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DESENVOLVIMENTO DE UMA APLICAÇÃO SIG-WEB VOLTADA AO TURISMO NA ILHA DE LUANDA
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Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
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INTRODUÇÃO
O conhecimento da dinâmica e das características territoriais, numa perspectiva
abrangente do espaço incluindo o homem e as suas actividades, através de uma
informação de base eficazmente organizada e tratada, permite identificar oportunidades
para responder a profunda alteração a que se assiste actualmente das variáveis que
determinam a natureza e distribuição dos usos e funções do território, sendo igualmente
fundamental para níveis de decisão em termos de escolha e opções políticas e na
adaptação dos respectivos instrumentos (Bicho, 1995; Veiga Simão, 2002).
O rápido crescimento e desenvolvimento socioeconómico nas últimas décadas
revelaram uma acentuada expansão das cidades com o consequente aumento de redes de
infra-estruturas, de equipamentos, e estruturas diversas, que transformam
constantemente o território. Este nível de desenvolvimento obriga as entidades gestoras
a tomarem medidas elaborando.
Surge assim a necessidade de recorrer a ferramentas de apoio, que resolvam o
problema do armazenamento e gestão de elevado volume de informação, que permitam
efectuar análises espaciais, simulações, ou seja uma ferramenta de apoio à decisão e
apoio ao desenvolvimento equilibrado da evolução humana e da sua interacção com a
cidade e com o meio ambiente.
Como é natural, a estrutura e a forma de um espaço geográfico mudam
constantemente, motivo pelo qual, é de notória importância a descrição dessas
mudanças ocorridas, principalmente, por meio da cartografia, pois permitirá ter uma
maior percepção do espaço e consequentemente na análise e solução de problemas
relacionados ao mesmo espaço. Em conformidade deste pensamento, SILVA (2007:1),
expõe, de forma clara, que ―a informação representa uma ferramenta fundamental para o
desenvolvimento do ambiente urbano. Além de permitir o planeamento de acções e dar
suporte aos propósitos de qualquer gestão, ela está directamente ligada aos processos de
tomada de decisão‖.
Os Sistemas de Informação Geográficos (SIG) proporcionaram o tratamento dos
dados espaciais.
Neste sentido, o principal objectivo do projecto ―SIGTILHAL-Sistema de
Informação Geográfica para Turismo na Ilha de Luanda‖ é fornecer a esta direcção uma
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ferramenta que permite optimizar a gestão da informação e possibilitar uma
identificação fácil de entidades turísticas perante novas realidades.
O SIGTILHAL será um exemplo de aplicação WebGIS com objectivos de
análise e visualização integrada de informação.
Nesse sentido, as aplicações de SIG para a ambiente Web, ou seja, os SIG-WEB
representam uma evolução dos SIG Desktops para os SIG distribuídos na Internet, estes
aplicativos possuem uma interface amigável para apresentação de dados espaciais de
forma interactiva e integrada quando comparada aos sites convencionais, abrindo novos
canais de comunicação entre os gestores e os turistas.
É importante ressaltar que a utilização de tecnologias livres, programas com
código de fonte aberta, representa uma grande vantagem no desenvolvimento de uma
aplicação SIG-WEB, pois possibilita a redução do valor final do aplicativo.
A partir do que foi exposto, o principal objectivo deste trabalho é estudar o
desenvolvimento de uma aplicação SIG-WEB com enfoque na disponibilização de
dados turísticos, sendo desenvolvida através de programas de Geoprocessamento livres.
Como objectivos específicos para a consecução deste estudo, o trabalho propõe:
- Analisar a utilização de tecnologias para SIG na Web, através de softwares livres;
- Montar uma base actualizável e geocodificada para dados turísticos;
- Mostrar a potencialidade da ferramenta desenvolvida, através de análises e simulações.
Ao longo deste trabalho serão discutidos e apresentados tópicos estruturados na
seguinte forma:
No capítulo 1 - GEOPROCESSAMENTO E TURISMO - é realizada uma
revisão bibliográfica destacando e exemplificando os principais conceitos abordados
durante o trabalho.
No primeiro tópico – Turismo – são descritas algumas definições de turismo,
baseados nos principais autores da área e de maneira introdutória, e introduzidos
conceitos e aplicações de SIG-WEB.
No segundo tópico – SIG e Internet – é realizado uma sinopse geral sobre os
Sistemas de Informação e Internet, destacando a importância da democratização de
dados espaciais.
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O terceiro tópico – ArcGis Online, demonstrado através de aplicações já desenvolvidas
o potencial é a interactividade resultante deste programa.
O capítulo 2 – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EM ESTUDO – faz uma breve
apresentação da cidade de Luanda, com enfoque para o Bairro da Ilha de Luanda, área
de estudo deste trabalho.
No capítulo 3 - denominado MATERIAS E METÓDOS, está descrito todos os
métodos necessários para proceder o desenvolvimento de uma aplicação SIG-WEB.
Neste são especificados os matérias utilizados para o desenvolvimento da aplicação e
apresentados processos para elaboração de bases de dados. Também são detalhados
processos para construção de páginas para Web.
No capítulo 4, RESULTADOS, é apresentado o SIG-WEB de Turismo,
destacando a potencialidade da aplicação e são realizadas análises a partir dos resultados
obtidos no estudo de caso, bem como são discutidos os produtos gerados pelo trabalho.
As CONSIDERAÇÕES FINAIS (RESULTADOS) trazem as conclusões sobre o
trabalho desenvolvido, sua importância, e relato de proposta para possível
aperfeiçoamento.
Na REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA estão listadas as fontes bibliográficas que
serviram de apoio para este trabalho.
Nos ANEXOS são apresentados alguns documentos que descrevem a
configuração do projecto desenvolvido.
2 – Problema
Com a implementação deste sistema de informação é possível dar respostas a um
conjunto de questões sobre a caracterização das actividades hoteleiras desenvolvidas em
toda região turísticas da Ilha de Luanda, bem como ajudar as entidades a elaborar novas
estratégias comercias para a região.
O SIGTILHAL será de grande importância uma vez que temos um défice na
informação bem como localização das unidades turísticas e carecemos de respostas
concernente as novas unidades industriais.
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3 – Objectivos:
3.1-Objecto de Estudo
Criação de banco de dados SIG das entidades hoteleiras da região da ilha de
Luanda. Pretende-se que o desenvolvimento deste projecto, na área correspondente
contribua para:
1. Facilitar o acesso a informação;
2. Minorar as situações de existência ou má qualidade de informação;
3. Actualizar a informação com periodicidade necessária;
4. Facilitar a emissão de informação devidamente georrefenciada.
3.2-Objectivos Gerais
O Projecto foi desenvolvido em cinco eixos, todos relativos á área da ilha de
Luanda, com os seguintes objectivos:
Caracterização dos Recursos Turísticos: Visa o desenvolvimento de um
sistema de informação geográfica de modo a facilitar a sua localização, análise
dos tipos de serviços prestados e Anexos Industriais de apoio turísticos.
Caracterização dos Estabelecimentos Comerciais e hospitalares: Visa o
desenvolvimento de um sistema de informação geográfica de modo a facilitar a
sua localização.
Caracterização dos Postos de Abastecimento de Combustíveis, Luz e Água:
Visa o desenvolvimento de um sistema de informação geográfica de modo a
facilitar a sua localização.
Informação Acessória: Visa o desenvolvimento de um sistema de informação
geográfica de modo a integrar no sistema informação necessária para o referido
projecto, por exemplo, Imagens Raster das Cartas militares, Limites
administrativos, Toponímia.
4-Hipótese
A informação geográfica é cada vez mais uma infra-estrutura estratégica no
ordenamento do território e por isso uma ferramenta essencial para facilitar a realização
de um amplo leque de actividades da administração pública.
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Mostrar a importância da ferramenta SIG no tratamento das informações espacializadas
viabilizando o sistema de geoprocessamento Hoteleiro.
5 – Requisitos do Sistema
Os SIG constituem um poderoso conjunto de ferramentas de recolha,
armazenamento, actualização, gestão, análise e exibição de dados espaciais. A
incorporação desta tecnologia pode contribuir para melhorar os serviços oferecidos no
mercado turístico, pois assenta na capacidade de fazer chegar informação a diferentes
agentes, incluindo a comunidade.
6-Benefícios
1. O Ministério de Hotelaria e Turismo bem como outras entidades ligadas ao
turismo terão bancos de dados georreferenciados com informações no campo.
2. O governo e o país terá a informação digital que lhe permitirá controlar
quando julgar conveniente e necessário.
7 – Metodologia
Mediante a disponibilização de dados colectados em campo e dos dados
cartográficos, Vamos elaborar um sistema cadastral de informações geocodificadas e a
partir daí, desenvolver uma aplicação SIG-WEB envolvendo toda a infra-estrutura
turística para a área do Bairro da Ilha de Luanda. Para o desenvolvimento da pesquisa
foram adoptados os seguintes procedimentos metodológicos:
Caracterização do Problema - Esta fase do projecto tem como finalidade
entender a extensão dos serviços, voltados para a divulgação e expansão do Turismo,
actualizado o cadastro de toda infra-estrutura turística da área, aliado a um sistema de
informação SIG-WEB.
Coleta de Dados – A base cartográfica utilizada no trabalho vai ser composta por
arquivos vectoriais resultado de um processo de digitalização das imagens aéreas e
satélite.
Para o tratamento dos dados espaciais, utilizou-se os programas ArcGIS 10 e 10.1.
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CAPÍTULO I - TURISMO E GEOPROCESSAMENTO
1.1 - Turismo
O turismo, em função de sua organização estrutural e suas definições
empresariais, administrativas, bem como profissionais, foi delimitado em tipos, formas,
modalidades, entre outras segmentações. No entanto, de acordo com Andrade (2001),
essa delimitação não possui nenhuma segurança científica, pois não há grandes
reflexões sobre o assunto.
A definição de turismo aceita do ponto de vista formal foi concebida pela
Organização Mundial do Turismo – OMT (BARRETO, 1995) onde a mesma afirma que
o turismo é: ―A soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência
temporário e voluntário motivado por razões alheias a negócios ou profissionais‖. No
ano de 2003 a OMT complementa, ―o turismo compreende as actividades das pessoas
que viajam e permanecem em lugares fora de seu ambiente habitual, por não mais de
um ano consecutivo para lazer, negócio ou outros objectivos‖.
A exploração turística, denominada muitas vezes de ―indústria do turismo‖ tem-
se caracterizado por um marcante crescimento nas últimas décadas, alimentando
esperanças de crescimento económico em diversas regiões do país. O que pode ser
comprovada pelo fato da actividade fazer turística fazer parte da pauta da maioria dos
governos.
Compreender a actividade do turismo significa valorizar o espaço geográfico, a
comunidade receptora, como também valorizar o turista, de forma a atrair e difundir tal
actividade levando as belezas naturais, culturais aos olhares de visitantes oriundos de
outras localidades.
O turismo é um fenómeno económico, político, social e cultural que deve ser
estudado de modo especial pela cartografia, através da sistematização de uma
cartografia do turismo, na qual o mais importante não é somente projectar símbolos para
compor um mapa, e sim reflectir sobre como este deve ser organizado, a fim de expor
claramente o raciocínio correto sobre o fenómeno, comunicando a verdadeira
informação ao público que se utiliza desses mapas. (MARTINELLI, 1995).
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1.1.2 Origem e evolução do turismo
A capacidade mental do homem faz com que ele, em um determinado momento
de sua vida, tenha o desejo de conhecer novos ambientes, independentemente de suas
necessidades básicas de sobrevivência. De acordo com Barreto (2000, p. 19) o conceito
do turismo, na linguagem quotidiana, e entendido como ―um quase sinónimo de
viagem‖.
O conceito turismo surge no século XVII na Inglaterra, referido a um tipo
especial de viagem.
A palavra tour e de origem francesa, como muitas palavras do inglês moderno
que definem conceitos ligados a riqueza e a classe privilegiada. […] a palavra tour
quer dizer volta e tem seu equivalente no inglês turn, e no latim tornare (BARRETO,
2003, p. 43).
Na Antiguidade Clássica, os gregos faziam deslocamentos constantes para
assistir, participar e ao mesmo tempo usufruir de espectáculos culturais, cursos, festivais
e jogos, os quais eram destinados aos cidadãos que se destacavam perante as outras
categorias sociais, e principalmente dos escravos.
Os jogos olímpicos, que tiveram seu início no mundo grego, ainda hoje são uma
referência mundial que movimenta milhões de dólares com o fluxo de turistas.
Com o advento da Revolução Industrial e o desenvolvimento das relações
capitalistas, a riqueza deixa de ser unicamente a terra e passa a ser a produção e o
trabalho. Esse fato faz com que um numero maior de indivíduos de classes sociais
intermediarias passe a dispor de condições financeiras para realizar viagens, como
também de um tempo maior para o lazer. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento
tecnológico trouxe melhorias aos meios de transporte que diminuíram o custo das
viagens e tornaram-nas mais baratas e confortáveis. A sociedade industrial e o avanço
tecnológico permitiram que os trabalhadores tivessem mais tempo para o lazer,
transformando o turismo em fenómeno mundial de massas (BARRETO, 2003).
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Em 1841, o inglês Thomas Cook passa ser o primeiro a agenciar viagens
turísticas e fazer a organização de grupos, oferecendo pacotes de férias, além de
introduzir guia turístico e publicar guias de orientações aos turistas. Com essa primeira
viagem em larga escala, massifica-se o turismo e inicia-se o turismo moderno
(CAMARGO, 2001, p. 49).
Após a Segunda Guerra Mundial, o turismo evoluiu como consequência dos
aspectos relacionados a produtividade empresarial, ao poder de compra das pessoas e ao
bem-estar resultante da restauração da paz no mundo (FOURASTIE, 1979).
A partir desse período, houve o surgimento dos processos tecnológicos nas
comunicações e nos transportes, a sociedade civil passou a ter acesso a diversos bens de
consumo, inclusive a viagens, os quais puderam ser proporcionados em função do
desenvolvimento económico de larga escala, o qual se constatava.
A partir do início da década de 1970, o turismo de massa se destaca de forma
mais acentuada, sendo desencadeados aspectos negativos na estrutura social,
económica, e ambiental nos ambientes visitados. Nos anos 1980 surge a proposta de um
turismo alternativo, contrario ao turismo de massa, representando o momento de
mudança de mentalidade em relação a sociedade e ao modelo de desenvolvimento. Esse
novo formato passa a considerar que a actividade só deve existir se o principal objectivo
for a melhoria da qualidade de vida das populações, por meio de um turismo diferente e
alternativo.
Nas últimas duas décadas, o turismo apresenta um crescimento contínuo, sendo
um dos sectores económicos que mais crescem no mundo. O turismo contemporâneo
esta intimamente ligado ao desenvolvimento e engloba um numero crescente de novos
destinos e diversidades. Segundo a Organização Mundial de Turismo, essas dinâmicas
tem transformado o turismo em factor fundamental para o progresso socioeconómico
dos países.
1.1.3-Mercado turístico
No âmbito da indústria do turismo, observam-se diferentes visões de segmentos.
Ignarra (2003) define 51 segmentos do turismo de acordo com 11 critérios, conforme
apresentados no Quadro abaixo.
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Critérios de segmentação Segmentos do turismo
1-Faixa etária
- Turismo infanto-juvenil;
- Turismo de meia-idade.
- Turismo de terceira idade;
2-Nível de renda
- Turismo popular;
- Turismo de classe media (turismo de massa).
- Turismo de luxo;
3-Meio de transporte
- Turismo aéreo;
- Turismo rodoviário;
- Turismo ferroviário.
- Turismo marítimo;
- Turismo fluvial/lacustre;
4-Duração da permanência
- Turismo de curta duração;
- Turismo de média duração.
- Turismo de longa duração;
5-Distância do mercado
consumidor
- Turismo local;
- Turismo regional;
- Turismo nacional.
- Turismo continental;
- Turismo intercontinental;
6-Tipo de grupo
- Turismo individual;
- Turismo de casais;
- Turismo de famílias.
- Turismo de grupos;
- Turismo de grupos especiais;
7-Sentido do fluxo turístico - Turismo emissivo;
- Turismo receptivo.
8-Condição geográfica do
destino
- Turismo de praia;
- Turismo de montanha;
- Turismo de campo;
- Turismo de neve.
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9-Aspecto cultural
- Turismo étnico;
- Turismo religioso;
- Turismo histórico;
- Turismo antropológico.
- Turismo arqueológico;
- Turismo artístico;
- Turismo de eventos programados;
10-Urbanização do destino
- Turismo de metrópoles;
- Turismo de áreas naturais;
- Turismo rural;
- Turismo de pequenas cidades.
11-Motivação das viagens
- Turismo de compras;
- Turismo de eventos;
- Turismo de entretenimento;
- Turismo de saúde;
- Turismo gastronómico;
- Turismo educacional;
- Turismo de aventuras;
- Turismo esportivo;
- Turismo de pesca;
- Turismo de descanso.
Tabela 1 – Segmentos do turismo
Fonte: Adaptado de Ignarra (2003)
1.1.4-Tipos de Turismo
No entanto, o relatório WTTC (2003, p. 3-4) apresenta apenas oito tipos
característicos de turismo, apresentados na tabela 2.
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Tipos Características
1-Étnico
Em que o turista reage com os residentes locais, normalmente
povos indígenas, visitando suas casas, observando sua rotina
diária e participando de seus acontecimentos rituais.
2-Cultural
Enfatiza os estilos de vida do passado, representados por
desempenhos e festivais.
3-Histórico
Envolve visitas a monumentos, museus e locais de importância
histórica.
4-Literário
E uma forma de expressão cultural e de comunicação que
envolve a apropriação de Imagem entre diferentes sistemas
simbólicos, já que permite as pessoas conviver com
determinadas fantasias por intermédio de livros e autores
favoritos e atitudes ou outros valores culturalmente assumidos.
5-Receptivo
No qual há a procura unicamente de lazer, podendo apresentar
múltiplos interesses específicos ou nenhum.
6-Religioso
Em que há visita a um destino de especial significação a uma
religião especifica, podendo fazer parte de uma viagem de lazer
e objectivos múltiplos ou que enfatiza
Unicamente seu aspecto religioso, a peregrinação em si.
7-Desportivo
Em que o turista se desloca para participar, como espectador, de
um evento desportivo, podendo este ter ou não um carácter
periódico.
8-Ambiental
Também denominado turismo ecológico ou ecoturismo, no qual
o turista viaja a um destino caracterizado pela presença de áreas
paisagísticas, procurando a amenidade e o valor recreativo
resultante do contacto com aspectos do mundo natural.
Tabela 2 – Segmentos turísticos WTTC
Fonte: Adaptado de WTTC (2009)
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1.2-Turismo em Angola
1.2.1-Breve Historial sobre o Turismo em Angola
Nos fins da década de 50 e princípios da década de 60 do século XX, o turismo
registou um extraordinário crescimento tanto em Portugal como nas Colónias
Ultramarinas (da qual Angola era parte integrante), tendo contribuído para tal o papel
preponderante do Estado Português através de adequadas medidas legislativas de
orientação e de controlo.
Os Órgãos Centrais do Turismo estavam sedeados em Portugal Continental,
especificamente em Lisboa. No que concerne a Angola e as restantes ex-Províncias do
Ultramar, só em Março de 1959 através do Decreto-Lei n.º42194 de 27 de Março que
cria nesses territórios os Centros de Informação e Turismo, foi institucionalizado o
primeiro órgão que viria ser o mais antigo antecessor do actual Ministério de Hotelaria e
Turismo, o Centro de Informação e Turismo de Angola (C.I.T.A.)
Em pleno tempo colonial era reconhecido as potencialidades turísticas de
Angola, mas o seu desenvolvimento não se concretizou devido a pouca atenção dada a
este sector económico importante. Em 1972 o dispositivo hoteleiro de Angola era: 57
unidade, dos quais Luanda, Huambo, Lubango e Lobito cobriam 54,4%, e o total de
camas era 3.934, no qual somente Luanda possuía 1.140. Podemos caracterizar o Sector
do Turismo em Angola no período de 1975 – 1988.
Mais de 90% das unidades hoteleiras e similares do País foram abandonadas
pelos seus antigos proprietários. Em 1975 com a criação do primeiro Governo do
Estado Angolano na sequência da proclamação da independência, ocorre a instituição da
Secretaria de Estado do Comércio e Turismo que, a partir de então, personificou a
Administração Turística Angolana a par de outros sectores da actividade sócio-
económica.
Na base do Decreto n.º. 26/75 as unidades hoteleiras e turísticas foram
intervencionadas tendo-se criado paralelamente o Centro de Controlo e Gestão dos
Estabelecimentos de Hotelaria, Restaurantes e Similares da Província de Luanda Nos
dois anos subsequentes assistiu-se à utilização irracional e consequente degradação das
infra-estruturas hoteleiras, restaurantes e similares, bem como das unidades
complementares.
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Nos trinta e três anos de Independência Nacional o turismo na República de
Angola teve uma evolução algo titubeante devido ao conflito armado que então se viveu
até no limiar do ano de 2002. Com o actual clima de paz efectiva no País, com o
conhecimento e compreensão do sector público e privado, o turismo tem estado a tomar
o seu verdadeiro rumo.
De forma sintética pode-se descrever a evolução do sector nos últimos trinta e
três anos, no modo seguinte:
Na sequência da proclamação da independência de Angola e sua constituição em
República Popular no ano de 1975, é constituído o primeiro Governo do Estado
Angolano, no qual é instituído a Secretaria de Estado do Comércio e Turismo, que a
partir de então personifica a Administração Turística Angolana, a par de outros sectores
da actividade socioeconómica.
Face à situação de abandono por parte dos seus antigos proprietários deixando
mais de 90% das unidades hoteleiras e similares do país, as mesmas foram
intervencionadas com base no Decreto n.º128/75, tendo-se criado paralelamente o
Centro de Controlo e Gestão dos Estabelecimentos de Hotelaria, Restaurantes e
similares da Província de Luanda.
Na perspectiva de pôr cobro a tal situação o Governo promulgou o decreto
n.º42/77 de 12 de Maio que cria o MINCI - Ministério do Comércio Interno e aprova o
seu Estatuto Orgânico, onde se insere a Direcção Nacional do Turismo e Hotelaria.
A partir de 1978 o órgão reitor do turismo iniciou o processo de criação de
empresas hoteleiras de âmbito provincial totalizando em 1983, 19 empresas do género,
denominadas Emprotel. Em Luanda foi criada a Anghotel – U.E.E, de âmbito local, a
qual foi atribuída a tutela dos hotéis Trópico, Panorama, Turismo, Costa do Sol,
Alameda, Continental e Globo.
A adesão da República de Angola à OMT ocorreu na 8ª Assembleia Geral
realizada em Paris em 1989. Esta acção trouxe vantagens palpáveis se tornaram
beneficiando do clima propício que se gerou com a assinatura dos acordos de paz.
O benefício imediato traduziu-se na implementação do Projecto ―Reforço
Institucional do Estado Angolano no domínio do Turismo‖, financiado pelo PNUD,
executado pela OMT, e consubstanciado na Reestruturação da Direcção Nacional do
Turismo; Criação de um sistema de recolha, tratamento, análise e publicação de
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estatística do turismo; Criação de um serviço estatístico informatizado na DINATUR;
Elaboração de propostas de legislação turística e Capacitação dos recursos humanos.
O Ministério de Hotelaria e Turismo está estruturado e organizado conforme
determina o Decreto-Lei 13/94 de 1 de Julho que estabelece a Orgânica dos Serviços
Centrais e Locais da Administração do Estado.
A realidade da actividade hoteleira e turística no mundo, em particular na região
socioeconómica da SADC em que insere a República de Angola. A necessidade de dar
cumprimento aos ditames da Política Nacional do Turismo e da Estratégia Sectorial da
Hotelaria e Turismo, aprovadas pelas Resoluções números 7/97 e 9/97, ambas de 27 de
Junho do Conselho de Ministros, respectivamente; e ainda a necessidade de melhor
implementar esses dois instrumentos no domínio do fomento do turismo e acompanhar
a dinâmica do seu desenvolvimento, o MINHOTUR fez aprovar pelo Conselho de
Ministros a criação do Instituto de Fomento do Turismo conhecido pela sigla,
INFOTUR.
Angola tem capacidade para se tornar uma nova fronteira do turismo do século
XXI. Tomando todas as precauções necessárias para viajar em condições de segurança,
inclusive do ponto de vista sanitário, o turista descobre enormes territórios
inexplorados, que permaneceram isolados do mundo por longos anos e que, pela
primeira vez, se abrem aos estrangeiros.
Três exemplos de investimento no sector do turismo: As praias tropicais entre
Luanda e Benguela, com panoramas encantadores e ao alcance do turista
contemporâneo; o deserto do Namibe (que marca o início do deserto que dá o nome ao
país vizinho, a Namíbia), tão belo quanto a Namíbia em termos de belezas naturais e
interesse cultural; as montanhas de tirar o fôlego do Planalto da Huíla.
No domínio do intercâmbio internacional por força da crença, perseverança e
dinâmica dos titulares das diversas instituições que ao longo dos trinta e três anos de
independência nacional, tutelaram a Administração do Turismo Nacional em cada fase
da vida socioeconómica do País, Angola é hoje membro da OMT-Organização Mundial
do Turismo, RETOSA, instituição da SADC que rege a actividade na região austral do
Continente, ATA-África Traveler Association e da CPLP, sector do Turismo e é
integrante do Projecto OKAVANGO ZAMBEZE em parceria com o Botswana,
Moçambique, Zâmbia e Zimbabwe. (Tirado do Site: www.minhotur.gov.ao)
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1.2.2-Rede hoteleira nacional
As unidades hoteleiras e meios complementares de alojamento do país alojaram
906.000 hóspedes em 2011 correspondentes a um acréscimo de 43.492 em comparação
com o ano anterior. Contribuíram para este aumento os estrangeiros não residente, com
59% do total dos hóspedes. A taxa média de ocupação de quartos e camas em todos
estabelecimentos de alojamento foi de 73%. Em termos da ocupação de camas a média
situou-se em 67%.
Tabela da Rede Hoteleira de Angola 2011
Categoria Hotéis Apart. Alberg. Pensões Ald.Tur. Hosp. Similares Total
Província Hotéis Restaur. Outros
Bengo 1 0 0 6 9 6 20 27 56
Benguela 18 3 0 56 1 63 72 152 365
Bié 3 1 0 21 0 12 9 16 62
Cabinda 5 3 0 26 2+3* 2 22 140 199
Cunene 2 0 0 30 0 6 13 110 161
Huambo 6 2 0 36 3 12 25 16 100
Huíla 9 0 0 15 15 65 78 437 619
K.Norte 1 0 0 12 0 0 34 13 60
K.Sul 13 1 1 27 1 37 149 13 242
K.Kubango 0 0 0 7 1 4 28 109 149
L.Norte 0 0 0 16 0 1 27 40 84
L. Sul 0 1 1 8 2 1 4 26 43
Luanda 72 5 32 134 26 168 286 880 1603
Malanje 6 0 0 12 1 5 23 56 103
Moxico 4 0 0 16 0 4 13 93 130
Namibe 2 1 0 17 2 17 24 102 165
Uíge 5 0 0 8 0 20 9 15 57
Zaire 6 1 0 13 1 9 4 15 49
Total 153 18 34 460 67 432 840 2260 4248
* 2 Aldeamentos e 3 Complexos Turísticos
Tabela 3
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo
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Tabela da Chegadas e Dormidas nas Unidades de Alojamentos
Tipo
Estab.
Chegadas Total Dormidas
Total Angolanos
Residentes
Angolanos não
Residentes
Estrang. Angolanos
Residentes
Angolanos não
Residentes
Estrang.
Hotéis 250.520 73.153 328.232 651.905 687.720 111.462 1.043.063 1.842.245
Outras
Unidades 122.304 28.140 103.344 253.788 563.328 167.263 114.409 845.000
Total Geral 372.824 101.293 431.576 905.6963 1.251.048 278.725 1.157.472 2.687.245
Tabela 4
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo
Tabela de Taxa de Ocupação e Camas
Tipos de
Unidades
Quartos
Disponíveis
Camas
Disponíveis
Quartos
Ocupados
Camas
Ocupadas
%Taxa de Ocup.
Quartos
%Taxa de
Ocup. Camas
Hotéis 398.749 659.264 278.960 428.319 70 65
Outras
Unidades 510.711 806.128 365.421 561.408 76 70
Tabela 5
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo
1.2.3-Dados do Turismo em Angola
O turismo vem apresentando resultados positivos nos últimos anos,
consolidando-se como um vector socioeconómico do país. Segundo o ministério de
hotelaria e turismo, mesmo com a crise económica e financeira internacional, os
resultados alcançados em 2011 foram animadores.
Neste período, o movimento das chegadas de turista atingiu a cifra de 481.168 turista
traduzindo num aumento significativo de 53,1% ou seja mais de 56.000 em relação ao
ano de 2010.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
17
Tabela da chegada de Turistas por regiões em 2011
Regiões Anos
2010 2011
África 76.668 147.903
América 82.835 58.233
Ásia 87.856 100.423
Austrália 2.638 1.175
Europa 170.381 170.488
Médio Oriente 4.541 2.946
Total Geral 424.919 481.168
Tabela 6
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo (Serviço de Migração e Estrangeiro)
Em comparação com os Outros Países:
França: 76,8 Milhões de Turista.
Itália: 53,6 Bilhões de dólares Americanos.
Brasil: 4.802Bilhões de dólares Americanos.
Tabela de Chegada de Turista por Sexo.
Ano 2011 Sexo Masculino Sexo feminino Total Sexo
Total Geral 363.705 114.463 481.168
Tabela 7
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo (Serviço de Migração e Estrangeiro)
Do total de turistas que se deslocaram em Angola, a população masculina co
76,2% apresentou a maior proporção em relação a feminina.
Considerando os principais motivos das deslocações, as viagens por motivos de
negócios representam 48,9% sendo este o motivo principal apurado. O segundo motivo
com 39,9% foi o de viagem em serviço.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
18
1.2.4-Volumes de Negocio do Turismo em Angola
A receita do turismo nacional, tal como aconteceu relativamente ao fluxo de
chegadas de turista às fronteiras nacionais, registaram um acréscimo acentuado em
2011. Neste período o volume de negócios atingiu o montante aproximado de 65,0
Bilhões de Kuanzas, equivalentes a 698,3 milhões de dólares Americanos.
Em comparação com os Outros Países:
França: 46,3 Bilhões de dólares Americanos.
Itália: 38,8 Bilhões de dólares Americanos.
Brasil: 5,3 Bilhões de dólares Americanos.
Tabela de Receita por Unidades
Tipos de Unidades Receitas Akz Equivalência USD
Hotéis 19.682.849.961 211.643.547,97
Outras Unidades 8.674.772.705 93.277.125,86
Restaurantes e Similares 17.829.163.495 191.711.435,43
Agências de V. e Turismo 18.753.601.502 201.651.629,05
Total 64.940.387.663 698.283.738,31
Tabela 8
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo
Tabela de Repartição da Força de Trabalho
Tipos de Unidades
Trabalhadores
Total
Salários Homens Mulheres
Hotéis 20.854 15.338 36.192 5.238.005.560
Outras Unidades 17.351 18.541 35.892 1.839.176.700
Restaurantes e Similares 36.011 25.281 61.292 4.216.428.208
Agências de V. e Turismo 7.775 4.413 12.188 1.166.989.710
Total 81.991 63.573 145.564 12.460.600.178
Tabela 9
Fonte: Ministério de Hotelaria e Turismo
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19
Figura 1: Turismo na Ilha de Luanda
Fonte: Próprio
1.3-Geoprocessamento
O geoprocessamento é o processamento informatizado de dados
georreferenciados. Utiliza programas de computador que permitem o uso de
informações cartográficas (mapas, cartas topográficas e plantas) e informações a que se
possa associar coordenadas desses mapas, cartas ou plantas. Pode ser utilizado para
diversas aplicações.
Outra definição seria:
É um conjunto de conceitos, métodos e técnicas erigidas em torno do
processamento electrónico de dados que opera sobre registros de ocorrência
georreferenciados, analisando suas características e relações geotopológicas para
produzir informação ambiental.
O termo geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza
técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica e
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
20
que vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de
Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planeamento Urbano e
Regional.
As ferramentas computacionais para geoprocessamento, chamadas de Sistemas
de Informação Geográfica, permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de
diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados. Tornam ainda possível
automatizar a produção de documentos cartográficos.
Num país de grande dimensão como Angola, com uma grande carência de
informações adequadas para a tomada de decisões sobre os problemas urbanos, rurais e
ambientais, o Geoprocessamento apresenta um enorme potencial, principalmente se
baseado em tecnologias de custo relativamente baixo, em que o conhecimento seja
adquirido localmente.
1.3.1-Histórico do geoprocessamento
As primeiras tentativas de automatizar parte do processamento de dados com
características espaciais aconteceram na Inglaterra e nos Estados Unidos, nos anos 50,
com o objectivo principal de reduzir os custos de produção e manutenção de mapas.
Dada a precariedade da informática na época, e a especificidade das aplicações
desenvolvidas (pesquisa em botânica, na Inglaterra, e estudos de volume de tráfego, nos
Estados Unidos), estes sistemas ainda não podem ser classificados como ―sistemas de
informação‖.
Os primeiros Sistemas de Informação Geográfica surgiram na década de 1960,
no Canadá, como parte de um programa governamental para criar um inventário de
recursos naturais. Estes sistemas, no entanto, eram muito difíceis de usar: não existiam
monitores gráficos de alta resolução, os computadores necessários eram excessivamente
caros, e a mão-de-obra tinha que ser altamente especializada e caríssima. Não existiam
soluções comerciais prontas para uso, e cada interessado precisava desenvolver seus
próprios programas, o que demandava muito tempo e, naturalmente, muito dinheiro.
Além disto, a capacidade de armazenamento e a velocidade de processamento
eram muito baixas. Ao longo dos anos 70 foram desenvolvidos novos e mais acessíveis
recursos de hardware, tornando viável o desenvolvimento de sistemas comerciais. Foi
então que a expressão Geographic Information System foi criada. A década de 1980
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
21
representa o momento quando a tecnologia de sistemas de informação geográfica inicia
um período de acelerado crescimento que dura até os dias de hoje.
1.3.2-Popularização do geoprocessamento
No decorrer dos anos 80, com a grande popularização e barateamento das
estações de trabalho gráficas, além do surgimento e evolução dos computadores
pessoais e dos sistemas gerenciadores de bancos de dados relacionais, ocorreu uma
grande difusão do uso do SIG. A incorporação de muitas funções de análise espacial
proporcionou também um alargamento do leque de aplicações de SIG.
Os anos 90 consolidaram definitivamente o uso do Geoprocessamento como
ferramenta de apoio à tomada de decisão, tendo saído do meio académico para alcançar
o mercado com um velocidade tremenda. Instituições do Governo e grandes empresas
começaram a investir no uso de aplicativos disponíveis no mercado como o ArcGIS da
ESRI, AutoCAD MAP da Autodesk, gvSIG, GRASS, dentre outros.
No fim dos anos 90 e início desse século o uso da WEB já está consolidado e as
grandes corporações passam a adoptar o uso de internet. O SIG em busca de mais
popularização (por demandas do próprio mercado), evolui e passa a fazer uso também
do ambiente WEB.
Houve também uma aproximação entre as grandes empresas de SIG e as
tradicionais empresas de Tecnologia da Informação como a Oracle, Microsoft, Google,
etc.
1.4-Sistemas de Informação Geográfica
Um Sistema de Informação é um conjunto organizado de hardware, software,
dados geográficos e pessoal, destinados a obter, armazenar, actualizar, manipular
analisar e exibir todas as formas de informação geograficamente referenciadas.
(BURROGH, MCDONNEL, 1998).
Um exemplo bem conhecido de um proto SIG é o trabalho desenvolvido pelo
Dr. John Snow em 1854 para situar a fonte causadora de um surto de cólera na zona do
Soho em Londres, cartografando os casos detectados. Esse protoSIG permitiu a Snow
localizar com precisão um poço de água contaminado como fonte causadora do surto.
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22
1.4.1-Definições de SIG
Como se sabe, de vários autores, muitas definições são dadas ao SIG, tal facto,
deve-se em grande parte por se aplicarem diferentes procedimentos. A seguir estão
listadas algumas definições de SIG encontradas na rede. É difícil definir qual delas é
mais precisa, ou mais correta, e provavelmente todas representam bem o nosso objecto
de estudo.
-De modo simplificado, um SIG combina layers (níveis de informação) de um
lugar de modo a fornecer-lhe uma melhor compreensão sobre este lugar. A escolha dos
layers a serem combinados depende do propósito: encontrar o melhor local para uma
nova loja, analisar danos ambientais, observar crimes similares em uma cidade para
detectar padrões, e assim por diante. (ESRI).
-SIG é um sistema de hardware e software para gerenciamento e visualização de
dados espaciais. É semelhante a um gerenciador de Bancos de Dados que se utiliza
principalmente de dados espaciais e não apenas tabulares. (NOAA)
-SIG pode ser considerado como o equivalente high-tech do mapa. Um mapa
individual contém muitas informações que são usadas de modo diferente por diferentes
indivíduos ou organizações. Os SIG representam um meio de nos localizarmos em
relação ao mundo que nos cerca. (University of Edinburgh)
- A definição mais unânime e consentânea de SIG é a que foi dada pelas Nações Unidas,
em que o SIG é um meio computarizado para análise da distribuição espacial de
objectos e fenómenos.
A partir deste conceito é possível indicar duas características importantes do SIG:
a) Tais sistemas possibilitam, a integração numa única base de dados, de
informações geográficas, proveniente de fontes diversas, tais como dados
cartógrafos, dados de censo e cadastro urbano e rural, imagens de satélites e
modelos numéricos de terrenos;
b) SIGs oferecem mecanismos para recuperar visualizar e manipular estes dados,
através de algoritmos de manipulação e análise.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
23
A grande ideia que se quer transmitir é que o SIG funciona como um sistema
integrando diversas ferramentas para manusear a informação espacial e alfanuméricas,
fazendo com que ele se torne uma opção vantajosa aos métodos normalmente utilizados.
Figura 2: Componentes de um SIG
Fonte: Apontamentos Milián, 2010
1.5-SIG e Internet
A Internet rapidamente se tornou o meio preferencial para disseminação de
dados. Sua (quase) universalidade, associada a custos de acesso cada vez mais baixos,
motivou o desenvolvimento de toda uma nova classe de sistemas de informação, com
uma arquitectura diferenciada em relação a seus predecessores.
A disseminação de dados geográficos via Internet começou a partir da
disponibilização de mapas estáticos, que eram cópias digitalizadas de produtos
cartográficos originais transformados em imagens digitais. Estes mapas no formato
matricial eram pouco interactivos para os usuários, e devido ao tamanho que estes
arquivos atingiam, sua transmissão pela Web era dificultada. O pouco de interactividade
era conseguido colocando-se links para outras páginas em áreas específicas do mapa
utilizando-se recursos da linguagem HTML.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
24
Levar a informação espacial para Web é uma das tendências alcançadas no
contexto da democratização cartográfica, neste sentido, a disponibilização de dados
espaciais na Web, possibilita uma nova realidade através de aplicações SIG-WEB,
representando uma evolução dos SIGs desktop para os SIGs distribuídos na rede
mundial de computadores, a figura (3) mostra de forma simplificada um esquema de
comunicação entre um computador remoto (cliente HTTP) e um servidor de mapas
contendo uma aplicação SIG-WEB.
Figura 3: Informações Espaciais Disponibilizadas na Web
Fonte: MITCHELL (2005)
Podemos observar na figura acima que o cliente HTTP (representado pelo
computador mais à esquerda) acessa uma página com conteúdo cartográfico, hospedada
em um servidor de mapas remoto, este por sua vez, é o componente responsável por
realizar a leitura dos dados geográficos e efectuar uma operação específica requisitada
pelo cliente (aumentar a escala, movimentar o mapa para uma área específica, etc.) e
converter o resultado desta operação em uma imagem mostrada no cliente. Os SIG-
WEB mais sofisticados podem ainda efectuar a leitura de bancos de dados espaciais.
Um exemplo é o programa ArcGIS Online, que devido a sua importância dentro do
deste trabalho, será descrito em maiores detalhes no próximo item.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
25
1.6-ArcGIS Online
O ArcGIS Online é um sistema de gerenciamento de conteúdo completo,
baseado em nuvem, colaborativo que permitem as organizações gerenciar suas
informações geográficas em um ambiente configurável e seguro.
A plataforma fornece uma infra-estrutura em demanda para criar mapas da web,
habilitar dados pela web, compartilhar mapas, dados, aplicativos e gerenciar o conteúdo
e múltiplos usuários de sua organização. Inclui mapas base, dados para seus mapas,
aplicativos, modelos configuráveis e ferramentas GIS e APIs para desenvolvedores. As
organizações compram uma subscrição que permite configurar e gerenciar seu próprio
site do ArcGIS Online e conjunto de recursos. A subscrição inclui contas
organizacionais para membros da organização. As contas pessoais estão disponíveis
para indivíduos que desejam acessar o conteúdo compartilhado por usuários GIS e da
Esri para criar, armazenar e compartilhar mapas, aplicativos e dados.
Figura 4: Página Principal do ArcGIS Online
Fonte: Web Site do ArcGIS Online
1.6.1-O ArcGIS Online é gratuito?
O acesso ao ArcGIS Online é feito através do endereço www.arcgis.com. A
principal dúvida, no entanto, é quanto à gratuidade do acesso ao ArcGIS Online. Ao
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
26
acessar a página principal do ArcGIS Online, o usuário é convidado a fazer um teste da
subscrição (assinatura anual) do ArcGIS Online.
O teste pode ser feito por até 30 dias e lhe dá direito a usar todas as
funcionalidades do ArcGIS Online que serão apresentadas neste tutorial. Para fazer o
teste, clique em 30 dias grátis para testes. Após o período de teste, caso pode-se optar
por não adquirir a sua assinatura anual, pode-se migrar sua subscrição para uma conta
pessoal do ArcGIS Online.
1.6.2 - A interface do ArcGIS Online
A interface do ArcGIS Online possui quatro quadros que possibilitam a
interacção do usuário através do navegador Web (5). Os quadros A, B, C, e D
representam respectivamente as seguintes funcionalidades:
A – quadro de botões; B – quadro de legenda; C – área de visualização dos mapas e
D – painel de status.
Figura 5: Esquema da Interface do ArcGIS Online
Fonte: MIRANDA (2012)
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27
1.6.3-Apresentação Rápida do Site da Web
O site da web permite a você localizar e utilizar mapas da web, dados,
aplicativos e ferramentas, criar mapas da web e compartilhar seus itens com outros.
Você não precisa de qualquer desktop ou software de servidor; todos os seus recursos
são acessíveis com um navegador da web.
Figura 6: plataforma ArcGIS Online
Fonte: esri Portugal
No site, você encontrará mapas, dados, aplicativos e ferramentas publicadas pela
Esri e a comunidade ArcGIS; uma galeria de mapas e aplicativos apresentados;
ferramentas de mapeamento da web; um mecanismo de pesquisa eficiente; grupos de
comunidades GIS que você pode participar e criar; e espaço para armazenar seus mapas
e dados.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
28
Figura 7: Página Principal do Website do ArcGIS Online
Fonte: Web Site do ArcGIS Online
1.6.3.1-Galeria
Figura 8: Menu de Ferramenta Galeria
Fonte: Web Site do ArcGIS Online
A galeria é um local para pesquisar mapas da web detalhados, aplicativos web e
aplicativos móveis. Os editores do site seleccionam itens que mostram as informações e
cartografias importantes e populares. Todos os itens da galeria estão disponíveis para
você utilizar em seu trabalho.
1.6.3.2-Mapas base
Os mapas base estão disponíveis sem nenhum custo para uso no navegador da
web, dispositivo móvel, aplicativos de mapeamento da web e ArcGIS.
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29
Figura 9: Tipos de Mapas base do ArcGIS Online
Fonte: Web Site do ArcGIS Online
1.6. 3.3-Mapa
Ao utilizar o visualizador de mapa do ArcGIS.com, pode-se construir mapas
interactivos e compartilhá-los com outros usuários. Escolhe-se um mapa base, uma área
de interesse e adiciona camadas de dados. Pode-se alterar símbolos e configurar as
janelas pop-up. Após finalizar a construção do seu mapa da web, pode refiná-lo, salvá-
lo para sua área de trabalho pessoal e compartilhá-lo com outros.
1.6.3.4-Meu Conteúdo
Como um usuário registrado pode-se adicionar e compartilhar itens na web e
aplicativos móveis e arquivos em seu computador. Todos os seus itens são acessíveis
pela sua página pessoal Meu Conteúdo.
Figura 10: Menu de Ferramenta Meu Conteúdo
Fonte: Web Site do ArcGIS Online
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30
1.6.3.5-Link ou Hiperligação para mapas da web
Uma maneira de compartilhar um mapa da web é copiar e colar o link em um e-
mail ou postar o link em uma conta do Facebook ou Twitter.
1.6.3.6- Pré-requisito para publicar serviços no ArcGIS Online
Para publicar serviços no ArcGIS Online, deve-se ter:
Uma conta que é parte de uma organização do ArcGIS Online
Associação no papel de Publicador ou Administrador para sua conta, ou
ArcMap 10.1
1.6.3.7-Camadas de dados armazenados no mapa
Os arquivos de dados estáticos precisam estar habilitados na web antes de poderem
ser utilizados em mapas da web. Os seguintes tipos de dados podem ser adicionados e
armazenados em um mapa da web como camadas:
Arquivo de texto delimitado (.csv e .txt)
Shapefile (.zip)
Arquivo GPS (.gpx)
Camada editável criada no visualizador de mapa do ArcGIS.com
KML: O KML é um formato de arquivo baseado em XML utilizado para representar
feições geográficas em aplicativos como ArcGIS Explorer e Google Earth.
OGC WMS: Open Geospatial Consortium, Inc. (OGC), os serviços da web fornecem
um caminho para criar mapas e dados disponíveis em um formato aberto,
internacionalmente reconhecida através da web.
Shapefiles: O shapefile é um formato de armazenagem de dados vectoriais da Esri para
armazenar a posição, formato e atributos de feições geográficas. Os shapefiles
geralmente contêm grandes feições com muitos dados associados e foram
historicamente utilizados em aplicativos GIS desktop, tais como, ArcGIS for Desktop e
ArcGIS Explorer Desktop. Se você tiver uma quantidade pequena de dados em um
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
31
shapefile — geralmente menos que 1.000 feições — você poderá torná-los disponíveis
para outros visualizarem via navegador da web, adicionando como um arquivo *.Zip
contendo os arquivos *.shp, *.shx, *.dbf e *.prj no mapa que você criará com o
visualizador de mapa do ArcGIS.com.
CSV, TXT e GPX: Você pode adicionar feições no mapa que estão armazenadas em
um arquivo de texto delimitado (.txt ou .csv) ou arquivo GPS Exchange Format (.gpx).
GPX: Você pode adicionar dados capturados com um dispositivo GPS, convertendo os
dados para um arquivo do GPS Exchange Format (.gpx).
O visualizador de mapa do ArcGIS.com exibe as primeiras 1.000 camadas das feições
no arquivo.
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32
CAPÍTULO II – CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
País: República de Angola (11/11/1975).
Área: 1.246.700 km2.
População: 14,5 milhões de habitantes (Dados não oficial).
Capital: Luanda.
Moeda: Kwanza (1 euro = 98 kwanzas).
Idiomas: Português e Línguas Nacionais como: (kikongo, kimbundo, umbundu,
chokwe, e kuanyama).
Hora: GMT +1.
Clima: Apesar de se localizar numa zona subtropical tem um clima que não reflecte
esta condição, devido à confluência de três factores: a corrente fria de Benguela, o
relevo do interior e a influência do deserto do Namibe. Em consequência, o clima de
Angola é caracterizado por duas estações, a das chuvas (de Outubro a Abril) e a do
Cacimbo (de Maio a Agosto), mais seca e com temperaturas mais baixas.
Figura 11: Mapa de Angola, mostrando a estrutura da DPA
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
33
Este trabalho foi feito em Angola, na cidade de Luanda, município de Luanda,
distrito da Ingombota, bairro da Ilha do Cabo.
Luanda é a capital da República de Angola. Tem um clima tropical com duas
estações, sendo que a época chuvosa vai de Setembro a Abril, e a época seca (cacimbo)
vai de Maio a Agosto é a mais fresca.
Tem uma temperatura média de 25ºC. Luanda tem uma área de 2.257 km2, e
conta com 7 municípios: Luanda, Sambizanga, Viana, Icole e Bengo, Quiçama,
Cacuaco e Cazenga.
Figura 12: Mapa da Província de Luanda
Fonte: MAT
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
34
Sendo fundada há 438 anos por Paulo Dias de Novais, Em 1575, o capitão
português Paulo Dias de Novais, ao desembarcar na Ilha do Cabo, estabeleceu o
primeiro núcleo de colonos portugueses.
É a maior cidade e capital de Angola, sendo, localizada na costa do Oceano
Atlântico, é a terceira maior cidade lusófona do mundo, atrás de São Paulo e Rio de
Janeiro.
A sua população está estimada em 6 milhões (não oficial). Etnograficamente a
população é muito heterogénea, uma vez que Luanda foi o destino das populações que
durante anos fugiam da guerra nas variadas províncias do país.
Os Muxiluanda (singular-Axiluanda) são os habitantes da Ilha do Cabo que
desenvolveram uma forma de vida própria, muito ligada a sua principal actividade – a
pesca. Caluanda é o nome dado aos nativos de Luanda.
2.1-Ilha de Luanda
Figura 13: A ilha de Luanda, língua de terra em frente à cidade de Luanda
Fonte: Carta 1:25.000
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
35
A Ilha do Cabo, geralmente conhecida por Ilha de Luanda, é um cordão
litoral, em Angola, composto por uma estreita língua de terra com 7 km de
comprimento que, separando a cidade de Luanda do Oceano Atlântico, cria a Baía de
Luanda.
Coordenadas Centrais da Ilha de Luanda
UTM X = 307049.75 Y = 9029534.25
Geográficas 8°46'31.25"S 13°14'45.09"E
Tabela 10 – Coordenadas Central da Ilha de Luanda
As coordenadas foram tiradas com GPS Garmim Oregon 550t
Figura 14: Local na ilha de Luanda, onde foi tirada as Coordenadas
Fonte: Google Earth
Geograficamente é dividido por cinco (5) sectores que são:
1-Sector Chicala
2-Sector Lelo
3-Sector Ponta
4-Sector Salga
5-Sector Quilombo
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
36
A Ilha de Luanda, ou simplesmente A Ilha como a chamam os habitantes de
Luanda, é por excelência o local de divertimento e lazer dos Luandenses, podendo aqui
encontrar-se uma grande variedade de equipamentos turísticos, dos bares aos
restaurantes junto ao mar e das discotecas aos hotéis, sem esquecer os mercados de rua e
as inevitáveis praias.
Faz parte do município de Luanda, Distrito da Ingombota, província de Luanda.
Os habitantes originais da ilha são os Axilwanda (Axiluanda), um subgrupo dos
Ambundo, em tempos súbditos do Rei do Kongo. Os seus descendentes, os "pescadores
da ilha", guardam até hoje alguns hábitos tradicionais.
Normalmente tem-se realizado no mês de Novembro as populares festas da Ilha
onde são lançadas ao mar as melhores iguarias como: bebidas finas, vinho do Porto,
Whisky, cerveja, comidas, etc. De formas acalmar as calemas.
Figura 15: Ilha do Cabo visto do alto
Fonte: ilha-httpilhaluanda.no.sapo.pt
- A escolha deste bairro como objecto de estudo para este trabalho de pesquisa,
foi motivada pela presença de diversos pontos turísticos. A grande concentração de
equipamentos turísticos, principalmente na orla marítima, onde se encontra uma
quantidade razoável de hotéis, pousadas e restaurantes, faz da Ilha de Luanda um bairro
muito movimentado e de elevado destaque na actividade turística da cidade.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
37
CAPÍTULO III - MATERIAIS E METODOS
3.1-Materiais
Como materiais utilizados nesta pesquisa foram usados os dados referentes à
área de estudo, os programas para manipulação desses dados e equipamentos, os quais
serão relacionados a seguir.
3.1.1-Programas Computacionais
- Arcgis 10 e 10.1
- AutoCAD 2012
Softwares
Para o desenvolvimento do trabalho se utilizaram os diferentes softwares:
ArcGis 10 e 10.1, como plataforma do SIG e para a confecção dos mapas
temáticos.
Google Earth 6, para a obtenção de Imagens mais recentes (ano 2012),
cuja informação geográfica complementa os dados fornecidos pelas
fotografias aéreas (ano 2008).
Microsoft Office Word 2007 e 2010, para a confecção do informe final.
Hardwares
Computadores HPLEI901w
Laptop Compaq
Laptop HP;
Impressora HP Color Laser jet CP3525n;
Impressora KONICA MINOLTA bizhub c280;
3.1.2-Software Arcgis
O ArcGIS é um pacote de softwares da ESRI (Environmental Systems Research
Institute) de elaboração e manipulação de informações vectoriais e matriciais para o uso
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
38
e gerenciamento de bases temáticas. O ArcGIS disponibiliza em um ambiente de
Sistema de Informação Geográfica (SIG) uma gama de ferramentas de forma integrada
e de fácil utilização.
Dentro do ArcGIS temos o ArcMap, comumente chamado de ArcGIS, este é o
desktop GIS do pacote, um software de interface gráfica e amigável, que permite a
sobreposição de planos de informação vectoriais e matriciais, além de objectos gráficos,
fontes (letras) e figuras, com a finalidade de mapeamento temático. Também permite
pesquisas e análises espaciais, criação e edição de dados, padronização e impressão de
mapas.
Além do ArcMap, ArcCatalog e ArcTollBox, existem outros hadwares e
softwares como: ArcInfo, ArcExplorer, ArcSDE, ArcIMS, Image, Spacial e Survey
Analyst...), mas são imprescindíveis aos usuários avançados e corporativos. A estrutura
da família ArcGIS se apresenta abaixo:
Figura 16: Estrutura da família de softwares ArcGIS.
Fonte:
Existem 5 elementos essenciais no desenvolvimento e uso de um SIG, que são:
aquisição dos dados, pré-processamento, gerenciamento, manipulação e análise dos
dados e geração de produto. Para qualquer aplicação do mesmo, é importante ver esses
elementos como um processo contínuo.
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
39
Figura 17: Interface padrão do ArcGIS 10.
3.1.3 - Sistema Global de Posicionamento (GPS)
GPS (Global Positioning System) é um sistema de posicionamento baseado em
satélites, que permite a medição de coordenadas (latitude, longitude) em qualquer ponto
sobre a superfície da Terra. Esse sistema é operado pelo Departamento de Defesa dos
EUA no início da década de l960, sob o nome de ‘projecto NAVSTAR’. O sistema foi
declarado totalmente operacional apenas em l995. Seu desenvolvimento custou 10
bilhões de dólares. Consiste de 24 satélites que orbitam a terra a 20.200 km duas vezes
por dia e emitem simultaneamente sinais de rádio codificados. O Sistema GPS
subdivide-se em três segmentos: espacial, de controlo e do usuário:
I. Segmento Espacial (A Constelação GPS)
O segmento espacial do GPS prevê cobertura mundial de tal forma que em qualquer
parte do globo, incluindo os pólos, existam pelo menos 4 Satélites visíveis em relação
ao horizonte, 24 horas ao dia. Em algumas regiões da Terra é possível a obtenção de 8
ou mais Satélites visíveis ao mesmo tempo.
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Figura 18: Esquema do segmento espacial do GPS
Fonte:
A constelação de Satélites GPS, é composta por 24 Satélites activos que
circulam a Terra em órbitas elípticas (quase circulares). A vida útil esperada de cada
Satélite é de cerca de 6 anos, mas existem Satélites em órbita com mais de 10 anos e
ainda em perfeito funcionamento.
II. Segmento de Controlo (Sistemas de Controle)
Compreende o Sistema de Controlo Operacional, o qual consiste de uma estação
de controlo mestra, estações de monitoramento mundial e estações de controlo de
campo.
Figura 19: Segmento de controlo
Fonte:
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41
Estação mestra: Localiza-se na base FALCON da USAF em Colorado Springs
Colorado. Esta estação, além de monitorar os satélites que passam pelos EUA,
reúne os dados das estações de monitoramento e de campo, processando-os e
gerando os dados que efectivamente serão transmitidos aos satélites.
Estações de monitoramento: Rastreiam continuamente todos os satélites da
constelação NAVSTAR, calculando suas posições a cada 1,5 segundos. Através
de dados meteorológicos, modelam os erros de refracção e calculam suas
correcções, transmitidas aos satélites e através destes, para os receptores de todo
o mundo.
Existem quatro estações, além da mestra:
- Hawai;
- Ilha de Assención, no Atlântico sul;
- Diego Garcia, no Oceano Índico;
- Kwajalein, no Pacífico.
III. Segmento do Usuário
Envolve os receptores e antenas que recebem informações dos Satélites e
calculam sua posição precisa e sua velocidade.
Figura 20: Segmento do Usuário.
Fonte:
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42
A tecnologia GPS começa a concretizar o sonho dos cartógrafos de se libertarem
das injunções dos levantamentos terrestres, através de sistemas de mapeamento que, a
partir de fotos aéreas, dispensam os custosos e demorados levantamentos de campo.
3.1.4 - Os Sistemas UTM
O Sistema de projecção cartográfica conhecido por UTM (Universal Transverse
Mercator) utiliza um sistema de coordenadas cartesianas bidimensional para dar
localizações na superfície da Terra. O elipsóide de referência é dividido em 60 fusos,
com uma amplitude de 6ᵒ, centrados nos 60 meridianos.
O sistema UTM não é uma simples projecção de mapa. Em vez disso, ele divide
a Terra em sessenta zonas, cada uma banda de seis graus de longitude e utiliza uma
projecção de Mercator transversa secante em cada zona.
Figura 21: Fusos e zonas da projecção UTM.
Fonte: wikipedia
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43
3.1.5 - Software Google Earth
Google Earth é um programa de computador desenvolvido e distribuído pela
empresa Americana Google cuja função é apresentar um modelo tridimensional do
globo terrestre, construído a partir de mosaico de Imagens de satélite obtidas de fontes
diversas, imagens aéreas (fotografadas de aeronaves) e GIS 3D. Desta forma, o
programa pode ser usado simplesmente como um gerador de mapas bidimensionais e
imagens de satélite ou como um simulador das diversas paisagens presentes no planeta
Terra. Com isso, é possível identificar lugares, construções, cidades, paisagens, entre
outros elementos. O programa é similar, embora mais complexo, ao serviço também
oferecido pelo Google conhecido como Google Maps.
O Google Earth possui algumas características principais, como por exemplo, o
recuo de tempo, permitindo aceder as imagens históricas ou passadas e a actualização
periódica das suas imagens. Com essas características é possível contrastar ou visualizar
a evolução espaço-temporal de um determinado lugar.
3.2-Metodos
A base cartográfica utilizada na pesquisa foi Elaborado por mim e os limites
administrativo pelo Ministério do Território. Sendo composta por arquivos vectoriais
que foram resultado de um processo de digitalização das imagens do satélite.
O modelo conceptual que se vai confeccionar será para a realização do Web SiG
da Ilha de Luanda e compreende as etapas que se distinguem a seguir.
3.2.1. Caracterização do Problema
Esta fase do projecto tem como finalidade entender a extensão dos serviços,
voltados para a divulgação e expansão do Turismo, oferecidos pelo Ministério do
Turismo, que é o órgão responsável pelo desenvolvimento e tem como objectivo
planear, elaborar e acompanhar políticas e estratégias de desenvolvimento da área
visando aumentar o potencial turístico de Luanda.
Sendo também responsável por manter actualizado o cadastro de toda infra-
estrutura turística da cidade. Conforme exposto no endereço electrónico da mesma,
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44
pode-se observar a existência de uma real necessidade deste órgão em elaborar um
cadastro centralizado de dados, aliado a um sistema de informação SIG-WEB.
Em consequência dessa necessidade e mediante a disponibilização de dados, foi
possível elaborar um sistema cadastral de informações geocodificadas e a partir daí,
desenvolver uma aplicação SIG-WEB envolvendo toda a infra-estrutura turística para a
área de estudo.
3.2.2-Trabalho de campo
O trabalho de campo consistiu nas seguintes etapas:
1- Reconhecimento da área de estudo;
2- Recolha de dados;
Tais etapas foram bastante significativas, o primeiro permitiu a eliminação de
dúvidas relativamente a delimitação da área de estudo.
Através da Recolha de dados em campo foi possível actualizar informações sobre
novos empreendimentos turísticos que ainda não haviam sido cadastrados na base e
corrigir os números e endereços de imóveis que estavam incorrectos. Desta forma foi
possível mapear toda rede de hotelaria, alimentação, pontos turísticos, e pontos de apoio
ao turista dentro da área de estudo.
Figura 22: Trabalho de Campo
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45
3.2.3-Trabalho de gabinete
No trabalho de gabinete já com algumas informações analógicas deu-se início ao
processo de digitalização para a captura da informação gráfica.
Figura 23: Informação de Campo no gabinete
3.2.4-Criação da Base de Dados
É o processo submetido a transposição de elementos gráficos para vectores
através de formas geométricas. O método utilizado de vectorização foi manual. Dos
elementos da área de estudo a partir das fotografias aéreas e das imagens de Google
Earth.
A criação da tabela de atributos permite associar todo o tipo de informação
alfanumérica considerada relevante no trabalho á informação de base geoespacial.
3.2.5-Modelo para criação da base de dados do SIGTILHAL
A implementação do modelo para a área de estudo foi desenvolvido como se
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46
mostra na figura abaixo.
Figura 24: Modelo conceptual para a criação da base de dados
3.3-Tratamento de Dados Espaciais
Para o tratamento dos dados espaciais, utilizou-se o Software ArcGis 10 e 10.1.
Para isto foram executadas as seguintes etapas:
_ Conversão de Dados
_ Criação de Novas Camadas de Informação;
_ Construção da Base de Dados Geocodificada.
BASE DE DADOS DO SIGTILHAL
INFORMAÇÃO
GRÁFICA
INFORMAÇÃO
ALFANUMÉRICA
MODELO
ANALÓGICO MODELO DIGTAL
DEFINIÇÃO DA
INFORMAÇÃO
ALFANUMÉRCIA
FOTOGRÁFIA
AÉREA E
SATÉLITE
CARTA 1/25000
ORGANISMO A
CONSULTAR
ENTIDADES
TURISTICO E
SIMILARES
LIMITES
ADMINISTRATIVOS
VIAS DE
COMUNICAÇÃO Etc. INVENTÁRIO
ALFANUMÉRICO
BASE DE DADOS
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47
3.3.1- Digitalização de Camadas
Nesta etapa foram criadas duas camadas vectoriais no formato shapefile, a
primeira com geometria do tipo Linha e a segunda com geometria do tipo ponto,
representando respectivamente os objectos espaciais, ofertas de Hospedagem e Pontos
de Apoio ao Turista. O processo de digitalização destas camadas só foi possível através
da interpretação dos elementos da imagem de satélite e do reconhecimento da área feito
em campo.
3.3.2- Criação de Atributos
As bases de dados são constituídas por tabelas com campos de informações
alfanuméricas (atributos) e informações gráficas (dados vectoriais). Um cadastro
espacial identifica e distingue cada elemento turístico como um objecto individual, com
atributos distintos. O objectivo principal desta etapa foi combinar os dados
alfanuméricos colectados aos dados gráficos disponibilizados. Para tanto, foram
estabelecidas as estruturas das tabelas de dados que conteriam informações a respeito
dos dados gráficos de informações turísticas. Os quadros abaixo apresentam os dados
que comportam cada elemento a ser estruturado na tabela de Atributos.
Quadro 1:Hoteis e Similares
Nome Texto [100] Nome de cada estabelecimento
Endereço Texto [200] Nome da Rua onde o estabelecimento esta
localizado
Número da Residência Texto [4] Número do estabelecimento
Número de Quartos Texto [6] Quantidade de Quartos
Número de Camas Texto [4] Quantidade de Camas
Telefone Texto [100] Número do telefone do estabelecimento.
Tipo Texto [50] Descrição do ramo de hospedagem: Hotel,
Pousada, Restaurante, dentro outros
Classe Texto [50] Categoria do Estabelecimento
Correio electrónico Texto [200] Identificação do site de estabelecimento.
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48
Figura 25: Tabela de Atributos da Entidade de Hotéis e Similares
Quadro 2: Comércio e Alimentação
Nome Texto [100] Nome de cada estabelecimento
Endereço Texto [200] Nome da Rua onde o estabelecimento
esta localizado
Número da Residência Texto [4] Número do estabelecimento
Telefone Texto [100] Número do telefone do estabelecimento.
Correio electrónico Texto [200] Identificação do site de estabelecimento.
Quadro 3: Lazeres
Nome Texto [100] Nome de cada estabelecimento
Endereço Texto [200] Nome da Rua onde o estabelecimento
esta localizado
Número da Residência Texto [4] Número do estabelecimento
Actividades Texto [200] Descrição do ramo de Actividades.
Telefone Texto [100] Número do telefone do estabelecimento.
Correio electrónico Texto [200] Identificação do site de estabelecimento.
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49
Quadro 4: Saúde
Nome Texto [100] Nome de cada estabelecimento
Endereço Texto [200] Nome da Rua onde o estabelecimento
esta localizado
Número da Residência Texto [4] Número do estabelecimento
Telefone Texto [100] Número do telefone do estabelecimento.
Quadro4: Outros
Nome Texto [100] Nome de cada estabelecimento
Endereço Texto [200] Nome da Rua onde o estabelecimento
esta localizado
A Figura (26) (abaixo) apresenta a ligação de um objecto espacial cos os seus
respectivos atributos. A linha azul mostra o elemento gráfico seleccionado.
Figura 26: Representação de Atributos das Ruas
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50
Figura 27: Tabela de Atributos da Entidade de Lazeres
3.4- Desenvolvimento e Configuração da Aplicação SIG-WEB
Com a base de dados já finalizada, partiu-se para o desenvolvimento
configuração da aplicação SIG-WEB, para tanto foram seguidas as seguintes etapas:
3.4.1- Criação da conta do Arcgis Online
Para Criar a conta no Arcgis Online temos que entra no site:
http://www.arcgis.com, e criar uma conta.
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Figura 28: Página de registo de conta no Arcgis online
Foi criado o Site para o referido trabalho, com o seguinte Correio electrónico:
Email: [email protected]
Facebook e Twitter-Email:[email protected]
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CAPÍTULO IV – RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com o desenvolvimento
da aplicação, bem como uma análise global do processo. A partir dos procedimentos
metodológicos realizados, pôde-se chegar a resultados que demonstram de maneira
detalhada e clara, como utilizar a aplicação desenvolvida. O SIG-WEB desenvolvido
contempla uma ferramenta interactiva de comunicação com o internauta.
São apresentadas a seguir as páginas desenvolvidas, sendo expostas sobre a
forma de figuras com textos explicativos e exemplos de suas funcionalidades.
4.1-Paginas desenvolvidas SIGTILHAL
Está página é interessante para que se possa ter um conhecimento de como
podemos criar um SIG-WEB a partir do ArcGis Online conforme as figuras em baixo.
Vamos no Site da ESRI: www.arcgis.com e Clicamos em Iniciar Sessão.
Figura 29: Página de início de Sessão
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53
Figura 30: Página de como criar uma conta
Figura 31: Página de Conta Criada
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54
Figura 32: Página da Escolha de Mapa
4.2-SIG-WEB Desenvolvidos
Na Escolha de Mapa, o principal objectivo é permitir ao público o acesso a
mapas com informações turísticas georreferenciadas.
Figura 33: Página do SIG-WEB Desenvolvido
4.3-Opções de Consultas
Para exemplificar e demonstrar a potencialidade do aplicativo para pesquisas na
base de dados, serão apresentados alguns exemplos de possíveis consultas executáveis
na aplicação:
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55
- Consulta por Atributo
- Consulta por Etiqueta
A busca por atributos resulta em uma tabela com informações alfanuméricas, na
qual é possível escolher e visualizar no mapa o objecto pesquisado. Para efectuar este
tipo de consulta deve-se clicar na camada desejada disponível no quadro de legendas, e
em seguida seleccionar a linha da tabela que contém as informações do objecto espacial
procurado. A tabela resultante da consulta por atributo apresenta o botão no mapa que
possibilita a visualização do objecto gráfico georreferenciado.
A busca à informações por etiqueta proporciona ao usuário obter dados
alfanuméricos sobre os elementos gráficos no mapa, apenas colocando a seta do mouse
sobre o elemento procurado, sendo necessário que a camada a ser pesquisada esteja
activa. As figuras abaixo exemplificam a busca por etiqueta para o elemento espacial
Ruas da Ilha de Luanda e Hotéis, nota-se nas figuras que o nome da rua pesquisada é
apresentado em uma caixa de texto.
Figura 34: Resultado de Pesquisa para Meio de Ruas da Ilha de Luanda
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56
Figura 35: Resultado de Pesquisa para Meio de Hotéis
Figura 36: Resultado de Pesquisa par Meio de Hotéis
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57
Figura 37: Resultado de Pesquisa para Meio de Locais Históricos
4.4-Outras Ferramentas
Ao trabalhar num mapa online, pode medir a área de um polígono, o
comprimento de uma linha ou localizar as coordenadas de um determinado ponto no
mapa. As unidades de medida podem ser definidas ou alteradas, antes ou após executar
a medição bem como partilhar dados com outras pessoas.
4.4.1 - Ferramenta de medir áreas, distâncias e locais
A ferramenta de distância possibilita aos usuários da aplicação fazer medições
interactivamente sobre o mapa. As figuras 32 e 33 (pág.35) exemplificam o uso desta
ferramenta.
Realizar uma medição:
1. Clique no botão Medir para exibir a janela Medir.
2. Clique no botão Área para medir uma área no mapa.
a. Clique no mapa para adicionar os vértices da área que deseja calcular.
b. Clique duas vezes para completar a área. O resultado aparecerá na parte
inferior da janela Medir.
3. Clique no botão Distância para medir uma linha no mapa.
a. Clique no mapa para adicionar os vértices da linha que deseja medir.
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b. Clique duas vezes para completar a área. O resultado aparecerá na parte
inferior da janela Medir.
4. Clique no botão Local para obter as coordenadas de um determinado ponto no
mapa.
Figura 38: Ferramenta de medir Distância
Figura 39: Ferramenta de medir Área
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59
4.5 - Partilhar Dados no Arcgis Online
Os mapas podem ser partilhados de quatro formas:
- Partilhe uma ligação directa para o seu mapa, copiando e colando o URL exibido em:
Ligação para este mapa num correio electrónico.
- Clique nos botões do Facebook ou do Twitter para partilhar o seu mapa nas redes
sociais.
- Clique Embeber num Site na Web para copiar o código HTML para o seu website.
- Vá a Criar uma Aplicação Web e utilize um dos modelos de aplicações web gratuitos.
Figura 40: Página de Partilha de Dados.
Figura 41: Dados a ser Partilhado.
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60
Figura 42: Dados Partilhado no Facebook.
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61
PERSPECTIVAS FUTURAS
O Estado tem de se aproximar do cidadão. Os métodos de consulta à informação
administrativa e a forma de diálogo entre o cidadão e o Estado devem ser
transformados, face aos instrumentos que as novas tecnologias oferecem. Uma
componente fundamental dessa transformação é a comunicação electrónica com a
administração pública e o acesso aos registos de informação de carácter público pela
mesma via.
―As novas condições tecnológicas permitem substituir o procedimento anterior, em que
os cidadãos tinham de requerer à Administração acesso aos seus arquivos, por um novo
modelo em que os arquivos digitais são abertos em redes electrónicas, para que os
cidadãos deles livremente se sirvam em função das suas necessidades‖. In Livro Verde
para a Sociedade da Informação em Portugal, p. 19.
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62
CONCLUSÕES
Um turista, ao visitar uma dada região, deseja descobrir os recantos e paisagens,
saborear a gastronomia local, praticar alguma actividade lúdica ou conhecer os usos e
costumes, isto é, um pouco da história e cultura do povo residente. Se o turista tiver um
acesso fácil a esta diversidade de informação a partir da Internet, de um sistema
instalado no automóvel que aluga ou no seu próprio telemóvel, o leque de
possibilidades é um convite a interagir mais de perto com a realidade da região que
escolheu para o seu lazer.
Assim, a sua integração possibilitará às autoridades locais actualizar os dados de
um modo fácil, eficiente e a baixo custo.
Este trabalho procurou mostrar os processos e métodos para o desenvolvimento
de páginas na Web com conteúdo espacial interactivo através de programas Arcgis, em
especial, através do aplicativo Argis Online, tendo como área de actuação, o potencial
turístico do bairro da Ilha do Cabo, em Luanda.
Este aplicativo possibilita que o internauta conheça um pouco sobre os pontos
turísticos e atractivos que este bairro oferece, além de facilitar o planeamento da estadia
do usuário, já que o mesmo pode encontrar facilmente serviços como hotéis e Similares,
bem como encontrar atractivos de temas variados como gastronomia, e áreas de lazer.
Foi possível concluir que trabalhar com SIGs gratuitos é algo significativamente
recomendável, uma vez que o gasto com licenças de programas deste tipo na área de
Geoprocessamento é consideravelmente alto.
A partir do desenvolvimento deste trabalho esperasse que o mesmo seja
implementado no MINHOTUR, e que novas funcionalidades possam ser adicionadas
nesta aplicação como, por exemplo, campos para consulta origem e destino e ligação do
elemento gráfico a páginas da Web.
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63
RECOMENDAÇÕES
Um dos problemas relacionados à exploração do Turismo em Angola diz
respeito à carência de mapas voltados ao turista, os quais possam ser manipulados e
explorados de forma rápida e fácil, possibilitando responder questões referentes à
localização de pontos turísticos, hotéis, restaurantes, dentre outras localizações do
interesse do turista.
A divulgação de dados espaciais na Web, serviço baseado em hipertexto que
permite a navegação entre as informações disponíveis nos computadores da rede, vem
apresentando um crescimento significativo nos últimos anos, através do surgimento de
uma nova era de Sistemas de Informações Geográficas - SIG, cujas arquitecturas têm na
Internet um componente fundamental, trazendo desta forma, novas possibilidades para o
planeamento e gestão de actividades económicas como o turismo.
Por fim recomenda-se que novos programas possam ser testados na Faculdade
bem como nas instituições públicas, a fim de encontrar o que melhor se adeqúe e agilize
o processo de divulgação de mapas e informações na Web.
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64
BIBLIOGRAFIA
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UND%3A+url%28%2Fimages%2Fnav_logo165.png%29+no-repeat+-36px+-
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&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.r_qf.&bvm=bv.1355534169,d.d2k&fp=52a992b982dc9b4f&b
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66
ANEXOS
ANEXO i - Arquivo de Configuração HTML da Página de Mapas
<!DOCTYPE HTML PUBLIC "-//W3C//DTD HTML 4.01//EN"
"http://www.w3.org/TR/html4/strict.dtd">
<html>
<head>
<meta http-equiv="content-type" content="text/html; charset=utf-8"/>
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<meta http-equiv="X-UA-Compatible" content="IE=7,IE=9,IE=10,chrome=IE8" />
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scalable=no"/>
<meta name="fragment" content="!">
<title></title>
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href="//d3w50ib5d2uy0g.cloudfront.net/cdn/3071/js/esri/arcgisonline/css/common.css">
<link rel="stylesheet" type="text/css"
href="//d3w50ib5d2uy0g.cloudfront.net/cdn/3071/js/esri/arcgisonline/css/esri.css">
<link rel="stylesheet" type="text/css"
href="//d3w50ib5d2uy0g.cloudfront.net/cdn/3071/js/esri/arcgisonline/css/map.css">
<script type="text/javascript" src="../js/esri/arcgisonline/config.js">
<div class="esriFloatTrailing"> …
<!-- mapDiv -->
<div id="tableDiv" dojotype="dijit.layout.BorderContainer" region="bottom"
gutters="false" design="headline" splitter="true">
<div id="tableTitleDiv" dojotype="dijit.layout.ContentPane" region="top"
style="height:20px;">
<div id="tableTitle" class="esriFloatLeading">
</div>
<div class="esriFloatTrailing" style="padding:0;width:27px;">
<A href="JavaScript:void(0);" id="tableCloseButton">
<div class="esriFloatTrailing">
<A id="bookmarksClose"
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alt=""></A>
</div>
<div class="esriFloatLeading">
<span style="font-weight: bold;" id="bookmarksLabel"></span>
<div id="bookmarksToolDiv" class="esriTrailingMargin05">
</body>
</html> .
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67
ANEXO ii – Alguns Mapas do Arcgis Online
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68
ANEXO iii – Outros Tipos de Mapas disponíveis no Arcgisonline
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69
ANEXO iv – Mapas da Ilha de Luanda (Ponto Final)
Tese de Licenciatura em Engenharia Geográfica – Esalgido da Costa Francisco Nº 75957
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