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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL ALOISIO GRUNOW JULIANA ANDRESSA NEGRI BRUNA JAIME FEIDEN ORGANIZADORES

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIALcdn.avantis.edu.br/wp-content/uploads/2019/10/16102030/...um estudo de caso quanto a constituição de uma empresa holding em um grupo empresarial

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRIBRUNA JAIME FEIDENORGANIZADORES

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRIBRUNA JAIME FEIDENORGANIZADORES

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN Aline M. d’Oliveira CRB 14 – 1063

CDD 21ª ed. 658.1511 – Contabilidade financeira.

Grunow, Aloisio.

G891d Design da contabilidade gerencial. Aloisio Grunow; Juliana Andressa Negri (orgs.). Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2019.

395 p. il. Inclui Índice ISBN: 978-85-5456-200-7 ISBNe: 978-85-5456-199-4

1. Contabilidade financeira. 2. Gerência financeira - Contabilidade. I. Centro Universitário Avantis - UNIAVAN. II. Título.

ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRI

BRUNA JAIME FEIDENOrganizadores

AUTORESAndré Matheus Petry

Adriana da SilvaAlessandra Menezes

Aloísio Grunow Anderson Rui dos Anjos

Bruna TeixeiraDante Guilherme Santos Panzeri da Cruz

Débora Alexandre dos SantosDinalva de Souza

Djhony de Souza CorreiaEdemir Manoel dos Santos

Edenise A. dos AnjosEdson Francisco Floriani

Fabio Paradela LoboFelipe Lima BitencourtGabriel Von Fruhauf

João Luiz dos Santos JuniorJonas Patrick Pereira

Juliana Andressa NegriMaiara Moura

Lenize Ribeiro de SouzaPriscila Ely de GodoyPriscila dos Santos

Rafael Gustavo GoemannRoberto Mathias SusinSergio Kloster Pereira

Sigolf UlrichTarcita Cabral Ghizoni de Sousa

Wanderley Pivatto Brum

REVISÃOBruna Jaime Feiden

Fernanda Germani Oliveira Chiaratti

CAPA E PROJETO GRÁFICOAna Lúcia Dal Pizzol

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO........................................................................................................................11

CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O MERCADO LIVRE DE ENERGIA EM REDE SUPERMERCADOS (VALE DO ITAJAÍ)..........................................................................................................................17

Adriana da Silva Prof. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Edemir Manoel dos Santos

ANALISE DE FILIAL DO BANCO HSBC NO ESTADO DE SANTA CATARINA QUANTO AO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE APLICAÇÕES..................35

André Matheus PetryProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Sigolf Ulrich

ANÁLISE DO CUSTO DE TRANSPORTE DE FROTA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA. ESTUDO DE CASO DO GRUPO ABOUT........................................57Débora Alexandre dos Santos Sergio Kloster Pereira Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. Esp. Anderson Rui dos Anjos

A CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS EM SUA PERCEPÇÃO HISTÓRICA.......................................................................................................75

Dinalva de Souza Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Rafael Gustavo Goemann

CONTABILIDADE ESTRATÉGICA APLICADA EM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ..........................................105

Felipe Lima BitencourtProf. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Roberto Mathias Susin

A CONTABILIDADE GERENCIAL E AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS.................................................................................................125

Prof. MSc Juliana Andressa Negri Edenise A. dos AnjosProf. MSc Edson Francisco Floriani

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ABATE DE AVE............................................................................................145

Lenize Ribeiro de SouzaProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Bruna Teixeira

UMA ABORDAGEM DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DO PRODUTO VISCOSE MVS DA CHINA.....................................................................165

Maiara Moura Prof. MSc Aloísio Grunow Prof. MSc Wanderley Pivatto Brum

FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO SERVIÇO CONTÁBIL: UM ESTUDO COM USUÁRIOS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS DA COSTA ESMERALDA..............................................................................................................................185

Jonas Patrick Pereira Prof. MSc Juliana Andressa NegriProf. MSc Anderson Ruy dos Anjos

HOLDING FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS POSSÍVEIS VANTAGENS DE SUCESSÃO EMPRESARIAL DO GRUPO ONIX CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA...............................................................221

Gabriel Von Fruhauf Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Alessandra Menezes

O IMPACTO DOS TRIBUTOS SOBRE O RESULTADO NA COMPRA E VENDA DE AÇÕES NO MERCADO DE CAPITAIS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO SOBRE O REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA.................................................245

Dante Guilherme Santos Panzeri da CruzProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Edemir Manoel dos Santos

ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS: UM ESTUDO NO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ..........................265

Priscila Ely de Godoy Profa MSc Bruna Teixeira Profa. Dra Tarcita Cabral Ghizoni de Sousa

ANÁLISE DO SEGMENTO DE PRODUTO QUE APRESENTA MAIOR MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM UMA ÓTICA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE TIJUCAS - SC............................................................................................................................293

Priscila dos Santos Prof. Esp. João Luiz dos Santos Junior Prof. MSc Roberto Mathias Susin

INDICADORES DE DESEMPENHO DO BALANCED SCORECARD (BSC) COMO SUPORTE AO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO ESTRATÉGICA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA CP COMERCIAL S/A.............................323

Fabio Paradela Lobo Prof. MSc Aloísio Grunow Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos

UM ESTUDO DE CASO EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA BARIZON REPRESENTAÇÃO COMERCIAL LTDA - BALNEÁRIO PICARRAS - SC........................................................................................................................359

Djhony de Souza CorreiaProf. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos

APRESENTAÇÃO

DESING DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A Contabilidade Gerencial ou de Gestão envolve um conjunto de técnicas

e procedimentos contábeis, como a contabilidade financeira, a de custos e a

análise das Demonstrações Contábeis, que, quando combinados, fornecem

informações valiosas para o processo de tomada de decisão nas empresas.

O Desing da Contabilidade Gerencial consiste em uma proposta voltada

quanto a aprendizagem e o crescimento dos acadêmicos e seus respectivos

mestres, junto a evolução de pesquisas e conhecimento agregado ao

processo de conclusão do curso de Ciências Contábeis.

Dentro do contexto empresarial, se apresenta uma divisão da

Contabilidade Gerencial mediante a exposição de artigos de domínio em

práticas voltadas as organizações.

Como não podia deixar de ser, a obra aborda a problemática da

harmonização contabilística, que ganhou impulso a partir de 1973, com a

criação da IASB-International Accounting Standards Board, e segue hoje

numa dinâmica de convergência a nível mundial, descrevendo os aspectos

essenciais em relatos empresariais nos ramos supermercadista, cooperativas

de saúde, instituições financeiras, empreendimentos da construção civil,

agropecuária, aspectos tributários nacionais e internacionais.

A partir daí, aborda as operações em curso do exercício, através do

estudo das classes e operações voltadas ao incremento da contabilidade,

dando especial ênfase a aspetos práticos, indo ao encontro a comunidade

acadêmica, docente e discente, que atribui grande significado a

exemplificação prática dos conceitos teóricos acabados de expor.

No capítulo 1 a pesquisa teve como intuito estudar a Contabilidade

Gerencial no processo de gestão junto ao Mercado Livre de Energia (ACL)

na rede de Supermercados Santa Catarina e como ocorreu à migração

desse insumo para o mercado livre de energia. O estudo demonstrou

aos gestores vantagens sobre o referido recurso em um ambiente onde

o consumidor passa a ter a liberdade de escolher suas próprias fontes

geradoras de energia, e de negociar preços.

No capítulo dois os autores apresentaram estudo que teve como

objetivo principal demonstrar os resultados obtidos em aplicações

financeiras quando relacionadas à diversificação do perfil de investidores

dentro de uma instituição financeira no estado de Santa Catarina. Nesse

estudo de caso foi realizado a análise de carteira em aplicação de banco

múltiplo, onde o trabalho foi estruturado de modo a explicar os princípios

voltados à liquidez, rentabilidade e risco, bem como, a heterogeneidade de

investimentos de que dispomos e que corroborem sobre como investir, sua

forma correta e segura, quais os tipos de investimentos, e de que formato

os valores são aplicados pelo banco, sobre os prós e contras em se investir

finalizando na taxa de retorno.

No capítulo três o enfoque do estudo demonstrou o que deve ser

considerado na escolha entre permanecer com a frota própria de

transportes ou o processo de terceirização em uma rede de Supermercados

de Santa Catarina, uma vez que manter frota própria possibilita

desempenho operacional superior e disponibilidade quanto a capacidade

de transporte e custos menores, contudo a terceirização, apresenta

vantagens quanto a otimização do tempo para os gestores os quais ficariam

voltados às decisões estratégicas da empresa.

Por sua vez no capítulo quatro o estudo buscou analisar as principais

características do perfil da produção científica na área de pesquisa em

Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos, onde realizou-se

um estudo Bibliométrico com 46 artigos brasileiros e 04 publicações

internacionais, totalizando uma amostra de 50 (cinquenta) produções

científicas referentes ao período de 1990 a 2016.

No capítulo cinco os autores estudaram a vantagem competitiva que

está na essência de qualquer estratégia e que para obtê-la, é preciso que a

organização faça uma escolha. Sobre esse tipo de prerrogativa competitiva,

muita das vezes a percepção dos gestores não se encontra sobre pauta,

quando o assunto aborda Cadeia de Valor, Posicionamento de Custos e

seus Direcionadores. Assim, a cooperativa é uma sociedade de natureza

civil, formada por no mínimo 20 pessoas, gerida de forma democrática

e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns. Os próprios

associados, seus líderes e representantes têm total responsabilidade pela

gestão e fiscalização da cooperativa.

Da mesma forma no capítulo seis apresentou-se estudo sobre

correlação através da contabilidade gerencial ambiental a quantidade de

mão-de-obra utilizada na construção civil junto ao volume de projetos

sustentáveis presentes na cidade de Balneário Camboriú, Santa Catarina,

por meio de licenças expedidas pela Prefeitura Municipal.

No capítulo sete o presente artigo proporcionou estudo sobre a

desoneração da folha de pagamento, promulgada pela Lei 12.715/2012, que,

desde então, vem auxiliado no desenvolvimento dos setores beneficiados.

A metodologia aplicada é um estudo de caso, o qual busca analisar e

demonstrar o impacto nos resultados financeiros em uma empresa de

abate de aves do estado do Mato Grosso do Sul.

No capítulo oito o estudou apresentou tópicos sobre concorrência

do mercado econômico brasileiro e o crescente aumento do comércio

internacional chinês, apresentado nos últimos anos, onde as organizações

foram obrigadas a buscarem novas ideias e oportunidades. A importação

de mercadorias tem servido como estratégia para as grandes empresas se

sobressaírem aos seus concorrentes no mercado nacional. Nesse contexto,

o presente trabalho tem por objetivo demonstrar o processo de importação

do fio de viscose MVS da China.

No Capítulo nove os autores identificaram no artigo que a busca

incansável dos escritórios de serviços contábeis é atender as necessidades

especificas de seus clientes e neste contexto, o escritório de Contabilidade

em estudo procura corresponder a essa necessidade de seus tomadores

de serviços, construindo um ambiente que gere informações úteis, e

que possam servir de auxílio na tomada de decisão. O Artigo evidenciou

que para a empresa de serviços contábeis alcançar seus objetivos faz-se

relevante que ela ofereça um serviço de qualidade, com segurança nos

dados entregues, e que possam atender a necessidade do contratante.

No Capítulo DEZ o artigo abordou estudo sobre modalidade

holding que pode ser considerada uma pratica de grandes entidades

em se utilizarem das vantagens tributárias e meios de centralização e

organização sucessória. Assim, o artigo abordou esse aspecto através de

um estudo de caso quanto a constituição de uma empresa holding em um

grupo empresarial do ramo da construção civil de Santa Catarina.

No Capítulo 11 o artigo apresentou estudo a respeito dos tributos cobrados

sobre o ganho de capital em negociações do mercado secundário de ações,

com foco em delimitar quais tributos são cobrados sobre a receita advinda da

venda de ações no mercado financeiro e o impacto destas sobre o lucro.

No Capítulo 12 o trabalho objetivou analisar as receitas e despesas do

Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.

A margem de contribuição, estudada no Capítulo 13 é uma importante

ferramenta na gestão de uma empresa e fundamental para o planejamento

empresarial e essencial para a tomada de decisão. O presente artigo foi

elaborado com o intuito de analisar qual segmento de produto apresenta

maior margem de contribuição em uma ótica de pequeno porte localizada

em Tijucas-SC e identificar dentre os segmentos comercializados, qual

gera maior lucratividade para a empresa e assim contribuir para que a

mesma possa monitorar a margem de contribuição de seus produtos.

Uma das características do ambiente empresarial apresentadas no

Capítulo 14 é a competitividade, fato esse que faz com que as instituições

necessitem constantemente se renovar e buscar iniciativas para evoluir

e apresentar diferenciais que a destaquem no mercado. Uma dessas

iniciativas é o Balanced Scorecard (BSC), uma metodologia de planejamento

estratégico, na qual a entidade define suas metas e estratégias para

medir o desempenho empresarial através de indicadores quantificáveis

e verificáveis. O presente estudo realizado nos indicadores de análise da

empresa CP Comercial S/A baseado no conceito do BSC, para verificar a

influência que os seus indicadores exercem sobre as decisões dos gestores.

Por último no Capítulo 15 o trabalho abordou a complexa legislação

tributária brasileira, sobre a representação comercial que é uma atividade

econômica embasada na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regula

as atividades dos representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa

física ou jurídica.

Que saibamos, trata-se da primeira obra, acabada, do Curso de Ciências

Contábeis da UNIAVAN, apontando um amadurecimento da produção

cientifica de qualidade.

Talvez porque a intenção tenha sido de proporcionar ao estudante uma

sebenta, expositiva de conceitos em exercícios práticos e, ao professor, um guia

que aborda as matérias de base da contabilidade gerencial, de forma sistematizada.

Temos a certeza que outras obras virão a seguir, não tanto generalistas,

mas, especializadas de modo que a pesquisa possa refletir grande

amadurecimento.

Terminamos desejando que essa seja a primeira de muitas obras que

possam ser produzidas com o objetivo de agregar eficiência e eficácia, e

fazendo votos para que os académicos, docentes e discentes, façam bom

uso dessa ferramenta.

Prof. MSc Aloísio Grunow - uniAvan: Centro Universitário AvantisOrganizador e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis.

Prof. MSc Juliana Andressa Negri - uniAvan: Centro Universitário AvantisOrganizadora e Professora do Curso de Ciências Contábeis

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O MERCADO LIVRE DE ENERGIA EM REDE SUPERMERCADOS (VALE DO ITAJAÍ)

AUTORES: Adriana da Silva 1

Prof. MSc Aloísio Grunow 2

Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos 3

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis e Especialista em Finanças e Controladoria. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOA pesquisa teve como intuito estudar a Contabilidade Gerencial no

processo de gestão junto ao Mercado Livre de Energia (ACL) na rede de

Supermercados Santa Catarina. O objetivo do estudo foi verificar como

ocorreu à migração desse insumo no setor supermercadista. Contando com

um grupo de 19 lojas e 1 Centro de Distribuição entre o litoral catarinense

e o vale do Rio Tijucas, os Supermercados Santa Catarina comercializa

mais de 20 mil itens para um público de 840 mil clientes por mês. Quanto

à metodologia se propõe uma pesquisa de caráter qualitativa, exploratória

e com estudo de caso, ou seja, na referida rede atacadista, a qual teve

seu nome substituído de modo a se resguardar perante os resultados

apresentados. A coleta de dados por meio de roteiro de entrevista e

levantamentos na empresa, tratados pela análise de conteúdo. A migração

para o mercado livre de energia ocorreu após os gestores analisarem a

possibilidade de vantagens sobre o referido recurso à empresa, o ambiente

onde o consumidor passa a ter a liberdade de escolher suas próprias fontes

geradoras de energia, e de negociar preços. A redução da fatura é um dos

principais motivos que levaram a empresa ao ACL. Apesar das dificuldades

encontradas, a migração para o ACL colaborou para melhorar a tomada de

decisões econômicas, papel da controladoria, sobre o recurso energia na

empresa estudada.

Palavras-chave: Contabilidade Gerencial. Energia elétrica. Rede de

Supermercados.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

Para o desenvolvimento socioeconômico das nações, o insumo

energia elétrica se torna indispensável à sociedade ANEEL, (2018). A

principal fonte de geração de energia no Brasil é a hidrelétrica (água

corrente dos rios), que representa 62% da capacidade instalada no país,

seguida das termelétricas (gás natural, carvão mineral, combustíveis

fósseis, biomassa e nuclear), com 28%. Os outros 10% são provenientes

de usinas eólicas (energia dos ventos) e importação da energia de

outros países ANEEL, (2018)

A pesquisa apresenta como tema o mercado livre de energia elétrica um

estudo para a gestão da rede de supermercados Santa Catarina com sede

em Tijucas SC. No ambiente do mercado livre de energia os consumidores

podem escolher livremente por um contrato que proporcione melhor

economia do recurso.

A “delimitação do tema por si só não constitui um problema; é

preciso identificar as especificidades da questão que se pretende

investigar até chegar à formulação da pergunta sobre o tema” (BEUREN,

2008, p. 64). Sendo assim, o presente artigo tem como problema de

pesquisa: Como a adequação ao Mercado Livre de Energia possibilita

vantagens ao meio ambiente e econômica na gestão para a rede de

supermercados Santa Catarina?

Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa é verificar como

ocorreu a migração para o Mercado Livre de Energia Elétrica e se

possibilitou economia a Rede de Supermercados no litoral de Santa

Catarina. Neste sentido o estudo tem como objetivos específicos conhecer

como funciona o Mercado Livre de Energia bem como o Mercado Cativo;

mapear o processo de migração através de dados fornecidos pela empresa

e analisar se a adequação ao mercado livre agregou vantagens para a

empresa.

20

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1.1 A EMPRESA: REDE DE SUPERMERCADOS SANTA CATARINA

De acordo com os arquivos da empresa e também seu site eletrônico,

a trajetória de sucesso da família junto a rede alimentícia, iniciou-se na

década de 1980, com o comércio em feiras livres. Com o êxito, ampliaram

seus negócios, onde em 1994 inaugurou o seu primeiro supermercado

no município de Tijucas, estado se Santa Catarina. A empresa hoje conta

com 19 lojas e um moderno Centro de Distribuição, todos localizados no

litoral de SC.

Em sua trajetória a empresa consolidou sua marca, apresenta um

quadro de funcionários com 2.500 pessoas e comercializam mais de 20 mil

itens para um público de 840 mil clientes por mês. Segundo o diretor da

empresa é uma região que cresce bastante e no verão, as vendas crescem de

40% a 50%. Aos 23 anos de história a Rede Santa Catarina é a terceira rede

em faturamento no estado, estando entre as 50 maiores no país, conforme

a Associação Brasileira de Supermercados – Abras (2017).

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

O mercado de energia elétrica no Brasil no passado encontrava-

se vinculado em sua maioria à atividade econômica que era

significativamente agrária, a participação da eletricidade como insumo

sempre teve sua importância, contudo se tornou representativa com o

início da industrialização, seguida pelos fatores como a concentração

da população em centros urbanos e o surgimento de uma classe média,

assim, esse apontamentos somadas impulsionaram seu uso BORGES;

CARVALHO, (2014).

O sistema elétrico é composto por quatro fases, geração, transmissão,

distribuição e consumo. No Brasil a sua estruturação iniciou no final do

21

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

século XIX. “As primeiras usinas e linhas de transmissão construídas

tinham propósito de alimentar cargas pontuais, porém com o tempo,

houve a disseminação do uso da eletricidade, tornando-se necessário

transportar a energia elétrica nas residências.” BARROS; BORELLI;

GEDRA, (2014, p. 11).

Nos últimos anos o setor elétrico teve grandes mudanças, a gestão

desses, atualmente é administrada por empresas privadas e também

pelo setor público. A energia elétrica além de atender os grandes centros

urbanos é necessária nos campos e na agricultura.

Em 2003 o governo brasileiro lançou um programa denominado “Luz

para Todos”, com o objetivo de acabar com a exclusão elétrica no país,

subsidiando a construção de infraestrutura elétrica de modo a sanar

referida deficiência a população.BARROS; BORELLI; GEDRA, (2014, p.

11). Embora seja um desafio constante garantir acesso à energia elétrica

à população, este setor tem se desenvolvido ao longo dos tempos, a

energia elétrica por mais que atenda grande parte da sociedade, ainda

existem alguns lugares, como as áreas rurais de difícil acesso que não tem

eletricidade, mas que o governo está buscando sanar o problema.

2.2 VISÃO GERAL DE MERCADO LIVRE (ACL) X MERCADO CATIVO (ACR)

No Brasil o comercio de energia está dividido em ACR (Ambiente de

Contratação Regulada), que são os consumidores cativos, e ACL (Ambiente

de Contratação Livre) sendo os consumidores livres.

Os consumidores cativos segundo o Mercado Livre de Energia (2017)

são aqueles que compram a energia das concessionárias de distribuição

às quais estão ligados. Este tipo de consumidor paga apenas uma fatura

de energia ao mês, onde estão embutidos o preço da geração de energia e

o serviço de distribuição, bem como os impostos incidentes, os quais são

regulados pelo Governo.

No Mercado Livre de Energia (2017), os consumidores são livres para

22

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

compram energia diretamente dos geradores ou comercializadores,

através de contratos bilaterais com condições livremente negociadas,

como preço, prazo e volume. O consumidor livre recebe para cada unidade

consumidora uma fatura sobre a distribuição da energia emitida pela

tarifa regulada e uma ou mais faturas da compra de energia referentes ao

contrato negociado.

No ambiente de contratação livre, o consumidor tem várias opções,

podendo escolher por um contrato de energia, onde satisfaça suas

necessidades e supere suas expectativas de custo e benefício.

A legislação brasileira aceita que apenas as pessoas jurídicas podem

migrar para o mercado livre, onde existem dois tipos de consumidores,

sendo eles classificados como livres ou especiais. Conforme citado no

Mercado Livre de Energia (2017, s∕n):

Consumidor Especial pode ser a unidade ou conjunto de

unidades consumidoras localizadas em área contígua ou

de mesmo CNPJ, cuja carga seja maior ou igual a 500 kw

(soma das demandas contratadas) e tensão mínima de 2,3

kv. O Consumidor Especial pode contratar apenas Energia

Incentivada.

Para ter a opção de ser Consumidor Livre, cada unidade

consumidora deve apresentar demanda contratada a

partir de 3.000 kw e tensão mínima de 69 kv, para data

de conexão elétrica anterior a julho/1995, ou 2,3 kv, para

ligação após julho/1995. O Consumidor Livre Convencional

pode contratar Energia Convencional ou Incentivada.

Para se tornar um consumidor livre ou especial existem alguns critérios

a serem seguidos, conforme verificado na figura 02:

23

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 01: Critérios vigentes para se tornar consumidor livre ou especial.Fonte: Disponível em: http://www.mercadolivredeenergia.com.br/. Acesso, 15/11/2017.

Conforme demostrado na figura 01 para se tornar consumidor no

mercado livre de energia existem alguns critérios a serem seguidos, onde

pessoa física não consegue fazer a migração, sendo contempladas somente

as pessoas jurídicas. Essas, podem se enquadrar nas modalidades especial

ou livre.

2.3 CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A - CELESC

Conforme em CELESC (2017), trata-se de uma companhia que atua

desde 1955 nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia.

Sua evolução ao longo dos anos a concretizou como uma das maiores

empresas do setor elétrico brasileiro, sendo reconhecida nacional e

internacionalmente pela qualidade de seus serviços e por suas ações nos

campos técnico, econômico, ambiental e social.

Figura 02: Logomarca Celesc Distribuição S.A.Fonte: http://www.celesc.com.br/portal/, acesso em 18 de novembro de 2017.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Atua no Estado de Santa Catarina em 92% das áreas e também

no município de Rio Negro PR, atendendo 2,6 milhões de unidades

consumidoras.

A matriz da empresa localiza-se na cidade de Florianópolis (capital do

estado catarinense), atuando na geração, transmissão e distribuição de

energia elétrica, sendo composta de 4 concessionárias e 11 permissionárias,

responsáveis pelo atendimento dos demais 31 municípios catarinenses.

2.4 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE

De acordo CCEE (2017), fundada em 2004, sendo uma instituição

pública de direito privado e sem fins lucrativos, regulada pela ANEEL,

e responsável pelo registro, monitoramento e liquidação de todos os

contratos quanto a medição da energia gerada e consumida no Sistema

Interligado Nacional.

As empresas que atuam no setor de mercado livre de energia se dividem

em cinco categorias conforme ilustra a figura 03:

Figura 03: Agentes da CCEE.Fonte: http://www.mercadolivredeenergia.com.br/, acesso em 15 de novembro de 2017.

Os consumidores livres e especiais têm participação obrigatória na

Câmera de Comercialização de Energia Elétrica, exceto as usinas com

capacidade inferior a 50 MW, onde tem sua participação facultativa.

25

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.5 CONTROLADORIA (GESTÃO EMPRESARIAL)

A controladoria está integrada com os demais setores da organização

e através de relatórios gerenciais possibilita aos gestores confiança e

segurança na hora de tomar decisões. Por isso, é fundamental que a

estrutura de controle, seja muito eficiente em uma organização.

A Controladoria tem como missão suportar todo o processo

de gestão empresarial por intermédio de informação, que é

um sistema de apoio à gestão. O sistema de informação da

Controladoria é integrado com os sistemas operacionais e

tem como característica essencial a mensuração econômica

das operações para planejamento, controle e avaliação

dos resultados e desempenho dos gestores das áreas de

responsabilidade. (PADOVEZE, 2003, p.36).

Segundo Aguiar (2002), as modernizações das organizações, o

alcance de seus objetivos de lucro e produtividade, o nível de qualidade e

competitividade requerem um repensar da função da organização. Diante

de um mercado cada vez mais tecnológico e competitivo, exigindo das

organizações a busca de uma garantia de continuidade e crescimento, uma

estrutura adaptável às mudanças, se torna totalmente pertinente, assim

utilizar o Mercado Livre de Energia (ACL) contribui para racionalizar os

gastos com a energia elétrica nas organizações.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente artigo levantou informações na empresa para seu

desenvolvimento, a metodologia tem como função demostrar como

percorrer a pesquisa, também ajuda a refletir e instigar a realização

concreta de uma averiguação planejada, desenvolvida e redigida.

26

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Segundo os autores José J. Previdelli e Bruhmer C.F. Canonice (2007), a

importância da metodologia como proposta de trabalho, representa todo

estudo da atividade a ser desenvolvida no percorrer do trabalho de pesquisa.

A metodologia da pesquisa neste artigo tem abordagem qualitativa,

exploratória, bibliográfica e estudo de caso.

Em Gil (2010. p. 35) “[...] o estudo de caso costuma ser utilizado tanto

como estudo-piloto para esclarecimento do campo da pesquisa em seus

múltiplos aspectos quanto para a descrição de síndromes raras”.

O estudo de campo foi aplicado na empresa Supermercados Santa

Catarina Ltda, mediante abordagem sobre o processo de migração de

energia elétrica para o Mercado Livre de Energia Elétrica (ACL). Em

acréscimo, a entidade objeto desse estudo teve seu nome substituído de

modo a resguardar seus resultados.

Quanto à coleta de dados, Roesch (2012) define as modalidades

de técnicas relevantes em uma pesquisa, citando os questionários e

entrevistas. Assim, para a coleta dos dados primários empregou-se

entrevista semiestruturada, na qual se elaborou um roteiro, garantindo

assim o seu foco. Na entrevista semiestruturada de acordo com

Roesch, (2012, p.159) “[...] utilizam-se questões abertas, que permitem

ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da

pesquisa”. Portanto, procurou-se captar os conceitos e a perspectiva do

gestor da empresa fazendo uso deste tipo de instrumento. A entrevista

foi aplicada na empresa Supermercados Santa Catarina Ltda durante o

estudo, coletando os dados nos exercícios sociais de 2016 e 2017.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A companhia tem por objetivo o comércio varejista e atacadista de

mercadorias em geral com predominância de produtos alimentícios –

Hipermercados e Supermercado, Lanchonetes. Adota o tipo jurídico das

sociedades por quotas de responsabilidade limitada, obedecendo aos

preceitos da Lei nº 10.406 de 11/01/2012.

27

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Para compreender o processo de migração ao Mercado Livre de Energia

na empresa em estudo, foi realizado levantamento de dados conforme

diagnosticado nas entrevistas, o processo foi elaborado no formato de um

fluxograma, demonstrado a seguir:

Figura 05: Processo de migração ao Mercado Livre de Energia. Fonte: Dados da empresa, elaborados pelos autores, 2018.

Como ilustrado no fluxograma o primeiro passo é estudar a viabilidade da

migração, onde se realiza uma denúncia do contrato no mercado cativo. Após

a decisão de migrar para o mercador livre (ACL) é informado à distribuidora

local por meio de carta denúncia, observando os prazos do contrato com

a distribuidora. Uma rescisão antecipada de contrato pode gerar multa e

28

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

atrasos no processo para se tornar consumidor livre ou especial.

Após a distribuidora validar a carta denuncia de não renovação de

contrato com a mesma, fica estabelecido o prazo regulatório para o

consumidor livre retornar ao mercado cativo, que atualmente é de cinco

anos, cabendo à distribuidora analisar o possível retorno anterior ao prazo.

Quando não ocorre validação pela distribuidora, o processo retorna para a

empresa emitente de modo a verificar e estudar novamente a viabilidade.

Em sequência é encaminhado via correio para a CCEE, os termos de

adesão e convenção arbitral, os mesmos são assinados com reconhecimento

de firma pelos representantes legais. Nessa etapa acontece a adesão da

unidade para a Câmera de Comercialização de Energia Elétrica.

As documentações serem encaminhadas a CCEE, a mesma retorna

a entidade solicitante via e-mail com o acesso de conteúdo exclusivo

do participante (sistema, relatórios, boletins, comunicados, resultados,

notícias). Com todas as etapas anteriores concluídas a empresa se

considera inserida ao Mercado Livre de Energia.

Além das informações levantadas dos processos através do fluxograma,

foi elaborado um roteiro de entrevista, de acordo com o mesmo obtiveram-

se as considerações:

Em relação à migração a empresa passou a exercer atividade como

agente no mercado livre de energia em data de junho de 2016, com 50%

das unidades, até então contando com 11 lojas e um Centro de Distribuição.

Atualmente a rede está com 19 lojas e 1 Centro de Distribuição sendo

que 75% das unidades já estão no Mercador Livre de Energia. A entidade

tem previsto para 2018 alcançar a meta de 100% das unidades no Mercado

Livre de Energia.

Durante a migração a empresa encontrou algumas dificuldades, dentre

elas a adequação e aprovações da Celesc. Na época, muitas empresas

migraram para o mercado livre e a Celesc não conseguiu atender a tempo

todas as vistorias e aprovações desses projetos. Outra dificuldade foi

observada quanto às lojas de medição em baixa tensão, o que acarretou

um volume de migração 50% menor das unidades envolvidas.

29

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Devido à complexidade do assunto, por mais que a equipe de

colaboradores da organização unidade de caso estivesse ciente a respeito

dos procedimentos e dificuldades envolvidas no processo, à empresa

compreendeu que era viável a contratação de uma consultoria para ajudar

a equipe. A empresa de Consultoria Agro Energia atua desde 2010 nesse

mercado de gestão e comercialização de energia, a mesma está localizada

na cidade de Ribeirão Preto SP.

Segundo levantamento pela consultoria as vantagens que a empresa

teve em migrar para o mercado livre (ACL), são:

• Poder de escolha onde se tem liberdade em escolher o seu

fornecedor, o como o mesmo se adequa as estratégias de curto e

longo prazo.

• Flexibilidade onde a negociação é direta, adequando a preço,

prazos e necessidade de consumo.

• Previsibilidade após firmar o contrato consegue prever seus custos

com energia elétrica, não ficando mais suscetível as variações

tarifárias, garantindo o fornecimento. Assim, a empresa não ficará

sem eletricidade onde a entrega física da energia continua sendo

pela distribuidora local.

• Sustentabilidade tem a opção de contratar energia de fontes

renováveis, contribuindo com uma matriz energética limpa e

reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.

• Economia por meio de estratégicas de aquisição e do dinamismo

existentes no mercado livre é possível obter redução significativa

nos custos com energia elétrica.

A Rede de Supermercados Santa Catarina se enquadrou ao Mercado

Livre de Energia no grupo de consumidores especiais, atendendo aos

critérios de demanda superior a 500 KW e inferior a 3.000 KW por unidade.

Onde pode comprar energia gerada apenas por fontes renováveis, como

biomassa, usinas eólicas, solares e PCH (Pequenas unidades Hidroelétricas,

30

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

com potência inferior a 50.000 KW).

Para as unidades serem inseridas ao mercado livre houve a necessidade

de um investimento de 6 % por loja em relação à economia dos primeiros

12 meses, recuperado o investimento nesse período. A aquisição

do investido foi à mudança do relógio medidor, e um quadro. Esse

equipamento é necessário para a leitura da energia e a emissão da fatura de

pela distribuidora, onde a Celesc e a CCEE conseguem fazer os controles e

separar os serviços para realizarem a cobrança.

A expectativa da redução do custo com energia que a empresa tinha ao

migrar ao Mercado Livre de Energia era de 20%, diagnosticado através dos

relatórios da empresa, assim a mesma alcançou o resultado positivo no

primeiro mês da migração, em percentual de 38. No acumulado no ano, a

economia foi de 42,30%, ou seja, realmente a migração trouce a unidade

vantagens econômicas.

Todos os processos de autorização, viabilidade ao ACL são analisados

pelo setor de Controladoria da empresa, o mesmo estuda se possível o

investimento bem como sua necessidade. Após a inserção das unidades o

setor acompanha se os resultados estão dentro do que se esperava, verifica

e controla o consumo da energia para não extrapolar a demanda contrata

e não incorrer em desperdícios. Em acréscimo, realiza orçamento para

os próximos anos, baseado no histórico de consumos em KWh, com os

preços de fornecedores mais atrativos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O mercado livre de energia é um setor em desenvolvimento, mas ainda

muito novo. Diante disso, muitas empresas ainda não ouviram falar a

respeito e principalmente, das vantagens do seu uso pelas organizações.

O estudo alcançou seus objetivos, bem como respondeu à questão

problema, permitindo estudar o mercado livre e mercado cativo de energia,

como propostos na pesquisa.

Enfim, o foco de estudo foi à migração da unidade caso para o mercado

31

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

livre de energia, que buscou compreender as necessidades e dificuldades do

processo de migração, bem como verificar algumas vantagens econômicas

e financeiras dela decorrentes, e de fato isso aconteceu, ficou confirmado

que à migração trouxe economia da energia elétrica nas lojas da Rede de

Supermercados Santa Catarina, permitindo que a controladoria cumpra

sua função, e ainda, os resultados possam auxiliar os gestores da unidade

caso no processo das decisões empresariais.

REFERÊNCIAS

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BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática. 3 ed. São Paulo, 2008.

BORGES NETO, Manuel Rangel; CARVALHO, Paulo Cesar Marques de. Geração de energia elétrica: fundamentos. São Paulo: Érica, 2014.

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32

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Thomson, 2003.

PREVIDELLI, José J; CANONICE, Bruhmer C.F. Manual para elaboração de trabalhos acadêmicos. 1 ed. Paraná: Uni Corpore, 2007.

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33

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

APÊNDICE - (ROTEIRO DE ENTREVISTA)

Data: ____/____/____

Local:

Entrevistado:

Entrevistador:

1) Quando ocorreu a migração para o mercado livre? Quantas unidades a

rede tinha na época e quantas foram migradas?

2) Atualmente quantas unidades a rede possui e quantas estão no mercado

livre? Tem previsão para 2018?

3) Quais dificuldades encontradas na migração ao Mercado Livre de

Energia?

4) Por que houve necessidade de contratação de consultoria?

5) Quais as vantagens ao migrar para o Mercado Livre de energia?

6) A empresa se enquadrou em qual tipo de consumidor, livre ou especial

no Mercado Livre de Energia?

34

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

35

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DE FILIAL DO BANCO HSBC NO ESTADO DE SANTA CATARINA QUANTO AO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE APLICAÇÕES.

AUTORES: André Matheus Petry ¹

Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Sigolf Ulrich ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

36

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOO presente estudo teve como objetivo principal demonstrar os resultados

obtidos em aplicações financeiras quando relacionadas à diversificação

do perfil de investidores dentro de uma instituição financeira no estado

de Santa Catarina. Nesse estudo de caso, a instituição financeira abordada

foi o grupo HSBC - Hong Kong & Shangai Banking Corporation, em análise

de carteira em aplicação de banco múltiplo, no estado de Santa Catarina,

filial do município de Balneário Camboriú. O trabalho foi estruturado de

modo a explicar os princípios voltados à liquidez, rentabilidade e risco,

bem como, a heterogeneidade de investimentos de que dispomos e que

corroborem sobre como investir, sua forma correta e segura, quais os tipos

de investimentos, e de que formato os valores são aplicados pelo banco,

sobre os prós e contras em se investir finalizando na taxa de retorno. Na

sequência, quanto à coleta de dados e aplicação prática, se elegeu três

perspectivas de investidores: conservador, moderado e agressivo, dividindo

os mesmos posteriormente, em quatro modalidades de investidores, dessa

forma, aplicando um montante de R$ 100.000,00 de capital próprio, para

cada carteira, em período de 36 meses, verificou-se que; quanto maior o

risco de liquidez que corremos em determinada aplicação, maior será o risco

de prejuízo sobre o valor investido. Em acréscimo, concluiu-se que a carteira

Agressiva não atende ao foco dessa pesquisa, pois sofre com a interferência

severa de variáveis externas, bem como o período de investimento é superior

aos anseios do cliente. Em acréscimo a analise contempla que a poupança

não é o investimento mais rentável sobre uma carteira Conservadora, pois

podemos contar com o CDB – Certificado de Deposito Bancário, e que

dentro de uma carteira Moderada, as aplicações, embora apresentem uma

liquidez maior que a carteira Conservadora, expõe resultados que podem

ser menores aos esperados pela grande maioria dos investidores, conforme

pode ser verificado em respectivo estudo.

Palavras-chave: Contabilidade Financeira. Aplicações a Rentabilidade.

37

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1. INTRODUÇÃO

Como a realidade atual do nosso país passa por uma grande crise

econômica, rodeados de vários escândalos de corrupção e com uma

das maiores cargas tributários no mundo, evidenciamos por meio deste

estudo, suprir a procura em se adquirir outras formas de se obter lucro,

através do ramo de investimentos.

Utilizando apenas o próprio capital é possível se conseguir

lucro. Portanto, conforme comentado, mediante abordagem sobre o

funcionamento das instituições financeiras em nosso país e do Sistema

Financeiro Nacional, bem como o mesmo, interfere na economia. Explica

de maneira detalhada sobre o sistema de investimentos bancários

utilizados pelo banco HSBC - Hong Kong & Shangai Banking Corporation.

Quanto à forma, corroboram seus clientes sobre como investir de forma

correta e segura, quais são os tipos de investimentos, e de que formato os

valores são aplicados pelo banco, sobre os prós e contras em se investir,

taxa de retorno, dentre outros.

1.1. O GRUPO HSBC (HONG KONG & SHANGAI BANKING CORPORATION

O HSBC (Hong Kong & Shangai Banking Corporation) foi fundado

em 1865 e sediado em Londres, o HSBC Holdings plc, é uma das maiores

organizações de serviços financeiros e bancários do mundo. A rede

internacional do Grupo HSBC é composta por aproximadamente 10.000

escritórios em aproximadamente 100 países, estando presente em territórios

como: a Europa, Ásia-Pacífico, Américas, Oriente Médio e África.

O Grupo HSBC emprega aproximadamente 400.000 colaboradores

e atende mais de 150.000.000 de clientes. Com ações cotadas nas

Bolsas de Londres, Hong Kong, Nova Iorque, Paris e Bermuda, o

HSBC Holdings plc têm mais de 300.000 acionistas em ao longo dos

territórios a onde trabalha.

38

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Não obstante, trabalha através de uma rede interligada por tecnologia

de ponta, e oferece a seus clientes um grande leque de serviços financeiros:

banco de varejo, Comercial, Corporate, Investiment e Private Banking;

Trade Services; Cash Management; serviços de tesouraria, internet

banking e mercados de capital; seguros e previdência; empréstimos e

financiamentos; fundos de pensão e investimento.

2. REFERENCIAL TEORICO

2.1 BANCOS MÚLTIPLOS COM CARTEIRA COMERCIAL

Os bancos múltiplos surgiram a fim de racionalizar a administração

das instituições financeiras. Bodie e Merton (2000:80) “As principais

carteiras de um banco múltiplo são as carteiras comerciais, de investimento,

sociedade de crédito imobiliário,  sociedade de crédito financiamento e

investimento (financeiras), de desenvolvimento (público), de arrendamento

mercantil (leasing).”.

Bancos múltiplos com carteira comercial, os bancos

comerciais, as caixas econômicas e as cooperativas de

crédito. Pode-se dizer que esses são os principais agentes

do processo de intermediação financeira, os quais são

fiscalizados pelo Banco Central do Brasil e têm como

finalidade principal a concessão de crédito, principalmente

de curto prazo (como recursos para capital de giro das

empresas) (OLIVEIRA, 2010, p. 91).

As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento,

podem conceder empréstimos para financiamento de

capital de giro e capital fixo. Para configurar a existência

do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das

39

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de

investimentos. Um banco múltiplo deve ser constituído com

um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único

balanço (IBID, 2009, p. 37).

Para concluir bancos de múltiplos são instituições financeiras que tem

o poder de captar carteiras com vários tipos de recursos, e tem o fim de

serviços rotineiros de uma agência bancária.

2.2 PRINCIPIOS DE INVESTIMENTO

Conforme Oliveira (2009) afirma ser possível definir um fundo de

investimento como qualquer concentração de recursos na forma de um

condomínio, podendo se caracterizar, tendo como objetivo de investi-los

na aquisição de ativos financeiros e valores mobiliários.

“[...] as decisões de investimento envolvem a elaboração,

avaliação e seleção de propostas de aplicações de capital

efetuadas com o objetivo, normalmente de médio e longo

prazos, de produzir determinado retorno aos proprietários

ativos” (ASSAF NETO E LIMA, 2009, p. 347).

Nesse contexto, observa-se a compreensão das operações financeiras,

a qual está embasada em três fatores chave: retorno, risco e liquidez.

Portanto, princípios de investimento são conceitos básicos para se

realizar investimentos, que devem ser conhecidos para quem deseja obter

rentabilidade através deste tipo de transação.

A seguir imagem que define o ponto de equilíbrio entre liquidez,

rentabilidade e risco:

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 01: Três características básicas de investimento.Fonte: http://economiasemsegredos.com/risco-rentabilidade-liquidez

Ou seja, cada vez em que fazemos um tipo de aplicação de médio ou

alto risco teremos um retorno e se o mesmo tiver um retorno favorável é o

que chamamos de liquidez.

2.2.1 POUPANÇA

Segundo Oliveira (2010), “[...] é a modalidade mais popular e tradicional

de investimento, podem ser sacados a qualquer momento [...]”. O autor

complementa, “Atualmente as aplicações em caderneta de poupança

estão isentas de impostos e parte dos recursos captados são destinadas

ao segmento habitacional.” Ou seja, a poupança é o método mais simples

e fácil para se aplicar capital financeiro, pode ter uma das menores taxas

entre as aplicações, porém sua rentabilidade é garantida e pode ser sacado

a qualquer momento.

41

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2.2 CDBs/ RDBS

Para Assaf Neto e Lima (2009, p. 108), são classificados como título de

renda fixa que mostrar-se, no momento da aplicação financeira, o valor da

rentabilidade a ser adquirida ao concluir o prazo de investimento.

Os certificados de depósitos bancários (CDBs) e os Recibos

de Depósito Bancário conhecidos como depósitos a prazo,

são os mecanismos de captação de recursos mais utilizados

pelos bancos comerciais e consistem em uma promessa de

pagamento de recursos captados em uma data pactuada,

acrescidos de remuneração (OLIVEIRA, 2010, p.104).

Os CDBs podem ser prefixados, remunerados por uma taxa flutuante,

cujas taxas são definidas no momento da aplicação. Os CDBs e RDBs são

modalidades de aplicação do tipo de deposito a prazo, e é um dos tipos

de aplicação mais utilizados pelos bancos comerciais com o intuito de se

originar recursos através destes valores em nosso país.

2.2.3 BENCHMARKING

Para Bruni (2010, P.147), “[...] o objetivo da política de investimento

consiste em descrever como o administrador pretende atingir a meta

proposta, qual é a sua estratégia para atingir o que se propõe.”.

[...] apresenta uma definição a que chama de operacional

quando diz que “Benchmarking é a busca das melhores

práticas na indústria que conduzem ao desempenho

superior”. Esta definição tem seu caráter operacional,

pois está bem centrada nas operações realizadas por uma

empresa, bem como subentende que a empresa tenha um

perfeito conhecimento a respeito de suas operações, ao

42

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

utilizar da técnica do benchmarking (CAMP, 1998, p.10).

2.2.4 RISCO

Risco é algo que sempre corremos ao fazer qualquer tipo de aplicação

financeira, por isso devemos ter plena confiança e certeza onde investir.

O retorno do investimento dependerá de uma série de

fatores, tais como desempenho da empresa, comportamento

da economia brasileira internacional e outros, e tudo

isto ocorre porque não há garantia de rentabilidade no

investimento em ações, pode ao mesmo haver prejuízo na

aplicação dos recursos, considerado um investimento de

risco. Este retorno pode variar para mais ou para menos

dependendo do grau de risco que o investidor esteja

disposto a aceitar, ou seja, o poder de decisão é de cada

cliente e este deverá ser analisado conforme a melhor opção

frente aos investimentos existentes (PEREIRA, 2005, p. 43).

Complementando, o risco pode ser cada vez maior devido

ao percentual de retorno que se deseja obter sobre devido

investimento, por isso, deve sempre se verificar se o prazo

de retorno do investimento desejado é o que se espera da

transação a ser realizada.

2.3 PRINCIPAIS RISCOS DO INVESTIDOR

Para Assaf Neto (2000), a ideia de risco está vinculada de forma direta

às probabilidades de ocorrência alguns resultados, conforme relação à

um valor médio estimado. Certo conceito, voltado para o futuro, revela a

possibilidade de perda.

43

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

No cotidiano dos operadores de mercado e dos

administradores de recursos, as operações com ativos

são realizadas sem que haja certeza absoluta de que o

retorno esperado da operação será igual ao retorno efetivo

verificado em seu vencimento. Portanto, é possível dizer

que a incerteza é uma variável importante no processo de

tomada de decisão a respeito de onde e em que momento

investir (OLIVEIRA, 2010, p.250).

Portanto, é de grande importância verificar todos os dados para realizar

qualquer tipo de aplicação, seja para evitar qualquer tipo de perda, ou até

para verificar se há possibilidade de uma rentabilidade maior.

2.3.1 RETORNO, DINÂMICA DE APLICAÇÃO E RESGATE

Conforme Fator Doria (2004 apud Pereira, 2005, p.44) “[...] retorno e

risco são duas variáveis que andam juntas no mundo dos investimentos,

pois quanto maior for à possibilidade de retorno maior será o risco

envolvido.”.

Conforme Fator Doria (2004 apud Pereira, 2005, p.44), “O retorno de

um investimento depende de inúmeros fatores, e um destes fatores é a

economia interna e externa. Como risco e retorno dependem de si mesmos,

conforme maior o risco que o investidor corre, maior será seu retorno”.

Segundo Bruni (2010, p.143), “Quando se aplica seus recursos em um

fundo de investimento aberto, o investidor adquire cotas e o gestor de

investimento, a partir do investimento realizado, adquirem ativos”.

A partir do momento em que se é aplicado no mercado financeiro e de

capitais, pode se retirar o valor investido, observando, se estipulado com o

tempo de retorno e se gerou algum tipo de rentabilidade.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Conforme citado por em Gil (2010, p. 57), o estudo de caso é o estudo

de caso é A metodologia é a introdução à pesquisa científica designada,

resultando na resolução dos problemas. Seguindo várias etapas em um

determinado processo, portanto, o objetivo dessa pesquisa foi apresentar

o sistema de investimento de capital no Banco HSBC, salientando as

vantagens e desvantagens em se aplicar capital próprio em um banco

privado, mediante a um estudo de caso. Como verificado em Gil (2010: 57)

o estudo de caso é “[...] permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,

tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos

considerados.”.

A coleta de dados foi adquirida através de informações bancárias

coletadas no sistema interno do Banco HSBC e também na programação

da agência bancária localizada no município de Balneário Camboriú,

Santa Catarina com a finalidade de alcançar respostas para a pergunta

de pesquisa, sendo que os mesmos foram documentais, e quantitativos,

conforme cita Santos (2006, p.90),, “Coletar dados é juntar as informações

necessárias ao desenvolvimento dos raciocínios previstos nos objetivos”.

Contudo, o presente estudo obteve como problemática a funcionalidade

do sistema de aplicações financeiras no banco HSBC.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 RESULTADOS

A aplicação prática deste estudo selecionou (03) tipos de investidores

(conservador, moderado e agressivo) dividindo posteriormente os

mesmos como uma carteira de investimentos, que irá conter (04) tipos de

investimentos. Aplicando um valor de R$ 100.000,00 para cada carteira,

ou seja, R$ 25.000,00 foram aplicados durante um período de 36 meses

para cada modalidade de investimento. Porém as taxas de retorno de cada

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

investimento variam de mês a mês, e desta forma, somadas às taxas dos

36 meses, realizando os cálculos pertinentes. As taxas foram retiradas de

fontes reais que estão inseridas no site do Banco HSBC.

(A) CONSERVADORComo dito acima, as carteiras estão separadas pelos tipos de investidor,

e a carteira de segmento Conservador, contempla os investimentos,

POUPANÇA, CDB-EVOLUÇÃO e Fundo FIC CURTO PRAZO, onde suas

respectivas rentabilidades serão demonstradas a seguir:

POUPANÇA Somando-se todas as taxas e variações dos últimos 36 meses, foi

obtida uma rentabilidade mensal média de 0,62% a.m. +TR 0,06% a.m.,

onde somando a taxa mensal mais a TR obteve-se um percentual de

rentabilidade de 0,68% a.m. que adicionando aos 36 meses gerou um

percentual de rentabilidade de 24,53%. Entretanto, não contribui com

IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física para aplicações até R$ 50.000,00,

a partir deste montante, as taxas do imposto trabalha com um percentual

de 15% sobre os lucros.

CDB EVOLUÇÃOO CDB EVO, é um tipo de aplicação que possui uma variação na sua taxa

de retorno superior a poupança, pois seu índice de rentabilidade é baseado

no CDI, caso adicionado aos 36 meses pré-determinados, obtemos um

percentual de 95% sobre o CDI, apresentando um índice de rentabilidade

de 0,91% a.m., somando os 36 meses, gera um percentual de rentabilidade

de 32,60%. Tem incidência de 15% sobre os seus lucros quanto ao IRPF –

Imposto de Renda Pessoa Física

FIC CURTO PRAZO O FIC CURTO PRAZO é um tipo de aplicação que possui uma variação na

sua taxa de retorno superior à poupança, pois seu índice de rentabilidade é

46

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

baseado na SELIC, quando acrescido dos 36 meses, obtém-se um percentual

de 95% sobre a SELIC, o que fez impetrar um índice de rentabilidade de 0,77%

a.m.. Quando somamos os 36 meses, gera um percentual de rentabilidade de

27,56%, esse ganho, também sofre com a incidência do IRPF.

A seguir, apresenta-se a Tabela (01) com os cálculos realizados nas

aplicações abordadas anteriormente, com seus respectivos percentuais:

Tabela 01 - Cálculos carteira conservadora.

FATORES ANALISADOS POUPANÇA CDB FUNDO FIC CURTO PRAZO

VALOR INVESTIDO EM R$ R$ 25000 R$ 25000 R$ 25000

RENTAB MÉDIA MENSAL /BENCHMARK

0,62% a.m. +TR 0,06% = 0,68%

95% CDI a.m. = 0,91%

83,43% SELIC a.m. = 0,77%

RENTAB. DO PERÍODO ANALISADO

22,21+2,32 = 24,53% 32,60% 27,56%

LUCRO BRUTO 6907,70 9.639,49 7.950,75

IRPF Isento 15% 20%

LUCRO LIQUIDO 6.907,70 8.193,56 6.360,60

PERCENTUAL DE RETORNO 27,63% 32,77% 25,44%

Fonte: Elaborado pelos autores (2015).

Após a realização dos cálculos, percebe-se que o CDB – Certificado de

Deposito Bancário foi à aplicação com maior rentabilidade para o período,

seguido pelo FIC CP, e por último temos a poupança, mas isso não quer

dizer que a Poupança foi a menos rentável. Após dedução dos impostos,

a Poupança obteve a segunda maior liquidez desta carteira de aplicações,

e isto demonstra que em uma carteira Conservadora, ainda vale a pena

47

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

em se investir na poupança, contudo o CDB ainda lidera, apresentando a

maior liquidez da carteira, seguido pela poupança e finalizando o FIC CP.

(B) MODERADODiferente da carteira Conservadora, a carteira Moderada apresenta

um risco maior ao se investir, e com isso, temos maior possibilidade de

obter uma rentabilidade significativa. Muitos acreditam que a carteira

Moderada esta entre o caminho de um investidor conservado e um

agressivo, sendo o meio termo entre os dois tipos de investidores. Os

investimentos que serão apresentados nesta carteira serão o FIC RENDA

FIXA LONGO PRAZO 1000, FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE,

FIC RENDA FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000, e suas respectivas

rentabilidades serão demonstradas a seguir:

O FIC RENDA FIXA LONGO PRAZO 1000Esse investimento possui um valor inicial de aplicação relativamente

baixo, pois para poder aplicar neste fundo é necessário o emprego de no

mínimo R$ 1.000,00. Seu índice de rentabilidade é baseado no CDI que

somando os 36 meses, o percentual alcançado é de 88,91% sobre o CDI,

o que faz obter um índice de rentabilidade de 0,82% a.m., gerando um

percentual de rentabilidade de 29,05% ao período. Tem incidência de 15%

de Imposto de Renda Pessoa Física sobre os seus lucros.

FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE O FIC Multimercado Aquamarine, não possui restrições quanto ao valor

inicial. Seu índice de rentabilidade é baseado no CDI, onde somando os 36

meses tiveram um percentual de 85,35% sobre o CDI, o que fez obter um

índice de rentabilidade de 0,77% a.m., que agregado aos 36 meses gerou

um percentual de rentabilidade de 27,03%. Tem incidência de 15% de IRPF

sobre os seus lucros.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

FIC RENDA FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000 Esse fundo possui um valor inicial de aplicação alto, sendo o de maior

representatividade nessa carteira de investimentos. Para aplicar neste fundo é

necessário um valor de no mínimo R$ 25.000,00. Seu índice de rentabilidade é

baseado no CDI. Após os 36 meses, se alcançou um percentual de 97,51% sobre

o CDI, o que fez obter um índice de rentabilidade de 0,88% a.m. Na sequencia,

somando os 36 meses, gerou um percentual de rentabilidade de 31,52%. Tem

incidência de 15% de Imposto de Renda Pessoa Física sobre os seus lucros.

Procurando evidenciar a evolução e comparabilidade destas carteiras

de investimento, segue a Tabela 02, a qual demonstra os cálculos realizados

com as aplicações apresentadas e seus respectivos percentuais:

Tabela 02 - Cálculos Carteira Moderada.

FATORES ANALISADOS RF LP 1000 MULT AQUA RF J E INFLA 25000

VALOR INVESTIDO EM R$ R$ 25000 R$ 25000 R$ 25000

RENTAB MÉDIA MENSAL /BENCHMARK

88,91% CDI = 0,82%

85,35% CDI =0,77%

97,51% CDI = 0,88%

RENTAB. DO PERÍODO ANA­LISADO 29,69% 27,85% 31,82%

LUCRO BRUTO R$ 8.544.47 R$ 7.950,75 R$ 9.270,67

IRPF 15% 15% 15%

LUCRO LIQUIDO R$ 7.262,80 6.758,14 7.880,07

PERCENTUAL DE RETORNO 29,05% 27,03% 31,52%Fonte: Elaborado pelos autores (2015).

Com a finalização dos cálculos percebe-se que a aplicação FIC RENDA

FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000, foi a mais rentável do período, seguida

pelo FIC FIXA JUROS LONGO PRAZO 1000. Em ultimo lugar encontramos

o FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE. Na carteira Moderada pode-se

observar que, embora a mesma agregue risco, o retorno é maior do que

49

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

na carteira Conservadora. Ainda assim, a Conservadora conta com boa

rentabilidade no montante dos investimentos abordados pelo estudo.

Todos os investimentos tiveram sua rentabilidade baseada no CDI, com

incidência no IRPF.

(C) AGRESSIVO Diferente das carteiras Conservadora e Moderada, os investidores de

uma carteira Agressiva raramente realizam investimentos de longo prazo,

pois são investidores que estão constantemente verificando possíveis

variações de mercado e os índices de rentabilidade de suas aplicações, e

neste tipo de carteira de investimentos o risco de liquidez é muito alto,

onde se pode ganhar muito ou acabar com perdas valorosas. Os tipos de

aplicações avaliados nesta carteira são o FI CAMBIAL DÓLAR, FI AÇÕES

IBOVESPA, FI MULTMERCADO SELECTION e FI AÇÕES PETROBRAS.

FI CAMBIAL DOLARO FI Cambial Dólar, não possui valor inicial de aplicação, seu índice

de rentabilidade é baseado no CDI. Após os 36 meses ocorreram um

percentual de distância do Benchmark de (4,85%) negativo, porém obteve

um índice de rentabilidade muito elevado, de 2,06% a.m., que somando os

36 meses gerou um percentual de rentabilidade de 74,15%. Tem incidência

de 15% sobre os seus lucros no IRPF.

FI AÇOES IBOVESPA O FI Ações Ibovespa, não possui valor inicial de aplicação. Seu índice

de rentabilidade teve um percentual de distância do Benchmark de

(2,17%) negativo, e obteve um índice de rentabilidade negativo com valor

percentual de (0,56%) a.m. Somando os 36 meses gerou um percentual de

rentabilidade de (20,46%) negativo. Como não foi obtido lucro, não tem

incidência de 15% de IRRF sobre os seus lucros.

50

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

FI MULTMERCADO SELECTIONO FI Multmercado Selection, não possui restrição referente ao valor

inicial de aplicação nesse tipo de carteira. Seu índice de rentabilidade é

baseado no CDI, após os 36 meses observou-se um percentual de 90,42%

sobre o CDI, com um índice de rentabilidade de 0,83% a.m. Na sequencia,

gerou um percentual de rentabilidade de 30,19% ao período. Quando

a incidência de IRPF segue o mesmo percentual de 15%, verificado nas

demais carteiras.

FI PETROBRASO FI Petrobras, não possui restrição referente ao valor inicial para essa

modalidade de aplicação. Quanto ao seu índice de rentabilidade teve um

percentual de distância do Benchmark de 0,11%, e obteve um percentual

de rentabilidade negativo com valor percentual de (1,38%) a.m. Somando

os 36 meses, gerou um percentual de rentabilidade muito baixo, chegando

a (50,03%) negativo. Como não foi obtido lucro, não tem incidência de

15% de IRRF sobre os lucros.

Procurando avaliar a evolução dos investimentos, verificam-se na

Tabela (03) os cálculos realizados com as aplicações apresentadas acima,

bem como, os respectivos percentuais praticados:

51

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 03 - Cálculos carteira agressiva.

FATORES ANALISADOS CAMB DOLAR IBOVESPA MULT

SELECT PETROBRAS

VALOR INVESTI­DO EM R$ R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000

RENTAB MÉDIA MENSAL /BEN­CHMARK

CDI (4,85%) = 2,05%

CDI (2.17%) = (0,56%)

CDI 90,42% = 0,83%

CDI 0,11% = 1,38%

RENTAB. DO PERÍODO ANALI­SADO

74,15% (20,46%) 30,19% (50,03%)

LUCRO BRUTO 26.904,48 NÃO HOUVE 8.664,45 NÃO HOUVE

IRPF 15% 15% 15% 15%

LUCRO / PRE­JUÍZO R$ 22.869,16 (R$

4.576,02) R$ 7.364,78 (R$ 9.840,67)

PERCENTUAL DE RETORNO 91,47% (18,30%) 29,45% (60,63%)

Fonte: Elaborado pelos autores (2015).

Quando abordamos investimentos de recursos podemos salientar que

todas as aplicações agregam ganhos aos seus investidores, as diferenças

encontradas, normalmente, repousam no perfil do investidor, bem

como, no montante a ser aplicado. Como dito anteriormente, a carteira

Agressiva, em analise com outras modalidades de aplicações, possui um

alto risco de rentabilidade, onde os seus investidores geralmente não

efetuam aplicações de longo prazo. Após analisar os dados percebe-se

que aqueles que aplicaram em ações do FI CAMBIAL DOLAR, alcançaram

um maior retorno.

Em seguida apresentamos o FI MULTMERCADO SELECTION, que

exibiu um percentual de retorno favorável, porém muito inferior ao FI

52

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

CAMBIAL DOLAR. Quanto às demais aplicações, não ofereceram índices

favoráveis e deram prejuízo a seus investidores, a exemplo do FI AÇÕES

IBOVESPA e FI PETROBRAS. Dessa forma, salienta-se a importância

quanto à avaliação do risco no momento da aquisição do investimento,

paralelamente a ponderação da atratividade da aplicação junto aos ganhos

que serão propostos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As transformações ocorridas no cenário econômico mundial, dentre

elas, a competitividade e a instabilidade econômica brasileira, são motivos

de intensa preocupação para os investidores, que estão cada vez mais

atentados em realizar investimentos em nosso país. Neste cenário peculiar,

partimos da utilização da Contabilidade voltada ao Sistema Financeiro

Nacional, de modo a reunir conhecimento aprofundado, quanto ao setor

de investimentos, mais precisamente sobre carteira de aplicação de

recursos em banco múltiplo.

Em estudo empregado no Grupo HSBC - Hong Kong & Shangai Banking

Corporation, primeiramente, determinou-se os perfis dos investidores,

afinal, como visto, uma abordagem de quem pensa em investir é sempre

importante, pois é preciso saber qual a expectativa do investidor para se

realizar qualquer tipo de aplicação dentro de uma instituição financeira,

bem como, os riscos que este está disposto a correr. Portanto, procurou-se

exemplificar como funciona um sistema de aplicação no banco HSBC, em

suas principais modalidades de aplicações dentro do mercado financeiro.

Com as carteiras de investidores estudadas é possível afirmar que

quanto maior o risco de liquidez que corremos em determinadas

aplicações, maior a possibilidade do mesmo poder vir a ter uma queda, e

assim, haver prejuízo sobre o valor investido. Embora a poupança ainda

seja um investimento rentável, sobre uma carteira de investimentos

Conservadora, podemos contar com opções consideradas de maior

atratividade, a exemplo do CDB - Certificado de Deposito Bancário.

53

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Para uma carteira Moderada, os resultados apontam uma liquidez maior

que a carteira Conservadora, porém a carteira Moderada não teve maior

rentabilidade que a Conservadora, fato que desmistifica a visão de muitos

investidores em nosso país, onde se acredita que carteiras Conservadores

não rendem em absoluto. Afinal, ao avaliarmos um investimento, a

liquidez não deve ser o único fator para a tomada de decisão, devemos

ater a outras variáveis para análise, e o imposto sobre os ganhos é uma

delas. Devemos buscar a rentabilidade total de um investimento, não

adiantando em absoluto agregar ganhos e posteriormente atribuir uma

parcela representativa deste ao imposto de renda.

Por fim, observamos a carteira Agressiva, objeto de estudo complexo, a

qual tem possibilidade de ganhos acima da média, contudo, agrega um risco

muito alto, pois está em constante mudança. Decorrente de variáveis externas

e oscilações da moeda estrangeira toda aplicação financeira cujo indexador

foi baseado em dólar, conforme verificado na pesquisa, apresentou um

ganho sem precedentes, como consequência deste momento econômico,

o que se conclui foi que a carteira Agressiva é a melhor modalidade de

investimentos, onde teve possibilidade de retorno muito acima da média,

dentre todas as demais aplicações expostas nesse estudo.

Entretanto, controlar ou prever variáveis externas não é uma tarefa fácil

a qualquer analista, requerendo um estudo aprofundado do mercado e

ainda, sinalizando até mesmo um aprofundamento de novas expectativas

ao referido estudo. Afinal, no mesmo lado da balança que encontramos

ótima rentabilidade vista na carteira de investimentos FI CAMBIAL

DOLAR, temos as aplicações FI PETROBRAS que tiveram como indexador

as ações da empresa Petrobras, que decorrentes de escândalos nunca

previstos anteriormente agruparam prejuízos antes nunca imaginados.

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57

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DO CUSTO DE TRANSPORTE DE FROTA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA: ESTUDO DE CASO DO GRUPO ABOUT

AUTORES: Débora Alexandre dos Santos ¹

Sergio Kloster Pereira ²Prof. MSc Juliana Andressa Negri ³Prof. Esp. Anderson Rui dos Anjos 4

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis 3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis4. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

58

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ResumoO enfoque desse estudo é apontar e fornecer informações para a tomada

de decisão na escolha entre permanecer com a frota própria de transportes

ou o processo de terceirização voltada ao Grupo About, terceira maior rede

de supermercados do estado de Santa Catarina. Manter uma frota própria

possibilita um desempenho operacional superior e disponibilidade quanto

a capacidade de transporte e custos menores, contudo a terceirização,

apresenta vantagens quanto a otimização do tempo para os gestores os

quais ficariam voltados às decisões. Quanto aos aspectos metodológicos

trata-se de um estudo qualitativo de aporte quantitativo, exploratório,

bibliográfico e documental. Como resultado  obteve-se  um comparativo

baseado no quilômetro rodado, onde se pode observar a diferença de valor

entre manter a frota própria, bem como o custo de transporte terceirizado

ao Grupo Supermercadista About. Após todos os levantamentos de

informações e parametrização entre as mesmas pode-se afirmar que neste

momento, ou seja, na conjuntura econômica nacional e regional, os custos

de transporte realizado pelo Grupo About foi inferior ao apresentado pelas

empresas terceirizadas

Palavras-chave: Contabilidade. Terceirização. Custos no Transporte.

59

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

INTRODUÇÃO

Este estudo traz como foco uma análise comparativa dos gastos

pertinentes a utilização de frota própria quanto a terceirização da mesma

em atividade junto a uma rede de supermercados atacadista no estado de

Santa Catarina. Assim, Vargas (2008) afirma que a frota própria possibilita

um desempenho operacional superior e disponibilidade quanto a

capacidade de transporte e custos menores, contudo é necessário verificar

a flexibilidade financeira da empresa.

Quanto a terceirização, uma das grandes vantagens é que gestores e

colaboradores podem dedicar tempo a metas e processos ligados à atividade

fim da corporação. Dessa forma, trata-se de uma decisão estratégica de

concentrar esforços no que gera receita e delegar tarefas que causam

preocupações secundárias (JORDAN; NEVES; RODRIGUES, (2003).

Nesse contexto, o volume de cargas atua de forma considerável quanto

ao processo decisório entre utilizar frota própria ou terceirizar o seu

transporte. A problemática é aplicada ao seguimento do comércio varejista

e atacadista, mais especificamente no Grupo About, empresa situada no

estado de Santa Catarina, que atualmente encontra-se entre as 3 maiores

redes de supermercados do estado, com faturamento representativo,

empregando mais de 2.000 colaboradores diretos.

Como base neste contexto, o objetivo geral desse estudo procura

apontar e fornecer informações para a tomada de decisão na escolha entre

permanecer com a frota própria de transportes ou terceirização para a

entidade objeto do estudo, de modo que os resultados possam contribuir a

tomada de decisão a essa organização.

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL

Trazendo um enfoque especial e propiciando uma perpectiva em grau mais

60

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

analítico, a Contabilidade Gerencial confere as várias técnicas e procedimentos

contábeis já conhecidos e tratados pela contabilidade financeira, contabilidade

de custos, análise financeira e de balanços, a fim de colaborar com a gestão das

entidades no processo decisório (IUDÍCIBUS, 1998).

Aprofundando-se no conceito de contabilidade gerencial, Atkinson et

al, (2000, p.37) aponta que:

[...] a informação gerencial contábil mede o desempenho

econômico de unidades operacionais descentralizadas [...].

Sistemas de contabilidade gerencial efetivos podem criar

valores consideráveis, fornecendo informações a tempo e

precisas sobre as atividades requeridas para o sucesso das

empresas atuais.

A administração das empresas tem na contabilidade gerencial

uma grande aliada no processo decisório, pois esta, coleta todos os

dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os

e relacionando-os em relatórios que irão contribuir para a tomada de

decisão (MARION, 2009).

2.2 CONTROLADORIA

Para que a controladoria possa coordenar suas ações com maestria,

é fundamental que o planejamento da empresa seja formulado

minunciosamente, definindo as metas para todos os setores, para assim

alcançar o objetivo comum da empresa e garantir sua continuidade

(ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).

61

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2.1 Estrutura Organizacional

As estruturas organizacionais precisam ser flexíveis a ponto de

identificar oportunidades e ameaças internas e externas. A maioria das

empresas, de acordo com Jordan, Neves e Rodrigues (2003, p. 322), “[...]

tende a estruturar-se em centros de responsabilidade definidos em torno

da função, do produto, do negócio ou do mercado geográfico”.

Os estudos apresentados sobre estrutura organizacional permitem

inferir que as organizações têm um longo caminho a percorrer, pois suas

condições necessitam de flexibilidade, avaliação e reorganização constante

em termos de responsabilidade, autoridade e descentralização, uma vez

que todo crescimento precisa ser efetivamente gerenciado para minimizar

os riscos e maximizar os resultados (OLIVEIRA, 2010).

2.2.2 Processo decisório e Controle interno

No sentido de contribuir com o processo decisório, uma escolha a ser

feita é pela descentralização da gestão, ou seja, a separação das atividades em

centros de responsabilidade, onde a direção da empresa pode dar autonomia,

delegar autoridade aos gestores, acompanhar e avaliar individualmente ou

coletivamente o desempenho dos mesmos (GRUNOW, 2006).

Quanto aos controles orientaram a controladoria na busca pela

identificação dos desvios ocorridos em relação ao planejamento,

localizando sua origem. Acontece então um monitoramento das

atividades, pois quando ocorre algum problema é possível verificar se

ocorreu por algum erro de gestão ou por alguma variável não prevista no

planejamento. Este procedimento deve acontecer constantemente, a fim

de resolver os problemas em curto espaço de tempo, priorizando o alcance

dos resultados almejados pela empresa (PADOVEZE, 2012).

62

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS.

Com à necessidade de avaliar os estoques na indústria, a contabilidade

de custos surgiu a partir da contabilidade financeira, sendo essa sua

primeira finalidade. Porém, recentemente, está área apresentou mais dois

novos campos: controle e decisão, sendo estes apontados como áreas de

certo diferencial (MARTINS, 2009).

Para a contabilidade de custos e seu gerenciamento, os gastos precisam

ser conhecidos e mensurados, o profissional da contabilidade de custos

deve conhecer onde os custos podem ser reduzidos sem afetar o negócio

principal da empresa (CARVALHO; LEMES, 2005).

2.3.1 Terminologias contábeis aplicadas à contabilidade de custos

A terminologia dos custos nas entidades é definida segundo Martins

(2009, p.24:26) como:

Gasto – compra de um produto ou serviço qualquer, que

gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso),

sacrifício esse representado por entrega ou promessa de

entrega de ativos (normalmente dinheiro).

Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem

ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada

da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.

Investimentos: gasto ativado em função de sua vida útil ou

de benefício atribuíveis a futuro (s) período (s).

Custo: gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção

de outros bens ou serviços. Despesa: bem ou serviço

consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de

receitas

Perda: bem ou serviço consumidos de forma anormal e

involuntária.

63

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quanto a classificação de custos, se observa os custos diretos, Leone

(2000, p. 49) menciona que, “[...] são aqueles custos que podem ser

facilmente identificados com o objeto de custeio. São custos diretamente

identificados aos seus portadores. Para que seja feita a identificação, não

há necessidade de rateio”.

Quanto aos custos indiretos, são compostos pelos gastos com materiais

secundários, mão-de-obra indireta, e gastos de gerais de fabricação que

não tem vínculo direto com o produto, ou seja, que não tem uma medida

objetiva (MARTINS, 2009).

Conforme referido autor, os custos fixos são aqueles que permaneceram

sem alteração por um tempo determinado relevante, estes custos somente

virão a sofrer mutação, caso ocorra uma mudança de estrutura da empresa,

havendo assim, uma alteração no limite de produção. Nos custos variáveis

verifica-se associação total ou em proporção às mudanças nos níveis de

atividade.

2.4 LOGÍSTICA

A logística teve sua origem em meio aos conflitos, nas operações

militares, quando se alojavam, abasteciam e acantonavam as tropas para

se defender e dominar novos territórios. FARIA; COSTA, (2005).

É considerada primordial na gestão de muitos segmentos de mercado,

pois ela garante oportunidades de otimização dos processos e impacto

na redução dos gastos. Atualmente, as empresas realizam atividades de

transporte, controle e movimentação de estoques e comunicações, como

parte essencial de seus negócios, provendo bens e serviços desejados por

seus clientes. BALLOU, (2006).

Para Faria e Costa (2005), os custos logísticos podem ser classificados

em: diretos e indiretos, fixos e variáveis. Cada classificação atua de

forma importante na tomada de decisão da logística de conforme a

finalidade da informação.

Os transportes representam o maior percentual dos custos logísticos

64

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

para a maioria das empresas. Considerando que o Brasil utiliza

fundamentalmente o transporte rodoviário mesmo que para longas

distâncias, faz com que os custos de transportes sejam muito elevados, o

que influencia o custo final dos produtos e a competitividade das empresas

(COELHO, 2016).

2.4.1 Modais de transporte

Cada modal de transporte apresenta características, finalidades

próprias, custos, vantagens e desvantagens. Deste modo, cada modal irá

adequar-se ao tipo de carga a ser transportada, avaliada pela capacidade,

rapidez, segurança, bem como, toda a versatilidade do meio para suprir a

necessidade de cliente (FLEURY, 2000).

Os próximos tópicos apresentarão os modais de transporte: ferroviário,

aquaviário, aéreo, dutoviário, drones e rodoviário.

2.4.2 Transporte ferroviário

O transporte ferroviário é adequado para mercadorias de baixo valor

agregado e em grandes quantidades, além de ser caracterizado pelo longo

curso e baixa velocidade (BALLOU, 2006).

Segundo a ANTT para o deslocamento em médios e longos trajetos,

o modal ferroviário tem como vantagem a segurança em relação a furtos

e perdas de cargas de grandes volumes, apesar de a malha ferroviária ser

pouco desenvolvida no Brasil.

2.4.3 Transporte aquaviário

O transporte aquaviário abrange os modais marítimo, fluvial e lacustre.

O aquaviário é um dos mais antigos modos de transporte existentes no

mundo. Essa modalidade de transporte é o mais utilizado no comercio

internacional, no modo marítimo, pois sua capacidade de transporte é

65

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

gigante. O deslocamento acontece por meio de navios com infraestrutura

adequada para transportar as mercadorias. A integração dos custos do

frete ocorre por características das cargas, como peso e volume cúbico,

fragilidade, embalagem, valor, localização e distância entre os portos de

embarque e desembarque (CAXITO, 2011).

2.4.4 Transporte aéreo

O transporte aéreo apresenta níveis de avarias e extravios mais baixos,

resultando em maior segurança e confiabilidade, pois, além de transportar

carga com velocidade muito superior às demais modalidades, este modal

transporta não somente produtos de alto valor agregado, tais como

eletrônicos e aparelhos de precisão, como também uma série de produtos

sensíveis à ação do tempo, como alimentos perecíveis, flores, e demais

encomendas com as respectivas características (NOVAES, 2007).

2.4.5 Transporte dutoviário

No transporte dutoviário, a carga é movimentada através de dutos,

são transportados granéis líquidos, sólidos ou gasosos. Granéis são cargas

transportadas sem embalagem ou acondicionamento ou, ainda, mercadorias

comercializadas fora da embalagem, em frações (SILVA, 2013).

2.4.6 Transporte por drones

A tecnologia dos drones vem se consolidando como modal de

transporte. Esses robôs são equipados com câmeras de última geração e

com dispositivos de controle integrados com a web, aparelhos mobile e

computadores, os drones têm atraído empresas de diversos setores, entre

eles o transporte. Nos países mais desenvolvidos já se faz o uso de drones

para a entrega de pequenos volumes (CARGOBR, 2016).

66

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.4.7 Transporte rodoviário

Conforme Rodrigues (2004, p. 51), “O transporte rodoviário é uma

dos mais simples e eficientes dentre seus pares. Sua única exigência é

existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um elevado consumo de

combustível”.

Na atualidade, são encontrados vários problemas no transporte

rodoviário no Brasil. Péssimas condições na infraestrutura, precariedade

na manutenção e conservação das rodovias, todo esse cenário dificulta

o trabalho dos profissionais que atuam nesta área, pois necessita muita

atenção para evitar acidentes e o aumento dos custos operacionais

(CAXITO, 2011).

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A metodologia pode apresentar diversas modalidades de pesquisa,

quantitativa quando se refere a números e se remete valores, bem como

aos fatos que aconteceram ou ao objeto estudado. Qualitativo, quando não

tem como prioridade a preocupação em relação aos números, mas sim

com relação explicar o porquê das coisas (FACHIN, 2003).

Ainda a autora destaca que (2003, p.79) “A variável quantitativa é

determinada em relação aos dados ou a proporção numérica. Qualitativa

se refere aos aspectos descritivos da pesquisa, ou qualidade dos resultados

obtidos”.

Sendo assim, para Tartuce (2006) a metodologia é o percurso em

direção ao objetivo, sendo regras e procedimentos descritos para a

realização da pesquisa.

Desta forma, esse estudo se apresenta quanto aos aspectos

metodológicos com essência quantitativa e aponte qualitativo. Qualitativa

ao discorrer sobre os resultados que serão alcançados, e quantitativos, na

abordagem de sua análise comparativa de viabilidade, com a utilização dos

indicadores que irão influenciar em uma possível tomada de decisão do

67

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Grupo Supermercadista About.

Em acréscimo, utiliza-se a pesquisa exploratória de modo a buscar

conhecimento sobre o tema e descobrir possibilidades de alcance ao

objetivo proposto e aprofundamento bibliográfico, a fim de conhecer

o que já existe sobre a temática e suas referências. Por fim, e não menos

importante, verifica-se a pesquisa documental, onde necessita de

documentos fornecidos pelo Grupo Supermercadista About para a

eventual análise de viabilidade.

De acordo com Bonat (2009), todo problema irá estabelecer um

questionamento, e para isso a pergunta de pesquisa deve estar presente no

estudo e ser de fácil compreensão, para que a resposta possa ser simples

na formulação.

Como problema de pesquisa, o presente estudo, referente ao serviço de

transportes de mercadorias do Grupo Supermercadista About, questiona

sobre qual a melhor opção: terceirizar ou continuar com a frota própria?

4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

O Grupo Supermercadista About, além de atuar no setor de comércio

varejista, também se expandiu para o ramo atacadista em Santa Catarina,

atualmente possui como imagem institucional três marcas, onde em

virtude de solicitação da entidade, sua razão social será preservada.

Essa entidade, atualmente, possui dezessete filiais, bem como um

centro de distribuição, treze lojas de supermercados em operação.

Hoje a contabilidade da empresa é constituida internamente, porém,

conta com assessoria externa. A forma de tributação é a Lucro Real. No

ano de 2016 a empresa obteve um faturamento de R$. 473.890.380,50 reais.

Quanto a frota integrante do imobilizado, representa 44% do ativo

total da empresa, portanto, nesse contexto procura-se abordar pertinencia

quanto atuação de frota própria no serviço de transporte em comparação a

terceirização de serviços de transporte de carga.

68

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

4.1 FROTA PRÓPRIA: SERVIÇOS DE TRANSPORTE

A frota própria possibilita um desempenho operacional superior,

mais disponibilidade, capacidade de transporte e custos baixos, contudo

é necessário verificar a flexibilidade financeira da empresa. O volume de

cargas será primordial na decisão da empresa pela frota própria, pois caso

o mesmo reúna um montante elevado, requer que a empresa possua o

meio para o transporte desse (VARGAS, 2008).

Alguns elementos devem ser observados na utilização de uma frota

própria em empresas que não são organizações logísticas, como o nível

de serviço ao cliente, flexibilidade, controle, habilidades administrativas,

recrutamento, treinamento, retorno do investimento e controle dos ativos,

todos com intuito de redução de custos, conseguindo posteriormente

melhoras no preço final de seu produto (BERTAGLIA, 2006).

Na atualidade a empresa conta com 16 caminhões em sua frota, estes

são utilizados para a compra de hortifrúti no CEASA, na cidade de São José

na grande Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, bem como

parte da frota também é utilizada na transferência de mercadorias para as

16 filiais em funcionamento.

Devido à expansão da empresa, o serviço de entrega de mercadorias

ao cliente final, popularmente conhecido como rancho, é realizado por

empresas terceirizadas desde o ano de 2011.

Os custos decorrentes a frota própria com 16 caminhões para a execução das

atividades inerentes ao setor de transportes do Grupo About estão destacados

entre as contas depreciação, despesas pessoal, despesas administrativas,

licenciamentos IPVA, combustível, manutenção, pedágio e pneus.

Para a comparação dos custos entre frota própria e terceirizada foi

necessário fazer o levantamento de quilometro rodados no ano de 2016,

pode ser observado no levantamento, frota própria nesse período que

obteve 725.587 quilômetros rodados, uma média de quilômetros rodados

60.466 no período.

Sabendo-se o total de custos com e frota própria e também a quantidade

69

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de quilometro rodados em 2016, chegou-se ao custo do quilômetro rodado

pela frota própria, conforme se percebe a média de quilômetros rodados

pela média de custos, ou seja, montante de R$ 2,67.

4.2 TERCEIRIZAÇÃO: SERVIÇO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO E DE CARGA

O termo terceirização esta relacionado a transferir uma atividade

que até então era executada internamente para alguma entidade externa

(VARADARAJAN, 2009).

Utilizada como estratégia, a terceirização permite que as empresas

mantenham seu foco em sua atividade principal, garantindo assim

menores custos, ganhando velocidade e melhorando sua competitividade

(BERTAGLIA, 2006).

Quando se fala em logística, para analisar a terceirização, as empresas

avaliam diversos aspectos em relação às suas operações, como o custo

real de cada atividade, a necessidade do controle direto sobre as mesmas,

a possibilidade do desenvolvimento de know-how interno e reduções

esperadas de custos (FIGUEIRA, 2001).

Ainda Figueira (2001), afirma que caso considerada a oportunidade

e o risco considerável, a terceirização das operações logísticas deve ser

analisada para avaliar benefício e perdas, pois no mundo dos negócios, as

empresas buscam incansavelmente vantagens competitivas.

As vantagens estratégicas e operacionais na terceirização logística vêm

sendo reconhecida e Ballou (2006) apresenta os benefícios para garantir

estas vantagens:

• Custos reduzidos e menores investimentos de capital;

• Acesso a tecnologias novas e a habilidade gerenciais;

• Vantagens competitivas como a crescente penetração no mercado;

• Acesso incrementado à informação útil para o planejamento;

• Redução dos riscos e incerteza.

70

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A perda de controle sobre atividades logísticas é o maior risco para

a empresa, pois pode anular as vantagens relacionadas acima. Contudo,

a redução potencial dos custos de transporte e a liberação do nível de

investimento em áreas não centrais do negócio são as principais áreas

dentre as vantagens, seguindo a redução de pessoal (BALLOU, 2006).

Para a apresentação dos resultados, se fez necessário realizar

orçamentos com empresas que prestam o serviço de terceirização de

transportes de cargas na região onde a empresa atua.

Os custos da terceirização de transportes de cargas, uma média entre a

empresa A e a empresa B, a média de custos das empresas totalizou R$ 3,20.

4.3 COMPARATIVOS ENTRE FROTA PRÓPRIA E TERCEIRIZAÇÃO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIOS DE CARGAS

Para a apresentação dos resultados foi necessário fazer o confronto dos

custos da frota própria com os custos da frota terceirizada, como pode ser

destacado no Quadro 01:

Quadro 1 – Custos quilômetro rodado – Frota Própria X Frota TerceirizadaCusto quilômetro rodado

Frota Própria X Frota TerceirizadaCusto média frota própria

Empresa Valor por Km rodado

Custo média frota terceirizada Diferença Média da

diferença

R$ 2,67A 3,50

R$ 3,20R$ 0,83

R$ 0,53B 2,90 R$ 0,23

Fonte: Elaborado pelos autores (2017).

Optou-se por utilizar um parâmetro de comparação por quilometro

rodado, pois a empresa estudada apresenta nos dados de sua frota própria

71

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

esta informação, que facilitou os cálculos apresentação dos cálculos

pertinentes ao estudo.

Com base nas informações obtidas do Grupo About, observou-se que

seu custo por quilometro rodado é no valor de R$ 2,67. Para poder comparar

o custo da frota própria do Grupo About buscou-se entender a terceirização

como estratégia da qual permite que as empresas mantenham seu foco

em sua atividade principal, garantindo assim menores custos, ganhando

velocidade e melhorando sua competitividade. BERTAGLIA, (2006).

Conhecendo as vantagens estabelecidas que a terceirização possa

trazer, buscaram-se indicadores sobre as frotas terceirizadas com base

no quilometro rodado. Esses indicadores são apresentados como custo

por quilometro rodado, ciente que se entende por custo, Martins (2009,

p.24:26) refere como “[...] gasto relativo à bem ou serviço utilizado na

produção de outros bens ou serviços”. Imergindo em custo de transporte,

estes representam o maior percentual dos custos logísticos para a maioria

das empresas (COELHO, 2016).

Com base nessas informações quanto aos orçamentos de terceirizadas

obteve-se por meio da pesquisa exploratória e documental que a EMPRESA

A apresentou seu custo de transporte o valor de R$ 3,50 e a EMPRESA B

respectivamente com seu custo de transporte no valor de R$ 2,90 o quilometro

rodado, á média do custo de transporte foi de R$ 3,20 o quilometro rodado.

Tendo como base o quilômetro rodado, fez-se um comparativo para

obter o valor da do diferencial, este se apresentou superior ao custo de

transporte realizado pelo Grupo About até o presente momento com uma

diferença de R$ 0,53 menor. Sabendo-se que a frota da empresa percorreu

em 2016, 725.587 quilômetros, pode-se afirmar que a empresa teria uma

economia anual de aproximadamente R$ 384.000,00 reais, permanecendo

como está. Sendo assim, com a apuração deste estudo conseguiu-se

visualizar que o custo da frota própria do Grupo About apresenta-se mais

viável em relação às frotas terceirizadas.

72

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo deste trabalho foi  apontar e fornecer informações para a

tomada de decisão, na escolha entre permanecer com a frota própria de

transportes ou terceirização da frota do Grupo Supermercadista About.

Pautado em orientar os gestores sobre a tomada de decisão entre

permanecer ou terceirizar a frota da empresa, obteve-se como resultado

um comparativo capaz de subsidiar o processo decisório, baseando-se

os estudos e comparando o valor do quilômetro rodado, onde se pode

observar a diferença de custo entre a frota própria e as terceirizadas.

Após todos os levantamentos de informações e parametrização entre

as mesmas pode-se afirmar que neste momento, ou seja, na conjuntura

econômica nacional e regional,  os custos de transporte realizado pelo

Grupo About foi inferior ao apresentado pelas empresas terceirizadas,

pois financeiramente ainda é viável permanecer gerindo sua própria frota.

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75

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS EM SUA PERCEPÇÃO HISTÓRICA

AUTORES: Dinalva de Souza ¹

Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Rafael Gustavo Goemann ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOEsse estudo teve como objetivo descrever e analisar as principais

características do perfil da produção científica na área de pesquisa em

Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos. Para tanto, realizou-

se um estudo bibliométrico com 46 artigos brasileiros e 04 publicações

internacionais, totalizando uma amostra de 50 (cinquenta) produções

científicas referentes ao período de 1990 a 2016. Quanto à metodologia

utilizada, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e qualitativa

quantitativa. Os principais eventos apontados pela finalização do estudo

foram à identificação do contexto gerencial e de custos no período abordado.

Na análise bibliométrica se concluiu a predominância de pesquisa

exploratória, bem como, o estado de São Paulo como maior localidade

de produção científica e equilíbrio na utilização de referências nacionais

e internacionais por artigo. Considerando as limitações desta pesquisa,

não se permite a generalização desses resultados, avaliando o tamanho

da amostra proposta, principalmente quando comparada ao universo

de artigos científicos publicados dentre o período proposto. Entretanto,

não reduz sua importância quanto à produção acadêmica. Logo, sugere-

se uma pesquisa posterior com uma amostra mais abrangente. Caso os

resultados sejam os mesmos, pode se fazer uma conclusão dos mesmos

com maior segurança.

Palavras-chave: Contabilidade Gerencial. Contabilidade de Custos.

Contexto Histórico. Estudo Bibliométrico.

77

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

INTRODUÇÃO

A história vem nos mostrar a evolução pelo qual o ser humano

atravessou, e assim sendo, a Contabilidade como uma ciência também

acompanhou essa evolução. A Contabilidade de Custos surgiu no

momento em que o homem sentiu necessidade de controlar de um modo

mais eficaz tudo que se refere à produção da organização, dessa forma,

a Contabilidade Gerencial está ligada com a Contabilidade de Custos,

pois o objetivo é de orientar os gestores na tomada de decisão, através de

relatórios com informações precisas, fazendo com que empreendedores

do passado agregassem controle sobre os seus bens.

Assim, para desenvolver o conhecimento na área de pesquisa em

Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos, especificamente,

abordou-se um estudo bibliométrico, ou seja, uma revisão sistemática

que, conforme Cardoso et al. (2005, p.14) “[...] é um método para mapear

e conhecer trabalhos acadêmicos com intuito de avaliar a produção

científica e incentivar a reflexão desses trabalhos e da área em questão”.

Procurou-se em descrever e analisar as principais características

da produção científica em Contabilidade Gerencial e Contabilidade de

Custos, com o objetivo de contribuir para uma reflexão atual da arte.

Em acréscimo a pesquisa, abordou-se um levantamento histórico da

Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial com início no século

XVII nas imediações do Reino Unido, por se tratar de um campo pouco

explorado, onde se verifica o limitado número de autores que descrevem

sobre a origem dessa ciência nas áreas de gestão. Diante do disposto, surgiu

a necessidade desse levantamento histórico sobre o tema desenvolvido.

78

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS DO SÉCULO XII A XX

A Contabilidade como se sabe, vem desde os primórdios. Segundo Sá

(1997, p.20):

[...] admite-se, pois, que há cerca de 20.000 anos, o homem

já registrava os fatos da riqueza em contas, de forma

primitiva buscava, assim memorizar aquilo que dispunha

e que não precisava mais buscar na natureza, porque

armazenava.

Porém, não há relatos específicos sobre a Contabilidade Gerencial,

naquela época, relata-se que o registro das quantidades de animais

possuídos por determinado proprietário era associado com algum número

representado pelo volume de pedras. Ou seja, o senhorio pré-histórico

carregava em suas mãos uma pedra para cada animal ao levá-lo para o pasto,

ao retornar, observava se a quantidade de pedras conferia com o número

de animais, assim, podia se verificar caso algum animal do rebanho tinha

se perdido. Com este relato conclui-se que a Contabilidade é tão antiga ou

mais que a própria matemática. Partindo desta premissa, Sá (2009, p.31)

descreve que, “[...] admite-se a contabilidade para fins administrativos

como um conhecimento aplicado sendo necessário distinguir os conceitos

que lhe foram atribuídos”.

Quanto a Contabilidade Moderna, teve sua origem no norte da Itália,

supostamente em meados dos séculos XIII ao século XIV. O primeiro livro

publicado contendo dados contábeis foi escrito pelo Frei Luca Pacioli,

onde se aplica a concepção dessa ciência por volta do século XV, ainda

que, apenas exponha o método das partidas dobradas (ABREU, 2006).

Iudícibus (2009, p.16) diz que:

79

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

É assim, fácil de entender, passando por cima da

antiguidade, por que a Contabilidade teve seu florescer,

como disciplina adulta e completa, nas cidades italianas

de Veneza, Gênova, Pisa e outras. Estas cidades e outras

da Europa fervilhavam de atividade mercantil, econômica

e cultural, momento a partir do século XIII até o início

do século XVII. Representavam o que de mais avançado

poderia existir, na época, em termos de empreendimentos

comerciais e industriais incipientes. Foi nesse período,

obviamente, que Pacioli escreveu seu famoso Tractatus de

coputis et scripturi, provavelmente o primeiro a dar uma

exposição completa e com muitos detalhes, ainda hoje

atual, da contabilidade.

Do século XIV ao começo do século XX, a Europa foi considerada o centro

dos estudos contábeis, nesse momento a Contabilidade buscava uma forma

de aperfeiçoar o contexto das organizações, apesar de não ocorrer muita

preocupação em passar as informações aos indivíduos externos. Portanto,

a única finalidade das informações geradas, era atender especialmente

os gestores das organizações, conforme observamos em Iudícibus (1998,

p.21), “[...] está voltada única e exclusivamente para a administração da

empresa, procurando suprir informações que se “encaixem” de maneira

válida e efetiva no modelo decisório do administrador”.

Após esse período, a Contabilidade Gerencial se expandiu, houve uma

grande evolução principalmente pelo crescimento de grandes companhias,

o aumento das pesquisas indutivas, a busca por maior precisão e controle

nos relatórios gerenciais, seguido pelo aperfeiçoamento de um sistema de

regulação dos demonstrativos contábeis através de órgãos como a FASB

Financial Accounting Board (FASB)e a Securities and Exchange Commission

(SEC), que realizava recomendações as grandes organizações, quanto à

geração de seus demonstrativos, presente nos dias atuais (PADOVEZE,

2011).

80

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Contudo, foi na Revolução Industrial no século XVIII na Inglaterra,

que encontramos o fator decisivo para não só o surgimento, mas sim, a

maior ênfase da Contabilidade Gerencial, precedendo a Contabilidade

Financeira. Dessa forma, se propôs uma base sólida para que os gestores

fossem capazes de tomar decisões corretas, onde essa ciência surgiu para

que o risco de erros fosse praticamente eliminado, uma vez que os gestores

das organizações estavam preocupados em mensurar e controlar seu

patrimônio. Padoveze (2011, p.38), aponta;

A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento

de informações para os administradores – isto é, aqueles

que estão dentro da organização e que são responsáveis

pela direção e controle de suas operações. A contabilidade

gerencial pode ser contrastada com a contabilidade

financeira, que é relacionada com o fornecimento de

informações para os acionistas, credores e outros que estão

de fora da organização.

Diante desses pressupostos básicos, a Contabilidade Gerencial, surge

como ferramenta para auxílio aos gestores da organização com todas as

suas particularidades operacionais. Miranda (2003 apud Johnson e Kaplan,

1996, p.17-9) aponta a Contabilidade Gerencial e de Custos associada ao

início do século XIX, mais precisamente em 1812, como marco inicial dessa

ciência voltado a gestão “A contabilidade gerencial surgiu pela primeira

vez nos Estados Unidos, quando as organizações comerciais, em vez de

dependerem dos mercados externos para trocas econômicas diretas,

passaram a conduzir trocas econômicas internas”.

Ainda Miranda (2003 apud Anderson, Needles e Caldweel, 1973,

p.02) acrescenta “[...] a contabilidade gerencial, que é uma extensão da

contabilidade financeira, aplica-se, inicialmente, às atividades internas da

empresa e as decisões gerenciais devem acompanhar a missão da empresa”.

A Contabilidade Gerencial é ampla e com isso ela nos fornece inúmeras

81

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

técnica do início ao término do processo, pois ela baseia-se em análises

detalhadas e analíticas, gerando informações úteis e assim auxiliando os

gestores das organizações com informações precisas, para uma tomada de

decisão eficaz. Segundo Padoveze (2009, p.32);

A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,

superficialmente, como um enfoque especial conferido a

várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e

tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de

custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados

numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

analítico ou numa forma de apresentação e classificação

diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das

entidades em seu processo decisório.

Em acréscimo, Crepaldi (2008, p.05):

Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem

por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de

empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais, É

voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos

da empresa, através de um adequado controle dos insumos

efetuado por um sistema de informação gerencial.

Muitas questões relacionadas ao planejamento, por meio de

informações, podem ser consideradas instrumentos disponibilizados pela

Contabilidade Gerencial, no uso diário da organização, para uma futura

tomada de decisão. O papel da Contabilidade Gerencial na atualidade está

associado ao sucesso de uma organização nos dias atuais, pois a vantagem

conseguida pode dissipar-se muito rapidamente, sem um controle mais

rígido dentro das empresas (COBERTT, 1997).

Nesse contexto, a Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos

82

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

auxiliam os gestores, a fim de controlar, planejar e corrigir as falhas da

empresa, proporcionando um melhor gerenciamento, elaborando planos

administrativos e instrumentos de apoio às funções, concentrando-se na

avaliação de resultados, com isso, ajudando a empresa crescer, gerar lucros

e diminuindo a taxa de mortalidade empresarial. Entretanto, o que torna

esse estudo diferenciado são os apontamentos vistos dessa parceria entre

os administradores e as práticas contábeis, as quais são muito mais antigas

do que imaginamos.

2.2ABORDAGEM HISTÓRICA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL EM ORGANIZAÇÕES, SÉCULO XVII.

Desde a Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos e Contabilidade

Gerencial tiveram uma evolução considerável, devido à necessidade de

realinhar os seus objetivos e no atendimento aos gestores fazendo com

que as informações fossem confiáveis e precisas.

[...], todavia naquela época as empresas apresentavam seus

processos de produção muito semelhante aos artesanais,

e compunham sua matriz de custos, basicamente com

matérias primas e mão-de-obra, que eram sem dúvida os

mais relevantes (MARTINS, 2001, p.13).

Nesse contexto, a Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial

se tornaram relevantes no processo industrial, pois os proprietários dessas

indústrias tinham que controlar os custos de produção e precisavam de

relatórios eficientes, precisos e em tempo hábil para a tomada de decisão.

O cálculo dos custos e lucro no período pré e pós século XVII eram

relevantes e deveriam ser incluídos em relatórios para informar a tomada

de decisão da gestão. Contudo, como forma de justificar a pratica, observa-

se em algumas entidades com quatro séculos de criação a presença desse

contexto contábil, através da utilização de técnicas como a Depreciação;

83

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Juros imputados; Capital médio empregado; Custo de oportunidade; Custos

indiretos e distribuição; Custos; Preço de transferência; Orçamentos; Fluxo

de caixa e ROI – Retorno do investimento.

2.2.1 Propriedade: Robert Loder (1612). Berkshire - Inglaterra.

O termo usado em 1870 para descrever a Depreciação era conhecido

como Desgaste (JONES, 1985), contudo, era empregado como alternativa

ou subsídio para reparos.

Na abordagem histórica verificada pela propriedade agrícola

administrada Robert Loder (1612) em Berkshire, Inglaterra, encontra-

se o tratamento de alguns bens como Ativo Não Circulante, na figura

do cavalo. Ao nos reportarmos a Contabilidade Rural, vista em Marion

(2014), observam-se animais registrados como Ativo Não Circulante,

os quais sofrem desgaste mediante ao processo de depreciação. Quanto

ao método empregado por Robert Loder, adotou-se uma contabilização

que amortizou o custo do animal em um período de 9 anos, usando uma

adaptação do método linear, considerado taxa de uso (BRYER, 2000).

Este método de depreciação utilizado em Berkshire 1612 está muito

próximo ao utilizado pelas organizações nos dias atuais, conhecido como

método de depreciação linear, observado em Barros (2005, p.103):

A taxa de depreciação linear é fixada em função do prazo

durante o qual se possa esperar utilização econômica do

bem pela pessoa jurídica na produção de seus rendimentos.

A depreciação do bem será proporcional ao número de

meses em que fizer parte do ativo.

Assim, a depreciação é calculada dividindo-se o valor depreciado pelo

tempo de vida útil do bem. Dessa forma, o valor do encargo de depreciação

será o mesmo em todos os períodos. O cálculo da depreciação também

pode ser observado em entidades como a Carbuton Forge Company em

84

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Derbyshire, Inglaterra (1700), na Carron Company, Escócia (1769) e também

empresa Boulton & Watr’s Soho Foundry (1790) localizada também no

Reino Unido (BOYNS, EDWARDS, 2007).

Em sequência, verificamos outro termo muito utilizado na

Contabilidade de Custo, conhecido como Custo de Oportunidade, o qual

é definido como expressão da relação básica entre escassez e escolha, são

custos implícitos, relativo aos insumos que pertencem à empresa e que

não envolve desembolso monetário (HORNGREN, 1986).

Ainda, Horngren (1986, p.528) descreve que custo de oportunidade “[...]

é o sacrifício mensurável da rejeição de uma alternativa; é o lucro máximo

que poderia ter sido obtido se o bem, serviço ou capacidade produtiva

tivesse sido aplicado a outro uso operacional”. Portanto, representa o valor

associado a melhor alternativa não escolhida.

O agricultor Robert Loder (1612) aplicava o conceito de Custo de

Oportunidade para a tomada de decisão, sobre as despesas evitáveis na

produção de milho e cevada. Ou seja, levantava-se a probabilidade de

ausência de ganho produtivo com uma escolha de cultura, nesse caso,

plantar milho ou cevada (BOYNS, EDWARDS, 2007).

2.2.2 Empresa Carbuton Forge Company (1700). Derbyshire - Inglaterra.

A atividade da empresa Carbuton Forge Co. consistia na fundição de ferro,

onde há os primeiros registros industriais no tratamento dos encargos de

depreciação em maquinas, reconhecendo £ 50,00 (cinquenta libras) em conta

de despesa e ainda redutora do investimento. (EDWARDS & BOYNS, 2007).

Conforme verificado, a entidade também utilizava técnicas de desgaste,

entretanto, aplicada a fundição, como se pode observar perante os estudos

de (EDWARDS & BOYNS, 2007).

85

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2.3 Empresa Carron Company (1769). Escócia.

Sua principal atividade era a siderurgia, assim, a empresa Carron

Co. perpetrava seus cáculos de desgaste em fornos e alguns utensílios.

Quanto aos aluguéis dos edifícios, suas instalações, eram tratados como

custo de produção. (POLLARD, 1968). Como visto, a entidade realizava

o cálculo de desgaste dos fornos que eram tratados como custo de

produção, porém, é o mesmo método de depreciação rudimentar quando

comparado ao Metodo Linear.

Em acrescimo, encontra-se a empresa Boulton & Watt’s Soho Foundry

(1790) na Inglaterra, famosa pela produção de máquinas a vapor, a mesma,

tinha um eficiente controle de seus estoques e cálculo de depreciação para

a época, essas empresas, preocupavam-se em fazer a depreciação dos seus

Ativos Imobilizados, hoje conhecidos como Ativo Não Circulante (BOYNS,

EDWARDS, 2007).

2.2.4 Empresa Mona Mine Company (1788). Inglaterra.

Há exemplos abundantes de cálculos financeiros preparados para

permitir aos gestores do século XVIII escolher entre alternativas para seus

investimentos (EDWARDS & BOYNS, 2007).

Na atividade de extração de minérios, fazia uso de juros imputados

que permitiram uma avaliação explícita da rentabilidade nas atividades de

negócios específicas nas organizações do período abordado, onde os juros

cobrados eram no percentual de 10% sobre o capital médio empregado

para financiar outro projeto, podendo ser estimado uma espécie de Custeio

de Oportunidade.

No decorrer das atividades da Mona Mine Company, o exercício revelou

que houve falhas no cálculo da empresa. Onde essa, estabeleceu um lucro

operacional de £ 11.990 (Onze mil, novecentos e noventa libras), o qual foi

convertido em uma perda de £ 29.785 (Vinte nove mil, setecentos e oitenta

e cinco libras), tendo em conta os juros de um capital médio empregado

86

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de £ 59.680 (Cinquenta e nove mil seiscentos e oitenta libras). (JONES,

1985). Contando que um trabalhador assalariado na época ganhava

aproximadamente 10 (dez) libras por ano (PIQUERAZ; ROZALÉN, 2007).

2.2.5 Empresa Carron Dowlais Company. (1763). Inglaterra.

Custos indiretos são aqueles gastos que necessitam de um critério de

rateio, pois não são facilmente identificados. Segundo Martins (2001, p.53)

diz que “[...] cada vez que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para

a apropriação ou cada vez que há o uso de estimativas e não de medição

direta, fica o custo incluído como indireto”.

Do mesmo modo Leone (2000, p.49) complementa que “[...] por causa

de sua não relevância, alguns custos são alocados aos objetos do custeio

através de rateios”. Portanto, tais custos necessitam de técnicas de rateio

que permitam a alocação mais adequada aos itens identificados.

No caso da empresa Carron Dowlais Co., produtora de ferro, os

gestores tinham que decidir quais eram os custos, reconhece-los e ainda

indicar como reparti-los entre as diferentes atividades, desta forma,

confeccionavam planilhas para gerenciar todos os custos incorridos na

produção. Dentre elas, planilha de gerenciamento dos custos em base

mensal, onde se incluía o incluir custo de produção no cálculo do produto

e a especificação da proporção a ser cobrado para cada departamento

(BOYNS, EDWARDS, 2007).

Na Carron Dowlais Co., na produção de ferro, a gestão fazia planilhas

mensais de custo, com os respectivos rateios de despesas gerais no período

de 1851. Conforme quadro 01.

87

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quadro 01 – Planilha de custo mensal da Carron Dowlais Co. (1851)

Carvão e motores de explosão £ 50

Minas de ferro £ 100

Fornos £ 450

Forjas e laminadores £ 300

Fonte: Adaptado, (BOYNS, EDWARDS, 2007).

Quando há transferência de produtos entre os centros de

responsabilidade, os quais são denominados Preço de Transferência,

Hansen e Mowen (2001, p.333) afirmam que:

Preços de transferência são associados a bens ou serviços

trocados entre as subunidades de uma organização.

Muitas vezes, o termo é associado a materiais, peças ou

produtos acabados. O preço cobrado afeta as receitas

da divisão que está transferindo e os custos da divisão

que está recebendo. Como resultado, a lucratividade, o

retorno sobre o investimento e a avaliação do desempenho

gerencial em ambas as divisões são afetadas.

Em 1763, os registros mostram que a empresa Carron Dowlais Company

também realizava transferências inter unidades ao custo médio real ou

estimado por tonelada. O mesmo processo, pode ser observado na entidade

Consett Iron Co., 1867, em Durham Reino Unido, igualmente produtora de ferro,

empregava o preço de transferência nas passagens de seus departamentos. Os

arquivos da Consett Co. demostraram que a empresa utilizou custo histórico

com a finalidade de medir as transferências de matérias-primas e bens

intermediários. O objetivo foi identificar a rentabilidade relativa do carvão

e departamentos de produção de ferro, e ainda, alcançar uma tomada de

decisão estratégica (BOYNS; EDWARDS, 2007).

88

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2.6 Empresa Boulton & Watt’s Soho Foundry (1790).

Custo é o valor gasto com bem ou serviços para a produção de outros

bens e serviços. Os custos têm a capacidade de serem atribuídos ao produto

final. Padoveze (2011, p.320) esclarece o termo apresentando:

São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar

os produtos da empresa. São gastos efetuados pela empresa

que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer

que os custos são os gastos relacionados aos produtos,

posteriormente ativados quando os produtos objeto desses

gastos forem gerados.

Instituindo normas nos processos a empresa Boulton & Watt’s Co. utilizava

livros de custeio para identificar; tempo; eficiência no consumo de carvão;

quantidade a ser usada e a identificação do carvão como custo direto e variável,

onde registravam seus custos por medição (BOYNS; EDWARDS, 2007).

2.2.7 Empresa Hudson Bay Company (1670). Local: Inglaterra.

A maioria dos orçamentos preocupa-se em antecipar as receitas e

despesas da entidade. Seja qual for o orçamento, este se baseia em dados

históricos, isto significa que são fatos ocorridos no passado que permite

um mínimo de previsibilidade.

Para Padoveze (2011, p.515) orçamento significa “[...] processar todos os

dados constante do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo

os dados previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já

definidas para o próximo exercício”. Como visto, a empresa Hudson Bay

Co., comerciante de peles, já elaborava em 1670 um plano orçamentário

para ajudar em negócios futuros, este plano orçamentário foi concebido

para coordenar as atividades das empresas na época e ajudar a planejar

seus negócios futuros de forma eficaz, além da determinação de quanto

89

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

cobrar por seus produtos de seus clientes (BOYNS; EDWARDS, 2007).

2.2.8 Empresa Morris Company (1727). Londres, Inglaterra.

O fluxo de caixa como ferramenta de controle permite aos gestores, ter

uma avaliação mais vasta da real capacidade de gerar caixa com o intuito

de honrarem seus compromissos e das necessidades de financiamentos

além de indicar a origem e o destino dos valores.

O fluxo de caixa da empresa consiste em implantar uma

estrutura de informações útil, prática e econômica. A

proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar

os futuros ingressos e desembolsos de caixa na empresa

(ZDANOWICZ, 2004, p.125).

O fluxo de caixa como vimos, relaciona-se com os movimentos mensais

das demais contas da empresa, e de forma é elemento fundamental para

o acompanhamento e controle dos recursos da organização, juntamente

com o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado.

A empresa Morris Co. em 1727, tinha esse controle sobre o fluxo de caixa

e utilizava a ROI (Retorno do investimento) sobre seu capital investido.

Essa organização consistia em uma fábrica de têxtil, onde teve um capital

investido em 1727 de £ 10.000 (dez mil libras) a uma taxa de 23% a.a.,

obtendo um retorno do seu investimento após um ano e três meses de £

2.900 (duas mil e novecentas libras) (JONES, 1985).

O retorno sobre o investimento, ou ROI, é usado para medir os

rendimentos obtidos a partir de uma determinada quantia de recursos

investidos, conforme Padoveze (2011, p. 278) “[...] o retorno do investimento

é o percentual obtido pelo lucro periódico (normalmente anual) em relação

aos investimentos do centro de resultado”. Portanto, pode-se afirmar que

o que se pratica hoje nos dias atuais, vem sendo exercido desde o século

XVIII por empresas que faziam seus investimentos e esperavam retorno do

90

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

mesmo, como visto na empresa Morris Company em 1727.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Todo procedimento de pesquisa é fundamentado em revisões teóricas

consistentes, ou seja, uma análise crítica de trabalhos publicados sobre

determinado tema. Cervo; Bervian (2007) argumentam que a pesquisa

consiste em uma atividade voltada para a solução de problemas, através

do emprego de processos científicos buscando uma resposta ou solução.

Técnicas como a Bibliometria são usadas para distinguir os trabalhos

e autores mais significativos a respeito de temas abordados. Através dessa

ferramenta, é possível levantar o que já se foi publicado, proporcionando

sustentação para o desenvolvimento de novos trabalhos. Segundo Tague-

Sutcliff (1992 apud Araújo, 2006, p.32), pode-se interpretar a Bibliometria

como “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação

e uso da informação registrada”. Assim, a Bibliometria desenvolve padrões

mensuráveis por meio de modelos matemáticos para avaliar processos,

utilizando seus resultados na elaboração de previsões e auxilio a tomadas

de decisões.

Esse estudo tem como proposta a análise sobre publicações envolvendo

a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos, mediante uma

abordagem prévia ao contexto histórico de entidades que aplicavam

procedimentos de gestão no período medieval.

As informações necessárias para o desenvolvimento desse estudo,

abordou um levantamento da produção acadêmica publicada em revistas,

eventos e sites na área contábil com seleção aleatória. Esse critério permitiu

a seleção de 50 (cinquenta) artigos de cunho nacional e internacional com

o objetivo de responder a pergunta de pesquisa.

• Hipótese: Como ocorreu a evolução histórica da Contabilidade

Gerencial e de Custos a partir do século XVII? Como se apresenta

as publicações científicas, voltadas ao tema quando abordarmos

91

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

um estudo Bibliométrico?

4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS BIBLIOMÉTRICOS.

Através de um levantamento da produção acadêmica publicada em

revistas, eventos e sites na área contábil, selecionou-se uma amostra

aleatória voltada a periódicos envolvendo o universo da Contabilidade

Gerencial e Contabilidade de Custos. Desta forma, o estudo aborda uma

amostra de 50 (cinquenta) artigos em análise Bibliométrica, conforme

evidenciado no quadro 02.

Quadro 02 – Artigos selecionados pelo estudo.

N° Nome do Artigo Ano Publicação

1Evolução da Contabi lidade: Uma análise sobre a adequação dos contado res em relação aos servi ços fornecidos as peque­nas empresas.

2008

2 Contabilidade Geren cial: Um instrumento de apoio à gestão para a to mada de decisão. 2013

3Diferenciações entre a Contabilidade Financeira e a Contabili­dade Geren cial: Uma pesquisa empí rica a partir de pesquisa­dores de vários países.

2007

4 Controladoria e Con tabilidade Gerencial. 2005

5 A importância da Contabilidade Gerencial. 2007

6 A importância da Contabilidade Gerencial para a administra­ção. 2012

7 The Development of Cost and Management Accounting in Britain. 2007

92

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

N° Nome do Artigo Ano Publicação

8 A Contabilidade de Custos: Uma ferramenta para evidenciar os custos hospitalares. 2007

9 Cost and Management Accounting In Pre­Industrial Revolution Spain. 2005

10 Reflexão sobre a evo lução e mensuração de custos de oportu­nidade. 2003

11 Evolución del pro cesso de armonización contable en España y Brasil en el período 1973­2013. 2014

12Aplicação e utiliza ção do método unidade de esforço de pro­dução para análise Gerencial e como ferramenta para aumento de competitividade.

2011

13A contribuição da Contabilidade Gerencial para as tomadas de deci sões de uma empresa do setor metalúrgico da regi ão de Criciúma/SC.

2011

14 Estudo Comparativo na área de Contabilidade Gerencial entre Brasil, México e Espanha. 2008

15 Contabilidade Ge rencial estratégica: o uso da contabilidade gerencial como suporte ao processo de gestão estratégica. 2001

16

A Contabilidade, a pesquisa de custos e o contexto brasileiro – Uma abordagem sobre realiza ção de pesquisas de cus tos e o desenvolvimento político econômico dos anos 70 ao início do sécu lo XXI.

2005

17 Evolução histórica da Contabilidade e dos sis temas de gestão de Custos. 2008

18 Evolução histórica do currículo de Contabi lidade no Brasil desde 1809. 2011

19 Estruturação de sis tema para Contabilidade Geren cial e contro­le de Custos. 2001

93

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

N° Nome do Artigo Ano Publicação

20Aproximação entre Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira com a convergência con tábil brasileira às normas IFRS.

2010

21 Pesquisa científica em Contabilidade Geren cial nos ENANPADs de 2003 a 2008. 2010

22 Cruzando fronteiras: Tendências de Contabili dade diretiva para o século XXI: As novas aborda gens metodológicas na pesquisa em Contabilida de Gerencial.

2001

23 Uma análise crítica dos instrumentos propos tos por Robert S. Kaplan para a Contabilidade Ge rencial. 2005

24 Pesquisa científica em Contabilidade entre 1990 e 2003. 2005

25Análise conceitual do relacionamento entre prá ticas de Con­tabilidade Gerencial e poder disci plinar a luz de Foucault e de Mintzberg.

2010

26 Relevance lost: uma releitura. 2005

27 A Contabilidade Ge rencial: uma perspectiva de ciclo de vida de seu desenvolvimento nas or ganizações. 2010

28 Histórico e proble mática de gerenciamento de custos. 2013

29 Contabilidade e aná lise de Custos. 2015

30 A abrangência da Contabilidade Gerencial segundo os docen­tes pa ranaenses de Contabilida de. 2009

31 Mudanças de práticas de Contabilidade Geren cial identificadas nos re latórios da administração de empresa familiares. 2010

32 A importância do profissional contábil na Contabilidade Gerencial. 2009

33 Contabilidade Ge rencial e teoria institucio nal: um estudo bibliomé trico em periódicos inter nacionais. 2014

94

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

N° Nome do Artigo Ano Publicação

34O ensino de Contabi lidade Geral e Contabili dade de Custos nos cursos de graduação em admi nistração do estado de Santa Catarina.

2010

35Abordagem a respei to da Controladoria e Contabilidade Ge­rencial: um estudo das redes soci ais publicado em periódi cos internacionais.

2014

36 Produção científica brasileira em Custos: um estudo descritivo do con gresso USP de Controla doria e Contabilidade. 2014

37 Mudanças nas práti cas de Contabilidade Ge rencial de empre­sas. 2011

38Uma análise do uso dos conceitos e ferramen tas da Contabi­lidade Ge rencial por empresas mul tinacionais instaladas em Curitiba/PR.

2011

39O monólogo contá bil: Uma análise do uso da Contabilidade Gerencial em micro e pequenas empresas à luz do processo comunicacional segundo Bakhtin.

2012

40 Análise dos Custos para tomada de decisão gerencial: o caso de uma fábrica familiar de perfilados. 2014

41A Contabilidade Ge rencial como ferramenta de apoio ao pla­nejamento e ao controle: um estudo sobre duas empresas de grande porte do setor au tomotivo.

2010

42Contabilidade Ge rencial como ferramenta para gestão financeira nas microempresas: uma pes quisa no município de Mossoró/RN.

2015

43 Gestão de Custos nas MPEs da indústria de confecção. 2003

44 Contabilidade Ge rencial como fonte de informação. 2012

45 A importância da Contabilidade Gerencial para micro e peque­na empresa. 2010

95

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

N° Nome do Artigo Ano Publicação

46 A importância da Gestão de Custos na to mada de decisão. 2010

47 A influência da Con tabilidade de Custo na tomada de decisão. 2007

48 A Contabilidade Gerencial e sua importân cia na atualidade. 2010

49 Sistemas de Custos com base em atividades: Uma evolução das filoso fias de produção e de Contabilidade. 1994

50 Evolução histórica da Contabilidade de Custos. 1993Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

A frequência estatística ou frequência absoluta de um evento consiste

no número de vezes que o mesmo ocorreu em um experimento ou

estudo (CORREIA, 2003). Utilizando essa ferramenta, a presente amostra

demonstra que o meio de divulgação mais presente foi à modalidade

revista, apresentando 74% do total dos artigos pesquisados, seguido de

eventos a título de congressos, simpósios e oficinas com percentual de

16%, em acréscimo, as publicações voltadas a sites ou mídias eletrônicas

totalizaram apenas 10%, segundo tabela 01.

Tabela 01 – Estudos por meios de divulgação

MEIOS DE DIVULGAÇÃO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %

Revista 37 74%

Evento 8 16%

Site 5 10%

Total 50 100%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

Quanto às metodologias utilizadas, a pesquisa exploratória mostrou-

96

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

se a de maior representatividade, sendo aplicada em 54% dos artigos

segundo a tabela 02. A pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de

proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato, utilizada para

estudar temas poucos abordados, possibilitando maiores informações

sobre o assunto em questão (BEUREN, 2008).

Em sequência, observa-se a pesquisa descritiva com 46% da frequência,

a qual tem como principal característica descrever uma determinada

população ou fenômeno estabelecendo relação entre variáveis (GIL, 2008).

Quanto à pesquisa explicativa, não foi encontrada de forma presente entre

os 50 artigos pesquisados.

Ainda Gil (2008), esclarece a pesquisa explicativa como meio para

identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência

dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade,

porque explica a razão ou o porquê das coisas. Por isso, é uma a modalidade

mais complexa e delicada.

Tabela 02 – Estudos por metodologia utilizada

METODOLOGIA UTILIZADA FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %

Pesquisa Exploratória 27 54%

Pesquisa Descritiva 23 46%

Total 50 100%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

Quanto à tabela 03, observamos as datas envolvendo os artigos

publicados sobre Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custo,

escopo do estudo. Por se tratar de uma amostra aleatória, com base na

seleção por buscadores da internet, não foram indicadas publicações que se

aprofundam em contextualizações históricas da Contabilidade por Gestão,

o que evidencia um intento para futuros estudos e aprofundamentos em

97

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

publicações na área.

Tabela 03 – Estudos por ano de divulgação.

ANO DE DIVULGAÇÃO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %

2015 2 4%

2014 5 10%

2013 2 4%

2012 3 6%

2011 5 10%

2010 10 20%

2009 2 4%

2008 3 6%

2007 5 10%

2005 6 12%

2003 2 4%

2001 3 6%

1994 1 2%

1993 1 2%

Total 50 100%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

Dentre os artigos considerados, o maior volume de publicações ocorreu

no ano de 2010 com 20% de frequência, seguido por 2005 com 12%, em

terceiro lugar ficaram os anos de 2014, 2011 e 2007. Quanto às publicações

voltadas a 2012, 2008 e 2001 encontrou-se um percentual de 6%. Nos

anos de 2015, 2013, 2009 e 2003 aponta 4%, onde as menores frequências

98

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

observam-se em 1994 e 1993 com apenas 2%.

A tabela 04 aponta os artigos divulgados em Contabilidade Gerencial e

Contabilidade de Custos quanto aos estados ou países o qual foi divulgado.

Tabela 04 – Estudos por local de divulgação.

LOCAL DIVULGADO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %

Brasília 1 2%

Canadá 1 2%

Colômbia 1 2%

Espanha 1 2%

Espírito Santo 1 2%

Inglaterra 1 2%

Mato Grosso 1 2%

Minas Gerais 4 8%

Paraná 6 12%

Piauí 1 2%

Rio de Janeiro 1 2%

Rio Grande do Norte 1 2%

Rio Grande do Sul 2 4%

Santa Catarina 10 20%

São Paulo 17 34%

Sergipe 1 2%

Total 50 100%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

O estado brasileiro com maior número de participação quanto a

99

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

divulgação dos artigos foi São Paulo com 34%, seguido por Santa Catarina

com 20%, em terceiro lugar observou o estado do Paraná em frequência de

12% dos artigos selecionados. Minas Gerais segue com 8%, Rio Grande do

Sul 4% e os demais estados brasileiros, como: Brasília, Espírito Santo, Mato

Grosso, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe apresentou 2%

respectivamente. Foram selecionados 4 (quatro) artigos internacionais,

sendo 1 (um) do Canadá, 1 (um) da Colômbia, 1 (um) da Espanha e 1 (um) da

Inglaterra com 2% respectivamente da participação na divulgação.

Tabela 05 – Estudos da quantidade média de referências por artigo.

REFERÊNCIAS Nº. DE REFERÊNCIAS Nº. MÉDIO DE REFERÊNCIAS POR ARTIGO

Nacionais 1.093 21,86

Internacionais 1.026 20,52

Total 2.119 42,38Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

De acordo com a tabela 05, a quantidade média de referências utilizadas

por artigo foi de 42,38%. Conforme o total percebe-se que a participação média

das referências nacionais é de 21,86% por artigo, quase se iguala à participação

média de referências internacionais em 20,52%. Portanto, pode-se verificar o

amadurecimento e harmonização de publicações nacionais quando falamos

em estudos elaborados por autores de outros países.

A tabela 06 apresenta o procedimento metodológico utilizado.

Tabela 06 – Estudos do procedimento metodológico utilizado.

100

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO UTILIZADO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %

Pesquisa Documental 19 38%

Pesquisa Bibliográfica 13 26%

Pesquisa de Estudo de Caso 13 26%

Pesquisa Levantamento de Survey 5 10%

Total 50 100%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

De acordo com a tabela 06, destacam-se entre as metodologias

pesquisadas nos artigos, a pesquisa documental com 38%, a que segundo

Gil (2008) é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou

retrospectivos, considerados cientificamente autênticos.

Quanto à pesquisa bibliográfica, apresentou uma frequência de

26%, se equiparando ao estudo de caso com o mesmo percentual. Ainda

segundo Gil (2008) a pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção

efetiva de um protocolo de  investigação, onde, após а  escolha de um

assunto  é necessário fazer uma  revisão bibliográfica  do  tema proposto.

Essa modalidade auxilia na escolha de um método mais apropriado, assim

como no conhecimento das variáveis e na autenticidade da pesquisa.

O estudo de caso, Yin (2005), consiste na investigação empírica que

permite o estudo de um fenômeno contemporâneo dentro do contexto

da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o

argumento não estão claramente definidos. Por fim, na pesquisa Survey

encontrou-se um percentual de 10% sobre a produção cientifica estudada.

Essa modalidade de pesquisa, em Gil (2008), é um tipo quantitativo, pois

apresenta característica de abordagem direta das pessoas, no qual deseja

conhecer. Basicamente, realiza-se o levantamento das informações de um

grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado, mediante

análise quantitativa. Em acréscimo, verificou-se que entre os artigos

101

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pesquisados também ocorreu a utilização de mais de um procedimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo histórico evolutivo da Contabilidade Gerencial e Contabilidade

de Custos são importantes para que se conheçam quais as principais

fundamentações teóricas que estão alicerçando os procedimentos

gerenciais e de custos dos dias atuais.

Para isso, fez-se necessário um estudo cujo objetivo foi descrever

e analisar o perfil da produção científica em Contabilidade Gerencial

e Contabilidade de Custos no período de 1990 a 2016 mediante a

Bibliométria, acrescido de um levantamento histórico e bibliográfico de

entidades do século XVIII ao XIX.

Os resultados desse levantamento sugerem evidências empíricas de

que a bibliografia sobre Contabilidade Gerencial e Custos está voltada para

as pesquisas exploratórias, podendo ser explicado pela valorização dessa

modalidade de investigação na esfera atual.

Quanto ao meio de divulgação, verificou-se uma relevância da exposição

em artigos e revistas. O ano que teve o maior número de publicações

foi em 2010, onde o estado de São Paulo apresentou o maior número de

periódicos como foi observado, ficando com 34% da frequência.

Em acréscimo, as quantidades médias de referências nacionais estão

sendo utilizadas proporcionalmente às internacionais, como meio de

consulta e respaldo acadêmico, indicando que a literatura estrangeira está

exercendo influência sobre a nacional.

E finalmente, quanto aos procedimentos metodológicos mais

utilizados, observou-se a pesquisa documental com 38% da frequência.

Considerando as limitações desta pesquisa, não se permite a

generalização desses resultados, avaliando o tamanho da amostra

proposta, principalmente quando comparada ao universo de artigos

científicos publicados nos anos 1990 a 2016 e também por ser uma

amostra não probabilística. Entretanto, não reduz sua importância quanto

102

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

à produção acadêmica. Logo, sugere-se uma pesquisa posterior com uma

amostra mais abrangente. Caso os resultados sejam os mesmos, pode se

fazer uma conclusão dos mesmos com maior segurança.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

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105

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

CONTABILIDADE ESTRATÉGICA APLICADA EM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ

AUTORES: Felipe Lima Bitencourt ¹

Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Roberto Mathias Susin ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

106

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMODevido às mudanças estarem acontecendo a todo o momento no que

abrange a área contábil, e considerando que hoje o profissional contábil

torna-se indispensável no âmbito empresarial, contribuindo com as

empresas em todos os aspectos, principalmente quando se envolve

conceitos, este trabalho utiliza um sistema de Contabilidade Estratégica

para auxiliar na identificação e percepção dos clientes em uma Cooperativa

de Trabalho Médico. A Contabilidade Estratégica tem como objetivo

analisar as informações contábeis no que diz respeito à estratégia da

empresa, de maneira a fomentar mudanças aos cenários e apontando das

direções que devem ser seguidas. Através de uma abordagem exploratória

e quantitativa, reuniu-se uma amostra de 265 clientes da Unimed Litoral

– Santa Catarina, Brasil. Concluiu-se segundo análise dos dados que

os entrevistados têm entre 29 a 33 anos, estão cursando alguma forma

de ensino superior e tem renda acima de U$ 1.460,00 dólares mês. Na

sequência, sua grande maioria tem planos de saúde com abrangência

nacional e foram contratados a mais de 03 anos. Acreditam ser adequado

o valor pago na contratação dos serviços de saúde em aproximadamente

U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês, e estão satisfeitos com os serviços

oferecidos pela prestadora de serviços médicos.

Palavras-chave: Contabilidade Estratégica. Cooperativismo Médico.

Unimed Litoral Santa Catarina Brasil.

107

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

INTRODUÇÃO

A Contabilidade Estratégica vem sendo utilizada como uma das

principais ferramentas para alcançar os resultados almejados pelas

organizações. A vantagem competitiva está na essência de qualquer

estratégia, para obtê-la, é preciso que a organização faça uma escolha.

Sobre esse tipo de prerrogativa competitiva, muita das vezes a percepção

dos gestores não se encontra sobre pauta, quando o assunto aborda Cadeia

de Valor, Posicionamento de Custos e seus Direcionadores.

A cooperativa é uma sociedade de natureza civil, formada por

no mínimo 20 pessoas, gerida de forma democrática e participativa,

com objetivos econômicos e sociais comuns. Os próprios associados,

seus líderes e representantes têm total responsabilidade pela gestão

e fiscalização da cooperativa. Além disso, se diferencia de outras

modalidadesde associações de pessoas por seu caráter essencialmente

econômico. A sua finalidade é colocar os produtos e serviços de seus

cooperados no mercado e nas condições mais vantajosas do que os

mesmos teriam isoladamente.  Desse modo, pode ser entendida como

uma empresa que presta serviços aos seus cooperados.

No caso das Cooperativas de Saúde, consiste em uma modalidade do

sistema, que se dedica à recuperação e preservação da saúde humana.

Em âmbito legislativo, RDC n.39 de 27∕10∕200 “Art. 1º Definem-se como

Operadoras de Planos de Assistência à Saúde as empresas e entidades que

operam no mercado de saúde suplementar, planos de assistência à saúde,

conforme disposto na Lei nº 9.656, de 1998.”.

Assim, voltado ao ambiente externo, a Contabilidade Estratégica pode

apresentar uma visão de seus clientes quanto aos produtos oferecidos,

bem como as ameaças propostas pela concorrência. Dessa forma, o seu

estudo, associado às Cooperativas de Saúde, aborda de forma pertinente

uma compreensão desses consumidores e formação de uma percepção

detalhada, dos gestores dessas organizações de trabalho.

108

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 CONTABILIDADE ESTRATÉGICA DE CUSTOS

Em virtude do avanço tecnológico em grande parte dos setores

econômicos, os gestores necessitam de informações mais especificas para

suas decisões, tanto estratégicas quanto operacionais, conforme visto em

Shank e Govindarajan (1997:62);

É tradicionalmente vista como o processo de avaliação do

impacto financeiro das decisões gerenciais alternativas,

enquanto a gestão estratégica de custos é uma análise

de custos vista sobre um contexto mais amplo, em que

os elementos estratégicos tornam-se mais conscientes,

explícitos e formais. Na gestão estratégica de custos, os

dados são usados para desenvolver estratégias superiores

a fim de se obter uma vantagem competitiva sustentável.

Para desenvolver e sustentar uma vantagem competitiva,

as empresas possuem certas prioridades estratégicas,

tais como, qualidade redução no prazo de entrega,

produtividade, flexibilidade na alteração do projeto do

produto e no volume de produção e redução de custos.

No entanto, Nakagata (1991, p.15), destaca que;

Os sistemas de custeio tradicionais foram desenvolvidos

para a avaliação de inventários tendo em vista a necessidade

de se elaborarem demonstrações contábeis e fiscais, e

tem sido continuamente aperfeiçoada através do tempo.

Entretanto, tais sistemas já não estão proporcionando aos

gerentes que buscam a eficiência e eficácia das operações

de suas áreas funcionais a informação precisa e oportuna

que elas necessitam para a gestão e mensuração de custos e

109

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

desempenho de atividades em um ambiente de tecnologia

avançada de produção.

Diante do exposto, entende-se que é de extrema importância que as

empresas possam investir em sistemas que amparem a Contabilidade

Estratégica de Custos, quanto ao auxílio dos gestores na compilação da

informação e apresentação de resultados mais assertivos no processo de

tomadas de decisões.

A Contabilidade Estratégica ajuda compreender qual rumo à empresa

deve seguir, e onde deseja chegar. Sendo assim, cria uma gestão que

permite analisar os processos e posteriormente agregar valor (ROCHA e

SELIG, 2001).

Ainda, Shank e Govindarajan (1992), a gestão estratégica de custos é o

resultado de três temas subjacentes tirados de literaturas especializadas,

abordados mediante; a análise da cadeia de valor; posicionamento

estratégico, e direcionadores de custos. Portanto, requer apontamentos

profundos quanto aos custos, os quais vão além dos limites da empresa,

buscando conhecer toda a cadeia de valor, a qual se inicia desde a aquisição

da matéria prima até o consumidor final.

2.2 PILARES DA CONTABILIDADE ESTRATEGICA DE CUSTOS

2.2.1 CADEIA DE VALOR

Existem alguns pilares primordiais na gestão estratégica de custos, um

deles é a cadeia de valor, conforme Shank e Govindarajan (1997, p.72) as

etapas são:

a. Identificar a cadeia de valor do setor e atribuir custos,

receitas e ativos às atividades de valor;

b. Diagnosticar os direcionadores de custos, regulando

cada atividade de valor; e

110

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

c. Desenvolver vantagens competitiva sustentável

através de um melhor controle dos direcionadores

de custos que os concorrentes, ou reconfigurando a

cadeia de valor.

Ainda segundo Shank e Govindarajan (1997, p. 301):

O gerenciamento de custos, na estrutura da gestão

estratégica de custos exige efetivamente um enfoque

amplo e externo à empresa. Ainda, conforme o mesmo

autor a complexidade da cadeia de valor pode implicar na

necessidade de, compreender como está cadeia de valor se

constitui, valorizar cada etapa que influencia a execução

no produto final.

Nota-se que a análise da cadeia de valor com uma visão ampla e

principalmente externa, pode influenciar no gerenciamento estratégico

dos custos, tendo em vista a suas ligações conjuntas nas atividades

geradoras de valor, desde as matérias-primas até consumidor final.

Entende-se que a cadeia de valor de uma organização é apresentada

como um conjunto de atividades que é realizado nas diferentes áreas

funcionais (POTER, 1989).

2.2.2 DIRECIONADORES DE CUSTO

Devido às atividades se complementarem, é necessário identificar os

direcionadores de custos que explicam as variações dos gastos de cada

atividade de valor. Conforme Shank e Govindarajan (1997, p.73) “[...] o

custo é uma função, principalmente, de apenas um único direcionador de

custos: o volume de produção”.

Já o autor Robles Júnior (1994, p.89) , menciona que:

111

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Os direcionadores constituem um método de alocação

de custos. Os direcionadores medem a frequência ou a

intensidade da demanda de certo tipo de atividade. A

alocação de custos pode ser efetuada em etapas. A primeira

etapa aloca os custos das atividades para determinados

centros de atividades. Na segunda etapa os direcionadores

de custos alocam os custos acumulados no centro de

atividades para os demais objetos de custo.

Conforme a ideia dos autores é vista que os direcionadores de custos

contribuem para a análise crítica e, consequentemente, para a melhoria do

sistema de custos baseado em atividades e situações.

Porém, para Brimson (1996, p.146):

O custo é identificado às atividades por relacionamento

causal. Os principais passos no rastreamento dos recursos

às atividades incluem: determinar a fonte dos dados,

agrupar os custos contabilizados na razão geral, estabelecer

uma relação causal, rastrear os custos relacionados ao

pessoal e rastrear todos os demais custos às atividades.

Subtende-se que no campo da contabilidade, qualquer situação ou

evento que cause uma mudança ou dispêndio de um recurso pode ter

muitos direcionadores, que nem sempre são inclusos no sistema de custos

da empresa. Os mesmo podem ser diagnosticados por direcionadores de

recursos e direcionadores de atividades.

2.2.3 Posicionamento estratégico

Um dos pilares para a gestão estratégica de custos é o posicionamento

estratégico. Slack (1999, p. 74) afirma que “[...] uma estratégica é o padrão

global de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente

112

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

e têm o objetivo de fazê-la atingir seus objetivos de longo prazo.” Nesse

sentido, Mcgee e Prusak (1994, p.190) explicitam que:

O planejamento estratégico descreve e define o ambiente

externo e interno em termos que permitem que a

organização crie e desenvolva competência especificas

e habilidades organizacionais. Podem fornecer avisos

antecipados relativos a problemas e oportunidades.

Em resumo, o posicionamento estratégico é primordial para que a

empresa possa se situar perante seus concorrentes no seguimento que

atua, mantendo-se competitiva.

2.3 O COOPERATIVISMO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA.

O conceito legal de sociedade cooperativa encontra-se no art. 4º da

Lei Federal Brasileira nº 5.764/71, complementado, naturalmente, pelas

características da sociedade. Essas se encontram no texto do artigo 1.094

do Código Civil Brasileiro e nos incisos do art. 4º

Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com

forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não

sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos

associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas

seguintes características:

Portanto, segundo a normativa, consiste em um tipo de sociedade

de pessoas, sem fins lucrativos, sem receita própria, regulada por lei

especial e que se destina unicamente à prestação direta de serviços aos

associados. Assim, o cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário do 

“empreendimento”.

113

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Nesse sistema é possível observar várias modalidades de

cooperativismo, dentre elas a de consumo, sociais, trabalho, educacionais,

transporte, agropecuária, credito, habitacional, produção, mineral,

turismo e saúde (SESCOOP, 2014).

O cooperativismo medico e as segurados de saúde já existem a mais de

70 anos. Estas empresas de autogestão foram criadas a partir de 1930, as

medicinas de grupo em 1956, as cooperativas médicas em 1967, entretanto,

foram regulamentadas em 1977. O princípio proposto se espalhou pelo

mundo e pouco se modificou, constituindo a base do cooperativismo,

como a livre adesão, a seleção dos membros, a distribuição do excedente

líquido, a taxa limitada de juros do capital, a educação dos cooperados,

sua gestão democrática e neutralidade política e religiosa (CARVALHO;

CECÍLIO, 2007).

Dentre as vantagens propostas pela cooperativa de saúde, encontramos

o fortalecimento da categoria, a reunião de tecnologias, seguido pelo

gerenciamento dos custos envolvidos na sua gestão (NEGRI, 2008).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esse artigo foi produzido com traços de um estudo exploratório e

descritivo. Gil (2012), esclarece que uma pesquisa exploratória tem por

finalidade desenvolver, esclarecer e modificar ideias e conceitos. O mesmo

autor acrescenta que uma pesquisa descritiva se ocupa em expor as

características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecer

relação entre as variáveis (GIL, 2012).

Por se tratar de um tema complexo e pouco explorado pela

Contabilidade, a pesquisa de campo apresenta característica quantitativa.

Para Marconi e Lakatos (2010), o caráter quantitativo da pesquisa está

ligado ao controle estatístico das informações, com o objetivo de equipar

dados para sua verificação.

Beuren et al. (2003), informam que a pesquisa descritiva busca dentro

do objeto de estudo, identificar suas variáveis, relatar e comparar, sem

114

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ter um aprofundamento maior. Nesse sentido, o objetivo do estudo visa

identificar a abordagem da Contabilidade Estratégica de Custos voltada

a uma Cooperativa de Trabalho Médico, localizada do Estado de Santa

Catarina – Brasil, mediante a percepção de seus clientes quanto à prestação

de serviços para área da saúde, procurando assim, responder as hipóteses

da pesquisa, através de ferramentas estatísticas.

Em acréscimo, buscou-se identificar o perfil do cliente, abordando

o custo e a diferenciação do produto ofertado pela organização sem

fins lucrativos, diante disso, os dados foram coletados através de um

questionário apresentado aos usuários do plano de saúde da Cooperativa

de Trabalho Médico Unimed Litoral.

Os resultados alcançados pela análise do trabalho foram apresentados

através de tabelas, gráficos e textos descritivos, mediante aplicação de 265

questionários estruturados que representam a amostra para pesquisa. Os

dados foram obtidos durante o período de Fevereiro a Março de 2017. Com

este resultado foi possível avaliar qual a percepção dos clientes sobre o

plano de saúde Unimed Litoral.

5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A primeira tentativa de implantar o sistema Unimed para o Litoral do

Vale do Rio Itajaí-Açú ocorreu em 1977, perdurando em dois anos. Nessa

época, apesar do grande número de profissionais ingressando à região, a

ideia do cooperativismo médico ainda era nova. Por isso, a implantação do

sistema Unimed não obteve sucesso.

Portanto, essa iniciativa encontrou êxito em 1985, através de um grupo

de 20 médicos que iniciaram uma parceria com a Federação da Unimed do

estado de Santa Catarina, iniciando assim, a Unimed de Itajaí-SC, ou seja,

o ingresso na maior operadora de planos de saúde do Brasil, presente em

83% do território nacional e com cerca de 40% do mercado doméstico de

planos de saúde (UNIMED, 2017).

Hoje esta operadora de plano de saúde (Unimed Litoral) possui 368

115

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

médicos cooperados, 1037 colaboradores, e tem como área de ação as

cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas,

Camboriú, Navegantes, Balneário Piçarras, Barra Velha, São João do

Itaperiú, Ilhota, Luiz Alves e Penha, estado de Santa Catarina, onde

possuem aproximadamente 70.000 mil clientes, contando com um

faturamento anual de aproximadamente U$ 87 milhões de dólares.

Os resultados obtidos pela análise do trabalho foram apresentados por

meio de tabelas, gráficos e textos descritivos, mediante aplicação de 265

questionários estruturados que representam a amostra para pesquisa. Os

dados foram obtidos durante o período de Abril a Maio de 2017. Com este

resultado foi possível avaliar qual a percepção dos clientes sobre o plano

de saúde Unimed Litoral.

Quanto ao perfil dos entrevistados, observou-se que a grande maioria

é composta por mulheres, totalizando (56,92%), para os entrevistados do

sexo masculino encontramos (43,08%) da amostra. Segundo Cobra (2010)

o sexo dos clientes pode ser usado como base de divisão dos resultados,

tendo em vista que existem diferenças nas características físicas e uma

percepção diferente.

Neste sentido, Chuchill e Peter (2000), salientam que a segmentação

de mercado a partir do sexo é necessária quando um produto pode agradar

mais um sexo do que o outro ou quando os membros têm estímulos

diferentes diante de um mesmo produto.

Quadro 01: Faixa etária dos entrevistados.

Faixa Etária dos Entre-vistados

Grau de Instruçãodos Entrevistados

Renda Familiardos Entrevistados e Salários Mínimos

U$292

0 a 18 anos 0% Ensino fundamen­tal incompleto 1,53% 01 a 04 66,15%

116

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

19 a 23 anos 6,15% Ensino fundamen­tal completo 0% 05 a 08 29,23%

24 a 28 anos 10,77% Ensino médio completo 33,85% 09 a 12 3,08%

29 a 33 anos 32,31% Ensino superior incompleto 43,08% Acima 12 1,54%

34 a 38 anos 7,69% Ensino superior completo 16,92%

44 a 48 anos 16,92%

Acima de ensino superior Completo 4,62%

49 a 53 anos 0%

54 a 58 anos 3,08%

59 ou + anos 23,08%Fonte: Dados primários, elaborado pelos autores, (2017).

Na medida em que as pessoas envelhecem seus desejos e suas

necessidades mudam, dessa forma, muitas pesquisas segmentam o

mercado com base na idade em que estão (CHURCHILL E PETER, 2000).

Neste sentido, a segmentação baseada na idade se faz necessária, visto

que, de acordo com Cobra (2010:287):

Pela similaridade de características de demanda do grupo

da mesma faixa etária, ou do grupo no mesmo estágio do

ciclo de vida e pelas diferenças existentes nesses grupos,

podem-se oferecer produtos diferentes, utilizar diferentes

meios de comunicação, estabelecer preços diferentes e/ou

distribuir produtos diferentemente a dois ou mais desses

grupos.

Diante do quadro 01, pode-se notar que a maioria dos clientes possui

entre 29 a 33 anos, totalizando (32,31%), seguindo das pessoas que tem

117

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

idade entre 59 anos ou superior (23,08%), entre 44 a 48 anos (16,92%),

finalizando, 24 a 38 anos (10,77%). Os clientes com faixa etária de menor

representatividade observam-se entre 34 a 38 anos (7,69%), 19 a 23 anos

(6,15%) e 54 a 58 anos (3,08%).

A idade dos clientes é um fator determinante para aumentar a receita

das prestadoras de serviços de saúde, visto que, quanto maior a idade do

cliente, paralelamente o valor gasto com o produto apresentará acréscimo.

Na demonstração do quadro 01, pode-se notar que a maior parte dos

entrevistados possui Ensino Superior Incompleto (43,08%), seguido pelo

Ensino Médio Completo (33,85%). Os entrevistados com Ensino Superior

Completo (16,92%), ou com educação Superior Completa totalizam um

percentual de (4,62%). O nível de escolaridade se faz de extrema importância

para agregação de mercados. Torna-se notório que os segmentos

diferenciados por estas variáveis poderão ter necessidades diferentes. Duas

pessoas com grau de instrução diferente podem até ter salários iguais,

porém seus interesses são distintos. Essas diferenças são determinantes

para apontar uma boa estratégia (LAS CASAS, 2009).

Diante dos clientes que responderam à pesquisa, destacam-se os que

possuem renda familiar entre 01 a 04 salários mínimos com um percentual

de (66,15%). Os resultados apuraram que (29,23%) têm como renda

familiar entre 05 a 08 salários mínimos, seguindo de (3,08%) para renda

09 a 12 salários mínimos e apenas (1,54%) com ganho entre 12 ou mais

salários mínimos.

Las Casas (2009), menciona que a lógica de segmentar o mercado

com base no que as pessoas têm de poder aquisitivo, ocorre, pois, os

consumidores com maior renda tendem a comprar e valorizar produtos.

Diante do exposto, nota-se que (56,92%) dos entrevistados não

são o titular do plano de saúde que estão vinculados, e (43,08%) dos

entrevistados são titulares do seu plano de saúde.

118

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 01: Área de abrangência do Plano de Saúde Unimed Litoral – Sta Catarina.

ÁREA DE ABRANGÊNCIA “PLANO DE SAÚDE”

Regional 33,85%

Estadual 16,92%

Nacional 49,23%

Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

Dentre os entrevistados (49,23%) apresentam um plano de saúde

com abrangência em todo o território Nacional, (33,85%) tem plano de

saúde com abrangência Regional e (16,92%) com alcance Estadual.

Tabela 02: Aquisição do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.

PERIODO QUE ADQUIRIU - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”

Inferior a 01 ano 0%

De 01 a 03 anos 27,69%

De 03 a 06 anos 36,92%

De 06 a 09 anos 23,08%

De 09 a 12 anos 1,33%

De 12 a 15 anos 10,77%

Acima de 15 anos 0,21%

Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

Com base nas respostas dos entrevistados observa-se que (36,92%)

têm seu plano de saúde de 03 a 06 anos, (27,69%) possuem esses

serviços pelo período de 01 a 03 anos, (23,08%) adquiriu o plano de

saúde de 06 a 09 anos, (10,77%) dos entrevistados possuem plano de

saúde de 12 a 15 anos, finalizando, (1,54%) da amostra tem seu plano

119

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de 09 a 12 anos.

Nota-se que a maioria dos entrevistados têm o plano de saúde dentre

3 e 6 anos, o que é positivo para a organização, pois demonstra que os

clientes estão fiéis aos produtos da prestadora de saúde, objeto do estudo.

Assim, utilizam os produtos há alguns anos, isso comprova confiança,

indicando certa fidelização destes clientes. Em acréscimo, verifica-se uma

preocupação em ter um serviço melhor do que o oferecido no sistema

publico de saúde.

Tabela 03: Valor Cobrado pelo Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.

VALOR COBRADO MENSALMENTE - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”

U$ 0,00 a U$ 35,00 6,15%

U$ 35,00 a U$ 100,00 18,46%

U$ 100,00 a U$ 200,00 32,31%

U$ 200,00 a U$ 300,00 38,46%

U$ 300,00 a U$ 400,00 4,62%

U$ 400,00 a U$ 500,00 0%

Acima U$ 500,00 0%

Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

Ao analisar a tabela 03, observa-se que (38,48%) dos pesquisados

gastam de U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês com plano de saúde.

O segundo maior gasto é verificado no montante de U$ 100,00 a U$

200,00 dólares o que representou (32,31%) da amostra, (18,46%) dos

entrevistados afirmaram que gastam mensalmente de U$ 35,00 a U$

100,00 dólares com seu plano de saúde. Em (6,15%) dos envolvidos

dispendem até U$ 35,00 dólares por mês com plano de saúde, e (4,62%)

indicaram que investem em saúde de U$ 300,00 a U$ 400,00 dólares por

120

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

mês com plano de saúde.

Entende-se que a média mensal gasta por cliente no produto saúde

é bastante variável, mas em sua grande maioria pode ser considerada

representativa, diante disso, a operadora deveria realizar um levantamento

mais detalhado sobre o apontamento, de modo a obter resultados

particularizados. Nesse estudo, se verifica que os clientes não se importam

em gastar com a saúde, mesmo tendo despesas fixas elevadas.

Tabela 04: Satisfação com o serviço recebido do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.

VALOR COBRADO MENSALMENTE - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”

Concordo totalmente 0%

Concordo 55,38%

Discordo 44,08%

Discordo Totalmente 0%

Não sei opinar 0,54%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

A tabela 04 indica que (55,38%) dos entrevistados responderam

concordar com o valor das mensalidades em seus planos de saúde. Em

(43,08%) não concordam com o valor das mensalidades e apenas (1,54%)

não quiseram opinar sobre os valore praticados nas mensalidades dos

planos de saúde.

121

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 05: Satisfação com o serviço recebido do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.

GRAU DE SATISFAÇÃO COM O PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”

Totalmente satisfeito 27,69%

Satisfeito 64,62%

Pouco satisfeito 3,08%

Totalmente insatisfeito 4,62%

Não sei opinar 0%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

Quanto à tabela 05, revela que (64,62%) dos entrevistados estão

satisfeitos com os serviços que recebem do seu plano de saúde, (27,69%)

afirmam que estão totalmente satisfeitos, (4,62%) responderam que estão

totalmente insatisfeitos com o serviço que auferem do plano de saúde e

(3,08%) apontaram que estão pouco satisfeitos em relação aos serviços

pela prestadora de saúde.

Na tabela 06 assinala a percepção dos clientes quanto à relevância na

contratação de um plano de saúde.

Tabela 06: Importância para a contratação do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.

IMPORTÂNCIA PARA A CONTRAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE

Preço praticado pelo plano de saúde 27,69%

Diferenciação quanto a serviço prestado 18,46%

Rede prestadora de assistência 47,69%

Não exigência de carência 6,15%

Área de abrangência do plano 0%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).

122

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Assim, demonstra que (47,69%) dos pesquisados acreditam ser

importante à contratação de um plano de saúde e a rede prestadora

de assistência. Já (27,69%) indicaram que o valor praticado pelo plano

de saúde é de primordial importância, (18,46%) responderam que a

diferenciação quanto ao serviço do plano de saúde é o buscam no momento

da contratação desse serviço, e (6,15%) analisam que o mais importante é

inexistência de carência.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as mudanças ocorrendo a todo o momento por parte da agência

reguladora dos planos de saúde (Agência Nacional de Saúde Suplementar –

ANS), as operadoras de planos de saúde devem estar sempre em constante

alinhamento sobre essas alterações, a fim de evitar futuros transtornos

com seus clientes e até possíveis multas impostas por parte da agência

reguladora.

Visando a percepção dos clientes sobre o plano de saúde, foi aplicada

uma pesquisa quantitativa de modo a concluir que a grande maioria

de clientes da Unimed Litoral, esta satisfeita com seu plano de saúde.

Durante a análise observou-se que os entrevistados têm entre 29 a 33

anos, estão cursando alguma forma de ensino superior e tem renda acima

de U$ 1.460,00 dólares mês. A grande maioria dos planos de saúde tem

abrangência nacional e foram contratados a mais de 03 anos. Acreditam

ser adequado o valor pago na contratação dos serviços de saúde, em

aproximadamente U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês, e estão

satisfeitos com os serviços oferecidos pela prestadora.

Entretanto, seria de grande valia, se a Unimed procurasse cada vez

mais ouvir seus clientes, para saber quais as suas reais necessidades, e

posteriormente continuar a perpetuar seu crescimento.

Baseando-se em um planejamento e na contabilidade estratégica

a empresa poderá corrigir erros, aproveitar as oportunidades e assim,

diminuir as ameaças que podem atrapalhar a obtenção de bons resultados.

123

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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125

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A CONTABILIDADE GERENCIAL E AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS

AUTORES: Prof. MSc Juliana Andressa Negri ¹

Edenise A. dos Anjos ²Prof. MSc Edson Francisco Floriani ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis2. Universidade Federal do PR - Graduada em Ciências Contábeis.3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Administração

126

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOA contabilidade como ciência social está em posição de contribuir

positivamente no campo da proteção ambiental através da interação de

dados econômicos e financeiros observados em sociedades que trabalham

com a exploração do meio ambiente. O crescimento da população urbana

tem gerado impactos negativos sobre o meio ambiente, como as inundações

que estão se tornando cada vez mais severas devido à impermeabilização

do solo e ausência de um plano de manejo da água da chuva. O mercado

da construção civil tem buscado novas possibilidades construtivas em

todo o país, preocupando-se quanto aos impactos e modificação do meio

ambiente. Entre os muitos projetos sustentáveis desenvolvidos destacam-

se os telhados verdes, bem como a coleta e reaproveitamento da água de

chuva promulgada pelo legislativo na região de Balneário Camboriú-SC.

Portanto, o objetivo desse estudo é correlacionar através da contabilidade

gerencial ambiental a quantidade de mão-de-obra utilizada na construção

civil junto ao volume de projetos sustentáveis presentes na cidade de

Balneário Camboriú, Santa Catarina, por meio de licenças expedidas pela

Prefeitura Municipal. Quanto à metodologia utilizada, caracteriza-se como

um estudo exploratório e descritivo com abordagem quantitativa. Assim,

foi possível verificar que o volume de obras inicializadas tem relação

com as edificações de natureza sustentável, contudo com relação linear

múltipla pouco significativa.

Palavras-chave: Contabilidade Gerencial Ambiental. Construção Civil.

Sustentabilidade.

127

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente, assim como a degradação

do patrimônio natural encontra-se dentro da realidade da sociedade e

organizações empresariais. Embora este seja um assunto novo ou por vezes

complexo, implica uma série de desafios para a contabilidade, observado

em Tinoco (2010, p. 123), “Os termos de contabilidade ambiental,

contabilidade verde ou écobilan surgem por vezes [...]”.

A construção civil é um dos segmentos de maior expansão do estado de

Santa Catarina, região sul do Brasil. É evidente que a economia atual está

em recessão, no entanto, contrariando à demanda apresentada, o mercado

imobiliário continua com números expressivos. Economicamente,

a compra de um imóvel sempre foi atrelada como um investimento

seguro, portanto, os impactos neste setor, embora eminentes, podem

ser minimizados. Porém, o que move esse estudo é a possibilidade de

uma direção dos projetos construtivos atuais para uma apresentação

sustentável na cidade de Balneário Camboriú / SC - Brasil.

Para Nieva e Pozo (2005), essa proposta sustentável representa

opções quanto a estratégias adotadas atualmente, onde os sistemas

de construção devem-se acomodar as diversas variáveis, a exemplo do

clima ou vegetação local.

Ter um mundo sustentável não é uma escolha que deve ser feita, mas

uma decisão importante para resolver os diversos problemas econômicos,

sociais, ambientais, entre outros, atualmente encontrados no mundo,

Sosthenes (2011). Na prática, são ações tomadas para promover a

sustentabilidade na construção.

Esse estudo tem entre seus objetivos a pesquisa junto à prefeitura

de Balneário Camboriú, estado de Santa Catarina / Brasil e os requisitos

relativos a projetos sustentáveis estabelecidos na legislação para as

atividades de construção.

O que se propõe é a utilização de modelos estatísticos que possam

representar uma simplificação da realidade, quando abordamos o

128

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

número de projetos ambientais de construção vertical e volume de mão

de obra envolvida nesse processo, o que consequentemente comprovaria

a evolução do desempenho de contabilidade gerencial ambiental no

segmento em questão.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL NA GESTÃO AMBIENTAL

A contabilidade é fonte de registro, interpretação e informação de dados

empresariais e governamentais. Destacadamente, são entidades que tem o

compromisso com a transparência e ética, fornecendo aos seus usuários

um amplo conjunto de informações financeiras, econômicas, sociais e

ambientais, as quais podem ser de natureza monetária e não monetária.

Essa ciência evidencia através de demonstrações os benefícios

potenciais às organizações e sociedade, identificando, estimando,

alocando, ou reduzindo custos, que podem ser trabalhados no âmbito

ambiental, assim permite o uso mais eficiente de recursos naturais,

incluindo a energia e a água; fornecendo informações pertinentes a

tomada de decisão (TINOCO; KRAEMER, 2004).

A contabilidade tradicional vem ao longo dos anos, se ajustando as

necessidades informacionais do ambiente onde está situada. Assim, a

contabilidade ambiental passou a ter status de novo ramo da ciência

contábil, visto em fevereiro de 1998, com a finalização do ‘Relatório

Financeiro e Contábil sobre o Passivo e Custos Ambientais” pelo Grupo

de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas

em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios (ISAR – United

National Intergovernmental Working Group of Expert on International

Standards of Accounting and Reporting) (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Tibor; Feldnan (1996), corrobora que a contabilidade ambiental, é

uma área de especialização da contabilidade financeira tradicional, uma

iniciativa inovadora de sustentabilidade, que juntamente com outros

129

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

procedimentos de gestão ambiental ajudam as empresas a medir e

melhorar o impacto ambiental de suas operações.

A objetivo da contabilidade ambiental é a publicação do performance

de toda e qualquer entidade com ou sem fins lucrativos evidenciando o

desempenho e as atitudes com o meio ambiente, assegurando que custos,

ativos e passivos ambientais sejam reconhecidos e identificados de acordo

com as premissas contábeis de mensuração.

Ferreira (2003, p. 41), determina objetivos para o enfoque da

contabilidade e gestão ambiental quando afirma que “[...] tem por objetivo

maior propiciar benefícios à empresa que superem, anulem ou diminuam

os custos das degradações, causados pelas atividades da empresa e,

principalmente, pela área produtiva”. Há um comprometimento das

empresas em estabelecer formas de gestão com objetivos explícitos de

controle da poluição e de redução das taxas de efluentes, minimizando os

impactos ambientais e potencializando o uso de recursos naturais.

De acordo com Santos (2001), a contabilidade, enquanto instrumento

de comunicação entre empresas e sociedades, poderá estar inserida

na causa ambiental. A avaliação patrimonial, considerando os riscos e

benefícios ambientais inerentes às peculiaridades de cada atividade

econômica, bem como sua localização, poderá conscientizar os diversos

segmentos de usuários das demonstrações contábeis sobre a conduta

administrativa e operacional da empresa, no que tange o empenho da

empresa sobre a questão.

Uma das contribuições da ciência contábil para com as questões

ambientais é a evidenciação das informações econômicas e financeiras

de natureza ambiental, para melhor informar os usuários sobre os efeitos

resultantes da atuação da entidade, que direta ou indiretamente afeta o

meio ambiente e consequentemente o patrimônio dessa entidade; para

tanto se faz necessário o cumprimento dos procedimentos de identificação,

mensuração e contabilização dos eventos que são os objetivos da

contabilidade ambiental (RIBEIRO, 2010).

130

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL SUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável pode ser entendido como aquele que

responda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade

das gerações futuras de responder às suas próprias necessidades (UN

GENERAL ASSEMBLY, 1987).

Em nossa legislação, sito o art. 225 da Constituição da República

Federativa do Brasil onde explicita-se que: “Todos têm direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado [...], impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e

futuras gerações”.

Atualmente, é comum verificar no mercado imobiliário a oferta de

edificações ditas sustentáveis. Em algumas cidades brasileiras com Rio de

Janeiro e Recife já existem leis que estabelecem a obrigatoriedade de projetos

de construção civil que apresentem contribuições sustentáveis, procurando

minimizar os impactos de longo prazo (REVISTA EXAME, 2015).

Willies (2014, apud White, 2018), afirma que definir o que é sustentável

é fácil, mas definir o que realmente deva ser, implica em rever todo o

processo histórico e cultural de produção do espaço edificado, além do

econômico e do social.

2.2.1 Telhado Verde

Uma das consequências do crescimento das cidades é a diminuição

da cobertura vegetal, o que gera consequências que interferem na

qualidade de vida urbana, o aumento do escoamento de águas nas vias

pluviais devido a impermeabilização dos terrenos, contribui para grandes

enchentes, aumento da poluição atmosférica com o surgimentos das ilhas

de calor, gerando gastos com climatização e aumento no consumo de

energia elétrica, além de gerar uma paisagem carregada de edifícios densa

e monocromática, comuns em grandes cidades (CRUZ, LEONI, 2008).

De acordo com Freitas (2000), as propriedades térmicas dos materiais

131

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

em construções urbanas também facilitam a condução de calor mais

rapidamente que o solo e a vegetação das áreas rurais, contribuindo para

o aumento no contraste da temperatura entre essas regiões. A perda de

calor durante a noite por radiação infravermelha para a atmosfera e para

o espaço é parcialmente compensada nas cidades pela liberação de calor

das construções e ruas. Durante o dia, os altos edifícios entre as ruas

relativamente estreitas aprisionam energia solar por meio de múltiplas

reflexões dos raios solares. Na cidade, a taxa de evapotranspiração,

tipicamente mais baixa, acentua ainda mais esse contraste de temperatura.

Os telhados verdes são conhecidos por converter a superfície de um

telhado convencional em um espaço multifuncional, utilizando, para

isso, a vegetação. A utilização de plantas nas paredes e telhados é um

dos mais recentes campos da pesquisa ambiental e busca encontrar uma

solução ecológica e sustentável para melhorar a qualidade de vida urbana.

Uma cobertura verde consiste de um substrato leve e de uma vegetação

apropriada, plantada sobre uma base impermeável (WILLES 2014)

Segundo Baldessar (2012), no Brasil, prevalecem dois modelos

de telhados verdes. Um, mais extensivo, que projeta um tapete de

vegetação rasteira sobre a laje do prédio, variando de 5 a 15 centímetros

de espessura. Raramente exerce carga excessiva sobre a estrutura. O

cuidado maior é com a impermeabilização da laje e com o escoamento da

água acumulada pela vegetação. Já a intensiva funciona como um jardim

suspenso, inclusive agregando árvores de pequeno porte. A espessura

pode chegar a 50 centímetros e acarreta em sobrepeso estrutural. Neste

caso, requer projeto paisagístico, acompanhado de plano arquitetônico e

de avaliação de engenheiros civis, em caso de o prédio estar construído.

Em empreendimentos a serem viabilizados, o projeto deve contemplar o

telhado verde. Constatado por vários profissionais do ramo da construção

civil, o telhado verde possui alguns benefícios consideráveis direcionados

à sustentabilidade.

Em estudos recentes pode se analisar que para atingir os objetivos

estabelecidos é importante pensar no longo prazo, o projeto de telhados

132

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

verdes só obteria eficácia se aplicado em muitos projetos simultaneamente.

Cantor (2008) afirma que mesmo que a quantidade de água retida por

um telhado verde seja mensurável, o impacto na bacia de um sistema de

drenagem de águas pluviais seria o combinado de uma série de telhados

verdes para conseguir um efeito significativo.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esse artigo foi produzido com traços de um estudo exploratório e

descritivo. Gil (2008), esclarece que uma pesquisa exploratória tem por

finalidade desenvolver, esclarecer e modificar ideias e conceitos. O mesmo

autor acrescenta que uma pesquisa descritiva se ocupa em descrever as

características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecer

relação entre as variáveis.

Por se tratar de um tema complexo e pouco explorado pela contabilidade,

a pesquisa de campo apresenta características quantitativas. Para Marconi

e Lakatos (2004) o caráter quantitativo da pesquisa está ligado ao fato de

esta, voltar-se para o controle estatístico das informações com o objetivo

de fornecer dados para verificação.

Beuren et al. (2003), informam que a pesquisa descritiva busca dentro

do objeto de estudo, identificar suas variáveis, relatar e comparar, sem

ter um aprofundamento maior, como formulações de hipóteses. Nesse

sentido, os objetivos de identificar e descrever os projetos socioambientais

na construção civil vem ao encontro da literatura.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 DIAGNOSTICO: SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SANTA CATARINA

O que esperar para o setor da construção civil a partir de 2018? Essa

pergunta, que pode ser observada em vários setores na economia brasileira

133

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

se tornou pertinente a diversos segmentos. Entretanto, contrariando essa

questão, a área imobiliária continua com números interessantes quanto

ao seu volume de empreendimentos verticalizados. Economicamente, a

compra de um imóvel sempre foi atrelada como um investimento seguro,

dessa forma, os impactos neste setor, embora eminentes possam ser

minimizados com o perfil do investidor da atualidade.

Para oferecer esse produto, as construtoras do estado de Santa

Catarina apostaram em uma política conservadora quanto à expansão dos

seus investimentos. Contudo, e segundo dados coletados pelo Sindicato

da Indústria da Construção Civil - Sinduscon/SC (2017) verifica-se o

crescimento constante no número de edificações, segundo tabela 01.

Tabela 01: Metros quadrados construídos na cidade de Balneário Camboriú-SC

YEAR M₂ CONSTRUCTED

2008 1.041.777,48

2009 822.971,36

2010 896.671,28

2011 874.423,45

2012 1.435.267,76

2013 1.670.656,63

2014 1.290.171,30

2015 1.090.369,69

Fonte: (CREA-SC, 2016).

Em Santa Catarina, mais precisamente na região de Balneário Camboriú,

é de conhecimento notório que falamos de uma cidade totalmente

verticalizada, contando com uma área de 47 mil metros quadrados. Em

publicação da revista Exame S/a 2015, a metragem quadrada pode custar

aproximadamente U$ 4.000,00 (Quatro mil dólares), se comportando como

134

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

uma das regiões de maior valor agregado quanto a um imóvel no estado.

Neste contexto, a política da região, está sinalizando a execução de

obras com projetos sustentáveis, visto em Leis Orgânicas do Município,

como Lei nº. 3533 de 2012, e Lei nº. 2505 de 2005. Assim, as entidades de

construção buscam através de projetos como: captação de águas da chuva,

telhados verdes ou reciclagem de resíduos sólidos diminuírem o impacto

ambiental e agregar valor aos seus produtos.

Na sequência do estudo, e procurando responder a hipótese da

pesquisa, a coleta de dados se inicializou na quantidade de Alvarás

da construção civil, emitidos no período de 2008 a 2014, na cidade de

Balneário Camboriú/SC, tabela 02.

Tabela 02: Licenças ART CREA-BC e Licenças Expeditas pela Prefeitura de Balneário Camboriú-SC

YEAR LICENSES ART LICENSES EXPEDITED

2008 664 397

2009 568 216

2010 560 251

2011 602 290

2012 639 382

2013 354 236

2014 502 167

2015 445 192

Fonte: (Adaptado segundo dados do CREA-BCSC e Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc, 2016).

As licenças são documentos obrigatórios a qualquer iniciativa de

construção de um imóvel, cabe a cada engenheiro civil a responsabilidade

de emitir um documento titulado ART, o qual deve ser apresentado ao CREA

da respectiva localidade, embora, nem todas as obras com a Licença ART são

inicializadas. Quanto a Licença Expedida, se caracteriza como autorização

135

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

no processo de inicialização do projeto vinculado a Prefeitura do município.

Dentre as licenças emitidas de 2008 a 2015, se verificou a crescente

inicialização de projetos com propostas de sustentabilidade entre as construções

residenciais, comerciais e comercial-residenciais, visto na tabela 03.

Tabela 03: Licenças Expeditas por modalidade.

YEAR LICENSESEXPEDITED COMMERCIAL RESIDENTIAL COM.RES. SUSTAINABLE

CONSTRUCTION

2008 397 84 219 94 128

2009 216 41 137 38 34

2010 251 46 149 56 54

2011 290 61 166 63 57

2012 382 78 162 70 79

2013 236 68 107 34 32

2014 167 57 80 28 17

2015 192 59 78 44 39

Fonte: (Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc, 2016).

Na apresentação dos dados, buscou-se através de uma amostra com

84 meses, explicar a evolução de Obras Sustentáveis a partir de variáveis

como o número de alvarás emitidos no período abordado, seguido pelo

volume de contratação de pessoas ao seguimento da construção civil.

Conforme o conceito de correlação, verificado em Sell (2005), evidencia até

onde os valores de uma variável estão relacionados à outra, proposto na tabela 04.

136

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 04: Tabela comparativa.

YEARSUSTAINABLE

CONSTRUCTIONLICENSES

EXPEDITEDADMISSIONS

EMPLOYEE

2008 128 397 360,75

2009 34 216 364,66

2010 54 251 430,50

2011 57 290 539,42

2012 79 382 549,41

2013 32 236 517,58

2014 17 167 501,58

2015 39 192 427,42

Fonte: (Adaptado segundo dados do CREA-BCSC, Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc e Ministério do Trabalho e Emprego- MTE, 2016).

Na sequência, foi aplicado um modelo quantitativo de gestão, conhecido

por Regressão Múltipla, ferramenta estatística explanatória causal, no

tratamento de séries temporais de dados. Como sua base estatística advém

da Regressão Linear, se restringe duas variáveis em apenas uma equação

funcional do primeiro grau (MARTINS, 2001).

Portanto, matematicamente, o relacionamento de tais variáveis pode

ser descrito por: Y = a + bx1 + cx2

Onde:

Y = Evolução de Obras Sustentáveis

a = Coeficiente técnico fixo

b = Coeficiente técnico da variável número de Alvarás Expedidos

X1 = Alvarás Emitidos

c = Coeficiente técnico da variável Contratação de Mão de Obra

X2 = Admissão de colaboradores na construção civil da região

137

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Esta metodologia pode ser utilizada para avaliar os efeitos das variáveis

explicativas como previsoras das variáveis de resposta, ou seja, apresentar

respostas.

Tabela 05: Análise da relação das variáveis: Obras sustentáveis; Alvarás expedidos; Numero de admissões na construção civil do município de Balneário Camboriú-Sc.

Estatística de Regressão  

R múltiplo 0,336076321

R² 0,112947294

R² ajustado 0,093870891

Erro Padrão 807,01048998

Observações 96

ANOVA

  Gl SQ MQ FF

de significação

Regressão 2 7712012,283 3856006,142 5,920785903 0,003798816

Resíduo 93 60567731,55 651265,9306

Total 95 68279743,83

  Coeficientes Erro Padrão Stat t Valor-P

Interseção 40867,39983 291,1291021 140,3755225 4,5583E-110

Num. -51,108245 17,250372 -2,9627329 0,0038712

Num. Adm. 0,564142233 0,54312052 1,038705429 0,301634801

138

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Inferiores superiores inferior 95,0% superior 95,0%

Interseção 40289,27513 41445,52453 40289,27513 41445,52453

Num. -85,36406666 -16,85242517 -85,36406666 -16,85242517

Num. Adm. -0,514387481 1,642671946 -0,514387481 1,642671946

Fonte: (Adaptado, dados apresentados, 2016).

Na análise dos resultados apresentados pela Regressão Múltipla, tabela

05, conclui-se que a variável dependente é apresentada pela evolução de

obras no município de Balneário Camboriú/SC, também representada

pela interseção no valor de 40289,27513. Para as variáveis independentes

encontramos primeiramente o número de alvarás emitidos, que

correspondem ao volume de obras inicializadas em uma amostra de 96

meses, nos períodos de janeiro de 2008 a dezembro de 2015, seguida pelo

número de admissões de colaboradores no setor.

O coeficiente angular (b), é verificado pelo número de empreendimentos

na região em de (51,108245), portanto, demonstra a evolução de obras

sustentáveis representada quanto ao volume de alvarás expedidos

na amostra. Para o coeficiente angular (c), está voltado ao número de

colaboradores admitidos mensalmente na atividade de construção civil,

encontrado em 0,564142233. O que se verifica é que as variáveis envolvidas

seguem em sentidos independentes, evidenciando um modelo linear fraco.

O número de alvarás expedidos tem como intervalo de 95% de confiança,

o que indica que zero não está contido, rejeitando a hipótese nula de que

o coeficiente angular seja equivalente a zero. Assim, fica possível verificar

que o montante de obras inicializadas tem uma relação de menor influência

quanto ao montante de admissões no setor, mas está existente.

No Valor P, avaliamos a hipótese de que as duas amostras têm a mesma

média (Downing e Clark, 2006), comparando o nível de significância que

rejeita a hipótese nula. Em outras palavras, o valor de F é a razão entre o

modelo e o seu erro. Na tabela 05, estimada em 4,5583E-110 quanto ao Valor P.

139

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

De acordo com Valor P, em comparação com os coeficientes angulares, existe

certa influência da inicialização de obras sustentáveis quanto a contratação

de mão de obra, onde a variável edificações sustentáveis tem inclinação

significativa em busca da variável montante de mão de obra contratadas.

Medidos pelo R-Quadrado Ajustado, tem como melhor resultado

0,093870891 e R-Quadrado em aproximadamente 11%. Em Sell, (2005:05)

“R² ajustado exibe o coeficiente de determinação múltipla aos dados

amostrais, que é uma medida do grau de ajustamento da equação de

regressão múltipla aos dados amostrais”. Ainda segundo o autor, um ajuste

perfeito consiste em R²=1, ou seja, quando o valor do R-Quadrado for o mais

próximo possível de 1, resulta em um ajuste perfeito, caso, quando o valor

é próximo de zero determina um modelo fraco. O coeficiente múltiplo na

confecção do R-Quadrado é uma medida de aderência da regressão linear

múltipla quanto à apresentação dos dados amostrais.

De forma geral, essa regressão está errando 807,01048998, conforme

verificado no Erro Padrão, justamente por se tratar de um modelo linear

fraco. O teste proporciona um suporte de F = 0,003798816 indicando que

a regressão não possui diferenças significativas quanto ao volume de

alvarás emitidos e admissão de funcionários no setor da construção civil

na participação de obras sustentáveis.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou através de uma aplicação estatística

conhecida como regressão múltipla, proporcionar uma ferramenta em

benefício da Contabilidade de Gestão Ambiental em organizações do setor

da construção civil no município de Balneário Camboriú- SC.

Seguindo, todo empreendimento que pretende agregar denotação

ambiental na produção de unidades habitacionais, deverá antes de tudo

submeter-se a novos procedimentos de execução. No município abordado

pela pesquisa, além de se presenciar uma estimativa representativa quanto

ao volume de edificações concluídas, seus imóveis agregam elevado preço

140

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de venda, quando comparados a demais regiões no território nacional.

Outro aspecto marcante ocorreu pela presença de normas legislativas que

incentivam uma nova modalidade de construção, verificado nas Leis nº.

2505/05 que trata dos resíduos sólidos da construção civil e Lei nº. 3533/12

a qual institui mecanismos para captação de água de chuva.

O que se propôs, foi à utilização de modelos estatísticos que pudessem

representar uma simplificação da realidade, quando abordamos números

de projetos socioambientais na construção verticalizada e o volume de

mão de obra envolvida neste processo, consequentemente, comprovando

a atuação da Contabilidade Ambiental neste segmento da construção civil,

identificando as tendências que se observam.

Quanto a combinação proposta por obras sustentáveis, pode-se

observar um padrão decisório, afinal, a ferramenta “R múltiplo está em

33%” apontando um modelo fraco. Portanto, no processo de contratação

de funcionários, houve pouca afinidade com projetos sustentáveis,

verificados nos indicadores estatísticos. Embora a mão de obra seja muito

importante na composição dos custos em projetos ambientais, sua eficácia

não indica uma forte relação.

Dessa forma, caso os padrões permaneçam os mesmos, especialmente

quanto ao incentivo legislativo na formulação de leis voltadas a

construções de caráter ambiental, ou ainda a demanda por projetos

verticais diferenciados, a regressão múltipla poderá atuar como uma

ferramenta importante para o processo de tomada de decisão.

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144

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

145

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ABATE DE AVE

AUTORES: Lenize Ribeiro de Souza ¹

Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Bruna Teixeira ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis e Especialista em Finanças e Controladoria. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

146

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOA  desoneração da folha de pagamento é uma medida aplicada pelo

governo federal em 2011, intitulada Projeto Brasil Maior. Essa, teve como

objetivo, estimular e incentivar a economia no país gerando redução

na tributação das empresas de modo a incentivar a contratação de mão

de obra e consequentemente contribuir para o crescimento do país. O

presente artigo proporciona um estudo sobre a desoneração da folha

de pagamento, promulgada pela Lei 12.715/2012, que, desde então, vem

auxiliado no desenvolvimento dos setores beneficiados. A metodologia

aplicada é um estudo de caso, o qual busca analisar e demonstrar o impacto

nos resultados financeiros em uma empresa de abate de aves do estado do

Mato Grosso do Sul. Quanto aos resultados apresentados observou-se os

valores a serem recolhidos ao INSS, utilizando a folha de pagamento como

base de cálculo. Em contrapartida, abordou-se a receita bruta com alíquota

de 1%. Desta forma, avalia-se que alguns períodos possuem alterações que

ultrapassam 1.000%, apontando de forma expressiva o impacto dessa

normativa junto a composição dos resultados para uma entidade do setor.

Palavras-chave: Contabilidade. Contribuição Previdenciária.

Desoneração da Folha de Pagamento.

147

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por intuito descrever sobre a desoneração da folha de

pagamento, seu desenvolvimento e como a mesma influencia nossa economia.

Esta, teve origem com a publicação da Lei 12.546, em 14 de dezembro de 2011,

procurando estimular empresas ao crescimento de mercado, tornando-as

mais competitivas e, principalmente, gerar novos empregos.

A implementação do cálculo sobre a receita bruta ocorreu por meio

da criação de Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB),

que, inicialmente, consistia na aplicação de uma alíquota, a depender da

classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) em que a empresa

está enquadrada, bem como o produto fabricado com a Nomenclatura

Comum do Mercosul (NCM).

Porém, a regulamentação da desoneração sofreu alterações ao longo do

tempo. Desde 2011 houve o acréscimo de setores a serem beneficiados, neste

processo foram incluídas as indústrias de processamento de aves, suínos e

seus derivados, massas e pães, fármacos e medicamentos, bicicletas, papel e

celulose, tintas e vernizes, brinquedos, além de serviços como manutenção e

reparação de aviões e suporte técnico em informática e transporte rodoviário

coletivo, que teve vigência a partir de 1º de janeiro de 2013 com a publicação da

Medida Provisória 582.

Inicialmente, o benefício seria oferecido até dezembro de 2017, contudo,

decorrente de manifestações populares a política de desoneração dos setores

de aves, suínos e peixes terá vigência até dia 31 de dezembro de 2020.

O presente artigo tem por intuito avaliar o impacto financeiro nos resultados

de uma empresa do setor de aves, localizada no estado do Mato Grosso do Sul,

na forma de cálculo para o pagamento do INSS, antes e após a desoneração

da folha de pagamento. Portanto, foram analisados valores pertinentes sobre

a folha de pagamento de uma indústria do setor de aves junto ao calculo da

desoneração da folha com a alíquota enquadrada, para auferir o montante

acumulado ao longo de três exercícios sociais, sendo eles 2015, 2016 e 2017,

identificando o impacto financeiro nos resultados da empresa em questão.

148

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO

A Previdência Social nada mais é do que um seguro social, composto por

contribuições previdenciárias, que tem por intuito proporcionar segurança

aos contribuintes e seus dependentes. Esses subsídios decorrem da perda

salarial temporária ou permanente presentes em diversas situações como

auxilio doença, licença maternidade, amparo aos dependentes no caso de

morte ou prisão do ente principal, fornecendo segurança financeira para o

presente. O artigo 1° da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991 descreve:

A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim

assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de

manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego

involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos

familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam

economicamente.

A contribuição previdenciária é um pagamento efetuado pelos empregados

e empregadores a Previdência Social, sendo de caráter obrigatório a todos os

trabalhadores assalariados, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho

(CLT) e Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Dessa forma é descontado

diretamente na folha de pagamento o valor a ser contribuído com aplicação de

aplicação pré-determinada sobre o valor bruto salarial.

Quanto as formas de financiamento, desse órgão é considerada

direta e indireta, mediante aos recursos provenientes do poder público,

empregados e empregadores, conforme artigo 195 da Constituição Federal:

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a

sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,

mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,

149

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das

seguintes contribuições sociais: 

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela

equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho

pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que

lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

No artigo 22 da Lei nº 8.212/91 se observa conformidade com

fundamentos da normativa 195 da Constituição Federal, quanto a

contribuição previdenciária patronal em relação à folha de pagamento:

Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à

Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:

I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas,

devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,

aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que

lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho,

qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas,

os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os

adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer

pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo

à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos

termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou

acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (...).

III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas

ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos

segurados contribuintes individuais que lhe prestem

serviços;

[...]

Conforme disposto, a contribuição previdenciária sobre a folha de

150

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pagamento aplica-se 20% sobre o total das remunerações pagas, inclusive

gorjetas, e também aos trabalhadores avulsos que vierem a prestar serviços,

visto no artigo 28 da referida lei, que define como salário de contribuição.

2.2 DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO

Com objetivo de incentivar a inovação tecnológica e o crescimento do

mercado brasileiro, tornando as empresas mais competitivas e incentivar

o fomento geral, o governo federal instituiu em agosto de 2011 o Plano

Brasil Maior e, dentro de inúmeras iniciativas, verifica-se a Desoneração da

Folha de Pagamento, através da Medida Provisória n° 540/2011, convertida

posteriormente na Lei nº 12.546/2011. Assim, a Desoneração da Folha de

Pagamento embora instituída tem caráter provisório, uma vez que sua

vigência é por tempo determinado.

Com a publicação da lei supracitada, o cálculo da contribuição

previdenciária passou a ser sobre a receita bruta, a qual a mesma determina:

I - A receita bruta deve ser considerada sem o ajuste de

que trata o inciso VIII do Art. 183 da lei n° 6.404, de 15 de

dezembro de 1976;

II – Exclui-se da base de cálculo das contribuições a receita

bruta:

a) De exportações;

b) Decorrente de transporte internacional de carga.

III – A data de recolhimento das contribuições obedecerá

ao disposto na alínea “b” do inciso I do Art. 30 da lei n°

8.212, de 1991.

Ou seja, considera-se receita os valores auferidos da prestação de

serviço ou venda dos produtos, a qual a empresa se propôs a comercializar,

também definido pelo Pronunciamento Técnico (CPC) 30, em seu item 7:

151

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

É o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o

período observado no curso das atividades ordinárias da

entidade que resultam no aumento do seu patrimônio

líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido

relacionados às contribuições dos proprietários.

A Lei nº 12.546/2011 vinculada ao programa Brasil Maior do governo

federal surgiu com o objetivo de reduzir os encargos sobre a folha de

pagamento para as empresas, substituindo a contribuição patronal

de 20% sobre a folha de pagamento passando a ser calculada sobre a

receita bruta operacional, excluindo as vendas canceladas e os descontos

concedidos. O percentual de cálculo passou a ser definido pelo CNAE de

atividade, que para a empresa, objeto deste estudo é 10.12-1-01 – Abate de

aves, enquadrando-se como indústria. Os segmentos são definidos na lei

supracitada como: serviço, transporte, indústria, construção e comércio,

tendo suas alíquotas variando de 1% a 4,5%.

Desta forma, as instituições têm a contribuição previdenciária em 20%

auferida sobre o total da folha de pagamento, substituída pela aplicação

das alíquotas enquadras conforme disposto pela Lei nº 13.161 de 31 de

agosto de 2015, justapostos sobre o valor total da receita bruta.

Convém destacar que esta tem caráter impositivo aos contribuintes que

exercem as atividades, onde os mesmos, deverão apurar e pagar o imposto

de forma centralizada, pela matriz da pessoa jurídica, conforme previsto

nos artigos 4° e 5° do Decreto n°7.828/12, devendo ser recolhida por meio

de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).

Segundo a Receita Federal os códigos para arrecadação são: I – 2985:

Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta – Serviços; II – 2991:

Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta – Indústria. Assim, as

empresas prestadoras de serviços deverão efetuar recolhimento por meio

do código 2.985 enquanto o código 2.991 será utilizado pelas indústrias

segundo dispositivo legal.

152

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

3 PROCESSOS METODOLÓGICOS

A metodologia utilizada é de caráter bibliográfico, sendo esta realizada

em artigos já publicados, legislação vigente e matérias relacionadas ao

tema, verificado em Martins (2011, p.140), o que cita que “[...] todas as áreas

de pesquisa, independentemente de sua classificação, supões e exigem

uma pesquisa bibliográfica prévia”.

Em acréscimo apresenta-se um estudo de caso, onde Lakatos e Marconi

(2007, p.274), definem que “[...] o estudo de caso refere-se ao levantamento

com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob

todos os aspectos” e ainda complementa que quanto a forma de pesquisa

“[...] reúne o maior número de informações detalhadas, valendo-se de

diferentes técnicas [...]”.

Assim, o estudo foi realizado em uma unidade de abate de aves

localizada no estado do Mato Grosso do Sul, onde foram analisados

os dados dos exercícios 2015, 2016 e 2017, considerando a forma de

tributação com a desoneração da folha de pagamento, onde de acordo com

a legislação incide em 1% sobre a receita bruta, divergência representativa

quando comparada a incidência de 20% para o INSS incidentes sobre o

total da folha de pagamento.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS: ESTUDO DE CASO

O estudo de caso foi realizado em uma empresa ramo de abate de aves,

localizada no município de Sidrolândia, no estado do Mato Grosso do Sul,

localidade com estimativa de 54.575 habitantes, de acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) referente fontes de 2017.

Em virtude de solicitação da entidade, sua razão social será preservada,

portanto será denominada como empresa “GreenBirds S.a”. A unidade

começou a operar em 1993, atualmente faz parte de um complexo, onde

conta com um terreno de 80.000 m², deste, aproximadamente 3.698 m²

refere-se à uma área construída abrigando as incubadoras. A granja de

153

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

matrizes reúne 2.520.000 m², a qual possui uma área construída de 38.773

m², sequencialmente, verificou-se uma fábrica de rações com área total de

47.200 m² e um o abatedouro.

Como objeto deste estudo, seu abatedouro reúne um campo total de

183.000 m², sendo de área construída 16.055 m², e ainda, possui capacidade

de armazenamento 1.100 toneladas de aves abatidas.

Com foco no abate de aves, cerca de 90% da produção é destinada

à exportação, sendo seus principais destinos Rússia, Japão e China. A

unidade hoje tem capacidade de produção de 180 mil aves diariamente

e 340 toneladas de aves abatidas por dia, contando atualmente com o

trabalho de mais de 2.000 colaboradores.

4.1 INSS PATRONAL ANTES DA DESONERAÇÃO

Para analisar a desoneração da folha de pagamento quanto ao diferencial

proposto pela mesma a empresa “GreenBirds S.a”, é necessário comparar

os dois meios de apuração, ou seja, pela contribuição previdenciária sobre

a folha de pagamentos, em vigor antes da desoneração, considerando a

contribuição de 20% sobre a folha de pagamentos dos colaboradores da

empresa, e na forma de enquadramento por alíquota de acordo com o CNAE

de atividade, que para o estudo, sendo considerado a alíquota de 1%.

Com a contribuição patronal de 20% temos os valores explícitos nos

quadros a seguir. No Quadro 07 observa-se os valores referentes o segundo

semestre de 2015.

Quadro 07: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 2º semestre de 2015

Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%

jul/15 1.998 R$ 1.813.225,50 R$ 362.645,10

ago/15 2.004 R$ 1.924.484,87 R$ 384.896,97

set/15 1.993 R$ 1.949.140,30 R$ 389.828,06

154

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

out/15 1.726 R$ 2.548.891,96 R$ 509.778,39

nov/15 1.635 R$ 2.893.012,92 R$ 578.602,58

dez/15 1.784 R$ 2.463.681,73 R$ 492.736,35

2º semestre R$ 13.592.437,28 R$ 2.718.487,46

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Para este período a média de colaboradores foi de 1.856, e o montante pago

de salários em R$ 13.592.437,28. Aplicando a alíquota de 20% sobre a base de

cálculo apurou-se o valor de R$ 2.718.487,46 a ser recolhido para o INSS. Para

o ano de 2016, o primeiro semestre apresentou um pequeno crescimento no

número de colaboradores conforme demonstrado no Quadro 08.

Quadro 08: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 1º semestre de 2016

Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%

jan/16 2.056 R$ 2.820.196,39 R$ 564.039,28

fev/16 2.029 R$ 2.817.756,56 R$ 563.551,31

mar/16 2.018 R$ 2.860.599,08 R$ 572.119,82

abr/16 1.999 R$ 2.845.656,64 R$ 569.131,33

mai/16 2.012 R$ 2.878.584,05 R$ 575.716,81

jun/16 1.998 R$ 2.789.098,71 R$ 557.819,74

1º semestre R$ 17.011.891,43 R$ 3.402.378,29

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Este crescimento representou um total de R$ 17.011.891,43 destinado

à folha de pagamento, já para o INSS o montante a ser recolhido foi de

155

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

R$ 3.402.378,29. Comparado com o segundo semestre de 2015 o valor

destinado ao governo foi 25,16% maior.

Ao que se refere ao segundo semestre de 2016, pode-se observar

um crescimento constante em relação aos períodos anteriores, estes

demonstrados na Quadro 09.

Quadro 09: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 2º semestre de 2016

Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%

jul/16 1.994 R$ 2.865.527,58 R$ 573.105,52

ago/16 2.002 R$ 2.893.131,60 R$ 578.626,32

set/16 1.958 R$ 2.865.904,05 R$ 573.180,81

out/16 2.023 R$ 2.520.875,29 R$ 504.175,06

nov/16 2.006 R$ 2.958.856,85 R$ 591.771,37

dez/16 1.986 R$ 3.282.880,23 R$ 656.576,05

2º semestre R$ 17.387.175,60 R$ 3.477.435,13

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o aumento do valor

destinado ao INSS e a folha de pagamento foi de 27,92%. O que resultou, para

o segundo semestre de 2016, em R$ 3.477.435,13 de imposto sobre a folha.

Para o primeiro semestre de 2017 a média de colaboradores se findou

em 2.770 pessoas, um acrescente de 37,22% em relação ao mesmo período

do ano anterior explanados no Quadro 10.

156

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quadro 10: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 1º semestre de 2017

Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%

jan/17 1.983 R$ 3.083.141,84 R$ 616.628,37

fev/17 2.038 R$ 3.122.330,39 R$ 624.466,08

mar/17 2.056 R$ 3.178.820,46 R$ 635.764,09

abr/17 2.066 R$ 3.901.519,44 R$ 780.303,89

mai/17 2.113 R$ 3.238.262,77 R$ 647.652,55

jun/17 2.116 R$ 3.353.186,97 R$ 670.637,39

1º semestre R$ 19.877.261,87 R$ 3.975.452,37

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

O valor destinado ao pagamento dos colaboradores no primeiro

semestre de 2017 foi de R$ 19.877.261,87, quanto ao ISNS do período o

montante recolhido foi de R$ 3.975.452,37. Estes são os dados levantados

dos períodos de 2015, 2016 e 2017, referentes à aplicação dos 20% sobre a

folha de pagamento da empresa “GreenBirds S.a”.

4.2 INSS SOBRE A RECEITA BRUTA

Vale ressaltar que para a determinação da contribuição previdenciária

sobre a receita bruta, são excluídas da base de cálculo as operações

destinadas à exportação, tanto saídas quanto às devoluções, considerando

apenas as receitas auferidas com produtos de produção própria.

Quanto ao cálculo do recolhimento do INSS sobre a Lei nº 12.546/2011

considera-se a alíquota de 1%, enquadrado pela classificação nacional de

atividades econômicas. Tomando como base de estimativa os mesmos

períodos analisados anteriormente foi aplicado o percentual sobre a

receita bruta, conforme apresentado nos quadros a seguir.

157

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Para o primeiro semestre de 2015, foram calculados os valores

demonstrados no Quadro 11.

Quadro 11: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente2º semestre de 2015

Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS

jul/15 R$ 18.887.642,31 R$ 2.082.086,80 R$ 20.820,87

ago/15 R$ 37.488.133,76 R$ 2.017.769,10 R$ 20.177,69

set/15 R$ 48.486.624,28 R$ 5.813.161,50 R$ 58.131,62

out/15 R$ 37.178.631,59 R$ 5.596.524,36 R$ 55.965,24

nov/15 R$ 36.518.692,80 R$ 4.776.527,97 R$ 47.765,28

dez/15 R$ 32.050.421,47 R$ 3.757.811,11 R$ 37.578,11

Total R$ 210.610.146,21 R$ 24.043.880,84 R$ 240.438,81

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

O valor referente à receita bruta do período auferiu em R$ 210.610.146,21,

todavia para base desse cálculo, foram excluídas as operações com

exportação, considerando apenas a produção própria da unidade, tendo

assim uma base de R$ 24.043.880,84 e um valor destinado ao INSS de R$

240.438,81.

No Quadro 06 estão expostos valores referente ao primeiro semestre de

2016, aplicando a mesma sistemática de exclusões.

Quadro 12: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente1º semestre de 2016

Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS

jan/16 R$ 25.356.008,99 R$ 4.128.595,35 R$ 41.285,95

fev/16 R$ 30.912.245,12 R$ 5.663.766,38 R$ 56.637,66

mar/16 R$ 32.314.437,07 R$ 5.416.205,18 R$ 54.162,05

158

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

abr/16 R$ 24.615.905,72 R$ 4.599.527,22 R$ 45.995,27

mai/16 R$ 27.418.304,47 R$ 5.618.022,39 R$ 56.180,22

jun/16 R$ 25.573.096,13 R$ 6.984.128,04 R$ 69.841,28

Total R$ 166.189.997,50 R$ 32.410.243,00 R$ 324.102,43

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Destinou-se ao pagamento do INSS deste período, o montante

de R$ 324.102,43, tendo em vista que, para base de cálculo temos R$

32.410.243,00 e como receita bruta o valor de R$ 166.189.997,50.

Para o segundo semestre de 2016 temos os seguintes valores conforme

demonstrados no Quadro 13.

Tabela 13: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente2º semestre de 2016

Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS

jul/16 R$ 19.486.034,56 R$ 3.922.590,00 R$ 39.225,90

ago/16 R$ 15.566.628,21 R$ 5.650.501,00 R$ 56.505,01

set/16 R$ 24.943.218,34 R$ 6.661.208,00 R$ 66.612,08

out/16 R$ 22.015.119,94 R$ 5.761.976,00 R$ 57.619,76

nov/16 R$ 25.612.952,18 R$ 5.002.886,00 R$ 50.028,86

dez/16 R$ 19.426.300,46 R$ 4.767.083,00 R$ 47.670,83

Total R$ 127.050.253,69 R$ 31.766.244,00 R$ 317.662,44

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Como receita bruta o valor encontrado foi de R$ 127.050.253,69, para base

de cálculo do INSS do período temos R$ 31.766.244,00, refletindo o valor de

R$ 317.662,44 para pagamento de INSS do semestre avaliado. Um valor de

159

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

imposto 32,11% maior que o mesmo período avaliado no ano de 2015.

O primeiro semestre de 2017, conforme Quadro 14, foram calculados

como receita bruta R$ 141.564.619,97, onde a base de cálculo do imposto

tem-se R$ 24.291.401,00 que resultou no valor de R$ 242.914,01 para o

INSS. Esse montante tem um valor de 25,05% menor quando comparado

ao mesmo período de 2016.

Quadro 14: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente1º semestre de 2017

Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS

jan/17 R$ 28.973.969,79 R$ 5.005.898,00 R$ 50.058,98

fev/17 R$ 30.488.592,66 R$ 4.767.971,00 R$ 47.679,71

mar/17 R$ 914.127,35 R$ 104.212,00 R$ 1.042,12

abr/17 R$ 33.685.336,15 R$ 3.339.060,00 R$ 33.390,60

mai/17 R$ 18.827.445,73 R$ 5.490.144,00 R$ 54.901,44

jun/17 R$ 28.675.148,29 R$ 5.584.116,00 R$ 55.841,16

Total R$ 141.564.619,97 R$ 24.291.401,00 R$ 242.914,01

Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).

Vale lembrar que o recolhimento dos impostos para a empresa avaliada

é feito de forma centralizada, portanto foram considerados apenas os

valores de imposto referente à unidade citada como objeto deste estudo.

4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para uma análise específica e comparativa dos resultados observamos

o quadro 09. Esse apresenta os valores a serem recolhidos ao INSS,

utilizando a folha de pagamento como base de cálculo, aplicado os 20%.

Em complemento a base de cálculo, se apresenta a receita bruta onde

aplicou-se a alíquota de 1%. Desta forma, avalia-se que alguns períodos

160

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

apresentam alterações que ultrapassam os 1.000%.

Quadro 15: Valores comparativos da aplicação de 20% sobre a folha de pagamento e 1% sobre a receita bruta para cálculo do INSS.

Contribuição Patronal - 20% CPRB - 1% Variação (R$) Variação

(%)

1°Semestre 2015 ­ ­ ­ ­

2°Semestre 2015 R$ 2.718.487,46 R$ 240.438,81 R$ 2.478.048,65 1030,64%

1°Semestre 2016 R$ 3.402.378,29 R$ 324.102,43 R$ 3.078.275,86 949,78%

2°Semestre 2016 R$ 3.477.435,13 R$ 317.662,44 R$ 3.159.772,69 994,70%

1°Semestre 2017 R$ 3.975.452,37 R$ 242.914,01 R$ 3.732.538,36 1536,57%

2°Semestre 2017 ­ ­ ­ ­

Total R$ 13.573.753,25 R$ 1.125.117,69 R$ 12.448.635,56 1206,38%

Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).

Observa-se, no Quadro 15, que o montante devido ao INSS pela empresa

“GreenBirds S.a” ao fim dos seis semestres avaliados, considerando a folha de

pagamento como forma de cálculo, foi de R$13.573.753,25, onde empregando

o faturamento como base para o cálculo o montante destinado foi de R$

1.125.117,69, demonstrando com clareza a vantagem de R$ 12.448.635,56 de

economia em tributos para a empresa.

Esses dados mostram que, a partir do ingresso da organização na

desoneração da folha de pagamentos, a economia para a mesma passou a

ser consideravelmente importante ao seu crescimento e a manutenção dos

empregos.

Importante mencionar que não é possível apontar que todas as empresas

do ramo de indústria de aves, mesmo segmento da organização em questão,

poderão ser beneficiadas na mesma proporção com esta medida legislativa,

161

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

afinal seria necessário um estudo isolado e específico de cada estrutura,

considerando as mesmas regras aplicadas.

Em 9 de agosto de 2017 entrou em vigor a Medida Provisória nº 794, a

qual finda a Desoneração da Folha de Pagamento, concedendo as empresas

até dezembro de 2017 o direito ao benefício, devendo elas, a partir desta data

recolher a contribuição previdenciária com base na sua folha de salários, e não

mais sobre a receita bruta. Contudo, atualmente, e decorrente de manifestações

populares a política de desoneração dos setores de aves, suínos e peixes terá

vigência até dia 31 de dezembro de 2020.

Um fator interessante a destacar sobre este benefício para as organizações se

encontra no alto nível de operação das organizações, no volume de mão de obra

empregada, e faturamento expressivo, consequentemente reunindo montantes

expressivos de impostos a pagar. Essa renúncia fiscal é compensada pela

Receita Federal, que repassa valores aos Fundos do Tesouro, mais precisamente

ao Regime Geral de Previdência Social, como forma de compensar as perdas.

Diante da crise econômica, o Congresso Nacional e a Presidência da República

entenderam que os recursos retirados da Previdência Social poderiam agravar

a situação no INSS.  Seu maior objetivo, na lei original, era reduzir a  carga

tributária sobre as empresas, para que as mesmas incentivassem o aumento de

investimentos, gerando mais empregos a fim de superar a crise econômica, o

que de fato não ocorreu da forma esperada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O artigo tratou das ações proposta pela Lei nº 12.546/11, formulada pelo

governo federal com objetivo de diminuir o valor destinado à contribuição

previdenciária, pago pelas empresas, substituindo o cálculo de 20% sobre a

folha de pagamentos, pela contribuição de receita bruta com um percentual

que poderia varar de 1% a 4,5%, de modo a fomentar a geração de empregos e

maior movimentação da economia nacional.

O objetivo proposto para esse estudo foi analisar e demonstrar os impactos

financeiros nos resultados da empresa “GreenBirds S.A” decorrentes de um

162

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

estudo de caso em unidade do setor de aves, a qual ficou evidenciado que a

desoneração da folha foi totalmente favorável para a empresa objeto deste

estudo, gerando uma economia em tributos de R$ 12.448.635,56 ao longo dos

períodos avaliados.

Com a publicação da Medida Provisória 794/2017, a partir de 1º de janeiro de

2018, empresas de 56 setores da economia deveriam retornar ao status anterior

a 2011 e recolher a contribuição previdenciária, com alíquota de 20%, sobre

a folha de pagamento. Entretanto, decorrente de manifestações populares, a

política de desoneração da folha de pagamento terá sua vigência promulgada

até dia 31 de dezembro de 2020.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 4 ago. 2017.

BRASIL Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943.Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 15 ago. 2017.

BRASIL. Decreto nº 7.828, de 16 de outubro de 2012. Regulamenta a incidência da contribuição previdenciária sobre a receita devida pelas empresas de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/d7828.htm>. Acesso em: 8 ago. 2017.

BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Aceso em: 4 ago. 2017.

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163

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

leis/L8213cons.htm>. Aceso em: 4 ago. 2017.

BRASIL. Lei nº 12.546 de 14 de dezembro de 2011. Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra); dispõe sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona; altera as Leis e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12546.htm>. Acesso em: 11 jun. 2017.

BRASIL. Lei nº 12.715 de 17 de setembro de 2012. Altera a alíquota das contribuições previdenciárias sobre a folha de salários devida pelas empresas que  especifica; institui o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência; restabelece o Programa Um Computador por Aluno; altera o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12715.htm>. Acesso em: 12 jun. 2017.

BRASIL. Lei nº 13.161 de 31 de agosto de 2015. Altera as Leis nos 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta, 12.780, de 9 de janeiro de 2013, que dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de 2016, 11.977, de 7 de julho de 2009, e 12.035, de 1o de outubro de 2009; e revoga dispositivos da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005, quanto à tributação de bebidas frias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13161.htm>. Acesso em: 11 jun. 2017.

BRASIL. Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011.Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA; dispõe sobre a redução do Imposto sobre

164

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Produtos Industrializados - IPI à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/mpv/540.htm>. Aceso em: 5 ago. 2017.

BRASIL. Medida Provisória nº 794, de 9 de agosto de 2017. Revoga a Medida Provisória nº 772, de 29 de março de 2017, a Medida Provisória nº 773, de 29 de março de 2017, e a Medida Provisória nº 774, de 30 de março de 2017. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Mpv/mpv794.htm>. Acesso em: 27 nov. 2017.

BRASIL. Medida Provisória nº 582, de 20 de setembro de 2012.Altera a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária de empresas dos setores industriais e de serviços; permite depreciação de bens de capital para apuração do Imposto de Renda; institui o Regime Especial de Incentivo ao Desenvolvimento da Infraestrutura da Indústria de Fertilizantes; altera a Lei nº 12.598, de 22 de março de 2012, quanto à abrangência do Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa; altera a incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS na comercialização da laranja; reduz o Imposto de Renda devido pelo prestador autônomo de transporte de carga;  e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Mpv/582.htm>. Acesso em: 3 ago. 2017.

Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 15 ago. 2017.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 5. ed. Editora Atlas: São Paulo, 2007.

MARTINS, Rosilda Baron. Metodologia Científica: Como tornar mais agradável a elaboração de trabalhos acadêmicos. ed. 6. Editora Juruá: Curitiba, 2011.

165

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

UMA ABORDAGEM DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DO PRODUTO VISCOSE MVS DA CHINA.

AUTORES: Maiara Moura ¹

Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Wanderley Pivatto Brum ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

166

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOHá muito tempo que a importação de produtos se tornou objeto de

pesquisa para inúmeros empresários no Brasil. Com a concorrência

do mercado econômico brasileiro e o crescente aumento do comércio

internacional chinês, nos últimos anos, as organizações foram obrigadas

a buscarem novas ideias e oportunidades. A importação de mercadorias

tem servido como estratégia para as grandes empresas se sobressaírem

aos seus concorrentes no mercado nacional. Nesse contexto, o presente

trabalho tem por objetivo demonstrar o processo de importação do fio

de viscose MVS da China, através da empresa LOG Import, bem como

apresentar quais são os procedimentos abordados em operação de

importação. A metodologia utilizada foi estudo de caso, qualitativo,

exploratório, bibliográfico e documental. A conclusão possibilita ao leitor

identificar os processos e procedimentos que envolvem uma importação,

através da presença dos tributos e documentação obrigatória envolvida

na importação da viscose MVS da China, vislumbrando a técnica como

um todo.

Palavras-chave: Processo de Importação. Viscose MVS. China.

167

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

A prática da importação tornou-se comum nas empresas que almejam

sucesso, principalmente pela competitividade do mercado econômico

brasileiro. A situação de crise impulsionou as empresas a realizarem

negociações com organizações de outros países do mundo, já que em

alguns casos é benéfico, financeiramente adquirir determinados produtos

no mercado internacional.

O mercado de fios e tecidos é um setor concorrido, principalmente no

Sul do Brasil, onde estão localizadas as maiores fábricas têxteis. Por esse

motivo a importação passou a ser um diferencial na qualidade e no preço

desses produtos.

A participação da China ao longo dos anos tem aumentado nos mais

variados setores, particularmente, na cadeia têxtil, destacando-se pela

produção de tecidos em fios sintéticos e artificiais, além das fibras naturais.

Apesar da China, ser a principal exportadora de fios atualmente, existe

outros fornecedores, e países que estão ingressando na concorrência deste

meio.

Nesse contexto, é importante que o empresário tenha consciência de

qual caminho seguir, o que é melhor para a organização, o que trará mais

benefício e menor custo para continuar diante de seus concorrentes.

Portanto, o referido estudo procura apresentar o procedimento de

importação, documentação obrigatória e tributação quanto ao produto fio

de viscose MVS proveniente da China, através da empresa LOG Import.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

A importação é um mercado que nunca para de crescer, mesmo com as

crises e instabilidade de moedas estrangeiras. Segundo Costa (2007, p. 5)

“[...] em meio a esse novo mundo, que nos assusta e fascina a um só tempo,

168

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

a ordem econômica sofre transformações significativas e o comércio entre

os povos fica cada vez mais frequente”.

Portanto, conforme referido autor, a importação é um processo

comercial e fiscal que consiste em trazer um bem ou serviço, do

exterior para o país de referência, ou seja, o país que está comprando. O

procedimento deve ser efetuado via nacionalização do produto ou serviço,

decorrente de práticas burocráticas ligadas à Receita Federal do país de

destino, bem como da alfândega, durante o processo.

Quanto à integralização da mercadoria estrangeira em território aduaneiro

em termos legais, fica considerada importada após a etapa de desembaraço

aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos por lei. Este processo é

dividido em três fases, sendo elas administrativas, fiscais e cambiais.

A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigências de

órgãos governamentais quanto à efetivação da importação, e variam de

acordo com a modalidade de operação de mercadoria, ou seja, trata-se do

licenciamento das importações (BIZELLI, 2002).

Já a fase fiscal, segundo autor citado acima, compreende no tratamento

aduaneiro, por meio do despacho de importação, no qual é verificada a

exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias

importadas, documentos apresentados, e legislação especifica do produto,

com vistas ao seu desembaraço aduaneiro (BIZELLI,(2002).

Abordando a etapa cambial, consiste na operação de moeda de

compra quanto à estrangeira, destinada em efetivação do pagamento das

importações. Após a conclusão do desembaraço aduaneiro, a mercadoria

é considerada importada, podendo então ser liberada para o mercado

interno (VAZQUEZ, 2009).

2.2 PROCEDIMENTOS E PROCESSO DE IMPORTAÇÃO NO BRASIL

A primeira etapa de um processo de importação envolve o contato com

os fornecedores, onde são elaboradas as planilhas de preços do produto que

o cliente deseja. Após, deve enviar um PO (Pedido de Compra), contendo

169

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

todos os dados da negociação, bem como a identificação do fornecedor,

produto, preço, porto da descarga, quantidade do produto, dentre outras

informações (BIZELLI, 2002).

Assim, inicia-se o recebimento da PI (proforma) do fornecedor para o

cliente. De acordo com Bizelli (2002, p. 61), “Concluída esta fase, deveriam

as partes adotar o instrumento hábil para definir os direitos e obrigações

assumidos, que é o contrato de compra e venda”. Ou ainda:

“[...] o importador deverá solicitar ao exportador estrangeiro

a remessa de um documento que formalize a negociação

com a identificação precisa das partes, do produto e do preço

pactuado, sendo quase sempre utilizada para essa finalidade

a fatura proforma, que uma vez assinada pelo exportador ou

seu representante legalmente constituído, traz formalmente

as obrigações que assume na negociação comercial; com

base na fatura, o importador, após sua análise minuciosa

para aceitação das condições que envolvem a transação,

deverá fazer sua solicitação através do pedido, que uma vez

assinado, o vincula formalmente á operação”.

Portanto, a proforma é o documento que inteliga todas as partes

envolidas do processo (trading e cliente), é onde o fornecedor firma

a prestação de serviços. Outra descrição importante para o referido

dispositivo, é o incortm da operação, ou seja, quem paga o frete da

mercadoria, e qual seu ponto de entrega. Entretanto, os principais são o

FOB, CFR e o CIF.

No incoterm FOB, para Vazquez (2009, p. 33) “[...] o vendedor deve

entregar as mercadorias no porto indicado pelo comprador, no navio

designado por este. Despesas de embarque por conta do vendedor”, ou

seja, nessa modalidade de frete, o comprador (cliente final) assume todos

os riscos e custos com o transporte da mercadoria.

170

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

No incoterm CIF e CFR, descrito pelo referido autor, “[...] o vendedor

deverá pagar as despesas de embarque, na origem, e desembarque, no

destino. A transferência de risco ocorrerá de acordo com a exigência

descrita em A5 (Obrigações de Vendedor) de cada termo”, isto é, o

fornecedor é o responsável por todos os custos e riscos com a entrega da

mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete. Essa responsabilidade

finda quando a mercadoria chega ao porto de destino, designada pelo

comprador (cliente final).

Quanto ao pagamento antecipado, para Bizelli (2001, p.59) “[...]

caracterize-se como sendo aquela operação onde o importador se

prontifica a remeter o valor relativo à compra e, após o recebimento pelo

exportador desse valor, é que é feito o embarque dessa mercadoria”.

Outra forma de pagamento , o qual caracteriza como carta de crédito,

está é uma garantia financeira internacional emitida pelo Banco Mercantil

do Brasil, a pedido e de acordo com as instruções do cliente, em favor do

exportador no exterior. Através dessa carta o banco efetua o pagamento ao

exportador à vista ou a prazo, dependendo da negociação feita. A carta de

crédito é emitida por sistemas eletrônicos bancários (BIZELLI, 2001).

Posteriormente, observa-se a confecção da LI ou Licença de Importação,

documento eletrônico processado através do SISCOMEX (Sistema

Integrado de Comércio Exterior), utilizado para licenciar as importações

de produtos cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controle de

órgãos governamentais, com base nas informações que o importador ou

seu despachante aduaneiro registram no sistema quanto à mercadoria a ser

importada. Basicamente, o que deve ser informado nestes documentos seria

o peso liquido a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) do produto, o

valor, incoterm, exportador e o fabricante (RECEITA FEDERAL, 2018).

A maior parte das mercadorias está dispensada da licença de

importação, porém quem deve informar se há ou não a necessidade da LI,

é o despachante aduaneiro, o qual precisará fazer a consulta através do

SISCOMEX, em um aplicativo nomeado de “tratamento administrativo”,

utilizando a NCM do produto, de modo a ter ciência quanto há a

171

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

necessidade da LI para determinado produto (VAZQUEZ, 2009).

Após registrar a LI no SISCOMEX, deve-se aguardar a análise do órgão

anuente e, seu posterior deferimento, que é uma autorização da importação.

Sempre cuidando com o prazo de validade da LI, que em geral é cerca de 90

dias da data de deferimento. Se passar desse prazo, é orientado à solicitar

ao despachante aduaneiro que faça a prorrogação dessas, a qual se torna

prorrogável por mais 90 dias (RECEITA FEDERAL, 2018).

Portanto, como constatado, a responsabilidade de pagamento do

crédito passa a ser do banco e não do comprador, como na maioria das

operações (BIZELLI, 2002). O banco irá depositar o valor referente ao preço

total do produto, nos casos do incoterm ser FOB ou preço total do produto

mais frete nos casos do incoterm CFR. O restante dos custos e despesas da

operação fica por conta do cliente e, o mesmo, será depositado na conta do

importador, assim que a mercadoria chegar ao seu destino final.

Sequencialmente, verifica o embarque mercadoria, esta, no entanto,

só vai embarcar. Essa só vai embarcar depois de pronta, conferida e

atestada sua qualidade. Solicitar ao exportador (fornecedor) que mande

os documentos originais via courier (DHL, FEDEX, TNT, UPS) modalidade

de correio com maior segurança e rapidez, é de suma importância, estes

documentos necessários para importação são vistos pelo Invoice, Packing

List e BL (Bill off Lading), mais popular como conhecimento de embarque,

os mesmos são imprescindíveis para o despacho aduaneiro, ou seja,

quando a carga chega ao porto de destino (BIZELLI, 2002).

Segundo a Receita Federal, (2018) “[...] a fatura comercial é o documento

de natureza contratual que espelha a operação de compra e venda entre o

importador brasileiro e o exportador estrangeiro”. Normalmente a invoice vem

em três vias originais e três cópias, e deve conter nome e endereço completo

do exportador e importador, especificação das mercadorias em português,

quantidade e volume, peso bruto e liquido da mercadoria e incoterm.

O Packing List (PL) possibilita o complemento da fatura comercial

(invoice), nele constam informações importantes para a liberação da carga

no porto, como por exemplo, a descriminação dos pesos líquidos, brutos,

172

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

conforme a quantidade de produtos, além de abordar as informações de

todos os documentos de importação (importador, exportador, cliente,

incoterm) (ARAÚJO, 2008).

O conhecimento de transporte BL (Bill off Lading), é um dos documentos

mais importantes da importação, geralmente ele é emitido pelo armador

(dono no navio que vai transportar a mercadoria envolvida no processo de

importação). Sem o BL não é possível realizar a liberação da carga, afinal nele

contêm todas as informações da Invoice e do PaclingList.

Esses três documentos formam o conjunto de informações necessárias

para a mercadoria chegar e estar devidamente dentro das leis exigidas

pela Receita Federal do Brasil, no quesito despacho aduaneiro e chegada

da mercadoria no porto.

2.3 PRÀTICAS ADMINISTRATIVAS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO

Após reunião dos numerários envolvidos no procedimento de

importação, o mesmo deve ser remetido ao cliente. Dessa forma, constam

todos os valores, dentre eles as despesas e custos do desembaraço,

acrescido dos impostos reunidos no processo (BIZELLI, 2001).

Efetuado o pagamento, é liberado o registro por despachante no

SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), que é um instrumento

informatizado por meio do qual é exercido o controle governamental do

comercio exterior brasileiro, a Declaração de Importação. Freitas (2007,

p.78), complementa:

“O despacho aduaneiro tem início com a formulação pelo

importador da declaração de importação no Siscomex,

sistema administrativo informatizado que integra as

atividades de autorização, registro, acompanhamento e

controle das operações de comércio exterior, que integraliza

as atividades da Secretaria do Comercio Exterior, do Banco

173

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Central do Brasil, da Secretaria da Receita Federal e outros

órgãos”.

Quanto a DI, se apresenta como documento que regula os bens e

mercadorias, junto à Receita Federal do Brasil, que formaliza e une as

informações relacionadas ao processo de importação, ou indicativo

dos valores de impostos a serem recolhidos para a real efetivação do

desembaraço aduaneiro, comprovação da importação para vinculação ao

câmbio e verificação de recolhimento de impostos federais oriundos da

importação (FREITAS, 2007).

Uma vez registrada a DI e iniciado o procedimento de despacho

aduaneiro, a mercadoria é submetida a uma análise fiscal, onde é

selecionada para um dos canais de conferência, que recebe o nome de

parametrização (BIZELLI, 2002). Os canais de conferência são quatro,

conhecidos como verde, amarelo, vermelho e cinza.

De acordo com Freitas (2007, p. 79) o canal verde “[...] registrará o

desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental

e a verificação da mercadoria”. Ou seja, o despachante ou o importador só

comparecerá à Alfândega para retirar o Comprovante de Importação.

O canal amarelo significa que vai ser feita a conferência dos

documentos de importação (Invoice, PackingList e BL) acrescida da DI.

Não sendo constatada nenhuma irregularidade nas informações, segue o

desembaraço aduaneiro, com dispensa da verificação da mercadoria.

No caso de seleção para o canal vermelho, Freitas (2007, p.97) diz que

“[...] a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame

documental e da verificação da mercadoria”. Somente ocorre liberação da

carga após a conferência física da mercadoria e dos documentos. Ambos

têm que estar em conformidade.

O canal cinza é o mais raro, e dificilmente aplicado ao processo de

parametrização. O autor, citado acima, descreve que:

174

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

“[...] será realizado o exame documental, a verificação da

mercadoria e a aplicação de procedimento especial de

controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários

de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da

mercadoria”.

Depois que a mercadoria for liberada, cabe à empresa elaborar o

faturamento, onde são emitidas pelo importador (trading) as notas fiscais

de entrada, saída e serviço. A transportadora só pode retirar o container

quando a nota fiscal de saída estiver pronta, porém no estado de Santa

Catarina a mercadoria pode circular com a Declaração de Importação (DI).

Na nota fiscal de entrada será calculado o valor aduaneiro da

mercadoria, que é composto pelo valor do produto no local de embarque

(VMLE), mais o frete internacional e seguro, acrescido do valor dos tributos

referentes a esse processo e todas as despesas vinculadas ao mesmo

(RECEITA FEDERAL, 2018).

Quanto a emissão da nota fiscal de saída, envolve os valores pertinentes

ao produto, com adição do ICMS do cliente, que pode ser de 4%, e 10%.

Somente empresas do Simples Nacional não tem essa opção, tendo que

tributar com a alíquota interna do Estado (RECEITA FEDERAL, 2018).

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esse artigo foi produzido com traços de um estudo descritivo, onde

se ocupa em expor as características de uma determinada população,

fenômeno ou estabelecer relação entre as variáveis (GIL, 2012).

Na pesquisa exploratória, buscou-se a investigação profunda sobre o

presente estudo, bem como uma visão ampla sobre os assuntos abordados,

com a finalidade de se obter resultados. Beuren (2008, p. 80), aponta “[...] busca

conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a torná-lo mais claro

ou construir questões importantes para condução [...]”. Quanto à bibliográfica,

se verifica a utilização de dados, definições ou fundamentos publicados por

175

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

outros autores, referente ao assunto proposto.

Quanto à pesquisa documental, refere-se basicamente aos documentos

abordados pela pesquisa, consistindo em apontamentos previamente

analisados (GIL, 2010).

Nesse sentido, o objetivo do estudo procura identificar os procedimentos

na importação da viscose MVS, proveniente da China, através da Empresa

LOG Distribuição Importação e Exportação LTDA, procurando assim,

responder a hipótese da pesquisa.

Como problemática citamos a seguinte questão problema: Como e quais

os procedimentos utilizados por uma trading no processo de importação

da viscose MVS da China?

4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

O presente estudo buscou demonstrar os procedimentos na importação

da viscose MVS, proveniente de processo de importação da China, através

da empresa LOG Distribuição Importação e Exportação Ltda. Assim, se

apresenta um fluxograma com a descrição de todas as atividades realizadas

na importação do produto, objeto desse estudo.

176

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 01: Fluxograma da prescrição do processo de importação. Fonte: Elaborado pelos autores, (2018).

A atividade nº 1 inicializa o processo de importação, onde a LOG

Distribuição Importação e Exportação LTDA entra em contato com o

fornecedor no exterior e negocia as quantidades e valores do produto a ser

importado, conforme pedido e necessidade do cliente. Esta etapa pode ser

177

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

realizada por telefone ou e-mails trocados.

Confirmado o pedido, a LOG Import emite um documento chamado PO

(Pedido de Compra), onde se descreve, o número da PO, data de emissão

do documento, quantidade em quilos quando o produto importado é

a viscose, custo unitário da mercadoria, o número de conteiners de fios

envolvidos no processo e o valor total do pedido.

Posteriormente há emissão da proforma pelo fornecedor, mediante a

confirmação do pedido de compra. Como o estudo aborda um processo

com o incoterm CFR, o frete internacional fica por conta do fornecedor,

e sua responsabilidade cessa a partir da amurada do navio no porto de

embarque. Assim, a responsabilidade a partir desse momento fica por

conta do importador, que posteriormente apresentará os custos para o

cliente. Valem ressaltar que a carta crédito cobre somente esse valor, os

outros custos serão cobrados no final do processo.

Em sequência se observa a confecção da LI (Licença de Importação),

que só é emitida se o produto não estiver licenciado para importação.

O produto viscose MVS, em estudo, já tem a licença de importação, e,

portanto, não tem necessidade de emissão da mesma.

Após a definição da emissão da LI ou não, segue para o pagamento a ser

efetuado pelo cliente ao fornecedor, esse valor envolve somente o produto

negociado. Este pagamento pode ser feito através da carta de crédito, que

tem garantia de um banco, ou diretamente do cliente comprador para

o fornecedor no exterior, através de transferência de numerário com

fechamento de câmbio.

Realizado o fechamento de câmbio é emitido pelo agente financeiro o

swift, ou também conhecido como comprovante de pagamento do cliente

para o fornecedor no exterior.

Posteriormente se observa a negociação do frete internacional, mas

como já foi mencionado esse processo aborda o incoterm CFR, portanto

quem negocia e paga o frete internacional é o fornecedor. No embarque da

mercadoria, é feito a conferência e embalagem da mesma.

178

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

4.1 DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO

A próxima etapa envolve a solicitação do importador mediante aos

documentos originais da importação. Esses são remetidos via courier

antes da mercadoria chegar ao destino final, logo após o pagamento do

produto, até porque é uma garantia que o fornecedor tem de receber pelos

seus serviços. Os documentos originais são a Invoice, PackingList e o BL

(Bill of Lading ou conhecimento de embarque).

Os documentos originais são peças fundamentais do processo, por isso

não pode ocorrer nenhum dado incorreto, a partir dele é que será emitido

a DI (Declaração de Importação) e as notas fiscais. Qualquer erro nesses

documentos pode ser prejudicial ao processo.

Assim, constam as informações de cliente, fornecedor, importador,

valores, quantidades, portos de origem e destino, incoterm, datas saídas e

chegada, nome do navio, referência do contêiner, dentre outros dados que

são fundamentais na hora da liberação do container no porto de destino.

4.2 RECEBIMENTO DA MERCADORIA

O recebimento da carga é considerado iniciado quando o navio se

apresenta no porto de destino. Nessa etapa, o importador já deve ter todos os

documentos originais, pois é importante não atrasar a liberação do contêiner,

já que estará contando o custo de armazenagem desde a entrada no porto.

A partir do momento que há presença de carga, é imprescindível que o

importador emita o numerário para o cliente, o qual deve constar a prévia de

todas as despesas e impostos que o cliente terá que pagar no final do processo.

É importante que a taxa do dólar seja a mesma do dia que vai registrar

a DI, pois com dólar do dia calcula-se o valor da mercadoria, o frete e o

seguro que juntos compõe o valor da mercadoria, conhecido como Valor

Aduaneiro ou Valor CIF, base para os impostos.

Após o deposito do cliente referente ao valor do numerário, é feito o

registro da DI (Declaração de Importação), registrada no Siscomex.

179

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

As alíquotas dos impostos, bem como quais deles incidem sobre esse

produto depende da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de cada

produto. Para a viscose MVS, objeto deste estudo, observam-se 18%

do Imposto de importação, PIS de 2,10% e COFINS de 10,65%. A Taxa

Siscomex é cobrada por ato de registro.

Em sequência encontra-se a liberação da Receita Federal para o

processo, ou seja, se a carga está liberada ou precisa passar por fiscalização.

Somente o despachante terá de comparecer a Alfândega para retirar o

Comprovante de Importação.

4.3 FATURAMENTO

A nota fiscal de entrada é composta pelo valor aduaneiro acrescida

dos tributos e as despesas do processo. Esses gastos podem ser verificados

com o despachante, agência marítima, porto e transportadora. A nota

fiscal de saída também é composta pelos mesmos valores da nota fiscal de

entrada, porém com a adição do ICMS-Imposto sobre Operações Relativas

à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Em processos da LOG

Import, os clientes contam com o tratamento fiscal do TTD 410, ou seja,

benefício concedido por ente governamental onde a empresa posterga o

pagamento do imposto devido na importação das mercadorias para um

segundo momento, que ocorrerá somente quando a organização revender

os produtos. Para isso, o desembaraço dos itens importados deve contar

com intermédio de portos, aeroportos ou pontos de fronteira alfandegados,

situados no Estado de Santa Catarina. RECEITA FEDERAL, (2018).

Após as emissões das notas fiscais de entrada e saída, é emitida a nota

fiscal de serviços, a qual é referente ao valor do despacho aduaneiro do

cliente. Em acréscimo, a nota fiscal de entrada é emitida para nacionalizar

e proporcionar entrada da mercadoria do exterior no Brasil, assim, se

apresenta todo o valor gasto dentre impostos e despesas do processo da

viscose MVS.

180

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quanto à nota fiscal de saída, também estão inclusos todos os valores

de tributos e despesas do processo, porém com o adicional de ICMS de

10%, ISS em 0,65% PIS com 3,0%, COFINS a 1,5%, IR e CSLL a 1%.

O último passo do processo de importação é a prestação de contas,

envolvendo um relatório onde constam todos os documentos, impostos e

despesas do processo.

4.4 PRESTAÇÃO DE CONTAS

O relatório de prestação de contas é enviado para o cliente em até cinco

dias após o recebimento da carga. Em sua apresentação demonstra todas

as despesas e impostos do processo envolvendo a viscose MVS, já vistos

anteriormente.

Como a LOG Import possui o benefício TTD 410 na saída, isenção

tributária permitida no estado de Santa Catarina, o numerário de beneficio

é dividido com seus clientes, uma poderosa ferramenta para captação e

fidelização de clientes.

Esse relatório envolvendo a prestação de contas é enviado por e-mail

para o cliente, onde é solicitado o pagamento de possíveis saldos até o

último dia útil do mês, encerrando assim essa operação.

No gráfico 01, verificamos o exemplo de todos os gastos envolvidos em um

processo de importação do fio de viscose MVS, pela entidade LOG Import.

181

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

R$-

R$20.000,00

R$40.000,00

R$60.000,00

R$80.000,00

R$100.000,00

Impostos Desp. Despachante

Desp. Porto Outras Despesas

R$90.266,92

R$2.274,98 R$2.493,08 R$1.772,84

DESPESAS DO PROCESSO

Gráfico 01: Despesas do processo de importação Fonte: Elaborado pelos autores, (2018).

Observa-se, portanto, que os impostos são responsáveis pela maior parte

dos gastos incorridos no processo de importação da viscose MVS, seguido

pelas outras despesas, onde estão inclusas as taxas de utilização siscomex,

handling, drop-off dentre outras, que são os gastos de BL. Logo após

encontram-se as despesas com o porto (armazenagem, pesagem e levante de

container), por último os valores pertinentes aos gastos com despachante,

nesse item tem-se o honorário do despachante e a taxa da marinha mercante.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do processo de importação, o presente trabalho teve como

objetivo geral verificar a viabilidade e os procedimentos na importação do

fio de viscose MVS, originários da China pela empresa LOG Distribuição

Importação e Exportação LTDA.

No decorrer da pesquisa foi demonstrada a descrição de todo o processo de

importação do produto têxtil, desde a emissão da fatura até os impostos pertinentes.

Dessa forma, se conclui que práticas de uma importação são

extremamente complexas, e demandam de profissionais habilitados para

realizar todas as operações, uma vez que o empresário leigo poderá ter

182

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

dificuldades em realizar a importação sem auxilio, podendo assim, causar

prejuízo e problemas tributários para a sua empresa.

O profissional de gestão dever ter o comprometimento de modo a

assegurar a saúde financeira e econômica da entidade envolvida, bem como,

demonstrar o caminho mais seguro e confiável que a empresa possa seguir.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARAÚJO, Carlos. Os documentos do comércio exterior. Comexblog. Disponível em: <https://www.comexblog.com.br/importacao/os-documentos-do-comercio-exterior/>. Acesso em: 06 jan. 2018.

BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

BIZELLI, João dos Santos. Noções básicas de importação. 9. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2002. ______ Noções básicas de importação. 8. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.

BRINO, Ricardo. Ciência das fibras: viscose. Ebah, 2004. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe09wAF/viscose>. Acesso em: 18 jan. 2018.

BRASIL, Secretaria do Estado da Fazenda. Minuta do termo de concessão TTD 409, 410 e 411. Disponível em: <http://www.sef.sc.gov.br/>. Acesso em: 17 jan. 2018.

COSTA, Regina Helena et al. Importação e exportação no Direito Brasileiro. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.

FRASSOM, Mário. O que são incoterms?.China Link Trading, 2013. Disponível em: <http://www.chinalinktrading.com/blog/incoterms/>. Acesso em: 02 fev. 2018.

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FREITAS, Vladimir Passos de. Importação e exportação no Direito Brasileiro. 2º ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2007.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5º ed. São Paulo: Atlas. 2012.

RECEITA FEDERAL. Declaração de importação – DI. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/conceitos-e-definicoes/tipos-de-declaracao-de-importacao/declaracao-de-importacao-di>. Acesso em: 16 jan. 2018.

______ Conhecimento de carga. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/despacho-de-importacao/documentos-instrutivos-do-despacho/conhecimento-de-carga/introducao>. Acesso em: 06 jan. 2018.

______ Licenciamento da Importação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/procedimentos-preliminares/licenciamento-da-importacao>. Acesso em: 06 jan. 2018.

______ Importação por conta e ordem. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/importacao-e-exportacao/operacoes-realizada-por-intermedio-de-terceiros/importacao-com-conta-e-ordem>. Acesso em: 17 jan. 2018.

______ PIS/Cofins importação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/pis-cofins-importacao>. Acesso em: 15 fev. 2018.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

VAZQUEZ, José Lopes. Comércio exterior brasileiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

VIEIRA, Júlia. Como o benefício fiscal TTD funciona para indústrias catarinenses. Machado Contabilidade, 2017. Disponível em: <http://machadocontabilidade.com.br/comercio-exterior/como-o-beneficio-fiscal-ttd-funciona-para-industrias-catarinenses/>. Acesso em 15 mar. 2018.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO SERVIÇO CONTÁBIL: UM ESTUDO COM USUÁRIOS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS DA COSTA ESMERALDA

AUTORES: Jonas Patrick Pereira ¹

Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Anderson Ruy dos Anjos ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

186

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOA busca incansável dos escritórios de serviços contábeis é atender

as necessidades específicas de seus clientes. Neste contexto, o escritório

de Contabilidade Cruz procura corresponder a essa necessidade de seus

tomadores de serviços, construindo um ambiente que gere informações

úteis, e que possam servir de auxílio na tomada de decisão. Desta forma,

para que a empresa de serviços contábeis alcance seus objetivos faz-se

relevante que ela ofereça um serviço de qualidade, com segurança nos

dados entregues, e que possam atender a necessidade do contratante. Neste

estudo foram aplicados 50 questionários a empresas enquadradas como

microempresas e empresas de pequeno porte que têm como atividade

comércio, com sede no município de Tijucas/SC. Os questionários aplicados

tiveram o objetivo de verificar o nível da qualidade dos serviços contábeis

prestados aos empresários. A pesquisa teve o objetivo de averiguar se o

escritório de contabilidade está conseguindo suprir as necessidades de

seus clientes, auxiliando na tomada de decisão e não somente atendendo

as necessidades fiscais que são exigidas por lei. Observa-se, também, que

uma grande parte das empresas, mesmo recebendo relatórios mensais,

pouco fazem uso deles como base para tomada de decisão, muitos gestores

acreditam que o contador serve somente para atender ao governo e os

valores cobrados pelos serviços são considerados altos demais.

Palavras-chave: Contabilidade. Qualidade dos Serviços Contábeis.

Tomada de Decisão.

187

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem por intuito evidenciar quais as práticas contábeis

que são atualmente oferecidas pelo escritório de Contabilidade Cruz,

listando sua influência na geração de resultados positivos aos seus clientes.

Desta forma, independente de seu porte ou atividade, as instituições

necessitam de informações suficientes e confiáveis. E estas devem servir

como base para o planejamento da empresa, para fins de auxiliar a tomada

de decisão do empresário.

Dentre algumas fontes de informação a serem analisadas, encontra-

se como dados relevantes aqueles que possam auxiliar na tomada de

decisão, e as demonstrações contábeis encontram-se nesta posição.

Em alguns casos são a única fonte de onde se podem tirar os subsídios

(MATARAZZO, 2008), e esses demonstrativos devem possuir um alto grau

de confiabilidade por serem elaborados através de registros das atividades

operacionais das empresas.

Geralmente as micro empresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP)

não possuem um profissional qualificado na área entre seus funcionários e

não estão preparados para tomar as decisões sem a ajuda deste profissional.

É importante ressaltar que conforme Marion (2009, p.27) “a função

básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da

contabilidade para a tomada de decisão”.

De acordo com Marion, (2009), os escritórios de contabilidade devem

estabelecer postura de auxiliares da gestão das empresas que buscam a

terceirização e, além de atender a outras exigências, carecem em fornecer

informações econômicas e financeiras relevantes para a empresa e ainda

apresentar sugestões que auxiliem no desenvolvimento de seus clientes,

visando sempre prestar um serviço com qualidade.

Seguindo esse pensamento, as organizações visam acompanhar as

novas condições do mercado, que colocam em questão o atendimento e

satisfação do cliente. Desse modo, cabe aos escritórios contábeis buscarem

alternativas diferenciadas para melhorarem ao máximo os serviços

188

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

prestados às organizações.

O presente estudo tem como objetivo geral delimitar os serviços

contábeis oferecidas aos usuários, bem como avaliar sua percepção junto

ao serviço prestado.

Com a definição do objetivo geral abordou-se na sequencia os objetivos

específicos que formarão o caminho até o objetivo geral. Conforme Lakatos

e Marconi (2010, p.202), “apresentam caráter mais concreto. Tem função

intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo

geral, e de outro, aplica-lo a situações particulares”.

Para se chegar ao objetivo principal desse artigo, se fez necessário

atingir objetivos específicos, dentre eles levantar as principais práticas

contábeis oferecidas pelo Escritório Contabilidade Cruz Ltda, delimitando

quem são os usuários que utilizam as informações contábeis, buscando

ainda sua percepção quanto aos tomadores de serviços contábeis, e a

qualidade dos serviços oferecidos.

2 REVISÃO LITERATURA

2.1 CONTABILIDADE NA GESTÃO EMPRESARIAL

Conforme Marques (2010), a contabilidade é tão antiga quanto às

civilizações. As primeiras manifestações humanas de necessidade social

de proteção e interpretação de fatos ocorridos com objetos materiais que o

homem tinha, estão relacionadas a ela.

Marques (2010), relaciona as primeiras civilizações, as quais o homem

possuia registro histórico, a vida do homem era voltava para as aréas da

agricultura e caça, com o passar dos anos o homem foi aperfeiçoando

suas técnicas agricolas e gradativamente foi deixando de exercer a caça,

com os anos foi surgindo o direito ao solo e as divisões e a percepção de

propriedade. Desta forma, cada cidadão construía seu próprio patrimônio.

Podem-se definir os períodos contábeis como sendo; no mundo

antigo, até 1200 D.C, quando segundo Iudícibus e Marion (1999, p. 13), “a

189

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

contabilidade surgiu para suprir a necessidade de se avaliar a riqueza do

homem, e seus possíveis acréscimos, mesmo que não monetários”. No

mundo medieval, que vai de 1202- 1494, a contabilidade avançou junto

com a ciência, deixou de ser rudimentar e passou a ter um novo processo,

baseado agora no sistema numérico. Alcançando o mundo contemporâneo

que aborda o periodo de 1840 aos dias atuais, esse periodo ficou marcado

por fortes mudanças culturais, desencadeando o desenvolvimento de

diversas ciências sociais, como a física entre outras. Apartir desse periodo

a contabilidade passa a ser classificada como uma ciência social. Beuren e

Longaray (2003,p.189), expõem que:

O conhecimento contábil é científico na sua forma e essência,

pois: (a) depende de uma série de raciocínios; (b) estabelece

verdades gerais e eternas; (c) tem um objetivo determinado;

(d) tem um fim determinado; (e) pode ser analisado sob a luz

da filosofia; e, (f) dispõe de metodologia própria.

Segundo autores citados acima, é notável a evolução da contabilidade

durante diferentes periodos da história, passando por centenas de anos e

alcançando sua maturidade a partir de 1840 até os dias atuais.

Contudo, fica evidente que ao longo da história do mundo, que

sociedades apresentam ciclos econômicos. Na atualidade vivenciamos a

era econômica conhecida como a globalização, tal processo resultou em

fortes mudanças nas organizações, as micro e pequenas empresas (MPES)

não deixaram de ser afetadas pelas mudanças.

As (MPES) são entidades econômicas cuja finalidade é o lucro, e

para atingir esse fim, necessitam de alguns procedimentos, observa-

se, conforme Takeshy e Faria (2004), as MPEs compram mercadorias

desembolsando recursos economicos, e ao venderem estes insumos

conseguem receitas.

Assim, para que estas empresas sobrevivam, precisam ter lucratividade,

que é afetada pelo menor valor de custos, despesas e, principalmente, pelo

190

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

maior valor agregado aos seus produtos gerando receitas, sendo estas

grandezas diretamente proporcionais à produtividade da empresa.

Desta maneira, percebe-se que todo o processo é alcançado através de

técnicas de gestão eficientes aplicados por profissionais capacitados, o

que indica que determinadas técnicas de gerenciamento e gestão são de

extrema importância para o sucesso das MPES.

Takeshy e Faria (2004), listam as técnas de gerenciamento oferecidas

através da aplicação da contabilidade como ferramentas voltadas ao auxílio

e desenvolvimento das atividades das organizações. Nesse contexto, a

contabilidade aparece como instrumento de apoio e auxílio à tomada de

decisão, sendo necessária e importante na gestão das empresas, podendo

fornecer diariamente informações que ajudem a encontrar melhores

formas de manter o negócio sustentável.

Atravês da análise dos dados fornecidos pelo Sebrae (2007), é notavel

que uma das principais causas de mortalidade das micro e pequenas

empresas no Brasil, está ligada diretamente nas falhas de gestão, alguns

dos fatores são, gestão equivocada do fluxo de caixa, a má administração de

capital de giro, seguido de falta de planejamento prévio e de levantamento

de dados sobre o público-alvo da empresa (SEBRAE, 2007).

As micro e pequenas empresas são entidades jurídicas que necessitam

de processos burocráticos, tanto em sua abertura, quanto para seu

funcionamento correto, e assim precisam inteiramente das praticas

contábeis. Zanluca (2006, p.3), ratifica essa relação quando diz que “[…]

além de tempo e dinheiro, o empresário precisa de preparo, suporte e

planejamento. Para que o negócio se fortaleça e se torne saudável, o

trabalho da contabilidade é fundamental”. Neste contexto, verifica-se a

grande necessidade por parte dos gestores de micro empreendimentos da

realização de uma contabilidade completa e precisa que auxilie desde a

constituição até a gestão dos negócios.

A contabilidade oferece ao micro e pequeno empresário a oportunidade

de adquirir conhecimento da situação financeira e econômica de sua

empresa, ajuda a criar e executar um planejamento de mercado, além de

191

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

permitir ter acesso à informação útil para tomada de decisão, conforme

Iudícibus e Marion (2002, p. 42), “a contabilidade é o grande instrumento

que auxilia a administração a tomar decisões”.

Contudo, observa-se que esta contabilidade vai além da geralmente

adotada pelos micro e pequenos empreendimentos, onde, na maioria

das vezes é voltada somente para atender as exigências fiscais, conforme

evidenciado na citação abaixo:

[…] as pequenas empresas têm falido ou enfrentam sérios

problemas de sobrevivência. Ouvimos empresários que

criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de

recursos, os juros altos etc., fatores esses que, sem dúvida,

contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo

fundo em nossas investigações, constatamos que, muitas

vezes, a “célula cancerosa” não repousa nessas críticas,

mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo,

sem dados confiáveis. Por fim observamos, nesses casos,

uma contabilidade irreal, distorcida, em consequência de

ter sido elaborada única e exclusivamente para atender às

exigências fiscais (MARION, 2010, p. 26).

Sendo assim, com as novas exigências impostas pela era da econômia

globalizada, fica claro que é cada vez mais necessária uma contabilidade

que assista e auxilie o empreendedor, disponibilizando informações para

o controle e para uma tomada de decisão embasada em dados confiáveis e

fiéis dos números da empresa.

A área da contabilidade que possui essa função é a contabilidade

gerencial, que pode ser entendida como todos os métodos e técnicas da

contabilidade propriamente dita vistam de forma mais detalhada e usada

para gerar informação que agregue valor e auxilie na tomada de decisão

(IUDÍCIBUS apud PADOVEZE, 2010).

Infelizmente, é notável que, a tomada de decisões nas empresas

192

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pequenas, é centralizada, por serem em sua maioria empresas familiares,

onde geralmente o administrador do negócio é o próprio proprietário, e

esse acaba tomando decisões por impulso, improvisação, e muitas vezes

não exerce o controle adequado de suas despesas, e lamentavelmente

acaba sem conseguir controlar a própria empresa.

Esses empresários se colocam no mercado e tentam sobreviver até

quando a sorte estiver a favor, pois não contam com uma contabilidade que

gere informação e traga eficácia ao seu pequeno negócio (SEBRAE, 2007).

2.2 NORMA APLICADA AS A PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS ITG-1000

A norma ITG 1000 foi elaborada com o objetivo de proporcionar às

microempresas e empresas de pequeno porte um tratamento diferenciado,

visando a simplificação da escrituração e da geração de demonstrações

contábeis, tomando como base o porte, o volume de transações e negócios.

Mas essa simplificação, não desobriga as empresas abrangidas pela norma

à manutenção das escriturações contábeis (CFC, 2013)

Segundo Conselho Federal de Contabilidade (2013), para melhor

exemplificar essa simplificação, a ITG 1000 permite a realização de

lançamentos diários somente ao final de cada mês, mantendo-os assim

em conformidade com livros e registros auxiliares, de acordo com os

pronunciamentos contábeis e a legislação fiscal vigente. Tornando

obrigatória a entrega das demonstrações financeiras para microempresas

e empresas de pequeno porte o Balanço Patrimonial, Demonstrações de

Resultados e as Notas Explicativas.

Ainda, além da simplificação da forma de fazer a contabilidade das

microempresas e empresas de pequeno porte, a norma ITG traz a carta

de responsabilidade dos administradores das empresas, onde alegam que

todas as informações e documentos repassados ao profissional contábil

estão revestidos de idoneidade e assumem a responsabilidade em casos

de fraudes.

193

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Esta pesquisa utiliza pequena e micro empresas como fornecedoras

de informações, desta forma é necessário a apresentação de elementos

quanto as normas contábeis que regem a escrituração contábil destas

instituições e suas funções aplicadas as demonstraçõe contábeis.

2.3 QUALIDADES DAS PRATICAS CONTÁBEIS OFERECIDAS

Fitzsimmons (2000), descreve que é possível aplicar as diretrizes de

qualidade tanto quando se trata de um produto quanto de bens como

serviço. O sentido é dado de forma genérica a tudo que seja produzido.

Fitzsimmons (2000) descreve que a qualidade em serviços se define na

relação entre o trabalho de fato realizado e a expectativa por parte do

cliente em relação a pratica que lhe será oferecida.

Percebe-se que, segundo autor, a relação cliente e serviço prestado

estão diretamente interligados. Caso o cliente espera mais do que recebe,

a qualidade das praticas contábeis oferecidas está abaixo do esperado. Se o

cliente recebe uma prestação de serviço tal como esperava, a qualidade do

serviço foi alcançada e atendeu a expectativa do cliente. Quando o cliente

recebe algo melhor do que estava esperando, a qualidade foi alcançada

novamente.

Ao prestar o serviço com satisfação, o profissional está se preocupando

com sua qualidade, conforme visto abaixo:

Essa preocupação, em minha opinião, é fruto do prazer que

o empresário contábil tem em trabalhar na sua profissão.

Ele gosta do que faz, por isso faz bem feito. Na outra

ponta, temos o empresário que não se preocupa com a boa

qualidade do serviço, porque se preocupa tão-somente

com que o cliente não perceba os defeitos. Com certeza, é

porque não gosta do que faz (THOMÉ, 2001, p. 79).

Algumas empresas não proporcionam ênfase à qualidade do serviço

194

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

prestado, percebendo a falha quando existe a perda de clientes ou

reclamações, de acordo com Raupp (2000, p.7).

Com o advento da tecnologia da informação e o processo

de globalização mundial as exigências cresceram e

se diversificaram. A competição global exige que as

empresas estejam comprometidas com contínuo e

completo aperfeiçoamento de seus produtos, processos e

colaboradores. Um dos principais ativos de uma empresa

são suas informações e seus recursos humanos que delas

se utilizam (...) a qualidade e confiabilidade desses dados

influem decisivamente no sucesso dos negócios.

Percebe-se que é de importante para o escritório de contabilidade que

almeja ser considerado de excelência, o cumprimento de determinados

pontos, que devem ser levados em consideração em sua gestão

administrativa.

2.4 QUALIDADE NO ATENDIMENTO DOS CLIENTES

Para tornar um cliente fiel a sua empresa, oferecer um atendimento

de qualidade deixou de ser um diferencial de mercado, passando a ser um

elemento primordial para o desenvolvimento da organização, de forma

que a organização que oferece um atendimento satisfatório aos olhos do

cliente pode vir a agregar valor aos serviços oferecidos.

De acordo com Piazza (1999, p.5), qualidade no atendimento “é um

requisito para se obter sucesso na área pessoal e empresarial, no âmbito

da globalização, em um mundo que se moderniza a cada dia”.

Segundo Freemantle (1994), as instituições que oferecem um

atendimento de excelência precisam seguir alguns princípios básicos,

o atendimento telefônico é recomendável que ocorra em no máximo

cinco segundos, as solicitações de clientes devem chegar ao máximo em

195

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

dois dias, as comunicações precisam conter aspectos técnicos com um

linguajar de fácil entendimento, toda a equipe deve manter a seriedade e

obrigatoriamente devem-se cumprir as promessas realizadas aos clientes

ainda é extremamente necessário haver confiabilidade no sistema contábil

e por fim os colaboradores tem de manter uma boa aparência.

Contudo a fim de atribuir mais sustentabilidade a imagem de empresas

de contabilidade, os escritórios de contabilidade devem manter cuidado no

atendimento. Sendo primordial a racionalização de recursos na captação

de novos clientes e no remanejamento da carteira de clientes existentes no

escritório de contabilidade.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

A metodologia apresenta todas as técnicas e procedimentos necessários

para a elaboração do estudo, a fim de explanar sobre a metodologia

empregada de acordo com as características da pesquisa, nesse sentido

Ramos (2009, p. 189), explicita que:

Adotar uma metodologia da pesquisa significa escolher

um caminho, um conjunto de normas que guiam o

pesquisador em sua produção de conhecimento. Tais

normas representam a formalização do rigor metodológico

da atividade científica. Enfrentar a realidade sem critérios

metodológicos pode significar não chegar a lugar algum

ou, pior, chegar a respostas já apresentadas por outros

pesquisadores.

A metodologia procura solucionar as perguntas encontradas na

elaboração do estudo, seguindo critérios preestabelecidos, servindo de

subsídio para futuros trabalhos, utilizando de um conjunto de técnicas

relevantes no desenvolvimento de um estudo acadêmico (RAMOS, 2009).

Desta forma, o presente estudo se propõe a em natureza quantitativa,

196

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pois foram utilizados recursos estatísticos a fim de preservar a exatidão

das respostas pretendidas. Para Ramos (2009, p. 184) “é baseada em rígidos

critérios estatísticos, que servem de parâmetro para a definição do universo

a ser abordado pela pesquisa”. Assegura maior segurança na verificação

dos dados encontrados, pois os mesmos são mensurados numericamente.

Beuren (2008, p. 93), diz que “a utilização dessa metodologia de pesquisa

torna-se relevante à medida que se utiliza de instrumentos estatísticos

desde a coleta, até a análise e o tratamento dos dados”.

Quanto aos objetivos, esta pesquisa é caracterizada como qualitativa,

que para Bervian e Cervo (2002, p. 61), “[...] observa, registra, analisa e

correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Todavia, é

uma forma de pesquisa amplamente realizada por diversos pesquisadores,

compreendendo as técnicas de pesquisa qualitativas e quantitativas.

Diante do exposto, cabe evidenciar a importância da obtenção de

dados, através da utilização dos métodos de pesquisa, pesquisa descritiva,

na qual observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos,

sem entrar no mérito dos conteúdos na sequencia observa-se a utilização

da pesquisa exploratória que proporciona uma maior familiaridade com o

problema, os tornando mais explícitos. Quanto a pesquisa bibliográfica,

presente em materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros

e artigos científicos (MENESES, 2001).

Contudo é no estágio do estudo de caso que se utiliza um

aprofundamento das ideias do tema proposto, onde o pesquisador não tem

muito conhecimento sobre a temática evidenciada, e serve diretamente

para responder às indagações da pesquisa através de estudos e técnicas. De

acordo com Gil (1999 apud Beuren, 2008, p. 84):

Observa-se que o estudo de caso é caracterizado pelo

estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos,

de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados

do mesmo.

197

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Em acréscimo, Beuren (2008, p.84), cita que “esse estudo é preferido

pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a

respeito de determinado caso especifico”.

Neste estudo de caso, foram analisados todos os dados pertinentes a

percepção dos usuários de serviços contábeis, levando em consideração

como os mesmos se comportam em relação aos procedimentos adotados

pelo Escritório de Contabilidade Cruz no exercício de 2019.

Quanto à coleta de dados este procedimento consiste na escolha

de métodos mais apropriados para o levantamento de informações

pertinentes ao estudo de caso, como visto em Marconi e Lakatos (2010, p.

167) é a “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos

elaborados e das técnicas solucionadas [...]”.

Os dados necessários para a sua elaboração foram coletados através

de consultas ao Escritório de Contabilidade Cruz. Entretanto, houve

a utilização de uma pesquisa para verificar a percepção dos usuários

dos serviços contábeis quanto a qualidade do portifolio oferecido, para

esclarecer dúvidas quanto a qualidade na prestação dos serviços, além de

fornecedores e pesquisas bibliográficas.

Desta forma, cabe ressaltar, que todas as informações coletadas para a

elaboração desse estudo de caso ocorreram com a anuência dos clientes

através da elaboração de um questionário.

Na análise de dados, e sua interpretação observa-se de acordo com

Beuren (2008, p. 136), que “Analisar dados significa trabalhar com todo o

material obtido durante o processo de investigação, ou seja, com os relatos de

observação, as transcrições de entrevistas, as informações dos documentos

e outros dados disponíveis’’, os mesmos foram interpretados, analisados,

comparados e representados através de quadros, tabelas e gráficos.

O que atribui sentido aos estudos científicos é, obviamente, a solução

de problemas, ou seja, a busca por informações uteis que visem o alcance

de respostas para um determinado objeto de estudo, como por exemplo Gil

(1991, p. 85), afirma que “Num projeto de pesquisa, um problema consiste

numa situação não resolvida que é objeto de discussão”.

198

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A partir deste contexto, o objetivo apresentado é analisar quais os

fatores são determinantes para qualidade na prestação dos serviços

contábeis, sejam psicológicos ou de necessidades básicas que influenciam

direta e indiretamente nas atividades rotineiras dos colaboradores. Desta

forma, busca-se responder à seguinte situação problema: Qual a percepção

do usuário contábil, quanto às práticas apresentadas pelo escritório de

Contabilidade Cruz LTDA aos seus clientes?

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS: ESTUDO DE CASO

A Contabilidade Cruz Ltda, é uma organização empresarial focada

integralmente na prestação de serviços contábeis, onde as principais

atividades oferecidas são voltadas a contabilidade fiscal e assessoria

contábil. Foi fundada em 1981 e está situada no município de Tijucas,

Santa Catarina.

Mantém a visão de oferecer a sociedade serviços contábeis de excelência

que auxiliem seus diversos usuários na tomada de decisão aliando qualidade

e inovação ao seu portfólio, exercendo responsabilidade social, e a missão

de conquistar a referência no ramo empresarial sendo reconhecida como

modelo de excelência na prestação de serviços contábeis.

Recentemente a empresa disponibilizou no mercado as práticas de

assessoria empresarial e consultoria contábil. Seus principais clientes

estão localizados em Santa Catarina nas cidades de Tijucas, Porto Belo,

Bombinhas, Canelinha e São João Batista.

Todos os colaboradores são profissionais especializados, para

oferecer sempre os melhores serviços aos seus clientes, com relação a

tributação, departamento pessoal, abertura de empresas e contabilização

do patrimônio. Em acréscimo é exigida formação acadêmica para todos

os colaboradores, além de educação continuada, visando constantes

atualizações de normas e procedimentos pertinentes às mais diversas

rotinas contábeis.

Contando com quinze colaborardes em sua equipe as rotinas de trabalho

são alocadas através do conceito de departamentalização, constituindo cinco

199

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

áreas de atuação: departamento contábil, departamento fiscal, departamento

societário, departamento de pessoal e departamento financeiro.

Comércio 0 0 0 0 69

Industria 0 0 0 63 0

Serviços 0 0 41 0 0

Atividade Imobiliária 0 14 0 0 0

Transportes 21 0 0 0 0

Quadro 01 – Ramo de atividade clientes Contabilidade Cruz. Ltda. Fonte: Dados fornecido pela Empresa, 2018.

Destaca-se o objetivo que o objetivo do seguinte estudo foi mensurar e

avaliar a qualidade dos serviços contábeis que vêm sendo ofertados pelo

escritório de Contabilidade Cruz na cidade de Tijucas/SC, conforme o

entendimento dos empresários.

Observa-se que 75% das empresas pesquisadas, segundo o SEBRAE

(2019) da região, são organizações enquadradas como MEs e EPPs que tem

atividade principal voltada ao comércio, instaladas no bairro Centro do

município de Tijucas/SC.

• Microempresas: 36

• Empresas de Pequeno Porte: 14

• Total de Empresas: 50

Os resultados obtidos atraves da aplicação do questionário estão

distribuidos de forma gráfica, também serão apresentadas tabelas com os

resultados para facilitar a vizualização.

Este estudo foi constituido por 50 empresas que têm como sua atividade

principal o comércio, sediadas em Tijucas/SC. O questionário buscou filtrar as

empresas participantes conforme seu porte, como demonstra no gráfico 01.

200

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Gráfico 1 – Portes da Empresa Fonte: Autores, 2019.

Observa-se no gráfico 1, que a quantidade de microempresas é maior

que a de empresas de pequeno porte, o que evidencia uma superioridade

das empresas com atividade de comércio sediadas em Tijucas.

Verifica-se que 72% das empresas entrevistadas é micro empresas que

somente 28% das empresas são enquadradas como empresas de pequeno

porte, não existindo a possibilidade de uma empresa se incluir em 02

(dois) portes ao mesmo tempo.

Deste modo, o periodo em que as entidades atuam no mercado se

torna um fator relevante a ser estudado. Este ponto pode-se explorado de

diversas formas, porém o que está pesquisa propõe é verificar a fidelidade

dessas empresas ao Escritório contábilidade Cruz.

No gráfico 02 que demonstra o percentual das empresas entrevistadas

em relação ao tempo em que elas atuam no mercado:

201

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Gráfico 2 - Tempo de mercado das empresas Fonte: Autores, 2019.

Através do gráfico 02 observamos que a maior parte das empresas está

atuando no mercado na faixa entre mais de 6 anos a 9 anos (30%), e o

menor percentual se encontra nas empresas que atuam até 01 ano (6%).

Contudo concluir-se que a atividade de comércio possui um indice

relevante de rotatividade no escritório, pois levando em consideração as

empresas que possuem até 01 ano (6%) e as empresas que têm entre 1 e 3

anos (16%), totaliza-se 24%, o que significa que quase 1/4 das empresas

que atuam nessa área, clientes participantes, são considerados “novos”.

N de Funcio-nários

01 Fun-cionário

02 a 05Funcio-nários

06 a 09Funcio-nários

10 a 29Funcio-nários

30 a 49Funcio-nários

50 ou mais

Funcio-nários

Empresas 6 14 12 11 6 1

Percentual 12% 28% 24% 22% 12% 2%

Quadro 02: Número de FuncionáriosFonte: Autores, 2019.

202

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Desta forma, ao analisar os resultados fica evidente de que a grande

maioria das empresas presentes, na amostra, tem entre 2 e 9 colaboradores;

6 empresas possuem apenas 1 funcionário, e uma única empresa, dentre as

estudadas possui mais de 50 funcionários, conforme quadro 02.

Esta pergunta se fez necessária no questionário com a intenção de

buscar constatar o grau de fidelidade que a empresa tem com o escritório

de contábilidade Cruz.

Gráfico 3: Tempo de prestação de serviços do escritório de contabilidade atual (emanos)Fonte: Autores, 2019.

Constatou-se através do gráfico 03 que a grande maioria das empresas

permanecem clientes do Escritório de Contabilidade Cruz com média

entre a 6 anos e 9 anos (36%). Outro percentual significativo levantado

foi a das organizações que são clientes mais de 3 anos a 6 anos (22%), e o

menor percentual encontrado foi o de até 1 ano (10%).

Um quesito importante listado foi em relação ao responsável pela

tomada de decisão na empresa, isto é, quanto ao sócio da empresa ou

funcionário, pode ser observado no gráfico 04.

203

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Gráfico 4: Responsabilidade pela tomada de decisão.Fonte: Autores, 2019.

Observa-se através do gráfico 04, que na grande maioria das empresas,

as decisões são tomadas por seus sócios (78%), e em apenas 11 empresas

(22%), a decisão é delegada aos seus funcionários.

Responsável /Porte da empresa Microempresa Empresa de

pequeno porte

Sócios 32 06

Funcionários 04 08

TOTAL 36 14

Quadro 03: Responsabilidade pela tomada de decisão por porte da empresaFonte: Autores, 2019.

Em sequencia foi também questionado a respeito do envio de

documentos fiscais ao escritório de contabilidade Cruz, e 100% das

empresas pesquisadas afirmaram que disponibilizam documentos fiscais

204

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ao escritório de contabilidade periodicamente.

Em contrapartida as entidades foram questionadas sobre o recebimento

de Demonstrações Contábeis ou relatórios periódicos que visem auxiliar

o empresário no processo de tomada de decisão, e se conseguiram os

seguintes dados:

Gráfico 5: Recebimento de relatórios que auxiliam na tomada de decisãoFonte: Autores, 2019.

Assim, obeserva-se que 26% (13 empresas) afirmaram que recebem

relatórios que servem para auxiliar na tomada de decisão, 64% (32

empresas) relataram que não recebem nenhum relatório de auxílio à

administração da empresa e 10% (5 empresas) não souberam responder.

205

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Gráfico 6: Solicitações das empresas por relatórios para tomada de decisãoFonte: Autores, 2019.

Ainda assim, constatou-se atraves da amostra que existe um equilíbrio

entre as empresas que solicitam relatórios a Contabilidade Cruz e as que não

o fazem, pode-se verificar também que 50% da amostra se preocupam em

ter os relatórios contábeis como auxílio para a tomada de decisões futuras.

Nem todas as empresas que recebem os relatórios, mesmo que os

solicitem, utilizam esses como suporte da administração, ainda assim das

13 empresas que recebem algum tipo de relatório, 8 utilizou deles para os

auxiliarem na tomada de decisão, como listado no gráfico 07.

Gráfico 7: Empresas que utilizam os relatórios como suporte na administração da empresa.Fonte: Autores, 2019.

206

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Portanto, os aspectos interpretados anteriormente enumeram um

elevado grau de desinteresse por parte das empresas em utilizar as

informações geradas pelo Escritório de Contabilidade Cruz para a gestão

das empresas. Contudo, os dados demonstram que mesmo as organizações

solicitando e algumas recebendo os relatórios do escritório, 8 utilizam

essas informações como auxílio na tomada de decisão, que repr esenta

61% das empresas que recebem os relatórios.

Os gestores foram indagados no que diz respeito à função da

contabilidade para eles, buscando listar e demonstrar a função da

contabilidade sob o ponto de vista dos tomadores desses serviços. As

respostas para essa questão estão no quadro Nº1.

Funções Nº deempresas Porcentagem

Abertura e Baixa de empresas 12 15,19%

Preenchimento de guias fiscais 14 17,72%

Confecção de folha de pagamento 17 21,52%

Preenchimento de livros fiscais 11 13,92%

Geração de demonstrativos contábeis 4 5,06%

Fazer os registros fiscais 9 11,39%

Fazer os registros contábeis 10 12,66%

Assessoria para gestão da empresa 2 2,53%

Total 79 100%

Quadro 04: Função da contabilidade.Fonte: Autores, 2019.

Neste quesito o gestor poderia responder mais de um item, utilizando

todas as respostas para podermos obter um panorama da visão das empresas.

207

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Ainda assim, verificaram-se no quadro 04 que, na visão das empresas

questionadas sobre a função da contabilidade, a contabilidade se resume à

confecção de folha de pagamento (21,52%), preenchimento de guias fiscais

(17,72%), abertura e baixa de empresas (15,19%) e preenchimento de livros

fiscais (13,92%). Um percentual pequeno de empresas acredita que a

função da contabilidade é assessorá-las na gestão da empresa, representa

apenas 2,53% das empresas pesquisadas.

Analisando os dados do quadro 4, concluí-se que, para a grande

maioria das empresas envolvidas no estudo, a contabilidade serve apenas

para fins fiscais e burocráticos, sendo apenas uma obrigação legal e não

um diferencial para auxiliar na administração da empresa, fornecendo

dados e servindo como base de tomada de decisão.

Desta forma, os clientes participantes avaliaram o grau de importância

de alguns dos serviços contábeis prestados pelo escritório de contabilidade.

A intenção era verificar quais os serviços são considerados mais relevantes

entre aqueles oferecidos. No quadro 05, lista quais os serviços prestados

pelo Escritório de Contabilidade Cruz que são considerados mais

importantes pelos empresários.

Serviços ContábeisMuito

ImportantePouco Sem

TotalImportante Importante Importância

Abertura e Baixa de Empresas 74,0% 23,0% 3,0% 0,0% 100,0%

Folha de Pagamento 83,0% 17,0% 0,0% 0,0% 100,0%

Apuração de Impostos 77,0% 23,0% 0,0% 0,0% 100,0%

Registros Contábeis e Fiscais 38,0% 19,0% 43,0% 0,0% 100,0%

Livros Contábeis eFiscais 32,0% 28,0% 22,5% 17,5% 100,0%

Confecção de Demons­trativos 42,0% 38,5% 19,5% 0,0% 100,0%

Relatórios Gerenciais 48,0% 36,0% 12,0% 4,0% 100,0%

208

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Assessoria Adminis­trativa 39,0% 25,5% 19,5% 16,0% 100,0%

Quadro 05: Importância dos serviços contábeis Fonte: Autores, 2019.

Destacando as informações listadas através do quadro 05 pode-se

comprovar que para as empresas entrevistadas existem alguns serviços que

se destacaram, com um índice muito superior a outros, como por exemplo:

folha de pagamento (83%), apuração de impostos (77%) e abertura de

empresas (74%), enquanto outros índices tiveram classificação como

“pouco importante” ou “sem importância”, como: livros fiscais e contábeis

(17,5%) e assessoria administrativa (16%).

Após a avaliação por grau de importância dos serviços oferecidos,

foi realizado outra pergunta que possibilitou às empresas avaliarem os

serviços prestados pela empresa de Contabilidade Cruz através de notas

de 0 a 5, em 6 características diferentes.

Conforme o quadro 06 expõe-se as médias das notas de cada

característica em porcentagem:

Serviço Notas0 1 2 3 4 5 Totais

Pontualidade quanto ao Solicitado 19,0% 08,0% 17,0% 31,0% 21,0% 04,0% 100,0%

Atendimento 21,0% 03,0% 44,0% 08,0% 24,0% 00,0% 100,0%

Auxílio na Adminis­tração da Empresa 78,0% 05,0% 00,0% 13,0% 04,0% 00,0% 100,0%

Equipe Técnica 00,0% 18,0% 09,0% 56,0% 17,0% 00,0% 100,0%Solução de Proble­mas 18,0% 05,0% 47,0% 05,0% 25,0% 00,0% 100,0%

Qualidade Geral dos Serviços 07,0% 16,0% 28,0% 42,0% 07,0% 0,00% 100,0%

Quadro 06: Avaliação dos escritórios de contabilidade Fonte: Autores, 2019.

209

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

O quadro 06 indica que apenas 4% das empresas pesquisadas atribuíram

nota máxima à pontualidade, enquanto o auxílio na gestão empresarial

chama a atenção pelo percentual de nota mínima que recebeu (78%).

No entanto nos níveis médios podem-se evidenciar duas características,

que receberam nota 3 na avaliação das empresas, ou seja, mediana, que foi

a equipe técnica (56%) e qualidade geral do serviço (42%), o que reforça a

ideia de que as empresas não utilizam a contabilidade como instrumento

de auxílio a gestão de sua empresa, mas somente para atender ao fisco.

Porém, quando solicitado que avaliassem a qualidade geral dos serviços

contábeis que lhes são prestados, a grande maioria das empresas deu

notas 2 e 3, o que significa que, além de avaliarem alguns serviços com

uma nota muito ruim, no geral elas acham que a qualidade é mediana para

os serviços de contabilidade que a sua empresa recebe.

Ainda assim, as empresas participantes da amostra foram questionadas

em relação ao valor dos honorários pagos a Contabilidade Cruz, observados

no gráfico 08.

Gráfico 8: Honorário cobrado pelo escritório de contabilidade cruzFonte: Autores, 2019.

210

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Verifica-se que a maior parte dos clientes do escritório de Contabilidade

Cruz paga entre R$ 600,01 e R$ 900,00 (36%), enquanto o valor entre

R$ 300,01 e $ 600,00 também apresenta um alto índice (28%). O que se

pode observar é que grande parte das empresas se encontra na faixa de

honorários entre meio e um salário mínimo.

Os gestores foram indagados, em conexão com a pergunta anterior,

quanto à relação custo-benefício do valor pago por suas empresas ao

escritório de contabilidade com as seguintes alternativas: muito caro, um

pouco caro, adequado e os que não sabem.

A grande maioria dos gestores respondeu que acreditam que o

honorário pago a Contabilidade Cruz um pouco caro (70%), enquanto 10

empresas (20%) acham o valor praticado adequado ao serviço prestado,

apenas 6% acharam o valor muito caro e 4% não souberam responder.

Concluindo, foi realizada uma pergunta quanto à continuidade da

contabilidade caso esta deixasse de ser obrigatória. O objetivo dessa

pergunta era verificar se mesmo não sendo obrigatória seria tomado

o serviço pelas empresas analisadas, se elas acreditavam que seria

importante continuar a pagar por esse serviço.

As respostas foram divididas em percentuais, conforme gráfico 09.

Gráfico 9: Permanência na contabilidade cruz mesmo em caso de não haver obrigações legaisFonte: Autores, 2019.

211

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Como evidenciado no gráfico 9, o maior percentual (68%) corresponde

a empresas que não permaneceriam clientes da Contabilidade Cruz caso

não fossem obrigadas. Pode-se entender que a maioria das empresas

só utiliza esse serviço por sua obrigatoriedade com fins legais. É muito

importante que esse quadro seja revertido o quanto antes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo procurou-se quantificar o ponto de vista dos usuários de

serviços contábeis do Escritório de Contabilidade Cruz situados no município

de Tijucas/Sc, no que diz respeito à qualidade do serviço, ao atendimento e à

parte técnica das práticas de contabilidade que lhes são ofertadas.

De acordo com universo pesquisado, a grande maioria das empresas

é enquadrada como microempresas e possuem uma quantidade baixa

de funcionários. Ficou evidente a fidelidade dos clientes presentes na

amostra, isso porque 36% das empresas são tomadores de serviços do

escritório entre 6 e 9 anos.

Observar-se, que todas as empresas afirmaram enviar os documentos

ao escritório mensalmente, oque evidencia desinteresse por parte dos

gestores, em cobrar que o escritório de contabilidade os forneça essas

informações, e também por parte do escritório em cobrar o envio de dados

das empresas, porém das instituições que recebem os relatórios, mais da

metade, ou seja, 61% delas fazem o uso dessas informações como auxílio

na gestão da empresa, o que significa que, caso o escritório conseguisse

fornecer as informações aos empresários, provavelmente os diretores iriam

se interessar mais e utilizá-las como base na administração da empresa.

De acordo com o universo estudado, pode-se verificar que grande parte

dos clientes entrevistados atribuem ao Escritório de Contabilidade Cruz

um simples papel de emissor de guias dos impostos, onde o percentual de

17,72% dos entrevistados classificou a função de emissão de guias fiscais

como uma das mais importantes funções da contabilidade, perdendo

apenas para a folha de pagamento que, com 21,52% foi considerada a função

212

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

mais relevante. A abertura e fechamento de empresas com um percentual

de 15,19%, deixa claro que gerar demonstrativos contábeis e assessoria

para a gestão da empresa não são consideradas funções importantes da

contabilidade, pois elas tiveram os percentuais mais baixos, com 5,06% e

2,53%, respectivamente.

No estudo foi realizado uma indagação com relação ao valor dos

honorários cobrados pelo escritório, onde se constatou que 64% das

empresas pagam na faixa de R$ 300,01 a R$ 900,00, e 70% dos clientes da

amostra consideram o valor pago caro, enquanto 24% acham que o valor é

razoável pelos serviços que o escritório de contabilidade oferece.

Com relação ao objetivo geral deste estudo, foi solicitado que os

gestores entrevistados dessem notas aos serviços contábeis que é oferecido

para suas empresas com o intuito de avaliar, na visão dos empresários,

a qualidade desses serviços. Assim, o item auxílio na administração da

empresa obteve um percentual de 78% em nota 0, o que ressalta a certeza

de que o Escritório de Contabilidade Cruz deixa muito a desejar no que diz

respeito a assessorar seus clientes na gestão da organização.

Desta forma, embora os gestores avaliem os serviços oferecidos como

razoáveis, quando foi questionado sobre a possibilidade de uma lei que

excluísse a obrigação de se manter o serviço de contabilidade, 68% deles

afirmaram que não permaneceriam contratando esses serviços, fato que

enumera à falta de interesse dos administradores em ter a contabilidade

como aliada no seu dia-a-dia para auxiliar os responsáveis pela tomada de

decisão e poder ter bases mais confiáveis de informações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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216

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

APENDICE

Marque um X nas proposições que você identifica como uma atividade

habitual de sua empresa.

1. Qual o porte em que a empresa se enquadra?[ 1 ] ME (micro empresa)

[ 2 ] EPP (empresa de pequeno porte)

[ 3 ] Outro (agradecer e finalizar a pesquisa)

2. A empresa possui lojas fora do município de Tijucas SC?[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

3. Há quanto tempo a empresa atua no ramo?[ 1 ] menos de 1 ano [ 4 ] mais de 6 a 9

[ 2 ] mais de 1 a 3 [ 5 ] entre 10 ou mais

[ 3 ] mais de 3 a 6

4. Qual o número de funcionários da empresa?[ 1 ] somente 1 [ 4 ] 10 a 29

[ 2 ] 2 a 5 [ 5 ] 30 a 49

[ 3 ] 6 a 9 [ 6 ] 50 ou mais (agradecer e finalizar a pesquisa)

5. Quem é o responsável pela tomada das decisões da empresa?[ 1 ] Os sócios

[ 2 ] Funcionário Responsável

[ 3 ] Outra empresa de assessoria

6. Quem é o responsável por gerar as informações contábeis da empresa?

[ 1 ] Contador Próprio (agradecer e finalizar a pesquisa) [ 2 ] Contador

Terceirizado / Escritório de Contabilidade

217

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

7. Há quanto tempo o escritório de contabilidade responsável pelas informações presta serviços a sua empresa?

[ 1 ] menos de 1 ano [ 4 ] mais de 6 a 10

[ 2 ] mais de 1 a 3 [ 5 ] mais de 10 anos

[ 3 ] mais de 3 a 6

8. Você poderia informar qual o faturamento médio mensal da empresa?

[ 1 ] Até 5 mil reais

[ 2 ] Mais de 5 mil reais até 10 mil reais

[ 3 ] Mais de 10 mil reais até 20 mil reais

[ 4 ] Mais de 20 mil reais até 50 mil reais

[ 5 ] Mais de 50 mil reais até 100 mil reais

[ 6 ] Mais de 100 mil reais

9. A empresa disponibiliza os documentos fiscais para o escritório de contabilidade periodicamente?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

10. A empresa disponibiliza livro-caixa e extratos bancários para o escritório de contabilidade periodicamente?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

11. Quais seriam as funções dos escritórios de contabilidade, na sua opinião? (nesta pergunta pode ser assinalada mais de uma alternativa)

[ 1 ] Abertura e baixa de empresas

[ 2 ] Preenchimento de guias fiscais

218

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

[ 3 ] Confecção de folha de pagamento da empresa

[ 4 ] preenchimento de livros fiscais

[ 5 ] Geração de demonstrativos contábeis

[ 6 ] Fazer os registros fiscais

[ 7 ] Fazer os registros contábeis

[ 8 ] Assessoria para gestão

[ 9 ] Outras funções :

12. Além de realizar os registros fiscais, o escritório de contabilidade que presta serviço a sua empresa apresenta outros tipos de relatório que o auxiliam na administração da empresa?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

13.Se a resposta anterior for SIM. Quais?

14. Se a resposta da questão 10 for NÃO. Você solicita algum tipo de relatório?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

15. A empresa usa os relatórios contábeis como suporte na administração da empresa?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

219

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

16. Classifique por grau de importância cada um desses serviços para você. (Marque um X nas colunas, levando em consideração o grau de importância de cada serviço).

Serviço Prestado Muito Importante Importante Pouco

ImportanteSem

Importância [ 1 ] Abertura e Fechamento 1 2 3 4[ 2 ] Folha de Pagamento 1 2 3 4[ 3 ] Apuração de impostos 1 2 3 4[ 4 ] Registros contábeis e 1 2 3 4[ 5 ] Livros contábeis e fiscais 1 2 3 4[ 6 ] Confecção de demonstrativos 1 2 3 4[ 7 ] Relatórios gerenciais 1 2 3 4[ 8 ] Assessoria administrativa 1 2 3 4

[9] outro: 1 2 3 4

17. Utilizando uma escala de 0 a 5 que nota daria para a empresa Contabilidade Cruz que presta serviços à sua empresa em relação a:

A [ ] Pontualidade quanto ao solicitado

B [ ] Atendimento

C [ ] Auxílio na administração da empresa

D [ ] Equipe técnica

E [ ] Solução de problemas

F [ ] Qualidade geral do serviço

18. Qual o valor dos honorários cobrados pelo escritório de contabilidade que presta serviços a sua empresa?

[ 1 ] Até R$ 400,00

[ 2 ] Mais de R$ 400,01 a R$ 600,00

[ 3 ] Mais de R$ 600,01 a R$ 900,00

[ 4 ] Mais de R$ 900,01 a R$ 1.200,00

[ 5 ] Acima de 1.200,00

220

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

19. Levando em consideração o serviço prestado, os honorários cobrados pelo seu escritório de contabilidade são na sua percepção?

[ 1 ] Muito caros

[ 2 ] Um pouco caros

[ 3 ] Adequados

[ 4 ] Um pouco baratos

[ 5 ] Muito baratos

[ 6 ] Não sabe

20. Se fosse criada uma lei que excluísse a obrigação de se manter um serviço de contabilidade, você permaneceria com seu escritório contábil?

[ 1 ] SIM

[ 2 ] NÃO

[ 3 ] Não sabe informar

21. Resposta do Questionário:[ ] Sócio [ ] Funcionário Responsável

221

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

HOLDING FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS POSSÍVEIS VANTAGENS DE SUCESSÃO EMPRESARIAL DO GRUPO ONIX CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA.

AUTORES: Gabriel Von Fruhauf ¹

Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Alessandra Menezes ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

222

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMO A modalidade holding pode ser considerada uma pratica de grandes

entidades em se utilizarem das vantagens tributarias e meios de

centralização e organização sucessória. Este artigo tem como objetivo

abordar esse aspecto através de um estudo de caso quanto a constituição

de uma empresa holding em um grupo empresarial do ramo da construção

civil situado em Balneário Camboriú/SC. Portanto, buscou-se mensurar

possíveis vantagens quanto a centralização dos bens pessoa jurídica e

física dos sócios conforme necessidade e escolha do patriarca. O método

empregado tem abordagem exploratória com viés qualitativo e linha

de análise voltada para os recursos bibliográficos e documentais. Na

demonstração dos resultados, utilizou-se os relatórios contábeis como

Balanço Patrimonial, Relação de Bens Imobilizados e Demonstrativos de

Resultados da empresa para se auferir possíveis benefícios tributários

quanto as empresas do grupo, onde as entidades estão enquadradas pelo

Lucro Presumido. Desta forma, se conclui que a sucessão patrimonial

reduz o tempo em relação ao inventario e aos imóveis dos sócios, bem

como se propicia vantagem tributária no tocante aos cálculos entre pessoa

jurídica e pessoa física.

Palavras-chave: Holding. Sucessão Patrimonial. Sucessão Empresarial.

Planejamento Tributário.

223

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

O campo da contabilidade destinado a implementação da modalidade

holding tem como escopo o planejamento sucessório e patrimonial. Este

modelo de negócio pode ser apontado como ferramenta assistencial

para empresas formadas por uma base parental sólida. Para maior

esclarecimento, holding pode ser entendida como uma empresa que

contém participações em outras sociedades empresariais (GARCIA, 2018).

O contexto é afirmado por Loeblein (2017), que considera a funcionalidade

desta categoria voltada para a organização e proteção dos bens de um

grupo econômico familiar.

Em um relatório disponibilizado pelo SEBRAE (2015), se verifica o

panorama deste tipo de negócio, de acordo com a pesquisa, onde a região

sul apresenta 60% das empresas familiares, sendo identificado como maior

índice do país. Assim como, na concepção de Jungbluth (2015, p.215) “O

tema holding vem mostrar o quanto é importante preparar as empresas e os

herdeiros para uma futura sucessão, sem correr o risco de uma dilapidação

patrimonial [...]”. As informações retratadas evidenciam a importância de

estudar esse movimento estrutural das organizações privadas.

É relevante considerar as possíveis dificuldades de gestão das atividades

econômicas nesses grupos empresariais ocasionada pela alta carga

tributária vigente no país (LOEBLEIN, 2017). Diante do âmbito exposto, é

significativo para os empresários um aporte contábil para os tramites da

sucessão familiar.

Com base nas perspectivas citadas, o artigo buscou avaliar as vantagens

dessa modalidade. Dessa forma, o trabalho tem como intuito responder

a pergunta “A constituição da holding para gestão do grupo irá trazer

vantagens sobre a carga tributária e a sucessão empresarial do grupo ONIX

CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA?”. Assim, o questionamento

salienta a análise de possíveis reduções de carga tributária nesse processo

constitucional.

A partir deste viés, para alcançar o propósito do estudo, o objetivo

224

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

principal refere-se a verificar possíveis vantagens na constituição de

uma empresa de modalidade holding para a gestão do patrimônio do

grupo ONIX, com enfoque na sucessão patrimonial e na diminuição da

carga tributária.

Dessa forma, a pesquisa apresenta três objetivos específicos, itens

essenciais para nortear as ações do estudo. O primeiro é referente a

pesquisar os conceitos e a legislação aplicável ao assunto, o segundo

abordar os aspectos de sucessão patrimonial com finalização nas

possíveis vantagens sobre a carga tributária da modalidade holding para

controle do grupo ONIX.

Com o intento de salientar a notoriedade da pesquisa, o estudo visa

colaborar com observações para uma sucessão hereditária assertiva, para a

manutenção do relacionamento parental dentro do negócio e a verificação

das vantagens tributárias. Desse modo, apontar questões que amparem e

auxiliem os empresários e profissionais da área contábil para uma gestão

mais benéfica dentro da categoria tratada.

Para elaboração do conteúdo, o método empregado é do tipo

exploratório com viés qualitativo, a linha de análise é voltada para os

recursos bibliográficos e documental. Nesse sentido, a delimitação da

pesquisa foi tratada realizada por meio de um estudo de caso com enfoque

na constituição de uma holding patrimonial fictícia procedente de um

grupo econômico situado em Balneário Camboriú/SC.

A análise tem como recorte o patrimônio do grupo até o dia 31/12/2018.

Para o tratamento dos documentos, como o Balanço Patrimonial e a

Demonstração de Resultado 2018. Com o intuito de verificar de maneira

sistemática as informações coletadas.

Desse modo, a estrutura do trabalho dispõe de um embasamento teórico

que aborda os assuntos voltados a contabilidade financeira e tributária,

o contador como o papel principal na gestão contábil, planejamento

tributário, inventário, impostos vinculados aos bens, modalidades das

holdings e suas respectivas vantagens e desvantagens e reorganização

sucessora.

225

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 CONTABILIDADE FINANCEIRA E TRIBUTÁRIA

Para a evolução das empresas e da sociedade em um âmbito importante,

iniciou-se a estudar a necessidade das grandes incorporações contribuírem

de forma mais assídua, criou-se assim a estrutura tributária (CAMARGO,

2007). É válido observar que a importância das práticas contábeis para

as empresas é fundamental para suas tomadas de decisões, muitas vezes

iniciado pela classificação do seu enquadramento societário, o qual poderá

denominar suas formas de controle financeiro (NETO; LIMA, 2009).

Conforme explica Corazza (2008), a importância da gestão contábil

se enquadra em diversos aspectos, entre eles possibilita maior controle

financeiro e econômico da empresa, importante para sua manutenção

diária e futuras tomadas de decisões, tal como promover fácil acesso as

informações e estas serem tratadas de forma clara, coerente e objetiva para

suas análises.

2.1.1 Contador como papel principal na gestão contábil

Para Neto e Lima (2009), é inevitável o constante crescimento do

papel do contador para as empresas, tanto pelo conhecimento que

o atribui também toda a necessidade fiscal a ser escriturada para

envio aos órgãos responsáveis, assim como a sua compreensão para

planejamento contábil.

Para tanto, é relevante um profissional altamente qualificado para

assumir a contabilidade de uma empresa, em vista de sua responsabilidade

sobre o futuro da companhia. Na visão de Oliveira (2013, pg.13), “O contador

que souber interpretar os dados contábeis terá uma importante ferramenta

em suas mãos para decidir o futuro da empresa [...] principalmente o seu

potencial de crescimento”. Dessa forma, percebe-se o papel do profissional

contábil dentro de qualquer empresa.

226

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Por intermédio de um planejamento tributário eficaz, as empresas

conseguem concentrar-se para suas tomadas de decisões não ferirem

seus limites de arrecadações, como tal ultrapassar seus ganhos e obtendo

assim, sem uma previa, a mudança para um regime tributário superior,

constituindo impacto negativo (TEIXEIRA, 2003).

Baleeiro (2003) fala que, o planejamento tributário necessita percorrer

alguns pontos importantes para a estrutura organizacional, dentre eles

a redução sobre taxas, diminuição da incidência de impostos a pagar e

compensação de créditos, para que se possa assim desenvolver melhor o

conhecimento se torna fundamental a constante atualização em meio aos

direitos e deveres.

Não obstante, Padoveze (2000), diz que todas as estruturas das práticas

contábeis necessitam estar atualizadas e de acordo com a lei, assim como o

inventário da empresa, por se tratar de seus bens e materiais disponíveis,

sendo estes, sempre recentes.

2.2.1 Inventário

Para que a empresa não venha auferir em maiores prejuízos

principalmente com um ativo imobilizado de grande porte, a mesma tem a

necessidade de um levantamento contábil constante do inventário, como

também seus custos que atrelam as suas despesas, conseguindo assim

diminuir o impacto e fatores onerosos (SÁ, 2006).

Para uma holding é fundamental observar seu inventario, que na

sua maioria se trata de administradora de bens, mesmo assim é crucial

evidenciar seus custos e despesas com suas manutenções, sempre

verificado seus valores junto ao inventário (SILVA, 2008).

Corazza (2008), firma a importância de um constante entendimento

e destinação dos impostos empregados, no qual podem se enquadrar

diversos, pois assim como o inventario, os impostos como ITBI (Imposto de

227

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Transmissão de Bens Imóveis), ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa

Mortis e Doação) e I.R (Imposto de Renda) forte influência na tomada de

decisão corporativa.

2.2.2 Imposto sobre transmissão de bens imóveis, imposto de transmissão de causas mortis e doação, imposto de renda

ITBI é um tributo municipal que deve ser pago na aquisição do imóvel

e a oficialização do processo de compra e venda realizada exclusivamente

após o seu acerto, Como o imóvel em questão será utilizado para

integralização do capital social, o mesmo pode ser feito sem o pagamento

do ITBI conforme declaração de não incidência emitido pela prefeitura

municipal. (CF, 1988).

ITCMD é um tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal,

cujo fato gerador é a transmissão causa mortis de imóveis e a doação de

quaisquer bens ou direitos, conforme Constituição Federal - artigo 155, I e

§ 1º; CTN: artigos 35 a 42.

I.R com sua criação através da Lei 7.713/88 com seu Art. 1º “Os

rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de

1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão

tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as

modificações introduzidas por esta Lei”.

Todo imóvel que é vendido e tem seu valor valorizado, fica o mesmo

obrigado a recolher o ganho de capital relacionado as diretrizes da Lei

7.713/88, na qual tem seu valor de ganho calculado a partir de 15%.

2.3 HOLDING

Esta modalidade empresarial, participa de outras sociedades através

da compra de quotas ou ações, que lhe assegure um papel de controle, a

mesma não irá possuir uma atividade produtiva, desta forma, a sua atuação

está voltada para o centro da organização, a área administrativa do corpo

228

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

patrimonial, Carvalhosa (2003, p 14):

As holdings são sociedades não operacionais que tem seu

patrimônio composto de ações de outras companhias.

São constituídas ou para o exercício do poder de controle

ou para a participação relevante em outras companhias,

visando nesse caso, constituir a coligação. Em geral,

essas sociedades de participação acionária não praticam

operações, mas apenas a administração de seu patrimônio.

Quando exerce o controle, a holding tem uma relação

de dominação com as suas controladas, que serão suas

subsidiárias.

Os demais dispositivos legais que embasam a constituição de uma

empresa holding, são observados através da Lei 6.404/76 (Lei das S.A),

além dos artigos supracitados, os arts. 206 a 219, regulamento do Imposto

de Renda: arts. 223, § 1º, III, c; 225, 384, 519, § 1º, III, c e 521, Lei 9.430/96:

arts. 29 e 30, Lei 10.833/03: art. 1°, § 3°, V.

2.3.1 Modalidades de Holding

Várias são os meios que uma holding pode ser classificada, para tal

estudo foi necessário uma pesquisa para se analisar em qual parâmetro

ficaria o grupo empresarial deste estudo de caso, Mamede e Mamede

(2014) apontam que os tipos de holding são:

A Holding pura, sociedade onde o objeto social é tão somente ser

titular de quotas ou ações de outras sociedades, onde a receita é composta

apenas pela distribuição de lucros e juros sobre o capital próprio, pagos

pelas sociedades nas quais tem participações societária. A holding pura

também é usada a expressão sociedade de participação (MAMEDE, E;

MAMEDE,L, 2012).

Holding de participação, organização criada para deter participações

229

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

societárias, porém sem ter o fim de controlar outras sociedades.

Holding de controle, fica constituída para ter em seu poder quotas

ou ações de outras sociedades em uma quantia suficiente para exercer o

controle societário.

Holding administrativa e de organização, destina-se a centralizar a

administração de outras sociedades em que possua a participação societária,

estruturando, definindo e distribuindo planos de atuação, orientação

gerencial, elaborando estratégia mercadológica, intervindo na condução

das atividades negociais da sociedade controlada. A organização define a

estruturação societária para dar a posição ao que foi planejado para assim,

permitir a acomodação dos sócios.

Finalizando, encontra-se a Holding mista, como aquela cujo objeto

social é desenvolver atividades operacionais e produtivas, dedicando-se

ao setor comercial, industrial e prestação.

2.3.2 Vantagens e desvantagens da modalidade holding

Pela interpretação de Mamede (2014, p. 60-81), quanto as modalidades

de holding, se aponta a referência quanto a estruturação empresarial,

uniformidade administrativa, contenção de conflitos familiares,

administração profissional, proteção contra terceiros (estratégia jurídica,

expressão unitária a participações fragmentárias), proteção contra

relacionamentos amorosos fracassados, desenvolvimento de negócios, e

por fim, offshore company.

Oliveira (2015, p. 19), delineia algumas vantagens com a criação de

uma empresa holding, mencionando os aspectos, administrativos, legais

e societário. Sendo este último o mais importante das empresas holdings.

Como o afunilamento dos possíveis conflitos familiares e societários

dentro da empresa holding e maior facilidade na transmissão de heranças.

Para Baleeiro (2013), a vantagem que uma holding pode oferecer,

encontra-se quanto a sua utilidade operacional e natureza jurídica, de

modo em aduzir que sua utilização na questão de sucessão hereditária

230

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

é mais que primordial para uma continuidade das operações, vindo a

ocorrer a morte do patriarca.

Uma gestão planejada, pode evitar impactos consequentes de uma

reorganização sucessora. A constituição de uma holding auxilia na

preservação da empresa e possibilita a sequência de sua atuação com

maior viabilidade (MIRANDA, 2013).

Torna-se essencial que toda e qualquer alteração societária mesmo no

parâmetro familiar, esteja atrelada ao planejamento e desenvolvimento

quanto a todos os pontos positivos e negativos. Alguns grupos começam

anos antes a respectiva transição, para que seu impacto seja o menor

possível (JUNIOR; SILVA, 2014).

Compreende-se que tal reestrutura é facultada ao grupo de empresários,

estes devem conter em suas atividades a visão dos impactos que suas

mudanças estarão atreladas a continuidade da empresa, por se tratar de

um grupo de diversas sociedades podendo ser um declínio sucessivo em

diversos segmentos (MIRANDA, 2013).

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Os procedimentos metodológicos aplicados na construção do trabalho

são provenientes de uma pesquisa exploratória com viés qualitativo. Para

a preparação do aporte teórico, foi empregado o método bibliográfico com

o intuito de explorar os dados e informações produzidas anteriormente

sobre a problemática estudada (BAUREN, 2012).

O desenvolvimento desse processo foi realizado por meio de busca

em base de dados, sendo, Scielo, Google Acadêmico e Biblioteca Artenir

Werner Avantis. Com base no tema tratado. Desse modo, foi realizado o

agrupamento de conteúdos para fundamentar o estudo.

Além disso, agregou-se o recurso da pesquisa documental para

investigar as vantagens da modalidade de uma holding. Desse modo,

no entendimento de Bauren (2012), é possível verificar informações

relacionadas a finanças retiradas de fontes válidas.

231

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Para a estruturação da análise, o artifício disposto se trata de um estudo

de caso, onde se verifica as situações organizacionais existentes em uma

determinada ocorrência (YIN, 2015). Nesse sentido, o fato pesquisado é

relacionado a implementação de uma holding patrimonial fictícia para

gerir os bens do grupo ONIX.

Referente a elucidação do objeto de estudo, é importante retratar o

cenário da corporação citada. O grupo ONIX foi constituído pelos sócios

para estruturar melhor a organização corporativa, sendo ele formado por

três empresas, apresentadas no Figura 1.

Figura 1: Estrutura do grupo OnixFonte: Elaborado pelos autores, 2019

A coligação empresarial está situada em Balneário Camboriú no estado

de Santa Catarina onde a primeira empresa foi implementada em 2001.

Sobre o operacional, a corporação empregou mais de 250 funcionários

diretos e 150 funcionários indiretos por meio de empresas contratadas

para mão-de-obra. Nos últimos 12 meses de operação foi gerado uma

receita bruta no valor aproximado de R$ 15.000.000,00 de reais.

Desse modo, o estudo tem como foco analisar documentos das três

empresas citadas, sendo eles, Balanço Patrimonial e Demonstração de

Resultados encerrados em 31/12/2018. O processo tem como intuito verificar

por meio de uma observação sistemática os benefícios da implementação

232

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

da holding patrimonial no grupo ONIX. Onde o pesquisador obteve acesso

a estas informações pela própria corporação.

O tratamento das informações foi trabalhado por meio de categorias

organizadas por três encargos tributários, sendo eles, Imposto de

transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Imposto de Transmissão Causa Mortis

e Doação (ITCMD) e o Imposto de Renda (IR). Além disso, se analisou dois

aspectos fiscais vinculados com os tributos citados acima, sendo eles, a

diminuição da carga tributária e a verificação do tempo de processo da

sucessão patrimonial.

A interpretação das informações realizou-se por meio de quadros

comparativos produzidos no programa de edição Adobe Ilustrador. É

importante ressaltar que as observações resultantes das informações

analisadas têm como base o referencial teórico relatado anteriormente.

Para aprofundar o trabalho também foi elaborado um cruzamento

geral dos conhecimentos obtidos. As etapas expostas têm como finalidade

atingir os objetivos e fornecer um estudo pertinente alinhado ao problema

de pesquisa.

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

O grupo ONIX é composto por três empresas, a construtora dos

empreendimentos, a incorporadora, e a última sendo uma administradora

de bens. Ambas as empresas estão situadas a mais de 21 anos em sua sede

no centro da cidade de Balneário Camboriú/SC. O resultado em seu último

exercício social foi de aproximadamente R$ 15.000.000,00 de receita

bruta acumulada decorrente de alugueis e vendas de imóveis construídos.

Sobre as empresas do grupo, a construtora está responsável pelos

empreendimento do grupo na cidade, a incorporadora tem como objetivo

fazer toda a incorporação dos imóveis, e a administradora de bens, a

manutenção dos alugueis vinculados aos imóveis das empresas.

Nesse estudo de caso, também abordou-se todos os imóveis dos

sócios para fins de organizar todo o patrimônio em uma única estrutura

233

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

patrimonial, para que se tenha uma melhor gestão e sucessão patrimonial.

4.1 SUCESSÃO PATRIMONIAL

Na constituição da holding é notório a passagem e organização dos

bens aos herdeiros, com esta modalidade empresarial o patriarca busca

economizar seu tempo decidindo ainda em vida a sucessão da empresa.

A figura 02 exemplifica a tributação utilizada, e principalmente a

diferença do tempo entre um inventario comum e a sucessão patrimonial

através da holding.

Figura 2: Sucessão PatrimonialFonte: Elaborado pelo autores, 2019

Conforme Figura 2, o tempo em relação ao inventario no caso da

formulação do referido processo de sucessão patrimonial pertinente,

revela a principal mudança gerencial em poder criar uma holding para

controle de todo o patrimônio e destinação correta e segura dos bens

conforme solicitação do patriarca da empresa.

Na Figura 03 observa-se o processo de sucessão patrimonial, desde a

administração anterior, a passagem total, seguido pelo momento em os

herdeiros seguem a gestão da empresa.

234

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 3: Sucessão PatrimonialFonte: Elaborado pelo autores,2019

No que se refere a administração, a Figura 3 aponta o modelo de

holding, que pode ser testado em vida, onde consequentemente é feito

todo o trabalho de passagem a sucessão da empresa, não incorrendo em

litígios familiares ou desavenças jurídicas.

4.2 CONSTITUIÇÃO DA HOLDING

Ao constituirmos a holding para controle de todo o grupo, constatou-

se através de seus contratos sociais e Balanço Patrimonial do último ano

de 2018, todos cedidos pelo responsável, onde a organização possui um

patrimônio acumulado no valor de R$ 7.608.000,00, divididos em cotas

entre os sócios da corporação. Além disso, os sócios em separação possuem

21 imóveis avaliados em R$ 2.990,065,00.

Utilizou-se do município de Balneário Camboriú como sede da nova

empresa devido ao grupo já estar na cidade a mais de duas décadas. Através

do Quadro 01, observe-se um breve relato da quantidade dos bens, tanto

235

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

do grupo como dos sócios.

IMOVEIS DO GRUPO QUANTIDADE VALOR

TOTAL 25 R$ 7.608.000,00

IMOVEIS DOS SOCIOS QUANTIDADE VALOR

TOTAL 21 R$ 2.990.065,00

Quadro 1: Somatória dos bens empresa/sóciosFonte: Elaboradora pelo autores, 2019

As cotas das empresas que somam R$ 7.608.000,00 passarão a perfazer

parte da nova holding constituída, assim como os imóveis dos sócios, que

aproveitaram do total controle dos alugueis com a criação da empresa. No

tocante ao capital inicial da empresa, a mesma inicia com o valor total de

R$ 10.598.065,00.

4.3 LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO

Quanto aos aspectos da holding, optou-se por trazer um comparativo

entre o Lucro Real e Presumido, uma vez que esta modalidade não se

encaixa na opção de apuração do Simples Nacional

Observa-se em qual opção tributaria a empresa é representativa,

utilizou-se no Quadro 02 o valor de receita dos demonstrativos de

resultados das empresas em 2018 para base de comparativo e verificação.

LUCRO PRESUMIDO LUCRO REAL

RECEITA R$ 16.323.296,00 RECEITA R$ 16.323.296,00

PIS R$ 106.101,42 PIS R$ 269.334,38

COFINS R$ 489.698,88 COFINS R$ 1.240.570,50

236

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

IRPJ R$ 2.448.494,40 IRPJ R$ 2.448.494,40

CSLL R$ 1.469.096,64 CSLL R$ 1.469.096,64

TOTAL R$4.513.391,34 TOTAL R$ 5.427.495,92

Quadro 2: Comparativo de lucro real/presumidoFonte: Elaborado pelo Autores, 2019

O comparativo entre o Lucro Real e Lucro Presumido, demostra a

necessidade da gestão tributaria em qualquer empresa. É possível analisar

através do Quadro 2, que a opção tributaria poderá auferir uma menor

carga tributária ao grupo é a apuração pelo Lucro Presumido, onde a

mesma gerou uma economia de R$ 914.104,58 reais.

4.5 DOAÇÃO

No estado de Santa Catarina, a Lei que se aplica ao ITCMD é a nº 13.136/04,

onde toda doação se inicia com a tributação em 1% indo até 8% de forma

escalonada ao valor do imóvel, e do tipo de herdeiro qualificado. Como nesse

estudo de caso, abordou-se a total doação dos bens, o cálculo efetuado seria

a somatória de todos os bens, valor esse de R$ 10.670.056,00 aplicado a atual

tabela regida pela Lei. Em virtude de não haver diferenças entre pessoa jurídica

e pessoa física, o valor estimado de doação seria de R$ 735.664,55 reais.

Através um olhar gerencial com base na redução de gastos pertinentes

ao processo de doação, a entidade poderia projetar o processo em um

período de 6 anos, o que resultará nesse período o valor gasto anual de R$

122.610,76 reais.

4.6 TRIBUÇÃO DA HOLDING - ALUGUEL

Donnini (2010) refere que para uma empresa adotar a opção do Lucro

Presumido, quanto a receita aluguéis, a tributação será de 11,33% (3% de

237

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

COFINS, 0,65% de PIS, 4,80% IRPJ, 2,88% de CSLL e adicional se houver de

até 3,20%), enquanto uma pessoa física que receba um valor significativo

decorrente de aluguéis, será tributada em até 27,5% pelo Imposto de Renda

sobre os valores recebidos, conforme a tabela progressiva mensal.

ATIVIDADE DE LOCAÇÃO

HOLDING PESSOA FISICA

11,33% 27,50%

Quadro 3: Tributação para Atividade de locaçãoFonte: Elaboradora pelo autores, 2019

Seguindo o atual cenário com as empresas objeto de estudo, em vista

que as mesmas já trabalham com suas apurações no Lucro Presumido,

o resultado final não teria mudança, porem no Quadro 4, verifica-se o

cálculo vinculado a transferência dos imóveis dos sócios para holding,

com do valor acumulado R$ 470.000 do ano de 2018 como referência de

cálculo base nas tributações apresentadas.

COMPARATIVO DE ALUGUEL PF PARA HOLDING

HOLDING PESSOA FISICA

RECEITA R$470.000,00 RECEITA R$ 470.000,00

PIS R$ 3.055,00 IRPF R$ 129.250,00

COFINS R$ 14.100,00    

IRPJ R$ 22.560,00    

CSLL R$ 13.536,00    

TOTAL R$ 53.251,00 TOTAL R$ 129.250,00

Quadro 4: Comparativo de AlugueisFonte: Elaboradora pelo autores, 2019

238

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

É possível analisar no Quadro 4, transferindo os imóveis dos sócios a

holding, a economia gerada em 12 meses de exercício somaria R$ 75.999,00

reais. Sendo que está vantagem tributária poderia estar vinculada a alguma

aplicação financeira para ganhos mensais de rendimentos.

4.7 VENDA DE IMOVEIS.

Para Viscardi (2013), a carga tributária na venda de um imóvel da

holding patrimonial, terá o custo de tributário de 5,93%, mais o adicional,

que chegará aproximadamente a 6,73% sobre o valor total da alienação, e

não sobre o ganho de capital, como no caso das pessoas físicas.

Todavia, Viscardi (2013) diz que para a pessoa física o custo da carga

tributária será de 15% sobre o ganho de capital auferido, no caso de

venda de um imóvel, isto é, o valor da venda subtraído do valor que esta

informada na declaração de imposto de renda. Essa mesma abordagem

pode ser visto no Quadro 5 a seguir.

TRIBUTAÇÃO SOBRE VENDA DE IMOVEIS

HOLDING PESSOA FISICA

6,73% 15%

Quadro 5: Elaboradora pelo autorFonte: Elaboradora pelo autores, 2019

Sendo que os imóveis que estão posicionados ao grupo, teria o mesmo

percentual sobre a venda (Lucro Presumido), e considerando os bens dos

sócios que foram vinculados a Holding, sem custo de ITBI. Desta forma,

o Quadro 5 explica a vantagem tributária nessa transferência de posse

das pessoas físicas para a holding. Levando em consideração que o valor

arrecado não seria utilizado para aquisição de novos imóveis.

239

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

CALCULO SOBRE A VENDA

HOLDING 6,73% PESSOA FISICA 15%

R$ = 201.230,77 R$ = 448,508,40Quadro 6: Elaboradora pelo autor

Fonte: Elaboradora pelo autores, 2019

Conforme o Quadro 6, o valor da economia nessa situação somaria R$

247.277,63. Desta forma, fica evidente, que a colocação dos bens na nova

holding é uma ótima saída para os sócios nessa situação de venda dos bens.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com as eventuais mudanças na economia do pais, se faz necessário uma

gestão tributaria dentro das empresas, este artigo propôs compreender

uma possível vantagem tributária e reorganização sucessória patrimonial

da empresa objeto do estudo através de cálculos interligados aos relatório

e Balanços Patrimoniais, Demonstrações de Resultados entregues pelo

grupo empresarial.

Fundamental observar que no tocante a carga tributária, mesmo o

grupo já tendo suas apurações mensais pelo regime do Lucro Presumido,

não se constatou uma solida vantagem tributária no que se refere a

passagem das empresas para a nova holding.

Entretanto, é notório que a colocação do grupo empresarial em uma única

holding, juntamente com os imóveis dos sócios demostrou uma significativa

vantagem sobre a centralização e organização do grupo, simultaneamente

com a passagem hierárquica estabelecida pelo patriarca do negócio.

Ao posicionar os bens dos sócios a nova holding, constatou-se uma

proficuidade tributária no tocante ao cálculos entre pessoa jurídica e pessoa

física. Desta forma, torna-se claro que assim como na venda, os alugueis

mensurados na nova holding demostram uma alternativa positiva aos sócios.

Desta forma, reafirma-se que a economia tributaria de 12 meses, vista

240

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

nos apontamentos desse estudo, que se faz útil nas aplicações financeiras,

investimentos operacionais dentro do grupo, aquisição de mão de obra

qualificada, dentre outros.

As limitações deste artigo deu-se em relação ao grupo já estar trabalhando

com as suas apurações mensais através do Lucro Presumido, fazendo com

que este artigo trouxesse uma benfeitoria apenas a sucessão patrimonial.

Indica-se este estudo da modalidade holding a todos aqueles que

buscam aprofundar seus conhecimentos sobre a sucessão patrimonial e

vantagens tributarias, aos próximos interessados, e que possam implantar

essa modalidade em grupo que tenham sua apuração através do Lucro Real

para um maior aproveitamento dos cálculos apresentados.

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244

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

245

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

O IMPACTO DOS TRIBUTOS SOBRE O RESULTADO NA COMPRA E VENDA DE AÇÕES NO MERCADO DE CAPITAIS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO SOBRE O REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA

AUTORES: Dante Guilherme Santos Panzeri da Cruz ¹

Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

246

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOO presente artigo trata a respeito dos tributos cobrados sobre o ganho

de capital em negociações do mercado secundário de ações. Com foco em

delimitar quais tributos são cobrados sobre a receita advinda da venda

de ações no mercado financeiro e o impacto destas sobre o lucro. Desta

forma, quanto a abordagem classifica-se como uma pesquisa bibliográfica

exploratória de um estudo de caso, sendo seu caráter quantitativo com

aporte qualitativo. Utilizando como base as ações negociadas na bolsa

de valores brasileira da empresa Petrobras S.A.; pode-se apurar a carga

tributaria e o impacto da mesma sobre o ganho auferido na venda de

ações, demonstrando o quão importante é analisar o periodo em que o

investimento permanecera sem liquidez. As ações que foram negociadas

em um período de 1 dia a 180 dias, tiveram um o impacto de 22,5% sobre

o ganho de capital; já as ações negociadas no período de 181 até 360 dias,

o impacto representou 20%, uma redução de 2,5%; as ações com período

de 361 até 720 diastiveram o impacto de 17,5% no ganho e as que ficaram

721e acima disto tiveram um impacto de 15%. Contudo, quando se realiza

investimentos, como o abordado nesta pesquisa, deve-se ter noção que os

tributos cobrados do montante, referente ao ganho de capital no momento

do resgate do investimento, impactam diretamente o lucro do investidor,

podendo deixar o mesmo com um rendimento indesejável. Portanto, ao se

investir em renda variável, o investidor deve ter em mente que os tributos

são mais uma despeza que reduzira seu lucro.

Palavras-chave: Contabilidade. Mercado Financeiro. Investimento e

Tributação.

247

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

O mercado de capitais brasileiro, desde seu início em 1950, onde os

investimentos eram realizados basicamente através de ativos imóveis

(Propriedades de Terra), buscam por sua modernização onde atualmente é

possível realizar diversos investimentos através da internet, possibilitando

a criação e destruição de fortunas (BARCELLOS, 2010).

Através desse mercado, grandes empresas buscam conseguir novos

investidores e com isto geram um aumento em seu capital na busca de

uma maximização em seus lucros. Este capital, por não se originar em

entidades bancárias não incide em juros sobre o levantado com ações,

ocorrendo apenas o repasse da porcentagem nos lucros equivalente ao

capital investido como dividendos (DELOITTE, 2013).

Ações comercializadas na Bolsa de Valores de cada país são distribuídas

de acordo com a legislação dos mesmos, e, no caso do Brasil, existem dois

tipos de ações, sendo eles ordinárias (ON) e preferenciais (PN), cada uma

com sua característica peculiar.

As ações ON garantem ao titular o poder de votação na gestão da

empresa, dando ao titular dessa modalidade o poder de votar nas decisões

que a mesma tomará no momento ou no planejamento dos próximos

passos. Por ter o que todos consideram prêmio de decisão, estas ações

costumam ser onerosas. Já no caso das ações PN, por seu titular não

possuir o direito a voto nas decisões da empresa, estas garantem o direito

do recebimento de dividendos prioritário aos titulares (LIMA, 2006).

Contudo, tendo como base o Regulamento do Imposto de Renda, este

estudo buscou expor ao leitor o peso que os tributos têm sobre os ganhos

auferidos dos investimentos em ações, podendo estes interferir de maneira

que o investimento possa deixar de ser vantajoso.

248

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.BOLSA DE VALORES

Na década de 1845, quando se fundou a Bolsa de Valores do Rio de

Janeiro e realizou-se a primeira experiência importante com a venda de

ações, que terminou em 1864, com a quebra do Banco Souto. Segundo

Gáleas (2008, p.1).

Nos períodos de 1930 a, praticamente, 1960, não havia

um mercado de capitais no Brasil. A economia se baseava,

principalmente, na agricultura e na exportação de produtos

primários e o financiamento dessas atividades não

requeria instrumentos muito sofisticados. Praticamente,

tanto a agricultura como as exportações eram financiadas

pela Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil

(Creia) ou através da negociação dos contratos de câmbio.

Não havia espaço para financiamento de longo prazo, no

mercado interno. Os grandes empreendimentos de então,

como ferrovias, portos, energia elétrica e telefonia eram

conduzidos por empresas estrangeiras, com capitais

levantados no mercado inglês. As primeiras manifestações

duradouras de formação de um mercado de capitais,

no Brasil, começaram com o lançamento das Letras de

Câmbio, que financiavam a venda de bens de consumo

duráveis, um mercado que surgiu após a 2ª Guerra Mundial

e ganhou força.

Neste período se tem a aceitação das sociedades anônimas por Lei

no Brasil em 1850. Onde, as sociedades eram abertas para funcionar por

tempo determinado e ao fim do prazo elas eram dissolvidas. Cerca de trinta

anos depois, cria-se uma Lei para regulamentar esse tipo de companhia

(GALVEAS, 2008).

No século XX, com a evolução comercial do país, o funcionamento

249

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

das S.A. (Sociedade Anônima) se tornou mais eficiente, tanto as nacionais

quanto as estrangeiras (BARCELLOS, 2010).

Ainda, conforme o autor citado, em 1976, após reforma na Lei de

número 6.404/76 se tem o favorecimento dos acionistas minoritários de

sociedade anônima de capital aberto, que não eram privilegiados por causa

de algumas falhas no decreto anterior. Na sequência, foi complementada

e modificada por causa das mudanças nos planos econômicos e crises

financeiras enfrentadas no país.

2.1 CONTABILIDADE NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

Com o desenvolvimento do mercado acionário e as reformas do

Sistema Financeiro Nacional nos anos setenta, inicia-se a história da

contabilidade nas sociedades anônimas no Brasil. Segundo a Brazilian

Business Review (2013), algumas destas reformas introduziram exigências

de que companhias listadas em bolsa publicassem suas Demonstrações

Financeiras verificadas por auditores independentes; seguissem o padrão

de divulgação financeiro de acordo com a instrução N°. 179/72 emitida

pelo Banco Central do Brasil e também houve a introdução da Legislação

Societária influenciada pelas práticas da contabilidade dos Estados Unidos

da América, com a discussão dos princípios contábeis.

Contudo, para conseguir ter uma visão real da empresa a qual deseja-se

investir, ainda se faz necessária a análise das demonstrações contábeis,

que segundo Matarazzo (2010, p. 39):

[...] busca fornecer informações para a tomada de decisão e,

nesse sentido, “o perfeito conhecimento do significado de

cada conta facilita a busca de informações precisas”. Sendo

assim, de forma complementar, destaca-se que o objetivo

das demonstrações contábeis é “fornecer informações

sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e

as mudanças na posição financeira da entidade” (COMITÊ

250

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011, p.7).

Entre as técnicas de verificação de balanços, uma delas é a análise

através de índices. São números que se relacionam entre si, através de

quocientes. Podem evidenciar diversos aspectos da empresa, como a

estrutura de capitais, liquidez e rentabilidade, bem como avaliação global

(MATARAZZO, 2010).

Quanto aos índices da análise de balanços, Matarazzo (2010, p.153),

ainda destaca que:

[...] os índices podem ser considerados “relações entre

contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras,

que visam evidenciar determinado aspecto da situação

econômica ou financeira de uma empresa”. Na visão

de Marion (2002, p.36), os índices são “relações que se

estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente

o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de

certas relações ou percentuais são mais relevantes que

a observação de montantes, por si só”. Sendo relevante,

portanto, o entendimento dos elementos que geram um

índice para uma melhor análise de seu resultado.

Portanto, com os conhecimentos advindos do estudo das ciências

contábeis, em especial no que tange a respeito da contabilidade tributária,

fiscal e análise de investimentos, sendo estes pilares de importância para

a formação do profissional contábil; faz-se de extrema necessidade a

utilização dos conhecimentos trazidos por meio destes estudos para uma

correta análise dos dados divulgados pelas empresas de capital aberto aos

acionistas.

251

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2 IMPOSTO DE RENDA

Em 1991, com a promulgação da Lei n° 8.383 do Imposto de Renda,

foram alterados as formas de cálculos de impostos a respeito de ganhos de

capital auferidos por pessoas físicas, instituindo as alíquotas e as regras a

serem seguidas (CASA CIVIL, 1991).

Com a promulgação da Lei 11.033 de 2004, definiu-se as alíquotas que

devem ser utilizadas para a realização dos cálculos de Imposto de Renda,

que segundo Casa Civil (2004):

[...] Art. 1o  Os rendimentos de que trata o  art. 5o  da Lei

no  9.779, de 19 de janeiro de 1999,  relativamente às

aplicações e operações realizadas a partir de 1o de janeiro

de 2005, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na

fonte, às seguintes alíquotas:    

I - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento),

em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;

II - 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181

(cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta)

dias;

III - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento),

em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um)

dias até 720 (setecentos e vinte) dias;

IV - 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo

acima de 720 (setecentos e vinte) dias.

Todavia, após a promulgação da lei, os investidores em empresas

de capital aberto se viram obrigados a agregar em suas projeções de

investimentos os tributos ao qual eram sujeitos a pagar por seus ganhos,

fazendo com que seus cálculos ficassem com um grau de complexidade

bastante elevado.

Neste cenário a contabilidade como ferramenta na análise de

252

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

viabilidade de investimentos se faz de extrema importância, pois, através

desta pode-se verificar a situação econômica da empresa em que deseja

investir, buscando ter uma visão mais profunda quanto a mesma e realizar

os cálculos exigidos pelo fisco para atender a legislação imposta acerca dos

tributos que a pessoa física deve pagar ao auferir ganhos com capital.

3 METODOLOGIA

Metodologia científica, nada mais é do que o estudo sistemático e

lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, validade

e relação com as teorias científicas.

Tartuce (2006), organiza a metodologia científica como método e

ciência. Método (do grego methodos; métodos significa, literalmente,

“caminho para chegar a um fim”) e portanto, o caminho rumo ao objetivo;

sendo o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos

estabelecidos para realizar uma pesquisa; já no caso de metodologia

científica, a mesma deriva de ciência, a qual compreende o conjunto

de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a

determinado domínio do saber.

Assim, como o que foi pensado por Tartuce e Masetto (2003, p.103),

descreve que essa busca por informações está relacionada com suas fontes:

Tomar iniciativa na busca de informações, dados e

materiais necessários para o estudo; entrar em contato com

as mais diferentes fontes de informações (livros, revistas,

periódicos, anais de congressos, músicas, fotos etc.) e com

os mais diversos ambientes informativos (bibliotecas,

internet, sites etc.), com especialistas de seu curso e de

outras instituições mediante entrevistas, e-mails etc.;

selecionar, organizar, comparar, analisar, correlacionar

dados e informações; fazer inferências segundo dados e

informações, levantar hipóteses, checá-las, comprová-las,

253

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

reformulá-las e tirar conclusões; elaborar um relatório com

características científicas; comunicar os resultados obtidos

com clareza, ordem, precisão científica, oralmente ou por

escrito.

Portanto, a metodologia, como explicado acima, é o meio pelo qual

o pesquisador buscará dados visando atingir os objetivos definidos

na pesquisa. No entanto, para que se consiga atingir os objetivos

pré-estabelecidos, ainda se faz necessário saber o enquadramento

metodológico da pesquisa, tema este que será abordado na sequência.

Conforme exposto por Fachin (2003), o objetivo geral expõe ao leitor

o que se pretente conhecer ou analisar, dando a devida relevância do

problema, despertando seu interesse.

Segundo Beuren (2008, p. 64), “[...] indica uma ação ampla do problema,

por isso mesmo ele deve ser eleborado com base na pergunta pesquisa”. O

objetivo geral dessa pesquisa é delimitar quais tributos são cobrados sobre

os ganhos na venda de ações no mercado de capitais e o impacto destas

sobre o lucro na entidade Petrobras S.A.

Nos objetivos específicos busca-se delimitar acerca das ações as quais

pretende-se alcançar, servindo de guia para o resultado da problemática.

Segundo Beuren (2008, p.65), “[...] devem descrever ações pormenorizadas,

aspectos específicos para alcançar o objetivo geral estabalecido”.

Neste estudo os objetivos específicos foram buscaram verificar a

legislação tributária, em especial o que se trata de operações de venda com

ganhos em ações; delimitar quais os melhores períodos para o resgate do

investimento, sendo apresentado os cálculos de tributos e as alíquotas

cobradas sobre o lucro em um período em que o investimento fique até

180 dias, de 181 a 360 dias, 361 a 720 dias e acima de 720 aplicado; analisar

situações reais de possíveis aplicações e projetar, no caso de operações com

ganhos, quais tributos seriam cobrados do resultado na venda de ações da

empresa Petrobras S.A.; e ainda, expor qual o impacto dos encargos sobre

o resultado do investimento.

254

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Através da dúvida cria-se a pergunta acerca do tema, delimita-se os

meios e busca-se responder a incógnita de maneira científica, clara e com

proximidade da realidade. Conforme exposto por Fachin (2003, p.109):

[...] é um fato, algo significativo que, a princípio, não possui

respostas explicativas, pois a solução, a resposta ou a

explicação será dada por intermédio do desenvolvimento

da pesquisa”, ou seja, necessita de princípios teóricos e

práticos, que juntos vão trazer as respostas desejadas.

Conforme dito por Gil (2010, p.7), “[...] toda pesquisa se inicia com

algum tipo de problema, ou indagação”. Já Marconi e Lakatos (2009,

p.161), explicitam que “problema é uma dificuldade, teórica ou prática,

no conhecimento de alguma coisa de real importância, para qual se deve

encontrar uma solução”.

Conforme o exposto acima, surge a seguinte problemática: Qual é

a carga tributária inserida sobre os ganhos auferidos na venda de ações

negociadas no mercado de capitais brasileiro?

3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Definido o conceito da metodologia de pesquisa, afinal se faz necessário

definir qual rumo a mesma tomará e onde se enquadra.

De forma geral, a pesquisas iniciam-se com uma pesquisa bibliográfica,

o que permite ao pesquisador conhecer o que foi estudado a respeito do

assunto, fazendo com que se tenha maior familiaridade com o objeto de

sua pesquisa (FONSECA, 2002).

Neste caso, o objeto de estudo metodológico abordou o Regulamento

do Imposto de renda, servindo de base a pesquisa e de onde foram

retirados os dados necessários para as alíquotas que serão aplicadas aos

lucros auferidos no período.

Köche (1997), menciona que o estudo ocorre através de uma pesquisa

255

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

exploratória, cujo principal objetivo é proporcionar maior familiaridade

com o objeto de estudo. Na maioria dos casos, o pesquisador não

dispõe de conhecimento suficiente para formular adequadamente um

problema ou elaborar de forma mais precisa uma hipótese. Nesse caso,

é necessário desencadear um processo de investigação que identifique

a natureza do fenômeno e aponte as características essenciais das

variáveis que se quer estudar.

Sendo que esta investigação dar-se-á através de um estudo de caso, que

segundo Fonseca (2002, p. 33):

[...] pode ser caracterizado como um estudo de uma

entidade bem definida como um programa, uma

instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma

unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e

o porquê de uma determinada situação que se supõe ser

única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há

nela de mais essencial e característico. O pesquisador não

pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-

lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer

de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura

compreender como é o mundo do ponto de vista dos

participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa

simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto

quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo

do ponto de vista do investigador.

Portanto, para que seja possível a aplicação das alíquotas estudadas na

pesquisa metodológica, se faz necessário aplicar o que nela foi abordado

em uma situação real do dia-a-dia. Então, através do estudo de caso da

empresa Petrobras S.A., essa situação será possível.

Na mesma linha de raciocínio que Köche, Godoy (1995, p.63), argumenta

o seguinte:

256

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

[...] quando estamos lidando com problemas pouco

conhecidos e a pesquisa é de cunho exploratório,

este tipo de investigação parece ser o mais adequado.

Quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca

é o entendimento do fenômeno como um todo, na sua

complexidade, é possível que uma análise qualitativa seja

a mais indicada. Ainda quando a nossa preocupação for

a compreensão da teia de relações sociais e culturais que

se estabelecem no interior das organizações, o trabalho

qualitativo pode oferecer interessantes e relevantes dados.

Nesse sentido, a opção pela metodologia qualitativa se faz

após a definição do problema e do estabelecimento dos

objetivos da pesquisa que se quer realizar.

Com o estudo focado no mercado de capitais brasileiro, em especial nas

ações negociadas pela empresa Petrobras S.A., analisou-se, com o objetivo

de compreender como os resultados dos investimentos feitos nesta

empresa, através da venda de ações com lucro, são afetados pelos tributos.

Portanto, após o problema de pesquisa definido, busca-se definir o caráter

desta, sendo definido como qualitativo, que para Goldenberg (1997, p. 34):

[...] não se preocupa com representatividade numérica,

mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um

grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores

que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao

pressuposto que defende um modelo único de pesquisa

para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua

especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria.

Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo

positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o

pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que

seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.

257

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

E de aporte quantitativo, que para Richardson (2015, p.5):

[...] utilizado na condução da pesquisa, o método

quantitativo representa, em princípio, a intenção de

garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de

análise e interpretação, possibilitando, consequentemente,

uma margem de segurança quanto às inferências. É

frequentemente aplicado nos estudos descritivos,

naqueles que procuram descobrir e classificar a relação

entre variáveis, bem como nos que investigam a relação de

causalidade entre fenômenos.

Desta forma, este estudo quanto a sua abordagem classifica-se como

uma pesquisa bibliográfica explorátoria de um estudo de caso, sendo seu

caráter quantitativo com aporte qualitativo.

Quanto a definição da coleta de dados, ponto fundamental do estudo,

ocorre com grande aporte a todas as asserções ditas neste artigo. Para isto,

define-se que a coleta de dados desta pesquisa será realizada através de

um estudo transversal, que para Klein e Bloch (2009), caracteriza-se como

um tipo de desenho dos estudos epidemiológicos, também chamados de

seccional. Este consiste em apresentar um prazo determinado e curto,

como um corte transversal no processo de observação dos fenômenos

em análise. E através disto, a inferência nos estudos transversais são de

população definida em local e em tempo bem demarcados.

Neste estudo, a amostra a ser estudada são as ações da Petrobras que

são negociadas na Bolsa de Valores brasileira no exercício social de 2018,

delimitando o período em que a ação ficou em posse de seu detentor até ser

auferido ganho com a sua liquidação, buscando expor o quanto de tributos

será pago pelo acionista. Para tanto, os prazos para o estudo e comparação

de dados são de: um dia, uma semana, um mês, três meses, seis meses,

doze meses e vinte e quatro meses.

As informações coletadas foram armazenadas em um banco de dados

258

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

construído no software Excel e analisadas através de estatística descritiva

por frequências absolutas (n) e em porcentagem (%), sendo as informações

resultantes apresentadas em tabelas e gráficos para melhor compreensão.

4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Fundada por Getúlio Vargas em 3 de outubro de 1953, a Petrobras

é uma estatal de economia mista, ou seja, é uma empresa de capital

aberto, sendo o governo o acionista majoritário; e tem como atividade a

exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e

gás natural, petroquímica, distribuição de derivativos, energia elétrica,

biocombustíveis, além de outras fontes energéticas renováveis (ESCOLA

BRASIL, 2018).

Com a conclusão das obras de suas instalações em 1954, a sede da

Petrobras está localizada na cidade do Rio de Janeiro. Suas primeiras

refinarias foram herdadas do Conselho Nacional de Petróleo, sendo estas

a de Mataripe, na Bahia; e Cubatão, no estado de São Paulo. O início da

produção de petróleo se deu no mesmo ano e supria o equivalente a 17%

do consumo nacional.

Visando expandir, a Petrobras cria o Centro de Pesquisa e

Desenvolvimento (Cenpes), em 1968, cujo objetivo era desenvolver

aparatos tecnológicos que facultassem a expansão da empresa no cenário

global.

Dentre os acontecimentos, um dos que mais marcam esta empresa foi a

descoberta das reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias (Pré-sal),

com estimativas de que dele se extraia a marca de 50 bilhões de barris de

petróleo.

Com as diversas guinadas desta empresa no cenário petrolífero ao

qual está inserida, também existem contratempos, que muitas vezes são

responsáveis por impedir o desenvolvimento, como os casos de corrupção

259

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ao qual a estatal se envolveu e que servem para mostrar que nem sempre o

que se aparenta é no mercado de capitais.

4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Após a realização da parte teórica, chega o momento de colocar tudo o

que foi planejado em prática, expondo aos que fazem a leitura deste artigo,

os resultados obtidos após a análise dos impactos causados pelas alíquotas

do imposto de renda sobre os investimentos em ações.

Com foco exclusivo nas ações da empresa Petrobrás S. A., analisou-se

o que um investidor pagaria de tributos sobre o lucro em ações caso as

tivesse comprado na baixa e vendido as mesmas na alta, demonstrando

o impacto dos impostos sobre o lucro líquido. Para tal análise, utilizou-se

como base os pedidos de compra para 1 dia, 30 dias, 90 dias,120 dias, 360

dias, 720 dias e acima de 720 dias; assim como as alíquotas de impostos

para estas datas.

Na tabela 1 estão expressos os valores das compras das ações no período

de 1 dia a 180 dias, expondo os valores obtidos de lucro e o impacto que os

impostos têm sobre o mesmo:

Tabela 1 - Valor dos impostos por período

DATA COMPRA

DATA VENDA

TOTAL DE DIAS APLICA-

DO

VALOR DA

COM-PRA

VALOR DA

VENDALUCRO ALÍQUO-

TA IR

TOTAL IMPOS-

TO

REPRE-SENTATIVI-DADE DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO

22/02/19 22/02/19 1 R$27,13 R$27,70 R$0,57 22,50% R$0,13 22,50%

15/02/19 22/02/19 7 R$26,71 R$27,70 R$0,99 22,50% R$0,22 22,50%

23/01/19 22/02/19 30 R$25,16 R$27,70 R$2,54 22,50% R$0,57 22,50%

26/11/18 22/02/19 90 R$24,05 R$27,70 R$3,65 22,50% R$0,82 22,50%

27/08/18 22/02/19 180 R$18,30 R$27,70 R$9,40 22,50% R$2,12 22,50%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

260

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Conforme exposto pela tabela 1, os impactos sofridos pelo investimento

têm o mesmo percentual das alíquotas do imposto de renda aplicadas,

revelando que o imposto é o agente direto da diminuição do resultado do

investimento, auferindo o impacto de 22,5% nestes investimentos.

Na tabela 2 estão expressos os valores das ações mantidas em carteira

no período de 181 até 360 dias, expondo os valores obtidos de lucro e o

impacto que os impostos têm sobre o mesmo:

Tabela 2 - Valor dos impostos por período

DATA DA COMPRA

DATA DA VENDA

TOTAL DE DIAS APLICA-

DO

VALOR DA

COM-PRA

VALOR DA

VENDA

LU-CRO

ALÍQUO-TA IR

TOTAL IMPOS-

TO

REPRESEN-TATIVIDADE DO IMPOS-TO SOBRE O

LUCRO

27/02/18 22/02/19 181 até 360 R$21,34 R$27,70 R$6,36 20,00% R$1,27 20,00%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Para as ações compradas e mantidas em carteira por 181 até 360 dias,

o impacto representou 20%, uma redução de 2,5%, que tem grande

importância para investimentos com ações, haja vista que o capital

aplicado nestas geralmente é bastante elevado.

Na tabela 3, estão expressos os valores das ações mantidas em carteira

por período de 361 até 720 dias e acima de 721 dias, expondo os valores

obtidos de lucro e a representatividade que os impostos têm sobre o

mesmo:

261

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 3 - Valor dos impostos por período

DATA DA COMPRA

DATA DA VENDA

TOTAL DE DIAS

APLICADO

VALOR DA

COM-PRA

VALOR DA

VENDALUCRO

ALÍ-QUOTA

IR

TOTAL IM-

POSTO

REPRE-SENTATI-VIDADE

DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO

06/03/17 22/02/19 361 até 720 R$15,47 R$27,70 R$12,23 17,50% R$2,14 17,50%

03/03/17 22/02/19 721 e acima R$15,04 R$27,70 R$12,66 15,00% R$1,90 15,00%

Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.

Nas ações compradas e mantidas em carteira por um período de 361

até 720 dias e 721 dias, o imposto representou 17,5% e 15%, o que em reais

representa R$ 0,24; uma redução significativa de 2,5% e 5% em comparação

com o investimento anterior, que em reais representa R$ 0,63; tendo um

impacto ainda maior, diminuindo os danos ao lucro do investidor.

Contudo, sem levar em consideração a desvalorização do dinheiro por

si só devido a inflação, o investidor que pretende adquirir uma participação

na empresa Petrobras S.A. deve antes pensar e analisar qual período

pretende deixar seu dinheiro aplicado, pois isto influenciará no retorno no

momento de resgate da aplicação.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo geral desta pesquisa foi delimitar acerca de quais e o quanto

de tributos são cobrados sobre os ganhos auferidos na venda de ações no

mercado de capitais e o impacto destas sobre o lucro. Para isto, utilizou-se

como base as alíquotas do Regulamento do Imposto de Renda cobradas

sobre o ganho de capital com ações, expondo os calculos para os períodos

em que o investimento fique de 1 até 180 dias, de 181 a 360 dias, 361 a 720

dias e acima de 720 aplicado.

Através de um estudo de caso, tomando como base as ações negociadas

262

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

na bolsa de valores brasileira da empresa Petrobras S.A.; pode-se analizar

qual o impacto da carga tributária sobre os ganhos auferidos nas transações

com ganho de capital. As ações negociadas em um período de 1 dia a 180

dias, tiveram um o impacto de 22,5% sobre o ganho de capital; já as ações

negociadas no período de 181 até 360 dias, o que representou 20%, uma

redução de 2,5%; as ações com período de 361 até 720 dias com resultado

de 17,5% em seu ganho e as que ficaram 721 dias acima desse periodo

alcançaram um impacto de 15%.

Contudo, ao realizar um investimento, sendo ele de renda variavel

como o abordado nessa pesquisa, deve-se ter noção que os tributos que

serão cobrados do montante, os quais não serão os unicos obstaculos para

se ter um ganho. Em investientos conforme abordados, além de se ter

como base os tributos que são cobrados, é de extrema importância estar

atento aos sinais do mercado.

Neste contexto, mais vale apena liquidadar o montante aplicado e pagar

uma aliquota maior de tributos para garantir um lucro do que correr o risco

de acabar com um prejuizo. Por conta disto, ao se investir em renda variavel,

deve-se saber o risco envolvido quato ao retorno esperado, levando-se

em conta todos os tributos que serão cobrados e os aspectos econômicos

envolvidos na operação. Sugere-se para futuras pesquisas nesta aréa a

análise dos outros custos envolvidos no ganho de capital atraves da venda

de ações, tais como taxa de custodia, taxa por ordem de compra e venda

enviada, comiossões; e com isto chegar a um ponto de equilibrio onde o

investidor pague todos os seus custos e consiga ganhar lucro.

REFERÊNCIAS

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BEUREN, Ilse Maria et al. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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GALVEAS, Ernane. O mercado brasileiro de capitais, Revista dos Tribunais Online, 2008.

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KÖCHE, J. C. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e prática da pesquisa. 15. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

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265

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS: UM ESTUDO NO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ

AUTORES: Priscila Ely de Godoy ¹

Profa MSc Bruna Teixeira ²Profa. Dra Tarcita Cabral Ghizoni de Sousa ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduanda em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis

266

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOEste trabalho tem como objetivo analisar as receitas e despesas do

Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.

Adotou-se uma metodologia descritiva, estudo de caso baseada em análises

de caráter qualitativo e quantitativo por meio de dados coletados no Portal

de Transparência. Os resultados encontrados demostram no decorrer

do trabalho que o Fundo Municipal de Saúde do município de Balneário

Camboriú apresenta uma evolução da receita e um aumento considerável

das despesas que custeiam a saúde dos munícipes Balneocamboriuense.

Verificou-se que o Município de Balneário Camboriú vem cumprido de

forma criteriosa a aplicação em saúde, com percentuais acima do limite

fixado em nossa Constituição Federal. As despesas com a saúde executada

são suportadas por recursos oriundos da União, do Estado de Santa Catarina

e do Município de Balneário Camboriú. Nos dados apresentados pode-

se afirmar que a maior parte dos recursos alocados no Fundo Municipal

de Saúde são de origens da Municipalidade. O orçamento do fundo sob

análise, está separado de acordo com o grau de complexidade, sendo que os

maiores quantitativos estão na Atenção Básica e na Assistência Hospitalar

e as despesas que totalizam os gastos mais vultuosos são os relativos as

despesas com pessoal, que atingem aproximadamente o percentual de

60% dos valores alocados no orçamento do Fundo Municipal de Saúde.

Palavras-chave: Receita Pública. Despesa Pública. Saúde Pública.

267

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante

políticas sociais e econômicas que visem a prevenção, a redução do risco

de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações

e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação, previsto no artigo

196 da Constituição Federal de 1988.

Respeitando as diretrizes e premissas do Sistema Único de Saúde

(SUS), tem-se que o compromisso de assumir uma gestão de saúde pelo

Município é uma tarefa árdua, lenta e gradual, tendo o mesmo de adequar

a sua capacidade aos requisitos estabelecidos pelas normas, as leis, as

exigências e as prerrogativas dos serviços públicos de saúde.

O presente estudo foi realizado junto à Secretaria de Saúde e

Saneamento do Município de Balneário Camboriú, mas especificamente

no Fundo Municipal de Saúde, que é a unidade gestora responsável pela

execução orçamentária das ações em saúde.

O problema de pesquisa apresentado no presente estudo trata-se da forma

como vem sendo a aplicação das receitas arrecadadas pelo Fundo Municipal

de Saúde e como estas estão sendo alocadas no orçamento da despesa.

Um problema de pesquisa como ostenta a autora Roesch (2007), pode

ser definido tanto como teoria, a partir da observação, ou ainda de um

método que se deseja testar. Vale lembrar que a problematização não se

faz mediante observação, sendo que ainda implica em procedimentos de

criativa por quem pesquisa o assunto. (BEUREN, 2008).

Com base no problema de pesquisa elencado, definiu-se como a questão

pertinente o seguinte: como foram aplicadas as receitas e executada as

despesas do Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú nos anos

de 2014 a 2017?

Já quanto ao objetivo geral, o presente estudo pretende analisar de

forma geral as receitas e despesas no Fundo Municipal de Saúde de

Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.

Uma vez que o objetivo geral não tem robustez suficiente para

268

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

apresentar a ideia do trabalho, são necessários maiores detalhamentos que

são obtidos através dos objetivos específicos, que foram assim definidos:

Conhecer as receitas arrecadadas, conhecer as despesas realizadas e

analisar os dados e sugerir melhorias.

A justificativa deste estudo está respaldada na sua originalidade, na

viabilidade de pesquisa, na importância do tema e nas contribuições que

se pretendem alcançar.

No que tange a originalidade, o autor Richardson ressalta que (2007, p.

60), “não se deve insistir em problemas já conhecidos e estudos, salvo se

forem incluídos novos enfoques ou pontos de vista”. Neste sentido, este

estudo está pautado no fato de ser o primeiro estudo com esse tema na

organização.

Sobre a viabilidade, a autora Roesch (2007, p. 101) salienta em “verificar

se existem condições propícias para a realização do projeto dentro da

organização”.

Considerando o cronograma, o orçamento e ainda o acesso aos dados

necessários com as pessoas envolvidas no estudo e a amplitude do

trabalho, a viabilidade foi assegurada.

No que concerne às contribuições, para a entidade estudada, esta

pesquisa contribui para o enriquecimento do conhecimento financeiro e

contábil dos gestores públicos, como uma ferramenta para desenvolver

ações que permitam uma melhor aplicação das receitas e despesas

recebidas pelo Fundo Municipal de Saúde.

Quanto para acadêmica, poderá proporcionar o desenvolvimento

profissional, porque oportunizará verificar parte dos conceitos da

universidade, especificamente com o tema da pesquisa realizada. Para

a faculdade contribuirá para o desenvolvimento dos acadêmicos no

aprendizado dos estudos das ciências contábeis, na formação e pesquisa

para a comunidade.

Por fim, para a comunidade é relevante por discutir a aplicação dos

recursos públicos destinados a saúde, providos pelo povo e que devem ser

aplicados visando o bem-estar de toda a sociedade.

269

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta seção é referenciado a fundamentação teórica a partir do objetivo

geral e objetivos específicos descritos no trabalho. São apresentados os

conceitos de contabilidade e sua história, aspectos da contabilidade pública,

incluindo receitas e despesas, mais especificamente as transferências

financeiras, e, por fim, assuntos pertinentes a saúde pública.

2.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE

A história da Contabilidade é tão antiga quanto a própria história

da civilização. Sempre esteve associada à evolução da humanidade por

estar historicamente ligada às primeiras manifestações humanas no que

se refere à necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e

interpretação dos fatos.

De acordo com Gomes (1986 apud LAFFIN, 2005), a Contabilidade esteve

envolvida com o progresso da humanidade “A Contabilidade, como qualquer

área de conhecimento humano, sempre esteve associada ao próprio

progresso da humanidade, em termos de benefícios que são oferecidos à

sociedade, decorrentes dos aperfeiçoamentos tecnológicos surgidos”.

Na medida em que o tempo foi passando, a Contabilidade foi deixando

marcas importantes produzidas por pesquisadores e vários pensadores que

contribuíram para o embasamento dos conceitos vistos hoje (IUDÍCIBUS,

2009).

Ainda segundo Iudícibus (2009), a Contabilidade brasileira sofreu

forte influência da legislação tributária, que determinava procedimentos

contábeis para se classificar as contas e a adequação de receitas e despesas,

que nem sempre estavam adequados à luz da teoria contábil.

Percebe-se que a contabilidade está em constante evolução. A

contabilidade pública, ramo desta ciência, segue neste mesmo sentido

com o passar dos anos foi adquirido importância e regulamentações.

Os primeiros registros contábeis primitivos foram realizados há cerca de

270

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

200 séculos na pré-história, sendo que segundo IUDÍCIBUS (2005, p. 31), “a

Contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”. Partindo

deste princípio mesmo que de maneira empírica e, consequentemente não

científica, as civilizações primitivas já utilizavam ferramentas contábeis

básicas para controlar o seu patrimônio e, em alguns casos, até mesmo

apurar custos e elaborar orçamentos, como se nota em registros feitos em

pranchas de argila nas civilizações da Suméria e da Babilônia, de acordo

com SÁ (1997, p.25).

Devido a essa imensa dimensão histórica, vários autores apresentam

categorizações diferentes de períodos para o estudo da evolução do

pensamento contábil, no entanto todas não passam de formas diversas de

estudo de um único assunto, a História da Contabilidade.

2.2 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO

A contabilidade aplicada no setor público é uma das especificações da

contabilidade que tem como objeto o patrimônio público. Ela atua nos três

níveis de governos: Federal, Estadual e Municipal. De acordo com Kohama

(2010, p.24) “[...] é o ramo da contabilidade, que estuda, orienta, controla

e demonstra a organização e execução da fazenda pública; o patrimônio

público e suas variações [...]”.

Segundo o referido autor, a Contabilidade Pública “é o ramo da

Contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra à organização e

execução da Fazenda Pública, o patrimônio público e suas variações”.

A Lei 4320/64 é uma norma federal que estatui normas gerais de direito

financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,

dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (DF);

Um exemplo de preceito suspenso pelo STF é aquele que prevê a

constituição de reserva de contingência na LOA, destinada ao atendimento

de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, cuja

forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente

líquida, sejam estabelecidos nas LDOs.

271

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2.2 Receitas Públicas

As receitas públicas são também chamadas de entradas, ingressos ou

receitas, pois são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos

pelo Poder Público, em qualquer esfera governamental, para alocação e

cobertura das despesas públicas. Conforme Angélico (1995, p. 44), “Receita

pública, em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres

públicos. Ingresso, entrada ou receita pública são, na verdade, expressões

sinônimas na terminologia de finanças públicas”.

Já Baleeiro (2004, p. 126) entende que:

Receita pública é a entrada que, integrando-se no

patrimônio público sem quaisquer reservas, condições

ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto,

como elemento novo e positivo.

Os ingressos orçamentários, denominados receita pública, são aqueles

pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação

em programas e ações governamentais.

Conforme a doutrina de Araújo e Arruda (2006, p. 92):

A receita orçamentária representa valores constantes do

orçamento, tais como tributos, rendas, transferências,

alienações, amortização de empréstimos concedidos e

operações de crédito por prazos superiores a doze meses

[...] a receita extra orçamentária engloba os valores

provenientes de toda e qualquer arrecadação que não

figure no orçamento do Estado e, consequentemente, todo

recolhimento que não constitui sua renda.

As receitas de capital são os ingressos de recursos financeiros oriundos

de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas

272

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos

traçados nos programas e ações de governo.

Na gestão da administração pública sabe-se que para haver o efetivo

recolhimento das receitas, esta passa por alguns estágios, que são: previsão,

lançamento, arrecadação e recolhimento. Segundo o autor Kohama (2008)

menciona que a previsão indica a expectativa da receita por parte da

Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício.

Já o lançamento este estágio consiste em um mero ato administrativo, é

caracterizado pela identificação e individualização do contribuinte.

Quanto a arrecadação é o ato através do qual o contribuinte comparece

perante os agentes arrecadadores e realizam o devido pagamento dos

tributos e outros débitos. E por fim o recolhimento caracterizado pela

entrega ou repasse diariamente dos valores dos agentes ao tesouro

público, representado pelo agente financeiro que na esfera federal é o

Banco Central.

Sendo assim as despesas públicas são referenciadas a seguir com duas

definições.

2.3 DESPESAS PÚBLICAS

As despesas evidenciam a variação passiva resultante da diminuição

de ativos ou do aumento de passivos de uma entidade, sendo que nos dois

casos, ela representa uma redução da situação patrimonial.

As despesas públicas, conforme Kohama (2008, p.87), são: os gastos

fixados na lei orçamentária ou em leis especiais e destinados à execução

dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais; a satisfação dos

compromissos da dívida pública; ou ainda à restituição ou pagamento de

importâncias recebidas a títulos de cauções, depósitos, consignações.

De acordo com Angélico (2006, p.62), “constitui despesa pública todo

pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. Saídas,

desembolsos, dispêndios ou despesa pública são expressões sinônimas”.

Assim, a despesa pública são os gastos de recursos governamentais para

273

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

o Estado cumprir com suas funções e seus compromissos, atendendo as

necessidades da população. Ressalta-se que, esses gastos, necessariamente,

exigem dispêndios financeiros, e tais despesas devem estar previstas na lei

orçamentária e autorizadas pelo poder competente.

Silva (2004, p.126), afirma que “a despesa do Estado deve obedecer

fundamentalmente aos princípios da utilidade, legitimidade,

oportunidade, legalidade e economicidade”.

Já as despesas extra orçamentárias evidenciam as receitas e despesas

orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extra orçamentários,

conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se

transferem para o início do exercício seguinte (Redação dada pela

Resolução CFC n.º 1.268/09).

As despesas correntes, segundo Machado Jr. e Reis (2003, p.55),

“constituem o grupo de despesas, da administração pública, para a

manutenção e o funcionamento dos serviços públicos em geral, quer

através da administração direta, quer através da administração indireta”.

Toda despesa do Estado deve passar por algumas etapas até a sua

realização. Estas etapas são denominadas de estágios da despesa, e

compreende: fixação, empenho; liquidação e pagamento.

Segundo Silva (2004, p. 154), “o estágio de fixação pode ser subdividido

nas seguintes etapas: organização das estimativas; conversão da proposta

em orçamento público (autorização legislativa e sanção do Executivo);

programação das despesas”.

O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa, e pode ser

assim conceituado, conforme prescreve o art. 58 da Lei n.º 4.320/1964: “ato

emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de

pagamento pendente ou não de implemento de condição”.

Segundo Silva, o estágio da liquidação da despesa “é o ato do órgão

competente que, após o exame da documentação, torna, em princípio,

líquido e certo o direito do credor contra a Fazenda Pública.

Para Mota (1995, p. 112), “a liquidação é formalizada com base em

documentos: nota de empenho, contrato, nota fiscal, fatura, etc.”. Ainda

274

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

segundo o autor, é na fase de liquidação “que o Estado reconhece o compromisso

a pagar aos seus fornecedores de bens ou serviços, e simultaneamente também

surge o direito a receber do fornecedor perante o Estado”.

Dessa forma, percebe-se que o estágio de liquidação é formalizado

em documentos, para tornar-se certo que o serviço foi prestado, ou

que a mercadoria foi consumida. Além de ser constatado, que o Estado

representa o agente devedor, e o fornecedor assume o papel de credor.

O pagamento é o quarto e último estágio da execução da despesa

orçamentária. Destaca-se que este estágio deve obrigatoriamente ser

efetuado após o estágio de liquidação, que é o estágio que reconhece a

obrigação de pagamento.

Conforme Silva (2004, p.159), o estágio do pagamento “é o ato pelo qual

a Fazenda Pública satisfaz o credor e extingue a obrigação”, devendo desta

forma, obedecer a todas as formalidades existentes. Conforme o art. 64

da Lei n.º 4.320/1964, “a ordem de pagamento é o despacho exarado por

autoridade competente, determinando que a despesa seja paga”.

2.4 SAÚDE PÚBLICA

Após longo período de centralização política e autoritária vivido pela

população brasileira, atores de emergentes movimentos sociais começaram

a clamar, no final da década de 1970, pela aproximação entre governo e

sociedade, entre implementadores de políticas públicas e cidadãos.

Neste contexto, os princípios de descentralização e participação social

foram adotados como diretrizes do processo de redemocratização nacional

(FARAH, 2001). Na área da saúde, ambos os princípios foram incorporados

pela Constituição Federal do Brasil (1988) como diretrizes estruturantes do

Sistema Único de Saúde.

A Constituição Federal de 1988 definiu a saúde como “direito de

todos e dever do Estado” (BRASIL, 1988). Para tanto, enunciou em seu

Art. 198, §1º, a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS), regido por

princípios de universalidade, integralidade, equidade, participação social

275

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

e descentralização.

O princípio da descentralização, por apresentar transversalidade com

as demais diretrizes embaçadoras do SUS (universalidade, integralidade,

equidade e participação social), assumiu importância significativa ao

longo do processo de construção, implementação e fortalecimento do

Sistema (GERSCHMAN, 2000).

O sistema de saúde pública que tem a pretensão de atender a todos os

brasileiros, sem distinção, apresenta falhas em seus principais programas.

Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção

de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais.

3 METODOLOGIA

Como mencionado por Roesch (2007), o principal objetivo da

metodologia é desenvolver no aluno o interesse, e ao mesmo tempo

simpatizar com a prática da pesquisa científica, sob a supervisão de um

pesquisador qualificado.

Os aspectos metodológicos utilizados no presente trabalho

enfatizaram as questões ligadas a abordagem da pesquisa, objetivos e

procedimentos técnicos.

Quanto a abordagem da pesquisa este estudo é mista, pois envolvem

a abordagem qualitativa e quantitativa conjuntamente. Quanto à

abordagem de uma pesquisa qualitativa, Richardson (2007) admite que

“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever

a complexidade de determinado problema; analisar a interação de certas

variáveis; compreender e classificar processos dinâmicos vividos por

grupos sociais”.

O autor destaca, ainda, que abordar um problema qualitativamente

pode ser uma forma adequada para conhecer a natureza de um fenômeno

social.

Richardson (2007), menciona com relação à pesquisa quantitativa é

caracterizada pelo emprego da coleta de informações por meio de técnicas

276

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

estatísticas incluindo percentual, média, desvio padrão levando até as

mais complexas.

Quanto aos objetivos esta pesquisa é enquadrada como descritiva

porque é realizado um estudo detalhado, com coleta de dados, análise e

interpretação dos de uma única entidade.

Gil (2002), esclarece que as pesquisas descritivas têm por objetivo

precípuo a descrição das características de uma população ou de um

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

Os procedimentos técnicos utilizados foram estudo de caso e

documental que pode decorrer de acordo com a perspectiva interpretativa

que visa intervir sobre os objetivos estudados e revela-los como é percebido

no decorrer do estudo.

Segundo Silva e Grigolo (2002), a pesquisa documental é assim definida

como tipo de pesquisa que visa selecionar, tratar e interpretar a informação

bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir lhe algum valor,

podendo, desse modo, contribuir com a comunidade científica a fim de

que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.

Deste modo o enquadramento metodológico deste estudo é misto,

descritivo e documental.

3.1 ESTUDO DE CASO

Pode também ser definido como um problema que reproduz os

questionamentos, as incertezas e as possibilidades de um contexto

empresarial que dispara a necessidade de uma tomada de decisão. Este

tipo de estudo é caracterizado pelo estudo concentrado de um único caso,

logo, uma das suas limitações é justamente que os seus resultados não

podem ser generalizáveis a outros fatos ou fenômenos (ROESCH, 2007).

Pode também ser definido como um problema que reproduz os

questionamentos, as incertezas e as possibilidades de um contexto

empresarial que dispara a necessidade de uma tomada de decisão. Um

estudo de caso pode ser utilizado para testar hipóteses, como, por exemplo,

277

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

para testar a falseabilidade de teorias, de acordo com o conceito de Popper

para prover descrições, ou mesmo para gerar teorias (EISENHARDT, 2014).

O processo de chegar a uma decisão, por meio da análise e discussão

individual e coletiva das informações expostas no estudo de caso, promove o

raciocínio crítico e argumentativo para autora desenvolvedora deste estudo.

3.2 COLETA DE DADOS

A coleta de dados que será desenvolvida a documental que é realizada

por meio de materiais que ainda não receberam tratamento analítico,

como, por exemplo, documentos oficiais, reportagens, cartas, contratos,

diários, filmes, fotografias, gravações, entre outros – considerados de

primeira mão.

Feitas essas considerações, cabe fazer a distinção entre dados e

informações, seguindo a linha de pensamento de Matarazzo (1985), relata que

dados são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente,

não provocam nenhuma reação ao leitor. Informações representam, para

quem as recebe, uma comunicação que pode produzir uma reação ou

decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa.

Este trabalho foi realizado com metodologia descritiva, os dados

utilizados neste estudo foram extraídos do portal de transparência da

Prefeitura de Balneário Camboriú (SC) e dos documentos contábeis e

gerenciais fornecidos pela Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú

(SC), e ainda foi realizada entrevistas, conversas não estruturais/ informais.

3.3 ANÁLISE DE DADOS

A análise também pode será feita em documentos considerados

de segunda mão, tais como relatórios de pesquisa, tabelas estatísticas,

relatórios de empresa, entre outros casos.

Para o autor Gil (2002), explica que a análise de dados é organizar

278

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

sistematicamente os dados de forma que possibilitem o fornecimento

das respostas ao problema que se investigou. A análise e interpretação

dos dados será realizada por meio de tabulação de métodos estatísticos e

planilhas eletrônicas.

4 APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para desenvolvimento deste item, foi retirado no site do Município

de Balneário Camboriú, no portal da transparência os dados aqui

apresentados em quadros elaborados pela acadêmica com observações e

comentários relacionados com a questão de pesquisa.

Este estudo traz a análise das receitas e despesas realizadas pelo Fundo

Municipal de Saúde de Balneário Camboriú (SC)

4.1 ENTIDADE ESTUDADA

O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

(PNUD/ONU) classifica Balneário Camboriú entre os 10 municípios

brasileiros com melhor qualidade de vida, e em segundo lugar entre os

municípios catarinenses.

A estrutura administrativa do Município de Balneário Camboriú é

definida na Lei nº 1.068/1991 e posteriores alterações. A administração

pública é organizada em 15 secretarias, 6 fundos, 2 fundações e 2

autarquias, dentre elas a Secretaria de Saúde e Saneamento da Prefeitura

de Balneário Camboriú e o Fundo Municipal de Saúde.

A Secretaria da Saúde e Saneamento é administrada pelo Secretário

Municipal de Saúde e pelo Gestor do Fundo Municipal de Saúde -

acompanhada e fiscalizada pelo Conselho Municipal de Saúde - está

habilitada na Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde. Respeitando

as diretrizes e premissas do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria da

Saúde tem o propósito de promover o cuidado integral e humanizado, de

forma descentralizada e hierarquizada, aprimorando o acesso aos serviços

279

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de forma regionalizada, estruturada e integrada.

Em 31/10/1994 foi criado o Fundo Municipal DE Saúde - FMS, que tem por

objetivo criar condições financeiras e de gerência dos recursos destinados

ao desenvolvimento das ações de saúde executadas e coordenadas pela

Secretaria de Saúde, que compreendem:

I - Atendimento à saúde universalizada integral,

regionalizado e hierarquizado;

II - A vigilância sanitária;

III - a vigilância epidemiológica e ações de saúde individual

e coletiva correspondente;

IV - O controle de fiscalização das agressões ao meio

ambiente, nele compreendido o ambiente de trabalho,

de comum acordo com as organizações competentes das

esferas Federal e Estadual;

V - Aquisição e repasse, aos usuários da rede de saúde

pública de medicamentos básicos e de uso contínuo,

a título oneroso ou gratuito. (Prefeitura de Balneário

Camboriú, 2018)

Neste sentido, vale salientar que conforme a lei 1.408/94 o orçamento

do FMS evidenciará as políticas e os programa de trabalho previstos no

plano municipal de saúde, integrando o município observando os padrões

e normas estabelecidas na legislação pertinente.

Ainda pode ser relatado com base na lei citada que dentre as despesas

realizadas pelo FMS, ressalta-se as despesas diversas de caráter urgente

necessária à execução das ações de saúde.

Sendo assim, cabe citar o processo de movimentar em conjunto com a

Secretaria de Saúde as contas de depósitos e recursos financeiros ao FMS.

Na figura 01 a seguir é apresentada a imagem da Secretaria de Saúde de

Balneário Camboriú, empresa objeto deste estudo.

280

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 1: Secretaria de Saúde de Balneário CamboriúFonte: Elaborado pela autora (2018)

A Secretaria de Saúde está localizada na Rua 1500, nº1100 no centro de

Balneário Camboriú (SC). A secretaria de Saúde, atualmente, nos dados do

ano de 2018 possui 990 profissionais nas variadas funções.

Conforme informações obtidas no Portal de Transparência do

Município de Balneário Camboriú (SC) no ano de 2017 as receitas arrecadas

pelo FMS totalizaram R$ 31.364.020,45, além disso, foram recebidos R$

118.646.101,61 por meio de transferências financeiras. O total de despesas

empenhadas no ano foi R$ 152.554.613,24.

4.2 RECEITAS

De acordo com o estabelecido na Constituição Federal, os Municípios

deverão aplicar no mínimo 15% da arrecadação anual de impostos (receita

corrente líquida) em ações e serviços públicos na área da saúde. Os valores

que compõem este cálculo no Município de Balneário Camboriú são

demonstrados na Tabela 01.

O custeio da Saúde é de competência da União, seus Estados, Distrito

Federal e Municípios, cabendo a cada ente da federação a sua parcela.

As receitas que são utilizadas para compor o orçamento da Saúde nos

281

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

municípios são as oriundas dos impostos municipais e as transferências

constitucionais e legais, que compõe a receita corrente líquida, acrescida

das transferências de recursos do Sistema Único de Saúde – SUS, das

transferências voluntárias, das receitas provenientes de operações de

crédito vinculadas à saúde e outras receitas, conforme se específica na

Tabela 01 abaixo.

Tabela 01 - Receitas para Apuração da Aplicação em saúde

ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %

Impostos Líquida 186.202.339 68 195.886.500 68 216.175.036 69 247.802.226 70

Transferência Constitucionais Legais

88.207.609 32 90.852.391 32 98.931.089 31 107.210.938 30

Totais 274.409.948 100 286.738.891 100 315.106.125 100 355.013.164 100

Limite Constitu­cional 15% 41.161.492,14 43.010.833,73 47.265.918,85 53.251.974,65

Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)

A Receita de Impostos são aquelas provenientes da arrecadação dos

impostos de sua competência, bem como daquelas que são de competência

de outra esfera governamental, mais que a constituição outorga o direito

de arrecadação.

Integram a receita do Município Balneário Camboriú os impostos:

• IPTU - Imposto propriedade predial e territorial urbana;

• ITBI - Imposto sobre a transmissão “Inter vivos”, a qualquer título,

por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,

e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como

cessão de direitos a sua aquisição (ITBI);

• ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de

competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato

gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa ao Código

Tributário Municipal.

282

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

• IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte- o produto da arrecadação

do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer

natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer

título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem

e mantiverem.

• ITR - O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de

apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio

útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona

urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.

Além do principal de cada imposto também são computados os valores

provenientes das multas, juros de mora e outros encargos, bem como os

inerentes as dívidas ativas dos impostos seus encargos, juros e multas.

Quanto as transferências constitucionais e legais estas são oriundas de

dispositivos constitucionais, nos quais estabelecem os valores destinados

aos municípios de arrecadações da União e dos Estados.

Fazem parte das transferências constitucionais as seguintes arrecadações:

• FPM - Fundo de Participação dos Municípios;

• ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural;

• IPI - Imposto sobre Produtos Industrializado;

• ICMS - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre

prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal

e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se

iniciem no exterior;

• IPV - Propriedade de Veículos Automotores;

• Compensações Financeiras Provenientes de Impostos e

Transferências Constitucionais;

• Desoneração do ICMS.

As arrecadações acima, de acordo com as prerrogativas de ordem legal

integral à base de cálculo do percentual constitucional para gastos com

saúde e educação. No caso temos que o Município de Balneário Camboriú,

283

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

vem, cumprindo de forma criteriosa a legislação aplicando percentuais

bem acima do limite previsto.

No quadro apresentado observamos uma evolução nas receitas

integrante do cálculo, de forma gradativa, sendo que foram aplicados no caso

do Município de Balneário Camboriú atualizações monetárias anualmente,

e algumas destas receitas tiveram incremento com a realização de incentivos

ao pagamento dos impostos, através de programa denominado refis.

Na Tabela 02 estão demonstradas as receitas relativas as transferências

do Sistema Único de saúde – SUS, que são repassadas mensalmente,

pela União e pelo Estado, através de transferências bancárias, além das

transferências voluntárias e outras receitas, referente aos exercícios de

2014 até 2017 do Município de Balneário Camboriú.

Tabela 02 – Receitas Adicionais Para Financiamento da Saúde

ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %

Transfe­rência de Recurso do Sistema Único de Saúde – SUS

29.044.596,16 90 32.086.362,23 91 34.158.421,14 89 30.459.418,72 86

Provenien­tes da União 25.012.037,40 77 29.726.364,26 84 32.377.630,34 84 29.429.061,35 83

Proveniente dos Estados 4.032.558,76 12 2.359.997,97 6,7 1.780.790,80 4 1.030.357,37 2

Transfe­rência Voluntárias

8.378,36 0,03 0 0,0 0 0,0 496.306,26 1

Outras Receitas Para Finan­ciamento da Saúde

3.097.509,12 9 3.158.154,94 8,9 3.995.368,48 10 4.112.283,50 11

Totais das Receitas 32.150.483,64 100 35.244.517,17 100 38.153.789,62 100 35.068.008,48 100

Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)

284

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

As transferências voluntárias recebidas pelo Fundo Municipal de

Saúde do Municipal de Balneário Camboriú são oriundas de convênios

firmados com o Estado de Santa Catarina, para aquisição de equipamentos

hospitalares, que foram designados ao Hospital Municipal Ruth Cardoso.

Os valores recebidos da União contemplam os 05 blocos do co-

financiamento da Saúde que são: a Atenção Básica, Alta e Média

Complexidade, Assistência Farmacêutica, Vigilância em Saúde e Gestão

SUS de acordo com a legislação vigente.

As receitas demonstradas são relativas ao exercício financeiro de 2017,

apresentam uma redução nos montantes repassados pela União. Este

fato ocorreu em razão de que a União deixou de repassar ao Município

de Balneário Camboriú, no prazo legal as parcelas do co-financimento

da saúde, sendo somente repassadas no exercício de 2018, apresentando

assim uma arrecadação inferior ao exercício anterior.

Quanto aos recursos provenientes do Estado, podemos observar que

vem ocorrendo inúmeras faltas de repasses ao município, e para que não

haja comprometimento na execução dos serviços, o município acaba com

ônus das despesas que deveriam estar sendo custeadas com a parte cabível

ao estado.

As receitas lançadas como Outras Receitas, são aqueles provenientes da

arrecadação da taxa da vigilância sanitária e seus rendimentos e compõe a

base de cálculo em aplicação saúde.

4.3 DESPESAS

As despesas orçamentárias do Fundo Municipal de Saúde são o

conjunto de dispêndios necessários a execução dos serviços públicos de

saúde, disponibilizados a comunidade de Balneário Camboriú seja ela

nativa ou não, fixa ou visitante.

O orçamento da despesa é fixado anualmente de acordo com as normas

Constitucionais, as da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei 4.320 de

1964, e demais dispositivos legais e tem como base a ser fixada o montante

285

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

apurado de receitas orçamentárias destinadas a Saúde.

No âmbito geral as despesas são orçadas levando em consideração

as demandas necessárias a fim de garantir o atendimento aos usuários,

com apoio de uma equipe multiprofissional, que atua no cuidado e na

regulação do acesso, na qualidade da assistência prestada e na segurança

do paciente.

As despesas são distribuídas orçamentariamente de acordo com a sua

classificação institucional, funcional, de estrutura programática e quanto

a sua natureza.

Na Tabela 03 são demonstrados dados com despesas efetivadas nos

anos de 2014 até 2017, através do Fundo Municipal de Saúde do Município

de Balneário Camboriú.

Tabela 03: Despesas com Saúde por Subfunção

 ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %

Atenção Básica 45.456.750,55 48 50.630.040,26 47 59.212.112,39 44 64.206.963,19 42

Assis­tência Hospitalar

46.183.366,06 49 52.228.053,09 49 65.575.446,98 49 81.082.985,51 53

Vigilância Sanitária 1.894.379,47 2 2.275.481,07 2 5.171.149,83 3 5.018.001,74 3

Vigilância Epidemio­lógica

705.420,54 0,75 797.249,63 0,75 1.958.350,73 1 2.505.242,54 1

Totais das Despesas 94.239.916,62 100 105.930.824,05 100 131.917.059,93 100 152.813.192,90 100

Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)

As despesas acima estão elencadas de acordo com as subfunções,

que é a classificação que evidencia a área de atuação do governo, sendo

que os dados apresentados foram extraídos do anexo 12 da Lei de

Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) publicado no Porta

286

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

da Transparência do Município de Balneário Camboriú, demonstrando a

área de atuação contemplada.

A tabela apresenta as funções de Atenção Básica e Assistência

Hospitalar com os quantitativos mais elevados. Isso ocorre em razão de

que a maioria dos serviços de saúde prestados pelo Município de Balneário

Camboriú, são de atenção básica, sendo os atendimentos das Unidades

Básicas de Saúde, e quanto a Assistência Hospitalar, como o próprio nome

já evidência, é em razão de que o Município possui um hospital municipal

que se chama Hospital Municipal Ruth Cardoso.

As despesas com a Vigilância em saúde, que são as de vigilância

sanitária e epidemiológica, possuem valores bem inferiores aos das demais

subfunções em razão de que as receitas que suportam as despesas para

execução destes serviços à comunidade, são repassadas e ou arrecadadas

em valores bem inferiores as demais.

Embora todo o serviço fosse deveras importante, infelizmente as

receitas são poucas para suportar toda a necessidade dos gastos em saúde.

Observa-se na tabela 03 uma elevação nos gastos, ocorridas anualmente

em todas as subfunções, isto se deu face ao aumento das receitas que

suportam as despesas com a saúde do Município de Balneário Camboriú.

Uma vez que as partes das receitas têm origem na arrecadação

de impostos municipais, federais e estaduais, o aumento da receita,

automaticamente propicia uma fixação orçamentária de despesa superior.

Tabela 04: Despesas com Saúde por Grupo de Natureza da Despesa  ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %

Despesas Correntes 92.432.174,98 98 104.369.039,78 98 129.575.705,35 98 142.057.163,60 99

Pessoal e Encargos. Sociais

49.253.135,85 52 58.129.386,10 54 75.356.291,51 57 84.534.268,73 59

287

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Outras Despesas Correntes

43.179.039,13 45 46.239.653,68 43 54.219.413,84 41 57.522.894,87 40

Despesa de Capital

1.807.741,64 1 1.561.784,27 1 2.341.354,58 1 315.388,90 0,22

Investi­mentos 1.807.741,64 1 1.561.784,27 1 2.341.354,58 1 315.388,90 0,22

Total de Despesas 94.239.916,62 100 105.903.824,05 100 131.917.059,93 100 142.372.552,50 100

Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)

Na Tabela 04 as despesas estão distribuídas de acordo com a natureza

da despesa na qual podemos identificar os gastos com folha de pagamento

(pessoal e encargos sociais), as despesas com custeio que são as despesas

correntes e os investimentos, onde estão as obras, reformas e aquisição de

bens móveis e imóveis.

Os maiores valores das despesas são com gastos de pessoal e encargos

sociais, que atingem mais de aproximadamente 60% do total das despesas.

Temos que estes gastos aumentam ano a ano, devido a implantação de

mais unidades de atendimento a comunidade, o que requer incremento de

pessoal para suportar a demanda dos serviços prestados.

Outro fator que acarreta aumento das despesas são o plano de cargo

e salário, os aumentos anuais da folha e a criação de novos cargos em

comissão. Os custeios dos serviços disponibilizados a comunidade

aumentam, conforme já mencionado anteriormente, de acordo a

disponibilização da receita que o suporte.

A falta de despesas com investimento ocorridas no exercício de 2017,

se deu devido ao governo em seu primeiro ano de mandato promover o

levantamento dos investimentos necessários e a realização dos projetos

para execução nos anos seguintes

As despesas demonstram o quanto o município de Balneário Camboriú

288

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

vem aplicado em saúde, contemplando a seus munícipes um atendimento

regular dentro de cada bloco de co-financimento da saúde.

5 CONCLUSÕES

A contabilidade pública é um ramo da contabilidade geral, com

especificações e características próprias e especiais, com amparo legal

e específicos, onde se evidencia as movimentações das receitas e das

despesas públicas.

No presente artigo foi apresentado a evolução das receitas e a execução

das despesas do Fundo Municipal de Saúde do Município de Balneário

Camboriú no período de 2014 a 2017.

Como resultado verificou-se que o Município de Balneário Camboriú

é quem mais aporta valores para o custeio da saúde no município num

percentual no último ano de 69,80% da receita, seguida da União com

8,25% da receita que é repassada através de transferência do Fundo

Nacional de Saúde, diretamente ao Fundo Municipal de Saúde.

O Estado de Santa Catarina, vem contribuindo com apenas 0,30% do

total da receita e este valor é bem reduzido uma vez que o Fundo custeia

as despesas totais do Hospital Ruth Cardoso, que a unidade de saúde mais

dispendiosa.

O restante das receitas, que totaliza o percentual de 21,65%, são

oriundas de outras receitas tais como emendas parlamentares, convênios,

rendimentos de aplicação e outras.

Quanto as despesas temos que a maioria são oriundas da Atenção

Básica e Assistência Hospital e o elemento da despesa mais oneroso é o

relativo as despesas com pessoal e encargos.

As demais despesas são de custeio e de capital, incorporando as

contrações de serviços, aquisição de medicamentos, de insumos, de

alimentos especiais e para o consumo no hospital e nas unidades de

atendimento, combustíveis, materiais de expedientes, bem como, as

reformas, construção de unidades de saúde, aquisição de equipamentos e

289

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

veículos necessários a prestação dos serviços.

No âmbito geral, temos que a saúde do Município de Balneário Camboriú,

vem sofrendo um grande aumento de despesas devido ao aumento

populacional e também, sendo as informações relatadas pelos servidores

que contribuíram para este trabalho, o grande vilão é o hospital, que além

de atender a municipalidade vem atendendo os munícipes das comarcas

contiguas, como um hospital regional, não tendo este reconhecimento do

Estado e não recebendo aporte financeiro para estes custos.

Contabilmente falando, todos os atos e fatos contábeis estão

efetivamente sendo executados dentro das normas e leis que regem a

contabilidade pública, inclusive com a apresentação das mesmas, através

de audiências públicas e aprovação do Conselho Municipal de Saúde.

As despesas e receitas públicas são geridas de acordo com seus

orçamentos, com gestão de gastos e controle sistemático de sua

operacionalização.

O problema inicialmente proposto foi respondido satisfatoriamente,

tendo em vista que o estudo permitiu concluir que as despesas e receitas

públicas destinadas a Saúde, estão consubstanciadas em orçamento

público devidamente aprovado por lei e realizado com planejamento,

sendo seus registro, mensuração e análises devidamente alocados dentro

das possibilidades viáveis e mais próximas da realidade possível.

A título de sugestão de melhoria recomenda-se que sejam realizados

maiores controles nos estoques dos medicamentos e insumos, além de

fazer uma gestão junto ao Governo do Estado, para regionalizar o Hospital

Ruth Cardoso, uma vez que o Município não tem suficiente arrecadação

para suportar as despesas com atendimentos sequer de seus municipais,

quanto mais dos adjacentes.

Como indicação para trabalhos futuros a realização com novos estudos

com o propósito de ampliar as unidades de atendimento com serviços

de prevenção as doenças, epidemias e acidentes de trânsitos, que são

geradores da maior demanda hospitalar atualmente no nosso Município e

país, ampliando inclusive para a participação de outras unidades gestoras

290

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

do Município como o Fundo do Meio Ambiente, Fundo Municipal de

Trânsito, Emasa, Fundação Municipal de Esportes, dentro da própria

Educação, com medidas para ensinar os alunos as prevenções.

Todas estas medidas por certo, trariam resultados para a diminuição

dos gastos públicos com a saúde, pois já sabemos que a prevenção é o

melhor remédio.

REFERÊNCIAS

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ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Introdução à Contabilidade Governamental – da teoria à prática. Salvados: Zênite, 1999.

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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Paulo: Atlas, 2008.Lei que Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm. Acesso 20 set 2018.

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LAFFIN, Marcos. De Contador a Professor: A trajetória da docência no ensino superior de contabilidade. Florianópolis: Impressa Universitária, 2005.257 p.MACHADO, Debora Gomes; FREITAS, Luciana Lopes de; DOMINGUES, Maria José Carvalho de Souza. A Graduação Em Ciências Contábeis na Universidade Federal do Rio Grande-FURG: Sua Evolução através de um resgate histórico. Rio Grande.

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292

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

+Farah.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.

Portal da Transparência do Município de Balneário Camboriú http://transparencia.balneariocamboriu.sc.gov.br/Acesso em 02 out 2018.

Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09

293

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DO SEGMENTO DE PRODUTO QUE APRESENTA MAIOR MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM UMA ÓTICA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE TIJUCAS - SC

AUTORES: Priscila dos Santos ¹

Prof. Esp. João Luiz dos Santos Junior ²Prof. MSc Roberto Mathias Susin ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduanda em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

294

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMOA margem de contribuição é uma importante ferramenta na gestão

de uma empresa, ela é fundamental para o planejamento empresarial e

essencial para a tomada de decisão. O presente artigo foi elaborado com

o intuito de analisar qual segmento de produto apresenta maior margem

de contribuição em uma ótica de pequeno porte localizada em Tijucas-

SC, com o objetivo de identificar dentre os segmentos comercializados,

qual gera maior lucratividade para a empresa e assim contribuir para que

a empresa possa monitorar a margem de contribuição de seus produtos

após a aplicação da pesquisa. Quanto aos aspectos metodológicos,

esta pesquisa tem uma abordagem mista, pois contem características

qualitativas e quantitativas, para atingir seu objetivo a pesquisa se

caracteriza como sendo descritiva, quanto aos procedimentos técnicos

adotados são pesquisa bibliográfica, documental, exploratória e estudo de

caso, com coleta de dados através de documentos e análise documental.

Através dos cálculos elaborados no desenvolvimento desta pesquisa, foi

possível identificar que na empresa estudada, o segmento de lentes é o que

gera maior lucratividade, pois apresenta maior margem de contribuição,

sendo então o segmento de produto que merece maior esforço de venda e

também maior investimento.

Palavras-chave: Margem de Contribuição. Lucratividade. Ótica.

295

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

A decisão de investimento dentro de uma empresa deve ser feita com

segurança e responsabilidade. Isto fica ainda mais evidente quando se

trata de empresas de pequeno porte, pois por ter seu orçamento mais

limitado, é ainda mais importante saber qual a área da empresa merece

maior investimento. É o caso da empresa estudada, que pretende fazer

investimentos em sua coleção de produtos, mas para isso precisa de

informações adicionais para saber qual segmento de produto trará mais

retorno financeiro. Essa necessidade de escolha entre qual produto investir

é chamado de trade-off, Marques (2012), caracteriza o trade-off como sendo

a tomada de decisão através da ponderação entre custos versus benefícios,

complementando ainda que se trata da escolha de uma opção sempre que

surge a necessidade de optar entre alternativas com consequências futuras.

A competitividade entre as empresas esta cada vez mais acirrada,

principalmente nas empresas de pequeno porte, pois essas empresas

têm como missão atrair clientes mesmo com muita concorrência,

principalmente de empresas de grande porte que geralmente oferecem

produtos com a mesma qualidade e muitas vezes com preço mais baixo.

Por conta disso é essencial para que esta pequena empresa continue no

mercado, uma boa gestão e a utilização de ferramentas que venham

contribuir para o desenvolvimento e agreguem informações para os

gestores tomarem as melhores decisões em nome da empresa.

A Ótica Klins conta com cinco segmentos de produtos, sendo eles o

segmento de armações, segmento de Lentes, segmento de óculos solar,

segmento de relógios e um segmento caracterizado nesta pesquisa como

diversos, onde abrange produtos com uma frequência de vendas inferior

e é composto por joias e outros acessórios para óculos. Apenas saber qual

o produto mais vendido não é suficiente para se tomar essa decisão. Uma

ferramenta que pode ser utilizada para auxiliar nesse processo é o cálculo

da Margem de Contribuição, pois com essa informação o processo de

tomada de decisão fica mais confiável.

296

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Diante disto, procurou-se reunir os dados necessários com o propósito

de responder ao seguinte problema de pesquisa: De que forma a análise da

margem de contribuição auxilia na identificação sobre qual segmento de

produtos gera mais lucratividade para a empresa Ótica Klins?

A presente pesquisa contribuirá para a empresa Ótica Klins com

informações essenciais para uma boa administração da empresa. Os

resultados gerados pela pesquisa são de extrema importância para que

os gestores tomem decisões precisas quanto a qual segmento deve ser

priorizado como foco de investimento.

A elaboração desta pesquisa é importante para a acadêmica, porque amplia

e aprofunda seu conhecimento intelectual e profissional sobre o assunto

abordado. É importante também para o meio acadêmico, pois contribui para

novas discussões sobre o tema e abre caminho para acompanhamento futuro,

através de novas pesquisas que deem continuidade ou a complementem. A

sociedade também pode se beneficiar desta pesquisa, podendo ser utilizada

como base para aplicação da técnica adotada em outras empresas. “O trabalho

científico desde sempre visualizou o conhecimento e o aprimoramento de

novas técnicas para o desenvolvimento tecnológico e social contribuindo para

a formação do individuo e da sociedade em geral.” (MARGOTTI, 2011).

O objetivo principal deste trabalho é analisar qual o segmento de

produtos traz maior lucratividade na Ótica Klins. Para atingir este objetivo

foram adotados objetivos especificos destacados nos topicos a seguir:

identificar as receitas, os custos e despesas, referente a cada segmento

de produto da Ótica Klins; calcular a margem de contribuição de cada

segmento de produto; realizar uma análise através dos índices encontrados

e apresentar os resultados da pesquisa, situando qual o segmento de

produtos mais lucrativo para a empresa.

Os objetivos específicos estipulados acima nortearão este estudo para

que o objetivo geral desta pesquisa seja alcançado.

297

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A contabilidade gerencial tem o intuito de oferecer um suporte

personalizado para as empresas, a fim de contribuir para o processo

de tomada de decisão e consequentemente para o bom desempenho

econômico da empresa. Para Marques (2013), a contabilidade gerencial

abrange todas as demais áreas da contabilidade, mas, com um grau

de detalhes mais analítico, para auxiliar os gestores das empresas no

processo de tomada de decisão e através das informações geradas pela

contabilidade gerencial, a administração da empresa possa planejar,

avaliar e controlar as decisões tomadas e assim assegurar o uso apropriado

de seus recursos. A contabilidade gerencial é voltada ao usuário interno,

como os administradores, gestores e funcionários das empresas.

Cada área da contabilidade contribui para que aconteça uma boa

gestão em uma empresa. Sem essa junção de informações da contabilidade

financeira, contabilidade de custos e contabilidade fiscal, a contabilidade

gerencial não terá como exercer seu papel, então cada aspecto da

contabilidade tem importância fundamental para que o processo aconteça

de forma eficaz. Iudícibus (2008, p.21), menciona que a contabilidade

gerencial “[...] atinge e aproveita conceitos da administração da produção,

da estrutura organizacional, bem como administração financeira, campo

mais amplo, no qual toda a contabilidade empresarial se situa.”.

2.1 DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS

Os registros de informações referentes ao patrimônio de uma empresa

são feitos através da contabilidade e o conjunto dessas informações

geram as demonstrações contábeis, que visa simplificar e apresentar

as informações aos seus usuários. Para Rodrigues e Gomes (2014), as

demonstrações contábeis tem o intuito de padronizar as informações a fim

de que o usuário possa comparar essas informações com os anos anteriores,

por exemplo, ou mesmo com as de outras empresas, proporcionando assim

298

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

informações a cerca do desempenho da empresa e possa contribuir para a

tomada de decisão econômica, tanto da própria empresa quanto para um

usuário externo, como fornecedores, investidores entre outros.

As demonstrações contábeis obrigatórias a partir da Lei n. 11.638/2007

são: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração de Resultado (DR);

Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido (DMPL), Demonstração

dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstração dos Fluxos de

Caixa (DFC) e Demonstração do Valor adicionado (DVA).

2.1.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações mais importantes da

contabilidade, pois se trata do detalhamento patrimonial da empresa. Bruni

(2010, p.2), menciona que dentre as demonstrações contábeis existentes,

duas se destacam por assumir papel importante no fornecimento de

informações: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado,

conceituando o Balanço Patrimonial como:

O primeiro e mais básico relatório da contabilidade

preocupa-se em apresentar, de forma distinta, bens e

direitos separados das obrigações e patrimônio liquido.

Por sempre representar uma situação de equilíbrio,

recebe o nome de Balanço Patrimonial, representando

uma fotografia em um dado momento do patrimônio da

entidade. É estático e representa um instante da situação

patrimonial.

Segundo Matarazzo (2010), o BP é a demonstração que apresenta os

bens e direitos de uma empresa, sendo classificados no ativo, compreende

também as obrigações dentro do Passivo. A diferença entre o Ativo e Passivo

é chamada Patrimônio Líquido que compreende o capital investido pelos

sócios da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, ou

299

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

gerados pela empresa nas suas operações, onde são retidos internamente.

2.1.2 Demonstração de Resultado

O DR é a demonstração contábil fundamental para o desenvolvimento

desta pesquisa. Pois o DR evidencia a formação do resultado da empresa

é nesta demonstração onde estão detalhadas as receitas e despesas da

empresa. Segundo Rodrigues e Gomes (2014, p.105), pode-se entender o

DR como “[...] o resultado apurado pela contabilidade com o confronto das

receitas de vendas com os custos dos produtos e serviços que são vendidos,

deduzindo também as despesas e eventuais perdas.”.

Imperatore (2017), diz que a apuração do resultado acontece em cada

exercício social, que normalmente é no período de um ano, a fim de

demonstrar se a empresa obteve lucro ou prejuízo, confrontando receitas

e despesas, então o DRE é a apresentação de um resumo dessas receitas e

despesas e facilita a gestão patrimonial.

300

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 1: Estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício.Fonte: http://www.minhasplanilhas.com.br/modelo-de-planilha-dre/, 2015.

O DR é uma demonstração com base econômica, assim como a margem

de contribuição, sendo que através das informações contidas na DR é

possível calcular a margem de contribuição de um produto ou segmento

de produto.

301

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2 RECEITAS

As receitas de uma empresa são caracterizadas como as fontes de

recursos da empresa através de venda de mercadoria ou prestação de

serviço. Para Szuster (2013), as receitas podem ser decorrentes de vendas/

serviços prestados da empresa ou de outros tipos de receitas como, por

exemplo, ganhos ou rendimento de aplicação financeira, já as despesas são

os valores que a empresa desembolsa no decorrer das suas atividades ou

pode ser também em decorrência de perdas. É através das receitas menos

as despesas que se alcança o resultado líquido da empresa.

Com base no regime tributário do Simples Nacional, existem

algumas deduções que devem ser feito nas receitas. De acordo com a Lei

Complementar 123/2006, devem ser excluídos das receitas, as vendas

canceladas e também os descontos incondicionais concedidos.

As vendas canceladas são os valores que se enquadravam como receita

bruta, mas foram anulados. Como desconto incondicional a Receita

Federal conceitua:

Os descontos incondicionais consideram-se parcelas

redutoras do preço de vendas, quando constarem da

nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e

não dependerem de evento posterior à emissão desses

documentos; esses descontos não se incluem na receita

bruta da pessoa jurídica vendedora e, do ponto de vista da

pessoa jurídica adquirente dos bens ou serviços, constituem

redutor do custo de aquisição, não configurando receita.

Sendo assim os descontos condicionais, quando é concedido mediante

a alguma especificação, por exemplo, descontos concedidos até a data de

pagamento, não se enquadram como dedução das receitas.

302

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.3 CUSTOS E DESPESAS

Os gastos são um processo natural para que uma empresa consiga

exercer sua atividade, podendo ser eles classificados como custos,

despesas e investimentos, cada um representando uma forma importante

para o desenvolvimento da empresa.

Os investimentos representam os gastos que a empresa tem ao

adquirir um bem ou direito que trará retorno financeiro em longo ou

curto prazo. Na definição de Cruz (2012, p.26), “os investimentos são os

gastos relacionados à aquisição de novas capacidades da empresa, gerando

evolução de tecnologia, infraestrutura, imobilizados, entre outros.”.

Os custos, por sua vez, são os recursos consumidos para que a empresa

possa produzir um produto ou serviço. Segundo Ribeiro (2009), o custo

integra o valor do produto, indo para a conta de estoque no balanço

patrimonial e consequentemente aumenta o ativo circulante, então o custo

será recuperado quando ocorrer à venda do produto, sendo ele totalmente

recuperado pela empresa.

Já as despesas ocorrem de forma diferente, pois elas não integram o

valor do produto e sim os gastos que são necessários para que a empresa

venha obter receita. Na Visão de Ripoll et al. (2012, p.29):

As despesas são gastos necessários à manutenção do

negócio e para entregar um produto ou serviço da empresa

(comercialização). Estas consistem de recursos utilizados

fora do processo de fabricação e estão relacionadas às áreas

burocráticas como vendas e marketing, administrativas,

contábeis e financeiras etc. Do ponto de vista contábil,

a definição de despesas abrange perdas assim como as

despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da

entidade. As despesas que surgem no curso das atividades

ordinárias da entidade incluem, por exemplo, gastos de

venda, salários e depreciação. Geralmente tomam a forma

303

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de um desembolso ou redução de ativos como caixa e

equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.

Os custos e despesas incorridas em uma empresa podem classificadas

de diversas formas, para a finalidade desta pesquisa os custos e despesas

serão segmentadas como fixas e variáveis.

Os custos e despesas que não sofrem alteração com relação à

quantidade produzida são classificados como fixos, pois não são afetados

por mudanças na atividade. Para Bazzi (2015, p.68), “custos e despesas

fixas são aqueles que não se alteram conforme o volume (quantidade)

produzido nem de acordo com o período em análise e com a capacidade

instalada da empresa”.

Garrison, Noreen e Brewer (2013), classificam os custos fixos como

comprometidos e discricionários, sendo que os custos fixos comprometidos

representam investimentos que fazem parte do planejamento da empresa,

como instalações e equipamentos ou até mesmo despesas de seguros e

salários de alta gerência, então mesmo que haja variação na produção, esses

custos não terão mutação em curto prazo. Já os custos fixos discricionários,

que podem também ser chamados de gerenciados, são aqueles definidos

pela gerencia anualmente para serem gastos em alguns itens de custo fixo,

como por exemplo, propaganda e pesquisa, esses podem ser cortados por

período curto, sem trazer grandes prejuízos aos objetivos da empresa.

Os custos e despesas variáveis são identificados por variarem

proporcionalmente à quantidade produzida. Segundo Ribeiro (2009),

os custos variáveis aumentam em decorrência do volume de produção

e quanto mais produtos forem produzidos em um período, os custos

variáveis serão maiores.

A caracterização de um custo como variável é feita, conforme ele varia,

com base em um direcionador, conforme explica Garrison, Noreen e

Brewer (2013, p.28):

Para um custo ser variável, ele tem que ser variável em relação

304

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

a algo, que é sua base de atividades. Uma base de atividades é

uma medida de qualquer coisa que incorra em um custo; às

vezes, é chamada de direcionador de custos. Algumas das bases

de atividades mais comuns são horas de mão de obra direta,

horas-máquina, unidades produzidas e unidades vendidas. [...].

Diferente do custo fixo, o custo variável unitário se mantem igual

independente da quantidade produzida pela empresa, desta forma mesmo

que produza uma quantidade maior, o custo variável de cada produto continua

o mesmo.

A empresa objeto de estudo desta pesquisa se enquadra como Micro

Empresa (ME), e é tributada com base no Simples Nacional, utilizando

como base a tabela de alíquotas do comércio. O simples nacional é um

regime compartilhado de arrecadação. Para Tom (2018), o simples nacional

se trata de uma forma facilitada e simplificada de regime tributário, onde

micro e pequenas empresas que antes pagavam seus impostos por meio de

guias e datas separadas, a partir da Lei complementar nº 123/2006, contam

com um regime especial unificado de arrecadação de seus tributos.

Para o calculo dos tributos no simples nacional, é utilizado como

base de calculo, a receita bruta da empresa. Na figura 05 a seguir, estão

especificadas as alíquotas e também o valor a deduzir aplicados no setor

de comércio, com base na faixa de receita bruta do simples nacional.

Figura 2: Tabela de Alíquotas do ComércioFonte:http://www.wolterskluwer.com.br/blog/mudancas-no-simples-nacional-como-calcular-novas-aliquotas/, 2018.

305

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A Figura 3 apresenta a formula para calcular os tributos devidos quando

a empresa opta pelo regime tributário simples nacional.

Figura 3: Formula para calculo dos tributos no simples nacionalFonte: http://silvavitor.com.br/as-empresas-de-telecomunicacoes-e-as-alteracoes-do-simples-nacional/, 2018.

De acordo com Müller (2017), para efetuar o calculo, é necessário saber

o valor do faturamento dos últimos doze meses, encontrar no anexo qual

a alíquota nominal e a parcela a deduzir, aplicando na fórmula, dessa

forma será encontrada a alíquota efetiva, que deve ser aplicada encima do

faturamento mensal, resultando no valor do imposto a pagar.

2.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

O cálculo da margem de contribuição é uma importante ferramenta

contábil e econômica para saber se um produto ou segmento de produto

esta contribuindo para a lucratividade de uma empresa. Segundo

Rodrigues e Gomes (2014, p.201), “a técnica da margem de contribuição

procura determinar as relações custo-volume-lucro através da analise da

diferença entre vendas e os gastos variáveis, definindo como margem de

contribuição ou contribuição marginal [...]”.

A margem de contribuição pode ser conceituada como o montante de

vendas deduzindo os custos variáveis. Para Bornia (2002, p.72):

A margem de contribuição unitária representa a parcela

do preço de venda que resta para a cobertura dos custos

306

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

e despesas fixos e para a geração de lucro por produto

vendido. Para melhor entender esse conceito, suponha

que a empresa decida produzir uma unidade a mais

de seu produto. A receita será acrescida de um valor

equivalente ao preço de venda do produto, enquanto que

os custos aumentarão em um montante igual aos custos

variáveis unitários. A diferença é justamente a margem de

contribuição unitária.

A margem de contribuição na visão de Garrison, Noreen e Brewer

(2013), deve ser utilizada, primeiro para cobrir os custos e despesas fixas

e só então o montante que sobra irá para o lucro. Então, se a margem de

contribuição não foi o suficiente para pagar os custos e despesas fixas, a

empresa terá prejuízo econômico no período.

Figura 4: Comparação da fórmula da MC total e unitário.Fonte: http://www.attivup.com.br/margem-de-contribuicao-simulador/, 2017.

Além de calcular a MC total ou unitária, também é possível calcular a

margem de contribuição percentual. A Figura 5 apresenta as formulas para

o cálculo da MC percentual.

307

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 5: Fórmulas de índice de margem de contribuição unitária e total.Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901967000300003, 2017.

Um acompanhamento periódico da Margem de Contribuição é

importante, pois, assim que haver alguma alteração, a empresa pode

rapidamente analisar o motivo dessa alteração e fazer ajustes que

contribuirão para o desenvolvimento da empresa. Ferreira (2007), diz que

quando há queda na MC, devem ser analisados as receitas e os custos

variáveis, para verificar se é viável ou não dar continuidade no produto

que apresentou a queda.

Com o cálculo da margem de contribuição, sobre cada segmento

de produtos comercializados, é possível então saber qual segmento de

produto, contribui mais para cobrir as despesas fixas e assim poder avaliar

qual o segmento de produto contribui mais para a lucratividade da empresa.

Evidenciando desta forma a viabilidade de manter a comercialização de

determinado segmento de produto.

3 METODOLOGIA

A abordagem desta pesquisa é qualificada como mista, pois contém

308

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

características qualitativas e quantitativas. A pesquisa quantitativa utiliza

técnicas estatísticas, partindo do princípio que tudo pode ser quantificado

transformando as opiniões e informações em números para tornar possível

classificar e analisar esses dados, então sua característica é quando

esses dados podem ser mensurados. Já a abordagem qualitativa pode ser

definida como aquela que busca entender um fenômeno específico em

profundidade, trabalhando com descrições, comparações, interpretações

e atribuição de significado (CRUZ, 2009).

A pesquisa ainda se caracteriza quanto ao seu objetivo como sendo

descritiva, Andrade (2010, p. 112), explica que “neste tipo de pesquisa, os

fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados,

sem que o pesquisador interfira neles.”.

Quanto aos procedimentos técnicos adotados na pesquisa são: Pesquisa

bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental e estudo de caso.

A coleta de dados na presente pesquisa será feita através de documentos.

Serão utilizados nesta pesquisa, documentos pessoais, documentos

administrativos, sistema, relatório de vendas, balanço, relatório de estoque

dentre outros.

A análise efetuada na presente pesquisa será documental, pois os

dados a serem analisados são os relatórios financeiros da empresa. Os

relatórios financeiros também são denominados como demonstrações

contábeis e serve para suprir as necessidades informacionais dos usuários

internos e externos, entre esses relatórios estão, o balanço patrimonial,

demonstração de resultado, demonstração do fluxo de caixa, notas

explicativas entre outros (RODRIGUES; GOMES, 2014). Os resultados

serão explanados através de tabelas estatísticas elaboradas com base nos

documentos coletadas para possibilitar a compreensão e a analise dos

dados e resultados.

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Para alcançar os resultados desta pesquisa, foi solicitado à empresa

309

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

alguns relatórios e informações, como o relatório de todas as vendas

efetuadas de janeiro a junho de 2018, também os custos de compra de

cada produto e o relatório de custos e despesas que a empresa obteve

neste período. Através destes relatórios e informações foi possível elaborar

uma planilha com todos os produtos vendidos pela empresa, separados

por seus respectivos segmentos, que são eles as armações, óculos solar,

relógios, lentes e um segmento caracterizado como diversos.

Tabela 1: Receita mensal por segmento de produto.

  Armação Solar Relógios Diversos Lentes Total

JaneiroQtde 20 18 7 21 27 93

Receita 5.601,50 7.866,00 1.553,00 364,00 8.606,50 23.991,00

FevereiroQtde 30 8 5 35 35 113

Receita 8.791,50 3.530,50 1.084,00 898,50 15.748,50 30.053,00

MarçoQtde 34 12 6 10 42 104

Receita 8.262,17 4.079,00 1.446,00 139,67 16.365,17 30.292,01

AbrilQtde 52 20 7 14 69 162

Receita 16.699,67 7.737,00 1.813,00 1.890,00 22.882,34 51.022,01

MaioQtde 30 17 26 29 33 135

Receita 9.315,00 7.431,00 6.948,00 3.619,00 13.267,00 40.580,00

JunhoQtde 31 10 11 48 47 147

Receita 9.565,00 3.816,00 2.942,00 5.165,00 18.620,00 40.108,00

TotalQtde 197 85 62 157 253 754

Receita 58.234,84 34.459,50 15.786,00 12.076,17 95.489,51 216.046,02

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

O segmento que representa maior fonte de faturamento para a empresa

são as lentes, nos seis meses analisados este segmento foi responsável

310

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

por 44,2% do faturamento da empresa. Enquanto o segmento diversos

corresponde a apenas 5,6%.

Gráfico 1: Comparativo mensal de faturamento por segmento de produto.Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

O segmento que apresentou maior oscilação no semestre foi o de

óculos solar em janeiro esse segmento representava 33% das vendas um

total de R$7.866,00, em junho esse percentual atingiu apenas 10% das

vendas somando um montante de R$3.816,00 essa oscilação nas vendas

se dá, pois o auge das vendas de óculos solar é no verão, passando esse

período as vendas deste segmento de produto naturalmente sofrem

quedas relevantes. O segmento armação apresentou o menor nível de

oscilação, representando entre 23% e 33% do total das receitas mensais.

Durante a busca sobre as receitas, foi identificado que a empresa

apresenta divergência entre a informação contábil e gerencial, a receita no

relatório gerencial esta maior, diante disso foi necessário efetuar a apuração

correta dos impostos, pois os mesmos impactam diretamente no cálculo

da margem de contribuição. Para efetuar o cálculo, foi utilizada a tabela do

anexo I do simples nacional 2018, onde inclui empresas do comércio.

311

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Tabela 2: Cálculo do Simples Nacional.

Simples Nacional Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Receita Bruta 316.957,03 329.053,03 336.600,03 341.740,04 379.413,05 389.615,05

Receita Mensal 23.991,00 30.053,00 30.292,01 51.022,01 40.580,00 40.108,00

Valor a deduzir 5.940,00 5.940,00 5.940,00 5.940,00 13.860,00 13.860,00

Alíquota 7,30% 7,30% 7,30% 7,30% 9,50% 9,50%

Alíquota Efetiva 5,43% 5,49% 5,54% 5,56% 5,85% 5,94%

Total de Impostos 1.301,73 1.651,36 1.676,75 2.837,76 2.372,71 2.383,48

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

A comissão também representa uma despesa variável interferindo

diretamente no calculo da margem de contribuição. A despesa da

empresa com comissões aos vendedores é de 1,5% sobre o total das

vendas independente do produto vendido. A tabela 3 demonstra então, as

despesas com comissões sobre cada segmento de produto mensalmente.

Tabela 3: Cálculo da comissão sobre a receita.

Armação Solar Relógios Diversos Lentes Total

JaneiroReceita 5.601,50 7.866,00 1.553,00 364,00 8.606,50 23.991,00

Comissão 84,02 117,99 23,30 5,46 129,10 359,87

FevereiroReceita 8.791,50 3.530,50 1.084,00 898,50 15.748,50 30.053,00

Comissão 131,87 52,96 16,26 13,48 236,23 450,80

MarçoReceita 8.262,17 4.079,00 1.446,00 139,67 16.365,17 30.292,01

Comissão 123,93 61,19 21,69 2,10 245,48 454,38

AbrilReceita 16.699,67 7.737,00 1.813,00 1.890,00 22.882,34 51.022,01

Comissão 250,50 116,06 27,20 28,35 343,24 765,33

MaioReceita 9.315,00 7.431,00 6.948,00 3.619,00 13.267,00 40.580,00

Comissão 139,73 111,47 104,22 54,29 199,01 608,70

312

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

JunhoReceita 9.565,00 3.816,00 2.942,00 5.165,00 18.620,00 40.108,00

Comissão 143,48 57,24 44,13 77,48 279,30 601,62

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

Através dos dados levantados por meio dos relatórios gerenciais da

empresa e dos cálculos efetuados na pesquisa, foi possível elaborar uma

planilha detalhada com base nas receitas e custos variáveis incorridos pela

empresa e assim calcular a margem de contribuição de cada segmento de

produto, desmembrando esses dados mensalmente e apresentando de

forma individual cada segmento de produto comercializado pela empresa.

Tabela 4: Cálculo Margem de Contribuição mensal por segmento.

Lentes

  Qtde Receita Custo Comissão Impos-tos MC Total MC %

Janeiro 27 8.606,50 4.137,48 129,10 466,98 3.872,94 45,00%

Feve­reiro 35 15.748,50 4.099,59 236,23 865,35 10.547,33 66,97%

Março 42 16.365,17 5.555,37 245,48 905,86 9.658,46 59,02%

Abril 69 22.882,34 4.176,21 343,24 1.272,68 17.090,22 74,69%

Maio 33 13.267,00 5.081,02 199,01 775,72 7.211,25 54,35%

Junho 47 18.620,00 5.591,71 279,30 1.106,52 11.642,47 62,53%

Total 253 95.489,51 28.641,38 1.432,34 5.393,11 60.022,67 62,86%

313

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Armação

Janeiro 20 5.601,50 1.686,00 84,02 303,93 3.527,54 62,97%

Feve­reiro 30 8.791,50 2.729,27 131,87 483,08 5.447,28 61,96%

Março 34 8.262,17 2.367,00 123,93 457,34 5.313,90 64,32%

Abril 52 16.699,67 5.880,50 250,50 928,81 9.639,87 57,72%

Maio 30 9.315,00 3.382,00 139,73 544,65 5.248,63 56,35%

Junho 31 9.565,00 3.239,00 143,48 568,41 5.614,11 58,69%

Total 197 58.234,84 19.283,77 873,52 3.286,22 34.791,33 59,74%

Óculos Solar

Janeiro 18 7.866,00 3.064,00 117,99 426,80 4.257,21 54,12%

Feve­reiro 8 3.530,50 1.369,00 52,96 193,99 1.914,55 54,23%

Março 12 4.079,00 1.701,00 61,19 225,78 2.091,03 51,26%

Abril 20 7.737,00 3.068,00 116,06 430,32 4.122,63 53,28%

Maio 17 7.431,00 3.050,00 111,47 434,49 3.835,05 51,61%

Junho 10 3.816,00 1.636,00 57,24 226,77 1.895,99 49,69%

Total 85 34.459,50 13.888,00 516,89 1.938,16 18.116,44 52,57%

Relógios

Janeiro 7 1.553,00 664,50 23,30 84,26 780,94 50,29%

Feve­reiro 5 1.084,00 496,90 16,26 59,56 511,28 47,17%

Março 6 1.446,00 661,85 21,69 80,04 682,42 47,19%

Abril 7 1.813,00 765,90 27,20 100,84 919,07 50,69%

Maio 26 6.948,00 2.915,85 104,22 406,25 3.521,68 50,69%

Junho 11 2.942,00 1.216,45 44,13 174,83 1.506,59 51,21%

Total 62 15.786,00 6.721,45 236,79 905,79 7.921,97 50,18%

314

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Diversos

Janeiro 21 364,00 134,00 5,46 19,75 204,79 56,26%

Feve­reiro 35 898,50 313,30 13,48 49,37 522,35 58,14%

Março 10 139,67 54,70 2,10 7,73 75,14 53,80%

Abril 14 1.890,00 1.371,00 28,35 105,12 385,53 20,40%

Maio 29 3.619,00 1.571,30 54,29 211,60 1.781,81 49,23%

Junho 48 5.165,00 2.077,80 77,48 306,94 2.702,79 52,33%

Total 157 12.076,17 5.522,10 181,14 700,51 5.672,42 46,97%

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

Com base nos cálculos efetuados, o resultado encontrado mostra que

as lentes são o segmento de produto mais lucrativo para a empresa, pois a

margem de contribuição total dos seis meses analisados deste segmento é

de 60.022,67 representando uma media de 62,86%.

Tabela 5: Margem de contribuição percentual.

  Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total

Lentes 45,00% 66,97% 59,02% 74,69% 54,35% 62,53% 62,86%

Armações 62,97% 61,96% 64,32% 57,72% 56,35% 58,69% 59,74%

Óculos Solar 54,12% 54,23% 51,26% 53,28% 51,61% 49,69% 52,57%

Relógio 50,29% 47,17% 47,19% 50,69% 50,69% 51,21% 50,18%

Diversos 56,26% 58,14% 53,80% 20,40% 49,23% 52,33% 46,97%

Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

As lentes são um segmento de produto com diversas peculiaridades

que interferem diretamente no preço do produto e também em seu custo,

como: Se a lente é pronta ou fabricada, material utilizado na fabricação,

revestimento antirreflexo, grau da lente, pois influenciará na sua espessura,

lente fotossensível, lente para visão simples ou multifocal. Apesar de todas

315

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

essas variações que refletem também no resultado financeiro, a lente

apresenta a maior fonte de receita em todos os meses analisados e também

maior margem de contribuição total. A margem de contribuição percentual

deste segmento foi a maior nos messes de fevereiro, abril e junho e ficou

em segundo lugar nos meses de março e maio, conforme gráfico 2.

Gráfico 2: Comparativo dos segmentos com maior margem de contribuição.Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.

O segmento que apresentou também uma boa margem de contribuição

ficando em 2º lugar nas analises foram as armações, quanto a analise

percentual esse segmento, se destacou apresentando maior índice em

janeiro, março e maio.

316

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Gráfico 3: Comparativo do segmento com menor margem de contribuição.Fonte: Elaborado pela acadêmica.

Com base nos dados é possível verificar que os dois segmentos que

geram menor lucratividade para a empresa são os relógios e diversos. Entre

eles o segmento diversos na média semestral apresentou a pior margem de

contribuição total de 5.672,42 e o índice percentual de 46,97%. O segmento

diversos ainda contou com o pior índice do período analisado, no mês de

abril atingindo 20,4%. O pior índice percentual mensal foi encontrado no

segmento diversos em abril e maio e no segmento relógio em fevereiro e

março. Apesar de apresentarem os menores os índices e serem a menor

fonte de receita, a empresa conta com este segmento pra tornar seu mix

de produtos mais completo e também conquistar novos clientes através da

venda desses produtos.

4.1 EMPRESA ESTUDADA

A Ótica Klins é uma empresa que atua no comércio varejista de artigos

em ótica, iniciou suas atividades no dia 19 de junho de 2016 e fica localizada

na cidade de Tijucas – SC. Trabalha oferecendo uma grande quantidade

317

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de opções em lentes, armações, óculos solar e relógios para os mais

diversos públicos e estilos. A loja conta com atendimento diferenciado de

profissionais especialistas na área de óptica e tem planos de expansão para

levar esse atendimento diferenciado com qualidade conhecimento e saúde

visual para outras regiões.

Figura 6: Logotipo Ótica KlinsFonte: https://www.facebook.com/%C3%93tica-Klins-1720337224872549/, 2018.

A empresa surgiu através do desejo de duas irmãs, Karine dos Santos

e Aline dos Santos, que possuíam experiência na área e amor à profissão

e com muito esforço e determinação fizeram esse sonho tornar realidade,

contando com ajuda de sua mãe, Denise dos Santos, que foi peça

fundamental para a concretização deste sonho. O nome Klins teve origem

através da junção do nome das duas sócias, Karine, Aline e Santos.

A empresa utiliza o marketing digital como forma de divulgar seus

produtos, fazendo uso incessante das mídias sociais, para popularizar

sua marca, divulgar seus produtos e ainda contribuir com dicas tanto de

estética, quanto de saúde visual. Todo esse olhar cuidadoso tem trazido

bons frutos. A empresa foi nomeada com certificado de empresa destaque,

por ter sido a mais almejada em seu ramo de atividade no ano de 2017

na cidade de Tijucas - SC. Certificado Lotus Pesquisas, concedido pela

empresa R & C publicidade e pesquisa LTDA.

318

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da elaboração desta pesquisa foi possível compreender a

importância que o cálculo da margem de contribuição tem na vida

financeira de uma empresa. O problema de pesquisa abordado neste

artigo foi elucidado através dos estudos aprofundados sobre a margem

de contribuição, evidenciando que através do cálculo de margem de

contribuição é possível avaliar qual segmento de produto comercializado

pela empresa, contribui mais para pagar seus custos fixos e como

consequência, gerar maior lucratividade para a empresa.

Por meio dos cálculos efetuados, concluiu-se que o segmento de

produtos que apresenta a maior margem de contribuição na empresa

estudada, nos seis meses analisados, foi o segmento de lentes. Este

segmento apresentou maior margem de contribuição nos meses de

fevereiro, abril e junho quando comparado aos segmentos de armações,

óculos solar, relógios e o segmento diversos. Apresentando percentual

respectivo de 66,97%, 74,67% e 62,53%. Mesmo nos meses em que não

apresentou o maior índice, o segmento de lentes atingiu margem de

contribuição superior a 45%. Então, através desses índices atingidos a

contribuição total dos seis meses analisados deste segmento, ficou em R$

60.022,67, representando uma media de 62,86%. Em media semestral o

segmento de lentes apresentou 3,12% maior de margem de contribuição,

quando comparado ao segmento de armações, sendo este o segmento que

apresentou a segunda maior margem de contribuição quando comparado

aos demais segmentos, totalizando 59,74%.

Este estudo contribui para a tomada de decisão na empresa Ótica Klins,

pois evidencia que o segmento que merece maior esforço de vendas e

investimento em estoque, sendo ele o segmento de lentes, pois apresentou

maior margem de contribuição para a empresa. Caso a empresa necessite

fazer algum corte em seu mix de produto ou reduzir o investimento ao

adquirir estoques, através da margem de contribuição indica-se essa

contenção no segmento diversos, que é composto por jóias e acessórios

319

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

para óculos, pois foi o que apresentou menor média de margem de

contribuição atingindo 46,97%. As informações geradas pela pesquisa

contribuirão então para o processo de tomada de decisão da empresa.

Esta pesquisa contribui também pra o leitor que tenha interesse em

aplicar o método utilizado nesta pesquisa em outro estudo, ampliando ou

complementando este artigo. Além de auxiliar o empresário que pretenda

analisar a margem de contribuição de seus produtos, pois o artigo evidencia

todas as etapas para aplicação do calculo da margem de contribuição.

Os resultados da pesquisa foram apresentados para os sócios da

empresa, que afirmaram já imaginar que o segmento de lentes alcançava

o maior índice de margem de contribuição, mas não havia nenhum

controle desse índice pela empresa, então os percentuais não eram

conhecidos. Os sócios também pontuaram que os surpreendeu a variação

da margem de contribuição de cada segmento de um mês para o outro e

que acreditavam que os índices fossem mais estáveis. Diante disso foram

disponibilizadas, para a empresa, as planilhas para que assim possa manter

um acompanhamento desses índices e dessa forma contribuir para uma

tomada de decisão mais segura por parte da empresa.

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322

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

323

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

INDICADORES DE DESEMPENHO DO BALANCED SCORECARD (BSC) COMO SUPORTE AO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO ESTRATÉGICA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA CP COMERCIAL S/A

AUTORES: Fabio Paradela Lobo ¹

Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

324

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMO Uma das características do ambiente empresarial é a competitividade,

fato esse que faz com que as instituições necessitem constantemente se

renovarem e busquem iniciativas para evoluir e apresentar diferenciais que

a destaquem no mercado. Uma dessas iniciativas é o Balanced Scorecard

(BSC), uma metodologia de planejamento estratégico, na qual a entidade

define  suas  metas  e  estratégias para medir o  desempenho empresarial

através de indicadores quantificáveis e verificáveis. O presente artigo

traz um estudo feito nos indicadores de análise da empresa CP Comercial

S/A baseado no conceito do BSC, com o objetivo geral de verificar a

influência que os seus indicadores exercem sobre as decisões dos gestores.

Para tanto, se desenvolveu uma pesquisa de abordagem qualitativa, de

objetivo descritiva e aplicada, com procedimentos de estudo de caso

e ação, e a realização feita por meios bibliográficos e documental. O

estudo comprovou que os indicadores utilizados pela empresa estão

alinhados com as perspectivas do Balanced Scorecard, porém, existem

ainda alguns indicadores que podem ser incluídos para que se fortaleça o

monitoramento das operações e a análise gerencial. Ainda, se identificou

que se implementada, ela pode contribuir no processo de tomada de

decisão, pois a ferramenta permite equilibrar as dimensões financeiras e

não financeiras da empresa, concedendo ao administrador informações

para monitorar a organização com o balanceamento da visão financeira

e operacional e em um âmbito de curto e longo prazo, se tornando

indispensável no processo organizacional de empresa.

Palavras-chave: Análise. Balanced ScoreCard. Gestão Estratégica.

Indicadores. Planejamento.

325

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

A cada dia que passa a concorrência entre as organizações está mais

acirrada e, para que as empresas se mantenham no topo, é necessário

inovação e comprometimento. As organizações buscam incansavelmente

por um diferencial que as destaque dos concorrentes. Para alcançar esta

posição almejada por muitos, o administrador precisa de uma ferramenta

que o permita alinhar o planejamento e a execução das ações e monitorar

os resultados de forma contínua, para que caso haja a necessidade, ele

possa mudar ou adaptar com maior rapidez a estratégia até então utilizada,

sem que tenha prejuízos significativos.

Pensando nisso, os indicadores de desempenho surgem como uma

ferramenta estratégica para as organizações. Esses indicadores de

desempenho, também conhecidos como perspectivas, que na visão de

Kaplan e Norton (1997), são sistemas de medição do desempenho em áreas

críticas da empresa como clientes, mercado, processos, fornecedores, etc. Os

indicadores de desempenho permitem ao gestor verificar o comportamento

da empresa no dia-a-dia, pois ele alinha os resultados da empresa com

as metas traçadas, buscando identificar falhas. Assim, neste conceito de

controle, ele terá a sua disposição diariamente o resultado dos indicadores

que forem estabelecidos, e desta forma, acompanhar nível do trabalho

realizado em todos os segmentos da instituição. Para transformar o sonho

em realidade é preciso agir. A estratégia é o planejamento de como fazer a

transformação. O Balanced Scorecard permite transformar a visão de futuro

em um conjunto de objetivos e metas a serem atingidos no presente.

Tendo em vista o grau de competitividade do mercado empresarial,

toda e qualquer ferramenta que venha a agregar conhecimento e abrir

novas possibilidades de análise de gestão, é muito bem aceita. Desta

forma, o Balanced Scorecard tem muito a contribuir nas empresas, sendo

ela de pequeno ou grande porte. Neste contexto, o presente artigo tem

como meta responder o seguinte questionamento: Como os indicadores

de desempenho do Balanced Scorecard podem contribuir no processo

326

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

decisório da gestão estratégica na empresa CP Comercial S/A?

A aplicação desse estudo se justifica, pois, apesar de que essa técnica

tenha sido desenvolvida no início da década de 90, poucos gestores tem

o conhecimento e são raras as ocasiões onde o mesmo tem o domínio

suficiente para que ela seja colocada em prática, Vergara (1997, apud

BEUREN 2006, p. 66), “Menciona que o autor do trabalho deve justificar

seu estudo, apontando-lhe contribuições de ordem prática e ao estado

da arte na área em que está buscando formação acadêmica”. Assim,

o presente tema é justificado para a empresa, pois, sua aplicação é de

extrema importância para a tomada de decisão na instituição, além de

que sua realização agregará conhecimento teórico e prático de uma nova

técnica, e que ao término do trabalho esse conhecimento se tornará um

diferencial no currículo do acadêmico.

O artigo tem como objetivo verificar a influência que os indicadores

do Balanced Scorecard exercem sobre as decisões dos gestores, utilizando

o conceito das quatros perspectivas do Balanced Scorecard, visando uma

melhora no processo decisório da empresa CP Comercial S/A. Para tanto,

surgem os objetivos específicos de conceituar os critérios de avaliação das

perspectivas do Balanced Scorecard, mapear os indicadores utilizados na

em empresa CP Comercial S/A por meio de mapeamento e delimitação

dos indicadores, analisar se os indicadores levantados estão alinhados

com a visão proposta pela empresa, identificar quais perspectivas podem

ser aperfeiçoados, e posteriormente propor possíveis indicadores para

melhorar a análise.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo, é discorrida a fundamentação teórica, capítulo esse

que tem o intuito de embasar o assunto objeto da pesquisa, além de trazer

credibilidade as informações aqui apresentadas. Toda fundamentação

teórica traduz-se em fazer revisão de textos em livros, artigos, revistas,

jornais entre outros, a fim de apresentar as interpretações sobre o assunto

327

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

tema do trabalho de pesquisa, com base nas teorias já existentes. E que

de acordo com Mello (2006, p. 86) “A fundamentação teórica apresentada

deve servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na

fase de elaboração do relatório final”.

Ainda neste tema, a fundamentação teórica, apresenta toda uma

evolução percorrida pela contabilidade ao longo da história, além de

demonstrar sua visão e seus conceitos em relação a contabilidade

gerencial. Nesse sentido, a fundamentação teórica também tem o objetivo

de discorrer sobre as funções da contabilidade gerencial, e o quão ela se

faz importante para os empresários e administradores no momento da

análise do resultado e a tomada de decisão dentro das instituições.

2.1 HISTÓRIA E CONCEITOS DA CONTABILIDADE

A Ciência Contábil se originou na necessidade de o homem fazer o

controle e os registros das suas atividades comerciais. De forma que o

homem começava a possuir maior quantidade de valores, ele começou a se

preocupar em saber qual era o seu lucro e como faria para aumentar o seu

patrimônio, e foi tentando encontrar uma maneira de garantir o seu futuro

que levou o homem aos primeiros registros contábeis, esses registros

tinham o intuito de que ele pudesse conhecer as suas reais possibilidades

de uso, de consumo, de produção etc. De acordo com Iudícibus (2005, p.

31), “a contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”.

Quando se fala na origem da contabilidade, é quase impossível não

citar Luca Pacioli e as famosas partidas dobradas, porém, tudo se inicia

muito antes dessa revolução. Muitos autores mencionam que se tenham

indícios de que os procedimentos contábeis já eram usados muitos anos

a.C e que o próprio homem pré-histórico já fazia o uso desses artifícios

contábeis como benefício para o seu dia-a-dia. Conforme o referido autor:

[...] o homem primitivo, ao inventar o número de

ferramentas de caça e pesca disponível, ao contar seus

328

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

rebanhos, ao enumerar suas ânforas de bebidas, já estava

praticando de uma forma rudimentar de contabilidade.

É possível localizar os primeiros exemplos completos de

contabilização, portanto, seguramente no terceiro milênio

antes de Cristo, na civilização da Suméria e da Babilônia

(hoje Iraque) no Egito e na China.

Mesmo antes que a Europa emergisse com a sua contribuição para

a evolução da contabilidade, o Oriente Médio e no Extremo Oriente, a

Dinastia Shang na China datam movimentos a 1.600 a.C, além de registro

da cultura da Índia a partir de 2.300 a.C, até as próprias pirâmides do

Egito confirmam o quão antigo são os conhecimentos dessas civilizações.

“À medida que a história da contabilidade é apresentada pelos livros e as

várias teorias que surgem, fica evidente que a contabilidade que temos

hoje é um produto feito por muitas mãos” (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).

Até o surgimento da moeda, não se tem um momento marcante na

evolução da contabilidade, pois naquela época os negociantes controlavam

o que possuíam como bens, direitos e obrigações perante as outras pessoas,

mas isso se tratava apenas de um controle dos montantes físicos, sem

nenhuma forma de avalição dos valores desse patrimônio.

Deste então a contabilidade vem evoluindo, pois já na antiguidade a

preocupação com as riquezas e propriedade já existiam, e isso ocorre até

hoje. Iudicíbus (2015), comenta que foi na Grécia antiga que todo esse

conhecimento começou a ser unificado e utilizado graças ao conhecimento

de vários filósofos e matemáticos, e com a criação de um grande império

por parte de Alexandre, o Grande, época em que foi fundada a cidade de

Alexandria, além de uma extraordinária biblioteca, com mais de 500 mil

manuscritos, vários registros contábeis data esse período.

O próximo passo de destaque na história da contabilidade se dá na

Itália, onde o desenvolvimento econômico e cultura tiveram um grandioso

crescimento, nas cidades de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras e

outras da Europa, fervilhavam os mais diversos tipos de atividades como

329

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

a mercantil, econômica e cultural, fortemente a partir do século XIII até

o início do século XVII, neste período foi representado pelo o que mais

avançado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos

comerciais e industriais, período este que ficou conhecido como Escola

Italiana. Foi nesse período que o Frei Luca Pacioli publicou sua obra

Tractatus de computis et scripturis, provavelmente um dos primeiros

a dar uma exposição completa e com muitos detalhes da contabilidade

(IUDICÍBUS, 2015).

Após a divulgação da obra de Luca Pacioli no século XV onde exibia

de forma compreensiva o método das partidas dobradas, que teve uma

grande disseminação por toda Europa, a contabilidade entrou em outro

período, que é conhecido como o período científico, este momento se dá

também na Itália, país que dominou a este cenário que se perpetuou pelo

menos até o início do século XX.

Na Itália, divulgou-se o método das partidas dobradas.

Na França e Alemanha, várias correntes de estudiosos

foram desenvolvidas. Na Inglaterra, desenvolveram-se

fortemente os procedimentos de auditoria e lá, como se

acabou de observar, teve o início a Revolução Industrial,

que desencadeou uma série de outros eventos que

impulsionaram grandemente a contabilidade. No entanto,

paulatinamente o continente europeu foi perdendo a

hegemonia das questões contábeis para os Estados Unidos,

principalmente no século XX (COELHO e LINS, 2010p. 133).

A partir de então, os Estados Unidos com o surgimento das grandes

corporações, além do excelente desenvolvimento do mercado de capitais

e o extraordinário ritmo em que o país se desenvolvia, tudo isso fornecia

o cenário ideal para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-

americanas, pois além de todo o aprendizado que teve com a escola italiana,

os Estados Unidos, também já herdará da Inglaterra um conhecimento

330

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

tradicional no campo da auditoria (IUDICÍBUS, 2015).

O grande crescimento do país, fez com que a instituições econômicas

e sociais também evoluíssem, neste momento a contabilidade mudou de

patamar, e começou a ser padronizada, desta forma começaram surgiram

instituições de desenvolvimento e regulamentação, assim, o governo, as

universidades e os institutos de contadores começam a investir para que

se possam financiar pesquisas sobre os princípios contábeis. Além do

planejamento para investir no crescimento da contabilidade no país, os

Estados Unidos tinhas outros aspectos que os favoreceram no crescimento

da contabilidade.

Quadro 01 - Aspectos que favoreceram o crescimento da contabilidade norte-americana.Fonte: Adaptado de Coelho e Linz, P. 134, 2010.

Como se nota no Quadro 01, vários foram os fatores para que os

Estados Unidos tivesse um favorecimento no que tange o crescimento da

contabilidade, e fatores como o territorial, social, político, educacional

e económicos foram os divisores de água nesse aspecto. Devido essas

demandas, havia por parte dos investidores norte-americanos uma

insatisfação quanto às informações contábeis, fato que aumentava a

331

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pressão para que se desenvolvesse cada dia mais as técnicas nessa área.

E assim se faz até os dias de hoje, o progresso que os Estados Unidos

alcançaram devido seu engajamento, as grandes quantias ainda investidas

na pesquisa contábil e a posição de potência econômica mundial que

sustenta anos após ano, dificilmente deixará a escola norte-americana

de continuar a produzir notáveis progressos na área da contabilidade

(IUDICÍBUS, 2015).

No Brasil pode se dizer que é um país novo comparado a outras nações

que existe antes mesmo no início da era cristã, com mais de 2.000 anos

de existência, além disso, o Brasil foi por muito tempo colônia portuguesa

e não um país independente, porém, este mesmo fato, fez com que a

influência que a escola italiana exercia sobre Portugal devido à sua

proximidade, também influenciou o Brasil.

Sobre o início da profissão aqui no país, o comércio local desenvolve-

se de maneira mais efetiva somente com a chegada da corte portuguesa

em 1808 e a decretação da abertura dos portos, os profissionais eram

conhecidos como guarda-livros e se encarregavam da escrituração dos

livros mercantis, e certamente esses profissionais já exerciam essa atividade

desde 1549, pois naquela época D. João III fez a primeira nomeação para

guarda-livros e contador geral, que era a mesma função do guarda-livros,

porém ele atual na área pública, porém, somente em 1870 por meio da Lei

1.083 determinou-se o reconhecimento oficial da Associação dos guarda-

livros da Corte (COELHO e LINS, 2010)

No que se tem registro, a primeira escola especializada no ensino da

contabilidade no Brasil foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada

em 1902, porém, em 1946 com a inclusão do curso de Ciências Contábeis e

Atuariais na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP

que o Brasil começou a avançar na área da contabilidade, com professores

se dedicando em tempo integral nas pesquisas e na produção de artigos e

escrevendo teses de alto valor.

No século XX, tiveram duas décadas marcadas como pontos

importantes para a contabilidade, pois em 1940, foi é editado o Decreto-

332

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

lei 2.627, a primeira Lei de Sociedade por Ações. A partir desse momento

haviam normas regulamentadoras no Brasil, já em 1946 foi criado o

Conselho Federal de Contabilidade. Em 1972 obtiveram publicações de

legislações pelo Banco Central do Brasil, onde se delimitava algumas

atribuições para os contadores, como a de auditoria contábil, que somente

poderiam ser realizadas pelos mesmos.

Na década de 1970 também foi aprovada a Lei 6.404 que regulamenta

as Sociedades Anônimas. Desde então foi criada a Comissão de Valores

Mobiliários (CVM) através da Lei 6.385, além das IASC, onde foram publicadas

as primeiras normas contábeis internacionais (International Accounting

Standards – IAS), que se manteve até 2001. Logo após, a comunidade

empresarial internacional concordou que deveria dar maior atenção no que

diz respeito à criação dessas normas internacionais, onde a partir de então foi

criado uma Junta de Monitoramento (Monitoring Board), formando-se então a

Junta de Normas Internacionais de Contabilidade a International Accounting

Standards Board – IASB (LEMES e CARVALHO, 2010).

Atualmente todos os pronunciamentos internacionais publicados pelo

IASB são chamados de International Financial Reporting Standards – IFRS.

Esses pronunciamentos servem para globalizar as empresas e padronizar

suas práticas contábeis e fiscais.

De acordo com COELHO e LINS (2010, p. 166):

Tais eventos motivaram a expansão do mercado de trabalho

da profissão contábil, colaborando ainda para que os

profissionais se preocupassem em adquirir rapidamente os

conhecimentos específicos apresentados na lei.

A partir de então, gerou uma pressão para que os profissionais

da contabilidade se capacitassem e seguissem o estudo da educação

continuada, prática essa, que virou obrigatoriedade para os profissionais

no Brasil. Com isso, a contabilidade vem se adaptando, evoluindo

constantemente, com o objetivo de se tornar uma só em todo o mundo.

333

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL, FINANCEIRA E CONTROLADORIA

Para a contabilidade a informação é a base tudo, ela é a reunião de

dados e conhecimentos organizados de um determinado acontecimento, e

que, provavelmente, a contabilidade não existiria sem a mesma. E para que

a informação tenha alguma utilidade, várias tratativas devem ser feitas,

buscando reduzir as incertezas presentes nela e deixando-a lapidada,

para que o usuário possa utiliza-la como base de suas ações. Conforme

Padovese (2009, p. 6):

[...] em relação à informação e a construção de sistemas

de informações, o contador deve estar menos preocupado

com minimizar o custo da informação e mais preocupado

em descobrir o nível ótimo de produção de informação.

Deste modo, a informação se faz um alicerce principal

para a área da contabilidade, sendo que sem ela, tanto

a contabilidade financeira quando a gerencial não teria

material para realizar suas demonstrações e análises.

A informação está diretamente ligada a contabilidade gerencial, uma

ferramenta indispensável para o controle de um empreendimento. Ela é

associada ao crescimento do capitalismo industrial e surgia da necessidade

do gerenciamento contábil interno em função da complexidade dos

processos de produção. Ela permite, que através de relatórios possa se

extrair uma série de informações importantes para a tomada de decisão,

onde é possível controlar o andamento e acompanhar todas as operações

existentes na companhia. E que de acordo com PADOVESE (2009, p. 9,

apud IUDÍCIBUS, 1998, p. 15):

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada,

superficialmente, como um enfoque especial conferido a

334

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e

tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de

custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados

numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais

analítico ou numa forma de apresentação e classificação

diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das

entidades em seu processo decisório.

Assim, o processo da contabilidade gerencial consiste em identificar,

mensurar, acumular, analisar, interpretar, avaliar e fazer a comunicação

junto aos administradores, gerentes e sócios de todos os eventos

econômicos que ocorreram e ainda estão ocorrendo dentro das empresas.

A contabilidade gerencial está diretamente ligada à necessidade de

informação para o planejamento e tomada de decisão, preocupando-se de

que suas informações sejam extremamente úteis para a administração que

fazem com que as organizações atinjam seus objetivos.

Já a contabilidade financeira surge da dependência de controle e

como resposta a uma necessidade imposta pela evolução dos negócios e

das sociedades. Dedicada a atender os usuários externos, como bancos,

clientes, fornecedores, investidores, ela presa aos princípios contábeis

e é objeto de crítica por alguns especialistas, uma vez que nem todos os

princípios utilizados, são necessariamente vistos como os mais corretos

em nível conceitual, principalmente o custo histórico em relação a receita.

A contabilidade financeira, apesar de cumprir o seu papel, é tida como

fraca conceitualmente falando para fins de gerenciamento das empresas,

e pode até mesmo induzir os usuários de suas informações ao erro na hora

de tomar as decisões (PADOVESE, 2009).

Conforme o autor, se entende que a contabilidade financeira serve

para estudar o patrimônio das empresas e avaliar seus recursos, além

de permitir uma análise no âmbito comercial e fiscal, mas, o fato de

que a contabilidade financeira muita das vezes é apequenada diante da

contabilidade gerencial parte diretamente no despreparo ou descaso do

335

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

usuário que é o responsável de dispor essas informações, ato esse, que é

atribuído diretamente à classe contábil. E apesar de que a contabilidade

gerencial e a contabilidade financeira serem desenvolvidas para finalidades

diferentes e interpretadas como internas e externas, as duas tem algumas

semelhanças, como a geração de informações para os administradores.

Quadro 02 - Comparação entre Contabilidade Financeira e Gerencial.Fonte: Padoveze, P. 11, 2009.

De acordo com o Quadro 02 ficam evidente algumas poucas semelhantes

e as várias diferenças que compreende a contabilidade financeira e a

gerencial. E apesar das muitas diferenças que abrangem as duas técnicas

da análise da contabilidade, o que pode notar é que as duas são elaboras

para que usuários possam tomar decisões com base em suas informações,

e que partindo desse princípio, seus dados devem ser os mais fidedignos

possíveis com a situação das organizações.

Criada na Inglaterra após a Revolução Industrial, a Controladoria teve

um grande aperfeiçoamento na Europa e nos Estados Unidos. Ela chegou

ao Brasil por meio das grandes empresas que aqui começavam a se destacar

336

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

e necessitavam de uma ferramenta que unisse informações precisas e

confiáveis para o processo de tomada de decisão. Com o aumento da

competitividade e o avanço das tecnologias, a controladoria logo se tornou

um órgão de grande importância e uma ferramenta fundamental para a

sobrevivência, crescimento e consolidação das empresas. Desta forma

Padovese (2009, p. 33 apud HECHERT e WILLSON, 1963):

A controladoria não compete o comando do navio, pois

esta tarefa é do primeiro executivo; representa, entretanto,

o navegador que cuida dos mapas de navegação. É sua

finalidade manter informado o comandante quanto à

distância percorrida, ao local que se encontra, à velocidade

da embarcação, à resistência encontrada, aos desvios da

rota, aos recifes perigosos e aos caminhos traçados nos

mapas, para que o navio chegue ao destino.

Assim, pode ser mencionado que o objetivo controladoria é dar suporte

à gestão de negócios da empresa, assegurando que a instituição possa

atingir seus objetivos. Ela figura como um departamento administrativo de

assessoria a alta administração das organizações, ficando muitas das vezes

foram do setor da contabilidade, e na estrutura organizacional ela se coloca

diretamente ligada presidência das empresas e acima das demais áreas.

337

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Figura 01 - A Controladoria na organização.Fonte: Adaptado de Padoveze, P. 34, 2009.

A imagem acima demonstra qual a colocação da controladoria dentro

da estrutura organizacional da empresa, e ficando claro que ela trabalha

juntamente e de encontro com as ideias da administração, comprometendo-

se sempre a fazer com que a empresa chegue aos seus objetivos traçados.

Conforme Padoveze (2009, p. 35), a missão da Controladoria, como

asseguradora da eficácia empresarial, é uma atividade absolutamente

comprometida com os resultados da entidade.

A controladoria é uma ciência autônoma e não se confunde com a

Contabilidade, apesar de utilizar pesadamente o instrumento contábil,

assim, podendo ser entendida como uma ciência contábil evoluída, e pode

ser definida como a unidade administrativa responsável pela utilização

de todo conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa, assim cabe a

controladoria a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e

coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas

suas mais diversas necessidades (PADOVESE, 2009).

Para que um departamento onde as funções de planejamento, controle,

processamento de uma considerável quantidade de informações de

diversas áreas, além de diagnósticos e proposições de medidas corretivas

338

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

são primordiais, é preciso profissionais com grande conhecimento e

liderança. Isso é representado pelo papel do controller, que de acordo com

Morante e Fauzi (2008, p. 1), para ser exercida em toda sua plenitude, a

Controladoria precisa ser conduzida por profissional experiente, com

larga vivência em finanças empresárias e uma particular habilidade no

relacionamento com os responsáveis pela gestão.

O controller precisa extrair e consolidar informações, tratar, analisar,

lapidar, e apresentar de maneira clara resumida informações para os gestores

de cada área ou segmento da empresa, porém, suas atribuições vão muito

além dessas já mencionadas. Desta forma, há de se notar que o trabalho

desse profissional é de extrema relevância para que a organização consiga

alcançar seus objetivos, e que para ele deverá conduza essas atividades,

ele deva der competências e habilidades de análise, de formulação de

diagnósticos, elaboração de relatórios e acima de tudo saber lidar com as

dificuldades que serão apresentadas no dia-a-dia da sua função.

2.4 BALANCED SCORECARD (BSC)

O Balanced Scorecard mais conhecido pela sigla BSC, que traduzido

para o português significa Indicadores Balanceados de Desempenho,

é uma metodologia toda voltada à gestão estratégica das organizações

empresariais. O sistema foi criado originalmente pelos professores da

Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, sua criação

vem sendo utilizada como ferramenta central dos respectivos sistemas e

processos gerenciais, nas mais diversas empresas, tanto do setor privado,

público e em organizações não governamentais. Desenvolvido pela

primeira vez 1990, com o objetivo de resolver problemas de mensuração.

Porém, foi se perceptível que, a ferramenta poderia ser utilizada para

outros fins, conforme Kaplan e Norton (2000, p. 8):

“Mas constatamos que as empresas adeptas estavam

usando o Balanced Scorecard para a solução de um

339

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

problema muito mais importante do que a mensuração do

desempenho da era da informação”.

No decorrer do tempo, o BSC se tornou uma ferramenta voltada a

implementar novas estratégias, pois era notável a dificuldade que as

empresas enfrentavam e até muitas vezes fracassavam na tentativa de

executá-la. No entanto se viu que na maioria dos casos o BSC implementava

com êxito novas estratégias e ainda davam retornos positivos em um

período de curto e médio prazo.

Após um período de teste e validações em uma determinada empresa,

no ano de 1992 Kaplan e Norton divulgaram esse novo sistema de media,

que de acordo com Costa (2006, p. 4):

O fundamento do projeto foi o modelo usado pela Analog

Devices para medir o índice de progresso em atividades

de melhoria contínua e o seu scorecard, que continha as

medidas tradicionais financeiras e outras operacionais. O

estudo de Kaplan e Norton foi direcionado para chegar a

um scorecard multidimensional. Posteriormente é que ele

passou a ser chamado de Balanced Scorecard, para indicar a

característica de equilíbrio (balanceamento) entre medidas

de curto e longo prazo, entre as medidas financeiras e a não

financeiras, entre os indicadores de tendência (leading) e

os de ocorrências (langging) e entre as perspectivas interna

e externa de desempenho.

Com a exposição do novo sistema de medição, até então inovadora

e bem diferente do que se vinha sendo utilizados, outros executivos

solicitaram a ajuda e o acompanhamento de Norton e Kaplan para fazer

a implementação em suas empresas. Esses executivos representavam as

corporações Rockwater e a FMC, porém, eles tinham a intenção de utilizar

o scorecard multidimensional balanceado de maneira inovadora, bem

340

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

diferente da que os autores até então vinha propondo, ao invés de utilizá-

lo como um sistema de medição e avaliação de desempenho, a intenção

dos executivos era utiliza-lo de forma a comunicar as estratégias e a elas

alinharem as empresas que dirigiam. O bem-sucedido esforço, foi exposto

em um novo livro de Kaplan e Norton no ano de 1993 (COSTA, 2006).

Em seguida essa nova funcionalidade do BSC, foi comprovada em outras

dez empresas e, que, demonstraram a importância de ser utilizado, e logo

foi constatado que os gestores podiam utilizar o sistema não somente para

comunicar a estratégia das empresas, mas também para gerenciá-la. No BSC

as medidas de desempenho são desenhadas a partir de uma concepção geral

da estratégia da empresa e não a partir de necessidades específicas, ele, não

contém um conjunto de medidas de desempenho genérico, uma vez que

cada empresa tem uma missão, visão e estratégia diferente e, portanto, um

conjunto de medidas diferentes. Conforme Costa (2006, p. 7):

[...] os indicadores que fazem parte do BSC devem ser

construídos de acordo com a missão, estratégia, tecnologia

e cultura da empresa. Diferentes situações de mercado,

estratégias de produtos e ambientes competitivos requerem

diferentes scorecard.

Os indicadores do Balanced Scorecard são conhecidos como

perspectivas, e são focados sobre a missão e a visão da empresa, pois esse

dois são os alicerces das empresas e mostram aonde ela quer chegar. Os 4

indicadores são: financeira, de mercado ou clientes, de processos internos

e perspectiva de crescimento e aprendizado.

3 METODOLOGIA

É necessário demonstrar através da metodologia do estudo, qual o

caminho será percorrido para que se chegue aos resultados esperados. De

acordo com Barros e Lehfeld (2006, p. 2):

341

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

“[...] a metodologia corresponde a um conjunto

de procedimentos a ser utilizado na obtenção do

conhecimento. É a aplicação do método, por meio de

processos e técnicas, que garante a legitimidade científica

do saber obtido”.

Deste modo, quanto à natureza do trabalho, se faz de forma aplicada,

pois a mesma “[...] pode ser definida como conjunto de atividades nas

quais conhecimentos previamente adquiridos são utilizados para coletar,

selecionar e processar fatos e dados, a fim de se obter e confirmar

resultados” (FLEURY; WERLANG, 2016-2017, p.11).

Em relação à abordagem do problema, a forma utilizada foi a qualitativa

com aporte quantitativa, que segundo Beuren (2006, p. 91) “Na pesquisa

qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno

que está sendo estudado”. Ainda no aspecto da abordagem, se faz necessário

à contribuição da análise quantitativa como complemento da pesquisa,

para Oliveira (2010, p. 55) “A pesquisa quantitativa [...] tem sua base nos

instrumentos estatísticos desde a coleta até a análise e tratamento dos

dados, através da mensuração, traduzindo em números as informações”.

Do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa é descritiva e explicativa.

No âmbito da pesquisa explicativa segundo Andrade (2002, p. 20, apud

BEUREN, 2008, p. 82): “a pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais

complexa, pois, além de registrar, classificar e interpretar os fenômenos

estudados, procurar identificar seus fatores determinantes”. Já para

Gil (2010, p. 42) “Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de

outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determina um

fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado”.

Quanto aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa de estudo

de caso e o estudo em ação. Com relação ao estudo de caso, esse se dá por

um tipo de pesquisa que procura definir seus esforços de pesquisa poucos

fatos, desta forma se pode dizer que ela é extremamente concentrada e

focada em um único objetivo (BEUREN 2006). Para Chizotti (1991, p. 102-

342

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

103, apud Barros e Lehfeld 2006, p. 112) considera que:

Caracteriza o estudo de caso como uma modalidade de

estudo nas ciências sociais, que se volta à coleta e ao registro

de informações sobre um ou vários casos particularizados,

elaborando relatórios críticos organizados e avaliados,

dando margem a decisões e intervenções sobre o objetivo

escolhido para a investigação – uma comunidade,

organização e empresa.

Além do estudo de caso, como mencionado, o procedimento técnico

da pesquisa se dá pela pesquisa-ação, a qual é uma pesquisa com base

empírica, fato onde o participante está dentro do mesmo contexto que a

instituição estuda, com isso ele tem a oportunidade de investigar e analisar

a suas próprias práticas.

De acordo com Thiollent (1985, p. 14 apud GiIL 2010, p. 55) se define

pesquisa-ação como:

[...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e

realizada em estreita associação com uma ação ou resolução

de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e

participantes representativos da situação ou do problema

estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Para a realização do trabalho foram utilizados meios bibliográficos, que

de acordo com Gil (2010, p. 44) “[...] é desenvolvida com base em material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Em

outro ponto estudado é possível observa que:

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no

fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama

de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia

343

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

pesquisar diretamente (GIL 2010, p. 45).

De acordo com as situações retratadas, o trabalho quanto à pesquisa foi

feito de forma aplicada, sua abordagem se apresenta de forma qualitativa

com aporte quantitativa, em relação aos seus objetivos, a pesquisa é

descritiva e aplicada, já os seus procedimentos técnicos se dá por um

estudo de caso e pesquisa em ação, sendo utilizados meios bibliográficos e

documentais para a realização do trabalho.

Devido à pesquisa ter sido realizada de forma bibliográfica e documental,

a coleta de dados se deu através de livros, artigos, observação, e já a pesquisa

documental ocorreu por vários formatos, como: fichas, mapas, formulário,

e controles diversos. Dentre outras caracteristica da análise documental

pode ser dizer que é uma ação ou um conjunto de procedimentos que tem

por meta representar o conteúdo de um documento, visando o tratamento

diferenciado do padrão, desta forma auxiliando o usuário, com o intuíto

de contribuir, em um momento posterior a sua consulta e referenciação

(BARDIN, 2011).

E, para que se alcance o objetivo do trabalho, é necessário ser feito

a análise dos dados, procedimento esse que tem o propósito de estudar

as relações entre homens, com foco em sua totalidade do conteúdo das

mensagens (BEUREN, 2006). Ainda nesse tema Richcardson (1999, p.

224 apud BEUREN 2006, p. 137) diz que “[...] a análise de conteúdo busca

compreender melhor um discurso, aprofundar sua característiacas

“gramaticais, fonológicas, cognitivas, ideológicas” e extrair os momentos

mais importantes”. Assim é possível compreeder que esse assunto se

faz importante por transcrever as teorias que se juga importante nas

indagações feitas na pesquisa, buscando assim, alcançar as conclusões

almejadas do trabalho.

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A seguir se dá a apresentação da CP Comercial S/A, dos indicadores de

344

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

desempenho utilizados pela empresa, e em seguida também é expostas

algumas sugestões de indicadores que possam complementar a análise

do resultado da instituição, sempre baseados nas quatros perspectivas

do BSC, a perspectiva financeira, a perspectiva de clientes, a perspectiva

de processos internos, e por último a perspectiva de aprendizado e

crescimento.

4.1 EMPRESA ESTUDADA

A CP Comercial S/A foi fundada no ano de 2006, e atualmente é a maior

importadora e distribuidora de pneus do Brasil. A empresa está presente em

todo Brasil, sendo que sua Matriz está localizada na Rodovia António Heill,

Bairro Itaipava, Município de Itajaí/SC e suas 16 filiais situadas nos Estados

RS, SC, PR, SP, ES, MG e PE, oferecendo pneus de carga, passeio, agrícola,

industriais e OTR, além de rodas para caminhão, protetores e câmaras-de-ar.

A Cantu Pneus faz parte do Grupo Level, que possui mais de 45 anos

de história. A empresa teve início como Grupo Cantu em 1969 com a

comercialização de alimentos de ortifruti, em 1982 começou as atividades

de transportes com 6 caminhões, no ano 2005 o grupo já contava com

uma frota de 120 caminhões, em 2006 foi criada a Cantu Pneus, onde se

inicou a atividade de importação, com o foco de importar pneus para seus

veículos. No ano de 2017 houve uma reestruturação societária do grupo,

fato que levou a mudança da marca, de Grupo Cantu para Grupo Level.

Hoje o Grupo Level é um dos maiores grupos empresariais do Brasil,

atuando nos mais variados segmentos de mercado. As empresas do

Grupo somam mais de 1.000 Colaboradores.  Com atuação em todo o

Brasil, e expansão para o Mercosul, o Grupo é uma das 10 maiores redes

atacadistas do país.

A CP Comercial S/A tem como regra interna, a realização do

monitoramento contínuo das metas dispostas pela diretoria executiva,

esse monitoramento é feito pela equipe de controle e auditoria.

Acompanhamento esse, que é feito a partir de índices criados pela empresa,

345

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

e que após o fechamento mensal são confrontados com os índices bases,

e servem para medir o quanto a empresa está caminhando para atingir a

metas estabelecidas para o ano corrente e também como metas dos setores

para o programa de participação do resultado (PPR).

Após levantamento feito pela equipe de controle e auditoria, é

realizado reuniões presididas pela diretoria com os gestores de cada área,

com o intuito de buscar um novo alinhamento, assim, são direcionadas

novas ações para que os setores em que os índices não foram alcançados

possam se recuperar o mais rápido possível, e estabelecido novos desafios

nas áreas onde as metas foram atingidas.

4.2 MAPEAMENTO DOS INDICADORES

A Perspectiva Financeira é a primeira a ser analisada, e que de acordo

com Kaplan e Norton (2000, p.128), “os indicadores de desempenho

financeiro mostram se a implementação e a execução da estratégia da

empresa estão contribuindo para a melhoria dos resultados”.

Após o mapeamento dos índices financeiros utilizados pela CP

Comercial S/A., se chegou a quatros indicadores utilizados atualmente.

Assim o indicador de Crescimento do Faturamento e do Lucro tem destaque

de importância nessa perspectiva, pois esse indicador é a meta final de toda

empresa que visa o lucro, caso a outras perspectivas que são analisadas

abaixo falhem e sua execuções, fatalmente esse indicador é afetado.

346

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA

Maximizar o lucro e a taxa de retorno sobre o capital investido pelos acionistas para alcançar a visão.

Crescimento do Fatura­mento e do Lucro

> = a 6% ao ano

Foco na captação de novos clientes, publicidade e propa­ganda, convenções de vendas, redução dos custos, redução das devoluções, redução no prazo de entrega.

Relação entre Faturamento e Despesas

<11,20% (Valor Total de Despe­sas/Valor Total do Faturamento) *100

Reduzir ao máximo as despe­sas para que se tenha maior lucratividade.

Índice de Ina­dimplência

<0,5% (Valor Total dos recebimentos *100/Valor Total de Faturamento emitido) ­100.

Análise de crédito mais eficaz e criterioso, satisfação dos clientes, garantir que os clientes recebam os boletos dentro do prazo, notificar o mais rápido possí­vel os clientes sobre o atraso, cumprir o prazo de entrega do faturamento, cobrança eficaz dos inadimplentes.

Índice do Custo Logís­tico

<1,7%% (Valor Total de Custos *100/Valor Total de Faturamento emitido) ­100.

Monitorar as atividades logísticas procurando alternativas que sejam eficientes para a redução de custo do negócio.

Quadro 03: Perspectiva FinanceiraFonte: Própria, 2018

Já o indicador de Índice de Inadimplência está ligado primeiramente

a processos executados, onde alguns procedimentos como: análise de

crédito, garantir que os clientes recebam as mercadorias juntamente com

os boletos e a cobrança dos títulos atrasados são essenciais para um bom

desempenho desse indicador.

Outro indicador é o do Índice do Custo Logístico, esse monitoramento

347

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

é feito a partir de um percentual onde o total dos custos não pode passar

de 1,7% do total do faturamento, para manter esse índice dentro do

limite e até reduzi-lo, a empresa procura constantemente novas formas e

tecnologias que possam baratear as operações logística em geral.

Na Perspectiva de Clientes está presente a visão dos mesmos sobre a

organização, é nos indicadores dessa perspectiva que deve ser analisado

a forma em que os clientes estão enxergam o trabalho realizado pela

empresa em um âmbito geral, se estão satisfeitos com os produtos

e serviços prestados e se continuaram a comprar e até mesmo fazer

indicações para outras empresas. Nela a empresa se vale da estrutura de

análise apresentada no Quadro 04:

OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA

Para atingir nossos objetivos financeiros e alcançar a visão, é necessário atender as necessidades de nossos clientes.

Satisfação dos Clientes ­ Plata­forma Reclame Aqui

Atingir Nível Ótimo

Responder 100% das recla­mações, solucionar 100% dos problemas, e tratar na origem dos problemas levantados durante o mês para diminuir o índice de reclamações.

Captação de Novos Clientes

10% do fa­turamento (Novos Clientes ao mês)

Divulgação dos produtos a partir de propagandas na internet e televisão, facilidade no acesso às informações dos produtos, rapi­dez e cortesia nos retornos aos clientes, e qualidade na prestação de serviços.

Quadro 04: Perspectiva de ClientesFonte: Própria, 2018

Para essa perspectiva foram mapeados 2 indicadores. No indicador de

Satisfação dos Clientes e analisado o nível de satisfação dos clientes em

reação ao atendimento e solução dos problemas detectados nas operações,

essa medição é feita através da plataforma do site Reclame Aqui. A

plataforma funciona como um canal independente de interação entre os

348

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

clientes e as empresas, o objetivo da CP Comercial S/A. é atingir e se manter

no nível ótimo, que é o nível e maior “ranqueamento” dentro site. Para o

indicador de Captação de Novos Clientes foi estipulado um crescimento

da carteira de 10% ao mês, onde esse número seja representado no

mesmo percentual dentro do faturamento. Esse indicador é considerado

fundamental para o crescimento das receitas e indispensável para que se

atinja a visão da empresa.

Após o entendimento do que precisa para atingir os indicadores

financeiros e de clientes, é necessário se ter uma visão de como é o

funcionamento interno da organização, e de que forma seus processos

podem e estão influenciando essas duas perspectivas anteriores, e para

isso a perspectiva de Processos Internos é fundamental. Assim, ao aplicar

o BSC nessa perspectiva, a empresa deve identificar quais processos e

atividades são necessários para assegurar a satisfação de seus clientes.

O foco deve ser, portanto nos processos internos que mais impactam na

satisfação dos clientes, sem esquecer, entretanto, os objetivos financeiros

da empresa. Na perspectiva “Processos Internos” a empresa se vale da

estrutura de análise apresentada no Quadro 05:

349

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA

Para alcançar a excelência no atendimento dos clientes, atingir as metas financeiras e os objetivos dos acionistas, é de extrema importância que os processos internos estejam bem alinhados.

Inovação dos Ser­viços Prestados e Controle dos Processos

Ter departamentos inovadores que se adaptem ao mer­cado, e que atinjam a excelência nos serviços prestados.

Desenvolver um plano de mapeamento, que auxilie na reorganização dos departamentos, com a meta de reestruturação de 4 deles durante cada ano. Implantar portal de política e procedimentos.

Falhas de carre­gamento

< = 0,11% dos carre­ga­ mentos ­ (Quan­tidade total de falhas no carregamento *100 / pelo total de carregamento) ­100

Fazer um levantamento dos erros e desenvolver estratégias para suprir as falhas.

Devoluções

< = 2% do fatura­mento ­ (Valor Total de devoluções *100 / Valor total de faturamento emitido) ­100

Verificar com os gerentes responsáveis o motivo de cada devolução, e se necessário alinhar junto aos representantes e setor comercial novas ações para evitar novas devoluções.

Quadro 05: Perspectiva dos Processos Internos Fonte: Própria, 2018

Para essa perspectiva foram mapeados três indicadores. O primeiro

indicador é o de Inovação dos Serviços Prestados e Controle dos Processos,

onde a busca por inovar e aprimorar os serviços prestados está cada vez

mais presente na cultura da empresa. Para que se atinja a meta desse

indicador está sendo feito mapeamentos dos setores e desenvolvidos

o procedimento operacional padrão (POP) e o instrumento de trabalho

(IT) para cada setor, onde a meta é mapear e reorganizar quatros setores

durante o ano.

350

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

No intuito de reduzir os problemas com entregas erradas foi criado

o indicador de Falhas de Carregamento, indicador esse que contribui

diretamente na perspectiva financeira pois tende a reduzir a despesa

operacional e garantir a redução nas devoluções, e na perspectiva de

clientes onde faz com que os mesmos confiem mais na empresa, tanto no

quesito garantia de recebimento e prazo de entrega, a empresa tem agido

forte nesse indicador.

O indicador de Devoluções geralmente é um dos maiores problemas

nas empresas e deve ser tratado com atenção máxima, tanto no indicador

de Falhas no Carregamento quanto no de Devoluções os custos logísticos

são duplicados a cada erro ou devolução que surge durante o mês, tendo

um impacto direto na lucratividade da organização e na comissão de

alguns colaboradores. Por esse motivo esse indicador recebe a atenção

dos diretores, do setor fiscal e contábil, dos faturistas, dos gerentes e dos

representantes, pois achar uma solução que reduza esse indicador é de

grande valia para a empresa.

O indicador de Relação entre Faturamento e Despesa é um dos que

mais recebe atenção durante o dia-a-dia da empresa, pois quanto maior

a despesa maior é o desembolso de caixa, afetando assim o fluxo de

caixa e reduzindo o lucro, a manutenção desse indicador abaixo da meta

estabelecida é ponto importante para uma boa continuidade das atividades

da empresa.

Para a perspectiva “Aprendizado e Crescimento” a empresa se vale da

estrutura de análise apresentada no Quadro 06:

351

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA

Para que todas as perspec­tivas sejam cumpridas à risca, ações pontuais em relação ao crescimento e aprendizados são necessá­rias.

Satisfação dos Funcionários e comparti­lhamento do conhecimento

Melhora no clima organizacional e promover uma cultura de com­partilhamento do conhecimento.

Pesquisas de satisfação sema­nal, política de participação nos lucros anual, bolsas de estudos de graduação, pós­gradua­ção, cursos e treinamentos específicos, cursos de idiomas, oportunidades de ascensão dentro da empresa, e atividades laborais durante o expediente.

Academia de Liderança

Ter líderes que possam motivar e inspirar os colaboradores, fazendo com que os mesmos pos­sam realizar suas atividades de forma eficaz.

Desenvolver nos lideres a comunicação, a capacidade de delegar, a confiança, o com­promisso com as atividades, a atitude positiva, a criatividade, a intuição, a capacidade de inspirar, o senso de humor e a honestidade.

Cargos e salários

Adequar os cargos e os salários todos os funcionários de acordo com o mer­cado de trabalho.

Mapear a função e as qualifi­cações de cada colaborador; a remuneração será estabelecida conforme as responsabilidades e qualificações necessárias para o desempenho da função.

Quadro 06: Perspectiva de Crescimento e AprendizadoFonte: Própria, 2018

A perspectiva de Aprendizado e Crescimento tende a trazer tudo

o que se é necessário que os colaboradores façam para que os objetivos

idealizados nas demais perspectivas sejam realizados da melhor forma

possível. Nela é preciso inovar e melhorar as habilidades individuais

diariamente. Para essa perspectiva foram mapeados três indicadores

conforme apresentado abaixo.

O indicador de Satisfação dos Funcionários e Compartilhamento do

352

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Conhecimento tem como meta identificar os pontos que causam maiores

desgastes para os colaboradores a partir dessa informação desenvolver

atividades que possam melhorar essas situações. Outro ponto que é

desenvolvido nesse indicador é o compartilhamento de conhecimento,

onde um colaborar que tem algum conhecimento adquirido por meios

particulares ou por cursos bancados ou oferecidos pela empresa ministra

um curso para os demais colaboradores.

Já o indicador de Academia de Liderança se refere ao desenvolvimento

contínuo dos líderes da organização, onde nesse contexto a empresa

disponibilizado cursos e treinamentos individuais e em conjunto que

faz com que seja aperfeiçoado técnicas utilizadas no dia-a-dia no

desenvolvimento de suas tarefas e no tratamento de liderança de seus

subordinados.

O indicador de Cargos e Salários está direcionada como uma meta da

administração da empresa, onde todos os cargos são realocados de acordo

com o conhecimento e atividade praticada pelo colaborador e os salários

são enquadrados de acordo com o mercado de trabalho. Essas ações

servem para valorizar o trabalho e motivar os colaboradores para uma

busca contínua do conhecimento.

4.2 ANÁLISE E CORRELAÇÃO ENTRE INDICADORES

Nesta subseção é apresentada a correlação entre os indicadores mapeados

na CP Comercial S/A. com os indicadores do Balanced Scorecard. Além de se

fazer uma análise buscando verificar se os indicadores estão contribuindo

para que seja alcançado a visão proposta pela empresa, também é apresentado

novos indicadores que podem auxiliar o processo já realizado.

Na perspectiva financeira foram mapeados quatro indicadores, o

Crescimento do Faturamento e do Lucro, a Relação entre Faturamento

e Despesas, o Índice de Inadimplência e o Índice do Custo Logístico,

apesar dos indicadores que já são utilizados, o Balanced Scorecard traz

outras possibilidades que podem ser usadas nessa perspectiva para cobrir

353

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

operações que não estão sendo monitoradas, como por exemplo, o Indicador

de Rentabilidade, que apresenta o poder de ganho ou de retorno do capital

investido na empresa. Outro indicador que pode ser utilizado é o de Custo

Fixo, onde se monitora os custos que não se tem variação durante o mês,

independente da variação das vendas, um aumento nesse índice traz grandes

problemas para a empresa e por isso seu monitoramento é indispensável.

Analisando a perspectiva de cliente que trouxe em seu mapeamento

os indicadores de Satisfação dos Clientes e de Captação de Novos Clientes

nota-se que uma preocupação maior com a perspectiva financeira do que

na de clientes, como indicação para uma melhor análise dessa perspectiva

pode ser mencionada a Retenção de Clientes, pois se entende que manter

seus clientes é importante na mesma proporção do indicador de Captação de

Novos Clientes, pois com a manutenção se tem a segurança de que redução

do faturamento será menos provável, esse indicador deve ser diretamente

relacionado com ao indicador de Satisfação dos Clientes que já é utilizado

pela empresa. Outro indicador que pode ser utilizado é a de Percentual de

Abandono que serve para mensurar quantos clientes deixaram de fazer

negócios com a empresa, nesse indicador pode ser criado um questionário

para que seja aplicado junto a esses clientes que não negociam mais com

a empresa, e assim, identificar os motivos desse abandono, possibilitando

elaborar mecanismo para tratar esses problemas.

Além dessas duas indicações, ainda pode ser implementado o

indicador FCR ou First Call Resolution que significa resolução no primeiro

contato, esse indicador pode ser muito útil para a organização, visto que

hoje o indicador de satisfação utilizado está vinculado a uma plataforma

do Reclame Aqui, fato que se intende que já em uma segunda tentativa de

resolução do problema, implementar o FCR pode trazer grande satisfação

e fidelização junto a esse cliente.

Dentro da perspectiva de Processos Internos foram mapeados os

indicadores de Inovação dos Serviços Prestados e Controle dos Processos,

o de Falhas de Carregamento e o de Devoluções, para essa perspectivas

se destaca alguns indicadores de Capacidade ou Produtividade e que sua

354

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

aplicabilidade varia de acordo com situações e que pode ser implementado

de acordo com a área de necessidade. Para a empresa estudar o indicador

de Capacidade e Produtividade pode ser implementado visando os

clientes, como mensurar quantos clientes foram capitados no dia,

quantos atendimentos foram prestados aos clientes, quantos não fizeram

pagamento por falta de boleto, quantos clientes foram visitados pelos

representantes na semana, entre outros, esse indicador ajudaria bastante

na questão de Satisfação do Cliente.

Em outra correlação agora feita na perspectiva de aprendizado e

crescimento, onde se mapeou os indicadores de Satisfação dos funcionários

e Compartilhamento do Conhecimento, a Academia de Liderança e o de

Cargos e Salários. A partir dos indicadores mapeados e comparando-os

com a metodologia do BSC, se entende que a satisfação dos colaboradores

está diretamente ligada as perspectivas anteriores mencionadas,

principalmente a de clientes. Indicações para possíveis melhoras nessa

perspectiva na CP Comercial S/A. fica a cargo do indicador de Números

de Horas de Capacitação, onde se é medido o numero total de horas de

treinamentos feitos dentro da organização e em cursos terceirizados,

com esse número em mãos é feito a comparação com a quantidade de

colaboradores. Ainda nesse indicador, pode se definir uma quantidade de

horas mínimas de treinamento por colaborador, e sempre tentar manter

esse número uniforme para todos os colaboradores.

Para as perspectivas deve se ter um nível de importância e atenção

igualmente distribuído, pois, uma depende da outra para evoluir. Portanto,

essas mensurações devem se tornar situações rotineiras para a empresa,

e sempre buscando medir o maior número de indicadores e prazos de

aferimento o menor possível, pois quanto antes se é detectando um

problema, mais rápido e assertiva será a ação tomada pela administração,

desta forma reduzindo consideravelmente as perdas.

Em relação à visão da empresa, nota-se que os indicadores fazem

menção aos índices de controle e crescimento financeiro, de aumento

e satisfação dos clientes, de aperfeiçoamento dos processos e no

355

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

desenvolvimento de habilidades dos colaboradores. Assim contribui para

o crescimento da empresa como organização, que é um dos objetivos da

visão, porém, a outra meta que se refere à questão do impacto ambiental

zero, não é abordada em nenhum desses indicadores.

No entanto, para que se possa atingir está meta de impacto ambiental

zero, a CP Comercial S/A procura sempre estar adequada a Resolução

CONAMA Nº 416/2009, que dispõe sobre a prevenção à degradação

ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente

adequada. A lei impõe que para cada pneu comercializado com o peso

superior a 2 kg, as empresas fabricantes ou importadoras ficam obrigadas

a coletar e dar a devida destinação na mesma proporção, para os pneus

inservíveis existentes no território nacional, porém, com uma redução de

30% em seu peso devido ao desgaste. Assim, o cálculo apresentando é que

para cada 2 kg de pneu comercializado devem ser recolhido e tratado 1,4 kg.

A operação de recolhimento se dá através de empresas tercerizadas

que estão aptas e certificadas a fazer este trabalho, que ocorre no

decorrer do ano. A cada trimestre é feito o levantamento do volume de

pneus comercializados, esse número é repassado para as empresas

tercerizadas, então elas vendem um crédito para a CP Comercial S/A além

de emitir um certificado confirmando que esse sobre esse volume de pneu

comercializado já teve o recolhimento e tratamento devido.

Desta forma, a CP Comercial S/A através dessas empresas, cumpre

hoje todas as medidas impostas pelo CONSELHO NACIONAL DO MEIO

AMBIENTE – CONAMA, atingindo assim a meta estipulada pela sua visão.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos estudos realizados conclui-se que os indicadores de

desempenho contribuem com informações essenciais, assertivas e

principalmente pontuais. De tal forma, fazem com que os quesitos ali

presentes sejam os alicerces na decisão dos gestores.

Os resultados apontados pelas perspectivas nunca devem ser analisados

356

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de forma individual, pois as informações contidas em uma perspectiva

são complementadas pela perspectiva seguinte, assim, gerando um ciclo

contínuo de números e dados a serem analisados.

Também foi identificado que as perspectivas utilizadas estão bem

alinhadas com a visão da empresa no que se dizem respeito ao crescimento

da organização, apesar disso, se faz necessário à inserção de alguns índices

considerados essências para que auxiliem no objetivo da empresa: ser a

maior distribuidora de pneus do Brasil. Além de ter a possibilidade de

atingir a excelência na realização e análise dos processos, ainda, foi possível

verificar que no que se diz a respeito ao aspecto ambiental, a empresa

está em total alinhamento com visão proposta, assim, é importante

reconhecer o quanto a empresa é enganjada para que suas atividades sejam

realizadas de forma eficaz e com um impacto ambiental zero. Para que no

futuro a CP Comercial S/A alcance todos os seus objetivos, é ncessários

alguma adequações conforme apontamentos apresentados no item 4.1

mapeamento dos indicadores.

Assim, percebeu-se que o Balanced Scorecard não se trata de

um conceito novo de análise, mas sim um sistema que faz com que

constantemente os pontos já mapeados, mas principalmente os que por

alguns motivos foram deixados de lado sejam repensados e articulados.

O Balanced Scorecard é um plano de ação que faz a interligação entre as

áreas e pessoas na organização, tanto internas quanto externas e precisam

estar minuciosamente alinhado para que se tenha o sucesso almejado.

Por fim, o artigo cumpriu seus objetivos e foi muito importante tanto

para o acadêmico, pois agregou um conhecimento teórico e prático de uma

nova técnica de análise, na empresa serve como base para que os índices

hoje já aplicados possam ser melhorados e para que futuramente o sistema

possa ser implementado de forma completa. Para a Faculdade AVANTIS

o trabalho tem um caráter inovador, sendo um dos poucos trabalhos

desenvolvidos sobre esse tema, o que aumenta a credibilidade para a

academia, além de servir como base de pesquisa para estudos futuros.

Como recomendação do artigo para pesquisas futuras, se dá a sugestão

357

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de um estudo sobre a aplicação de fato da ferramenta do Balanced

Scorecard em uma empresa, podem assim fazer um acompanhamento

completo da implementação, buscando apresentar as dificuldades de sua

implementação.

REFERÊNCIAS

AGENDOR. Balanced ScoreCard: Conceito, perspectiva e como aplicar. Disponível em: <https://www.agendor.com.br/blog/balanced-scorecard-conceito/>. Acesso em 26 mai. 2018.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. 280BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade - teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

COELHO, Cláudio Ulysses Ferreira; LINS, Luiz dos Santos. Teoria da contabilidade. Abordagem contextual, histórica e gerencial. São Paulo: Atlas, 2010.

GIL, A. Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da contabilidade. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade gerencial. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 1998.

______. Teoria da Contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.

______. Teoria da Contabilidade. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2015.

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam

358

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

LEMES, Sirlei; CARVALHO, L. Nelson. Contabilidade internacional para graduação. São Paulo: Atlas, 2010.

MELLO, Carlos Henrique Pereira. Gestão da Qualidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

OLIVEIRA, Nádia Fátima de. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Know How, 2010.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

359

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

UM ESTUDO DE CASO EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA BARIZON REPRESENTAÇÃO COMERCIAL LTDA - BALNEÁRIO PICARRAS - SC

AUTORES: Djhony de Souza Correia ¹

Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³

1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis

360

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RESUMODevido a complexa legislação tributária brasileira, é necessário que

as empresas realizem projeções e análises tributárias a fim de alcançar

economia tributária em relação aos recolhimentos de impostos e

contribuições. A representação comercial é uma atividade econômica

embasada na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regula as atividades

dos representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa física ou

jurídica. O representante comercial é remunerado através de comissão

referente a venda de um determinado produto ou serviço, devendo emitir

nota fiscal de prestação de serviço junto ao seu município, conforme Lei

116/2003. O presente artigo é um estudo quantitativo e descritivo com

estudo de caso e coleta de dados por pesquisa bibliográfica e documental

interpretados por tabelas, cálculos e planilhas demonstrativas. E tem por

objetivo apurar a tributação menos onerosa para uma empresa do ramo

de representação comercial e ao findar as projeções e comparações dos

regimes tributários do Lucro Presumido e Simples Nacional, foi constatado

que no referido caso, a tributação no Simples Nacional é menos onerosa

para a empresa.

Palavras-chave: Contabilidade. Planejamento Tributário.

Representação Comercial. Simples Nacional. Tributos.

361

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

1 INTRODUÇÃO

A atividade de representação comercial sofreu grandes alterações no

aspecto tributário com as alterações no Simples Nacional para 2018 e

uma vez realizado esta opção, o enquadramento é irrevogável em todo

o ano calendário.

Ao se tratar do referido ramo de atividade empresarial, nota-se

dois regimes de tributação de grande relevância para a realização do

comparativo tributário, o Lucro Presumido e o Simples Nacional. Apesar

de existir uma terceira opção de tributação, que é o Lucro Real, esta escolha

tem como tendência sempre apresentar mais ônus para empresas do ramo

da representação comercial.

Estando clara a importância de planejar a prever as alíquotas de impostos

que serão apuradas durante todo o ano calendário, o referente artigo busca

demonstrar através de projeções tributárias a forma de tributação mais

benéfica para uma empresa do ramo de representação comercial localizada

no município de Balneário Piçarras/SC. Através de um estudo na legislação

tributária vigente e previsões de faturamento para 2019 baseados nas receitas

do ano de 2017 e 2018, são realizadas simulações em diferentes regimes de

tributação, o resultado final se buscou a redução da carga tributária e trazer

impactos positivos na apuração do lucro da empresa.

Em relação a metodologia, o artigo é um estudo quantitativo

e descritivo com estudo de caso e coleta de dados por pesquisa

bibliográfica e documental interpretados por tabelas, cálculos e planilhas

demonstrativas. Para realizar as devidas simulações, foi efetuado uma

média de faturamento dos anos anteriores, baseando-se nas leis vigentes

na data deste artigo e aplicando as devidas alíquotas. As informações

foram demonstradas através de quadros, detalhando os valores mensais e

anuais para as devidas análises.

Para que o caso alcance o objetivo de identificar qual regime tributário

é adequado para a representação comercial estudada, teve por base a

seguinte questão problema: A partir dos dados de 2017 e 2018 qual o

362

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

regime tributário menos oneroso para a Marcos Barizon Representação

Comercial LTDA. em 2019?

Ainda a pesquisa teve como objetivos específicos: levantar os dados

do faturamento e da folha de pagamentos de 2017; projetar os dados do

faturamento e da folha de pagamentos de 2018 e 2019; realizar simulações

para o Lucro Presumido e para o Simples Nacional e identificar o regime

menos oneroso para a unidade caso.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os seguintes tópicos proporcionam ao leitor um embasamento básico

a respeito das leis tributárias brasileira, conceituando a contabilidade

tributária, o código tributário nacional, tipos de tributos, entre outros

itens. Para tratar do referido assunto, é relevante que o leitor entenda

alguns fatores que são decisivos em meio a um planejamento tributário.

2.1 CONTABILIDADE E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA

A contabilidade tem por função o controle das contas patrimoniais,

demonstrando a situação econômica, financeira e patrimonial do exercício

social das empresas.

Para Fabretti (2009), o conceito de contabilidade é considerado a

ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele

operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada

exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da

entidade. Entretanto, no que diz respeito à contabilidade tributária, o foco

do estudo são as leis tributárias, que detalha minuciosamente a legislação

procurando alcançar economia tributária através da elisão fiscal. O autor,

afirma que:

A legislação tributária frequentemente atropela os

resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-

363

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado

fiscal), que nada tem a ver com o resultado Contábil.

Perante o exposto, vale ressaltar que a contabilidade tributária

necessita estar em constante evolução, conforme a legislação vigente,

visto que, as leis tributárias estão mais propensas a sofrerem alterações

em curtos períodos de tempo.

2.2 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

Fundamentado na Emenda Constitucional n. 18, de 1º dezembro

de 1965, a lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 que nada mais é que o

Código Tributário Nacional dispõe sobre as regulamentações tributárias

para à União, Estados, Distrito Federal e aos Municípios. Fabretti (2009,

p. 97) afirma:

A constituição é a lei básica, fundamental do Estado

de Direito. Ela o constitui e o estrutura. Define poderes

e competências. Traça as diretrizes políticas, sociais e

econômicas por ele adotadas. Cria as normas jurídicas que

vão organizar e sistematizar o comportamento social, de

tal sorte que o encaminhe para a consecução dos fins a que

se propõe.

Conforme exposto, a necessidade de embasamento constitucional é

a premissa para tratar qualquer assunto referente ao sistema tributário

brasileiro, norteando todas as leis seguintes que abordem este determinado

assunto. O CTN (Código Tributário Nacional) discorre sobre todos os tipos

de tributos, além de detalhar as características individuas dos mesmos.

Com as devidas regulamentações para a União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, vale enfatizar que todas as entidades da República Federativa

estão a ele limitadas.

364

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

De maneira geral, no que diz respeito a direitos e deveres tributários,

ou indagações sobre uma possível inconstitucionalidade de uma lei que

interfere diretamente nos recolhimentos tributários, uma consulta no

CTN poderá fazer toda diferença para sanar as possíveis dúvidas.

2.2.1 Regimes e enquadramentos tributários brasileiros

No que se refere a tributação para empresas, torna-se indispensável

mencionar os regimes de tributação na apuração dos impostos. Estes

regimes se dividem em lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado e

simples nacional.

O referido artigo aborda em detalhes os regimes do simples nacional

e lucro presumido, visto que, ao se tratar da atividade de representação

comercial, estes regimes possuem maiores benefícios devido a margem

de lucro das empresas de representações. Sendo através de escrituração

contábil é realizado a apuração do lucro fiscal das empresas, a partir do

resultado deste lucro é que são contabilizados o imposto de renda e a

contribuição social.

Entre os regimes conhecidos no Brasil, um deles é o Lucro Real.

Observa-se que sobre este regime apresenta-se apenas um contexto geral

pois este não faz parte do planejamento tributário em estudo neste artigo.

Assim, de acordo com o art. 247 do RIR, ele é o lucro líquido do período

de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas

ou autorizadas pela legislação do IR. Fabretti (2009, p.202) afirma:

Na prática, verifica-se que, às vezes, a empresa tem um

resultado econômico negativo (prejuízo), mas a legislação

do IR manda adicionar a ele diversos valores que considera

não dedutível. Assim, de um prejuízo econômico –

resultado econômico, contábil, verdadeiro – apura-se um

“lucro real” mediante a adição de despesas ao resultado

365

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

negativo, tornando-o positivo. Nada mais irreal.

Entende-se que, mesmo que uma empresa apresente um resultado

econômico negativo, ainda tem chances de apurar um lucro fiscal positivo,

conforme previsto na legislação do IR.

Um outro regime é o Lucro Presumido, diferente do lucro real, ele

apresenta como base de cálculo uma presunção de lucro, não utilizando

o lucro contabilizado em balanço como base. O autor afirma que, “é uma

alternativa para as pequenas empresas, até o limite da receita bruta total

estabelecida em lei. Estas, em vez de apuração pelo lucro real, ou seja, de

escrituração contábil, podem presumir o lucro”. Conforme o art. 13, da lei

nº 9.718, de 27 de novembro de 1998:

A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário

anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00

(setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis

milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número

de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando

inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de

tributação com base no lucro presumido.

As presunções aplicadas a partir da receita bruta para formação da

base de cálculo possuem variação conforme atividade da pessoa jurídica,

com percentuais estabelecidos em 1,6%, 8%, 16% e 32%, somado a

ganho de capital, rendimentos e outras receitas, conforme redação da Lei

9.249/1995, artigo 15, §1°.

Pinto (2011), descreve que no Lucro Presumido a alíquota do PIS é de

0,65% e COFINS é de 3%, sendo menor do que no Lucro Real e ambos

possuem incidência cumulativa. Salientando a não possibilidade de

aproveitamento de créditos nas entradas de mercadorias e serviços.

Já de acordo com Fabretti (2009, p. 261), “o lucro arbitrado é uma prerrogativa

do Fisco. Este poderá arbitrar o lucro, na forma da lei, nas hipóteses em que a

366

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

escrituração contábil e fiscal do contribuinte for desclassificada”.

Na possibilidade de apuração da receita bruta, é possível ao contribuinte

auto arbitrar a base de cálculo do IRPJ e CSLL. As alíquotas aplicáveis sobre

o Lucro Arbitrado são as mesma aplicáveis ao Lucro Presumido, acrescidos

de 20% (REZENDE, PEREIRA E ALENCAR, 2010).

Sabe-se que, não é o intuído do sócio administrador ser arbitrado pelo fisco,

pois além de perder a liberdade de escolha de um regime tributário menos

oneroso para a sua entidade, todas as receitas arbitradas em competências

anteriores serão acrescidas de juros de mora e multa por atraso.

2.2.2 Simples Nacional (Regime tributário simplificado)

Instituído em primeiro de janeiro de 2007, através da Lei Complementar

nº 123/2006, e posteriormente alterado pela Lei Complementar 155/2016

- altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para

reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por

optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis 9.613 de 3 de março de 1998,

12.512 de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga

dispositivo da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. O Simples Nacional

dispõe de característica principal o tratamento tributário de arrecadação

unificada, além de uma única obrigação acessória mensal.

A Lei Complementar n. 155/2016 apresenta um teto de R$ 4.800.000,00

para enquadramento a tais benefícios, além de outras regras e exigências.

Salientando que nem todas as atividades possuem permissão para aderir

a opção do regime de apuração unificado de tributos do simples nacional.

Para reconhecimento das efetivas alíquotas, tal lei utiliza de anexos,

onde constam as alíquotas e partilhas dos impostos, classificando as

empresas de acordo com a atividade econômica.

As empresas optantes pelo Simples Nacional não poderão possuir

pendências junto com as Fazendas Públicas Federal, Estaduais, do Distrito

Federal ou Municipais, cuja exigibilidade não esteja suspensa, conforme

previsto no inciso V do art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro

367

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

de 2006. O não cumprimento desta norma poderá excluir a empresa do

Regime Unificado de Tributos do Simples Nacional para o ano seguinte.

Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% -2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,003ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,004ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,005ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,006ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00

Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00

Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 6,00% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00R$ 3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00R$ 4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00R$ 5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00R$ 6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00R$

Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00

Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 15,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00

ANEXO 3 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços

ANEXO 4 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços

ANEXO 5 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços

ANEXO 1 - Tabela Simples Nacional 2018 - Comércio

ANEXO 2 - Tabela Simples Nacional 2018 - Indústria

Quadro 1 – Anexos do Simples Nacional 2018Fonte: Adaptado da LC 155/2006, 2018

São estes os cinco anexos do Simples Nacional: comércio, indústria,

locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no §

5o-C do art. 18 desta Lei Complementar, receitas decorrentes da prestação

de serviços relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar  e

receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art.

368

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

18 desta Lei Complementar.

A partir da segunda faixa de faturamento, independente do anexo, a

alíquota efetiva é calculado conforme a receita dos últimos 12 (doze) meses

vezes a referida alíquota, diminuindo o parcela a deduzir e o resultado será

dividido pela receita bruta nos últimos doze meses.

2.3 CONCEITO, TIPOS E ESPÉCIES DE TRIBUTOS

O presente tópico apresenta as características de cada tributo,

abordando o conceito e diferenças entre eles, além de sua finalidade no

cenário tributário brasileiro. São estes os diferentes tipos de tributos:

impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e

empréstimos compulsórios.

No que se refere a tributos, é deveras relevante um estudo estar baseado

no Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), esta

lei fixa normas gerais de direito tributário, onde é exigido na constituição

brasileira. Conforme o CTN, artigo 3º, conceitua se tributo como:

Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em

moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não

constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada

mediante atividade administrativa e plenamente vinculada.

Estando manifestado o conceito de tributo, é necessário a sua

classificação de acordo com a espécie, da seguinte maneira: impostos,

taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos

compulsórios (FABRETTI, 2010).

De acordo com Rezende, Pereira e Alancar (2010), “Os impostos são

tributos cobrados sem a exigência de qualquer contraprestação específica

por parte do governo”. Como exemplo, pode ser citado o Imposto sobre

produto industrializado e o Imposto de Renda.

Conforme previsão constitucional, o imposto é de competência privativa,

369

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

é exclusiva da União ou dos Estados ou dos municípios ou do Distrito Federal

(art. 153 a 155 da CF). Tratando-se de taxas, Fabretti (2009) afirma:

Está definida nos art. 77 e 78 do CTN e tem como fato

gerador o exercício regular do poder de polícia ou

a utilização efetiva ou potencial de serviço público,

específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do

contribuinte (art. 77).

A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico ao imposto,

nem ser calculada em função do capital das empresas (art. 77 do CTN).

Tratando-se das contribuições de melhoria, Fabretti (2009, p. 206), afirma

que, “desde a edição do CTN (1966), já estava à contribuição de melhoria

especificada como um tributo, diferente do imposto e da taxa, portanto uma

terceira espécie”. O CTN no artigo 81 e no 82, dispõem o seguinte texto:

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,

pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,

no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída

para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra

valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa

realizada e como limite individual o acréscimo de valor que

da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observa os

seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada

pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da

370

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas

diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para

impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos

referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de

instrução e julgamento da impugnação a que se refere o

inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

Conforme a redação acima do CTN, as contribuições de melhoria deverão

conter em todos os casos uma contrapartida, com o objetivo de custear as

obrar públicas. Estas contribuições resultam numa melhoria social, como

por exemplo, iluminação, viadutos, pavimentação, entre outros.

Com um papel muito relevante em meio a sociedade, principalmente nas

questões previdenciárias estão as contribuições sociais. As contribuições

sociais apresentam uma divisão em contribuições de intervenção no

domínio econômico, contribuições de interesse de categorias profissionais

ou econômicas e contribuições de seguridade social (FRABRETTI, 2009).

Dentre os diversos tipos de contribuições, destaca-se a contribuição para o

INSS, que é a contribuição mais conhecida em meio a população brasileira.

O último tipo de tributo a ser citado são os empréstimos compulsórios,

no qual é pouco comum a sua ocorrência no cenário atual. Entretanto, o

cidadão brasileiro está sujeito a esta tributação se necessário for. Rezende,

Pereira e Alencar (2010) afirma que:

Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos

pela União exclusivamente para atender despesas

extraordinárias (não previstas no orçamento) decorrentes

de calamidade pública, guerra ou sua iminência e para

investimentos públicos de caráter urgente e de relevante

interesse nacional.

371

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Pode ser citado como exemplo de empréstimo compulsório marcado

na história brasileira, conforme dados do site do Senado Federal, o

bloqueio das contas em 16 de março de 1990, onde foi deixado apenas

50 mil cruzados novos, no equivalente a R$ 6 mil, nas contas correntes,

poupanças e outros investimentos,

Para maior entendimento prático em relação aos tributos, se faz

necessário uma breve menção dos principais tipos de tributos em vigor.

Na esfera estadual, o Imposto sobre serviço e circulação de mercadoria

é considerado fator relevante no que diz respeito a planejamento tributário.

De acordo com os referidos autores:

O ICMS é um imposto de competência dos Estados,

que incide sobre as operações relativas à circulação de

mercadorias, prestação de serviços interestaduais e

intermunicipais, e serviços de comunicação, ainda que

iniciados no exterior.

Conforme afirmação vale salientar que, sendo o ICMS um imposto

estadual, não se aplica para empresas no ramo da representação comercial,

que por sua vez será tributada pelo ISS, imposto de natureza municipal.

Ainda, afirmam que “O ISS é um imposto de competência dos

Municípios e do Distrito Federal. Tem função predominantemente fiscal,

ou seja, de fornecer recursos financeiros para o Município”.

A Lei Complementar n. 116/03 define uma lista de serviços que há

incidência do ISS, aplicando-se a todos os municípios e distrito federal,

com uma alíquota que varia de 2% a 5%, de acordo com o código do

serviço e local onde será prestado.

Tratando-se de tributos que incidem diretamente sobre o faturamento

encontram-se o PIS e a COFINS, presentes em todos os regimes de

tributação, independentemente de sua atividade econômica. Contudo, o

Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor

Público e COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade

372

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Social, ambas são embasadas pela Lei 9.718/1998, com suas devidas

alterações.

Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 70), indicam o PIS/PASEP e a

COFINS como “[...] contribuições sociais com funções fiscais, ou seja, de

arrecadação. Incidem sobre as receitas auferidas por todas as entidades,

independentemente da denominação contábil por estas recebidas”.

Diante disto, apresentam duas formas no que diz respeito ao regime de

incidência, o regime de incidência cumulativa e o regime de incidência não

cumulativa, cada qual com suas alíquotas e tratamentos (Fabretti, 2010).

Diferentemente do PIS e da COFINS, o imposto de renda da pessoa

jurídica é tributado diretamente sobre o lucro da empresa e não sobre o

faturamento, utilizando a mesma regra para a contribuição social sobre o

lucro líquido.

Tendo como base o lucro tributário, o Imposto de Renda é calculado

em períodos trimestrais ou anuais. No caso de pessoa jurídica, o IR possui

uma alíquota de 15% sobre o lucro, e 10% sobre o lucro que ultrapassar R$

20.000,00 no mês. Vale relembrar que na opção pelo regime de tributação pelo

lucro presumido, o lucro tributário é presumido de forma padrão conforme a

atividade econômica. Conforme Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 123):

Qualquer que seja a modalidade de apuração escolhida, o

contribuinte pode descontar, no momento do pagamento,

o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) que tenha sido

retido no recebimento dos rendimentos.

O IR é um tributo na maioria das vezes extremamente decisivo em

meio a planejamentos tributários efetuados tanto em pessoas jurídicas e

pessoas físicas.

Também incidindo sobre o lucro da pessoa jurídica, de competência

da União, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) também

apresenta fator de extrema relevância ao se tratar de planejamento

tributário. Os autores descrevem que:

373

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

A lógica de tributação da CSLL segue a do IRPJ. As opções

de regime de tributação são semelhantes, ou seja, existe a

possibilidade de apurar a base de cálculo da CSLL a partir

do resultado contábil, ajustado pelas adições, exclusões

e compensações descritas na legislação, ou com base em

Resultado Presumido ou Arbitrado.

Vale salientar que, pode haver diferença entre a base de cálculo do

IRPJ e CSLL, podendo-se citar como exemplo a presunção de lucro para

o comércio, onde se aplica 8% de presunção para o IR e 12% para a CSLL.

Em relação à área previdenciária, cita-se um tributo que não é

ligado diretamente ao faturamento da empresa, e sim com os salários e

remunerações.

O art. 195 da Constituição Federal estabelece que a seguridade social

será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos

da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais

dos empregadores e trabalhadores. Rezende, Pereira e Alencar (2010, p.

103) discorrem o seguinte:

As contribuições para o INSS incidem sobre salários

e outras remunerações pagas pelo trabalho, e atingem

tanto as empresas quanto seus empregados. Na qualidade

de contribuintes, as empresas estão obrigadas a pagar

contribuições ao INSS sobre folha de salários e também

sobre remunerações pagas a terceiros, não empregados,

que prestaram serviços à empresa, e na qualidade de

responsáveis, estão obrigadas a descontar dos empregados

e outros prestadores de serviços à contribuição destes e

recolher à previdência social.

Pode-se afirmar, que a contribuição para o INSS é a mais conhecida em

374

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

meio aos cidadãos brasileiros, por ser diretamente ligada a aposentadoria.

2.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO (CONCEITO E FORMAS)

O ato de estudar de maneira preventiva os fatos administrativos,

pesquisando-se seus efeitos nos setores jurídicos e econômicos e as

maneiras legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário

(FABRETTI, 2010).

Devido ao complexo sistema tributário brasileiro, o contribuinte

necessita tomar algumas decisões que influenciam diretamente nos

valores finais dos tributos. No Brasil, segundo o IBPT, em média, 33%

do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de tributos, sendo

assim, a prática de analisar a legislação vigente afim de diminuir o ônus

tributário deixou de ser uma opção e tornou-se uma necessidade. Segundo

afirmação de Malkowski (2000, p.41):

Ninguém é obrigado a escolher condutas tributadas (ou

mais severamente tributadas), quando tenha possibilidade

de ordenar suas atividades, seus negócios – sua vida, enfim

– percorrendo caminhos livres de tributação (ou com

tributação mais branda) [...]

Baseado nas afirmações acima, apesar do cenário tributário brasileiro

possuir diversas regras e obrigatoriedades aos contribuintes, é relevante

salientar que o empresário possui alguns direitos de escolhas em meio a

tantas obrigações impostas, escolhas estas que analisadas resultam em

elisão fiscal para a entidade.

Segundo Fabretti (2010, p. 133), “A economia tributária resultante da

adoção de alternativa legal menos onerosa ou de lacuna da lei denomina-

se elisão fiscal”. Portanto, possuindo embasamento jurídico, com escolhas

oriundas da própria legislação e/ou de lacunas encontradas na lei, a elisão

fiscal é lícita e legal, diferente da prática de evasão fiscal.

375

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Com o objetivo de redução ou ocultação de obrigações tributárias, a

evasão fiscal é uma prática ilícita onde contribuintes usam de artimanhas

criminosas para promover benefícios próprios. A evasão fiscal está prevista

na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as

Relações de Consumo, conforme Lei nº 8.137/90 (Fabretti, 2010).

Sabendo os conceitos de elisão e evasão fiscal, fica claro que apesar dos

nomes similares, um conceito é totalmente oposto do outro, a elisão fiscal é

um ato necessário para maior obtenção de lucros da entidade, já a evasão fiscal

é um ato criminoso que resulta em sérias consequências para a empresa.

2.4 REPRESENTAÇÃO COMERCIAL

A representação comercial é uma atividade econômica embasada

na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, onde regula as atividades dos

representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa física ou jurídica.

O representante comercial é remunerado através de comissão referente

a venda de um determinado produto ou serviço, devendo emitir nota fiscal

de prestação de serviço junto ao seu município, conforme Lei 116/2003.

Todos os profissionais que atuam na área da representação comercial,

tanto pessoa física quanto jurídica devem possuir registro no Conselho

Regional dos Representantes Comerciais, conforme imposição do art. 2º

da Lei nº 4.886/65, alterada pela Lei nº 8.420/92 e Lei nº 12.246/10. Vale

salientar que o representante comercial autônomo não deve possuir

relação de emprego, conforme o art. 1° da lei 4.886/65. O profissional que

atuar fora dos parâmetros das leis estará atuando no exercício ilegal da

profissão.

Tratando-se de pessoa jurídica, a empresa será classificada no

código nacional de atividade 45.30-7-06 (Representantes comerciais e

agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados para veículos

automotores), devendo optar pelo regime de tributação anual. Devido a

relevante margem de lucro alcançada pelo representante, a tributação

pelo Lucro Real representa uma carga tributária extremamente onerosa,

376

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

no qual obriga o empresário a decidir entre a opção do Simples Nacional e

Lucro Presumido.

3 METODOLOGIA

A metodologia da pesquisa representa quais métodos e técnicas o

pesquisador deve procede para elaborar o trabalho. Nela consiste nos

métodos de maneira pormenorizados.

Mattar Neto (2002), chama a atenção para a necessidade da metodologia

da pesquisa, havendo hipóteses práticas definidas anteriormente, de o

tópico da metodologia da pesquisa descrever como as hipóteses formuladas

serão testadas e verificadas, bem como os resultados dos testes.

Tratando-se do tipo de abordagem da pesquisa, destacam-se as

pesquisas qualitativas e quantitativas. Richardson (1999), expõe que

a principal diferença entre uma abordagem qualitativa e quantitativa

reside no fato de a abordagem qualitativa não empregar um instrumento

estatístico como base do processo de análise do problema. Na abordagem

qualitativa, não se pretende numerar ou medir unidades ou categorias

homogêneas.

O referente artigo apresenta abordagem qualitativa com o método de

pesquisa bibliográfica e descritiva. Cervo e Bervian (1983, p.55), definem a

pesquisa bibliográfica como a que:

Explica um problema a partir de referenciais teóricos

publicados em documentos. Pode ser realizada

independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou

experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar

as contribuições culturais científicas do passado existentes

sobre um determinado assunto, tema ou problema.

Contando com documentos e informações brutas, o artigo apresenta

características documentais. Gil (1999), menciona que “[...] a pesquisa

377

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um

tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os

objetivos da pesquisa”.

Assim, caracteriza-se como um estudo de caso e documental. A coleta

de dados ocorreu baseando-se em demonstrações contábeis de anos

anteriores, utilizando destes dados a fim de realizar projeções para o ano

de 2019. Diferenciar o instrumento da pesquisa essencial para a coleta de

dados é fundamental na fase de coleta de dados, Beuren (2008), afirma que

“[...] o pesquisador precisa exatificar qual será o instrumento de pesquisa

para a coleta dos dados”.

A pesquisa documental caracteriza-se pela busca de informações em

documentos que não receberam nenhum  tratamento científico, como

relatórios: reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações,

fotografias, entre outras matearias de divulgação e para este estudo, tem-se

como exemplo, os demonstrativos contábeis fornecidos pela unidade caso.

Após a coleta dos dados, se faz necessário a análise dos dados. Kerlinger

(1980, p. 353), define o processo de análise como “a categorização, ordenação,

manipulação e sumarização de dados”. Nesta fase, todo o conteúdo coletado

é utilizado como base para previsões de faturamento no ano de 2019. Tais

previsões dividem-se em faturamento tributado pela opção de tributação do

simples nacional e lucro presumido, embasado na legislação vigente.

Em resumo, o presente artigo é um estudo quantitativo e descritivo com

estudo de caso e coleta de dados por pesquisa bibliográfica e documental

interpretados por tabelas, cálculos e planilhas demonstrativas.

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Nesta seção, após o contexto da empresa, são apresentados os resultados

após as simulações dos tributos da empresa nas modalidades do simples

nacional e lucro presumido. Os cálculos tributários estão embasados na

LC 155/2016 (Simples Nacional), decreto n° 3.000/99 (RIR), Lei 9.718/98 e

Lei 12.814/2013.

378

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

4.1 CONTEXTO DA EMPRESA

A empresa Marcos Barizon Representação Comercial LTDA foi

constituída em 13 de maio de 2014, localizada atualmente no município

de Balneário Piçarras, contudo, sua localização é utilizada apenas para fins

de correspondência, haja visto que a atividade de representação comercial

normalmente não utilizada um espaço físico em sua atividade econômica.

Integrando o quadro societário da empresa estão os sócios Marcos

Barizon Francez, nascido no ano de 1978 e Josué Dorval Vieira Junior,

nascido no ano de 1993. A empresa possui como principais clientes as

empresas DPS Distribuidoras de Peças Santos LTDA, situada em Blumenau

e IDM Metalúrgica LTDA, atuando como representante de peças e

acessórios para veículos automotores na região de Santa Catarina.

Partindo da premissa que um representante comercial que fatura acima

do teto do IR está sujeito a uma alíquota de 27,5%, conforme o Regulamento

do Imposto de Renda de 1999, o profissional Marcos Barizon Francez

decidiu optar pela abertura de uma pessoa jurídica, a fim de diminuir os

custos com tributos na representação dos produtos.

4.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA A BARIZON LTDA

Baseando-se no histórico de faturamento e gastos com folha de

salário da empresa Marcos Barizon Representação Comercial LTDA nas

competências de 2017 e 2018, são elaboradas previsões de dados para os

períodos de 01/2019 a 12/2019.

A seguir no Quadro 2 são demonstrados os faturamentos e da folha

de pagamentos dos exercícios sociais de 2017 e 2018, a partir de dados

primários fornecidos pelo representante comercial.

379

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quadro 2 – Faturamento e Folha de Salários de 2017 e 2018Fonte: Arquivos da empresa, 2018

Para elaborar a previsão de faturamento de 2019, foi realizada

uma média com base nos dois anos anteriores, além de considerar a

prospectiva dos sócios para os exercícios futuros. Diferentemente da

projeção de faturamento, os gastos com a folha salário foram projetados

exclusivamente com base nas informações de 2018, visto que, na visão dos

sócios, para o exercício 2019 estes referidos gastos devem se manter na

mesma média do atual exercício.

380

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANO FATURAMENTO FOLHA SALÁRIOjan/19 8.206,54R$ 8.442,02R$ fev/19 22.175,96R$ 8.442,02R$

mar/19 17.877,16R$ 8.442,02R$ abr/19 6.232,41R$ 8.442,02R$ mai/19 24.622,04R$ 8.442,02R$ jun/19 6.436,23R$ 8.442,02R$ jul/19 14.208,30R$ 8.442,02R$

ago/19 15.587,45R$ 8.442,02R$ set/19 13.139,96R$ 8.442,02R$ out/19 23.613,75R$ 8.442,02R$ nov/19 21.924,84R$ 8.442,02R$ dez/19 12.500,00R$ 8.442,02R$

TOTAL 186.524,64R$ 101.304,24R$

Quadro 3 – Faturamento e Folha de Salários previstos para 2019Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Conforme o exposto constata-se que a atividade de representação

comercial possui algumas variáveis conforme o período do ano, com os

meses de fevereiro, maio, outubro e novembro possuindo as maiores

receitas, em contrapartida as competências janeiro, abril e junho

apresentam as menores receitas, podendo faturar menos que o gasto com

a folha salário.

381

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANO FATURAMENTO ANÁLISE VERTICAL FOLHA SALÁRIOjan/19 8.206,54R$ 4% 8.442,02R$ fev/19 22.175,96R$ 12% 8.442,02R$

mar/19 17.877,16R$ 10% 8.442,02R$ abr/19 6.232,41R$ 3% 8.442,02R$ mai/19 24.622,04R$ 13% 8.442,02R$ jun/19 6.436,23R$ 3% 8.442,02R$ jul/19 14.208,30R$ 8% 8.442,02R$

ago/19 15.587,45R$ 8% 8.442,02R$ set/19 13.139,96R$ 7% 8.442,02R$ out/19 23.613,75R$ 13% 8.442,02R$ nov/19 21.924,84R$ 12% 8.442,02R$ dez/19 12.500,00R$ 7% 8.442,02R$

TOTAL 186.524,64R$ 100% 101.304,24R$

Quadro 4 – Análise vertical de faturamento para 2019Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

MÉDIA 2017 < MÉDIA 201814.325,45R$ 8,47% 15.538,96R$

MÉDIA 2017 < MÉDIA 20183.247,30R$ 156,81% 8.339,54R$

MÉDIA DE FATURAMENTO - ANÁLISE HORIZONTAL

MÉDIA DE FOLHA SALÁRIO - ANÁLISE HORIZONTAL

Quadro 5 – Análise horizontal do faturamento e folha salário de 2017 e 2018Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Seguindo as informações apresentadas nos quadros acima, constata-

se que conforme análise vertical das informações estimadas para 2019,

o faturamento mensal em relação ao faturamento anual possui variação

entre 3% a 13% aproximadamente, fator relevante no que diz respeito

382

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ao fluxo de caixa da empresa. Entretanto, ao ser realizado uma análise

horizontal da média do efetivo faturamento de 2017 para 2018, nota-se um

crescimento de 8,47% em relação às receitas.

Tratando-se da folha salário, ainda no que diz respeito a análise

vertical de 2017 para 2018, vale salientar um aumento de 156,81% dos

referidos gastos.

4.2.1 CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO

Após o levantamento dos dados e as devidas previsões de faturamento

para 2019, se faz necessário realizar as simulações dos tributos nos dois

regimes de tributação mencionados anteriormente.

O primeiro regime será o Lucro Presumido, onde foram elaborados os

cálculos do ISS, PIS e da COFINS conforme o faturamento, IR e CSLL de acordo

com as presunções de lucro, e o INSS patronal conforme o valor da folha salário

Mês/anoFaturamento

MêsAlíquota

%Pis a

RecolherMês/ano

Faturamento Mês

Alíquota %

COFINS a Recolher

jan/19 8.206,54R$ 0,65% 53,34 jan/19 8.206,54R$ 3,00% 246,20R$ fev/19 22.175,96R$ 0,65% 144,14 fev/19 22.175,96R$ 3,00% 665,28R$

mar/19 17.877,16R$ 0,65% 116,20 mar/19 17.877,16R$ 3,00% 536,31R$ abr/19 6.232,41R$ 0,65% 40,51 abr/19 6.232,41R$ 3,00% 186,97R$ mai/19 24.622,04R$ 0,65% 160,04 mai/19 24.622,04R$ 3,00% 738,66R$ jun/19 6.436,23R$ 0,65% 41,84 jun/19 6.436,23R$ 3,00% 193,09R$ jul/19 14.208,30R$ 0,65% 92,35 jul/19 14.208,30R$ 3,00% 426,25R$

ago/19 15.587,45R$ 0,65% 101,32 ago/19 15.587,45R$ 3,00% 467,62R$ set/19 13.139,96R$ 0,65% 85,41 set/19 13.139,96R$ 3,00% 394,20R$ out/19 23.613,75R$ 0,65% 153,49 out/19 23.613,75R$ 3,00% 708,41R$ nov/19 21.924,84R$ 0,65% 142,51 nov/19 21.924,84R$ 3,00% 657,75R$ dez/19 12.500,00R$ 0,65% 81,25 dez/19 12.500,00R$ 3,00% 375,00R$ Total 186.524,64 0,65% 1.212,41 Total 186.524,64R$ 3,00% 5.595,74R$

Lucro Presumido Cálculo PIS

Lucro PresumidoCálculo COFINS

Quadro 6 - Tributação do PIS e da COFINS na modalidade do Lucro Presumido.Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Após análise dos referidos quadros de tributação do PIS e da COFINS,

383

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

no regime cumulativo com alíquotas de 0,65% de PIS e 3% da COFINS

previstas na Lei Nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Vale salientar que na

modalidade cumulativa, o contribuinte não tem direito a nenhum crédito

a descontar do valor do imposto a ser pago, exceto as exclusões da base

de cálculo devido às notas fiscais canceladas e descontos incondicionais

concedidos no ato do fato gerador.

Mês/anoBASE DE

CÁLCULOAlíquota %

INSS a Recolher

jan/19 8.206,54R$ 5,00% 410,33fev/19 22.175,96R$ 5,00% 1.108,80

mar/19 17.877,16R$ 5,00% 893,86abr/19 6.232,41R$ 5,00% 311,62mai/19 24.622,04R$ 5,00% 1.231,10jun/19 6.436,23R$ 5,00% 321,81jul/19 14.208,30R$ 5,00% 710,42

ago/19 15.587,45R$ 5,00% 779,37set/19 13.139,96R$ 5,00% 657,00out/19 23.613,75R$ 5,00% 1.180,69nov/19 21.924,84R$ 5,00% 1.096,24dez/19 12.500,00R$ 5,00% 625,00Total 186.524,64 5,00% 9.326,23

Lucro PresumidoCálculo ISS

Quadro 7 – Tributação do ISS referente o Município de Balneário PiçarrasFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Apesar do ISS possuir a mesma base de cálculo, as leis que

regulamentam este tributo são outras se comparado ao PIS/COFINS, o

ISSQN está previsto na Lei 116/2003. No item 10.09, mencionado no Art.

1º da mesma lei, expõe a atividade de representação comercial, onde todos

os municípios devem seguir o mesmo código.

384

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Mês/anoFaturamento

MêsAliquota

Presunção %Presunção Aliquota IR % IRPJ a Pagar

1º Trimestre 48.259,66 32,00% 15.443,09 15,00% 2.316,462º Trimestre 37.290,68 32,00% 11.933,02 15,00% 1.789,953º Trimestre 42.935,71 32,00% 13.739,43 15,00% 2.060,914º Trimestre 58.038,59 32,00% 18.572,35 15,00% 2.785,85

Total 186.524,64 8,00% 59.687,88 15,00% 8.953,18

Mês/anoFaturamento

MêsAliquota

Presunção %Presunção Aliquota CSLL% CSLL a Pagar

1º Trimestre 48.259,66 32,00% 15.443,09 9,00% 1.389,882º Trimestre 37.290,68 32,00% 11.933,02 9,00% 1.073,973º Trimestre 42.935,71 32,00% 13.739,43 9,00% 1.236,554º Trimestre 58.038,59 32,00% 18.572,35 9,00% 1.671,51

Total 186.524,64 12,00% 59.687,88 9,00% 5.371,91

Lucro PresumidoCálculo CSLL

Lucro PresumidoCálculo IRPJ

Quadro 8 – Cálculo de IRPJ e CSLL na modalidade do Lucro PresumidoFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

De maneira já exposta sobre as regras na apuração do IRPJ e CSLL, o

quadro acima resume a simulação total dividida em trimestres da apuração

do imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro

presumido. O pagamento é devido no último dia útil do mês subsequente

ao trimestre apurado.

Conforme a presunção de 32% sobre o Lucro presume se que a empresa

finalizará o ano de 2019 com um lucro de R$ 59.687,88, com um total de

tributo calculado sobre o lucro presumido de R$ 14.325,00.

385

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Mês/ano Folha Salário Alíquota %INSS a

Recolherjan/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40fev/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40

mar/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40abr/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40mai/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40jun/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40jul/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40

ago/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40set/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40out/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40nov/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40dez/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40

Total 101.304,24 20,00% 20.260,85

Lucro PresumidoCálculo INSS PATRONAL

Quadro 9 – Cálculo do INSS PatronalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Além do INSS descontado do salário bruto, a empresa também deve

recolher o INSS patronal, previsto no artigo 22 da Lei Nº 8.212, de 24 de

Julho de 1991. No caso da referida empresa, sua alíquota de INSS patronal

está em 20% sobre o total das remunerações pagas.

4.2.2 Cálculo para o Simples Nacional

Para demonstrar os cálculos tributário na modalidade do Simples

Nacional, se faz necessário mencionar algumas mudanças que a legislação

trouxe com a LC 155/2016, principalmente para empresas do ramo da

representação comercial.

Para as atividades enquadradas no CNAE 43.30-7-06 (Representantes

386

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

comerciais e agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados

para veículos automotores) a LC 155/2016 dispõe de dois anexos diferentes

para fins tributários, o anexo III (tributação menos onerosa) e o anexo V

(maior ônus).

Quadro 10 – Anexo III e V do Simples Nacional, conforme Lei Complementar 155/2016Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

O anexo III quanto o anexo V demonstrados no quadro acima, possui

todos os tributos (PIS, COFINS, ISS, IRPJ, CSLL, INSS patronal) unificados

em uma única guia de recolhimento mensal. Sua alíquota efetiva sofre

uma variação mensal de acordo com a receita acumulada dos últimos 12

meses, aplicando a seguinte formula:

387

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

RBT12xAliq-PD RBT12

RBT12 =Receita Bruta últimos 12 meses

Aliq =

Alíquota nominal constante dos Anexos I a V da referida Lei Complementar

PD =

Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da referida Lei Complementar

= ALÍQUOTA EFETIVA

Quadro 11 - Formula para cálculo da alíquota efetiva da LC 155/2016Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Sabendo a fórmula para cálculo dos anexos do Simples Nacional, é

fundamental saber em qual dos dois anexos a empresa será tributada. O

parágrafo 5º-J, Art. 18 da referida Lei expõe a seguinte redação:

As atividades de prestação de serviços a que se refere o

§ 5o-I serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei

Complementar caso a razão entre a folha de salários e a

receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a

28% (vinte e oito por cento).

Ainda tratando-se do mesmo assunto, o parágrafo 5º-M, do Art. 18 da

LC 155/2016 discorre o seguinte:

Quando a relação entre a folha de salários e a receita bruta

da microempresa ou da empresa de pequeno porte for

inferior a 28% (vinte e oito por cento), serão tributadas no

Anexo V desta Lei Complementar as atividades previstas.

388

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Seguindo as regras exigidas em lei, foi calculado mensalmente a relação

entre a folha de salários e a receita bruta, para que a partir deste ponto,

sejam realizadas as apurações do efetivo tributo.

ANO FATURAMENTO FOLHA SALÁRIORELAÇÃO FOLHA X RECEITA

ÚLTIMOS 12 MESES

jan/19 8.206,54R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%fev/19 22.175,96R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%

mar/19 17.877,16R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%abr/19 6.232,41R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%mai/19 24.622,04R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%jun/19 6.436,23R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%jul/19 14.208,30R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%

ago/19 15.587,45R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%set/19 13.139,96R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%out/19 23.613,75R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%nov/19 21.924,84R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%dez/19 12.500,00R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%

TOTAL 186.524,64R$ 101.304,24R$

Quadro 12 - Relação Folha x ReceitaFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Visto que a empresa se enquadrou em todos os meses com a folha

salário superior a 28% da receita bruta, todo o ano de 2019 será enquadrado

no anexo III desta Lei, trazendo benefícios com uma tributação menos

onerosa, partindo de alíquotas de 6%, diferentemente do anexo V, que traz

a alíquota de 15,5%.

389

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

ANO FATURAMENTORECEITA BRUTA

ÚLTIMOS 12 MESES

Alíquota Efetiva

Simples Nacional a Pagar

jan/19 8.206,54R$ 194.640,72R$ 6,391140% 524,49R$ fev/19 22.175,96R$ 191.480,70R$ 6,311779% 1.399,70R$

mar/19 17.877,16R$ 191.961,75R$ 6,324029% 1.130,56R$ abr/19 6.232,41R$ 195.019,90R$ 6,400490% 398,90R$ mai/19 24.622,04R$ 193.769,05R$ 6,369507% 1.568,30R$ jun/19 6.436,23R$ 190.115,70R$ 6,276682% 403,98R$ jul/19 14.208,30R$ 191.946,34R$ 6,323637% 898,48R$

ago/19 15.587,45R$ 196.567,29R$ 6,438272% 1.003,56R$ set/19 13.139,96R$ 189.922,75R$ 6,271680% 824,10R$ out/19 23.613,75R$ 183.276,09R$ 6,092951% 1.438,77R$ nov/19 21.924,84R$ 206.889,84R$ 6,675853% 1.463,67R$ dez/19 12.500,00R$ 228.814,68R$ 7,109353% 888,67R$

TOTAL 186.524,64R$ 11.943,19R$

Quadro 13 - Apuração do Simples Nacional pelo anexo IIIFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

O quadro acima demonstra o total de tributos que a empresa pagaria

tributando no Simples Nacional, no anexo III conforme já mencionado

anteriormente. Vale salientar que o INSS patronal da empresa já encontra-se

embutido na guia do Simples Nacional juntamente com os demais tributos.

No que diz respeito a soma das receitas e folhas salário nos períodos

de outubro, novembro e dezembro de 2018 para fins de calcular a receita

e folha dos últimos 12 meses, foram utilizados os mesmos valores do

exercício de 2017, visto no presente artigo não realizou previsões de

faturamento e folha nas referidas competências.

390

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

4.2.3 Resumo comparativo e conclusões entre os regimes adotados

Conforme anteriormente exposto, o presente artigo demonstrou todas

as apurações nas modalidades do Lucro Presumido e Simples Nacional,

embasado das legislações vigentes até a presente data. Após efetuada

todas as projeções tributárias é possível realizar um resumo comparativo

entre os dois regimes de tributação.

Quadro 14 - Comparativo entre o Lucro Presumido e Simples NacionalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

De acordo com o quadro demonstrado acima, nota-se que a contribuição

previdenciária patronal apresenta grande relevância entre os demais

tributos, sendo ela a mais onerosa tanto no regime do Lucro Presumido

quanto no Simples Nacional. Salientando que, no sistema unificado dos

tributos, a base de cálculo do CPP é fixa, independentemente do valor da

folha de pagamento da empresa, em contrapartida no Lucro Presumido,

quanto maior for o gasto com a folha salário, maior será a base de cálculo

da contribuição previdenciária patronal.

Ainda em análise do referido quadro acima, fica notório a diferença

de tributos a pagar entre o Lucro Presumido e o Simples Nacional, com o

391

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

regime unificado de tributos disponibilizando uma economia de 76,45%

em relação ao Lucro Presumido.

DIVISÕES DOS TRIBUTOS UNIFICADOS

VALOR DO TRIBUTO

Análise Vertical dos Tributos

Média da Alíquota em Relação ao Faturamento

PIS 364,27R$ 3,05% 0,20%COFINS 1.683,99R$ 14,10% 0,90%

IRPJ 2.746,93R$ 23,00% 1,47%CSLL 1.791,48R$ 15,00% 0,96%ISS 2.030,34R$ 17,00% 1,09%CPP 3.326,18R$ 27,85% 1,78%

TOTAL 11.943,19R$ 100,00% 6,40%

SIMPLES NACIONAL

Quadro 15 - Análise das alíquotas do Simples NacionalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

O quadro anterior demonstra uma média anual das alíquotas aplicadas

no referido trabalho, observando-se que ao descriminar as alíquotas com

os tributos individualizados, fica notório os benefícios que o Simples

Nacional proporciona para a empresa em questão. Observa-se também

que o PIS foi o tributo menos oneroso para a empresa, com uma alíquota

média de 0,20% em relação ao faturamento bruto e 3,05% em relação ao

total de tributos apurados e o CPP ficando com o posto de tributo mais

oneroso, com uma alíquota média de 1,78% em relação ao faturamento

bruto e 27,85% em relação a totalidade de tributos apurados.

Um fator que mudaria este cenário tributário é a hipótese da empresa

reduzir de maneira considerável seu gasto com a folha salário, efetuando

as rescisões de seus funcionários e mantendo um pró-labore do sócio em

R$ 2.000,00.

392

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

Quadro 17 – Considerando folha salário da empresa em R$ 2.000,00Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018

Perante o exposto, identifica-se que a diferença entre o Lucro

Presumido e o Simples Nacional diminui de maneira considerável, o fato é

que, com os valores da folha salário diminuindo, logo a base de cálculo do

CPP do Lucro Presumido também diminui da mesma forma. Sabe-se que a

folha salário foi reduzida para R$ 2.000,00/mês, ocasionando um total de

R$ 24.000,00 ao ano, tornando a razão entre a receita bruta e a folha dos

últimos 12 meses inferior a 28%, em consequência a tributação do Simples

Nacional passa do anexo III para o anexo V, com os valores dos tributos

apurados no quadro acima.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo teve por objetivo apurar qual o regime tributário mais

benéfico comparando o Lucro Presumido e o Simples Nacional para uma

empresa de representação comercial do município de Balneário Piçarras – SC.

Baseando-se na referida análise, pode-se afirmar que o objetivo geral

393

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

do estudo foi alcançado com sucesso, atendendo todas as leis tributárias

vigentes até a presente data, o Simples Nacional foi a modalidade menos

onerosa identificada após todas as simulações para o ano exercício de

2019, com uma redução considerável na carga tributária da empresa.

Recomenda-se que a empresa Barizon Representação Comercial

LTDA continue realizando periodicamente o Planejamento Tributário,

acompanhando todas as alterações na legislação tributária, com o intuito

de obter economia de tributos de maneira preventiva.

Perante as informações contidas no presente artigo, conclui-se que

o planejamento tributário é um item extremamente relevante, seja qual

for a atividade econômica da entidade, conhecer as legislações que

regulamentam a empresa proporciona uma série de benefícios a curto e

longo prazo. Vale salientar que o Planejamento Tributário é um estudo de

caráter preventivo, não podendo este ser realizado após fatos geradores já

ocorridos.

REFERÊNCIAS

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______. Planalto do Governo. Lei nº 116, de 31 de Julho de 2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp116.htm>. Acesso em 03 nov. 2018.

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395

DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL

da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9249.htm>. Acesso em 03 nov. 2018.

______. Planalto do Governo. Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998. Altera a Legislação Tributária Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9718compilada.htm>. Acesso em 03 nov. 2018.

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