções, concordando sempre com os objetivos da

biblioteca e as necessidades dos usuários.

Esse documento assegura a permanência da forma de seleção de materiais da

biblioteca em relação às mudanças dos funcionários. Uma razão citada por

Vergueiro (1997) que valida a política de seleção é a garantia da

manutenção dos critérios além da permanência física dos profissionais

responsáveis pelas decisões.

Mesmo com as mudanças de funcionários, ou até mesmo uma mudança física

da biblioteca, o desenvolvimento do acervo não será prejudicado se houver

uma política de seleção com diretriz. De acordo com esse parecer, caro (a)

aluno (a), Vergueiro (1997) diz que um documento de política de seleção

bem estruturado serve como apoio em momentos de mudanças.

A política de seleção, segundo Vergueiro (1997) deve ser seguida como lei e,

enquanto não for mudada, ou seja, enquanto o documento da política não for

alterado, dever ser mantido para as atividades de seleção.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

Figura 13 ‐ Política de seleção deve ser considerada lei na biblioteca Fonte: www.militarpos64.com.br/sitev2/wp‐content/uploads/2010/11/ leis.jpg (2014)

Um documento que forma de política de seleção, segundo Vergueiro (1997,

p. 77), é justificado por seu caráter:

• Administrativo, com a finalidade de garantir a continuidade dos critérios

além da presença física de seus elaboradores;

• Relações públicas, ao tornar a biblioteca simpática aos olhos da

comunidade;

• Político, ao proporcionar um instrumento para resistência ou

gerenciamento dos conflitos e pressões em torno da coleção.

O documento de política, portanto, serve como instrumento de apoio nos

procedimentos de tomada de decisão para selecionar os tipos, as quantidades

e a qualidade da coleção. Vergueiro (1997, p.78) indica o que deve constar

num documento de política de seleção:

A identificação dos responsáveis pela seleção de materiais;

• Os critérios utilizados no processo;

• Os instrumentos auxiliares;

• As políticas específicas;

• Os documentos correlatos.

Vamos saber um pouco mais detalhadamente sobre os pontos acima, caro (a)

aluno (a)?

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

Mais uma vez, trazemos as considerações de Vergueiro (1997), que é um

especialista no tema na área. Ele nos instrui que, caso seja constituída uma

comissão para realizar o documento sobre a política de seleção, é preciso que

isso esteja fixado no documento, no qual devem ser registrados:

a) A forma como a comissão foi constituída ou indicada (lei, decreto, portaria,

etc.);

b) A identificação dos membros e o período de mandato (em documento

anexo);

c) A periodicidade das reuniões;

d) A organização das atividades da comissão com as atribuições de seus

membros (quem preside, quem secretaria, quem vota) e as formas para

obtenção de consenso (maioria simples, maioria de dois terços, unanimidade,

voto de qualidade, etc.).

A comissão que definirá critérios, normas e formas de escolha na política de

seleção irá se responsabilizar, na visão de Dias e Pires (2003, p 21), entre

outros pontos, por:

1. Analisar os objetivos gerais da organização à qual a coleção pertence ou

pertencerá;

2. Cobrir áreas de maior necessidade e interesse da comunidade, definindo

prioridades da seleção;

3. Estabelecer critérios para recebimento de doações e descarte.

Enfatizamos aqui que a forma como vai ser feita o documento da política de

seleção pode ser aplicada a quaisquer tipos de bibliotecas, considerando

sempre, caro (a) aluno (a), os contextos, as realidades de cada uma.

Respeitando, também, o que os usuários podem dar como contribuição

durante esse processo.

Dias e Pires (2003), citando técnicas apontadas por Tarapanoff (1995),

apresentam técnicas e métodos que podem ser adotados para a tomada de

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29

Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

decisão durante a formação e o desenvolvimento de coleções, dos quais

destacamos:

Cenários – São técnicas de projeções de tendências e possíveis

situações futuras, inserindo‐se no campo do estudo probabilístico. Estes

cenários são montados com as informações que se tem da biblioteca.

Quanto ao tipo, eles podem ser: econômicos, tecnológicos, demográficos, etc.

Brainstorming – Conhecido como “tempestade de ideias”,

resumidamente, é uma técnica de geração de ideias criativas em um grupo

de pessoas para resolução de problemas. Quer dizer, uma ideia que qualquer

membro da comunidade, ou os funcionários da biblioteca, podem ter. Elas

seriam discutidas, estruturadas e se tornariam um serviço, um evento ou uma

forma de atender da biblioteca, por exemplo.

Figura14 – Brainstorming/tempestade de ideias Fonte: http://tinacristinatina.blogspot.com.br/2012/04/serie‐gestao‐de‐pro jetos‐brainstorming.html (2012)

Biografia Institucional ‐ é uma técnica utilizada em pesquisa histórica que

consiste em descrever a estrutura de desenvolvimento de uma organização.

Bibliometria ‐ Constitui o estudo de aspectos quantitativos da

Um estudo sobre o

quantitativo de livros, ou seus tipos

como obras de referência, livros

especializados; códigos; etc., ou

mesmo um estudo sobre os livros mais

utilizados, é um trabalho

bibliométrico que se faz a partir da quantidade de

livros que mais são usados em uma

biblioteca.

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

produção, difusão e uso da informação registrada.

Estudo dos usuários ‐ É uma técnica na qual são realizadas coletas e

análise de dados om o intuito de perceber as necessidades e deficiências do

mercado. Entenda‐se mercado nesse texto como usuário, no contexto da

biblioteca.

Todos esses aspectos expressos nos textos devem ser observados e

adequados a cada situação, respeitando, conforme já colocamos, as

diferentes comunidades e suas necessidades de informação. Dessa forma, é

preciso que se faça todo e qualquer processo com ética e sempre dialogando

com profissionais da área com formação, no caso em questão, o profissional

bibliotecário, pois ele tem a formação e está habilitado a interagir com toda

a equipe da biblioteca, visando melhorias para as mesmas e, principalmente,

para os usuários.

2.4 Aquisição de Diversos Tipos de Materiais Informacionais

Agora, falaremos um pouco sobre as formas de aquisição:

a) compra

b) doação

c) permuta

a) Compra

A compra de materiais informacionais, como livros, revistas, vídeos, entre

outros, é um processo que pode envolver outros setores da instituição, como

por exemplo, o setor financeiro e as coordenações dos cursos. No caso do

setor financeiro, é comum que a biblioteca repasse os valores necessários

para compras de determinadas coleções. Quanto às coordenações dos

cursos, mais precisamente coordenadores, são elas que podem sugerir, opinar

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

e participar, colaborando com o processo porque conhecem o tipo de

material que seria pertinente comprar para a biblioteca.

A aquisição “é uma etapa puramente administrativa, pois não tem ligação

direta com a comunidade” (SCALCO, 2010, p.8) Essa afirmação é válida para a

aquisição efetuada via compra, pois, conforme veremos, há outros tipos de

aquisição (doação e permuta). “Um meio para concretização das

decisões de seleção é o fluxo controlado para evitar estrangulamentos

ou duplicatas desnecessárias” (SCALCO, 2010, p.8). Ou seja, as compras

devem ser feitas sempre com atenção ao material que a instituição/biblioteca

possui.

Vamos ver um pouco sobre a compra de materiais?

• Compra de livros – Podem ser adquiridos nas livrarias ou mesmo nas

editoras e, até, por meio eletrônico.

Figura 15 – Site livraria/editora Briquet de Lemos Fonte: http://www.briquetdelemos.com.br/servico‐ao‐cliente (2014)

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

Scalco (2010) listas algumas ações na fase de compra, entre elas:

Receber listas dos coordenadores de curso (em caso de biblioteca

universitária);

Realizar levantamento dos títulos e verificar a existência destes no

acervo, evitando duplicações desnecessárias;

Verificar se algum dos itens solicitados já não se encontra em processo

de aquisição anterior, objetivando evitar duplicações;

A compra deverá ser feita a quem oferecer o menor preço e melhores

condições de entrega;

Recebimento do material pelo almoxarifado e remessa do mesmo à

biblioteca, para o setor de processo técnico, que vai conferir notas fiscais e

lista de pedidos, formalizando possíveis falhas.

Os livros devem ser listados pelo título, autor, editora e edição, conforme

a figura abaixo:

Figura 16 – Itens listados para compra. Fonte: www.tce.to.gov.br/sitephp/aplic/licitacao/documentos/editais/PP_29_2009_aquisicao_ de_livros.pdf (2014)

Há a compra de livros via pregão, geralmente realizado em bibliotecas de

universidades federais. A compra é feita por quem (editoras) oferece o menor

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

preço.

Figura17 ‐ Compra feita via pregão por licitação. Fonte: www.tce.to.gov.br/sitephp/aplic/licitacao/documentos/editais/PP_29_2009_aquisicao_de_ livros.pdf (2014).

Abaixo, ilustramos em um documento de uma instituição federal a

formalização de uma compra via pregão eletrônico. Observe, caro (a) aluno

(a), que esse tipo de transação é algo que envolve muita responsabilidade e,

dado esse fato, principalmente em universidades, quem participa diretamente

do processo são os bibliotecários. Mas é importante que você, caro (a) aluno

(a), tenha conhecimento para melhor atuar em sua carreira profissional.

Scalco (2010, p. 8) diz que a prioridade de compra deverá ser dada às

necessidades e/ou requisições de cursos que estão começando ou em

processo de reconhecimento pelo Ministério da Educação (MEC). Isso vale,

principalmente, para instituições de médio e grande porte.

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

Figura 18 – Documento formalizando a compra por pregão eletrônico. Fonte: http://ipojuca.ifpe.edu.br/arquivos/pdf/pregao042011.pdf (2014)

• Aquisição de revistas ‐ Há várias formas de aquisição de revistas.

Segundo Scalco (2010, p. 8), a renovação de compra de periódicos deve

ser f e i t a desde que comprovado estatisticamente o uso.

A compra das revistas pode ser feita diretamente pelas editoras e a transação

pode ser feita por telefone ou e-mail. Durante o processo de solicitação às

editoras, é importante solicitar propostas de valores, prazos de pagamento e

ver se é melhor efetuar a compra por um ano, dois anos, ou mais tempo.

É importante lembrar que, no atual contexto, principalmente em instituições

universitárias, há a compra de revistas online, de base de dados de periódicos,

como o Portal da Capes, por exemplo.

Outro ponto a se destacar é a continuidade desse tipo de material, que é

periódico (semanal, mensal, semestral, anual, etc.). Vergueiro (2007)

também discute em seu livro esse assunto.

Sabe como

podemos fazer estas estatísticas, caro (a) aluno (a)?

Listando por título e quantidade de

vezes que a revista foi solicitada pelo

usuário. Com essas listas, é possível se ter um controle de

quais são as revistas mais procuradas.

Visite o Portal da

Capes: www.periodicos.ca

pes.gov.br/

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 02

b) Doação

Para as doações oferecidas à biblioteca, Scalco (2010 p.9) expõe que deverão

ser aplicados os mesmos critérios que os usados para a compra, ou seja, não

será incluído nenhum material doado que não se adquiriria por compra, ele

deve ser coerente com as demandas. Scalco (2010), também apresenta

alguns pontos sobre o material doado:

• Incorporar ao acervo;

• Doar ou permutar com outras Instituições;

• Descartar e devolver ao doador.

Figura 19 – Documento para registro dos dados do doador Fonte: www.ufpe.br/sib/images/documentos/termodoacao.pdf (2014)

Scalco (2010) ainda alerta para atenção aos materiais que chegam como

doação:

• Adequação ‐ obras cujo conteúdo não atenda aos interesses da

Instituição;

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Técnico em Biblioteca

Competência 02

• Desatualização ‐ obras cujo conteúdo foi superado por edições mais

recentes;

• Condições físicas ‐ sujeira, infectadas, rasgadas. Se houver interesse, a obra

poderá passar por restauração;

• Duplicadas ‐ número excessivo de exemplares em relação à demanda.

c) Permuta

A permuta é uma forma de aquisição menos praticada, pois, trata da troca

de materiais. Isso ocorre muito em feira de troca ou bibliotecas que possuem

obras duplicadas.

Dias e Pires (2003, p.47) afirmam que a permuta “consiste, em acordo

preestabelecido entre instituições, no compromisso mútuo de fornecimento

de publicações”. Segundo as autoras, é uma prática comum entre bibliotecas

universitárias e especializadas.

Diante das formas de aquisição apresentadas, é importante sempre

considerar o usuário e suas necessidades com as possibilidades da

instituição/biblioteca para adquirir os materiais e validar o discurso de

ambiente de guarda, preservação e difusão de informação.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 03

3.COMPETÊNCIA 03 | SABER IDENTIFICAR E APLICAR OS CRITÉRIOS

ADEQUADOS PARA A AVALIAÇÃO DE COLEÇÕES, ASSIM COMO AS

ESTRATÉGIAS DO DESCARTE E DESBASTAMENTO DO ACERVO

A informação que está obsoleta/desatualizada, nem sempre pode ser tida

como inútil. Muitas vezes obras que não possuem uma efetiva utilização na

biblioteca X, é de extrema relevância na biblioteca y. Mas como? Vamos

pensar num exemplo, caro (a) aluno

(a)?

Um assunto, por exemplo, na área de Direito ou na área de Informática, ou

mesmo um dicionário, que já está desatualizado, pode ser de extrema

importância para os campos da História, da Linguística, etc. Por isso, quando

pensamos em descartar uma obra, devemos considerar os motivos desse

descarte, sempre observando as políticas de seleção, de aquisição e de

descarte de materiais.

A instituição precisa, muitas vezes, se desfazer de obras menos utilizadas ou

nunca procuradas, mesmo assim, esta é uma operação que precisa de muita

atenção e sempre deve ter o acompanhamento de um profissional

bibliotecário, que esteja a serviço da biblioteca.

É preciso que se considere o uso e os benefícios de obras que estão no

acervo. As coleções têm por objetivo atender os usuários. Quando isso não

acontece, uma avaliação dos livros que não são procurados deve ser feita

com todos os envolvidos nos serviços da biblioteca, como referência,

atendimento, aquisição e outros.

Dessa maneira, a utilização dos recursos para aquisição de materiais

informacionais será mais voltada às reais demandas. A figura abaixo mostra o

ciclo que deve considerar o uso, os benefícios, os recursos e a capacidade no

contexto da avaliação dos serviços da biblioteca.

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Técnico em Biblioteca

Competência 03

Figura 20 ‐ Interdependência de recursos, capacidade, uso e benefícios de um serviço. Fonte: Lancaster (1996)

3.1 Critérios para Avaliar Coleções

A avaliação de coleções “é o processo de determinar o valor ou o grau de

sucesso na realização de um objetivo predeterminado.” (DIAS; PIRES, 2003, p.

49). Objetivo predeterminado refere‐se ao usuário que deve ser atendido na

biblioteca. As autoras recomendam alguns níveis a se considerar no processo

de avaliação:

• Nível de completeza – Coleção profunda/completa, todos os

documentos, em todos os formatos; em todas as línguas de uma determinada

área do conhecimento;

• Nível de pesquisa – material especializado, corrente e retrospectivo,

melhores fontes para pesquisa em áreas específicas, monografias,

monografias e periódicos básicos da área;

• Nível de estudo – material básico, corrente e retrospectivo, material

de apoio ao ensino, material didático, monografias e periódicos básicos de

assuntos específicos;

• Nível básico – coleção introdutória de assuntos e obras de referências

gerais;

• Nível mínimo – áreas que não são primordiais para os usuários, mas

que têm uso mínimo.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 03

É pela avaliação que se pode “verificar a eficiência da política de

desenvolvimento de coleções mediante métodos e técnicas adequados e,

também, subsidiar o desbastamento da coleção, ou seja, o deslocamento ou a

retirada de material” (DIAS; PIRES, 2003, p. 49).

A avaliação de uma coleção também pressupõe a avaliação de seus serviços

de informação. Nesse aspecto, Lancaster (1996) salienta que a avaliação

de um acervo não pode ser feita de forma isolada. Entre alguns métodos de

avaliações do acervo, Lancaster (1996, p. 20) cita:

• Métodos quantitativos – os quais dizem respeito ao tamanho e o possível

crescimento da coleção;

• Métodos qualitativos – consiste no julgamento por especialistas

(bibliotecários), uso de bibliografias como padrão, bibliografias publicadas,

bibliografias elaboradas especialmente e análise de uso real.

Lancaster (1996) apresenta, ainda, um argumento sobre a quinta lei da

Biblioteconomia, de Ranganathan, a qual ilustra a biblioteca como um

organismo em expansão. O que o autor quer dizer é que, no processo de

avaliação de coleções, é possível identificar que o acervo jamais será algo

estático, parado. Pelo contrário, o acervo precisa mudar, ser atualizado,

porque o usuário muda, suas demandas aumentam ou pedem leituras novas

sobre determinados temas.

O autor alerta que a avaliação não é um fim em si mesma e que ela deve

ocorrer seguindo objetivos definidos (LANCASTER, 1996, p. 15). Da mesma

forma, pensa Almeida Júnior (2003), o qual discute a importância da avaliação

com um objetivo, um fim. O autor ressalta que é preciso satisfazer os usuários

e entender os interesses da instituição, ou biblioteca e, assim, as ações

avaliativas devem acontecer sempre, em todos os processos com técnicas e

instrumentos que visem a oferecer análises qualitativas para opiniões,

propostas e definições a respeito da biblioteca.

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Técnico em Biblioteca

Competência 03

Portanto, antes de avaliar o acervo é importante responder às perguntas:

para quê? Qual o objetivo? O que se quer a partir disso? Assim, a atividade de

avaliar não será algo aleatório, mas bem definido.

3.2 Estratégias de Descarte

Seguindo os ensinamentos de autores como Lancaster (1996) que diz que a

avaliação deve ser diagnosticada e não se basear apenas em opiniões, pois,

nesse sentido, ela pode ser objetiva ou subjetiva, iremos apresentar como

se deve fazer um descarte de forma criteriosa, visando não cometer erros

ao se retirar, definitivamente, coleções não usadas ou desatualizadas.

Em primeiro lugar, é muito importante a presença de um especialista, como o

bibliotecário, para dar seu parecer a respeito do material a ser descartado.

Sendo algumas bibliotecas desprovidas de recursos para atualizar suas

coleções, é necessário criar estratégias para dinamizar e atualizar o acervo.

Campanha de doação, como dissemos antes, é uma ideia. Solicitação aos

órgãos superiores, como as prefeituras, secretarias de educação, editoras e

livrarias para novas aquisições é outra ideia.

O descarte, então, pode ser realizado a partir do que se diagnostica:

• Do acervo – uma vez observado que determinadas obras não circulam,

deve‐se descartá‐las, ou doá‐las para dar lugar a novas coleções nas estantes;

• Do usuário – Este é quem melhor pode demonstrar que uma coleção

está ou não sendo bem utilizada;

• Dos objetivos da instituição – Uma instituição especializada, por

exemplo, não pode deixar faltar obras atuais no acervo, e, as que não são

procuradas, não cumprem a missão da instituição que é atender determinada

comunidade.

O importante é inserir a biblioteca no contexto do movimento, que ela seja

algo dinâmico, ativo e útil à comunidade. Isso significa não olhá‐la como um

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41

Desenvolvimento de Coleções

Competência 03

galpão que guarda livros velhos. Biblioteca não é depósito e, dessa forma,

precisamos, caro (a) aluno (a), sempre, pensar o que pode ser melhorado e

mudado para dar vida à biblioteca. Os livros que não circulam, ou seja,

nunca saem emprestados ou não são consultados, são dispensáveis, pois não

cumprem sua missão, a de servir como fonte/ferramenta para o

crescimento pessoal, profissional, ou espiritual das pessoas.

Assim, o descarte não deve ser visto de forma negativa. Contudo, como já

colocamos, ele deve ocorrer de forma planejada, racional, levando em conta

que o que não serve para a biblioteca.

Figura 21 – Livros que não possuem mais utilidade viram arte. Fonte: http://bibliotecafzea.blogspot.com.br/2011/06/livros‐velhos‐viram‐arte.html (2014)

3.3 Estratégia de Desbaste

Sobre o desbaste, Lancaster (1996) argumenta que a extração de amostras da

circulação do acervo por ano da obra e número de exemplares (por exemplo:

um livro de 1993 em que há dois deles no acervo; um livro de 2000 com o

mesmo título, mas que existem oito deles no acervo, isso significa que o

tema do livro continua sendo procurado e foram comprados mais deles no

ano 2000).

Para Lancaster (1996) o desbaste pode ser realizado a partir da observação da

É muito importante,

caro (a) aluno (a), entender que o

livro que deve ser descartado não é por ele ser velho, mas sim por estar

desatualizado e não haver procura por ele na biblioteca.

Por isso, é fundamental consultar um

especialista, como o bibliotecário, antes

de tomar essa medida.

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Técnico em Biblioteca

Competência 03

pouca circulação de determinada coleção. Esse material pode ser afastado

do acervo, dando lugar a novas coleções, mais atuais e mais procuradas. A

idade dos livros nas áreas como Direito e Tecnologias demonstra se a coleção

deve ou não ser mantida no acervo. Essa duas áreas se atualizam com muita

rapidez e, neste sentido, precisam ser substituídas pelas mais atuais, pois, os

livros são ferramentas indispensáveis para os estudantes.

Muitas vezes, a condição física da coleção, que pede reparos na lombada, ou

mesmo na capa inteira, deve ser afastada para voltar consertada ao acervo.

Lancaster aponta a vantagem de mais espaço nas estantes, quando livros que

não são usados são desbastados. Isso nos leva a pensar que um acervo não

mostra seu potencial pela quantidade, mas sim pela qualidade de seus livros,

em termos de conteúdos atualizados e especializados em cada área.

Diante do que se viu aqui no caderno podemos verificar alguns aspectos para

desbastar ou descartar determinados materiais:

1. A idade da obra, levando em conta a área;

2. A condição física do livro (neste caso, se o livro estiver muito

danificado: com rasuras, riscado, com mofo, etc., o mais aconselhável é

mesmo descartar);

3. O aproveitamento do espaço físico para as coleções mais consultadas

pelos usuários;

4. O conteúdo, ou seja, se livros de História Antiga estão em uma biblioteca

especializada na área de Agricultura, por exemplo, o melhor a se fazer é

buscar uma biblioteca em que esta coleção tenha uso efetivo;

5. A melhor forma de observar a dinâmica de uso das coleções é verificar a

quantidade de saída/empréstimo das mesmas.

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Desenvolvimento de Coleções

Competência 03

Figura 22 – Livro pouco usado. Fonte: http://bibliotecachampagnat.blogspot.com.br/2008/11/rodolfo‐e‐suas‐ aventuras‐na‐biblioteca.html(2014)

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Técnico em Biblioteca

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A sociedade vem mudando muito rápido, em virtude, principalmente, das

novidades tecnológicas. A forma de pensar e os hábitos sociais se alteram e

isso se reflete nos meios da informação, tendo em vista que ela se constitui a

partir da interação, registro, compartilhamento, circulação e repercussão

entre as pessoas. Assim, a informação, principalmente a informação

registrada, precisa de um tratamento que se constitua em dois matizes:

usuário, aquele que solicita a informação, e demanda o resultado dessa

solicitação.

Em ambos, usuário e demanda, é preciso considerar as influências das

tecnologias, novos suportes e, portanto, novas agendas de atuação e práticas

para melhor entendimento da atividade de tratamento informacional.

Portanto, os novos rumos da informação pesam também sobre as novas

formas de se pensar a formação e o desenvolvimento de coleções. Nesse

contexto, a biblioteca e os profissionais que estão ligados aos processos de

tratamento, organização e difusão dos objetos informacionais precisam

entender, refletir e debater possibilidades de organizar acervos e dinamizar os

serviços, para atender satisfatoriamente o usuário.

O desenvolvimento de coleções deve ser concretizado respeitando os

contextos e as demandas apresentadas em cada instituição/biblioteca. Ele

deve estar de acordo com o foco principal, que é o usuário. A seleção , a

aquisição, o descarte e o desbaste são processos que devem ocorrer segundo

avaliações periódicas das necessidades e condições do acervo.

Por fim, devemos sempre lembrar de que a quantidade de livros na estante

não é o mais importante. A qualidade sim importa mais, ou seja, livros

atualizados, em bom estado e que contemplem os assuntos das áreas, do

público da biblioteca. Sempre observando o uso, o fluxo, os livros mais

requisitados, as coleções mais procuradas, visando aumentar a oferta para a

comunidade.

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Desenvolvimento de Coleções

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Técnico em Biblioteca

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Desenvolvimento de Coleções

MINICURRÍCULO DO PROFESSOR

Marilucy da Silva Ferreira

Mestra em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Pernambuco

(2012). Bacharel em Biblioteconomia pela UFPE (2009). Possui experiência em

coordenação, docência, tutoria e produção de conteúdos em EAD. Atua como

analista em fontes de informação em base de dados. Tem interesse nas

áreas de Representação, Organização e Recuperação da Informação,

Linguagens Documentárias, Redes sociais, Pesquisa em ambiente Web e

Consultoria na área.

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