122
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO Campus Uberaba CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS CRISTINA DIAS DE MENDONÇA DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO LIGTH SABOR JABUTICABA (Myrciaria cauliflora) ADICIONADO DE BIOMASSA E FARINHA DE BANANA (Musa spp.) VERDE UBERABA, MG 2016

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

  • Upload
    hathuy

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO TRIÂNGULO MINEIRO – Campus Uberaba

CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

ALIMENTOS

CRISTINA DIAS DE MENDONÇA

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO

LIGTH SABOR JABUTICABA (Myrciaria cauliflora) ADICIONADO DE

BIOMASSA E FARINHA DE BANANA (Musa spp.) VERDE

UBERABA, MG

2016

Page 2: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

CRISTINA DIAS DE MENDONÇA

Desenvolvimento tecnológico de leite cultivado ligth sabor jabuticaba (Myrciaria

cauliflora) adicionado de biomassa e farinha de banana (Musa spp.) verde

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do

Triângulo Mineiro – Campus Uberaba,

como requisito para conclusão e

obtenção do Título de Mestre em

Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientadora:

Profª. Drª. Sueli Ciabotti

UBERABA, MG

2016

Page 3: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

CRISTINA DIAS DE MENDONÇA

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO LIGTH SABOR

JABUTICABA (MYRCIARIA CAULIFLORA) ADICIONADO DE BIOMASSA E

FARINHA DE BANANA (MUSA spp.) VERDE

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do

Triângulo Mineiro – Campus Uberaba,

como requisito para conclusão e

obtenção do Título de Mestre em

Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Aprovada em 03 de junho de 2016

Banca Examinadora

____________________________________________________________

Profª. Drª. Sueli Ciabotti (Orientadora) – IFTM, Campus Uberaba

____________________________________________________________

Profª. Drª. Marlene Jerônimo – IFTM, Campus Uberaba

____________________________________________________________

Profª. Drª. Sônia de Oliveira Duque Paciulli – IFMG, Campus Bambuí

UBERABA, MG

2016

Page 4: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

A minha família e amigos, responsáveis por eu não

desistir de continuar, de lutar e de

vencer…

DEDICO

Page 5: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

AGRADECIMENTO

À Deus, por sempre me guiar, iluminar e proteger.

Aos meus pais, Nilda e Pedro e minha irmã Bruna, pelo apoio e incentivo para que eu

chegasse até aqui.

Ao meu esposo, Carlos Justino, pela contribuição, paciência e companheirismo durante esta

caminhada.

Aos meus filhos, Bruno Filiphe e Vinícius Henrique, pela compreensão à minha ausência

durante a conclusão deste trabalho.

Aos familiares que acreditaram em mim.

Ao UFTM e ao IFMG, em especial ao Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia

de Alimentos pela grande contribuição na minha formação profissional.

A minha orientadora Sueli Ciabotti pela orientação e confiança para a realização deste

trabalho.

Aos membros da banca pela disponibilidade.

Aos professores e amigos Juca Bahia, Rogério Amaro e Jonas Guimarães.

Ao amigo Raul Viana, pelos momentos de estudo e auxílio no decorrer desse trabalho.

Ás colegas e amigas dos Laboratórios do IFTM Luciene e Cíntia e dos laboratórios do IFMG

Joanice, Maísa e Fernanda pelos momentos de apoio, ajuda, alegria e descontração, tornando

a difícil jornada mais agradável em especial à amiga Joanice que tanto me incentivou.

MUITO OBRIGADA!

Page 6: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

“O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de

alguém.”

Dalai Lama

“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar.

As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

Chico Xavier

Page 7: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

RESUMO

MENDONÇA, C. D. de. Desenvolvimento tecnológico de leite cultivado light sabor

jabuticaba (Myrciaria cauliflora) adicionado de biomassa e farinha de banana (Musa

spp.) verde. Uberaba, 2016, 122 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de

Alimentos) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro.

Uberaba, Minas Gerais, 2016.

A relação entre saúde e dieta é comprovada cientificamente, e a demanda dos consumidores

por alimentos que, além das funções básicas de nutrição, exercem efeitos benéficos à saúde

tem estimulado os pesquisadores e as indústrias alimentícias a desenvolverem produtos

lácteos funcionais. A jabuticaba possui elevada aceitação e importância nutricional tais como

conteúdo de minerais, vitaminas e compostos fenólicos, que são substâncias antioxidantes.

Outro fruto que tem sido alvo de estudos é a banana verde, pois além do aspecto nutricional,

destaca-se pela presença de compostos funcionais, em especial o amido resistente. Objetivou-

se nesse estudo, desenvolver leites cultivados light sabor jabuticaba adicionados de biomassa

de banana verde e farinha de banana verde. Foi utilizado leite bovino desnatado, cultura

probiótica de Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium sp. e Streptococcus salivarius

subesp. thermophillus, o amido resistente presente na banana verde foi utilizado como

ingrediente prebiótico. Os leites cultivados atenderam aos requisitos físico-químicos e

microbiológicos exigidos pela IN n° 46/2007 do MAPA, apresentaram resultados relevantes

para as análises de gordura, 0,63 a 1,17g 100g-1

de matéria gorda láctea sendo caracterizados

como parcialmente desnatados; fibra alimentar, 0,01 a 0,44g 100g-1

; amido resistente 0,35 a

2,85g 100g-1

; compostos fenólicos totais 166,28 a 182,9mg EAG 100g-1

; atividade

antioxidante 53,55 a 67,04%; média 5,75 a 7,87 para o atributo sensorial de impressão global;

intenção de compra entre 11% e 60%; índice de aceitabilidade de 53,40% a 88,80%;

contagem de bactérias lácticas totais entre 1,19 a 2,13 x 107 UFC/mL no tempo 0 e 1,11 a

2,29 x 107 UFC/mL no tempo 30. A adição de biomassa de banana verde e farinha de banana

verde como ingredientes prebióticos e de farinha da casca de jabuticaba, influenciaram na

viabilidade dos probióticos durante o período de estocagem. Durante o armazenamento houve

diminuição do pH e aumento da acidez, porém com valores dentro do limite permitido pela

legislação. O leite cultivado com adição de jabuticaba e o leite cultivado com adição de

jabuticaba e biomassa de banana verde foram bem aceitos pelos provadores em todos os

atributos avaliados no teste sensorial, assim como o índice de aceitabilidade e intenção de

compra, portanto, apresentaram-se viáveis em termos nutricionais e sensoriais, com potencial

de aproveitamento pela indústria de alimentos. O leite cultivado com adição de jabuticaba e

farinha de banana verde não foi bem aceito pelos provadores.

Palavras-chave: Leite fermentado, amido resistente, aspectos sensoriais, probiótico,

prebiótico.

Page 8: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

ABSTRACT

MENDONÇA, C. D. de. Technological development of light cultured milk jabuticaba

(Myrciaria cauliflora) flavor with green banana (Musa spp.) biomass and flour. Uberaba,

2016, 122 f. Dissertation (Master in Food Science and Technology) - Federal Institute of

Education, Science and Technology of Triangulo Mineiro. Uberaba, Minas Gerais, in 2016.

The relationship between health and diet is scientifically proven, and consumer demand for

food that in addition to nutritional basic functions, have beneficial effects on health have

prompted researchers and the food industry to develop functional dairy products. Jaboticaba is

a fruit with high acceptance and presents high nutritional value such as minerals content,

vitamins and phenolic compounds, which are antioxidants. Another fruit that has been

investigated is the green banana, because besides the nutritional aspect, there is the presence

of functional compounds, in particular resistant starch. The objective of this study was to

develop a light jabuticaba flavor cultured milk with the addition of green banana biomass and

green banana flour. Skim milk (cow´s milk), probiotic culture Lactobacillus acidophilus,

Bifidobacterium sp. and Streptococcus salivarius subsp. thermophilus, and resistant starch

present in green bananas (prebiotic ingredient) was used. The cultured milk met the physical,

chemical and microbiological requirements by IN n ° 46/2007 of MAPA, they presented

relevant results for fat analysis, 0.63 to 1.17g 100g-1 milk fat being characterized as partially

skimmed; dietary fiber, 0.01 to 0.44g 100g-1

; resistant starch 0.35 to 2,85g 100g-1

; Total

phenolic compounds 166,28 to 182,90mg EAG 100g-1

; antioxidant activity from 53,55 to

67.04%; average from 5.75 to 7.87 for the sensory attribute of overall impression; purchase

intent between 11% and 60%; acceptability rate of 53.40% to 88.80%; Total lactic bacteria

count from 1.19 to 2.13 x 107 CFU / ml at time 0 and from 1.11 to 2.29 x 107 CFU / mL at

time 30. The addition of green banana biomass and green banana flour as prebiotic ingredients

and flour made from jabuticaba skin, influenced the feasibility of probiotics during the storage

period. During storage there was a decrease in pH and increase in acidity, but with values

within the limits allowed by law. The cultured milk with jabuticaba and cultured milk with

jabuticaba and green banana biomass were well accepted by tasters in all attributes evaluated

in the sensory test, as well as the acceptability index and buying intention. The cultured milk

are feasible in nutritional and sensory aspects and present exploitation potential for the food

industry. The cultured milk with jabuticaba and green banana flour had low acceptance by the

panelists.

Keywords: Fermented milk, resistant starch, sensory aspects, probiotic, prebiotic.

Page 9: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AG - Ácido gálico

AGCC - Ácidos graxos de cadeia curta

ANOVA - Análise de variância

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AR - Amido resistente

ATT - Acidez total titulável

BAL - Bactérias ácido lácticas

BBV - Biomassa de banana verde

BPF - Boas práticas de fabricação

CODEX STAN - Codex Alimentarius

DIC - Delineamento inteiramente casualizado

DPPH - 2,2-difenil-1-picrilidrazil

et al., - Número maior que três autores

EAG - Equivalentes de ácido gálico/100g

f. - Folhas

f - Fator de correção

FA - Fibra alimentar

FBV - Farinha de banana verde

FCJ - Farinha da casca de jabuticaba

FI - Fibra insolúvel

FS - Fibra solúvel

g - Grama

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFMG - Instituto Federal de Minas Gerais

Page 10: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

IFTM - Instituto Federal do Triângulo Mineiro

IN - Instrução Normativa

LDL - Mau colesterol

MAPA - Ministério da Agricultura Pescuária e Abastecimento

mg - Miligrama

mL - Mililitro

m/v - Massa por volume

n. - Número

N - Normalidade

NAOH - Hidróxido de sódio

NMP - Número mais provável

p - Probabilidade

P - Peso

pH - Potencial hidrogeniônico

TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UFC - Unidade formadora de colônia

V - Volume

ºC - Graus celsius

°BRIX - Índice de refração (escala numérica)

% - Percentagem

Page 11: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Jabuticaba Sabará. ..................................................................................................... 28

Figura 2: Banana no estágio de maturação verde ..................................................................... 33

Figura 3: Evolução dos diferentes estágios de maturação dos frutos de banana evidenciando a

redução do teor de amido e consequente acúmulo de açúcares. ............................................... 34

Figura 4: Classificação da banana de acordo com a escala de maturação. ............................... 35

Figura 5: Estrutura química do amido ...................................................................................... 41

Figura 6: Grânulos de amido da banana verde ......................................................................... 42

Figura 7: Polpa de jabuticaba (Myrciaria cauliflora). .............................................................. 45

Figura 8: Fluxograma do preparo da polpa de jabuticaba (Myrciaria cauliflora). ................... 46

Figura 9: Farinha obtida após secagem da casca de jabuticaba (Myrciaria cauliflora). .......... 47

Figura 10: Fluxograma do processo de obtenção da farinha da casca de jabuticaba (Myrciaria

cauliflora). ................................................................................................................................ 48

Figura 11: Biomassa obtida da banana (Musa spp.) verde. ...................................................... 49

Figura 12: Fluxograma de preparo da biomassa de banana (Musa spp.) verde........................ 50

Figura 13: Farinha obtida do processamento banana (Musa spp.) verde. ............................... 51

Figura 14: Fluxograma do processo da farinha de banana (Musa spp.) verde. ........................ 52

Figura 15: Fermenteira utilizada para fermentação do leite cultivado. .................................... 54

Figura 16: Quebra do coágulo após resfriamento e refrigeração do leite cultivado ................ 55

Figura 17: Envase do leite cultivado em garrafas de polietileno .............................................. 55

Figura 18: Fluxograma de elaboração dos leites cultivados light . .......................................... 56

Figura 19: Fluxograma geral das análises físicas, físico-químicas, químicas, microbiológicas e

sensoriais dos leites cultivados. ................................................................................................ 57

Figura 20: Apresentação das amostras aos provadores. ......................................................... 62

Figura 21: Fluxograma das análises de determinação do pH, acidez total titulável e bactérias

lácticas totais das diferentes formulações de leites cultivados. ................................................ 63

Page 12: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

Figura 22: Preparo de amostras de leite cultivado para determinação de acidez total titulável.

.................................................................................................................................................. 64

Figura 23: Plaqueamento das amostras de leite cultivado para determinação de bactérias

lácticas totais............................................................................................................................. 65

Figura 24: Incubação das amostras de leite cultivado em estufa para determinação de

bactérias lácticas totais. ............................................................................................................ 65

Figura 25: Espaço de cor em três dimensões dos parâmetros L*, a* e b* para as amostras de

leites cultivadas. ....................................................................................................................... 74

Figura 26: Compostos fenólicos totais das formulações de leites cultivados. ........................ 75

Figura 27: Atividade antioxidante das formulações de leites cultivados. ................................ 78

Figura 28: Frequência absoluta da intenção de compra demonstrada pelos provadores quanto

aos leites cultivados avaliados. ................................................................................................. 85

Figura 29: Índice de aceitabilidade demonstrado pelos provadores quanto aos leites cultivados

avaliados. .................................................................................................................................. 86

Figura 30: Modelo linear e modelo quadrático ajustados da contagem média de BAL totais

(UFC/mL) em função do tempo de armazenamento (dias) dos leites cultivados. .................... 91

Figura 31: Modelo linear ajustados da acidez (g de ácido lático 100g-1) em função do tempo

de armazenamento (dias) dos leites cultivados......................................................................... 96

Figura 32: Modelo linear ajustados do pH (g de ácido lático 100g-1) em função do tempo de

armazenamento (dias) dos leites cultivados.. ........................................................................... 99

Page 13: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores médios da composição físico-química, química e enzimática de Leite

cultivado fabricados com diferentes formulações. ................................................................... 67

Tabela 2: Concentração de amido resistente nos leites cultivados elaborados com jabuticaba,

jabuticaba e biomassa e jabuticaba e farinha de banana verde. Os dados estão expressos em

porcentagem em base seca. ....................................................................................................... 71

Tabela 3: Valores médios de cor medida pelo sistema “CIELAB” dos leites cultivados. ....... 72

Tabela 4: Média aproximada de coliformes e fungos e leveduras encontrados no Leite

cultivado. .................................................................................................................................. 74

Tabela 5: Valores médios de notas de parâmetros sensoriais dos leites cultivados fabricados

com diferentes formulações. ..................................................................................................... 80

Tabela 6: Dados médios da contagem em unidade formadora de colônias por mL (UFC/mL)

de BAL viáveis nos leites cultivados adicionados de jabuticaba e banana verde em diferentes

tempos de armazenamento........................................................................................................ 87

Tabela 7: Valores médios de acidez no leite cultivado controle e leites cultivados adicionados

de jabuticaba, biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de

estocagem. ................................................................................................................................ 93

Tabela 8: Valores médios de pH do leite cultivado controle e leites cultivados adicionados de

jabuticaba, biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de

estocagem. ................................................................................................................................ 97

Page 14: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 20

2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 20

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................................... 20

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 21

3.1 Leite cultivado .......................................................................................................... 21

3.2 Alimentos funcionais ................................................................................................ 22

3.3 Bactérias lácticas ...................................................................................................... 23

3.4 Probiótico .................................................................................................................. 25

3.5 Prebiótico .................................................................................................................. 25

3.6 Fibras Alimentares .................................................................................................. 26

3.7 Jabuticaba ................................................................................................................. 28

3.8 Compostos fenólicos e antocianinas ....................................................................... 29

3.9 Banana ...................................................................................................................... 32

3.9.1 Banana verde ..................................................................................................... 34

3.9.2 Farinha de banana verde .................................................................................. 35

3.9.3 Biomassa de banana verde ................................................................................ 38

3.10 Amido resistente ....................................................................................................... 39

4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 44

4.1 Material ..................................................................................................................... 44

4.2 Métodos ..................................................................................................................... 45

4.2.1 Elaboração da Polpa de Jabuticaba ................................................................. 45

4.2.2 Elaboração da farinha da casca de jabuticaba ................................................ 47

4.2.3 Elaboração da biomassa de banana verde ........................................................ 48

Page 15: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

4.2.4 Elaboração da farinha de banana verde .......................................................... 50

4.2.5 Elaboração do leite cultivado light sabor jabuticaba adicionado de banana

verde 52

4.2.6 Análises realizadas ............................................................................................ 57

4.2.7 Composição química .......................................................................................... 57

4.2.8 Quantificação de amido resistente .................................................................... 59

4.2.9 Compostos fenólicos totais ................................................................................ 59

4.2.10 Atividade antioxidante ....................................................................................... 59

4.2.11 Análise física instrumental ................................................................................ 60

4.2.11.1 Determinação da Cor ................................................................................... 60

4.2.12 Análises microbiológicas ................................................................................... 60

4.2.13 Avaliação sensorial dos leites cultivados .......................................................... 61

4.2.14 Índice de aceitabilidade ..................................................................................... 62

4.2.15 Período de estocagem ........................................................................................ 62

4.2.15.1 Valor de pH ................................................................................................. 63

4.2.15.2 Acidez Titulável .......................................................................................... 64

4.2.15.3 Contagem de bactérias lácticas totais .......................................................... 64

4.2.16 Análise estatística .............................................................................................. 65

5 RESULTADO E DISCUSSÃO ...................................................................................... 67

5.1 Análises de atividades físico-químicas, químicas e enzimática ............................ 67

5.2 Quantificação de amido resistente .......................................................................... 70

5.3 Cor ............................................................................................................................. 72

5.4 Análise microbiológica ............................................................................................ 74

5.5 Compostos fenólicos totais ...................................................................................... 75

5.6 Atividade antioxidante ............................................................................................ 77

5.7 Análise sensorial ....................................................................................................... 79

Page 16: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

5.7.1 Intenção de compra ........................................................................................... 84

5.7.2 Índice de aceitabilidade ..................................................................................... 86

5.8 Avaliação da contagem de bactérias lácticas totais, acidez e pH dos leites

cultivados de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e

farinha de banana verde ..................................................................................................... 87

5.8.1 Contagem de bactérias lácticas totais ............................................................... 87

5.8.2 Acidez total titulável das formulações de leite cultivado .................................. 93

5.8.3 pH das formulações de leite cultivado .............................................................. 97

6 CONCLUSÕES ............................................................................................................. 101

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 102

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 103

APÊNDICE A - Termo e Consentimento Livre e Esclarecido ......................................... 121

APÊNDICE B – Teste de Avaliação Sensorial e Questionário e Intenção de Compra .. 122

Page 17: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

17

1 INTRODUÇÃO

A fermentação é um dos métodos mais antigos de conservação do leite. Uma grande

variedade de leites fermentados é consumida devido às características sensoriais, ações

terapêutica, importância econômica e industrial que esses produtos apresentam

(PRUDÊNCIO, 2005; ZICKER, 2011).

Entende-se por leite fermentado ou cultivado os produtos adicionados ou não de outras

substâncias alimentícias, obtido por coagulação e diminuição do pH do leite, ou leite

reconstituído, adicionado ou não de outros produtos lácteos, por fermentação láctica mediante

ação de cultivos de microorganismos específicos, podendo ser um ou vários dos seguintes

cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp., Streptococus

salivarius subsp. thermophilus e/ou outras bactérias acido lácticas que, por sua atividade,

contribuem para a determinação das características do produto final (BRASIL, 2007).

São considerados leites fermentados: Iogurte, yogur ou yoghurt, leites fermentados ou

cultivados, kefir, kumys e coalhada ou cuajada. O processamento desses alimentos ocorre de

forma simples, o leite é pasteurizado, em seguida procede-se o resfriamento à temperatura de

inoculação da cultura. Essa temperatura varia de acordo com o tipo de fermento utilizado

(BRASIL, 2000).

Os leites fermentados ou cultivados são muito consumidos em todo o mundo, embora

no Brasil o consumo ainda seja baixo quando comparado à outros países como a França,

Uruguai e Argentina. Uma alternativa viável ao consumo de leite fermentado pode ser a

utilização de novos ingredientes que atendam às expectativas dos consumidores (GIESE et al.,

2010).

Nos últimos 20 anos a fabricação de leites cultivados no Brasil cresceu de maneira

considerável, e está em plena expansão, verificando-se que a produção de leite cultivado light

que apresentem alegações funcionais vem crescendo de forma exponencial, ocupando

importante fatia do mercado. Observa-se ainda a procura por alimentos com alegação

funcional, ou seja, além de nutrir traz benefícios de manutenção e prevenção de doenças. Esse

comportamento se reflete na procura por alimentos que, preferencialmente, possuam efeitos

fisiológicos e benefícios à saúde. Os produtos lácteos se enquadram neste quesito, estando

entre os alimentos mais vendidos dentre os alimentos funcionais no Brasil, contribuindo com

73 % do total de vendas (LOPES, 2010).

Page 18: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

18

Por ser de fácil elaboração e com características que permitem a adição de diversos

ingredientes, o leite cultivado tem se mostrado um produto com elevadas possibilidades

tecnológicas (OLIVEIRA et al., 2011).

De acordo com a legislação brasileira, o alimento ou ingrediente que alegar

propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, produzir

efeitos metabólicos e fisiológicos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem

supervisão médica (BRASIL, 1999). Dentre os alimentos funcionais, destacam-se aqueles que

vinculam probióticos, micro-organismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano

intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo (BRASIL, 2002).

Entre os constituintes químicos com alegação funcional destaca-se os antioxidantes,

presentes em alimentos vegetais principalmente com coloração escura, compostos fenólicos,

fibras, amido resitente, probióticos e prebióticos (ÂNGELO; JORGE, 2007; BEZERRA,

2010; VIEIRA et al., 2011).

A casca da jabuticaba (Myrciaria cauliflora) esta sendo fonte de estudos relacionados a

presença de compostos fenólicos atuando como antioxidantes. A utilização da casca e semente

de jabuticaba, torna-se interessantes uma vez que são consideradas resíduos e representam

aproximadamente 50% da fruta e, se aproveitadas na elaboração de alimentos podem agregar-

lhes maior valor (ARAÚJO, 2011).

Outra fonte de estudos na atualidade é a banana verde que está entre a grande variedade

de alimentos que possui benefícios comprovados à saúde humana. (ZANDONADI, 2009;

IBGE, 2011).

Em algumas culturas a banana verde é normalmente consumida após cozimento, sendo

uma importante fonte de amido resistente e de diversos outros nutrientes, como os flavonóides

e as fibras alimentares. O amido resistente funciona como excelente insumo para preparações

doces e salgadas, sem afetar a sua palatabilidade, melhorando o valor nutricional dos

alimentos (BIANCHI, 2010). Pela sua constituição, pode ser considerado também um

alimento funcional, pois está associada à prevenção de doenças crônicas como o câncer,

diabetes, dislipidemias, doenças coronárias e obesidade (PERUCHA, 2005).

A banana verde mostra-se extremamente versátil, podendo ser utilizada sob forma de

farinha e biomassa da polpa de banana, onde vários trabalhos afirmam a influencia

tecnológica devido às suas propriedades funcionais de emulsificação e como espessante,

elevação do valor nutricional de preparações nos teores de potássio, ferro, fósforo e magnésio

Page 19: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

19

e algumas vitaminas, aumento de fibras e fonte de antioxidantes, além de que a presença do

amido mostra-se como substrato para o aumento de ação dos probióticos, ainda com boa

aceitação sensorial (BIANCHI, 2010).

Considerando a tendência à elaboração de leites cultivados funcionais e a possibilidade de

produção de formulações com redução de gordura, essa pesquisa foi desenvolvida para

verificar a viabilidade tecnológica do aproveitamento da polpa e casca de jabuticaba e da

banana verde nas formas de biomassa e farinha, apresentando como alternativa saudável em

dietas voltadas à manutenção da saúde agregando valor à cadeia produtiva da jabuticaba e da

banana.

Page 20: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

20

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Testar a viabilidade de utilização da jabuticaba na forma de polpa e farinha da casca e

da banana verde na forma de biomassa e farinha em leite cultivado ligth, avaliando as

características tecnológicas, químicas, bioquímicas, físico-químicas, microbiológicas e

sensoriais.

2.2 Objetivos Específicos

Determinar a composição química (umidade, lipídeos, proteína, cinzas, fibra

alimentar) dos leites cultivados de jabuticaba adicionados de biomassa e farinha da

banana verde;

Verificar a característica instrumental de alteração da cor dos leites cultivados com a

adição da polpa de jabuticaba, biomassa e farinha de banana verde;

Determinar o teor de amido resistente presente nos leites cultivados elaborados;

Quantificar o potencial de compostos fenólicos nas formulações de leites cultivados;

Avaliar o potencial antioxidante nas formulações dos leites cultivados;

Determinar pH, acidez total titulável e contagem de bactérias lácticas nos tempos 0,

10, 20 e 30 dias de estocagem dos leites cultivados;

Avaliar sensorialmente os atributos, aparência, cor, sabor, textura, aspecto global e a

intenção de compra dos leites cultivados.

Page 21: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

21

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Leite cultivado

A fabricação de leite fermentado ou cultivado no Brasil tem aumentado de forma

significativa nos últimos 20 anos. Considerando a produção de micro-fabricantes regionais, a

produção nacional supera 500 mil toneladas por ano (FERREIRA, 2012). Portanto podemos

observar que os produtos lácteos conferem impacto positivo no mercado de alimentos, com

boa perspectiva de crescimento (DUZNIEWSKI; GONÇALVES; COPETTI, 2014).

O leite fermentado ou cultivado é obtido da coagulação do leite por fermentação láctica

mediante ação de cultivos de microorganismos específicos, podendo ser um ou vários dos

seguintes cultivos: Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei, Bifidobacterium sp.,

Streptococus salivarius subsp. thermophilus e/ou outras bactérias acido lácticas (BAL) que,

por sua atividade, contribuem para a determinação das características do produto final

(BRASIL, 2007).

Acredita-se que a origem do leite cultivado se deu no Oriente Médio ou na Índia, através

do armazenamento do leite sempre nos mesmos recipientes, com isso a microbiota foi sendo

selecionada o que resultou na fermentação do leite com produção de um alimento de sabor

agradável (ORDÓÑEZ, 2005).

O leite fermentado é um produto altamente recomendado pelas suas características

sensoriais e nutricionais. O leite cultivado é um alimento fermentado rico em proteínas, cálcio

e fósforo, é fonte de minerais como zinco e magnésio (CAPELA; HAY; SHAH, 2006;

ROCHA, 2008).

O consumo freqüente de leite cultivado propicia benefícios à manutenção da saúde.

Esse efeito é atribuído, em parte, às BAL utilizadas na elaboração do produto que apresentam

propriedades terapêuticas (ALYSSON, 2008; ALVES et al., 2009; KEENAN et al., 2012).

O S. thermophilus é uma das culturas starter mais utilizada, é bioajustadoras de pH,

podendo ser empregada na fabricação de produtos lácteos fermentados (FUCHS et al., 2006).

Na maioria das vezes, o processo de fermentação dessa cultura deve ser interrompido quando

o valor de pH atingir a faixa de 4,4 a 4,5, o que ocorre em aproximadamente 4 horas, quando

submetido à temperatura de 42 Graus Celsius (ºC), este valor é considerado o ideal para

promover a coagulação das proteínas do leite e, conseqüente formação de gel. A acidez deve

Page 22: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

22

ser em torno de 0,70 - 0,72% de ácido lático, (TAMINE; ROBINSON, 1991; FUCHS et al.,

2006). A utilização de culturas probióticas, tais como Lactobacillus acidophilus,

Bifidobacterium spp. e Streptococcus salivarius subsp. thermophillus, são empregadas na

fabricação de leite cultivado com características funcionais (SILVA et al.,2012).

O leite cultivado deve apresentar em sua composição final no mínimo 2,9% de proteína,

é permitida uma adição de até um 1 % de amido e no máximo 30 % de ingredientes não

lácteos e a quantidade mínima de bactérias viáveis é de 106 UFC/g ou mL (LAZARINI, 2009;

MAZLOOMI et al., 2011). As propriedades físicas do leite cultivado, como consistência e

viscosidade do coágulo, são de grande importância, pois quanto maior o conteúdo em sólidos

da mistura destinada à elaboração do Leite cultivado, maior a consistência e viscosidade do

produto final. A prática utilizada nas indústrias é a adição de leite em pó, caseinato, amido

modificado, pectina, gelatina e gomas, com o objetivo de alcançar a concentração de sólidos

necessária para a melhor consistência do leite cultivado (TAMIME; ROBINSON, 1991).

Por ser um alimento rico em proteínas, minerais, vitaminas e por conter microrganismos

que além de serem responsáveis pela fermentação, são benéficos para o organismo humano,

nos últimos anos o leite cultivado vem ocupando lugar de destaque, sendo considerado um

alimento funcional. (GUILLEMARD et al., 2010; COSTA et al., 2012). Os ingredientes

funcionais mais amplamente utilizados são compostos fenólicos de ação antioxidante,

probióticos, prebióticos e fibras (GALLAND, 2013; DE SOUZA, 2015).

3.2 Alimentos funcionais

O termo “alimento funcional” foi introduzido pelo Japão na década de 1980

(CARVALHO et al., 2006) e uma das definições mais completas os descreve como sendo

aqueles que ao serem consumidos, além das funções nutricionais, beneficiem uma ou mais

funções orgânicas, além da nutrição básica, contribuindo para melhorar o estado de saúde e

bem-estar e/ou reduzir o risco de doenças. Para que os alimentos funcionais sejam eficazes é

preciso que o consumo seja regular (VIDAL et al., 2012).

Em 1999, o órgão regulatório de alimentos do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) criou diretrizes para caracterização de alimentos funcionais. A Portaria

398, de 30 de abril de 1999, define alimento funcional como “todo aquele alimento ou

ingrediente que, além das funções metabólicas normais básicas, quando consumido como

Page 23: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

23

parte da dieta usual, produza efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à

saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica” (BRASIL, 1999).

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em sua lista de alimentos

funcionais, atualizada em julho de 2008, decretou como requisito para alegação de alimento

funcional contendo probióticos que estes devem estar presentes no Leite cultivado, na porção

diária de 200 mL, na faixa de 108 a 10

9 UFC/g ou mL (BRASIL, 2008).

As características mais importantes dos probióticos são sua capacidade em resistir ao

suco gástrico ácido do estômago, aos sais biliares e às enzimas digestivas, capacidade de

aderir à mucosa intestinal, conviver com a microbiota intestinal endógena e produzir

substâncias que inibem o crescimento de bactérias indesejáveis. Estas características são

específicas de cada cepa. Além disso, os probióticos devem ser estáveis quando aplicados em

alimentos (GALLINAA et al., 2011).

Os países que apresentam maior venda de produtos funcionais são China, Brasil e

Arábia Saudita, no entanto o perfil de consumo varia de acordo com a população. Populações

jovens com média de idade inferior a 30 anos colocam maior foco em aproveitar a vida,

priorizando alimentos que aumentam a energia, enquanto populações mais velhas, com média

de idade de 50 anos buscam por produtos que melhoram a saúde, com isso mercado de leites

fermentados funcionais vem apresentando crescimento a cada ano, em 2012 a venda

aumentou 4,6% (ABRASNET, 2013).

De acordo com Vidal et al., (2012), os consumidores estão cada vez mais se certificando

da relação existente entre saúde e nutrição. Nas últimas décadas, o conceito de alimentos

funcionais tem oferecido uma abordagem nova e prática para proporcionar benefícios à saúde,

promovendo o uso de produtos com compostos biologicamente ativos tais como o amido

resistente, fibras, compostos fenólicos, antioxidantes, probióticos e prebióticos que reduzem o

risco de várias doenças crônicas (MILLS et al., 2011).

3.3 Bactérias lácticas

O grupo de bactérias lácticas, bactérias do ácido láctico (BAL), é um dos grupos que

apresentam maior importância para o homem, tanto pelo papel que exerce na produção e

prevenção dos alimentos quanto pelo envolvimento em diferentes aspectos da saúde humana.

A aplicação de bactérias lácticas probióticas exige o conhecimento dos fenótipos responsáveis

Page 24: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

24

por sua funcionalidade e, consequentemente de sua aplicação tecnológica (FERREIRA,

2012). O grupo de BAL compõe-se de gêneros microbianos que apresentam alguns fenótipos

comuns, são Gram-positivos, catalase negativos. Esse grupo é composto atualmente por 15

gêneros que resultaram de agregação, desagregação, reclassificação e do surgimento de novas

propostas (GALLINAA, 2011).

O emprego de BAL probióticas em produtos lácteos fermentados tem sido

amplamente estudado devido às dificuldades de manutenção da viabilidade destes

microrganismos ao longo da estocagem refrigerada. Fatores como acidez, oxigênio dissolvido,

interações entre espécies, práticas de inoculação e condições de estocagem podem influenciar

na sobrevivência da microbiota probiótica em produtos lácteos fermentados. As bactérias

empregadas com maior freqüência comercialmente como probióticas para alimentos são dos

gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium (KOLIDA; GIBSON, 2011).

No final do século XIX o francês Henry Tissier isolou pela primeira vez as

bifidobactérias. Essas bactérias são caracterizadas por serem microrganismos gram-positivos,

não formadores de esporos, desprovidos de flagelos, catalase-negativos e anaeróbicos.

Atualmente o gênero Bifidobacterium, inclui 30 espécies, sendo 10 de origem humana (caries

dentarias, fezes e vagina), 17 de origem animal, 2 de águas residuais e 1 de leite fermentado;

esta ultima tem a particularidade de apresentar uma boa tolerância ao oxigênio, ao contrario

da maior parte das outras do mesmo gênero. Dentre as bactérias pertencentes ao gênero

Bifidobacterium, destacam-se a B.bifidum, B. breve, B. infantis, B. lactis, B. animalis, B.

longum e B. thermophilum (EMBRAFARMA, 2013).

O gênero Lactobacillus, também pertecente à bactérias probióticas, foi isolado pela

primeira vez em 1900, pelo pediatra alemão Ernest Moro, a partir das fezes de lactentes

amamentados ao peito materno; este investigador atribuiu-lhes o nome de Bacillus

acidophilus, designação genérica dos lactobacilos intestinais. Estes microrganismos são

geralmente caracterizados como gram-positivos, incapazes de formar esporos, desprovidos de

flagelos, possuindo forma bacilar ou cocobacilar, e aero-tolerantes ou anaeróbios. O gênero

compreende, neste momento, 56 espécies oficialmente reconhecidas, sendo que as mais

utilizadas para fins de aditivo dietético são L. acidophilus, L. rhamnosus e L. casei (FOODS

INGREDIENTS, 2016).

O Lactobacillus acidophilus é um dos microrganismos probióticos mais utilizados em

alimentos funcionais, essas bactérias desempenham um papel importante na resistência à

Page 25: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

25

colonização de organismos potencialmente patógenos. O ácido láctico produzido devido a

fermentação dos probióticos reduz o pH do intestino delgado e, portanto, cria um ambiente

desfavorável ao crescimento dos patógenos, que por sua vez preferem um meio de pH alcalino

(VONDRUSKOVA et al., 2010).

3.4 Probiótico

A palavra “probiótico” deriva do grego e significa “para a vida”. O interesse por

microrganismos potencialmente benéficos à saúde é de tempos remotos. Em 1910,

Metchnikoff foi o primeiro a colocar a idéia de que o consumo regular de leites fermentados

oferecia benefícios à saúde (LOUREN SHATTINGH; VILJOEN, 2001).

Esses microrganismos, notadamente algumas variedades de lactobacilos e

bifidobactérias, fermentam a lactose, produzindo ácido láctico. Eles têm a capacidade de

manterem-se vivos no produto fermentado e sobreviverem à passagem pelo trato

gastrointestinal, fixando-se no intestino e trazendo melhorias no balanço da flora microbiana

de indivíduos que consumam periodicamente esses produtos (BEHRENS; ROIG; SILVA,

2000).

Os prebióticos podem ser uma importante alternativa na potencialização dos efeitos dos

probióticos, uma vez que quando adicionados aos produtos alimentícios favorecem a

multiplicação dos microrganismos probióticos no cólon do intestino, por servirem como

substratos para o desenvolvimento destas culturas (ALVES; SANTOS; BECKER, 2009).

3.5 Prebiótico

Para que um alimento seja classificado como prebiótico é necessário que não sofra

hidrólise e não seja absorvido na parte superior do trato gastrointestinal. Deve ser um

substrato seletivo para um número limitado de bactérias potencialmente benéficas do cólon,

que são estimuladas para crescerem e desenvolverem atividades metabólicas. Deverá também

ser capaz de promover uma biota intestinal saudável e, como conseqüência, induzir efeitos no

lúmen que beneficiem o hospedeiro (FOOKS; FULLER; GIBSON, 1999).

Quando um prebiótico é adicionado à um probiótico a atividade probiótica aumenta

significativamente. A adição de amido resistente proveniente de banana verde apresenta-se

Page 26: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

26

como alternativa à interação entre probiótico e prebiótico, promovendo uma vantagem

competitiva para o probiótico se este for consumido juntamente com o prebiótico

(PUUPONEN-PIMIÃ et al., 2002; NUGENT, 2005; LIU, 2005; APARÍCIO, 2007; CHONG;

NOOR; AZIAH, 2010).

O termo simbiótico é utilizado quando o alimento contém tanto um probiótico quanto

um prebiótico. A interação entre o probiótico e o prebiótico pode ser favorecida in vivo pela

adaptação prévia do probiótico ao substrato prebiótico anterior ao consumo, porém a bactéria

deve sobreviver no alimento (MOROTI et al., 2014).

3.6 Fibras Alimentares

Durante muito tempo na dieta humana, a fibra foi considerada a porção inerte do

alimento, entretanto, nas últimas décadas o interesse pelas fibras alimentares aumentou

consideravelmente, (MATTOS; MARTINS, 2000). Atualmente são atribuídos diversos

efeitos fisiológicos à fração fibra dos alimentos, incluindo a regularização do trânsito

intestinal, controle glicêmico, redução de câncer de cólon, diverticulites e redução do

colesterol sérico (BROWN et al., 1999; EUFRÁSIO, et al., 2009).

As fibras alimentares (FA) são componentes de plantas ou carboidratos análogos que

são resistentes à digestão e absorção no intestino delgado humano. Uma dieta rica em fibras

traz benefícios à manutenção da saúde, redução de riscos e tratamento de várias doenças.

Dentre os alimentos enriquecidos com fibras, destaque atual é dado aos prebióticos que são

componentes alimentares não digeríveis. Os prebióticos podem inibir a multiplicação de

patógenos, propiciando efeitos benéficos à saúde (MATILA-SANDHOLM et al., 2002;

SAAD, 2006).

De acordo com a definição do Codex (2003), fibra alimentar, significa polímeros de

carboidratos com dez ou mais unidades monoméricas, onde não são hidrolisadas por enzimas

do intestino delgado humano. Por ser considerada o principal componente de vegetais, frutas e

cereais integrais, a FA permitiu que estes alimentos pudessem ser incluídos na categoria dos

alimentos funcionais. Sua utilização dentro de uma dieta balanceada, pode reduzir o risco de

algumas doenças, além de agregar uma série de benefícios (GIUNTINI; LAJOLO;

MENEZES, 2003; MELO; TEXEIRA; ZANDONADI, 2010).

Page 27: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

27

A classificação das fibras é realizada de acordo com sua solubilidade em solúveis e

insolúveis, com efeitos fisiológicos distintos. As fibras insolúveis (FI), são responsáveis pelo

aumento do bolo fecal e diminuição do tempo de trânsito intestinal, as fibras solúveis (FS),

retardam o esvaziamento gástrico e a absorção de glicose diminuindo a glicemia pós-prandial

e reduzem o colesterol sérico devido à sua característica física de conferir viscosidade

(UCHOA et al., 2008).

A maior parte das pectinas, gomas e certas hemiceluloses são FS, enquanto celulose,

algumas pectinas, grande parte das hemiceluloses e lignina são FI. As FA regularizam o

funcionamento intestinal, o que as tornam relevantes para o bem-estar das pessoas saudáveis e

para o tratamento dietético de várias patologias (BRENNAN, 2005; MIRA; GRAF;

CÂNDIDO, 2009).

Os alimentos classificados como ricos em FA podem ser incluídos na categoria de

alimentos funcionais, isso ocorre pelo fato da porção fibra interferir de forma benéfica em

uma ou mais funções do corpo. A porção solúvel da FA estimula o crescimentos de bactérias,

especialmente as bifidoctérias e os lactobacilos, este fato permite que alimentos adicionados

de FA apresentem funções prebióticas (UCHOA et al., 2008).

A FA é considerada alimento funcional, pois desempenha no organismo funções

importante, tais como intervir de forma benéfica no metabolismo dos lipídios e carboidratos e

na fisiologia do trato gastrointestinal, além de assegurar uma absorção mais lenta dos

nutrientes e promover a sensação de saciedade (MAURO; SILVA; FREITAS, 2010).

A FA pode ser utilizada no enriquecimento de diversos produtos na indústria

alimentícia, pois é constituída de polissacarídeos, lignina, oligossacarídeos resistentes e amido

resistente, entre outros, que apresentam diferentes propriedades físico-químicas. Pode ser

utilizada na substituição de gordura ou atuando como agente estabilizante, espessante,

emulsificante; desta forma, podem ser aproveitadas no processamento de vários produtos, tais

como, bebidas, sopas, molhos, sobremesas, derivados de leite, biscoitos, massas e pães

(MAURO; SILVA; FREITAS, 2010).

Page 28: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

28

3.7 Jabuticaba

Pertencente à família Myrtaceae, nativa do Brasil a jabuticabeira é uma árvore frutífera

originária do centro-sul. Distribuída amplamente na mata pluvial atlântica e nas submatas de

altitude, sendo comum nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de

Janeiro (SILVA et al., 2008; ARAÚJO, 2011). Conhecido popularmente como jabuticaba o

fruto de Myrciaria cauliflora é caracterizado como baga globosa de até 3 cm de diâmetro,

com casca preto-avermelhada, polpa esbranquiçada, mucilaginosa, agridoce, sub-ácida,

apresentando de uma a quatro sementes. As duas espécies de jabuticaba mais cultivadas são, a

jabuticaba Sabará (Myrciaria jaboticaba (Vell.) Berg), Figura 1 e a jabuticaba Paulista

(Myrciaria cauliflora (DC.) Berg) (LIMA et al., 2008; DESSIMONI-PINTO et al., 2011).

Figura 1: Jabuticaba Sabará (ARAÚJO, 2011).

A jabuticaba é fonte apreciável de vitamina C, potássio, magnésio e fibras. O

elevado valor nutricional desse fruto também está relacionado à presença significativa de

compostos fenólicos em sua composição, principalmente na casca (ZICKER, 2011). A casca

apresenta quantidades consideráveis de fibra, minerais e pectina, que são substâncias

antioxidantes. Grande quantidade de antocianinas presente na casca da jabuticaba apresenta

capacidade de coloração, funcionando como um corante natural (ALVES, 2011;

GONÇALVES; SOUZA, 2014).

Sua produção comercial ainda é pequena e limitada a algumas regiões, o consumo da

jabuticaba in natura, é a forma mais comum, no entanto várias formas de aproveitamento do

Page 29: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

29

excesso de frutos tem sido utilizadas, tais como produção de vinho, suco, geléia, vinagre,

aguardente e licor (CITADIN et al., 2010).

Em função de sua grande aceitação o estímulo à produção de alimentos com utilização

desse fruto tem aumentado consideravelmente. No Brasil seu consumo aumenta a cada ano

(SASSO et al., 2010). A jabuticaba não apresenta grande valor comercial e a comercialização

é prejudicada por ser bastante perecível. A utilização industrial é limitada em função de sua

alta perecibilidade, dificuldade de transporte e armazenamento (LIMA et al., 2008; SATO;

CUNHA, 2009).

O conteúdo de compostos fenólicos totais e a atividade antioxidante são particularmente

altos nas cascas de algumas frutas, mais do que em sua polpa (MELO et al., 2008; RUFINO et

al., 2010; NAJGBAUER-LEJKO, 2011). Além dos potenciais biológicos atribuídos aos

compostos fenólicos, tais como a atividade antioxidante, propriedades anti-inflamatórias,

anticarcinogênica, a utilização de resíduos agroindustriais justifica-se uma vez que

subprodutos representam um sério problema para uma produção agrícola sustentável.

Indústrias de processamento de alimentos criam grandes quantidades de resíduos que são

difíceis de eliminar à medida que têm alta demanda de oxigênio biológico. Portanto o

aproveitamento desses resíduos na elaboração de subprodutos torna-se uma alternativa para

minimizar o desperdício (SANTOS; VEGGI; MEIRELES, 2010).

3.8 Compostos fenólicos e antocianinas

Os compostos fenólicos são substâncias amplamente distribuídas na natureza, incluem

uma diversidade de estruturas que apresentam pelo menos um anel aromático contendo

grupamentos hidroxilas (YANG et al., 2010). Mais de 8000 compostos fenólicos já foram

detectados em plantas. São oriundos do metabolismo secundário dos vegetais e estão

presentes na forma livre ou ligados a açúcares e proteínas (ÂNGELO; JORGE, 2007;

ARAÚJO, 2011).

Esse grande e complexo grupo faz parte dos constituintes de uma variedade de

vegetais, frutas e produtos industrializados. Podem ser pigmentos que dão aparência colorida

aos alimentos ou produtos do metabolismo secundário. Normalmente derivado de reações de

defesa das plantas contra agressões do ambiente. Esses compostos agem como antioxidantes,

não somente pela sua habilidade em doar hidrogênio ou elétrons, mas também em virtude de

Page 30: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

30

seus radicais intermediários estáveis, que impedem a oxidação de vários ingredientes do

alimento, particularmente de lipídios (GARCIA-ALONSO, 2009; SILVA, et al., 2012).

Tais compostos podem ser classificados de acordo com o tipo de esqueleto principal

e/ou ocorrência no reino vegetal. Estudos realizados com os compostos fenólicos demonstram

sua capacidade antioxidante, assim como seu possível efeito na prevenção de diversas

enfermidades cardiovasculares, cancerígenas e neurológica (SANTOS; VEGGI; MEIRELES,

2010).

De maneira geral, a ação benéfica dos compostos fenólicos na saúde humana vem

sendo relacionada com a sua atividade antiinflamatória e com a atividade que impede, não só

a aglomeração das plaquetas sanguíneas, mas também a ação de radicais livres no organismo.

Uma vez que protege moléculas como o DNA, podem vir a abortar alguns processos

carcinogênicos (SANTOS; MEIRELES, 2014).

Os antioxidantes podem ser classificados em primários e secundários. Os primários

atuam interrompendo a cadeia da reação através da doação de elétrons ou hidrogênio aos

radicais livres, convertendo-os em produtos termodinamicamente estáveis e/ ou reagindo com

os radicais livres, formando o complexo lipídio-antioxidante que pode reagir com outro

radical livre (ANGELO, JORGE, 2007). Os antioxidantes secundários atuam retardando a

etapa de iniciação da autoxidação, por diferentes mecanismos que incluem complexação de

metais, sequestro de oxigênio, decomposição de hidro peróxidos para formar espécie não

radical, absorção da radiação ultravioleta ou desativação de oxigênio (ARAÚJO, 2011).

Entre os benefícios associados ao consumo de compostos fenólicos incluem a inibição

da oxidação do LDL, redução do risco de doenças cardíacas, inibição de processos

inflamatórios, antialérgicos, antivirais, antibacterianos, antifúngico, antitumorais e anti-

hemorrágicos (PIETTA, 2000; SANTOS; MEIRELES, 2014). Entre os polifenóis, os

flavonóides se encontram em abundância, e estes por sua vez são divididos em seis

subgrupos: Flavonas; flanonóis; catequinas; flavanonas, antocianinas e isoflavonas (VOLP et

al., 2008).

Estudos apontam que o efeito protetor de alguns alimentos está associado à sua

composição em substâncias antioxidantes, como a vitamina C, vitamina E, carotenóides e os

compostos fenólicos, os quais constituem os antioxidantes mais abundantes na maioria dos

vegetais (ZERAIK et al., 2010; ROCHA et al., 2011). Esses compostos estão envolvidos na

manutenção de uma fisiologia saudável, com redução do início precoce de doenças

Page 31: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

31

relacionadas com degradação pelo estresse oxidativo (ARUOMA et al., 2012). Os compostos

fenólicos têm uma estrutura química que facilita o sequestro de radicais livres, tornando-se

efetivos como antioxidantes.

Os compostos fenólicos têm um papel importante na alimentação humana, que vai

além da sua função antioxidante, apresentando outras propriedades biológicas, nomeadamente

propriedades anti-histamínica, anti-inflamatória, antibacteriana e antiviral (PERRON;

BRUMAGHIM, 2009), melhoria da função cognitiva, nomeadamente na memória e na

aprendizagem, ao exercer poder antioxidante e atividade anti-inflamatória e reduzir a neuro

degeneração; diversos estudos, Spencer (2008) indica que alimentos ricos em fitoquímicos

podem reduzir os défices associados ao envelhecimento. Em conjunto com a atividade

antioxidante e anti-inflamatória no cérebro, os polifenois têm vindo, também, a ser associados

a um aumento da expressão do fator neurotrófico auxiliando na reversão da atrofia neuronal

(GOMEZ-PINILLA; NGUYEN, 2012).

As antocianinas, subgrupo dos flavonóides constituem um grupo de pigmentos

responsáveis por grande parte das cores em flores, frutas, folhas, caules e raízes de plantas.

Esses pigmentos conferem diferentes tonalidades de cor, oscilando entre vermelho, laranja e

roxo, de acordo com condições intrínsecas, como o pH, encontradas nos vegetais (TEIXEIRA

et al., 2008). Após o processamento a característica da cor pode ser alterada, pois antocianinas

combinam-se entre si ou com os taninos por meio de polimerização, originando moléculas de

grande tamanho que tendem a precipitar ao longo do armazenamento, com isso perde-se a

intensidade de cor (SILVA, et al., 2012).

Silva et al., (2012) afirmam ainda que, são poucas as fontes de antocianinas

comercialmente utilizadas, apesar de existirem aproximadamente 400 tipos de antocianinas

presentes em diversas plantas como uva, cereja, morango, amora, maçã, azeitona, figo,

marmelo, jabuticaba, cacau, repolho roxo, rabanete, berinjela, feijão, poucas apresentam-se

como fonte comercial desse pigmento.

As antocianinas constituem uma ampla gama de atividades biológicas, incluindo

antioxidante, antiinflamatória, anticancerígeno e atividades quimiopreventivas. Além disso,

estes pigmentos podem reduzir o risco de doença cardíaca coronária, através da inibição da

agregação de plaquetas. As antocianinas presentes na casca da jabuticaba compreendem uma

fração significativa do conteúdo de fenólicos totais do fruto. Antocianinas das cascas de

Page 32: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

32

jabuticaba têm potencial para ser utilizada como aditivo na indústria alimentícia, com

possíveis benefícios à saúde do consumidor (LIMA et al., 2008).

O mercado consumidor está cada vez mais disposto a pagar por alimentos isentos de

aditivos sintéticos, conseqüentemente a indústria alimentícia visando atender a esse público,

encontra nas antocianinas um importante substituto aos corantes artificiais e o uso das

antocianinas tem sido intensificado devido a seus possíveis benefícios à saúde (TEIXEIRA et

al., 2008).

É possível incorporar uma grande quantidade de antioxidantes naturais no organismo

humano através do consumo de jabuticaba que está entre as frutas mais ricas em

antioxidantes, prevenindo doenças que são geradas pela ação de radicais livres. Os

antioxidantes neutralizam os radicais livres e, assim, protegem organismo contra danos

oxidativos de lipídeos, proteínas e ácidos nucléicos (SANTOS et al., 2010; SILVA et al.,

2010; TEIXEIRA, 2011; BRODY et al., 2011; BARTNIKOWSKY et al., 2014).

3.9 Banana

O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de banana, de acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011 a produção foi de 7. 329,471 toneladas.

As principais regiões produtoras foram Nordeste, Sudeste e Sul (IBGE, 2011). No Brasil, a

banana é cultivada em todos os estados, desde a faixa litorânea até os planaltos do interior, em

termos de produção mundial, o Brasil fica atrás apenas da Índia. Os maiores estados nacionais

produtores de banana são Bahia, São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco e Minas Gerais

respectivamente (OLIVEIRA, 2010).

A banana, Figura 2 é apreciada por todas as classes da sociedade devido ao preço

acessível, disponibilidade no mercado e valor nutricional. Essa fruta é uma das mais

consumidas no mundo. O consumo nacional per capita é estimado em torno de 29,20

kg/habitante/ano (IZIDORO, 2011).

Page 33: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

33

Figura 2: Banana no estágio de maturação

verde (EMBRAPA, 2008).

É um alimento altamente energético, contém cerca de 100 kcal por 100 g de polpa. A

banana apresenta em sua constituição aproximadamente 22% de carboidratos, os quais são

facilmente assimiláveis. É pobre em proteínas e lipídeos, contém vitamina C, razoáveis

quantidades de vitamina A, B1, B2, pequenas quantidades de vitaminas D e E, e maior

percentagem de potássio, fósforo, cálcio e ferro do que outras frutas, como a maçã ou a

laranja (MARTINS; FURLANETO, 2008).

No entanto apesar do Brasil ser o segundo maior produtor mundial e primeiro maior

consumidor de bananas, as perdas pós-colheita são de aproximadamente 60%. Esse fato é em

função da fruta madura apresentar uma vida útil muito curta, o que representa significativo

desperdício. Por outro lado, a banana verde possui vida útil mais longa e vem sendo

considerada como um produto ideal para ser industrializado (SILVA; ARAÚJO, 2009).

A utilização da banana no estágio de maturação ainda verde apresenta-se como uma

alternativa de minimizar essa perda. Um dos principais constituintes da banana verde é o

amido, sendo boa parte considerado amido resistente, a medida que a banana amadurece o

amido é convertido em açúcares, essa mudança é mostrada na Figura 3. O amido resistente

presente na banana verde tem despertado o interesse de pesquisadores de diversas áreas,

devido este amido apresentar propriedades nutricionais benéficas à saúde dos indivíduos que

o consome, podendo evitar o desencadeamento de uma série de doenças, como por exemplo,

diabetes, obesidade e câncer (ALMEIDA, 2013).

Page 34: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

34

Figura 3: Evolução dos diferentes estágios de maturação dos frutos de banana evidenciando a redução

do teor de amido e consequente acúmulo de açúcares (EMBRAPA, 2008).

3.9.1 Banana verde

Durante o estágio de maturação da banana ocorrem várias alterações em suas

características físicas e nutricionais, por isso o pesquisador Von Loesecke (1950) classificou o

amadurecimento da banana em sete estádios de acordo com a cor da casca conforme ilustrado

na Figura 4, (IZIDORO, 2011).

Page 35: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

35

Figura 4: Classificação da banana de acordo com a escala de maturação (PBMH; PIF, 2006).

De acordo com Aurore; Parfait; Fahrassmane (2009), citados por Sarawong et al.,

(2014), grande quantidade de banana verde é descartada durante o processamento em função

de defeitos da aparência. Uma alternativa para minimizar esse desperdício é destinar esses

frutos ao processamento de farinha de banana verde e biomassa de banana verde (REBELLO

et al., 2014).

3.9.2 Farinha de banana verde

A Resolução RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005, que aprovou o Regulamento

Técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos, definem farinhas como produtos

obtidos de partes comestíveis de uma ou mais espécies de cereais, leguminosas, frutos,

sementes, tubérculos e rizomas, por moagem e/ou outros processos tecnológicos considerados

seguros para produção de alimentos (BRASIL, 2005).

A utilização de banana verde para obtenção de farinha é de grande interesse devido à

grande disponibilidade da matéria-prima durante todo o ano nas regiões produtoras, as

variedades mais adequadas para a produção de farinha são as que apresentam alto teor de

amido e por sofrerem menor alteração de cor durante a secagem. Pesquisas comprovam a

Page 36: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

36

eficácia da utilização de farinha e biomassa de banana verde em diversos produtos

alimentícios (ALKARKHI et al., 2011).

O processo normalmente empregado para obtenção da farinha de banana verde (FBV) é a

secagem em bandejas ou em estufa com circulação de ar forçado. As temperaturas

empregadas variaram de 50ºC a 70ºC e os tempos de 3 a 24 horas (BORGES; PEREIRA;

LUCENA, 2009). Atualmente a produção industrial de FBV é de grande interesse, tendo em

vista o seu valor nutricional (ALKARKHI et al., 2011; SARAWONG et al., 2014). A FBV é

considerada um alimento funcional por apresenta compostos antioxidantes, portanto sua

utilização como ingredientes inovadores em vários alimentos e produtos nutracêuticos é de

grande interesse (TRIBESS et al., 2009; BIN RAMLI et al., 2009).

A farinha de banana verde apresenta entre 61,3 a 76,5 g/100 g de amido total,

aproximadamente 17,5% de amido resistente e teor de fibra dietética entre 6,28 a 15,54 g/100

g (JUAREZ et al., 2006). Essa farinha é comparada ao endosperma do milho em grão e a

polpa de batata branca (WANG; ZHANG; MUJUMDAR, 2012). Devido ao elevado teor

destes ingredientes funcionais, o consumo regular de farinha de banana verde pode conferir

efeitos benéficos à saúde (ALKARKHI et al., 2011).

Segundo Fasolin et al., (2007), em consideração ao fácil acesso da população à banana

verde, seu elevado teor de amido e potássio, e considerando ainda o elevado rendimento no

processo, a FBV apresenta-se como uma ótima alternativa para o enriquecimento de produtos

alimentícios, elevando seu valor nutricional com uma matéria-prima de baixo custo.

Alimentos enriquecidos com FBV apresentam melhor valor nutricional, maior teor de

minerais, fibras alimentares e compostos fenólicos totais, apresentando maior atividade

antioxidante (HASLINDA et al., 2009; BORGES; MULLEN; CROZIER, 2010). A adição de

farinha de banana verde à dieta infantil melhora a gravidade clínica de shigelose (RABBANI

et al., 2009).

A possibilidade de utilização de farinha de banana verde para produção de massas

alimentícias apresenta-se com alternativa de agregar compostos bioativos, tais como amido

resistente e ácidos fenólicos à esse seguimento (AURORE; PARFAIT; FAHRASMANE,

2009). Sua utilização como substituto à farinha de trigo reduz os custos dos alimentos

processados (FIORAVANÇO, 2003). Portanto, a utilização de farinha de banana verde em

massas alimentícias representa a possibilidade de diversificação e expansão do mercado de

novos produtos. (ZANDONADI et al., 2012).

Page 37: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

37

De acordo com Aparicio et al., 2007; Juarez et al., 2006.; Rodriguez et al., 2008.;

Martinez et al., 2009, a produção de farinha de banana verde é uma das formas de preservar

as características do amido resistente utilizando técnicas de processamento baseado na

secagem. A farinha de banana verde tem sido utilizada como um ingrediente na preparação de

vários alimentos de baixo valor calórico, tais como biscoitos, pães e macarrão. As condições

de secagem utilizadas, principalmente calor e umidade, pode ter uma influência significativa

sobre as características tecnológicas e funcionais da farinha de banana verde (ANDERSON;

GURAYA, 2006).

A farinha de banana verde tem geralmente uma alta viscosidade e uma grande

tendência para a retrogradação, os quais são características exigidas desses produtos para a

sua utilização como espessantes (BEZERRA et al., 2013). A retrogradação do amido é o

fenômeno da recristalização decorrente do agrupamento das moléculas de amilose e

amilopectina, através da formação de novas ligações de hidrogênio, como resultado ocorre a

formação de precipitados de géis pouco solúveis (IZIDORO, 2011).

Resultados da avaliação de substituição do amido de mandioca pela farinha de banana

verde em biscoitos tipo crackers demonstraram que os biscoitos aos quais a farinha de banana

verde foi adicionada, apresentaram aumento da capacidade antioxidante e da quantidade de

ferro total (WANG; ZHANG; MUJUMDAR, 2012). Estudo sobre as propriedades sensoriais

de macarrão amarelo preparado a partir de 30% de farinha de banana verde com adição de

10% de beta-glucano de aveia revelou que a substituição da farinha de trigo por farinha de

banana verde resultou em teor de fibra total significativamente mais elevado (ALVARENGA

et al., 2011).

Renzano et al., (2008) desenvolveram uma formulação de hambúrguer de banana

verde sem adição de carne, como alternativa de alimento para dietas vegetarianas. A pesquisa

obteve um resultado satisfatório e foi destinada a teste de aceitabilidade, obtendo 70% de

aprovação. Esta pesquisa foi citada na edição de março de 2013 da revista Galileu na

reportagem “A Nova Junk Food” como referência entre os produtos inovadores que estão

sendo desenvolvidos na indústria alimentícia para tornar os chamados “Junk Foods”, as

chamadas guloseimas antes tidas como vilãs em alimentos mais saudáveis e benéficos a

saúde.

Formulações de biscoitos tipo cooki foram desenvolvidas com substituição parcial da

farinha de trigo por farinha de banana verde. Houve diferença significativa nos teores de

Page 38: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

38

amido, açúcares redutores totais e sais minerais. A farinha e, por conseqüência, o biscoito

apresentaram grande quantidade de fósforo total, ferro e cálcio, justificando sua importância

nutricional. Assim, por elevar o valor nutricional do produto sem alterar significativamente

suas propriedades físicas e características sensoriais, a utilização da farinha de banana verde

como substituto parcial da farinha de trigo é viável e pode ser recomendada (FASOLIN et al.,

2007).

Segundo Borges (2007), a substituição de 60% de farinha de trigo por farinha de

banana verde integral e farinha da polpa de banana verde é viável em formulações de pré-

misturas de bolo, apresentando teores elevados de minerais, como potássio, fósforo, cálcio,

enxofre e zinco, além de resultados favoráveis em relação ao rendimento e aceitação sensorial

(MINIM, 2010). Foram desenvolvidas e analisadas barras alimentícias com adição de farinha

de banana verde e de acordo com os dados apresentados, a barra de cereais elaborada

demonstrou ótima aceitação sensorial e elevada intenção de compra. Esses resultados

apontam para uma possível comercialização desse produto, já que combina elevada qualidade

funcional, nutricional e sensorial. Ainda de acordo com os resultados encontrados para fibra, a

barra alimentícia elaborada neste estudo foi considerada um alimento com alto teor de fibras,

justificando seu uso como alimento funcional (BRIZOLA; BAMPI, 2014).

3.9.3 Biomassa de banana verde

Biomassa da banana verde (BBV) consiste em uma pasta da banana verde cozida e

triturada, que atua como um excelente espessante. Apresenta umidade de aproximadamente

70% ao final do processo, é destituída de sabor, podendo ser empregada em uma grande

variedade de pratos sem que haja alteração. A BBV aumenta o volume do alimento, além de

incorporar vitaminas, minerais e fibras ao mesmo (RIBEIRO et al., 2012).

A utilização de banana verde na forma de biomassa apresenta-se como uma das

alternativas para minimização de perdas do fruto. A utilização de biomassa e farinha no

processamento de alimentos, melhora a qualidade nutricional e proporciona efeitos

fisiológicos benéficos ao organismo (RANIERI; DELANI, 2014).

Alternativas de emprego da banana em formulações de alimentos na maioria das vezes

restringe-se a banana madura, no entanto estudos comprovam que o alto teor de amido

presente na banana verde, seja na forma de biomassa ou de farinha, faz com que estes se

Page 39: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

39

apresentem como excelentes substitutos à farinha de trigo, com a vantagem de não alterar o

sabor e o odor das preparações (BORGES, 2003).

Quando a banana encontra-se em estágio de maturação verde, sua polpa é destituída

de sabor e se caracteriza por forte adstringência devido à grande quantidade de compostos

fenólicos solúveis, principalmente taninos. À medida que ocorre o amadurecimento da fruta,

estes compostos sofrem polimerização diminuindo a adstringência e aumentando sua doçura

(BORGES; PEREIRA; LUCENA, 2009; LEON, 2010; DION et al., 2014).

Resultados de pesquisas relacionadas à influência da BBV em características de

comportamento reológico e químicas de emulsões apresentaram baixos valores calóricos e

altos valores de sais minerais, tais como potássio, ferro, fósforo, cálcio e magnésio (IZIDORO

et al., 2008). Borges (2003), ao analisar pão e nhoque, preparados com BBV foi observou que

os teores de vitaminas B1 e B6 mostraram-se semelhantes aos da matéria-prima, além de

apresentarem boa aceitação sensorial.

3.10 Amido resistente

Em função de sua abundância nos vegetais o amido é a principal fonte de carboidratos

na dieta humana. O amido é composto por polímeros de glicose de alto peso muscular, a

amilose e amilopectina, depositado sob a forma de grânulos nas células vegetais

(MONDENENCE, 2011; SWEEDMAN et al., 2013). A relação dos dois polissacarídeos varia

de acordo com a origem botânica do amido. Os amidos cerosos contêm menos de 15% de

amilose, o normal 20-35% e os amidos com elevado teor de amilose apresentam mais que

40% de amilose (POLESI, 2011).

A classificação do amido se dá em função da sua estrutura físico-química e de sua

susceptibilidade a hidrólise enzimática, sendo realizada de acordo com a velocidade a qual ele

é digerido in vitro. Conforme a velocidade de digestão o amido divide-se em: rapidamente

digerível, quando submetido à incubação com α-amilase pancreática e amiloglicosidase a

37ºC, converte-se em glicose em 20 minutos; lentamente digerível, se nas condições

anteriores é convertido em 120 minutos e amido resistente, quando resiste à ação das enzimas

digestivas. Existe ainda um quarto tipo de amido resistente, formado através de modificações

químicas, físicas ou enzimáticas (ALMEIDA, 2013).

Page 40: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

40

Tipo 1, representado pelo grânulo de amido fisicamente inacessível na matriz do

alimento, fundamentalmente por causa das paredes celulares e proteínas, pertencendo

a este grupo grãos inteiros, ou parcialmente moídos, de cereais e leguminosas;

Tipo 2, presente na batata crua e banana verde, refere-se aos grânulos de amido nativo

encontrados no interior da célula vegetal, apresentando lenta digestibilidade devido às

características intrínsecas da estrutura cristalina dos seus grânulos;

Tipo 3 presente em alimentos como batata cozida resfriada, pão e em amido

modificado hidrotermicamente, consiste em polímeros de amido retrogradado

principalmente amilose, produzidos quando o amido é resfriado após a gelatinização;

Tipo 4 formado através de modificações químicas, físicas ou enzimáticas. Esses

produtos incluem os amidos substituídos quimicamente com grupamentos ésteres,

fosfatos e éteres, bem como amidos com ligações cruzadas, sendo esses também

resistentes à digestão no intestino delgado (LEONEL et al., 2009; ALMEIDA, 2013).

O amido resistente do tipo 3 é de grande interesse das indústrias de alimentos em

função de sua funcionalidade física e nutricional e estabilidade no processamento

(THOMPSON, 2009). Um mesmo alimento pode conter mais de um tipo de amido resistente,

como ocorre em bananas verdes, que são encontrados os tipos 1 e 2 (ALMEIDA, 2009).

O amido resistente (AR) é definido como a porção do amido e de produtos amiláceos

que são resistentes à digestão no intestino delgado de pessoas saudáveis é fermentado pela

microbiota do cólon intestinal e, portanto, pode ser considerado como uma substância

prebiótica (FUENTES-ZARAGOZA et al., 2010). Esse amido apresenta comportamento

similar ao da fibra alimentar, estando relacionada a efeitos benéficos locais e sistêmicos,

através de uma série de mecanismos (BIANCHI, 2010). O AR mostra-se como uma das fibras

mais eficazes e dessa forma, apresenta-se como aliado às pessoas que pretendem manter o

peso saudável e prevenir a obesidade (PERUCHA, 2005).

Quando comparados o AR em diferentes propriedades funcionais, notamos que o

mesmo apresenta melhor performance, tanto quando comparado com as FS quanto com as FI

quanto insolúveis. Podemos dizer que o amido resistente é fisiologicamente analisado como

uma fibra solúvel e quimicamente como uma fibra insolúvel (PEREIRA, 2007).

O grânulo de AR é formado por mistura entre os polissacarídeos, amilose e

amilopectina, que são polímeros de glicose, conforme apresentado na Figura 5.

Page 41: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

41

Figura 5: Estrutura química do amido (VARELLA, 2003).

O principal interesse em relação ao AR envolve seu papel fisiológico, por não ser

digerido no intestino delgado, torna-se substrato para fermentação pelas bactérias anaeróbicas

do cólon, produzindo efeitos benéficos atribuídos à fibra alimentar no trato gastrintestinal

(TOPPING; CLIFTON, 2001; POLESI, 2011). É considerado um alimento prebiótico, possui

baixo índice glicêmico, podendo ser consumido por portadores de diabetes tipo 2 e apresenta

grande poder de saciedade, o que o torna um elemento interessante em dietas voltadas ao

controle da obesidade e do colesterol (ZANDONADI, 2009).

Pode também ser considerado um alimento simbiótico, devido ao aumento no número

de lactobacilos no intestino, mesmo na ausência da suplementação com probióticos

(PERUCHA, 2005). Durante a fermentação ocorre a produção de ácidos graxos de cadeia

curta (AGCC), contribuindo para a saúde do cólon e inibindo o crescimento de células

cancerígenas devido à redução do pH no intestino grosso (PEREIRA, 2007).

Dentre as propriedades mais importantes do AR, encontram-se a elevada influência no

valor nutricional dos alimentos (BIANCHI, 2010). Está relacionado com o controle do

diabetes e com a redução dos níveis de colesterol LDL e de triglicerídios (JENKINS et al.,

1988). Além desses benefícios, está relacionado também ao aumento do volume fecal. Em

função dos benefícios tanto tecnológicos quanto funcionais apresentados pelo AR, sua

utilização pela indústria de alimentos vem aumentando de forma considerável, o mesmo pode

ser utilizado como agente espessante, aumentar a viscosidade e textura de alguns produtos

(LEONEL, 2009).

Page 42: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

42

A incorporação de AR na dieta pode trazer enormes benefícios para a saúde (BROUNS

et al., 2007). A ingestão de produtos derivados de banana verde tais como farinha e biomassa

aumentam a resposta glicêmica em humanos, este fato demonstra a importância do amido

resistente na prevenção de doenças crônica não-transmissíveis como a diabetes tipo 2.

(ZHANG; HAMAKER, 2012). O AR é encontrado em alimentos não processados como

grãos, batata crua e banana verde (PEREIRA, 2007). A banana verde apresenta até 84% de

AR (FREITAS; TAVARES, 2005), constituindo-se como um dos alimentos mais ricos neste

constituinte.

Os grânulos do amido de banana verde conforme apresentado na Figura 6, apresentam

uma superfície lisa e densa, aspecto este que pode contribuir para sua resistência. Esses

grânulos diferem por possuir uma camada externa mais grossa que as camadas internas do

grânulo formadas por abundantes blocklets que impedem a ação das enzimas reduzindo a taxa

de hidrólise, predominam formas lisas, ovais, alongadas e tamanhos diferenciados, essa

diversidade no tamanho do grânulo ocorre devido ao processo de formação, já que os frutos

são colhidos no estádio verde (IZIDORO, 2011).

Figura 6: Grânulos de amido da banana verde (ALMEIDA, 2013).

A adição de AR proveniente de banana verde da cultivar Musa spp, melhorou a ação

probiótica contra a Salmonella, com redução logarítmica de Salmonella typhimurium em

tratamento suplementado com AR, sugerindo aumento da competição da microflora fecal. Sua

adição promoveu o aumento da atividade anti-Salmonela por aumentar a produção de ácido

láctico com diminuição dos ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e pH. Isto se deve a

Page 43: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

43

estimulação seletiva de lactobacilos benéficos e bifidobactérias disponível no intestino,

contribuindo principalmente a um pH baixo e a inibição sinérgica contra Salmonella (GOPI et

al., 2013).

Page 44: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

44

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Material

Foram utilizados no desenvolvimento dos leites cultivados, leite bovino de animais

mestiços da espécie holandesa, padronizado a 1% de gordura de acordo com a legislação

vigente (BRASIL, 2011) e banana (Musa sp) da cultivar nanica, verde provenientes dos

setores de bovinocultura e agricultura I, respectivamente, cedidos Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Bambuí (IFMG), para a obtenção

da biomassa, da farinha e dos leites cultivados. As Jabuticabas (Myrciaria cauliflora)

utilizadas foram da variedade sabará colhidas na cidade de Bambuí - MG, e a cultura lática

termofílica, liofilizada, de cepas mistas: Lactobacillus acidophilus, Bifidobacterium sp. e

Streptococcus salivarius subsp. thermophillus (DVS ABT 4 - 50U, CHR. HANSEN®).

As análises dos teores de gordura, extrato seco total, extrato seco desengordurado,

cinzas, umidade, fibra alimentar, proteínas, sólidos solúveis totais, as análises microbiológicas

de coliformes a 35ºC, coliformes a 45ºC, fungos e leveduras, avaliação sensorial, índice de

aceitabilidade, determinação de acidez total titulável, pH e contagem de bactérias lácticas

totais, assim como o questionários de intenção de compra das formulações de leite cultivado

foram realizadas nos laboratórios dos Departamentos de Ciência e Tecnologia de Alimentos,

do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Bambuí

(IFMG).

A análise de amido resistente dos leites cultivados foram realizadas no Laboratório de

Cereais, Raízes e Tubérculos, no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade

Estadual de Campinas. As análises de determinação da cor, compostos fenólicos totais e

atividade antioxidante dos leites cultivados foram realizadas no laboratório de bromatologia

do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - Campus

Uberaba (IFTM).

Foi estabelecido como período de armazenamento dos Leite cultivado, o período de 30

dias à 4°C, onde as formulações foram avaliadas nos tempos 0, 10, 20 e 30 dias, quanto ao

valor de pH, acidez total titulável expressa em ácido láctico e contagem de bactérias lácticas

totais.

Page 45: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

45

4.2 Métodos

4.2.1 Elaboração da Polpa de Jabuticaba

A polpa de jabuticaba foi obtida através das etapas descritas na Figura 7.

1. Recepção dos frutos: os frutos de jabuticaba da variedade Sabará foram colhidos

na cidade de Bambuí - MG, os mesmos foram recepcionados no setor de

Processamento de Frutos e Hortaliças.

2. Seleção: os frutos foram selecionados de acordo com a maturação e integridade.

3. Limpeza: foi realizada a lavagem dos frutos em água corrente para retirar

possíveis sujidades.

4. Sanitização: os frutos foram imersos em solução de água e hipoclorito de sódio a

120 ppm por 15 minutos.

5. Despolpamento: foi realizado manualmente e logo após a polpa foi peneirada para

que houvesse a separação da semente.

6. Concentração: a polpa foi concentrada em tacho de camisa dupla até 65 ºBrix, foi

utilizado 1% de sorbato de potássio.

7. Envase: a polpa após concentrada foi armazenada em embalagens de vidros

esterilizadas.

8. Acondicionamento: após o envase a polpa de jabuticaba foi acondicionada em

temperatura de refrigeração para posterior utilização.

Figura 7: Polpa de jabuticaba

(Myrciaria cauliflora).

Page 46: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

46

O fluxograma do processamento da polpa de jabuticaba está apresentado na Figura 8.

Figura 8: Fluxograma do preparo da polpa de jabuticaba (Myrciaria cauliflora).

Recepção dos frutos

Seleção

Limpeza

Sanitização

Despolpamento

Envase

Acondicionamento

Concentração

Page 47: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

47

4.2.2 Elaboração da farinha da casca de jabuticaba

Conforme ilustrado na Figura 9, a farinha da casca de jabuticaba foi obtida através das

seguintes etapas:

1. Recepção dos frutos: os frutos de jabuticaba da variedade Sabará colhidas na

cidade de Bambuí – MG, os mesmos foram recepcionados no setor de

Processamento de Frutos e Hortaliças.

2. Seleção: os frutos foram selecionados de acordo com a maturação e integridade.

3. Limpeza: foi realizada a lavagem dos frutos em água corrente para retirar

possíveis sujidades.

4. Sanitização: os frutos foram imersos em solução de água e hipoclorito de sódio a

120 ppm por 15 minutos.

5. Despolpamento: foi realizado manualmente para que houvesse a separação da

polpa de da casca.

6. Secagem: em estufa de circulação de ar sob uma temperatura de 40ºC por 72

horas, para que não houvesse perda dos nutrientes.

7. Moagem: cascas foram trituradas em moinho de facas.

8. Embalagem: á vácuo em embalagens laminadas para que não houvesse contato

com a luz e oxigênio.

9. Acondicionamento: sob congelamento em câmara fria a -18 ºC, para posterior

utilização.

Figura 9: Farinha obtida após secagem da casca de jabuticaba

(Myrciaria cauliflora).

Page 48: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

48

O fluxograma do processamento da farinha da casca de jabuticaba está apresentado

na Figura 10.

4.2.3 Elaboração da biomassa de banana verde

A biomassa de banana (Musa app.) verde, conforme ilustrado na Figura 11, foi realizada

conforme com descrição abaixo.

1. Recepção dos frutos: os frutos verdes da cultivar nanica proveniente do setor de

Agricultura I foram recepcionados no setor de Processamento de Frutos e Hortaliças

do IFMG – Campus Bambuí.

2. Seleção: os frutos foram selecionados de acordo com a maturação e integridade.

3. Limpeza: foi realizada a lavagem dos frutos em água corrente para retirar possíveis

sujidades.

Figura 10: Fluxograma do processo de obtenção da farinha da casca de jabuticaba (Myrciaria cauliflora).

Recepção dos frutos

Seleção

Limpeza

Sanitização

Despolpamento

Secagem

Moagem

Embalagem

Acondicionamento

Page 49: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

49

4. Sanitização: os frutos foram imersos em solução de água e hipoclorito de sódio a 120

ppm por 15 minutos.

5. Cocção: foi realizada a cocção dos frutos com casca por um período de 15 minutos em

tacho de aço inoxidável encamisado.

6. Descascamento: após a cocção os frutos foram descascados manualmente.

7. Trituração: os frutos descascados foram triturados em liquidificador industrial.

8. Embalagem: a biomassa foi envasada em potes plásticos foscos confeccionados em

polipropileno, os quais forão devidamente identificados.

9. Acondicionamento: a biomassa foi acondicionada sob-refrigeração por

aproximadamente 24 horas até serem utilizadas no processamento dos leites

cultivados.

Figura 11: Biomassa obtida da banana (Musa

spp.) verde.

Page 50: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

50

O fluxograma do processamento da biomassa de banana verde está apresentado na

Figura 12.

Figura 12: Fluxograma de preparo da biomassa de banana (Musa spp.) verde.

4.2.4 Elaboração da farinha de banana verde

As etapas de obtenção da farinha de banana verde, conforme ilustrado na Figura 13,

foram obtidas através das seguintes etapas:

1. Recepção dos frutos: os frutos verdes da cultivar nanica proveniente do setor de

Agricultura I foram recepcionados no setor de Processamento de Frutos e

Hortaliças do IFMG - Campus Bambuí.

2. Seleção: os frutos foram selecionados de acordo com a maturação e integridade.

3. Limpeza: foi realizada a lavagem dos frutos em água corrente para retirar

possíveis sujidades.

Recepção dos frutos

Seleção

Limpeza

Sanitização

Cocção

Descascamento

Trituração

Embalagem

Acondicionamento

Page 51: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

51

4. Sanitização: os frutos foram imersos em solução de água e hipoclorito de sódio a

120 ppm por 15 minutos.

5. Descascamento: realizado manualmente com auxílio de faca de aço inoxidável.

6. Corte: foi realizado o corte dos frutos descascados com espessura de

aproximadamente 0,5 cm esse corte foi realizado manualmente com auxílio de

faca de aço inoxidável.

7. Secagem: os frutos cortados foram desidratados em estufa de circulação de ar

forçado a 60 °C por aproximadamente 18 horas.

8. Trituração: os frutos já secos foram moídos em moinho de martelo para obtenção

da farinha.

9. Embalagem: a farinha foi embalada em potes plásticos foscos confeccionados em

polipropileno, os quais foram devidamente identificados.

10. Acondicionamento: a farinha foi acondicionada à temperatura ambiente.

Figura 13: Farinha obtida do processamento

banana (Musa spp.) verde.

Page 52: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

52

O fluxograma do processamento da farinha de banana verde está apresentado na Figura 14.

4.2.5 Elaboração do leite cultivado light sabor jabuticaba adicionado de banana verde

Foram elaboradas três diferentes formulações de leites cultivados para realização das

análises físico-químicas, químicas, bioquímicas, microbiológicas, sensoriais e determinação

da cor, onde os tratamentos foram designados por F1 com adição de 5 % de polpa de

jabuticaba e 0,8% de farinha da casca de jabuticaba), F2 (com adição de 5 % de polpa de

jabuticaba, 0,8% de farinha da casca de jabuticaba e 10% de biomassa da polpa de banana

verde) e F3 (com adição de 5 % de polpa de jabuticaba, 0,8% de farinha da casca de

jabuticaba e 5 % de farinha de banana verde).

Figura 14: Fluxograma do processo da farinha de banana (Musa spp.) verde.

Acondicionamento

Recepção dos frutos

Seleção

Limpeza

Sanitização

Descascamento

Corte

Embalagem

Secagem

Page 53: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

53

Para as análises de acidez total titulável, pH e contagem de bactérias lácticas totais

realizadas durante o período de estocagem foram elaboradas além das três formulações

descritas anteriormente, outras três sem a adição de jabuticaba, para testar a interferência

deste material no crescimento microbiano. Nesta etapa então, foram avaliadas seis

formulações, sendo, F1 (controle, sem adição de jabuticaba e sem banana verde), F2 (leite

cultivado com adição de 10% de biomassa de banana verde), F3 (leite cultivado com adição

de 5% de farinha de banana verde), F4 (leite cultivado com adição de com adição de 5 % de

polpa de jabuticaba e 0,8% de farinha da casca de jabuticaba), F5 (leite cultivado com adição

de 5 % de polpa de jabuticaba, 0,8% de farinha da casca de jabuticaba e 5% biomassa de

banana verde) e F6 (leite cultivado com adição de 5 % de polpa de jabuticaba, 0,8% de

farinha da casca de jabuticaba e 5% de farinha de banana verde), conforme apresentado nas

Figuras 15, 16, 17 e 18 respectivamente. As concentrações dos ingredientes foram definidas

de acordo com pré-testes realizados em laboratório.

Descrição das Etapas de Processamento das formulações dos leites cultivados light:

1. Adição dos ingredientes à fermenteira: leite bovino padronizado a 1%, de gordura e 10%

de sacarose foram adicionados à fermenteira.

2. Tratamento térmico e resfriamento: foi realizado o tratamento térmico do leite desnatado

por um período de 5 minutos a 95 ºC, seguido de resfriamento a 42 ºC, esse resfriamento foi

realizado através de circulação de água gelada pela camisa dupla da fermenteira de aço inox.

3. Inoculação da cultura: após o resfriamento foi inoculado à mistura 1% de cultura lática

DVS ABT 4 - 50U, CHR. HANSEN®. A mistura foi submetida a agitação constante por um

período de 5 minutos para que os ingredientes fossem misturados de forma homogênea.

4. Fermentação: foi realizada em fermenteira de aço inox, Figura 15, por aproximadamente 4

horas a uma temperatura de 42 ºC. O ponto final da fermentação foi controlado por meio da

determinação de acidez em graus Dornic e pH, sendo a fermentação interrompida quando a

acidez atingir em torno de 70 ºD e pH entre 4,5 e 4,7.

5. Resfriamento e refrigeração: o resfriamento foi realizado por aproximadamente 30

minutos, através da diminuição da temperatura por meio de circulação de água gelada pela

camisa da fermenteira até atingir 20 ºC. Em seguida foi encaminhado a câmara fria a 5 ºC

onde permaneceu por aproximadamente 16 horas.

Page 54: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

54

6. Quebra do coágulo: após refrigeração foi realizada a quebra do coágulo, conforme

ilustrado na Figura 16. A quebra do coágulo e homogeneização foi realizada com auxílio de

um homogeneizador de aço inox, visando obter uma massa de textura homogênea.

7. Adição de polpa, farinha da casca de jabuticaba, biomassa e farinha de banana verde:

após a quebra do coágulo foi realizada a adição da polpa de jabuticaba, biomassa de banana

verde, farinha de jabuticaba e farinha de banana verde, de acordo com cada formulação. Os

ingredientes foram homogeneizados com auxílio de um homogeneizador de aço inox.

8. Envase e acondicionamento: os leites cultivados foram envasados em garrafas de

polietileno de alta densidade com capacidade de 1L com auxílio de envasadora manual,

conforme ilustrado na Figura 17, rotulados e acondicionados em câmara de resfriamento a

temperatura de 4 ºC, onde foram armazenado por um período de 30 dias até a realização de

todas às análises.

Figura 15: Fermenteira utilizada para fermentação do

leite cultivado.

Page 55: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

55

Figura 16: Quebra do coágulo após resfriamento e

refrigeração do leite cultivado

Figura 17: Envase do leite cultivado em garrafas de

polietileno

Page 56: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

56

O fluxograma do processamento dos leites cultivados light adicionado de jabuticaba,

biomassa e farinha de banana verde está apresentado na Figura 18.

Figura 18: Fluxograma de elaboração dos leites cultivados light (TAMINE; ROBINSON, 1991).

Adição de

10% de

biomassa de

banana verde

Tratamento térmico (5 min. a 95°C)

Resfriamento (42°C)

Fermentação (4 horas a 40°C)

Inoculação da cultura láctea (1%)

Refrigeração (16 horas à 4º C)

Resfriamento (30 min. a 20ºC)

Quebra do coágulo

Envase

Acondicionamento

Adição de 5% de polpa

de jabuticaba e 0,8%

de farinha de

jabuticaba

Adição do leite à fermenteira

Adição de 5%

de farinha de

banana verde

Adição de

10% de

biomassa de

banana verde

Adição de 5%

de farinha de

banana verde

Sem adição de

jabuticaba e

sem banana

verde

Page 57: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

57

4.2.6 Análises realizadas

O fluxograma dos procedimentos gerais do trabalho está apresentado na Figura 19.

4.2.7 Composição química

Para a obtenção da composição centesimal dos leites cultivados, foram realizadas as

seguintes análises, em triplicata, de acordo com as seguintes metodologias:

Teor de gordura: foi determinado pelo método de Gerber com auxílio de

butirômetro, conforme metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2008).

Extrato seco total: foi determinado pelo método de secagem em estufa à 105ºC

(AOAC, 1995).

Extrato seco desengordurado: foi determinado por diferença entre o teor de sólidos

totais e o teor de gordura (AOAC, 1995).

Teor de cinzas: foi determinado pelo método de incineração, o resultado foi obtido

gravimetricamente com aquecimento a 550 ºC em mufla (AOAC, 2005).

Análises microbiológicas: Coliformes a 35ºC, coliformes

45ºC, fungos e leveduras.

Análises físico-químicas, químicas e enzimática: Umidade, gordura, fibra alimentar,

cinzas, extrato seco total, extrato seco desengordurado, sólidos solúveis totais, amido

resistente, compostos fenólicos totais e atividade antioxidante.

Analise física instrumental: Cor.

Analise sensorial: Teste de aceitação, intenção de compra dos produtos e índice

de aceitabilidade

Período de estocagem: pH, acidez total titulável, contagem de bactérias

lácticas totais.

Figura 19: Fluxograma geral das análises físicas, físico-químicas, químicas, microbiológicas e

sensoriais dos leites cultivados.

Page 58: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

58

Teor de umidade: a umidade foi determinada pelo método gravimétrico, com

emprego de calor, em que se determinou a perda de peso do material quando

submetido ao aquecimento em estufa à 105ºC, até a obtenção de peso constante

(AOAC, 1997).

Fibra alimentar: após a digestão enzimática das amostras, o extrato foi filtrado e o

resíduo foi levado à estufa e representou a fibra insolúvel. Ao filtrado foram

adicionados quatro volumes de etanol e foi deixado em repouso por 24 horas. Após 24

horas recolheu-se o precipitado que foi lavado com etanol 78% e 95% e acetona,

representando a fibra solúvel. Os cadinhos contendo as fibras foram levados à estufa

por 24 horas e a quantidade de fibras solúvel e insolúvel foi determinada por diferença

de peso (AOAC 2005).

Proteínas: a fração protéica foi obtida pela determinação da porcentagem de

nitrogênio total da amostra, segundo método de Kjeldahl, que consiste em aquecer a

substância nitrogenada em ácido sulfúrico concentrado, em presença de catalisador, de

maneira que o nitrogênio e o hidrogênio presentes sejam convertidos em sal

amoniacal. O nitrogênio é deslocado sob a forma de amônia, na etapa de destilação. O

destilado é então titulado e é conhecido o teor de nitrogênio da amostra analisada. O

fator 6,38 foi utilizado para obtenção do teor de proteína bruta descrito pela AOAC

(2005).

Sólidos solúveis totais: O teor de sólidos solúveis totais foi determinado utilizando

refratômetro portátil Instrutherm, modelo RT-90 ATC, com compensação de

temperatura automática a 25ºC e expresso em Brix (%), (porcentagem peso/peso dos

sólidos solúveis contidos na solução). O aparelho foi calibrado a temperatura ambiente

com água deionizada (Índice de refração = 1,3330 e 0ºBrix a 20ºC) e procedeu-se às

leituras das amostras. Foram transferidas de 3 gotas da amostra homogeneizada para o

prisma do refratômetro. Após um minuto, foi realizada a leitura diretamente na escala

de acordo com a metodologia descrita pelo Instituto Adolfo Lutz (2008).

Page 59: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

59

4.2.8 Quantificação de amido resistente

A determinação de amido resistente presente nos diferentes tratamentos de leite

cultivado foi realizada de acordo com o método 2002.02 da AOAC (2005), foram utilizadas

amostras liofilizadas. A análise foi realizada em quadruplicata e o resultado expresso em

porcentagem. A absorbância das amostras foi determinada em espectrofotômetro de absorção,

marca Beckman Coulter, modelo DU®-730, e o comprimento de onda utilizado foi de 510

nm, sendo realizadas duas leituras para cada repetição.

4.2.9 Compostos fenólicos totais

A determinação dos compostos fenólicos totais presentes nas amostras de leites

cultivados foi quantificada através do método de Folin-Ciocalteau obtidos através da curva

padrão de ácido gálico (AG), e os resultados expressos em equivalentes de ácido gálico/100g

(AG/100g), conforme método descrito por MEDA et al., (2005). Para isto, 5g de leite

cultivado foi diluído em balão volumétrico de 50 mL com água destilada até completar o

volume. Da solução de leite cultivado (0,1g/mL) foram retiradas três alíquotas de 0,5 mL e

misturadas a 2,5 mL do reagente Folin-Ciocalteau, após 5 minutos foram adicionados 2mL de

carbonato de sódio (75 g/L). Em seguida, foram incubadas em local escuro, à temperatura

ambiente e, após 2 horas, a absorbância foi medida com auxílio de um espectrofotômetro

Gehaka modelo UV-340G em comprimento de onda de 760 nm contra um branco (metanol).

Para os cálculos de fenólicos totais, foi utilizada uma curva padrão de ácido gálico (20 a 200

mg/L), os resultados foram expressos em mg de ácido gálico (AG)/100g de leite cultivado.

4.2.10 Atividade antioxidante

A atividade antioxidante dos leites cultivados foi determinada com o uso do radical

2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH), conforme modificações feitas por Meda et al., (2005),

em diluições seriadas. Na presença de um antioxidante, a coloração púrpura do DPPH decai, e

a mudança de absorbância pode ser lida espectrofotometricamente. Aos leites cultivados

Page 60: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

60

foram acrescentados metanol, obtendo-se misturas contendo 100, 75, 50, 25 e 10 mg/mL,

respectivamente, para fornecer a faixa detectável pelo método. Das soluções obtidas de cada

diluição foi retirada uma alíquota de 0,75 mL e acrescentado 1,5 mL da solução de DPPH,

depois de misturado foi deixado por 15 minutos à temperatura ambiente, no escuro. As

leituras das soluções foram realizadas com auxílio de um espectrofotômetro Gehaka modelo

UV-340G em um comprimento de onda de 517 nm. O branco utilizado foi 0,75 mL de

metanol e 1,5 mL da solução de DPPH. Dessa forma, a atividade antioxidante dos leites

cultivados foi expressa considerando o percentual de inibição do radical DPPH, calculado

conforme equação 1.

Inibição (%) = [(Absorbância do branco – Absorbância da amostra) / Absorbância do branco]

x 100

4.2.11 Análise física instrumental

4.2.11.1 Determinação da Cor

A cor do produto foi determinada pelo colorímetro marca Minolta, modelo Chroma

Meter CR-3000, sistema L*, a* e b* CIELAB. Os parâmetros de cor, medidos em relação à

placa de cor branca, foram:

L* = luminosidade (0= cor preta a 100= cor branca);

a* = variando da cor verde ao vermelho (-60 a +60 respectivamente);

b* = variando da cor azul ao amarelo (-60 a +60 respectivamente).

4.2.12 Análises microbiológicas

No mesmo dia de fabricação as amostras dos leites cultivados foram submetidas à análises

microbiológicas a fim de analisar sua qualidade higiênico-sanitária, determinação de

coliformes totais e coliformes termotolerantes, de acordo com os parâmetros estabelecidos na

Legislação Brasileira (BRASIL, 2007). Tais análises foram realizadas de acordo com a

Instrução Normativa (IN), nº 62, de 26 de agosto de 2003 do Ministério da Agricultura e

Pecuária (BRASIL, 2003). Estas análises foram:

Page 61: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

61

Coliformes Totais: a determinação de coliformes a 35°C foi de acordo com a

Instrução Normativa nº 46, de 23 de outubro de 2007 e expressa através do método de

Número Mais Provável (NMP), (BRASIL, 2007).

Coliformes Termotolerantes: a determinação de coliformes a 45°C foi de acordo com

a Instrução Normativa nº 46, de 23 de outubro de 2007 e expressa através do método de

Número Mais Provável (NMP), (BRASIL, 2007).

Fungos e leveduras: segundo a metodologia determinada pela Resolução nº 5, de 13

de novembro e expressa através do método de Número Mais Provável (NMP),

(BRASIL, 2000).

4.2.13 Avaliação sensorial dos leites cultivados

Os testes sensoriais foram conduzidos no Laboratório de Análise Sensorial do Instituto

Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, campus Bambuí, de acordo com

Bayarri et al., (2011). As amostras dos leites cultivados, obtidos dos três tratamentos, F1, F2 e

F3 foram avaliados sensorialmente, pelo teste de aceitação. Foram recrutados 85 julgadores

não treinados, consumidores de Leite cultivado de ambos os sexos, entre professores, técnicos

administrativos e alunos, com idade entre 18 e 62 anos, sendo 43 do sexo feminino e 42 do

sexo masculino.

No momento anterior à realização dos testes os provadores foram solicitados a assinar um

termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), (APÊNDICE A), e a preencher os

questionários do Teste de Avaliação Sensorial e Questionário de Intenção de Compra. Um

dos questionários foi aplicado com o objetivo de avaliar os parâmetros das amostras em

relação aos atributos, cor, sabor, textura, aparência e impressão global, usando-se escala

hedônica de 9 pontos, variando do 1 “desgostei extremamente” ao 9 “gostei extremamente”

com extremidades denominadas e o segundo questionário foi aplicado com o objetivo de

avaliar a intenção de compra das amostras analisadas (APÊNDICE B).

O teste baseou-se em apresentar ao provador, simultaneamente, as três amostras para

avaliação em cabines individuais, iluminadas com luz branca conforme ilustrado na Figura

20. Essas foram avaliadas à temperatura de 25ºC. As amostras foram oferecidas em

recipientes descartáveis de cor branca, com capacidade de 50 mL, dotados de suportes

codificados com três dígitos numéricos.

Page 62: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

62

Figura 20: Apresentação das amostras aos

provadores.

4.2.14 Índice de aceitabilidade

O Índice de Aceitabilidade foi obtido por meio do calculo da porcentagem da nota

atribuída na intenção de compra em relação a nota máxima. Uma amostra é considerada bem

aceita quando apresenta índice de aceitabilidade maior ou igual a 70% (DUTKOSKY, 2013).

4.2.15 Período de estocagem

Estabeleceu-se como período de armazenamento 30 dias à 4ºC. Os leites cultivados foram

avaliados nos dias 0, 10, 20 e 30 quanto ao potencial hidrogeniônico (pH), acidez total

titulável (ATT) e determinação de células viáveis totais (Lactobacillus acidophilus,

Bifidobacterium sp. e Streptococcus salivarius subsp. thermophillus). As análises foram

realizadas também com amostras de leites cultivados sem adição de jabuticaba e banana,

apenas com adição de biomassa de banana verde e apenas com adição de farinha de banana

verde para fins de comparação. O fluxograma das análises está apresentado na Figura 21.

Page 63: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

63

4.2.15.1 Valor de pH

O pH foi determinado pelo método eletrométrico, utilizando-se um pHmetro portátil

MPA 210/ MPA210 P, realizando-se leituras diretamente nas amostras de leite cultivado

(IAL, 2008). A inserção do eletrodo foi realizada em uma solução obtida com a

homogeneização do produto com água destilada, segundo metodologia de Pereira et al.,

(2001).

Figura 21: Fluxograma das análises de determinação do pH, acidez total titulável e

bactérias lácticas totais das diferentes formulações de leites cultivados.

F6-Leite cultivado com adição de jabuticaba e farinha de banana

verde

Bactérias Lácticas Totais pH

Acidez Total Titulável

F1-Leite cultivado sem adição de jabuticaba e banana

verde

F2-Leite cultivado com adição de biomassa de banana

verde

F3-Leite cultivado com adição de farinha de banana

verde

F4-Leite cultivado com adição de jabuticaba

F5-Leite cultivado com adição de jabuticaba e biomassa de banana

verde

Page 64: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

64

4.2.15.2 Acidez Titulável

Para a determinação do teor de acidez total titulável foi utilizado o método descrito pelo

Instituto Adolf Lutz (2005). Transferiu-se 1 mL de leite cultivado para um frasco Erlenmeyer

de 500mL. Adicionou-se 200 mL de água destilada e 2 a 4 gotas da solução de fenolftaleína.

Procedeu-se a titulação com solução de hidróxido de sódio 0,1N conforme apresentado na

Figura 22. A análise foi realizada em triplicata. A acidez foi expressa em gramas de ácido

láctico por 100g da amostra. Para o cálculo da acidez total titulável utilizou-se a seguinte

equação.

(Equação 2) Acidez total (g) = (V x f x 0,9)/(P)

Sendo:

V = volume ( mL) de solução de hidróxido de sódio 0,1 N utilizado na titulação

P = peso (g) ou volume (mL) da amostra

0,9 = fator de conversão para o ácido láctico

f = fator de correção da solução de hidróxido de sódio (NAOH), 0,1 mol. L ˉ¹

Figura 22: Preparo de amostras de leite cultivado para

determinação de acidez total titulável.

4.2.15.3 Contagem de bactérias lácticas totais

Para a enumeração de bactérias ácido lácticas totais, conforme ilustrado nas Figuras 23

e 24, foi utilizado o meio MRS com glicose e adicionado de solução de dicloxacilina (solução

A), cloridrato de cisteína (solução B) e cloreto de lítio (solução C). Uma alíquota de 10g de

amostra foi transferida para um tubo com rosca contendo 90 mL de solução de água

Page 65: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

65

peptonada estéril 0,1%. A partir desta diluição foram feitas diluições subseqüentes,

necessárias à análise do produto. Foi empregada a técnica de plaqueamento em profundidade.

As placas de Petri foram incubadas invertidas a 37ºC por 72 horas (THARMARAJ; SHAH,

2003). Para melhoria das condições de multiplicação foi adicionado uma sobrecamada de

agar, após o tempo de incubação a contagem foi realizada nas placas que apresentaram entre

25 e 250 colônias (SILVA et al., 2012).

Figura 23: Plaqueamento das amostras de

leite cultivado para determinação de

bactérias lácticas totais.

Figura 24: Incubação das amostras de

leite cultivado em estufa para

determinação de bactérias lácticas totais.

4.2.16 Análise estatística

A metodologia estatística utilizada considerou dois modelos experimentais distintos. A

composição físico-química, química, enzimática, determinação da cor e análise sensorial

seguiram um delineamento inteiramente casualizado (DIC) com 3 tratamentos e 3 repetições,

sendo os tratamentos: F1- leite cultivado com jabuticaba, F2 - leite cultivado com jabuticaba e

biomassa de banana verde e F3 - leite cultivado com jabuticaba e farinha de banana verde. Na

análise sensorial, foram comparados os dados de aceitação dos consumidores, relacionando as

características de aparência, cor, sabor, textura, aspecto global e intenção de compra dos leites

cultivados.

Page 66: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

66

Para as variáveis pH, acidez total titulável e a contagem de bactérias lácticas totais

realizadas durante o armazenamento, utilizou-se DIC com 6 tratamentos e 3 repetições, em

experimento fatorial 6 x 4, no fator principal estão os tratamentos: F1 - leite cultivado sem

adição de jabuticaba e sem banana verde, F2 - leite cultivado com adição de 10% de biomassa

de banana verde, F3 - leite cultivado com adição de 5% de farinha de banana verde, F4 - leite

cultivado com adição de 5% de polpa de jabuticaba e 0,8 % de farinha da casca de jabuticaba,

F5 - leite cultivado com adição de 5% de polpa de jabuticaba, 0,8 % de farinha da casca de

jabuticaba e 10% de biomassa de banana verde, F6 - leite cultivado com adição de 5% de

polpa de jabuticaba, 0,8 % de farinha da casca de jabuticaba e 5% de farinha de banana

verde, versus os tempos de armazenamento refrigerado que foram 0, 10, 20 e 30 dias após a

fabricação.

Para identificar as diferenças significativas, os dados foram submetidos a análise de

variância (ANOVA), teste de comparação de médias de Tukey (p<0,05), para avaliação

envolvendo período de armazenamento utilizou-se regressão. Todos os dados foram

analisados segundo técnicas usuais do software SISVAR (p<0,05), (FERREIRA, 2007).

Page 67: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

67

5 RESULTADO E DISCUSSÃO

5.1 Análises de atividades físico-químicas, químicas e enzimática

A composição físico-química, química e enzimática dos leites cultivados light estão

descritos na Tabela 1.

Tabela 1: Valores médios da composição físico-química, química e enzimática de Leite cultivado

fabricados com diferentes formulações.

Leites cultivados Parâmetros Químicos1

Umidade (%) EST (%) Gordura (%) ESD (%) Proteína (%) Cinzas (%) FA (%) SST (%)

F1 89,04ª 10,85c 0,50

c 10,33

c 3,21ª 0,70

b 0,01

c 11,0

a

F2 88,45b 11,54

b 0,71

b 10,83

b 2,92

b 0,75

a 0,05

b 11,0

a

F3 85,65c

14,30ª 1,17a 13,12ª 2,96

b 0,80ª 0,44ª 11,0

a

CV(%) 0,36 1,65 1,67 1,09 1,92 0,74 5,16 0,0

1Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). F1 -

(jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana

verde).

A umidade dos leites cultivados diferiu entre si (p<0,05), sendo que o leite cultivado

F1, com adição de polpa de jabuticaba apresentou maior umidade (89,04), ficando o leite

cultivado F3, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde com menor umidade

(85,65), e o leite cultivado F2, com adição de jabuticaba e biomassa de banana verde com

umidade intermediária (88,45). O leite cultivado é um produto com alto teor de umidade, e

considerando a adição de biomassa e farinha, ambos proporcionaram a redução dessa

variável. A adição de um produto seco pode favorecer a redução da umidade, assim como a

adição de biomassa, porém a mesma possui considerável teor de umidade. A redução do teor

de umidade observada pode ser explicada pelo aumento da concentração de sólidos

adicionados (biomassa e farinha).

O leite cultivado F3, com adição de farinha de banana verde apresentou grande

quantidade de extrato seco total (14,30 100g-1

), F1 (10,85 100g-1

) e o F2 (11,54 100g-1

).

Como no presente estudo foi utilizado leite desnatado, os resultados obtidos indicam que a

gordura não teve influência sobre o mesmo, o que pode ser explicado em função da adição de

biomassa e farinha de banana verde. De acordo com Tamime; Robinson (1991), a

Page 68: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

68

porcentagem de sólidos totais é representada pela gordura, açúcar, proteínas e sais minerais.

Os resultados foram próximos aos determinados por Guler; Park (2011) em leites fermentados

turcos, 11,70 a 13,17%. Segundo Malarkannan; Pandiyan; Geewarghese (2012), a

consistência do leite fermentado é fortemente influenciada pelo teor de sólidos totais.

Quanto ao teor de gordura, o leite cultivado F3, com adição de farinha apresentou

maior teor (1,17g 100g-1

), o F1, (0,63g 100g-1

) e o F2, com biomassa (0,71g 100g-1

). Todos os

Leites cultivados diferiram quanto a porcentagem de gordura (p<0,05). Com relação ao teor

de gordura a Instrução Normativa nº 46 do Ministério da Agricultura, Pecuária e

abastecimento (MAPA) estabelece que os leites fermentados ou cultivados podem ser

classificados em: com creme: (mínimo de 6,0g 100g-1

), integral ou entero (mínimo de 3,0g

100g-1

); parcialmente desnatado (máximo de 2,9g 100g-1

) e desnatado (máximo de 0,5g 100g-

1) (BRASIL, 2007). Dessa forma, pode-se observar que os valores obtidos para as diferentes

formulações os coloca entre os parcialmente desnatados. Isso pode ser justificado pela

presença de teores de gordura na composição da biomassa e da farinha de banana verde

(IZIDORO 2007; BORGES; PEREIRA; LUCENA, 2009; OI, JÚNIOR; TAMBOURG,

2012).

No extrato seco desengordurado, apesar do leite cultivado F1 apresentar valor

relativamente próximo a F2 com biomassa, os dois diferiram entre si e apresentaram (10,33g

100g-1

) e (10,83g 100g-1

), respectivamente. Mais uma vez o leite cultivado F3, com farinha

apresentou maior teor de extrato seco desengordurado (13,12g 100g-1

), o que se mostra

coerente, levando-se em consideração o valor do extrato seco total.

Os leites cultivados F3, com farinha e F2, com biomassa apresentaram média de 2,9g

100g-1

de proteína, teor menor que o encontrado para o leite cultivado F1 (3,21g 100g-1

).

Estes resultados apresentam-se próximos ao de Bastiani (2009) em leite fermentado desnatado

com adição de farinha de linhaça (3,12g 100g-1

); Finco et al., (2011) em leites fermentados

com farinha de gergelim e Velez-Ruiz; Hernandez-Carranza; Sosa-Morales (2012), entre 3,0 e

3,18 (p<0,05) em leite fermentado parcialmente desnatado adicionado de fibras e cálcio.

Ormenese (2010) ao substituir gradativamente a farinha de trigo por farinha de banana verde

em pães de forma e barras de cereais relatou que houve diminuição considerável no teor de

proteína. Santos (2010) também observou redução no teor de proteína em formulações de

barras de cereais adicionadas de farinha de banana verde.

Page 69: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

69

A adição de biomassa e farinha de banana verde, apesar de ter aumentado o extrato

seco total e o desengordurado proporcionaram a redução do teor de proteína, uma vez que as

fontes de proteína do leite cultivado estão ligadas ao leite e não aos ingredientes adicionados,

pois estes são fontes de carboidratos e fibra. A legislação permite conteúdo de proteínas

inferiores a 2,9% de leite fermentado, desde que este não seja reduzido a uma proporção

maior que a porcentagem de substâncias alimentícias não lácteas adicionadas (BRASIL,

2007). O teor de proteína no leite fermentado F1, ficou acima do estabelecido pela legislação

que é de 2,9g 100g-1

, já os leites cultivados F2, com biomassa e F3, com farinha de banana

verde atingiram o limite mínimo exigido pela legislação.

A quantidade de cinzas foi significativamente maior para o leite cultivado F3, com

adição de farinha (0,80g 100g-1

). Já o leite cultivado F2, com adição de biomassa apresentou

teor de cinzas intermediário (0,75g 100g-1

), ficando leite cultivado F1, com (0,70g 100g-1

).

Com a adição de biomassa e farinha de banana verde, observou-se acréscimo no teor de

cinzas em comparação ao leite cultivado F1. Esse aumento pode ser explicado em função dos

teores de minerais presentes na banana verde, uma vez que a mesma possui concentrações

consideráveis de potássio, 376 mg 100g-1

, magnésio 28 mg 100g-1

e fósforo 27 mg 100g-1

(MELO, 2012; BEZERRA et al., 2013; FERNANDEZ et al., 2015), no entanto o teor inferior

apresentado no leite cultivado F2, com adição de biomassa em comparação ao leite cultivado

F3, com adição de farinha pode ter sido influenciado pela umidade da biomassa. Bastiani

(2009) e Vasconcelos (2010) observaram essa elevação do teor de cinzas, quando adicionaram

respectivamente farinhas de linhaça e de yacon em leites fermentados.

Vale ressaltar a quantidade considerável de fibra alimentar encontrada no leite

cultivado F3, com farinha, quando comparado a F1, que apresentaram 0,44g 100g-1

e 0,01g

100g-1

respectivamente. A adição de farinha de banana verde garantiu 43 vezes maior teor de

fibra alimentar que a formulação F1. Visualiza-se claramente que a incorporação dessa

farinha contribuiu positivamente para o aumento deste nutriente. A adição de biomassa ao

leite cultivado fez com que o mesmo apresentasse 0,05g 100g-1

de fibra alimentar.

Segundo o Regulamento Técnico referente à informação nutricional complementar,

para que um alimento apresente a alegação de que contém fibra alimentar, deve apresentar na

porção de 200g valores acima 0,5g de fibra alimentar (BRASIL, 2012), pode-se afirmar que,

apenas o leite cultivado F3, com adição de farinha de banana verde atendeu à essa exigência

mínima para a alegação de que contém fibra alimentar. Saito (2014) utilizando 3,0% de

Page 70: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

70

farinha de jabuticaba na elaboração de queijo petit suisse, também não atingiu as quantidades

mínimas exigidas para essa classificação, mas observou que o teor de fibra alimentar

aumentou de acordo com a concentração de farinha da casca de jabuticaba. Já Bastiani (2009)

e Toledo (2013) relatam que leites fermentados com a adição de 3% de farinha de linhaça e

8% de farinha de maracujá, apresentaram na composição final, 5,6g 100g-1

e 10g 100g-1

de

fibra alimentar respectivamente.

Quanto aos sólidos solúveis totais não houve diferença entre as amostras, as três

formulações de leite cultivado apresentaram média de 11g 100g-1

, o que se mostra coerente,

pois o percentual de polpa e farinha de jabuticaba utilizado foi o mesmo nas três formulações

e a biomassa e a farinha de banana foram obtidas dos frutos no estágio de maturação ainda

verdes. O total de sólidos dissolvidos representam os compostos solúveis em água, que são os

sólidos solúveis totais (WACLAWOVSKY et al., 2011), e apresentam alta correlação com o

teor de açúcares e estágio de maturação dos frutos. Izidoro et al., (2008); Variza et al., (2011)

e Lucatto (2013) analisando a polpa de banana verde relatam que, a mesma apresenta baixo

teor de sólidos solúveis totais, entre 4,9 e 6,5 g 100g-1

. Vasconcelos (2010) na elaboração de

leite fermentado light com adição de farinha de yacon, observou que a formulação sem adição

de farinha de yacon obteve 7,33 g 100g-1

de sólidos solúveis totais, encontrando-se abaixo dos

valores encontrados nesse trabalho. Vasconcelos relata ainda que, houve um aumento linear

de sólidos solúveis nas formulações conforme se aumentou a porcentagem de adição da

farinha de yacon.

5.2 Quantificação de amido resistente

Na Tabela 2 encontram-se os resultados do conteúdo de amido resistente presente nos

leites cultivados elaborados com jabuticaba, jabuticaba e biomassa e jabuticaba e farinha de

banana verde.

Page 71: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

71

Tabela 2: Concentração de amido resistente nos leites cultivados elaborados com jabuticaba, jabuticaba e

biomassa e jabuticaba e farinha de banana verde. Os dados estão expressos em porcentagem em base seca.

Leites cultivados Amido Resistente (%)

F1 0,35 c

F2 0,74

b

F3 2,85 a

CV(%) 6,56 1Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). F1 -

(jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

Os resultados mostram que em todos os tratamentos ocorreu diferença significativa

(p<0,05) no percentual de amido resistente. É importante ressaltar que o leite cultivado F2,

com adição de jabuticaba e biomassa apresentou 2 vezes mais amido resistente que o leite

cultivado F1 e o leite cultivado F3 com adição jabuticaba e farinha de banana verde 8 vezes

mais. Esse resultado está relacionado à umidade da biomassa e da farinha de banana verde,

uma vez que o percentual de farinha foi 50% menor em relação à biomassa.

Segundo Lucatto (2013) as informações referentes a recomendação de ingestão diária

de amido resistente são bastante conflitantes. Freitas (2002), afirma que o consumo diário de

4 g de amido resistente é suficiente para que o organismo possa se beneficiar dos efeitos a ele

atribuídos. Segundo Brouns et al., (2007), a recomendação média de 20 g ao dia. Neste

sentido, a ingestão de uma porção de leite cultivado (200 mL) objeto deste estudo, equivaleria

respectivamente, a uma média de 3,5%; 7,4% e 28,5% da ingestão diária de amido resistente.

No entanto a formulação com adição de farinha de banana verde excede o limite máximo de

adição de amido em leite cultivado estabelecido pela legislação, que é de 1% (BRASIL,

2007).

No experimento a formulação de leite cultivado F2, com adição de 5% de farinha de

banana verde apresentou 2,85g/100g-1

de amido resistente. Em relação a formulação F2, com

adição de biomassa, Lucatto (2013) em amostras de leite fermentado simbiótico adicionado de

polpa de banana verde, relata que o percentual encontrado foi entre 0,14 e 0,17% de amido

resistente, sendo que esses valores estão muito abaixo do resultado para a formulação com

adição de biomassa do presente experimento (0,74%). Vale ressaltar que as amostras dos

leites cultivados light de jabuticaba e biomassa desse experimento foram liofilizadas e o autor

não cita esse dado. Santos (2010), relatou que ao adicionar 13% de farinha de banana verde

em barras de cereais, houve um aumento de 5 vezes no teor de amido resistente em relação à

formulação sem adição de biomassa.

Page 72: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

72

5.3 Cor

Na Tabela 3 observam-se os valores médios de cor dos leites cultivados de

fabricados com adição de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e

farinha de banana verde, medidas pelo sistema “CIELAB”.

Tabela 3: Valores médios de cor medida pelo sistema “CIELAB” dos leites cultivados.

Leites cultivados Cor1

L* a* b*

F1 49,43 ª 7,97 ª 4,29 c

F2 46,38 b 5,47 ª 4,49

b

F3 46,88 b 4,95 ª 5,68

a

CV (%) 5,81 86,22 5,33

1Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). F1- (com

adição de jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de

banana verde). L* = luminosidade (0 = cor preto a 100 = cor branco), a* cor verde e vermelho (-60

a 60), b* cor azul ao amarelo (-60 a 60).

De acordo com valores obtidos para o parâmetro L*, ou seja, de luminosidade das

amostras dos leites cultivados, as formulações F2 e F3 não apresentaram diferença entre si

(p>0,05), diferindo da formulação F1 (p<0,05), apenas com adição de jabuticaba. Foi

observado uma diminuição da luminosidade nas formulações F2 e F3, o que pode ter ocorrido

em função da adição de biomassa de banana verde e de farinha de banana verde. De acordo

com Montes et al., (2005), valores mais baixos de L* em extratos de jabuticaba são

desejáveis, indicando a eficiência da extração das antocianinas (SAITO, 2014).

Em relação ao parâmetro a* não houve diferença significativa entre as formulações

(p>0,05). Os valores tenderam para a cor vermelha, cor relacionada a jabuticaba, que é rica

em antocianina, de coloração avermelhada. Fernandes et al., (2015) ao analisarem a cor em

pães de queijo adicionados de farinha de banana verde, constataram que em relação ao

parâmetro a*, a adição da farinha de banana verde reduziu a tendência dos pães de queijo a

coloração vermelha. Saito (2014) utilizando farinha da casca de jabuticaba em formulações de

queijo petit suisse, afirmou que, quanto maior a concentração de farinha, maior foi a

intensificação da cor vermelha, o que se mostra coerente com a cor avermelhada verificada

nos Leite cultivado do experimento.

Page 73: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

73

Quanto ao parâmetro b* houve diferença significativa entre todas as amostras

(p<0,05), com a adição de banana verde as médias tendênciaram ao aumento. Lucatto, (2013),

ao analisar amostras de leites fermentados adicionados de 8% de polpa de banana verde

verificou resultados entre 15,57 a 17,59 em relação ao parâmetro b*, o que indica que

provavelmente adição de biomassa de banana verde e farinha de banana verde às formulações

F2 e F3, tendenciaram à cor amarelada. Resultados encontrados por Oliveira; Curta (2014) em

cookies adicionados de farinha e biomassa de banana verde também relatam que as amostras

tendem ao amarelo, e as amostras com adição de farinha apresentam-se mais amareladas do

que as com biomassa.

Dion et al., (2014) na realização de análise instrumental da cor, em formulações de

mortadela contendo biomassa de banana verde, encontrou valores de b* mostrando

predominância da cor amarela. Fernandes et al., (2015) ao analisarem a cor em pães de queijo

adicionados de farinha de banana verde, constataram em relação ao parâmetro b* houve

aumento à tendência da coloração amarela, tanto na parte externa quanto na parte interna dos

pães de queijo, o que mostra-se coerente com o experimento com leite cultivado de jabuticaba

quanto à adição de biomassa e farinha de banana verde. É importante deixar claro que a

formação da cor de um alimento é constituída pela junção de todos os parâmetros de cor (L*,

a* e b*), formando assim a coloração final de um produto (OLIVEIRA, 2015).

Na Figura 25, está representado em três dimensões o espaço de cor para os parâmetros

L*, a* e b*, das amostras de leite cultivado com adição de jabuticaba, jabuticaba e biomassa e

jabuticaba e farinha de banana verde.

Page 74: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

74

Figura 25: Espaço de cor em três dimensões dos parâmetros L*, a* e b* para as amostras de leites cultivadas.

F1 - (jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

5.4 Análise microbiológica

A Tabela 4, apresenta os resultados dos parâmetros microbiológicos dos leites

cultivados light de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e farinha de

banana verde. Os microrganismos avaliados são considerados indicadores de contaminações

microbiológicas nos alimentos. Considerando este fato, pode-se dizer que todas as

formulações seguiram os padrões de higiene, pois não houve contaminação.

As três formulações apresentaram menos que 3 NMP/mL de coliformes a 35ºC e a

45ºC, quanto a contaminação por fungos e leveduras os resultados foram inferiores a 10

UFC/mL.

Tabela 4: Média aproximada de coliformes e fungos e leveduras encontrados no Leite cultivado.

Leites

cultivados

Coliformes a 35ºC

NMP/mL

Coliformes a 45ºC

NMP/mL

Fungos e leveduras

UFC/mL

F1 < 10 < 3 < 4.103(est.)

F2 < 10 < 3 < 7.103(est.)

F3 < 10 < 3 < 7.103(est.)

F1- (com adição de jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de

banana verde). Fonte: Autoria própria (2016).

Os resultados obtidos indicam ausência de coliformes a 35ºC e a 45ºC demonstrando

qualidade higiênico-sanitária satisfatória durante todo o processo de produção e

Page 75: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

75

armazenamento dos leites cultivados. Estes resultados estão em conformidade com as

exigências da Instrução Normativa n° 46 (BRASIL, 2007), que estabelece como critério

microbiológico para leites fermentados ou cultivados no momento da produção, um limite

máximo de coliformes a 45°C de até 10 NMP/g (Número Mais Provável) e de 100 NMP/g

para coliformes a 35°C/g (RDC n° 12).

Os resultados de fungos e leveduras é preconizado na legislação de < 10 UFC/mL

(BRASIL, 2000). É importante ressaltar que o leite cultivado F1, apresentou menor número

de unidades formadoras de colônia que os demais tratamentos, o que pode ter sido

influenciado pela adição de biomassa e de farinha de banana verde, porém os resultados foram

apenas estimados, uma vez que todas as amostras analisadas apresentaram contagem inferior a

15 UFC/mL de leite cultivado analisado. Estes resultados foram satisfatórios para a realização

da analise sensorial, demonstrando que os produtos foram elaborados com qualidade

tecnológica no processo de produção, salientando as Boas Práticas de Fabricação (BPF).

5.5 Compostos fenólicos totais

Os valores médios do teor de compostos fenólicos totais encontrados nos leites

cultivados F1 - (jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa) e F3 - (jabuticaba e farinha) estão

apresentados na Figura 26.

Figura 26: Compostos fenólicos totais das formulações de leites cultivados. ¹Médias seguidas de letras distintas

nas colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). F1 - (com adição de jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa

de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

Page 76: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

76

Os compostos fenólicos dos leites cultivados variaram entre 166,28 a 182,9 mg AG/100

g. Considerando os resultados de fenólicos totais nas amostras de leite cultivado F1, com

jabuticaba apresentou o menor valor (166,28 AG/100g), não diferindo da formulação F2,

com jabuticaba e biomassa (p>0,05). O leite cultivado F3, com jabuticaba e farinha de banana

verde, obteve média de (182,90 AG/100g) não diferindo das amostras F1 e F2 (p>0,05).

Segundo a classificação proposta por Vasco, Ruales e Kamal-Eldin (2008) e Rufino et

al., (2010), analisando o teor de compostos fenólicos totais em diversas variedades de frutos,

classificaram estes em três categorias, baixo (<100 mg AG/g), médio (100-500 mg AG/g) e

alto (˃500 mg AG/g). Segundo essa classificação, os leites cultivados podem ser classificados

com médio teor de compostos fenólicos totais.

Pode-se observar que os valores de composto fenólicos quantificados nas amostras não

diferiram entre si (p>0,05), isso pode ser explicado pelo fato da adição de jabuticaba ter sido a

mesma nas três formulações, uma vez que a jabuticaba é rica em compostos fenólicos

(REYNERTSON et al., 2008; ABE; LAJOLO; GENOVESE, 2012). O teor de fenólicos totais

quantificados na farinha da casca de jabuticaba analisados por Araújo (2011) foi de 414,3 mg

AG/100 g, esse valor se assemelha ao obtido por Rufino et al., (2010) em casca e polpa

liofilizadas de jabuticaba, 440,0 mg AG/100 g.

A adição da jabuticaba às formulações de leites cultivados do presente experimento

foi realizada após a quebra do coágulo, portanto após essa adição os ingredientes não foram

submetidos à altas temperaturas, pois os compostos fenólicos são suscetíveis à degradação por

meio de alguns fatores como presença de luz, temperatura e pH superior à 7,0 (SANTOS et

al., 2011; MARQUETTI, 2014), os compostos fenólicos, principalmente as antocianinas,

apresentam baixa estabilidade e sofrem transformações diversas, como polimerização e

degradação (SANTOS et al., 2010). Temperaturas entre 80 a 130ºC afetam significativamente

o teor de antocianinas (ARAMWIT; BANG; SRICHANA, 2010 e VERBEYST et al., 2010).

Diante dos resultados desse estudo, a jabuticaba pode proporcionar maior elevação

de fenólicos totais do que adição de açaí em Leite cultivado. No trabalho de Leite (2015) que

adicionou 25% de polpa de açaí, obteve a maior quantificação de fenólicos totais de

117,84mg AG/100g. Os valores desse estudo também foram superiores aos valores

encontrados por Rocha (2013) que analisou fenólicos totais em bebidas formuladas com

diferentes concentrações de proteínas do soro com adição de casca de jabuticaba, onde

observou que o teor de composto fenólicos totais foi 83,61mg AG/100g. Saito (2014),

Page 77: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

77

também obteve valores inferiores, analisando amostras de queijo petit suisse com adição de

1,5; 2,0; 2,5 e 3,0% de extrato de casca de jabuticaba, obtendo valores entre 0,27 a 0,36mg

AG/100g. No entanto o valor obtido para o leite cultivado apenas com jabuticaba (173,32mg

AG/100g), do experimento está muito próximo aos valores obtidos por Alves (2014) em

apresuntados com adição de 1% de farinha de jabuticaba, que foi 170,27mg AG/100g.

O teor de compostos fenólicos encontrado nas amostras de leites cultivados F2, com adição

de jabuticaba e biomassa e F3, com jabuticaba e farinha são coerentes com outros trabalhos da

literatura, em que os teores variam de 51,5mg AG/100g. (BRANT et al., 2006) a 231,0 mg

AG/100g. (MELO, 2012). Os leites cultivados F2 e F3, apresentaram maiores médias quanto

o teor de compostos fenólicos em relação a F1, esses valores podem ser explicados pelo fato

da banana verde também apresentar teores desses compostos. (HASLINDA et al., 2009;

BERTOLINI et al., 2010; SARAWONG et al., 2014).

Ovando-Martinez et al., (2009) verificaram que a adição de farinha de banana verde

aumentou os teores de compostos fenólicos e a atividade antioxidante de espaguetes e em

biscoito tipo snacks. WANG et al., (2012), reportaram que a adição da farinha de banana

verde melhorou o valor nutricional, destacando-se os teores de polifenóis e a capacidade

antioxidante das amostras. Lomeu (2015) ao avaliar a concentração de fenólicos totais em

amostras de shake com adição de farinha de banana verde, obteve valor de 127,53mg

AG/100g. As amostras de leites cultivados com adição de banana verde do experimento, tanto

na forma de biomassa quanto na forma de farinha apresentaram valores bem superiores.

5.6 Atividade antioxidante

Os valores médios da atividade antioxidante encontrados leites cultivados com

adição de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e farinha de banana

verde estão apresentados na Figura 27.

Page 78: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

78

Figura 27: Atividade antioxidante das formulações de leites cultivados. ¹Médias seguidas de letras distintas nas

colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). Atividade antioxidante das formulações dos leites cultivados, F1

- (jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

Observando os resultados pode-se considerar que ocorreu atividade sequestradora do

radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazila (DPPH), sugerindo a existência de substâncias

antioxidantes. Os resultados foram expressos em porcentagem de inibição de oxidação, ou

seja, a porcentagem de atividade antioxidante é correspondente à quantidade de DPPH

consumida pelo antioxidante. Quanto maior o consumo de DPPH pela amostra, maior é sua

atividade antioxidante (ALVES et al., 2007; MAGALHÃES et al., 2008; BARREIRA, 2010;

BARROSO et al., 2011).

O resultado da atividade antioxidante encontrado nos leites cultivados variou entre

53,55 a 67,04%. O leite cultivado F1, com adição de jabuticaba apresentou menor média,

diferindo das demais formulações (p<0,05). Os leites cultivados F2, com jabuticaba e

biomassa de banana verde e F3, com jabuticaba e farinha de banana verde não apresentaram

diferença entre si (p>0,05), alcançando médias de 65,22% e 67,04%, o leite cultivado F3,

atingiu a maior porcentagem de atividade antioxidante.

A ação antioxidante de um composto está diretamente relacionada com os

componentes bioativos presentes e depende da estrutura química e concentrações destes

fitoquímicos no alimento (MAGALHÃES et al., 2008; BARREIRA, 2010). A jabuticaba

apresenta alto teor de compostos fenólicos totais e consequentemente, elevada atividade

antioxidante (REYNERTSON et al., 2008; SANTOS et al., 2010; SILVA et al., 2010;

TEIXEIRA, 2011; BARTNIKOWSKY et al., 2014). Moura et al., (2009) observaram que a

Page 79: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

79

jabuticaba apresenta alto teor de antocianinas, entorno de 432,08 mg/100g quando comparado

com outras frutas, como jambolão, de 378 a 386mg/100g, amora, de 261 a 292mg/100g e uva

227 a 235mg/100g. De acordo com Rufino et al., (2010), a farinha da casca de jabuticaba

apresenta excelente atividade frente ao radical DPPH, comparada a frutos com reconhecida

atividade antioxidante, o que confirma a grande proporção de compostos antioxidantes na

casca deste fruto.

A banana verde contém compostos fenólicos (REBELLO et al., 2014), ou seja,

compostos bioativos que são essenciais para a manutenção de um organismo saudável, uma

vez que estão relacionados a atividade antioxidante (OLIVEIRA; BASTOS, 2011; CUNHA,

2014). Alothman et al., (2009) e Pereira (2012) analisando sete variedades de banana,

obtiveram médias de porcentagem de redução nas determinações de atividade antioxidante

para o radical DPPH variando entre 28,72 a 89,35%, para as variedades nanica e ouro,

respectivamente e relataram ainda que, existiu alta correlação positiva entre as determinações

de compostos fenólicos totais e da atividade antioxidante pelos radicais DPPH. Outros

estudos também mostram alta correlação entre a atividade antioxidante total de algumas frutas

e seu conteúdo fenólico (GONZÁLEZ-MONTELONGO; LOBO; GONZÁLEZ, 2010;

REDDY; SREERAMULU; RAGHUNATH, 2010).

Diante das pesquisas citadas anteriormente e conforme o teor de compostos fenólicos

observados nos leites cultivados do experimento, os resultados mostraram-se coerentes, uma

vez que o leite cultivado F1, com adição de jabuticaba e sem adição de banana verde,

apresentou menor atividade antioxidante, seguido do leite cultivado F2, com adição de

jabuticaba e biomassa de banana verde e F3, com jabuticaba e farinha de banana verde,

respectivamente, pois embora a porcentagem de jabuticaba adicionada nas três formulações

tenha sido a mesma, a banana verde também apresenta atividade antioxidante e como a

farinha é mais concentrada do que a biomassa, esse fator justifica o maior teor de fenólicos

totais e atividade antioxidante nesse leite cultivado, pois quanto maiores os teores de

compostos fenólicos, maiores são os níveis de atividade antioxidante do alimento.

5.7 Análise sensorial

Os resultados obtidos na análise sensorial para as três formulações de leite cultivado

light sabor jabuticaba adicionados de farinha e biomassa de banana verde, estão apresentadas

Page 80: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

80

na Tabela 5. A equilavência das notas utilizada foi, nota 9 “gostei extremamente”, nota 8

“gostei muito”, nota 7 “gostei moderadamente”, nota 6 “gostei ligeiramente”, nota 5 “nem

gostei/nem desgostei”, nota 4 “desgostei ligeiramente”, nota 3 “desgostei moderadamente”,

nota 2 “desgostei muito” e nota 1 “desgostei extremamente”.

Tabela 5: Valores médios de notas de parâmetros sensoriais dos leites cultivados fabricados com diferentes

formulações.

Leites

cultivados Parâmetros Sensoriais

1 Aparência Cor Sabor Textura Impressão Global

F1 7,94 ª 7,96 ª 8,01 ª 7,71 ª 7,87 ª

F2 7,50 ª 7,51 b 7,14

b 7,31 b 7,12

b

F3 6,65 b 7,07

c 5,48 c 6,16

b 5,75 c

CV (%) 18,9 17,79 26,16 20,16 23,10

1Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem pelo Teste de Tukey (p<0,05). F1 - (com adição de

jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

Em relação ao parâmetro aparência, o leite cultivado F1, com jabuticaba e F2, com

jabuticaba e biomassa não diferiram (p>0,05), apresentando médias de 7,94 e 7,50,

respectivamente, “desgostei moderadamente”. O leite cultivado F3, com farinha, apresentou

média 6,65, “desgostei ligeiramente”, sendo o menos aceito e diferindo estatisticamente dos

demais (p<0,05). Essa interferência na avaliação da aparência do leite cultivado com

jabuticaba e farinha de banana verde pode ter ocorrido em função do aparecimento de grumos

que se formaram provavelmente pelo fato da farinha ter sido adicionada após a quebra do

coágulo no processo de produção e/ou pela homogeneização insuficiente.

O leite cultivado F1, com adição de jabuticaba alcançou média superior às encontradas

por Alves (2011), analisando a aparência de leites fermentados de jabuticaba adicionados 1,5;

2,0 e 2,5%, de farinha de casca de jabuticaba, onde as maiores concentrações de farinha

alcançaram maiores notas, com médias entre 6,24 e 6,94. O leite cultivado F2, com jabuticaba

e biomassa de banana verde obteve média de 7,5 “gostei moderadamente”, sendo superior aos

valores observados por Lucatto (2013) e Dion et al., (2014) em leite fermentado simbiótico

adicionado de 8,0% de polpa de banana verde e mortadela com adição de 10% de biomassa de

banana verde com valores entre 6,37 a 6,96 e 6,6 e 6,9 respectivamente, para o atributo

aparência. A formulação F3, com jabuticaba e farinha de banana verde do experimento obteve

a menor média em relação ao atributo aparência, resultado que se mostra coerente com o

Page 81: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

81

estudo de Ferreira et al., (2012), que ao analisarem a aparência de biscoito tipo cookies com e

sem adição de farinha de banana verde, relatam que as amostras sem adição de farinha de

banana foram melhor aceitas pelos provadores.

Quanto o atributo cor, o leite cultivado F1, obteve a maior média 7,96, “gostei

moderadamente”, seguida das formulações F2, e F3, 7,51 e 7,07 respectivamente, “gostei

moderadamente” onde todas as formulações diferiram entre si (p<0,05). Possivelmente a cor

nos leites cultivados do experimento não foi alterada sensorialmente, visto que a aceitação foi

satisfatória. Apesar de haver diferença sensorial em relação a cor dos três leites cultivados, a

formulação F1, com adição de biomassa, obteve maior média.

Os resultados encontrados nesse experimento mostraram-se superiores aos resultados

obtidos por Rocha (2013), em formulações de bebidas adicionadas de diferentes

concentrações de proteínas do soro, utilizando corante à base de jabuticaba, que obteve

médias entre 5,72 e 6,32 em relação ao atributo cor, e muito próximos aos valores observados

por Bartnikowsky (2014), em leite fermentado simbiótico adicionado de 1% de farinha da

casca de jabuticaba, que apresentaram valores entre 7,2 e 8,3. O leite cultivado F2, com

jabuticaba e biomassa de banana verde desse estudo alcançou valor superior aos observados

por Lucatto (2013), avaliando a cor em amostras leites fermentados adicionados de 10% de

polpa de banana verde, obtendo médias entre 7,20 e 7,31. A formulação F3, com adição de

jabuticaba e farinha de banana verde obteve menor média em relação ao atributo cor, o que se

mostrou coerente com a pesquisa de Sanguinetti (2014), analisando a cor em amostras de

bolos elaborados com farinha de arroz e farinha de banana verde, observando que a amostra

com adição de farinha de banana alcançou menor média, diferindo das demais amostras.

Para o atributo sabor, o leite cultivado F1 obteve a maior média 8,01, “gostei muito”,

seguido da formulação F2, com jabuticaba e biomassa verde 7,14, “gostei moderadamente”,

sendo que, o menos aceito foi o leite cultivado F3, com jabuticaba e farinha de banana verde

5,48, “nem gostei/nem desgostei”. Vale ressaltar que todas as formulações apresentaram

diferença (p<0,05). A adição de biomassa de banana verde e farinha de banana verde

interferiram no sabor dos leites cultivados, no entanto, a formulação com biomassa alcançou

média superior a 7 “gostei moderadamente”. Os taninos estão relacionados ao sabor

adstringente desses frutos, especialmente antes do amadurecimento, sendo assim sua presença

na biomassa e na farinha de banana verde pode ter afetado.

Page 82: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

82

O leite cultivado F1, com jabuticaba mostrou-se coerente com os resultados

observados por Bartnikowsky et al., (2014), em amostras de leites fermentados simbiótico

com adição de 1% de farinha da casca de jabuticaba com média 8,3 em relação ao sabor das

amostras. A formulação de leite cultivado F2, com adição de jabuticaba e biomassa de banana

verde obteve resultado superior a Lucatto (2013), que avaliou o sabor de leite fermentado com

adição de 8% de polpa de banana verde e obteve médias entre 5,85 e 6,54. Pereira et al.,

(2015), observaram que em amostras de frozen yogurte à base de farinha de banana verde, as

amostras apresentaram menor aceitação para porcentagens de adição de farinha acima de

0,8%.

Em relação ao atributo textura, a adição de biomassa e farinha de banana verde

interferiram nos resultados, sendo que o leite cultivado F1 obteve maior média 7,71, “gostei

moderadamente” em seguida os leites cultivados F2, adicionados de jabuticaba e biomassa e

F3, jabuticaba e farinha que não apresentaram diferença (p>0,05) ficando com médias 7,31,

“gostei moderadamente” e 6,16, “gostei ligeiramente”, respectivamente. Os resultados

demonstram que a incorporação de biomassa e farinha de banana verde interferiu na aceitação

em relação à textura dos leites cultivados, o que pode ter ocorrido pela percepção sensorial de

possíveis grumos ou insuficiência na homogeneização.

Todos os resultados mostram-se acima dos resultados observados por Zicker (2011),

em relação a amostras de leites fermentados adicionados de extrato aquoso de jabuticaba,

onde a média para textura foi de 5,5. Os leites cultivados F1 e F2, mostraram-se próximos aos

resultados obtidos por Bartnikowsky et al., (2014), em amostras de leites fermentado de

jabuticaba adicionado de 1% de farinha da casca da jabuticaba, com médias entre 7,2 e 8,3.

O leite cultivado F2, com jabuticaba e biomassa de banana verde obteve média

superior as observadas por Lucatto (2013), avaliando a textura em amostra de leite

fermentado com 8% de biomassa de banana verde no qual a média foi 6,53. Fernandes et al.,

(2015), avaliando formulações de frozen yogurte à base de farinha de banana verde relatam

que, as médias atribuídas pelos provadores em relação à textura, diminuíram conforme houve

aumento na concentração de farinha, resultados coerentes com o leite cultivado adicionado de

jabuticaba e farinha de banana verde do experimento.

A maior média obtida para impressão global foi do leite cultivado F1, com 7,87,

“gostei moderadamente”, em seguida o leite cultivado F2, com jabuticaba e biomassa 7,12,

“desgostei moderadamente”, e o leite cultivado F3, com jabuticaba e farinha 5,75, “nem

Page 83: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

83

gostei/nem desgostei”, ocorrendo diferença entre todas as formulações (p<0,05).

Considerando as notas atribuídas pelos provadores para os atributos aparência, cor, sabor e

textura avaliados, nota-se que elas foram coerentes com as notas atribuídas à impressão

global, indicando que este parâmetro é uma junção das demais características. De certa forma,

pode-se dizer que a biomassa na proporção utilizada foi bem aceita quando adicionada ao leite

cultivado, o mesmo não pode ser dito para a farinha, que deve ser utilizada com cautela.

Os leites cultivados F1 e F2 apresentaram médias acima das encontradas por Zicker

(2011), em amostras de leites fermentados de jabuticaba, onde foram obtidas notas

relativamente boas, aproximadamente entre 5,0 e 6,0 o que representa ‘’gostei ligeiramente’’

e ‘’gostei muito’’, respectivamente, com índices de aceitabilidade acima de 70%. Os

resultados do experimento para as amostras F1 e F2 mostram-se superiores também aos

resultados de Lucatto (2013), em amostras de leite fermentado adicionados de 8% de polpa de

banana verde, onde todas as amostras situando-se na categoria “gostei ligeiramente”,

enquadrando portanto na média 6,0 no questionário sensorial.

O leite cultivado F3, com jabuticaba e farinha de banana verde obteve a menor média

que foi de (5,75), “nem gostei/nem desgostei”, com relação à impressão global. De acordo

com Dutcoski (2013), médias 7 permitem considerar o produto como de boa aceitabilidade,

levando em conta este fator o leite cultivado com jabuticaba e o leite cultivado com

jabuticaba e biomassa, seguiram esta relação, já a formulação com adição de jabuticaba e

farinha de banana verde foi prejudicado e por conseqüência a nota dada para impressão global

foi a menor, o que indica que a farinha de banana verde quando adicionada ao leite cultivado

interfere de forma negativa na aceitação sensorial.

Dessa forma pode-se concluir que entre os leites cultivados F1 e F2 analisados nesse

estudo, F1 com adição 5% de polpa de jabuticaba e 0,8% de farinha da casca de jabuticaba,

F2, com adição com adição de 5% de polpa de jabuticaba e 0,8% de farinha da casca de

jabuticaba de 10% de biomassa de banana verde, apresentaram boa aceitação pelos

provadores em relação à todos os atributos analisados apresentando médias entre 7,71 a 8,0

que equivalem a “gostei moderadamente” e “gostei muito”, para o F1 e 7,12 a 7,51 “gostei

moderadamente” para F2, esses resultados apresentam-se satisfatórios comparados aos

apresentados por Bartnikowsky et al., (2013), na avaliação de leite fermentado concentrado

simbiótico com utilização de 1% de farinha da casca de jabuticaba, que obteve uma elevada

aceitação sensorial com médias variando entre 7,2 e 8,3. Já F3, com adição 5% de polpa de

Page 84: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

84

jabuticaba e 0,8% de farinha da casca de jabuticaba e 5% de farinha de banana verde,

alcançou média 7 apenas em relação ao atributos cor, não sendo portanto considerado bem

aceito em relação aos demais atributos analisados.

Segundo Alencar, Santos e Fernandes (2014), o amido resistente permite melhor

utilização na alimentação, podendo complementar e/ou substituir a fração de fibra de

determinados alimentos, sem alteração significativa das características sensoriais, o que se

mostra coerente apenas em relação ao leite cultivado F2 onde concentra-se porcentagem

intermediária de amido resistente (Tabela 2), este leite cultivado obteve boa aceitabilidade em

todos os atributos analisados, alcançando médias acima de 7 “gostei moderadamente” , já

F3, alcançou média acima de 7, apenas em relação ao atributo cor, no entanto todas as

amostras diferiram estatisticamente (p<0,05) nesse atributo, o que indica que os provadores

detectaram diferença também em relação a cor dos leites cultivados. Acredita-se que esse fato

esteja relacionado à adição de biomassa e farinha de banana verde, pois o percentual de polpa

e farinha da casca de jabuticaba adicionados foi o mesmo em todos as amostras.

5.7.1 Intenção de compra

Os resultados da distribuição de freqüência da intenção de compra, das formulações de

leite cultivado light de jabuticaba adicionados de biomassa de banana verde e farinha de

banana verde avaliados estão apresentados na Figura 28.

Page 85: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

85

Figura 28: Frequência absoluta da intenção de compra demonstrada pelos provadores quanto aos leites

cultivados avaliados. F1 - (com adição de jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F3 -

(jabuticaba e farinha de banana verde).

Na avaliação da intenção de compra todos os leites cultivados do experimento

apresentaram diferença (p<0,05). Pôde-se verificar que 60% certamente comprariam o leite

cultivado com jabuticaba, 29% certamente comprariam o leite cultivado com jabuticaba e

biomassa de banana verde e 11% certamente comprariam o leite cultivado com jabuticaba e

farinha de banana verde. Entre os provadores, 28% possivelmente comprariam o leite

cultivado com jabuticaba, 38% possivelmente comprariam o leite cultivado com jabuticaba e

biomassa de banana verde e 19% possivelmente comprariam o leite cultivado com jabuticaba

e farinha de banana verde. Nenhum provador avaliou que talvez comprasse/talvez não

comprasse o leite cultivado com jabuticaba, 3,52% talvez comprasse/talvez não comprasse o

leite cultivado com jabuticaba e biomassa de banana verde e 16,47% talvez comprasse/talvez

não comprasse o leite cultivado com jabuticaba e farinha de banana verde. Dos provadores

1,17% certamente não compraria o leite cultivado com jabuticaba; 7,05% certamente não

compraria o leite cultivado jabuticaba e biomassa de banana verde e 28,23% certamente não

compraria o leite cultivado com jabuticaba e farinha de banana verde.

Nota-se que a formulação com adição de jabuticaba e a formulação com adição de

biomassa concentraram a maior freqüência na faixa de intenção de compra entre

“possivelmente compraria” e “certamente compraria” o mesmo não pode ser dito para a

formulação com jabuticaba e farinha de banana verde que obteve maior porcentagem na faixa

Page 86: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

86

negativa de intenção de compra, “possivelmente não compraria” e “certamente não

compraria”. Este fato pode ser confirmado pelas médias finais onde as formulações com

jabuticaba e com jabuticaba e biomassa obtiveram médias próximas ao escore 4

“possivelmente compraria” enquanto a formulação com jabuticaba e farinha obteve média

menor que 3, que corresponde ao termo hedônico “possivelmente não compraria”.

5.7.2 Índice de aceitabilidade

O leite cultivado com adição de jabuticaba atingiu o índice de aceitação de 88,8%, o

leite cultivado com adição de jabuticaba e biomassa de banana verde obteve 75,20% e o leite

cultivado com adição de jabuticaba e farinha de banana verde 53,40%, conforme ilustrado na

Figura 29.

Figura 29: Índice de aceitabilidade demonstrado pelos provadores quanto aos leites

cultivados avaliados. F1 - (com adição de jabuticaba), F2 - (jabuticaba e biomassa de banana

verde) e F3 - (jabuticaba e farinha de banana verde).

De acordo com os resultados o leite cultivado com adição de jabuticaba e leite

cultivado com adição de jabuticaba e biomassa de banana verde obtiveram escores, indicando

elevado potencial de comercialização, considerando que produtos com índices de aceitação

superiores a 70% apresentam boa intenção de compra (DUTKOSKY, 2013). O leite cultivado

com adição de jabuticaba e farinha de banana apresentou menor índice de aceitabilidade.

O resultado alcançado pelo leite cultivado com adição de jabuticaba está coerente com

o estudo realizado por Gonçalves; Sousa (2014), em fermentados alcoólicos de jabuticaba,

Page 87: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

87

onde o fermentado com adição de farinha da casca de jabuticaba alcançou maior intenção de

compra com nota 4,2 e índice de aceitabilidade de 85% e superior ao estudo realizado por

Bartnikowsky et al., (2014), avaliando a intenção de compra do leite fermentado simbiótico

de jabuticaba com adição de 1% de farinha da casca de jabuticaba, em que o índice de

aceitabilidade foi de 66%. O resultado para o leite cultivado com adição de jabuticaba do

experimento foi inferior ao resultado encontrado por Zicker (2011), em leite fermentado de

jabuticaba onde 92% dos provadores certamente comprariam o produto.

5.8 Avaliação da contagem de bactérias lácticas totais, acidez e pH dos leites

cultivados de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e

farinha de banana verde

5.8.1 Contagem de bactérias lácticas totais

Os resultados da contagem de bactérias lácticas totais, nos leites cultivados

adicionados de jabuticaba, jabuticaba e biomassa de banana verde e jabuticaba e farinha de

banana verde durante o período de estocagem estão apresentados na Tabela 6.

Tabela 6: Dados médios da contagem em unidade formadora de colônias por mL (UFC/mL) de BAL viáveis nos

leites cultivados adicionados de jabuticaba e banana verde em diferentes tempos de armazenamento.

Leites cultivados UFC/mL de Bactérias Ácido Lácticas

Tempo¹ (dias)

0 10 20 30

F1 1,25 x107 cd 1,23 x10

7 b 1,17 x107 e 1,11 x10

7 d F2 1,66 x10

7 b 1,23 x107 b 1,49 x10

7 d 1,51 x107 c

F3 2,10 x107 a 1,23 x10

7 b 1,66 x107 c 2,29 x10

7 a F4 2,13 x10

7 a 1,28 x107 b 2,84 x10

7 a 1,47 x107 c

F5 1,19 x107 d 1,48 x10

7 a 1,17 x107 e 1,22 x10

7 d F6 1,35 x10

7 c 1,45 x107 a 2,07 x10

7 b 2,10 x107 b

CV (%) 5,31

¹Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Dados médios da

contagem de BAL viáveis nos leites cultivados F1 - (controle - sem adição de jabuticaba e sem adição de

banana), F2 - (biomassa de banana verde), F3 - (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e

biomassa de banana verde) e F6 -(jabuticaba e farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento

refrigerado.

A contagem de BAL variou de 1,19 a 2,13 x 107 UFC/mL no primeiro dia e de 1,11 a

2,29 x 107 UFC/mL no 30º dia de armazenamento. No tempo 0, os leites cultivados F3, com

Page 88: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

88

adição de farinha de banana verde e F4, com adição de jabuticaba apresentaram as maiores

contagens, 2,10 x 107 UFC/mL e 2,13 x 10

7 UFC/mL respectivamente, não apresentando

diferença (p>0,05). O leite cultivado F5, com adição de jabuticaba e biomassa obteve menor

contagem 1,19 x 107 UFC/mL não diferindo da formulação controle (p>0,05). Os leites

cultivados F2, com adição de biomassa e F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana

verde apresentaram contagem intermediária, não diferindo entre si (p<0,05), vale ressaltar que

a formulação F6 não diferiu do controle F1, (p>0,05).

No tempo 10, os leites cultivados F5, com adição de jabuticaba e biomassa e F6, com

adição de jabuticaba e farinha de banana verde alcançaram maiores contagens de BAL, 1,48 x

107 UFC/mL e 1,45 x 10

7 UFC/mL respectivamente, não apresentando diferença (p>0,05). Os

leites cultivados F2, com adição de biomassa F3, com adição de farinha de banana verde e F4,

com adição de jabuticaba atingiram contagem média de 1,24 x 107 UFC/mL, não diferindo de

F1 controle (p>0,05) nesse tempo.

No tempo 20 os leites cultivados F4, com adição de jabuticaba F6, com adição de

jabuticaba e farinha de banana verde e F3, com adição de farinha de banana verde alcançaram

maiores contagens de BAL, 2,84 x 107 UFC/mL; 2,07 x 10

7 UFC/mL e 1,66 x 10

7 UFC/mL

respectivamente, todos apresentaram diferença (p<0,05). A contagem de BAL na formulação

F2, com adição de biomassa foi de 1,49 x 107 UFC/mL. O leite cultivado F5, com adição de

jabuticaba e biomassa apresentou menor contagem 1,17 x 107 UFC/mL, não diferindo da

formulação F1 controle (p>0,05).

Ao final do armazenamento refrigerado, no tempo 30 dias a contagem de BAL totais

variou entre 1,11 a 2,29 x 107 UFC/mL. Os leites cultivados F3, com adição de farinha de

banana verde e F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde atingiram maiores

contagem 2,29 x 107 UFC/mL e 2,10 x 10

7 UFC/mL, respectivamente, apresentando diferença

(p<0,05). Os leites cultivados F2, com biomassa e F4, com jabuticaba não apresentaram

diferença (p>0,05). Os leites cultivados F1, controle e F5, com jabuticaba e biomassa

alcançaram menores contagens 1,11 x 107 UFC/mL e 1,22 x 10

7 UFC/mL, respectivamente,

não apresentando diferença (p>0,05).

Prebióticos são geralmente adicionados a produtos lácteos para seletivamente

estimular o crescimento de probióticos (FERREIRA, 2012). No experimento, a farinha da

casca de jabuticaba, a biomassa de banana verde e a farinha de banana verde adicionadas às

amostras pode ter aumentado a disponibilidade de nutrientes e favorecido a multiplicação das

Page 89: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

89

bactérias probióticas, uma vez que a amostra controle, sem adição de nenhum desses

ingredientes apresentou menor contagem de bactérias lácticas do 10º dia até o final do

armazenamento, não diferindo da formulação que apresentou menor contagem no tempo 0. O

leite cultivado com adição farinha de banana verde, leite cultivado com adição de jabuticaba e

biomassa de banana verde e leite cultivado com adição de jabuticaba e farinha de banana

verde, alcançaram maior contagem de BAL no tempo 30 em relação ao primeiro dia de

armazenamento, o que pode ter ocorrido pela adição de biomassa e farinha de banana verde

que apresentam em sua composição considerável teor de AR.

Observa-se através dos resultados obtidos que, as BAL utilizadas mostraram-se

viáveis até o trigésimo dia de armazenamento refrigerado, ficando todos os leites cultivados

com 107

UFC/mL, o que atende às especificações exigidas pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA), a qual determina que leites cultivados adicionados de

probióticos deverão apresentar contagem entre 106 a 10

8 UFC/mL (BRASIL, 2007).

Vários estudos evidenciam que a adição de prebióticos preserva a viabilidade de

bactérias láticas durante a vida-de-prateleira do produto (GIBSON, 2004; FUCHS et al., 2006;

DONKOR et al., 2007; PIMENTEL; VIEIRA, 2011; GARCÍA-CAYUELA, 2014; SILVA;

VIEIRA, 2014), tal condição foi verificada neste trabalho. Os valores observados indicam

que houve maior sobrevivência nas formulações com adição de farinha de banana verde, as

quais apresentam maior percentual de amido resistente. Os leite cultivado apresentaram

contagem superior a 106 UFC/mL durante todo o período de analisado.

O leite cultivado com adição de farinha de banana verde, leite cultivado com adição

de jabuticaba e biomassa de banana verde e o leite cultivado com adição de jabuticaba e

farinha de banana verde do experimento mostraram-se coerentes com o estudo realizado por

Nobhakti et al., (2009), que analisando a influencia do AR sobre a viabilidade dos

microrganismos probióticos em leites fermentados simbióticos, observaou que a maior

viabilidade das BAL foi obtida com na formulação com 3% de AR. Silva, Oliveira (2011),

também relatam que ao analisarem sobremesas simbióticas adicionadas de 1,5% de AR,

alcançaram resultados superiores a 106 UFC/mL durante 63 dias de armazenamento, ainda em

sobremesa láctea, Vieira (2011) observou que o aumento da adição de amido resistente de 1,5

para 3,0% influenciou a concentração de Bifidobacterium nos produtos (p<0,05) durante todo

o período de armazenamento, ressaltando que a população de Bifidobacterium foi maior na

formulação com maior concentração de amido resistente.

Page 90: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

90

O leite cultivado com adição de jabuticaba e o leite cultivado com adição de farinha de

banana verde, reforçando a afirmação de que a adição de AR e fibra como prebióticos tende a

favorecer a sobrevivência dos microorganismos probióticos. Espírito Santo et al., (2010),

observaram efeito positivo na utilização de polpa de açaí como prebiótico na viabilidade das

bactérias lácticas totais em leite fermentado quando comparada a formulação sem adição de

açaí. A contagem de BAL observada nos leites cultivados desse estudo foi superior ao estudo

de Leite (2015), em Leite cultivado simbiótico de açaí com utilização de 10% de polpa, onde

a contagem de bactérias lácticas totais foi 105 UFC/mL. Estudo realizado por Espírito Santo et

al., (2012), indica que adição de farinhas de frutas como fonte de fibras e AR melhora a

viabilidade das bactérias probióticas. Pesquisa realizada com adição de 4% de farinha de

lentilha ao leite fermentado mostrou ser capaz de aumentar a viabilidade de BAL (AGIL, et

al,. 2013).

Os resultados alcançados nos leites cultivados desse experimento foram superiores aos

resultados obtidos por Pimentel; Garcia e Prudêncio (2012), adicionando 2% de farinha de

yacon e inulina como ingrediente prebiótico em leites fermentados probióticos, onde as BAL

apresentaram-se viáveis apenas até 14º dia de armazenamento. Borges et al., (2011), também

relataram que, analisando a viabilidade de Bifidobactérias em smoothie sabor goiaba com e

sem adição de prebióticos, a contagem de bactérias lácticas em todas as formulações

mantiveram constantes, tanto na amostra com inulina e FOS quanto na amostra sem adição

das fibras, evidenciando que neste produto as fibras não influenciaram a manutenção dos

probióticos. De tamime

Souza (2015,) atingiu maior resultado utilizando 4% de colostro bovino em pó em

leites fermentados observou que a contagem de BAL probióticas mantiveram-se em 108

UFC/mL até o 30º dia de armazenamento.

Os modelos linear e quadrático e o R2 ajustados aos dados experimentais da contagem

de BAL totais (UFC/mL) em função da adição de jabuticaba, biomassa de banana verde e

farinha de banana verde foram significativos (p<0,05) pela análise de variância e regressão e

estão apresentados na Figura 30.

Page 91: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

91

Figura 30: Modelo linear e modelo quadrático ajustados da contagem média de BAL totais (UFC/mL) em função

do tempo de armazenamento (dias) dos leites cultivados. F1 - (controle, sem adição de jabuticaba e sem adição de

banana), F2 - (biomassa de banana verde), F3 - (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e

biomassa de banana verde) e F6 - (jabuticaba e farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento

refrigerado.

Observa-se efeito positivo da adição de jabuticaba, biomassa de banana verde e

farinha de banana verde na multiplicação das BAL. Verificou-se que no leite cultivado

controle houve um decréscimo linear do início ao final do armazenamento. No leite cultivado

com adição de biomassa de banana verde houve um decréscimo próximo ao décimo quinto

dia, logo após houve um aumento até o final do armazenamento, no entanto a contagem final

de bactérias lácticas totais no 30º dia foi inferior à contagem inicial. O leite cultivado com

adição de farinha de banana verde teve um decréscimo próximo do 14º dia seguido de

aumento até o fim do período de armazenamento. O leite cultivado com jabuticaba apresentou

um aumento até o décimo quinto dia, que foi seguido de redução do número de bactérias

lácticas. O mesmo pode ser observado para o leite cultivado com jabuticaba e biomassa de

F1: y=12656666,7-47666,7x F2:y=16124166,7-358416,7x+11375x² F3: y=20496666,7-1032833,3x+37750x²

R²= 97,68% R²= 54,03% R²= 90,51%

F4: y=18646666,7+355500x-13250x² F5: y=12414166,7+138083,3x-5375x² F6: y=13146666,7+288000x

R²= 5,25% R²= 21,22% R²= 86,93%

Page 92: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

92

banana verde. Já no v com adição jabuticaba e farinha de banana verde houve um acréscimo

linear do início ao final do armazenamento.

Com exceção do leite cultivado com jabuticaba e biomassa de banana verde, que

apresentou menor contagem de bactérias lácticas que o controle no primeiro dia, é importante

dizer que os demais leites cultivados apresentaram maior número de BAL em todos os

tempos. Esse resultado evidencia que tanto a farinha de jabuticaba, quanto a biomassa e a

farinha de banana verde influenciaram na manutenção da cultura probiótica, esse resultado

mostra-se coerente com diversos estudos, pois vários autores evidenciam que a adição de

prebióticos preserva a viabilidade de bactérias láticas durante a vida de prateleira do produto

(COLLINS; GIBSON, 1999; GIBSON, 2004; FUCH et al., 2006; PAQUIN 2009; TRENTO

et al., 2009; ESPÍRITO SANTO et al., 2010; GALLINAA et al., 2011; BORGES et al.,

2011;CASAROTTI, 2013; LEITE 2015).

Casarotti (2013), analisando a viabilidade de bactérias probióticas em leites

fermentados adicionados de farinhas de frutas observou que a farinha de banana verde

aumentou a população das bactérias probióticas ao final da estocagem. A sobrevivência das

bactérias probióticas em produtos lácteos, depende de vários fatores, tais como acidez, cultura

utilizada, quantidade inoculada, temperatura de incubação, temperatura de armazenamento,

disponibilidade de nutrientes, interação entre as espécies presentes, conteúdo de sólidos do

leite e oxigênio dissolvido, principalmente para as bifidobactérias que são anaeróbias. Durante

o armazenamento refrigerado ocorre a pós-acidificação do leite fermentado com produção de

ácidos orgânicos através da atividade metabólica das bactérias lácticas tradicionais, com

decréscimo do pH e aumento da acidez (DONKOR et al., 2006), o que leva a uma redução na

contagem de bactérias probióticas viáveis, principalmente as bifidobactérias, uma vez que são

pouco tolerantes ao ácido e apresentam multiplicação diminuída em pH menor que 5,0,

reduzindo a vida de prateleira do produto (THAMER; PENNA, 2006; LEITE, 2015). No

entanto, no experimento, observa-se que mesmo ao final do armazenamento, em meio que

seria desfavorável a viabilidade das BAL em função da elevação da acidez titulável (SAAD et

al., 2011), houve multiplicação das bactérias probióticas e estas mantiveram-se viáveis

durante os 30 dias de armazenamento. Esse fato pode ter ocorrido devido à presença dos

nutrientes como as fibras e AR adicionados aos leites cultivados.

Page 93: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

93

5.8.2 Acidez total titulável das formulações de leite cultivado

A acidez do leite cultivado controle e leites cultivados adicionados de jabuticaba,

biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de estocagem em

relação ao tempo de armazenamento está na Tabela 7.

Tabela 7: Valores médios de acidez no leite cultivado controle e leites cultivados adicionados de jabuticaba,

biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de estocagem.

Leites cultivados Acidez (g ácido lático 100g

-1)

Tempo

0 10 20 30

F1 0,77b 0,85

ab 0,90b 0,91

c F2 0,61

d 0,68c 0,76

c 0,90c

F3 0,71bc 0,82

ab 0,94b 1,10

a F4 0,76

b 0,88a 1,02

a 1,13a

F5 0,65cd 0,78

b 0,79c 0,90

c F6 0,86

a 0,90a 0,95

ab 0,99b

CV (%) 7,72

¹Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Acidez média em

leites cultivados F1- (controle, sem adição de jabuticaba e sem adição de banana), F2 - (biomassa de banana

verde), F3 - (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F6 -

(jabuticaba e farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento refrigerado.

No tempo 0, a acidez dos leites cultivados variou de 0,61 a 0,86g ácido lático 100g-1

;

sendo o leite cultivado F2, com adição de biomassa o produto de menor acidez e o leite

cultivado F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde maior acidez. Os leites

cultivados F3, com adição de farinha de banana verde e F4, com adição de jabuticaba não

diferiram do F1 controle (p>0,05), o leite cultivado F6, com adição de jabuticaba e farinha de

banana verde apresentou maior acidez diferindo dos demais (p<0,05) no 1º dia de avaliação.

No tempo 10 o leite cultivado F2, com adição de biomassa apresentou menor acidez

(0,68g ácido lático 100g-1

) e diferiu dos demais leites cultivados (p<0,05). Os leites

cultivados F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde, F4, com adição de

jabuticaba, F1, controle e F3, com adição de farinha de banana verde não apresentaram

diferença entre si (p>0,05), ficando a formulação F6, com maior média (0,90g ácido lático

100g-1

).

No tempo 20 vale destacar que, a acidez dos leites cultivados F2, com adição de

biomassa e F5, com adição de jabuticaba e biomassa apresentaram menor acidez (média de

0,77g ácido lático 100g-1

), não diferindo (p>0,05). Os leites cultivados F4, com adição de

Page 94: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

94

jabuticaba e F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde não apresentaram

diferença (p>0,05), atingindo maior acidez de (média de 0,98g ácido lático 100g-1

).

No tempo 30 os leites cultivados F2, com adição de biomassa e F5, com adição de

jabuticaba e biomassa apresentaram menor acidez (0,90g ácido lático 100g-1

), não diferindo

do leite cultivado F1, controle (p>0,05) com acidez (0,91g ácido lático 100g-1

). Os leites

cultivados F3, com adição de farinha de banana verde e F4, com adição de jabuticaba foram

os responsáveis pelo maior registro de acidez (média de 1,11g ácido lático 100g-1

).

Os leites cultivados com adição de biomassa de banana verde F2 e F5 apresentaram

menor valor de acidez do início ao final do armazenamento, esses resultados em relação as

demais formulações podem ter ocorrido porque a biomassa possui baixa acidez e sua adição

aos leites cultivados pode ter feito com que a acidez dos mesmos fosse reduzida. Esse

resultado se mostra coerente com pesquisa realizada por Borges (2007) e Giacobbo (2013),

onde os autores relatam que a banana quando se encontra em estágio de maturação ainda

verde apresenta baixa acidez. Essas informações estão em conformidade com o estudo de

Lucatto (2013), analisando a acidez de leite fermentado simbiótico adicionado de 8% de polpa

de banana verde com resultados entre 0,72 a 0,79 g ácido lático 100g-1

. Izidoro et al., (2008) e

Variza et al., (2011), encontraram acidez 0,94 g ácido lático 100g-1

, na polpa de banana

verde. Melo (2012), analisando bananada com e sem adição de polpa de banana verde,

observou que a acidez das amostras com adição da polpa banana verde foi inferior as demais.

O leite cultivado com adição de farinha de banana verde F3, apresentou acidez entre

(0,71 e 1,10g ácido lático 100g-1

) sendo superior à amostra com adição de biomassa de banana

verde F2, em todos os tempos. Esses valores podem ser justificados em função da farinha de

banana verde apresentar maior acidez quando comparada à biomassa, também em função do

período de armazenamento, uma vez que a farinha de banana verde armazenada por longo

período tem sua acidez aumentada. Isso tem sido atribuído à ocorrência de vários fenômenos,

tais como hidrólise gradual de lipídios, produzindo ácidos graxos; hidrólise de proteínas,

produzindo aminoácidos ou produtos intermediários da composição de proteínas (EL-DASH e

MIRANDA 2002; SANTOS, 2010; ZANDONADI et al., 2012), e também em função do

desenvolvimento de compostos aromáticos durante o processamento térmico (MAURO;

SILVA; FREITAS, 2010). Estudos realizados por Santos et al., (2010); Zandonadi et al.,

(2012) e Silva; Júnior; Barbosa (2015) demonstram que a farinha de banana verde apresentou

acidez entre 0,70 a 1,5g ácido lático 100g-1

.

Page 95: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

95

O leite cultivado com adição de jabuticaba F4 apresentou acidez elevada do início ao

final do armazenamento, (0,76 e 1,13g ácido lático 100g-1

). Esse aumento em relação ao leite

cultivado F1, controle pode ser justificado pela maior acidez da farinha da casca de

jabuticaba, que varia entre 1,67 a 1,85g ácido lático 100g-1

, (LIMA et al., 2008; ALVES et al.,

2013 e LAGE et al., 2014). O resultado observado no leite cultivado F4, adicionado de

jabuticaba do experimento foi inferior ao estudo de Zicker (2011) em leite fermentado sabor

jabuticaba, que apresentou acidez média de 1,88 g ácido lático 100g-1

.

O leite cultivado F5 com adição de jabuticaba e biomassa de banana verde, apresentou

acidez entre (0,65 e 0,90g ácido lático 100g-1

), valor este intermediário a acidez da formuação

F2, com biomassa de banana verde e do leite cultivado F4, com jabuticaba nos tempos 0, 10 e

20 dias, não diferindo da formulação F2, com biomassa de banana verde (p>0,05) no tempo

30. Esse resultado pode ter ocorrido pelo fato da biomassa apresentar baixa acidez e a

jabuticaba acidez elevada, portanto a adição dos dois ingredientes (biomassa de banana verde

e farinha de jabuticaba) a mesma formulação de leite cultivado pode ter feito com que a

acidez fosse intermediária. O resultado deste experimento mostra-se coerente com a literatura,

onde é informado que a biomassa de banana verde apresenta baixa acidez e casca de

jabuticaba possui acidez elevada (BORGES, 2007; LIMA et al., 2008; IZIDORO et al., 2008;

VARIZA et al., 2011; MELO, 2012; GIACOBBO, 2013; ALVES et al., 2013; LAGE et al.,

2014; MARQUETTI, 2014).

O leite cultivado F6, adicionado de jabuticaba e farinha de banana verde apresentou

acidez elevada do início ao final do armazenamento. Esse resultado pode ter ocorrido porque

a farinha da casca de jabuticaba e a farinha de banana verde possuem elevada acidez, e a

adição dessas farinhas em um mesmo produto, poderia resultar em uma acidez elevada

(LIMA et al., 2008; SANTOS, 2010; ZICKER, 2011; ZANDONADI, 2012; ALVES et al.,

2013; LAGE et al., 2014; SILVA; JÚNIOR; BARBOSA 2015). Zicker (2011), estudando a

caracterização físico-química de leite fermentado com adição de extrato aquoso de jabuticaba

obteve valor de 1,88g ácido lático 100g-1

, sendo superior aos valores encontrados em todas as

formulações de leite cultivado deste experimento no 30º dia. Pôde-se observar que a acidez

das formulações de leite cultivado deste experimento variou entre 0,61 a 1,13 g de ácido

láctico/100g, apesar da variação entre as amostras, todas as formulações atenderam ao

estabelecido pela legislação de 0,6 a 1,5 g de ácido láctico/100g (BRASIL, 2007).

Page 96: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

96

A Figura 31 apresenta o ajuste dos modelos lineares aos dados experimentais da

acidez com seus coeficientes de determinação R2 e as equações obtidas em função do tempo

de armazenamento refrigerado. Nas equações, o valor de x é referente ao tempo de

armazenamento em dias.

F1: y=0,787+0,00468x F2: y=0,5735+0,0126x F3: y=0,698+0,013x F4: y=0,77+0,01198x F5: y=0,66+0,00887x F6: y=0,8559+0,00467x

R²=90,79% R²=90,53% R²=99,19% R²=99,50% R²=91,29% R²=99,71%

Figura 31: Modelo linear ajustados da acidez (g de ácido lático 100g-1) em função do tempo de armazenamento

(dias) dos leites cultivados. F1 - (controle sem adição de jabuticaba e sem adição de banana), F2 - (biomassa de

banana verde), F3 - (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e

F6 - (jabuticaba e farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento refrigerado.

Verificando a figura acima, observa-se que a acidez de todos os leites cultivados

apresentou a mesma tendência, aumento linear. Os leites cultivados F3, com adição de farinha

de banana verde e F4, com adição de jabuticaba tiveram um aumento acentuado da acidez.

Vale destacar que o leite cultivado F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde

apresentou o mesmo comportamento demonstrado por F1, controle. O leite cultivado F2, com

biomassa de banana verde apresentou a menor acidez em todos os tempos de armazenamento

e os leites cultivados F3, com adição de farinha de banana verde e F4, com jabuticaba a maior

acidez ao fim da avaliação, com 30 dias de armazenamento.

Durante o armazenamento refrigerado ocorre um aumento da acidez em função a pós-

acidificação, devido à continuada produção de ácidos pelas BAL presentes (LEITE, 2015).

Esse fenômeno leva à redução na contagem de BAL probióticas viáveis, principalmente de

Page 97: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

97

bifidobactérias já que as mesmas não são tolerantes ao ácido, o que pode reduzir a vida de

prateleira do produto (THAMER; PENNA, 2006; CAPITANI et al., 2014).

Foi observada uma tendência de aumento dos valores de acidez nos leites cultivados

em relação ao tempo de armazenamento, o que pode ser justificado pela pós-acidificação, no

entanto durante os 30 dias os valores atenderam à IN nº 46 de 2007 do MAPA. Resultados

semelhantes a este foram encontrados no estudo de leites fermentados desnatados adicionados

de prebiótico (RAMCHANDRAN; SHAH, 2010; FERREIRA, 2012).

5.8.3 pH das formulações de leite cultivado

O pH do leite cultivado controle e leites cultivados adicionados de jabuticaba,

biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de estocagem em

relação ao tempo de armazenamento está ilustrado na Tabela 8.

Tabela 8: Valores médios de pH do leite cultivado controle e leites cultivados adicionados de jabuticaba,

biomassa de banana verde e farinha de banana verde durante o período de estocagem.

Leites cultivados

pH

Tempo¹ (dias)

0 10 20 30

F1 4,15c 3,86

b 3,77b 3,67

b F2 4,23

b 3,91a 3,78

b 3,69b

F3 4,34a 3,94

a 3,81a 3,75

a F4 3,96

f 3,77d 3,68

c 3,54d

F5 4,02e 3,77

d 3,62d 3,58

c F6 4,05

d 3,82c 3,66

c 3,57c

CV (%) 0,83

¹Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). pH médio em leite

cultivado F1 - (controle sem adição de jabuticaba e sem adição de banana), F2 - (biomassa de banana verde), F3

- (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e biomassa de banana verde) e F6 - (jabuticaba e

farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento refrigerado.

Do início ao final de 30 dias de armazenamento houve variação de 4,34 a 3,54 nos

valores de pH dos leites cultivados do experimento, o leite cultivado F3, com adição de

farinha de banana verde apresentou maior valor de pH no tempo 0 e leite cultivado F4, com

adição de jabuticaba o menor pH no tempo 30.

No tempo 0, o leite cultivado F3, com adição de farinha de banana verde atingiu maior

pH 4,34 e o leite cultivado F4, com adição de jabuticaba o menor 3,96, sendo que todos os

Page 98: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

98

leites cultivados apresentaram diferença (p<0,05). No tempo 10, vale destacar os leites

cultivados F2, com adição de biomassa e F3, com adição de farinha de banana verde não

apresentaram diferença (p>0.05), alcançando maior pH, com média de 3,92. Os leites

cultivados F4, com adição de jabuticaba e F5, com adição de jabuticaba e biomassa não

diferiram (p>0.05), e apresentaram pH 3,77. Os Leite cultivado F1, controle e F6, com adição

de jabuticaba e farinha de banana verde apresentaram pH 3,86 e 3,82, respectivamente

diferindo entre si e entre as demais formulações (p>0,05).

No tempo 20, o leite cultivado F3, com adição de farinha de banana verde atingiu

maior pH 3,81 e o leite cultivado F5, com adição de jabuticaba e biomassa o menor pH 3,62,

apresentando diferença entre si e entre os demais leites cultivados do experimento (p<0,05). O

leite cultivado F2, com adição de biomassa não diferiu do leite cultivado F1, controle

(p>0,05), com pH médio 3,77. Os leites cultivados F4, com adição de jabuticaba e F6, com

adição de jabuticaba e farinha de banana verde apresentaram pH médio de 3,67, não

apresentando diferença (p>0,05). Ao final do período de avaliação, no tempo 30, o leite

cultivado F3, com adição de farinha de banana verde atingiu o maior pH 3,75 e o leite

cultivado F4, com adição de jabuticaba o menor 3,54, diferindo entre si e entre as demais

formulações do experimento (p<0,05). Os leites cultivados F1, controle e F2, com adição de

biomassa não diferiram (p>0,05), alcançando pH médio 3,68. Os leites cultivados F5, com

adição de jabuticaba e biomassa e F6, com adição de jabuticaba e farinha de banana verde

apresentaram pH médio de 3,57, não diferindo entre si.

Comparando os valores de pH de cada amostra entre o 1° e o 30° dia de

armazenamento observou-se uma redução nos valores, esse comportamento foi observado por

Oliveira et al., (2002) e Pereira (2002), sendo que os primeiros autores estudam a viabilidade

de bactérias lácticas e de bactérias probióticas de leite fermentado. O pH tende a diminuir pois

a acidez em leite fermentado aumenta ao longo do armazenamento, uma vez os lactobacilos

produzem ácidos e continuam a crescer em pH entre 4,0 e 4,4 (SILVA, 2007; TRONCO,

2008; CAPITANI et al., 2014), esse fenômeno é denominado pós-acidificação, devido à

contínua produção de ácidos pelas bactérias lácticas presentes nos leites fermentados (LEITE,

2015), mas é importante ressaltar que foi possível observar que a adição de farinha da casca

de jabuticaba reduziu os valores de pH entre as formulações assim como a biomassa

aumentou esses valores, o que pode ter ocorrido em função da acidez desses ingredientes.

Page 99: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

99

O pH do leite cultivado controle foi inferior a pesquisa de Gallinaa et al., (2011), em

leites fermentados com e sem adição de probióticos e prebióticos em que o pH variou entre

4,42 e 4,13. Os valores de pH para o leite cultivado com adição de biomassa de banana verde

desse experimento foram inferiores ao estudo de Lucatto (2013), em leite fermentado

simbiótico adicionado de 10% de polpa de banana verde, que obtiveram valores entre 4,38 e

4,33. O leite cultivado com adição de jabuticaba apresentou valores de pH semelhantes ao

encontrado por Zicker (2011), em leite fermentado de jabuticaba, 3,61 e superiores ao

observado por Bartnikowsky et al., (2014), em leite fermentado com adição de farinha da

casca de jabuticaba 2,95. Em todas as formulações analisadas o pH foi inferior ao observado

por Leite (2015) em leite fermentado de açaí o pH 4,45.

A Figura 32 apresenta o ajuste dos modelos lineares aos dados experimentais do pH

com seus coeficientes de determinação R2 e as equações obtidas em função do tempo de

armazenamento refrigerado. Nas equações, o valor de x é referente ao tempo de

armazenamento em dias.

F1: y=4,09-0,0154x F2: y=4,1639-0,01739x F3: y=4,2427-0,01896x F4: y=3,94-0,0136x F5: y=3,96-0,01448x F6: y=4,02-0,0159x

R²=90,99% R²= 91,28% R²=85,67% R²=98,03% R²=89,93% R²=95,91%

Figura 32: Modelo linear ajustados do pH (g de ácido lático 100g-1) em função do tempo de armazenamento

(dias) dos leites cultivados. F1 - (controle sem adição de jabuticaba e sem adição de banana), F2 - (biomassa de

banana verde), F3 - (farinha de banana verde), F4 - (jabuticaba), F5 - (jabuticaba e biomassa de banana verde)

e F6 - (jabuticaba e farinha de banana verde) em diferentes tempos de armazenamento refrigerado.

Levando em conta o pH dos leites cultivados em função do tempo de armazenamento

têm-se uma tendência linear de queda, a medida que o tempo de armazenamento aumenta o

pH diminui. Em destaque, os leites cultivados F3, com adição de farinha de banana verde F2,

com adição de biomassa e F1, controle do inicio ao fim do tempo de armazenamento

Page 100: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

100

obtiveram maior valor, onde o inicial foi em torno de 4,1 findando aproximadamente com 3,7.

Os demais leites cultivados seguiram a mesma tendência, porém iniciando o tempo de

armazenamento com pH em torno de 4 e no final com média de 3,55

Page 101: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

101

6 CONCLUSÕES

Através do presente experimento foi possível concluir que a adição de biomassa e

farinha de banana verde ao leite cultivado proporcionaram:

Redução dos teores de umidade e proteína e aumento dos teores de gordura, cinzas e

fibra alimentar;

Diminuição da luminosidade e da cor vermelha, tendenciando ao aumento da cor

amarela, principalmente na formulação com adição de farinha de banana verde;

Elevação do teor de amido resistente;

Aumento nos teores de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante, podendo

os leites cultivados serem considerados fontes de antioxidantes;

Os parâmetros acidez total titulável e contagem de bactérias lácticas totais

mantiveram-se de acordo com as exigências da legislação durante todo o

armazenamento;

A adição de farinha de banana verde influenciou a aceitação sensorial e a avaliação de

intenção de compra.

Page 102: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

102

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse experimento abre perspectivas de utilização da casca da jabuticaba e da

biomassa de banana verde em produtos lácteos como os leites fermentados;

Pesquisas experimentais futuras precisam ser realizadas com relação a adição de

farinha de banana verde em leites fermentados, considerando a alternativa de redução da

percentagem utilizada deste ingrediente, principalmente para melhorar a aceitabilidade;

Para viabilizar a utilização da biomassa de banana verde, novas pesquisas devem ser

realizadas tendo em foco a viabilidade de armazenamento deste material.

Uma vez comprovado a melhoria de aspectos inerentes aos valores da farinha de

banana verde e da farinha de jabuticaba tornam-se fundamentais novos estudos ao

aproveitamento destes alimentos produzidos no Brasil em larga escala, e que visem minimizar

resíduos alimentares.

Page 103: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

103

REFERÊNCIAS

ABE, L. T.; LAJOLO, F. M.; GENOVESE, M. I. Potential dietary sources of ellagic acid and

antioxidants among fruits consumed in Brazil: Jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell.)

Berg). Journal of the Science of Food and Agriculture, v.92, p.1679-1687, 2012.

ABRASNET. Produto funcional é mais caro e vende mais. 28 de março de 2013.

Disponível em: <http://www.abrasnet.com.br/clipping.php?area=1&clipping=35102> .

Acesso em: 24 de mai. de 2015.

AGIL, R. et al. Lentils enhance probiotic growth in yogurt and provide added benefit of

antioxidant protection. LWT - Food Science and Technology, v. 50, n. 1, p. 45-49, 2013.

ALENCAR, L. O.; SANTOS, E. D. de S.; FERNANDES, A. C. de C. F. Desenvolvimento,

aceitabilidade e valor nutricional de brigadeiro com biomassa de banana verde. Rev.

Interdisciplinar, ISSN 2317-5079 v. 7, n. 4, p. 91-98, out. nov. dez. 2014.

ALMEIDA, L. F. Amidos: Fontes, estruturas e propriedades funcionais. Aditivos

Ingredientes. Editora Insumos, n. 63, 2009.

ALMEIDA, M. C. B. de M. Estudo para fins industriais das propriedades funcionais do

amido nativo e modificado hidrotermicamente, provenientes da banana verde,

variedade “prata”. Paraíba, 2013. Dissertação (Mestrado em Sistemas Agroindustriais) -

Universidade Federal de Campina Grande. Pombal – Paraíba, 2013.

ALOTHMAN, M.; BHAT, R.; KARIM, A. A. Antioxidant capacity and phenolic content of

selected tropical fruits from Malaysia, extracted with different solvents, Food

Chemistry, v.115, p.785–788, 2009.

ALYSSON, E. Na rota dos lácteos. Industria de Laticínios., n.75, p.38-41, 2008.

ALVARENGA, N. B. et al. Sensory properties of macaroni with and without green banana

pulp and the application of 60Cobalt Ionizing Radiation. Procedia – Food Science, [S.l.],

2011.

ALVES, C. Q. et al. Avaliação da atividade antioxidante de flavonóides. Diálogos e ciência –

Revista da rede ensino FTC, 5(12): 7- 8, 2007.

ALVES, L. L.; SANTOS, N. S. P.; BECKER, L. V. Aceitação sensorial e caracterização de

frozen yogurt de leite de cabra com adição de cultura probiótica e prebiótico. Ciência Rural,

v. 1, n. 1, p. 2-3, 2009.

ALVES, A. P. C. Casca de jabuticaba (Plinia jaboticaba (Vell.) Berg): Processo de

secagem e uso como aditivo em iogurte. Lavras, 2011. 91 f. Dissertação (Mestrado em

Agroquímica) - Universidade Federal de Lavras. Lavras - Minas Gerais, 2011.

Page 104: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

104

ALVES, A. P. de C. et al. Flour and anthocyanin extracts of jaboticaba skins used as a natural

dye in yogurt. International Journal of Food Science and Technology, Malden, v. 48, n.

10, p. 2007-2013, OCT. 2013.

ALVES, A. P. de C. Farinha de jabuticaba: armazenamento e aplicações. Lavras, 2014.

103 f. Tese (Doutorado em Agroquímica) - Universidade Federal de Lavras, 103 f. Lavras,

Minas Gerais, 2014.

ANDERSON, A. K.; GURAYA, H, S. Effects of microwave heat-moisture treatment on

properties of waxy and non-waxy rice starches. Food Chemistry, [S. l.], n. 97, 318–323,

2006.

ANGELO, P. M.; JORGE, N. Compostos fenólicos em alimentos. Uma breve revisão.

Revista Instituto Adolfo Lutz, v. 66, n. 1, p. 232-240, 2007.

APARÍCIO, S. A. et al. Slowly digestible cookies prepared from resistant starch-rich

lintnerized banana starch. Journal of Food Composition and Analysis, [S. l.], n. 20, 175–

181, 2007.

ARAÚJO, C. R. R. Composição química, potencial oxidante e hipolipidêmico da farinha

da casca de Myrciaria couliflora (jabuticaba). Diamantina, 2011. 119 f. Dissertação

(Mestrado em Química Orgânica) - Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e

Mucuri. Diamantina – Minas Gerais, 2011.

ARAMWIT, P.; BANG, N.; SRICHANA, T. The properties and stability of anthocyanins in

mulberry fruits. Food Research International, v. 43, p. 1093-1097, 2010.

ARUOMA, et al. Functional benefits of ergothioneine and fruit- and vegetable-derived

nutraceuticals: Overview of the supplemental issue contents. Preventive Medicine, v. 54,

Suppl. 1, p. S4–S8, 2012.

ASSOCIATIONS OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). In: Official Methods of

Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16 ed. Washington: AOAC,

1141 p, 1995.

ASSOCIATIONS OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). In: Official Methods of

Analysis of the Association of Official Analytical Chemists. 16 ed. Washington: AOAC,

1997.

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS (AOAC). Official methods of

analysis of the Association of the Official Analytical Chemists. 18th

ed. Gaithersburg, 1141

p. 2005.

AURORE, G.; PARFAIT, B.; FAHRASSMANE, L. Bananas, raw materials for making

processed food products. Trends in Food Science & Technology, [S. l.], n. 20(2), 78–91,

2009.

BARTNIKOWSKY, S. et al. Desenvolvimento e caracterização de iogurte concentrado

simbiótico de jabuticaba com farinha de casca de jabuticaba (Myrciaria cauliflora). In:

Page 105: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

105

XXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS,

2014, 25 a 29 de set. Aracajú – Sergipe, 2014.

BARREIRA, J. C. M. Caracterização biológica, química e nutricional de castanea sativa

miller e prunus dulcis (miller) D.A. Webb. Porto, 2010. 225 f. Tese (Doutotado em

Ciências Farmacêuticas, Nutrição e Química dos Alimentos) - Faculdade de Farmácia –

Universidade do Porto, Portugal, 2010.

BARROSO, M. F. et al. Flavored waters: influence of ingredients on antioxidant capacity and

terpenoid profile by HS-SPME/GC-MS. Journal of Agricultural and Food Chemistry. 59:

5062-5072. 2011.

BASTIANI, M. I. D. Iogurte adicionado de concentrado protéico de soro de leite e

farinha de linhaça: Desenvolvimento, qualidade nutricional e sensorial. Viçosa, 2009.

115 f. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de

Viçosa. Viçosa - Minas Gerais, 2009.

BAYARRI, S. et al. Impact of sensory differences on consumer acceptability of yoghurt and

yoghurt-like products. International Dairy Journal, v. 21, p. 111-118, 2011.

BEHRENS, J. H.; ROIG, S. M.; SILVA, M. A. P. Aspectos de funcionalidade, de rotulagem

e de aceitação de extrato hidrossolúvel de soja fermentado e culturas lácteas

probióticas. Boletim da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 34,

n. 2, p. 99-106, 2000.

BEZERRA, K. C. Caracterização físico-química, reológica e sensorial de iogurte obtido

pela mistura dos leites bubalino e caprino. Natal, 2010. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Química) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Rio Grande do Norte,

2010.

BEZERRA, C. V. et al. Green banana (Musa cavendishii) flour obtained in spouted bed -

Effect of drying on physico-chemical, functional and morphological characteristics of the

starch. Industrial Crops and Products, [S. l.], n. 41, 241-249, 2013.

BIANCHI, M. Benefícios da biomassa de banana verde na diminuição do risco de

sobrepeso e/ou obesidade e suas comorbidades. São Paulo, 2010. Dissertação (Mestrado em

Biociências e Nutrição) - Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2010.

BIN, R. S. et al. The use of principle component and cluster analyses to differentiate banana

pulp fours based on starch an dietary fiber components. International Journal of Food

Science and Nutrition, [S. l.], n.60, 317-325, 2009.

BORGES, M. T. M. R. Potencial vitamínico da banana verde e produtos derivados. São

Paulo, 2003. Tese (Doutorado em Ciência de Alimentos) - Universidade Estadual de

Campinas. Campinas - São Paulo, 2003.

BORGES, A. M. Caracetrização e estabilidade de pré-misturas para bolos à base de

farinha de banana verde. Lavras, 2007. 201f. Dissertação (Mestrado) - Universidade

Federal de Lavras. Lavras – Minas Gerais, 2007.

Page 106: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

106

BORGES, A. M.; PEREIRA, J.; LUCENA, E. M. P. Caracterização da farinha de banana

verde. Ciências e tecnologia de alimentos. 2009; v.29 (2):333-9. 2009.

BORGES, G.; MULLEN, W.; CROZIER, A. (2010). Comparison of the polyphenolic

composition and antioxidant activity of European commercial fruit juices. Food e Function.

1: 73-83. 2010.

BORGES, B. et al. Desenvolvimento de bebida tipo “smoothie” simbiótica. In: 5º

CONGRESSO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, CIIC, 2011.

Campinas – São Paulo, 9 a 11 de agosto, 2011.

BRANT, P. et al. Daily polyphenol intake in France from fruit and vegetables. The Journal

of Nutrition. v.136, n.9, p.2368-2373, 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 398 de

30 de abril de 1999. Resolução n. 18 de 30 de abril de 1999. Aprova o Regulamento Técnico

que Estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades

Funcionais e ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Brasília, 1999.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 27, de

13 de novembro de 2000. Aprova o Regulamento Técnico que estabelece padrões mínimos

de identidade e qualidade de leites fermentados. Brasília, 32p, 2000.

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Regulamento Técnico de Substâncias

Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedades Funcional ou de

Saúde, Resolução RDC n. 2, 7 de janeiro de 2002.

BRASIL. Ministério Da Agricultura, Pecuária E Abastecimento. Secretaria de Defesa

Agropecuária (DISPOA). Instrução Normativa n. 062, de 26 de agosto de 2003. Oficializa os

Métodos Analíticos Oficiais para Análises Microbiológicas para Controle de Produtos de

Origem Animal e Água. Diário Oficial da União, Brasília, 26 de agosto de 2003. Seção 1.

Disponível em:

http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar

&id=2851. Acesso em: 10 de out. de 2015.

BRASIL. Resolução RDC nº 263 de 22 de setembro de 2005. Aprova o

Regulamento Técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e

farelos, constantes do anexo desta Portaria. Diário Oficial União, Brasília, DF, 23 set. 2005.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Instrução

Normativa nº 46, de 23 de outubro de 2007. Adota o Regulamento Técnico de Identidade e

Qualidade de Leites Fermentados, anexo à presente Instrução Normativa. Diário Oficial da

União, Brasília, 24 de outubro de 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Alimentos com

Alegações de Propriedades Funcionais e ou de Saúde, Novos Alimentos/Ingredientes,

Substâncias Bioativas e Probióticos. IX - Lista de alegações de propriedade funcional

Page 107: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

107

aprovadas, 2008. Disponível em:

http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm. Acesso em: 01 jun. de

2015.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Instrução

Normativa nº 62, de 29 de dezembro de 2011. Aprova o Regulamento Técnico de Produção,

Identidade e Qualidade do Leite tipo A, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de

Leite Cru Refrigerado, o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Leite

Pasteurizado e o Regulamento Técnico da Coleta de Leite Cru Refrigerado e seu Transporte a

Granel, em conformidade com os Anexos desta Instrução Normativa. Diário Oficial da União,

Brasília, 30 de dezembro de 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº

54, de 12 de novembro de 2012. Dispõe sobre o Regulamento Técnico sobre Informação

Nutricional Complementar. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 nov. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Alegações de

propriedades funcionais aprovadas. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em:

http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+

Interesse/Alimentos+Com+Alegacoes+de+Propriedades+Funcionais+e+ou+de+Saude/Alegac

oes+de+propriedade+funcional+aprovadas. Acesso em: 21 de set. de 2015.

BRENNAN, C. S. Dietary fiber, glycemic response, and diabetes. Mol. Nutr. Food Res., v.49,

p.560-570, 2005.

BRIZOLA, R.; BAMPI, G. B. Desenvolvimento de barras alimentícias com adição de

farinha de banana verde. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 5, n. 1, p. 63-68, jan./jun.

2014. Disponível em:

http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acbs/article/viewFile/2527/pdf_28 Acesso em: 25 de

mai. de 2014.

BRODY, A. L. et al. Innovative food packaging solutions. Journal of Food Science. 73: 107-

116. 2011.

BROUNS, F. et al. Physiological and metabolic properties of a digestion resistant

maltodextrin, classified as type 3 retrograded resistant starch. Journal of Agricultural Food

Chemistry, v.4, n. 55, p.1574-1581, 2007.

BROWN, L. et al. Cholesterol-lowering effects of dietary fiber: a metaanalysis. American

Journal of Clinical Nutrition, New York, [S.l.], v.30, n.69, p.30-42, 1999.

CAPELA, P.; HAY, T. K. C.; SHAH, N. P. Effect of cryoprotectantes and

microencapsulation on survival of probiotic organisms in yogurt and freeze-dried yoghurt.

Food Research International, v. 39, p. 203–209, 2006.

CAPITANI, C. et al. Caracterização de iogurtes elaborados com probióticos e fibra solúvel.

Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, v. 08. N. 02: p. 1285-1300, 2014.

Page 108: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

108

CARVALHO, P. G. P. de. et al. Hortaliças como alimentos funcionais. Hortic.

Bras. vol.24 no.4 Brasília Oct./Dec. 2006.

CASAROTTI, S. N. Perfil tecnológico e funcional de cepas probióticas em leite

fermentado. São José do Rio Preto, 2013. 174f. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual

Paulista. São José do Rio Preto, – São Paulo, 2013.

CHONG, L. C.; NOOR AZIAH, A. A. A. A. Effects of banana flour and b-glucan on the

nutritional and sensory evaluation of noodles. Food Chemistry, [S.l.], n. 119, 34-40, 2010.

CITADIN, I.; DANNER, M. A.; SASSO, S. A. Z. Jabuticabeiras. Revista Brasileira de

Fruticultura, v. 32, n. 2, 2010.

CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. (2003). Codex standard for fermented milks.

Codex Stan 243-2003. Disponível em: </http://www.codexalimentarius.net/download/

standards/400/ CXS_243e.pdfS> Acesso em: 14 de mai. de 2014.

COLLINS, M. D.; GIBSON, G. R. Probiotics, prebiotics and synbiotics: approaches for

modulating the microbial ecology of the gut. American Journal of Clinical Nutrition, v.69.

p.10525-10575, 1999.

COSTA, G. N. D. S. et al. Desenvolvimento de um iogurte sabor juçaí (Euterpe edulis

Martius): avaliação físico-química e sensorial. Revista Eletrônica TECCEN, Vassouras, v.

5, n. 2, p. 43-58, mai-ago, 2012.

CUNHA, D. C. Avaliação de fitoquímicos e das atividades antioxidante celular e

antiproliferativa do suco de araçá-una (Psidium eugeniafolia) e araçá-morango (Psidium

cattleianum var. Lucidum). Alfenas, 2014. 91 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade

Federal de Alfenas, Alfenas, 2014.

DE SOUZA, C. Aplicação do colostro bovino no desenvolvimento de um iogurte

simbiótico. Medianeira, 2015. 52 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia de

Alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira - Paraná, 2015.

DESSIMONI-PINTO, N. A. V. et al. Jaboticaba peel for jelly preparation: and alternative

technology. 2011, Food Science and Technology (Campinas). Ciência e Tecnologia de

Alimentos. v. 31, nº 4, Campinas, oct. - dez. 2011.

DION, S. et al. Mortadela tipo bologna com reduzido teor de lipídios pela adição de biomassa

de banana verde, pectina, carragena e farinha de linhaça. Revista Ciências Exatas e

Naturais, v.16, n_ 2, jul - dez 2014.

DONKOR, O. N. et al. Effect of acidification on the activity of probiotics in yoghurt during

cols storage. Internacional Dairy Journal, v. 16, p. 1181-1189, 2006.

DONKOR, O. N. et al. Survival and activity of selected probiotic organisms in set-type

yoghurt during cold storage. International Dairy Journal, Edmonton, v. 17, n. 6, p. 657-665,

2007.

Page 109: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

109

DUTCOSKY, S. D. Análise Sensorial de Alimentos. 4. ed., Curitiba: Champagnat, 2013.

531p.

DUZNIEWSKI, D. M.; GONÇALVES, E. S.; COPETTI, M. Análise do perfil de compra e

consumo de iogurtes funcionais nas cidades de Matelândia e Medianeira através do

grupo focal. Medianeira, 2014. 82 f. Trabalho de conclusão de curso (Tecnologia em

Alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira – Paraná, 2014.

EL-DASH, A.; MIRANDA de M. Z. Farinha integral de trigo germinado. Características

Nutricionais e estabilidade ao armazenamento. Cien. Tecnol. Alim., Campinas, v. 22, n. 3, p.

216-223, 2002.

EMBRAFARMA; Lactobacilos; 05/09/13; Disponível em: http://www.embrafarma.com.br;

Acesso em: 02 de mai. de 2015.

EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 2008. Banana. Disponível em

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia40/AG01/Abertura.html. Acesso em: 12 de

mai. de 2015.

ESPINDULA, N. C.; CARDOSO, C. E. Formulação de um Iogurte Suplementado com

Compostos Probióticos, Prebióticos e Polpa de Açaí. Revista TECCEN, v. 3, n. 1, abr. 2010.

ESPÍRITO SANTO, A. P. D. et al. Açai pulp addition improves fatty acid profile and

probiotic viability in yoghurt. International Dairy Journal, v. 20, n. 6, p. 415-422, 2010.

ESPIRITO SANTO, A. P. et al. Fibers from fruit by-products enhance probiotic viability and

fatty acid profile and increase CLA content in yoghurts. International Journal of Food

Microbiology, v. 154, n. 3, p. 135-144, 2012.

EUFRÁSIO, M. R. et al. Efeito de diferentes tipos de fibras sobre frações lipídicas do

sangue e fígado de ratos wistar. Ciênc. agrotec. v.33 n.6. Lavras, nov. - dez. 2009.

FASOLIN, L. H. et al. Biscoitos produzidos com farinha de banana: avaliações química,

física e sensorial. Ciência e Tecnologia de Alimentos, vol. 27 n.3, Campinas, jul.-set. 2007.

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-

20612007000300016&script=sci_arttext Acesso em: 12 de mai. de 2014.

FERNANDES, D. de S. et al. Elaboração de pão de queijo adicionado com farinha de banana

verde: Características físicas e sensoriais. Revista Raízes e Amidos Tropicais, v. 11, nº 1, p.

56-65, 2015.

FERREIRA, A. E. et al. Caracterização e uso da casca de jabuticaba. Alim. Nutr., v. 23, n. 4,

p. 603-607, out./dez. 2012.

FERREIRA, C. L. de L. F. Prebióticos e Probióticos: Atualização e Prospecção. Copyright,

Editora Rúbio Ltda. 2012.

FERREIRA, L. C. Desenvolvimento de iogurtes probióticos e simbióticos sabor cajá

(Spondias mombin L.). Recife, 2012, 93 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia

de Alimentos) - Universidade Federal de Pernambuco. Recife - Pernambuco, 2012.

FERREIRA, D. F. SISVAR 5.0. Sistema de Análises Estatísticas. Lavras: UFLA, 2007.

Page 110: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

110

FINCO, A. M. O. et al. Elaboração de iogurte com adição de farinha de gergelim. Revista

Ciências Agrárias. mai. – agos, 2011.

FIORAVANÇO, J. C. Mercado mundial da banana: Produção, comércio e participação

brasileira. Inform Econ, [S.l.], n. 33(10): 15-27, 2003.

FOODS INGREDIENTS: Prebióticos & Probióticos. Disponível em: http://www.revista-

fi.com ; Acesso em: 07 de fevereiro de 2016.

FREITAS, M. C. J. Amido resistente: propriedades funcionais. Nutrição Brasil, v. 1, n. 1, p.

40-48, 2002.

FREITAS, M. C. J.; TAVARES, D. de Q. Caracterização do grânulo de amido de bananas

(Musa AAA-Nanicão e Musa AAB-Terra). Rev. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, v.25 n.2 Campinas abr./jun. 2005.

FUCHS, R. H. B. et al. Utilização de Lactobacillus casei e cultura iniciadora na obtenção

de iogurte suplementado com inulina e oligogrutose. Curitiba, v. 24, n. 1, p. 83-98,

jan./jun. 2006

FUENTES-ZARAGOZA, E. et al. Resistant starch as functional ingredient: a review. Food

Research International, v. 43, n. 4, p. 931-942, 2010.

GALLAND, L. Functional Foods: Health Effects and Clinical Applications Encyclopedia of

Human Nutrition, 3 ed, p. 366-371, 2013.

GALLINAA, D. A. et al. Caracterização de Leites Fermentados Com e Sem Adição de

Probióticos e Prebióticos e Avaliação da Viabilidade de Bactérias Láticas e Probióticas

Durante a Vida-de-Prateleira. UNOPAR Cient Ciênc Biol Saúde 2011;13(4):239-44. 2011.

GARCIA-ALONSO, F. J. et al. Changes in antioxidant compounds during the shelf life of

commercial tomato juices in different packaging materials. Journal of Agricultural and Food

Chemistry. 57: 6815-6822. 2009.

GARCÍA-CAYUELA. Selective fermentation of potential prebiotic lactose-derived

oligosaccharides by probiotic bacteria. International Dairy Journal, v. 38, n. 1, p. 11-15,

2014.

GIACOBBO, L. F. Elaboração e caracterização de biscoito tipo cookies com farinha

mista de trigo, de soja e de banana verde. Erechim, 2013. 97 f. Dissertação (Mestrado em

Engenharia de Alimentos) - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e Missões.

Erechim - Rio Grande do Sul, 2013.

GIBSON, G. R. Fibre and effects on probiotics (the probiotic concept). Clinical Nutrition

Supplements, v.1. p. 25-31, 2004.

GIESE, S. et al. Caracterização físico-quimica e sensorial de iogurtes comercializados na

região oeste do Paraná. Revista Varia Scientia Agrárias, v. 01, n. 01, p. 121-129, 2010.

Page 111: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

111

GIUNTINI, E. B.; LAJOLO, F. M.; MENEZES, E. W. de. Potencial de fibra alimentar em

países ibero-americanos: alimentos, produtos e resíduos. ALAN v.53 n.1 Caracas mar. 2003.

GOMEZ-PINILLA, F.; NGUYEN, T. T. J. Natural mood foods: The actions of polyphenols

against psychiatric and cognitive disorders. Nutritional Neuroscience. 15: 127-133. 2012.

GONÇALVES, L. T.; SOUZA, V. R. S. de. Avaliação sensorial de fermentados alcoólicos de

jabuticaba produzidos na cidade de Varre-Sai, Rio de Janeiro. VÉRTICES, Campos dos

Goytacazes/RJ, v.16, n.1, p. 101-115, jan./abr. 2014.

GONZÁLEZ-MONTELONGO, R.; LOBO, M. G.; GONZÁLEZ, M. Antioxidant activity in

banana peel extracts: Testing extraction conditions and related bioactive compounds, Food

Chemistry, v. 119, p. 1030 - 1039, 2010.

GOPI, D. et al. Novel banana peel pectin mediated green route for the synthesis of

hydroxyapatite nanoparticles and their spectral characterization. Journal homepage:

Spectrochimica Acta Part A: Molecular and Biomolecular Spectroscopy, [S.l.], n. 118, 589–

597, 2013.

GUILLEMARD, E. et al. Consumption of a fermented dairy product containing the probiotic

Lactobacillus casei DN-114 001 reduces the duration of respiratory infections in the elderly in

a randomised controlled trial. British journal of nutrition, v. 103, n. 01, p. 58-68, 2010.

GÜLER, Z.; PARK, Y. Characteristics of physico-chemical properties, volatile compounds

and free fatty acid profiles of commercial set-type Turkish yogurts. Open Journal of Animal

Sciences, v. 1, n. 1, p. 1-9, 2011.

HASLINDA, W. H. et al. Chemical composition and physicochemical properties of green

banana. International Journal of Food Science and Nutrition, [S.l.], n. 60, 232-239, 2009.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ – IAL. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 4. ed.

São Paulo: IAL, 2005.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Técnicas do Instituto Adolfo Lutz: métodos

químicos e físicos para análise de alimentos. 4 ed. São Paulo, 2008, v.1, 1020p. 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Levantamento

Sistêmico da Produção Agrícola. Produção anual de banana verde. 2011 Disponível em:

www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_201101.pdf Acessado:

17 de mai. de 2013.

IZIDORO, D. R. Influência da banana (Musa cavendishii) verde no comportamento

reológico, sensorial e físico-químico de emulsão. Curitiba, 2007. Dissertação (Mestrado) -

Universidade Federal do Paraná. Curitiba - Paraná, 2007.

IZIDORO, D. R. et al. Granules morphology and rheological behaviour of green banana

(Musa cavendishii) and corn (Zea mays) starch gels. Ciência e agrotecnologia, v. 31, n. 5; p.

1443-1448, 2008.

Page 112: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

112

IZIDORO, D. R. et al. Influence of green banana pulp on the rheological behaviour and

chemical characteristics of emulsions (mayonnaises). Swiss Society of Food Science and

Technology, [S. l.], n. 41, 1018–1028, 2008.

IZIDORO, D. R. Influencia do pré-tratamento com ultra-som e da secagem nas

propriedades químicas, físicas e funcionais do amido da banana verde. Curitiba, 2011.

201f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Paraná.

Curitiba – Paraná, 2011.

JENKINS, D. J. A.; WOLEVER, T. M.; JENKINS, A. L. Starchy food and glycemic index.

Diabetes Care 11. 149-159, 1988.

JUAREZ, G. A. et al. Composition, digestibility and application in bread making of banana

flour. Plant Foods for Human Nutrition, [S.l.], n. 61, 131–137, 2006.

JUAREZ-GARCIA, E. et al. Composition, digestibility and aplication in breadmaking of

banana flour. Plant Food Human Nutr., v. 61, p. 131-137, 2006.

KEENAN, D. F. et al. Effect of sonication on the bioactive, quality and rheological

characteristics of fruit smoothies. International Journal of Food Science and Technology.

47: 827-836. 2012.

KOLIDA, S.; GIBSON, G. R. Synbiotics in health anda disease. Annual Review of Food

Science and Technology, v,2 p. 373-393, 2011.

LAGE, F. F. et al. Jabuticaba [Pliniajaboticaba (Vell.) Berg] skins decrease lipid peroxidation:

Hepatoprotective and antihyperlipidemic effects. African Journal of Biotechnology, Nigeria,

v. 13, n.11, p. 1295-1302, 2014.

LAZARINI, C. Estabilização de iogurtes e bebidas lácteas fermentadas. Revista Indústria de

Laticínios, ano XIV. N. 79 mar./abr. 2009.

LEITE, S. T. Iogurte simbiótico de açaí (Euterp adulis Mart.): caracterização físico-

química e viabilidade de bactérias lácticas e probióticas. Alegre, 2015. Dissertação

(Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Espírito Santo.

Alegre – Espírito Santo, 2015.

LEON, T. M. Elaboração e aceitabilidade de receitas com biomassa da banana verde.

Criciúma, 2010. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Nutrição) - Universidade do

extremo Sul Catarinense. Criciúma – Santa Catarina, 2010.

LEONEL, M.; FREITAS, T. S.; MISCHAN, M. M. Características físicas de amido de

mandioca extrusado. Scientia. Agrícola. Brasil, vol.66, n.4, p. 486-493, 2009.

LIMA, A. J. B. et al. Caracterização química do fruto jabuticaba (Myrciaria cauliflora Berg) e

de suas frações. Archivos Latinoamericanos de Nutrición, v.58, n.4, p.416-421, 2008.

LIU, Q. Understanding Starches and The Role in Food. In: Food Carbohydrates: Chemistry,

Physical Properties, and Aplications. ed. Cui S. CRC Press Taylor; Francis Group. New York.

USA. pg 309-349. 2005.

Page 113: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

113

LOMEU, F. L. R. de O. Bebida láctea funcional tipo “shake” a base de farinha de banana

(Musa ssp.) verde: Desenvolvimento, aceitabilidade e efeito no estado nutricional

antropométrico, metabólico e dietético de mulheres com excesso de peso e adiposidade

abdominal. Alfenas,2015, 127 f. Dissertação (Mestrado em Biociências Aplicadas à Saúde) -

Universidade Federal de Alfenas. Alfenas, Minas Gerais, 2015.

LOPES, D. C. F. Desenvolvimento de Bebida Láctea Adicionada de Ácido Linoléico

Conjugado e Ensaio Clínico em Mulheres Obesas. Belo Horizonte, 2010. Dissertação

(Mestrado) - Faculdade de Farmácia da UFMG. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2010

LUCATTO, J. Produção e caracterização de iogurte simbiótico sabor banana, obtido a

partir de leite de vaca e de cabra, cultura probiótica e polpa de banana verde. Medianeira, 2013. 109 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Alimentos) -Universidade

Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, Paraná, 2013.

MAGALHÃES, L. M.; SEGUNDO, M. A.; LIMA, J. L. C. (2008). Methodological aspects

about in vitro evaluation of antioxidant properties. Analytica Chimica Acta. 613: 1-19. 2008.

MALARKANNAN, S. P.; PANDIYAN, C.; GEEWARGHESE, P. I. Certain

physicochemical attributes of filled Yoghurt incorporated with coconut water. Journal of

Veterinary and Animal Sciences, v. 8, n. 1, p. 36-41, 2012.

MARQUETTI, C. Desenvolvimento e obtenção de farinha de casca de jabuticaba (Plinia

cauliflora) para adição em biscoito tipo cookie. Londrina, 2014. 116 f. Dissertação

(Mestrado em Tecnologia de Alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Londrina, Paraná, 2014.

MARTINEZ, M. O. et al. In the ingredient to the increase of carbohydrates indigestible paste.

Food Chemistry, [S.l.], n. 113, 121–126, 2009.

MARTINS, A. N.; FURLANETO, F. P. B. Bananicultura: Pesquisas voltadas para a

agricultura familiar. Revista Tecnologia & Inovação Agropecuária. p. 77-86, 2008.

MATTOS, L. L. de; MARTINS, I. S. Consumo de fibras alimentares em população adulta.

Revista de Saúde Pública, São Paulo, v.34, n.1, p.50-55, fev. 2000.

MAURO, A. K.; SILVA, V. L. M. da; FREITAS, M. C. J. Caracterização física, química e

sensorial de cookies confeccionados com Farinha de Talo de Couve (FTC) e Farinha de Talo

de Espinafre (FTE) ricas em fibra alimentar. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 30(3): 719-

728, jul.-set. 2010.

MAZLOOMI, S. M. et al. Effect of adding inul on microbial and physicochemical properties

of low fat probiotic yoghurt. Iranian Journal of Veterinary Research, Shiraz, v. 12, n. 2, p.

93-98, 2011.

MEDA, A. et al. Determination of the total phenolic, flavonoid and prolene contentes in

Burkin Fasan honey, as well as their radical scavenging acitivity. Food Chemistry 2005,

91(3), 571-577.

Page 114: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

114

MELO, E. A. M. et al. Capacidade antioxidante de frutas. Revista Brasileira de Ciências

Farmacêuticas, v. 44, n.2, 2008.

MELO, G. R. C.; TEIXEIRA, A. P.; ZANDONADI, R. P. Aceitação e percepção dos

estudantes de gastronomia e nutrição em relação aos alimentos funcionais. Alim. Nutr.,

Araraquara, v. 21, n. 3, p. 367-372, jul./set. 2010.

MELO, A. C. P. A. de. Desenvolvimento, avaliação físico-química e sensorial de

bananada com propriedades funcionais. Belo Horizonte, 2012. 96 f. Dissertação (Mestrado

em Ciência de Alimentos) - Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas

Gerais, 2012.

MILLS, S. et al. Milk intelligence: Mining milk for bioactive substances associated with

human health. Int. Dairy J., v 21, p. 377- 401, 2011.

MINIM, V. P. R. Análise sensorial: estudos com consumidores. Viçosa: Editora UFV,

2010.

MONDENENCE, D. Amido Resistente, artigo de revisão, 2011.

MONTES, C. et al. of tristimulus colorimetry to optimeze the extratction of anthocyanins

from Jaboticaba (Myricia Jaboticaba Berg). Food Research International, v. 38, p. 983-988,

2005.

MOROTI, C. et al. Potencial da Utilização de Alimentos Probióticos, Prebióticos e

Simbióticos na Redução de Colesterol Sanguíneo e Glicemia. UNOPAR Científica Ciências

Biológicas e da Saúde, v. 11, n. 4, 2014.

MOURA, S. M. et al. Determinação de antocianinas, polifenóis e antioxidantes totais do

extrato aquoso de jabuticaba. CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA

DOMÉSTICA, XX. De 14 a 19 de set. de 2009.

NAJGEBAUER-LEJKO, D. et al. The impact of tea supplementation on microflora, pH and

antioxidant capacity of yoghurt. Journal International Dairy Journal, v. 21, p. 568 – 574,

2011.

NOBHAKTI, A. R. et al. Influence of lactulose and hi-maize addition on viability of

probiotic microorganisms in freshly made symbiotic fermented milk drink. Milchwissenschaf. v. 64 (2) p. 191-193, 2009.

NUGENT, A. Health Properties of Resistente Starch. Nutrition Bulletin. V. 30, Issue 1 [on-

line], British Nutrition Foundation. London. UK., pp. 27-54. 2005. Disponível em:

http://www3.interscience.wily.com/cgi-bin/fulltex/118671231/PSFSTART, Acesso em: 21 de

set. de 2015.

OLIVEIRA, M. N. et al. Aspectos tecnológicos de alimentos funcionais contendo probióticos.

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, v. 38, n. 1, p. 1-21, 2002.

OLIVEIRA, H. S. Comportamento de cultivares de banana (Musa spp) resistentes a

doença no processo de micropropagação. Belém, 2010. 79 f Dissertação (Mestrado em

Agronomia) - Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, Pará, 2010.

Page 115: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

115

OLIVEIRA, D. M.; BASTOS, D. H. M. Biodisponibilidade de ácidos fenólicos. Química

Nova, v. 34, n. 6, p. 1051-1056. 2011.

OLIVEIRA, R. P. S. et al. Effect of inulin as prebiotic and synbiotic interactions between

probiotics to improve fermented milk firmness. Journal of Food Engineering, v. 107, n. 1, p.

36–40. 2011.

OLIVEIRA, R. P. S. et al. Growth and survival of mixed probiotics in nonfat fermented milk:

the effect of inulin. Chemical Engineering Transactions, Italy, v. 24, p. 457-462, 2011.

OLIVEIRA, A. de.; CURTA, C. C. Cookie isento de glúten obtido com biomassa e farinha

de banana (Musa paradisíaca) verde. Francisco Beltrão, 2014. 44f. Trabalho de Conclusão

de Curso (Graduação de Tecnologia em Alimentos) - Universidade Tecnológica Federal do

Paraná. Francisco Beltrão, Paraná, 2014.

OLIVEIRA, E. M. de. Sistema de visão computacional para avaliação física de cafés

(Coffea arabica L.) de diferentes colorações. Lavras, 2015, 104 f. Dissertação (Mestrado em

Ciência dos Alimentos) - Universidade Federal de Lavras. Lavras, Minas Gerais, 2015.

ORMENESE, R. C. C. Obtenção de farinha de banana verde por diferentes processos de

secagem e aplicação de produtos alimentícios. Campinas, 2010. 182 f. Dissertação

(Doutorado em Tecnologia em Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas. Campinas,

São Paulo, 2010.

OVANDO-MARTINEZ, M. et al. Unripe banana flour as an ingredient to increase the

indigestible carbohydrates of pasta. Food Chemistry, v.113, p.121-126, 2009.

PAQUIN, P. Functional and speciality beverage technology. Boca Raton: CRC Press LLC,

2009.

PEREIRA, D. B. C. et al. Físico-químico do leite e derivados: métodos analíticos. 2.ed.

Juiz de Fora: Templo, 2001. 234 p. 2001.

PEREIRA, M. A. G. Efeito do teor de lactose e do tipo de cultura na acidificação e pós-

acidificação de iogurtes. Campinas, 2002. 86 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de

Alimentos) - Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo, 2002.

PEREIRA, K. D. Amido resistente, a última geração no controle de energia e digestão

saudável. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 27 (supl), p. 88-92, 2007.

PEREIRA, G. P. Compostos bioativos e atividade antioxidante em bananas (Musa sp.).

Araraquara, 2012. 63 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição) -Faculdade de

Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista. Araraquara, São Paulo, 2012.

PEREIRA, V. G. da C. et al. Elaboração e caracterização sensorial de frozen yogurt à base de

farinha de banana verde. In: SIMPÓSIO DE SEGURANÇA ALIMENTAR

ALIMENTAÇÃO E SAÚDE. 5., Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul 26 a 29 de maio de

2015.

Page 116: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

116

PERRON, N. R.; BRUMAGHIM, J. L. A review of the antioxidant mechanisms of

polyphenol compounds related to iron binding. Cell Biochemistry and Biophysics. 53: 75-

100. 2009.

PERUCHA, V. R. Propriedades funcionais da banana verde. Nutrição, Saúde e Performance.

Anuário de alimentos funcionais, edição n.26, São Paulo, 2005.

PIETTA, P. G. Flavonoids as antioxidants. J Nat Prod. V. 63, n. 7, p. 1035-1042. 2000.

PIMENTEL, T. C.; GARCIA, S.; PRUDENCIO, S. H. Iogurte probiótico com frutano tipo

inulina de diferentes graus de polimerização: características físico-químicas e microbiológicas

e estabilidade ao armazenamento. SEMINÁRIO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS. Londrina, v.

33, n. 3, p. 1059-1070, mai./jun. 2012.

POLESI, L. F. Amido resistente: aplicações e métodos de produção. B CEPPA, v. 29, n. 2, p.

211-222, 2011.

PRUDÊNCIO, E. S. Leites fermentados e suas características. In: ANAIS DA 5ª SEMANA

DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 2005, Florianópolis: Universidade Federal de

Santa Catarina. 2005.

RAMCHANDRAN, L.; SHAH, N. P. Characterization of functional, biochemical and textural

properties of synbiotic low fat yogurts during refrigerated storage. 88 LWT - Food Science

and Technology, 43 (5). pp. 819-827. ISSN 0023-6438, 2010.

RANIERI, L. M.; DELANI, T. C. de O. Banana verde (Musa spp): Obtenção da biomassa e

ações fisiológicas do amido resistente. Revista UNINGÁ. Review. v. 20, n.3, pp.43-49. Out

- Dez 2014.

REBELLO, L. P. G. et al. Flour of banana (Musa AAA) peel as a source of antioxidant

phenolic compounds. Food Research International, v. 55, p. 397-403. 2014.

REDDY, C. V. K.; SREERAMULU, D.; RAGHUNATH, M. Antioxidant activity of fresh

and dry fruits commonly consumed in India, Food Research International, v. 43, p. 285 -

288, 2010.

RENZANO, B. G. C. et al. Hambúrguer de banana: alimento saudável e rentável [iniciação

científica]. Itapetininga: FATEC Itapetininga, 2008.

REYNERTSON, K. A. et al. Quantitative analysis of antiradical phenolic constituents from

fourteen edible Myrtaceae fruits. Food Chemistry, v.109, p.883-890, 2008.

RIBEIRO, C. M. et al. Potencial probiótico e tecnológico das bactérias do ácido lático no

desenvolvimento de embutido cárneos fermentado. Rubio. Rio de janeiro, 2012.

ROCHA, W. S. et al. Compostos fenólicos totais e taninos condensados em frutas nativas do

cerrado. Revista Brasileira de Fruticultura, v.33, n.4, p.1215-1221, 2011.

Page 117: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

117

ROCHA, J. de C. G. Adição dos corantes naturais antocianinas e luteína em bebidas

formuladas com proteínas de soro de leite. Viçosa, 2013, 111 f. Dissertação (Mestrado em

Agroquímica) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, Minas Gerais, 2013.

RUFINO, M. S. M. et al. Bioactive compounds and antioxidant capacities of 18 non-

traditional tropical fruits from Brazil. Food Chemistry, vol. 121, p. 996-1002, 2010.

SAAD, S. M. I. Probióticos e prebióticos: o estado da arte. Revista Brasileira de Ciências

Farmacêuticas, v. 42, n.1, p. 1–16, 2006.

SAAD, S. M. I.; CRUZ, A. G.; FARIA, J. A. F. Probióticos e prebióticos em alimentos

fundamentos e aplicações tecnológicas. 1ª ed. São Paulo: Editora Varella, 2011.

SAITO, T. Efeito da adição de extrato de casca de jabuticaba nas características físico-

químicas e sensoriais de queijo petit suisse. Alegre, 2014, 99 f. Dissertação (Mestrado em

Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal do Espírito Santo. Alegre,

Espírito Santo, 2014.

SANGUINETTI, M. G. Análise da composição físico-química e sensorial de bolos

elaborados com farinha de arroz e de banana verde. Porto Alegre, 2014, 43 f. Trabalho de

Conclusão de Curso (Graduação em Nutrição) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2014.

SANTOS, D. T.; VEGGI, P. C.; MEIRELES, M. A. A. Extratition of antioxidant compounds

from Jabuticaba (Myrciaria cauliflora) skins: yield, composition and economical evaluation.

Journal of Food Engineering, vol 101, n. 1, p. 23-31, 2010.

SANTOS, J. C. et al. Processamento e avaliação da estabilidade da farinha de banana verde.

Red de Revistas Científicas de América Latina. Exacta, v. 8, n. 2, p, 219 – 224, 2010.

SANTOS, J. F. Avaliação das propriedades nutricionais de barras de cereais elaboradas

com farinha de banana verde. São Paulo, 2010. Dissertação (Mestrado) - Universidade de

São Paulo, São Paulo, 2010.

SANTOS, D. T. et al. Stabilization of anthocyanin extract from jabuticaba skins by

encapsulation using supercritical CO2 as solvent. Food Research International, v.50, n.2, p.

617-624, 2011.

SANTOS, D. T.; MEIRELES, M. A. A. Jabuticaba as a source of functional pigments.

Pharmacognosy Reviews, v. 3, n. 5, p. 127-132, 2014.

SASSO, S. A. Z.; CITADIN, I.; DANNER, M. A. Propagação de Jabuticabeira por enxertia e

alporquia. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 32, n. 2, p. 571-576, 2010.

SATO, A. C. K.; CUNHA, R. L. Effect of particle size on rheological properties of jaboticaba

pulp. Journal of Food Engineering, v. 91, p. 566-570, 2009.

SILVA, S. V. Desenvolvimento de iogurte probiótico com prebiótico. Porto Alegre, 2007.

107 f. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia dos Alimentos) - Universidade Federal

de Santa Maria. Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2007.

Page 118: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

118

SILVA, P. H. A. et al. Avaliação da composição química de fermentados alcoólicos de

jabuticaba (Myrciaria jabuticaba). Quim. Nova. v. 31, n. 3, p. 595-600., 2008.

SILVA, A. R. A.; ARAÚJO, D. G. Suco Tropical com polpa de banana (Musa spp) verde.

Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial: Paraná, v. 3, n 2, p. 47-55, 2009.

SILVA, N.; JUNQUEIRA, V.C.A.; SILVEIRA, N.F.A.; TANIWAKI, M.H.; SANTOS,

R.F.S.; GOMES, R.A.R. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos e

água. São Paulo: Livraria Varela, 4 ed. 632 p. 2010.

SILVA, G. J. F. et al. Formulação e estabilidade de corantes de antocianinas extraídas das

cascas de jabuticaba (Myrciaria ssp.). Revista Alimentos e Nutrição Araraquara, v.21, n.3,

p.429-436, set. 2010.

SILVA, G. J. F. et al. . Formulação e estabilidade de corantes de antocianinas extraídas das

cascas de jabuticaba (Myrciaria ssp.). Alimentos e Nutrição, v. 21, p. 429-436, 2012.

SILVA, N. et al. Microbiological examination methods of food and water: A laboratory

manual. C. 14, London: CRC Press, 2013.

SILVA, R.; VIEIRA, A. Determinação dos parâmetros cinéticos de crescimento de

Bacillus coagulans em condições isotérmicas. Ariquemes, 2014. 59 f. Monografia

(Especialização em Engenharia de Alimentos) - Universidade Federal de Rondônia.

Ariquemes, Rondônia, 2014.

SILVA, A. dos A.; JÚNIOR, L. B.; BARBOSA, M. I. M. J. Farinha de banana verde como

ingrediente funcional em produtos alimentícios. Ciência Rural, Santa Maria, v.45, n.12,

p.2252-2258, dez, 2015.

SPENCER, J. P. (2008). Flavonoids: modulators of brain function? British Journal of

Nutrition. 99: ES60-ES77. 2008.

SWEEDMAN, M. C. et al. Structure and physicochemical properties of octenyl succinic

anhydride modified starchs: A review. Carbohydrate Polymers, v. 92, p. 905-920, 2013.

TAMINE, A. Y.; ROBINSON, R. K. Yogur: ciencia y tecnologia. Zaragoza: 1991. 368p.

1991.

TEIXEIRA, L. N.; STRINGHETA, P. C.; OLIVEIRA, F. A. Comparação de métodos para

quantificação de antocianinas, Revista Ceres. v. 55, n. 4, p. 297-304, 2008.

TEIXEIRA, N. de C. Desenvolvimento, caracterização físico-química e avaliação

sensorial de suco de jabuticaba (Myrciaria jaboticaba (Vell) Berg). Belo Horizonte, 2011,

137 f. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) - Universidade Federal de Minas

Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2011.

THAMER, K. G.; PENNA, A. L. B. Caracterização de bebidas lácteas funcionais fermentadas

por probióticos e acrescidas de prebiótico. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas,

ano 26, n. 3, p. 589-595, jul.-set., 2006.

Page 119: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

119

THARMARAJ, N.; SHAH, N. P. Selective, Lactobacillus acidophilus, Bifidocacteria,

Lactobacillus casei, Lactobacillus rhamnosus, an Propionibacteria. Journal of Dairy

Science, v. 86, p. 2288-2296, 2003.

THOMPSON, D. B. Strategies for the manufacture of resistant starch. Trends in Food

Science & Technology, v. 11, p. 245-253, 2009.

TOLEDO, N. M. V. Aproveitamento de subprodutos da industrialização do maracujá

para elaboração de iogurte. Piracicaba, 2013. 129 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura)

- Universidade de São Paulo. Piracicaba, São Paulo, 2013.

TOPPING, D. L.; CLIFTON, P. M. Short-chain fatty acids and human colonic function: roles

of resistant starch and nonstarch polysaccharides. Physiological Reviews, v. 81, n. 3, p. 1031-

1064, 2001.

TRENTO, F. K. H. S. et al. Contagem de bactérias lácticas e probióticas em diferentes

formulações de leites fermentados contendo ou não probióticos, após o processo e durante a

estocagem. In: 26º CONGRESSO NACIONAL DE LATICÍNIOS, 2009.

TRONCO, V. M. Manual para inspeção da qualidade do leite. 3. ed. Santa Maria: Ed.

UFSM, 2008. 203p. 2008.

UCHOA, A. M. A. et al. Parâmetros Físico-Químicos, Teor de Fibra Bruta e Alimentar de

Pós Alimentícios Obtidos de Resíduos de Frutas Tropicais. Rev. Segurança Alimentar e

Nutricional, Campinas, 15(2): 58-65, 2008.

VARELLA. Química Orgânica, 2003. São Paulo. Edição 12, p. 20-48, 2003.

VARIZA, G. M. et al. Avaliação sensorial de iogurte probiótico adicionado de polpa de

banana verde. Anais: In: III ENCONTRO PARANAENSE DE ENGENHARIA DE

ALIMENTOS, Guarapuava, 2011.

VASCO, C.; RUALES, J.; KAMAL-ELDIN, A. Total phenolic compounds and antioxidante

capacities of major fruits from Ecuador. Food Chemistry, v. 111, p. 816-823, 2008.

VASCONCELOS, C. M. Caracterização físico-química e sensorial de iogurte “light” com

farinha de yacon (Smallanthus sonchifolius). Viçosa, 2010, 56 f. Dissertação (Mestrado em

Ciência e Tecnologia de Alimentos) - Universidade Federal de Viçosa. Viçosa, Minas Gerais,

2010.

VELEZ-RUIZ, J.; HERNANDEZ-CARRANZA, P.; SOSA-MORALES, M. Physicochemical

and flow properties of low-fat yogurt fortified with calcium and fiber. Journal of Food

Processing and Preservation, 2012.

VERBEYST, L. et al. Kinetic study on the thermal and pressure degradation of anthocyanins

in strawberries. Food Chemistry, v.123, p.269-274, 2010.

VIDAL, A. M. et al. A ingestão de alimentos funcionais e sua contribuição para a diminuição

da incidência de doenças. Caderno de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde - UNIT,

v. 1, n. 1, p. 43-52, 2012.

Page 120: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

120

VIEIRA, L. M. et al. Fenólicos totais e capacidade antioxidante in vitro de polpas de frutos

tropicais. Revista Brasileira de Fruticultura, v.33, n.3, p.888-897, 2011.

VIEIRA, T. A. Desenvolvimento de sobremessa láctea simbiótica. São Caetano do Sul,

2011, 90 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Alimentos) - Centro Universitário do

Instituto de Mauá. São Caetano do Sul, São Paulo, 2011.

VOLP, A. C. P. et al. Flavonóides anthocyanins: características e propriedades na nutrição e

saúde. Revista Brasileira de Nutrição. V. 23, n. 2, p. 141-149, 2008.

VON LOESECKE, H. W. Bananas, 2ª Edição. New York: Interscience Publishers. p.52-66,

1950.

VONDRUSKOVA, H. et al. Alternatives to antibiotic growth promoters in prevention of

diarrhoea in weaned piglets: a review. Veterinarni Medicina, v. 55, n. 5, p. 199-224, 2010.

WACLAWOVSKY, A. J. et al. Sugarcane for bioenergy production: an assessment of yield

and regulation of sucrose content. Plant Biotechnol J. vol 8(3):263-76. 2011.

WANG, Y. et al. Influence of green banana flour substitution for cassava starch on the

nutrition color, texture and sensory quality in two types of snacks. LWT-Food Science and

Technology, v.47, p.175-182, 2012.

YANG, J. et al. Total phenolics, ascorbic acid, and antioxidant capacity of noni (Morinda

citrifolia L.) juice and powder as affected by illumination during storage. Food Chemistry,

122: 627-632. 2010.

ZANDONADI, R. P. Massa de banana verde: Uma alternativa para exclusão do glúten.

Brasília, 2009. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Universidade de Brasília. Brasília,

2009.

ZANDONADI, R. P. et al. Green banana pasta: an alternative for gluten-free diets. Journal of

the academy of nutrition and dietetics, v.112, n.7, p.1068-1072, 2012.

Disponívelem:<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S221226721200473X>Acess

o em: 05 fev. 2016.

ZERAIK, M. L. et al. Maracujá: um alimento funcional? Revista Brasileira de

Farmacognosia, v. 20, n. 3, p. 459-471, 2010.

ZHANG, P.; HAMAKER, B. R. Banana starch structure and digestibility. Carboydrate

Polymers, v. 87, p. 1552-1558, 2012.

ZICKER, M. C. Obtenção e utilização do extrato aquoso de jabuticaba (Myrciaria

Jabuticaba (Vell) Berg) em leite fermentado: Caracterização Físico-química e sensorial.

Belo Horizonte, 2011. Dissertação (Mestrado em Ciência de Alimentos) - Faculdade de

Farmácia da UFMG. Belo Horizonte, MG, 2011.

Page 121: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

121

APÊNDICE A - Termo e Consentimento Livre e Esclarecido

(Adultos acima de 18 anos)

Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa: Desenvolvimento tecnológico de iogurte de jabuticaba

adicionado de banana (Musa spp.) verde.

O motivo que resultou na realização desse trabalho é o desenvolvimento e avaliação sensorial de iogurtes. Podendo estes apresentar

como alternativa saudável em dietas voltadas à manutenção da saúde.

É muito improvável qualquer desconforto ou risco para você que irá participar da pesquisa, sendo que os produtos alimentícios

utilizados não oferecem riscos à saúde e são devidamente controlados por órgãos de inspeção.

Você será esclarecido (a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar.

Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua

participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade.

Os pesquisadores irão tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. A participação no estudo não acarretará custos

para você e não será disponível nenhuma compensação financeira adicional.

Eu,................................................................................., RG, ....................................... declaro que li as informações contidas nesse

documento, fui devidamente informado (a) pela pesquisadora Cristina Dias de Mendonça, dos procedimentos que serão utilizados, riscos e

desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes e confidencialidade da pesquisa. Concordo em participar da pesquisa. Foi me

garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a qualquer penalidade. Declaro ainda que recebi uma

cópia deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

______________________________________________________________________

Nome Assinatura do Participante Data:

______________________________________________________________________

Nome Assinatura do Pesquisador Data:

O pesquisador estará disponível para quaisquer questionamentos, dúvidas ou esclarecimentos sobre a pesquisa, através do contato:

Cristina Dias de Mendonça, e-mail: [email protected] Tel: (37) 9908-2549 / Instituto Federal de Minas Gerais campus

Bambuí. Fazenda Varginha Km 05, Bambuí - Medeiros - Zona Rural- Bambuí/MG - CEP 38.900.000

Se você tiver dúvidas sobre seus direitos como voluntários, ou queira fazer denúncias e/ou reclamações referentes aos aspectos

éticos da pesquisa, você pode contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Uberaba - UNIUBE, no endereço: Av. Nenê

Sabino, 1801 – CEP 38055-500 – Uberaba/MG.

Page 122: DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DE LEITE CULTIVADO · “O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém.” Dalai Lama “Agradeço

122

APÊNDICE B – Teste de Avaliação Sensorial e Questionário e Intenção de Compra

Nome: __________________________________________________Idade:_____

Sexo: ( ) M ( ) F

Por favor, avalie as amostras e indique o quanto você gostou ou desgostou do produto. Marque a resposta que melhor reflita seu

julgamento.

9 - Gostei extremamente (Adorei)

8 - Gostei muito

7 - Gostei moderadamente

6 - Gostei ligeiramente

5 - Nem gostei/Nem desgostei

4 - Desgostei ligeiramente

3 - Desgostei moderadamente

2 - Desgostei muito

1 - Desgostei extremamente (Detestei)

Amostra Aparência Cor Sabor Textura Impressão Global

Assinale abaixo sua intenção de compra:

(5) Certamente compraria o produto

(4) Possivelmente compraria o produto

(3) Talvez comprasse / Talvez não comprasse

(2) Possivelmente não compraria o produto

(1) Certamente não compraria o produto

Amostra Intenção de compra