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Desenvolvimento de um Sistema de Recuperação de Sincronismo de Vídeo Baseado em PLL para Flat Panel Displays João Pedro Rodrigues Pinheiro Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores Júri Presidente: Prof. José António Beltran Gerald Orientador: Prof. João Paulo Calado Cordeiro Vital Vogal: Prof. Gonçalo Nuno Gomes Tavares Junho de 2008

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Desenvolvimento de um Sistema de Recuperação de Sincronismo de Vídeo Baseado em PLL para Flat Panel

Displays

João Pedro Rodrigues Pinheiro

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Júri Presidente: Prof. José António Beltran Gerald

Orientador: Prof. João Paulo Calado Cordeiro Vital Vogal: Prof. Gonçalo Nuno Gomes Tavares

Junho de 2008

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, gostaria de deixar uma dedicatória e um agradecimento muito especial aos meus

Pais e Irmão pela oportunidade e facilidades que me concederam ao longo destes últimos anos. Com

a sua ajuda e dedicação foi-me possível evoluir pessoalmente e obter conhecimentos que me

ajudarão ao longo de toda a minha futura vida profissional.

Deixo também um agradecimento especial à Sónia pela constante ajuda e encorajamento que me

transmitiu, pela sua inesgotável paciência, carinho e amor.

Agradeço ao Prof. João Vital, pela competente orientação e pela oportunidade que me deu ao

integrar-me na família Chipidea, onde o trabalho descrito nesta dissertação foi desenvolvido. Aqui,

encontrei um excelente ambiente de trabalho, com competentes e dedicados profissionais, o que me

permitiu evoluir pessoalmente e profissionalmente, assim como, aumentar o meu gosto pela área do

projecto integrado analógico.

Quero expressar a minha profunda gratidão ao Dr. Manuel Mota, meu co-orientador, pela sua valiosa

ajuda ao longo de todo o trabalho, em especial nos momentos mais difíceis. As suas ideias e

sugestões foram cruciais para o sucesso deste trabalho. O seu conhecimento e experiência

profissional permitiram que eu adquirisse um raciocínio mais prático, simples e eficaz sobre o projecto

de circuitos integrados analógicos. Agradeço também ao Dr. Pedro Figueiredo e ao Eng. Gonçalo

Minderico pela ajuda e conselhos dados em relação a questões técnicas.

Aos meus Colegas de Dissertação Luís Roiçado, Luís Simões e Miguel Martins, agradeço pelo

companheirismo sempre presente em todas as etapas do projecto. Partilhando os nossos

conhecimentos conseguimos ultrapassar de forma mais fácil as dificuldades de adaptação às

ferramentas de projecto utilizadas. Ainda neste capítulo, agradeço a todo o pessoal do Departamento

de Suporte da Chipidea e em especial aos Engs. Asdrúbal Mendes e Anaximandro Furtado, pela

disponibilidade e prontidão quando solicitei o seu apoio.

Por fim, agradeço a todos os professores, colegas e amigos de curso, com os quais tive a

oportunidade aprender e passar bons momentos.

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Resumo e Palavras Chave

Nos processos de fabricação CMOS de maior resolução, devido à fina espessura do óxido

entre a porta e o canal dos transístores, e à operação destes na região de inversão fraca, as

correntes de fuga tornam-se cada vez mais significativas na operação dos circuitos integrados

analógicos. Os PLLs analógicos não são excepção, sendo as correntes de fuga as principais

causadoras do jitter observado no sinal de saída destes sistemas. Com o objectivo de diminuir o jitter

causado pelas correntes de fuga, é proposto um novo sistema de compensação, baseado num CPLL

de vídeo convencional. A solução proposta é composta pela malha de acção e de realimentação do

CPLL, assim como por uma nova malha de compensação constituída por um CP, um condensador

integrado e um OTA. Esta malha de compensação mede o erro de fase entre o sinal de entrada e o

de realimentação do PLL, que é proporcional ao valor das correntes de fuga existentes na malha

principal, e a partir dele gera uma corrente de igual valor ao das correntes de fuga que é injectada no

filtro de malha para repor a carga deste.

O novo sistema funciona em topologias de CPLL com filtros de malha externos ou integrados,

reduzindo o jitter RMS do sinal de saída do sistema até 50 vezes, compensando o efeito das

correntes de fuga com um valor até 2,5µA. O sistema proposto ocupa apenas mais 20% de área de

silício que o sistema original.

Palavras chave:

Charge-pump, compensated charge-pump phase-locked loop, detector de fase e frequência,

filtro de malha, jitter; malha de compensação.

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Abstract and Keywords

In deep sub-micrometer CMOS processes, owing to the thin gate oxide and small subthreshold

voltages of transistors, the leakage currents have become an issue in the design of analog integrated

circuits. PLLs aren´t exception, since leakage currents are the main causers of the jitter in system’s

output signal. With the goal of reducing the jitter caused by the leakage currents, a new compensation

system is proposed, that is based on a conventional video CPLL. The proposed solution is composed

by CPLL’s main and feedback loops, as well as a new compensation loop composed by a CP, an

integrated capacitor and an OTA. This compensation loop measures the phase error between the

input and feedback signals of the PLL, that is proportional to the value of the leakage currents in the

main loop, and from it produces a current with a value that equals the value of the leakage currents,

which then is injected in the loop filter to reestablish its charge.

The new system works with external or integrated loop filter CPLL’s topologies, decreasing the

output RMS jitter by 50 times, compensating the effects of the leakage currents with a value up to

2,5µA. The proposed system occupies a silicon area of only 20% more than the original system.

Keywords:

Charge-pump, compensated charge-pump phase-locked loop, phase frequency detector, loop

filter, jitter; compensation loop.

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Conteúdo

Agradecimentos ........................................................................................................ i

Resumo e Palavras Chave ...................................................................................... iii

Abstract and Keywords ............................................................................................ v

Conteúdo vii

Lista de Figuras ....................................................................................................... ix

Lista de Tabelas ....................................................................................................... xi

Lista de Siglas e Abreviações .............................................................................. xiii

1. Introdução .......................................................................................................... 1 1.1. Enquadramento ..................................................................................................................... 2 1.2. Organização ........................................................................................................................... 4

2. Arquitectura e Análise da Malha de Captura de Fase ..................................... 5 2.1. Princípio de Funcionamento ................................................................................................ 5 2.2. Análise da Estabilidade no Domínio Contínuo ................................................................... 9

2.2.1. Modelo Linearizado de Pequenas Variações de Sinal .................................................. 11

2.2.2. Função de Transferência em Malha Aberta .................................................................. 13

2.2.3. Função de Transferência em Malha Fechada ............................................................... 16

3. Modelação do Sistema e suas Não Idealidades ............................................ 21 3.1. Modelação dos Blocos Básicos ......................................................................................... 22

3.1.1. Detector de Fase e Frequência ..................................................................................... 22

3.1.2. Filtro de Malha ............................................................................................................... 23

3.1.3. Charge-Pump ................................................................................................................ 26

3.1.4. Oscilador Controlado por Tensão .................................................................................. 27

3.1.5. Divisor de Frequência .................................................................................................... 28

3.2. Visualização dos Efeitos das Não Idealidades ................................................................. 29

4. Projecto e Modelação do Sistema de Compensação .................................... 35 4.1. Arquitectura e Princípio de Funcionamento ..................................................................... 36 4.2. Dimensionamento ............................................................................................................... 38

4.2.1. Modelo Linearizado de Pequenas Variações de Sinal .................................................. 38

4.2.2. Função de Transferência Simplificada em Malha Aberta.............................................. 39

4.2.3. Amplificador de Transcondutância com Largura de Banda Limitada ............................ 43

4.2.4. Função de Transferência em Malha Fechada ............................................................... 46

4.3. Modelação e Simulação do Sistema Dimensionado ........................................................ 49

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5. Implementação e Simulação Eléctrica dos Blocos Básicos Analógicos .... 55 5.1. Charge-Pump de Compensação ........................................................................................ 56

5.1.1. Dimensionamento .......................................................................................................... 57

5.1.2. Simulação Eléctrica ....................................................................................................... 60

5.2. Amplificador de Transcondutância ................................................................................... 62 5.2.1. Dimensionamento .......................................................................................................... 63

5.2.2. Simulações Eléctricas ................................................................................................... 66

5.3. Dependência da Estabilidade do Sistema com as Variações dos Parâmetros ............ 69

6. Simulação Eléctrica de Topo do Sistema Compensado ............................... 73

7. Conclusões e Trabalhos Futuros ................................................................... 77

Bibliografia .............................................................................................................. 79

Anexo A. Script de Análise Contínua da Estabilidade do CPLL ..................... 81

Anexo B. Valores dos Parâmetros dos Modelos do CPLL e do CCPLL ......... 83

Anexo C. Script de Análise Contínua da Estabilidade do CCPLL ................... 87

Anexo D. Análise da Estabilidade do CCPLL no Domínio Discreto ................ 91

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Lista de Figuras

Figura 1.1 – Diagrama de blocos simplificado do AFE de vídeo. ........................................................... 2

Figura 1.2 – Filtro de malha exterior e interligação ao AFE. ................................................................... 4

Figura 2.1 – Topologia do PLL de terceira ordem presente no AFE. ..................................................... 6

Figura 2.2 – Detector de Fase e Frequência do CPLL com eliminação da Zona Morta. ........................ 7

Figura 2.3 – Saída do PFD com o VCO atrasado da referência de 180º (extraído de [4]). .................... 7

Figura 2.4 – Saída do PFD com a frequência da referência maior (extraído de [4]). ............................. 8

Figura 2.5 – Saída do PFD com a frequência do VCO maior (extraído de [4]). ..................................... 8

Figura 2.6 – Modelo Incremental do CPLL. ........................................................................................... 12

Figura 2.7 – Esquema eléctrico do filtro de malha. ............................................................................... 13

Figura 2.8 – Modelo incremental na forma canónica do CPLL. ............................................................ 14

Figura 2.9 – Diagrama de Bode da FT em malha aberta do CPLL, referente à 1ª configuração. ........ 15

Figura 2.10 – Root-locus do CPLL, referente à 1ª configuração. ......................................................... 15

Figura 2.11 – Mapa de pólos e zeros em malha fechada do CPLL, referente à 1ª configuração. ....... 17

Figura 2.12 – Amplitude da resposta em frequência do CPLL, referente à 1ª configuração. ............... 18

Figura 3.1 – Modelo comportamental do PFD. ..................................................................................... 22

Figura 3.2 – Saídas do modelo Simulink do PFD quando o CPLL está em sincronismo. .................... 23

Figura 3.3 – Impacto das correntes de fuga no regime estático do CPLL (extraído de [1]). ................ 24

Figura 3.4 – Modelos eléctricos dos filtros de malha, externo e integrado, com correntes de fuga. .... 25

Figura 3.5 – Modelo comportamental do filtro de malha passivo. ......................................................... 26

Figura 3.6 – Modelo comportamental do CP. ........................................................................................ 27

Figura 3.7 – Modelo comportamental do VCO. ..................................................................................... 27

Figura 3.8 – Modelo comportamental do divisor de frequência. ........................................................... 28

Figura 3.9 – Simulação dos modelos Simulink do Down-Scaler e do VCO. ......................................... 29

Figura 3.10 – Modelo comportamental do CPLL. ................................................................................. 30

Figura 3.11 – Resposta do modelo comportamental do CPLL ideal a um escalão na entrada. ........... 31

Figura 3.12 – Jitter do CPLL com e sem correntes de fuga no filtro de malha. .................................... 31

Figura 3.13 – Jitter do CPLL com e sem mismatch e correntes de fuga no CP. .................................. 32

Figura 3.14 – Frequência de saída do CPLL quando se desliga o PFD. .............................................. 33

Figura 4.1 – Equilíbrio de cargas no filtro de malha do CPLL em sincronismo. ................................... 36

Figura 4.2 – Topologia do CPLL com a malha de compensação de jitter. ........................................... 37

Figura 4.3 – Modelo de incremental do CCPLL. ................................................................................... 39

Figura 4.4 – Diagrama de Bode da FT em malha aberta do CCPLL com MF insuficiente, referente à 1ª

configuração do AFE. ............................................................................................................... 41

Figura 4.5 – Diagrama de Bode da FT em malha aberta do CCPLL, referente à 1ª configuração do

AFE. .......................................................................................................................................... 42

Figura 4.6 – Root-locus da FT do CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE. ................................. 43

Figura 4.7 – Diagrama de Bode do CCPLL considerando a LB do OTA. ............................................. 46

Figura 4.8 – Root-locus do CCPLL considerando a LB do OTA. .......................................................... 46

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Figura 4.9 – Pólos e zeros da FT em malha fechada do CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE.

.................................................................................................................................................. 47

Figura 4.10 – Comparação da LB entre o CPLL e o CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE. .... 48

Figura 4.11 – Modelo comportamental do CCPLL. ............................................................................... 49

Figura 4.12 – Modelo comportamental do OTA com três pólos. ........................................................... 50

Figura 4.13 – Resposta transitória do modelo do CCPLL considerando não idealidades. .................. 51

Figura 4.14 – Jitter do CPLL e CCPLL considerando todas as não idealidades modeladas. .............. 52

Figura 4.15 – CCPLL em sincronismo considerando todas as não idealidades modeladas. ............... 52

Figura 4.16 – Frequência de saída do CPLL e do CCPLL quando se desliga o PFD. ......................... 53

Figura 5.1 – Topologia do CP da malha de compensação do CCPLL. ................................................ 56

Figura 5.2 – Simulação eléctrica temporal do CP de compensação, com tensão de saída VCM. ......... 61

Figura 5.3 – Topologia do OTA da malha de compensação do CCPLL. .............................................. 63

Figura 5.4 – Simulação AC do esquema eléctrico do OTA. .................................................................. 68

Figura 5.5 – Simulação DC do esquema eléctrico do OTA. ................................................................. 68

Figura 5.6 – Comparação dos parâmetros de estabilidade do CCPLL entre o domínio contínuo e o

discreto, referentes à 4ª configuração do AFE. ........................................................................ 71

Figura 6.1 – Modelo comportamental do VCO utilizado para a simulação de topo do CCPLL. ........... 74

Figura 6.2 – Esquema eléctrico do CCPLL utilizado para a simulação de topo. .................................. 75

Figura 6.3 – Simulação de topo ao nível eléctrico do CCPLL............................................................... 75

Figura D.1 – Aplicação da transformada de impulsos invariantes a um CPLL (extraído de [2]). ......... 92

Figura D.2 – Diagrama de blocos do modelo incremental do CCPLL no domínio contínuo. ............... 92

Figura D.3 – Diagrama de blocos do modelo incremental do CCPLL, simplificado, no domínio

contínuo. ................................................................................................................................... 93

Figura D.4 – Diagrama blocos do modelo incremental do CCPLL no domínio discreto. ...................... 93

Figura D.5 – Variação da MF do CCPLL com o valor da sua frequência de entrada. .......................... 94

Figura D.6 – Comparação das respostas impulsionais do CCPLL no domínio contínuo e discreto. ... 95

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Lista de Tabelas

Tabela 1.1 – Configurações do PLL para as várias resoluções standard. ............................................. 3

Tabela 2.1 – Características do VCO de acordo com o estado do seu registo de configuração interno,

quando a sua tensão de entrada varia entre 0,7V e 0,5V. ....................................................... 10

Tabela 2.2 – Corrente do CP de acordo com o estado do seu registo de configuração interno. ......... 10

Tabela 2.3 – Configuração do VCO e do CP para as várias resoluções standard, no CPLL. .............. 11

Tabela 2.4 – Margens de Fase do CPLL para a várias configurações do AFE. ................................... 16

Tabela 2.5 – Largura de Banda do CPLL para as várias configurações do AFE. ................................ 19

Tabela 4.1 – Margens de Fase do CCPLL para as várias configurações do AFE. .............................. 44

Tabela 4.2 – Largura de Banda do CCPLL para as várias configurações do AFE............................... 48

Tabela 4.3 – Características dos dispositivos que constituem o CCPLL. ............................................. 49

Tabela 4.4 – Valor dos parâmetros do modelo Simulink do OTA. ........................................................ 50

Tabela 5.1 – Dimensões projectadas dos transístores do CP da malha de compensação. ................ 60

Tabela 5.2 – Dimensões finais dos transístores do CP da malha de compensação. ........................... 60

Tabela 5.3 – Mismatch do CP no PVT corner mais desfavorável com variações de tensão à sua

saída. ........................................................................................................................................ 62

Tabela 5.4 – Dimensões projectadas dos transístores do OTA............................................................ 66

Tabela 5.5 – Dimensões finais dos transístores do OTA. ..................................................................... 67

Tabela 5.6 – Tolerâncias dos componentes e parâmetros do CCPLL. ................................................ 70

Tabela 5.7 – Valores mais desfavoráveis de estabilidade no domínio contínuo do CCPLL,

considerando as tolerâncias dos componentes e parâmetros para as várias configurações do

AFE. .......................................................................................................................................... 70

Tabela 5.8 – Mínimas MFs no domínio discreto do CCPLL, considerando as tolerâncias dos seus

componentes e parâmetros para as várias configurações do AFE. ........................................ 71

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Lista de Siglas e Abreviações

µ Mobilidade dos portadores de carga de um transístor MOS.

ADC Analog-to-Digital Converter.

ADPLL All-Digital Phase-Locked Loop.

AFE Analog Front-End.

APC Analog Processing Chain

Cox Capacidade por unidade de área entre a porta e o canal de um transístor MOS.

CCPLL Compensated Charge-Pump Phase-Locked Loop.

CMOS Complementary Metal Oxide Semiconductor.

CP Charge-Pump

CPLL Charge-Pump Phase-Locked Loop.

DVD Digital Versatile Disc.

FT Função de Transferência.

GM0 Transcondutância de um amplificador operacional, com tensão de entrada nula.

gm0 Transcondutância de um par diferencial, com tensão diferencial de entrada nula.

ID Corrente de dreno em regime estático de um transístor MOS.

L Comprimento do canal de um transístor MOS.

LB Largura de Banda.

MF Margem de Fase.

MOS Metal Oxide Semiconductor

N Factor Multiplicativo do CPLL.

NMOS Transístor MOS de canal N.

OTA Operational Transcondutance Amplifier.

PD Phase Detector.

PFD Phase Frequency Detector.

PFR Ponto de Funcionamento em Repouso de um transístor MOS.

PLL Phase-Locked Loop.

PMOS Transístor MOS de canal P.

PVT Process-Voltage-Temperature.

RGB Red-Blue-Green.

SOG Sync-On-Green Detector

SS Sync Separator

TL Aplicação da Transformada de Laplace.

VCM Tensão de modo comum, que vale metade da de alimentação (VDD).

VDD Tensão de alimentação da tecnologia CMOS, de valor 1,2V.

VDS Diferença de potencial entre os terminais dreno e fonte de um transístor MOS.

VGS Diferença de potencial entre os terminais porta e fonte de um transístor MOS.

VOD Tensão de Overdrive de um transístor MOS, VGS-Vth.

VPGi Diferença de potencial aos terminais da porta de passagem i.

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Vth Tensão de limiar de um transístor MOS.

VCO Voltage Controlled Oscillator.

W Largura do canal de um transístor MOS.

XRMS Valor médio quadrático da grandeza X.

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1

1. Capítulo 1Equation Chapter 1 Section 1

1. Introdução

Com a progressiva substituição dos televisores baseados em tubos de raios catódicos

tradicionais por televisores baseados em ecrãs de cristais líquidos e Plasmas, a necessidade de

conversão do sinal de vídeo analógico gerado nos leitores de DVD (Digital Versatile Disc, da literatura

anglo-saxónica), nos gravadores de cassetes de vídeo, ou nos computadores pessoais em digital

tornou-se prevalente. Um dos elementos chave destes sistemas de recepção e conversão do sinal de

vídeo é a capacidade de extrair a informação de sincronismo de linha e de trama presente no sinal de

vídeo e, a partir dela gerar, com auxílio de uma Malha de Captura de Fase (ou PLL – Phase-Locked

Loop, da literatura anglo-saxónica), um relógio de alta frequência e qualidade que será depois

utilizado pelos conversores analógico-digital (ADC – Analog-to-Digital Converter, da literatura anglo-

saxónica) durante a digitalização do sinal de vídeo. Estes sistemas devem ser robustos, tendo em

conta a (pouca) qualidade do sinal recebido.

A constante evolução das tecnologias de integração permite a utilização de processos de

fabrico de maior resolução, onde o cumprimento efectivo do canal dos transístores fica mais curto e a

espessura entre o terminal porta e o canal fica menor. Esta evolução traz vantagens como a redução

do consumo de potência, menor área dos circuitos integrados e maiores frequências de

funcionamento, contudo, a esta constante miniaturização associa-se também o aumento do efeito das

não idealidades como o aumento das correntes de fuga e do mismatch entre dispositivos

electrónicos, os quais os projectistas de circuitos electrónicos integrados analógicos tentam obviar.

As não idealidades mais relevantes para o objectivo deste trabalho são as correntes de fuga,

cujo efeito no sistema é dominante face às restantes. A sua origem deve-se à existência de correntes

de fuga por efeito de túnel e de correntes parasitas quando os transístores operam na região de

inversão fraca (VGS≈0), que se acentuam com o já referido aumento da capacidade de integração das

tecnologias CMOS. Nas tecnologias CMOS de 0,13µm e de maiores resoluções, o valor das

correntes de fuga é comparável ao das correntes de operação dos transístores a funcionarem em

fraca inversão [1]. Estes valores de correntes de fuga não afectam a funcionalidade dos circuitos

digitais, contudo afectam a operação de circuitos analógicos em moderada e fraca inversão.

O PLL referido anteriormente, responsável pela recuperação do sinal de sincronismo e geração

do relógio de alta frequência não está imune a estes defeitos, sendo actualmente visíveis os efeitos

destas não idealidades pelos consumidores finais dos produtos de consumo electrónicos referidos,

entre os quais, o defeito mais visível é a falta de qualidade geral das imagens visualizadas,

principalmente no canto superior esquerdo destas, devido à perda de sincronismo do PLL no intervalo

de ausência do sinal de sincronismo horizontal.

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O objectivo deste trabalho é o de analisar os efeitos das não idealidades presentes em

sistemas integrados deste tipo e implementar um novo sistema, ao nível eléctrico, que minimize o seu

impacto na qualidade da imagem. Mais concretamente é estudado e analisado um sistema de

recuperação de sincronismo de vídeo baseado numa topologia de PLL sensível aos defeitos

indicados, para posteriormente projectar um novo sistema, baseado no primeiro, que minimize ou

mitigue os efeitos indesejados, mantendo aproximadamente o mesmo comportamento estático e

dinâmico. O sistema a projectar é implementado na mesma tecnologia do sistema existente, que é a

tecnologia CMOS de 0,13µm da UMC.

1.1. Enquadramento

A Malha de Captura de Fase faz parte de uma interface AFE (Analog Front-End, da literatura

anglo-saxónica) de vídeo, cujo diagrama de blocos simplificado está representado na Figura 1.1. Este

AFE é composto por três canais, onde cada um processa independentemente uma das três cores de

vídeo RGB (Red-Blue-Green, da literatura anglo-saxónica). O AFE recebe os três sinais analógicos

RGB como entrada, gerados num computador pessoal ou noutro dispositivo com saída de vídeo

analógica, e converte-os em três palavras digitais de 8-bit cada a uma determinada taxa que depende

da frequência e resolução espacial das imagens.

( )INR

Red Channel Input

( )ING

Green Channel Input

( )INB

Blue Channel Input

( )OUTR 7:0

Red Channel Output

( )OUTG 7:0

Green Channel Output

( )OUTB 7:0

Blue Channel Output

( )CLKOUT

Pixel Clock Output

AnalogProcessing

Chain

Sync-On-GreenDetector / Sync

Separator

PLL / ClockGenerator

HSYNC

VSYNC

ADC

AnalogProcessing

Chain

AnalogProcessing

Chain

ADC

ADC

FILT

Figura 1.1 – Diagrama de blocos simplificado do AFE de vídeo.

Os blocos responsáveis pelo tratamento dos sinais de sincronismo são o SOG/SS (Sync-On-

Green Detector / Sync Separator), e o bloco correspondente ao PLL. A função do bloco SOG/SS é a

de extrair os sinais de sincronismo presentes no canal associado à cor primária verde, gerando dois

sinais digitais HSYNC e VSYNC, contendo a informação de sincronismo horizontal e vertical,

respectivamente. O bloco correspondente ao PLL gera um sinal, CLKOUT, síncrono com o sinal de

sincronismo horizontal, HSYNC, cuja frequência é resultado da multiplicação entre a frequência de

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HSYNC e o número de pixels de cada linha da imagem, em primeira aproximação. Este sinal de alta

frequência gerado internamente é posteriormente utilizado pelos ADCs como sinal de amostragem

para converter o sinal analógico de vídeo RGB.

Na ausência do sinal HSYNC, que acontece durante o back-tracing vertical sinalizado pelo

sinal VSYNC, o PLL deve manter a sua frequência e fase de saída estáveis, prevenindo assim

degradações na qualidade da imagem devido ao período de tempo necessário para o PLL recuperar

o sincronismo.

Os blocos APC (Analog Processing Chain) que precedem os ADCs fazem o isolamento entre

as entradas analógicas e os ADCs, e transformam o sinal de entrada de forma a aproveitar toda a

gama dinâmica dos conversores.

O AFE suporta várias configurações de acordo com as resoluções temporais e espaciais

standards, o que significa que a frequência do sinal de saída do PLL pode ser previamente

programada através de registos internos do AFE, de forma a obter-se as várias relações entre a

frequência do sinal de entrada e saída do PLL. Na Tabela 1.1 encontram-se as configurações para

cada resolução espacial e frequência de imagem standards, sendo o factor multiplicativo resultado da

divisão entre a frequência dos sinais de saída (frequência de pixel) e de entrada (frequência de linha)

do PLL.

Tabela 1.1 – Configurações do PLL para as várias resoluções standard.

Modo Hpixs*Vpixs Freq. Imagem [Hz]

Freq. Linha [kHz]

Freq. Pixel [MHz]

Factor Multiplicativo

VGA 640*480 60 31,5 25,175 799 72 37,7 31,5 836 75 37,5 31,5 840

SVGA 800*600

56 31,5 36 1143 60 37,9 40 1055 72 48,1 50 1040 75 46,9 49,5 1055

XGA 1024*768 60 48,4 65 1343 70 56,5 75 1327 75 60 78,75 1313

SXGA 1280*1024 60 64 108 1688 75 80 135 1688 85 91,1 157,5 1729

UXGA 1600*1200

60 75 162 2160 65 81,3 175,5 2153 70 87,5 189 2160 75 93,8 202,5 2159

O filtro de malha do PLL é externo de forma a reduzir a área do die do AFE para valores

razoáveis, e para permitir uma fácil adaptação das características da malha ao sistema em que irá

funcionar. Este é constituído por dois condensadores e uma resistência, ligados entre a entrada FILT

do AFE (Figura 1.1) e a tensão de alimentação do PLL. Na Figura 1.2 encontra-se esquematizada a

ligação do filtro de malha ao PLL através do pad com os respectivos díodos de protecção D1 e D2,

que são percorridos pelas correntes de fuga Ileak1 e Ileak2, cuja origem resulta da já referida elevada

capacidade de integração da tecnologia CMOS utilizada.

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4

São estas correntes de fuga as principais causadoras dos efeitos indesejados no sinal de saída

do PLL. Um desses efeitos consiste no ripple originado na tensão de controlo aos terminais do filtro,

que modula a frequência de saída do PLL, resultando uma forma de onda que deixa de ser periódica.

Este efeito de modulação indesejado é denominado de jitter, e consiste numa medida de perturbação

ou incerteza nos instantes de tempo em que ocorrem as transições de sinal. Outro efeito indesejado é

a perda de sincronismo durante a ausência do sinal HSYNC, dada a incapacidade de manter a carga

presente no filtro de malha, e por consequência a tensão de controlo da frequência de saída do PLL.

Dadas estas imperfeições, é assim primordial projectar um novo sistema que compense os

seus efeitos.

PLL

AFE Interface

1D

2D

1C

2C

1R

AVDD

FILT

AVDD

leak1I

leak2I

CLKOUT

Figura 1.2 – Filtro de malha exterior e interligação ao AFE.

1.2. Organização

O trabalho divide-se em cinco fases. Na primeira é analisada a estabilidade e o princípio de

funcionamento de um PLL já implementado em circuito integrado que sofre das não idealidades

referidas. Na segunda fase é modelado o PLL e respectivas não idealidades, através de modelos

comportamentais implementados em Matlab/Simulink de forma a identificar e compreender os seus

efeitos no sistema, entre os quais os mais importantes são o aumento do jitter do PLL, que faz com

que os ADCs não amostrem os respectivos sinais de entrada nos instantes de tempo correctos, e a

perda de sincronismo do PLL na ausência do sinal de referência. Compreendida a origem do

aumento do jitter e perda de sincronismo, na terceira fase é projectado, modelado e demonstrada a

validade de um sistema que compensa os efeitos indesejados, através de modelos comportamentais

também implementados em Matlab/Simulink. Posteriormente, na quarta fase são implementados e

simulados individualmente ao nível eléctrico, através do simulador HSPICE, os blocos eléctricos

constituintes da solução proposta na tecnologia microelectrónica CMOS da UMC de 0.13µm. Por

último, na quinta fase são realizadas simulações de topo funcionais do sistema proposto, através do

simulador HSIM, com o objectivo de avaliar a convergência deste, e se as especificações ao nível do

eléctrico, e portanto, mais próximas das realidade são cumpridas.

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5

2. Capítulo 2Equation Chapter (Next) Section 1

2. Arquitectura e Análise da Malha de Captura de Fase

Para projectar um novo sistema de recuperação de sincronismo cujas características sejam

idênticas ou semelhantes às do sistema actual, mas reduzindo ou eliminando os efeitos das não

idealidades, é necessário saber qual a topologia, princípio de funcionamento e características do PLL

em questão. Neste capítulo são apresentados os blocos constituintes do PLL com o defeito referido,

assim como o princípio de funcionamento e principais características do PLL e de cada bloco em

particular. É ainda estudada a estabilidade do sistema de forma a obter as principais características

da sua resposta em regime estático e dinâmico.

2.1. Princípio de Funcionamento

A topologia do PLL que está implementada no AFE está representada na Figura 2.1. Esta é

composta por um detector de fase e frequência (PFD – Phase Frequency Detector, da literatura

anglo-saxónica), um Charge-Pump (CP), um filtro de malha passivo passa-baixo de segunda ordem,

um oscilador controlado por tensão (VCO – Voltage Controlled Oscillator, da literatura anglo-

saxónica) e um divisor de frequência na malha de realimentação que permite realizar a multiplicação

da frequência do sinal de referência HSYNC. O filtro de malha representado está ligado entre a saída

do CP e o nó de potencial nulo (massa) por facilidade de análise, sendo este equivalente ao filtro

passa-baixo representado na Figura 1.2, pelo que, a funcionalidade do PLL não é afectada por esta

simplificação.

Este tipo de PLL constituído por um detector de fase sequencial, onde o PFD se inclui, e por

um CP, é normalmente denominado de Charge-Pump Phase-Locked Loop (CPLL), e apresenta uma

série de vantagens face a outras topologias. Não exibe falso estado de sincronismo, apresenta um

erro de offset de fase teoricamente nulo quando o sistema está em sincronismo, obtém rapidamente o

estado de sincronismo, mesmo quando a frequência do sinal de entrada é diferente da frequência de

oscilação livre do VCO, e o sistema é insensível aos níveis de amplitude dos sinais de entrada do

PFD. Finalmente, o CPLL permite uma grande flexibilidade no seu projecto, desacoplando vários

parâmetros de dimensionamento que normalmente em sistemas deste tipo teriam que obedecer a

compromissos, como a largura de banda, o coeficiente de amortecimento ou a banda de captura de

sincronismo [2] a [4].

O CP injecta, retira, ou não altera a carga acumulada nos condensadores do filtro passa-baixo,

dependendo da saída do PFD. Quando somente o interruptor S1 está fechado, a corrente ICP flui no

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6

sentido do filtro passivo, aumentando o valor da tensão de controlo, vLP, do VCO. Na situação em que

S2 está fechado e S1 aberto, ICP flui em sentido contrário, diminuindo o valor da tensão de controlo.

Quando ambos os interruptores estão no mesmo estado, a carga no filtro passivo mantêm-se e o

valor da tensão de controlo permanece inalterada, estando o CPLL nesta situação no estado de

sincronismo.

1R

1C 2C

CPI

10

UD==

R ↑

R ↑

V ↑

V ↑

V ↑

PFD

CP

LOOP-FILTERVCO

CLKOUT

HSYNC

DOWN-SCALER1N

V 00

UD==

01

UD==

R ↑

2S

1SUp

Down

vLP

Vfeed

R U

D

CPI

Figura 2.1 – Topologia do PLL de terceira ordem presente no AFE.

O bloco PFD é um circuito lógico que gera dois pulsos digitais, Up e Down, que reflectem o erro

de fase/frequência entre os dois sinais presentes na sua entrada, o sinal de referência (HSYNC), e o

sinal gerado pelo divisor de frequência (Vfeed). Estes dois sinais são digitais, sendo o PFD apenas

sensível aos flancos ascendentes destes, o que faz com que o CPLL seja insensível ao duty-cycle

das formas de onda. Assim, as referências de sincronismo do CPLL são os flancos ascendentes do

sinal de entrada HSYNC, sendo este um sistema discreto. Se HSYNC transitar de Low para High

antes de Vfeed, o sinal Up irá estar no estado High durante o tempo em que os sinais têm níveis

diferentes, fazendo com que seja injectada carga no filtro de malha aumentando a frequência de

saída do VCO. De forma semelhante, se Vfeed transitar de Low para High antes de HSYNC, o sinal

Down irá estar a High durante o tempo que os sinais de entrada são diferentes, fazendo com que S2

conduza, retirando carga do filtro passivo e baixando a frequência de saída do VCO. Quando os

flancos ascendentes dos dois sinais de entrada do PFD são coincidentes, idealmente ambos os sinais

Up e Down permanecem no estado Low, e os interruptores S1 e S2 em aberto mantendo a tensão de

controlo à entrada do VCO num valor DC constante. O diagrama de estados do PFD está

representado na Figura 2.1 e o circuito digital que o implementa está representado na Figura 2.2.

Um problema comum associado aos CPLLs é o reduzido ganho do PFD e do CP, perto da

zona de sincronismo, devido à insuficiente largura dos pulsos Up e Down para os interruptores do CP

mudarem de estado, resultando num erro estático de fase. Na literatura, este facto é denominado de

“Zona Morta” do PFD (ou dead zone, da literatura anglo-saxónica) [2] e [4]. Uma técnica bastante

utilizada para eliminar o erro de fase devido a esta ocorrência é a de gerar os pulsos Up e Down com

uma largura mínima em cada ciclo do sinal de entrada. Isto é feito colocando um circuito que atrasa o

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7

sinal de reset dos flip-flops como indicado no circuito da Figura 2.2.

Teoricamente, quando o CPLL está em sincronismo a duração mínima dos pulsos Up e Down

é coincidente, fechando os interruptores S1 e S2 ao mesmo tempo, não alterando assim o valor da

tensão de controlo do VCO. Na prática, o tempo de actuação nos interruptores é ligeiramente

diferente devido a assimetrias entre os caminhos dos sinais que actuam nos interruptores.

Associando a este facto, a existência de mismatch e diferentes tempos de resposta entre as duas

fontes de corrente PMOS e NMOS constituintes do CP, são geradas variações na carga do filtro

passivo mesmo quando o PLL está em sincronismo, gerando um padrão de jitter na saída do CPLL.

Figura 2.2 – Detector de Fase e Frequência do CPLL com eliminação da Zona Morta.

As Figuras 2.3 a 2.5 exemplificam o funcionamento do PFD assumindo que o divisor de

frequência não está presente na malha de realimentação, fazendo com que o sinal de saída do VCO

seja uma das entradas do PFD. Na Figura 2.3, as frequências do sinal de referência e do VCO são

idênticas, contudo, o VCO está atrasado na fase de 180º em relação à referência. Nesta situação

particular o sinal de saída Down do PFD é uma onda quadrada que leva a que a malha fique em

sincronismo.

Figura 2.3 – Saída do PFD com o VCO atrasado da referência de 180º (extraído de [4]).

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8

A Figura 2.4 mostra a saída do PFD quando o sinal de referência tem uma frequência superior

à do sinal de saída do VCO. Nesta condição, não são gerados pulsos na saída Down do PFD, sendo

estes gerados na saída Up até que a frequência do sinal de saída do VCO seja igual à do sinal de

referência. Na Figura 2.5 encontra-se representada a situação contrária, em que a frequência do sinal

de saída do VCO é maior que a do sinal de referência, sendo gerados pulsos na saída Down do PFD

para baixar a frequência de saída do VCO até que esta seja igual à do sinal de referência. De notar

que em qualquer das situações apresentadas as saídas do PFD só mudam de estado nos flancos

ascendentes dos sinais de entrada, confirmando o facto de o CPLL ser insensível ao duty-cycle dos

sinais que processa [4].

Figura 2.4 – Saída do PFD com a frequência da referência maior (extraído de [4]).

Figura 2.5 – Saída do PFD com a frequência do VCO maior (extraído de [4]).

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9

Resumindo o funcionamento do CPLL, o PFD tem três estados e gera dois sinais, Up e Down,

que dependem da diferença entre os instantes de tempo dos flancos ascendentes do sinal de

referência e do sinal de saída do divisor de frequência. O CP converte os pulsos digitais numa tensão

de controlo analógica através do filtro de malha. O filtro de malha consiste na série da resistência R1

com o condensador C1, em paralelo com o condensador C2, como representado na Figura 2.1. As

fontes de corrente do CP juntamente com o condensador C1 formam um integrador na malha, e a

resistência introduz um zero para aumentar a margem de fase e assim melhorar a resposta transitória

do CPLL [2]. Contudo, a resistência origina um ripple de valor ICP.R1 na tensão de controlo do VCO no

início de cada pulso de saída do PFD, e outro de igual valor mas em sentido oposto no final do pulso

[5]. Este ripple modula a frequência do VCO, causando um jitter excessivo no seu sinal de saída,

podendo inclusive causar a perda de sincronismo do CPLL, devido à limitada gama do VCO. Para

eliminar este ripple é adicionado o condensador C2. Este condensador C2 introduz mais um pólo na

malha aumentando a ordem do sistema para três. Normalmente, C2 é projectado para ter um valor de

C1/10, para que o seu efeito no comportamento dinâmico do sistema seja desprezável [4].

Na prática o CPLL sofre de várias não idealidades, que se fazem notar essencialmente pelo

aumento do jitter no seu sinal de saída. O jitter pode ser de natureza aleatória, e.g., devido a ruído

térmico presente nos vários blocos do CPLL, ou pode obdecer a um padrão, e.g., devido à existência

de correntes de fuga no filtro de malha do CPLL. Neste trabalho são focadas as não idealidades que

provocam este último tipo de jitter, devido à sua maior contribuição para os impactos observados.

Existem vários exemplos de não idealidades que provocam jitter padrão na saída do CPLL.

Numa implementação baseada em transístores CMOS, os transístores das fontes de corrente do CP

sofrem do efeito de modelação de canal, resultando correntes do CP que dependem da tensão de

controlo do VCO, contudo existem várias técnicas que mitigam este efeito, como por exemplo, a

utilização de um filtro de malha activo [6]. O já também referido mismatch entre as fontes de corrente

do CP, também pode ser reduzido usando fontes de corrente com polarização replicada [7] e [8].

Uma outra não idealidade que com a aumento de resolução da tecnologia de fabricação tem

ganho relevância é o aumento das correntes de fuga, nomeadamente nos condensadores do filtro de

malha quando este é integrado ou nos díodos de protecção quando o filtro é discreto, como referido

no capítulo anterior. Esta não idealidade aumenta substancialmente o jitter do sinal de saída do

CPLL, e principalmente, impossibilita o CPLL de manter sua fase e frequência durante a ausência do

sinal de referência HSYNC, que como já foi dito é de extrema importância no caso de aplicações de

vídeo, como é o caso. Não havendo na literatura nenhuma técnica que mitigue este efeito, e sendo

nas tecnologias CMOS de maior resolução o jitter essencialmente dominado pelas correntes de fuga,

é o objectivo deste trabalho projectar um circuito que reduza ou mitigue este efeito.

2.2. Análise da Estabilidade no Domínio Contínuo

A malha de realimentação negativa força o erro de fase/frequência entre os dois sinais

presentes à entrada do PFD a ser nulo. Como qualquer outro sistema realimentado, o CPLL tem que

ter, para além de outros parâmetros, uma Margem de Fase (MF) suficiente para garantir a sua

estabilidade. No projecto de um novo sistema de geração do relógio de pixel, é essencial conhecer as

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10

características do CPLL implementado no AFE para que o novo sistema em projecto tenha

características semelhantes. Estas características são obtidas através de uma análise de estabilidade

onde se calculam parâmetros como o factor de amortecimento, a sobrelevação ou a margem de fase

do sistema.

Para realizar a referida análise de estabilidade são necessários os valores numéricos dos

componentes que constituem o actual CPLL implementado. Como existem várias configurações do

AFE de acordo com a frequência temporal e resolução espacial das imagens utilizadas, como

indicado na Tabela 1.1, e dado que a gama de frequências de saída da característica do VCO é

limitada, a implementação do CPLL para as diferentes configurações é conseguida com várias

combinações de características do VCO e do valor de corrente do CP. Mais concretamente, através

de registos internos do AFE é possível obter quatro características diferentes para o VCO utilizado, e

oito valores diferentes para a corrente do CP. Os diferentes valores para o ganho do VCO de acordo

com o estado dos respectivos registos internos estão indicados na Tabela 2.1, e para a corrente do

CP estão indicados na Tabela 2.2.

Tabela 2.1 – Características do VCO de acordo com o estado do seu registo de configuração interno,

quando a sua tensão de entrada varia entre 0,7V e 0,5V.

Registo Interno

Freq. de Saída [MHz] Ganho [MHz/V]

00 20,63 – 44,29 118,30 01 34,92 – 72,41 187.45 10 82,51 – 177,04 472.63 11 139,60 – 289,20 748.00

Tabela 2.2 – Corrente do CP de acordo com o estado do seu registo de configuração interno.

Registo Interno

Corrente [µA]

000 50 001 75 010 100 011 125 100 150 101 175 110 200 111 225

A necessidade de utilização das quatro características do VCO e dos diferentes factores

multiplicativos do CPLL, obriga a ter outro parâmetro variável na malha de forma a compensar as

alterações nos ganhos de malha impostos pelas várias configurações. Justifica-se assim o facto de o

CP poder ter diferentes valores de corrente entre as várias configurações.

O único bloco cujos parâmetros não variam entre as várias configurações é o filtro de malha.

Os valores utilizados no CPLL para os condensadores e resistência estão indicados em (2.1). Os

valores dos principais parâmetros dos restantes blocos estão indicados na Tabela 2.3.

Na subsecção seguinte é feita apenas a análise da estabilidade da primeira configuração

indicada na Tabela 2.3, dado que não é razoável efectuá-la para todas as configurações. Contudo

são apresentados todos os resultados aplicando a mesma análise.

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11

2

1R 1.5k

1C 0.1 FC 0.01 F

= μ

= μ

Ω (2.1)

=

Tabela 2.3 – Configuração do VCO e do CP para as várias resoluções standard, no CPLL.

Hpixs* Vpixs

Freq. Imagem [Hz]

Freq. Linha [kHz]

Freq. Pixel [MHz] N Ganho

do VCO Corrente

do CP

640*480 60 31,5 25,175 799 00 001 72 37,7 31,5 836 00 001 75 37,5 31,5 840 00 001

800*600

56 31,5 36 1143 00 010 60 37,9 40 1055 01 001 72 48,1 50 1040 01 001 75 46,9 49,5 1055 01 001

1024*768 60 48,4 65 1343 01 010 70 56,5 75 1327 10 000 75 60 78,75 1313 10 000

1280*1024 60 64 108 1688 10 000 75 80 135 1688 10 000 85 91,1 157,5 1729 11 000

1600*1200

60 75 162 2160 11 000 65 81,3 175,5 2153 11 000 70 87,5 189 2160 11 000 75 93,8 202,5 2159 11 000

2.2.1. Modelo Linearizado de Pequenas Variações de Sinal

O CPLL é um sistema não linear, principalmente quando não está em sincronismo. Para

realizar uma análise linear deste sistema, onde se podem definir funções de transferência dos vários

blocos envolvidos, é necessário considerar que o CPLL está a operar perto da zona de sincronismo.

Independentemente desta simplificação, uma análise do CPLL no domínio contínuo pode ainda

envolver um considerável erro no estudo da estabilidade do sistema, devido à natureza discreta do

PFD. Contudo, se a largura de banda do CPLL for igual ou inferior a 1/10 da frequência do sinal de

referência, o estudo no domínio contínuo é bastante aceitável [2], [5] e [9]. Nas subsecções seguintes

prova-se que a largura de banda do CPLL respeita a condição enunciada, pelo que, a realização de

uma análise contínua do sistema é admissível.

Quando o CPLL está perto da zona de sincronismo, a sua resposta dinâmica em fase e em

frequência ao sinal de entrada HSYNC pode ser avaliada pelo modelo incremental representado na

Figura 2.6, desde que as variações dos sinais sejam lentas e pequenas em torno do ponto de

funcionamento estático do CPLL. Neste modelo, Ωi(s) representa a transformada de Laplace do sinal

de referência HSYNC, Ωo(s) a transformada de Laplace do sinal relógio de saída, CLKOUT, e

similarmente para os restantes símbolos.

As funções de transferência do VCO e do divisor de frequência (DOWN-SCALER), são

Kv[rad.s-1.V-1] e Kn=1/N, respectivamente. De notar que, devido a apenas se estar a modelar

variações em relação ao ponto de funcionamento estático do CPLL, o termo referente à frequência de

oscilação livre do VCO é negligenciado da sua função de transferência (FT) por ser um parâmetro

estático. Os blocos integradores traduzem o facto de a fase instantânea de um sinal ser o integral da

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12

sua frequência instantânea, que aplicando a transformada de Laplace resulta na equação (2.2).

( ) ( )ss

Φ = (2.2)

VCO

vK

LOOP-FILTER

( )Z sf

PD

pK∑

Integrator1s

DOWN-SCALER

nK

Integrator

1s

( )oΩ s

( )fΩ s

( )fΦ s

-

+( )iΦ s( )iΩ s ( )eΦ s ( )dI s ( )lpV s

Figura 2.6 – Modelo Incremental do CPLL.

Considerando a frequência do sinal de entrada do CPLL, ωi[rad/s], o seu período tem o valor

Ti=2π/ωi[s]. Por cada um destes períodos, quando o CPLL ainda está a atingir o sincronismo, existe

um pulso numa das saídas do PFD com a duração tp[s] indicada em (2.3), onde θe=θi-θf[rad] é o erro

de fase entre os dois sinais presentes à entrada do PFD [5].

[ ]ep

i

s (2.3)

Neste intervalo de tempo o CP encarrega-se de injectar ou retirar carga do filtro de malha

passivo através de um pulso de corrente em cada ciclo do sinal de entrada, conduzindo a uma

corrente de erro média iD transferida entre o CP e o filtro, indicada em (2.4), por cada período do sinal

de entrada. ICP representa o valor de corrente das fontes de corrente do CP.

[ ]D CP pi

1i I tT

= ⋅ ⋅ A (2.4)

O bloco PD (Phase Detector, da literatura anglo-saxónica) indicado na Figura 2.6 representa o

PFD conjuntamente com o CP. Substituindo Ti e tp em (2.4), e aplicando a transformada de Laplace,

obtém-se o ganho do bloco PD indicado em (2.5).

( )( ) [d CP

pe

I s IK

Φ s 2π= = ]A rad (2.5)

A FT, Zf(s), do filtro de malha passivo pode ser derivada através de uma análise linear. De

acordo com o esquema eléctrico da Figura 2.7, a FT calcula-se como indicado em (2.6). Após

algumas manipulações matemáticas, obtém-se a FT de segunda ordem do filtro de malha indicada

em (2.7). O condensador adicional, C2, responsável pela eliminação do ripple da tensão de controlo

do VCO, introduz um pólo adicional à frequência -ωpf na FT em malha aberta do CPLL, e a resistência

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13

R1 introduz um zero à frequência -ωzf.

1R

1C 2C

( )1Z s ( )2Z s( )dI s ( )lpV s

Figura 2.7 – Esquema eléctrico do filtro de malha.

( ) ( )( )

LPf 1

D 1

V s 1 1Z s R / /I s sC sC

⎛ ⎞= = +⎜ ⎟

⎝ ⎠ 2

(2.6)

( ) ( )zf 1 2

f LP LP zf pf2 1 1 1pf

s 1 1Z s K ; K , , C R C R Cs s

+ ω += ⋅ = ω = ω =

+ ω 1 2

C CC

(2.7)

2.2.2. Função de Transferência em Malha Aberta

Através de (2.2), facilmente se conclui que as FTs do sistema com entrada e saída, ambas, em

frequência ou em fase são idênticas (2.8). Este facto permite simplificar o diagrama de blocos do

modelo linear do CPLL apresentado na Figura 2.6 para a forma canónica de um sistema

realimentado, indicado na Figura 2.8, facilitando a sua análise.

( )( )

( )( )

( )( )

o o o

i i i

s s ss s s

Ω Φ ⋅ Φ= =

Ω Φ ⋅ Φ

ss

(2.8)

É sabido da teoria da realimentação que através da FT em malha aberta de um sistema

realimentado, é possível estudar o seu comportamento em malha fechada através de técnicas de

Root-locus ou de Bode. A FT em malha aberta de um sistema realimentado, quando representado na

sua forma canónica, é definida como sendo o produto das FTs dos blocos (sistemas) da malha de

acção, G(s), com os da malha de realimentação H(s). Para o caso do CPLL em análise, a FT em

malha aberta obtida está indicada em (2.9).

Substituindo as FTs do divisor de frequência (Kn), do detector de fase PD (2.5), e do filtro de

malha (2.7) em (2.9), resulta a FT em malha aberta do CPLL indicada em (2.10). Devido a esta conter

um pólo duplo na origem, o sistema é denominado como sendo do Tipo 2 [10], o que significa que o

CPLL, teoricamente, responde a escalões de fase e frequência do sinal de entrada com um erro de

fase (θe) nulo em regime estático.

( ) ( ) ( )fp v n

Z sG s H s K K K

s= (2.9)

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14

( ) ( ) ( )CP v zf

22 pf

I K s ωG s H s

2πC N s s ω+

=+

(2.10)

∑−

+( )iΦ s ( )eΦ s ( )oΦ s

( )fΦ s

( )dI s ( )lpV s( )pK s ( )fZ s vK

s

nK

( )H s

( )G s

PD LOOP-FILTER VCO

DOWN-SCALER

Figura 2.8 – Modelo incremental na forma canónica do CPLL.

Através do script M-File1 apresentado no Anexo A, implementado no programa de cálculo

MATLAB da MathWorks, é possível analisar facilmente a estabilidade do CPLL, assim como, obter o

valor aproximado dos parâmetros que caracterizam a sua resposta transitória. Os dados indicados no

script são referentes à primeira configuração do AFE indicada na Tabela 2.3.

O diagrama de Bode da FT em malha aberta do CPLL (2.10), obtido para a referida

configuração, está representado na Figura 2.9, donde se conclui que a MF do CPLL é de 55.1º, que é

bastante admissível, pois na prática é usual o projecto de sistemas realimentados com MFs entre os

45º e os 60º. Sendo este CPLL um sistema de terceira ordem, devido à existência de três pólos na

sua malha, é um sistema potencialmente instável. É visível através do diagrama da Figura 2.9 que o

zero introduzido na malha pela resistência R1 permite um avanço de fase na zona de frequências

onde a amplitude do ganho de malha aberta é unitário, por forma obter a MF pretendida.

Na Figura 2.10 está representado o Root-locus do CPLL, obtido através da FT (2.10). O Root-

locus é um diagrama que indica a variação da localização dos pólos de malha fechada de um sistema

realimentado com a variação do valor do seu ganho de malha, Ko, que está indicado em (2.11), para o

caso do CPLL. Assim, quer através do diagrama de Bode, quer através do Root-locus, é possível

verificar que, devido à localização do zero introduzido por R1, o CPLL é incondicionalmente estável,

pois num caso a fase da FT nunca é menor que -180º, e no outro, todos os ramos estão localizados

no semi-plano complexo esquerdo, para qualquer valor de Ko.

É ainda possível através do Root-locus, confirmar a localização do zero e dos pólos do filtro de

malha passivo, no local onde o ganho de malha é nulo. Estes estão calculados numericamente em

(2.12) e (2.13), respectivamente, onde são utilizados os valores dos componentes do filtro indicados

em (2.1).

1 O programa MATLAB possui a sua própria linguagem de programação. Aos ficheiros que contêm instruções em linguagem MATLAB é comum denominá-los de M-File.

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15

[CP vo

2

I KK r

2 C N= =

π]ad s (2.11)

3zf

1 1

1 6.66(7) 10 rad sR C

ω = = × (2.12)

( ) 31 2pf

1 1 2

C C73.33 3 10 rad s

R C C+

ω = = × (2.13)

Figura 2.9 – Diagrama de Bode da FT em malha aberta do CPLL, referente à 1ª configuração.

Figura 2.10 – Root-locus do CPLL, referente à 1ª configuração.

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16

Segundo a mesma análise da FT em malha aberta para as restantes configurações do AFE,

obtém-se as MFs indicadas na Tabela 2.4, onde se observa que têm todas valores muito

semelhantes, apesar de utilizarem factores multiplicativos e ganhos do VCO muito díspares. Facto

que se justifica pelos diferentes valores de corrente do CP definidos para cada configuração.

Tabela 2.4 – Margens de Fase do CPLL para as várias configurações do AFE.

Hpixs* Vpixs

Freq. Imagem [Hz] N Ganho

do VCO Corrente

do CP MFs

640*480 60 799 00 001 55,1 72 836 00 001 54,7 75 840 00 001 54,7

800*600

56 1143 00 010 54,5 60 1055 01 001 56,1 72 1040 01 001 56,1 75 1055 01 001 56,1

1024*768 60 1343 01 010 56,2 70 1327 10 000 56,4 75 1313 10 000 56,3

1280*1024 60 1688 10 000 56,2 75 1688 10 000 56,2 85 1729 11 000 55,6

1600*1200

60 2160 11 000 56,4 65 2153 11 000 56,4 70 2160 11 000 56,4 75 2159 11 000 56,4

2.2.3. Função de Transferência em Malha Fechada

Da teoria de sistemas realimentados, a FT em malha fechada do CPLL é obtida a partir do

modelo linear da Figura 2.8, como indicado em (2.14).

( )( )

( )( ) ( )

( )( )

p v fo K K Z ss G sΦ

i p v n fs 1 G s H s s K K K Z s= =

Φ + + (2.14)

Realizando as mesmas substituições feitas em (2.10) obtém-se a função de transferência em

malha fechada de terceira ordem do CPLL indicada em (2.15). Esta tem a mesma forma que a obtida

para um PLL de terceira ordem convencional [2], resultado da consideração de valores médios

aquando do cálculo da função de transferência do PD (2.4).

A partir do script apresentado no Anexo A, obtém-se o mapa de pólos e zeros da FT (2.15)

representado na Figura 2.11. Este mapa é um caso particular do Root-locus da Figura 2.10 para o

ganho de malha do CPLL indicado em (2.16), obtido a partir dos valores dos parâmetros de malha da

primeira configuração da Tabela 2.3.

( )( )

o CP v zf

3 2 CP v CP v zfi 2pf

2 2

Φ s I K s ωI K I K ωΦ s 2πC s ω s s

2πC N 2πC N

+=

+ + + (2.15)

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9CP vo

2

I KK 176.7 10

2πC N= = × rad s

2n

(2.16)

Já foi referido anteriormente que a introdução do condensador C2 no filtro de malha leva à

introdução de um pólo na malha a mais altas frequências, e que este não interfere significativamente

no regime transitório do CPLL. Através do mapa de pólos e zeros, esta afirmação pode ser

comprovada, dado que o módulo do pólo a mais altas frequências (55.8×103 rad/s), introduzido por

C2, é cerca de seis vezes maior que o módulo da parte real dos pólos complexos conjugados

(8.76×103 rad/s). Desta forma, o sistema pode ser aproximado a um sistema de segunda ordem,

sendo o seu regime transitório principalmente caracterizado pelos pólos complexos conjugados.

Neste contexto, o pólo a altas frequências é denominado por pólo não dominante e os pólos

complexos conjugados por pólos dominantes2.

Figura 2.11 – Mapa de pólos e zeros em malha fechada do CPLL, referente à 1ª configuração.

O denominador da FT em malha fechada de um sistema de segunda ordem tem tipicamente a

forma indicada em (2.17), onde ζ representa o factor de amortecimento e ωn a sua frequência natural.

O valor destes parâmetros define o comportamento dinâmico de um sistema de segunda ordem. Para

o caso do CPLL em estudo, e considerando a aproximação do sistema de segunda ordem, através da

informação indicada no mapa da Figura 2.11 sobre os pólos complexos conjugados, obtém-se o valor

dos parâmetros indicados em (2.18).

2ns 2 s+ ζω + ω (2.17)

3n0.761 e 11.5 10 rad sζ = ω = × (2.18)

2 Segundo os autores de [11] e [12], é possível desprezar o pólo não dominante quando o módulo deste é pelo menos cinco vezes maior que o módulo da parte real dos pólos dominantes.

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18

Como referido, estes parâmetros permitem calcular aproximadamente as principais

características da resposta transitória do CPLL. Uma delas é a sobrelevação, S, que é a relação

percentual entre o valor final e o máximo da resposta do sistema a um desvio instantâneo na fase do

sinal de entrada. Este valor está calculado em (2.19), conforme descrito em [12]. De notar que o valor

de sobrelevação calculado pelo programa MATLAB é idêntico ao calculado através de (2.19).

[ ]21S % 100 e 2.51%

⎛ ⎞ζπ⎜ ⎟−⎜ ⎟−ζ⎝ ⎠= × ≅ (2.19)

A largura de banda (LB) é também um parâmetro importante no comportamento e

caracterização de um sistema realimentado como o CPLL. Esta é definida como a frequência para a

qual o ganho em malha fechada do sistema decai 3dB em relação ao ganho de baixas frequências.

Através da amplitude da resposta em frequência do CPLL em malha fechada representada na

Figura 2.12 (obtida através do script localizado no Anexo A), observa-se que a sua largura de banda

vale cerca de 4kHz, que é cerca de 1/8 da frequência do sinal de entrada HSYNC considerado.

Assim, justifica-se a validade da análise realizada no domínio contínuo, para esta configuração, dado

que este resultado está perto da condição de a largura de banda do CPLL ser menor ou igual que

1/10 da frequência do sinal de entrada. Na Tabela 2.5 encontram-se as LBs das restantes

configurações do AFE e as respectivas relações entre a frequência do sinal de sincronismo horizontal

e a LB, que validam as MFs indicadas na Tabela 2.4.

Figura 2.12 – Amplitude da resposta em frequência do CPLL, referente à 1ª configuração.

De [13, Cap. 2] a LB de um sistema genérico de segunda ordem é dado por (2.20).

Substituindo os parâmetros indicados em (2.18) em (2.20), obtém-se o valor teórico de 4kHz para a

LB do CPLL, que é exactamente o valor obtido por simulação (Figura 2.12), confirmando que a

aproximação do CPLL de terceira ordem a um sistema de segunda ordem é válida.

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( )1

222 1n

2ªordemω

LB 1 2ζ 1 2ζ 1 s2π

−⎛ ⎞ ⎡ ⎤= + + + +⎜ ⎟ ⎣ ⎦⎝ ⎠ (2.20)

O ganho estático de 58.1dB observado na Figura 2.12, resulta de na FT em malha fechada do

CPLL, obtida em (2.15), substituir s=jω=0, como indicado em (2.21). O que faz todo o sentido, pois

quando o CPLL está em sincronismo, multiplica a frequência de um sinal presente na sua entrada por

N, se as variações de frequência forem lentas comparadas com a largura de banda do CPLL.

( )( ) ( ) ( )o

i

Φ 020log 20log N 20log 799 58.05dB

Φ 0⎛ ⎞

= = ≅⎜ ⎟⎜ ⎟⎝ ⎠

(2.21)

Tabela 2.5 – Largura de Banda do CPLL para as várias configurações do AFE.

Hpixs* Vpixs

Freq. Imagem [Hz]

Freq. Linha [kHz]

Freq. Pixel [MHz]

LB (kHz)

Freq. HSYNC / LB

640*480 60 31,5 25,175 4 8 72 37,7 31,5 3,8 9.8 75 37,5 31,5 3,8 9.8

800*600

56 31,5 36 3,8 8.4 60 37,9 40 4,7 8 72 48,1 50 4,8 10.1 75 46,9 49,5 4,7 9.9

1024*768 60 48,4 65 4,9 9.8 70 56,5 75 6,2 9.2 75 60 78,75 6,2 9.6

1280*1024 60 64 108 4,9 13 75 80 135 4,9 16.2 85 91,1 157,5 7,4 12.4

1600*1200

60 75 162 6,0 12.5 65 81,3 175,5 6,0 13.5 70 87,5 189 6,0 14.6 75 93,8 202,5 6,0 15.6

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3. Capítulo 3Equation Chapter (Next) Section 1

3. Modelação do Sistema e suas Não Idealidades

O CPLL é um dispositivo de sinais de modo misto (sinais digitais e analógicos), não existindo

uma teoria geral de fácil aplicabilidade que descreva a dinâmica da sua resposta não linear quando

não está em sincronismo. O modelo de análise contínuo utilizado no capítulo anterior não considera

as não linearidades aliadas à natureza discreta do PFD, e as descontinuidades dos sinais digitais.

Estas descontinuidades podem ser consideradas por modelos lineares discretos, que assumem que

os pulsos de saída do PFD são impulsos discretos, sendo esta aproximação inadmissível quando o

CPLL está longe da zona de sincronismo. Assim, estes modelos lineares são somente válidos perto

da zona de sincronismo e não conseguem representar correctamente o comportamento transitório do

CPLL, sendo úteis apenas para análise e projecto do seu comportamento estático.

Dada a dificuldade de encontrar modelos teóricos que descrevam o regime transitório e as não

idealidades do CPLL, recorre-se à modelação comportamental do sistema, que consiste em modelar

a funcionalidade, incluindo as principais não idealidades, de cada um dos blocos constituintes do

sistema. As principais vantagens na simulação de modelos comportamentais em relação à simulação

de modelos ao nível do circuito eléctrico são o menor tempo de simulação e a possibilidade de

visualização individualizada do efeito de cada uma das não idealidades do CPLL. Desta forma, não

perdendo fiabilidade nos resultados obtidos, é possível simular e dimensionar o CPLL mais rápida e

facilmente, ignorando detalhes físicos irrelevantes dos dispositivos electrónicos, nesta fase do

projecto.

Um modelo que permite simular o comportamento do CPLL com relativa precisão, pode ser

obtido através do Simulink3. Este modelo é mais complexo que os modelos lineares referidos, pois

considera os principais comportamentos não lineares do CPLL, como o estado de não sincronismo,

as limitações físicas dos valores de tensão nos principais nós do CPLL, ou a saturação4 do VCO, sem

efectuar nenhuma aproximação de ordem comportamental.

Nas secções seguintes descrevem-se as características modeladas de cada bloco do CPLL e

apresentam-se os seus modelos implementados no Simulink. No final, é apresentado o modelo do

CPLL, constituído pela interligação de todos os seus blocos e são realizadas simulações de modo a

observar o funcionamento e impacto das não idealidades no sistema. Os valores dos parâmetros dos

vários blocos estão indicados no script M-File presente no Anexo B.

3 O Simulink é um pacote de software que permite modelar, simular, e analisar sistemas dinâmicos. Suporta sistemas lineares e não lineares, modelados em tempo contínuo, discreto, ou de modo misto. Este pacote é desenvolvido pela MathWorks e funciona com o MATLAB. 4 A característica do VCO é linear apenas num determinado intervalo de valores de frequência de saída. Quando o VCO está a operar fora na zona linear, é dito que este está na zona de saturação.

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22

3.1. Modelação dos Blocos Básicos

Nas subsecções seguintes são modelados os cincos blocos do CPLL, bem como as suas não

idealidades. É dada especial atenção à modelação das correntes de fuga e mismatch entre os

dispositivos.

3.1.1. Detector de Fase e Frequência

O modelo comportamental do PFD implementado está representado na Figura 3.1. Este é

bastante semelhante ao seu esquema eléctrico representado na Figura 2.2. A porta lógica AND é

trocada por uma NAND devido ao reset dos flip-flops (FFs) existentes nas bibliotecas do Simulink ser

activo no nível lógico Low. O bloco básico Transport Delay modela o atraso entre a geração do sinal

de reset e a sua actuação nos FFs, de forma a garantir uma largura mínima dos pulsos à saída do

PFD, para eliminar o efeito de Zona Morta da sua característica. Neste caso é modelado com um

atraso de tmin=0.5ns, conforme indicado no script presente no Anexo B. Os blocos switch nas saídas

do PFD são actuados pelo sinal de controlo reset, activo a High, que tem a funcionalidade de manter

as saídas do PFD no nível lógico Low independentemente das suas entradas. Assim, consegue-se

simular a ausência do sinal de sincronismo HSYNC durante o seu back-tracing vertical, activando o

sinal de reset do PFD que fará com que, em condições ideais, o CPLL seja capaz de manter a

frequência do sinal de relógio na sua saída.

2D

1U

TransportDelay

Terminator1

Terminator

Switch1

Switch

NAND

LogicalOperator

D

CLK

!CLR

Q

!Q

D Flip-Flop1

D

CLK

!CLR

Q

!Q

D Flip-Flop

0

Constant2

1

Constant1

1

Constant

3 reset

2V

1R

Figura 3.1 – Modelo comportamental do PFD.

Na Figura 3.2 estão indicados os sinais de saída do modelo PFD da Figura 3.1, quando o CPLL

está em sincronismo. Observa-se nesta situação que os sinais de saída do PFD são idênticos e que

são gerados pulsos de largura mínima, à frequência do sinal de referência de 31.5 kHz.

Sendo o PFD de natureza puramente digital, o seu modelo comportamental é muito idêntico ao

ideal, pelo que, para os objectivos deste trabalho não existem não idealidades relevantes a

considerar neste bloco.

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23

Figura 3.2 – Saídas do modelo Simulink do PFD quando o CPLL está em sincronismo.

3.1.2. Filtro de Malha

Como já foi referido, o contínuo desenvolvimento de processos de fabricação CMOS

(Complementary Metal Oxide Semiconductor, da literatura anglo-saxónica) mais rápidos leva a que o

comprimento do canal dos transístores fique mais pequeno e que a espessura do dieléctrico da porta

diminua. Devido a esta diminuição, nos processos de fabricação actuais, os valores das correntes de

fuga por efeito de túnel e das correntes parasitas dos transístores, são comparáveis em determinadas

condições de funcionamento aos valores das correntes de operação do CPLL.

No CPLL em questão, o filtro de malha é externo, verificando-se as correntes de fuga pelos

díodos de protecção conforme indicado na Figura 1.2. Mas existem PLLs com a mesma topologia que

utilizam o filtro de malha integrado, onde os valores dos condensadores são muito menores para

possibilitar a sua integração, sendo estes implementados recorrendo às várias camadas de metal, à

camada de poly5, e ao canal de um transístor da tecnologia CMOS em questão, para que a sua área

de implantação seja aceitável6. Com a utilização da camada de poly e de um canal consegue-se uma

significativa redução da área de implantação dos condensadores, mas as suas correntes de fuga

aumentam consideravelmente, atingindo valores máximos de cerca de 1% da corrente do CP [1].

Assim, quer o CPLL utilize um filtro externo ou integrado, a sua funcionalidade é afectada por

correntes de fuga no nó de controlo da frequência do VCO. Este facto provoca um deslocamento

constante na fase do sinal de realimentação, o que faz com que em estado de sincronismo, o sinal de

controlo do VCO sofra um aumento significativo de ripple, dado que o CP está constantemente a

fornecer pulsos de corrente para compensar as correntes de fuga.

5 Da literatura anglo-saxónica, é a abreviatura de polysilicon que constitui uma camada do processo de fabrico de circuitos integrados CMOS. 6 Mesmo com este tipo de implementação, a área de implantação dos condensadores do filtro de malha é normalmente cerca de 75% da área total de implantação de um CPLL [1].

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24

Na Figura 3.3 estão representados os sinais de entrada, clkin e feedback, os sinais de saída,

up e dwn, do PFD e o sinal de controlo do VCO, Vloop, num CPLL em sincronismo que é afectado

por correntes de fuga no filtro de malha. É visível o erro de fase constante entre os dois sinais de

entrada do PFD, e as variações que este provoca no sinal de controlo do VCO, onde o aumento da

sua amplitude é devido ao aumento de carga no filtro causado pelo pulso de corrente do CP, e a

diminuição da amplitude é devida ao escoamento de carga durante o restante tempo do ciclo do sinal

de entrada causada pela existência das correntes de fuga no filtro, quando o CP não fornece

corrente. De notar que o PFD consegue compensar os efeitos das correntes de fuga, mantendo o

valor médio do sinal de controlo do VCO, e consequentemente o valor médio da frequência do sinal

de saída no valor pretendido, mas com um aumento considerável de jitter que se pretende diminuir ou

eliminar.

Figura 3.3 – Impacto das correntes de fuga no regime estático do CPLL (extraído de [1]).

As correntes de fuga no filtro de malha são, em primeira aproximação, proporcionais ao

tamanho dos transístores/condensadores com fuga e à queda de tensão entre os seus terminais,

podendo ser modeladas por uma fonte de corrente controlada por tensão. De forma a simplificar a

modelação desta não idealidade e dado que se está interessado no funcionamento do CPLL em

sincronismo, onde o valor da tensão de controlo do VCO é praticamente constante, as correntes de

fuga podem ser modeladas por fontes de corrente ideais.

Na Figura 3.4 estão representados vários modelos eléctricos do filtro de malha segundo a

aproximação referida. Nas Figuras 3.4 (a) e (b) estão representados os filtros de malha externos,

onde o valor das fontes de corrente pode ser negativo ou positivo, e representa a diferença entre as

correntes de fuga dos díodos de protecção representados na Figura 1.2. Nas Figuras 3.4 (c) e (d)

estão representados os modelos para os filtros de malha integrados, onde existem duas fontes de

corrente para modelar as correntes de fuga de cada condensador. Neste último caso, o valor das

fontes de corrente é sempre positivo, pois as correntes de fuga através dos condensadores fluem do

terminal com maior potencial para o de menor.

Em qualquer dos quatro casos da Figura 3.4 as correntes de fuga são vistas como um meio de

escoamento ou de injecção de cargas no filtro de malha, e portanto quando o CPLL está em

sincronismo, podem ser modeladas por uma única fonte de corrente ideal em que o sentido da

corrente pode ser um qualquer. Assim, o modelo do filtro da Figura 3.4 (a) pode ser utilizado para

modelar qualquer um dos quatro filtros, concluindo que o novo sistema de recuperação de vídeo em

projecto deverá solucionar o impacto das correntes de fuga em CPLLs com filtro de malha passivo

externo ou integrado.

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25

Sendo a medição do valor das correntes de fuga difícil, utiliza-se como referência 1% da

corrente máxima do CP [1]. Desta forma, é originada a especificação do valor máximo de correntes

de fuga que o novo sistema em projecto tem de compensar. Este está indicado em (3.1).

MAX

leakI 2,5 A≅ μ (3.1)

Di

leakI

LPv

1R

1C2C1V

2I1I

(a) Filtro externo a GND.

Di

leakI

LPv

1R

1C2C

AVDDAVDDAVDD

(b) Filtro externo a VDD.

Di LPv

1R

1C2C

leak0,9 I×leak0,1 I×

(c) Filtro integrado a GND.

leak0,1 I×

leak0,9 I×

Di LPv

1R

1C2C

AVDDAVDDAVDD

(d) Filtro integrado a VDD.

Figura 3.4 – Modelos eléctricos dos filtros de malha, externo e integrado, com correntes de fuga.

O modelo Simulink implementado, obtido a partir do modelo eléctrico do filtro passivo da Figura

3.4 (a) está representado na Figura 3.5. O modelo dos condensadores do filtro é obtido através da

equação (3.2), em que a variável de entrada é a corrente através do condensador, iCi, e a de saída a

diferença de potencial aos seus terminais, vCi. Assim, o modelo dos condensadores é composto pela

série de um bloco de ganho 1/Ci com um bloco integrador, identificados facilmente na Figura 3.5,

onde as saídas dos condensadores C2 e C1 estão identificadas pelo sinal Vlp e V1, respectivamente. A

saída dos blocos integradores está limitada à tensão de alimentação do CPLL que é de 1,2V, para a

tecnologia em questão, modelando a limitação física de que qualquer nó do CPLL não pode tomar

valores de tensão superiores aos de alimentação.

( ) ( ) ( )i i i

tTL

C C ci i0

1v t i τ dτ V s IC s

= ⎯⎯→ =∫ ic1C

(3.2)

Nos blocos somadores 2 e 3 é obtida a corrente que atravessa o condensador C2, sendo

calculada subtraindo da corrente de entrada do filtro, iD, a corrente de fuga do filtro,

leakage_loop_filter, e a corrente que percorre o ramo de R1 e C1, que é obtida conforme (3.3). No

bloco somador 1 é obtida a corrente que atravessa o condensador C1 (3.3) para posteriormente

através do modelo do condensador C2 obter a tensão V1. As equações que regem este modelo estão

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26

indicadas em (3.4) e (3.5)

[ ]lp 1 lp 11

1 1 1

V V V VI

R R R−

= = − A (3.3)

dvlp/dt

dv1/dt

1

23

V1I1

I2

1Vlp

1s

Integrator1

1s

Integrator

1/resistor

Gain6

1/bigcap

Gain5

1/resistor

Gain4

1/smallcap

Gain

leakage_loop_fil ter

Constant

1Id

Figura 3.5 – Modelo comportamental do filtro de malha passivo.

[ ]lp 1lp d leak

2 1 1

V V1V I I sC R R

⎡ ⎤⎛ ⎞= − − −⎢ ⎜ ⎟

⎢ ⎥⎝ ⎠⎣ ⎦V⎥ (3.4)

[ ]lp 11

1 1

V V1V sC1 R R

⎛ ⎞= −⎜ ⎟

⎝ ⎠V (3.5)

3.1.3. Charge-Pump

O modelo comportamental do CP está representado na Figura 3.6. Os blocos de ganho

modelam a fonte e o poço de corrente. Quando as respectivas entradas, up e dw, estão no nível

lógico Low as suas contribuições para a corrente de saída do CP são nulas. Quando as referidas

entradas estão no nível lógico High, o bloco de ganho superior adiciona o seu valor à saída do

modelo, modelando a fonte de corrente, e o bloco de ganho inferior subtrai o seu valor à saída,

modelando o poço de corrente. O valor dos dois blocos de ganho é diferente para modelar o

mismatch do CP. O valor assumido para o mismatch entre a fonte e o poço de corrente é de 2% em

relação ao valor de corrente nominal do CP, ICP.

De forma a considerar outra não idealidade do CP, é adicionado ao modelo o bloco Constant,

que modela as correntes de fuga do CP, que são consideradas de valor constante. Na prática estas

correntes de fuga são dependentes dos valores de tensão nos nós internos do esquema eléctrico do

CP, mas como a ordem de grandeza das correstes de fuga do CP é muito menor que a das correntes

de fuga no filtro de malha, estas podem ser consideradas constantes. O valor total considerado para

as correntes de fuga do CP é de 0,01% do valor nominal das suas fontes de corrente.

É possível modelar outro tipo de não idealidades do CP, como o tempo de subida e descida

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27

dos pulsos de saída, o facto de os valores da fonte e do poço de corrente serem dependentes de

valores de tensão, ou o efeito de feed-through, que consiste na existência de componentes de alta

frequência dos sinais de entrada na saída do CP. Mas o aumento da complexidade e o consequente

aumento do tempo de simulação do modelo considerando todas estas não idealidades, não se

justifica dado que o que se pretende observar a este nível de simulação é o efeito das correntes de

fuga do filtro passivo no funcionamento do CPLL.

1iout

Icp*(1-mismatch*0.005)

Gain1

Icp*(1+mismatch*0.005)

Gain

leakage

Constant

2dw

1up

Figura 3.6 – Modelo comportamental do CP.

3.1.4. Oscilador Controlado por Tensão

Um VCO ideal tem uma relação linear entre a sua tensão de entrada e frequência de saída,

com um espectro de saída puro. No modelo comportamental do VCO implementado, representado na

Figura 3.7 é modelada, na zona linear, a característica (3.6) onde vcntl é a tensão de controlo, f0 é a

frequência de oscilação livre, fout é a frequência do sinal de saída, Kv o ganho do VCO e VCM é o valor

de tensão na entrada do VCO que corresponde à frequência de oscilação livre na sua saída, que

neste caso é de 0,6V. Para modelar o limitado intervalo de operação linear do VCO é adicionado o

bloco de saturação, que limita o valor da frequência de saída do VCO a ±50% da sua frequência de

oscilação livre.

( )[ ]out 0 v cntl CMf f K v V Hz= + − (3.6)

2phase

1fout

Sat

1s

Integrator

1/(2*pi)

Gain3

2*pi*Kv

Gain1

2*pi*Kvdd

Gain

V0 Constant1

2*pi*f0 Constant

2vdd

1vcntl

Figura 3.7 – Modelo comportamental do VCO.

Para além da entrada de controlo vcntl, o modelo do VCO tem outra entrada em tensão, VDD,

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28

que representa a tensão de alimentação, e permite modelar os desvios da frequência do sinal de

saída devidos ao seu valor através do ganho Kvdd.

Conforme referido em (2.2), a saída em fase do VCO (phase) é o integral da sua frequência de

saída. No modelo do VCO implementado, é a saída com o valor da fase que é utilizada para a

realimentação do CPLL, por razões de facilidade de implementação do divisor de frequência como se

verá na subsecção seguinte.

O VCO também tem correntes de fuga, havendo técnicas conhecidas na literatura que mitigam

o seu efeito [1], pelo que não são contabilizadas no modelo da Figura 3.7.

3.1.5. Divisor de Frequência

O modelo comportamental do divisor de frequência implementado, está representado na Figura

3.8. Este é na verdade um divisor e conversor de fase em frequência, que recebe na sua entrada,

phase_in, o valor da fase do sinal de saída do VCO e gera um sinal com uma frequência de valor 1/N

vezes o valor da frequência do sinal de saída do CPLL, que é utilizado pelo PFD como sinal de

realimentação.

O princípio de funcionamento do modelo, consiste em gerar um pulso na sua saída com a

duração de um time-step do algoritmo de resolução utilizado pelo Simulink, por cada variação da fase

na sua entrada de 2πN [rad]. Sendo a duração de um time-step variável e muito menor que a de um

ciclo do sinal de entrada do CPLL, o sinal de realimentação do modelo tem um duty-cycle variável e

extremamente pequeno, o que é irrelevante, pois o PFD só é sensível aos flancos ascendentes dos

sinais na sua entrada.

1fref_out

Switch

Relay

Memory

2*pi*N Constant

1phase_in

Figura 3.8 – Modelo comportamental do divisor de frequência.

O elemento de memória do modelo, que no princípio da simulação tem o valor zero acumulado,

permanece assim até que o Switch seleccione a sua entrada superior, que faz com que o elemento

de memória acumule o actual valor de fase presente na entrada do modelo. O bloco somador é o

responsável por detectar as variações de 2πN [rad] do sinal de entrada, sendo a sua saída negativa

para variações menores que o referido valor e positiva no caso contrário. O bloco Relay gera na sua

saída um sinal digital, que toma o valor lógico Low quando a sua entrada é negativa e High quando a

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29

sua entrada é nula ou positiva. Desta forma, quando a saída do bloco Relay atinge o estado lógico

High faz com que o bloco de memória guarde o último valor do sinal de entrada do modelo que gerou

o último flanco ascendente na sua saída do divisor, actuando através do Switch, resultando à saída

do modelo da Figura 3.8, um pulso por cada variação de 2πN [rad] do sinal de entrada.

Com o objectivo de ilustrar o funcionamento dos modelos do VCO e do Divisor de Frequência,

aplicou-se um sinal de controlo na entrada do VCO de modo a que este apresentasse à sua saída a

frequência do sinal de pixel da primeira configuração, sendo a saída em fase do VCO ligada à

entrada do Divisor de Frequência. O resultado da simulação da série dos dois modelos está

representada na Figura 3.9, onde se observa o valor da frequência de saída do VCO,

fout=25.1685MHz, e o sinal gerado à saída do Divisor de Frequência, que consiste em curtos pulsos

separados no tempo de 31.746µs, resultando numa frequência de 31.5kHz que é 1/N vezes menor

que a frequência de saída do VCO, quando se configura o factor multiplicativo do CPLL para o valor

de N=799 no Divisor de Frequência como indicado na Tabela 1.1, para a primeira configuração do

AFE.

Figura 3.9 – Simulação dos modelos Simulink do Down-Scaler e do VCO.

3.2. Visualização dos Efeitos das Não Idealidades

O modelo comportamental Simulink do CPLL está representado na Figura 3.10. Este é

constituído pelos modelos comportamentais dos blocos básicos descritos na secção anterior, que

neste contexto são denominados de subsistemas e cujas interligações reflectem a topologia do CPLL

apresentada na Figura 2.1. Existem algumas diferenças entre o modelo e a topologia do CPLL,

devido à forma como é implementado o modelo do Down-Scaler e à necessidade de desligar o PFD

para simular a ausência do sinal de sincronismo horizontal, HSYNC. Assim, o sinal de realimentação

é em fase e não em frequência, e a entrada digital coast do modelo permite manter a frequência de

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30

saída do CPLL, quando activa no nível lógico High.

Os valores dos parâmetros do modelo do CPLL utilizados para a sua simulação estão

indicados no script localizado no Anexo B, com o qual é possível simular todas as configurações do

AFE. No entanto, na discussão que se segue é apenas referida a primeira configuração indicada na

Tabela 1.1.

Com este modelo é possível eliminar todas ou algumas das não idealidades do sistema

implementadas, possibilitando a observação do impacto das várias não idealidades isoladamente,

que são geralmente sinónimo de um aumento de jitter no sinal de saída do CPLL.

up

dw

id vlp1

fout

Vlim

vdd

v cntl

v dd

f out

phase

VCO

R

V

reset

U

D

PDF

Id Vlp

Loop-fil ter

phase_inf ref _out

Down-scaler

up

dw

iout

CP

2coast

1fref

Figura 3.10 – Modelo comportamental do CPLL.

A resposta temporal representada na Figura 3.11, é obtida eliminando todas as não idealidades

do CPLL e aplicando à sua entrada um sinal digital cuja frequência no instante inicial é de 21.5kHz

que, depois de atingido o sincronismo, é alterada instantaneamente para 31.5kHz, a frequência de

sincronismo horizontal da primeira configuração do AFE, gerando uma alteração na frequência do

sinal de saída de cerca de 8MHz. Na Figura 3.11 é ainda possível observar o sinal de controlo do

VCO, que segue o mesmo andamento da frequência do sinal de saída.

Após a mudança instantânea da frequência do sinal de referência, o CPLL fica dessincronizado

e entra em regime dinâmico, tendo uma resposta típica de um sistema de segunda ordem como se

tinha previsto através do Mapa de pólos e zeros do CPLL da Figura 2.11. Durante o regime dinâmico,

quando o CPLL recupera do erro de fase e frequência existente, observa-se que as curvas

representadas na Figura 3.11 são formadas por vários níveis discretos na amplitude, denotando a

natureza discreta do CPLL. No regime estático, devido à inexistência de não idealidades, os sinais de

referência e de realimentação têm exactamente a mesma fase e frequência, não existindo qualquer

actuação do CP na carga do filtro de malha, mantendo inalterável a frequência de saída do CPLL,

como se observa.

Na Figura 3.12 encontra-se o andamento da frequência do sinal de saída do CPLL no estado

de sincronismo, com e sem correntes de fuga no filtro de malha. Nesta simulação não foram

consideradas quaisquer outras não idealidades, com o objectivo de visualizar o impacto que as

correntes de fuga no filtro de malha têm no funcionamento do CPLL. Devido ao erro de fase

constante, de ciclo para ciclo, entre o sinal de referência e o de realimentação, observa-se que o

andamento da frequência do sinal de saída é semelhante ao andamento da tensão de controlo do

VCO apresentado na Figura 3.3, devido às mesmas razões. Com o valor máximo das correntes de

fuga consideradas no filtro (cerca de 1% da corrente máxima do CP, ou seja, 2,5µA), obtém-se um

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31

valor de cerca de 201ps de jitter RMS, e 1401ps de jitter pico-a-pico no sinal de saída do CPLL, como

indicado na Figura 3.12.

Figura 3.11 – Resposta do modelo comportamental do CPLL ideal a um escalão na entrada.

Figura 3.12 – Jitter do CPLL com e sem correntes de fuga no filtro de malha.

O valor exacto do jitter considerando as não idealidades não é relevante, dado que este valor

depende do valor exacto das correntes de fuga, que por sua vez dependem da tecnologia de

implementação, mas sim a sua ordem de grandeza que é consideravelmente maior que a do jitter

causado somente pela existência de mismatch e de correntes de fuga no CP, como se pode observar

na Figura 3.13, onde o jitter RMS assume o valor de cerca de 1.57ps, e o jitter pico-a-pico de 4.45ps.

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32

Figura 3.13 – Jitter do CPLL com e sem mismatch e correntes de fuga no CP.

Dado o significativo impacto que as correntes de fuga têm no funcionamento do sistema, face

às restantes não idealidades, é prevalente encontrar uma solução que no mínimo atenue o seu efeito

para valores comparáveis ao efeito das restantes não idealidades do sistema.

A medida do jitter RMS é obtido conforme indicado em (3.7), onde freal e fideal representam a

frequência do sinal de saída do CPLL com e sem não idealidades, respectivamente. O jitter pico-a-

pico é obtido como indicado em (3.8), onde fmax e fmin representam a frequência máxima e mínima,

respectivamente, do sinal de saída do CPLL considerando as não idealidades.

( )2RMS RMS real

RMS ideal

1 1jitter [s] onde f ff f

= − = (3.7)

pico a picomax min

1 1jitterf f− − = − (3.8)

Na Figura 3.14 encontra-se o andamento da frequência do sinal de saída do CPLL quando se

desactiva o PFD durante 400µs para simular o tempo de back-tracing vertical do sinal de referência

HSYNC. No modelo desta simulação são consideradas as correntes de fuga no filtro de malha e no

CP, assim como o mismatch do CP.

Na simulação é aplicado um sinal de entrada no CPLL com uma frequência de 31,5kHz de

modo a obter uma frequência do sinal de saída de 25,1685MHz. Quando o CPLL atinge o

sincronismo é desligado o PFD com o objectivo de manter a frequência de saída inalterada, mas

devido às correntes de fuga na malha, a frequência de saída diminui bastante, podendo mesmo o

CPLL perder o sincronismo. Quando se volta a ligar o PFD, o CPLL entra novamente em regime

dinâmico demorando algum tempo até atingir de novo o estado de sincronismo, o que é um problema

para além do jitter em regime estático, porque não é gerada a frequência correcta de amostragem

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para os ADCs do AFE durante a conversão dos primeiros pixels de cada imagem.

No próximo capítulo é projectado um sistema baseado no CPLL apresentado, que atenua os

impactos negativos observados nas Figuras 3.12 e 3.14.

Figura 3.14 – Frequência de saída do CPLL quando se desliga o PFD.

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4. Capítulo 4Equation Chapter (Next) Section 1

4. Projecto e Modelação do Sistema de Compensação

Nos capítulos anteriores analisou-se e simulou-se um CPLL que não cumpre as suas

especificações devido às não idealidades existentes na sua malha de acção, sendo as correntes de

fuga no filtro passivo as principais causadoras do não cumprimento das especificações, pelo que é

necessário projectar um novo sistema imune a este tipo de não idealidades.

Quando é referido um novo sistema, este pode ser baseado na arquitectura do CPLL existente

ou numa arquitectura totalmente nova, como por exemplo, um PLL completamente digital (ADPLL –

All-Digital Phase-Locked Loop, da literatura anglo-saxónica). Sendo que a primeira hipótese é mais

vantajosa, pois permite aproveitar o layout existente do CPLL, reduzindo o tempo de projecto do novo

sistema de compensação.

Os autores de [14] a [16] apresentam soluções de PLLs que permitem solucionar o efeito das

não idealidades indicadas. Estas baseiam-se em arquitecturas quase completamente digitais, que

utilizam um CPLL idêntico ao analisado, mas com especificações menos agressivas que permitem

facilmente a sua implementação em circuito integrado. Contudo, para além da entrada do sinal de

referência, este tipo de PLLs requer uma entrada adicional de relógio para o seu funcionamento7, que

aliado ao facto de ser necessária uma implementação de raiz torna esta alternativa secundária.

As restantes soluções são analógicas e têm a vantagem de se basearem na arquitectura do

CPLL já implementada. Uma destas possibilidades é a utilização de um filtro de malha externo com

valores dos condensadores maiores, que faz com que a percentagem de carga perdida devido às

correntes de fuga seja menor. No entanto, esta possibilidade tem as desvantagens de só se aplicar a

filtros de malha externos, e de não eliminar os impactos negativos das não idealidades, apenas os

atenua, sendo a sua atenuação proporcional ao valor dos condensadores utilizados, podendo assim,

os condensadores atingirem valores exagerados.

Outra possibilidade é a implementação de uma malha de compensação que permita medir

indirectamente as correntes de fuga da malha de acção principal, e que consiga injectar nos nós

eléctricos com fuga o valor da carga escoada. Esta possibilidade, apesar de exigir um maior esforço

de análise e implementação da malha de compensação, é a mais eficaz, pois é aplicável a CPLLs

com filtros de malha externos ou integrados, e permite não só atenuar os efeitos das correntes de

fuga do filtro de malha como as do CP e do VCO. Por esta razão, opta-se pelo dimensionamento e

implementação de uma malha de compensação baseada na arquitectura do CPLL já existente.

7 O PLL apresentado por L.Xiu [16] requer como entrada um sinal de relógio com uma frequência fixa, para que a partir dele o Flying-adder possa gerar sinais de várias frequências, o que obrigaria à introdução de um oscilador de cristal fora do circuito integrado do AFE.

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36

Na secção seguinte apresenta-se a arquitectura e o princípio de funcionamento da malha de

compensação, que numa secção posterior é dimensionada tendo em conta a estabilidade do CPLL

compensado (CCPLL – Compensated Charge-Pump Phase-Locked Loop, da literatura anglo-

saxónica). Nas últimas duas secções é modelado e simulado o CCPLL de forma a validar ao nível

comportamental o dimensionamento efectuado.

4.1. Arquitectura e Princípio de Funcionamento

Foi visto através da Figura 3.12 que o valor médio da frequência do sinal de saída do CPLL

quando está em sincronismo, considerando as não idealidades, é igual ao valor da frequência do

sinal de saída do VCO desejado. O que significa que o valor médio da carga injectada no filtro

passivo por acção do CP é igual ao valor médio da carga perdida devido ao efeito das correntes de

fuga da malha principal. A Figura 4.1 ilustra esta situação, onde se considera por simplicidade que as

correntes de fuga são constantes, que é uma aproximação bastante admissível quando o CPLL está

em sincronismo. No gráfico apresentado, Ileak representa as correntes de fuga do filtro, do CP e do

VCO, tp e Ti, representam a duração do pulso de saída do CP e de um ciclo do sinal de referência,

respectivamente, e Qcp e Qleak, representam a quantidade de carga transferida do CP para o filtro e a

perdida devido às correntes de fuga, respectivamente.

CPI

0Time (sec)

Current (A)

leakI

CPQ

leakQpt iT

Figura 4.1 – Equilíbrio de cargas no filtro de malha do CPLL em sincronismo.

Como existe um equilíbrio de cargas quando o CPLL está em sincronismo, pode-se igualar as

áreas dos rectângulos representados na Figura 4.1, obtendo a equação (4.1). Substituindo (2.3) em

(4.1) obtém-se a equação (4.2), que para além de indicar que o erro de fase é proporcional às

correntes de fuga, como já havia sido referido, também permite concluir qual a constante de

proporcionalidade entre as duas grandezas, que é ICP/2π[A/rad], que é nem mais nem menos que o

ganho do detector de fase deduzido em (2.5).

Uma solução para a diminuição do jitter que surge naturalmente observando a equação (4.2), é

a de projectar um mecanismo que permita obter uma corrente cujo valor seja igual ao valor total das

correntes de fuga, a partir do erro de fase existente, e injectá-la no nó do filtro de malha passivo, para

repor a carga perdida. Este mecanismo consiste numa nova malha (malha de compensação) que é

constituída por um segundo CP, um condensador e um amplificador operacional de transcondutância

(OTA, Operational Transcondutance Amplifier, da literatura anglo-saxónica). O novo sistema global

resultante está representado na Figura 4.2, onde as siglas “CL” e “ML” em subscrito derivam da

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37

literatura anglo-saxónica e têm o significado de Compensation-Loop e Main-Loop, respectivamente.

[ ]leak CP p i1I I t ω A

2π= (4.1)

[ ]CPleak e

II θ A

2π= (4.2)

1R

LOOP-FILTERVCO

CLKOUTHSYNC

DOWN-SCALER

1N

LPv

Vfeed

CLPFDR

CLCCLG

REPv

Ci

COMPENSATION LOOP

CLCP

CLUp

CLDown

compCPI

compCPI

3S

4SV

U

D

MLPFDR

V

U

D

Up

Down

MLCP

CPI

CPI

1S

2S

1C 2C

CMV

OTA

Figura 4.2 – Topologia do CPLL com a malha de compensação de jitter.

O detector de fase e frequência representado na malha de compensação, PFDCL, na prática é o

mesmo da malha principal, PFDML, sendo na topologia da Figura 4.2 representado como um bloco

diferente por facilidade de análise. O detector de fase e frequência, em conjunto com o novo Charge-

Pump, CPCL, medem o erro de fase existente, gerando na saída do CPCL um pulso de corrente por

cada ciclo do sinal de referência com uma duração proporcional às correntes de fuga, fazendo com

que o seu valor médio seja uma réplica do valor das correntes de fuga totais. À saída do CPCL está

um condensador de pequena capacidade, de forma a que seja possível a sua implementação em

circuito integrado apenas com camadas de metal, para que as suas correntes de fuga sejam

desprezáveis. Este condensador processa os pulsos de corrente gerados pelo CPCL resultando aos

seus terminais uma diferença de potencial cujo valor em regime estático, vrep, é proporcional ao valor

das correntes de fuga. O OTA transforma o valor de tensão na sua entrada em corrente (iC) e injecta-

a na entrada do filtro de malha, de modo a que a sua “soma” com as correntes de fuga seja

aproximadamente nula em regime estático.

A nova malha adicionada consegue produzir na sua saída um valor de corrente praticamente

igual ao das correntes de fuga, devido ao seu princípio de funcionamento de realimentação negativa.

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Quando o valor das correntes de fuga aumenta, o erro de fase também aumenta, provocando um

aumento do valor da corrente de saída da malha de compensação, que compensa o aumento inicial

do valor das correntes de fuga, diminuindo o erro de fase até que este seja praticamente nulo. Desta

forma, não é necessário ter em conta a constante de proporcionalidade entre o erro de fase e o valor

das correntes de fuga, para gerar uma corrente com o mesmo valor das correntes de fuga.

As características e valores dos componentes da malha de compensação (CCL, GCL, etc.) são

dimensionados com o objectivo de optimizar o desempenho e estabilidade do CCPLL, tendo como

premissas que o valor da capacidade da malha de compensação, CCL, tem que ser relativamente

pequena para que as suas correntes de fuga sejam desprezáveis e para a sua fácil integração, e que

as correntes de fuga que o novo sistema deve compensar podem atingir valores extremos de ±2,5µA.

Tal como na malha principal, na malha de compensação também existem não idealidades,

entre elas as principais são, o mismatch do CPCP e a tensão de offset do amplificador. Como visto no

capítulo anterior, o efeito que o mismatch causa no jitter é insignificante quando comparado com o

efeito das correntes de fuga, pelo que esta não idealidade é tolerável. Em relação à tensão de offset

do amplificador, esta é compensada devido ao facto do amplificador se encontrar numa malha com

realimentação negativa, como se verá numa das simulações comportamentais apresentadas.

4.2. Dimensionamento

A introdução da malha de compensação na topologia do CPLL, altera a sua estabilidade. Assim

é necessário realizar o projecto do CCPLL recorrendo às mesmas técnicas utilizadas na realização da

análise do CPLL, mas agora numa perspectiva de projecto, com o objectivo de dimensionar os

parâmetros da malha de compensação.

Na subsecção seguinte é apresentado o modelo linear do CCPLL, assim como as funções de

transferência dos blocos constituintes da malha de compensação. De seguida, é feito o

dimensionamento do CCPLL no domínio contínuo através de técnicas de Root-locus e de Bode.

Posteriormente, na terceira subsecção, é analisado qual o impacto que a largura de banda limitada do

OTA, e dos pólos localizados em altas frequências na malha de compensação provocam na

estabilidade do CCPLL. Por último, confirma-se que o projecto no domínio contínuo é admissível

através da obtenção da largura de banda do CCPLL, para as várias configurações do AFE.

4.2.1. Modelo Linearizado de Pequenas Variações de Sinal

O modelo linear teórico do CCPLL válido apenas perto da zona de sincronismo está

representado na Figura 4.3. Este é formado pelo modelo linear do CPLL apresentado na Figura 2.8,

ao qual se adicionou a série de blocos correspondente ao funcionamento linear da malha de

compensação. De sublinhar tal como na análise realizada anteriormente do CPLL, que a análise

baseada no modelo contínuo da Figura 4.3 só é válida se a largura de banda do CCPLL for igual ou

inferior a 1/10 da frequência do sinal de referência.

O bloco PDCL representa o funcionamento linear conjunto do PFD e do CP da malha de

compensação. É definido, por simplicidade de análise, a relação (4.3) entre os valores de corrente

dos dois CPs, que permite obter a função de transferência do PDCL representada em (4.4), onde Kp foi

calculado em (2.5).

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39

CPcompCP

I= (4.3)

[pcompp

KK A

α= ]rad (4.4)

VCO

vKs

LOOP-FILTER

( )fZ s

MLPD

pK∑

DOWN-SCALER

nK

+( )iΦ s ( )dI s ( )lpV s

( )H s

CAPACITOR

( )CLCZ s

CLPD

comppK ( )comp

dI s

OTA

( )otaK s( )repV s

∑+

+

( )cI s

( )eΦ s

( )fΦ s

( )oΦ s

( )G s

Figura 4.3 – Modelo de incremental do CCPLL.

A FT do condensador da malha de compensação, CCL, é obtida facilmente através de uma

análise linear do seu funcionamento e está representada em (4.5).

A FT do OTA está representada em (4.6). Esta, bastante simplificada, tem em conta somente o

valor da transcondutância do amplificador, que é assumido ser constante para todas as frequências,

facilitando o dimensionamento do OTA. Posteriormente será também considerada a sua largura de

banda assim como os pólos em altas frequências inerentes a este tipo de dispositivos.

As FTs dos restantes blocos do modelo são as mesmas apresentadas no capítulo 2, dado que

estes blocos são os constituintes do CPLL estudado.

( ) [ ]CLC

CL

1Z s ΩsC

= (4.5)

( ) [ ]ota CLK s G S= (4.6)

4.2.2. Função de Transferência Simplificada em Malha Aberta

Através do diagrama de blocos do modelo linear da Figura 4.3, que está na forma canónica de

um sistema realimentado, obtém-se a FT em malha aberta do CCPLL indicada em (4.7).

Substituindo as FTs do divisor de frequência (Kn), dos detectores de fase (2.5) e (4.4), do filtro

de malha (2.7), do condensador da malha de compensação (4.5) e do amplificador de

transcondutância (4.6) em (4.7), resulta a FT em malha aberta do CCPLL indicada em (4.8), onde ωpf

e ωzf representam as frequências do pólo e zero introduzidos pelo filtro de malha, que se mantêm

inalteradas (2.7), e ωzc a frequência de um novo zero introduzido pela malha de compensação, que

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40

tem a expressão indicada em (4.9).

Comparando a FT em malha aberta do sistema compensado (4.8) com a do sistema não

compensado (2.10), observa-se que a expressão do ganho de malha é igual, e que a malha de

compensação insere mais um pólo na origem e um zero na malha de acção, sendo o CCPLL um

sistema de quarta ordem, e portanto condicionalmente estável.

( ) ( ) ( ) ( ) ( )CL

comp vp p C ota f

KG s H s K K Z s K s Z s K

s⎡ ⎤= +⎣ ⎦ n (4.7)

( ) ( ) ( )( )( )zf zcCP V

32 pf

s ω s ωI KG s H s

2πC N s s ω+ +

=+

(4.8)

[CLzc

CL

Gω rad s

αC= ] (4.9)

Como abordagem inicial ao dimensionamento do CCPLL, observando o diagrama de Bode da

Figura 2.9, é notório que o zero à frequência -ωzf provoca um avanço na fase que permite obter a MF

desejada para o sistema CPLL. Com o aparecimento de mais um pólo na origem, a fase para baixas

frequências passa a ser de -270º, pelo que o novo zero à frequência -ωzc terá que ser dimensionado

de forma a estar localizado numa frequência que permita eliminar o atraso de fase causado pelo

terceiro pólo na origem, ou seja, o valor de ωzc terá que ser da mesma ordem de grandeza que

ωzf=6,66(7)krad/s. Assim, dado que o objectivo intermédio do dimensionamento é o de conseguir um

valor de ωzc relativamente baixo, e sendo esta frequência definida por (4.9), há que considerar o valor

mínimo possível para a transcondutância do OTA, GCL, e os valores máximos admissíveis para a

relação entre as correntes dos dois CPs, α, e para o condensador da malha de compensação, CCL. Para a obtenção do valor mínimo da transcondutância do OTA, há que ter em atenção os

valores máximos da excursão do sinal de entrada e da corrente de saída do OTA. Dado que o sinal

de entrada do OTA é simultaneamente o sinal de saída do CP de compensação, a sua excursão está

limitada pela manutenção dos transístores das fontes de corrente do CP na zona de saturação, sendo

esta de ±100mV em torno de VCM. Em relação à corrente máxima de saída do OTA, esta é definida

pelos valores extremos das correntes de fuga, que são de ±2,5µA. De forma a ter uma margem de

segurança assume-se os valores extremos da corrente de saída do OTA de ±3µA, que considerando

os extremos do seu sinal de entrada, resulta no valor mínimo de transcondutância do OTA indicado

em (4.10).

O valor máximo admissível da relação entre as correntes dos CPs, está limitado pelo menor

valor de corrente no CP de compensação. Sendo o menor valor de corrente no CP da malha principal

de 50µA, conforme indicado na Tabela 2.2, considera-se o menor valor de corrente no CP da malha

de compensação de 0,5µA, no que resulta o valor máximo indicado em (4.11) para a relação entre os

valores de corrente dos dois CPs.

O valor máximo admissível para a capacidade da malha de compensação esta indicado em

(4.12). Este valor é obtido, implementando na tecnologia CMOS utilizada, um condensador com seis

níveis de metal dos oito disponíveis, ocupando uma área máxima de cerca de 20% do CPLL.

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41

cminCL

rep

IG 3

V0 S= = μ (4.10)

(4.11)

F (4.12)

é possível ver o atraso que o

novo pólo na origem provoca na fase a baixas frequências no CCPLL.

max 100α =

maxCLC 60p=

Utilizando os valores de (4.10) a (4.12), a frequência do zero introduzido pela malha de

compensação tem o valor indicado em (4.13). Através do script M-File apresentado no Anexo C, e

utilizando os valores referidos, obtém-se os diagramas de Bode em fase e em amplitude das FTs em

malha aberta do CPLL e do CCPLL representados na Figura 4.4, onde

3zcω 5 10 rad s− = − × (4.13)

34º, é

ecessário alterar os parâmetros do filtro de malha para obter uma MF semelhante à do CPLL.

Figura 4.4 – Diagrama de Bode da FT em L com MF insuficiente, referente à 1ª configuração do AFE.

Através da Figura 4.4 observa-se que a MF do CCPLL é de 38,6º, que é significativamente

menor que a MF do CPLL. Assim, dado que não é possível diminuir mais a frequência do zero

introduzido pela malha de compensação e que o pico de fase da FT do CCPLL é de -1

n

malha aberta do CCPL

Com o objectivo de aumentar a MF do sistema compensado, são alterados os parâmetros do

filtro de malha. A ideia é a de afastar o pólo introduzido pelo filtro, ωpf, do zero ωzf, também

introduzido pelo filtro, para que a influência do zero ωzf no avanço de fase da FT seja maior. Para

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42

2, e aumentado o valor

do con

fácil de o fazer, aumentando ou diminuindo o valor das fontes de corrente

do CP

para

57,6º,

mento da largura de

banda do CCPLL, cujo assunto será abordado numa das subsecções seguintes.

isso, e com o auxílio das expressões de ωzf e ωpf indicadas em (4.14), que aqui se repetem por

simplicidade, são diminuídos os valores da resistência R1 e do condensador C

densador C1, para que a frequência de ωzf diminua e a de ωpf aumente.

O valor do ganho de malha também é alterado de forma a maximizar a MF do CCPLL, tendo

em conta a sua largura de banda, para que a análise da estabilidade no domínio contínuo continue

válida, sendo a forma mais

da malha principal.

Com estas alterações, no filtro de malha e no CP da malha principal, cujos novos valores estão

indicados em (4.15), obtém-se o novo diagrama de Bode do CCPLL representado na Figura 4.5, para

a primeira configuração do AFE, onde se observa que a MF do sistema compensado aumentou

sendo agora muito próxima da MF do CPLL que é de 55,1º, como indicado na Tabela 2.4.

É ainda visível, através das respostas em amplitude representadas na Figura 4.5, o aumento

do ganho de malha do CCPLL em relação ao do sistema não compensado, que traz a vantagem de

causar um aumento da MF, mas também poderá ter efeitos negativos como o au

1 2zf pf

1 1 1 1 2

C C1 , R C R C C

+ω = ω = (4.14)

1 1

1 1

1 1

CP CP

C 0,1 F C 0,5 F

R 1,5k R 1k

C 0,01 F C 0,008 F

I 75 A I 100 A

= μ ⎯⎯→ = μ

= Ω ⎯⎯→ = Ω

= μ ⎯⎯→ = μ

= μ ⎯⎯→ = μ

(4.15)

Figura 4.5 – Diagrama de Bode da FT em malha aberta do CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE.

Através do Root-locus representado na Figura 4.6 é possível observar localização dos pólos e

zeros do sistema compensado em malha fechada. Em comparação com o Root-locus do CPLL

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43

malha

ão foi dimensionada para que os seus

efeitos

objectivo

afasta os referidos pólos do eixo imaginário, melhorando assim a estabilidade do sistema.

representado na Figura 2.10, observa-se o aumento de frequência do pólo introduzido pelo filtro de

, ωpf, e a diminuição da frequência do zero introduzido pelo mesmo filtro, ωzf, como é suposto.

Os ramos dos dois Root-locus referidos são semelhantes, diferindo o facto de haver mais um

zero e um pólo na origem, no caso do CCPLL, cuja localizaç

se anulem mutuamente, aumentando assim a sua MF.

É ainda possível observar através da Figura 4.6 que o sistema é condicionalmente estável,

porque existem ramos do Root-locus que para pequenos valores do ganho de malha estão

localizados no semi-plano complexo direito. Na Figura 4.6 está ainda indicada a localização dos pólos

complexos conjugados do CCPLL em malha fechada, tendo em atenção o ganho de malha dado por

(4.16), percebendo-se também desta forma que o aumento do ganho de malha teve como

r

9CP vo

2

I KK 1.85 10

2πC N= ≅ × rad s (4.16)

Figura 4.6 – Root-locus da FT do CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE.

a original CPLL. As MFs

obtidas, de acordo com cada configuração, estão indicadas na Tabela 4.1.

4.2.3. Amplificador de Transcondutância com Largura de Banda Limitada

Dado que o filtro de malha é o mesmo para todas as configurações do AFE, é ajustado o ganho

de malha do CCPLL através do valor de corrente do CP da malha principal para as restantes

configurações, para que se obtenha MFs e LBs semelhantes à do sistem

Sabendo que na prática não existem amplificadores com largura de banda infinita, é o objectivo

desta subsecção verificar qual o efeito que a largura de banda finita do OTA provoca na estabilidade

do sistema dimensionado. Para isso, é reconsiderada FT do OTA para que tenha em conta a sua LB,

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44

OTA

está indicada em (4.17), onde ωpa1 representa a frequência do pólo que define a LB do OTA.

Tabe argens do CCPLL pa as õe FE.

Vpixs Imagem [Hz] do VCO C

do CP

não alterando o valor da transcondutância dimensionada para baixas frequências. A nova FT do

la 4.1 – M de Fase ra as vári

Ganho

configuraç

orrente

s do A

Hpixs* Freq. N MFs

640*480 60 799 00 010 57,6º 72 836 00 010 56,9º 75 840 00 010 56,8º

800*600

56 1143 00 011 55,4º 60 1055 01 001 55,9º 72 1040 01 010 60,3º 75 1055 01 010 60,1º

1024*768 60 1343 01 011 59,9º 70 1327 10 000 60,1º 75 1313 10 000 60,3º

1280*1024 60 1688 10 001 61,8º 75 1688 10 001 61,8º 85 1729 11 000 62,0º

1600*1200

60 2160 11 000 59,8º 65 2153 11 000 59,8º 70 2160 11 000 59,8º 75 2159 11 000 59,8º

( ) [ ]pa1ota CL

pa1

ωK s G S

s ω=

+ (4.17)

r, pelo que, é necessário perceber como é alterada a estabilidade do sistema

compe

o pela malha de compensação, ωzc, dimensionado na subsecção anterior, como

indicado em (4.21).

Repetindo as substituições realizadas na FT do CCPLL em (4.8), mas considerando a nova FT

do OTA, obtém-se a FT em malha aberta do CCPLL indicada em (4.18), onde ωz1 é dado pela

expressão (4.19), e ωz2 pela (4.20). Comparando as FTs (4.8) e (4.18), observa-se que a introdução

de um pólo em altas frequências na malha de compensação causa o aparecimento de mais um pólo e

um zero na FT em malha aberta do CCPLL, e altera a localização do zero que foi dimensionado na

subsecção anterio

nsado.

Uma vez que se deseja que a LB do OTA não influencie a estabilidade do CCPLL, é natural

impor que o zero de mais baixas frequências da FT (4.18), ωz1, se encontre na mesma localização

que o zero introduzid

( ) ( ) ( )( )( )( )( )

zf z1 z2CP v3

2 pf pa1

s ω s ω s ωI KG s H s

2πC N s s ω s ω+ + +

=+ +

(4.18)

[ ]CL pa12z1 pa1 pa1

CL

G ω1ω ω ω 4 ra2 αC

⎡= − −⎢ ⎥

⎢ ⎥⎣ ⎦d s

⎤ (4.19)

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45

[ ]CL pa12z2 pa1 pa1

CL

G ω1ω ω ω 4 rad s⎤

(4.20) 2 αC

⎡= + −⎢ ⎥

⎢ ⎥⎣ ⎦ 3

z1 zcω ω 5 10 rad s= = × (4.21)

Manipulando matematicamente a equação (4.19) obtém-se a equação (4.22), que assumindo

ωpa1>>ωz1 pode ser aproximada por (4.23) que é igual à expressão (4.9) que define o valor da

frequência do zero ωzc, dimensionado na subsecção anterior. Assim conclui-se que se a condição

(4.24) r satisfeita, a LB do OTA não altera a localização do zero ωzc dimensionado na subsecção

r.

fo

anterio

CL z1z1

CL pa1

G ωω 1

αC ω⎛ ⎞

= −⎜ ⎟⎜ ⎟⎠⎝

(4.22)

[CLz1

CL

Gω rad s

αC≅ ]

e o valor de ωz2 seja

aproxi

consid rando a condição mais restritiva entre (4.24) e (4.26). Sendo esta última a mais restritiva,

btém-se a LB mínima de 32kHz para o OTA, que permite mante

(4.23)

pa1 zcω 10ω 8kHz≥ ≅ (4.24)

Em relação ao zero de mais altas frequências ωz2, convêm que a sua localização seja perto do

pólo introduzido em ωpa1 para que os seus efeitos na amplitude e na fase da FT em malha aberta do

CCPLL se anulem. A partir de (4.20) e de (4.23) consegue-se qu

madamente igual ao de ωpa1 se a condição (4.25) for satisfeita, que tomando em consideração

o valor de ωz1 resulta o limite inferior para a LB do OTA indicada em (4.26).

Assim, é possível definir uma LB mínima para o amplificador de transcondutância,

e

o r as MFs indicadas na Tabela 4.1.

[ ]d s (4.25) CLpa1 z1

CL

Gω 4 4ω ra

αC≅

a MF se mantêm inalterada, e através

o Root-locus que os pólos em alta frequência na malha de compensação se traduzem em pólos e

eros praticamente à mesma frequência em malha fechada.

pa1 z1ω 40ω 32kHz≥ ≅ (4.26)

Na prática, devido à existência de capacidades parasitas, a malha de compensação tem pólos

indesejados a altas frequências (>>ωpa1). Depois da análise realizada, facilmente se conclui que cada

um desses pólos a altas frequências vai adicionar um pólo e um zero à mesma frequência na malha

principal, pelo que estes não alteram o comportamento do sistema em malha fechada. Com o

objectivo de demonstrar a afirmação anterior, através do script em Anexo C obtém-se o diagrama de

Bode representado na Figura 4.7 e o Root-locus da Figura 4.8, onde se consideram os pólos de alta

frequência indicados em (4.27) localizados na malha de compensação, onde ωpa1 representa a LB do

OTA. Através do diagrama de Bode é possível constatar que

d

z

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46

pa1 pa2ω 2π 100 krad s; ω 2π 1 Mrad s= × = × (4.27)

Figura 4.7 – Diagrama de Bode do CCPLL considerando a LB do OTA.

rando a LB do OTA.

, ωz1, ωz2 e ωpf estão indicadas em (4.29) por conveniência. De realçar o sistema

ser de quinta ordem e o seu ganho de baixas frequências ser igual ao do sistema inicial não

Figura 4.8 – Root-locus do CCPLL conside

4.2.4. Função de Transferência em Malha Fechada

Através do modelo linear da Figura 4.3 obtém-se a FT em malha fechada do CCPLL indicada

em (4.28), onde se considera a expressão (4.17) para a FT do OTA que tem em conta a LB deste. As

expressões de B, ωzf

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47

compensado CPLL.

( )( )

( )( ) ( )

( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )

o

i

zf z1 z25 4 3 2

pa1 pf pf pa1 zf z1 z2 zf z1 zf z2 z1 z2 zf z1 z2

Φ s G sΦ s 1 G s H s

B N s ω s ω s ωs ω ω s ω ω B s B ω ω ω s B ω ω ω ω ω ω s Bω ω ω

= =+

⋅ + + +=

+ + + + + + + + + + +

(4.28)

[ ] [ ]

[ ]

2CP v

2

1 2zf pf

1 1 1 1 2

CL pa12z1,z2 pa1 pa1

CL

ω ω ω 4 rad s2 αC

= ± −⎢ ⎥⎢ ⎥⎣ ⎦

Novamente com o auxílio do script em Anexo C e do programa de cálculo MATLAB obtém-se o

mapa de pólos e zeros da

I KB rad s

2πCC C1ω rad s ; ω rad s

R C R C C

G ω1

⎡ ⎤= ⎣ ⎦

+= =

⎡ ⎤

(4.29)

FT (4.28) que está representado na Figura 4.9, onde não se incluem o pólo

e o zero à frequência da largura de banda do OTA por facilidade de visualização dos pólos e zeros a

mais baixas frequências.

Fig

) é cerca de dezasseis vezes maior que o

módu

ura 4.9 – Pólos e zeros da FT em malha fechada do CCPLL, referente à 1ª configuração do AFE.

Comparando a localização dos pólos complexos conjugados presentes no mapa da Figura 4.9

com a sua localização prevista no Root-locus da Figura 4.6, confirma-se a correcta avaliação do

ganho de malha aberta em (4.16). É ainda possível afirmar através do referido Root-locus que o

CCPLL pode ser aproximado a um sistema de segunda ordem, pois o efeito do pólo real localizado

perto da origem (pólo não dominante) é anulado pelo zero mais próximo, e o módulo do pólo real

localizado a mais altas frequências (pólo não dominante

lo da parte real dos pólos complexos conjugados (pólos dominantes), não tendo assim, os pólos

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48

, justifica-se a validade do projecto da estabilidade do sistema no domínio contínuo, dado

ue a condição da LB do CCPLL ser igual ou inferior a 1/10 da frequência do sinal de referência é

Figura AFE.

.2 p on õ

Freq. Imagem [Hz] Lin Pix z] ( HSYNC / LB

não dominantes, efeito no regime transitório do sistema.

Na Figura 4.10 encontra-se a amplitude da resposta em frequência em malha fechada dos dois

sistemas estudados, onde se observa que a LB do sistema compensado é praticamente igual à do

sistema não compensado. Este facto deve-se ao ajuste do ganho de malha, através do valor de

corrente do CP da malha principal, para que a LB e MF dos dois sistemas ficassem semelhantes.

Desta forma

q

respeitada.

4.10 – Comparação da LB entre o CPLL e o CCPLL, referente à 1ª configuração do

Tabela 4 – Largura de Banda do CCPLL ara as várias c figuraç es do AFE.

Hpixs* Vpixs

Freq. ha [kHz]

Freq. el [MH

LB kHz)

Freq.

640*480 25,175 60 31,5 3,7 8,6

72 37,7 3 3

800*600

1,5 3,5 10,7 75 37,5 1,5 3,5 10,7 56 31,5 36 3,3 9,6 60 37,9 40 3,4 11,3 72 48,1

450 4,3 11,1

75 6,9 49,5 4,3 10,9

1024*768 60 48,4 65 4,2 11,5 70 5

1280*1024

6,5 75 4,3 13,2 75 60 78,75 4,3 13,8 60 64 108 5,0 12,8 75 80 135

1 5,0 16,0

85 60

91,1 75

57,5162

5,1 4,2

17,7 17,9

1600*1200 65 81,3 175,5 4,2 19,3 70 87,5 189 4,2 20,9 75 93,8 202,5 4,2 22,4

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49

m também as LBs e as suas relações

com a frequência do sinal de referência indicadas na Tabela 4.2, que confirmam a validade da análise

e proje

sação.

stes parâmetros em conjunto com os indicados na Tabela 4.1 definem os principais parâmetros do

sistema CCPLL, l deste.

Tabela 4.3 – Caracte nstituem o CCPLL.

Parâmetro

Como resultado dos ajustes efectuados no ganho de malha para as restantes configurações do

AFE, donde resultam as MFs indicadas na Tabela 4.1, resulta

cto efectuado para as restantes configurações do AFE.

Concluído o dimensionamento do sistema de compensação de jitter devido às correntes de

fuga existentes no filtro de malha, apresenta-se na Tabela 4.3 os valores dos parâmetros projectados

para os componentes do filtro de malha exterior e para os dispositivos da malha de compen

E

e são utilizados na subsecção seguinte na modelação comportamenta

rísticas dos dispositivos que co

Valor Observação R1 1kΩ Resistência do filtro de malha C1 C

0.5µF

Condensador do filtro de malha 2 ple do filtro de malha

minLB 32kHz Largura de banda mínima do OTA os CP

8nF60pF

Condensador para eliminação do ripCondensador da malha de compensaC

GCL CL ção

Transcondutância do OTA 30µS

ota

α 100 Relação entre os valores de corrente d

4.3. Modelação e Simulação do Sistema Dimensionado

Com o objectivo de visualizar o desempenho ao nível comportamental do sistema de

compensação projectado, é criado o modelo Simulink do CCPLL representado na Figura 4.11. Este é

constituído pelo modelo do sistema não compensado da Figura 3.10, ao qual são adicionados os

os da malha de compensação, a sombreado.

Figura 4.11 – Modelo comportamental do CCPLL.

bloc

up

dw

vrep

ic

up

dw

idvlp

1fout

Vlim

vdd

v cntl

v dd

f out

phase

VCO

R

V

reset

U

D

PDF

+

-

Iout

OTA with 3 Poles

Id Vlp

Loop-fi lter

phase_inf ref _out

up

dwiout

CPcl

I V

Capacitor Vcm

600mV

O modelo do Charge-Pump (CPcl) da malha de compensação é idêntico ao já descrito no

capítulo anterior, sendo considerado para o valor das fontes de corrente deste, uma corrente 100

vezes menor que a do CP da malha principal, conforme indicado na Tabela 4.3, e um mismatch entre

Down-scaler

up

dwiout

CP

1fref

2coast

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50

mportamental do sistema compensado CCPLL estão

indicado

Figura 4.12 – Modelo comportamental do OTA com três pólos.

4.4 – s parâmetros do mod OTA.

Parâmetro Valor

elas de 10%. O bloco Capacitor é simplesmente o modelo de um condensador, não considerando

quaisquer não idealidades, com o valor de 60pF. O modelo do OTA está representado na Figura 4.12,

onde se considera, para além do valor da sua transcondutância em baixas frequências (GCL), a sua

LB através de ωpa1, e várias não idealidades inerentes a este tipo de dispositivos. As não idealidades

consideradas são a tensão de offset na entrada, dois pólos parasitas de alta frequência e efeito de

saturação na saída do OTA, cujos valores estão indicados na Tabela 4.4. De referir que todos os

valores utilizados nas simulações do modelo co

s no script M-File incluído no Anexo B.

1Iout

wpa1*wpa2*wpa3

(s+wpa1)(s+wpa2)(s+wpa3)

Zero-PoleSubtract Saturation

Gcl

Gain

Voff

Constant

2V-

1V+

Tabela Valor do elo Simulink do

Observação GCL 30µS Transcondutância de baixas frequências ωpa1 2π× d/s

aturação

ωpa3 2π×10Mrad/s Segundo pólo parasita

100kra Largura de banda Voff 10mV Tensão de offset

±ISAT ±5µA Limites da corrente de sPrimeiro pólo parasita ωpa2 2π×1Mrad/s

Aplicando na entrada dos modelos do CPLL e do CCPLL um sinal de referência cuja frequência

no instante inicial é de 21,5kHz que, depois dos sistemas terem atingido o estado de sincronismo, é

alterada instantaneamente para 31,5kHz obtêm-se as respostas transitórias indicadas na Figura 4.13.

Estas são obtidas considerando as principais não idealidades dos modelos, ou seja, as correntes de

fuga do filtro de malha, que se considera terem um valor de 2,5µA, e o mismatch e as correntes de

fuga d

o PLL funciona sempre sincronizado, se não perder o sincronismo devido às não

idealid

os dois CPs.

É visível, através da Figura 4.13, que a sobrelevação da resposta transitória do CCPLL é maior

que a do CPLL, o que era previsível, dada a informação dos pólos complexos conjugados dos dois

sistemas indicada nos mapas de pólos e zeros da Figura 2.11 e da Figura 4.9, tendo em atenção que

ambos os sistemas podem ser aproximados a sistemas de 2ª ordem. Observa-se também que o

tempo de estabelecimento do CCPLL é maior, o que não é necessariamente uma desvantagem, pois

para aplicações de vídeo, uma vez ligado o aparelho onde o sistema de recuperação de sincronismo

está inserido

ades.

Nos dois gráficos inferiores da Figura 4.13 é possível ter a noção dos valores das grandezas

físicas presentes à entrada e saída do OTA durante o regime estático e dinâmico do CCPLL. O valor

da corrente de saída do OTA, quando o sistema está em sincronismo, é aproximadamente igual ao

valor total das correntes de fuga da malha principal (2,5µA), como desejado. Quando se dá a

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51

M, fazendo com que os transístores das fontes de corrente do CP funcionem na zona

de sat ção.

Figura 4.13 – Resposta transitória do modelo do CCPLL considerando não idealidades.

a sua frequência de saída se

mantê

jitter devido às correntes de fuga do filtro de

alha é atingido com a nova topologia dimensionada.

alteração instantânea na frequência do sinal de entrada, a corrente de saída do OTA atinge o valor

máximo da corrente de saturação do amplificador (5µA), o que não é preocupante, pois na fase de

reaquisição de sincronismo o sistema converge para os valores desejados. De salientar ainda que o

valor de tensão à saída do CP da malha de compensação, quando o sistema está em sincronismo é

próximo de VC

ura

Na Figura 4.14 encontram-se as resposta temporais dos sistemas não compensado e

compensado, em sincronismo e quando a malha de compensação já atingiu o regime estático,

considerando as correntes de fuga nos CPs e no filtro de malha, e o mismatch dos entre as fontes de

corrente dos CPs. O objectivo desta simulação é mostrar que à escala do jitter do sistema não

compensado, o sistema compensado é quase ideal uma vez que

m quase constante ao longo dos ciclos do sinal de referência.

Comparando os valores de jitter do sistema compensado com o do não compensado indicados

na Figura 4.14, concluí-se que a atenuação do primeiro em relação ao segundo é de cerca de 50

vezes, como calculado em (4.30). De notar que o valor do jitter obtido para o CCPLL é praticamente

igual ao do jitter do CPLL considerando somente não idealidades no CP, como indicado na Figura

3.13, pelo que o objectivo principal da eliminação do

m

CPLLRMSCCPLLRMS

jitter53,7

jitter= (4.30)

No gráfico da Figura 4.15, encontram-se os andamentos de frequência do sinal de saída do

CCPLL, e dos sinais de entrada e saída do OTA quando o sistema está em sincronismo. É possível

ver que devido às correntes de fuga e mismatch do CP da malha de compensação existe um ripple

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52

junto

com o m smatch do CP da malha principal responsáveis pelo jitter observado no sinal de saída.

Figura 4.14 – Jitter do CPLL e CCPLL considerando todas as não idealidades modeladas.

Figura 4.15 – CCPLL em sincronismo considerando todas as não idealidades modeladas.

inferior a 1mV no sinal de entrada do OTA, que origina uma pequena flutuação da sua corrente de

saída em torno do valor das correntes de fuga da malha principal. Sendo esta flutuação em con

i

Para além de solucionar o jitter devido às correntes de fuga existentes na malha principal, não

menos importante, é o objectivo de manter a frequência do sinal de saída do sistema quando se

desliga o PFD do sistema compensado. Na Figura 4.16 encontram-se os andamentos da frequência

dos sinais de saída do CPLL e do CCPLL quando se desactivam os PFDs dos respectivos modelos,

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53

ue o PLL do AFE não perde o sincronismo na ausência do sinal de sincronismo horizontal.

Figura 4.16 – Frequência de saída do CPLL e do CCPLL quando se desliga o PFD.

ção ao nível físico, o que é bastante vantajoso pois

permite a reutilização do layout já existente.

com o objectivo de simular o tempo de back-tracing vertical do sinal de referência HSYNC. Nos

modelos desta simulação são consideradas as correntes de fuga no filtro de malha e nos dois CPs,

assim como o mismatch destes últimos. Comparando o desempenho dos dois sistemas, é visível que

o sistema compensado consegue manter a frequência do relógio de saída, ainda que com um ligeiro

erro devido ao pequeno ripple da corrente de saída do OTA observado na Figura 4.15. Assim, com

este novo sistema não existe degradação da qualidade das primeiras linhas de cada imagem, dado

q

Concluí-se através de simulações dos modelos comportamentais do CCPLL que o sistema de

compensação cumpre as especificações para o qual foi projectado, tanto em relação à diminuição do

jitter como na manutenção da frequência de saída quando se desliga o PFD. Os objectivos são

atingidos, com cerca de mais 20% de ocupação de área de silício, um ligeiro aumento do tempo de

estabelecimento do PLL, e utilizando como parte integrante da nova topologia a já existente topologia

do sistema não compensado sem qualquer altera

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55

5. Capítulo 5Equation Chapter 5 Section 1

5. Implementação e Simulação Eléctrica dos Blocos Básicos Analógicos

Neste capítulo são dimensionados e simulados ao nível eléctrico os blocos constituintes da

malha de compensação, após a obtenção dos seus parâmetros no capítulo anteriore. Os referidos

blocos são o CP da malha de compensação e o OTA, que são implementados através dos modelos

dos dispositivos da tecnologia CMOS da UMC de 0,13µm.

O dimensionamento das topologias é realizado recorrendo a equações de operação dos

transístores aproximadas, e com base nos parâmetros dos seus modelos. Mesmo sabendo que esta

abordagem difere um pouco da realidade, é um princípio razoável de dimensionamento, que é

posteriormente complementada pela utilização da ferramenta de simulação ao nível eléctrico HSPICE

da Synopsys.

Dois parâmetros, que dependem da tecnologia, e que são utilizados para o cálculo das

dimensões dos transístores são a tensão de limiar destes (Vth), e a constante kP indicada em (5.1),

cujo valor depende da mobilidade dos portadores de carga, µn,p, e da capacidade por unidade de área

entre a porta e o canal dos transístores, Cox. Estes parâmetros podem depender, por sua vez, entre

outros factores, das condições de operação e das variações do processo de fabrico dos transístores.

Não sendo previsível na fase de dimensionamento em que condições os transístores funcionarão,

utilizam-se os valores para a tensão de limiar e kP obtidos por simulação indicados em (5.2) e (5.3),

respectivamente, para os transístores do tipo n e tipo p.

(5.1) n,pP n,pk = μ × oxC

n 2 pP Pk 460μA V e k 90μA V= = 2 (5.2)

n pth thV V 250mV= = (5.3)

Após o dimensionamento das topologias, segue-se um ciclo de simulações e ajustes das

dimensões dos transístores de forma a obter as especificações desejadas. As simulações são

realizadas tendo em consideração variações do processo de fabrico, da temperatura e do valor da

tensão de alimentação, para garantir a obtenção das especificações no caso de operação mais

desfavorável. Cada combinação de todas as variações referidas é denominada de PVT corner

(Process-Voltage-Temperature corner, da literatura anglo-saxónica), sendo neste trabalho

considerados trinta e dois PVT corners. As simulações que utilizam os valores nominais de tensão de

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alimentação, de temperatura e do processo de fabrico são referidas como simulações em condições

típicas ou simulações no PVT corner típico.

Nas duas secções seguintes são apresentados o princípio de funcionamento,

dimensionamento e simulações que caracterizam os blocos CP e OTA da malha de compensação.

Posteriormente, na última secção, são reavaliadas as margens de fase e as larguras de bandas de

todas as configurações do CCPLL obtidas no capítulo anterior, considerando as tolerâncias dos

blocos dimensionados.

5.1. Charge-Pump de Compensação

A topologia do CP utilizada está representada na Figura 5.1. Esta é formada por uma fonte e

um poço de corrente escaláveis, constituídas por transístores PMOS e NMOS, respectivamente. A

fonte e o poço de corrente são formados por espelhos de corrente simples cujas tensões de

polarização, Vbiaspc e Vbiasnc, são geradas pelos transístores Msp0 e Msn0. O facto de não se

utilizarem espelhos de corrente cascode, ou de outro tipo mais complexo com significativas

vantagens no mismatch do CP, deve-se à limitada tensão de alimentação da tecnologia (1,2V), que

não permitiria que os transístores funcionassem na zona de saturação.

AVDD

on1u

on1u

biaspcMp1u

AVDD

on500n

on50

0n

biaspcMp500n

AVDD

on250n

on25

0n

biaspcMp250n

AVDD

biaspcMpb

biasnc

on1u

on1u

Mn1ubiasnc on

500n

on500n

Mn500nbiasnc

on25

0n

on250n

Mn250nMnbbiasnc

UpUp

DwDw

OUT

AVDD

BIASI

Msn0Msn1

Msp0

5μA

0,5μA

0,5μA 0,25μA 0,5μA 1μA

0,5μA 0,25μA 0,5μA 1μA

upI

dwI

outI1PG

2PG

3PG

4PG

X

YCLC

PG1V

PG2V

Figura 5.1 – Topologia do CP da malha de compensação do CCPLL.

A existência de vários espelhos de corrente, deve-se ao facto de a corrente de saída do CP

poder tomar vários valores, conforme indicado na Tabela 4.1. Desta forma, obtém-se uma fonte e um

poço de corrente com valores de corrente escaláveis de 0,5µA a 2,25µA com passos de 0,25µA,

através da actuação dos sinais de controlo nos interruptores PMOS e NMOS. Estes sinais de controlo

são os mesmos que actuam no CP da malha principal, e derivam da configuração de um dos registos

internos do AFE.

As portas de passagem PG1 e PG2 são controladas pelas saídas do PFD, Up e Dw, que contêm

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57

a informação sobre a diferença de fase/frequência entre o sinal de referencia, HSYNC, e o sinal de

realimentação. A utilização de portas de passagem permite a minimização de injecção de cargas no

condensador de compensação, CCL, quando estas passam do estado de condução para o de corte,

reduzindo assim a perturbação na corrente fornecida pela malha de compensação ao filtro de malha.

O amplificador e as portas de passagem PG3 e PG4, têm as funcionalidades de eliminar uma

não idealidade denominada de Partilha de Carga, [8], [17] e [18], e o tempo de passagem do estado

de corte ao estado de condução dos transístores da fonte e do poço de corrente escaláveis,

diminuindo assim as perturbações no valor da tensão de saída do CP.

A não idealidade, Partilha de Carga, deriva do facto de num CP convencional (sem o

amplificador e sem PG3 e PG4) os nós X e Y ficarem a um potencial diferente do de saída quando as

portas de passagem PG1 e PG2 estão ao corte. Nesta situação o nó X fica ao potencial VDD, o Y à

massa, e o OUT é imposto pela capacidade de compensação. Quando as duas portas de passagem

entram simultaneamente em condução por um pequeno período de tempo, para eliminação da Zona

Morta, o potencial de X diminui e o de Y aumenta, resultando uma perturbação no valor do potencial

do nó OUT, devido à partilha de carga entre as capacidades parasitas localizadas nos nós X e Y com

a capacidade de compensação localizada na saída do CP. Uma solução para este efeito é a

utilização de um amplificador numa montagem de ganho unitário, como representado na Figura 5.1.

Assim, através das portas de passagem PG3 e PG4, cujos sinais de controlo são complementares aos

das portas PG1 e PG2, é possível manter os potenciais dos nós X e Y iguais ao de saída, em qualquer

estado do CP.

Esta solução permite ainda a eliminação dos tempos de passagem da fonte e do poço de

corrente do estado de corte para o de condução, dado que estas estão sempre a conduzir. Desta

forma, diminui-se também a perturbação na tensão de saída do CP, uma vez que os tempos de

transição eliminados da fonte e do poço de corrente eram diferentes.

Apesar desta solução permitir uma melhoria significativa do jitter do sinal de saída do CCPLL,

aumenta o consumo de potência do sistema, dado que a fonte e o poço de corrente escaláveis estão

sempre em condução, tendo também o amplificador que suportar uma corrente máxima de Iup ou Idw.

Outra não idealidade importante neste tipo de circuitos é o mismatch entre as correntes Iup e

Idw, que também provoca perturbações na tensão de saída do CP quando ambas as portas de

passagem, PG1 e PG2, estão em condução. Não sendo nula a diferença entre as duas correntes,

existe sempre carga injectada ou retirada da capacidade de compensação, quando o CCPLL está

sincronizado. Existem soluções para a diminuição do mismatch, entre as quais são o aumento da

impedância de saída da fonte e do poço de corrente, ou a utilização de topologias alternativas como

apresentado em [8]. Neste trabalho optou-se pela primeira solução, sendo a segunda uma boa

hipótese para futuros trabalhos.

5.1.1. Dimensionamento

O primeiro aspecto a ter em conta no dimensionamento do CP da malha de compensação é a

excursão da sua tensão de saída. Esta ficou definida no capítulo anterior, aquando do cálculo da

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transcondutância do OTA, sendo a sua variação de ±100mV em torno de VCM=0,6V. Nesta fase de

dimensionamento, são tidas em conta as variações das grandezas físicas causadas pelos PVT

corners, pelo que se assume a variação do sinal de saída do CP com uma margem de segurança de

50mV além dos seus limites. Assim, utiliza-se para o dimensionamento do CP a gama de tensões na

sua saída indicada em (5.4).

[ ]CPoutv 450mV; 750mV∈ (5.4)

Os transístores constituintes da fonte e do poço de corrente do CP têm que operar na zona de

saturação. A equação aproximada que modela o comportamento dos transístores NMOS em regime

estático nesta zona de funcionamento está indicada em (5.5) [19], onde ID representa a corrente de

dreno em regime estático de cada transístor, W e L a largura e comprimento do seu canal,

respectivamente, VOD a sua tensão de overdrive que é definida conforme indicado em (5.6), VDS a

diferença de potencial entre os terminais de dreno e fonte, e VGS a diferença de potencial entre os

terminais de porta e fonte. As equações homólogas para os transístores PMOS obtêm-se trocando os

sentidos das tensões e correntes das equações referidas.

[ ]n,p 2D P OD DS OD

1 WI k V A para V V2 L

= > (5.5)

OD GS thV V V= − (5.6)

Em relação ao PFR (Ponto de Funcionamento em Repouso) dos transístores existem algumas

considerações a fazer, nomeadamente em relação ao valor da tensão de overdrive que é um

indicador sobre a região de inversão onde os transístores operam (inversão fraca, moderada ou

forte). No caso dos transístores NMOS, para que a equação (5.5) seja válida, estes têm que estar a

operar na região de inversão forte, que se define para VOD ≥ 150mV, e na zona de saturação que é

definida para VDS > VOD [19]. Para os transístores PMOS as condições mantêm-se se forem

consideradas as diferenças de potencial simétricas. Assim, como critério de projecto impõe-se no

dimensionamento dos transístores a condição indicada em (5.7), e é desejável que se verifique a

(5.8) para que estes operem na região de inversão forte e na zona de saturação.

[ ]n pDS SD ODV V V 0,25 V= ≅ + (5.7)

(5.8) ODV 150m≥ V

Para projectar os espelhos de corrente do CP é ainda necessário saber qual o valor da queda

de tensão nas portas de passagem (VPGi) representadas na Figura 5.1. Estas portas de passagem

são dimensionadas de forma a minimizar a sua injecção de carga e a diferença de potencial aos seus

terminais. Dado que a corrente que atravessa as portas é relativamente pequena, as dimensões dos

transístores das portas de passagem são definidas como as mínimas permitidas pela tecnologia (5.9),

reduzindo assim ao mínimo a sua injecção de carga. Com as dimensões indicadas a máxima

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diferença de potencial observada por simulação aos terminais das portas de passagem é inferior a

20mV, no pior PVT corner e com a configuração de corrente máxima do CP.

i

n,p

PG

W 0,23L 0,13

mmμ⎛ ⎞ =⎜ ⎟ μ⎝ ⎠

(5.9)

A tensão de overdrive dos transístores constituintes do poço de corrente do CP é definida para

que estes operem na zona de saturação como indicado em (5.10). Esta depende do valor mínimo da

tensão de saída do CP, indicado em (5.4), e da queda de tensão máxima na porta de passagem PG2,

da forma indicada em (5.11), resultando para os transístores NMOS uma tensão de overdrive de

180mV, que é um valor que respeita a condição (5.8), concluindo que estes estão a funcionar na

região de inversão forte, e também na zona de saturação como definido.

[ ]n minOD DSV V 0,25 V= − (5.10)

(5.11) 2

n min maxOD out PGV V V 0,25 180mV= − − =

O cálculo da tensão de overdrive dos transístores constituintes da fonte de corrente do CP é

feito da mesma forma. Esta é definida conforme indicado em (5.12), para que os transístores PMOS

funcionem na região de saturação, sendo o valor mínimo da diferença de potencial entre a fonte e o

dreno dada por (5.13). Assim, obtém-se o valor para a tensão de overdrive dos transístores PMOS

indicado em (5.14), que também garante que os transístores PMOS funcionam na região de inversão

forte e na zona saturação.

[ ]p minOD SDV V 0,25 V= − (5.12)

( )1

min max maxSD DD PG outV V V V 430mV= − + = (5.13)

(5.14) pODV 180mV=

Através da equação (5.15) que é obtida a partir da (5.5), é possível calcular a relação entre as

dimensões de cada transístor do CP, (W/L), sabendo os seus valores de VOD, kP e ID. Os valores de

kP dependem da tecnologia e estão indicados em (5.2), consoante se trate de um transístor NMOS ou

PMOS. Os valores da corrente de dreno de cada transístor do CP também estão definidos, estando

indicados na Figura 5.1. Assim, utilizando as tensões de overdrive indicadas em (5.11) e (5.14), a

partir de (5.15) são obtidas as relações (W/L) e as dimensões dos transístores da fonte e do poço de

corrente indicadas na Tabela 5.1, onde são utilizadas dimensões de comprimento de canal dos

transístores relativamente grandes para a obtenção da impedância de saída do CP elevada, de forma

a reduzir o seu mismatch.

As dimensões dos transístores indicadas na Tabela 5.1 servem apenas para a primeira

simulação, sendo reajustadas posteriormente de forma a obter as especificações desejadas.

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São utilizadas larguras de canal nos transístores NMOS e PMOS múltiplas, para que o

espelhamento das correntes seja mais preciso e se torne menos dependente das imperfeições do

processo de fabrico.

Dn,p 2P OD

WL k .V

=2 I× (5.15)

Tabela 5.1 – Dimensões projectadas dos transístores do CP da malha de compensação.

Transístor MOS Tipo Kp

[µA/V2] VOD [V]

ID [µA]

(W/L) dimensionado

W [µm]

L [µm]

Msn0 N 460 0,18 5 0,670 4,60 6,76 Msn1; Mnb; Mn500n N 460 0,18 0,5 0,067 0,46 6,76

Mn250n N 460 0,18 0,25 0,034 0,23 6,76 Mn1u N 460 0,18 1 0,134 0,92 6,76

Msp0; Mpb; Mp500n P 90 0,18 0,5 0,340 0,46 1,35 Mp250n P 90 0,18 0,25 0,170 0,23 1,35 Mp1u P 90 0,18 1 0,680 0,92 1,35

5.1.2. Simulação Eléctrica

Após simulação eléctrica do CP da malha de compensação, verificou-se que mesmo nos PVT

corners mais desfavoráveis o valor da tensão de overdrive dos transístores dimensionados nunca era

menor que 200mV, e que em condições típicas era cerca de 260mV. Assim, com o objectivo de evitar

que os transístores funcionassem perto da zona de tríodo (VDS≈VOD), foram ligeiramente aumentadas

as relações (W/L) destes, diminuindo assim as suas tensões de overdrive.

Foi ainda necessário aumentar o comprimento de canal dos transístores indicados na Tabela

5.1, de forma a limitar o mismatch entre as correntes Iup e Idw do CP ao valor de 10%, que é um valor

de referência para este tipo de topologias [8].

As dimensões finais dos transístores estão indicadas na Tabela 5.2, onde se realça a

semelhança das relações (W/L) dimensionadas e finais.

Tabela 5.2 – Dimensões finais dos transístores do CP da malha de compensação.

Transístor MOS

(W/L) dimensionado

(W/L)final

W [µm]

L [µm]

Msn0 0,670 0,80 6,40 8 Msn1; Mnb; Mn500n 0,067 0,08 0,64 8

Mn250n 0,034 0,04 0,32 8 Mn1u 0,134 0,16 1,28 8

Msp0; Mpb; Mp500n 0,340 0,40 1,60 4 Mp250n 0,170 0,20 0,80 4 Mp1u 0,680 0,80 3,20 4

Na Figura 5.2 encontra-se o resultado de uma simulação temporal do CP da malha de

compensação em condições típicas. Esta é obtida com o CP no modo em que a corrente é,

idealmente, 2,25µA e colocando dois sinais exactamente iguais na sua entrada, originando o fecho

simultâneo das portas de passagem PG1 e PG2 durante 10ns. Esta simulação, à parte da menor

duração do intervalo em que as portas de passagem estão a conduzir por facilidade de visualização

das ondas, recria a situação em que o CCPLL está sincronizado, na qual são gerados nas saídas do

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PFD sinais constituídos por pulsos com uma duração mínima de forma a eliminar a Zona Morta do

CP. À saída do CP encontra-se uma capacidade com o valor de 60pF, que representa a capacidade

de compensação, CCL, onde é definida como condição inicial uma diferença de potencial aos seus

terminais de 0,6V, representando uma situação em que não existe correntes de fuga na malha

principal.

No gráfico superior da Figura 5.2, está representada a evolução temporal das correntes Iup e

Idw, que percorrem as portas de passagem PG1 e PG2, respectivamente. Estas têm um valor

aproximadamente nulo quando as portas de passagem estão ao corte, e 2,22µA quando estas

conduzem. A diferença de 30nA (1,3%) em relação ao valor de corrente ideal do CP de 2,25µA é

insignificante, pois não altera a estabilidade do CCPLL. A origem desta diferença de corrente é

essencialmente devida a erros de espelhamento.

No gráfico do meio da Figura 5.2, está representado o desenvolvimento temporal da corrente

de saída do CP, Iout. Idealmente esta deveria ser nula em todo o intervalo de simulação, mas devido à

diferença existente entre os valores das correntes Iup e Idw, a corrente de saída atinge o valor estático

de aproximadamente 6,2nA, quando ambas as portas de passagem PG1 e PG2 estão em condução,

resultando um mismatch de 0,28%.

Figura 5.2 – Simulação eléctrica temporal do CP de compensação, com tensão de saída VCM.

No gráfico inferior da Figura 5.2, está representado o andamento da tensão de saída do CP.

Inicialmente esta tem o valor de 0,6V imposto pela condição inicial. Quando as portas de passagem

PG1 e PG2 entram em condução observa-se um ligeiro decaimento no valor da tensão de saída,

devido ao já referido efeito de partilha de cargas entre a capacidade de saída e as capacidades

parasitas associadas aos nós X e Y. Este efeito é bastante atenuado devido à inclusão do

amplificador e das portas de passagem PG3 e PG4 na topologia, como explicado anteriormente.

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Durante o intervalo em que PG1 e PG2 estão a conduzir é visível um ligeiro aumento da tensão de

saída do CP devido à reduzida corrente na sua saída. No instante em que PG1 e PG2 passam ao

estado de corte, é notório o efeito da injecção da carga existente nos transístores das portas de

passagem no condensador de compensação, fazendo com que a tensão aos seus terminais aumente

abruptamente. Este efeito é reduzido ao mínimo dada a utilização de portas de passagem

constituídas por transístores com as mínimas dimensões permitidas pela tecnologia.

O efeito das não idealidades do CP provoca neste caso uma variação na tensão de saída do CP de

aproximadamente 11,4µV, como indicado na Figura 5.2, que equivale a uma variação de 0,002%,

pelo que o seu efeito é insignificante.

Na Tabela 5.3 encontram-se os valores máximos de mismatch do CP da malha de

compensação nos oito modos deste. Os valores indicados foram obtidos nos PVT corners mais

desfavoráveis e para três valores de tensão na saída do CP, que cobrem os valores extremos do seu

funcionamento. De realçar que os valores de mismatch obtidos são inferiores ao valor máximo

definido de 10%.

Tabela 5.3 – Mismatch do CP no PVT corner mais desfavorável com variações de tensão à sua saída.

VOUT/Modo 000 (0,5µA)

001 (0,75µA)

010 (1µA)

011 (1,25µA)

100 (1,5µA)

101 (1,75µA)

110 (2µA)

111 (2,25µA)

500mV 2,9% 4,6% 4,6% 4,5% 7,2% 6,8% 7,4% 7,1% 600mV 2,5% 4% 4,9% 4,8% 7,6% 7,2% 7,8% 7,5% 700mV 2,9% 3,4% 5,3% 5,2% 7,9% 7,6% 8,1% 7,8%

5.2. Amplificador de Transcondutância

A topologia utilizada para a implementação do amplificador operacional de transcondutância

está representada na Figura 5.3. Esta é composta por dois pares diferenciais complementares, cuja

função é a de tornar a característica de transcondutância do OTA a mais simétrica possível, em torno

do ponto de tensão diferencial de entrada nula.

A transcondutância da montagem com a tensão diferencial de entrada nula, GM0, é definida

como a soma das transcondutâncias dos pares diferenciais, gm0, como indicado em (5.16), sendo a

transcondutância de cada par diferencial dada pela transcondutância de cada transístor desse par

[20].

p n

M0 m0 m0G g g= + (5.16)

A corrente máxima de saída do amplificador vale ±5µA, dependendo se a tensão diferencial de

entrada é positiva ou negativa, que é o dobro da corrente que passa através dos transístores das

fontes de corrente dos pares diferenciais [20], Msp1 e Msn2. Este valor máximo de corrente é atingido

quando os pares diferenciais estão completamente desequilibrados. Assim, como critério de projecto,

é definido que a corrente máxima de saída do amplificador deve ser o dobro da desejada em

operação linear, ±2,5µA, que é o valor máximo especificado para as correntes de fuga da malha de

compensação. Este critério de projecto resulta de uma ponderação entre a possibilidade do OTA

atingir a corrente máxima especificada no PVT corner mais desfavorável, e a obtenção da

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transcondutância desejada utilizando dimensões dos transístores dos pares diferenciais razoáveis, de

forma a minimizar as correntes de fuga na entrada do amplificador. Se o valor da corrente de

polarização dos pares diferenciais for demasiado elevada, é certo que o OTA debita o valor máximo

de corrente desejado, mesmo nas condições de funcionamento mais desfavoráveis, mas obriga a que

as relações (W/L) dos transístores dos pares diferenciais sejam demasiado pequenas para cumprir a

especificação de transcondutância máxima do OTA.

Mdpn1 Mdpn0Mdpp0 Mdpp1

Msp1

AVDD

inp inn

AVDD AVDD

OUT

OUTi

AVDD

BIASI

Msp0

Msn0 Msn1Msn2

Mcp0 Mcp1

Mcn0 Mcn1

5μA

5μA

2,5μA

2,5μA

1,25μA1,25μA

1,25μA1,25μA

1,25μA 1,25μA 1,25μA 1,25μA

Figura 5.3 – Topologia do OTA da malha de compensação do CCPLL.

Como representado na Figura 4.2, o OTA faz parte de um sistema realimentado que foi

dimensionado tendo em conta a sua estabilidade, funcionando ele próprio (o OTA) em malha aberta.

Assim, não é necessário ter em conta a estabilidade do próprio amplificador, tendo este que ter uma

transcondutância não superior a 30µS, e uma LB superior a 32kHz para garantir a estabilidade do

CCPLL, como projectado no capítulo anterior. Outra consequência do amplificador estar inserido num

sistema realimentado, é a de este não precisar de nenhum esquema de compensação da sua tensão

de offset. Esta não idealidade do OTA é traduzida num excesso ou défice do valor de corrente de

saída do OTA em relação ao valor total das correntes de fuga, que origina um erro de

fase/frequência, que é detectado pelo PFD, e que por sua vez, faz diminuir ou aumentar a tensão de

entrada do OTA, compensando o seu offset.

5.2.1. Dimensionamento

À semelhança do CP, o primeiro passo no dimensionamento do OTA é a obtenção da excursão

da tensão na sua saída. Esta é imposta pela zona linear da característica do VCO, dado que a saída

do OTA está ligada à entrada do VCO, como representado na Figura 4.2. Assim, tendo em conta a

zona de operação linear do VCO e as variações das grandezas físicas causadas pelos PVT corners,

considera-se no dimensionamento o intervalo de variação da tensão de saída do OTA o indicado em

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(5.17).

[ ]OTAoutv 400mV; 800mV∈ (5.17)

Os transístores de carga activa do par diferencial tipo p, Mcn0 e Mcn1, são dimensionados

para operar na zona de saturação como indicado em (5.18). Com o valor de VOD 250mV inferior à

mínima diferença de potencial entre o dreno e a fonte destes transístores, obtém-se a tensão de

overdrive indicada em (5.18), que tendo em atenção a condição (5.8) garante que os transístores

funcionam na região de inversão forte.

(5.18) Mcn minOD outV V 0,25 150mV= − =

O mesmo raciocínio se aplica aos transístores de carga activa do par diferencial tipo n, Mcp0 e

Mcp1. Em (5.19) é imposta a condição para que estes funcionem na zona de saturação, onde o

mínimo valor da diferença de potencial entre a fonte e o dreno depende do máximo valor de tensão

na saída do OTA como indicado em (5.20). Assim, tendo em atenção o extremo superior do intervalo

indicado em (5.17), e substituindo (5.20) em (5.19), resulta o valor da tensão de overdrive indicado

em (5.21) para os transístores Mcp, que garante que estes funcionam na região de inversão forte.

(5.19) Mcp minOD SDV V 0,25 [V]= −

(5.20) min maxSD DD OUTV V V 400m= − = V

V

(5.21) McpODV 150m=

A tensão de overdrive dos transístores dos pares diferenciais, Mpd, é definida pelo valor de

corrente que os atravessa e pelas especificações de transcondutância do OTA. Como indicado em

(5.16), a transcondutância do amplificador é definida pela soma das transcondutâncias dos pares

diferenciais, que são dimensionadas para serem iguais, para que a característica do OTA seja

simétrica. Assim, dada a especificação da transcondutância da montagem de 30µS, resulta a

transcondutância indicada em (5.22), para cada par diferencial quando a tensão diferencial na sua

entrada é nula, cujo valor é o mesmo para a transcondutância de cada transístor constituinte dos

pares diferenciais.

A partir da equação (5.23), que é válida na zona de operação de saturação de um transístor

CMOS e deriva de (5.5) [19], calcula-se as tensões de overdrive dos transístores dos pares

diferenciais, considerando o valor de transcondutância (5.22) e o valor da corrente de dreno de cada

um que é de 1,25µA, como indicado na Figura 5.3. O valor resultante está indicado em (5.24),

garantindo que os transístores operam na região de inversão forte.

M0m0

Gg 1

25 S= = μ (5.22)

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65

Dm0 Mdp

OD

2 Ig

V⋅

= (5.23)

(5.24) MdpODV 170m≅ V

V

O funcionamento dos transístores das fontes de corrente, Msn2 e Msp1, na região de inversão

forte e na zona de saturação é limitado pelo valor da tensão de modo comum na entrada do OTA, que

é VCM=0,6V.

A diferença de potencial entre o dreno e a fonte do transístor Msn2 é definida conforme

indicado em (5.25), onde a diferença de potencial entre a porta e a fonte dos transístores do par

diferencial tipo n, é calculada a partir dos valores indicados em (5.3) e (5.24) da forma indicada em

(5.26). Desta forma, é obtido o valor de 180mV para a diferença de potencial entre o dreno e a fonte

do transístor Msn2, que tem de ser pelo menos 130mV superior à sua tensão de overdrive para que

este funcione na zona de saturação, resultando para esta última o valor indicado em (5.27), não

garantindo que o transístor funcione na região de inversão forte, dado que a condição (5.8) não é

satisfeita. Assim, o transístor Msn2, pode operar na região de inversão moderada onde não existem

modelos matemáticos que descrevam o seu funcionamento [19].

Dado que o transístor Msn2 faz parte de um espelho de corrente formado também pelos

transístores Msn0 e Msn1, o valor da tensão de overdrive destes últimos também é o indicado em

(5.27).

(5.25) Msn2 MdpnDS CM GSV V V 180m= − =

(5.26) Mdpn Mdpn nGS OD thV V V 420mV= + =

(5.27) Msn2 Msn2OD DSV V 0,13 50mV= − =

Fazendo um raciocínio idêntico no dimensionamento dos transístor Msp0 e Msp1, indicado

através das equações (5.28) a (5.30), concluí-se que o valor da tensão de overdrive destes

transístores é também de 50mV, podendo estes estarem também a funcionar na região de inversão

moderada.

A possibilidade dos transístores constituintes das fontes de corrente do OTA estarem a

funcionar na região de inversão moderada, pode invalidar o projecto efectuado para obter as suas

relações (W/L), dado que estes poderão não estar a operar na zona de saturação. Por isso, é de

extrema importância o ajuste posterior das relações (W/L), aquando das simulações ao nível eléctrico

do OTA, tendo em atenção o PFR de todos os seus transístores.

( )Msp1 MdppSD DD CM SGV V V V 180mV= − + = (5.28)

Mdpp Mdpp pSG OD thV V V 420mV= + =

V (5.30)

(5.29)

Msp1 Msp1OD SDV V 0,13 50m= − =

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66

oncluído o dimensionamento das tensões de overdrive de todos os transístores do OTA, é

possív

V (5.31)

(5.32)

Utilizando os valores de corrente que atravessam os transístores do OTA indicados na Figura

5.3, a

rvem apenas

para a

Tabela 5.4 – Dimensões projectadas dos transístores do OTA.

Transís[µA/V ] ] [ dimensionado

W [

L [µ

C

el confirmar a hipótese dos transístores dos pares diferenciais estarem a operar na zona de

saturação. Observando os valores indicados em (5.31) e (5.32), que são obtidos através dos

resultados de (5.18), (5.20), (5.25) e (5.28), concluí-se que o módulo da diferença de potencial entre o

dreno e a fonte dos transístores dos pares diferenciais, é cerca de 450mV superior às suas tensões

de overdrive, pelo que estes estão a operar na zona de saturação.

Mdpn0 Mcp1 Msn2DS DD SD DSV V V V 620m= − − =

Mdpp1 Msp1 Mcn1SD DD SD DSV V V V 620mV= − − =

s tensões de overdrive dimensionadas, e os valores de kp indicados em (5.2), são calculadas as

relações entre as dimensões dos transístores, (W/L), que estão indicadas na Tabela 5.4, a partir da

expressão (5.15). Das relações obtidas facilmente se calcula as dimensões dos transístores indicadas

na mesma tabela, onde se utilizam as dimensões mínimas permitidas pela tecnologia.

Tal como no dimensionamento do CP as dimensões dos transístores indicadas se

primeira simulação, sendo reajustadas posteriormente de forma a atingir as especificações

desejadas, dado que existem parâmetros que não foram considerados no dimensionamento, como

por exemplo, a largura de banda do OTA ou a possibilidade de alguns transístores não estarem a

funcionar na zona de saturação.

tor Tipo Kp 2

VOD ID (W/L) MOS [V µA] µm] m]

Mdpn pn1 0, Md N 460 0,17 1,25 0,19 0,23 1,21 Mcn0, Mcn1 N 460 0,15 1,25 0,24 0,23 0,96 Msn0, Msn1 N 460 0,05 5 8,70 1,14 0,13

Msn2 N 460 0,05 2,5 4,35 0,57 0,13 Mdp pp1 p0; Md P 90 0,17 1,25 0,96 0,23 0,24

Mcp0, Mcp1 P 90 0,15 1,25 1,23 0,23 0,18 Msp0 P 90 0,05 5 44,4 5,78 0,13 Msp1 P 90 0,05 2,5 22,2 2,89 0,13

5.2.2. Simulações Eléctricas

Com o objectivo de confirmar se as dimensões dos transístores obtidas conduzem ao PFR

dimen

as

dimen

sionado, foi realizada uma simulação considerando todos os PVT corners, onde foi verificado

entre outros parâmetros, as correntes de dreno, as tensões de overdrive, e a diferença entre VDS e

VOD de cada transístor. Nesta simulação foi imposta uma tensão diferencial na entrada do OTA nula,

e uma variação na sua tensão de saída contemplando os extremos da gama indicada em (5.17).

Após várias iterações entre ajustes das dimensões dos transístores e simulações, obteve-se

sões finais dos transístores do OTA indicadas na Tabela 5.5, onde se observa significativas

diferenças entre as relações (W/L) dimensionadas e finais.

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67

r diferencial tipo p, Mdpp0 e Mdpp1, teve

como

1, e

dos d

de carga activa, mantiveram-se praticamente

inalter

Tabela 5.5 – Dimensões finais dos transístores do OTA.

dimensionado [ L

O aumento da relação (W/L) dos transístores do pa

objectivo o aumento de VDS do transístor Msp1 para que este passasse a operar na zona de

saturação, dado que, com as dimensões projectadas este estava a operar na zona de tríodo. Estas

alterações, apesar de melhorarem a condição de funcionamento do transístor Msp1, não foram

suficientes, pois o aumento de (W/L) dos transístores do par diferencial está limitado pelo valor da

transcondutância da montagem. Assim, foi necessário aumentar consideravelmente a relação (W/L)

dos transístores Msp, para reduzir o seu valor VOD, até que Msp1 funcionasse na zona de saturação.

Como resultado, nos PVT corners mais desfavoráveis os transístores Msp ficaram a operar na região

de inversão moderada, sendo a única desvantagem, uma maior sensibilidade das suas

características de funcionamento às variações do processo de fabrico e condições de operação.

Os aumentos das relações (W/L) dos transístores do par diferencial tipo n, Mdpn0 e Mdpn

o poço de corrente, Msn, têm as mesmas razões dos aumentos das relações (W/L) dos

transístores complementares, referidos no parágrafo anterior. Dado que o transístor Msn2 nos PVT

corners mais desfavoráveis, estava a operar perto da fronteira entre a zona de saturação e do tríodo,

procedeu-se ao ligeiro aumento indicado na Tabela 5.5 da sua relação (W/L) de forma a reduzir o seu

valor de VOD. O aumento da relação (W/L) dos transístores do par diferencial tipo n, teve origem na

necessidade do aumento de VDS do transístor Msn2, e da transcondutância do par diferencial, dado

que esta era inferior ao valor especificado de 15µS.

As relações de dimensões dos transístores

adas, aumentando-se apenas o comprimento dos seus canais de forma a aumentar a

impedância de saída do amplificador.

Transístor (W/L) (W/L) W MOS final µm] m]

M 1 dp pnn0, Md 0,19 0,25 0,5 2 Mcn0, Mcn1 0,24 0,19 0,5 2 ,7Msn0, Msn1 8,70 9,60 4,8 0,5

Msn2 4,35 4,80 2,4 0,5 Mdp pp1 p0; Md 0,96 1,50 1,5 1

Mcp0, Mcp1 1,23 1,33 2 1 ,5Msp0 44,4 112,0 28 0,25 Msp1 22,2 56,0 14 0,25

a Figura 5.4 encontram-se as respostas em frequência do amplificador em malha aberta,

consid

PVT corner típico o valor da transcondutância em

baixas

N

erando três PVT corners, o típico, o que maximiza e o que minimiza o valor da

transcondutância do OTA em baixas frequências. Estas respostas foram obtidas variando a

frequência de um sinal diferencial sinusoidal na entrada do OTA com uma amplitude de 50mV e um

modo comum de 0,6V, e colocando na sua saída uma fonte de tensão ideal, de forma a garantir um

valor de tensão no nó de saída do OTA de 0,6V.

Observando a Figura 5.4 verifica-se que no

frequências é praticamente igual ao projectado (30µS), e concluí-se que o valor da largura de

banda do OTA é maior que o limite mínimo desejado de 32kHz (4.26), para qualquer PVT corner,

sendo de 80,7MHz no caso típico.

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68

ia de um zero na FT do OTA, que dado o seu valor de frequência

não in

Figura 5.4 – Simulação AC do esquema eléctrico do OTA.

Figura 5.5 – Simulação DC do esquema eléctrico do OTA.

Na Figura 5.5 en ador, considerando os

É ainda observável a existênc

terfere na Margem de Fase do sistema, tendo este sido considerado no estudo da estabilidade

do sistema CCPLL, através do script apresentado em Anexo C.

contra-se o resultado de uma simulação DC do amplific

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69

mesm

amplif

a Figura 5.5 está representado o andamento da transcondutância do OTA

com a

variaç

5.3. Dependência da Estabilidade do Sistema com as Variações dos

stabilidade do CCPLL realizado no capítulo anterior, assumiu-se que os

valore

de do CCPLL considerando as tolerâncias dos

vários

apresentado em anexo C, obtêm-se as mínimas MFs e as

os três PVT corners. Nesta simulação fixa-se a entrada inversora do OTA no valor VCM e varia-

se a entrada não inversora, de forma a que a tensão diferencial na entrada do OTA varie de -104mV

a +104mV, para obter os valores extremos da corrente de saída do amplificador especificados. Na

saída do OTA é colocada uma fonte de tensão ideal para manter o potencial do nó de saída a 0,6V.

No gráfico inferior da Figura 5.5 está representada a variação da corrente de saída do

icador com a tensão diferencial de entrada. É possível observar que mesmo no PVT corner em

que o valor da transcondutância é menor, é obtido o valor de corrente máximo, em módulo, de 2,5µA,

cumprindo assim as especificações projectadas no capítulo anterior de compensar correntes de fuga

na malha principal do CCPLL com um valor compreendido no intervalo [-2,5µA; +2,5µA], mesmo nas

piores condições de operação. Verifica-se também que os valores de corrente extremos de cada PVT

corner são aproximadamente simétricos, concluindo-se que a característica de transcondutância do

amplificador é simétrica.

No gráfico superior d

tensão diferencial de entrada, nos três PVT corners. Estas características são obtidas dividindo

a corrente de saída do gráfico inferior pela tensão diferencial de entrada. Observando a característica

em condições típicas, confirma-se também através desta simulação, que o valor da transcondutância

do OTA quando a tensão diferencial de entrada é nula, é cerca de 30µS, conforme dimensionado.

Através das características de transcondutância do OTA é ainda possível saber qual a máxima

ão do valor da sua transcondutância. O seu valor máximo é 39,4µS e o mínimo 25,3µS, que

conduz a uma tolerância máxima de ±32% em torno do valor nominal de 30µS. Este valor de

tolerância é um valor considerável que pode comprometer a estabilidade do

CCPLL, pelo que o projecto realizado no capítulo anterior necessita de ser reavaliado.

Parâmetros

No projecto de e

s dos componentes do filtro de malha e dos parâmetros da malha de compensação eram fixos,

aquando da obtenção das margens de fase e larguras de banda indicadas na Tabela 4.1 e na Tabela

4.2, respectivamente. Na realidade os seus valores sofrem variações que dependem das condições

de operação e do processo de fabrico, como foi visto através das simulações eléctricas do CP e do

OTA. Dado que as variações referidas interferem com a estabilidade do CCPLL projectado, é

necessário prever qual a variação da margem de fase e da largura de banda deste, segundo as

tolerâncias dos vários componentes e parâmetros.

Assim, é realizada uma análise da estabilida

componentes e parâmetros do sistema indicadas na Tabela 5.6. Das tolerâncias indicadas

realça-se o baixo valor de tolerância dos componentes do filtro de malha (R1, C1 e C2), dado que

estes são componentes discretos, e a relativa maior tolerância do condensador da malha de

compensação uma vez que este é integrado. As tolerâncias dos valores da corrente de CP, ICP, e de

transcondutância do OTA, GCL, derivam dos resultados obtidos nas simulações ao nível eléctrico

realizadas nas duas secções anteriores.

Através de um script equivalente ao

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70

máxim

Tabela 5.6 – Tolerâncias dos componentes e parâmetros do CCPLL.

Parâmetro

as LBs para cada configuração do AFE indicadas na Tabela 5.7. Estes valores são obtidos

calculando a MF e a LB de todas as funções de transferência resultantes de todas as combinações

dos valores extremos dos parâmetros apresentados na Tabela 5.6, e escolhendo a combinação que

minimiza a MF e a que maximiza a LB, que em geral não são as mesmas.

Valor Tolerância Observação (%) ICP (Ver 4.1) Corrente do CP d pal Tabela ±8% a malha princiKV (Ver Tabela 4.1)

±10% Ganho do VCO

ltro de malha R1 1kΩ0

±1% Resistência do fiC1 .5µF

±1% Condensador do filtro de malha

ripple s

C

C2 8nF ±1% Condensador para eliminação doα

100 ±5% Relação entre os valores de corrente dos CP

CL 60pF ±20% Condensador da malha de compensação GCL 30µS ±32% Transcondutância do OTA

5.7 – Valores mais desfavoráveis de estabilidade no domínio contínuo do CCPLL, considerando as

HpiImagem [Hz] Lin z] Pix z]

n. Fref / LB

Tabela

tolerâncias dos componentes e parâmetros para as várias configurações do AFE.

xs* Freq. Freq. Freq. Min. Máx. LB MiVpixs ha [kH el [MH MF (kHz)

640*480 60 31,5 25,175 43,8º 4,8 6,6 72 37,7 31,5 42,8º 4,6 8,2 75 37,5 31,5 42,7º 4,6 8,2

800*600

56 31,5 36 40,9º 4,3 7,4 60 37,9 40 41,5º 4,4 8,6 72 48,1 50 47,7º 5,6 8,5 75 46,9 4

1024*768

9,5 47,4º 5,6 8,4 60 48,4 65 47,1º 5,5 8,8 70 56,5 75 47,5º 5,6 10,1 75 60 78,75

1280*1024

47,7º 5,6 10,7 60 64 108 50,4º 6,4 9,9 75 80 135 50,4º 6,4 12,4 85 9 1

1600*1200

1,1 57,5 50,9º 6,6 13,8 60 75 162 46,9º 5,4 13,8 65 8 1

2

1,3 75,5 47,0º 5,5 14,9 70 87,5 189 46,9º 5,4 16,1 75 93,8 02,5 46,9º 5,4 17,2

omparando a média das MFs mínimas (46,4º) com a média das MFs típicas ou nominais

(59,3º

CPLL, a

condiç

C

), observa-se uma diminuição média das MFs de 12,9º, considerando as piores condições

possíveis em termos de estabilidade. Nesta análise observa-se ainda uma diminuição significativa da

relação entre a frequência do sinal de entrada do CCPLL e a sua LB, pondo em causa a análise da

estabilidade realizada no domínio contínuo, e portanto as MFs apresentadas na Tabela 5.7.

Dado que, considerando as tolerâncias dos componentes e dos parâmetros do C

ão de aproximação de um sistema discreto a um contínuo não é verificada, é efectuada uma

análise da estabilidade do CCPLL no domínio discreto. Através do método indicado no Anexo D, que

aplica a teoria apresentada em [2], [5] e [9], são obtidas as MFs reais do CCPLL indicadas na Tabela

5.8, cujo erro (ΔMF) máximo verificado em relação à análise contínua é de 3º.

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71

da MF entre todas as

config

T la 5.8 – Mínimas MFs no domínio discreto do CCPLL, considerando as tolerâncias dos seus

HpiImagem [Hz] Lin z] Pix z] ΔMF

Segundo a análise no domínio discreto, o mínimo valor observado

urações do AFE é de 38,6º. Sendo este valor obtido em condições excepcionais de

funcionamento, correspondendo à reunião de todos os valores mais desfavoráveis dos componentes

e parâmetros do CCPLL, concluí-se que o sistema é estável considerando as tolerâncias indicadas na

Tabela 5.6, nomeadamente as dos blocos projectados nas últimas duas secções.

abe

componentes e parâmetros para as várias configurações do AFE.

xs* Freq. Freq. Freq. Min. Vpixs ha [kH el [MH MF

640*480 460 31,5 25,175 0,8º 3,0º

72 37,7 31,5 40,9º 1,9º 75 37,5 31,5 40,8º 1,9º

800*600

56 31,5 36 38,6º 2,3º 60 37,9 40 39,8º 1,7º 72 48,1 50 45,8º 1,9º 75 46,9 4

1024*768

9,5 45,4º 2,0º 60 48,4 65 45,3º 1,8º 70 56,5 75 46,1º 1,4º 75 60 78,75

1280*1024

46,4º 1,3º 60 64 108 48,9º 1,5º 75 80 135 49,5º 0,9º 85 9 1

1600*1200

1,1 57,5 50,1º 0,8º 60 75 162 46,2º 0,7º 65 8 11,3 75,5 46,4º 0,6º 70 87,5 189 46,4º 0,6º 75 93,8 202,5 46,5º 0,5º

Figura 5.6 – Comparação dos parâmetros de estabilidade do CCPLL entre o domínio contínuo e o

Na Figura 5.6 encontr aos valores máximo (a cor discreto, referentes à 4ª configuração do AFE.

am-se os diagramas de Bode que conduzem

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72

preto), mínimo (a cor vermelha) e típico (a cor azul) das MFs do CCPLL, segundo uma análise no

domínio contínuo (linha contínua) e no discreto (a linha picotada), referentes à configuração com

menor MF do AFE. Neste diagrama é possível, para além de confirmar os valores representados na

Tabela 5.7 e na Tabela 5.8, saber em que condições estes são obtidos, isto é, se com os valores

máximos ou mínimos de cada componente ou parâmetro do CCPLL.

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73

6. Capítulo 6Equation Chapter 6 Section 1

6. Simulação Eléctrica de Topo do Sistema Compensado

No Capítulo 4 foi efectuado o dimensionamento do CCPLL tendo em vista a sua estabilidade,

onde foram obtidos os parâmetros que permitiram o dimensionamento, no Capítulo 5, dos blocos

individuais CP e OTA, constituintes da malha de compensação. Nos dois capítulos referidos

confirmou-se o cumprimento das especifiçãoes iniciais por parte do CCPLL através simulações

comportamentais do sistema, e a obtenção dos parâmetros por parte do CP e do OTA através de

simulações ao nível eléctrico realizadas com o simulador HSPICE.

Neste capítulo é verificado o correcto funcionamento do CCPLL realizando uma simulação ao

nível eléctrico através do simulador HSIM da Synopsys. Infelizmente, dado o elevado tempo de

simulação ao nível eléctrico dos PLLs, é necessário fazer um conjunto de simplificações no esquema

de topo do CCPLL para poder observar o seu funcionamento num intervalo de tempo razoável.

No caso específico de um sistema de recuperação de sincronismo de vídeo, o PLL tem um

factor de multiplicação relativamente elevado, ou seja, durante um ciclo do sinal de entrada de

sincronismo horizontal, ocorrem geralmente um ou dois milhares de ciclos do sinal de saída. Sabendo

que estes sistemas têm um tempo médio de aquisição de sincronismo de cerca de mil ciclos do sinal

de entrada do PLL, torna-se difícil a sua simulação ao nível eléctrico devido ao excessivo tempo e

recursos necessários.

Para simplificar o processo de simulação ao nível eléctrico do CCPLL, e dado que se está

principalmente interessado em confirmar a convergência da malha de compensação e a estabilidade

do CCPLL, procede-se à remoção do divisor de frequência da malha de realimentação, mantendo a

mesma FT em malha aberta do CCPLL. Para isso, é substituído o VCO original pelo modelo

comportamental indicado na Figura 6.1, onde o valor do seu ganho, Kvco, é igual ao valor do ganho do

VCO real, Kv, dividido pelo factor multiplicativo do CCPLL, N, confome expresso em (6.1).

1 1vvco

KK rad s V

N− −⎡ ⎤= ⋅ ⋅⎣ ⎦ (6.1)

O modelo comportamental do VCO é constituído por uma fonte de tensão controlada por

tensão, cuja tensão de controlo, vcntp, faz parte do argumento da função seno indicada na Figura 6.1,

gerando na saída do VCO, com o auxílio da variável TIME (tempo de simulação) do simulador HSIM,

um sinal periódico cuja frequência é controlada pela tensão de entrada do VCO. As constantes, fcenter

e vcmpar, definem a frequência de oscilação do sinal de saída do VCO (fcenter) quando o sinal de

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74

entrada do VCO vale vcmpar=0,6V. A capacidade localizada na entrada do modelo tem como objectivo

a modelação das capacidades parasitas localizadas na entrada do VCO real. A conversão de um

sinal de saída sinuzoidal, gerado pela função seno, num sinal praticamente rectangular é conseguida

pela elevada amplitude da função seno e pelos limites máximo (1,2V) e mínimo (0V) impostos ao

sinal de saída do VCO.

Figura 6.1 – Modelo comportamental do VCO utilizado para a simulação de topo do CCPLL.

A utilização do simulador HSIM em detrimento do simulador HSPICE, também tem como

objectivo a diminuição do tempo de simulação do sistema CCPLL, dada a opcionalidade de utilização

de modelos de transístores mais simples e métodos iterativos mais rápidos, ainda que os resultados

obtidos não sejam tão precisos.

Com as simplificações referidas, não é possível analisar a redução de jitter do sinal de saída do

CCPLL através de simulações ao nível eléctrico. Por exemplo, o ripple observado no sinal de controlo

do VCO devido às correntes de fuga, tem agora menor efeito na modulação da frequência do sinal de

saída do VCO dado o menor ganho deste. Assim, a simulação eléctrica tem como objectivo verificar a

convergência da corrente de saída da malha de compensação para o valor máximo das correntes de

fuga modelado (2,5µA), e a confirmação que a tensão de controlo do VCO estabiliza no valor

desejado.

O esquema eléctrico simplificado do CCPLL utilizado para a simulação de topo ao nível

eléctrico está representado na Figura 6.2. Este não tem o divisor de frequência e o ganho do VCO é

definido a partir da primeira configuração do AFE indicada na Tabela 2.3, tendo o valor indicado em

(6.2), considerando a equação (6.1). O valor da frequência central do VCO, fcenter, é definido para ser

o mesmo que a frequência do sinal de entrada, HSYNC, obrigando o valor da tensão de controlo do

VCO a ser 0,6V quando o CCPLL está em sincronismo. O sinal de entrada HSYNC é uma onda

quadrada cujo valor de frequência é de 100kHz, que é o mesmo que o da frequência do sinal de

saída, CLKOUT, devido à inexistência do divisor de frequência.

6

vco118,3 10K 148,06kHz V

799×

= = (6.2)

O filtro de malha tem uma fonte de corrente em paralelo para modelar as correntes de fuga dos

díodos de protecção representados na Figura 1.2. Na simulação o valor da fonte de corrente é de

2,5µA, para modelar o valor máximo de correntes de fuga especificado.

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75

1R

LOOP-FILTERVCO

CLKOUTHSYNC

LPv

Vfeed

CLCCLG

REPv

Ci

COMPENSATION LOOP

CLCP

compCPI

compCPI

3S

4S

PFDR

V

U

DUp

Down

MLCP

CPI

CPI

1S

2S

1C 2C

CMV

OTA

leakI

Figura 6.2 – Esquema eléctrico do CCPLL utilizado para a simulação de topo.

Na Figura 6.3 está reprensentado o resultado da simulação temporal do CCPLL da Figura 6.2.

Este foi obtido utilizando condições iniciais no nó de controlo do VCO para que a simulação começa-

se com o sistema a operar perto da zona de sincronismo, reduzindo o tempo de simulação.

Figura 6.3 – Simulação de topo ao nível eléctrico do CCPLL.

No gráfico superior da Figura 6.3 está representado o andamento da tensão de controlo do

VCO, que convergiu para o valor 0,6V como desejado, dado que de definiu o valor da frequência

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central do VCO igual ao valor da frequência do sinal de entrada.

No gráfico inferior da Figura 6.3 está representado o andamento da corrente de saída do OTA.

Através dele observa-se que após um andamento transitório, o valor de corrente de saída do OTA

estabiliza nos 2,5µA, igualando o valor das correntes de fuga, e portanto, os seus efeitos.

Desta forma, através da simulação ao nível eléctrico do CCPLL, também se conclui que o

sistema é estável e que cumpre as especificações iniciais de projectar um sistema que elimine o

efeito das correntes de fuga até um valor máximo em módulo de 2,5µA.

Devido ao já referido elevado tempo de simulação ao nível eléctrico do CCPLL e ao limitado

tempo de execução do presente trabalho, não foi possível obter resultados de simulações do CCPLL

sem considerar condições iniciais, que permitiriam observar a acquisição de sincronismo do sistema.

Seria também interessante obter o consumo de potência dos dois sistemas, CPLL e CCPLL, no

estado de sincronismo, com o objectivo de concluir qual o aumento do consumo de potência do

sistema proposto em relação ao original. Os dois pontos mencionados poderão ser considerados em

trabalhos futuros.

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7. Capítulo 7

7. Conclusões e Trabalhos Futuros

Neste trabalho foi proposto um sistema que atenua o efeito das correntes de fuga existentes

nos principais dispositivos localizados na malha principal de um CPLL, utilizado para a recuperação

de sincronismo de um sinal de vídeo. As correntes de fuga verificam-se essencialmente através dos

díodos de protecção que fazem a interligação do filtro de malha externo do CPLL à malha principal

deste, ou através dos condensadores do filtro de malha quando este é integrado. As correntes de

fuga referidas injectam ou retiram carga do filtro de malha do CPLL quando este se encontra no

estado de sincronismo, produzindo um aumento significativo de um padrão de jitter no sinal de saída

do CPLL, e originando a possibilidade do sistema perder o sincronismo na ausência do sinal de

sincronismo horizontal na entrada do CPLL.

O sistema de compensação proposto é baseado no já existente, e reduz o efeito das correntes

de fuga existentes na malha principal do CPLL quer este utilize um filtro de malha externo ou

integrado. O novo sistema consiste numa malha adicional constituída por um CP, um condensador

integrado e um OTA, cujo princípio de funcionamento é o de medir o erro de fase provocado pelas

correntes de fuga e a partir dele gerar uma corrente à saída do OTA que iguala o valor das correntes

de fuga, que por sua vez, é injectada no nó de controlo do VCO.

São apresentadas as FTs que regem o funcionamento em sincronismo da solução proposta, a

partir das quais se garante a estabilidade do sistema. As MFs e LBs obtidas são semelhantes às do

sistema original, sendo estas obtidas com um valor de corrente do CP da malha de compensação 100

vezes menor que o do CP da malha principal, com um valor da capacidade integrada de 60pF, e uma

transcondutância do OTA de 30µS.

Após o dimensionamento do sistema proposto, foram feitas simulações comportamentais deste

em MATLAB, de onde se concluiu que a resposta dinâmica do sistema é muito semelhante à do

sistema original, observando-se apenas um ligeiro aumento do tempo de estabelecimento que não

constitui nenhuma desvantagem, dado que se trata de um sistema de vídeo. Ainda através de

simulações comportamentais observou-se que o novo sistema atenua o jitter RMS do sinal de saída

cerca de 50 vezes, conseguindo fazê-lo para um valor de correntes de fuga máximo em módulo de

2,5µA.

Foram apresentados, dimensionados e simulados ao nível eléctrico, considerando variações de

processo de fabrico, de temperatura e do valor de tensão de alimentação, os blocos constituintes da

malha de compensação, de onde resultou um mismatch máximo de 10% para o CP, e uma tolerância

de ±32% para o valor de transcondutância do OTA. Foi ainda feita uma simulação de topo ao nível

eléctrico do sistema proposto, que confirmou a convergência global do sistema para o estado de

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sincronismo e, em particular, a convergência da corrente de saída da malha de compensação para o

valor máximo de correntes de fuga modelado de 2,5µA.

Assim, é atingido o objectivo de projectar um novo sistema de recuperação de sincronismo de

vídeo, baseado no original, que é insensível às correntes de fuga existentes na sua malha principal, e

cuja implementação ocupa apenas mais cerca de 20% da área do sistema original, sendo a área

adicional praticamente toda ocupada pelo condensador da malha de compensação, que é realizado

apenas com 6 camadas de metal das 8 disponíveis na tecnologia CMOS da UMC de 0,13µm, para

que a carga armazenada neste são sofra perturbações relacionadas com possíveis correntes de fuga.

Em trabalhos futuros será interessante saber qual o aumento do consumo de potência da

solução proposta face ao sistema original, e obter através de simulações ao nível eléctrico o factor de

atenuação do jitter do sinal de saída, dado que devido a limitações relacionadas com o tempo de

simulação ao nível eléctrico, só foi possível obter este valor através de modelos comportamentais.

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A. Anexo A

Anexo A. Script de Análise Contínua da Estabilidade do CPLL

clear; %% PHASE/FREQUENCY DETECTOR AND CHARGE-PUMP % charge pump source and sink currents values [A]: Icp = 75e-6; % tranfer function [A/rad]: Kp = Icp/(2*pi); %% LOOP FILTER % C2 = small capacitor value [F]: C2 = 0.01e-6; % C1 = big capacitor value [F]: C1 = 0.1e-6; % R1 = resistor value [Ohm]: R1 = 1.5e3; % low frequency gain: Klp = 1/C2; % zero frequency [rad]: wzf = 1/(R1*C1); % pole frequency [rad]: wpf = (C1+C2)/(R1*C1*C2); % transfer function: Zf = tf(Klp*[1 wzf], [1 wpf 0]); %% VCO % gain [rad/s/V]: Kv = 2*pi*118.3e6; % transfer function [rad/V]: Kvco = tf(Kv,[1 0]); %% DOWN-SCALER % ratio between output and input frequency: N =799; % transfer function: Kn = 1/N; %% OPEN LOOP TRANSFER FUNCTION open_loop_tf = Kp*Zf*Kvco*Kn; %% CLOSED LOOP TRANSFER FUNCTION closed_loop_tf = feedback(Kp*Zf*Kvco, Kn); %% select plot type go = 1; while(go == 1) disp('CPLL Menu:'); disp(' 1-Plot open loop Bode diagram;'); disp(' 2-Plot Root-locus;'); disp(' 3-Plot closed loop pole-zero map;'); disp(' 4-Plot closed loop Bode diagram;'); disp(' 5-Quit'); user_entry = input('Enter selection: ', 's');

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if strcmp(user_entry, '1') % open loop bode diagram plot bode(open_loop_tf); grid on; title('Open Loop TF Bode Diagram'); %[Gm, Pm, Wg, Wp] = margin(open_loop_tf); %str=['Phase Margin=' sprintf('%.1f', Pm) 'deg']; %text(150, -70, str); elseif strcmp(user_entry, '2') % root-locus plot % open loop gain Ko = Kp*Klp*Kv*Kn; % tf to plot the root-locus open_loop_rl_tf = open_loop_tf/Ko; rlocus(open_loop_rl_tf); grid on; title('TF Root Locus'); elseif strcmp(user_entry, '3') % closed loop pole-zero map pzmap(closed_loop_tf); sgrid; title('Closed Loop CPLL TF Pole-Zero Map'); elseif strcmp(user_entry, '4') % closed loop bode diagram plot bodemag(closed_loop_tf); grid on; bw = bandwidth(closed_loop_tf)/(2*pi); str=['BW(3dB)=' sprintf('%.1f', bw/1000) 'kHz']; text(1500, -17, str); elseif strcmp(user_entry, '5') % quit go = 0; end % if user_entry end % while go

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B. Anexo B

Anexo B. Valores dos Parâmetros dos Modelos do CPLL e do CCPLL

clear; %% CHARGE PUMP CURRENT RANGES [A]: Icp_000 = 50e-6; Icp_001 = 75e-6; Icp_010 = 100e-6; Icp_011 = 125e-6; Icp_100 = 150e-6; Icp_101 = 175e-6; Icp_110 = 200e-6; Icp_111 = 225e-6; %% VCO GAIN[rad/s/V] and FREE RUNNING FREQUENCY[/s] RANGES: Kv_00 = 118.30e6; fv_00 = 32.04e6; Kv_01 = 187.45e6; fv_01 = 53.27e6; Kv_10 = 472.63e6; fv_10 = 128.1e6; Kv_11 = 748.00e6; fv_11 = 213.1e6; %% SELECTION OF THE PLLs MODE disp('**************************************************************************'); disp('* CPLL and CCPLL Configurations Menu *'); disp('******************************************************************* ******'); disp('* 1-VGA(640*480), FrameFreq=60Hz, LineFreq=31.5kHz, PixelRate=25.175MHz *'); disp('* 2-VGA(640*480), FrameFreq=72Hz, LineFreq=37.7kHz, PixelRate=31.5MHz *'); disp('* 3-VGA(640*480), FrameFreq=75Hz, LineFreq=37.5kHz, PixelRate=31.5MHz *'); disp('* 4-SVGA(800*600), FrameFreq=56Hz, LineFreq=31.5kHz, PixelRate=36MHz *'); disp('* 5-SVGA(800*600), FrameFreq=60Hz, LineFreq=37.9kHz, PixelRate=40MHz *'); disp('* 6-SVGA(800*600), FrameFreq=72Hz, LineFreq=48.1kHz, PixelRate=50MHz *'); disp('* 7-SVGA(800*600), FrameFreq=75Hz, LineFreq=46.9kHz, PixelRate=49.5MHz *'); disp('* 8-XGA(1024*768), FrameFreq=60Hz, LineFreq=48.4kHz, PixelRate=65MHz *'); disp('* 9-XGA(1024*768), FrameFreq=70Hz, LineFreq=56.5kHz, PixelRate=75MHz *'); disp('* 10-XGA(1024*768), FrameFreq=75Hz, LineFreq=60kHz, PixelRate=78.75MHz *'); disp('* 11-SXGA(1280*1024), FrameFreq=60Hz, LineFreq=64kHz, PixelRate=108MHz *'); disp('* 12-SXGA(1280*1024), FrameFreq=75Hz, LineFreq=80kHz, PixelRate=135MHz *'); disp('* 13-SXGA(1280*1024),FrameFreq=85Hz, LineFreq=91.1kHz, PixelRate=157.5MHz*'); disp('* 14-UXGA(1600*1200), FrameFreq=60Hz, LineFreq=75kHz, PixelRate=162MHz *'); disp('* 15-UXGA(1600*1200),FrameFreq=65Hz, LineFreq=81.3kHz, PixelRate=175.5MHz*'); disp('* 16-UXGA(1600*1200), FrameFreq=70Hz, LineFreq=87.5kHz, PixelRate=189MHz *'); disp('* 17-UXGA(1600*1200),FrameFreq=75Hz, LineFreq=93.8kHz, PixelRate=202.5MHz*'); disp('**************************************************************************'); go=1; while(go==1) user_entry = input('Enter selection: ', 's'); % DEFINITION OF CCPLL NOMINAL CHARACTERISTICS % Fref -> input frequency [Hz] % Fout -> output frequency [Hz] % N -> ratio between output and input frequency % Icp -> charge pump current [A] % Kv -> VCO gain [rad/s/V] if strcmp(user_entry, '1') Fref=21.5e3; Fref2=31.5e3; Fout=25.175e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_00;

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Icp_ccpll=Icp_010; Kv_ccpll=Kv_00; f0=fv_00; elseif strcmp(user_entry, '2') Fref=27.7e3; Fref2=37.7e3; Fout=31.5e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_00; Icp_ccpll=Icp_010; Kv_ccpll=Kv_00; f0=fv_00; elseif strcmp(user_entry, '3') Fref=27.5e3; Fref2=37.5e3; Fout=31.5e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_00; Icp_ccpll=Icp_010; Kv_ccpll=Kv_00; f0=fv_00; elseif strcmp(user_entry, '4') Fref=21.5e3; Fref2=31.5e3; Fout=36e6; Icp_cpll=Icp_010; Kv_cpll=Kv_00; Icp_ccpll=Icp_011; Kv_ccpll=Kv_00; f0=fv_00; elseif strcmp(user_entry, '5') Fref=27.9e3; Fref2=37.9e3; Fout=40e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_01; Icp_ccpll=Icp_001; Kv_ccpll=Kv_01; f0=fv_01; elseif strcmp(user_entry, '6') Fref=38.1e3; Fref2=48.1e3; Fout=50e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_01; Icp_ccpll=Icp_010; Kv_ccpll=Kv_01; f0=fv_01; elseif strcmp(user_entry, '7') Fref=36.9e3; Fref2=46.9e3; Fout=49.5e6; Icp_cpll=Icp_001; Kv_cpll=Kv_01; Icp_ccpll=Icp_010; Kv_ccpll=Kv_01; f0=fv_01; elseif strcmp(user_entry, '8') Fref=38.4e3; Fref2=48.4e3; Fout=65e6; Icp_cpll=Icp_010; Kv_cpll=Kv_01; Icp_ccpll=Icp_011; Kv_ccpll=Kv_01; f0=fv_01; elseif strcmp(user_entry, '9') Fref=46.5e3; Fref2=56.5e3; Fout=75e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_10; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_10; f0=fv_10; elseif strcmp(user_entry, '10') Fref=50e3; Fref2=60e3; Fout=78.75e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_10; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_10; f0=fv_10; elseif strcmp(user_entry, '11') Fref=54e3; Fref2=64e3; Fout=108e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_10; Icp_ccpll=Icp_001; Kv_ccpll=Kv_10; f0=fv_10; elseif strcmp(user_entry, '12') Fref=70e3; Fref2=80e3; Fout=135e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_10; Icp_ccpll=Icp_001; Kv_ccpll=Kv_10; f0=fv_10; elseif strcmp(user_entry, '13') Fref=81.1e3; Fref2=91.1e3; Fout=157.5e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_11; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_11; f0=fv_11; elseif strcmp(user_entry, '14') Fref=65e3; Fref2=75e3; Fout=162e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_11; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_11; f0=fv_11; elseif strcmp(user_entry, '15') Fref=71.3e3; Fref2=81.3e3; Fout=175e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_11; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_11; f0=fv_11; elseif strcmp(user_entry, '16') Fref=77.5e3; Fref2=87.5e3; Fout=189e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_11; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_11; f0=fv_11; elseif strcmp(user_entry, '17') Fref=83.8e3; Fref2=93.8e3; Fout=202.5e6; Icp_cpll=Icp_000; Kv_cpll=Kv_11; Icp_ccpll=Icp_000; Kv_ccpll=Kv_11; f0=fv_11; else disp('Try another number!!!'); continue; end %if user_entry go=0; end % while go

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%% GENERAL CPLL and CCPLL CHARACTERISTICS % higher voltage value permited at any node [V]: Vlim = 1.2; % frequency multiplication N=round(Fout/Fref2); % VCO middle range voltage Vcm = Vlim/2; % VCO output range around free running frequency [%]: VcoRange = 50; % VCO gain from vdd [Hz/V]: Kvdd = 0; %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% DATA TO CPLL %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %% PHASE-FREQUENCY DETECTOR % output minimum pulse width [s]: tmin_cpll = 0.5e-9; %% CHARGE-PUMP % mismatch between source and sink currents [%]: cpmis_cpll = 2; % leakage [A]: cpleak_cpll = Icp_cpll*(0.01/100); %% LOOP FILTER % small capacitor value [F]: C2_cpll = 0.01e-06; % big capacitor value [F]: C1_cpll = 0.1e-06; % resistor value [Ohm]: R1_cpll = 1.5e3; % total leakage current [A]: lfleak_cpll = 2.5e-6; %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% DATA TO CCPLL %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %% PHASE-FREQUENCY DETECTOR % output minimum pulse width [s]: tmin_ccpll = 0.5e-9; %% CHARGE-PUMP % mismatch between source and sink currents [%]: cpmis_ccpll = 2; % leakage [A]: cpleak_ccpll = Icp_ccpll*(0.01/100); %% LOOP FILTER % small capacitor value [F]: C2_ccpll = 8e-09; % big capacitor value [F]: C1_ccpll = 0.5e-06; % resistor value [Ohm]: R1_ccpll = 1e3; % total leakage current [A]: lfleak_ccpll = 2.5e-6; %% COMPENSATION LOOP CHARGE-PUMP % ratio between compensated CPLL charge-pumps currents: alfa = 100; % source and sink current values [A]: Icpcomp_ccpll = Icp_ccpll/alfa; % mismatch between source and sink currents [%]: cpcompmis_ccpll = 10; % leakage [A]: cpcompleak_ccpll = Icpcomp_ccpll*(0.01/100); %% COMPENSATION LOOP CAPACITOR % capacitor value [F]: Ccomp = 60e-12; %% OPERATIONAL TRANSCONDUTANCE AMPLIFIER % transcondutance value [S]:

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Gcomp = 30e-6; % bandwidth [rad/s]: wpa1 = 2*pi*100e3; % second pole [rad/s]: wpa2 = 2*pi*1e6; % third pole [rad/s]: wpa3 = 2*pi*10e6; % first zero [rad/s]: wza1 = 2*pi*1.5e6; % input offset voltage [V]: Voff = 10e-3; % output Saturation Current [A]: Isat = 5e-6; %% END disp('You can simulate now :)');

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C. Anexo C

Anexo C. Script de Análise Contínua da Estabilidade do CCPLL

clear; %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% DATA TO NON COMPENSATED CPLL %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %% PHASE/FREQUENCY DETECTOR AND CHARGE-PUMP % charge pump source and sink currents values [A]: Icp_ncomp = 75e-6; % tranfer function [A/rad]: Kp_ncomp = Icp_ncomp/(2*pi); %% LOOP FILTER % C2 = small capacitor value [F]: C2 = 0.01e-06; % C1 = big capacitor value [F]: C1 = 0.1e-06; % R1 = resistor value [Ohm]: R1 = 1.5e3; % low frequency gain: Klp = 1/C2; % zero frequency [rad]: wzf = 1/(R1*C1); % pole frequency [rad]: wpf = (C1+C2)/(R1*C1*C2); % transfer function: Zf = tf(Klp*[1 wzf], [1 wpf 0]); %% VCO % gain [rad/s/V]: Kv = 2*pi*118.3e6; % transfer function [rad/V]: Kvco = tf(Kv,[1 0]); %% DOWN-SCALER % ratio between output and input frequency: N =799; % transfer function: Kn = 1/N; %% OPEN LOOP TRANSFER FUNCTION open_loop_ncomp_tf = Kp_ncomp*Zf*Kvco*Kn; %% CLOSED LOOP TRANSFER FUNCTION closed_loop_ncomp_tf = feedback(Kp_ncomp*Zf*Kvco, Kn); %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% DATA TO COMPENSATED CCPLL %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %% MAIN PHASE/FREQUENCY DETECTOR AND CHARGE-PUMP % charge pump source and sink currents values [A]: Icp_comp = 100e-6; % tranfer function [A/rad]: Kp_comp = Icp_comp/(2*pi);

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%% LOOP FILTER % C2 = small capacitor value [F]: C2_cl = 0.008e-06; % C1 = big capacitor value [F]: C1_cl = 0.5e-06; % R1 = resistor value [Ohm]: R1_cl = 1e3; % low frequency gain: Klp_cl = 1/C2_cl; % zero frequency [rad]: wzf_cl = 1/(R1_cl*C1_cl); % pole frequency [rad]: wpf_cl = (C1_cl+C2_cl)/(R1_cl*C1_cl*C2_cl); % transfer function: Zf_cl = tf(Klp_cl*[1 wzf_cl], [1 wpf_cl 0]); %% SECONDARY PHASE/FREQUENCY DETECTOR AND CHARGE-PUMP % ratio between two charge-pump current values: alfa = 100; % charge pump source and sink currents values [A]: Icp_cloop = Icp_comp/alfa; % tranfer function [A/rad]: Kp_cloop = Icp_cloop/(2*pi); %% COMPENSATION LOOP CAPACITOR % value [F]: Ccl = 60e-12; % transfer function[Ohm]: Zc =tf(1,[Ccl 0]); %% OPERATIONAL TRANSCONDUTANCE AMPLIFIER % transcondutance value [S]: Gcl = 30e-6; % first pole frequency [rad/s]: wpa1 = 2*pi*100e3; % second pole frequency [rad/s]: wpa2 = 2*pi*1e6; % third pole frequency [rad/s]: wpa3 = 2*pi*10e6; % first zero frequency [rad/s]: wz1 = 2*pi*1.5e6; % select OTA transfer function [S]: select = 1; while (select == 1) disp('Select CCPLL OTA transfer function:'); disp(' 1-OTA without poles;'); disp(' 2-OTA with one pole;'); disp(' 3-OTA with two poles;'); disp(' 4-OTA with three poles;'); disp(' 5-OTA with three poles and one zero;'); user_entry = input('Enter selection: ', 's'); if strcmp(user_entry, '1') % OTA without poles Kota = Gcl; select = 0; elseif strcmp(user_entry, '2') % OTA with one pole Kota = tf(Gcl*wpa1, [1 wpa1]); select = 0; elseif strcmp(user_entry, '3') % OTA with two poles Kota = tf(Gcl*wpa1*wpa2, [1 wpa1+wpa2 wpa1*wpa2]); select = 0; elseif strcmp(user_entry, '4') % OTA with three poles Kota = tf(Gcl*wpa1*wpa2*wpa3, [1 wpa1+wpa2+wpa3 wpa1*wpa2+wpa1*wpa3+wpa2*wpa3 wpa1*wpa2*wpa3]); select = 0; elseif strcmp(user_entry, '5') % OTA with three poles and one zero Kota = tf(Gcl*wpa1*wpa2*wpa3/wz1*[1 wz1], [1 wpa1+wpa2+wpa3 wpa1*wpa2+wpa1*wpa3+wpa2*wpa3 wpa1*wpa2*wpa3]); select = 0; end % if user_entry end % while select

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%% OPEN LOOP TRANSFER FUNCTION open_loop_comp_tf = (Kp_comp+Kp_cloop*Zc*Kota)*Zf_cl*Kvco*Kn %% CLOSED LOOP TRANSFER FUNCTION closed_loop_comp_tf = feedback((Kp_comp+Kp_cloop*Zc*Kota)*Zf_cl*Kvco, Kn); %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% SELECT PLOT TYPE %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% go = 1; while(go == 1) disp('Select CCPLL plot type:'); disp(' 1-Plot CCPLL open loop Bode diagram;'); disp(' 2-Plot CCPLL vs CPLL open loop Bode diagram;'); disp(' 3-Plot CCPLL Root-locus;'); disp(' 4-Plot CCPLL open loop Bode and Root-locus;'); disp(' 5-Plot CCPLL closed loop pole-zero map;'); disp(' 6-Plot CCPLL closed loop Bode diagram;'); disp(' 7-Plot CCPLL vs CPLL closed loop Bode diagram;'); disp(' 8-Quit'); user_entry = input('Enter selection: ', 's'); if strcmp(user_entry, '1') % open loop CCPLL bode diagram plot bode(open_loop_comp_tf); title('Open Loop CCPLL TF Bode Diagram'); grid on; elseif strcmp(user_entry, '2') % open loop CCPLL vs CPLL bode diagram bode(open_loop_ncomp_tf, 'b'); hold on; bode(open_loop_comp_tf, 'm'); grid on; title('Open Loop CPLL and CCPLL TF Bode Diagram'); hold off; elseif strcmp(user_entry, '3') % CCPLL root-locus plot % open loop gain Ko = Kp_comp*Klp_cl*Kv*Kn; % tf to plot the root-locus open_loop_comp_rl_tf = open_loop_comp_tf/Ko; rlocus(open_loop_comp_rl_tf); title('CCPLL TF Root Locus'); grid on; elseif strcmp(user_entry, '4') % plot CCPLL open loop Bode and Root-locus subplot(1,2,1); bode(open_loop_comp_tf); grid on; subplot(1,2,2); % open loop gain Ko = Kp_comp*Klp_cl*Kv*Kn; % tf to plot the root-locus open_loop_comp_rl_tf = open_loop_comp_tf/Ko; rlocus(open_loop_comp_rl_tf); grid on; elseif strcmp(user_entry, '5') % CCPLL closed loop pole-zero map pzmap(closed_loop_comp_tf); sgrid; elseif strcmp(user_entry, '6') % CCPLL closed loop bode diagram plot bode(closed_loop_comp_tf); grid on; elseif strcmp(user_entry, '7') % CCPLL closed loop bode diagram plot bode(closed_loop_ncomp_tf, 'b'); hold on; bode(closed_loop_comp_tf, 'm'); grid on; hold off; elseif strcmp(user_entry, '8') % quit go = 0; end % if user_entry end % while go

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D. Anexo DEquation Chapter 4 Section 1

Anexo D. Análise da Estabilidade do CCPLL no Domínio Discreto

A maioria dos CPLLs, na sua análise de estabilidade, são considerados sistemas contínuos.

Contudo, devido à natureza discreta do PFD, a aproximação ao tempo contínuo destes sistemas

introduz uma quantidade significativa de erro. Um sistema amostrado geralmente tem mais problemas

de estabilidade que um sistema contínuo. Em particular, um sistema PLL, analógico, de segunda

ordem é incondicionalmente estável para qualquer valor do seu ganho de malha, enquanto que, o

sistema equivalente amostrado pode tornar-se instável para valores elevados do ganho de malha.

A aproximação do sistema CPLL a um sistema contínuo, é razoável se a largura de banda

deste for cerca de 1/10 da frequência de amostragem do PFD (ou menor). Caso contrário, é

necessário incorporar a natureza discreta no modelo de análise do sistema.

Dado que o sistema de compensação projectado, CCPLL, é também um sistema discreto

devido à integração do bloco PFD, e não se verificando a condição de aproximação referida, em

condições de funcionamento mais desfavoráveis, é necessário construir um modelo discreto que

permita avaliar correctamente a sua estabilidade.

O desenvolvimento do modelo discreto do CCPLL, que se apresenta de seguida, assenta na

teoria apresentada em [9]. O modelo utiliza a transformação de impulsos invariantes para converter

parte da FT do CCPLL do domínio contínuo para o discreto, permitindo que o sistema seja

integralmente analisado no domínio discreto, quando se encontra em sincronismo.

Em [2] e [5] recorrendo à teoria de Espaço de Estados, são obtidas as equações de estado do

CPLL, e é demonstrado que estas descrevem exactamente o comportamento do sistema, mesmo na

aquisição de sincronismo. Estas equações de estado são de grande utilidade para a implementação

de programas informáticos que modelam o comportamento do CPLL, mas devido à sua não

linearidade, são de difícil aplicação em modelos teóricos. Assim os autores de [2] e [5] linearizam as

equações de estado obtidas, de forma a obterem funções de transferências no domínio discreto que

espelham bem o comportamento do CPLL quando este está em sincronismo.

A utilização da transformada de impulsos invariantes e a aplicação da teoria de Espaço

Estados, são dois métodos diferentes que permitem analisar a estabilidade do CPLL em sincronismo

no domínio discreto. É interessante notar que estes conduzem a FTs do CPLL exactamente iguais

como provado em [2]. Assim, tendo a transformada de impulsos invariantes uma maior facilidade de

aplicação, justifica-se a sua utilização para a obtenção da FT do CCPLL no domínio discreto.

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A ideia base na aplicação da transformada de impulsos invariantes é a de obter o modelo

discreto do CCPLL a partir do seu modelo equivalente contínuo. Para isso, este método considera

que os pulsos que contêm a informação do erro de fase/frequência gerados na saída do PFD têm

uma duração muito menor que o período do sinal de entrada do sistema (menor que 5% de Ti [2]),

podendo nesta situação, a saída do PFD, ser aproximada por um pente de Dirac’s. Esta

transformação está ilustrada na Figura D.1, para um CPLL.

O procedimento para mapear o modelo contínuo do CCPLL num modelo equivalente discreto,

utilizando a transformada de impulsos invariantes, pode ser resumida em três passos:

1. Cálculo da resposta impulsional LG(t), correspondente à FT, LG(s), através da transformada

inversa de Laplace.

2. Amostrar a resposta impulsional LG(t), através de um pente de Dirac’s, cujos impulsos são

espaçados do valor do período do sinal de entrada (Ti) do CCPLL, de forma a obter a resposta

impulsional discreta LG(nTi).

3. Calcular a transformada Z de LG(nTi) para obter a FT discreta LG(z).

Figura D.1 – Aplicação da transformada de impulsos invariantes a um CPLL (extraído de [2]).

Com o objectivo de transformar a descrição da malha de compensação, do filtro de malha e do

VCO do CCPLL do domínio contínuo para o discreto, a partir do diagrama de blocos do CCPLL

representado na Figura D.2, obtém-se o diagrama equivalente representado na Figura D.3, após

algumas manipulações matemáticas.

VCO

vKs

LOOP-FILTER

( )fZ s

MLPD

CPI2π

DOWN-SCALER

nK

+( )iΦ s ( )dI s ( )lpV s

CAPACITOR

( )CLCZ s

CLPD( )comp

dI sOTA

( )otaK s( )repV s

∑+

+

( )cI s

( )eΦ s

( )fΦ s

( )oΦ s

Figura D.2 – Diagrama de blocos do modelo incremental do CCPLL no domínio contínuo.

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De forma a preservar a resposta impulsional conjunta da malha de compensação, do VCO e do

filtro de malha, na transformação do domínio contínuo para o discreto, é aplicada a transformada

inversa de Laplace à FT conjunta destes blocos, F(s), indicada em (D.1), que depois de amostrada

como indicado no ponto 2, é aplicada a transformada Z, obtendo a transformada de impulsos

invariantes do conjunto dos três blocos, F(z).

Existe uma função no programa MATLAB que permite obter a transformada de impulsos

invariantes, F(z), directamente da FT no domínio contínuo F(s). A sua sintaxe está indicada em (D.2),

onde o segundo parâmetro especifica a frequência de amostragem do PFD.

VCO

vKs

LOOP-FILTER

( )fZ s

MLPD

CPI2π

DOWN-SCALER

nK

+( )iΦ s ( )lpV sCOMPENSATION LOOP

( ) ( )CLC ota

11 Z s K s+ ⋅ ⋅α

( )totalI s( )eΦ s

( )fΦ s

( )oΦ s( )dI s

( )F s

Figura D.3 – Diagrama de blocos do modelo incremental do CCPLL, simplificado, no domínio contínuo.

CL

vf C ot

K 1F(s) Z (s) 1 Z (s) K (s)s a

⎡ ⎤= ⋅ + ⋅ ⋅⎢ ⎥α⎣ ⎦ (D.1)

( ) ( )iF z c2d F(s), 1/f , 'imp'= (D.2)

Uma vez obtida a FT conjunta da malha de compensação, do VCO e do filtro de malha no

domínio discreto, F(z), todo o sistema pode ser analisado no domínio discreto através do modelo de

pequenos sinais representado na Figura D.4, válido perto da zona de sincronismo. Neste modelo é de

realçar que a FT conjunta do PFD e do CP é dividida pelo valor da frequência de entrada, fi, conforme

efectuado em [9], dado que a realização da transformada Z referida no ponto 3, altera o ganho de

malha de 1/Ti.

A partir do modelo da Figura D.4, obtêm-se as FTs do CCPLL em malha aberta e em malha

fechada no domínio discreto indicadas em (D.3) e (D.4), respectivamente, que são analisadas de

forma igual às FTs do sistema equivalente contínuo.

MLPD

CP

i

I2πf∑

+( )iΦ z ( )eΦ z ( )oΦ z( )dI z( )F z

nK

DOWN-SCALER

( )fΦ z

Figura D.4 – Diagrama blocos do modelo incremental do CCPLL no domínio discreto.

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( ) ( )CPn

i

ILG z F z K

2πf= ⋅ ⋅ (D.3)

( )( )

( )( )

o CP

i i CP

Φ z I F zΦ z 2πf I F z K

=+ n

(D.4)

De forma a observar a concordância entre as FTs no domínio contínuo e discreto do sistema

CCPLL, são obtidos os diagramas de Bode representados na Figura D.5. Nesta figura, a azul,

encontra-se representada a amplitude e fase da FT em malha aberta do CCPLL no domínio contínuo,

estudada no Capítulo 4 (4.8), correspondente à primeira configuração do AFE. Os restantes

andamentos, a rosa e a vermelho, são as amplitudes e fases da FT em malha aberta (D.3) do sistema

equivalente discreto, considerando duas frequências de amostragem. Os valores destas frequências

de amostragem (frequência de entrada do CCPLL) foram escolhidos de modo a que num caso a

condição de aproximação do sistema ao tempo contínuo fosse respeitada (a rosa), e no outro, não (a

vermelho).

Através da Figura D.5 é observado que quando o valor da frequência de amostragem é muito

maior que o da largura de banda do sistema (20x), o erro de avaliação da MF que se comete em

considerar o sistema contínuo é relativamente pequeno (1,1º). Pelo contrário, quando a condição de

aproximação não é respeitada, como no exemplo a vermelho, onde o valor da frequência de

amostragem é da mesma ordem de grandeza do da largura de banda do sistema (3x maior), o erro

cometido na avaliação da estabilidade é grande (34.8º).

Figura D.5 – Variação da MF do CCPLL com o valor da sua frequência de entrada.

Na Figura D.6 encontram-se as respostas em malha fechada do sistema CCPLL a um escalão

unitário na sua entrada. A azul é considerada a FT em malha fechada do sistema com a aproximação

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ao tempo contínuo indicada em (4.28), e a rosa e a vermelho a FT equivalente no domínio discreto,

indicada em (D.4).

Também através das respostas temporais observadas na Figura D.6, se conclui que a FT no

domínio contínuo é uma fiel representação da resposta real do CCPLL quando é respeitada a

condição de aproximação, dada a sobreposição existente entre as respostas temporais a azul e rosa.

Já no caso de a condição de aproximação não ser verificada, observa-se que a resposta temporal

obtida através da modelação do sistema no domínio contínuo é muito diferente da obtida através da

modelação deste no domínio discreto, sendo neste caso, toda a análise realizada no domínio

contínuo inválida.

Figura D.6 – Comparação das respostas impulsionais do CCPLL no domínio contínuo e discreto.