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Artigo-Conclusão Curso MBA Gestão de Pessoas pela Anhanguera Educacional Ltda - Unidade Campinas/SP - FAC I. Trata da problemática que envolvem as relações de trabalho nas indústrias gráficas na cidade de Campinas relacionadas ao desenvolvimento organizacional.
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1
Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente
Vol. 15 , Nº. XIX, Ano 2012
Autor
Maria Aparecida B A Martins
O PROBLEMA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DE CAMPINAS.
RESUMO
Este trabalho se propõe a identificar as principais dificuldades e entraves que envolvem os colaboradores nas rotinas destas empresas (na maioria familiar) que buscam o crescimento de mercado e propor ferramentas adequadas; a partir de novos conceitos organizacionais e que se forem introduzidos nestas organizações efetivarão e consolidarão o sucesso e progresso de maneira consistente gerando a valorização de seu capital humano. Problemas como a falta de fixação da mão-de-obra no trabalho, absenteísmo, acaba levando à queda da produção, da qualidade e em muitas situações o retrabalho e desperdício. As empresas geralmente são determinadas por uma cultura organizacional marcada por chefias centralizadoras com falta de estímulo à competitividade, programas de incentivo, ou premiações deixando estas empresas acomodadas e pouco criativas favorecendo o desânimo das equipes; dificultando ainda mais o bom relacionamento interpessoal.
Palavras-Chave: Capital, humano, absenteísmo, desperdício, organizacional,
incentivo.
ABSTRACT
This study aims to identify the main difficulties and obstacles that involve employees in the routines of these companies (mostly family) seeking market growth and propose appropriate tools; from new organizational concepts are introduced and that these organizations and effective consolidate the success and progress consistently generating the enhancement of their human capital. Problems such as lack of fixation of hand labor at work, absenteeism, leads to a drop in production, quality and in many situations the rework and waste. Companies are usually determined by an organizational culture characterized by centralized leadership with a lack of stimulus to competitiveness, incentive programs, awards, or leaving these companies stay and uncreative favoring the dismay of the teams, making it even more good interpersonal skills.
Keywords: Human, capital, absenteeism, waste, organizational, incentive.
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato Alameda Maria Tereza, 2000. Valinhos, São Paulo. CEP 13.278-181 [email protected]
Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Artigo Original / Informe Técnico / Resenha Recebido em: 31/08/2012 Avaliado em:
Publicação:
2 Problema Desenvolvimento Organizacional Indústria Gráfica Campinas
Nome da Revista • Vol.15 , Nº. XIX, Ano 2009 • p. 1-22
1. INTRODUÇÃO
O segmento gráfico chegou ao Brasil por volta de 1808, com a vinda da corte portuguesa.
Há mais de 200 anos o setor gráfico sempre teve um lugar de destaque no crescimento
industrial do país. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica
(ABIGRAF, 2010), o Brasil possui em torno de 18.000 estabelecimentos regulares atuando
e gerando empregos.
Dados do Ministério do Trabalho extraídos do Relatório Anual de Informações
Sociais (RAIS, 2010) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED,
2010) informam que os empreendimentos de micro e pequeno porte representam 88% das
mais de 20 mil empresas gráficas no Brasil empregam 32% da mão de obra e foram
responsáveis por 21% do faturamento. A idade média das empresas é de 18 anos; 70% do
parque gráfico brasileiro têm mais de 10 anos de atividade. O setor teve aumento de
23,8% sobre as exportações no primeiro trimestre de 2010, mas a balança comercial
continua com déficit apesar do aumento nas importações de 18,3% neste período.
A indústria gráfica no estado de São Paulo tem um desafio importante pela
frente: definir as áreas que se tornaram obsoletas daquelas que precisam se modernizar
para ganhar solidez no mercado. Onde o mercado gráfico deixará de existir e onde
poderá utilizar as modernidades para se expandir. O avanço da internet abriu novas
possibilidades e inovações suprimindo etapas e introduzindo rapidez e qualidade no
desempenho final dos serviços. Se aproveitar e se beneficiar destas mudanças
principalmente às relativas ao tempo de resposta no envio de arquivo e aprovação de
layouts será um das tarefas do setor, nas três áreas hoje com possibilidades efetivas de
expansão: impressão digital, editorial (livros e revistas) e embalagens. Temos que
ressaltar a conscientização ecológica paulista tratada por alguns empresários do setor está
demonstrada nos programas específicos existentes e que implementam as diversas ações
de proteção ao meio ambiente como as árvores utilizadas pelo setor que fazem parte de
programas específicos das indústrias gráficas que plantam árvores necessárias ao
processo industrial visando amenizar o impacto ambiental como a certificação.
A região de Campinas enfrenta problemas crônicos de produção e sazonais
relativos à oferta e procura de serviços. A concorrência praticada pelas gráficas informais,
a dificuldade de pagamento regular dos tributos fiscais e encargos prejudicam o
desempenho do setor e são focos de problemas importantes para a manutenção deste tipo
de indústria. Sofrem pela falta de capacidade gerencial e se desdobram para manter as
suas atividades e capacidade produtiva. Com estes problemas rondando o parque gráfico
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da cidade, necessidades importantes ficam relegadas ao segundo plano prejudicando o
desempenho geral, causando a desmotivação de colaboradores que trabalham muitas
vezes em condições precárias, ambientes insalubres (luminosidade inadequada, barulho
excessivo, pouca ventilação umidade, entre outros). Verificamos que existem pequenos
conglomerados com pelo menos cinco gráficas de fundo de quintal ou de pequeno porte
num raio não superior a dois quilômetros em vários pontos da cidade gerando um
aumento e concentração desta atividade. Empresas informais e sem preparo para o
crescimento que acontece rapidamente no setor, de forma desordenada e na maioria das
vezes não tem o cuidado ambiental no expurgo dos materiais e dejetos químicos; etc. A
escassez de mão de obra qualificada aumenta a rotatividade e o absenteísmo no trabalho.
É frequente a existência de problemas administrativos e disciplinares culminando com
processos e ações trabalhistas.
Neste cenário, o objetivo deste trabalho é identificar as principais dificuldades e
entraves que envolvem os colaboradores nestas empresas. Para tanto propomos a
utilização da ferramenta do desenvolvimento organizacional como opção no caminho da
inovação e modernização destas organizações. Primeiramente vamos abordar o problema
da rotatividade e do retrabalho em seguida as dificuldades de sociabilidade devido à
cultura organizacional marcada pelo estilo de gestão autocrática e centralizadora e
finalmente os efeitos desse tipo de gestão que leva o profissional ao estresse e outras
doenças ocupacionais. A ferramenta do desenvolvimento organizacional é a proposta
inovadora sugerida para a melhoria das relações no trabalho nestes ambientes.
2. DESENVOLVIMENTO
A contratação de um talento para o quadro de colaboradores de uma empresa sempre é
um momento de comemoração, mas quando este profissional resolve sair da empresa e
buscar outros desafios muitos problemas acabam aparecendo e gerando complicações
como: a perda de conhecimento acumulado e da capacidade intelectual. Manter o legado
de conhecimentos que o colaborador acumulou ao deixar a organização e tentar repassar
este aprendizado acumulado a outro profissional nem sempre é uma tarefa fácil de se
realizar tendo em vista a desorganização que ronda esta área com a falta de planejamento
organizacional.
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2.1. O Problema da Qualidade Produtiva na Indústria Gráfica
Uma gestão ineficiente, a falta de controle e o desperdício de insumos elevam os custos de
produção além de compras inadequadas dentro das empresas e a devolução de itens que
atrasam a execução do cronograma de produção. O não cumprimento de metas diárias
além do excesso de horas-extras devido ao mau planejamento das ações; a falta de
monitoramento e controle na entrega dos itens produzidos somados à alta carga de
impostos ou mesmo a dificuldade na captação de novos clientes são alguns dos
problemas que assolam a indústria gráfica hoje.
A maioria das empresas não consegue evoluir e aplicar princípios básicos de
organização para obter melhores resultados com maior qualidade. Ferramentas que
compõem o processo de certificação de qualidade (ISO 9000 e outros) utilizados em
empresas com linha de produção ativa não são conhecidas e praticadas pelos gerentes
gráficos. O conceito de indicadores e a sua utilização são deixados de lado e na maioria
das vezes desconhecidos.
A qualidade de vida se tornou nos dias de hoje um assunto atraente e ao mesmo
tempo carregado de contradições e que faz parte das mudanças no sistema do mercado de
trabalho moderno (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2009).
Com definições que vão desde cuidados médicos até atividades voluntárias na
área do lazer e atividades motivacionais, temos o conceito de QVT (qualidade de vida no
trabalho) multifacetado e nas relações de trabalho é sempre abordado:
Embora, historicamente a QVT esteja mais associada a questões de saúde e segurança no trabalho, seu conceito passa a sinalizar a emergência de habilidades, atitudes e conhecimentos em outros fatores, abrangendo agora associações com produtividade, legitimidade, experiências, competências gerenciais e mesmo de integração social. (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2009 p.34)
a) Rotatividade:
A rotatividade ou taxa de turnover no trabalho na indústria gráfica é um fator que chama
a atenção. É oneroso para as empresas esta situação, pois a cada saída de um colaborador
normalmente segue de uma admissão de outro e este giro cria um custo alto de mão-de-
obra. Infelizmente nas empresas gráficas da cidade esta rotatividade é uma prática
constante devido aos baixos salários provocados pela falta de um plano de carreiras e
salários que busque motivar e fixar os seus recursos humanos.
A rotatividade de pessoal na indústria gráfica nos últimos anos se tornou
bastante alta chegando à taxa de 37,9% (média Brasil), considerado o período de janeiro a
dezembro de 2008. Neste período, para 106 mil contratações aconteceram 97 mil
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demissões. Na região sudeste a taxa média foi de 35,40% no mesmo período (ABIGRAF,
2009).
Abaixo apresentamos a alguns dados:
Tabela 01: Estrutura Recursos Humanos
RECURSOS HUMANOS INDUSTRIA GRAFICA
Recursos Humanos 2006 2007 2008
Mão-de-obra 257.719 267.240 276.731
Contratações 95.895 93.130 106.111
Demissões 85.475 84.122 96.620
Tabela 02: Estrutura Recursos Humanos
ROTATIVIDADE INDÚSTRIA GRÁFICA
Norte 36,50% 42,50% 46,10%
Nordeste 30,60% 27,60% 32,60%
Sudeste 34,10% 32,30% 35,40%
Sul 44,30% 42,30% 45,20%
Centro-Oeste 42,60% 34,40% 42,00%
Média Brasil 34,40% 34,40% 37,90%
Se levarmos em consideração as mudanças que ocorrem no mercado de trabalho
e na relação empresa - colaborador, constataremos que uma organização precisa ter as
suas estratégias claras, sustentadas por uma gestão mais participativa se quiser obter o
sucesso de médio ou longo prazo. Criar um laço estreito entre todos os níveis de
relacionamento, tanto interno como externo; do quadro funcional aos clientes e
fornecedores.
“O capital humano ativo é um fator determinante para a empresa atingir a
excelência e se diferenciar no dinâmico mercado nos dias de hoje” (CHIAVENATO, 2009
p. 92).
Reconhecer a área de Recursos Humanos como parceira do negócio é assumir
um posicionamento ativo nas decisões estratégicas de uma organização.
O reflexo da globalização onde as empresas sentem cada vez mais a necessidade
de aumentar a sua produtividade, ações voltadas para a qualidade como: 5S, KAISEN,
BSC exigem planos de ação dinâmica, sólida e consistente definidos no planejamento
estratégico e que será de fundamental importância nos processos internos, com a
valorização das pessoas, ou seja, dos talentos existentes na organização.
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b) Retrabalho
A falta de fixação da mão-de-obra no trabalho acaba levando à queda da produção e na
qualidade e em muitas situações o retrabalho. A maioria das empresas buscam os
resultados num curto prazo para satisfazer as suas necessidades imediatas, fazendo com
que as equipes trabalhem muito além de sua capacidade normal, exagerando em horas-
extras e com grandes sobrecargas, duplas jornadas, levando o trabalhador ao extremo
cansaço. Esta condição tem um preço alto a ser pago, geralmente o estresse que
ocasionalmente leva ao erro produtivo causando em muitas situações a perda da
qualidade.
Drizin reforça que:
A falta de pensar antecipadamente; falta de revisão e controle são, geralmente, as causas principais do retrabalho nas organizações. Para eliminar este grande e frequente desperdiçador de tempo, esforços e energia precisaram cultivar e desenvolver novas maneiras de pensar e de agir. (DRIZIN, 2009 p.1)
Pelo que pudemos observar a maioria das empresas gráficas atuando em nossa
cidade são familiares de pequeno e médio porte, tendo o empresário em sua organização
muitas vezes uma equipe enxuta, havendo naturalmente um acúmulo de funções e,
portanto, a necessidade de executar várias tarefas simultaneamente e de estar sempre
atento a vários aspectos do negócio. Em vista disso, o planejamento, o controle de
produção e do tempo para evitar desperdícios e retrabalho e que deveriam ser pontos
prioritários e fundamentais, nem sempre é a maior preocupação. O foco se mantem na
redução de pagamentos de impostos.
2.2. O Problema do Trabalhador no Setor Gráfico
A importância do trabalho para a definição de ser humano e do ser social, da convivência
em sociedade é tão antiga e define a condição da existência da espécie humana. A
humanização é o que nos distingue e nos diferencia dos outros animais tornando-nos
humanos.
a) Sociabilidade
A socialização a grosso modo é a condição que nos permite viver e conviver em
sociedade. E para isso o homem enquanto ser social precisa suprir algumas necessidades
básicas para a sua realização pessoal e familiar.
Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na sua famosa
pirâmide conforme verificamos abaixo:
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Figura 01 - Pirâmide de Maslow em 5 Níveis
É no último patamar da pirâmide (realização pessoal) que ele entendia ser o nível
ideal em que o ser humano deveria desenvolver o seu potencial para atingir o bem estar,
pois se o indivíduo planeja ser qualquer coisa menos do que aquilo que é capaz,
provavelmente será infeliz todos os dias de sua vida (MASLOW, 1954).
Baechler (1995, p.82) relata e seu artigo publicado no Tratado de Sociologia de
que “pode-se falar de sociabilidade desde que se encarem as relações desenvolvidas por
indivíduos ou por grupos quando essas relações não se traduzem na formação de um
grupo suscetível de funcionar como uma unidade de atividade”.
b) Cultura e Clima Organizacional
As empresas do ramo gráfico têm a característica determinada por sua cultura organizaci-
onal marcada pelo estilo de gestão autocrática e centralizadora. A falta de estímulo à competiti-
vidade com programas de incentivo, premiações deixam estas empresas acomodadas e pouco
criativas favorecendo o desamino na equipe e dificultando ainda mais o bom relacionamento
interpessoal destes colaboradores e culminando com a falta de um plano de cargos e salários
torna ainda mais difícil a fixação dos talentos na organização. Estes fatores expressam as carac-
terísticas da gestão predominante nestas empresas nos dias de hoje.
Para Chiavenato:
Os tempos mudaram. E hoje, em plena Era da Informação e de globalização do mundo dos negócios, a crescente mudança e instabilidade ambiental colocou em cheque o anti-go modelo rígido e definitivo de organização. Ele não tem muita serventia para os tem-pos atuais. O ambiente que circunda as organizações tornou-se instável e imprevisível e o modelo organizacional tradicional simplesmente não funciona nessas condições. É preciso mudar as organizações para que elas possam ser competitivas na era atual. (CHIAVENATO, 2005, p. 360)
Além disso, a seleção de novos colaboradores bem como a função de integrá-los,
estimulá-los e administrá-los enquanto pessoas não estão entre as atribuições do Depar-
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tamento de Gestão de Pessoas (Administração de Recursos Humanos) que é um setor in-
sipiente e descaracterizado nestas organizações.
Concordamos com Chiavenato quando menciona que:
Administrar pessoas é uma responsabilidade administrativa e gerencial, isto é, de linha, embora seja basicamente uma função de staff. Assim, qualquer que seja a área funcional escolhida, o administrador precisa necessariamente ganhar uma visão sobre como lidar com assuntos relacionados com pessoas, saber alinhar objetivos pessoais com os objeti-vos organizacionais e obter uma ampla perspectiva da ARH para alcançar seu sucesso profissional e levar a sua organização rumo a excelência, competitividade e sustentabili-dade (CHIAVENATO, 2009 p. 39).
A aplicação das teorias propostas pelo autor acima ainda estão longe de serem
incorporadas ao pensamento e rotina da indústria gráfica.
Mostramos ao longo deste trabalho que o “modus operandi” dos
administradores gráficos acaba favorecendo a existência de problemas de
relacionamentos interpessoais (rixas) fazendo funcionar com extrema facilidade a rádio
peão onde notícias plantadas e especulações as mais variadas possíveis fazem com que os
colaboradores adotem certo clima de “guerra” no trabalho. Uma situação de medo,
insegurança traz à tona um clima ruim no dia-a-dia e a expectativa de que sempre tem
alguém “vigiando” as ações dentro da empresa. Situações que acabam aumentando o
absenteísmo no trabalho gerando demissões frequentes por motivos fúteis além do
desinteresse funcional pelo bem estar da empresa. A visão arcaica de que o colaborador é
uma peça produtiva e como tal deve trabalhar visando apenas proporcionar o maior lucro
possível para os patrões.
A realidade poderia ser diferente se estas empresas trabalhassem com a
ferramenta do desenvolvimento organizacional que é praticamente um tabu neste ramo,
quer seja na empresa de grande, médio ou de pequeno porte. Ainda é desconhecida ou
tratada como um bicho de sete cabeças e vista como alternativa perigosa, ameaçadora e
desestabilizadora. A falta de conhecimento e uso desta ferramenta mantem o pensamento
de que é pura perda de tempo trabalhar o lado social e emocional do colaborador. Muitas
empresas vivenciam situações crônicas do tipo: setor ou departamento que apresenta
problemas de relacionamento e satisfação individual ou coletiva afetando o resultado
final da empresa e a direção não sabe como lidar profissionalmente com estas questões.
Trata-se de uma ferramenta extremamente importante se utilizada de maneira correta,
imparcial acompanhada de planejamento. Usada de forma periódica poderá permitir à
direção da empresa a tomada de medidas administrativas proativas que amenizem os
conflitos disfuncionais. É tão importante que a maioria dos órgãos certificadores de
excelência já incorporou ao processo de certificação a exigência do uso desta ferramenta
para o processo de qualificação das organizações. Muitos problemas relatados aqui
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seriam mais bem administrados se as empresas do setor tivessem interesse na utilização
desta ferramenta. As taxas de absenteísmo e ‘turnover’ seriam menores e teriam uma
equipe de colaboradores trabalhando com maior grau de satisfação, porque se sentiriam
realmente integradas à organização.
2.3. Os Efeitos da Gestão e o Estresse do Profissional no Ambiente de Trabalho:
O estresse existe desde o início dos tempos, porém os estudos mais aprofundados no
campo da medicina são recentes. Trata-se de um estado do organismo quando submetido
ao esforço e tensão demasiados. O desgaste emocional causado pode trazer consequências
graves para o indivíduo, se ele uma vez consciente das alterações ocorridas no seu
organismo, não tomar iniciativa para controlar os agentes estressores.
Estudos realizados nos meados do século XIX mostram que nesta época o
estresse se referia principalmente às más condições de saúde. E hoje podemos afirmar que
o estresse não é bom nem ruim, mas necessário para o desenvolvermos pessoal ou
científico e sem ele a vida seria monótona, rotineira (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES,
2005).
O estresse relacionado ao trabalho é definido como situações em que a pessoa percebe o ambiente de trabalho como ameaçador as suas necessidades de realização profissional e/ou a sua saúde física ou mental, prejudicando a interação desta com o trabalho e o ambiente, (LIMONGI-FRANÇA; RODRIGUES, 2005, p.36).
Para uma empresa geralmente, o indivíduo doente significa baixa produtividade,
comprometimento nos resultados, necessidade de rever condições e processos de
trabalho, problemas com sindicato e pressão da fiscalização, bem como comprometimento
da imagem da empresa junto à comunidade e à opinião pública (LIMONGI-FRANÇA;
RODRIGUES, 2005).
No estudo do estresse é importante que se tenha autoconhecimento, pois assim o
indivíduo poderá identificar as situações estressantes e qual o seu nível de tolerância à
pressão exercida pelo agente estressor. Sabemos que o ambiente organizacional favorece
o surgimento do estresse porque há conflitos interpessoais, problemas de comunicação,
insatisfação com o trabalho, medo, pressão do chefe, etc.
São muitos os fatores que tem levado os colaboradores da indústria gráfica ao
afastamento por doença e ausências regulares ao trabalho. São principalmente:
� Sobrecarga de trabalho: o acúmulo de trabalho, a cultura do ‘faz tudo’ ou do
‘quebra-galho’ para cortar gastos, leva cada vez mais pessoas aos níveis de es-
tresse tóxico, aumentando o risco de doenças físicas e emocionais ligadas ao es-
tresse.
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� Falta de feedback: muitos colaboradores reclamam da falta de feedback, princi-
palmente daquele que é positivo. O bom trabalho é na maioria dos casos visto
como obrigação, enquanto o erro é punido, servindo de motivo para perseguição
ou até mesmo de assédio moral.
� Estresse interpessoal: é comum ouvir algumas pessoas afirmarem que o maior
problema das empresas são os trabalhadores. Este tipo de estresse pode começar
de uma brincadeira de mau gosto, de um mal entendido ou da própria cabeça da
pessoa. Devemos encarar o estresse interpessoal com muito cuidado e seriedade,
pois do contrário poderá arruinar a saúde pessoal e a empresa como um todo.
Por ser uma doença de difícil diagnóstico os sintomas do estresse são indefinidos
e ao mesmo tempo abrangentes. Podem ir desde uma dor de cabeça, distúrbios do sono,
irritabilidade, cansaço, dificuldade de concentração ou tensão muscular, a dificuldades
respiratórias, dificuldade de memória, problemas digestivos, pressão alta, problemas
cardíacos, e até mesmo distúrbios psíquicos como síndromes, depressão e pânico.
Estudioso das relações do trabalho, Dejours definiu uma abordagem ampla sobre
o conceito de sofrimento no trabalho, em especial, sobre a ambivalência “bem-estar” e
“loucura”, e sua visão sobre o “teatro do trabalho”. E esta ambivalência mostra que o
sofrimento no trabalho pode ser entendido como o espaço de luta que ocorre no campo
situado entre o bem-estar e a doença mental ou a loucura (DEJOURS, 1993).
O bem-estar está relacionado à ideia de ambiente gratificante e quando o
trabalho é realizado em tal ambiente leva os colaboradores a gostarem do produto
realizado. E a ideia de sofrimento está relacionada à subjugação do trabalho e, quando
isso ocorre, se imprime raiva ao produto. Percebemos então que esta relação implica em
amor ou ódio ao trabalho e gera outros binômios paralelos como: “alegria ou tristeza”,
“entusiasmo ou desânimo”, “desejo ou desprezo” (DEJOURS, 1994).
Na maioria das vezes, o trabalho acaba se associando mais à ideia de sofrimento,
as pessoas acabam rompendo o conceito afeto/trabalho tornando o primeiro restrito ao
lar, à família, expulsando o segundo de sua relação afetiva; e, assim, o trabalho fica sem o
afeto necessário e, consequentemente difícil ou insuportável.
Observamos ainda que as relações de trabalho, dentro das organizações,
frequentemente, retiram do trabalhador a sua subjetividade, excluindo o sujeito e fazendo
do homem quase sempre uma vítima do seu trabalho. Um dos mais cruéis golpes, que o
homem sofre com o trabalho é a frustração de sua expectativa inicial sobre o mesmo. À
medida que a propaganda do mundo do trabalho promete felicidade, e satisfação pessoal
e material, para o colaborador; quando lá adentra, o que se tem é infelicidade e, na
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maioria das vezes, a insatisfação pessoal e profissional do trabalhador, desencadeando,
então, o sofrimento humano nas organizações (DEJOURS, 1998).
O que pudemos constatar nas empresas estudadas caminha para o cenário
traçado acima com excessos de atestados e licenças médicas apresentadas pelos
colaboradores semanalmente. Verificamos que três a cinco funcionários se ausentaram ao
trabalho alegando problemas de saúde em si mesmos ou na família. E este número vem
crescendo de forma preocupante.
A forte pressão que ronda o setor para a entrega dos itens produzidos nos prazos
combinados e ao mesmo tempo a falta de planejamento e organização tem deixando
muitos colaboradores em estado de estresse constante. A inexperiência, a falta de preparo
gerencial em lidar com estas situações e o fato de que nestas empresas o setor de recursos
humanos é meramente o local para fechamento da folha de pagamentos tem dificultado e
impossibilitado lidar com este problema de forma eficiente.
Muitos fatores apontados acima prejudicam de forma considerável o
desempenho geral e a qualidade do produto final exigido e esperado pelo cliente. O
produto finalizado muitas vezes tem que voltar para a máquina por motivo de erro de
texto e/ou de impressão elevando sobremaneira a relação custo x benefício. Aliada a esta
situação a falta de planejamento estratégico-organizacional no setor é preocupante. O
controle produtivo deficiente; a inexistência de avaliação e análise de indicadores de
performance, qualidade entre outros; impedem a construção de um mapa semanal ou
mensal dos principais fatores positivo-negativos que geraram prejuízo, desperdício ou
elevação de custo de produção não previsto no processo de elaboração do
orçamento/proposta. O resultado que se espera é a entrega do produto ao cliente o mais
rápido possível e o posterior pagamento da fatura.
2.4. O Desenvolvimento Organizacional como Ferramenta de Inovação
Cada organização tem a sua cultura organizacional própria e que se refere ao modo de
vida específico que cada organização desenvolve em seus colaboradores. Ela não é
estática e permanente; sofre mudanças com o decorrer do tempo; é baseada no sistema de
crenças e valores, tradições e hábitos tendo uma forma aceita e estável de interações e
relacionamentos sociais característicos em cada organização. Algumas empresas
conseguem se renovar continuamente enquanto outras ficam paradas no tempo com a sua
cultura presa a padrões antigos e ultrapassados.
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Trabalhar com a ferramenta do Desenvolvimento Organizacional é fundamental
para a organização que busca a inovação e requer conhecimento dos instrumentos de
mudança que estará sujeita ao longo de sua existência e história. Sugerimos trabalhar
seguindo os passos mencionados nos próximos tópicos (CHIAVENATO, 2005).
Para obter os resultados esperados e a melhoria das relações humanas no
trabalho, a utilização desta ferramenta precisa ter o envolvimento da alta direção, sendo
coordenado pelo setor de administração de pessoal ou do departamento de recursos
humanos da organização.
a) Processo do Desenvolvimento Organizacional (DO)
O Desenvolvimento Organizacional (DO) é uma ferramenta importante e deve ser
utilizada como estratégia para melhoria das relações humanas e do ambiente de trabalho,
pois está focada em melhorar a forma através da qual as pessoas atuam em conjunto, na
empresa. Trata-se de uma mudança planejada e é a nossa proposta para a melhoria das
relações humanas nas indústrias gráficas a partir da elaboração de um diagnóstico
organizacional.
Apresentaremos abaixo um roteiro com técnicas para a utilização eficaz desta
ferramenta e que deverá ser finalizada com o preenchimento do questionário de Pesquisa
de Pesquisa de Clima Organizacional sugerido.
O resultado deste estudo certamente servirá como ferramenta gerencial e que se
bem elaborado será um dos apoios o profissional de Treinamento e Desenvolvimento
podendo inclusive subsidiar programas estratégicos de desenvolvimento de pessoas,
grupos e da própria organização.
Para que os trabalhos acontecem da melhor forma possível será importante à
utilização de um processo planejado, dinâmico, negociado e composto de pelo menos três
fases distintas e resumidas abaixo:
� Diagnóstico Situacional: para detectar as necessidades de mudanças na
organização. Em geral é feito através de entrevistas com os setores envol-
vidos;
� Intervenção: etapa composta de reuniões/workshops entre os envolvidos
no processo para definir as ações e os rumos da mudança;
� Reforço: obtido através de reuniões de avaliações regulares durante o
processo desencadeado da mudança.
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Processo de DO
DIAGNÓSTICO INTERVENÇÃO REFORÇO
Obter e analisar
dados sobre a
situação e definir
objetivos da
mudança.
→
Buscar ação
colaborativa pra
implementar a
mudança desejada.
→
Acompanhamento
para apoiar e reforçar
a mudança.
↓ ↓ ↓
DESCONGELAMENTO → MUDANÇA → RECONGELAMENTO
Figura 02 - Processo de Mudança
b) Técnicas de Desenvolvimento Organizacional:
Definido o processo a próxima fase será escolher a técnica mais apropriada para
continuidade dos trabalhos. Verificamos que no ramo da indústria gráfica não existe um
perfil homogêneo das empresas. Por isso a partir da conclusão do diagnóstico caberá à
equipe escolher a técnica mais condizente às necessidades da organização. Resumimos
abaixo as mais utilizadas:
� Treinamento de Sensitividade: um dos mais antigos utilizados onde se
formam grupos orientados por um líder treinado para sensibilizar os pontos
fortes e fracos dos membros da equipe. Aplicado de cima para baixo na
organização;
� Análise Transacional (AT): visa o autodiagnóstico das relações interpessoais
e sobre qualquer forma de comunicação, mensagem ou relação com os
demais. Destinada a indivíduos não a grupos;
� Desenvolvimento de Equipes: sob a coordenação de um líder o grupo critica-
se mutuamente até encontrar um ponto convergente de eliminação de
barreiras interpessoais etc. No final a equipe avalia o seu comportamento;
� Consultoria de Procedimentos: cada equipe é coordenada por um consultor
(interno ou externo) que procura ajudar os participantes do grupo a entender
melhor a dinâmica das relações do trabalho;
� Reunião de Confrontação: técnica de alteração comportamental onde um
consultor (interno ou externo) chamado de terceira parte coordenada as
discussões entre dois grupos antagônicos. Tem enfoque socioterapêutico,
usado para melhorar a saúde da empresa;
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� Retroação de Dados (feedback): se refere a aprendizagem de novos dados a
respeito de sim mesmo. Reflete e espelha a maneira como uma pessoa é
percebida/visualizada por outros membros do grupo.
Estas técnicas de DO devem ser aplicadas em uma sequência bem definida
conforme a necessidade e níveis de intervenção estabelecidos pela organização após o
estudo de diagnóstico. A figura abaixo pode ajudar neste processo:
TÉCNICAS DE DO NÍVEIS DE INTERVENÇÃO
Treinamento da Sensibilidade → Intrapessoal
Análise Transacional → Interpessoal
Desenvolvimento de Equipes →
Intragrupal
Consultoria de Procedimentos →
Reunião de Confrontação → Intergrupal
Retroação de Dados → Intra Organizacional
Figura 03: Processo de Mudança
c) Aplicações e Limitações do Desenvolvimento Organizacional
As variedade e amplitudes de aplicação da ferramenta DO têm crescido em função das
mudanças necessárias dentro das organizações e permitem aos funcionários obter dados
suficientes para criar condições de avaliação pessoal do progresso efetuado nas relações
humanas.
Chiavenato relata que:
O DO está intimamente relacionado com mudanças que buscam agregar valor aos negócios da organização, às pessoas e aos clientes. No fundo o DO pode ser utilizado para uma reavaliação da estrutura organizacional, dos processos e tecnologias utilizados, dos produtos e serviços produzidos e da cultura organizacional. (CHIAVENATO 2005, p.386)
Mesmo sendo um impulsionador da mudança e da inovação dentro da
organização o DO apresenta certas limitações como: a eficácia do programa é difícil de ser
avaliada; os programas demandam tempo e os objetivos são vagos em sua maioria; os
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custos desta ferramenta acabam sendo altos desmotivando a alta administração. Estas
limitações mostram que esta ferramenta sendo dinâmica poderá ser melhorada no
decorrer do processo para corrigir os problemas apontados acima.
O papel da Administração de Recursos Humanos (ARH) e dos gerentes de pode
ser amplamente alavancado através de esforços da ferramenta DO, pois representa um
dos mais promissores campos de atuação na melhoria das organizações e no
desenvolvimento das pessoas (CHIAVENATO, 2005).
d) Modelo de Questionário para Pesquisa de Clima Organizacional:
O questionário sugerido abaixo contem 07 blocos de perguntas organizadas por assunto
que visam identificar os níveis de aceitação dos processos de trabalho e serviços
executados na empresa tendo em vista as experiências e influências sociais de cada
indivíduo que nela atua.
Elaborado com base na escala Likert ou escala de Likert trata-se de é um tipo de
escala de resposta psicométrica usada com frequência em pesquisas de opinião. Ao
responder um questionário baseado nesta escala, os perguntados especificam seu nível de
concordância com uma afirmação, etc.
Deverá ser aplicado a todos os colaboradores na busca da melhoria das relações
humanas na organização; permitir a livre expressão de opinião sobre a empresa onde
trabalha para que junto com os supervisores, gerentes e a alta administração revisem as
ações estratégicas desenvolvidas para atingir melhores resultados de forma integrada,
participativa, eficiente em busca da excelência (HARA, 2008).
A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa deverá conter:
• Reunião com a alta direção para apresentação do trabalho a ser feito, e a reunião com os gestores para sensibilização, explicação, esclarecimentos de dúvidas relacionadas ao questionário a ser respondido pelos mesmos;
• Informações gerais sobre o prazo e entrega dos questionários respondidos (48 horas) e a tabulação dos dados que será feita no formato de tabela.
• Devolutiva dos dados após 15 (quinze) dias conforme prazo acima para entrega dos questionários respondidos, em encontro a ser marcado fora da empresa.
Será iimportante enfatizar que as respostas sejam dadas com sinceridade e
comprometimento.
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Cargo/Função: ________________________________________________________________
Setor: ________________________________________________________________________
Tempo de empresa: ____________________ ________________________________________
RELACIONAMENTO
1.O relacionamento entre as pessoas de sua equipe é:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
2. Como é relacionamento que mantém com seu superior imediato:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
3. Como é o relacionamento dos seus colegas de equipe com o superior imediato:
( ) Muito Satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
4. Como você define o RH de sua empresa em relação a:
Participação nas atividades propostas:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
Rotinas administrativas:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
Relacionamento com os colaboradores:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
5. Como você avalia o processo de tomada de decisão por parte da Direção da empresa:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
6. Como você avalia o processo de tomada de decisão por parte do seu Superior imediato:
( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim
7. No que diz respeito as suas ideias e sugestões, elas são:
( ) Sempre ouvidas ( ) Quase sempre ouvidas pela empresa ( ) Pouco ouvidas pela empresa ( ) Nunca ouvidas
8. Qual a sua sugestão para melhorar o relacionamento entre as pessoas e a equipe:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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SATISFAÇÃO PROFISSIONAL E MOTIVAÇÂO
1. Você se sente satisfeito com o trabalho que executa?
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
2. Você se sente motivado dentro da sua empresa?
( ) Muito motivado ( ) Motivado ( ) Pouco motivado ( ) Desmotivado
3. Você indicaria a empresa para um amigo?
( ) Sim ( ) Não
4. Dos itens abaixo relacionados, marque 04 opções que você considera fator motivante (M) e quatro fatores desmotivantes (D) dentro da empresa:
( ) Instalações físicas ( ) Os treinamentos que receber ( ) Qualidade de treinamento que recebe ( ) Integração da equipe de trabalho
( ) Oportunidade de crescimento ( ) Autonomia ( ) Estabilidade de emprego ( ) Gostar do que faz
( ) Salário + Benefícios ( ) Horas extras ( ) Imagem da empresa ( ) Desafios existentes no trabalho
( ) Relação com o cliente ( ) Participação nas decisões ( ) Liderança da equipe ( ) Ser reconhecido pelo trabalho que executa
( ) Ser ouvido ( ) Nada ( ) Outros: ______________________________________________________________________________
5. Levando tudo isso em consideração, como você se sente por trabalhar nesta empresa:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
6. O que você sugere como motivação para alcançar a satisfação profissional no trabalho:
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
SEGURANÇA E PERSPECTIVA
1. Você sente que há oportunidade de crescimento em sua empresa:
( ) Poucas oportunidades ( ) Muitas oportunidades ( ) Não há oportunidades
2. Você almeja receber uma oportunidade de crescimento dentro da empresa.
( ) Sim ( ) Não Qual? ___________________________________________________________________________________________
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3. O que você entende que será necessário ser feito para atingir este objetivo: ____________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
DESENVOLVIMENTO E TREINAMENTO
1.Você considera receber treinamento adequado para desempenhar sua função?
( ) Sim ( ) Não
2.Que treinamento você julgaria necessário ser desenvolvimento por sua empresa, para desempenhar melhor seu trabalho:
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
COMUNICAÇÃO
1. Para você as informações sobre o desempenho e os resultados obtidos pelo seu departamento são:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
2. E a qualidade destas informações:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
3. O que você sugere para a melhoria da comunicação entre os colegas e chefia: __________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE DO TRABALHO
1. As condições físicas para você desempenhar suas atividades no que se refere a iluminação, circulação de ar e ruídos, entre outros, você considera:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
2. A disponibilidade de recursos para o desempenho do seu trabalho:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
3. A aplicação da ergonomia envolvendo máquinas, equipamentos, mesas e instalações, você considera:
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( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
4. Com relação ao seu salário (Remuneração + Benefício) você está:
( ) Muito satisfatório ( ) Satisfatório ( ) Pouco satisfatório ( ) Insatisfatório
5. Cite algumas condições físicas que você entende serem necessárias no ambiente de trabalho:
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
INFORMAÇÕES GERAIS
1. Você conhece a cultura, missão e visão da sua empresa?
( ) Sim ( ) Não
2. Você acredita que a empresa atua de acordo com estas premissas?
( ) Sim ( ) Não
3. Dos itens relacionados abaixo, marque aqueles que você considera principal fator competitivo da sua empresa em relação ao mercado em que atuam:
( ) Qualidade do produto ( ) Qualidade do atendimento ( ) Marketing ( ) Qualidade do serviço de pós vendas
( ) Imagem da empresa ( ) Qualidade da equipe de profissionais ( ) Rapidez ( ) Agilidade na busca de soluções de problemas
( ) Clima interno ( ) Outros:_______________________________________________________________________________________________________________________
4. Em linhas gerais como você analisa a empresa onde trabalha e o que espera dela: ______________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou mostrar como o crescimento desordenado da indústria gráfica na
cidade de Campinas tem afetado as relações interpessoais dentro e fora das empresas
sejam elas de grande ou pequeno porte; familiares ou não. A falta de preocupação com a
condição geral dos trabalhadores, melhoria do conforto, bem estar e do clima
organizacional favorecem os conflitos internos nestas organizações.
Vimos que o absenteísmo, a rotatividade no setor chamou a atenção, pois a não
fixação da mão-de-obra acaba gerando a falta de capacitação técnica que leva ao
retrabalho e a perda da qualidade produtiva. O grande número de atestados médicos e
afastamentos sugerindo a existência de fatores de estresse embutidos nas relações de
trabalho chega a ser preocupante. O colaborador trabalha o tempo todo pressionado. Sem
o envolvimento e iniciativa por parte das associações que regulamentam o setor; um
sindicato da categoria inoperante para a implantação de cursos e treinamentos voltados à
capacitação das diversas áreas/funções torna visível a desvalorização do capital humano
nestas organizações deixando o colaborador ainda mais desmotivado.
Para a melhoria das relações humanas nestes ambientes sob o nosso ponto de
vista será preciso que as entidades envolvidas incluam em seus programas e projetos
palestras, encontros e seminários voltados para o tema do Treinamento e
Desenvolvimento Organizacional (T&D); com aprendizagem no nível individual para a
mudança no comportamento das pessoas envolvidas. A introdução de tecnologias
sofisticadas, a compra de equipamentos modernos para a produção de itens e a satisfação
do cliente externo não será suficiente sem a preocupação com o cliente interno
(colaborador). Assim o desperdício e alto custo de produção existente hoje poderiam ser
diminuídos se a valorização do trabalho estiver nas pautas de reuniões, seminários e
congressos realizados pela categoria. Acreditamos que a autoestima individual e coletiva
serão resgatadas/motivadas para a melhoria das relações humanas e consequentemente a
fixação da mão-de-obra na empresa.
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