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Stephanie costa saúde da criança problema 5 2º ano PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO NEUROPSIOMOTOR REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e do meio ambiente - Volta Redonda 2011 O desenvolvimento neuropsicomotor refere-se ao conjunto de modificações e amadurecimento das funções do sistema nervoso, do aspecto psicológico e do desenvolvimento e coordenação motora, formando os três um conjunto. O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma inter-relação complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. É definido como “mudanças que acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte. O desenvolvimento motor como processo gradativo de refinamento e integração das habilidades e dos princípios biomecânicos do movimento, de modo que o resultado seja um comportamento Os movimentos dependem de feedback eficaz para serem eficientes 2- IDENTIFICAR OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano: orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e do meio ambiente - Volta Redonda 2011 Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana, responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos. 40 semanas - IG IDADE CARACTERISTICAS REFLEXOS Neonato 0- 10 dias - hipertonia flexora dos 4 membros fisiológica em supino e prono; - Peso corpóreo seja deslocado para a face. O bebê consegue liberar as vias aéreas levantando a cabeça; - Nesta fase o bebê consegue visualizar melhor com contraste preto e branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente - Há modulação sensitivo-sensorial, iniciando a corticalização. - Reação de retificação da cabeça, muitas vezes, é acompanhado por movimentos dos membros inferiores; - todos os reflexos primitivos estão presentes 1º Mês - Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas assimétricas; - Ainda não possui o controle da cabeça; - Os olhos acompanham os objetos em linha média. Reage a brinquedos luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade; - Reflexo de moro; - Reflexo da marcha 2º Mês - Predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão melhor; - As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas não chegando a linha média; - ainda não apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o movimento; - Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento torácico, levanta a cabeça de 0 a 45º; - é possível verificar a assimetria fisiológica, e influências de padrões tônicos posturais como o reflexo tônico-nucal assimétrico e o reflexo labiríntico; - Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada; - Reflexo de moro; - Reflexo de preensão palmo plantar; - Desaparecimento do reflexo da marcha; 3º Mês - Apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida na linha média; - PRESENTES: sucção, Moro, mão-boca, preensão palmar, preensão plantar,

PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

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Page 1: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

PROBLEMA 5

1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO NEUROPSIOMOTOR

REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:

orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e

do meio ambiente - Volta Redonda 2011

O desenvolvimento neuropsicomotor refere-se ao conjunto de modificações e amadurecimento das funções

do sistema nervoso, do aspecto psicológico e do desenvolvimento e coordenação motora, formando os três um

conjunto.

O desenvolvimento humano é um processo que ocorre durante toda vida e resulta de uma inter-relação

complexa de fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais. É definido como “mudanças que

acontecem na vida de um indivíduo desde a concepção até a morte.

O desenvolvimento motor como processo gradativo de refinamento e integração das habilidades e dos

princípios biomecânicos do movimento, de modo que o resultado seja um comportamento

Os movimentos dependem de feedback eficaz para serem eficientes

2- IDENTIFICAR OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:

orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e

do meio ambiente - Volta Redonda 2011

• Sistema inferior (extrapiramidal): maturação precoce e ascendente, inicia na 24ª semana,

responsável pelo tônus postural e reflexos arcaicos

• Sistema superior (piramidal): maturação mais tardia e descendente, responsável pela motricidade

• Lembrar que em bebês que nasceram prematuros, devemos utilizar a IDADE CORRIGIDA até os 2 anos.

• 40 semanas - IG

IDADE CARACTERISTICAS REFLEXOS

Neonato 0-

10 dias

- hipertonia flexora dos 4 membros fisiológica em supino e prono;

- Peso corpóreo seja deslocado para a face. O bebê consegue liberar as

vias aéreas levantando a cabeça;

- Nesta fase o bebê consegue visualizar melhor com contraste preto e

branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente

- Há modulação sensitivo-sensorial, iniciando a corticalização.

- Reação de retificação da cabeça, muitas

vezes, é acompanhado por movimentos

dos membros inferiores;

- todos os reflexos primitivos estão

presentes

1º Mês

- Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas

assimétricas;

- Ainda não possui o controle da cabeça;

- Os olhos acompanham os objetos em linha média. Reage a brinquedos

luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade;

- Reflexo de moro;

- Reflexo da marcha

2º Mês

- Predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão melhor;

- As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas

não chegando a linha média;

- ainda não apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o

movimento;

- Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento

torácico, levanta a cabeça de 0 a 45º;

- é possível verificar a assimetria fisiológica, e influências de padrões

tônicos posturais como o reflexo tônico-nucal assimétrico e o reflexo

labiríntico;

- Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram

predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada;

- Reflexo de moro;

- Reflexo de preensão palmo plantar;

- Desaparecimento do reflexo da marcha;

3º Mês - Apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida na linha

média;

- PRESENTES: sucção, Moro, mão-boca,

preensão palmar, preensão plantar,

Page 2: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

- As mãos já podem ser trazidas na linha média, os dedos se encontram

mais abertos, pegam objetos;

- Sustentam peso no antebraço

- A cabeça ergue até 45º;

- A criança já apresenta melhora nas reações de equilíbrio;

- Sustentar a cabeça aos três meses é a melhor prova de que o

desenvolvimento psicomotor do bebê está perfeito (equilíbrio estático);

- COORDENAÇÃO APENDICULAR: Junta as duas mãos na linha

média

- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/

gnosias): fixa o olhar, sorri socialmente, atende ao som com procura da

fonte emissora e usa vogais (gorjeio)

cutâneo-plantar extensor, labiríntico

tônico nucal simétrico, –

- DESAPARECEM: marcha reflexa,

apoio plantar, reptação, tônico-cervical

assimétrico

4º Mês

- A criança apresenta competência para manter-se na posição dorsal

(supino);

Os braços estão na linha média, mãos nos joelhos, bate palmas, segura

objetos quando colocados na mão e solta-os ao acaso;

- Iniciam-se os movimentos de rastejamento;

- Quando colocada sentada, o tronco não possui estabilidade ou

equilíbrio e tende para frente;

- Reflexos tônico cervical assimétrico

- Reflexo tônico labiríntico;

- Nesta fase o lactante vai deixando de

utilizar mecanismos de reflexos para

realizar movimentação ativa;

- Os reflexos de preensão palmar

aparecem discretamente, os reflexos

plantares ainda permanecem, e o de Moro,

discretamente.

5º Mês

- Bom controle de cabeça;

- Apresenta boa reação postural da cabeça sobre o tronco com início de

reação postural do corpo ao corpo;

- Frequentemente leva os seus pés a boca;

- Tenta-se arrastar; rola; brinca com os chocalhos; puxa o pé à boca e

chupa o dedo do pé, consegue apanhar objetos e trocá-los de mão

- Desaparecem todos os padrões tônicos

posturais e reação de Moro

6º Mês

- Capaz de virar sua cabeça livremente para um lado e outro e o tronco

pode manter-se com o dorso apoiado na cama ou girar ativamente;

- Senta com apoio, e inicia a sentada sem apoio (equilíbrio estático0;

-Quando está sentada, transfere o peso para um dos lados, geralmente

transfere o peso para frente e utiliza os braços;

- A curiosidade agora é despertada para os pés - pé chegue até a boca;

- Muda de decúbito (equilíbrio dinâmico);

- Preensão voluntária – tira o pano do rosto;

- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/

gnosias): Atende pelo nome, demonstra estranheza diante de

desconhecidos, localiza o som lateralmente, usa vogais associadas a

consoantes (lalação)

- Presentes: Reflexo do paraquedista,

preensão plantar, cutâneo plantar

extensor;

- Desaparecem: sucção, preensão palmar,

moro, mão-boca

7º Mês

-Criança praticamente não fica em decúbito dorsal e, se segurada para

sentar ergue-se praticamente sozinha;

- Não existe predomínio do padrão flexor ou extensor;

- Na postura sentada apresenta melhor equilíbrio;

8º Mês

A criança se movimenta constantemente e realiza espontaneamente as

mudanças de decúbito;

- Inicia o engatinhar com rotação deficiente do tronco;

- A criança começará a chutar e se erguer nas mãos das pessoas ou em

objetos e móveis;

- Quando fica em pé os artelhos ficam em garras,

- Reflexo de preensão plantar

9º Mês

- Hipotonia fisiológica em declínio;

-Nesta fase praticamente não fica em uma postura somente;

- Senta sem apoio e fica na posição de engatinhar (equilíbrio dinâmico);

- FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/

gnosias): Localiza o som de forma indireta para cima e para baixo –

Palavras de sílabas repetidas com significado (primeiras palavras)

palavras-frase

- Presentes: Reflexo de landau, preensão

plantar e

-cutâneo plantar extensor em

desparecimento

10º Mês

A criança se movimenta constantemente, senta sozinha com total

equilíbrio;

- Consegue ficar em pé sem equilíbrio;

- Alcança um objeto e também já o larga espontaneamente, atira o

brinquedo a espera que alguém o busque;

- Preensão é como pinça;

Page 3: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

11º e 12º

Mês

- Tônus semelhantes ao do adulto

-Apresenta marcha livre com os braços abertos;

- Criança adquire noções espaciais que ajudam a situar-se no mundo. O

conhecimento do espaço está associado ao do tempo;

- Adquirem-se nessa idade, noções de distância quando engatinha para

alcance do brinquedo, de profundidade e do espaço vertical, ao dar os

primeiros passos;

- Realiza pinça superior individualizada;

- solta um objeto quando recebe o comando

-FUNÇÕES CEREBRAIS SUPERIORES (audição/ linguagem/

gnosias): Localiza a fonte sonora direto para baixo e indireto para cima,

usa palavras corretamente e produz jargão 1 a 2 palavras com

significado; aproxima-se quando é chamado

18º Mês

Controle vesical diurno iniciando

- Sobe escada com auxílio

- Alimenta-se com colher

- Fala pelo menos 6 palavras

2 anos

Controle vesical diurno em consolidação e iniciando o vesical noturno e

anal

- Corre

- constrói torre com 6 blocos

- Sentenças com 2 a 3 palavras

3 a 4 anos Controle vesical diurno e anal consolidados, vesical noturno em

consolidação

5 anos Controle completo vesical e anal

Após 7

anos

- Aperfeiçoamento funções já existentes constituindo o aprendizado

formal.

- Pode-se utilizar a avaliação das funções corticais (memória, orientação,

gnosias, praxias e linguagem) e a performance escolar.

3- IDENTIFICAR E DESCREVER OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DO

DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR PRECONIZADOS PELO MINISTÉRIO DE

SAÚDE

A avaliação neurológica da criança começa com a anamnese

AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS

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Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

• NERVO OLFATÓRIO (1): pode ser testado confiavelmente já na 32ª semana de gestação. Deve-se

ter cuidado em usar estímulos apropriados, com substancias que sejam familiares á criança (café,

hortelã)

• NERVO ÓPTICO (2): para o exame deve-se dilatar a pupila. A cor do nervo óptico é salmão róseana

criança, cinza-esbranquiçada no RN, particularmente se ele for loiro. Os prematuros normais om 28

semanas piscam quando uma luz forte é dirigida aos olhos, e, com 32 semanas, os RN mantêm os olhos

fechados até que a fonte luminosa seja retirada. O campo visual do lactente é testado pelo avanço de

um objeto com cor intensa (vermelho) de trás da cabeça da criança através do campo visual periférico

e observando quando a criança olha pela primeira vez para o objeto;

• NERVO OCULOMOROR (3): inerva os músculos reto superior, inferior e medial, bem como o

oblíquo inferior e o elevador da pálpebra superior. A paralisia causa ptose, dilatação da pupila,

deslocação do olho para fora e para baixo e comprometimento as adução e elevação ocular.

• TROCLEAR (4): inerva o músculo oblíquo superior, e paralisia isolada faz o olho desviar-se para

cima e para fora, muitas vezes com uma inclinação compensatória da cabeça associada para corrigir o

deslocamento vertical das imagens;

• ABDUSCENTE (6): inerva o músculo reto lateral, de modo que a paralisia causa desvio medial do

olho e incapacidade de abduzir além da linha média;

OBS: É POSSÍVEL PESQUISAR O MOVIMENTO OCULAR COMPLETO COM 25 SEMANAS DE

GESTAÇÃO USANDO A MANOBRA DOS OHOS DE BONECA – usada para examinar os movimentos

oculares horizontal e vertical em um lactente ou paciente que não colabore ou esteja comatoso. O examinador

deve observar se os movimentos são completos e fluentes e determina a presença ou ausência de nistagnismo,

diplopia, oscilação caótica os olhos etc.

• NERVO TRIGÊMEO (5): a distribuição sensitiva da face se divide em três áreas: oftálmica, maxililar

e mandibular, cada região é testada pelo toque leve e por objetos com ponta, sendo comparada com o

lado oposto. É mais documentada no RN pela presença das caretas faiais

• NERVO FACIAL (7): a paralisia desse nervo pode ser devido a trauma ou congênita. Pode ser testada

pela gustação nos dois terços da língua colocando uma solução salina ou de glicose, a criança normal

consegue identificar sem dificuldade.

• NERVO VESTIBULOCOCLEAR (8): a triagem para a perda auditiva é um componente importante

no exame neurológico. Teste da orelhinha, teste do sino – crianças normais viram a cabeça em direção

do sino

• NERVO GLOSSOFARÍNGEO (9): Inerva o músculo estilofaríngeo. É testado pela observação do

reflexo nauseoso à estimulação tátil da parede posterior da faringe;

• NERVO VAGO (10): teste da tosse - deve pressionar a traqueia na incisura supra esternal

• NERVO ACESSÓRIO (11): inervação do esternocleidomastódeo. É testado pela rotação forçada da

cabeça e do pescoço contra a mão do examinador

• NERVO HIPOGLOSSO (12): inerva a língua - avaliação da motilidade, tamanho e forma

TESTE DE DENVER II

REFERÊNCIA: manual treining Denver II

O Denver II é um valioso instrumento de screening para avaliar o desenvolvimento de crianças do nascimento

aos seis anos de idade e monitorar o desenvolvimento em crianças de risco para alterações.

Avalia quatro áreas do desenvolvimento:

• Pessoal-social: Conhecer pessoas e cuida das necessidades pessoais

• Motora fina adaptativa: coordenação de olho e mão, manipulação de pequenos objetos e resolução

de problemas

Page 5: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

• Linguagem: audição, compreensão e uso da linguagem

• Área motora grossa: senta, anda, pula, grandes movimentos musculares no geral

Valioso para triagem de crianças assintomáticas para possíveis problemas

Não é um teste de QI mas sim o preditor da adaptação intelectual, no porém não substitui o diagnóstico da

avaliação psíquica. O teste é dedignado para comparação de uma variedade de testes da performance de

crianças da mesma idade

Também estão incluídos cinco itens de teste comportamento para conclusão após a administração do teste,

ajuda a avaliar subjetivamente o comportamento geral da criança e obter um indicador aproximado, como a

criança usa suas habilidades (atenção, timidez, cooperação...).

Material do Teste: lã vermelha, chocalho do cabo fino, lápis vermelho, figuras: gato, cachorro, pássaro e

menino, sino, boneca pequena de plástico, bola de tênis, 8 blocos coloridos, copo com boca larga, mamadeira

pequena e folha de papel em branco.

Aplicação do teste: Primeira coisa é perguntar a idade da criança para a mãe. Depois traça-se uma linha vertical

na idade correspondente a idade da criança a ser avaliada (caso ela seja prematura, necessita-se fazer a

correção) e verifica se ela consegue realizar os itens que foram cortados pela linha.

A grande vantagem deste teste de triagem é a sua praticidade na aplicação. Os itens a serem avaliados são

apresentados em forma de gráfico, e em cada marco do desenvolvimento, podemos observar os respectivos

limites mínimo e máximo da idade de aparecimento.

Assim, as extremidades esquerda e direita de cada uma das barras, que representam os itens do DDST, indicam

respectivamente as idades em que 25% e 90% das crianças normais executam os itens. Por exemplo, no item

“permanece sentado sem apoio”, da área motora grosseira do DDST, cuja representação gráfica é apresentada

na figura, a extremidade direita da barra indica que 90% das crianças normais tem essa capacidade com idade

próxima a 7 meses.

Será marcado:

• P- passou,

• F- falhou,

• NO- sem oportunidade,

• R- recusa.

P- Normal: sem atrasos e no máximo 2 alertas (no Denver III não existe mais essa opção de 2 alertas). A

criança será reavaliada na próxima consulta.

C- Suspeito: 2 ou mais alertas (no Denver III a partir de I alerta já é suspeito) e/ou mais atrasos , a criança será

reavaliada em uma ou duas semanas.

Intestável: recusa em um ou mais itens situados a esquerda da linha da idade. Reavaliar em uma ou duas

semanas.

A avaliação pode ser usada 3 vezes, (avaliação, reavaliação…), com a mesma criança, sempre utilizando uma

cor diferente cada vez que for usar e não esquecendo de por a data.

Page 6: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

4- EXPLICAR E DEMONSTRAR OS REFLEXOS PRIMITIVOS E ATÉ QUANDO ELES

PERMANECEM

REFERÊNCIA: CARVALHO, M. V. P. – O desenvolvimento motor normal da criança de 0 à 1 ano:

orientações para pais e cuidadores- programa de mestrado profissional em ensino em ciências da saúde e

do meio ambiente - Volta Redonda 2011

FERREIRA, A.B et. al – propedêutica médica da criança ao idoso – 2º Edição editora atheneu

O desenvolvimento físico normal é caracterizado pela maturação gradual do controle postural pelo

desaparecimento dos reflexos primitivos, em torno de 4 a 6 meses de idade, como o reflexo de moro; o reflexo

tônico cervical assimétrico (RTCA); o reflexo de galant; os reflexos plantares; os reflexos orais e pela indução

das reações posturais (retificação e equilíbrio).

Em uma avaliação dos reflexos primitivos torna-se relevante observar que, mesmo quando presentes na idade

esperada, deve-se avaliar se a sua intensidade é adequada para aquela fase. De modo geral, estes reflexos

primitivos estarão presentes durante os primeiros seis meses de vida, e serão paulatinamente inibidos, na

medida em que padrões de endireitamento e de equilíbrio forem surgindo.

• Uso de Reflexos: A criança exerce os reflexos durante o primeiro mês de vida. Depois ela coordena

reflexos e reações, surgindo além dos reflexos instintivos. Os reflexos motores e sensoriais inatos

(sucção, preensão, acompanhamento visual) são utilizados para interagir e se acomodar com o mundo

exterior. • Reação Circular Primária: A criança coordena as atividades do próprio corpo e dos cinco sentidos,

como sugar o dedo, brincar com a língua etc. Esse período se inicia com poucas semanas de vida e vai

até o quarto mês. Nessa etapa acontece a assimilação. O fato primitivo geralmente é admitido como o

mais elementar da vida psíquica: a repetição.

• Reação Circular Secundária: O bebê procura por novos estímulos no ambiente; começa a prever as

consequências do próprio comportamento, agindo propositadamente a fim de modificar o mesmo;

início do comportamento intencional. A duração desse estágio é do quarto ao sexto mês

• Coordenação de Esquemas Secundários: Esse estágio tem duração do sétimo ao décimo segundo

mês. A criança mostra os sinais preliminares da constância de objeto; possui uma vaga ideia de que os

objetos têm uma existência independentemente dele próprio; e imita comportamentos novos.

• Reação Circular Terciária: O bebê procura novas experiências e produz novos conhecimentos. A

descoberta de novos meios por experimentação ativa é utilizada pela criança para a solução de novos

problemas Há a formação de estruturas através de deslocamento de objetos, de posições e de relações

causais ligados à ação.

Os reflexos primitivos estão intimamente associados à obtenção de alimento e à proteção do bebê, aparecendo

primeiramente na vida fetal e persistindo durante todo o primeiro ano de vida. Já os reflexos posturais fazem

lembrar movimentos voluntários posteriores, pois fornecem automaticamente a manutenção de uma posição

ereta para um indivíduo em relação ao seu ambiente, sendo encontrados em todos os bebês normais nos

primeiros meses pós-natais, podendo, em alguns casos, persistir no primeiro ano de vida.

Page 7: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

• MORO: eleva-se o tronco da criança a partir do decúbito dorsal, segurando-a pelo dorso e a nuca com

o braço. O examinador deve “fingir uma queda” da criança, isto é, momentaneamente aliviar a

sustentação, reforçando-a logo em seguida – o objetivo é provocar a extensão rápida do pescoço e da

cabeceira da criança. No reflexo de Moro completo, a criança flexionara o pescoço, chorará e realizará

um movimento de abdução-extensão dos membros superiores, seguido de sua abdução e flexão. Esse

reflexo está presente desde o nascimento e desaparece até os 6 meses.

• TONICO CERVICAL ASSIMÉTRICO (ESGRIMISTA) – Com a criança em decúbito dorsal o

examinador roda a cabeça dela para um dos lados e sustenta essa posição por 15s a resposta esperada

é a extensão dos membros superior e inferior do mesmo lado da rotação e a flexão dos membros do

lado oposto. Desaparece entre os 3 e 4 meses.

• REFLEXO DE PREENSÃO PALMAR – o examinador toca um dedo seu na palma da mão da

criança. A resposta esperada é a flexão dos dedos e fechamento da mão. Desaparece em 6 meses;

• REFLEXO DE PREENSÃO PLANTAR - pressiona-se com o dedo polegar a planta do pé da criança

logo abaixo dos dedos. A resposta esperada é a flexão plantar dos dedos. Desaparece aos 15 meses

• REFLEXO DE APOIO PLANTAR E MARCHA – segura-se a criança de pé pelas axilas e apoiam-

se seus pés sobre uma superfície rígida a resposta positiva é a retificação do tronco e o início de uma

marcha reflexa. Dura até os dois meses

o Suporte positivo: O suporte positivo é considerado normal desde o nascimento até o segundo

ou terceiro mês de vida. Esse reflexo é testado segurando-se o bebê de pé sobre uma superfície

de apoio, e realizando ligeiros “quikes” para cima e para baixo. Com isso, o bebê realiza suporte

Page 8: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

em extensão digitígrado, significando resposta em padrão extensor total; resquícios desta

resposta são comuns até, aproximadamente, sete meses (Figura 16)

• REFLEXO DE PROCURA E SUCÇÃO: ao tocar o lábio de um lactente, verificam-se os

movimentos de sucção. Esse reflexo deve desaparecer aos 3 meses com a criança em vigília e aos 6

meses com a criança dormindo.

• REFLEXO DE LANDAU: há duas formas para esse reflexo. Usando uma das mãos, o examinador

suspende a criança pela superfície ventral. No reflexo Landau I, ocorrem elevação da cabeça e extensão

do pescoço e da pelve espontaneamente. No reflexo de Landau II, ainda com a criança suspensa,

flexiona-se o seu pescoço. As respostas esperadas são o abaixamento da pelve e a flexão das pernas.

O reflexo de Landau surge entre os 3 meses e os 4 meses de idade e deve desaparecer no final do 2°

ano de vida.

• REFLEXO DO PARAQUEDISTA: segurando a criança pelo tronco, projeta-se sua cabeça para

baixo rapidamente. A resposta esperada é a extensão dos membros superiores, como que para se

proteger de uma queda. Essa reação protetora deve ocorrer em qualquer sentido que a manobra ocorra.

Esse reflexo deve surgir entre 8 e 9 meses, permanecendo por toda a vida do indivíduo.

• REFLEXO OLHOS DE BONECA;

• REFLEXO DE CONEXÃO ENTRE AS MÃOS E A BOCA: Descrito também por Coriat (2001)

consiste na rotação da cabeça para a linha média, acompanhada da abertura da boca como resposta à

pressão exercida pelos polegares do observador sobre as palmas das mãos

do lactente.

Page 9: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

• REFLEXO DE GALANT (ENCURVAMENTO DO TRONCO): Presente desde o nascimento

desaparece no decorrer do 2º mês de vida. Esse reflexo é testado com a criança em prono, deslizando-

se um objeto pontiagudo da região do ilíaco até a última costela, próximo às vértebras lombares. Como

resposta, ocorrerá uma flexão lateral do tronco;

• REFLEXO TÔNICO LABIRÍNTICO (RTL): Pode ser testado nas posturas prona ou supina. Com a

criança em supino sobre as mãos do examinador, busca-se observar presença de aumento da atividade

extensora, fletindo os membros superiores e inferiores, observando-se a resistência a esses movimentos

e à flexão passiva da cabeça. Na postura supina, analisa-se o aumento da atividade flexora, observando

a resistência à extensão da cabeça e de membros. Caso o reflexo esteja presente com hipertonia, é

sempre patológico

5- IDENTIFICAR E COMPREENDER OS POSSÍVEIS ATRASOS DO DESENVOLVIMENTO

NEUROPSICOMOTOR

REFERÊNCIA: DORNELAS L. F.; DUARTE, N. M.C.; MAGALHÃES, L.C. - Atraso do

desenvolvimento neuropsicomotor: mapa conceitual, definições, usos e limitações do termo - Associação

de Pediatria de São Paulo. Publicado por Elsevier Editora Ltda - 2015

EPIDEMIOLOGIA

• Estima-se que, em todo o mundo, 200 milhões de crianças menores de cinco anos de idade estão sob

risco de não atingir seu pleno desenvolvimento.

• A prevalência do atraso do desenvolvimento é, em grande parte, uma incógnita, mas dados da

Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 10% da população de qualquer país é constituída

por pessoas om algum tipo de deficiência, com uma taxa de 4,5% entre aquelas com até cinco anos de

idade.

• No Brasil,2 foi detectada diminuição da prevalência de crianças com atraso do desenvolvimento, o

que se justifica pelos avanços nos cuidados neonatais, pela ampliação da cobertura de assistência à

criança no primeiro ano de vida, ocorrido nas últimas décadas nos hospitais dos grandes centros e do

interior do país, além da elevação das condições socioeconômicas da população.

DEFINIÇÃO: Pelo Dictionary of Developmental Disabilities Terminology, atraso do desenvolvimento é

uma condição em que a criança não está se desenvolvendo e/ou não alcança habilidades de acordo com a

sequência de estágios pré-determinados.

Condições da infância, desde a concepção, gravidez e parto, decorrentes de fatores adversos como a

subnutrição, agravos neurológicos, como a encefalopatia crônica da infância (paralisia cerebral), e genéticos,

como a síndrome de Down. O atraso pode ser também uma condição transitória, não sendo possível definir

qual será o desfecho do desenvolvimento da criança, o que pressupõe o acompanhamento com avaliações

periódicas.

USO DO TERMO (atraso do DNPM)

Page 10: PROBLEMA 5 1- CONCEITUAR O DESENVOLVIMENTO …

Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

• Uso e uma infinidade de termos (ex.: atraso do desenvolvimento, atraso do desenvolvimento

neuropsicomotor, retardo mental, retardo do desenvolvimento neuropsicomotor, atraso do

desenvolvimento global);

• No Brasil, o termo começou a ser utilizado na década de 80 como diagnóstico para crianças com

retardo mental e, a partir da década de 90, para qualquer criança que apresentasse algum tipo de atraso

do desenvolvimento. Só mais recentemente o termo foi utilizado para crianças que apresentam baixa

pontuação em testes de desenvolvimento norma-referenciados;

• O artigo brasileiro mais recente define o termo como a não aquisição progressiva de capacidades

motoras e psicocognitivas de modo ordenado e sequencial que progride nos sentidos cefalocaudal e de

proximal para distal.

RASTREIO

• Medir o atraso do desenvolvimento exige habilidade de reconhecer que as trajetórias do

desenvolvimento são invariavelmente individualizadas, havendo variações dentro do que pode ser

aceito como ‘‘normal’’ e ‘‘não normal’’, o que implica na necessidade de contato mais prolongado

para se conhecer o contexto de vida da criança;

• A triagem do desenvolvimento é a melhor opção para rastrear crianças com problemas do

desenvolvimento por ser um procedimento rápido para ser aplicado em populações amplas de crianças

de várias faixas etárias;

• Porém, alguns trabalhos revisados5,27,28 comentam que avaliações pontuais do desenvolvimento em

crianças menores de cinco anos de idade são pouco confiáveis para delimitar o diagnóstico definitivo,

sugerindo-se que o termo atraso do desenvolvimento seja usado como diagnóstico temporário

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Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

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Stephanie costa – saúde da criança problema 5 – 2º ano

6- IDENTIFICAR AS PRINCIPAIS CAUSAS DO DESENVOLVIMENTO

NEUROPSICOMOTOR

CAUSAS

• Hipóxia neonatal;

• Hemorragia periventricular;

• Síndromes genéticas;

• Má formações;

• Desnutrição;

• Infeções congênitas;

• Epilepsias

TIPOS

1. Predomínio motor (PC, hipotonia central, dças

neuromusculares e ortopédicas)

2. Predomínio linguagem (hipoacusia, autismo)

3. Global (malformações, encefalopatias,

cromossomopatias)

7- COMPREENDER A IMPORTÂNCIA, A NECESSIDADE DE UMA EQUIPE

MULTIPROFISSIONAL NA REABILITAÇÃO DA CRIANÇA EM ATRASO DO

DESENVOLVIMENTO

REFERÊNCIAS: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Diretrizes de estimulação

precoce : crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de

microcefalia / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016

MIRANDA, Luci Pfeiffer; RESEGUE, Rosa and FIGUEIRAS, Amira Consuelo de Melo.A criança e o adolescente com problemas do

desenvolvimento no ambulatório de pediatria. J. Pediatr. (Rio J.) [online]. 2003, vol.79, suppl.1, pp.S33-S42. ISSN 0021-7557.

A estimulação precoce pode ser definida como um programa de acompanhamento e intervenção clínico-

terapêutica multiprofissional com bebês de alto risco e com crianças pequenas acometidas por patologias

orgânicas, buscando o melhor desenvolvimento possível, por meio da mitigação de sequelas do

desenvolvimento neuropsicomotor, bem como de efeitos na aquisição da linguagem, na socialização e na

estruturação subjetiva, podendo contribuir, inclusive, na estruturação do vínculo mãe/bebê e na compreensão

e no acolhimento familiar dessas crianças.

A estimulação precoce de bebês nascidos com atraso do desenvolvimento, promove a harmonia do

desenvolvimento entre vários sistemas orgânicos funcionais (áreas: motora, sensorial, perceptiva,

proprioceptiva, linguística, cognitiva, emocional e social) dependentes ou não da maturação do Sistema

Nervoso Central (SNC).

Os novos conhecimentos sobre a plasticidade cerebral humana reiteram a necessidade da equipe de saúde

intervir precocemente e não profetizar prognósticos para esses pacientes. A estimulação nos três primeiros

anos de vida, para crianças com atraso no desenvolvimento já estabelecidos ou aquelas com risco de atraso,

melhora sua performance, devendo ser incentivado o seu início o mais cedo possível.

A reabilitação é o processo destinado a permitir que a pessoa deficiente alcance um nível físico, mental e/ou

social funcional ótimo, proporcionando-lhe assim os meios de modificar a própria vida. Assim, todo trabalho

de reabilitação deve estar centrado nas habilidades da pessoa, cuja integridade e dignidade devem ser

respeitadas. Ao planejar os programas de reabilitação e de apoio, é essencial levar-se em conta os costumes,

possibilidades e as estruturas da família e da comunidade, fomentando sua capacidade de resposta às

necessidades da pessoa deficiente.

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