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Modelo Instituto Jatobás. Texto em progresso, sujeito a mudança sem aviso prévio J.S.Furtado & J.F.Lobato - DS para ocupação de espaços. Descrição do modelo Desenvolvimento Sustentável e ocupação de espaços. Descrição do modelo Modelo criado para o Instituto Jatobás, no âmbito do Sistema Ecopolo de DS, para orientar as atividades produtivas e de consumo, focadas na ocupação sustentável de espaços físicos ou virtuais. João S. Furtado [email protected] João F. Lobato [email protected] Instituto Jatobás Presidente - Betty Feffer Vice Presidente – Luiz Alexandre Mucerino Gestão geral - Ivani Tristan Sede: Fazenda dos Bambus, Pardinho, SP Escritório Administrativo – São Paulo Conceitos e Fundamentos, (Organização sustentável e Inserção dos colaboradores em programas de DS são publicações separadas São Paulo Julho 2010

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Modelo Instituto Jatobás. Texto em progresso, sujeito a mudança sem aviso prévio

J.S.Furtado & J.F.Lobato - DS para ocupação de espaços. Descrição do modelo

Desenvolvimento Sustentável e ocupação de espaços. Descrição do modelo

Modelo criado para o Inst i tuto Jatobás, no âmbito do Sistema Ecopolo de DS, para orientar as at iv idades produt ivas e de consumo, focadas na ocupação sustentável de espaços f ís icos ou vir tuais .

João S. Furtado [email protected]ão F. Lobato [email protected]

Instituto Jatobás

Presidente - Betty FefferVice Presidente – Luiz Alexandre MucerinoGestão geral - Ivani TristanSede: Fazenda dos Bambus, Pardinho, SPEscritório Administrativo – São Paulo

Conceitos e Fundamentos, (Organização sustentável e Inserção dos colaboradores em programas de DS são publicações separadas

São PauloJulho 2010

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Sustentabilidade é…manter a qualidade de determinado sistema, por tempo indeterminado, dentro de determinadas condições.

Identidade do Instituto JatobásValores1. Ética Humanista – realização das potencialidades humanas, o que significa ser coerente com as necessidades radicais do ser humano, isto é, com a natureza humana2. Sustentabilidade – garantir as condições ambientais de atendimento das necessidades do presente sem comprometer o mesmo para as gerações futuras.3. Desenvolvimento Sustentável - Busca ética de resultados evolutivos: econômicos, ambientais e sociais, por meio de relações equilibradas - por tempo indeterminado 4. Justiça social (ou Equidade) – direito básico de todas pessoas em relação a oportunidades, obrigações e benefícios5. Democracia•Abertura: comportamentos acessíveis a todas as partes interessadas. •Comunicação efetiva: difusão às partes envolvidas. •Participação ampla: reconhecimento da diversidade.6. Excelência organizacional – utilização racional dos recursos e serviços de qualidade.MissãoInfluir para ampliação da consciência e oferecer conhecimento para a construção de um caminho coletivo solidário e sustentável

VisãoSer referência de excelência organizacional em conhecimento e boas práticas para o Desenvolvimento Sustentável

Identidade institucional do Instituto

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Desenvolvimento Sustentável deve permitir que a geração atual atenda a suas necessidades, sem comprometer a aptidão

ou a capacidade das gerações futuras de atenderem a suas próprias.

Adaptado da definição de DS pela Comissão Brundtland

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Origens do problema ambiental

Nos anos 50, a regra era produzir, diluir os resíduos e despejá-los em qualquer lugar. A conscientização ambiental começou nos Estados Unidos, nos anos 60, onde se tornou lei da Prevenção de Poluição (P2) e estimulou outros países industrializados a adotarem as novas práticas, nos 20 anos seguintes.

No final dos anos 80 e início de 90, foram des-envolvidas tecnologias para Produção Limpa, Ecodesign, Ecoeficiência, Avaliação de Ciclo-de-Vida e os métodos para Análise de Fluxo de Material, cálculo da Demanda Material To-tal, Intensidade Material por Unidade de Servi-ço, entre outras ferramentas para gestão da produção.

Somente nos anos 90 é que surgiram o Sis-tema de Gestão Ambiental; várias Norma com foco em aspectos ambientais, que compuse-ram a Série 14000 e as discussões em torno de Desenvolvimento Sustentável (DS) e Sus-tentabilidade.

Todavia, o conceito de DS ainda é considerado inspiração e expressão vaga. Isto coloca mui-tas pessoas na situação de conforto para ale-garem a falta de ferramentas operacionais, em muitos tipos de organizações que colocam seus produtos e serviços no mercado.

Na virada do Século XXI, surgiu a mensagem para que as organizações – especialmente as empresas – adotassem a ecogestão (econô-mica e ecológica), associada à Governança com Responsabilidade Socioambiental e a transparência (accountability). Para estas, não faltam ferramentas apropriadas.

DS e ecogestão caminham lado a lado e as ferramentas existem. O que faltam são princí-

pios e fundamentos para a articulação e, idealmente, a ação objetiva para inte-gração das esferas econômica, ambiental e social.

Mas, as mudanças estão acontecendo, embora não sejam na escala e profun-didade necessárias para os desafios ambientais e sociais já identificados.

Está claro que as empresas mais avançadas estão aprimorando a maneira de se relacionar com todas as partes interessadas.

Com ou sem culpa real, o fato é que foram produzidos, nos últimos 60 anos, vários BILHÕES de toneladas de lixo, dos quais muitos MILHÕES são sub-stâncias poluentes tóxicas e perigosas. s com foco em aspectos ambientais, que compuseram a Série 14000 e as discussões em torno de Desenvolvimento Sustentável (DS) e Sustentabilidade.

Todavia, o conceito de DS ainda é considerado inspiração e expressão vaga. Isto coloca muitas pessoas na situação de conforto para alegarem a falta de ferramentas operacionais, em muitos tipos de organizações que colocam seus produtos e serviços no mercado.

Na virada do Século XXI, surgiu a mensagem para que as organizações – es-pecialmente as empresas – adotassem a ecogestão (econômica e ecológica), associada à Governança com Responsabilidade Socioambiental e a transpa-rência (accountability). Para estas, não faltam ferramentas apropriadas.

DS e ecogestão caminham lado a lado e as ferramentas existem. O que faltam são princípios e fundamentos para a articulação e, idealmente, a ação objetiva

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para integração das esferas econômica, ambiental e social.

Mas, as mudanças estão acontecendo, embora não sejam na escala e profundidade necessárias para os desafios ambien-tais e sociais já identificados.

Está claro que as empresas mais avançadas estão aprimo-rando a maneira de se relacionar com todas as partes interes-sadas.

Com ou sem culpa real, o fato é que foram produzidos, nos últimos 60 anos, vários BILHÕES de toneladas de lixo, dos quais muitos MILHÕES são substâncias poluentes tóxicas e perigosas.

Substâncias danosas são despejadas em mares e oceanos; enterradas irregularmente ou guardadas – muitas vezes pre-cariamente - em aterros supostamente controlados. Faltam: segurança química nos despejos e tecnologias capazes de neutralizar ou eliminar o perigo de muitos poluentes em vaza-mentos e infiltração no solo e na água.As pessoas alegam desconhecimento e, muitas vezes, ino-cência por conduta própria ou de outras pessoas pelas práticas no passado. Todavia, leis não foram cumpridas e não se pode ignorar que, nos últimos 40 anos, as pessoas foram estimula-das e praticaram o consumismo perdulário. Com isso, aceitou-

se a obsolescência programada de produtos e o culto à ima-gem, motivados por exuberância nas embalagens e propagan-das sofisticadas. No conjunto, a sociedade humana atendeu ao convite de marketing de que consumir é ser feliz. No âmbito governamental, os economistas de plantão disseram que, primeiro, era preciso esperar o bolo crescer, para depois dividir; e que a chaminé que polui era sinal de progresso.O progresso econômico e tecnológico não foi acompanhado de inclusão social e de qualidade ambiental. Hoje, todos deverão pagar a conta por danos ambientais causados pelos que mais consomem recursos no Planeta. Países ricos concentram 20% da população mundial e conso-mem 80% dos recursos ou 16 vezes mais do que os países pobres. As tecnologias atuais não são eficientes do ponto de vista do uso de recursos naturais. Há previsões de que a taxa de aumento da população humana poderá diminuir nos próximos 300 anos, mas há sinais de que o acesso aos recursos naturais será critico, a menos que surjam tecnologias absolutamente diferentes das que hoje existem.Alguns dados importantes. Nos últimos anos, o PNB Produto Nacional Bruto (PNB) ou o Produto Interno Bruto (PIB) mundial cresceu ao redor de 2,3% ao ano. Se os países ricos mantiverem aumento populacional zero até 2050 (faltam apenas 40 anos), e os países pobres con-

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tinuarem em seu ciclo de aumento populacional (não necessa-riamente desenvolvimento qualitativo), a produção mundial terá que ser 6 vezes maior o valor do PIB ficará 3 vezes em tama-nho. Em 2050, a tecnologia para eficiência de recursos (extra-ção, produção e consumo) deverá ser 18 vezes maior do que é hoje.O aumento da eficiência de recursos no ano 2100 terá que ser 24 vezes mais do que é hoje, se os países ricos e pobres au-mentarem sua população de acordo com a visão de cenário de crescimento médio e da taxa anual de 2,3% para o PIB. Se a expansão do PIB for de 3% ao ano, as tecnologias deverão aumentar 96 vezes mais a eficiência de recursos.O quadro é mais complicado do que isso. Considere-se que o volume de recursos extraídos da natureza está ao redor de 45-50% acima do que é reposto, naturalmente, pelo cálculo da Pe-gada ecológica.

Segundo estudos da ONG Friends of Earth, em 1995, seria preciso reduzir o consumo de recursos pelo Fator 2.Logo, as pessoas – em suas atividades nos governos, indús-trias, empresas de comércio, demais organizações, individu-almente ou em comunidades – deveriam eliminar o déficit da Pegada Ecológica. Isto significa respeitar a Capacidade de carga do Planeta e desenvolver políticas e atitudes para se evitar a eficiência de recursos da ordem de 24 vezes passasse para 48 ou de 96 para 192 vezes em relação ao que acontece com as tecnolo-gias atuais. Portanto, inovação tecnológica não dará conta do recado, no quadro de complexidade do atual déficit ecológico, represen-tado pela diferença entre o volume de recursos extraídos para atender ao atual padrão de vida dos humanos e o total que a natureza consegue repor por ano.

Quanto tempo é muito ou é pouco

tempo?

Sustentabilidade ou DS requer nova forma de ver o mundo, em escala de longo pra-zo, já que a maneira antiga não deu o re-sultado adequado do ponto de vista eco-nômico, ambiental e social.

Nos 4,5 bilhões de anos da história da vida na Terra, se fossem ilustrados para dura-ção em um dia (24 horas), a espécie Ho-mo sapiens surgiu aos 99,89% da escala de tempo.

Nos últimos 50.000 anos, os humanos fica-ram 81,25% em cavernas. Dos últimos 620 anos, 60 foram os mais inovadores em tecnologia, especialmente nos últimos 30.Isso mostra a capacidade de reação para as novas atitudes reclamadas por conta de pressões causadas por aumento da popu-lação humana; de impactos causados pelo modelo de produção e consumo gerado-res dos próprios impactos; e os efeitos

para as condições ambientais e os relacionamentos sociais. Dessa maneira, a inteligência, usada para a solução metódica e estrutu-rada de problemas, precisa ser complementada por sabedoria capaz de ampliar a percepção, antecipação, prevenção, criatividade e orientação para a evolução, principalmente da vida subjetiva.

Historicamente, as espécies duram em media 1,5 milhões de anos, até que sejam substituídas. Daí o desafio: que tal preocupar-se mais, pelo menos nos os próximos 100 ou 200 anos, antes da substituição do Homo sapiens?

Se a vida na terra tivesse sido de 1 dia, os humanos sur-giram no último minuto.

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A saga da espécie humana revelou - apenas nos últi-mos 30 anos - elevada cria-tividade. Isto indica que os humanos dispõem de capacidade para inovações espetacula-res, desde que as lideran-ças - sejam públicas ou pri-vadas - decidam encarar o desafio socioambiental de modo objetivo e intensivo

Ocupação sustentável de espaços

Desenvolvimento Sustentável (DS) constitui sistema para a evolução ou progresso qualitativo da sociedade humana, ancorado em condições econômicas, ambien-tais e sociais equilibradas, para a ocupação – por tempo indeterminado – de espaço material ou imaterial, por pessoas, individualmente, em comunidades ou em orga-nização pública ou privada, com ou sem fins lucrativos.

Evolução e progresso qualitativo significam mudar para melhor, fazer bem e o bem, sem que isso re-queira produzir e consumir mais.Equilíbrio quer dizer respeito aos limites que garan-tam a estabilidade e a capacidade das condições ou das situações ambiental e social de retornarem ao ideal, depois de exposta a estresses causados por pressões naturais ou artificiais, causados pelos pró-prios humanos ou por eventos naturais.

Qual é a condição a ser mantida por tempo indetermina-do?Para quem ou para que?Quem decide em nome da Terra ?Quem planeja como deve funcionar a produção de flo-restas, peixes, outros recursos naturais, eficiência ener-gética, qualidade do ar e da água ?Quem elabora o planejamento estratégico e cria as me-tas métricas, em sintonia com a capacidade de suporte ou de carga dos ecossistemas?Quem são os acionistas, fornecedores, produtores, dis-tribuidores, consumidores e demais stakeholders da grande fábrica de bens e serviços da Terra ?

Sustentabilidade é qualidade de algo, coisa ou sistema a ser mantido por tempo indeterminado, dentro de determinadas condições.

Em determinadas situações, Sus-tentabilidade e DS são tratados como sinônimos.

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Em qual escala de tempo se deve pensar a sustentabilidade de de-terminada sociedade humana, de determinada empresa ou de negó-cio?

Será que o modelo de planejamen-to estratégico, para períodos de 5 ou de 15-20 anos é apropriado para se pensar a duração de de-terminada organização?

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A maneira como governantes, empresários, lideres sociais, mídia e o cidadão comum se comportaram até agora não foi adequada para evitar os impactos causadores de danos ambientais, em várias partes do Planeta, e sociais, para cerca de 80% da popu-lação mundial.O modelo de gestão direcionado para ganhos eco-nômicos, revelados na última linha do balanço fi-nanceiro das organizações e das pessoas, em par-ticular – denominado bottom line – mostra a neces-sidade de mudança de rumo.Uma das recomendações é o uso de práticas de gestão socioambiental, ancorada em princípios de Responsabilidade Social ou, de modo mais abran-gente, Socioambiental, como forma das organiza-ções praticarem níveis mais elevando de cidadania.Para uns, a Responsabilidade (social ou socioambi-ental) empresarial é a forma de gestão que se defi-ne pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relacio-na e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o Desenvolvimento Sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigual-dades sociais – http://www1.ethos.org.brPara a Comunidade Européia, trata-se da “ integra-ção voluntária de preocupações sociais e ambien-tais por parte das empresas nas suas operações e na sua interação com outras partes interessadas”.Entretanto, o entendimento poderá ser diferente de atitude voluntária e tornar-se obrigação ou confor-

midade legal de responder por e reparar danos causados a terceiros e ao ambiente, resultantes ou consequentes de atos, atitudes, bens ou serviços introduzidos no meio público (João S. Furtado).Esta interpretação está baseada no Código Civil do Brasil, Artigo 927 [Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a ou-trem, fica obrigado a repará-lo] e Artigo 931 [Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação]. O novo modelo de gestão precisa incorporar, portanto, ser estruturado para conciliar (i) a ocupação de espaços, (ii) as ações humanas, (iii) os modelos mentais fundamentados em ética socioambiental e (iv) as atitu-des para a governança das partes envolvidas.Estes pressupostos são fundamentais para a incorporação de três com-ponentes para o Desenvolvimento Sustentável. (i) Os econômicos que, em função das práticas democráticas e capita-

listas correntes, garantem a remuneração do investimento; (ii) os ambientais, que proporcionam a continuidade de acesso aos

recursos materiais e serviços ambientais para as atividades huma-nas; e

(iii) os sociais, indispensáveis para atendimento de necessidades bá-sicas.

A proposta recorrente, por pessoas e organizações preocupadas com a sustentabilidade do Planeta e das atividades humanas, é encontrar o equilíbrio de interesses econômicos, ambientais e sociais.

Qualquer que seja o interesse – governamental, público ou social, com ou sem fins lucrativos – as organizações não podem perder o foco eco-nômico-financeiro, sob o risco de inviabilizar sua missão e visão.

Para isso, são utilizados de indicadores e instrumentos contábeis capa-zes de revelar, por exemplo, rentabilidade, liquidez, equilíbrio financeiro e outras atividades.

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Gestão socioambien-tal é conduzir ativi-dades, com ou sem fins lucrativos, com respeito a aspectos sociais (relaciona-mentos, atendimento a necessidades bási-cas e outros condicio-nantes para os hu-manos) e ambientais (manutenção da fonte de estoques de recur-sos e da qualidade dos serviços ecológi-cos).

A integração equili-brada dos aspectos econômicos, sociais e ambientais é o que define Desenvolvi-mento Sustentável.

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De acordo com a sofisticação dos procedimentos financeiros, as organi-zações lidam, de uma ou de outra maneira, com custos operacionais, expressos por elementos essencialmente monetários, como: Avaliação de Custo-Benefício, Retorno Sobre o Capital Econômico, Valor Presente Liquido.

Alguns elementos financeiros já incluem componentes ambientais, como Valor de uso de recurso, Valor de opção, Custo de oportunidade e ou-tros, mais objetivamente que são propostos por Economia Ecológica como: Custo de Viagem, Disposição a Pagar e Disposição a Aceitar, Preço Hedônico, Retorno sobre o Recurso, Valoração Contingente.

Estes são elementos que poderão estar na categoria de indicadores econômico-financeiros modernos, mas que poderão se tornar ainda mais avançados se a organização considerar os elementos econômicos rela-cionados a questões ambientais e sociais de caráter mais diferenciado.

É o que acontece, no caso da esfera ambiental, quando o desempenho organizacional leva em consideração o cálculo da Pegada Ecológica, Pegada do Carbono, da Água e outros aspectos relativos ao uso equili-brado de recursos naturais.

A evolução na contabilização econômica deve abranger também os indicadores sociais, que vá além do público interno da organização - como no caso de benefícios, segurança e saúde ocupacional – dos be-nefícios familiares, das comunidades do entorno das plantas industriais. É preciso criar valor para outras partes interessadas, inclusive atendi-mento de necessidades básicas das pessoas na base da pirâmide.

Desta maneira, o novo modelo de gestão precisará integrar eficiência econômica, ecoeficiência e socioeficiência, qualquer que seja o tipo de organização, do ponto de vista jurídico e de objetivos lucrativos ou não.

Esta é a maneira de distinguir os tipos de

organizações. (i) As convencionais, que olham o lucro, sem práticas focadas na responsabilidade socioambiental. (ii) As que se dizem comprometidas com a responsabilidade social, porém, distantes de compromissos e do modelo mental para a susten-tabilidade tríplice. E (iii) as que estão objetivamente implementando práticas que as permitem construir a rota para o Desenvolvimento Sustentável.

Surgem, assim, os tipos de organização com visão bottom line econômico-financeiro; com bottom line econômico e parcialmente bottom line ambiental, pela implantação de Sistema de Gestão Ambiental; e a que busca construir o Desempenho Final Trípli-ce – Triple Bottom Line.A transição é difícil, leva bastante tempo e depende da decisão da alta ad-ministração, adesão e engajamento das pessoas em todos os níveis organizacionais.

Neste aspecto, as empresas privadas estão dando passos mais objetivos e transparentes do que os agentes públicos.

Política pública apropriada e pressão social ou tecnologia, so-zinha, para resolver o problema de insustentabilidade?

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Ecoinovação - modificação – incremental ou radical – de procedimentos organizacionais ou produtivos, com foco em

adição, ajuste, alteração, ampliação, conversão, dife-renciação, diversificação, modernização, modificação, modulação, novidade, quebra (de modelo ou paradig-ma), reconstrução, refinamento, remodelagem, transi-ção, transmutação, etc.

e orientada para eliminação (idealmente) ou redução (obrigatoriamente), de maneira significativa, dos impactos socioambien-tais.

Inovação tecnológica é fundamen-tal para o Desenvolvimento Susten-tável

Tecnologia – aplicação sistemática de conhecimentos científicos e em-píricos e habilidades humanas para construir processos novos ou apri-morar os existentes, para sistemas, bens e serviços, em escala econô-mica, através do uso combinado de informação e comunicação, instru-mentação e recursos financeiros e humanos. Tecnologia ambiental – tecnologia inovadora, ambientalmente não-ofensiva, organizacional e/ou produ-tiva para sistemas, processos, pro-dutos e para gestão de proteção e aprimoramento de segurança, saú-de e recursos naturais. Tecnologia ambiental integrada – tecnologia que considera, na fase

de design, as conseqüências ambientais durante o ciclo-de-vida do processo e/ou do produto. Tecnologia limpa – tecnologia de redução ou, idealmente, prevenção da geração de resíduos e emissões, otimização energética e de consumo de materiais, inclusive água. Tecnologia sustentável – tecnologia de mais elevado pa-drão econômico, ambiental e social para o Desenvolvi-mento Sustentável, dedicada à geração presente e futu-ra, que objetiva a criação ou o aprimoramento direto ou indireto, radical ou incremental de processos de produção para sistemas, bens e serviços.

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A fórmula para o cálculo do Impacto revela que tecnologia é - em grande parte - o elemento res-ponsável pelo custo dos danos que as práticas que a produção e consumo de bens e serviços causam aos recursos naturais e às pessoas, individualmen-te ou em comunidades.Na equação I=PxAxT, (1) I = mudança de padrão ou de limite socioambiental esperado ou determi-nado por Lei; (2) P = tamanho da população en-volvida; (3) A = afluência, consumo per capita ou Renda per Capita (PIB) e (4) T = tecnologia.Tecnologia - no presente caso - deve representar o dano ambiental (DA) por unidade de consumo (D/C)

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Propósitos das tecnologias sustentáveis Proteger o ambiente Aumentar a competitividade das organizações e

das economias dos países onde as empresas estão instaladas

Demandar e consumir menores volumes de ma-teriais, água e energia

Evitar emissões perigosas e tóxicas Prevenir a geração de não-produtos (resíduos)

que não sejam reusáveis e reaproveitáveis Recompor os estoques de bens naturais e ex-

tender a vida útil dos estoques não renováveis

Para que serve e como usar as prá-ticas para Desen-volvimento Sus-

tentável

Desenvolvimento Sustentável é tratado como conjunto inte-grado e sistêmico de práticas para criar condições económi-cas, ambientais e sociais equilibradas para o progresso evolu-tivo da sociedade humana, por tempo indeterminado.Em termos objetivos, tais práticas servem para a ocupação de espaços físicos ou virtuais, por meio de abordagens estrutu-radas.

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Do ponto de vista das atividades humanas, as iniciativas para o Desenvolvimento Sustentável envolvem, objetivamente, o uso de recursos para ocupação de espaços. Uma vez que sustentabilidade consiste na manutenção por tempo indeterminado de de-terminada coisa, objeto ou sistema, pressupõe-se o primeiro passo é identificar e caracterizar as condições fundamentais que irão garantir ou proporcionar a sustentabilidade do tipo de des-envolvimento desejado. Entende-se – pelo que

foi dito – que as condições para sustentabilidade envolvem a interação e inte-gração de elementos de natureza econômica, ambiental e social.O modelo de DS para ocupação de espaços apóia-se, de maneira pragmática, na eficiência econômica de dois pilares: o ambiental e o socioeconômico, a partir dos quais são definidas as condições materiais e imateriais para o bem-estar das pessoas e das organizações.No modelo proposto, o conceito de espaço é flexível e amplo, para representar, por exemplo, componentes físicos ou virtuais como: a distância entre dois pon-tos; determinada área ou volume entre limites estabelecidos; lugar que possa conter alguma coisa, atividade ou entidade, sob diferentes sentidos ou aspectos.

Componentes de DS para ocupação de es-

paços

1. PilaresOs pilares representam a infraestrutura ecológica e social para definição da condição de sustentabilidade (a ser mantida por tempo indeterminado) para a sociedade humana.Do lado ecológico-ambiental, está a capacidade de carga, representada pela biorreposição natural dos recursos, a bioconversão de poluentes despejados pela sociedade humana e a qualidade dos serviços ecológicos.Do lado social são as necessidades humanas essenciais, representadas por

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valores éticos (principalmente em relação à natureza), os relacionamentos e atitudes das pessoas, individualmente, em comunidades ou quando atuando nas organizações.

1.1. Pilar ambiental - Destaca-se a Capacidade de carga, que recebe diferentes definições, como: capacidade de suporte, limite de produção da terra, nível de fruição de recur-sos, entre outros modos.Significa a condição da terra, de parte desta, de determinado ecossistema ou outra unidade qualquer, capaz de sustentar o número máximo de indivíduos de determinada espécie, ou de agentes, por determinado período. Se o período de tempo for “indefinidamente”, será preciso que o número de indivíduos a ser sustentado seja igual ou – idealmente – inferior à capaci-dade de carga reconhecida.Assim, a expressão Capacidade de carga se aplica ou pode se referir a vários objetos: ao total de indivíduos de determinado número de espéci-

es; a todos os indivíduos de todas as espécies em determi-

nado ecossistema; a todos os humanos ou a todos os seres vivos que habi-

tam o Planeta. Por isso, poderá ser relacionada à população de determinada área geográfica ou a toda a população humana da Terra. O desequilíbrio das condições na garantia da sustentabilidade, conferida pela capacidade de carga, causa danos aos inte-grantes da área ou do sistema considerado. Dessa maneira, os impactos causados afetam os próprios agentes do desequi-líbrio. É preciso reconhecer que os danos ambientais causados até agora não estão sendo reparados e o preço por isso já é e continuará sendo alto. No caso dos humanos, a expectativa é de que os danos pos-sam ser convertidos em resultados positivos ou benéficos para a capacidade de carga. No momento, as condições não são animadoras.Aos que preferem o vocabulário econômico, pode-se dizer que o respeito à capacidade de carga seria como viver às custas do rendimento do capital natural e não do patrimônio. No mundo real dos negócios, a falência acontece quando a em-presa vive do capital econômico e não dos rendimentos deste.Hoje, os humanos consomem, anualmente, 40% acima da capacidade de carga. As diferenças de poder econômico, en-tre as nações, fazem com que os países pobres paguem a conta pelo consumo excessivo nos países ricos.Mas, o tempo para o “pagamento das contas” poderá chegar para todos que dependem da produção de recursos naturais em outras localidades, por outras sociedades que consumem menos ou por países nos quais a produção biológica de recur-sos seja maior. Estas diferenças são reveladas sob dois aspectos: o tamanho da Pegada ecológica (medida pelo consumo de recursos) e a

Biocapacidade (taxa de reposição natural).Portanto, a agenda para discussão de DS abrange a capaci-dade de carga sob dois aspectos importantes. De um lado, o próprio conceito do paradigma, as condições socioambientais que afetam a biorreposição dos estoques naturais e técnicas usadas para medições.De outro, os aspectos políticos, econômicos e de governança que apoiam, estimulam, induzem ou que aceitam a prática de extração e o consumo de recursos naturais além do que a Terra pode repor, biologicamente.O segundo tipo de abordagem fica mais importante quando a violação da capacidade de carga afeta países distintos da dos consumidores. Mais relevante, ainda, quando os países com superávit ecológico são os que pagam a conta dos deficitários, sem que os primeiros sejam remunerados por serviços ambi-entais prestados.Capacidade de carga representa, portanto, fundamento de-terminante para o uso do conceito de sustentabilidade ou de DS.Entretanto, é preciso reconhecer que há dificuldades para se medir a Capacidade de carga e que este assunto está prati-camente restrito ao mundo acadêmico. Além dessa dificuldade, há o fato de que sustentabilidade ou DS dificilmente é tratada do ponto de vista sistêmico, interdis-ciplinar (adição de conhecimentos), multidisciplinar (interrelaci-onamento de disciplinas) e transdisciplinar (integração de co-nhecimentos).O fato é que, do ponto de vista das práticas produtivas e de consumo de bens e serviços, está claro que os subelementos do Pilar ambiental, (reposição dos estoques naturais, manu-tenção da capacidade de bioconversão de resíduos e qualida-de dos demais serviços ecológicos) deveriam estar nas agen-das de trabalho de organizações de governo, de empresas privadas e das próprias ONGs sociais e ambientais. A medição da biocapacidade faz parte da metodologia da Pe-gada ecológica e para determinação de linha e base no cálcu-lo da Pegada do carbono. No caso da ecoeficiência, a biorre-posição é casualmente mencionada como parte do enunciado do paradigma de ecoeficiência, mas, não usada objetivamen-te. O máximo que se nota é a citação “dentro dos limites de suprimento de recursos” e as ações param por aí.Capacidade de bioconversão de poluentes e valoração dos serviços ecológicos estão nas mesmas condições, senão em situações piores. A fórmula de cálculo do impacto (I=Popul-ação x Afluência x Tecnologia) não é de uso comum.Os especialistas em cálculo da valoração ambiental dizem que o valor ecológico não é definido, objetivamente. As limitações e dificuldades na medição dos subelementos da capacidade de carga aumentam a importância das ações de DS. Expressões do tipo “ambientalmente corretas, socialmente justas e economicamente viáveis” são vagas. “Ambientalmen-

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te corretas” dependem de indicadores mé-tricos comparáveis e relacionáveis, o que não tem acontecido com regularidade.O termo “corretas” é relativo e varia de acordo com as condições éticas, socioeco-

nômicas, políticas e de outras naturezas, entre nações ricas e pobres ou mes-mo entre as próprias.Somente assim passariam a desempenhar melhor seus papéis na construção da rota da sustentabilidade sonhada e talvez inatingível. Para isso é importante analisar o significado dos fatores população, afluência e

tecnolo-

A natureza deve ser retratada como prove-dora de materiais (renováveis e não-renová-veis), de serviços que garantem a estrutura dos sistemas naturais (os ecossistemas) e, ao mesmo tempo, como recicladora de resí-duos naturais e de despejos feitos pelos hu-manos. Atualmente, a capacidade de biorreposição dos recursos naturais está bem abaixo da taxa de extração (ver www.footprintnetwork.org) Por isso, países com déficit ecológico (capa-cidade de biorreposição abaixo da taxa de consumo) estão sendo abastecidos por re-

c u r s o s n a t u r a i s d e n a ç õ e s c o m s u p e r á v i t e c o l ó g i c o .O cálculo da biocapacidade e da capacidade de seqüestro de carbono – tratadas pelas metodologias de cálculo da Pegada ecológica e Pegada do carbono – são os melhores exemplos para inclusão na linha de base para elaboração de pro-gramas de DS.Os serviços ecológicos são a base para a sustentação da vida na Terra.Existe relação direta entre os serviços ecológicos e inúmeros aspectos de grande importância para a vida no Planeta e as atividades humanas. Isto se aplica à ma-nutenção das espécies; ao provimento de alimentos, energia e materiais; à regu-lação do clima, bioconversão de resíduos e detoxificação, polinização, controle de pragas e doenças; ao suporte à vida na terra, como dispersão de nutrientes, pro-dução primária, entre outros. Por isso, os serviços ecológicos estão diretamente relacionados à economia humana, pois afetam os ativos para a produção e o desempenho no mercado de bens e serviços.

A manutenção da qualidade dos serviços ecológicos é essencial para a qualidade de vida e das condições econômicas.As ações humanas resultam em processos

industriais, agropecuários, gestão do espaço, descarte e destinação do lixo, por exemplo. Ocorrem de modo diferenciado, nos vários pa-íses, mas resultam em efeitos danosos sobre os serviços ecológicos.

O problema é que governantes, empresários e a população não reconhecem nem incluem geralmente tais situações em planos e pro-gramas de suas próprias responsabilidades.

Os recursos naturais sustentam a economia das sociedades humanas

O déficit ecológico, de 40% anual de recursos que o Planeta não consegue repor em relação ao que é consumido, é o retrato mais evidente de que o modelo de produção e con-sumo de bens e serviços precisa ser modificado.Os países ricos - que representam 20% da população mun-dial, mas que consomem 80% dos bens produzidos pelo sistema econômico - dificilmente irão modificar seus hábitos de consumo.

Países emergentes mostram déficit na Pegada Ecológica, mesmo que muito mais baixa do que a dos grandes consu-midores.As soluções dependem de mudança do modelo econômico, do sistema de produção e de atitudes de consumo equilibra-dos com a manutenção da capacidade de carga do planeta.

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A capacidade de suporte da terra está comprometida.: 40% de sobrexploração de recursos e excesso de po-luentes em 2010. – www.footprintnetwork.org

Qual o modelo de gestão mais apropria-do para o sistema de produção e con-sumo de bens e serviços, que incorpore o paradigma de respeito à capacidade de carga? O assim-chamado sistema gestão para sustentabilidade tríplice considera - de fato - a capacidade de carga do Plane-ta?

Condições indispensáveis para o DSAs organização - pública ou privada, com e sem fins lucrativos - deve repen-sar o modelo de gestão , considerando-se a proposta de ocupação sustentável de seus espaços.Os focos tradicionais, mesmo que adi-cionados de Qualidade total, Qualidade total e ambiental não são suficientes. O caminho proposto é o de associar a remuneração do investidor à ecoefici-ência e socioeficiência

O sistema de gestão socioambiental por si só conduz ao Desenvolvi-mento Sustentável?As organizações que usam o termo ecoeficiência e ou aplicam, como ferramenta efetiva, sabem, de fato, como calcular o coeficiente resul-tante do custo para criação de determinado tipo de valor dividido pelo custo dos danos ambientais causados pelo valor criado?Como as empresas calculam os benefícios sociais líquidos?Quais são os públicos beneficiados?Quais são os tipos de benefícios sociais transferidos para as socieda-des?

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4. Ocupação sustentável de espaços As relações envolvendo a população e o ambiente são determinadas pelo modelo de uso e ocupação do espaço. Este é o ângulo de visão para o desenho de ações a fim de orientar o entendimento de sustentabilidade ou de DS.Neste contexto, o conceito de espaço é flexível e amplo. Algo físico ou virtual e definido – por exemplo – como a distância entre dois pontos; a área ou volume entre limites estabelecidos; o lugar ocupado ou que pode conter alguma coisa ou atividade.Assim, a ocupação poderá corresponder a categorias como as seguintes.

Espaços institucionais – como áreas físicas onde as pessoas e as comu-nidades humanas vivem, sob a forma de: (a) espaços naturais – como ecossistemas, nichos, formações biológicas e (b) espaços geopolíticos – como bairros, cidades, subdivisões territoriais de categoria geopolítica mais alta (Planeta, País, Estado, Regiões Administrativas Intermunicipais, Municípios).Espaços organizacionais – sejam físicos ou virtuais, como:

empresas e organizações sem fins lucrati-vos

entidades representativas de organizações entidades ou comunidades profissionais

selecionadas cadeias de valor setores ou segmentos de atividades mercado local, regional, nacional ou global nichos especializados, etc.

A ocupação sustentável do espaço envolve me-canismos e instrumentos de ação estratégica, tática e operacional, com previsão de alvos mé-tricos e indicadores com resultados mensuráveis por meio da Pegada Ecológica, Pegada da Água, Pegada do Carbono, Pegada Social, Eco-eficiência, Socioeficiência, entre outras ferramen-tas.

Tipologia de espaços Planeta Terra, como um todo, estratosfera, litosfera, ecosfera; ecossis-

temas e componentes (biomas, biodiversidade, nichos ecológicos, etc.). Sociedade humana, como entidade por inteiro, ou parte dela represen-

tada por grupos, comunidades ou pessoas, individualmente. Nação, seja esta definida pela territorialidade, pela identidade cultural,

pela população ou pelos poderes constituídos. Determinada região geopolítica subnacional, como Estado/Divisão

territorial ou área interestadual/interdepartamental, Município, área inter-municipal ou parte de Município, com seus ativos econômicos, ambien-tais e sociais.

Organização ou grupo organizacional criado pelos humanos, tal como empresa com e sem fins lucrativos, isoladamente ou agrupada; setor, cadeia de valor ou associação; arranjo produti-vo; instituição e entidade representativa; organi-zação governamental e não governamental e grupo social não organizado, entre outros tipos.

Compartimento natural ou artificial, como ar, água, solo e subsolo; mar, oceano, rio, lago, represa, etc.

Ambiente de atividades como mercado, seg-mento, setor econômico, cultural, de lazer e de-mais práticas humanas.

A partir daí é possível construir a linha de base para a ocupação sustentável do espaço desejado, com o uso de ferramentas adequadas; conceber o proje-to apropriado; definir as diretrizes e implementar as ações objetivas.

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Ferramentas de medição das condições do espaçoObjetivos do milênio como focos socioambientais

A ocupação sustentável do espaço alvo deverá estar alinhada à definição das condições que foram identificadas como desejá-veis para a sustentabilidade por tempo indeterminado.Os elementos de bem-estar, tanto do ponto de vista da valora-ção ambiental, quanto das condições de vida das pessoas e do funcionamento das organizações precisam, ser mensurados adequadamente. Assim, podem ser criadas as relações entre a população envolvida, o tipo de desenvolvimento desejado e as condições ambientais estejam equilibradas.Para isso, há ferramentas que, mesmo em fase inicial de apri-moramento, são importantes para o cálculo (1) das relações entre produção e consumo de recursos ambientais (Pegada ecológica); (2) disponibilidade e consumo de água (Pegada da água); (3) neutralização das emissões de gases com efeito estufa (Pegada do carbono), (4) balanço entre valores finan-ceiros investidos e atendimento a necessidades socioeconô-micas essenciais (Pegada social); (5) equilíbrio econômico, financeiro e efeitos ou impactos ambientais (ecoeficiência), (6)

geração de benefícios sociais líquidos, em função dos investimentos financeiros (socioeficiência), e outros instrumentos.

A linha de base significa informação, descrição ou o conjunto de descritores fundamen-tais e funciona como marco de referência antes de ser iniciada qualquer operação, pro-cesso, projeto ou programa, a fim de permitir comparações posteriores de resultados alcançados ou impactos causados pelas ações da organização. A linha de base inclui Relações socioeconômicas, de um lado e, de outro, impactos, efeitos e reflexos sobre os componentes ambientais.

5. Linha de base para o projeto de DS e ocupa-ção de espaço selecio-nado

5.1. Relações socioeconômicasAs relações socioeconômicas e ambientais são com-plexas. Capital construído, Renda e emprego e Capaci-dade de suporte são questões intimamente integradas.É preciso, portanto, levar em conta modos de vida, ati-tudes, hábitos, expectativas, culturas, ideologias e ou-tros valores sociais a fim de determinar as questões, os objetivos, metas, indicadores e outros componentes estruturantes do processo pedagógico para a sustenta-bilidade.Cada tema precisa ser decodificado; ter os limites esta-belecidos; as ferramentas e estratégias para implemen-tação selecionadas; as metas métricas e os indicadores para estabelecidos, com os propósitos de medição, avaliação e reprogramação.

✓Relações economia-sociedade envolvem condições fundamentais na vida das pessoas, portanto, relevan-tes para abordagem para o DS como: democracia, governança, arranjo institucional, políticas, interesses, protagonismo, organizações, responsabilidade, pro-

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cessos, instrumentos e ferramen-tas.

✓Relações economia-ambiente incorporam questões ligadas à valoração ambiental. São temas como: recursos naturais, serviços ecológicos, Pegada ecológica, Pegada do carbono, Pegada da água, eficiência energética, de-manda material total, ecoeficiên-cia, etc..

✓Relações sociedade-ambiente englobam extenso grupo de te-mas e questões, cuja escolha, definição, interpretação e aplica-ção devem merecer atenção especial. Questões consideradas necessidades básicas ou essen-ciais, para uns, poderão repre-sentar desejos não necessaria-mente essenciais para outros. Aspirações de bem-estar, sufici-entes ou regulares de uns, pode-rão ser consideradas excessivas ou insuficientes para outros.

✓Relações integradas economia-sociedade-ambiente abrangem aspectos institucio-nais como globalização e marcos legais, códigos voluntários, pactos, instrumentos de validação, reconhecimento e demais instrumentos de políticas, públicas ou pri-vadas, para o DS.

5.2. Gestão de impactos, efeitos e reflexosOs componentes impactos, efeitos e reflexos da linha de base afetam meios ou compartimentos ar, água e solo e provocam reflexos sobre a qualidade de vida humana e ambiental .Há várias opções para abordagem. Uma é a ecogestão estratégica para evitar as emissões industriais e agrícolas.A abordagem estratégica implica – fundamentalmente – em mudar o pa-radigma de resíduo, como algo a ser descartado, destruído e, por isso, inaproveitável, para o de material ou bem a ser reusado ou reaproveitado e incorporado na política de produção, produto e introdução deste no segmento de atividades da Organização.Os seguintes critérios são essenciais para a gestão estratégica de emis-sões.

✓Considerar resíduos como não-produtos ou produtos não intencionais.

✓Reconhecer a geração de não-produtos como parte do negócio ou ativi-dade e, por isso, componente do planejamento estratégico relacionado ao processo de produto e ao produto, propriamente dito.

✓Estabelecer a hierarquia de atitudes, em relação à geração de não-pro-dutos, orientada para sustentabilidade tríplice – econômica, ambiental e social.

✓Reconhecer – por conta do compromisso para a sustentabilidade:

o prioridade primária para a preven-ção absoluta de resíduo ou de não-produto na fonte;

o hierarquia secundária representa-da por reuso no mesmo processo; uso em outros processos ou pro-dutos; reciclagem para outro uso; utilização para geração de energia ou co-geração (observadas as conseqüências decorrentes); des-carte socioambientalmente ade-quado; e, excepcionalmente inci-neração, desde que sujeita a crité-rios bastante rígidos de controle e qualidade social e ambiental.

✓Capacitação e implementação de ferra-mentas ou tecnologias de base econômi-ca e socioambiental, para processos e produtos, representadas, por exemplo, por

Relações socioeconô-micas para o DS

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A ação competente faz com que as despesas com gestão de resíduos se revertam em ganhos. Matérias primas são reaprovei-

tadas ou usadas para outros processos ou produtos.

Há aumento do valor da cota do investidor/acionista, propor-cionado por indicadores intan-gíveis.

É com esse objetivo, portanto, que os modelos de gestão de impactos deverão ser concebidos, sob vários aspectos.

Articulação, integração, siste-matização e normalização de procedimentos relacionados aos impactos.

Integração das questões cita-das à produção e à visão de negócios ou de atividades da organização.

Capacitação da Organização para determinar os aspectos, definir e estabelecer as ações preventivas e de controle.

Estabelecimento de rota ou caminho para modificações incre-mentais e outras revolucionárias, de maior fôlego. Estas depen-dem de aprendizagem organizacional para as próximas décadas, levando em consideração as partes interessadas que afetam ou são afetadas pelas práticas e produtos da organização colocados ou oferecidos no ambiente público.

O modelo de ecogestão estratégica deve ser compreensível, factível, aceitável, flexível, motivador, adequado à Organização e mensurável. Mas, não poderá prescindir da complexidade necessária, para que possa eliminar as possibilidades de ocorrência de problemas para a Organização.

Atitudes e passos1. Identificar e caracterizar resíduos, impactos e riscos decorren-

tes.2. Mudar o paradigma e considerar resíduos como não-produ-

tos, bens, materiais ou nutrientes para o mesmo processo ou

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P+L, Ecoeficiência, Ecodesign, PL, Ecoefe-tividade e outras que contribuem para a produção e consumo sustentáveis de bens e serviços.

O uso de tecnologias de gestão do processo produtivo – tais como Produ-ção Limpa, Ecoeficiência e Ecoefetividade – gera vantagens: (i) redução ou eliminação de custos de comando-e-controle (fim-de-tubo) e com ges-tão de conformidade; e prevenção de possíveis multas por infrações co-metidas.

Vazamento de 10.000 barris ou 1.590.000 litros de petróleo por dia. Junho 2010

Tipos de efeitos e impactos

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Tipos de impactos e efeitos

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para processos produtivos distintos ou, se forem devolvidos à natureza, com características de nutrientes para processos ecológicos.

Isto implica na revisão de tecnologia, de matérias primas, de processo e de produto, de acordo com escala adequada de tempo e custos.É preciso mudar o paradigma de fim-de-tubo, selecionar e implementar a ferramenta ou as ferramentas adequadas para processo e produto que permitam ou resultem em: (i) prevenção de emissão, no sentido estrito ou absoluto, isto é a não geração de não-produtos e (ii) reuso ou reaproveita-mento de não-produtos que ainda forem gerados.3. Desenhar e implementar o Sistema de ecogerenciamento estraté-

gico e incorporar Alinhamento aos aspectos essenciais de políticas organizacionais.o Missão, Visão, Princípios e Compromissos Públicos.o Responsabilidade Socioambiental e a múltiplas partes interessadas.o Cadeia de valor no segmento de atividades e negócio.o Visão do eixo de negócio ou de atividade organizacional.

Visão futuro (sustentabilidade econômica, ambiental e social) de lon-go alcance.

Construção de cenários na cadeia de valor.o Visão pró-ativa em relação à legislação e instrumentos de conformi-

dade voluntários.o Poluidor Pagador.o Responsabilidade Estendida do Produtor.o Responsabilidade Objetiva.o Princípio da Precaução.o Princípio da Prevenção.o Acordos Multilaterais.o Códigos de conduta.o Normas, Rotulagem, Acreditação, entre outros.

Identificação de oportunidades, políticas e programas de governo. Definição do Sistema de Produto a ser adotado.o Berço-à-cova – atitude incremental, de curto e médio prazo (5-10

anos).o Berço-ao-berço – atitude revolucionária, de médio e longo prazo (10-

50 anos). Identificação de indicadores métricos referentes a não-produtos, defi-

nir centros de custos e adicioná-los à contabilização de resultados Definição do modelo de relatório e de comunicação de desempenho

aos interessados.

Promoção do fortalecimento institucional de medidas não-técnicas, educacionais, e de treinamento.

Alocação de responsabilidades e empoderamento para execução de atividades desenhadas:

o o que (alvos físicos e métricos envolvendo bens e serviços),

o por que (objetivos, vantagens, aprimora-mentos), quando (cronogramas de execu-ção e respectivas atividades),

o onde (localidades), o como (tipos de atividades e respectivas

abordagens, prioridades e metas técnicas, gerenciais, institucionais),

o com que (ferramentas e tecnologias), quem (atores, agentes e outras partes interessadas, responsáveis e lideranças),

o para quem (alvos). Estabelecimento de mecanismos de

acesso a técnicas e a padrões de alto desempenho.

o Integração de serviços técnicos à produ-ção.

o Metodologias de monitoramento e avalia-ção tríplice (econômica, ambiental e soci-al).

o Procedimentos de preparação e prontidão para eventos socioambientais.

o Capacitação e qualificação de recursos humanos.

Criação de mecanismos e procedimentos de coordenação e lideranças no sistema de ecogestão estratégica.

Formação de parcerias estratégicas para: cooperação e responsabilidades comparti-lhadas na cadeia de valor, garantia do modelo de abordagem no que se refere a reuso e reaproveitamento de não-produ-tos.

Criação e implementação de acesso a informações e a ferramentas de capacita-ção intelectual e instrumental.

o Informações sobre tecnologias sustentá-veis e eco-inovações.

o Informações sobre legislação, regulamen-tação e códigos voluntários pertinentes à ecogestão.

o Informações sobre marcos de referência (Benchmarking).

o Bancos e bases de dados – recursos hu-manos, treinamento e capacitação, indi-cadores, metodologias, etc.

Definição de procedimentos para identifi-cação e avaliação de prioridades.

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A configuração e implementação de arcabouço para identificação e medição de efeitos, impactos e reflexos abrangem ampla gama de instrumentos e mecanismos que podem ser instrumentalizados com o emprego das diversas Normas da Série ISO(NBR) 14000. (Sugestão de componentes estão incluída na página seguinte)

J.S.Furtado & J.F.Lobato - DS para ocupação de espaços. Parte 1 Descrição do modelo 18

Critérios e orientação para definição e elaboração de programas e projetos, no âmbito ecogerenciamento.

Definição de procedimentos para execu-ção de atividades, acompanhamento, avaliação de resultados e realimentação do sistema de ecogestão

o Prioridades.o Partes interessadas.o Alvos, objetivos, escolhas e metas tempo-

rais métricas.o Distribuição de responsabilidades e pa-

péis: o que, por que, quando, onde, como e quem.

o Identificação de operações e controle de qualidade de procedimen-tos.

o Sistema de avaliação e correspondentes elementos econômicos, ambientais e sociais.

o Medição, relato e comunicação de resultados de custo-benefício econômico e socioambiental.

Definição de Programas e Projetos levando em conta prioridades, instrumentos e recursos, informação – comunicação - treinamento, parcerias, execução, acompanhamento, avaliação, relatório, comu-nicação, realimentação.

4.Detalhar os procedimentos para identificação das características de não-produtos, impactos e riscos envolvidos.

5. Consolidar as relações entre o sistema de ecogestão e os negócios.

6. DiretrizesSão declarações norteadores para implementação do modelo de sustentabilidade ou de DS.Os enunciados devem abranger os componentes já apresentados e de maneira a estabele-cer a rota ou caminho a ser seguido; os principais passos, atitudes, mecanismos e instru-mentos utilizados; os resultados esperados.

A empresa verde dará importante passo em direção à sustentabilidade desde que saiba cal-cular, o objetivo e efetivamente, o coeficiente de ecoeficiência – R$ na criação de valor dividido por R$ dos impactos ambientais causados pela criação do valor.A onda azul é considerada mais recente, pelo fato da organização adicionar a visão de susten-tabilidade tríplice (econômica, ambiental e soci-al).As empresas azuis são verdes que adotaram práticas de medição e redução de emissões de gases com efeito estufa e, ainda mais importan-te, as que passaram a calcular os benefícios sociais ou da socioeficiência. Neste último caso estão as organizações que estão lidando com novas ferramentas financeiras como o coeficien-te da Pegada Social (R$ para a produção do benefício social dividido por R$ efetivamente investido); o cálculo de benefícios sociais líqui-dos e RSSI (SROI) Retorno Social Sobre o In-vestimento.

7. Propósito, alvo ou objetoPara ser objetiva, a estratégia para ocupação sustentável do espaço escolhi-do deve ser focada em determinada pessoa, comunidade ou tipo de organi-zação que, por sua vez, deverá ter clareza quanto ao propósito, alvo ou obje-to. Qualquer que seja o tipo de organização, é necessário que se disponha de estrutura e processo para funcionamento apropriado para entender e aplicar os conceitos de Sustentabilidade ou DS, seus instrumentos e mecanismos e os fundamentos que garantem a essência desse novo paradigma.O modelo de Governança, opção estratégica, sistemas, funções, processos e programas devem funcionar sistemicamente. No caso das organizações, com ou sem fins lucrativos, será preciso mudar o modelo convencional (business as usual), uma vez que este deverá trocar a prática de fim-de-tubo (contenção de resíduos para tratamento e descarte posterior) pela de fe-chamento de ciclos no processo de produção de bens e serviços. Trata-se, portanto, de encerrar a onda marrom, caracterizada por emissões poluentes, e entrar em duas novas tendências .A onda verde – caracterizada pelo uso de ferramentas produtivas ambien-talmente diferenciadas, como a prevenção de emissões na fonte (Produção Mais Limpa e Produção Limpa) e de redução de custos de produção e de impactos ambientais causados econômico-ambiental (Ecoeficiência).

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Procedimentos para identificação de efeitos e impactos

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A empresa verde dará importante passo em direção à sustentabilidade desde que saiba calcular, o objetivo e efetivamente, o coeficiente de ecoe-ficiência – R$ na criação de valor dividido por R$ dos impactos ambien-tais causados pela criação do valor.A onda azul é considerada mais recente, pelo fato da organização adici-onar a visão de sustentabilidade tríplice (econômica, ambiental e social).As empresas azuis atuais são as verdes que adotaram práticas de me-dição e redução de emissões de gases com efeito estufa e, ainda mais

Mudanças de atitudes

importante, as que passaram a calcular os benefí-cios sociais ou da socioeficiência. Neste último caso estão as organizações que estão lidando com no-vas ferramentas financeiras como o coeficiente da Pegada Social (R$ para a produção do benefício social dividido por R$ efetivamente investido); o cálculo de benefícios sociais líquidos e RSSI (SROI) Retorno Social Sobre o Investimento.

Algumas tendências no mercado verdeCompromisso com mudanças climáticas

Computador verde

Marketing verde

Aviões e automotivos verdes

Somos verdes

Redução de produtos tóxicos

E-resíduos

Green building

Zero-carbono, zero-resíduo

Economia verde

Eficiência energética

Inovação verde

Energia limpa

Práticas ecoamigáveis

Biocombustíveis

Produtos ecoamigáveis

Ecoprodutos

Empregos verdes

9. Ferramentas para o DSA definição de programas de sustentabilidade ou de DS da organização requer o uso de ferramentas e muitas já são disponíveis.A ilustração gráfica do arcabouço de DS para ocupação de espaços contém vári-as: Pegada Ecológica, Pegada da Água, Pegada do Carbono, Pegada Social, Ecoeficiência e Socioeficiência). Além dessas, há outras escolhas, como: Produ-ção Limpa, Demanda Material Total, Análise de Fluxo de Material, Intensidade Material por Unidade de Serviço, Fardo Ecológico e a combinação destas com Produção Enxuta, Sigma 5 e 6, sem esgotar as opções.A descrição dos instrumentos é encontrada com facilidade em textos de livre acesso na Internet.

10. Programas e ações de DSEssencialmente, ferramentas e programas são instrumentos e recursos que devem ser implemen-tados por pessoas capacitadas, do quadro interno, e por outras que atuam em diferentes atividades ou integrantes da cadeia de valor que são considera-das importantes para a organização.

A inclusão de pessoas nos programas de sustentabilidade ou de DS da organização é um dos grandes desafios atuais de Governança para a Sustentabilidade. Levantamentos feitos com empresas importantes mos-tram que – praticamente – as pessoas não estão suficientemente, nem amplamente compromissadas com os programas de sustentabilidade.

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