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1Acadêmico (a) de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail:
[email protected] 2 Prof.(a) MSc., Orientadora do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus
Toledo. E-mail: [email protected]
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GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL UNIVERSIDADE PARANAENSE, CAMPUS DE TOLEDO/PR
TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC
DESENVOLVIMENTO DE UM CHECKLIST PARA CONFERÊNCIA DA
EXECUÇÃO DE SERVIÇOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Andressa Raquel Radetzki1
Patrícia Cristina Steffen²
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar como o controle de qualidade é fundamental em um
modelo de gestão, o qual demonstra conformidade ao longo dos seus procedimentos até chegar
ao seu produto final, bem como conceituar e especificar os serviços que compõem uma obra,
criar um checklist para conferência dos serviços executados e classificá-lo por etapas da obra
de fácil entendimento. O grande desafio deve ser manter o ritmo planejado sem perder a
qualidade e estabelecer a sequência de atividades num fluxo contínuo, sem perder o foco,
adquirindo, desta forma, o domínio sobre os mesmos. O checklist foi feito com base nas normas
vigentes para que os serviços sejam executados a partir dele, com auxílio de instruções e
treinamentos para os funcionários, os quais devem obter o conhecimento da melhor maneira a
se executar os serviços. As normas utilizadas para elaboração do checklist de conferência são
as normas de execução de alvenaria, com critérios a serem conferidos do início da execução até
o final, na parte do acabamento. Desta forma, o resultado encontrado é um checklist elaborado
com o auxílio das normas para, então, utilizá-lo dentro das obras da construção civil.
Palavras-chave: Controle de qualidade; Gestão; Planejamento.
ABSTRACT
The objective of this paper is to present how quality control is fundamental in a management
model, which demonstrates conformity throughout its procedures until reaching its final
product, as well as conceptualize and specify the services that make up a work, create a checklist
to check the services performed and to classify it by stages of the work of easy understanding.
The great challenge must be to maintain the rhythm planned without losing quality and to
establish the sequence of activities in a continuous flow, without losing the focus, acquiring, in
this way, mastery over them. The checklist was based on current standards for the services to
run from it, with instructions and training for employees, who must obtain the knowledge of
the best way to perform the services. The standards used for the preparation of the conference
checklist are the rules for the execution of masonry, with criteria to be checked from the
beginning of the execution until the end, in the part of the finish. In this way, the result found
is a checklist elaborated with the aid of the norms and, then, to use it within the construction
works.
Keywords: Quality control; Management; Planning.
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1 INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil vem apresentando alterações significantes em seus
métodos construtivos. Há um avanço na concorrência, sendo necessário cada vez mais
especialização da mão-de-obra e um excelente gerenciamento, acrescendo, assim, a importância
do planejamento e das novas tecnologias para a execução dos serviços com mais qualidade e
produtividade (SILVA, 2011).
Mas entender um planejamento como um todo envolve decisões, o estabelecimento de
metas e a definição de recursos necessários para conseguir atingi-lo. É importante deixar claro
e lembrar das seguintes palavras: processo, metas e recursos.
De acordo com Varalla (2003), o processo envolve uma quantidade de atividades, como:
definir pessoas envolvidas e suas respectivas responsabilidades; coletar informações a serem
utilizadas; o nível de detalhe que se deseja atingir; métodos para executar o planejamento; e
prazos para a realização do mesmo. O autor reflete ainda que metas são para definir de que
maneira chegar a determinadas fases do projeto, ou seja, o início do planejamento e o processo
de produção e recebimento dos materiais na obra, de acordo com os recursos (ferramentas,
técnicos, etc.) da empresa.
Ainda assim, nem com a elaboração de um bom planejamento, é capaz de garantir a
qualidade, produtividade e a entrega de uma obra dentro do prazo, além das dificuldades de
conseguir exercer os processos burocráticos determinados pelas leis trabalhistas e as Normas
Regulamentadoras (LAFETÁ, 2013).
É comum observar a não utilização de métodos normatizados de execução nas obras de
construção civil, em especial obras de pequeno porte. Os problemas que podem surgir são
diversos, no entanto, observa-se que há um abismo entre o planejamento da obra e sua execução.
Em boa parte dessas obras, o problema só é apontado no decorrer da execução ou no final da
mesma e, com a aplicação de um checklist, os problemas e erros possíveis na execução de uma
obra podem ser amenizados ou mesmo evitados.
Deste modo, havendo um checklist de obra que contenha quesitos práticos, que resuma,
em poucas palavras, aquilo que o responsável almeja, e que siga as normas, a tendência é que
os erros diminuam e o planejamento comece a funcionar.
Incorporado a isso, existe o fator “comunicação”, que, muitas vezes, é falho. O
responsável técnico faz solicitações informais ao mestre de obras, que, por vezes, não entende
o que foi solicitado, outras vezes prefere executar segundo suas próprias técnicas e
conhecimento, e, com isso, atrasa as obras ou executa-as de maneira errada, acarretando em
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problemas que podem ser identificados durante ou após a obra ser entregue.
Desta forma, pretende-se conferir os serviços de execução da alvenaria de uma obra,
mostrando que, quando executados, seguindo as Normas Brasileiras Regulamentadoras, visa
evitar retrabalhos e propõe melhorias, gerando uma redução nos custos do empreendimento e
um retorno positivo ao empreendedor.
Por isso, o presente trabalho procura desenvolver um checklist para conferência dos
serviços de alvenaria de uma obra na construção civil, indicando se o mesmo foi executado
conforme suas respectivas normas. O checklist, quando feito, é fundamental em um modelo de
gestão, pois visa uma maior conformidade ao longo dos procedimentos e no produto final.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 PROJETO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
Há importância de um bom planejamento antes de começar a executar, visto que, para
Polito (2015), a etapa para começar um processo de gestão é o planejamento. Na mesma esteira,
Goldman (2004), afirma que a organização é o primeiro passo necessário para se obter um bom
planejamento e controle de obras.
Dessa forma, Vargas (2009) explica que o planejamento tem a responsabilidade de
detalhar o que será realizado pelo projeto e acrescenta ainda que o projeto se destina a atingir
objetivos claros e definidos, com uma sequência clara e lógica de eventos de um
empreendimento não repetitivo.
Como o gerenciamento de um projeto é eficaz, Limmer (2017) assegura que, por meio
de mecanismos de controle, permite-se uma vigilância contínua, e que o gerenciamento
possibilita precipitar decisões que garantam, em um percurso desejado, a execução do projeto.
Segundo Kerzner (2006), além dos projetos serem considerados em uma empresa
atividades exclusivas, é um empreendimento com objetivo definido, que necessita de recursos
e opera sob pressões de qualidade, custos e prazos.
Assim, a programação de um projeto e seu planejamento conduzem ao controle de obras,
pois o mesmo permite avaliar a qualidade do que foi programado e planejado. O planejamento
e o controle de obras não se tornam complementares um sem o outro, pois podem ser
considerados como atividades vinculadas a uma situação de carência de recursos e a maneira
de utilizá-los (LIMMER, 2017).
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Corroborando com Limmer (2017), Mattos (2010) também afirma que não existe
planejamento sem controle de obras, os dois são inseparáveis. Complementa informando que o
controle de qualidade é a verificação dos parâmetros contratuais e técnicos se os mesmos foram
observados.
O controle aponta as diferenças que podem ser encontradas na comparação com o
acompanhamento contínuo da execução, das atividades realizadas com as previstas no
planejamento e aponta a maneira de como prosseguir após essa análise (FILHO; ANDRADE,
2010, apud PIRES, 2014).
Por isso a importância do controle junto ao planejamento, uma vez que, de acordo com
Limmer (2017), é que o planejamento antecipa as decisões da obra e o controle é conhecer e
corrigir as etapas da obra nas quais podem acarretar a desvios em relação ao planejado.
Segundo Marino (2006), para conseguir e usar o conhecimento necessário para a
organização de uma empresa, precisam ser feitas as coisas corretas, no tempo correto e de baixo
custo, pois a qualidade representa a maneira de gestão de organizações. Sob esta ótica, Miranda
(1994) afirma que, para satisfazer as demandas finais dos consumidores, as organizações
precisam gerar produtos e serviços de qualidade.
Existe ainda um grande desafio no setor da construção civil, ligado à gestão das
organizações e autoridades no âmbito brasileiro. Na proporção em que a necessidade de
estabelecer métodos possibilite o crescimento da competitividade das indústrias na construção
civil, o governo federal brasileiro estabeleceu o “Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade no Habitat” (PBQP-H), que foi criado em 1991, mas só em 1998 foi utilizado na
construção civil (BALDINI, 2015).
O PBQP-H é um entre vários programas de gestão que pode ser implantado em empresas
da construção civil. Tem como objetivo geral apoiar a modernização, proporcionar a qualidade
e a produtividade no setor da construção civil, visando o crescimento da competitividade dos
bens e serviços produzidos (PBQP-H, 2015).
Ampliando seu propósito no ano de 2000, passou a incluir as áreas de saneamento e
infraestrutura urbana, tornando-se, então, o “Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
na Construção do Habitat”, refletindo melhor o espaço de atuação (PBQP-H, 2015).
Dessa forma, para uma empresa da construção civil é importante o sistema de gestão de
qualidade nas obras para controlar os serviços executados, evitando que gere custos
desnecessários com retrabalhos, para o controle da perda de materiais e tempo, promovendo
satisfação do cliente e melhoria na imagem da empresa, complementa TONETTO (2016).
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2.2 IMPORTÂNCIA DAS NORMAS TÉCNICAS
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trata que as normas são
documentos criados e aprovados por uma organização reconhecida, que fornece para o uso de
qualquer pessoa, em que constam regras, atributos para atividades ou resultados, visando obter
ordem em um dado assunto, por isso é de suma importância utilizá-las (ABNT, 2014).
As normas são preceitos a serem seguidos para padronizar e propor um padrão de
qualidade. Segui-las é importante para não existir divergências e a padronização ajuda na
conferência de trabalhos ou pesquisas do mesmo assunto (IESLA, 2013).
Com a competitividade e a globalização das empresas, não tem como não pensar nos
processos produtivos sem o emprego de uma padronização mínima. Por isso, o uso das normas
técnicas é importante, representa aos consumidores uma garantia de respeito à referências de
qualidade mínima. Para produtores, reflete o controle dos produtos e processos, crescendo a
produtividade e melhorando a qualidade que vai auxiliar na movimentação de tecnologias,
ajudando o comércio internacional. As normas ainda garantem benefícios a sociedade, já que
as mesmas asseguram a preservação das fontes de recursos naturais, por exemplo
(NAKAMURA, 2003).
A ABNT complementa que as normas garantem serviços de forma desejável e tudo a
um custo econômico, os quais são a segurança, qualidade, competência, eficiência e o respeito
com o meio ambiente (ABNT, 2014).
Com isso, o empreendimento que utiliza as normas da ABNT só tem a acrescentar e ter
benefícios. Com a utilização, proporciona-se melhoramento e inovações nos produtos, serviços
e processos, tornando-se um diferencial, buscando novos consumidores, aumentando a
competitividade da empresa e trazendo vantagens (SEBRAE, 2015).
3 METODOLOGIA
Para realizar este trabalho, foram utilizadas referências bibliográficas como livros,
artigos e as normas vigentes, que são a base, para, então, a partir do conhecimento das mesmas,
identificar se há erros presentes nas obras na etapa de execução de alvenaria, que, de certa
forma, apareceram por falta de cuidado, e, por muitas vezes, executarem da maneira como
acham que é o correto sem dar ouvido ao responsável ou por não terem conhecimento das
normas.
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O checklist contará com data da vistoria, endereço da obra, nome do proprietário e nome
do responsável técnico, pois os mesmos assinarão no final mostrando estarem de acordo com a
conferência feita na obra. O checklist constará quesitos a serem respondidos referente à
execução da alvenaria e seu revestimento de acordo com as normas, sendo essas:
• NBR 8.545/1984 – Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e
blocos cerâmicos – Procedimento.
• NBR 7.200/1998 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa
inorgânicas – Procedimento.
• NBR 13.749/1996 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa
inorgânicas – Especificações.
Essas normas têm como objetivo assegurar situações exigíveis para execução e
conferência de alvenaria e revestimento. Além disso, o checklist será dividido da seguinte
maneira: cada item conferido contém quesitos a serem respondidos se está sendo executado o
serviço de acordo com as normas, com um espaço para observações se possíveis erros
encontrados e, ao final, o anexo das fotos dos serviços conferidos.
O checklist é aplicado do início da execução da alvenaria até o seu acabamento, cada
item serve para conferir a obra no todo, por exemplo: a conferência do prumo, nível e planeza
da alvenaria é feita em todas as paredes e não para cada parede um checklist de conferência.
Também, a empresa que utilizar do checklist deverá passar um treinamento para a equipe
que construirá, informando os mesmos a respeito das normas para execução dos serviços, da
maneira como executar, a forma que será aplicado o checklist e as variações que são aceitas na
conferência.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O resultado do checklist inicia com o preenchimento dos dados, seguido dos itens a
serem analisados e respondidos referente à conferência de execução da alvenaria. Desta
maneira, o primeiro item é a verificação da locação do assentamento dos blocos cerâmicos, que
deve ser conferida antes do levantamento da alvenaria e no final, os quais devem estar de acordo
com as dimensões que constam no projeto.
Seguindo, tem-se a verificação das juntas: se são por juntas de amarração ou a prumo.
As juntas de amarração, de acordo com a norma, são uma forma de assentamento dos elementos
cerâmicos na qual as juntas verticais são descontínuas, como ilustra a Figura 1. As juntas a
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prumo são uma forma de assentamento dos elementos cerâmicos nas quais as juntas verticais
são contínuas, como ilustra a Figura 2. Para melhor compreensão, as juntas são a argamassa de
assentamento que dá aderência entre os tijolos cerâmicos, fazendo com que os mesmos não se
desprendam, mantendo o alinhamento, nível e prumo da alvenaria.
Figuras 1 - Juntas de amarração
Fonte: Autor (2018)
Figura 2 - Junta a prumo
Fonte: Autor (2018)
Seguindo a NBR 8.545/1984, a execução da alvenaria deve iniciar pelos cantos
principais e por ligações de outros elementos da edificação (pilares e vigas). Junto a isso, deve-
se levantar as paredes com prumo para o alinhamento vertical da alvenaria, nivelamento para o
alinhamento horizontal da alvenaria e manter a planeza da superfície periodicamente durante a
execução da alvenaria, não havendo diferença maior que 5 mm.
A argamassa para o assentamento deve ter consistência para resistir o peso que os tijolos
exercem, ser de textura plástica e manter o assentamento alinhado. O traço escolhido é de
acordo com as características dos matérias disponíveis na região e as juntas de argamassa não
podem ultrapassar 10 mm e nem conter vazios, se houver alvenaria aparente, as juntas devem
ser frisadas.
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A alvenaria não pode servir de apoio direto para as lajes. A Figura 3 mostra a execução
da cinta de amarração (respaldo) em concreto armado sobre as paredes que recebem as cargas
e sob as lajes.
Figura 3 - Execução da cinta de amarração sobre a alvenaria
Fonte: Eddy HG (2012)
Para as obras com estrutura de concreto armado, a norma preconiza que a alvenaria deve
parar abaixo das vigas e lajes, após 7 dias, ser feito o travamento ou encunhamento entre a
estrutura e a alvenaria. Alguns exemplos da execução do encunhamento são executados com
tijolos cerâmicos, (Figura 4), ou argamassa com aditivo expansor, (Figuras 5).
Figura 4 - Encunhamento com tijolos cerâmicos
Fonte: Autor (2018)
Figura 5 - Encunhamento com argamassa expansiva
Fonte: Autor (2018)
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Mediante essas observações, ao levantar as paredes, tem-se os vãos das esquadrias para
executar e atender as medidas e localizações que as mesmas constam no projeto, em que são
necessárias folgas para a colocação do batente e o preenchimento das folgas com argamassa de
cimento e areia.
Na execução dos vão das esquadrias, necessita-se fazer as vergas e contravergas, as
quais devem exceder a largura do vão 20 cm de cada lado e 10 cm de altura no mínimo; quando
houver vãos próximos e com a mesma altura, recomenda-se executar uma única verga sobre os
mesmo; se o vão ultrapassar de 2,40 m necessita-se de uma viga no lugar da verga. Na Figura
6, ilustra-se onde deve ser executado as vergas e contravergas nos vãos.
Figura 6 - Execução da verga e contraverga em vãos
Fonte: Autor (2018)
Após a elevação das paredes com os cuidados do nível, prumo e vãos a serem
considerados, inicia-se com a limpeza da superfície da alvenaria e então o emprego do chapisco,
emboço ou massa única e o reboco seguidos da NBR 7200/1998.
Argamassa de chapisco deve ser de consistência fluida ao ser aplicada, possibilitando
uma penetração da pasta de cimento na base que será revestida e aumentando a aderência da
interface. Deve-se ter os devidos cuidados ao fazer o lançamento do chapisco para que o mesmo
não cubra completamente a base. Em regiões onde o clima é muito quente e seco, deve-se
manter a superfície do chapisco protegida por ventos e raios solares, mantendo, no mínimo, 12h
a superfície úmida.
Podem ser adicionados aditivos no chapisco para uma melhor aderência, mas, para seu
emprego, devem-se seguir recomendações técnicas e comprovadas por meio de ensaios
laboratoriais, credenciado pelo INMETRO. A Figura 7 apresenta uma parede recebendo o
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lançamento do chapisco.
Figura 7 - Alvenaria recebendo o acabamento em chapisco
Fonte: Editora (Blog do Moretto) (2017)
Para o emboço, devem ser atendidas espessuras que constam no projeto arquitetônico e
estar de acordo com a NBR 13.749/1996 as seguintes exigências: sarrafeado, com a aplicação
posterior de reboco; desempenado ou sarrafeado, com a aplicação posterior de revestimento
com placas cerâmicas; e desempenado, camurçado ou chapiscado, quando o emboço for apenas
uma única camada de revestimento. A seguir, na Figura 08, uma imagem da superfície
recebendo o lançamento do emboço.
Figura 8 - Alvenaria recebendo o acabamento de emboço
Fonte: Siote (2016)
Através de pontos dispostos de forma que a distância entre eles seja compatível com o
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tamanho da régua a ser utilizada para fazer o sarrafeado, será determinado o plano de
revestimento. Nestes pontos, serão fixadas taliscas planas de material cerâmico com a mesma
argamassa que será empregada no revestimento.
Entre as taliscas, faz-se o preenchimento de faixas com argamassa, que, com a passagem
da régua, será regularizada, estabelecendo as guias ou mestras. Após o endurecimento das guias
ou mestras que servirão de apoio para a régua fazer o sarrafeado, é feito o preenchimento da
superfície a ser revestida, seguido disso, retira-se as taliscas ou mestras e faz-se o
preenchimento do vazio.
Estando a argamassa com consistência adequada e a área total da superfície preenchida,
retira-se o excesso de argamassa e regulariza-se a superfície com a passagem da régua. Se
permanecerem vazios, faz-se o preenchimento dos mesmos e passa-se a régua para regularizar
novamente, até obter uma superfície plana e homogênea. A imagem a seguir exemplifica o
método a ser executado, Figura 09.
Figura 9 - Alvenaria recebendo o acabamento de reboco
Fonte: Fabrício Rossi (2015)
Para execução do reboco, a NBR 7200/1998 diz que devem ser atendidas as espessuras
conforme conste no projeto do revestimento e seguida das exigências estabelecidas pela NBR
13749/’1996, o que pode ser observado no Quadro 10.
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Quadro 10 - Espessura para os revestimentos
REVESTIMENTO ESPESSURA (mm)
Paredes internas 5 < e < 20
Paredes externas 20 < e < 30
Tetos internos e externos e < 20
Fonte: Autor (2018)
O acabamento da superfície reboca pode ser:
• Desempenado: é o alisamento da superfície após o sarrafeado com a passagem
da desempenadeira;
• Camurçado: é o alisamento da superfície desempenada com o uso de uma
esponja ou desempenadeira apropriada;
• Raspado: é a execução da superfície sarrafeada com o uso de uma ferramenta
dentada;
• Chapiscado: é a execução do acabamento sobre o emboço ou base de
revestimento com o lançamento de argamassa fluida, com o auxílio de uma
peneira de malha quadrada com 4,8 mm de abertura aproximadamente ou algum
equipamento apropriado;
• Lavado: é por meio da execução da superfície sarrafeada com argamassa,
juntamente com o agregado apropriado, fazendo então a lavagem com jato de
água; e
• Imitações por travertina: é a execução da superfície recém desempenada com
lançamento da mesma argamassa de acabamento mais fluida. Esperar o
momento certo para então alisar a superfície, conservando parte dos sulcos ou
cavidades existentes por conta do lançamento da argamassa, obtendo, então, o
aspecto de mármore travertino.
Conforme a execução de cada etapa dos revestimentos, deve-se manter e conferir o
nível, prumo e a planeza da superfície como feito no levantamento da alvenaria.
As variações a serem consideras são de acordo com a norma e o critério que a empresa
adotar. Sendo assim, no Quadro 11, tem-se o resultado do checklist para conferência da
execução de serviços na construção civil.
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Quadro 11 - Checklist para conferência da execução de alvenaria e revestimentos
Fonte: Autor (2018)
s n n/a
Obs: As variações a serem consideradas na espessura do acabamento é de no máximo 5 mm ou de
acordo com os critérios da empresa.
Obs: As variações a serem consideradas são de acordo com as normas e/ou de acordo com os
critérios que a empresa adotar.
9. Encunhamento
10. Medidas das esquadrias
3. Juntas a prumo ( ≤ 10 mm)
2. Juntas de amarração ( ≤ 10 mm)
5. Prumo ( ≤ 5 mm)
8. Cinta de amarração
1. Locação de assentamento
4. Argamassa para assentamento
16. Reboco
13. Verga e contra-verga
12. Folga para batente
6. Planeza da superfície ( ≤ 5 mm)
7. Nivelamento ( ≤ 5 mm)
14. Chapisco
11. Localização das esquadrias
Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - NBR 7.200/1998
15. Emboço/massa única
Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - NBR 13.749/1996
17. Espessuras do chapisco, emboço
e reboco
Checklist para conferência da execução de serviços na construção civil
Observações
Endereço da obra:
Data:
Proprietário:
Engenheiro responsável:
Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos - NBR 8.545/1984
ConformeItens analisados
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5 CONCLUSÃO
A pesquisa realizada teve como objetivo desenvolver um checklist para conferência dos
serviços de alvenaria de uma obra na construção civil, que deve ser aplicado no início do serviço
até o final, indicando se os mesmos foram executados conforme suas respectivas normas, se os
mesmos não estiverem em conformidade serão corrigidos para que, no final, não ocorram os
retrabalhos.
Diante disso, nota-se que é de suma importância a implantação de um sistema de
qualidade, pois aumenta a cada dia a exigência dos consumidores em adquirir produtos e
serviços de garantia.
Dentre os problemas que são enfrentados pelas empresas, um dos principais é a mão de
obra, a desqualificação da mesma na construção civil. Além disso, há inúmeras empresas
aderindo ao uso da mão de obra especializada e uma gestão de qualidade pelo fato da
concorrência, por isso, no decorrer do trabalho, foi visto que um bom planejamento e controle
de obras são de grande importância.
Ao utilizar as normas para execução de alvenaria e revestimento que foram o ponto
principal para elaboração do checklist, as mesmas vão servir para garantir padronização e
propor um padrão de qualidade, por isso segui-las é importante para não existir divergências.
Diante disso, a utilização das demais normas referentes a outras etapas da obra, como
por exemplo: fundações, cobertura, lajes e etc., pode ser feita em estudos futuros para dar
continuidade ao checklist de conferência, tornando-o completo.
Por fim, espera-se que o checklist, quando aplicado, traga melhorias para os serviços
executados, que forneça à empresa a vantagem de melhorar a imagem da mesma com serviços
de qualidade, evitando os retrabalhos, perca de materiais e tempo, promovendo, desta forma, a
satisfação dos clientes.
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Procedimento. Rio de Janeiro, 1984.
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