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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRIBRUNA JAIME FEIDENORGANIZADORES
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRIBRUNA JAIME FEIDENORGANIZADORES
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do Centro Universitário Avantis - UNIAVAN Aline M. d’Oliveira CRB 14 – 1063
CDD 21ª ed. 658.1511 – Contabilidade financeira.
Grunow, Aloisio.
G891d Design da contabilidade gerencial. Aloisio Grunow; Juliana Andressa Negri (orgs.). Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2019.
395 p. il. Inclui Índice ISBN: 978-85-5456-200-7 ISBNe: 978-85-5456-199-4
1. Contabilidade financeira. 2. Gerência financeira - Contabilidade. I. Centro Universitário Avantis - UNIAVAN. II. Título.
ALOISIO GRUNOWJULIANA ANDRESSA NEGRI
BRUNA JAIME FEIDENOrganizadores
AUTORESAndré Matheus Petry
Adriana da SilvaAlessandra Menezes
Aloísio Grunow Anderson Rui dos Anjos
Bruna TeixeiraDante Guilherme Santos Panzeri da Cruz
Débora Alexandre dos SantosDinalva de Souza
Djhony de Souza CorreiaEdemir Manoel dos Santos
Edenise A. dos AnjosEdson Francisco Floriani
Fabio Paradela LoboFelipe Lima BitencourtGabriel Von Fruhauf
João Luiz dos Santos JuniorJonas Patrick Pereira
Juliana Andressa NegriMaiara Moura
Lenize Ribeiro de SouzaPriscila Ely de GodoyPriscila dos Santos
Rafael Gustavo GoemannRoberto Mathias SusinSergio Kloster Pereira
Sigolf UlrichTarcita Cabral Ghizoni de Sousa
Wanderley Pivatto Brum
REVISÃOBruna Jaime Feiden
Fernanda Germani Oliveira Chiaratti
CAPA E PROJETO GRÁFICOAna Lúcia Dal Pizzol
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................11
CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O MERCADO LIVRE DE ENERGIA EM REDE SUPERMERCADOS (VALE DO ITAJAÍ)..........................................................................................................................17
Adriana da Silva Prof. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Edemir Manoel dos Santos
ANALISE DE FILIAL DO BANCO HSBC NO ESTADO DE SANTA CATARINA QUANTO AO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE APLICAÇÕES..................35
André Matheus PetryProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Sigolf Ulrich
ANÁLISE DO CUSTO DE TRANSPORTE DE FROTA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA. ESTUDO DE CASO DO GRUPO ABOUT........................................57Débora Alexandre dos Santos Sergio Kloster Pereira Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. Esp. Anderson Rui dos Anjos
A CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS EM SUA PERCEPÇÃO HISTÓRICA.......................................................................................................75
Dinalva de Souza Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Rafael Gustavo Goemann
CONTABILIDADE ESTRATÉGICA APLICADA EM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ..........................................105
Felipe Lima BitencourtProf. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Roberto Mathias Susin
A CONTABILIDADE GERENCIAL E AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS.................................................................................................125
Prof. MSc Juliana Andressa Negri Edenise A. dos AnjosProf. MSc Edson Francisco Floriani
DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ABATE DE AVE............................................................................................145
Lenize Ribeiro de SouzaProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Bruna Teixeira
UMA ABORDAGEM DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DO PRODUTO VISCOSE MVS DA CHINA.....................................................................165
Maiara Moura Prof. MSc Aloísio Grunow Prof. MSc Wanderley Pivatto Brum
FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO SERVIÇO CONTÁBIL: UM ESTUDO COM USUÁRIOS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS DA COSTA ESMERALDA..............................................................................................................................185
Jonas Patrick Pereira Prof. MSc Juliana Andressa NegriProf. MSc Anderson Ruy dos Anjos
HOLDING FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS POSSÍVEIS VANTAGENS DE SUCESSÃO EMPRESARIAL DO GRUPO ONIX CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA...............................................................221
Gabriel Von Fruhauf Prof. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Alessandra Menezes
O IMPACTO DOS TRIBUTOS SOBRE O RESULTADO NA COMPRA E VENDA DE AÇÕES NO MERCADO DE CAPITAIS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO SOBRE O REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA.................................................245
Dante Guilherme Santos Panzeri da CruzProf. MSc Aloísio GrunowProf. MSc Edemir Manoel dos Santos
ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS: UM ESTUDO NO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ..........................265
Priscila Ely de Godoy Profa MSc Bruna Teixeira Profa. Dra Tarcita Cabral Ghizoni de Sousa
ANÁLISE DO SEGMENTO DE PRODUTO QUE APRESENTA MAIOR MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM UMA ÓTICA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE TIJUCAS - SC............................................................................................................................293
Priscila dos Santos Prof. Esp. João Luiz dos Santos Junior Prof. MSc Roberto Mathias Susin
INDICADORES DE DESEMPENHO DO BALANCED SCORECARD (BSC) COMO SUPORTE AO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO ESTRATÉGICA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA CP COMERCIAL S/A.............................323
Fabio Paradela Lobo Prof. MSc Aloísio Grunow Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos
UM ESTUDO DE CASO EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA BARIZON REPRESENTAÇÃO COMERCIAL LTDA - BALNEÁRIO PICARRAS - SC........................................................................................................................359
Djhony de Souza CorreiaProf. MSc Juliana Andressa Negri Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos
APRESENTAÇÃO
DESING DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A Contabilidade Gerencial ou de Gestão envolve um conjunto de técnicas
e procedimentos contábeis, como a contabilidade financeira, a de custos e a
análise das Demonstrações Contábeis, que, quando combinados, fornecem
informações valiosas para o processo de tomada de decisão nas empresas.
O Desing da Contabilidade Gerencial consiste em uma proposta voltada
quanto a aprendizagem e o crescimento dos acadêmicos e seus respectivos
mestres, junto a evolução de pesquisas e conhecimento agregado ao
processo de conclusão do curso de Ciências Contábeis.
Dentro do contexto empresarial, se apresenta uma divisão da
Contabilidade Gerencial mediante a exposição de artigos de domínio em
práticas voltadas as organizações.
Como não podia deixar de ser, a obra aborda a problemática da
harmonização contabilística, que ganhou impulso a partir de 1973, com a
criação da IASB-International Accounting Standards Board, e segue hoje
numa dinâmica de convergência a nível mundial, descrevendo os aspectos
essenciais em relatos empresariais nos ramos supermercadista, cooperativas
de saúde, instituições financeiras, empreendimentos da construção civil,
agropecuária, aspectos tributários nacionais e internacionais.
A partir daí, aborda as operações em curso do exercício, através do
estudo das classes e operações voltadas ao incremento da contabilidade,
dando especial ênfase a aspetos práticos, indo ao encontro a comunidade
acadêmica, docente e discente, que atribui grande significado a
exemplificação prática dos conceitos teóricos acabados de expor.
No capítulo 1 a pesquisa teve como intuito estudar a Contabilidade
Gerencial no processo de gestão junto ao Mercado Livre de Energia (ACL)
na rede de Supermercados Santa Catarina e como ocorreu à migração
desse insumo para o mercado livre de energia. O estudo demonstrou
aos gestores vantagens sobre o referido recurso em um ambiente onde
o consumidor passa a ter a liberdade de escolher suas próprias fontes
geradoras de energia, e de negociar preços.
No capítulo dois os autores apresentaram estudo que teve como
objetivo principal demonstrar os resultados obtidos em aplicações
financeiras quando relacionadas à diversificação do perfil de investidores
dentro de uma instituição financeira no estado de Santa Catarina. Nesse
estudo de caso foi realizado a análise de carteira em aplicação de banco
múltiplo, onde o trabalho foi estruturado de modo a explicar os princípios
voltados à liquidez, rentabilidade e risco, bem como, a heterogeneidade de
investimentos de que dispomos e que corroborem sobre como investir, sua
forma correta e segura, quais os tipos de investimentos, e de que formato
os valores são aplicados pelo banco, sobre os prós e contras em se investir
finalizando na taxa de retorno.
No capítulo três o enfoque do estudo demonstrou o que deve ser
considerado na escolha entre permanecer com a frota própria de
transportes ou o processo de terceirização em uma rede de Supermercados
de Santa Catarina, uma vez que manter frota própria possibilita
desempenho operacional superior e disponibilidade quanto a capacidade
de transporte e custos menores, contudo a terceirização, apresenta
vantagens quanto a otimização do tempo para os gestores os quais ficariam
voltados às decisões estratégicas da empresa.
Por sua vez no capítulo quatro o estudo buscou analisar as principais
características do perfil da produção científica na área de pesquisa em
Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos, onde realizou-se
um estudo Bibliométrico com 46 artigos brasileiros e 04 publicações
internacionais, totalizando uma amostra de 50 (cinquenta) produções
científicas referentes ao período de 1990 a 2016.
No capítulo cinco os autores estudaram a vantagem competitiva que
está na essência de qualquer estratégia e que para obtê-la, é preciso que a
organização faça uma escolha. Sobre esse tipo de prerrogativa competitiva,
muita das vezes a percepção dos gestores não se encontra sobre pauta,
quando o assunto aborda Cadeia de Valor, Posicionamento de Custos e
seus Direcionadores. Assim, a cooperativa é uma sociedade de natureza
civil, formada por no mínimo 20 pessoas, gerida de forma democrática
e participativa, com objetivos econômicos e sociais comuns. Os próprios
associados, seus líderes e representantes têm total responsabilidade pela
gestão e fiscalização da cooperativa.
Da mesma forma no capítulo seis apresentou-se estudo sobre
correlação através da contabilidade gerencial ambiental a quantidade de
mão-de-obra utilizada na construção civil junto ao volume de projetos
sustentáveis presentes na cidade de Balneário Camboriú, Santa Catarina,
por meio de licenças expedidas pela Prefeitura Municipal.
No capítulo sete o presente artigo proporcionou estudo sobre a
desoneração da folha de pagamento, promulgada pela Lei 12.715/2012, que,
desde então, vem auxiliado no desenvolvimento dos setores beneficiados.
A metodologia aplicada é um estudo de caso, o qual busca analisar e
demonstrar o impacto nos resultados financeiros em uma empresa de
abate de aves do estado do Mato Grosso do Sul.
No capítulo oito o estudou apresentou tópicos sobre concorrência
do mercado econômico brasileiro e o crescente aumento do comércio
internacional chinês, apresentado nos últimos anos, onde as organizações
foram obrigadas a buscarem novas ideias e oportunidades. A importação
de mercadorias tem servido como estratégia para as grandes empresas se
sobressaírem aos seus concorrentes no mercado nacional. Nesse contexto,
o presente trabalho tem por objetivo demonstrar o processo de importação
do fio de viscose MVS da China.
No Capítulo nove os autores identificaram no artigo que a busca
incansável dos escritórios de serviços contábeis é atender as necessidades
especificas de seus clientes e neste contexto, o escritório de Contabilidade
em estudo procura corresponder a essa necessidade de seus tomadores
de serviços, construindo um ambiente que gere informações úteis, e
que possam servir de auxílio na tomada de decisão. O Artigo evidenciou
que para a empresa de serviços contábeis alcançar seus objetivos faz-se
relevante que ela ofereça um serviço de qualidade, com segurança nos
dados entregues, e que possam atender a necessidade do contratante.
No Capítulo DEZ o artigo abordou estudo sobre modalidade
holding que pode ser considerada uma pratica de grandes entidades
em se utilizarem das vantagens tributárias e meios de centralização e
organização sucessória. Assim, o artigo abordou esse aspecto através de
um estudo de caso quanto a constituição de uma empresa holding em um
grupo empresarial do ramo da construção civil de Santa Catarina.
No Capítulo 11 o artigo apresentou estudo a respeito dos tributos cobrados
sobre o ganho de capital em negociações do mercado secundário de ações,
com foco em delimitar quais tributos são cobrados sobre a receita advinda da
venda de ações no mercado financeiro e o impacto destas sobre o lucro.
No Capítulo 12 o trabalho objetivou analisar as receitas e despesas do
Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.
A margem de contribuição, estudada no Capítulo 13 é uma importante
ferramenta na gestão de uma empresa e fundamental para o planejamento
empresarial e essencial para a tomada de decisão. O presente artigo foi
elaborado com o intuito de analisar qual segmento de produto apresenta
maior margem de contribuição em uma ótica de pequeno porte localizada
em Tijucas-SC e identificar dentre os segmentos comercializados, qual
gera maior lucratividade para a empresa e assim contribuir para que a
mesma possa monitorar a margem de contribuição de seus produtos.
Uma das características do ambiente empresarial apresentadas no
Capítulo 14 é a competitividade, fato esse que faz com que as instituições
necessitem constantemente se renovar e buscar iniciativas para evoluir
e apresentar diferenciais que a destaquem no mercado. Uma dessas
iniciativas é o Balanced Scorecard (BSC), uma metodologia de planejamento
estratégico, na qual a entidade define suas metas e estratégias para
medir o desempenho empresarial através de indicadores quantificáveis
e verificáveis. O presente estudo realizado nos indicadores de análise da
empresa CP Comercial S/A baseado no conceito do BSC, para verificar a
influência que os seus indicadores exercem sobre as decisões dos gestores.
Por último no Capítulo 15 o trabalho abordou a complexa legislação
tributária brasileira, sobre a representação comercial que é uma atividade
econômica embasada na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regula
as atividades dos representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa
física ou jurídica.
Que saibamos, trata-se da primeira obra, acabada, do Curso de Ciências
Contábeis da UNIAVAN, apontando um amadurecimento da produção
cientifica de qualidade.
Talvez porque a intenção tenha sido de proporcionar ao estudante uma
sebenta, expositiva de conceitos em exercícios práticos e, ao professor, um guia
que aborda as matérias de base da contabilidade gerencial, de forma sistematizada.
Temos a certeza que outras obras virão a seguir, não tanto generalistas,
mas, especializadas de modo que a pesquisa possa refletir grande
amadurecimento.
Terminamos desejando que essa seja a primeira de muitas obras que
possam ser produzidas com o objetivo de agregar eficiência e eficácia, e
fazendo votos para que os académicos, docentes e discentes, façam bom
uso dessa ferramenta.
Prof. MSc Aloísio Grunow - uniAvan: Centro Universitário AvantisOrganizador e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis.
Prof. MSc Juliana Andressa Negri - uniAvan: Centro Universitário AvantisOrganizadora e Professora do Curso de Ciências Contábeis
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE GERENCIAL: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O MERCADO LIVRE DE ENERGIA EM REDE SUPERMERCADOS (VALE DO ITAJAÍ)
AUTORES: Adriana da Silva 1
Prof. MSc Aloísio Grunow 2
Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos 3
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis e Especialista em Finanças e Controladoria. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOA pesquisa teve como intuito estudar a Contabilidade Gerencial no
processo de gestão junto ao Mercado Livre de Energia (ACL) na rede de
Supermercados Santa Catarina. O objetivo do estudo foi verificar como
ocorreu à migração desse insumo no setor supermercadista. Contando com
um grupo de 19 lojas e 1 Centro de Distribuição entre o litoral catarinense
e o vale do Rio Tijucas, os Supermercados Santa Catarina comercializa
mais de 20 mil itens para um público de 840 mil clientes por mês. Quanto
à metodologia se propõe uma pesquisa de caráter qualitativa, exploratória
e com estudo de caso, ou seja, na referida rede atacadista, a qual teve
seu nome substituído de modo a se resguardar perante os resultados
apresentados. A coleta de dados por meio de roteiro de entrevista e
levantamentos na empresa, tratados pela análise de conteúdo. A migração
para o mercado livre de energia ocorreu após os gestores analisarem a
possibilidade de vantagens sobre o referido recurso à empresa, o ambiente
onde o consumidor passa a ter a liberdade de escolher suas próprias fontes
geradoras de energia, e de negociar preços. A redução da fatura é um dos
principais motivos que levaram a empresa ao ACL. Apesar das dificuldades
encontradas, a migração para o ACL colaborou para melhorar a tomada de
decisões econômicas, papel da controladoria, sobre o recurso energia na
empresa estudada.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial. Energia elétrica. Rede de
Supermercados.
19
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
Para o desenvolvimento socioeconômico das nações, o insumo
energia elétrica se torna indispensável à sociedade ANEEL, (2018). A
principal fonte de geração de energia no Brasil é a hidrelétrica (água
corrente dos rios), que representa 62% da capacidade instalada no país,
seguida das termelétricas (gás natural, carvão mineral, combustíveis
fósseis, biomassa e nuclear), com 28%. Os outros 10% são provenientes
de usinas eólicas (energia dos ventos) e importação da energia de
outros países ANEEL, (2018)
A pesquisa apresenta como tema o mercado livre de energia elétrica um
estudo para a gestão da rede de supermercados Santa Catarina com sede
em Tijucas SC. No ambiente do mercado livre de energia os consumidores
podem escolher livremente por um contrato que proporcione melhor
economia do recurso.
A “delimitação do tema por si só não constitui um problema; é
preciso identificar as especificidades da questão que se pretende
investigar até chegar à formulação da pergunta sobre o tema” (BEUREN,
2008, p. 64). Sendo assim, o presente artigo tem como problema de
pesquisa: Como a adequação ao Mercado Livre de Energia possibilita
vantagens ao meio ambiente e econômica na gestão para a rede de
supermercados Santa Catarina?
Diante do exposto, o objetivo geral desta pesquisa é verificar como
ocorreu a migração para o Mercado Livre de Energia Elétrica e se
possibilitou economia a Rede de Supermercados no litoral de Santa
Catarina. Neste sentido o estudo tem como objetivos específicos conhecer
como funciona o Mercado Livre de Energia bem como o Mercado Cativo;
mapear o processo de migração através de dados fornecidos pela empresa
e analisar se a adequação ao mercado livre agregou vantagens para a
empresa.
20
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1.1 A EMPRESA: REDE DE SUPERMERCADOS SANTA CATARINA
De acordo com os arquivos da empresa e também seu site eletrônico,
a trajetória de sucesso da família junto a rede alimentícia, iniciou-se na
década de 1980, com o comércio em feiras livres. Com o êxito, ampliaram
seus negócios, onde em 1994 inaugurou o seu primeiro supermercado
no município de Tijucas, estado se Santa Catarina. A empresa hoje conta
com 19 lojas e um moderno Centro de Distribuição, todos localizados no
litoral de SC.
Em sua trajetória a empresa consolidou sua marca, apresenta um
quadro de funcionários com 2.500 pessoas e comercializam mais de 20 mil
itens para um público de 840 mil clientes por mês. Segundo o diretor da
empresa é uma região que cresce bastante e no verão, as vendas crescem de
40% a 50%. Aos 23 anos de história a Rede Santa Catarina é a terceira rede
em faturamento no estado, estando entre as 50 maiores no país, conforme
a Associação Brasileira de Supermercados – Abras (2017).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
O mercado de energia elétrica no Brasil no passado encontrava-
se vinculado em sua maioria à atividade econômica que era
significativamente agrária, a participação da eletricidade como insumo
sempre teve sua importância, contudo se tornou representativa com o
início da industrialização, seguida pelos fatores como a concentração
da população em centros urbanos e o surgimento de uma classe média,
assim, esse apontamentos somadas impulsionaram seu uso BORGES;
CARVALHO, (2014).
O sistema elétrico é composto por quatro fases, geração, transmissão,
distribuição e consumo. No Brasil a sua estruturação iniciou no final do
21
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
século XIX. “As primeiras usinas e linhas de transmissão construídas
tinham propósito de alimentar cargas pontuais, porém com o tempo,
houve a disseminação do uso da eletricidade, tornando-se necessário
transportar a energia elétrica nas residências.” BARROS; BORELLI;
GEDRA, (2014, p. 11).
Nos últimos anos o setor elétrico teve grandes mudanças, a gestão
desses, atualmente é administrada por empresas privadas e também
pelo setor público. A energia elétrica além de atender os grandes centros
urbanos é necessária nos campos e na agricultura.
Em 2003 o governo brasileiro lançou um programa denominado “Luz
para Todos”, com o objetivo de acabar com a exclusão elétrica no país,
subsidiando a construção de infraestrutura elétrica de modo a sanar
referida deficiência a população.BARROS; BORELLI; GEDRA, (2014, p.
11). Embora seja um desafio constante garantir acesso à energia elétrica
à população, este setor tem se desenvolvido ao longo dos tempos, a
energia elétrica por mais que atenda grande parte da sociedade, ainda
existem alguns lugares, como as áreas rurais de difícil acesso que não tem
eletricidade, mas que o governo está buscando sanar o problema.
2.2 VISÃO GERAL DE MERCADO LIVRE (ACL) X MERCADO CATIVO (ACR)
No Brasil o comercio de energia está dividido em ACR (Ambiente de
Contratação Regulada), que são os consumidores cativos, e ACL (Ambiente
de Contratação Livre) sendo os consumidores livres.
Os consumidores cativos segundo o Mercado Livre de Energia (2017)
são aqueles que compram a energia das concessionárias de distribuição
às quais estão ligados. Este tipo de consumidor paga apenas uma fatura
de energia ao mês, onde estão embutidos o preço da geração de energia e
o serviço de distribuição, bem como os impostos incidentes, os quais são
regulados pelo Governo.
No Mercado Livre de Energia (2017), os consumidores são livres para
22
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
compram energia diretamente dos geradores ou comercializadores,
através de contratos bilaterais com condições livremente negociadas,
como preço, prazo e volume. O consumidor livre recebe para cada unidade
consumidora uma fatura sobre a distribuição da energia emitida pela
tarifa regulada e uma ou mais faturas da compra de energia referentes ao
contrato negociado.
No ambiente de contratação livre, o consumidor tem várias opções,
podendo escolher por um contrato de energia, onde satisfaça suas
necessidades e supere suas expectativas de custo e benefício.
A legislação brasileira aceita que apenas as pessoas jurídicas podem
migrar para o mercado livre, onde existem dois tipos de consumidores,
sendo eles classificados como livres ou especiais. Conforme citado no
Mercado Livre de Energia (2017, s∕n):
Consumidor Especial pode ser a unidade ou conjunto de
unidades consumidoras localizadas em área contígua ou
de mesmo CNPJ, cuja carga seja maior ou igual a 500 kw
(soma das demandas contratadas) e tensão mínima de 2,3
kv. O Consumidor Especial pode contratar apenas Energia
Incentivada.
Para ter a opção de ser Consumidor Livre, cada unidade
consumidora deve apresentar demanda contratada a
partir de 3.000 kw e tensão mínima de 69 kv, para data
de conexão elétrica anterior a julho/1995, ou 2,3 kv, para
ligação após julho/1995. O Consumidor Livre Convencional
pode contratar Energia Convencional ou Incentivada.
Para se tornar um consumidor livre ou especial existem alguns critérios
a serem seguidos, conforme verificado na figura 02:
23
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 01: Critérios vigentes para se tornar consumidor livre ou especial.Fonte: Disponível em: http://www.mercadolivredeenergia.com.br/. Acesso, 15/11/2017.
Conforme demostrado na figura 01 para se tornar consumidor no
mercado livre de energia existem alguns critérios a serem seguidos, onde
pessoa física não consegue fazer a migração, sendo contempladas somente
as pessoas jurídicas. Essas, podem se enquadrar nas modalidades especial
ou livre.
2.3 CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S.A - CELESC
Conforme em CELESC (2017), trata-se de uma companhia que atua
desde 1955 nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia.
Sua evolução ao longo dos anos a concretizou como uma das maiores
empresas do setor elétrico brasileiro, sendo reconhecida nacional e
internacionalmente pela qualidade de seus serviços e por suas ações nos
campos técnico, econômico, ambiental e social.
Figura 02: Logomarca Celesc Distribuição S.A.Fonte: http://www.celesc.com.br/portal/, acesso em 18 de novembro de 2017.
24
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Atua no Estado de Santa Catarina em 92% das áreas e também
no município de Rio Negro PR, atendendo 2,6 milhões de unidades
consumidoras.
A matriz da empresa localiza-se na cidade de Florianópolis (capital do
estado catarinense), atuando na geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica, sendo composta de 4 concessionárias e 11 permissionárias,
responsáveis pelo atendimento dos demais 31 municípios catarinenses.
2.4 CÂMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE
De acordo CCEE (2017), fundada em 2004, sendo uma instituição
pública de direito privado e sem fins lucrativos, regulada pela ANEEL,
e responsável pelo registro, monitoramento e liquidação de todos os
contratos quanto a medição da energia gerada e consumida no Sistema
Interligado Nacional.
As empresas que atuam no setor de mercado livre de energia se dividem
em cinco categorias conforme ilustra a figura 03:
Figura 03: Agentes da CCEE.Fonte: http://www.mercadolivredeenergia.com.br/, acesso em 15 de novembro de 2017.
Os consumidores livres e especiais têm participação obrigatória na
Câmera de Comercialização de Energia Elétrica, exceto as usinas com
capacidade inferior a 50 MW, onde tem sua participação facultativa.
25
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.5 CONTROLADORIA (GESTÃO EMPRESARIAL)
A controladoria está integrada com os demais setores da organização
e através de relatórios gerenciais possibilita aos gestores confiança e
segurança na hora de tomar decisões. Por isso, é fundamental que a
estrutura de controle, seja muito eficiente em uma organização.
A Controladoria tem como missão suportar todo o processo
de gestão empresarial por intermédio de informação, que é
um sistema de apoio à gestão. O sistema de informação da
Controladoria é integrado com os sistemas operacionais e
tem como característica essencial a mensuração econômica
das operações para planejamento, controle e avaliação
dos resultados e desempenho dos gestores das áreas de
responsabilidade. (PADOVEZE, 2003, p.36).
Segundo Aguiar (2002), as modernizações das organizações, o
alcance de seus objetivos de lucro e produtividade, o nível de qualidade e
competitividade requerem um repensar da função da organização. Diante
de um mercado cada vez mais tecnológico e competitivo, exigindo das
organizações a busca de uma garantia de continuidade e crescimento, uma
estrutura adaptável às mudanças, se torna totalmente pertinente, assim
utilizar o Mercado Livre de Energia (ACL) contribui para racionalizar os
gastos com a energia elétrica nas organizações.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O presente artigo levantou informações na empresa para seu
desenvolvimento, a metodologia tem como função demostrar como
percorrer a pesquisa, também ajuda a refletir e instigar a realização
concreta de uma averiguação planejada, desenvolvida e redigida.
26
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Segundo os autores José J. Previdelli e Bruhmer C.F. Canonice (2007), a
importância da metodologia como proposta de trabalho, representa todo
estudo da atividade a ser desenvolvida no percorrer do trabalho de pesquisa.
A metodologia da pesquisa neste artigo tem abordagem qualitativa,
exploratória, bibliográfica e estudo de caso.
Em Gil (2010. p. 35) “[...] o estudo de caso costuma ser utilizado tanto
como estudo-piloto para esclarecimento do campo da pesquisa em seus
múltiplos aspectos quanto para a descrição de síndromes raras”.
O estudo de campo foi aplicado na empresa Supermercados Santa
Catarina Ltda, mediante abordagem sobre o processo de migração de
energia elétrica para o Mercado Livre de Energia Elétrica (ACL). Em
acréscimo, a entidade objeto desse estudo teve seu nome substituído de
modo a resguardar seus resultados.
Quanto à coleta de dados, Roesch (2012) define as modalidades
de técnicas relevantes em uma pesquisa, citando os questionários e
entrevistas. Assim, para a coleta dos dados primários empregou-se
entrevista semiestruturada, na qual se elaborou um roteiro, garantindo
assim o seu foco. Na entrevista semiestruturada de acordo com
Roesch, (2012, p.159) “[...] utilizam-se questões abertas, que permitem
ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da
pesquisa”. Portanto, procurou-se captar os conceitos e a perspectiva do
gestor da empresa fazendo uso deste tipo de instrumento. A entrevista
foi aplicada na empresa Supermercados Santa Catarina Ltda durante o
estudo, coletando os dados nos exercícios sociais de 2016 e 2017.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A companhia tem por objetivo o comércio varejista e atacadista de
mercadorias em geral com predominância de produtos alimentícios –
Hipermercados e Supermercado, Lanchonetes. Adota o tipo jurídico das
sociedades por quotas de responsabilidade limitada, obedecendo aos
preceitos da Lei nº 10.406 de 11/01/2012.
27
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Para compreender o processo de migração ao Mercado Livre de Energia
na empresa em estudo, foi realizado levantamento de dados conforme
diagnosticado nas entrevistas, o processo foi elaborado no formato de um
fluxograma, demonstrado a seguir:
Figura 05: Processo de migração ao Mercado Livre de Energia. Fonte: Dados da empresa, elaborados pelos autores, 2018.
Como ilustrado no fluxograma o primeiro passo é estudar a viabilidade da
migração, onde se realiza uma denúncia do contrato no mercado cativo. Após
a decisão de migrar para o mercador livre (ACL) é informado à distribuidora
local por meio de carta denúncia, observando os prazos do contrato com
a distribuidora. Uma rescisão antecipada de contrato pode gerar multa e
28
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
atrasos no processo para se tornar consumidor livre ou especial.
Após a distribuidora validar a carta denuncia de não renovação de
contrato com a mesma, fica estabelecido o prazo regulatório para o
consumidor livre retornar ao mercado cativo, que atualmente é de cinco
anos, cabendo à distribuidora analisar o possível retorno anterior ao prazo.
Quando não ocorre validação pela distribuidora, o processo retorna para a
empresa emitente de modo a verificar e estudar novamente a viabilidade.
Em sequência é encaminhado via correio para a CCEE, os termos de
adesão e convenção arbitral, os mesmos são assinados com reconhecimento
de firma pelos representantes legais. Nessa etapa acontece a adesão da
unidade para a Câmera de Comercialização de Energia Elétrica.
As documentações serem encaminhadas a CCEE, a mesma retorna
a entidade solicitante via e-mail com o acesso de conteúdo exclusivo
do participante (sistema, relatórios, boletins, comunicados, resultados,
notícias). Com todas as etapas anteriores concluídas a empresa se
considera inserida ao Mercado Livre de Energia.
Além das informações levantadas dos processos através do fluxograma,
foi elaborado um roteiro de entrevista, de acordo com o mesmo obtiveram-
se as considerações:
Em relação à migração a empresa passou a exercer atividade como
agente no mercado livre de energia em data de junho de 2016, com 50%
das unidades, até então contando com 11 lojas e um Centro de Distribuição.
Atualmente a rede está com 19 lojas e 1 Centro de Distribuição sendo
que 75% das unidades já estão no Mercador Livre de Energia. A entidade
tem previsto para 2018 alcançar a meta de 100% das unidades no Mercado
Livre de Energia.
Durante a migração a empresa encontrou algumas dificuldades, dentre
elas a adequação e aprovações da Celesc. Na época, muitas empresas
migraram para o mercado livre e a Celesc não conseguiu atender a tempo
todas as vistorias e aprovações desses projetos. Outra dificuldade foi
observada quanto às lojas de medição em baixa tensão, o que acarretou
um volume de migração 50% menor das unidades envolvidas.
29
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Devido à complexidade do assunto, por mais que a equipe de
colaboradores da organização unidade de caso estivesse ciente a respeito
dos procedimentos e dificuldades envolvidas no processo, à empresa
compreendeu que era viável a contratação de uma consultoria para ajudar
a equipe. A empresa de Consultoria Agro Energia atua desde 2010 nesse
mercado de gestão e comercialização de energia, a mesma está localizada
na cidade de Ribeirão Preto SP.
Segundo levantamento pela consultoria as vantagens que a empresa
teve em migrar para o mercado livre (ACL), são:
• Poder de escolha onde se tem liberdade em escolher o seu
fornecedor, o como o mesmo se adequa as estratégias de curto e
longo prazo.
• Flexibilidade onde a negociação é direta, adequando a preço,
prazos e necessidade de consumo.
• Previsibilidade após firmar o contrato consegue prever seus custos
com energia elétrica, não ficando mais suscetível as variações
tarifárias, garantindo o fornecimento. Assim, a empresa não ficará
sem eletricidade onde a entrega física da energia continua sendo
pela distribuidora local.
• Sustentabilidade tem a opção de contratar energia de fontes
renováveis, contribuindo com uma matriz energética limpa e
reduzindo a emissão de gases de efeito estufa.
• Economia por meio de estratégicas de aquisição e do dinamismo
existentes no mercado livre é possível obter redução significativa
nos custos com energia elétrica.
A Rede de Supermercados Santa Catarina se enquadrou ao Mercado
Livre de Energia no grupo de consumidores especiais, atendendo aos
critérios de demanda superior a 500 KW e inferior a 3.000 KW por unidade.
Onde pode comprar energia gerada apenas por fontes renováveis, como
biomassa, usinas eólicas, solares e PCH (Pequenas unidades Hidroelétricas,
30
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
com potência inferior a 50.000 KW).
Para as unidades serem inseridas ao mercado livre houve a necessidade
de um investimento de 6 % por loja em relação à economia dos primeiros
12 meses, recuperado o investimento nesse período. A aquisição
do investido foi à mudança do relógio medidor, e um quadro. Esse
equipamento é necessário para a leitura da energia e a emissão da fatura de
pela distribuidora, onde a Celesc e a CCEE conseguem fazer os controles e
separar os serviços para realizarem a cobrança.
A expectativa da redução do custo com energia que a empresa tinha ao
migrar ao Mercado Livre de Energia era de 20%, diagnosticado através dos
relatórios da empresa, assim a mesma alcançou o resultado positivo no
primeiro mês da migração, em percentual de 38. No acumulado no ano, a
economia foi de 42,30%, ou seja, realmente a migração trouce a unidade
vantagens econômicas.
Todos os processos de autorização, viabilidade ao ACL são analisados
pelo setor de Controladoria da empresa, o mesmo estuda se possível o
investimento bem como sua necessidade. Após a inserção das unidades o
setor acompanha se os resultados estão dentro do que se esperava, verifica
e controla o consumo da energia para não extrapolar a demanda contrata
e não incorrer em desperdícios. Em acréscimo, realiza orçamento para
os próximos anos, baseado no histórico de consumos em KWh, com os
preços de fornecedores mais atrativos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mercado livre de energia é um setor em desenvolvimento, mas ainda
muito novo. Diante disso, muitas empresas ainda não ouviram falar a
respeito e principalmente, das vantagens do seu uso pelas organizações.
O estudo alcançou seus objetivos, bem como respondeu à questão
problema, permitindo estudar o mercado livre e mercado cativo de energia,
como propostos na pesquisa.
Enfim, o foco de estudo foi à migração da unidade caso para o mercado
31
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
livre de energia, que buscou compreender as necessidades e dificuldades do
processo de migração, bem como verificar algumas vantagens econômicas
e financeiras dela decorrentes, e de fato isso aconteceu, ficou confirmado
que à migração trouxe economia da energia elétrica nas lojas da Rede de
Supermercados Santa Catarina, permitindo que a controladoria cumpra
sua função, e ainda, os resultados possam auxiliar os gestores da unidade
caso no processo das decisões empresariais.
REFERÊNCIAS
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BARROS, Benjamim Ferreira de; BORELLI, Reinaldo; GEDRA, Ricardo Luiz. Geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.
BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos Monográficos em Contabilidade: Teoria e Prática. 3 ed. São Paulo, 2008.
BORGES NETO, Manuel Rangel; CARVALHO, Paulo Cesar Marques de. Geração de energia elétrica: fundamentos. São Paulo: Érica, 2014.
CAMARA DE COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CCEE. Disponível em: <https://www.ccee.org.br>. Acesso em 15 nov. 2017.
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GIL, A. C. Métodos e Técnicas de pesquisa social. São Paulo; Harbra LTDA, 2007.
32
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
______. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: Thomson, 2003.
PREVIDELLI, José J; CANONICE, Bruhmer C.F. Manual para elaboração de trabalhos acadêmicos. 1 ed. Paraná: Uni Corpore, 2007.
ROESCH, S. M. A. Projeto de estágio e de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2012.
______. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração: Guias para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. São Paulo: Atlas, 2007.
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33
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
APÊNDICE - (ROTEIRO DE ENTREVISTA)
Data: ____/____/____
Local:
Entrevistado:
Entrevistador:
1) Quando ocorreu a migração para o mercado livre? Quantas unidades a
rede tinha na época e quantas foram migradas?
2) Atualmente quantas unidades a rede possui e quantas estão no mercado
livre? Tem previsão para 2018?
3) Quais dificuldades encontradas na migração ao Mercado Livre de
Energia?
4) Por que houve necessidade de contratação de consultoria?
5) Quais as vantagens ao migrar para o Mercado Livre de energia?
6) A empresa se enquadrou em qual tipo de consumidor, livre ou especial
no Mercado Livre de Energia?
35
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANÁLISE DE FILIAL DO BANCO HSBC NO ESTADO DE SANTA CATARINA QUANTO AO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA DE APLICAÇÕES.
AUTORES: André Matheus Petry ¹
Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Sigolf Ulrich ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
36
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOO presente estudo teve como objetivo principal demonstrar os resultados
obtidos em aplicações financeiras quando relacionadas à diversificação
do perfil de investidores dentro de uma instituição financeira no estado
de Santa Catarina. Nesse estudo de caso, a instituição financeira abordada
foi o grupo HSBC - Hong Kong & Shangai Banking Corporation, em análise
de carteira em aplicação de banco múltiplo, no estado de Santa Catarina,
filial do município de Balneário Camboriú. O trabalho foi estruturado de
modo a explicar os princípios voltados à liquidez, rentabilidade e risco,
bem como, a heterogeneidade de investimentos de que dispomos e que
corroborem sobre como investir, sua forma correta e segura, quais os tipos
de investimentos, e de que formato os valores são aplicados pelo banco,
sobre os prós e contras em se investir finalizando na taxa de retorno. Na
sequência, quanto à coleta de dados e aplicação prática, se elegeu três
perspectivas de investidores: conservador, moderado e agressivo, dividindo
os mesmos posteriormente, em quatro modalidades de investidores, dessa
forma, aplicando um montante de R$ 100.000,00 de capital próprio, para
cada carteira, em período de 36 meses, verificou-se que; quanto maior o
risco de liquidez que corremos em determinada aplicação, maior será o risco
de prejuízo sobre o valor investido. Em acréscimo, concluiu-se que a carteira
Agressiva não atende ao foco dessa pesquisa, pois sofre com a interferência
severa de variáveis externas, bem como o período de investimento é superior
aos anseios do cliente. Em acréscimo a analise contempla que a poupança
não é o investimento mais rentável sobre uma carteira Conservadora, pois
podemos contar com o CDB – Certificado de Deposito Bancário, e que
dentro de uma carteira Moderada, as aplicações, embora apresentem uma
liquidez maior que a carteira Conservadora, expõe resultados que podem
ser menores aos esperados pela grande maioria dos investidores, conforme
pode ser verificado em respectivo estudo.
Palavras-chave: Contabilidade Financeira. Aplicações a Rentabilidade.
37
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1. INTRODUÇÃO
Como a realidade atual do nosso país passa por uma grande crise
econômica, rodeados de vários escândalos de corrupção e com uma
das maiores cargas tributários no mundo, evidenciamos por meio deste
estudo, suprir a procura em se adquirir outras formas de se obter lucro,
através do ramo de investimentos.
Utilizando apenas o próprio capital é possível se conseguir
lucro. Portanto, conforme comentado, mediante abordagem sobre o
funcionamento das instituições financeiras em nosso país e do Sistema
Financeiro Nacional, bem como o mesmo, interfere na economia. Explica
de maneira detalhada sobre o sistema de investimentos bancários
utilizados pelo banco HSBC - Hong Kong & Shangai Banking Corporation.
Quanto à forma, corroboram seus clientes sobre como investir de forma
correta e segura, quais são os tipos de investimentos, e de que formato os
valores são aplicados pelo banco, sobre os prós e contras em se investir,
taxa de retorno, dentre outros.
1.1. O GRUPO HSBC (HONG KONG & SHANGAI BANKING CORPORATION
O HSBC (Hong Kong & Shangai Banking Corporation) foi fundado
em 1865 e sediado em Londres, o HSBC Holdings plc, é uma das maiores
organizações de serviços financeiros e bancários do mundo. A rede
internacional do Grupo HSBC é composta por aproximadamente 10.000
escritórios em aproximadamente 100 países, estando presente em territórios
como: a Europa, Ásia-Pacífico, Américas, Oriente Médio e África.
O Grupo HSBC emprega aproximadamente 400.000 colaboradores
e atende mais de 150.000.000 de clientes. Com ações cotadas nas
Bolsas de Londres, Hong Kong, Nova Iorque, Paris e Bermuda, o
HSBC Holdings plc têm mais de 300.000 acionistas em ao longo dos
territórios a onde trabalha.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Não obstante, trabalha através de uma rede interligada por tecnologia
de ponta, e oferece a seus clientes um grande leque de serviços financeiros:
banco de varejo, Comercial, Corporate, Investiment e Private Banking;
Trade Services; Cash Management; serviços de tesouraria, internet
banking e mercados de capital; seguros e previdência; empréstimos e
financiamentos; fundos de pensão e investimento.
2. REFERENCIAL TEORICO
2.1 BANCOS MÚLTIPLOS COM CARTEIRA COMERCIAL
Os bancos múltiplos surgiram a fim de racionalizar a administração
das instituições financeiras. Bodie e Merton (2000:80) “As principais
carteiras de um banco múltiplo são as carteiras comerciais, de investimento,
sociedade de crédito imobiliário, sociedade de crédito financiamento e
investimento (financeiras), de desenvolvimento (público), de arrendamento
mercantil (leasing).”.
Bancos múltiplos com carteira comercial, os bancos
comerciais, as caixas econômicas e as cooperativas de
crédito. Pode-se dizer que esses são os principais agentes
do processo de intermediação financeira, os quais são
fiscalizados pelo Banco Central do Brasil e têm como
finalidade principal a concessão de crédito, principalmente
de curto prazo (como recursos para capital de giro das
empresas) (OLIVEIRA, 2010, p. 91).
As Sociedades de Crédito Financiamento e Investimento,
podem conceder empréstimos para financiamento de
capital de giro e capital fixo. Para configurar a existência
do banco múltiplo, ele deve possuir pelo menos duas das
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
carteiras mencionadas, sendo uma delas comercial ou de
investimentos. Um banco múltiplo deve ser constituído com
um CNPJ para cada carteira, podendo publicar um único
balanço (IBID, 2009, p. 37).
Para concluir bancos de múltiplos são instituições financeiras que tem
o poder de captar carteiras com vários tipos de recursos, e tem o fim de
serviços rotineiros de uma agência bancária.
2.2 PRINCIPIOS DE INVESTIMENTO
Conforme Oliveira (2009) afirma ser possível definir um fundo de
investimento como qualquer concentração de recursos na forma de um
condomínio, podendo se caracterizar, tendo como objetivo de investi-los
na aquisição de ativos financeiros e valores mobiliários.
“[...] as decisões de investimento envolvem a elaboração,
avaliação e seleção de propostas de aplicações de capital
efetuadas com o objetivo, normalmente de médio e longo
prazos, de produzir determinado retorno aos proprietários
ativos” (ASSAF NETO E LIMA, 2009, p. 347).
Nesse contexto, observa-se a compreensão das operações financeiras,
a qual está embasada em três fatores chave: retorno, risco e liquidez.
Portanto, princípios de investimento são conceitos básicos para se
realizar investimentos, que devem ser conhecidos para quem deseja obter
rentabilidade através deste tipo de transação.
A seguir imagem que define o ponto de equilíbrio entre liquidez,
rentabilidade e risco:
40
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 01: Três características básicas de investimento.Fonte: http://economiasemsegredos.com/risco-rentabilidade-liquidez
Ou seja, cada vez em que fazemos um tipo de aplicação de médio ou
alto risco teremos um retorno e se o mesmo tiver um retorno favorável é o
que chamamos de liquidez.
2.2.1 POUPANÇA
Segundo Oliveira (2010), “[...] é a modalidade mais popular e tradicional
de investimento, podem ser sacados a qualquer momento [...]”. O autor
complementa, “Atualmente as aplicações em caderneta de poupança
estão isentas de impostos e parte dos recursos captados são destinadas
ao segmento habitacional.” Ou seja, a poupança é o método mais simples
e fácil para se aplicar capital financeiro, pode ter uma das menores taxas
entre as aplicações, porém sua rentabilidade é garantida e pode ser sacado
a qualquer momento.
41
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.2 CDBs/ RDBS
Para Assaf Neto e Lima (2009, p. 108), são classificados como título de
renda fixa que mostrar-se, no momento da aplicação financeira, o valor da
rentabilidade a ser adquirida ao concluir o prazo de investimento.
Os certificados de depósitos bancários (CDBs) e os Recibos
de Depósito Bancário conhecidos como depósitos a prazo,
são os mecanismos de captação de recursos mais utilizados
pelos bancos comerciais e consistem em uma promessa de
pagamento de recursos captados em uma data pactuada,
acrescidos de remuneração (OLIVEIRA, 2010, p.104).
Os CDBs podem ser prefixados, remunerados por uma taxa flutuante,
cujas taxas são definidas no momento da aplicação. Os CDBs e RDBs são
modalidades de aplicação do tipo de deposito a prazo, e é um dos tipos
de aplicação mais utilizados pelos bancos comerciais com o intuito de se
originar recursos através destes valores em nosso país.
2.2.3 BENCHMARKING
Para Bruni (2010, P.147), “[...] o objetivo da política de investimento
consiste em descrever como o administrador pretende atingir a meta
proposta, qual é a sua estratégia para atingir o que se propõe.”.
[...] apresenta uma definição a que chama de operacional
quando diz que “Benchmarking é a busca das melhores
práticas na indústria que conduzem ao desempenho
superior”. Esta definição tem seu caráter operacional,
pois está bem centrada nas operações realizadas por uma
empresa, bem como subentende que a empresa tenha um
perfeito conhecimento a respeito de suas operações, ao
42
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
utilizar da técnica do benchmarking (CAMP, 1998, p.10).
2.2.4 RISCO
Risco é algo que sempre corremos ao fazer qualquer tipo de aplicação
financeira, por isso devemos ter plena confiança e certeza onde investir.
O retorno do investimento dependerá de uma série de
fatores, tais como desempenho da empresa, comportamento
da economia brasileira internacional e outros, e tudo
isto ocorre porque não há garantia de rentabilidade no
investimento em ações, pode ao mesmo haver prejuízo na
aplicação dos recursos, considerado um investimento de
risco. Este retorno pode variar para mais ou para menos
dependendo do grau de risco que o investidor esteja
disposto a aceitar, ou seja, o poder de decisão é de cada
cliente e este deverá ser analisado conforme a melhor opção
frente aos investimentos existentes (PEREIRA, 2005, p. 43).
Complementando, o risco pode ser cada vez maior devido
ao percentual de retorno que se deseja obter sobre devido
investimento, por isso, deve sempre se verificar se o prazo
de retorno do investimento desejado é o que se espera da
transação a ser realizada.
2.3 PRINCIPAIS RISCOS DO INVESTIDOR
Para Assaf Neto (2000), a ideia de risco está vinculada de forma direta
às probabilidades de ocorrência alguns resultados, conforme relação à
um valor médio estimado. Certo conceito, voltado para o futuro, revela a
possibilidade de perda.
43
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
No cotidiano dos operadores de mercado e dos
administradores de recursos, as operações com ativos
são realizadas sem que haja certeza absoluta de que o
retorno esperado da operação será igual ao retorno efetivo
verificado em seu vencimento. Portanto, é possível dizer
que a incerteza é uma variável importante no processo de
tomada de decisão a respeito de onde e em que momento
investir (OLIVEIRA, 2010, p.250).
Portanto, é de grande importância verificar todos os dados para realizar
qualquer tipo de aplicação, seja para evitar qualquer tipo de perda, ou até
para verificar se há possibilidade de uma rentabilidade maior.
2.3.1 RETORNO, DINÂMICA DE APLICAÇÃO E RESGATE
Conforme Fator Doria (2004 apud Pereira, 2005, p.44) “[...] retorno e
risco são duas variáveis que andam juntas no mundo dos investimentos,
pois quanto maior for à possibilidade de retorno maior será o risco
envolvido.”.
Conforme Fator Doria (2004 apud Pereira, 2005, p.44), “O retorno de
um investimento depende de inúmeros fatores, e um destes fatores é a
economia interna e externa. Como risco e retorno dependem de si mesmos,
conforme maior o risco que o investidor corre, maior será seu retorno”.
Segundo Bruni (2010, p.143), “Quando se aplica seus recursos em um
fundo de investimento aberto, o investidor adquire cotas e o gestor de
investimento, a partir do investimento realizado, adquirem ativos”.
A partir do momento em que se é aplicado no mercado financeiro e de
capitais, pode se retirar o valor investido, observando, se estipulado com o
tempo de retorno e se gerou algum tipo de rentabilidade.
44
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Conforme citado por em Gil (2010, p. 57), o estudo de caso é o estudo
de caso é A metodologia é a introdução à pesquisa científica designada,
resultando na resolução dos problemas. Seguindo várias etapas em um
determinado processo, portanto, o objetivo dessa pesquisa foi apresentar
o sistema de investimento de capital no Banco HSBC, salientando as
vantagens e desvantagens em se aplicar capital próprio em um banco
privado, mediante a um estudo de caso. Como verificado em Gil (2010: 57)
o estudo de caso é “[...] permitir o seu conhecimento amplo e detalhado,
tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de delineamentos
considerados.”.
A coleta de dados foi adquirida através de informações bancárias
coletadas no sistema interno do Banco HSBC e também na programação
da agência bancária localizada no município de Balneário Camboriú,
Santa Catarina com a finalidade de alcançar respostas para a pergunta
de pesquisa, sendo que os mesmos foram documentais, e quantitativos,
conforme cita Santos (2006, p.90),, “Coletar dados é juntar as informações
necessárias ao desenvolvimento dos raciocínios previstos nos objetivos”.
Contudo, o presente estudo obteve como problemática a funcionalidade
do sistema de aplicações financeiras no banco HSBC.
4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 RESULTADOS
A aplicação prática deste estudo selecionou (03) tipos de investidores
(conservador, moderado e agressivo) dividindo posteriormente os
mesmos como uma carteira de investimentos, que irá conter (04) tipos de
investimentos. Aplicando um valor de R$ 100.000,00 para cada carteira,
ou seja, R$ 25.000,00 foram aplicados durante um período de 36 meses
para cada modalidade de investimento. Porém as taxas de retorno de cada
45
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
investimento variam de mês a mês, e desta forma, somadas às taxas dos
36 meses, realizando os cálculos pertinentes. As taxas foram retiradas de
fontes reais que estão inseridas no site do Banco HSBC.
(A) CONSERVADORComo dito acima, as carteiras estão separadas pelos tipos de investidor,
e a carteira de segmento Conservador, contempla os investimentos,
POUPANÇA, CDB-EVOLUÇÃO e Fundo FIC CURTO PRAZO, onde suas
respectivas rentabilidades serão demonstradas a seguir:
POUPANÇA Somando-se todas as taxas e variações dos últimos 36 meses, foi
obtida uma rentabilidade mensal média de 0,62% a.m. +TR 0,06% a.m.,
onde somando a taxa mensal mais a TR obteve-se um percentual de
rentabilidade de 0,68% a.m. que adicionando aos 36 meses gerou um
percentual de rentabilidade de 24,53%. Entretanto, não contribui com
IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física para aplicações até R$ 50.000,00,
a partir deste montante, as taxas do imposto trabalha com um percentual
de 15% sobre os lucros.
CDB EVOLUÇÃOO CDB EVO, é um tipo de aplicação que possui uma variação na sua taxa
de retorno superior a poupança, pois seu índice de rentabilidade é baseado
no CDI, caso adicionado aos 36 meses pré-determinados, obtemos um
percentual de 95% sobre o CDI, apresentando um índice de rentabilidade
de 0,91% a.m., somando os 36 meses, gera um percentual de rentabilidade
de 32,60%. Tem incidência de 15% sobre os seus lucros quanto ao IRPF –
Imposto de Renda Pessoa Física
FIC CURTO PRAZO O FIC CURTO PRAZO é um tipo de aplicação que possui uma variação na
sua taxa de retorno superior à poupança, pois seu índice de rentabilidade é
46
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
baseado na SELIC, quando acrescido dos 36 meses, obtém-se um percentual
de 95% sobre a SELIC, o que fez impetrar um índice de rentabilidade de 0,77%
a.m.. Quando somamos os 36 meses, gera um percentual de rentabilidade de
27,56%, esse ganho, também sofre com a incidência do IRPF.
A seguir, apresenta-se a Tabela (01) com os cálculos realizados nas
aplicações abordadas anteriormente, com seus respectivos percentuais:
Tabela 01 - Cálculos carteira conservadora.
FATORES ANALISADOS POUPANÇA CDB FUNDO FIC CURTO PRAZO
VALOR INVESTIDO EM R$ R$ 25000 R$ 25000 R$ 25000
RENTAB MÉDIA MENSAL /BENCHMARK
0,62% a.m. +TR 0,06% = 0,68%
95% CDI a.m. = 0,91%
83,43% SELIC a.m. = 0,77%
RENTAB. DO PERÍODO ANALISADO
22,21+2,32 = 24,53% 32,60% 27,56%
LUCRO BRUTO 6907,70 9.639,49 7.950,75
IRPF Isento 15% 20%
LUCRO LIQUIDO 6.907,70 8.193,56 6.360,60
PERCENTUAL DE RETORNO 27,63% 32,77% 25,44%
Fonte: Elaborado pelos autores (2015).
Após a realização dos cálculos, percebe-se que o CDB – Certificado de
Deposito Bancário foi à aplicação com maior rentabilidade para o período,
seguido pelo FIC CP, e por último temos a poupança, mas isso não quer
dizer que a Poupança foi a menos rentável. Após dedução dos impostos,
a Poupança obteve a segunda maior liquidez desta carteira de aplicações,
e isto demonstra que em uma carteira Conservadora, ainda vale a pena
47
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
em se investir na poupança, contudo o CDB ainda lidera, apresentando a
maior liquidez da carteira, seguido pela poupança e finalizando o FIC CP.
(B) MODERADODiferente da carteira Conservadora, a carteira Moderada apresenta
um risco maior ao se investir, e com isso, temos maior possibilidade de
obter uma rentabilidade significativa. Muitos acreditam que a carteira
Moderada esta entre o caminho de um investidor conservado e um
agressivo, sendo o meio termo entre os dois tipos de investidores. Os
investimentos que serão apresentados nesta carteira serão o FIC RENDA
FIXA LONGO PRAZO 1000, FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE,
FIC RENDA FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000, e suas respectivas
rentabilidades serão demonstradas a seguir:
O FIC RENDA FIXA LONGO PRAZO 1000Esse investimento possui um valor inicial de aplicação relativamente
baixo, pois para poder aplicar neste fundo é necessário o emprego de no
mínimo R$ 1.000,00. Seu índice de rentabilidade é baseado no CDI que
somando os 36 meses, o percentual alcançado é de 88,91% sobre o CDI,
o que faz obter um índice de rentabilidade de 0,82% a.m., gerando um
percentual de rentabilidade de 29,05% ao período. Tem incidência de 15%
de Imposto de Renda Pessoa Física sobre os seus lucros.
FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE O FIC Multimercado Aquamarine, não possui restrições quanto ao valor
inicial. Seu índice de rentabilidade é baseado no CDI, onde somando os 36
meses tiveram um percentual de 85,35% sobre o CDI, o que fez obter um
índice de rentabilidade de 0,77% a.m., que agregado aos 36 meses gerou
um percentual de rentabilidade de 27,03%. Tem incidência de 15% de IRPF
sobre os seus lucros.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
FIC RENDA FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000 Esse fundo possui um valor inicial de aplicação alto, sendo o de maior
representatividade nessa carteira de investimentos. Para aplicar neste fundo é
necessário um valor de no mínimo R$ 25.000,00. Seu índice de rentabilidade é
baseado no CDI. Após os 36 meses, se alcançou um percentual de 97,51% sobre
o CDI, o que fez obter um índice de rentabilidade de 0,88% a.m. Na sequencia,
somando os 36 meses, gerou um percentual de rentabilidade de 31,52%. Tem
incidência de 15% de Imposto de Renda Pessoa Física sobre os seus lucros.
Procurando evidenciar a evolução e comparabilidade destas carteiras
de investimento, segue a Tabela 02, a qual demonstra os cálculos realizados
com as aplicações apresentadas e seus respectivos percentuais:
Tabela 02 - Cálculos Carteira Moderada.
FATORES ANALISADOS RF LP 1000 MULT AQUA RF J E INFLA 25000
VALOR INVESTIDO EM R$ R$ 25000 R$ 25000 R$ 25000
RENTAB MÉDIA MENSAL /BENCHMARK
88,91% CDI = 0,82%
85,35% CDI =0,77%
97,51% CDI = 0,88%
RENTAB. DO PERÍODO ANALISADO 29,69% 27,85% 31,82%
LUCRO BRUTO R$ 8.544.47 R$ 7.950,75 R$ 9.270,67
IRPF 15% 15% 15%
LUCRO LIQUIDO R$ 7.262,80 6.758,14 7.880,07
PERCENTUAL DE RETORNO 29,05% 27,03% 31,52%Fonte: Elaborado pelos autores (2015).
Com a finalização dos cálculos percebe-se que a aplicação FIC RENDA
FIXA JUROS E INFLAÇÃO 25000, foi a mais rentável do período, seguida
pelo FIC FIXA JUROS LONGO PRAZO 1000. Em ultimo lugar encontramos
o FIC MULTIMERCADO AQUAMARINE. Na carteira Moderada pode-se
observar que, embora a mesma agregue risco, o retorno é maior do que
49
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
na carteira Conservadora. Ainda assim, a Conservadora conta com boa
rentabilidade no montante dos investimentos abordados pelo estudo.
Todos os investimentos tiveram sua rentabilidade baseada no CDI, com
incidência no IRPF.
(C) AGRESSIVO Diferente das carteiras Conservadora e Moderada, os investidores de
uma carteira Agressiva raramente realizam investimentos de longo prazo,
pois são investidores que estão constantemente verificando possíveis
variações de mercado e os índices de rentabilidade de suas aplicações, e
neste tipo de carteira de investimentos o risco de liquidez é muito alto,
onde se pode ganhar muito ou acabar com perdas valorosas. Os tipos de
aplicações avaliados nesta carteira são o FI CAMBIAL DÓLAR, FI AÇÕES
IBOVESPA, FI MULTMERCADO SELECTION e FI AÇÕES PETROBRAS.
FI CAMBIAL DOLARO FI Cambial Dólar, não possui valor inicial de aplicação, seu índice
de rentabilidade é baseado no CDI. Após os 36 meses ocorreram um
percentual de distância do Benchmark de (4,85%) negativo, porém obteve
um índice de rentabilidade muito elevado, de 2,06% a.m., que somando os
36 meses gerou um percentual de rentabilidade de 74,15%. Tem incidência
de 15% sobre os seus lucros no IRPF.
FI AÇOES IBOVESPA O FI Ações Ibovespa, não possui valor inicial de aplicação. Seu índice
de rentabilidade teve um percentual de distância do Benchmark de
(2,17%) negativo, e obteve um índice de rentabilidade negativo com valor
percentual de (0,56%) a.m. Somando os 36 meses gerou um percentual de
rentabilidade de (20,46%) negativo. Como não foi obtido lucro, não tem
incidência de 15% de IRRF sobre os seus lucros.
50
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
FI MULTMERCADO SELECTIONO FI Multmercado Selection, não possui restrição referente ao valor
inicial de aplicação nesse tipo de carteira. Seu índice de rentabilidade é
baseado no CDI, após os 36 meses observou-se um percentual de 90,42%
sobre o CDI, com um índice de rentabilidade de 0,83% a.m. Na sequencia,
gerou um percentual de rentabilidade de 30,19% ao período. Quando
a incidência de IRPF segue o mesmo percentual de 15%, verificado nas
demais carteiras.
FI PETROBRASO FI Petrobras, não possui restrição referente ao valor inicial para essa
modalidade de aplicação. Quanto ao seu índice de rentabilidade teve um
percentual de distância do Benchmark de 0,11%, e obteve um percentual
de rentabilidade negativo com valor percentual de (1,38%) a.m. Somando
os 36 meses, gerou um percentual de rentabilidade muito baixo, chegando
a (50,03%) negativo. Como não foi obtido lucro, não tem incidência de
15% de IRRF sobre os lucros.
Procurando avaliar a evolução dos investimentos, verificam-se na
Tabela (03) os cálculos realizados com as aplicações apresentadas acima,
bem como, os respectivos percentuais praticados:
51
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 03 - Cálculos carteira agressiva.
FATORES ANALISADOS CAMB DOLAR IBOVESPA MULT
SELECT PETROBRAS
VALOR INVESTIDO EM R$ R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000 R$ 25.000
RENTAB MÉDIA MENSAL /BENCHMARK
CDI (4,85%) = 2,05%
CDI (2.17%) = (0,56%)
CDI 90,42% = 0,83%
CDI 0,11% = 1,38%
RENTAB. DO PERÍODO ANALISADO
74,15% (20,46%) 30,19% (50,03%)
LUCRO BRUTO 26.904,48 NÃO HOUVE 8.664,45 NÃO HOUVE
IRPF 15% 15% 15% 15%
LUCRO / PREJUÍZO R$ 22.869,16 (R$
4.576,02) R$ 7.364,78 (R$ 9.840,67)
PERCENTUAL DE RETORNO 91,47% (18,30%) 29,45% (60,63%)
Fonte: Elaborado pelos autores (2015).
Quando abordamos investimentos de recursos podemos salientar que
todas as aplicações agregam ganhos aos seus investidores, as diferenças
encontradas, normalmente, repousam no perfil do investidor, bem
como, no montante a ser aplicado. Como dito anteriormente, a carteira
Agressiva, em analise com outras modalidades de aplicações, possui um
alto risco de rentabilidade, onde os seus investidores geralmente não
efetuam aplicações de longo prazo. Após analisar os dados percebe-se
que aqueles que aplicaram em ações do FI CAMBIAL DOLAR, alcançaram
um maior retorno.
Em seguida apresentamos o FI MULTMERCADO SELECTION, que
exibiu um percentual de retorno favorável, porém muito inferior ao FI
52
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
CAMBIAL DOLAR. Quanto às demais aplicações, não ofereceram índices
favoráveis e deram prejuízo a seus investidores, a exemplo do FI AÇÕES
IBOVESPA e FI PETROBRAS. Dessa forma, salienta-se a importância
quanto à avaliação do risco no momento da aquisição do investimento,
paralelamente a ponderação da atratividade da aplicação junto aos ganhos
que serão propostos.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As transformações ocorridas no cenário econômico mundial, dentre
elas, a competitividade e a instabilidade econômica brasileira, são motivos
de intensa preocupação para os investidores, que estão cada vez mais
atentados em realizar investimentos em nosso país. Neste cenário peculiar,
partimos da utilização da Contabilidade voltada ao Sistema Financeiro
Nacional, de modo a reunir conhecimento aprofundado, quanto ao setor
de investimentos, mais precisamente sobre carteira de aplicação de
recursos em banco múltiplo.
Em estudo empregado no Grupo HSBC - Hong Kong & Shangai Banking
Corporation, primeiramente, determinou-se os perfis dos investidores,
afinal, como visto, uma abordagem de quem pensa em investir é sempre
importante, pois é preciso saber qual a expectativa do investidor para se
realizar qualquer tipo de aplicação dentro de uma instituição financeira,
bem como, os riscos que este está disposto a correr. Portanto, procurou-se
exemplificar como funciona um sistema de aplicação no banco HSBC, em
suas principais modalidades de aplicações dentro do mercado financeiro.
Com as carteiras de investidores estudadas é possível afirmar que
quanto maior o risco de liquidez que corremos em determinadas
aplicações, maior a possibilidade do mesmo poder vir a ter uma queda, e
assim, haver prejuízo sobre o valor investido. Embora a poupança ainda
seja um investimento rentável, sobre uma carteira de investimentos
Conservadora, podemos contar com opções consideradas de maior
atratividade, a exemplo do CDB - Certificado de Deposito Bancário.
53
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Para uma carteira Moderada, os resultados apontam uma liquidez maior
que a carteira Conservadora, porém a carteira Moderada não teve maior
rentabilidade que a Conservadora, fato que desmistifica a visão de muitos
investidores em nosso país, onde se acredita que carteiras Conservadores
não rendem em absoluto. Afinal, ao avaliarmos um investimento, a
liquidez não deve ser o único fator para a tomada de decisão, devemos
ater a outras variáveis para análise, e o imposto sobre os ganhos é uma
delas. Devemos buscar a rentabilidade total de um investimento, não
adiantando em absoluto agregar ganhos e posteriormente atribuir uma
parcela representativa deste ao imposto de renda.
Por fim, observamos a carteira Agressiva, objeto de estudo complexo, a
qual tem possibilidade de ganhos acima da média, contudo, agrega um risco
muito alto, pois está em constante mudança. Decorrente de variáveis externas
e oscilações da moeda estrangeira toda aplicação financeira cujo indexador
foi baseado em dólar, conforme verificado na pesquisa, apresentou um
ganho sem precedentes, como consequência deste momento econômico,
o que se conclui foi que a carteira Agressiva é a melhor modalidade de
investimentos, onde teve possibilidade de retorno muito acima da média,
dentre todas as demais aplicações expostas nesse estudo.
Entretanto, controlar ou prever variáveis externas não é uma tarefa fácil
a qualquer analista, requerendo um estudo aprofundado do mercado e
ainda, sinalizando até mesmo um aprofundamento de novas expectativas
ao referido estudo. Afinal, no mesmo lado da balança que encontramos
ótima rentabilidade vista na carteira de investimentos FI CAMBIAL
DOLAR, temos as aplicações FI PETROBRAS que tiveram como indexador
as ações da empresa Petrobras, que decorrentes de escândalos nunca
previstos anteriormente agruparam prejuízos antes nunca imaginados.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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SOUZA, Alceu. Decisões Financeiras e Análise de Investimentos. 6° Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ZORATTO, Sanvicente Antônio. Administração Financeira. 3° Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
57
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANÁLISE DO CUSTO DE TRANSPORTE DE FROTA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA: ESTUDO DE CASO DO GRUPO ABOUT
AUTORES: Débora Alexandre dos Santos ¹
Sergio Kloster Pereira ²Prof. MSc Juliana Andressa Negri ³Prof. Esp. Anderson Rui dos Anjos 4
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduado em Ciências Contábeis 3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis4. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
58
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ResumoO enfoque desse estudo é apontar e fornecer informações para a tomada
de decisão na escolha entre permanecer com a frota própria de transportes
ou o processo de terceirização voltada ao Grupo About, terceira maior rede
de supermercados do estado de Santa Catarina. Manter uma frota própria
possibilita um desempenho operacional superior e disponibilidade quanto
a capacidade de transporte e custos menores, contudo a terceirização,
apresenta vantagens quanto a otimização do tempo para os gestores os
quais ficariam voltados às decisões. Quanto aos aspectos metodológicos
trata-se de um estudo qualitativo de aporte quantitativo, exploratório,
bibliográfico e documental. Como resultado obteve-se um comparativo
baseado no quilômetro rodado, onde se pode observar a diferença de valor
entre manter a frota própria, bem como o custo de transporte terceirizado
ao Grupo Supermercadista About. Após todos os levantamentos de
informações e parametrização entre as mesmas pode-se afirmar que neste
momento, ou seja, na conjuntura econômica nacional e regional, os custos
de transporte realizado pelo Grupo About foi inferior ao apresentado pelas
empresas terceirizadas
Palavras-chave: Contabilidade. Terceirização. Custos no Transporte.
59
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
INTRODUÇÃO
Este estudo traz como foco uma análise comparativa dos gastos
pertinentes a utilização de frota própria quanto a terceirização da mesma
em atividade junto a uma rede de supermercados atacadista no estado de
Santa Catarina. Assim, Vargas (2008) afirma que a frota própria possibilita
um desempenho operacional superior e disponibilidade quanto a
capacidade de transporte e custos menores, contudo é necessário verificar
a flexibilidade financeira da empresa.
Quanto a terceirização, uma das grandes vantagens é que gestores e
colaboradores podem dedicar tempo a metas e processos ligados à atividade
fim da corporação. Dessa forma, trata-se de uma decisão estratégica de
concentrar esforços no que gera receita e delegar tarefas que causam
preocupações secundárias (JORDAN; NEVES; RODRIGUES, (2003).
Nesse contexto, o volume de cargas atua de forma considerável quanto
ao processo decisório entre utilizar frota própria ou terceirizar o seu
transporte. A problemática é aplicada ao seguimento do comércio varejista
e atacadista, mais especificamente no Grupo About, empresa situada no
estado de Santa Catarina, que atualmente encontra-se entre as 3 maiores
redes de supermercados do estado, com faturamento representativo,
empregando mais de 2.000 colaboradores diretos.
Como base neste contexto, o objetivo geral desse estudo procura
apontar e fornecer informações para a tomada de decisão na escolha entre
permanecer com a frota própria de transportes ou terceirização para a
entidade objeto do estudo, de modo que os resultados possam contribuir a
tomada de decisão a essa organização.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CONTABILIDADE GERENCIAL
Trazendo um enfoque especial e propiciando uma perpectiva em grau mais
60
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
analítico, a Contabilidade Gerencial confere as várias técnicas e procedimentos
contábeis já conhecidos e tratados pela contabilidade financeira, contabilidade
de custos, análise financeira e de balanços, a fim de colaborar com a gestão das
entidades no processo decisório (IUDÍCIBUS, 1998).
Aprofundando-se no conceito de contabilidade gerencial, Atkinson et
al, (2000, p.37) aponta que:
[...] a informação gerencial contábil mede o desempenho
econômico de unidades operacionais descentralizadas [...].
Sistemas de contabilidade gerencial efetivos podem criar
valores consideráveis, fornecendo informações a tempo e
precisas sobre as atividades requeridas para o sucesso das
empresas atuais.
A administração das empresas tem na contabilidade gerencial
uma grande aliada no processo decisório, pois esta, coleta todos os
dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os
e relacionando-os em relatórios que irão contribuir para a tomada de
decisão (MARION, 2009).
2.2 CONTROLADORIA
Para que a controladoria possa coordenar suas ações com maestria,
é fundamental que o planejamento da empresa seja formulado
minunciosamente, definindo as metas para todos os setores, para assim
alcançar o objetivo comum da empresa e garantir sua continuidade
(ANTHONY; GOVINDARAJAN, 2008).
61
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.1 Estrutura Organizacional
As estruturas organizacionais precisam ser flexíveis a ponto de
identificar oportunidades e ameaças internas e externas. A maioria das
empresas, de acordo com Jordan, Neves e Rodrigues (2003, p. 322), “[...]
tende a estruturar-se em centros de responsabilidade definidos em torno
da função, do produto, do negócio ou do mercado geográfico”.
Os estudos apresentados sobre estrutura organizacional permitem
inferir que as organizações têm um longo caminho a percorrer, pois suas
condições necessitam de flexibilidade, avaliação e reorganização constante
em termos de responsabilidade, autoridade e descentralização, uma vez
que todo crescimento precisa ser efetivamente gerenciado para minimizar
os riscos e maximizar os resultados (OLIVEIRA, 2010).
2.2.2 Processo decisório e Controle interno
No sentido de contribuir com o processo decisório, uma escolha a ser
feita é pela descentralização da gestão, ou seja, a separação das atividades em
centros de responsabilidade, onde a direção da empresa pode dar autonomia,
delegar autoridade aos gestores, acompanhar e avaliar individualmente ou
coletivamente o desempenho dos mesmos (GRUNOW, 2006).
Quanto aos controles orientaram a controladoria na busca pela
identificação dos desvios ocorridos em relação ao planejamento,
localizando sua origem. Acontece então um monitoramento das
atividades, pois quando ocorre algum problema é possível verificar se
ocorreu por algum erro de gestão ou por alguma variável não prevista no
planejamento. Este procedimento deve acontecer constantemente, a fim
de resolver os problemas em curto espaço de tempo, priorizando o alcance
dos resultados almejados pela empresa (PADOVEZE, 2012).
62
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.3 CONTABILIDADE DE CUSTOS.
Com à necessidade de avaliar os estoques na indústria, a contabilidade
de custos surgiu a partir da contabilidade financeira, sendo essa sua
primeira finalidade. Porém, recentemente, está área apresentou mais dois
novos campos: controle e decisão, sendo estes apontados como áreas de
certo diferencial (MARTINS, 2009).
Para a contabilidade de custos e seu gerenciamento, os gastos precisam
ser conhecidos e mensurados, o profissional da contabilidade de custos
deve conhecer onde os custos podem ser reduzidos sem afetar o negócio
principal da empresa (CARVALHO; LEMES, 2005).
2.3.1 Terminologias contábeis aplicadas à contabilidade de custos
A terminologia dos custos nas entidades é definida segundo Martins
(2009, p.24:26) como:
Gasto – compra de um produto ou serviço qualquer, que
gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso),
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de
entrega de ativos (normalmente dinheiro).
Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem
ou serviço. Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada
da utilidade comprada, portanto defasada ou não do gasto.
Investimentos: gasto ativado em função de sua vida útil ou
de benefício atribuíveis a futuro (s) período (s).
Custo: gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção
de outros bens ou serviços. Despesa: bem ou serviço
consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de
receitas
Perda: bem ou serviço consumidos de forma anormal e
involuntária.
63
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quanto a classificação de custos, se observa os custos diretos, Leone
(2000, p. 49) menciona que, “[...] são aqueles custos que podem ser
facilmente identificados com o objeto de custeio. São custos diretamente
identificados aos seus portadores. Para que seja feita a identificação, não
há necessidade de rateio”.
Quanto aos custos indiretos, são compostos pelos gastos com materiais
secundários, mão-de-obra indireta, e gastos de gerais de fabricação que
não tem vínculo direto com o produto, ou seja, que não tem uma medida
objetiva (MARTINS, 2009).
Conforme referido autor, os custos fixos são aqueles que permaneceram
sem alteração por um tempo determinado relevante, estes custos somente
virão a sofrer mutação, caso ocorra uma mudança de estrutura da empresa,
havendo assim, uma alteração no limite de produção. Nos custos variáveis
verifica-se associação total ou em proporção às mudanças nos níveis de
atividade.
2.4 LOGÍSTICA
A logística teve sua origem em meio aos conflitos, nas operações
militares, quando se alojavam, abasteciam e acantonavam as tropas para
se defender e dominar novos territórios. FARIA; COSTA, (2005).
É considerada primordial na gestão de muitos segmentos de mercado,
pois ela garante oportunidades de otimização dos processos e impacto
na redução dos gastos. Atualmente, as empresas realizam atividades de
transporte, controle e movimentação de estoques e comunicações, como
parte essencial de seus negócios, provendo bens e serviços desejados por
seus clientes. BALLOU, (2006).
Para Faria e Costa (2005), os custos logísticos podem ser classificados
em: diretos e indiretos, fixos e variáveis. Cada classificação atua de
forma importante na tomada de decisão da logística de conforme a
finalidade da informação.
Os transportes representam o maior percentual dos custos logísticos
64
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
para a maioria das empresas. Considerando que o Brasil utiliza
fundamentalmente o transporte rodoviário mesmo que para longas
distâncias, faz com que os custos de transportes sejam muito elevados, o
que influencia o custo final dos produtos e a competitividade das empresas
(COELHO, 2016).
2.4.1 Modais de transporte
Cada modal de transporte apresenta características, finalidades
próprias, custos, vantagens e desvantagens. Deste modo, cada modal irá
adequar-se ao tipo de carga a ser transportada, avaliada pela capacidade,
rapidez, segurança, bem como, toda a versatilidade do meio para suprir a
necessidade de cliente (FLEURY, 2000).
Os próximos tópicos apresentarão os modais de transporte: ferroviário,
aquaviário, aéreo, dutoviário, drones e rodoviário.
2.4.2 Transporte ferroviário
O transporte ferroviário é adequado para mercadorias de baixo valor
agregado e em grandes quantidades, além de ser caracterizado pelo longo
curso e baixa velocidade (BALLOU, 2006).
Segundo a ANTT para o deslocamento em médios e longos trajetos,
o modal ferroviário tem como vantagem a segurança em relação a furtos
e perdas de cargas de grandes volumes, apesar de a malha ferroviária ser
pouco desenvolvida no Brasil.
2.4.3 Transporte aquaviário
O transporte aquaviário abrange os modais marítimo, fluvial e lacustre.
O aquaviário é um dos mais antigos modos de transporte existentes no
mundo. Essa modalidade de transporte é o mais utilizado no comercio
internacional, no modo marítimo, pois sua capacidade de transporte é
65
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
gigante. O deslocamento acontece por meio de navios com infraestrutura
adequada para transportar as mercadorias. A integração dos custos do
frete ocorre por características das cargas, como peso e volume cúbico,
fragilidade, embalagem, valor, localização e distância entre os portos de
embarque e desembarque (CAXITO, 2011).
2.4.4 Transporte aéreo
O transporte aéreo apresenta níveis de avarias e extravios mais baixos,
resultando em maior segurança e confiabilidade, pois, além de transportar
carga com velocidade muito superior às demais modalidades, este modal
transporta não somente produtos de alto valor agregado, tais como
eletrônicos e aparelhos de precisão, como também uma série de produtos
sensíveis à ação do tempo, como alimentos perecíveis, flores, e demais
encomendas com as respectivas características (NOVAES, 2007).
2.4.5 Transporte dutoviário
No transporte dutoviário, a carga é movimentada através de dutos,
são transportados granéis líquidos, sólidos ou gasosos. Granéis são cargas
transportadas sem embalagem ou acondicionamento ou, ainda, mercadorias
comercializadas fora da embalagem, em frações (SILVA, 2013).
2.4.6 Transporte por drones
A tecnologia dos drones vem se consolidando como modal de
transporte. Esses robôs são equipados com câmeras de última geração e
com dispositivos de controle integrados com a web, aparelhos mobile e
computadores, os drones têm atraído empresas de diversos setores, entre
eles o transporte. Nos países mais desenvolvidos já se faz o uso de drones
para a entrega de pequenos volumes (CARGOBR, 2016).
66
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.4.7 Transporte rodoviário
Conforme Rodrigues (2004, p. 51), “O transporte rodoviário é uma
dos mais simples e eficientes dentre seus pares. Sua única exigência é
existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um elevado consumo de
combustível”.
Na atualidade, são encontrados vários problemas no transporte
rodoviário no Brasil. Péssimas condições na infraestrutura, precariedade
na manutenção e conservação das rodovias, todo esse cenário dificulta
o trabalho dos profissionais que atuam nesta área, pois necessita muita
atenção para evitar acidentes e o aumento dos custos operacionais
(CAXITO, 2011).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia pode apresentar diversas modalidades de pesquisa,
quantitativa quando se refere a números e se remete valores, bem como
aos fatos que aconteceram ou ao objeto estudado. Qualitativo, quando não
tem como prioridade a preocupação em relação aos números, mas sim
com relação explicar o porquê das coisas (FACHIN, 2003).
Ainda a autora destaca que (2003, p.79) “A variável quantitativa é
determinada em relação aos dados ou a proporção numérica. Qualitativa
se refere aos aspectos descritivos da pesquisa, ou qualidade dos resultados
obtidos”.
Sendo assim, para Tartuce (2006) a metodologia é o percurso em
direção ao objetivo, sendo regras e procedimentos descritos para a
realização da pesquisa.
Desta forma, esse estudo se apresenta quanto aos aspectos
metodológicos com essência quantitativa e aponte qualitativo. Qualitativa
ao discorrer sobre os resultados que serão alcançados, e quantitativos, na
abordagem de sua análise comparativa de viabilidade, com a utilização dos
indicadores que irão influenciar em uma possível tomada de decisão do
67
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Grupo Supermercadista About.
Em acréscimo, utiliza-se a pesquisa exploratória de modo a buscar
conhecimento sobre o tema e descobrir possibilidades de alcance ao
objetivo proposto e aprofundamento bibliográfico, a fim de conhecer
o que já existe sobre a temática e suas referências. Por fim, e não menos
importante, verifica-se a pesquisa documental, onde necessita de
documentos fornecidos pelo Grupo Supermercadista About para a
eventual análise de viabilidade.
De acordo com Bonat (2009), todo problema irá estabelecer um
questionamento, e para isso a pergunta de pesquisa deve estar presente no
estudo e ser de fácil compreensão, para que a resposta possa ser simples
na formulação.
Como problema de pesquisa, o presente estudo, referente ao serviço de
transportes de mercadorias do Grupo Supermercadista About, questiona
sobre qual a melhor opção: terceirizar ou continuar com a frota própria?
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
O Grupo Supermercadista About, além de atuar no setor de comércio
varejista, também se expandiu para o ramo atacadista em Santa Catarina,
atualmente possui como imagem institucional três marcas, onde em
virtude de solicitação da entidade, sua razão social será preservada.
Essa entidade, atualmente, possui dezessete filiais, bem como um
centro de distribuição, treze lojas de supermercados em operação.
Hoje a contabilidade da empresa é constituida internamente, porém,
conta com assessoria externa. A forma de tributação é a Lucro Real. No
ano de 2016 a empresa obteve um faturamento de R$. 473.890.380,50 reais.
Quanto a frota integrante do imobilizado, representa 44% do ativo
total da empresa, portanto, nesse contexto procura-se abordar pertinencia
quanto atuação de frota própria no serviço de transporte em comparação a
terceirização de serviços de transporte de carga.
68
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
4.1 FROTA PRÓPRIA: SERVIÇOS DE TRANSPORTE
A frota própria possibilita um desempenho operacional superior,
mais disponibilidade, capacidade de transporte e custos baixos, contudo
é necessário verificar a flexibilidade financeira da empresa. O volume de
cargas será primordial na decisão da empresa pela frota própria, pois caso
o mesmo reúna um montante elevado, requer que a empresa possua o
meio para o transporte desse (VARGAS, 2008).
Alguns elementos devem ser observados na utilização de uma frota
própria em empresas que não são organizações logísticas, como o nível
de serviço ao cliente, flexibilidade, controle, habilidades administrativas,
recrutamento, treinamento, retorno do investimento e controle dos ativos,
todos com intuito de redução de custos, conseguindo posteriormente
melhoras no preço final de seu produto (BERTAGLIA, 2006).
Na atualidade a empresa conta com 16 caminhões em sua frota, estes
são utilizados para a compra de hortifrúti no CEASA, na cidade de São José
na grande Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, bem como
parte da frota também é utilizada na transferência de mercadorias para as
16 filiais em funcionamento.
Devido à expansão da empresa, o serviço de entrega de mercadorias
ao cliente final, popularmente conhecido como rancho, é realizado por
empresas terceirizadas desde o ano de 2011.
Os custos decorrentes a frota própria com 16 caminhões para a execução das
atividades inerentes ao setor de transportes do Grupo About estão destacados
entre as contas depreciação, despesas pessoal, despesas administrativas,
licenciamentos IPVA, combustível, manutenção, pedágio e pneus.
Para a comparação dos custos entre frota própria e terceirizada foi
necessário fazer o levantamento de quilometro rodados no ano de 2016,
pode ser observado no levantamento, frota própria nesse período que
obteve 725.587 quilômetros rodados, uma média de quilômetros rodados
60.466 no período.
Sabendo-se o total de custos com e frota própria e também a quantidade
69
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de quilometro rodados em 2016, chegou-se ao custo do quilômetro rodado
pela frota própria, conforme se percebe a média de quilômetros rodados
pela média de custos, ou seja, montante de R$ 2,67.
4.2 TERCEIRIZAÇÃO: SERVIÇO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO E DE CARGA
O termo terceirização esta relacionado a transferir uma atividade
que até então era executada internamente para alguma entidade externa
(VARADARAJAN, 2009).
Utilizada como estratégia, a terceirização permite que as empresas
mantenham seu foco em sua atividade principal, garantindo assim
menores custos, ganhando velocidade e melhorando sua competitividade
(BERTAGLIA, 2006).
Quando se fala em logística, para analisar a terceirização, as empresas
avaliam diversos aspectos em relação às suas operações, como o custo
real de cada atividade, a necessidade do controle direto sobre as mesmas,
a possibilidade do desenvolvimento de know-how interno e reduções
esperadas de custos (FIGUEIRA, 2001).
Ainda Figueira (2001), afirma que caso considerada a oportunidade
e o risco considerável, a terceirização das operações logísticas deve ser
analisada para avaliar benefício e perdas, pois no mundo dos negócios, as
empresas buscam incansavelmente vantagens competitivas.
As vantagens estratégicas e operacionais na terceirização logística vêm
sendo reconhecida e Ballou (2006) apresenta os benefícios para garantir
estas vantagens:
• Custos reduzidos e menores investimentos de capital;
• Acesso a tecnologias novas e a habilidade gerenciais;
• Vantagens competitivas como a crescente penetração no mercado;
• Acesso incrementado à informação útil para o planejamento;
• Redução dos riscos e incerteza.
70
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A perda de controle sobre atividades logísticas é o maior risco para
a empresa, pois pode anular as vantagens relacionadas acima. Contudo,
a redução potencial dos custos de transporte e a liberação do nível de
investimento em áreas não centrais do negócio são as principais áreas
dentre as vantagens, seguindo a redução de pessoal (BALLOU, 2006).
Para a apresentação dos resultados, se fez necessário realizar
orçamentos com empresas que prestam o serviço de terceirização de
transportes de cargas na região onde a empresa atua.
Os custos da terceirização de transportes de cargas, uma média entre a
empresa A e a empresa B, a média de custos das empresas totalizou R$ 3,20.
4.3 COMPARATIVOS ENTRE FROTA PRÓPRIA E TERCEIRIZAÇÃO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIOS DE CARGAS
Para a apresentação dos resultados foi necessário fazer o confronto dos
custos da frota própria com os custos da frota terceirizada, como pode ser
destacado no Quadro 01:
Quadro 1 – Custos quilômetro rodado – Frota Própria X Frota TerceirizadaCusto quilômetro rodado
Frota Própria X Frota TerceirizadaCusto média frota própria
Empresa Valor por Km rodado
Custo média frota terceirizada Diferença Média da
diferença
R$ 2,67A 3,50
R$ 3,20R$ 0,83
R$ 0,53B 2,90 R$ 0,23
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Optou-se por utilizar um parâmetro de comparação por quilometro
rodado, pois a empresa estudada apresenta nos dados de sua frota própria
71
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
esta informação, que facilitou os cálculos apresentação dos cálculos
pertinentes ao estudo.
Com base nas informações obtidas do Grupo About, observou-se que
seu custo por quilometro rodado é no valor de R$ 2,67. Para poder comparar
o custo da frota própria do Grupo About buscou-se entender a terceirização
como estratégia da qual permite que as empresas mantenham seu foco
em sua atividade principal, garantindo assim menores custos, ganhando
velocidade e melhorando sua competitividade. BERTAGLIA, (2006).
Conhecendo as vantagens estabelecidas que a terceirização possa
trazer, buscaram-se indicadores sobre as frotas terceirizadas com base
no quilometro rodado. Esses indicadores são apresentados como custo
por quilometro rodado, ciente que se entende por custo, Martins (2009,
p.24:26) refere como “[...] gasto relativo à bem ou serviço utilizado na
produção de outros bens ou serviços”. Imergindo em custo de transporte,
estes representam o maior percentual dos custos logísticos para a maioria
das empresas (COELHO, 2016).
Com base nessas informações quanto aos orçamentos de terceirizadas
obteve-se por meio da pesquisa exploratória e documental que a EMPRESA
A apresentou seu custo de transporte o valor de R$ 3,50 e a EMPRESA B
respectivamente com seu custo de transporte no valor de R$ 2,90 o quilometro
rodado, á média do custo de transporte foi de R$ 3,20 o quilometro rodado.
Tendo como base o quilômetro rodado, fez-se um comparativo para
obter o valor da do diferencial, este se apresentou superior ao custo de
transporte realizado pelo Grupo About até o presente momento com uma
diferença de R$ 0,53 menor. Sabendo-se que a frota da empresa percorreu
em 2016, 725.587 quilômetros, pode-se afirmar que a empresa teria uma
economia anual de aproximadamente R$ 384.000,00 reais, permanecendo
como está. Sendo assim, com a apuração deste estudo conseguiu-se
visualizar que o custo da frota própria do Grupo About apresenta-se mais
viável em relação às frotas terceirizadas.
72
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho foi apontar e fornecer informações para a
tomada de decisão, na escolha entre permanecer com a frota própria de
transportes ou terceirização da frota do Grupo Supermercadista About.
Pautado em orientar os gestores sobre a tomada de decisão entre
permanecer ou terceirizar a frota da empresa, obteve-se como resultado
um comparativo capaz de subsidiar o processo decisório, baseando-se
os estudos e comparando o valor do quilômetro rodado, onde se pode
observar a diferença de custo entre a frota própria e as terceirizadas.
Após todos os levantamentos de informações e parametrização entre
as mesmas pode-se afirmar que neste momento, ou seja, na conjuntura
econômica nacional e regional, os custos de transporte realizado pelo
Grupo About foi inferior ao apresentado pelas empresas terceirizadas,
pois financeiramente ainda é viável permanecer gerindo sua própria frota.
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75
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS EM SUA PERCEPÇÃO HISTÓRICA
AUTORES: Dinalva de Souza ¹
Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Rafael Gustavo Goemann ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
76
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOEsse estudo teve como objetivo descrever e analisar as principais
características do perfil da produção científica na área de pesquisa em
Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos. Para tanto, realizou-
se um estudo bibliométrico com 46 artigos brasileiros e 04 publicações
internacionais, totalizando uma amostra de 50 (cinquenta) produções
científicas referentes ao período de 1990 a 2016. Quanto à metodologia
utilizada, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, documental e qualitativa
quantitativa. Os principais eventos apontados pela finalização do estudo
foram à identificação do contexto gerencial e de custos no período abordado.
Na análise bibliométrica se concluiu a predominância de pesquisa
exploratória, bem como, o estado de São Paulo como maior localidade
de produção científica e equilíbrio na utilização de referências nacionais
e internacionais por artigo. Considerando as limitações desta pesquisa,
não se permite a generalização desses resultados, avaliando o tamanho
da amostra proposta, principalmente quando comparada ao universo
de artigos científicos publicados dentre o período proposto. Entretanto,
não reduz sua importância quanto à produção acadêmica. Logo, sugere-
se uma pesquisa posterior com uma amostra mais abrangente. Caso os
resultados sejam os mesmos, pode se fazer uma conclusão dos mesmos
com maior segurança.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial. Contabilidade de Custos.
Contexto Histórico. Estudo Bibliométrico.
77
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
INTRODUÇÃO
A história vem nos mostrar a evolução pelo qual o ser humano
atravessou, e assim sendo, a Contabilidade como uma ciência também
acompanhou essa evolução. A Contabilidade de Custos surgiu no
momento em que o homem sentiu necessidade de controlar de um modo
mais eficaz tudo que se refere à produção da organização, dessa forma,
a Contabilidade Gerencial está ligada com a Contabilidade de Custos,
pois o objetivo é de orientar os gestores na tomada de decisão, através de
relatórios com informações precisas, fazendo com que empreendedores
do passado agregassem controle sobre os seus bens.
Assim, para desenvolver o conhecimento na área de pesquisa em
Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos, especificamente,
abordou-se um estudo bibliométrico, ou seja, uma revisão sistemática
que, conforme Cardoso et al. (2005, p.14) “[...] é um método para mapear
e conhecer trabalhos acadêmicos com intuito de avaliar a produção
científica e incentivar a reflexão desses trabalhos e da área em questão”.
Procurou-se em descrever e analisar as principais características
da produção científica em Contabilidade Gerencial e Contabilidade de
Custos, com o objetivo de contribuir para uma reflexão atual da arte.
Em acréscimo a pesquisa, abordou-se um levantamento histórico da
Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial com início no século
XVII nas imediações do Reino Unido, por se tratar de um campo pouco
explorado, onde se verifica o limitado número de autores que descrevem
sobre a origem dessa ciência nas áreas de gestão. Diante do disposto, surgiu
a necessidade desse levantamento histórico sobre o tema desenvolvido.
78
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE GERENCIAL E CONTABILIDADE DE CUSTOS DO SÉCULO XII A XX
A Contabilidade como se sabe, vem desde os primórdios. Segundo Sá
(1997, p.20):
[...] admite-se, pois, que há cerca de 20.000 anos, o homem
já registrava os fatos da riqueza em contas, de forma
primitiva buscava, assim memorizar aquilo que dispunha
e que não precisava mais buscar na natureza, porque
armazenava.
Porém, não há relatos específicos sobre a Contabilidade Gerencial,
naquela época, relata-se que o registro das quantidades de animais
possuídos por determinado proprietário era associado com algum número
representado pelo volume de pedras. Ou seja, o senhorio pré-histórico
carregava em suas mãos uma pedra para cada animal ao levá-lo para o pasto,
ao retornar, observava se a quantidade de pedras conferia com o número
de animais, assim, podia se verificar caso algum animal do rebanho tinha
se perdido. Com este relato conclui-se que a Contabilidade é tão antiga ou
mais que a própria matemática. Partindo desta premissa, Sá (2009, p.31)
descreve que, “[...] admite-se a contabilidade para fins administrativos
como um conhecimento aplicado sendo necessário distinguir os conceitos
que lhe foram atribuídos”.
Quanto a Contabilidade Moderna, teve sua origem no norte da Itália,
supostamente em meados dos séculos XIII ao século XIV. O primeiro livro
publicado contendo dados contábeis foi escrito pelo Frei Luca Pacioli,
onde se aplica a concepção dessa ciência por volta do século XV, ainda
que, apenas exponha o método das partidas dobradas (ABREU, 2006).
Iudícibus (2009, p.16) diz que:
79
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
É assim, fácil de entender, passando por cima da
antiguidade, por que a Contabilidade teve seu florescer,
como disciplina adulta e completa, nas cidades italianas
de Veneza, Gênova, Pisa e outras. Estas cidades e outras
da Europa fervilhavam de atividade mercantil, econômica
e cultural, momento a partir do século XIII até o início
do século XVII. Representavam o que de mais avançado
poderia existir, na época, em termos de empreendimentos
comerciais e industriais incipientes. Foi nesse período,
obviamente, que Pacioli escreveu seu famoso Tractatus de
coputis et scripturi, provavelmente o primeiro a dar uma
exposição completa e com muitos detalhes, ainda hoje
atual, da contabilidade.
Do século XIV ao começo do século XX, a Europa foi considerada o centro
dos estudos contábeis, nesse momento a Contabilidade buscava uma forma
de aperfeiçoar o contexto das organizações, apesar de não ocorrer muita
preocupação em passar as informações aos indivíduos externos. Portanto,
a única finalidade das informações geradas, era atender especialmente
os gestores das organizações, conforme observamos em Iudícibus (1998,
p.21), “[...] está voltada única e exclusivamente para a administração da
empresa, procurando suprir informações que se “encaixem” de maneira
válida e efetiva no modelo decisório do administrador”.
Após esse período, a Contabilidade Gerencial se expandiu, houve uma
grande evolução principalmente pelo crescimento de grandes companhias,
o aumento das pesquisas indutivas, a busca por maior precisão e controle
nos relatórios gerenciais, seguido pelo aperfeiçoamento de um sistema de
regulação dos demonstrativos contábeis através de órgãos como a FASB
Financial Accounting Board (FASB)e a Securities and Exchange Commission
(SEC), que realizava recomendações as grandes organizações, quanto à
geração de seus demonstrativos, presente nos dias atuais (PADOVEZE,
2011).
80
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Contudo, foi na Revolução Industrial no século XVIII na Inglaterra,
que encontramos o fator decisivo para não só o surgimento, mas sim, a
maior ênfase da Contabilidade Gerencial, precedendo a Contabilidade
Financeira. Dessa forma, se propôs uma base sólida para que os gestores
fossem capazes de tomar decisões corretas, onde essa ciência surgiu para
que o risco de erros fosse praticamente eliminado, uma vez que os gestores
das organizações estavam preocupados em mensurar e controlar seu
patrimônio. Padoveze (2011, p.38), aponta;
A contabilidade gerencial é relacionada com o fornecimento
de informações para os administradores – isto é, aqueles
que estão dentro da organização e que são responsáveis
pela direção e controle de suas operações. A contabilidade
gerencial pode ser contrastada com a contabilidade
financeira, que é relacionada com o fornecimento de
informações para os acionistas, credores e outros que estão
de fora da organização.
Diante desses pressupostos básicos, a Contabilidade Gerencial, surge
como ferramenta para auxílio aos gestores da organização com todas as
suas particularidades operacionais. Miranda (2003 apud Johnson e Kaplan,
1996, p.17-9) aponta a Contabilidade Gerencial e de Custos associada ao
início do século XIX, mais precisamente em 1812, como marco inicial dessa
ciência voltado a gestão “A contabilidade gerencial surgiu pela primeira
vez nos Estados Unidos, quando as organizações comerciais, em vez de
dependerem dos mercados externos para trocas econômicas diretas,
passaram a conduzir trocas econômicas internas”.
Ainda Miranda (2003 apud Anderson, Needles e Caldweel, 1973,
p.02) acrescenta “[...] a contabilidade gerencial, que é uma extensão da
contabilidade financeira, aplica-se, inicialmente, às atividades internas da
empresa e as decisões gerenciais devem acompanhar a missão da empresa”.
A Contabilidade Gerencial é ampla e com isso ela nos fornece inúmeras
81
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
técnica do início ao término do processo, pois ela baseia-se em análises
detalhadas e analíticas, gerando informações úteis e assim auxiliando os
gestores das organizações com informações precisas, para uma tomada de
decisão eficaz. Segundo Padoveze (2009, p.32);
A Contabilidade Gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a
várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e
tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de
custos, na análise financeira e de balanços etc., colocados
numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das
entidades em seu processo decisório.
Em acréscimo, Crepaldi (2008, p.05):
Contabilidade Gerencial é o ramo da Contabilidade que tem
por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de
empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais, É
voltada para a melhor utilização dos recursos econômicos
da empresa, através de um adequado controle dos insumos
efetuado por um sistema de informação gerencial.
Muitas questões relacionadas ao planejamento, por meio de
informações, podem ser consideradas instrumentos disponibilizados pela
Contabilidade Gerencial, no uso diário da organização, para uma futura
tomada de decisão. O papel da Contabilidade Gerencial na atualidade está
associado ao sucesso de uma organização nos dias atuais, pois a vantagem
conseguida pode dissipar-se muito rapidamente, sem um controle mais
rígido dentro das empresas (COBERTT, 1997).
Nesse contexto, a Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custos
82
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
auxiliam os gestores, a fim de controlar, planejar e corrigir as falhas da
empresa, proporcionando um melhor gerenciamento, elaborando planos
administrativos e instrumentos de apoio às funções, concentrando-se na
avaliação de resultados, com isso, ajudando a empresa crescer, gerar lucros
e diminuindo a taxa de mortalidade empresarial. Entretanto, o que torna
esse estudo diferenciado são os apontamentos vistos dessa parceria entre
os administradores e as práticas contábeis, as quais são muito mais antigas
do que imaginamos.
2.2ABORDAGEM HISTÓRICA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE GERENCIAL EM ORGANIZAÇÕES, SÉCULO XVII.
Desde a Revolução Industrial, a Contabilidade de Custos e Contabilidade
Gerencial tiveram uma evolução considerável, devido à necessidade de
realinhar os seus objetivos e no atendimento aos gestores fazendo com
que as informações fossem confiáveis e precisas.
[...], todavia naquela época as empresas apresentavam seus
processos de produção muito semelhante aos artesanais,
e compunham sua matriz de custos, basicamente com
matérias primas e mão-de-obra, que eram sem dúvida os
mais relevantes (MARTINS, 2001, p.13).
Nesse contexto, a Contabilidade de Custos e Contabilidade Gerencial
se tornaram relevantes no processo industrial, pois os proprietários dessas
indústrias tinham que controlar os custos de produção e precisavam de
relatórios eficientes, precisos e em tempo hábil para a tomada de decisão.
O cálculo dos custos e lucro no período pré e pós século XVII eram
relevantes e deveriam ser incluídos em relatórios para informar a tomada
de decisão da gestão. Contudo, como forma de justificar a pratica, observa-
se em algumas entidades com quatro séculos de criação a presença desse
contexto contábil, através da utilização de técnicas como a Depreciação;
83
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Juros imputados; Capital médio empregado; Custo de oportunidade; Custos
indiretos e distribuição; Custos; Preço de transferência; Orçamentos; Fluxo
de caixa e ROI – Retorno do investimento.
2.2.1 Propriedade: Robert Loder (1612). Berkshire - Inglaterra.
O termo usado em 1870 para descrever a Depreciação era conhecido
como Desgaste (JONES, 1985), contudo, era empregado como alternativa
ou subsídio para reparos.
Na abordagem histórica verificada pela propriedade agrícola
administrada Robert Loder (1612) em Berkshire, Inglaterra, encontra-
se o tratamento de alguns bens como Ativo Não Circulante, na figura
do cavalo. Ao nos reportarmos a Contabilidade Rural, vista em Marion
(2014), observam-se animais registrados como Ativo Não Circulante,
os quais sofrem desgaste mediante ao processo de depreciação. Quanto
ao método empregado por Robert Loder, adotou-se uma contabilização
que amortizou o custo do animal em um período de 9 anos, usando uma
adaptação do método linear, considerado taxa de uso (BRYER, 2000).
Este método de depreciação utilizado em Berkshire 1612 está muito
próximo ao utilizado pelas organizações nos dias atuais, conhecido como
método de depreciação linear, observado em Barros (2005, p.103):
A taxa de depreciação linear é fixada em função do prazo
durante o qual se possa esperar utilização econômica do
bem pela pessoa jurídica na produção de seus rendimentos.
A depreciação do bem será proporcional ao número de
meses em que fizer parte do ativo.
Assim, a depreciação é calculada dividindo-se o valor depreciado pelo
tempo de vida útil do bem. Dessa forma, o valor do encargo de depreciação
será o mesmo em todos os períodos. O cálculo da depreciação também
pode ser observado em entidades como a Carbuton Forge Company em
84
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Derbyshire, Inglaterra (1700), na Carron Company, Escócia (1769) e também
empresa Boulton & Watr’s Soho Foundry (1790) localizada também no
Reino Unido (BOYNS, EDWARDS, 2007).
Em sequência, verificamos outro termo muito utilizado na
Contabilidade de Custo, conhecido como Custo de Oportunidade, o qual
é definido como expressão da relação básica entre escassez e escolha, são
custos implícitos, relativo aos insumos que pertencem à empresa e que
não envolve desembolso monetário (HORNGREN, 1986).
Ainda, Horngren (1986, p.528) descreve que custo de oportunidade “[...]
é o sacrifício mensurável da rejeição de uma alternativa; é o lucro máximo
que poderia ter sido obtido se o bem, serviço ou capacidade produtiva
tivesse sido aplicado a outro uso operacional”. Portanto, representa o valor
associado a melhor alternativa não escolhida.
O agricultor Robert Loder (1612) aplicava o conceito de Custo de
Oportunidade para a tomada de decisão, sobre as despesas evitáveis na
produção de milho e cevada. Ou seja, levantava-se a probabilidade de
ausência de ganho produtivo com uma escolha de cultura, nesse caso,
plantar milho ou cevada (BOYNS, EDWARDS, 2007).
2.2.2 Empresa Carbuton Forge Company (1700). Derbyshire - Inglaterra.
A atividade da empresa Carbuton Forge Co. consistia na fundição de ferro,
onde há os primeiros registros industriais no tratamento dos encargos de
depreciação em maquinas, reconhecendo £ 50,00 (cinquenta libras) em conta
de despesa e ainda redutora do investimento. (EDWARDS & BOYNS, 2007).
Conforme verificado, a entidade também utilizava técnicas de desgaste,
entretanto, aplicada a fundição, como se pode observar perante os estudos
de (EDWARDS & BOYNS, 2007).
85
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.3 Empresa Carron Company (1769). Escócia.
Sua principal atividade era a siderurgia, assim, a empresa Carron
Co. perpetrava seus cáculos de desgaste em fornos e alguns utensílios.
Quanto aos aluguéis dos edifícios, suas instalações, eram tratados como
custo de produção. (POLLARD, 1968). Como visto, a entidade realizava
o cálculo de desgaste dos fornos que eram tratados como custo de
produção, porém, é o mesmo método de depreciação rudimentar quando
comparado ao Metodo Linear.
Em acrescimo, encontra-se a empresa Boulton & Watt’s Soho Foundry
(1790) na Inglaterra, famosa pela produção de máquinas a vapor, a mesma,
tinha um eficiente controle de seus estoques e cálculo de depreciação para
a época, essas empresas, preocupavam-se em fazer a depreciação dos seus
Ativos Imobilizados, hoje conhecidos como Ativo Não Circulante (BOYNS,
EDWARDS, 2007).
2.2.4 Empresa Mona Mine Company (1788). Inglaterra.
Há exemplos abundantes de cálculos financeiros preparados para
permitir aos gestores do século XVIII escolher entre alternativas para seus
investimentos (EDWARDS & BOYNS, 2007).
Na atividade de extração de minérios, fazia uso de juros imputados
que permitiram uma avaliação explícita da rentabilidade nas atividades de
negócios específicas nas organizações do período abordado, onde os juros
cobrados eram no percentual de 10% sobre o capital médio empregado
para financiar outro projeto, podendo ser estimado uma espécie de Custeio
de Oportunidade.
No decorrer das atividades da Mona Mine Company, o exercício revelou
que houve falhas no cálculo da empresa. Onde essa, estabeleceu um lucro
operacional de £ 11.990 (Onze mil, novecentos e noventa libras), o qual foi
convertido em uma perda de £ 29.785 (Vinte nove mil, setecentos e oitenta
e cinco libras), tendo em conta os juros de um capital médio empregado
86
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de £ 59.680 (Cinquenta e nove mil seiscentos e oitenta libras). (JONES,
1985). Contando que um trabalhador assalariado na época ganhava
aproximadamente 10 (dez) libras por ano (PIQUERAZ; ROZALÉN, 2007).
2.2.5 Empresa Carron Dowlais Company. (1763). Inglaterra.
Custos indiretos são aqueles gastos que necessitam de um critério de
rateio, pois não são facilmente identificados. Segundo Martins (2001, p.53)
diz que “[...] cada vez que é necessário utilizar qualquer fator de rateio para
a apropriação ou cada vez que há o uso de estimativas e não de medição
direta, fica o custo incluído como indireto”.
Do mesmo modo Leone (2000, p.49) complementa que “[...] por causa
de sua não relevância, alguns custos são alocados aos objetos do custeio
através de rateios”. Portanto, tais custos necessitam de técnicas de rateio
que permitam a alocação mais adequada aos itens identificados.
No caso da empresa Carron Dowlais Co., produtora de ferro, os
gestores tinham que decidir quais eram os custos, reconhece-los e ainda
indicar como reparti-los entre as diferentes atividades, desta forma,
confeccionavam planilhas para gerenciar todos os custos incorridos na
produção. Dentre elas, planilha de gerenciamento dos custos em base
mensal, onde se incluía o incluir custo de produção no cálculo do produto
e a especificação da proporção a ser cobrado para cada departamento
(BOYNS, EDWARDS, 2007).
Na Carron Dowlais Co., na produção de ferro, a gestão fazia planilhas
mensais de custo, com os respectivos rateios de despesas gerais no período
de 1851. Conforme quadro 01.
87
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quadro 01 – Planilha de custo mensal da Carron Dowlais Co. (1851)
Carvão e motores de explosão £ 50
Minas de ferro £ 100
Fornos £ 450
Forjas e laminadores £ 300
Fonte: Adaptado, (BOYNS, EDWARDS, 2007).
Quando há transferência de produtos entre os centros de
responsabilidade, os quais são denominados Preço de Transferência,
Hansen e Mowen (2001, p.333) afirmam que:
Preços de transferência são associados a bens ou serviços
trocados entre as subunidades de uma organização.
Muitas vezes, o termo é associado a materiais, peças ou
produtos acabados. O preço cobrado afeta as receitas
da divisão que está transferindo e os custos da divisão
que está recebendo. Como resultado, a lucratividade, o
retorno sobre o investimento e a avaliação do desempenho
gerencial em ambas as divisões são afetadas.
Em 1763, os registros mostram que a empresa Carron Dowlais Company
também realizava transferências inter unidades ao custo médio real ou
estimado por tonelada. O mesmo processo, pode ser observado na entidade
Consett Iron Co., 1867, em Durham Reino Unido, igualmente produtora de ferro,
empregava o preço de transferência nas passagens de seus departamentos. Os
arquivos da Consett Co. demostraram que a empresa utilizou custo histórico
com a finalidade de medir as transferências de matérias-primas e bens
intermediários. O objetivo foi identificar a rentabilidade relativa do carvão
e departamentos de produção de ferro, e ainda, alcançar uma tomada de
decisão estratégica (BOYNS; EDWARDS, 2007).
88
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.6 Empresa Boulton & Watt’s Soho Foundry (1790).
Custo é o valor gasto com bem ou serviços para a produção de outros
bens e serviços. Os custos têm a capacidade de serem atribuídos ao produto
final. Padoveze (2011, p.320) esclarece o termo apresentando:
São os gastos, não investimentos, necessários para fabricar
os produtos da empresa. São gastos efetuados pela empresa
que farão nascer os seus produtos. Portanto, podemos dizer
que os custos são os gastos relacionados aos produtos,
posteriormente ativados quando os produtos objeto desses
gastos forem gerados.
Instituindo normas nos processos a empresa Boulton & Watt’s Co. utilizava
livros de custeio para identificar; tempo; eficiência no consumo de carvão;
quantidade a ser usada e a identificação do carvão como custo direto e variável,
onde registravam seus custos por medição (BOYNS; EDWARDS, 2007).
2.2.7 Empresa Hudson Bay Company (1670). Local: Inglaterra.
A maioria dos orçamentos preocupa-se em antecipar as receitas e
despesas da entidade. Seja qual for o orçamento, este se baseia em dados
históricos, isto significa que são fatos ocorridos no passado que permite
um mínimo de previsibilidade.
Para Padoveze (2011, p.515) orçamento significa “[...] processar todos os
dados constante do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo
os dados previstos para o próximo exercício, considerando as alterações já
definidas para o próximo exercício”. Como visto, a empresa Hudson Bay
Co., comerciante de peles, já elaborava em 1670 um plano orçamentário
para ajudar em negócios futuros, este plano orçamentário foi concebido
para coordenar as atividades das empresas na época e ajudar a planejar
seus negócios futuros de forma eficaz, além da determinação de quanto
89
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
cobrar por seus produtos de seus clientes (BOYNS; EDWARDS, 2007).
2.2.8 Empresa Morris Company (1727). Londres, Inglaterra.
O fluxo de caixa como ferramenta de controle permite aos gestores, ter
uma avaliação mais vasta da real capacidade de gerar caixa com o intuito
de honrarem seus compromissos e das necessidades de financiamentos
além de indicar a origem e o destino dos valores.
O fluxo de caixa da empresa consiste em implantar uma
estrutura de informações útil, prática e econômica. A
proposta é dispor de um mecanismo seguro para estimar
os futuros ingressos e desembolsos de caixa na empresa
(ZDANOWICZ, 2004, p.125).
O fluxo de caixa como vimos, relaciona-se com os movimentos mensais
das demais contas da empresa, e de forma é elemento fundamental para
o acompanhamento e controle dos recursos da organização, juntamente
com o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado.
A empresa Morris Co. em 1727, tinha esse controle sobre o fluxo de caixa
e utilizava a ROI (Retorno do investimento) sobre seu capital investido.
Essa organização consistia em uma fábrica de têxtil, onde teve um capital
investido em 1727 de £ 10.000 (dez mil libras) a uma taxa de 23% a.a.,
obtendo um retorno do seu investimento após um ano e três meses de £
2.900 (duas mil e novecentas libras) (JONES, 1985).
O retorno sobre o investimento, ou ROI, é usado para medir os
rendimentos obtidos a partir de uma determinada quantia de recursos
investidos, conforme Padoveze (2011, p. 278) “[...] o retorno do investimento
é o percentual obtido pelo lucro periódico (normalmente anual) em relação
aos investimentos do centro de resultado”. Portanto, pode-se afirmar que
o que se pratica hoje nos dias atuais, vem sendo exercido desde o século
XVIII por empresas que faziam seus investimentos e esperavam retorno do
90
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
mesmo, como visto na empresa Morris Company em 1727.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Todo procedimento de pesquisa é fundamentado em revisões teóricas
consistentes, ou seja, uma análise crítica de trabalhos publicados sobre
determinado tema. Cervo; Bervian (2007) argumentam que a pesquisa
consiste em uma atividade voltada para a solução de problemas, através
do emprego de processos científicos buscando uma resposta ou solução.
Técnicas como a Bibliometria são usadas para distinguir os trabalhos
e autores mais significativos a respeito de temas abordados. Através dessa
ferramenta, é possível levantar o que já se foi publicado, proporcionando
sustentação para o desenvolvimento de novos trabalhos. Segundo Tague-
Sutcliff (1992 apud Araújo, 2006, p.32), pode-se interpretar a Bibliometria
como “[...] o estudo dos aspectos quantitativos da produção, disseminação
e uso da informação registrada”. Assim, a Bibliometria desenvolve padrões
mensuráveis por meio de modelos matemáticos para avaliar processos,
utilizando seus resultados na elaboração de previsões e auxilio a tomadas
de decisões.
Esse estudo tem como proposta a análise sobre publicações envolvendo
a Contabilidade Gerencial e a Contabilidade de Custos, mediante uma
abordagem prévia ao contexto histórico de entidades que aplicavam
procedimentos de gestão no período medieval.
As informações necessárias para o desenvolvimento desse estudo,
abordou um levantamento da produção acadêmica publicada em revistas,
eventos e sites na área contábil com seleção aleatória. Esse critério permitiu
a seleção de 50 (cinquenta) artigos de cunho nacional e internacional com
o objetivo de responder a pergunta de pesquisa.
• Hipótese: Como ocorreu a evolução histórica da Contabilidade
Gerencial e de Custos a partir do século XVII? Como se apresenta
as publicações científicas, voltadas ao tema quando abordarmos
91
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
um estudo Bibliométrico?
4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS BIBLIOMÉTRICOS.
Através de um levantamento da produção acadêmica publicada em
revistas, eventos e sites na área contábil, selecionou-se uma amostra
aleatória voltada a periódicos envolvendo o universo da Contabilidade
Gerencial e Contabilidade de Custos. Desta forma, o estudo aborda uma
amostra de 50 (cinquenta) artigos em análise Bibliométrica, conforme
evidenciado no quadro 02.
Quadro 02 – Artigos selecionados pelo estudo.
N° Nome do Artigo Ano Publicação
1Evolução da Contabi lidade: Uma análise sobre a adequação dos contado res em relação aos servi ços fornecidos as pequenas empresas.
2008
2 Contabilidade Geren cial: Um instrumento de apoio à gestão para a to mada de decisão. 2013
3Diferenciações entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Geren cial: Uma pesquisa empí rica a partir de pesquisadores de vários países.
2007
4 Controladoria e Con tabilidade Gerencial. 2005
5 A importância da Contabilidade Gerencial. 2007
6 A importância da Contabilidade Gerencial para a administração. 2012
7 The Development of Cost and Management Accounting in Britain. 2007
92
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
N° Nome do Artigo Ano Publicação
8 A Contabilidade de Custos: Uma ferramenta para evidenciar os custos hospitalares. 2007
9 Cost and Management Accounting In PreIndustrial Revolution Spain. 2005
10 Reflexão sobre a evo lução e mensuração de custos de oportunidade. 2003
11 Evolución del pro cesso de armonización contable en España y Brasil en el período 19732013. 2014
12Aplicação e utiliza ção do método unidade de esforço de produção para análise Gerencial e como ferramenta para aumento de competitividade.
2011
13A contribuição da Contabilidade Gerencial para as tomadas de deci sões de uma empresa do setor metalúrgico da regi ão de Criciúma/SC.
2011
14 Estudo Comparativo na área de Contabilidade Gerencial entre Brasil, México e Espanha. 2008
15 Contabilidade Ge rencial estratégica: o uso da contabilidade gerencial como suporte ao processo de gestão estratégica. 2001
16
A Contabilidade, a pesquisa de custos e o contexto brasileiro – Uma abordagem sobre realiza ção de pesquisas de cus tos e o desenvolvimento político econômico dos anos 70 ao início do sécu lo XXI.
2005
17 Evolução histórica da Contabilidade e dos sis temas de gestão de Custos. 2008
18 Evolução histórica do currículo de Contabi lidade no Brasil desde 1809. 2011
19 Estruturação de sis tema para Contabilidade Geren cial e controle de Custos. 2001
93
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
N° Nome do Artigo Ano Publicação
20Aproximação entre Contabilidade Gerencial e Contabilidade Financeira com a convergência con tábil brasileira às normas IFRS.
2010
21 Pesquisa científica em Contabilidade Geren cial nos ENANPADs de 2003 a 2008. 2010
22 Cruzando fronteiras: Tendências de Contabili dade diretiva para o século XXI: As novas aborda gens metodológicas na pesquisa em Contabilida de Gerencial.
2001
23 Uma análise crítica dos instrumentos propos tos por Robert S. Kaplan para a Contabilidade Ge rencial. 2005
24 Pesquisa científica em Contabilidade entre 1990 e 2003. 2005
25Análise conceitual do relacionamento entre prá ticas de Contabilidade Gerencial e poder disci plinar a luz de Foucault e de Mintzberg.
2010
26 Relevance lost: uma releitura. 2005
27 A Contabilidade Ge rencial: uma perspectiva de ciclo de vida de seu desenvolvimento nas or ganizações. 2010
28 Histórico e proble mática de gerenciamento de custos. 2013
29 Contabilidade e aná lise de Custos. 2015
30 A abrangência da Contabilidade Gerencial segundo os docentes pa ranaenses de Contabilida de. 2009
31 Mudanças de práticas de Contabilidade Geren cial identificadas nos re latórios da administração de empresa familiares. 2010
32 A importância do profissional contábil na Contabilidade Gerencial. 2009
33 Contabilidade Ge rencial e teoria institucio nal: um estudo bibliomé trico em periódicos inter nacionais. 2014
94
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
N° Nome do Artigo Ano Publicação
34O ensino de Contabi lidade Geral e Contabili dade de Custos nos cursos de graduação em admi nistração do estado de Santa Catarina.
2010
35Abordagem a respei to da Controladoria e Contabilidade Gerencial: um estudo das redes soci ais publicado em periódi cos internacionais.
2014
36 Produção científica brasileira em Custos: um estudo descritivo do con gresso USP de Controla doria e Contabilidade. 2014
37 Mudanças nas práti cas de Contabilidade Ge rencial de empresas. 2011
38Uma análise do uso dos conceitos e ferramen tas da Contabilidade Ge rencial por empresas mul tinacionais instaladas em Curitiba/PR.
2011
39O monólogo contá bil: Uma análise do uso da Contabilidade Gerencial em micro e pequenas empresas à luz do processo comunicacional segundo Bakhtin.
2012
40 Análise dos Custos para tomada de decisão gerencial: o caso de uma fábrica familiar de perfilados. 2014
41A Contabilidade Ge rencial como ferramenta de apoio ao planejamento e ao controle: um estudo sobre duas empresas de grande porte do setor au tomotivo.
2010
42Contabilidade Ge rencial como ferramenta para gestão financeira nas microempresas: uma pes quisa no município de Mossoró/RN.
2015
43 Gestão de Custos nas MPEs da indústria de confecção. 2003
44 Contabilidade Ge rencial como fonte de informação. 2012
45 A importância da Contabilidade Gerencial para micro e pequena empresa. 2010
95
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
N° Nome do Artigo Ano Publicação
46 A importância da Gestão de Custos na to mada de decisão. 2010
47 A influência da Con tabilidade de Custo na tomada de decisão. 2007
48 A Contabilidade Gerencial e sua importân cia na atualidade. 2010
49 Sistemas de Custos com base em atividades: Uma evolução das filoso fias de produção e de Contabilidade. 1994
50 Evolução histórica da Contabilidade de Custos. 1993Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
A frequência estatística ou frequência absoluta de um evento consiste
no número de vezes que o mesmo ocorreu em um experimento ou
estudo (CORREIA, 2003). Utilizando essa ferramenta, a presente amostra
demonstra que o meio de divulgação mais presente foi à modalidade
revista, apresentando 74% do total dos artigos pesquisados, seguido de
eventos a título de congressos, simpósios e oficinas com percentual de
16%, em acréscimo, as publicações voltadas a sites ou mídias eletrônicas
totalizaram apenas 10%, segundo tabela 01.
Tabela 01 – Estudos por meios de divulgação
MEIOS DE DIVULGAÇÃO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %
Revista 37 74%
Evento 8 16%
Site 5 10%
Total 50 100%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
Quanto às metodologias utilizadas, a pesquisa exploratória mostrou-
96
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
se a de maior representatividade, sendo aplicada em 54% dos artigos
segundo a tabela 02. A pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de
proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato, utilizada para
estudar temas poucos abordados, possibilitando maiores informações
sobre o assunto em questão (BEUREN, 2008).
Em sequência, observa-se a pesquisa descritiva com 46% da frequência,
a qual tem como principal característica descrever uma determinada
população ou fenômeno estabelecendo relação entre variáveis (GIL, 2008).
Quanto à pesquisa explicativa, não foi encontrada de forma presente entre
os 50 artigos pesquisados.
Ainda Gil (2008), esclarece a pesquisa explicativa como meio para
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência
dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade,
porque explica a razão ou o porquê das coisas. Por isso, é uma a modalidade
mais complexa e delicada.
Tabela 02 – Estudos por metodologia utilizada
METODOLOGIA UTILIZADA FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %
Pesquisa Exploratória 27 54%
Pesquisa Descritiva 23 46%
Total 50 100%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
Quanto à tabela 03, observamos as datas envolvendo os artigos
publicados sobre Contabilidade Gerencial e Contabilidade de Custo,
escopo do estudo. Por se tratar de uma amostra aleatória, com base na
seleção por buscadores da internet, não foram indicadas publicações que se
aprofundam em contextualizações históricas da Contabilidade por Gestão,
o que evidencia um intento para futuros estudos e aprofundamentos em
97
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
publicações na área.
Tabela 03 – Estudos por ano de divulgação.
ANO DE DIVULGAÇÃO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %
2015 2 4%
2014 5 10%
2013 2 4%
2012 3 6%
2011 5 10%
2010 10 20%
2009 2 4%
2008 3 6%
2007 5 10%
2005 6 12%
2003 2 4%
2001 3 6%
1994 1 2%
1993 1 2%
Total 50 100%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
Dentre os artigos considerados, o maior volume de publicações ocorreu
no ano de 2010 com 20% de frequência, seguido por 2005 com 12%, em
terceiro lugar ficaram os anos de 2014, 2011 e 2007. Quanto às publicações
voltadas a 2012, 2008 e 2001 encontrou-se um percentual de 6%. Nos
anos de 2015, 2013, 2009 e 2003 aponta 4%, onde as menores frequências
98
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
observam-se em 1994 e 1993 com apenas 2%.
A tabela 04 aponta os artigos divulgados em Contabilidade Gerencial e
Contabilidade de Custos quanto aos estados ou países o qual foi divulgado.
Tabela 04 – Estudos por local de divulgação.
LOCAL DIVULGADO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %
Brasília 1 2%
Canadá 1 2%
Colômbia 1 2%
Espanha 1 2%
Espírito Santo 1 2%
Inglaterra 1 2%
Mato Grosso 1 2%
Minas Gerais 4 8%
Paraná 6 12%
Piauí 1 2%
Rio de Janeiro 1 2%
Rio Grande do Norte 1 2%
Rio Grande do Sul 2 4%
Santa Catarina 10 20%
São Paulo 17 34%
Sergipe 1 2%
Total 50 100%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
O estado brasileiro com maior número de participação quanto a
99
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
divulgação dos artigos foi São Paulo com 34%, seguido por Santa Catarina
com 20%, em terceiro lugar observou o estado do Paraná em frequência de
12% dos artigos selecionados. Minas Gerais segue com 8%, Rio Grande do
Sul 4% e os demais estados brasileiros, como: Brasília, Espírito Santo, Mato
Grosso, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Sergipe apresentou 2%
respectivamente. Foram selecionados 4 (quatro) artigos internacionais,
sendo 1 (um) do Canadá, 1 (um) da Colômbia, 1 (um) da Espanha e 1 (um) da
Inglaterra com 2% respectivamente da participação na divulgação.
Tabela 05 – Estudos da quantidade média de referências por artigo.
REFERÊNCIAS Nº. DE REFERÊNCIAS Nº. MÉDIO DE REFERÊNCIAS POR ARTIGO
Nacionais 1.093 21,86
Internacionais 1.026 20,52
Total 2.119 42,38Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
De acordo com a tabela 05, a quantidade média de referências utilizadas
por artigo foi de 42,38%. Conforme o total percebe-se que a participação média
das referências nacionais é de 21,86% por artigo, quase se iguala à participação
média de referências internacionais em 20,52%. Portanto, pode-se verificar o
amadurecimento e harmonização de publicações nacionais quando falamos
em estudos elaborados por autores de outros países.
A tabela 06 apresenta o procedimento metodológico utilizado.
Tabela 06 – Estudos do procedimento metodológico utilizado.
100
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO UTILIZADO FREQUÊNCIA FREQUÊNCIA %
Pesquisa Documental 19 38%
Pesquisa Bibliográfica 13 26%
Pesquisa de Estudo de Caso 13 26%
Pesquisa Levantamento de Survey 5 10%
Total 50 100%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
De acordo com a tabela 06, destacam-se entre as metodologias
pesquisadas nos artigos, a pesquisa documental com 38%, a que segundo
Gil (2008) é aquela realizada a partir de documentos, contemporâneos ou
retrospectivos, considerados cientificamente autênticos.
Quanto à pesquisa bibliográfica, apresentou uma frequência de
26%, se equiparando ao estudo de caso com o mesmo percentual. Ainda
segundo Gil (2008) a pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção
efetiva de um protocolo de investigação, onde, após а escolha de um
assunto é necessário fazer uma revisão bibliográfica do tema proposto.
Essa modalidade auxilia na escolha de um método mais apropriado, assim
como no conhecimento das variáveis e na autenticidade da pesquisa.
O estudo de caso, Yin (2005), consiste na investigação empírica que
permite o estudo de um fenômeno contemporâneo dentro do contexto
da vida real, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o
argumento não estão claramente definidos. Por fim, na pesquisa Survey
encontrou-se um percentual de 10% sobre a produção cientifica estudada.
Essa modalidade de pesquisa, em Gil (2008), é um tipo quantitativo, pois
apresenta característica de abordagem direta das pessoas, no qual deseja
conhecer. Basicamente, realiza-se o levantamento das informações de um
grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado, mediante
análise quantitativa. Em acréscimo, verificou-se que entre os artigos
101
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pesquisados também ocorreu a utilização de mais de um procedimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo histórico evolutivo da Contabilidade Gerencial e Contabilidade
de Custos são importantes para que se conheçam quais as principais
fundamentações teóricas que estão alicerçando os procedimentos
gerenciais e de custos dos dias atuais.
Para isso, fez-se necessário um estudo cujo objetivo foi descrever
e analisar o perfil da produção científica em Contabilidade Gerencial
e Contabilidade de Custos no período de 1990 a 2016 mediante a
Bibliométria, acrescido de um levantamento histórico e bibliográfico de
entidades do século XVIII ao XIX.
Os resultados desse levantamento sugerem evidências empíricas de
que a bibliografia sobre Contabilidade Gerencial e Custos está voltada para
as pesquisas exploratórias, podendo ser explicado pela valorização dessa
modalidade de investigação na esfera atual.
Quanto ao meio de divulgação, verificou-se uma relevância da exposição
em artigos e revistas. O ano que teve o maior número de publicações
foi em 2010, onde o estado de São Paulo apresentou o maior número de
periódicos como foi observado, ficando com 34% da frequência.
Em acréscimo, as quantidades médias de referências nacionais estão
sendo utilizadas proporcionalmente às internacionais, como meio de
consulta e respaldo acadêmico, indicando que a literatura estrangeira está
exercendo influência sobre a nacional.
E finalmente, quanto aos procedimentos metodológicos mais
utilizados, observou-se a pesquisa documental com 38% da frequência.
Considerando as limitações desta pesquisa, não se permite a
generalização desses resultados, avaliando o tamanho da amostra
proposta, principalmente quando comparada ao universo de artigos
científicos publicados nos anos 1990 a 2016 e também por ser uma
amostra não probabilística. Entretanto, não reduz sua importância quanto
102
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
à produção acadêmica. Logo, sugere-se uma pesquisa posterior com uma
amostra mais abrangente. Caso os resultados sejam os mesmos, pode se
fazer uma conclusão dos mesmos com maior segurança.
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105
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
CONTABILIDADE ESTRATÉGICA APLICADA EM COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO NA REGIÃO DO VALE DO ITAJAÍ
AUTORES: Felipe Lima Bitencourt ¹
Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Roberto Mathias Susin ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMODevido às mudanças estarem acontecendo a todo o momento no que
abrange a área contábil, e considerando que hoje o profissional contábil
torna-se indispensável no âmbito empresarial, contribuindo com as
empresas em todos os aspectos, principalmente quando se envolve
conceitos, este trabalho utiliza um sistema de Contabilidade Estratégica
para auxiliar na identificação e percepção dos clientes em uma Cooperativa
de Trabalho Médico. A Contabilidade Estratégica tem como objetivo
analisar as informações contábeis no que diz respeito à estratégia da
empresa, de maneira a fomentar mudanças aos cenários e apontando das
direções que devem ser seguidas. Através de uma abordagem exploratória
e quantitativa, reuniu-se uma amostra de 265 clientes da Unimed Litoral
– Santa Catarina, Brasil. Concluiu-se segundo análise dos dados que
os entrevistados têm entre 29 a 33 anos, estão cursando alguma forma
de ensino superior e tem renda acima de U$ 1.460,00 dólares mês. Na
sequência, sua grande maioria tem planos de saúde com abrangência
nacional e foram contratados a mais de 03 anos. Acreditam ser adequado
o valor pago na contratação dos serviços de saúde em aproximadamente
U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês, e estão satisfeitos com os serviços
oferecidos pela prestadora de serviços médicos.
Palavras-chave: Contabilidade Estratégica. Cooperativismo Médico.
Unimed Litoral Santa Catarina Brasil.
107
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
INTRODUÇÃO
A Contabilidade Estratégica vem sendo utilizada como uma das
principais ferramentas para alcançar os resultados almejados pelas
organizações. A vantagem competitiva está na essência de qualquer
estratégia, para obtê-la, é preciso que a organização faça uma escolha.
Sobre esse tipo de prerrogativa competitiva, muita das vezes a percepção
dos gestores não se encontra sobre pauta, quando o assunto aborda Cadeia
de Valor, Posicionamento de Custos e seus Direcionadores.
A cooperativa é uma sociedade de natureza civil, formada por
no mínimo 20 pessoas, gerida de forma democrática e participativa,
com objetivos econômicos e sociais comuns. Os próprios associados,
seus líderes e representantes têm total responsabilidade pela gestão
e fiscalização da cooperativa. Além disso, se diferencia de outras
modalidadesde associações de pessoas por seu caráter essencialmente
econômico. A sua finalidade é colocar os produtos e serviços de seus
cooperados no mercado e nas condições mais vantajosas do que os
mesmos teriam isoladamente. Desse modo, pode ser entendida como
uma empresa que presta serviços aos seus cooperados.
No caso das Cooperativas de Saúde, consiste em uma modalidade do
sistema, que se dedica à recuperação e preservação da saúde humana.
Em âmbito legislativo, RDC n.39 de 27∕10∕200 “Art. 1º Definem-se como
Operadoras de Planos de Assistência à Saúde as empresas e entidades que
operam no mercado de saúde suplementar, planos de assistência à saúde,
conforme disposto na Lei nº 9.656, de 1998.”.
Assim, voltado ao ambiente externo, a Contabilidade Estratégica pode
apresentar uma visão de seus clientes quanto aos produtos oferecidos,
bem como as ameaças propostas pela concorrência. Dessa forma, o seu
estudo, associado às Cooperativas de Saúde, aborda de forma pertinente
uma compreensão desses consumidores e formação de uma percepção
detalhada, dos gestores dessas organizações de trabalho.
108
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CONTABILIDADE ESTRATÉGICA DE CUSTOS
Em virtude do avanço tecnológico em grande parte dos setores
econômicos, os gestores necessitam de informações mais especificas para
suas decisões, tanto estratégicas quanto operacionais, conforme visto em
Shank e Govindarajan (1997:62);
É tradicionalmente vista como o processo de avaliação do
impacto financeiro das decisões gerenciais alternativas,
enquanto a gestão estratégica de custos é uma análise
de custos vista sobre um contexto mais amplo, em que
os elementos estratégicos tornam-se mais conscientes,
explícitos e formais. Na gestão estratégica de custos, os
dados são usados para desenvolver estratégias superiores
a fim de se obter uma vantagem competitiva sustentável.
Para desenvolver e sustentar uma vantagem competitiva,
as empresas possuem certas prioridades estratégicas,
tais como, qualidade redução no prazo de entrega,
produtividade, flexibilidade na alteração do projeto do
produto e no volume de produção e redução de custos.
No entanto, Nakagata (1991, p.15), destaca que;
Os sistemas de custeio tradicionais foram desenvolvidos
para a avaliação de inventários tendo em vista a necessidade
de se elaborarem demonstrações contábeis e fiscais, e
tem sido continuamente aperfeiçoada através do tempo.
Entretanto, tais sistemas já não estão proporcionando aos
gerentes que buscam a eficiência e eficácia das operações
de suas áreas funcionais a informação precisa e oportuna
que elas necessitam para a gestão e mensuração de custos e
109
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
desempenho de atividades em um ambiente de tecnologia
avançada de produção.
Diante do exposto, entende-se que é de extrema importância que as
empresas possam investir em sistemas que amparem a Contabilidade
Estratégica de Custos, quanto ao auxílio dos gestores na compilação da
informação e apresentação de resultados mais assertivos no processo de
tomadas de decisões.
A Contabilidade Estratégica ajuda compreender qual rumo à empresa
deve seguir, e onde deseja chegar. Sendo assim, cria uma gestão que
permite analisar os processos e posteriormente agregar valor (ROCHA e
SELIG, 2001).
Ainda, Shank e Govindarajan (1992), a gestão estratégica de custos é o
resultado de três temas subjacentes tirados de literaturas especializadas,
abordados mediante; a análise da cadeia de valor; posicionamento
estratégico, e direcionadores de custos. Portanto, requer apontamentos
profundos quanto aos custos, os quais vão além dos limites da empresa,
buscando conhecer toda a cadeia de valor, a qual se inicia desde a aquisição
da matéria prima até o consumidor final.
2.2 PILARES DA CONTABILIDADE ESTRATEGICA DE CUSTOS
2.2.1 CADEIA DE VALOR
Existem alguns pilares primordiais na gestão estratégica de custos, um
deles é a cadeia de valor, conforme Shank e Govindarajan (1997, p.72) as
etapas são:
a. Identificar a cadeia de valor do setor e atribuir custos,
receitas e ativos às atividades de valor;
b. Diagnosticar os direcionadores de custos, regulando
cada atividade de valor; e
110
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
c. Desenvolver vantagens competitiva sustentável
através de um melhor controle dos direcionadores
de custos que os concorrentes, ou reconfigurando a
cadeia de valor.
Ainda segundo Shank e Govindarajan (1997, p. 301):
O gerenciamento de custos, na estrutura da gestão
estratégica de custos exige efetivamente um enfoque
amplo e externo à empresa. Ainda, conforme o mesmo
autor a complexidade da cadeia de valor pode implicar na
necessidade de, compreender como está cadeia de valor se
constitui, valorizar cada etapa que influencia a execução
no produto final.
Nota-se que a análise da cadeia de valor com uma visão ampla e
principalmente externa, pode influenciar no gerenciamento estratégico
dos custos, tendo em vista a suas ligações conjuntas nas atividades
geradoras de valor, desde as matérias-primas até consumidor final.
Entende-se que a cadeia de valor de uma organização é apresentada
como um conjunto de atividades que é realizado nas diferentes áreas
funcionais (POTER, 1989).
2.2.2 DIRECIONADORES DE CUSTO
Devido às atividades se complementarem, é necessário identificar os
direcionadores de custos que explicam as variações dos gastos de cada
atividade de valor. Conforme Shank e Govindarajan (1997, p.73) “[...] o
custo é uma função, principalmente, de apenas um único direcionador de
custos: o volume de produção”.
Já o autor Robles Júnior (1994, p.89) , menciona que:
111
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Os direcionadores constituem um método de alocação
de custos. Os direcionadores medem a frequência ou a
intensidade da demanda de certo tipo de atividade. A
alocação de custos pode ser efetuada em etapas. A primeira
etapa aloca os custos das atividades para determinados
centros de atividades. Na segunda etapa os direcionadores
de custos alocam os custos acumulados no centro de
atividades para os demais objetos de custo.
Conforme a ideia dos autores é vista que os direcionadores de custos
contribuem para a análise crítica e, consequentemente, para a melhoria do
sistema de custos baseado em atividades e situações.
Porém, para Brimson (1996, p.146):
O custo é identificado às atividades por relacionamento
causal. Os principais passos no rastreamento dos recursos
às atividades incluem: determinar a fonte dos dados,
agrupar os custos contabilizados na razão geral, estabelecer
uma relação causal, rastrear os custos relacionados ao
pessoal e rastrear todos os demais custos às atividades.
Subtende-se que no campo da contabilidade, qualquer situação ou
evento que cause uma mudança ou dispêndio de um recurso pode ter
muitos direcionadores, que nem sempre são inclusos no sistema de custos
da empresa. Os mesmo podem ser diagnosticados por direcionadores de
recursos e direcionadores de atividades.
2.2.3 Posicionamento estratégico
Um dos pilares para a gestão estratégica de custos é o posicionamento
estratégico. Slack (1999, p. 74) afirma que “[...] uma estratégica é o padrão
global de decisões e ações que posicionam a organização em seu ambiente
112
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
e têm o objetivo de fazê-la atingir seus objetivos de longo prazo.” Nesse
sentido, Mcgee e Prusak (1994, p.190) explicitam que:
O planejamento estratégico descreve e define o ambiente
externo e interno em termos que permitem que a
organização crie e desenvolva competência especificas
e habilidades organizacionais. Podem fornecer avisos
antecipados relativos a problemas e oportunidades.
Em resumo, o posicionamento estratégico é primordial para que a
empresa possa se situar perante seus concorrentes no seguimento que
atua, mantendo-se competitiva.
2.3 O COOPERATIVISMO EM SAÚDE COMO FERRAMENTA ESTRATÉGICA.
O conceito legal de sociedade cooperativa encontra-se no art. 4º da
Lei Federal Brasileira nº 5.764/71, complementado, naturalmente, pelas
características da sociedade. Essas se encontram no texto do artigo 1.094
do Código Civil Brasileiro e nos incisos do art. 4º
Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com
forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não
sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos
associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas
seguintes características:
Portanto, segundo a normativa, consiste em um tipo de sociedade
de pessoas, sem fins lucrativos, sem receita própria, regulada por lei
especial e que se destina unicamente à prestação direta de serviços aos
associados. Assim, o cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário do
“empreendimento”.
113
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Nesse sistema é possível observar várias modalidades de
cooperativismo, dentre elas a de consumo, sociais, trabalho, educacionais,
transporte, agropecuária, credito, habitacional, produção, mineral,
turismo e saúde (SESCOOP, 2014).
O cooperativismo medico e as segurados de saúde já existem a mais de
70 anos. Estas empresas de autogestão foram criadas a partir de 1930, as
medicinas de grupo em 1956, as cooperativas médicas em 1967, entretanto,
foram regulamentadas em 1977. O princípio proposto se espalhou pelo
mundo e pouco se modificou, constituindo a base do cooperativismo,
como a livre adesão, a seleção dos membros, a distribuição do excedente
líquido, a taxa limitada de juros do capital, a educação dos cooperados,
sua gestão democrática e neutralidade política e religiosa (CARVALHO;
CECÍLIO, 2007).
Dentre as vantagens propostas pela cooperativa de saúde, encontramos
o fortalecimento da categoria, a reunião de tecnologias, seguido pelo
gerenciamento dos custos envolvidos na sua gestão (NEGRI, 2008).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse artigo foi produzido com traços de um estudo exploratório e
descritivo. Gil (2012), esclarece que uma pesquisa exploratória tem por
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar ideias e conceitos. O mesmo
autor acrescenta que uma pesquisa descritiva se ocupa em expor as
características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecer
relação entre as variáveis (GIL, 2012).
Por se tratar de um tema complexo e pouco explorado pela
Contabilidade, a pesquisa de campo apresenta característica quantitativa.
Para Marconi e Lakatos (2010), o caráter quantitativo da pesquisa está
ligado ao controle estatístico das informações, com o objetivo de equipar
dados para sua verificação.
Beuren et al. (2003), informam que a pesquisa descritiva busca dentro
do objeto de estudo, identificar suas variáveis, relatar e comparar, sem
114
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ter um aprofundamento maior. Nesse sentido, o objetivo do estudo visa
identificar a abordagem da Contabilidade Estratégica de Custos voltada
a uma Cooperativa de Trabalho Médico, localizada do Estado de Santa
Catarina – Brasil, mediante a percepção de seus clientes quanto à prestação
de serviços para área da saúde, procurando assim, responder as hipóteses
da pesquisa, através de ferramentas estatísticas.
Em acréscimo, buscou-se identificar o perfil do cliente, abordando
o custo e a diferenciação do produto ofertado pela organização sem
fins lucrativos, diante disso, os dados foram coletados através de um
questionário apresentado aos usuários do plano de saúde da Cooperativa
de Trabalho Médico Unimed Litoral.
Os resultados alcançados pela análise do trabalho foram apresentados
através de tabelas, gráficos e textos descritivos, mediante aplicação de 265
questionários estruturados que representam a amostra para pesquisa. Os
dados foram obtidos durante o período de Fevereiro a Março de 2017. Com
este resultado foi possível avaliar qual a percepção dos clientes sobre o
plano de saúde Unimed Litoral.
5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
A primeira tentativa de implantar o sistema Unimed para o Litoral do
Vale do Rio Itajaí-Açú ocorreu em 1977, perdurando em dois anos. Nessa
época, apesar do grande número de profissionais ingressando à região, a
ideia do cooperativismo médico ainda era nova. Por isso, a implantação do
sistema Unimed não obteve sucesso.
Portanto, essa iniciativa encontrou êxito em 1985, através de um grupo
de 20 médicos que iniciaram uma parceria com a Federação da Unimed do
estado de Santa Catarina, iniciando assim, a Unimed de Itajaí-SC, ou seja,
o ingresso na maior operadora de planos de saúde do Brasil, presente em
83% do território nacional e com cerca de 40% do mercado doméstico de
planos de saúde (UNIMED, 2017).
Hoje esta operadora de plano de saúde (Unimed Litoral) possui 368
115
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
médicos cooperados, 1037 colaboradores, e tem como área de ação as
cidades de Itajaí, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas,
Camboriú, Navegantes, Balneário Piçarras, Barra Velha, São João do
Itaperiú, Ilhota, Luiz Alves e Penha, estado de Santa Catarina, onde
possuem aproximadamente 70.000 mil clientes, contando com um
faturamento anual de aproximadamente U$ 87 milhões de dólares.
Os resultados obtidos pela análise do trabalho foram apresentados por
meio de tabelas, gráficos e textos descritivos, mediante aplicação de 265
questionários estruturados que representam a amostra para pesquisa. Os
dados foram obtidos durante o período de Abril a Maio de 2017. Com este
resultado foi possível avaliar qual a percepção dos clientes sobre o plano
de saúde Unimed Litoral.
Quanto ao perfil dos entrevistados, observou-se que a grande maioria
é composta por mulheres, totalizando (56,92%), para os entrevistados do
sexo masculino encontramos (43,08%) da amostra. Segundo Cobra (2010)
o sexo dos clientes pode ser usado como base de divisão dos resultados,
tendo em vista que existem diferenças nas características físicas e uma
percepção diferente.
Neste sentido, Chuchill e Peter (2000), salientam que a segmentação
de mercado a partir do sexo é necessária quando um produto pode agradar
mais um sexo do que o outro ou quando os membros têm estímulos
diferentes diante de um mesmo produto.
Quadro 01: Faixa etária dos entrevistados.
Faixa Etária dos Entre-vistados
Grau de Instruçãodos Entrevistados
Renda Familiardos Entrevistados e Salários Mínimos
U$292
0 a 18 anos 0% Ensino fundamental incompleto 1,53% 01 a 04 66,15%
116
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
19 a 23 anos 6,15% Ensino fundamental completo 0% 05 a 08 29,23%
24 a 28 anos 10,77% Ensino médio completo 33,85% 09 a 12 3,08%
29 a 33 anos 32,31% Ensino superior incompleto 43,08% Acima 12 1,54%
34 a 38 anos 7,69% Ensino superior completo 16,92%
44 a 48 anos 16,92%
Acima de ensino superior Completo 4,62%
49 a 53 anos 0%
54 a 58 anos 3,08%
59 ou + anos 23,08%Fonte: Dados primários, elaborado pelos autores, (2017).
Na medida em que as pessoas envelhecem seus desejos e suas
necessidades mudam, dessa forma, muitas pesquisas segmentam o
mercado com base na idade em que estão (CHURCHILL E PETER, 2000).
Neste sentido, a segmentação baseada na idade se faz necessária, visto
que, de acordo com Cobra (2010:287):
Pela similaridade de características de demanda do grupo
da mesma faixa etária, ou do grupo no mesmo estágio do
ciclo de vida e pelas diferenças existentes nesses grupos,
podem-se oferecer produtos diferentes, utilizar diferentes
meios de comunicação, estabelecer preços diferentes e/ou
distribuir produtos diferentemente a dois ou mais desses
grupos.
Diante do quadro 01, pode-se notar que a maioria dos clientes possui
entre 29 a 33 anos, totalizando (32,31%), seguindo das pessoas que tem
117
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
idade entre 59 anos ou superior (23,08%), entre 44 a 48 anos (16,92%),
finalizando, 24 a 38 anos (10,77%). Os clientes com faixa etária de menor
representatividade observam-se entre 34 a 38 anos (7,69%), 19 a 23 anos
(6,15%) e 54 a 58 anos (3,08%).
A idade dos clientes é um fator determinante para aumentar a receita
das prestadoras de serviços de saúde, visto que, quanto maior a idade do
cliente, paralelamente o valor gasto com o produto apresentará acréscimo.
Na demonstração do quadro 01, pode-se notar que a maior parte dos
entrevistados possui Ensino Superior Incompleto (43,08%), seguido pelo
Ensino Médio Completo (33,85%). Os entrevistados com Ensino Superior
Completo (16,92%), ou com educação Superior Completa totalizam um
percentual de (4,62%). O nível de escolaridade se faz de extrema importância
para agregação de mercados. Torna-se notório que os segmentos
diferenciados por estas variáveis poderão ter necessidades diferentes. Duas
pessoas com grau de instrução diferente podem até ter salários iguais,
porém seus interesses são distintos. Essas diferenças são determinantes
para apontar uma boa estratégia (LAS CASAS, 2009).
Diante dos clientes que responderam à pesquisa, destacam-se os que
possuem renda familiar entre 01 a 04 salários mínimos com um percentual
de (66,15%). Os resultados apuraram que (29,23%) têm como renda
familiar entre 05 a 08 salários mínimos, seguindo de (3,08%) para renda
09 a 12 salários mínimos e apenas (1,54%) com ganho entre 12 ou mais
salários mínimos.
Las Casas (2009), menciona que a lógica de segmentar o mercado
com base no que as pessoas têm de poder aquisitivo, ocorre, pois, os
consumidores com maior renda tendem a comprar e valorizar produtos.
Diante do exposto, nota-se que (56,92%) dos entrevistados não
são o titular do plano de saúde que estão vinculados, e (43,08%) dos
entrevistados são titulares do seu plano de saúde.
118
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 01: Área de abrangência do Plano de Saúde Unimed Litoral – Sta Catarina.
ÁREA DE ABRANGÊNCIA “PLANO DE SAÚDE”
Regional 33,85%
Estadual 16,92%
Nacional 49,23%
Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
Dentre os entrevistados (49,23%) apresentam um plano de saúde
com abrangência em todo o território Nacional, (33,85%) tem plano de
saúde com abrangência Regional e (16,92%) com alcance Estadual.
Tabela 02: Aquisição do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.
PERIODO QUE ADQUIRIU - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”
Inferior a 01 ano 0%
De 01 a 03 anos 27,69%
De 03 a 06 anos 36,92%
De 06 a 09 anos 23,08%
De 09 a 12 anos 1,33%
De 12 a 15 anos 10,77%
Acima de 15 anos 0,21%
Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
Com base nas respostas dos entrevistados observa-se que (36,92%)
têm seu plano de saúde de 03 a 06 anos, (27,69%) possuem esses
serviços pelo período de 01 a 03 anos, (23,08%) adquiriu o plano de
saúde de 06 a 09 anos, (10,77%) dos entrevistados possuem plano de
saúde de 12 a 15 anos, finalizando, (1,54%) da amostra tem seu plano
119
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de 09 a 12 anos.
Nota-se que a maioria dos entrevistados têm o plano de saúde dentre
3 e 6 anos, o que é positivo para a organização, pois demonstra que os
clientes estão fiéis aos produtos da prestadora de saúde, objeto do estudo.
Assim, utilizam os produtos há alguns anos, isso comprova confiança,
indicando certa fidelização destes clientes. Em acréscimo, verifica-se uma
preocupação em ter um serviço melhor do que o oferecido no sistema
publico de saúde.
Tabela 03: Valor Cobrado pelo Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.
VALOR COBRADO MENSALMENTE - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”
U$ 0,00 a U$ 35,00 6,15%
U$ 35,00 a U$ 100,00 18,46%
U$ 100,00 a U$ 200,00 32,31%
U$ 200,00 a U$ 300,00 38,46%
U$ 300,00 a U$ 400,00 4,62%
U$ 400,00 a U$ 500,00 0%
Acima U$ 500,00 0%
Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
Ao analisar a tabela 03, observa-se que (38,48%) dos pesquisados
gastam de U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês com plano de saúde.
O segundo maior gasto é verificado no montante de U$ 100,00 a U$
200,00 dólares o que representou (32,31%) da amostra, (18,46%) dos
entrevistados afirmaram que gastam mensalmente de U$ 35,00 a U$
100,00 dólares com seu plano de saúde. Em (6,15%) dos envolvidos
dispendem até U$ 35,00 dólares por mês com plano de saúde, e (4,62%)
indicaram que investem em saúde de U$ 300,00 a U$ 400,00 dólares por
120
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
mês com plano de saúde.
Entende-se que a média mensal gasta por cliente no produto saúde
é bastante variável, mas em sua grande maioria pode ser considerada
representativa, diante disso, a operadora deveria realizar um levantamento
mais detalhado sobre o apontamento, de modo a obter resultados
particularizados. Nesse estudo, se verifica que os clientes não se importam
em gastar com a saúde, mesmo tendo despesas fixas elevadas.
Tabela 04: Satisfação com o serviço recebido do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.
VALOR COBRADO MENSALMENTE - PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”
Concordo totalmente 0%
Concordo 55,38%
Discordo 44,08%
Discordo Totalmente 0%
Não sei opinar 0,54%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
A tabela 04 indica que (55,38%) dos entrevistados responderam
concordar com o valor das mensalidades em seus planos de saúde. Em
(43,08%) não concordam com o valor das mensalidades e apenas (1,54%)
não quiseram opinar sobre os valore praticados nas mensalidades dos
planos de saúde.
121
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 05: Satisfação com o serviço recebido do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.
GRAU DE SATISFAÇÃO COM O PRODUTO “PLANO DE SAÚDE”
Totalmente satisfeito 27,69%
Satisfeito 64,62%
Pouco satisfeito 3,08%
Totalmente insatisfeito 4,62%
Não sei opinar 0%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
Quanto à tabela 05, revela que (64,62%) dos entrevistados estão
satisfeitos com os serviços que recebem do seu plano de saúde, (27,69%)
afirmam que estão totalmente satisfeitos, (4,62%) responderam que estão
totalmente insatisfeitos com o serviço que auferem do plano de saúde e
(3,08%) apontaram que estão pouco satisfeitos em relação aos serviços
pela prestadora de saúde.
Na tabela 06 assinala a percepção dos clientes quanto à relevância na
contratação de um plano de saúde.
Tabela 06: Importância para a contratação do Plano de Saúde Unimed Brasil – Sta Catarina.
IMPORTÂNCIA PARA A CONTRAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE
Preço praticado pelo plano de saúde 27,69%
Diferenciação quanto a serviço prestado 18,46%
Rede prestadora de assistência 47,69%
Não exigência de carência 6,15%
Área de abrangência do plano 0%Fonte: Dados primários, elaborados pelos autores, (2017).
122
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Assim, demonstra que (47,69%) dos pesquisados acreditam ser
importante à contratação de um plano de saúde e a rede prestadora
de assistência. Já (27,69%) indicaram que o valor praticado pelo plano
de saúde é de primordial importância, (18,46%) responderam que a
diferenciação quanto ao serviço do plano de saúde é o buscam no momento
da contratação desse serviço, e (6,15%) analisam que o mais importante é
inexistência de carência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as mudanças ocorrendo a todo o momento por parte da agência
reguladora dos planos de saúde (Agência Nacional de Saúde Suplementar –
ANS), as operadoras de planos de saúde devem estar sempre em constante
alinhamento sobre essas alterações, a fim de evitar futuros transtornos
com seus clientes e até possíveis multas impostas por parte da agência
reguladora.
Visando a percepção dos clientes sobre o plano de saúde, foi aplicada
uma pesquisa quantitativa de modo a concluir que a grande maioria
de clientes da Unimed Litoral, esta satisfeita com seu plano de saúde.
Durante a análise observou-se que os entrevistados têm entre 29 a 33
anos, estão cursando alguma forma de ensino superior e tem renda acima
de U$ 1.460,00 dólares mês. A grande maioria dos planos de saúde tem
abrangência nacional e foram contratados a mais de 03 anos. Acreditam
ser adequado o valor pago na contratação dos serviços de saúde, em
aproximadamente U$ 200,00 a U$ 300,00 dólares por mês, e estão
satisfeitos com os serviços oferecidos pela prestadora.
Entretanto, seria de grande valia, se a Unimed procurasse cada vez
mais ouvir seus clientes, para saber quais as suas reais necessidades, e
posteriormente continuar a perpetuar seu crescimento.
Baseando-se em um planejamento e na contabilidade estratégica
a empresa poderá corrigir erros, aproveitar as oportunidades e assim,
diminuir as ameaças que podem atrapalhar a obtenção de bons resultados.
123
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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125
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A CONTABILIDADE GERENCIAL E AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PROJETOS SUSTENTÁVEIS
AUTORES: Prof. MSc Juliana Andressa Negri ¹
Edenise A. dos Anjos ²Prof. MSc Edson Francisco Floriani ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis2. Universidade Federal do PR - Graduada em Ciências Contábeis.3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Administração
126
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOA contabilidade como ciência social está em posição de contribuir
positivamente no campo da proteção ambiental através da interação de
dados econômicos e financeiros observados em sociedades que trabalham
com a exploração do meio ambiente. O crescimento da população urbana
tem gerado impactos negativos sobre o meio ambiente, como as inundações
que estão se tornando cada vez mais severas devido à impermeabilização
do solo e ausência de um plano de manejo da água da chuva. O mercado
da construção civil tem buscado novas possibilidades construtivas em
todo o país, preocupando-se quanto aos impactos e modificação do meio
ambiente. Entre os muitos projetos sustentáveis desenvolvidos destacam-
se os telhados verdes, bem como a coleta e reaproveitamento da água de
chuva promulgada pelo legislativo na região de Balneário Camboriú-SC.
Portanto, o objetivo desse estudo é correlacionar através da contabilidade
gerencial ambiental a quantidade de mão-de-obra utilizada na construção
civil junto ao volume de projetos sustentáveis presentes na cidade de
Balneário Camboriú, Santa Catarina, por meio de licenças expedidas pela
Prefeitura Municipal. Quanto à metodologia utilizada, caracteriza-se como
um estudo exploratório e descritivo com abordagem quantitativa. Assim,
foi possível verificar que o volume de obras inicializadas tem relação
com as edificações de natureza sustentável, contudo com relação linear
múltipla pouco significativa.
Palavras-chave: Contabilidade Gerencial Ambiental. Construção Civil.
Sustentabilidade.
127
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
INTRODUÇÃO
A preocupação com o meio ambiente, assim como a degradação
do patrimônio natural encontra-se dentro da realidade da sociedade e
organizações empresariais. Embora este seja um assunto novo ou por vezes
complexo, implica uma série de desafios para a contabilidade, observado
em Tinoco (2010, p. 123), “Os termos de contabilidade ambiental,
contabilidade verde ou écobilan surgem por vezes [...]”.
A construção civil é um dos segmentos de maior expansão do estado de
Santa Catarina, região sul do Brasil. É evidente que a economia atual está
em recessão, no entanto, contrariando à demanda apresentada, o mercado
imobiliário continua com números expressivos. Economicamente,
a compra de um imóvel sempre foi atrelada como um investimento
seguro, portanto, os impactos neste setor, embora eminentes, podem
ser minimizados. Porém, o que move esse estudo é a possibilidade de
uma direção dos projetos construtivos atuais para uma apresentação
sustentável na cidade de Balneário Camboriú / SC - Brasil.
Para Nieva e Pozo (2005), essa proposta sustentável representa
opções quanto a estratégias adotadas atualmente, onde os sistemas
de construção devem-se acomodar as diversas variáveis, a exemplo do
clima ou vegetação local.
Ter um mundo sustentável não é uma escolha que deve ser feita, mas
uma decisão importante para resolver os diversos problemas econômicos,
sociais, ambientais, entre outros, atualmente encontrados no mundo,
Sosthenes (2011). Na prática, são ações tomadas para promover a
sustentabilidade na construção.
Esse estudo tem entre seus objetivos a pesquisa junto à prefeitura
de Balneário Camboriú, estado de Santa Catarina / Brasil e os requisitos
relativos a projetos sustentáveis estabelecidos na legislação para as
atividades de construção.
O que se propõe é a utilização de modelos estatísticos que possam
representar uma simplificação da realidade, quando abordamos o
128
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
número de projetos ambientais de construção vertical e volume de mão
de obra envolvida nesse processo, o que consequentemente comprovaria
a evolução do desempenho de contabilidade gerencial ambiental no
segmento em questão.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A CONTABILIDADE GERENCIAL NA GESTÃO AMBIENTAL
A contabilidade é fonte de registro, interpretação e informação de dados
empresariais e governamentais. Destacadamente, são entidades que tem o
compromisso com a transparência e ética, fornecendo aos seus usuários
um amplo conjunto de informações financeiras, econômicas, sociais e
ambientais, as quais podem ser de natureza monetária e não monetária.
Essa ciência evidencia através de demonstrações os benefícios
potenciais às organizações e sociedade, identificando, estimando,
alocando, ou reduzindo custos, que podem ser trabalhados no âmbito
ambiental, assim permite o uso mais eficiente de recursos naturais,
incluindo a energia e a água; fornecendo informações pertinentes a
tomada de decisão (TINOCO; KRAEMER, 2004).
A contabilidade tradicional vem ao longo dos anos, se ajustando as
necessidades informacionais do ambiente onde está situada. Assim, a
contabilidade ambiental passou a ter status de novo ramo da ciência
contábil, visto em fevereiro de 1998, com a finalização do ‘Relatório
Financeiro e Contábil sobre o Passivo e Custos Ambientais” pelo Grupo
de Trabalho Intergovernamental das Nações Unidas de Especialistas
em Padrões Internacionais de Contabilidade e Relatórios (ISAR – United
National Intergovernmental Working Group of Expert on International
Standards of Accounting and Reporting) (TINOCO; KRAEMER, 2004).
Tibor; Feldnan (1996), corrobora que a contabilidade ambiental, é
uma área de especialização da contabilidade financeira tradicional, uma
iniciativa inovadora de sustentabilidade, que juntamente com outros
129
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
procedimentos de gestão ambiental ajudam as empresas a medir e
melhorar o impacto ambiental de suas operações.
A objetivo da contabilidade ambiental é a publicação do performance
de toda e qualquer entidade com ou sem fins lucrativos evidenciando o
desempenho e as atitudes com o meio ambiente, assegurando que custos,
ativos e passivos ambientais sejam reconhecidos e identificados de acordo
com as premissas contábeis de mensuração.
Ferreira (2003, p. 41), determina objetivos para o enfoque da
contabilidade e gestão ambiental quando afirma que “[...] tem por objetivo
maior propiciar benefícios à empresa que superem, anulem ou diminuam
os custos das degradações, causados pelas atividades da empresa e,
principalmente, pela área produtiva”. Há um comprometimento das
empresas em estabelecer formas de gestão com objetivos explícitos de
controle da poluição e de redução das taxas de efluentes, minimizando os
impactos ambientais e potencializando o uso de recursos naturais.
De acordo com Santos (2001), a contabilidade, enquanto instrumento
de comunicação entre empresas e sociedades, poderá estar inserida
na causa ambiental. A avaliação patrimonial, considerando os riscos e
benefícios ambientais inerentes às peculiaridades de cada atividade
econômica, bem como sua localização, poderá conscientizar os diversos
segmentos de usuários das demonstrações contábeis sobre a conduta
administrativa e operacional da empresa, no que tange o empenho da
empresa sobre a questão.
Uma das contribuições da ciência contábil para com as questões
ambientais é a evidenciação das informações econômicas e financeiras
de natureza ambiental, para melhor informar os usuários sobre os efeitos
resultantes da atuação da entidade, que direta ou indiretamente afeta o
meio ambiente e consequentemente o patrimônio dessa entidade; para
tanto se faz necessário o cumprimento dos procedimentos de identificação,
mensuração e contabilização dos eventos que são os objetivos da
contabilidade ambiental (RIBEIRO, 2010).
130
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2 CONSTRUÇÃO CIVIL SUSTENTÁVEL
Desenvolvimento sustentável pode ser entendido como aquele que
responda às necessidades do presente sem comprometer a capacidade
das gerações futuras de responder às suas próprias necessidades (UN
GENERAL ASSEMBLY, 1987).
Em nossa legislação, sito o art. 225 da Constituição da República
Federativa do Brasil onde explicita-se que: “Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente equilibrado [...], impondo-se ao Poder Público
e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações”.
Atualmente, é comum verificar no mercado imobiliário a oferta de
edificações ditas sustentáveis. Em algumas cidades brasileiras com Rio de
Janeiro e Recife já existem leis que estabelecem a obrigatoriedade de projetos
de construção civil que apresentem contribuições sustentáveis, procurando
minimizar os impactos de longo prazo (REVISTA EXAME, 2015).
Willies (2014, apud White, 2018), afirma que definir o que é sustentável
é fácil, mas definir o que realmente deva ser, implica em rever todo o
processo histórico e cultural de produção do espaço edificado, além do
econômico e do social.
2.2.1 Telhado Verde
Uma das consequências do crescimento das cidades é a diminuição
da cobertura vegetal, o que gera consequências que interferem na
qualidade de vida urbana, o aumento do escoamento de águas nas vias
pluviais devido a impermeabilização dos terrenos, contribui para grandes
enchentes, aumento da poluição atmosférica com o surgimentos das ilhas
de calor, gerando gastos com climatização e aumento no consumo de
energia elétrica, além de gerar uma paisagem carregada de edifícios densa
e monocromática, comuns em grandes cidades (CRUZ, LEONI, 2008).
De acordo com Freitas (2000), as propriedades térmicas dos materiais
131
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
em construções urbanas também facilitam a condução de calor mais
rapidamente que o solo e a vegetação das áreas rurais, contribuindo para
o aumento no contraste da temperatura entre essas regiões. A perda de
calor durante a noite por radiação infravermelha para a atmosfera e para
o espaço é parcialmente compensada nas cidades pela liberação de calor
das construções e ruas. Durante o dia, os altos edifícios entre as ruas
relativamente estreitas aprisionam energia solar por meio de múltiplas
reflexões dos raios solares. Na cidade, a taxa de evapotranspiração,
tipicamente mais baixa, acentua ainda mais esse contraste de temperatura.
Os telhados verdes são conhecidos por converter a superfície de um
telhado convencional em um espaço multifuncional, utilizando, para
isso, a vegetação. A utilização de plantas nas paredes e telhados é um
dos mais recentes campos da pesquisa ambiental e busca encontrar uma
solução ecológica e sustentável para melhorar a qualidade de vida urbana.
Uma cobertura verde consiste de um substrato leve e de uma vegetação
apropriada, plantada sobre uma base impermeável (WILLES 2014)
Segundo Baldessar (2012), no Brasil, prevalecem dois modelos
de telhados verdes. Um, mais extensivo, que projeta um tapete de
vegetação rasteira sobre a laje do prédio, variando de 5 a 15 centímetros
de espessura. Raramente exerce carga excessiva sobre a estrutura. O
cuidado maior é com a impermeabilização da laje e com o escoamento da
água acumulada pela vegetação. Já a intensiva funciona como um jardim
suspenso, inclusive agregando árvores de pequeno porte. A espessura
pode chegar a 50 centímetros e acarreta em sobrepeso estrutural. Neste
caso, requer projeto paisagístico, acompanhado de plano arquitetônico e
de avaliação de engenheiros civis, em caso de o prédio estar construído.
Em empreendimentos a serem viabilizados, o projeto deve contemplar o
telhado verde. Constatado por vários profissionais do ramo da construção
civil, o telhado verde possui alguns benefícios consideráveis direcionados
à sustentabilidade.
Em estudos recentes pode se analisar que para atingir os objetivos
estabelecidos é importante pensar no longo prazo, o projeto de telhados
132
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
verdes só obteria eficácia se aplicado em muitos projetos simultaneamente.
Cantor (2008) afirma que mesmo que a quantidade de água retida por
um telhado verde seja mensurável, o impacto na bacia de um sistema de
drenagem de águas pluviais seria o combinado de uma série de telhados
verdes para conseguir um efeito significativo.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse artigo foi produzido com traços de um estudo exploratório e
descritivo. Gil (2008), esclarece que uma pesquisa exploratória tem por
finalidade desenvolver, esclarecer e modificar ideias e conceitos. O mesmo
autor acrescenta que uma pesquisa descritiva se ocupa em descrever as
características de uma determinada população, fenômeno ou estabelecer
relação entre as variáveis.
Por se tratar de um tema complexo e pouco explorado pela contabilidade,
a pesquisa de campo apresenta características quantitativas. Para Marconi
e Lakatos (2004) o caráter quantitativo da pesquisa está ligado ao fato de
esta, voltar-se para o controle estatístico das informações com o objetivo
de fornecer dados para verificação.
Beuren et al. (2003), informam que a pesquisa descritiva busca dentro
do objeto de estudo, identificar suas variáveis, relatar e comparar, sem
ter um aprofundamento maior, como formulações de hipóteses. Nesse
sentido, os objetivos de identificar e descrever os projetos socioambientais
na construção civil vem ao encontro da literatura.
4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
4.1 DIAGNOSTICO: SETOR DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DE SANTA CATARINA
O que esperar para o setor da construção civil a partir de 2018? Essa
pergunta, que pode ser observada em vários setores na economia brasileira
133
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
se tornou pertinente a diversos segmentos. Entretanto, contrariando essa
questão, a área imobiliária continua com números interessantes quanto
ao seu volume de empreendimentos verticalizados. Economicamente, a
compra de um imóvel sempre foi atrelada como um investimento seguro,
dessa forma, os impactos neste setor, embora eminentes possam ser
minimizados com o perfil do investidor da atualidade.
Para oferecer esse produto, as construtoras do estado de Santa
Catarina apostaram em uma política conservadora quanto à expansão dos
seus investimentos. Contudo, e segundo dados coletados pelo Sindicato
da Indústria da Construção Civil - Sinduscon/SC (2017) verifica-se o
crescimento constante no número de edificações, segundo tabela 01.
Tabela 01: Metros quadrados construídos na cidade de Balneário Camboriú-SC
YEAR M₂ CONSTRUCTED
2008 1.041.777,48
2009 822.971,36
2010 896.671,28
2011 874.423,45
2012 1.435.267,76
2013 1.670.656,63
2014 1.290.171,30
2015 1.090.369,69
Fonte: (CREA-SC, 2016).
Em Santa Catarina, mais precisamente na região de Balneário Camboriú,
é de conhecimento notório que falamos de uma cidade totalmente
verticalizada, contando com uma área de 47 mil metros quadrados. Em
publicação da revista Exame S/a 2015, a metragem quadrada pode custar
aproximadamente U$ 4.000,00 (Quatro mil dólares), se comportando como
134
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
uma das regiões de maior valor agregado quanto a um imóvel no estado.
Neste contexto, a política da região, está sinalizando a execução de
obras com projetos sustentáveis, visto em Leis Orgânicas do Município,
como Lei nº. 3533 de 2012, e Lei nº. 2505 de 2005. Assim, as entidades de
construção buscam através de projetos como: captação de águas da chuva,
telhados verdes ou reciclagem de resíduos sólidos diminuírem o impacto
ambiental e agregar valor aos seus produtos.
Na sequência do estudo, e procurando responder a hipótese da
pesquisa, a coleta de dados se inicializou na quantidade de Alvarás
da construção civil, emitidos no período de 2008 a 2014, na cidade de
Balneário Camboriú/SC, tabela 02.
Tabela 02: Licenças ART CREA-BC e Licenças Expeditas pela Prefeitura de Balneário Camboriú-SC
YEAR LICENSES ART LICENSES EXPEDITED
2008 664 397
2009 568 216
2010 560 251
2011 602 290
2012 639 382
2013 354 236
2014 502 167
2015 445 192
Fonte: (Adaptado segundo dados do CREA-BCSC e Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc, 2016).
As licenças são documentos obrigatórios a qualquer iniciativa de
construção de um imóvel, cabe a cada engenheiro civil a responsabilidade
de emitir um documento titulado ART, o qual deve ser apresentado ao CREA
da respectiva localidade, embora, nem todas as obras com a Licença ART são
inicializadas. Quanto a Licença Expedida, se caracteriza como autorização
135
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
no processo de inicialização do projeto vinculado a Prefeitura do município.
Dentre as licenças emitidas de 2008 a 2015, se verificou a crescente
inicialização de projetos com propostas de sustentabilidade entre as construções
residenciais, comerciais e comercial-residenciais, visto na tabela 03.
Tabela 03: Licenças Expeditas por modalidade.
YEAR LICENSESEXPEDITED COMMERCIAL RESIDENTIAL COM.RES. SUSTAINABLE
CONSTRUCTION
2008 397 84 219 94 128
2009 216 41 137 38 34
2010 251 46 149 56 54
2011 290 61 166 63 57
2012 382 78 162 70 79
2013 236 68 107 34 32
2014 167 57 80 28 17
2015 192 59 78 44 39
Fonte: (Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc, 2016).
Na apresentação dos dados, buscou-se através de uma amostra com
84 meses, explicar a evolução de Obras Sustentáveis a partir de variáveis
como o número de alvarás emitidos no período abordado, seguido pelo
volume de contratação de pessoas ao seguimento da construção civil.
Conforme o conceito de correlação, verificado em Sell (2005), evidencia até
onde os valores de uma variável estão relacionados à outra, proposto na tabela 04.
136
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 04: Tabela comparativa.
YEARSUSTAINABLE
CONSTRUCTIONLICENSES
EXPEDITEDADMISSIONS
EMPLOYEE
2008 128 397 360,75
2009 34 216 364,66
2010 54 251 430,50
2011 57 290 539,42
2012 79 382 549,41
2013 32 236 517,58
2014 17 167 501,58
2015 39 192 427,42
Fonte: (Adaptado segundo dados do CREA-BCSC, Prefeitura do Município de Balneário Camboriú-Sc e Ministério do Trabalho e Emprego- MTE, 2016).
Na sequência, foi aplicado um modelo quantitativo de gestão, conhecido
por Regressão Múltipla, ferramenta estatística explanatória causal, no
tratamento de séries temporais de dados. Como sua base estatística advém
da Regressão Linear, se restringe duas variáveis em apenas uma equação
funcional do primeiro grau (MARTINS, 2001).
Portanto, matematicamente, o relacionamento de tais variáveis pode
ser descrito por: Y = a + bx1 + cx2
Onde:
Y = Evolução de Obras Sustentáveis
a = Coeficiente técnico fixo
b = Coeficiente técnico da variável número de Alvarás Expedidos
X1 = Alvarás Emitidos
c = Coeficiente técnico da variável Contratação de Mão de Obra
X2 = Admissão de colaboradores na construção civil da região
137
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Esta metodologia pode ser utilizada para avaliar os efeitos das variáveis
explicativas como previsoras das variáveis de resposta, ou seja, apresentar
respostas.
Tabela 05: Análise da relação das variáveis: Obras sustentáveis; Alvarás expedidos; Numero de admissões na construção civil do município de Balneário Camboriú-Sc.
Estatística de Regressão
R múltiplo 0,336076321
R² 0,112947294
R² ajustado 0,093870891
Erro Padrão 807,01048998
Observações 96
ANOVA
Gl SQ MQ FF
de significação
Regressão 2 7712012,283 3856006,142 5,920785903 0,003798816
Resíduo 93 60567731,55 651265,9306
Total 95 68279743,83
Coeficientes Erro Padrão Stat t Valor-P
Interseção 40867,39983 291,1291021 140,3755225 4,5583E-110
Num. -51,108245 17,250372 -2,9627329 0,0038712
Num. Adm. 0,564142233 0,54312052 1,038705429 0,301634801
138
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Inferiores superiores inferior 95,0% superior 95,0%
Interseção 40289,27513 41445,52453 40289,27513 41445,52453
Num. -85,36406666 -16,85242517 -85,36406666 -16,85242517
Num. Adm. -0,514387481 1,642671946 -0,514387481 1,642671946
Fonte: (Adaptado, dados apresentados, 2016).
Na análise dos resultados apresentados pela Regressão Múltipla, tabela
05, conclui-se que a variável dependente é apresentada pela evolução de
obras no município de Balneário Camboriú/SC, também representada
pela interseção no valor de 40289,27513. Para as variáveis independentes
encontramos primeiramente o número de alvarás emitidos, que
correspondem ao volume de obras inicializadas em uma amostra de 96
meses, nos períodos de janeiro de 2008 a dezembro de 2015, seguida pelo
número de admissões de colaboradores no setor.
O coeficiente angular (b), é verificado pelo número de empreendimentos
na região em de (51,108245), portanto, demonstra a evolução de obras
sustentáveis representada quanto ao volume de alvarás expedidos
na amostra. Para o coeficiente angular (c), está voltado ao número de
colaboradores admitidos mensalmente na atividade de construção civil,
encontrado em 0,564142233. O que se verifica é que as variáveis envolvidas
seguem em sentidos independentes, evidenciando um modelo linear fraco.
O número de alvarás expedidos tem como intervalo de 95% de confiança,
o que indica que zero não está contido, rejeitando a hipótese nula de que
o coeficiente angular seja equivalente a zero. Assim, fica possível verificar
que o montante de obras inicializadas tem uma relação de menor influência
quanto ao montante de admissões no setor, mas está existente.
No Valor P, avaliamos a hipótese de que as duas amostras têm a mesma
média (Downing e Clark, 2006), comparando o nível de significância que
rejeita a hipótese nula. Em outras palavras, o valor de F é a razão entre o
modelo e o seu erro. Na tabela 05, estimada em 4,5583E-110 quanto ao Valor P.
139
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
De acordo com Valor P, em comparação com os coeficientes angulares, existe
certa influência da inicialização de obras sustentáveis quanto a contratação
de mão de obra, onde a variável edificações sustentáveis tem inclinação
significativa em busca da variável montante de mão de obra contratadas.
Medidos pelo R-Quadrado Ajustado, tem como melhor resultado
0,093870891 e R-Quadrado em aproximadamente 11%. Em Sell, (2005:05)
“R² ajustado exibe o coeficiente de determinação múltipla aos dados
amostrais, que é uma medida do grau de ajustamento da equação de
regressão múltipla aos dados amostrais”. Ainda segundo o autor, um ajuste
perfeito consiste em R²=1, ou seja, quando o valor do R-Quadrado for o mais
próximo possível de 1, resulta em um ajuste perfeito, caso, quando o valor
é próximo de zero determina um modelo fraco. O coeficiente múltiplo na
confecção do R-Quadrado é uma medida de aderência da regressão linear
múltipla quanto à apresentação dos dados amostrais.
De forma geral, essa regressão está errando 807,01048998, conforme
verificado no Erro Padrão, justamente por se tratar de um modelo linear
fraco. O teste proporciona um suporte de F = 0,003798816 indicando que
a regressão não possui diferenças significativas quanto ao volume de
alvarás emitidos e admissão de funcionários no setor da construção civil
na participação de obras sustentáveis.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou através de uma aplicação estatística
conhecida como regressão múltipla, proporcionar uma ferramenta em
benefício da Contabilidade de Gestão Ambiental em organizações do setor
da construção civil no município de Balneário Camboriú- SC.
Seguindo, todo empreendimento que pretende agregar denotação
ambiental na produção de unidades habitacionais, deverá antes de tudo
submeter-se a novos procedimentos de execução. No município abordado
pela pesquisa, além de se presenciar uma estimativa representativa quanto
ao volume de edificações concluídas, seus imóveis agregam elevado preço
140
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de venda, quando comparados a demais regiões no território nacional.
Outro aspecto marcante ocorreu pela presença de normas legislativas que
incentivam uma nova modalidade de construção, verificado nas Leis nº.
2505/05 que trata dos resíduos sólidos da construção civil e Lei nº. 3533/12
a qual institui mecanismos para captação de água de chuva.
O que se propôs, foi à utilização de modelos estatísticos que pudessem
representar uma simplificação da realidade, quando abordamos números
de projetos socioambientais na construção verticalizada e o volume de
mão de obra envolvida neste processo, consequentemente, comprovando
a atuação da Contabilidade Ambiental neste segmento da construção civil,
identificando as tendências que se observam.
Quanto a combinação proposta por obras sustentáveis, pode-se
observar um padrão decisório, afinal, a ferramenta “R múltiplo está em
33%” apontando um modelo fraco. Portanto, no processo de contratação
de funcionários, houve pouca afinidade com projetos sustentáveis,
verificados nos indicadores estatísticos. Embora a mão de obra seja muito
importante na composição dos custos em projetos ambientais, sua eficácia
não indica uma forte relação.
Dessa forma, caso os padrões permaneçam os mesmos, especialmente
quanto ao incentivo legislativo na formulação de leis voltadas a
construções de caráter ambiental, ou ainda a demanda por projetos
verticais diferenciados, a regressão múltipla poderá atuar como uma
ferramenta importante para o processo de tomada de decisão.
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145
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE ABATE DE AVE
AUTORES: Lenize Ribeiro de Souza ¹
Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Bruna Teixeira ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis e Especialista em Finanças e Controladoria. 2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e Coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
146
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOA desoneração da folha de pagamento é uma medida aplicada pelo
governo federal em 2011, intitulada Projeto Brasil Maior. Essa, teve como
objetivo, estimular e incentivar a economia no país gerando redução
na tributação das empresas de modo a incentivar a contratação de mão
de obra e consequentemente contribuir para o crescimento do país. O
presente artigo proporciona um estudo sobre a desoneração da folha
de pagamento, promulgada pela Lei 12.715/2012, que, desde então, vem
auxiliado no desenvolvimento dos setores beneficiados. A metodologia
aplicada é um estudo de caso, o qual busca analisar e demonstrar o impacto
nos resultados financeiros em uma empresa de abate de aves do estado do
Mato Grosso do Sul. Quanto aos resultados apresentados observou-se os
valores a serem recolhidos ao INSS, utilizando a folha de pagamento como
base de cálculo. Em contrapartida, abordou-se a receita bruta com alíquota
de 1%. Desta forma, avalia-se que alguns períodos possuem alterações que
ultrapassam 1.000%, apontando de forma expressiva o impacto dessa
normativa junto a composição dos resultados para uma entidade do setor.
Palavras-chave: Contabilidade. Contribuição Previdenciária.
Desoneração da Folha de Pagamento.
147
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por intuito descrever sobre a desoneração da folha de
pagamento, seu desenvolvimento e como a mesma influencia nossa economia.
Esta, teve origem com a publicação da Lei 12.546, em 14 de dezembro de 2011,
procurando estimular empresas ao crescimento de mercado, tornando-as
mais competitivas e, principalmente, gerar novos empregos.
A implementação do cálculo sobre a receita bruta ocorreu por meio
da criação de Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB),
que, inicialmente, consistia na aplicação de uma alíquota, a depender da
classificação nacional de atividades econômicas (CNAE) em que a empresa
está enquadrada, bem como o produto fabricado com a Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM).
Porém, a regulamentação da desoneração sofreu alterações ao longo do
tempo. Desde 2011 houve o acréscimo de setores a serem beneficiados, neste
processo foram incluídas as indústrias de processamento de aves, suínos e
seus derivados, massas e pães, fármacos e medicamentos, bicicletas, papel e
celulose, tintas e vernizes, brinquedos, além de serviços como manutenção e
reparação de aviões e suporte técnico em informática e transporte rodoviário
coletivo, que teve vigência a partir de 1º de janeiro de 2013 com a publicação da
Medida Provisória 582.
Inicialmente, o benefício seria oferecido até dezembro de 2017, contudo,
decorrente de manifestações populares a política de desoneração dos setores
de aves, suínos e peixes terá vigência até dia 31 de dezembro de 2020.
O presente artigo tem por intuito avaliar o impacto financeiro nos resultados
de uma empresa do setor de aves, localizada no estado do Mato Grosso do Sul,
na forma de cálculo para o pagamento do INSS, antes e após a desoneração
da folha de pagamento. Portanto, foram analisados valores pertinentes sobre
a folha de pagamento de uma indústria do setor de aves junto ao calculo da
desoneração da folha com a alíquota enquadrada, para auferir o montante
acumulado ao longo de três exercícios sociais, sendo eles 2015, 2016 e 2017,
identificando o impacto financeiro nos resultados da empresa em questão.
148
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO
A Previdência Social nada mais é do que um seguro social, composto por
contribuições previdenciárias, que tem por intuito proporcionar segurança
aos contribuintes e seus dependentes. Esses subsídios decorrem da perda
salarial temporária ou permanente presentes em diversas situações como
auxilio doença, licença maternidade, amparo aos dependentes no caso de
morte ou prisão do ente principal, fornecendo segurança financeira para o
presente. O artigo 1° da Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991 descreve:
A Previdência Social, mediante contribuição, tem por fim
assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de
manutenção, por motivo de incapacidade, desemprego
involuntário, idade avançada, tempo de serviço, encargos
familiares e prisão ou morte daqueles de quem dependiam
economicamente.
A contribuição previdenciária é um pagamento efetuado pelos empregados
e empregadores a Previdência Social, sendo de caráter obrigatório a todos os
trabalhadores assalariados, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT) e Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Dessa forma é descontado
diretamente na folha de pagamento o valor a ser contribuído com aplicação de
aplicação pré-determinada sobre o valor bruto salarial.
Quanto as formas de financiamento, desse órgão é considerada
direta e indireta, mediante aos recursos provenientes do poder público,
empregados e empregadores, conforme artigo 195 da Constituição Federal:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
149
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho
pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
No artigo 22 da Lei nº 8.212/91 se observa conformidade com
fundamentos da normativa 195 da Constituição Federal, quanto a
contribuição previdenciária patronal em relação à folha de pagamento:
Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à
Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de:
I - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas,
devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês,
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas,
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer
pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo
à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos
termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa (...).
III - vinte por cento sobre o total das remunerações pagas
ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos
segurados contribuintes individuais que lhe prestem
serviços;
[...]
Conforme disposto, a contribuição previdenciária sobre a folha de
150
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pagamento aplica-se 20% sobre o total das remunerações pagas, inclusive
gorjetas, e também aos trabalhadores avulsos que vierem a prestar serviços,
visto no artigo 28 da referida lei, que define como salário de contribuição.
2.2 DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO
Com objetivo de incentivar a inovação tecnológica e o crescimento do
mercado brasileiro, tornando as empresas mais competitivas e incentivar
o fomento geral, o governo federal instituiu em agosto de 2011 o Plano
Brasil Maior e, dentro de inúmeras iniciativas, verifica-se a Desoneração da
Folha de Pagamento, através da Medida Provisória n° 540/2011, convertida
posteriormente na Lei nº 12.546/2011. Assim, a Desoneração da Folha de
Pagamento embora instituída tem caráter provisório, uma vez que sua
vigência é por tempo determinado.
Com a publicação da lei supracitada, o cálculo da contribuição
previdenciária passou a ser sobre a receita bruta, a qual a mesma determina:
I - A receita bruta deve ser considerada sem o ajuste de
que trata o inciso VIII do Art. 183 da lei n° 6.404, de 15 de
dezembro de 1976;
II – Exclui-se da base de cálculo das contribuições a receita
bruta:
a) De exportações;
b) Decorrente de transporte internacional de carga.
III – A data de recolhimento das contribuições obedecerá
ao disposto na alínea “b” do inciso I do Art. 30 da lei n°
8.212, de 1991.
Ou seja, considera-se receita os valores auferidos da prestação de
serviço ou venda dos produtos, a qual a empresa se propôs a comercializar,
também definido pelo Pronunciamento Técnico (CPC) 30, em seu item 7:
151
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
É o ingresso bruto de benefícios econômicos durante o
período observado no curso das atividades ordinárias da
entidade que resultam no aumento do seu patrimônio
líquido, exceto os aumentos de patrimônio líquido
relacionados às contribuições dos proprietários.
A Lei nº 12.546/2011 vinculada ao programa Brasil Maior do governo
federal surgiu com o objetivo de reduzir os encargos sobre a folha de
pagamento para as empresas, substituindo a contribuição patronal
de 20% sobre a folha de pagamento passando a ser calculada sobre a
receita bruta operacional, excluindo as vendas canceladas e os descontos
concedidos. O percentual de cálculo passou a ser definido pelo CNAE de
atividade, que para a empresa, objeto deste estudo é 10.12-1-01 – Abate de
aves, enquadrando-se como indústria. Os segmentos são definidos na lei
supracitada como: serviço, transporte, indústria, construção e comércio,
tendo suas alíquotas variando de 1% a 4,5%.
Desta forma, as instituições têm a contribuição previdenciária em 20%
auferida sobre o total da folha de pagamento, substituída pela aplicação
das alíquotas enquadras conforme disposto pela Lei nº 13.161 de 31 de
agosto de 2015, justapostos sobre o valor total da receita bruta.
Convém destacar que esta tem caráter impositivo aos contribuintes que
exercem as atividades, onde os mesmos, deverão apurar e pagar o imposto
de forma centralizada, pela matriz da pessoa jurídica, conforme previsto
nos artigos 4° e 5° do Decreto n°7.828/12, devendo ser recolhida por meio
de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF).
Segundo a Receita Federal os códigos para arrecadação são: I – 2985:
Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta – Serviços; II – 2991:
Contribuição Previdenciária Sobre a Receita Bruta – Indústria. Assim, as
empresas prestadoras de serviços deverão efetuar recolhimento por meio
do código 2.985 enquanto o código 2.991 será utilizado pelas indústrias
segundo dispositivo legal.
152
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
3 PROCESSOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada é de caráter bibliográfico, sendo esta realizada
em artigos já publicados, legislação vigente e matérias relacionadas ao
tema, verificado em Martins (2011, p.140), o que cita que “[...] todas as áreas
de pesquisa, independentemente de sua classificação, supões e exigem
uma pesquisa bibliográfica prévia”.
Em acréscimo apresenta-se um estudo de caso, onde Lakatos e Marconi
(2007, p.274), definem que “[...] o estudo de caso refere-se ao levantamento
com mais profundidade de determinado caso ou grupo humano sob
todos os aspectos” e ainda complementa que quanto a forma de pesquisa
“[...] reúne o maior número de informações detalhadas, valendo-se de
diferentes técnicas [...]”.
Assim, o estudo foi realizado em uma unidade de abate de aves
localizada no estado do Mato Grosso do Sul, onde foram analisados
os dados dos exercícios 2015, 2016 e 2017, considerando a forma de
tributação com a desoneração da folha de pagamento, onde de acordo com
a legislação incide em 1% sobre a receita bruta, divergência representativa
quando comparada a incidência de 20% para o INSS incidentes sobre o
total da folha de pagamento.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS: ESTUDO DE CASO
O estudo de caso foi realizado em uma empresa ramo de abate de aves,
localizada no município de Sidrolândia, no estado do Mato Grosso do Sul,
localidade com estimativa de 54.575 habitantes, de acordo com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) referente fontes de 2017.
Em virtude de solicitação da entidade, sua razão social será preservada,
portanto será denominada como empresa “GreenBirds S.a”. A unidade
começou a operar em 1993, atualmente faz parte de um complexo, onde
conta com um terreno de 80.000 m², deste, aproximadamente 3.698 m²
refere-se à uma área construída abrigando as incubadoras. A granja de
153
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
matrizes reúne 2.520.000 m², a qual possui uma área construída de 38.773
m², sequencialmente, verificou-se uma fábrica de rações com área total de
47.200 m² e um o abatedouro.
Como objeto deste estudo, seu abatedouro reúne um campo total de
183.000 m², sendo de área construída 16.055 m², e ainda, possui capacidade
de armazenamento 1.100 toneladas de aves abatidas.
Com foco no abate de aves, cerca de 90% da produção é destinada
à exportação, sendo seus principais destinos Rússia, Japão e China. A
unidade hoje tem capacidade de produção de 180 mil aves diariamente
e 340 toneladas de aves abatidas por dia, contando atualmente com o
trabalho de mais de 2.000 colaboradores.
4.1 INSS PATRONAL ANTES DA DESONERAÇÃO
Para analisar a desoneração da folha de pagamento quanto ao diferencial
proposto pela mesma a empresa “GreenBirds S.a”, é necessário comparar
os dois meios de apuração, ou seja, pela contribuição previdenciária sobre
a folha de pagamentos, em vigor antes da desoneração, considerando a
contribuição de 20% sobre a folha de pagamentos dos colaboradores da
empresa, e na forma de enquadramento por alíquota de acordo com o CNAE
de atividade, que para o estudo, sendo considerado a alíquota de 1%.
Com a contribuição patronal de 20% temos os valores explícitos nos
quadros a seguir. No Quadro 07 observa-se os valores referentes o segundo
semestre de 2015.
Quadro 07: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 2º semestre de 2015
Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%
jul/15 1.998 R$ 1.813.225,50 R$ 362.645,10
ago/15 2.004 R$ 1.924.484,87 R$ 384.896,97
set/15 1.993 R$ 1.949.140,30 R$ 389.828,06
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
out/15 1.726 R$ 2.548.891,96 R$ 509.778,39
nov/15 1.635 R$ 2.893.012,92 R$ 578.602,58
dez/15 1.784 R$ 2.463.681,73 R$ 492.736,35
2º semestre R$ 13.592.437,28 R$ 2.718.487,46
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Para este período a média de colaboradores foi de 1.856, e o montante pago
de salários em R$ 13.592.437,28. Aplicando a alíquota de 20% sobre a base de
cálculo apurou-se o valor de R$ 2.718.487,46 a ser recolhido para o INSS. Para
o ano de 2016, o primeiro semestre apresentou um pequeno crescimento no
número de colaboradores conforme demonstrado no Quadro 08.
Quadro 08: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 1º semestre de 2016
Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%
jan/16 2.056 R$ 2.820.196,39 R$ 564.039,28
fev/16 2.029 R$ 2.817.756,56 R$ 563.551,31
mar/16 2.018 R$ 2.860.599,08 R$ 572.119,82
abr/16 1.999 R$ 2.845.656,64 R$ 569.131,33
mai/16 2.012 R$ 2.878.584,05 R$ 575.716,81
jun/16 1.998 R$ 2.789.098,71 R$ 557.819,74
1º semestre R$ 17.011.891,43 R$ 3.402.378,29
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Este crescimento representou um total de R$ 17.011.891,43 destinado
à folha de pagamento, já para o INSS o montante a ser recolhido foi de
155
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
R$ 3.402.378,29. Comparado com o segundo semestre de 2015 o valor
destinado ao governo foi 25,16% maior.
Ao que se refere ao segundo semestre de 2016, pode-se observar
um crescimento constante em relação aos períodos anteriores, estes
demonstrados na Quadro 09.
Quadro 09: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 2º semestre de 2016
Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%
jul/16 1.994 R$ 2.865.527,58 R$ 573.105,52
ago/16 2.002 R$ 2.893.131,60 R$ 578.626,32
set/16 1.958 R$ 2.865.904,05 R$ 573.180,81
out/16 2.023 R$ 2.520.875,29 R$ 504.175,06
nov/16 2.006 R$ 2.958.856,85 R$ 591.771,37
dez/16 1.986 R$ 3.282.880,23 R$ 656.576,05
2º semestre R$ 17.387.175,60 R$ 3.477.435,13
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o aumento do valor
destinado ao INSS e a folha de pagamento foi de 27,92%. O que resultou, para
o segundo semestre de 2016, em R$ 3.477.435,13 de imposto sobre a folha.
Para o primeiro semestre de 2017 a média de colaboradores se findou
em 2.770 pessoas, um acrescente de 37,22% em relação ao mesmo período
do ano anterior explanados no Quadro 10.
156
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quadro 10: Valor a ser recolhido ao INSS 20% sobre folha de pagamento referente ao 1º semestre de 2017
Mês Quantidade de Funcionários Valor da Folha 20%
jan/17 1.983 R$ 3.083.141,84 R$ 616.628,37
fev/17 2.038 R$ 3.122.330,39 R$ 624.466,08
mar/17 2.056 R$ 3.178.820,46 R$ 635.764,09
abr/17 2.066 R$ 3.901.519,44 R$ 780.303,89
mai/17 2.113 R$ 3.238.262,77 R$ 647.652,55
jun/17 2.116 R$ 3.353.186,97 R$ 670.637,39
1º semestre R$ 19.877.261,87 R$ 3.975.452,37
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
O valor destinado ao pagamento dos colaboradores no primeiro
semestre de 2017 foi de R$ 19.877.261,87, quanto ao ISNS do período o
montante recolhido foi de R$ 3.975.452,37. Estes são os dados levantados
dos períodos de 2015, 2016 e 2017, referentes à aplicação dos 20% sobre a
folha de pagamento da empresa “GreenBirds S.a”.
4.2 INSS SOBRE A RECEITA BRUTA
Vale ressaltar que para a determinação da contribuição previdenciária
sobre a receita bruta, são excluídas da base de cálculo as operações
destinadas à exportação, tanto saídas quanto às devoluções, considerando
apenas as receitas auferidas com produtos de produção própria.
Quanto ao cálculo do recolhimento do INSS sobre a Lei nº 12.546/2011
considera-se a alíquota de 1%, enquadrado pela classificação nacional de
atividades econômicas. Tomando como base de estimativa os mesmos
períodos analisados anteriormente foi aplicado o percentual sobre a
receita bruta, conforme apresentado nos quadros a seguir.
157
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Para o primeiro semestre de 2015, foram calculados os valores
demonstrados no Quadro 11.
Quadro 11: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente2º semestre de 2015
Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS
jul/15 R$ 18.887.642,31 R$ 2.082.086,80 R$ 20.820,87
ago/15 R$ 37.488.133,76 R$ 2.017.769,10 R$ 20.177,69
set/15 R$ 48.486.624,28 R$ 5.813.161,50 R$ 58.131,62
out/15 R$ 37.178.631,59 R$ 5.596.524,36 R$ 55.965,24
nov/15 R$ 36.518.692,80 R$ 4.776.527,97 R$ 47.765,28
dez/15 R$ 32.050.421,47 R$ 3.757.811,11 R$ 37.578,11
Total R$ 210.610.146,21 R$ 24.043.880,84 R$ 240.438,81
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
O valor referente à receita bruta do período auferiu em R$ 210.610.146,21,
todavia para base desse cálculo, foram excluídas as operações com
exportação, considerando apenas a produção própria da unidade, tendo
assim uma base de R$ 24.043.880,84 e um valor destinado ao INSS de R$
240.438,81.
No Quadro 06 estão expostos valores referente ao primeiro semestre de
2016, aplicando a mesma sistemática de exclusões.
Quadro 12: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente1º semestre de 2016
Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS
jan/16 R$ 25.356.008,99 R$ 4.128.595,35 R$ 41.285,95
fev/16 R$ 30.912.245,12 R$ 5.663.766,38 R$ 56.637,66
mar/16 R$ 32.314.437,07 R$ 5.416.205,18 R$ 54.162,05
158
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
abr/16 R$ 24.615.905,72 R$ 4.599.527,22 R$ 45.995,27
mai/16 R$ 27.418.304,47 R$ 5.618.022,39 R$ 56.180,22
jun/16 R$ 25.573.096,13 R$ 6.984.128,04 R$ 69.841,28
Total R$ 166.189.997,50 R$ 32.410.243,00 R$ 324.102,43
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Destinou-se ao pagamento do INSS deste período, o montante
de R$ 324.102,43, tendo em vista que, para base de cálculo temos R$
32.410.243,00 e como receita bruta o valor de R$ 166.189.997,50.
Para o segundo semestre de 2016 temos os seguintes valores conforme
demonstrados no Quadro 13.
Tabela 13: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente2º semestre de 2016
Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS
jul/16 R$ 19.486.034,56 R$ 3.922.590,00 R$ 39.225,90
ago/16 R$ 15.566.628,21 R$ 5.650.501,00 R$ 56.505,01
set/16 R$ 24.943.218,34 R$ 6.661.208,00 R$ 66.612,08
out/16 R$ 22.015.119,94 R$ 5.761.976,00 R$ 57.619,76
nov/16 R$ 25.612.952,18 R$ 5.002.886,00 R$ 50.028,86
dez/16 R$ 19.426.300,46 R$ 4.767.083,00 R$ 47.670,83
Total R$ 127.050.253,69 R$ 31.766.244,00 R$ 317.662,44
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Como receita bruta o valor encontrado foi de R$ 127.050.253,69, para base
de cálculo do INSS do período temos R$ 31.766.244,00, refletindo o valor de
R$ 317.662,44 para pagamento de INSS do semestre avaliado. Um valor de
159
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
imposto 32,11% maior que o mesmo período avaliado no ano de 2015.
O primeiro semestre de 2017, conforme Quadro 14, foram calculados
como receita bruta R$ 141.564.619,97, onde a base de cálculo do imposto
tem-se R$ 24.291.401,00 que resultou no valor de R$ 242.914,01 para o
INSS. Esse montante tem um valor de 25,05% menor quando comparado
ao mesmo período de 2016.
Quadro 14: Valor a ser recolhido ao INSS aplicando 1% sobre a receita referente1º semestre de 2017
Período Receita Bruta Base de Cálculo INSS
jan/17 R$ 28.973.969,79 R$ 5.005.898,00 R$ 50.058,98
fev/17 R$ 30.488.592,66 R$ 4.767.971,00 R$ 47.679,71
mar/17 R$ 914.127,35 R$ 104.212,00 R$ 1.042,12
abr/17 R$ 33.685.336,15 R$ 3.339.060,00 R$ 33.390,60
mai/17 R$ 18.827.445,73 R$ 5.490.144,00 R$ 54.901,44
jun/17 R$ 28.675.148,29 R$ 5.584.116,00 R$ 55.841,16
Total R$ 141.564.619,97 R$ 24.291.401,00 R$ 242.914,01
Fonte: Fornecido pela empresa, (2017).
Vale lembrar que o recolhimento dos impostos para a empresa avaliada
é feito de forma centralizada, portanto foram considerados apenas os
valores de imposto referente à unidade citada como objeto deste estudo.
4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para uma análise específica e comparativa dos resultados observamos
o quadro 09. Esse apresenta os valores a serem recolhidos ao INSS,
utilizando a folha de pagamento como base de cálculo, aplicado os 20%.
Em complemento a base de cálculo, se apresenta a receita bruta onde
aplicou-se a alíquota de 1%. Desta forma, avalia-se que alguns períodos
160
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
apresentam alterações que ultrapassam os 1.000%.
Quadro 15: Valores comparativos da aplicação de 20% sobre a folha de pagamento e 1% sobre a receita bruta para cálculo do INSS.
Contribuição Patronal - 20% CPRB - 1% Variação (R$) Variação
(%)
1°Semestre 2015
2°Semestre 2015 R$ 2.718.487,46 R$ 240.438,81 R$ 2.478.048,65 1030,64%
1°Semestre 2016 R$ 3.402.378,29 R$ 324.102,43 R$ 3.078.275,86 949,78%
2°Semestre 2016 R$ 3.477.435,13 R$ 317.662,44 R$ 3.159.772,69 994,70%
1°Semestre 2017 R$ 3.975.452,37 R$ 242.914,01 R$ 3.732.538,36 1536,57%
2°Semestre 2017
Total R$ 13.573.753,25 R$ 1.125.117,69 R$ 12.448.635,56 1206,38%
Fonte: Elaborado pelos autores, (2017).
Observa-se, no Quadro 15, que o montante devido ao INSS pela empresa
“GreenBirds S.a” ao fim dos seis semestres avaliados, considerando a folha de
pagamento como forma de cálculo, foi de R$13.573.753,25, onde empregando
o faturamento como base para o cálculo o montante destinado foi de R$
1.125.117,69, demonstrando com clareza a vantagem de R$ 12.448.635,56 de
economia em tributos para a empresa.
Esses dados mostram que, a partir do ingresso da organização na
desoneração da folha de pagamentos, a economia para a mesma passou a
ser consideravelmente importante ao seu crescimento e a manutenção dos
empregos.
Importante mencionar que não é possível apontar que todas as empresas
do ramo de indústria de aves, mesmo segmento da organização em questão,
poderão ser beneficiadas na mesma proporção com esta medida legislativa,
161
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
afinal seria necessário um estudo isolado e específico de cada estrutura,
considerando as mesmas regras aplicadas.
Em 9 de agosto de 2017 entrou em vigor a Medida Provisória nº 794, a
qual finda a Desoneração da Folha de Pagamento, concedendo as empresas
até dezembro de 2017 o direito ao benefício, devendo elas, a partir desta data
recolher a contribuição previdenciária com base na sua folha de salários, e não
mais sobre a receita bruta. Contudo, atualmente, e decorrente de manifestações
populares a política de desoneração dos setores de aves, suínos e peixes terá
vigência até dia 31 de dezembro de 2020.
Um fator interessante a destacar sobre este benefício para as organizações se
encontra no alto nível de operação das organizações, no volume de mão de obra
empregada, e faturamento expressivo, consequentemente reunindo montantes
expressivos de impostos a pagar. Essa renúncia fiscal é compensada pela
Receita Federal, que repassa valores aos Fundos do Tesouro, mais precisamente
ao Regime Geral de Previdência Social, como forma de compensar as perdas.
Diante da crise econômica, o Congresso Nacional e a Presidência da República
entenderam que os recursos retirados da Previdência Social poderiam agravar
a situação no INSS. Seu maior objetivo, na lei original, era reduzir a carga
tributária sobre as empresas, para que as mesmas incentivassem o aumento de
investimentos, gerando mais empregos a fim de superar a crise econômica, o
que de fato não ocorreu da forma esperada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O artigo tratou das ações proposta pela Lei nº 12.546/11, formulada pelo
governo federal com objetivo de diminuir o valor destinado à contribuição
previdenciária, pago pelas empresas, substituindo o cálculo de 20% sobre a
folha de pagamentos, pela contribuição de receita bruta com um percentual
que poderia varar de 1% a 4,5%, de modo a fomentar a geração de empregos e
maior movimentação da economia nacional.
O objetivo proposto para esse estudo foi analisar e demonstrar os impactos
financeiros nos resultados da empresa “GreenBirds S.A” decorrentes de um
162
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
estudo de caso em unidade do setor de aves, a qual ficou evidenciado que a
desoneração da folha foi totalmente favorável para a empresa objeto deste
estudo, gerando uma economia em tributos de R$ 12.448.635,56 ao longo dos
períodos avaliados.
Com a publicação da Medida Provisória 794/2017, a partir de 1º de janeiro de
2018, empresas de 56 setores da economia deveriam retornar ao status anterior
a 2011 e recolher a contribuição previdenciária, com alíquota de 20%, sobre
a folha de pagamento. Entretanto, decorrente de manifestações populares, a
política de desoneração da folha de pagamento terá sua vigência promulgada
até dia 31 de dezembro de 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943.Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 15 ago. 2017.
BRASIL. Decreto nº 7.828, de 16 de outubro de 2012. Regulamenta a incidência da contribuição previdenciária sobre a receita devida pelas empresas de que tratam os arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/d7828.htm>. Acesso em: 8 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Aceso em: 4 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
163
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
leis/L8213cons.htm>. Aceso em: 4 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 12.546 de 14 de dezembro de 2011. Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra); dispõe sobre a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona; altera as Leis e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12546.htm>. Acesso em: 11 jun. 2017.
BRASIL. Lei nº 12.715 de 17 de setembro de 2012. Altera a alíquota das contribuições previdenciárias sobre a folha de salários devida pelas empresas que especifica; institui o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunicações, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para Uso Educacional, o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência; restabelece o Programa Um Computador por Aluno; altera o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12715.htm>. Acesso em: 12 jun. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.161 de 31 de agosto de 2015. Altera as Leis nos 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária sobre a receita bruta, 12.780, de 9 de janeiro de 2013, que dispõe sobre medidas tributárias referentes à realização, no Brasil, dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de 2016, 11.977, de 7 de julho de 2009, e 12.035, de 1o de outubro de 2009; e revoga dispositivos da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005, quanto à tributação de bebidas frias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/L13161.htm>. Acesso em: 11 jun. 2017.
BRASIL. Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011.Institui o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA; dispõe sobre a redução do Imposto sobre
164
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Produtos Industrializados - IPI à indústria automotiva; altera a incidência das contribuições previdenciárias devidas pelas empresas que menciona, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/mpv/540.htm>. Aceso em: 5 ago. 2017.
BRASIL. Medida Provisória nº 794, de 9 de agosto de 2017. Revoga a Medida Provisória nº 772, de 29 de março de 2017, a Medida Provisória nº 773, de 29 de março de 2017, e a Medida Provisória nº 774, de 30 de março de 2017. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/Mpv/mpv794.htm>. Acesso em: 27 nov. 2017.
BRASIL. Medida Provisória nº 582, de 20 de setembro de 2012.Altera a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, quanto à contribuição previdenciária de empresas dos setores industriais e de serviços; permite depreciação de bens de capital para apuração do Imposto de Renda; institui o Regime Especial de Incentivo ao Desenvolvimento da Infraestrutura da Indústria de Fertilizantes; altera a Lei nº 12.598, de 22 de março de 2012, quanto à abrangência do Regime Especial Tributário para a Indústria de Defesa; altera a incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS na comercialização da laranja; reduz o Imposto de Renda devido pelo prestador autônomo de transporte de carga; e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/Mpv/582.htm>. Acesso em: 3 ago. 2017.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponível em <http://www.cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 15 ago. 2017.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia Científica. 5. ed. Editora Atlas: São Paulo, 2007.
MARTINS, Rosilda Baron. Metodologia Científica: Como tornar mais agradável a elaboração de trabalhos acadêmicos. ed. 6. Editora Juruá: Curitiba, 2011.
165
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
UMA ABORDAGEM DA CONTABILIDADE NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DO PRODUTO VISCOSE MVS DA CHINA.
AUTORES: Maiara Moura ¹
Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Wanderley Pivatto Brum ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduada em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
166
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOHá muito tempo que a importação de produtos se tornou objeto de
pesquisa para inúmeros empresários no Brasil. Com a concorrência
do mercado econômico brasileiro e o crescente aumento do comércio
internacional chinês, nos últimos anos, as organizações foram obrigadas
a buscarem novas ideias e oportunidades. A importação de mercadorias
tem servido como estratégia para as grandes empresas se sobressaírem
aos seus concorrentes no mercado nacional. Nesse contexto, o presente
trabalho tem por objetivo demonstrar o processo de importação do fio
de viscose MVS da China, através da empresa LOG Import, bem como
apresentar quais são os procedimentos abordados em operação de
importação. A metodologia utilizada foi estudo de caso, qualitativo,
exploratório, bibliográfico e documental. A conclusão possibilita ao leitor
identificar os processos e procedimentos que envolvem uma importação,
através da presença dos tributos e documentação obrigatória envolvida
na importação da viscose MVS da China, vislumbrando a técnica como
um todo.
Palavras-chave: Processo de Importação. Viscose MVS. China.
167
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
A prática da importação tornou-se comum nas empresas que almejam
sucesso, principalmente pela competitividade do mercado econômico
brasileiro. A situação de crise impulsionou as empresas a realizarem
negociações com organizações de outros países do mundo, já que em
alguns casos é benéfico, financeiramente adquirir determinados produtos
no mercado internacional.
O mercado de fios e tecidos é um setor concorrido, principalmente no
Sul do Brasil, onde estão localizadas as maiores fábricas têxteis. Por esse
motivo a importação passou a ser um diferencial na qualidade e no preço
desses produtos.
A participação da China ao longo dos anos tem aumentado nos mais
variados setores, particularmente, na cadeia têxtil, destacando-se pela
produção de tecidos em fios sintéticos e artificiais, além das fibras naturais.
Apesar da China, ser a principal exportadora de fios atualmente, existe
outros fornecedores, e países que estão ingressando na concorrência deste
meio.
Nesse contexto, é importante que o empresário tenha consciência de
qual caminho seguir, o que é melhor para a organização, o que trará mais
benefício e menor custo para continuar diante de seus concorrentes.
Portanto, o referido estudo procura apresentar o procedimento de
importação, documentação obrigatória e tributação quanto ao produto fio
de viscose MVS proveniente da China, através da empresa LOG Import.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O PROCESSO DE IMPORTAÇÃO
A importação é um mercado que nunca para de crescer, mesmo com as
crises e instabilidade de moedas estrangeiras. Segundo Costa (2007, p. 5)
“[...] em meio a esse novo mundo, que nos assusta e fascina a um só tempo,
168
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
a ordem econômica sofre transformações significativas e o comércio entre
os povos fica cada vez mais frequente”.
Portanto, conforme referido autor, a importação é um processo
comercial e fiscal que consiste em trazer um bem ou serviço, do
exterior para o país de referência, ou seja, o país que está comprando. O
procedimento deve ser efetuado via nacionalização do produto ou serviço,
decorrente de práticas burocráticas ligadas à Receita Federal do país de
destino, bem como da alfândega, durante o processo.
Quanto à integralização da mercadoria estrangeira em território aduaneiro
em termos legais, fica considerada importada após a etapa de desembaraço
aduaneiro e do recolhimento dos tributos exigidos por lei. Este processo é
dividido em três fases, sendo elas administrativas, fiscais e cambiais.
A fase administrativa se refere aos procedimentos e exigências de
órgãos governamentais quanto à efetivação da importação, e variam de
acordo com a modalidade de operação de mercadoria, ou seja, trata-se do
licenciamento das importações (BIZELLI, 2002).
Já a fase fiscal, segundo autor citado acima, compreende no tratamento
aduaneiro, por meio do despacho de importação, no qual é verificada a
exatidão dos dados declarados pelo importador em relação às mercadorias
importadas, documentos apresentados, e legislação especifica do produto,
com vistas ao seu desembaraço aduaneiro (BIZELLI,(2002).
Abordando a etapa cambial, consiste na operação de moeda de
compra quanto à estrangeira, destinada em efetivação do pagamento das
importações. Após a conclusão do desembaraço aduaneiro, a mercadoria
é considerada importada, podendo então ser liberada para o mercado
interno (VAZQUEZ, 2009).
2.2 PROCEDIMENTOS E PROCESSO DE IMPORTAÇÃO NO BRASIL
A primeira etapa de um processo de importação envolve o contato com
os fornecedores, onde são elaboradas as planilhas de preços do produto que
o cliente deseja. Após, deve enviar um PO (Pedido de Compra), contendo
169
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
todos os dados da negociação, bem como a identificação do fornecedor,
produto, preço, porto da descarga, quantidade do produto, dentre outras
informações (BIZELLI, 2002).
Assim, inicia-se o recebimento da PI (proforma) do fornecedor para o
cliente. De acordo com Bizelli (2002, p. 61), “Concluída esta fase, deveriam
as partes adotar o instrumento hábil para definir os direitos e obrigações
assumidos, que é o contrato de compra e venda”. Ou ainda:
“[...] o importador deverá solicitar ao exportador estrangeiro
a remessa de um documento que formalize a negociação
com a identificação precisa das partes, do produto e do preço
pactuado, sendo quase sempre utilizada para essa finalidade
a fatura proforma, que uma vez assinada pelo exportador ou
seu representante legalmente constituído, traz formalmente
as obrigações que assume na negociação comercial; com
base na fatura, o importador, após sua análise minuciosa
para aceitação das condições que envolvem a transação,
deverá fazer sua solicitação através do pedido, que uma vez
assinado, o vincula formalmente á operação”.
Portanto, a proforma é o documento que inteliga todas as partes
envolidas do processo (trading e cliente), é onde o fornecedor firma
a prestação de serviços. Outra descrição importante para o referido
dispositivo, é o incortm da operação, ou seja, quem paga o frete da
mercadoria, e qual seu ponto de entrega. Entretanto, os principais são o
FOB, CFR e o CIF.
No incoterm FOB, para Vazquez (2009, p. 33) “[...] o vendedor deve
entregar as mercadorias no porto indicado pelo comprador, no navio
designado por este. Despesas de embarque por conta do vendedor”, ou
seja, nessa modalidade de frete, o comprador (cliente final) assume todos
os riscos e custos com o transporte da mercadoria.
170
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
No incoterm CIF e CFR, descrito pelo referido autor, “[...] o vendedor
deverá pagar as despesas de embarque, na origem, e desembarque, no
destino. A transferência de risco ocorrerá de acordo com a exigência
descrita em A5 (Obrigações de Vendedor) de cada termo”, isto é, o
fornecedor é o responsável por todos os custos e riscos com a entrega da
mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete. Essa responsabilidade
finda quando a mercadoria chega ao porto de destino, designada pelo
comprador (cliente final).
Quanto ao pagamento antecipado, para Bizelli (2001, p.59) “[...]
caracterize-se como sendo aquela operação onde o importador se
prontifica a remeter o valor relativo à compra e, após o recebimento pelo
exportador desse valor, é que é feito o embarque dessa mercadoria”.
Outra forma de pagamento , o qual caracteriza como carta de crédito,
está é uma garantia financeira internacional emitida pelo Banco Mercantil
do Brasil, a pedido e de acordo com as instruções do cliente, em favor do
exportador no exterior. Através dessa carta o banco efetua o pagamento ao
exportador à vista ou a prazo, dependendo da negociação feita. A carta de
crédito é emitida por sistemas eletrônicos bancários (BIZELLI, 2001).
Posteriormente, observa-se a confecção da LI ou Licença de Importação,
documento eletrônico processado através do SISCOMEX (Sistema
Integrado de Comércio Exterior), utilizado para licenciar as importações
de produtos cuja natureza ou tipo de operação está sujeita a controle de
órgãos governamentais, com base nas informações que o importador ou
seu despachante aduaneiro registram no sistema quanto à mercadoria a ser
importada. Basicamente, o que deve ser informado nestes documentos seria
o peso liquido a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) do produto, o
valor, incoterm, exportador e o fabricante (RECEITA FEDERAL, 2018).
A maior parte das mercadorias está dispensada da licença de
importação, porém quem deve informar se há ou não a necessidade da LI,
é o despachante aduaneiro, o qual precisará fazer a consulta através do
SISCOMEX, em um aplicativo nomeado de “tratamento administrativo”,
utilizando a NCM do produto, de modo a ter ciência quanto há a
171
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
necessidade da LI para determinado produto (VAZQUEZ, 2009).
Após registrar a LI no SISCOMEX, deve-se aguardar a análise do órgão
anuente e, seu posterior deferimento, que é uma autorização da importação.
Sempre cuidando com o prazo de validade da LI, que em geral é cerca de 90
dias da data de deferimento. Se passar desse prazo, é orientado à solicitar
ao despachante aduaneiro que faça a prorrogação dessas, a qual se torna
prorrogável por mais 90 dias (RECEITA FEDERAL, 2018).
Portanto, como constatado, a responsabilidade de pagamento do
crédito passa a ser do banco e não do comprador, como na maioria das
operações (BIZELLI, 2002). O banco irá depositar o valor referente ao preço
total do produto, nos casos do incoterm ser FOB ou preço total do produto
mais frete nos casos do incoterm CFR. O restante dos custos e despesas da
operação fica por conta do cliente e, o mesmo, será depositado na conta do
importador, assim que a mercadoria chegar ao seu destino final.
Sequencialmente, verifica o embarque mercadoria, esta, no entanto,
só vai embarcar. Essa só vai embarcar depois de pronta, conferida e
atestada sua qualidade. Solicitar ao exportador (fornecedor) que mande
os documentos originais via courier (DHL, FEDEX, TNT, UPS) modalidade
de correio com maior segurança e rapidez, é de suma importância, estes
documentos necessários para importação são vistos pelo Invoice, Packing
List e BL (Bill off Lading), mais popular como conhecimento de embarque,
os mesmos são imprescindíveis para o despacho aduaneiro, ou seja,
quando a carga chega ao porto de destino (BIZELLI, 2002).
Segundo a Receita Federal, (2018) “[...] a fatura comercial é o documento
de natureza contratual que espelha a operação de compra e venda entre o
importador brasileiro e o exportador estrangeiro”. Normalmente a invoice vem
em três vias originais e três cópias, e deve conter nome e endereço completo
do exportador e importador, especificação das mercadorias em português,
quantidade e volume, peso bruto e liquido da mercadoria e incoterm.
O Packing List (PL) possibilita o complemento da fatura comercial
(invoice), nele constam informações importantes para a liberação da carga
no porto, como por exemplo, a descriminação dos pesos líquidos, brutos,
172
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
conforme a quantidade de produtos, além de abordar as informações de
todos os documentos de importação (importador, exportador, cliente,
incoterm) (ARAÚJO, 2008).
O conhecimento de transporte BL (Bill off Lading), é um dos documentos
mais importantes da importação, geralmente ele é emitido pelo armador
(dono no navio que vai transportar a mercadoria envolvida no processo de
importação). Sem o BL não é possível realizar a liberação da carga, afinal nele
contêm todas as informações da Invoice e do PaclingList.
Esses três documentos formam o conjunto de informações necessárias
para a mercadoria chegar e estar devidamente dentro das leis exigidas
pela Receita Federal do Brasil, no quesito despacho aduaneiro e chegada
da mercadoria no porto.
2.3 PRÀTICAS ADMINISTRATIVAS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO
Após reunião dos numerários envolvidos no procedimento de
importação, o mesmo deve ser remetido ao cliente. Dessa forma, constam
todos os valores, dentre eles as despesas e custos do desembaraço,
acrescido dos impostos reunidos no processo (BIZELLI, 2001).
Efetuado o pagamento, é liberado o registro por despachante no
SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), que é um instrumento
informatizado por meio do qual é exercido o controle governamental do
comercio exterior brasileiro, a Declaração de Importação. Freitas (2007,
p.78), complementa:
“O despacho aduaneiro tem início com a formulação pelo
importador da declaração de importação no Siscomex,
sistema administrativo informatizado que integra as
atividades de autorização, registro, acompanhamento e
controle das operações de comércio exterior, que integraliza
as atividades da Secretaria do Comercio Exterior, do Banco
173
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Central do Brasil, da Secretaria da Receita Federal e outros
órgãos”.
Quanto a DI, se apresenta como documento que regula os bens e
mercadorias, junto à Receita Federal do Brasil, que formaliza e une as
informações relacionadas ao processo de importação, ou indicativo
dos valores de impostos a serem recolhidos para a real efetivação do
desembaraço aduaneiro, comprovação da importação para vinculação ao
câmbio e verificação de recolhimento de impostos federais oriundos da
importação (FREITAS, 2007).
Uma vez registrada a DI e iniciado o procedimento de despacho
aduaneiro, a mercadoria é submetida a uma análise fiscal, onde é
selecionada para um dos canais de conferência, que recebe o nome de
parametrização (BIZELLI, 2002). Os canais de conferência são quatro,
conhecidos como verde, amarelo, vermelho e cinza.
De acordo com Freitas (2007, p. 79) o canal verde “[...] registrará o
desembaraço automático da mercadoria, dispensados o exame documental
e a verificação da mercadoria”. Ou seja, o despachante ou o importador só
comparecerá à Alfândega para retirar o Comprovante de Importação.
O canal amarelo significa que vai ser feita a conferência dos
documentos de importação (Invoice, PackingList e BL) acrescida da DI.
Não sendo constatada nenhuma irregularidade nas informações, segue o
desembaraço aduaneiro, com dispensa da verificação da mercadoria.
No caso de seleção para o canal vermelho, Freitas (2007, p.97) diz que
“[...] a mercadoria somente será desembaraçada após a realização do exame
documental e da verificação da mercadoria”. Somente ocorre liberação da
carga após a conferência física da mercadoria e dos documentos. Ambos
têm que estar em conformidade.
O canal cinza é o mais raro, e dificilmente aplicado ao processo de
parametrização. O autor, citado acima, descreve que:
174
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
“[...] será realizado o exame documental, a verificação da
mercadoria e a aplicação de procedimento especial de
controle aduaneiro, para verificar elementos indiciários
de fraude, inclusive no que se refere ao preço declarado da
mercadoria”.
Depois que a mercadoria for liberada, cabe à empresa elaborar o
faturamento, onde são emitidas pelo importador (trading) as notas fiscais
de entrada, saída e serviço. A transportadora só pode retirar o container
quando a nota fiscal de saída estiver pronta, porém no estado de Santa
Catarina a mercadoria pode circular com a Declaração de Importação (DI).
Na nota fiscal de entrada será calculado o valor aduaneiro da
mercadoria, que é composto pelo valor do produto no local de embarque
(VMLE), mais o frete internacional e seguro, acrescido do valor dos tributos
referentes a esse processo e todas as despesas vinculadas ao mesmo
(RECEITA FEDERAL, 2018).
Quanto a emissão da nota fiscal de saída, envolve os valores pertinentes
ao produto, com adição do ICMS do cliente, que pode ser de 4%, e 10%.
Somente empresas do Simples Nacional não tem essa opção, tendo que
tributar com a alíquota interna do Estado (RECEITA FEDERAL, 2018).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esse artigo foi produzido com traços de um estudo descritivo, onde
se ocupa em expor as características de uma determinada população,
fenômeno ou estabelecer relação entre as variáveis (GIL, 2012).
Na pesquisa exploratória, buscou-se a investigação profunda sobre o
presente estudo, bem como uma visão ampla sobre os assuntos abordados,
com a finalidade de se obter resultados. Beuren (2008, p. 80), aponta “[...] busca
conhecer com maior profundidade o assunto, de modo a torná-lo mais claro
ou construir questões importantes para condução [...]”. Quanto à bibliográfica,
se verifica a utilização de dados, definições ou fundamentos publicados por
175
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
outros autores, referente ao assunto proposto.
Quanto à pesquisa documental, refere-se basicamente aos documentos
abordados pela pesquisa, consistindo em apontamentos previamente
analisados (GIL, 2010).
Nesse sentido, o objetivo do estudo procura identificar os procedimentos
na importação da viscose MVS, proveniente da China, através da Empresa
LOG Distribuição Importação e Exportação LTDA, procurando assim,
responder a hipótese da pesquisa.
Como problemática citamos a seguinte questão problema: Como e quais
os procedimentos utilizados por uma trading no processo de importação
da viscose MVS da China?
4. CONTEXTUALIZAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
O presente estudo buscou demonstrar os procedimentos na importação
da viscose MVS, proveniente de processo de importação da China, através
da empresa LOG Distribuição Importação e Exportação Ltda. Assim, se
apresenta um fluxograma com a descrição de todas as atividades realizadas
na importação do produto, objeto desse estudo.
176
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 01: Fluxograma da prescrição do processo de importação. Fonte: Elaborado pelos autores, (2018).
A atividade nº 1 inicializa o processo de importação, onde a LOG
Distribuição Importação e Exportação LTDA entra em contato com o
fornecedor no exterior e negocia as quantidades e valores do produto a ser
importado, conforme pedido e necessidade do cliente. Esta etapa pode ser
177
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
realizada por telefone ou e-mails trocados.
Confirmado o pedido, a LOG Import emite um documento chamado PO
(Pedido de Compra), onde se descreve, o número da PO, data de emissão
do documento, quantidade em quilos quando o produto importado é
a viscose, custo unitário da mercadoria, o número de conteiners de fios
envolvidos no processo e o valor total do pedido.
Posteriormente há emissão da proforma pelo fornecedor, mediante a
confirmação do pedido de compra. Como o estudo aborda um processo
com o incoterm CFR, o frete internacional fica por conta do fornecedor,
e sua responsabilidade cessa a partir da amurada do navio no porto de
embarque. Assim, a responsabilidade a partir desse momento fica por
conta do importador, que posteriormente apresentará os custos para o
cliente. Valem ressaltar que a carta crédito cobre somente esse valor, os
outros custos serão cobrados no final do processo.
Em sequência se observa a confecção da LI (Licença de Importação),
que só é emitida se o produto não estiver licenciado para importação.
O produto viscose MVS, em estudo, já tem a licença de importação, e,
portanto, não tem necessidade de emissão da mesma.
Após a definição da emissão da LI ou não, segue para o pagamento a ser
efetuado pelo cliente ao fornecedor, esse valor envolve somente o produto
negociado. Este pagamento pode ser feito através da carta de crédito, que
tem garantia de um banco, ou diretamente do cliente comprador para
o fornecedor no exterior, através de transferência de numerário com
fechamento de câmbio.
Realizado o fechamento de câmbio é emitido pelo agente financeiro o
swift, ou também conhecido como comprovante de pagamento do cliente
para o fornecedor no exterior.
Posteriormente se observa a negociação do frete internacional, mas
como já foi mencionado esse processo aborda o incoterm CFR, portanto
quem negocia e paga o frete internacional é o fornecedor. No embarque da
mercadoria, é feito a conferência e embalagem da mesma.
178
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
4.1 DOCUMENTOS DE IMPORTAÇÃO
A próxima etapa envolve a solicitação do importador mediante aos
documentos originais da importação. Esses são remetidos via courier
antes da mercadoria chegar ao destino final, logo após o pagamento do
produto, até porque é uma garantia que o fornecedor tem de receber pelos
seus serviços. Os documentos originais são a Invoice, PackingList e o BL
(Bill of Lading ou conhecimento de embarque).
Os documentos originais são peças fundamentais do processo, por isso
não pode ocorrer nenhum dado incorreto, a partir dele é que será emitido
a DI (Declaração de Importação) e as notas fiscais. Qualquer erro nesses
documentos pode ser prejudicial ao processo.
Assim, constam as informações de cliente, fornecedor, importador,
valores, quantidades, portos de origem e destino, incoterm, datas saídas e
chegada, nome do navio, referência do contêiner, dentre outros dados que
são fundamentais na hora da liberação do container no porto de destino.
4.2 RECEBIMENTO DA MERCADORIA
O recebimento da carga é considerado iniciado quando o navio se
apresenta no porto de destino. Nessa etapa, o importador já deve ter todos os
documentos originais, pois é importante não atrasar a liberação do contêiner,
já que estará contando o custo de armazenagem desde a entrada no porto.
A partir do momento que há presença de carga, é imprescindível que o
importador emita o numerário para o cliente, o qual deve constar a prévia de
todas as despesas e impostos que o cliente terá que pagar no final do processo.
É importante que a taxa do dólar seja a mesma do dia que vai registrar
a DI, pois com dólar do dia calcula-se o valor da mercadoria, o frete e o
seguro que juntos compõe o valor da mercadoria, conhecido como Valor
Aduaneiro ou Valor CIF, base para os impostos.
Após o deposito do cliente referente ao valor do numerário, é feito o
registro da DI (Declaração de Importação), registrada no Siscomex.
179
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
As alíquotas dos impostos, bem como quais deles incidem sobre esse
produto depende da NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) de cada
produto. Para a viscose MVS, objeto deste estudo, observam-se 18%
do Imposto de importação, PIS de 2,10% e COFINS de 10,65%. A Taxa
Siscomex é cobrada por ato de registro.
Em sequência encontra-se a liberação da Receita Federal para o
processo, ou seja, se a carga está liberada ou precisa passar por fiscalização.
Somente o despachante terá de comparecer a Alfândega para retirar o
Comprovante de Importação.
4.3 FATURAMENTO
A nota fiscal de entrada é composta pelo valor aduaneiro acrescida
dos tributos e as despesas do processo. Esses gastos podem ser verificados
com o despachante, agência marítima, porto e transportadora. A nota
fiscal de saída também é composta pelos mesmos valores da nota fiscal de
entrada, porém com a adição do ICMS-Imposto sobre Operações Relativas
à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Em processos da LOG
Import, os clientes contam com o tratamento fiscal do TTD 410, ou seja,
benefício concedido por ente governamental onde a empresa posterga o
pagamento do imposto devido na importação das mercadorias para um
segundo momento, que ocorrerá somente quando a organização revender
os produtos. Para isso, o desembaraço dos itens importados deve contar
com intermédio de portos, aeroportos ou pontos de fronteira alfandegados,
situados no Estado de Santa Catarina. RECEITA FEDERAL, (2018).
Após as emissões das notas fiscais de entrada e saída, é emitida a nota
fiscal de serviços, a qual é referente ao valor do despacho aduaneiro do
cliente. Em acréscimo, a nota fiscal de entrada é emitida para nacionalizar
e proporcionar entrada da mercadoria do exterior no Brasil, assim, se
apresenta todo o valor gasto dentre impostos e despesas do processo da
viscose MVS.
180
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quanto à nota fiscal de saída, também estão inclusos todos os valores
de tributos e despesas do processo, porém com o adicional de ICMS de
10%, ISS em 0,65% PIS com 3,0%, COFINS a 1,5%, IR e CSLL a 1%.
O último passo do processo de importação é a prestação de contas,
envolvendo um relatório onde constam todos os documentos, impostos e
despesas do processo.
4.4 PRESTAÇÃO DE CONTAS
O relatório de prestação de contas é enviado para o cliente em até cinco
dias após o recebimento da carga. Em sua apresentação demonstra todas
as despesas e impostos do processo envolvendo a viscose MVS, já vistos
anteriormente.
Como a LOG Import possui o benefício TTD 410 na saída, isenção
tributária permitida no estado de Santa Catarina, o numerário de beneficio
é dividido com seus clientes, uma poderosa ferramenta para captação e
fidelização de clientes.
Esse relatório envolvendo a prestação de contas é enviado por e-mail
para o cliente, onde é solicitado o pagamento de possíveis saldos até o
último dia útil do mês, encerrando assim essa operação.
No gráfico 01, verificamos o exemplo de todos os gastos envolvidos em um
processo de importação do fio de viscose MVS, pela entidade LOG Import.
181
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
R$-
R$20.000,00
R$40.000,00
R$60.000,00
R$80.000,00
R$100.000,00
Impostos Desp. Despachante
Desp. Porto Outras Despesas
R$90.266,92
R$2.274,98 R$2.493,08 R$1.772,84
DESPESAS DO PROCESSO
Gráfico 01: Despesas do processo de importação Fonte: Elaborado pelos autores, (2018).
Observa-se, portanto, que os impostos são responsáveis pela maior parte
dos gastos incorridos no processo de importação da viscose MVS, seguido
pelas outras despesas, onde estão inclusas as taxas de utilização siscomex,
handling, drop-off dentre outras, que são os gastos de BL. Logo após
encontram-se as despesas com o porto (armazenagem, pesagem e levante de
container), por último os valores pertinentes aos gastos com despachante,
nesse item tem-se o honorário do despachante e a taxa da marinha mercante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do processo de importação, o presente trabalho teve como
objetivo geral verificar a viabilidade e os procedimentos na importação do
fio de viscose MVS, originários da China pela empresa LOG Distribuição
Importação e Exportação LTDA.
No decorrer da pesquisa foi demonstrada a descrição de todo o processo de
importação do produto têxtil, desde a emissão da fatura até os impostos pertinentes.
Dessa forma, se conclui que práticas de uma importação são
extremamente complexas, e demandam de profissionais habilitados para
realizar todas as operações, uma vez que o empresário leigo poderá ter
182
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
dificuldades em realizar a importação sem auxilio, podendo assim, causar
prejuízo e problemas tributários para a sua empresa.
O profissional de gestão dever ter o comprometimento de modo a
assegurar a saúde financeira e econômica da entidade envolvida, bem como,
demonstrar o caminho mais seguro e confiável que a empresa possa seguir.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: Teoria e Prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
BIZELLI, João dos Santos. Noções básicas de importação. 9. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2002. ______ Noções básicas de importação. 8. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
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FRASSOM, Mário. O que são incoterms?.China Link Trading, 2013. Disponível em: <http://www.chinalinktrading.com/blog/incoterms/>. Acesso em: 02 fev. 2018.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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RECEITA FEDERAL. Declaração de importação – DI. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/conceitos-e-definicoes/tipos-de-declaracao-de-importacao/declaracao-de-importacao-di>. Acesso em: 16 jan. 2018.
______ Conhecimento de carga. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/despacho-de-importacao/documentos-instrutivos-do-despacho/conhecimento-de-carga/introducao>. Acesso em: 06 jan. 2018.
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______ PIS/Cofins importação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/legislacao/legislacao-por-assunto/pis-cofins-importacao>. Acesso em: 15 fev. 2018.
184
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
VAZQUEZ, José Lopes. Comércio exterior brasileiro. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
VIEIRA, Júlia. Como o benefício fiscal TTD funciona para indústrias catarinenses. Machado Contabilidade, 2017. Disponível em: <http://machadocontabilidade.com.br/comercio-exterior/como-o-beneficio-fiscal-ttd-funciona-para-industrias-catarinenses/>. Acesso em 15 mar. 2018.
185
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
FATORES QUE INFLUENCIAM NA QUALIDADE DO SERVIÇO CONTÁBIL: UM ESTUDO COM USUÁRIOS DE SERVIÇOS CONTÁBEIS DA COSTA ESMERALDA
AUTORES: Jonas Patrick Pereira ¹
Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Anderson Ruy dos Anjos ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
186
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOA busca incansável dos escritórios de serviços contábeis é atender
as necessidades específicas de seus clientes. Neste contexto, o escritório
de Contabilidade Cruz procura corresponder a essa necessidade de seus
tomadores de serviços, construindo um ambiente que gere informações
úteis, e que possam servir de auxílio na tomada de decisão. Desta forma,
para que a empresa de serviços contábeis alcance seus objetivos faz-se
relevante que ela ofereça um serviço de qualidade, com segurança nos
dados entregues, e que possam atender a necessidade do contratante. Neste
estudo foram aplicados 50 questionários a empresas enquadradas como
microempresas e empresas de pequeno porte que têm como atividade
comércio, com sede no município de Tijucas/SC. Os questionários aplicados
tiveram o objetivo de verificar o nível da qualidade dos serviços contábeis
prestados aos empresários. A pesquisa teve o objetivo de averiguar se o
escritório de contabilidade está conseguindo suprir as necessidades de
seus clientes, auxiliando na tomada de decisão e não somente atendendo
as necessidades fiscais que são exigidas por lei. Observa-se, também, que
uma grande parte das empresas, mesmo recebendo relatórios mensais,
pouco fazem uso deles como base para tomada de decisão, muitos gestores
acreditam que o contador serve somente para atender ao governo e os
valores cobrados pelos serviços são considerados altos demais.
Palavras-chave: Contabilidade. Qualidade dos Serviços Contábeis.
Tomada de Decisão.
187
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por intuito evidenciar quais as práticas contábeis
que são atualmente oferecidas pelo escritório de Contabilidade Cruz,
listando sua influência na geração de resultados positivos aos seus clientes.
Desta forma, independente de seu porte ou atividade, as instituições
necessitam de informações suficientes e confiáveis. E estas devem servir
como base para o planejamento da empresa, para fins de auxiliar a tomada
de decisão do empresário.
Dentre algumas fontes de informação a serem analisadas, encontra-
se como dados relevantes aqueles que possam auxiliar na tomada de
decisão, e as demonstrações contábeis encontram-se nesta posição.
Em alguns casos são a única fonte de onde se podem tirar os subsídios
(MATARAZZO, 2008), e esses demonstrativos devem possuir um alto grau
de confiabilidade por serem elaborados através de registros das atividades
operacionais das empresas.
Geralmente as micro empresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP)
não possuem um profissional qualificado na área entre seus funcionários e
não estão preparados para tomar as decisões sem a ajuda deste profissional.
É importante ressaltar que conforme Marion (2009, p.27) “a função
básica do contador é produzir informações úteis aos usuários da
contabilidade para a tomada de decisão”.
De acordo com Marion, (2009), os escritórios de contabilidade devem
estabelecer postura de auxiliares da gestão das empresas que buscam a
terceirização e, além de atender a outras exigências, carecem em fornecer
informações econômicas e financeiras relevantes para a empresa e ainda
apresentar sugestões que auxiliem no desenvolvimento de seus clientes,
visando sempre prestar um serviço com qualidade.
Seguindo esse pensamento, as organizações visam acompanhar as
novas condições do mercado, que colocam em questão o atendimento e
satisfação do cliente. Desse modo, cabe aos escritórios contábeis buscarem
alternativas diferenciadas para melhorarem ao máximo os serviços
188
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
prestados às organizações.
O presente estudo tem como objetivo geral delimitar os serviços
contábeis oferecidas aos usuários, bem como avaliar sua percepção junto
ao serviço prestado.
Com a definição do objetivo geral abordou-se na sequencia os objetivos
específicos que formarão o caminho até o objetivo geral. Conforme Lakatos
e Marconi (2010, p.202), “apresentam caráter mais concreto. Tem função
intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objetivo
geral, e de outro, aplica-lo a situações particulares”.
Para se chegar ao objetivo principal desse artigo, se fez necessário
atingir objetivos específicos, dentre eles levantar as principais práticas
contábeis oferecidas pelo Escritório Contabilidade Cruz Ltda, delimitando
quem são os usuários que utilizam as informações contábeis, buscando
ainda sua percepção quanto aos tomadores de serviços contábeis, e a
qualidade dos serviços oferecidos.
2 REVISÃO LITERATURA
2.1 CONTABILIDADE NA GESTÃO EMPRESARIAL
Conforme Marques (2010), a contabilidade é tão antiga quanto às
civilizações. As primeiras manifestações humanas de necessidade social
de proteção e interpretação de fatos ocorridos com objetos materiais que o
homem tinha, estão relacionadas a ela.
Marques (2010), relaciona as primeiras civilizações, as quais o homem
possuia registro histórico, a vida do homem era voltava para as aréas da
agricultura e caça, com o passar dos anos o homem foi aperfeiçoando
suas técnicas agricolas e gradativamente foi deixando de exercer a caça,
com os anos foi surgindo o direito ao solo e as divisões e a percepção de
propriedade. Desta forma, cada cidadão construía seu próprio patrimônio.
Podem-se definir os períodos contábeis como sendo; no mundo
antigo, até 1200 D.C, quando segundo Iudícibus e Marion (1999, p. 13), “a
189
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
contabilidade surgiu para suprir a necessidade de se avaliar a riqueza do
homem, e seus possíveis acréscimos, mesmo que não monetários”. No
mundo medieval, que vai de 1202- 1494, a contabilidade avançou junto
com a ciência, deixou de ser rudimentar e passou a ter um novo processo,
baseado agora no sistema numérico. Alcançando o mundo contemporâneo
que aborda o periodo de 1840 aos dias atuais, esse periodo ficou marcado
por fortes mudanças culturais, desencadeando o desenvolvimento de
diversas ciências sociais, como a física entre outras. Apartir desse periodo
a contabilidade passa a ser classificada como uma ciência social. Beuren e
Longaray (2003,p.189), expõem que:
O conhecimento contábil é científico na sua forma e essência,
pois: (a) depende de uma série de raciocínios; (b) estabelece
verdades gerais e eternas; (c) tem um objetivo determinado;
(d) tem um fim determinado; (e) pode ser analisado sob a luz
da filosofia; e, (f) dispõe de metodologia própria.
Segundo autores citados acima, é notável a evolução da contabilidade
durante diferentes periodos da história, passando por centenas de anos e
alcançando sua maturidade a partir de 1840 até os dias atuais.
Contudo, fica evidente que ao longo da história do mundo, que
sociedades apresentam ciclos econômicos. Na atualidade vivenciamos a
era econômica conhecida como a globalização, tal processo resultou em
fortes mudanças nas organizações, as micro e pequenas empresas (MPES)
não deixaram de ser afetadas pelas mudanças.
As (MPES) são entidades econômicas cuja finalidade é o lucro, e
para atingir esse fim, necessitam de alguns procedimentos, observa-
se, conforme Takeshy e Faria (2004), as MPEs compram mercadorias
desembolsando recursos economicos, e ao venderem estes insumos
conseguem receitas.
Assim, para que estas empresas sobrevivam, precisam ter lucratividade,
que é afetada pelo menor valor de custos, despesas e, principalmente, pelo
190
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
maior valor agregado aos seus produtos gerando receitas, sendo estas
grandezas diretamente proporcionais à produtividade da empresa.
Desta maneira, percebe-se que todo o processo é alcançado através de
técnicas de gestão eficientes aplicados por profissionais capacitados, o
que indica que determinadas técnicas de gerenciamento e gestão são de
extrema importância para o sucesso das MPES.
Takeshy e Faria (2004), listam as técnas de gerenciamento oferecidas
através da aplicação da contabilidade como ferramentas voltadas ao auxílio
e desenvolvimento das atividades das organizações. Nesse contexto, a
contabilidade aparece como instrumento de apoio e auxílio à tomada de
decisão, sendo necessária e importante na gestão das empresas, podendo
fornecer diariamente informações que ajudem a encontrar melhores
formas de manter o negócio sustentável.
Atravês da análise dos dados fornecidos pelo Sebrae (2007), é notavel
que uma das principais causas de mortalidade das micro e pequenas
empresas no Brasil, está ligada diretamente nas falhas de gestão, alguns
dos fatores são, gestão equivocada do fluxo de caixa, a má administração de
capital de giro, seguido de falta de planejamento prévio e de levantamento
de dados sobre o público-alvo da empresa (SEBRAE, 2007).
As micro e pequenas empresas são entidades jurídicas que necessitam
de processos burocráticos, tanto em sua abertura, quanto para seu
funcionamento correto, e assim precisam inteiramente das praticas
contábeis. Zanluca (2006, p.3), ratifica essa relação quando diz que “[…]
além de tempo e dinheiro, o empresário precisa de preparo, suporte e
planejamento. Para que o negócio se fortaleça e se torne saudável, o
trabalho da contabilidade é fundamental”. Neste contexto, verifica-se a
grande necessidade por parte dos gestores de micro empreendimentos da
realização de uma contabilidade completa e precisa que auxilie desde a
constituição até a gestão dos negócios.
A contabilidade oferece ao micro e pequeno empresário a oportunidade
de adquirir conhecimento da situação financeira e econômica de sua
empresa, ajuda a criar e executar um planejamento de mercado, além de
191
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
permitir ter acesso à informação útil para tomada de decisão, conforme
Iudícibus e Marion (2002, p. 42), “a contabilidade é o grande instrumento
que auxilia a administração a tomar decisões”.
Contudo, observa-se que esta contabilidade vai além da geralmente
adotada pelos micro e pequenos empreendimentos, onde, na maioria
das vezes é voltada somente para atender as exigências fiscais, conforme
evidenciado na citação abaixo:
[…] as pequenas empresas têm falido ou enfrentam sérios
problemas de sobrevivência. Ouvimos empresários que
criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de
recursos, os juros altos etc., fatores esses que, sem dúvida,
contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, descendo
fundo em nossas investigações, constatamos que, muitas
vezes, a “célula cancerosa” não repousa nessas críticas,
mas na má gerência, nas decisões tomadas sem respaldo,
sem dados confiáveis. Por fim observamos, nesses casos,
uma contabilidade irreal, distorcida, em consequência de
ter sido elaborada única e exclusivamente para atender às
exigências fiscais (MARION, 2010, p. 26).
Sendo assim, com as novas exigências impostas pela era da econômia
globalizada, fica claro que é cada vez mais necessária uma contabilidade
que assista e auxilie o empreendedor, disponibilizando informações para
o controle e para uma tomada de decisão embasada em dados confiáveis e
fiéis dos números da empresa.
A área da contabilidade que possui essa função é a contabilidade
gerencial, que pode ser entendida como todos os métodos e técnicas da
contabilidade propriamente dita vistam de forma mais detalhada e usada
para gerar informação que agregue valor e auxilie na tomada de decisão
(IUDÍCIBUS apud PADOVEZE, 2010).
Infelizmente, é notável que, a tomada de decisões nas empresas
192
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pequenas, é centralizada, por serem em sua maioria empresas familiares,
onde geralmente o administrador do negócio é o próprio proprietário, e
esse acaba tomando decisões por impulso, improvisação, e muitas vezes
não exerce o controle adequado de suas despesas, e lamentavelmente
acaba sem conseguir controlar a própria empresa.
Esses empresários se colocam no mercado e tentam sobreviver até
quando a sorte estiver a favor, pois não contam com uma contabilidade que
gere informação e traga eficácia ao seu pequeno negócio (SEBRAE, 2007).
2.2 NORMA APLICADA AS A PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS ITG-1000
A norma ITG 1000 foi elaborada com o objetivo de proporcionar às
microempresas e empresas de pequeno porte um tratamento diferenciado,
visando a simplificação da escrituração e da geração de demonstrações
contábeis, tomando como base o porte, o volume de transações e negócios.
Mas essa simplificação, não desobriga as empresas abrangidas pela norma
à manutenção das escriturações contábeis (CFC, 2013)
Segundo Conselho Federal de Contabilidade (2013), para melhor
exemplificar essa simplificação, a ITG 1000 permite a realização de
lançamentos diários somente ao final de cada mês, mantendo-os assim
em conformidade com livros e registros auxiliares, de acordo com os
pronunciamentos contábeis e a legislação fiscal vigente. Tornando
obrigatória a entrega das demonstrações financeiras para microempresas
e empresas de pequeno porte o Balanço Patrimonial, Demonstrações de
Resultados e as Notas Explicativas.
Ainda, além da simplificação da forma de fazer a contabilidade das
microempresas e empresas de pequeno porte, a norma ITG traz a carta
de responsabilidade dos administradores das empresas, onde alegam que
todas as informações e documentos repassados ao profissional contábil
estão revestidos de idoneidade e assumem a responsabilidade em casos
de fraudes.
193
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Esta pesquisa utiliza pequena e micro empresas como fornecedoras
de informações, desta forma é necessário a apresentação de elementos
quanto as normas contábeis que regem a escrituração contábil destas
instituições e suas funções aplicadas as demonstraçõe contábeis.
2.3 QUALIDADES DAS PRATICAS CONTÁBEIS OFERECIDAS
Fitzsimmons (2000), descreve que é possível aplicar as diretrizes de
qualidade tanto quando se trata de um produto quanto de bens como
serviço. O sentido é dado de forma genérica a tudo que seja produzido.
Fitzsimmons (2000) descreve que a qualidade em serviços se define na
relação entre o trabalho de fato realizado e a expectativa por parte do
cliente em relação a pratica que lhe será oferecida.
Percebe-se que, segundo autor, a relação cliente e serviço prestado
estão diretamente interligados. Caso o cliente espera mais do que recebe,
a qualidade das praticas contábeis oferecidas está abaixo do esperado. Se o
cliente recebe uma prestação de serviço tal como esperava, a qualidade do
serviço foi alcançada e atendeu a expectativa do cliente. Quando o cliente
recebe algo melhor do que estava esperando, a qualidade foi alcançada
novamente.
Ao prestar o serviço com satisfação, o profissional está se preocupando
com sua qualidade, conforme visto abaixo:
Essa preocupação, em minha opinião, é fruto do prazer que
o empresário contábil tem em trabalhar na sua profissão.
Ele gosta do que faz, por isso faz bem feito. Na outra
ponta, temos o empresário que não se preocupa com a boa
qualidade do serviço, porque se preocupa tão-somente
com que o cliente não perceba os defeitos. Com certeza, é
porque não gosta do que faz (THOMÉ, 2001, p. 79).
Algumas empresas não proporcionam ênfase à qualidade do serviço
194
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
prestado, percebendo a falha quando existe a perda de clientes ou
reclamações, de acordo com Raupp (2000, p.7).
Com o advento da tecnologia da informação e o processo
de globalização mundial as exigências cresceram e
se diversificaram. A competição global exige que as
empresas estejam comprometidas com contínuo e
completo aperfeiçoamento de seus produtos, processos e
colaboradores. Um dos principais ativos de uma empresa
são suas informações e seus recursos humanos que delas
se utilizam (...) a qualidade e confiabilidade desses dados
influem decisivamente no sucesso dos negócios.
Percebe-se que é de importante para o escritório de contabilidade que
almeja ser considerado de excelência, o cumprimento de determinados
pontos, que devem ser levados em consideração em sua gestão
administrativa.
2.4 QUALIDADE NO ATENDIMENTO DOS CLIENTES
Para tornar um cliente fiel a sua empresa, oferecer um atendimento
de qualidade deixou de ser um diferencial de mercado, passando a ser um
elemento primordial para o desenvolvimento da organização, de forma
que a organização que oferece um atendimento satisfatório aos olhos do
cliente pode vir a agregar valor aos serviços oferecidos.
De acordo com Piazza (1999, p.5), qualidade no atendimento “é um
requisito para se obter sucesso na área pessoal e empresarial, no âmbito
da globalização, em um mundo que se moderniza a cada dia”.
Segundo Freemantle (1994), as instituições que oferecem um
atendimento de excelência precisam seguir alguns princípios básicos,
o atendimento telefônico é recomendável que ocorra em no máximo
cinco segundos, as solicitações de clientes devem chegar ao máximo em
195
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
dois dias, as comunicações precisam conter aspectos técnicos com um
linguajar de fácil entendimento, toda a equipe deve manter a seriedade e
obrigatoriamente devem-se cumprir as promessas realizadas aos clientes
ainda é extremamente necessário haver confiabilidade no sistema contábil
e por fim os colaboradores tem de manter uma boa aparência.
Contudo a fim de atribuir mais sustentabilidade a imagem de empresas
de contabilidade, os escritórios de contabilidade devem manter cuidado no
atendimento. Sendo primordial a racionalização de recursos na captação
de novos clientes e no remanejamento da carteira de clientes existentes no
escritório de contabilidade.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia apresenta todas as técnicas e procedimentos necessários
para a elaboração do estudo, a fim de explanar sobre a metodologia
empregada de acordo com as características da pesquisa, nesse sentido
Ramos (2009, p. 189), explicita que:
Adotar uma metodologia da pesquisa significa escolher
um caminho, um conjunto de normas que guiam o
pesquisador em sua produção de conhecimento. Tais
normas representam a formalização do rigor metodológico
da atividade científica. Enfrentar a realidade sem critérios
metodológicos pode significar não chegar a lugar algum
ou, pior, chegar a respostas já apresentadas por outros
pesquisadores.
A metodologia procura solucionar as perguntas encontradas na
elaboração do estudo, seguindo critérios preestabelecidos, servindo de
subsídio para futuros trabalhos, utilizando de um conjunto de técnicas
relevantes no desenvolvimento de um estudo acadêmico (RAMOS, 2009).
Desta forma, o presente estudo se propõe a em natureza quantitativa,
196
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pois foram utilizados recursos estatísticos a fim de preservar a exatidão
das respostas pretendidas. Para Ramos (2009, p. 184) “é baseada em rígidos
critérios estatísticos, que servem de parâmetro para a definição do universo
a ser abordado pela pesquisa”. Assegura maior segurança na verificação
dos dados encontrados, pois os mesmos são mensurados numericamente.
Beuren (2008, p. 93), diz que “a utilização dessa metodologia de pesquisa
torna-se relevante à medida que se utiliza de instrumentos estatísticos
desde a coleta, até a análise e o tratamento dos dados”.
Quanto aos objetivos, esta pesquisa é caracterizada como qualitativa,
que para Bervian e Cervo (2002, p. 61), “[...] observa, registra, analisa e
correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. Todavia, é
uma forma de pesquisa amplamente realizada por diversos pesquisadores,
compreendendo as técnicas de pesquisa qualitativas e quantitativas.
Diante do exposto, cabe evidenciar a importância da obtenção de
dados, através da utilização dos métodos de pesquisa, pesquisa descritiva,
na qual observar, registrar e analisar os fenômenos ou sistemas técnicos,
sem entrar no mérito dos conteúdos na sequencia observa-se a utilização
da pesquisa exploratória que proporciona uma maior familiaridade com o
problema, os tornando mais explícitos. Quanto a pesquisa bibliográfica,
presente em materiais já elaborados, constituídos principalmente de livros
e artigos científicos (MENESES, 2001).
Contudo é no estágio do estudo de caso que se utiliza um
aprofundamento das ideias do tema proposto, onde o pesquisador não tem
muito conhecimento sobre a temática evidenciada, e serve diretamente
para responder às indagações da pesquisa através de estudos e técnicas. De
acordo com Gil (1999 apud Beuren, 2008, p. 84):
Observa-se que o estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos,
de maneira a permitir conhecimentos amplos e detalhados
do mesmo.
197
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Em acréscimo, Beuren (2008, p.84), cita que “esse estudo é preferido
pelos pesquisadores que desejam aprofundar seus conhecimentos a
respeito de determinado caso especifico”.
Neste estudo de caso, foram analisados todos os dados pertinentes a
percepção dos usuários de serviços contábeis, levando em consideração
como os mesmos se comportam em relação aos procedimentos adotados
pelo Escritório de Contabilidade Cruz no exercício de 2019.
Quanto à coleta de dados este procedimento consiste na escolha
de métodos mais apropriados para o levantamento de informações
pertinentes ao estudo de caso, como visto em Marconi e Lakatos (2010, p.
167) é a “etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos
elaborados e das técnicas solucionadas [...]”.
Os dados necessários para a sua elaboração foram coletados através
de consultas ao Escritório de Contabilidade Cruz. Entretanto, houve
a utilização de uma pesquisa para verificar a percepção dos usuários
dos serviços contábeis quanto a qualidade do portifolio oferecido, para
esclarecer dúvidas quanto a qualidade na prestação dos serviços, além de
fornecedores e pesquisas bibliográficas.
Desta forma, cabe ressaltar, que todas as informações coletadas para a
elaboração desse estudo de caso ocorreram com a anuência dos clientes
através da elaboração de um questionário.
Na análise de dados, e sua interpretação observa-se de acordo com
Beuren (2008, p. 136), que “Analisar dados significa trabalhar com todo o
material obtido durante o processo de investigação, ou seja, com os relatos de
observação, as transcrições de entrevistas, as informações dos documentos
e outros dados disponíveis’’, os mesmos foram interpretados, analisados,
comparados e representados através de quadros, tabelas e gráficos.
O que atribui sentido aos estudos científicos é, obviamente, a solução
de problemas, ou seja, a busca por informações uteis que visem o alcance
de respostas para um determinado objeto de estudo, como por exemplo Gil
(1991, p. 85), afirma que “Num projeto de pesquisa, um problema consiste
numa situação não resolvida que é objeto de discussão”.
198
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A partir deste contexto, o objetivo apresentado é analisar quais os
fatores são determinantes para qualidade na prestação dos serviços
contábeis, sejam psicológicos ou de necessidades básicas que influenciam
direta e indiretamente nas atividades rotineiras dos colaboradores. Desta
forma, busca-se responder à seguinte situação problema: Qual a percepção
do usuário contábil, quanto às práticas apresentadas pelo escritório de
Contabilidade Cruz LTDA aos seus clientes?
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS: ESTUDO DE CASO
A Contabilidade Cruz Ltda, é uma organização empresarial focada
integralmente na prestação de serviços contábeis, onde as principais
atividades oferecidas são voltadas a contabilidade fiscal e assessoria
contábil. Foi fundada em 1981 e está situada no município de Tijucas,
Santa Catarina.
Mantém a visão de oferecer a sociedade serviços contábeis de excelência
que auxiliem seus diversos usuários na tomada de decisão aliando qualidade
e inovação ao seu portfólio, exercendo responsabilidade social, e a missão
de conquistar a referência no ramo empresarial sendo reconhecida como
modelo de excelência na prestação de serviços contábeis.
Recentemente a empresa disponibilizou no mercado as práticas de
assessoria empresarial e consultoria contábil. Seus principais clientes
estão localizados em Santa Catarina nas cidades de Tijucas, Porto Belo,
Bombinhas, Canelinha e São João Batista.
Todos os colaboradores são profissionais especializados, para
oferecer sempre os melhores serviços aos seus clientes, com relação a
tributação, departamento pessoal, abertura de empresas e contabilização
do patrimônio. Em acréscimo é exigida formação acadêmica para todos
os colaboradores, além de educação continuada, visando constantes
atualizações de normas e procedimentos pertinentes às mais diversas
rotinas contábeis.
Contando com quinze colaborardes em sua equipe as rotinas de trabalho
são alocadas através do conceito de departamentalização, constituindo cinco
199
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
áreas de atuação: departamento contábil, departamento fiscal, departamento
societário, departamento de pessoal e departamento financeiro.
Comércio 0 0 0 0 69
Industria 0 0 0 63 0
Serviços 0 0 41 0 0
Atividade Imobiliária 0 14 0 0 0
Transportes 21 0 0 0 0
Quadro 01 – Ramo de atividade clientes Contabilidade Cruz. Ltda. Fonte: Dados fornecido pela Empresa, 2018.
Destaca-se o objetivo que o objetivo do seguinte estudo foi mensurar e
avaliar a qualidade dos serviços contábeis que vêm sendo ofertados pelo
escritório de Contabilidade Cruz na cidade de Tijucas/SC, conforme o
entendimento dos empresários.
Observa-se que 75% das empresas pesquisadas, segundo o SEBRAE
(2019) da região, são organizações enquadradas como MEs e EPPs que tem
atividade principal voltada ao comércio, instaladas no bairro Centro do
município de Tijucas/SC.
• Microempresas: 36
• Empresas de Pequeno Porte: 14
• Total de Empresas: 50
Os resultados obtidos atraves da aplicação do questionário estão
distribuidos de forma gráfica, também serão apresentadas tabelas com os
resultados para facilitar a vizualização.
Este estudo foi constituido por 50 empresas que têm como sua atividade
principal o comércio, sediadas em Tijucas/SC. O questionário buscou filtrar as
empresas participantes conforme seu porte, como demonstra no gráfico 01.
200
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Gráfico 1 – Portes da Empresa Fonte: Autores, 2019.
Observa-se no gráfico 1, que a quantidade de microempresas é maior
que a de empresas de pequeno porte, o que evidencia uma superioridade
das empresas com atividade de comércio sediadas em Tijucas.
Verifica-se que 72% das empresas entrevistadas é micro empresas que
somente 28% das empresas são enquadradas como empresas de pequeno
porte, não existindo a possibilidade de uma empresa se incluir em 02
(dois) portes ao mesmo tempo.
Deste modo, o periodo em que as entidades atuam no mercado se
torna um fator relevante a ser estudado. Este ponto pode-se explorado de
diversas formas, porém o que está pesquisa propõe é verificar a fidelidade
dessas empresas ao Escritório contábilidade Cruz.
No gráfico 02 que demonstra o percentual das empresas entrevistadas
em relação ao tempo em que elas atuam no mercado:
201
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Gráfico 2 - Tempo de mercado das empresas Fonte: Autores, 2019.
Através do gráfico 02 observamos que a maior parte das empresas está
atuando no mercado na faixa entre mais de 6 anos a 9 anos (30%), e o
menor percentual se encontra nas empresas que atuam até 01 ano (6%).
Contudo concluir-se que a atividade de comércio possui um indice
relevante de rotatividade no escritório, pois levando em consideração as
empresas que possuem até 01 ano (6%) e as empresas que têm entre 1 e 3
anos (16%), totaliza-se 24%, o que significa que quase 1/4 das empresas
que atuam nessa área, clientes participantes, são considerados “novos”.
N de Funcio-nários
01 Fun-cionário
02 a 05Funcio-nários
06 a 09Funcio-nários
10 a 29Funcio-nários
30 a 49Funcio-nários
50 ou mais
Funcio-nários
Empresas 6 14 12 11 6 1
Percentual 12% 28% 24% 22% 12% 2%
Quadro 02: Número de FuncionáriosFonte: Autores, 2019.
202
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Desta forma, ao analisar os resultados fica evidente de que a grande
maioria das empresas presentes, na amostra, tem entre 2 e 9 colaboradores;
6 empresas possuem apenas 1 funcionário, e uma única empresa, dentre as
estudadas possui mais de 50 funcionários, conforme quadro 02.
Esta pergunta se fez necessária no questionário com a intenção de
buscar constatar o grau de fidelidade que a empresa tem com o escritório
de contábilidade Cruz.
Gráfico 3: Tempo de prestação de serviços do escritório de contabilidade atual (emanos)Fonte: Autores, 2019.
Constatou-se através do gráfico 03 que a grande maioria das empresas
permanecem clientes do Escritório de Contabilidade Cruz com média
entre a 6 anos e 9 anos (36%). Outro percentual significativo levantado
foi a das organizações que são clientes mais de 3 anos a 6 anos (22%), e o
menor percentual encontrado foi o de até 1 ano (10%).
Um quesito importante listado foi em relação ao responsável pela
tomada de decisão na empresa, isto é, quanto ao sócio da empresa ou
funcionário, pode ser observado no gráfico 04.
203
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Gráfico 4: Responsabilidade pela tomada de decisão.Fonte: Autores, 2019.
Observa-se através do gráfico 04, que na grande maioria das empresas,
as decisões são tomadas por seus sócios (78%), e em apenas 11 empresas
(22%), a decisão é delegada aos seus funcionários.
Responsável /Porte da empresa Microempresa Empresa de
pequeno porte
Sócios 32 06
Funcionários 04 08
TOTAL 36 14
Quadro 03: Responsabilidade pela tomada de decisão por porte da empresaFonte: Autores, 2019.
Em sequencia foi também questionado a respeito do envio de
documentos fiscais ao escritório de contabilidade Cruz, e 100% das
empresas pesquisadas afirmaram que disponibilizam documentos fiscais
204
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ao escritório de contabilidade periodicamente.
Em contrapartida as entidades foram questionadas sobre o recebimento
de Demonstrações Contábeis ou relatórios periódicos que visem auxiliar
o empresário no processo de tomada de decisão, e se conseguiram os
seguintes dados:
Gráfico 5: Recebimento de relatórios que auxiliam na tomada de decisãoFonte: Autores, 2019.
Assim, obeserva-se que 26% (13 empresas) afirmaram que recebem
relatórios que servem para auxiliar na tomada de decisão, 64% (32
empresas) relataram que não recebem nenhum relatório de auxílio à
administração da empresa e 10% (5 empresas) não souberam responder.
205
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Gráfico 6: Solicitações das empresas por relatórios para tomada de decisãoFonte: Autores, 2019.
Ainda assim, constatou-se atraves da amostra que existe um equilíbrio
entre as empresas que solicitam relatórios a Contabilidade Cruz e as que não
o fazem, pode-se verificar também que 50% da amostra se preocupam em
ter os relatórios contábeis como auxílio para a tomada de decisões futuras.
Nem todas as empresas que recebem os relatórios, mesmo que os
solicitem, utilizam esses como suporte da administração, ainda assim das
13 empresas que recebem algum tipo de relatório, 8 utilizou deles para os
auxiliarem na tomada de decisão, como listado no gráfico 07.
Gráfico 7: Empresas que utilizam os relatórios como suporte na administração da empresa.Fonte: Autores, 2019.
206
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Portanto, os aspectos interpretados anteriormente enumeram um
elevado grau de desinteresse por parte das empresas em utilizar as
informações geradas pelo Escritório de Contabilidade Cruz para a gestão
das empresas. Contudo, os dados demonstram que mesmo as organizações
solicitando e algumas recebendo os relatórios do escritório, 8 utilizam
essas informações como auxílio na tomada de decisão, que repr esenta
61% das empresas que recebem os relatórios.
Os gestores foram indagados no que diz respeito à função da
contabilidade para eles, buscando listar e demonstrar a função da
contabilidade sob o ponto de vista dos tomadores desses serviços. As
respostas para essa questão estão no quadro Nº1.
Funções Nº deempresas Porcentagem
Abertura e Baixa de empresas 12 15,19%
Preenchimento de guias fiscais 14 17,72%
Confecção de folha de pagamento 17 21,52%
Preenchimento de livros fiscais 11 13,92%
Geração de demonstrativos contábeis 4 5,06%
Fazer os registros fiscais 9 11,39%
Fazer os registros contábeis 10 12,66%
Assessoria para gestão da empresa 2 2,53%
Total 79 100%
Quadro 04: Função da contabilidade.Fonte: Autores, 2019.
Neste quesito o gestor poderia responder mais de um item, utilizando
todas as respostas para podermos obter um panorama da visão das empresas.
207
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Ainda assim, verificaram-se no quadro 04 que, na visão das empresas
questionadas sobre a função da contabilidade, a contabilidade se resume à
confecção de folha de pagamento (21,52%), preenchimento de guias fiscais
(17,72%), abertura e baixa de empresas (15,19%) e preenchimento de livros
fiscais (13,92%). Um percentual pequeno de empresas acredita que a
função da contabilidade é assessorá-las na gestão da empresa, representa
apenas 2,53% das empresas pesquisadas.
Analisando os dados do quadro 4, concluí-se que, para a grande
maioria das empresas envolvidas no estudo, a contabilidade serve apenas
para fins fiscais e burocráticos, sendo apenas uma obrigação legal e não
um diferencial para auxiliar na administração da empresa, fornecendo
dados e servindo como base de tomada de decisão.
Desta forma, os clientes participantes avaliaram o grau de importância
de alguns dos serviços contábeis prestados pelo escritório de contabilidade.
A intenção era verificar quais os serviços são considerados mais relevantes
entre aqueles oferecidos. No quadro 05, lista quais os serviços prestados
pelo Escritório de Contabilidade Cruz que são considerados mais
importantes pelos empresários.
Serviços ContábeisMuito
ImportantePouco Sem
TotalImportante Importante Importância
Abertura e Baixa de Empresas 74,0% 23,0% 3,0% 0,0% 100,0%
Folha de Pagamento 83,0% 17,0% 0,0% 0,0% 100,0%
Apuração de Impostos 77,0% 23,0% 0,0% 0,0% 100,0%
Registros Contábeis e Fiscais 38,0% 19,0% 43,0% 0,0% 100,0%
Livros Contábeis eFiscais 32,0% 28,0% 22,5% 17,5% 100,0%
Confecção de Demonstrativos 42,0% 38,5% 19,5% 0,0% 100,0%
Relatórios Gerenciais 48,0% 36,0% 12,0% 4,0% 100,0%
208
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Assessoria Administrativa 39,0% 25,5% 19,5% 16,0% 100,0%
Quadro 05: Importância dos serviços contábeis Fonte: Autores, 2019.
Destacando as informações listadas através do quadro 05 pode-se
comprovar que para as empresas entrevistadas existem alguns serviços que
se destacaram, com um índice muito superior a outros, como por exemplo:
folha de pagamento (83%), apuração de impostos (77%) e abertura de
empresas (74%), enquanto outros índices tiveram classificação como
“pouco importante” ou “sem importância”, como: livros fiscais e contábeis
(17,5%) e assessoria administrativa (16%).
Após a avaliação por grau de importância dos serviços oferecidos,
foi realizado outra pergunta que possibilitou às empresas avaliarem os
serviços prestados pela empresa de Contabilidade Cruz através de notas
de 0 a 5, em 6 características diferentes.
Conforme o quadro 06 expõe-se as médias das notas de cada
característica em porcentagem:
Serviço Notas0 1 2 3 4 5 Totais
Pontualidade quanto ao Solicitado 19,0% 08,0% 17,0% 31,0% 21,0% 04,0% 100,0%
Atendimento 21,0% 03,0% 44,0% 08,0% 24,0% 00,0% 100,0%
Auxílio na Administração da Empresa 78,0% 05,0% 00,0% 13,0% 04,0% 00,0% 100,0%
Equipe Técnica 00,0% 18,0% 09,0% 56,0% 17,0% 00,0% 100,0%Solução de Problemas 18,0% 05,0% 47,0% 05,0% 25,0% 00,0% 100,0%
Qualidade Geral dos Serviços 07,0% 16,0% 28,0% 42,0% 07,0% 0,00% 100,0%
Quadro 06: Avaliação dos escritórios de contabilidade Fonte: Autores, 2019.
209
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
O quadro 06 indica que apenas 4% das empresas pesquisadas atribuíram
nota máxima à pontualidade, enquanto o auxílio na gestão empresarial
chama a atenção pelo percentual de nota mínima que recebeu (78%).
No entanto nos níveis médios podem-se evidenciar duas características,
que receberam nota 3 na avaliação das empresas, ou seja, mediana, que foi
a equipe técnica (56%) e qualidade geral do serviço (42%), o que reforça a
ideia de que as empresas não utilizam a contabilidade como instrumento
de auxílio a gestão de sua empresa, mas somente para atender ao fisco.
Porém, quando solicitado que avaliassem a qualidade geral dos serviços
contábeis que lhes são prestados, a grande maioria das empresas deu
notas 2 e 3, o que significa que, além de avaliarem alguns serviços com
uma nota muito ruim, no geral elas acham que a qualidade é mediana para
os serviços de contabilidade que a sua empresa recebe.
Ainda assim, as empresas participantes da amostra foram questionadas
em relação ao valor dos honorários pagos a Contabilidade Cruz, observados
no gráfico 08.
Gráfico 8: Honorário cobrado pelo escritório de contabilidade cruzFonte: Autores, 2019.
210
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Verifica-se que a maior parte dos clientes do escritório de Contabilidade
Cruz paga entre R$ 600,01 e R$ 900,00 (36%), enquanto o valor entre
R$ 300,01 e $ 600,00 também apresenta um alto índice (28%). O que se
pode observar é que grande parte das empresas se encontra na faixa de
honorários entre meio e um salário mínimo.
Os gestores foram indagados, em conexão com a pergunta anterior,
quanto à relação custo-benefício do valor pago por suas empresas ao
escritório de contabilidade com as seguintes alternativas: muito caro, um
pouco caro, adequado e os que não sabem.
A grande maioria dos gestores respondeu que acreditam que o
honorário pago a Contabilidade Cruz um pouco caro (70%), enquanto 10
empresas (20%) acham o valor praticado adequado ao serviço prestado,
apenas 6% acharam o valor muito caro e 4% não souberam responder.
Concluindo, foi realizada uma pergunta quanto à continuidade da
contabilidade caso esta deixasse de ser obrigatória. O objetivo dessa
pergunta era verificar se mesmo não sendo obrigatória seria tomado
o serviço pelas empresas analisadas, se elas acreditavam que seria
importante continuar a pagar por esse serviço.
As respostas foram divididas em percentuais, conforme gráfico 09.
Gráfico 9: Permanência na contabilidade cruz mesmo em caso de não haver obrigações legaisFonte: Autores, 2019.
211
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Como evidenciado no gráfico 9, o maior percentual (68%) corresponde
a empresas que não permaneceriam clientes da Contabilidade Cruz caso
não fossem obrigadas. Pode-se entender que a maioria das empresas
só utiliza esse serviço por sua obrigatoriedade com fins legais. É muito
importante que esse quadro seja revertido o quanto antes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse estudo procurou-se quantificar o ponto de vista dos usuários de
serviços contábeis do Escritório de Contabilidade Cruz situados no município
de Tijucas/Sc, no que diz respeito à qualidade do serviço, ao atendimento e à
parte técnica das práticas de contabilidade que lhes são ofertadas.
De acordo com universo pesquisado, a grande maioria das empresas
é enquadrada como microempresas e possuem uma quantidade baixa
de funcionários. Ficou evidente a fidelidade dos clientes presentes na
amostra, isso porque 36% das empresas são tomadores de serviços do
escritório entre 6 e 9 anos.
Observar-se, que todas as empresas afirmaram enviar os documentos
ao escritório mensalmente, oque evidencia desinteresse por parte dos
gestores, em cobrar que o escritório de contabilidade os forneça essas
informações, e também por parte do escritório em cobrar o envio de dados
das empresas, porém das instituições que recebem os relatórios, mais da
metade, ou seja, 61% delas fazem o uso dessas informações como auxílio
na gestão da empresa, o que significa que, caso o escritório conseguisse
fornecer as informações aos empresários, provavelmente os diretores iriam
se interessar mais e utilizá-las como base na administração da empresa.
De acordo com o universo estudado, pode-se verificar que grande parte
dos clientes entrevistados atribuem ao Escritório de Contabilidade Cruz
um simples papel de emissor de guias dos impostos, onde o percentual de
17,72% dos entrevistados classificou a função de emissão de guias fiscais
como uma das mais importantes funções da contabilidade, perdendo
apenas para a folha de pagamento que, com 21,52% foi considerada a função
212
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
mais relevante. A abertura e fechamento de empresas com um percentual
de 15,19%, deixa claro que gerar demonstrativos contábeis e assessoria
para a gestão da empresa não são consideradas funções importantes da
contabilidade, pois elas tiveram os percentuais mais baixos, com 5,06% e
2,53%, respectivamente.
No estudo foi realizado uma indagação com relação ao valor dos
honorários cobrados pelo escritório, onde se constatou que 64% das
empresas pagam na faixa de R$ 300,01 a R$ 900,00, e 70% dos clientes da
amostra consideram o valor pago caro, enquanto 24% acham que o valor é
razoável pelos serviços que o escritório de contabilidade oferece.
Com relação ao objetivo geral deste estudo, foi solicitado que os
gestores entrevistados dessem notas aos serviços contábeis que é oferecido
para suas empresas com o intuito de avaliar, na visão dos empresários,
a qualidade desses serviços. Assim, o item auxílio na administração da
empresa obteve um percentual de 78% em nota 0, o que ressalta a certeza
de que o Escritório de Contabilidade Cruz deixa muito a desejar no que diz
respeito a assessorar seus clientes na gestão da organização.
Desta forma, embora os gestores avaliem os serviços oferecidos como
razoáveis, quando foi questionado sobre a possibilidade de uma lei que
excluísse a obrigação de se manter o serviço de contabilidade, 68% deles
afirmaram que não permaneceriam contratando esses serviços, fato que
enumera à falta de interesse dos administradores em ter a contabilidade
como aliada no seu dia-a-dia para auxiliar os responsáveis pela tomada de
decisão e poder ter bases mais confiáveis de informações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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216
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
APENDICE
Marque um X nas proposições que você identifica como uma atividade
habitual de sua empresa.
1. Qual o porte em que a empresa se enquadra?[ 1 ] ME (micro empresa)
[ 2 ] EPP (empresa de pequeno porte)
[ 3 ] Outro (agradecer e finalizar a pesquisa)
2. A empresa possui lojas fora do município de Tijucas SC?[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
3. Há quanto tempo a empresa atua no ramo?[ 1 ] menos de 1 ano [ 4 ] mais de 6 a 9
[ 2 ] mais de 1 a 3 [ 5 ] entre 10 ou mais
[ 3 ] mais de 3 a 6
4. Qual o número de funcionários da empresa?[ 1 ] somente 1 [ 4 ] 10 a 29
[ 2 ] 2 a 5 [ 5 ] 30 a 49
[ 3 ] 6 a 9 [ 6 ] 50 ou mais (agradecer e finalizar a pesquisa)
5. Quem é o responsável pela tomada das decisões da empresa?[ 1 ] Os sócios
[ 2 ] Funcionário Responsável
[ 3 ] Outra empresa de assessoria
6. Quem é o responsável por gerar as informações contábeis da empresa?
[ 1 ] Contador Próprio (agradecer e finalizar a pesquisa) [ 2 ] Contador
Terceirizado / Escritório de Contabilidade
217
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
7. Há quanto tempo o escritório de contabilidade responsável pelas informações presta serviços a sua empresa?
[ 1 ] menos de 1 ano [ 4 ] mais de 6 a 10
[ 2 ] mais de 1 a 3 [ 5 ] mais de 10 anos
[ 3 ] mais de 3 a 6
8. Você poderia informar qual o faturamento médio mensal da empresa?
[ 1 ] Até 5 mil reais
[ 2 ] Mais de 5 mil reais até 10 mil reais
[ 3 ] Mais de 10 mil reais até 20 mil reais
[ 4 ] Mais de 20 mil reais até 50 mil reais
[ 5 ] Mais de 50 mil reais até 100 mil reais
[ 6 ] Mais de 100 mil reais
9. A empresa disponibiliza os documentos fiscais para o escritório de contabilidade periodicamente?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
10. A empresa disponibiliza livro-caixa e extratos bancários para o escritório de contabilidade periodicamente?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
11. Quais seriam as funções dos escritórios de contabilidade, na sua opinião? (nesta pergunta pode ser assinalada mais de uma alternativa)
[ 1 ] Abertura e baixa de empresas
[ 2 ] Preenchimento de guias fiscais
218
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
[ 3 ] Confecção de folha de pagamento da empresa
[ 4 ] preenchimento de livros fiscais
[ 5 ] Geração de demonstrativos contábeis
[ 6 ] Fazer os registros fiscais
[ 7 ] Fazer os registros contábeis
[ 8 ] Assessoria para gestão
[ 9 ] Outras funções :
12. Além de realizar os registros fiscais, o escritório de contabilidade que presta serviço a sua empresa apresenta outros tipos de relatório que o auxiliam na administração da empresa?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
13.Se a resposta anterior for SIM. Quais?
14. Se a resposta da questão 10 for NÃO. Você solicita algum tipo de relatório?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
15. A empresa usa os relatórios contábeis como suporte na administração da empresa?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
219
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
16. Classifique por grau de importância cada um desses serviços para você. (Marque um X nas colunas, levando em consideração o grau de importância de cada serviço).
Serviço Prestado Muito Importante Importante Pouco
ImportanteSem
Importância [ 1 ] Abertura e Fechamento 1 2 3 4[ 2 ] Folha de Pagamento 1 2 3 4[ 3 ] Apuração de impostos 1 2 3 4[ 4 ] Registros contábeis e 1 2 3 4[ 5 ] Livros contábeis e fiscais 1 2 3 4[ 6 ] Confecção de demonstrativos 1 2 3 4[ 7 ] Relatórios gerenciais 1 2 3 4[ 8 ] Assessoria administrativa 1 2 3 4
[9] outro: 1 2 3 4
17. Utilizando uma escala de 0 a 5 que nota daria para a empresa Contabilidade Cruz que presta serviços à sua empresa em relação a:
A [ ] Pontualidade quanto ao solicitado
B [ ] Atendimento
C [ ] Auxílio na administração da empresa
D [ ] Equipe técnica
E [ ] Solução de problemas
F [ ] Qualidade geral do serviço
18. Qual o valor dos honorários cobrados pelo escritório de contabilidade que presta serviços a sua empresa?
[ 1 ] Até R$ 400,00
[ 2 ] Mais de R$ 400,01 a R$ 600,00
[ 3 ] Mais de R$ 600,01 a R$ 900,00
[ 4 ] Mais de R$ 900,01 a R$ 1.200,00
[ 5 ] Acima de 1.200,00
220
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
19. Levando em consideração o serviço prestado, os honorários cobrados pelo seu escritório de contabilidade são na sua percepção?
[ 1 ] Muito caros
[ 2 ] Um pouco caros
[ 3 ] Adequados
[ 4 ] Um pouco baratos
[ 5 ] Muito baratos
[ 6 ] Não sabe
20. Se fosse criada uma lei que excluísse a obrigação de se manter um serviço de contabilidade, você permaneceria com seu escritório contábil?
[ 1 ] SIM
[ 2 ] NÃO
[ 3 ] Não sabe informar
21. Resposta do Questionário:[ ] Sócio [ ] Funcionário Responsável
221
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
HOLDING FAMILIAR: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS POSSÍVEIS VANTAGENS DE SUCESSÃO EMPRESARIAL DO GRUPO ONIX CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA.
AUTORES: Gabriel Von Fruhauf ¹
Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Alessandra Menezes ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
222
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMO A modalidade holding pode ser considerada uma pratica de grandes
entidades em se utilizarem das vantagens tributarias e meios de
centralização e organização sucessória. Este artigo tem como objetivo
abordar esse aspecto através de um estudo de caso quanto a constituição
de uma empresa holding em um grupo empresarial do ramo da construção
civil situado em Balneário Camboriú/SC. Portanto, buscou-se mensurar
possíveis vantagens quanto a centralização dos bens pessoa jurídica e
física dos sócios conforme necessidade e escolha do patriarca. O método
empregado tem abordagem exploratória com viés qualitativo e linha
de análise voltada para os recursos bibliográficos e documentais. Na
demonstração dos resultados, utilizou-se os relatórios contábeis como
Balanço Patrimonial, Relação de Bens Imobilizados e Demonstrativos de
Resultados da empresa para se auferir possíveis benefícios tributários
quanto as empresas do grupo, onde as entidades estão enquadradas pelo
Lucro Presumido. Desta forma, se conclui que a sucessão patrimonial
reduz o tempo em relação ao inventario e aos imóveis dos sócios, bem
como se propicia vantagem tributária no tocante aos cálculos entre pessoa
jurídica e pessoa física.
Palavras-chave: Holding. Sucessão Patrimonial. Sucessão Empresarial.
Planejamento Tributário.
223
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
O campo da contabilidade destinado a implementação da modalidade
holding tem como escopo o planejamento sucessório e patrimonial. Este
modelo de negócio pode ser apontado como ferramenta assistencial
para empresas formadas por uma base parental sólida. Para maior
esclarecimento, holding pode ser entendida como uma empresa que
contém participações em outras sociedades empresariais (GARCIA, 2018).
O contexto é afirmado por Loeblein (2017), que considera a funcionalidade
desta categoria voltada para a organização e proteção dos bens de um
grupo econômico familiar.
Em um relatório disponibilizado pelo SEBRAE (2015), se verifica o
panorama deste tipo de negócio, de acordo com a pesquisa, onde a região
sul apresenta 60% das empresas familiares, sendo identificado como maior
índice do país. Assim como, na concepção de Jungbluth (2015, p.215) “O
tema holding vem mostrar o quanto é importante preparar as empresas e os
herdeiros para uma futura sucessão, sem correr o risco de uma dilapidação
patrimonial [...]”. As informações retratadas evidenciam a importância de
estudar esse movimento estrutural das organizações privadas.
É relevante considerar as possíveis dificuldades de gestão das atividades
econômicas nesses grupos empresariais ocasionada pela alta carga
tributária vigente no país (LOEBLEIN, 2017). Diante do âmbito exposto, é
significativo para os empresários um aporte contábil para os tramites da
sucessão familiar.
Com base nas perspectivas citadas, o artigo buscou avaliar as vantagens
dessa modalidade. Dessa forma, o trabalho tem como intuito responder
a pergunta “A constituição da holding para gestão do grupo irá trazer
vantagens sobre a carga tributária e a sucessão empresarial do grupo ONIX
CONSTRUTORA E INCORPORADORA LTDA?”. Assim, o questionamento
salienta a análise de possíveis reduções de carga tributária nesse processo
constitucional.
A partir deste viés, para alcançar o propósito do estudo, o objetivo
224
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
principal refere-se a verificar possíveis vantagens na constituição de
uma empresa de modalidade holding para a gestão do patrimônio do
grupo ONIX, com enfoque na sucessão patrimonial e na diminuição da
carga tributária.
Dessa forma, a pesquisa apresenta três objetivos específicos, itens
essenciais para nortear as ações do estudo. O primeiro é referente a
pesquisar os conceitos e a legislação aplicável ao assunto, o segundo
abordar os aspectos de sucessão patrimonial com finalização nas
possíveis vantagens sobre a carga tributária da modalidade holding para
controle do grupo ONIX.
Com o intento de salientar a notoriedade da pesquisa, o estudo visa
colaborar com observações para uma sucessão hereditária assertiva, para a
manutenção do relacionamento parental dentro do negócio e a verificação
das vantagens tributárias. Desse modo, apontar questões que amparem e
auxiliem os empresários e profissionais da área contábil para uma gestão
mais benéfica dentro da categoria tratada.
Para elaboração do conteúdo, o método empregado é do tipo
exploratório com viés qualitativo, a linha de análise é voltada para os
recursos bibliográficos e documental. Nesse sentido, a delimitação da
pesquisa foi tratada realizada por meio de um estudo de caso com enfoque
na constituição de uma holding patrimonial fictícia procedente de um
grupo econômico situado em Balneário Camboriú/SC.
A análise tem como recorte o patrimônio do grupo até o dia 31/12/2018.
Para o tratamento dos documentos, como o Balanço Patrimonial e a
Demonstração de Resultado 2018. Com o intuito de verificar de maneira
sistemática as informações coletadas.
Desse modo, a estrutura do trabalho dispõe de um embasamento teórico
que aborda os assuntos voltados a contabilidade financeira e tributária,
o contador como o papel principal na gestão contábil, planejamento
tributário, inventário, impostos vinculados aos bens, modalidades das
holdings e suas respectivas vantagens e desvantagens e reorganização
sucessora.
225
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 CONTABILIDADE FINANCEIRA E TRIBUTÁRIA
Para a evolução das empresas e da sociedade em um âmbito importante,
iniciou-se a estudar a necessidade das grandes incorporações contribuírem
de forma mais assídua, criou-se assim a estrutura tributária (CAMARGO,
2007). É válido observar que a importância das práticas contábeis para
as empresas é fundamental para suas tomadas de decisões, muitas vezes
iniciado pela classificação do seu enquadramento societário, o qual poderá
denominar suas formas de controle financeiro (NETO; LIMA, 2009).
Conforme explica Corazza (2008), a importância da gestão contábil
se enquadra em diversos aspectos, entre eles possibilita maior controle
financeiro e econômico da empresa, importante para sua manutenção
diária e futuras tomadas de decisões, tal como promover fácil acesso as
informações e estas serem tratadas de forma clara, coerente e objetiva para
suas análises.
2.1.1 Contador como papel principal na gestão contábil
Para Neto e Lima (2009), é inevitável o constante crescimento do
papel do contador para as empresas, tanto pelo conhecimento que
o atribui também toda a necessidade fiscal a ser escriturada para
envio aos órgãos responsáveis, assim como a sua compreensão para
planejamento contábil.
Para tanto, é relevante um profissional altamente qualificado para
assumir a contabilidade de uma empresa, em vista de sua responsabilidade
sobre o futuro da companhia. Na visão de Oliveira (2013, pg.13), “O contador
que souber interpretar os dados contábeis terá uma importante ferramenta
em suas mãos para decidir o futuro da empresa [...] principalmente o seu
potencial de crescimento”. Dessa forma, percebe-se o papel do profissional
contábil dentro de qualquer empresa.
226
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
Por intermédio de um planejamento tributário eficaz, as empresas
conseguem concentrar-se para suas tomadas de decisões não ferirem
seus limites de arrecadações, como tal ultrapassar seus ganhos e obtendo
assim, sem uma previa, a mudança para um regime tributário superior,
constituindo impacto negativo (TEIXEIRA, 2003).
Baleeiro (2003) fala que, o planejamento tributário necessita percorrer
alguns pontos importantes para a estrutura organizacional, dentre eles
a redução sobre taxas, diminuição da incidência de impostos a pagar e
compensação de créditos, para que se possa assim desenvolver melhor o
conhecimento se torna fundamental a constante atualização em meio aos
direitos e deveres.
Não obstante, Padoveze (2000), diz que todas as estruturas das práticas
contábeis necessitam estar atualizadas e de acordo com a lei, assim como o
inventário da empresa, por se tratar de seus bens e materiais disponíveis,
sendo estes, sempre recentes.
2.2.1 Inventário
Para que a empresa não venha auferir em maiores prejuízos
principalmente com um ativo imobilizado de grande porte, a mesma tem a
necessidade de um levantamento contábil constante do inventário, como
também seus custos que atrelam as suas despesas, conseguindo assim
diminuir o impacto e fatores onerosos (SÁ, 2006).
Para uma holding é fundamental observar seu inventario, que na
sua maioria se trata de administradora de bens, mesmo assim é crucial
evidenciar seus custos e despesas com suas manutenções, sempre
verificado seus valores junto ao inventário (SILVA, 2008).
Corazza (2008), firma a importância de um constante entendimento
e destinação dos impostos empregados, no qual podem se enquadrar
diversos, pois assim como o inventario, os impostos como ITBI (Imposto de
227
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Transmissão de Bens Imóveis), ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa
Mortis e Doação) e I.R (Imposto de Renda) forte influência na tomada de
decisão corporativa.
2.2.2 Imposto sobre transmissão de bens imóveis, imposto de transmissão de causas mortis e doação, imposto de renda
ITBI é um tributo municipal que deve ser pago na aquisição do imóvel
e a oficialização do processo de compra e venda realizada exclusivamente
após o seu acerto, Como o imóvel em questão será utilizado para
integralização do capital social, o mesmo pode ser feito sem o pagamento
do ITBI conforme declaração de não incidência emitido pela prefeitura
municipal. (CF, 1988).
ITCMD é um tributo de competência dos Estados e do Distrito Federal,
cujo fato gerador é a transmissão causa mortis de imóveis e a doação de
quaisquer bens ou direitos, conforme Constituição Federal - artigo 155, I e
§ 1º; CTN: artigos 35 a 42.
I.R com sua criação através da Lei 7.713/88 com seu Art. 1º “Os
rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de
1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão
tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as
modificações introduzidas por esta Lei”.
Todo imóvel que é vendido e tem seu valor valorizado, fica o mesmo
obrigado a recolher o ganho de capital relacionado as diretrizes da Lei
7.713/88, na qual tem seu valor de ganho calculado a partir de 15%.
2.3 HOLDING
Esta modalidade empresarial, participa de outras sociedades através
da compra de quotas ou ações, que lhe assegure um papel de controle, a
mesma não irá possuir uma atividade produtiva, desta forma, a sua atuação
está voltada para o centro da organização, a área administrativa do corpo
228
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
patrimonial, Carvalhosa (2003, p 14):
As holdings são sociedades não operacionais que tem seu
patrimônio composto de ações de outras companhias.
São constituídas ou para o exercício do poder de controle
ou para a participação relevante em outras companhias,
visando nesse caso, constituir a coligação. Em geral,
essas sociedades de participação acionária não praticam
operações, mas apenas a administração de seu patrimônio.
Quando exerce o controle, a holding tem uma relação
de dominação com as suas controladas, que serão suas
subsidiárias.
Os demais dispositivos legais que embasam a constituição de uma
empresa holding, são observados através da Lei 6.404/76 (Lei das S.A),
além dos artigos supracitados, os arts. 206 a 219, regulamento do Imposto
de Renda: arts. 223, § 1º, III, c; 225, 384, 519, § 1º, III, c e 521, Lei 9.430/96:
arts. 29 e 30, Lei 10.833/03: art. 1°, § 3°, V.
2.3.1 Modalidades de Holding
Várias são os meios que uma holding pode ser classificada, para tal
estudo foi necessário uma pesquisa para se analisar em qual parâmetro
ficaria o grupo empresarial deste estudo de caso, Mamede e Mamede
(2014) apontam que os tipos de holding são:
A Holding pura, sociedade onde o objeto social é tão somente ser
titular de quotas ou ações de outras sociedades, onde a receita é composta
apenas pela distribuição de lucros e juros sobre o capital próprio, pagos
pelas sociedades nas quais tem participações societária. A holding pura
também é usada a expressão sociedade de participação (MAMEDE, E;
MAMEDE,L, 2012).
Holding de participação, organização criada para deter participações
229
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
societárias, porém sem ter o fim de controlar outras sociedades.
Holding de controle, fica constituída para ter em seu poder quotas
ou ações de outras sociedades em uma quantia suficiente para exercer o
controle societário.
Holding administrativa e de organização, destina-se a centralizar a
administração de outras sociedades em que possua a participação societária,
estruturando, definindo e distribuindo planos de atuação, orientação
gerencial, elaborando estratégia mercadológica, intervindo na condução
das atividades negociais da sociedade controlada. A organização define a
estruturação societária para dar a posição ao que foi planejado para assim,
permitir a acomodação dos sócios.
Finalizando, encontra-se a Holding mista, como aquela cujo objeto
social é desenvolver atividades operacionais e produtivas, dedicando-se
ao setor comercial, industrial e prestação.
2.3.2 Vantagens e desvantagens da modalidade holding
Pela interpretação de Mamede (2014, p. 60-81), quanto as modalidades
de holding, se aponta a referência quanto a estruturação empresarial,
uniformidade administrativa, contenção de conflitos familiares,
administração profissional, proteção contra terceiros (estratégia jurídica,
expressão unitária a participações fragmentárias), proteção contra
relacionamentos amorosos fracassados, desenvolvimento de negócios, e
por fim, offshore company.
Oliveira (2015, p. 19), delineia algumas vantagens com a criação de
uma empresa holding, mencionando os aspectos, administrativos, legais
e societário. Sendo este último o mais importante das empresas holdings.
Como o afunilamento dos possíveis conflitos familiares e societários
dentro da empresa holding e maior facilidade na transmissão de heranças.
Para Baleeiro (2013), a vantagem que uma holding pode oferecer,
encontra-se quanto a sua utilidade operacional e natureza jurídica, de
modo em aduzir que sua utilização na questão de sucessão hereditária
230
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
é mais que primordial para uma continuidade das operações, vindo a
ocorrer a morte do patriarca.
Uma gestão planejada, pode evitar impactos consequentes de uma
reorganização sucessora. A constituição de uma holding auxilia na
preservação da empresa e possibilita a sequência de sua atuação com
maior viabilidade (MIRANDA, 2013).
Torna-se essencial que toda e qualquer alteração societária mesmo no
parâmetro familiar, esteja atrelada ao planejamento e desenvolvimento
quanto a todos os pontos positivos e negativos. Alguns grupos começam
anos antes a respectiva transição, para que seu impacto seja o menor
possível (JUNIOR; SILVA, 2014).
Compreende-se que tal reestrutura é facultada ao grupo de empresários,
estes devem conter em suas atividades a visão dos impactos que suas
mudanças estarão atreladas a continuidade da empresa, por se tratar de
um grupo de diversas sociedades podendo ser um declínio sucessivo em
diversos segmentos (MIRANDA, 2013).
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Os procedimentos metodológicos aplicados na construção do trabalho
são provenientes de uma pesquisa exploratória com viés qualitativo. Para
a preparação do aporte teórico, foi empregado o método bibliográfico com
o intuito de explorar os dados e informações produzidas anteriormente
sobre a problemática estudada (BAUREN, 2012).
O desenvolvimento desse processo foi realizado por meio de busca
em base de dados, sendo, Scielo, Google Acadêmico e Biblioteca Artenir
Werner Avantis. Com base no tema tratado. Desse modo, foi realizado o
agrupamento de conteúdos para fundamentar o estudo.
Além disso, agregou-se o recurso da pesquisa documental para
investigar as vantagens da modalidade de uma holding. Desse modo,
no entendimento de Bauren (2012), é possível verificar informações
relacionadas a finanças retiradas de fontes válidas.
231
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Para a estruturação da análise, o artifício disposto se trata de um estudo
de caso, onde se verifica as situações organizacionais existentes em uma
determinada ocorrência (YIN, 2015). Nesse sentido, o fato pesquisado é
relacionado a implementação de uma holding patrimonial fictícia para
gerir os bens do grupo ONIX.
Referente a elucidação do objeto de estudo, é importante retratar o
cenário da corporação citada. O grupo ONIX foi constituído pelos sócios
para estruturar melhor a organização corporativa, sendo ele formado por
três empresas, apresentadas no Figura 1.
Figura 1: Estrutura do grupo OnixFonte: Elaborado pelos autores, 2019
A coligação empresarial está situada em Balneário Camboriú no estado
de Santa Catarina onde a primeira empresa foi implementada em 2001.
Sobre o operacional, a corporação empregou mais de 250 funcionários
diretos e 150 funcionários indiretos por meio de empresas contratadas
para mão-de-obra. Nos últimos 12 meses de operação foi gerado uma
receita bruta no valor aproximado de R$ 15.000.000,00 de reais.
Desse modo, o estudo tem como foco analisar documentos das três
empresas citadas, sendo eles, Balanço Patrimonial e Demonstração de
Resultados encerrados em 31/12/2018. O processo tem como intuito verificar
por meio de uma observação sistemática os benefícios da implementação
232
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
da holding patrimonial no grupo ONIX. Onde o pesquisador obteve acesso
a estas informações pela própria corporação.
O tratamento das informações foi trabalhado por meio de categorias
organizadas por três encargos tributários, sendo eles, Imposto de
transmissão de Bens Imóveis (ITBI), Imposto de Transmissão Causa Mortis
e Doação (ITCMD) e o Imposto de Renda (IR). Além disso, se analisou dois
aspectos fiscais vinculados com os tributos citados acima, sendo eles, a
diminuição da carga tributária e a verificação do tempo de processo da
sucessão patrimonial.
A interpretação das informações realizou-se por meio de quadros
comparativos produzidos no programa de edição Adobe Ilustrador. É
importante ressaltar que as observações resultantes das informações
analisadas têm como base o referencial teórico relatado anteriormente.
Para aprofundar o trabalho também foi elaborado um cruzamento
geral dos conhecimentos obtidos. As etapas expostas têm como finalidade
atingir os objetivos e fornecer um estudo pertinente alinhado ao problema
de pesquisa.
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
O grupo ONIX é composto por três empresas, a construtora dos
empreendimentos, a incorporadora, e a última sendo uma administradora
de bens. Ambas as empresas estão situadas a mais de 21 anos em sua sede
no centro da cidade de Balneário Camboriú/SC. O resultado em seu último
exercício social foi de aproximadamente R$ 15.000.000,00 de receita
bruta acumulada decorrente de alugueis e vendas de imóveis construídos.
Sobre as empresas do grupo, a construtora está responsável pelos
empreendimento do grupo na cidade, a incorporadora tem como objetivo
fazer toda a incorporação dos imóveis, e a administradora de bens, a
manutenção dos alugueis vinculados aos imóveis das empresas.
Nesse estudo de caso, também abordou-se todos os imóveis dos
sócios para fins de organizar todo o patrimônio em uma única estrutura
233
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
patrimonial, para que se tenha uma melhor gestão e sucessão patrimonial.
4.1 SUCESSÃO PATRIMONIAL
Na constituição da holding é notório a passagem e organização dos
bens aos herdeiros, com esta modalidade empresarial o patriarca busca
economizar seu tempo decidindo ainda em vida a sucessão da empresa.
A figura 02 exemplifica a tributação utilizada, e principalmente a
diferença do tempo entre um inventario comum e a sucessão patrimonial
através da holding.
Figura 2: Sucessão PatrimonialFonte: Elaborado pelo autores, 2019
Conforme Figura 2, o tempo em relação ao inventario no caso da
formulação do referido processo de sucessão patrimonial pertinente,
revela a principal mudança gerencial em poder criar uma holding para
controle de todo o patrimônio e destinação correta e segura dos bens
conforme solicitação do patriarca da empresa.
Na Figura 03 observa-se o processo de sucessão patrimonial, desde a
administração anterior, a passagem total, seguido pelo momento em os
herdeiros seguem a gestão da empresa.
234
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 3: Sucessão PatrimonialFonte: Elaborado pelo autores,2019
No que se refere a administração, a Figura 3 aponta o modelo de
holding, que pode ser testado em vida, onde consequentemente é feito
todo o trabalho de passagem a sucessão da empresa, não incorrendo em
litígios familiares ou desavenças jurídicas.
4.2 CONSTITUIÇÃO DA HOLDING
Ao constituirmos a holding para controle de todo o grupo, constatou-
se através de seus contratos sociais e Balanço Patrimonial do último ano
de 2018, todos cedidos pelo responsável, onde a organização possui um
patrimônio acumulado no valor de R$ 7.608.000,00, divididos em cotas
entre os sócios da corporação. Além disso, os sócios em separação possuem
21 imóveis avaliados em R$ 2.990,065,00.
Utilizou-se do município de Balneário Camboriú como sede da nova
empresa devido ao grupo já estar na cidade a mais de duas décadas. Através
do Quadro 01, observe-se um breve relato da quantidade dos bens, tanto
235
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
do grupo como dos sócios.
IMOVEIS DO GRUPO QUANTIDADE VALOR
TOTAL 25 R$ 7.608.000,00
IMOVEIS DOS SOCIOS QUANTIDADE VALOR
TOTAL 21 R$ 2.990.065,00
Quadro 1: Somatória dos bens empresa/sóciosFonte: Elaboradora pelo autores, 2019
As cotas das empresas que somam R$ 7.608.000,00 passarão a perfazer
parte da nova holding constituída, assim como os imóveis dos sócios, que
aproveitaram do total controle dos alugueis com a criação da empresa. No
tocante ao capital inicial da empresa, a mesma inicia com o valor total de
R$ 10.598.065,00.
4.3 LUCRO REAL X LUCRO PRESUMIDO
Quanto aos aspectos da holding, optou-se por trazer um comparativo
entre o Lucro Real e Presumido, uma vez que esta modalidade não se
encaixa na opção de apuração do Simples Nacional
Observa-se em qual opção tributaria a empresa é representativa,
utilizou-se no Quadro 02 o valor de receita dos demonstrativos de
resultados das empresas em 2018 para base de comparativo e verificação.
LUCRO PRESUMIDO LUCRO REAL
RECEITA R$ 16.323.296,00 RECEITA R$ 16.323.296,00
PIS R$ 106.101,42 PIS R$ 269.334,38
COFINS R$ 489.698,88 COFINS R$ 1.240.570,50
236
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
IRPJ R$ 2.448.494,40 IRPJ R$ 2.448.494,40
CSLL R$ 1.469.096,64 CSLL R$ 1.469.096,64
TOTAL R$4.513.391,34 TOTAL R$ 5.427.495,92
Quadro 2: Comparativo de lucro real/presumidoFonte: Elaborado pelo Autores, 2019
O comparativo entre o Lucro Real e Lucro Presumido, demostra a
necessidade da gestão tributaria em qualquer empresa. É possível analisar
através do Quadro 2, que a opção tributaria poderá auferir uma menor
carga tributária ao grupo é a apuração pelo Lucro Presumido, onde a
mesma gerou uma economia de R$ 914.104,58 reais.
4.5 DOAÇÃO
No estado de Santa Catarina, a Lei que se aplica ao ITCMD é a nº 13.136/04,
onde toda doação se inicia com a tributação em 1% indo até 8% de forma
escalonada ao valor do imóvel, e do tipo de herdeiro qualificado. Como nesse
estudo de caso, abordou-se a total doação dos bens, o cálculo efetuado seria
a somatória de todos os bens, valor esse de R$ 10.670.056,00 aplicado a atual
tabela regida pela Lei. Em virtude de não haver diferenças entre pessoa jurídica
e pessoa física, o valor estimado de doação seria de R$ 735.664,55 reais.
Através um olhar gerencial com base na redução de gastos pertinentes
ao processo de doação, a entidade poderia projetar o processo em um
período de 6 anos, o que resultará nesse período o valor gasto anual de R$
122.610,76 reais.
4.6 TRIBUÇÃO DA HOLDING - ALUGUEL
Donnini (2010) refere que para uma empresa adotar a opção do Lucro
Presumido, quanto a receita aluguéis, a tributação será de 11,33% (3% de
237
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
COFINS, 0,65% de PIS, 4,80% IRPJ, 2,88% de CSLL e adicional se houver de
até 3,20%), enquanto uma pessoa física que receba um valor significativo
decorrente de aluguéis, será tributada em até 27,5% pelo Imposto de Renda
sobre os valores recebidos, conforme a tabela progressiva mensal.
ATIVIDADE DE LOCAÇÃO
HOLDING PESSOA FISICA
11,33% 27,50%
Quadro 3: Tributação para Atividade de locaçãoFonte: Elaboradora pelo autores, 2019
Seguindo o atual cenário com as empresas objeto de estudo, em vista
que as mesmas já trabalham com suas apurações no Lucro Presumido,
o resultado final não teria mudança, porem no Quadro 4, verifica-se o
cálculo vinculado a transferência dos imóveis dos sócios para holding,
com do valor acumulado R$ 470.000 do ano de 2018 como referência de
cálculo base nas tributações apresentadas.
COMPARATIVO DE ALUGUEL PF PARA HOLDING
HOLDING PESSOA FISICA
RECEITA R$470.000,00 RECEITA R$ 470.000,00
PIS R$ 3.055,00 IRPF R$ 129.250,00
COFINS R$ 14.100,00
IRPJ R$ 22.560,00
CSLL R$ 13.536,00
TOTAL R$ 53.251,00 TOTAL R$ 129.250,00
Quadro 4: Comparativo de AlugueisFonte: Elaboradora pelo autores, 2019
238
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
É possível analisar no Quadro 4, transferindo os imóveis dos sócios a
holding, a economia gerada em 12 meses de exercício somaria R$ 75.999,00
reais. Sendo que está vantagem tributária poderia estar vinculada a alguma
aplicação financeira para ganhos mensais de rendimentos.
4.7 VENDA DE IMOVEIS.
Para Viscardi (2013), a carga tributária na venda de um imóvel da
holding patrimonial, terá o custo de tributário de 5,93%, mais o adicional,
que chegará aproximadamente a 6,73% sobre o valor total da alienação, e
não sobre o ganho de capital, como no caso das pessoas físicas.
Todavia, Viscardi (2013) diz que para a pessoa física o custo da carga
tributária será de 15% sobre o ganho de capital auferido, no caso de
venda de um imóvel, isto é, o valor da venda subtraído do valor que esta
informada na declaração de imposto de renda. Essa mesma abordagem
pode ser visto no Quadro 5 a seguir.
TRIBUTAÇÃO SOBRE VENDA DE IMOVEIS
HOLDING PESSOA FISICA
6,73% 15%
Quadro 5: Elaboradora pelo autorFonte: Elaboradora pelo autores, 2019
Sendo que os imóveis que estão posicionados ao grupo, teria o mesmo
percentual sobre a venda (Lucro Presumido), e considerando os bens dos
sócios que foram vinculados a Holding, sem custo de ITBI. Desta forma,
o Quadro 5 explica a vantagem tributária nessa transferência de posse
das pessoas físicas para a holding. Levando em consideração que o valor
arrecado não seria utilizado para aquisição de novos imóveis.
239
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
CALCULO SOBRE A VENDA
HOLDING 6,73% PESSOA FISICA 15%
R$ = 201.230,77 R$ = 448,508,40Quadro 6: Elaboradora pelo autor
Fonte: Elaboradora pelo autores, 2019
Conforme o Quadro 6, o valor da economia nessa situação somaria R$
247.277,63. Desta forma, fica evidente, que a colocação dos bens na nova
holding é uma ótima saída para os sócios nessa situação de venda dos bens.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com as eventuais mudanças na economia do pais, se faz necessário uma
gestão tributaria dentro das empresas, este artigo propôs compreender
uma possível vantagem tributária e reorganização sucessória patrimonial
da empresa objeto do estudo através de cálculos interligados aos relatório
e Balanços Patrimoniais, Demonstrações de Resultados entregues pelo
grupo empresarial.
Fundamental observar que no tocante a carga tributária, mesmo o
grupo já tendo suas apurações mensais pelo regime do Lucro Presumido,
não se constatou uma solida vantagem tributária no que se refere a
passagem das empresas para a nova holding.
Entretanto, é notório que a colocação do grupo empresarial em uma única
holding, juntamente com os imóveis dos sócios demostrou uma significativa
vantagem sobre a centralização e organização do grupo, simultaneamente
com a passagem hierárquica estabelecida pelo patriarca do negócio.
Ao posicionar os bens dos sócios a nova holding, constatou-se uma
proficuidade tributária no tocante ao cálculos entre pessoa jurídica e pessoa
física. Desta forma, torna-se claro que assim como na venda, os alugueis
mensurados na nova holding demostram uma alternativa positiva aos sócios.
Desta forma, reafirma-se que a economia tributaria de 12 meses, vista
240
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
nos apontamentos desse estudo, que se faz útil nas aplicações financeiras,
investimentos operacionais dentro do grupo, aquisição de mão de obra
qualificada, dentre outros.
As limitações deste artigo deu-se em relação ao grupo já estar trabalhando
com as suas apurações mensais através do Lucro Presumido, fazendo com
que este artigo trouxesse uma benfeitoria apenas a sucessão patrimonial.
Indica-se este estudo da modalidade holding a todos aqueles que
buscam aprofundar seus conhecimentos sobre a sucessão patrimonial e
vantagens tributarias, aos próximos interessados, e que possam implantar
essa modalidade em grupo que tenham sua apuração através do Lucro Real
para um maior aproveitamento dos cálculos apresentados.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
O IMPACTO DOS TRIBUTOS SOBRE O RESULTADO NA COMPRA E VENDA DE AÇÕES NO MERCADO DE CAPITAIS: UM ESTUDO BIBLIOGRÁFICO SOBRE O REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA
AUTORES: Dante Guilherme Santos Panzeri da Cruz ¹
Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
246
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOO presente artigo trata a respeito dos tributos cobrados sobre o ganho
de capital em negociações do mercado secundário de ações. Com foco em
delimitar quais tributos são cobrados sobre a receita advinda da venda
de ações no mercado financeiro e o impacto destas sobre o lucro. Desta
forma, quanto a abordagem classifica-se como uma pesquisa bibliográfica
exploratória de um estudo de caso, sendo seu caráter quantitativo com
aporte qualitativo. Utilizando como base as ações negociadas na bolsa
de valores brasileira da empresa Petrobras S.A.; pode-se apurar a carga
tributaria e o impacto da mesma sobre o ganho auferido na venda de
ações, demonstrando o quão importante é analisar o periodo em que o
investimento permanecera sem liquidez. As ações que foram negociadas
em um período de 1 dia a 180 dias, tiveram um o impacto de 22,5% sobre
o ganho de capital; já as ações negociadas no período de 181 até 360 dias,
o impacto representou 20%, uma redução de 2,5%; as ações com período
de 361 até 720 diastiveram o impacto de 17,5% no ganho e as que ficaram
721e acima disto tiveram um impacto de 15%. Contudo, quando se realiza
investimentos, como o abordado nesta pesquisa, deve-se ter noção que os
tributos cobrados do montante, referente ao ganho de capital no momento
do resgate do investimento, impactam diretamente o lucro do investidor,
podendo deixar o mesmo com um rendimento indesejável. Portanto, ao se
investir em renda variável, o investidor deve ter em mente que os tributos
são mais uma despeza que reduzira seu lucro.
Palavras-chave: Contabilidade. Mercado Financeiro. Investimento e
Tributação.
247
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
O mercado de capitais brasileiro, desde seu início em 1950, onde os
investimentos eram realizados basicamente através de ativos imóveis
(Propriedades de Terra), buscam por sua modernização onde atualmente é
possível realizar diversos investimentos através da internet, possibilitando
a criação e destruição de fortunas (BARCELLOS, 2010).
Através desse mercado, grandes empresas buscam conseguir novos
investidores e com isto geram um aumento em seu capital na busca de
uma maximização em seus lucros. Este capital, por não se originar em
entidades bancárias não incide em juros sobre o levantado com ações,
ocorrendo apenas o repasse da porcentagem nos lucros equivalente ao
capital investido como dividendos (DELOITTE, 2013).
Ações comercializadas na Bolsa de Valores de cada país são distribuídas
de acordo com a legislação dos mesmos, e, no caso do Brasil, existem dois
tipos de ações, sendo eles ordinárias (ON) e preferenciais (PN), cada uma
com sua característica peculiar.
As ações ON garantem ao titular o poder de votação na gestão da
empresa, dando ao titular dessa modalidade o poder de votar nas decisões
que a mesma tomará no momento ou no planejamento dos próximos
passos. Por ter o que todos consideram prêmio de decisão, estas ações
costumam ser onerosas. Já no caso das ações PN, por seu titular não
possuir o direito a voto nas decisões da empresa, estas garantem o direito
do recebimento de dividendos prioritário aos titulares (LIMA, 2006).
Contudo, tendo como base o Regulamento do Imposto de Renda, este
estudo buscou expor ao leitor o peso que os tributos têm sobre os ganhos
auferidos dos investimentos em ações, podendo estes interferir de maneira
que o investimento possa deixar de ser vantajoso.
248
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.BOLSA DE VALORES
Na década de 1845, quando se fundou a Bolsa de Valores do Rio de
Janeiro e realizou-se a primeira experiência importante com a venda de
ações, que terminou em 1864, com a quebra do Banco Souto. Segundo
Gáleas (2008, p.1).
Nos períodos de 1930 a, praticamente, 1960, não havia
um mercado de capitais no Brasil. A economia se baseava,
principalmente, na agricultura e na exportação de produtos
primários e o financiamento dessas atividades não
requeria instrumentos muito sofisticados. Praticamente,
tanto a agricultura como as exportações eram financiadas
pela Carteira de Crédito Agrícola do Banco do Brasil
(Creia) ou através da negociação dos contratos de câmbio.
Não havia espaço para financiamento de longo prazo, no
mercado interno. Os grandes empreendimentos de então,
como ferrovias, portos, energia elétrica e telefonia eram
conduzidos por empresas estrangeiras, com capitais
levantados no mercado inglês. As primeiras manifestações
duradouras de formação de um mercado de capitais,
no Brasil, começaram com o lançamento das Letras de
Câmbio, que financiavam a venda de bens de consumo
duráveis, um mercado que surgiu após a 2ª Guerra Mundial
e ganhou força.
Neste período se tem a aceitação das sociedades anônimas por Lei
no Brasil em 1850. Onde, as sociedades eram abertas para funcionar por
tempo determinado e ao fim do prazo elas eram dissolvidas. Cerca de trinta
anos depois, cria-se uma Lei para regulamentar esse tipo de companhia
(GALVEAS, 2008).
No século XX, com a evolução comercial do país, o funcionamento
249
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
das S.A. (Sociedade Anônima) se tornou mais eficiente, tanto as nacionais
quanto as estrangeiras (BARCELLOS, 2010).
Ainda, conforme o autor citado, em 1976, após reforma na Lei de
número 6.404/76 se tem o favorecimento dos acionistas minoritários de
sociedade anônima de capital aberto, que não eram privilegiados por causa
de algumas falhas no decreto anterior. Na sequência, foi complementada
e modificada por causa das mudanças nos planos econômicos e crises
financeiras enfrentadas no país.
2.1 CONTABILIDADE NAS SOCIEDADES ANÔNIMAS
Com o desenvolvimento do mercado acionário e as reformas do
Sistema Financeiro Nacional nos anos setenta, inicia-se a história da
contabilidade nas sociedades anônimas no Brasil. Segundo a Brazilian
Business Review (2013), algumas destas reformas introduziram exigências
de que companhias listadas em bolsa publicassem suas Demonstrações
Financeiras verificadas por auditores independentes; seguissem o padrão
de divulgação financeiro de acordo com a instrução N°. 179/72 emitida
pelo Banco Central do Brasil e também houve a introdução da Legislação
Societária influenciada pelas práticas da contabilidade dos Estados Unidos
da América, com a discussão dos princípios contábeis.
Contudo, para conseguir ter uma visão real da empresa a qual deseja-se
investir, ainda se faz necessária a análise das demonstrações contábeis,
que segundo Matarazzo (2010, p. 39):
[...] busca fornecer informações para a tomada de decisão e,
nesse sentido, “o perfeito conhecimento do significado de
cada conta facilita a busca de informações precisas”. Sendo
assim, de forma complementar, destaca-se que o objetivo
das demonstrações contábeis é “fornecer informações
sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho e
as mudanças na posição financeira da entidade” (COMITÊ
250
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011, p.7).
Entre as técnicas de verificação de balanços, uma delas é a análise
através de índices. São números que se relacionam entre si, através de
quocientes. Podem evidenciar diversos aspectos da empresa, como a
estrutura de capitais, liquidez e rentabilidade, bem como avaliação global
(MATARAZZO, 2010).
Quanto aos índices da análise de balanços, Matarazzo (2010, p.153),
ainda destaca que:
[...] os índices podem ser considerados “relações entre
contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras,
que visam evidenciar determinado aspecto da situação
econômica ou financeira de uma empresa”. Na visão
de Marion (2002, p.36), os índices são “relações que se
estabelecem entre duas grandezas; facilitam sensivelmente
o trabalho do analista, uma vez que a apreciação de
certas relações ou percentuais são mais relevantes que
a observação de montantes, por si só”. Sendo relevante,
portanto, o entendimento dos elementos que geram um
índice para uma melhor análise de seu resultado.
Portanto, com os conhecimentos advindos do estudo das ciências
contábeis, em especial no que tange a respeito da contabilidade tributária,
fiscal e análise de investimentos, sendo estes pilares de importância para
a formação do profissional contábil; faz-se de extrema necessidade a
utilização dos conhecimentos trazidos por meio destes estudos para uma
correta análise dos dados divulgados pelas empresas de capital aberto aos
acionistas.
251
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2 IMPOSTO DE RENDA
Em 1991, com a promulgação da Lei n° 8.383 do Imposto de Renda,
foram alterados as formas de cálculos de impostos a respeito de ganhos de
capital auferidos por pessoas físicas, instituindo as alíquotas e as regras a
serem seguidas (CASA CIVIL, 1991).
Com a promulgação da Lei 11.033 de 2004, definiu-se as alíquotas que
devem ser utilizadas para a realização dos cálculos de Imposto de Renda,
que segundo Casa Civil (2004):
[...] Art. 1o Os rendimentos de que trata o art. 5o da Lei
no 9.779, de 19 de janeiro de 1999, relativamente às
aplicações e operações realizadas a partir de 1o de janeiro
de 2005, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na
fonte, às seguintes alíquotas:
I - 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento),
em aplicações com prazo de até 180 (cento e oitenta) dias;
II - 20% (vinte por cento), em aplicações com prazo de 181
(cento e oitenta e um) dias até 360 (trezentos e sessenta)
dias;
III - 17,5% (dezessete inteiros e cinco décimos por cento),
em aplicações com prazo de 361 (trezentos e sessenta e um)
dias até 720 (setecentos e vinte) dias;
IV - 15% (quinze por cento), em aplicações com prazo
acima de 720 (setecentos e vinte) dias.
Todavia, após a promulgação da lei, os investidores em empresas
de capital aberto se viram obrigados a agregar em suas projeções de
investimentos os tributos ao qual eram sujeitos a pagar por seus ganhos,
fazendo com que seus cálculos ficassem com um grau de complexidade
bastante elevado.
Neste cenário a contabilidade como ferramenta na análise de
252
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
viabilidade de investimentos se faz de extrema importância, pois, através
desta pode-se verificar a situação econômica da empresa em que deseja
investir, buscando ter uma visão mais profunda quanto a mesma e realizar
os cálculos exigidos pelo fisco para atender a legislação imposta acerca dos
tributos que a pessoa física deve pagar ao auferir ganhos com capital.
3 METODOLOGIA
Metodologia científica, nada mais é do que o estudo sistemático e
lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, validade
e relação com as teorias científicas.
Tartuce (2006), organiza a metodologia científica como método e
ciência. Método (do grego methodos; métodos significa, literalmente,
“caminho para chegar a um fim”) e portanto, o caminho rumo ao objetivo;
sendo o estudo do método, ou seja, é o corpo de regras e procedimentos
estabelecidos para realizar uma pesquisa; já no caso de metodologia
científica, a mesma deriva de ciência, a qual compreende o conjunto
de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a
determinado domínio do saber.
Assim, como o que foi pensado por Tartuce e Masetto (2003, p.103),
descreve que essa busca por informações está relacionada com suas fontes:
Tomar iniciativa na busca de informações, dados e
materiais necessários para o estudo; entrar em contato com
as mais diferentes fontes de informações (livros, revistas,
periódicos, anais de congressos, músicas, fotos etc.) e com
os mais diversos ambientes informativos (bibliotecas,
internet, sites etc.), com especialistas de seu curso e de
outras instituições mediante entrevistas, e-mails etc.;
selecionar, organizar, comparar, analisar, correlacionar
dados e informações; fazer inferências segundo dados e
informações, levantar hipóteses, checá-las, comprová-las,
253
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
reformulá-las e tirar conclusões; elaborar um relatório com
características científicas; comunicar os resultados obtidos
com clareza, ordem, precisão científica, oralmente ou por
escrito.
Portanto, a metodologia, como explicado acima, é o meio pelo qual
o pesquisador buscará dados visando atingir os objetivos definidos
na pesquisa. No entanto, para que se consiga atingir os objetivos
pré-estabelecidos, ainda se faz necessário saber o enquadramento
metodológico da pesquisa, tema este que será abordado na sequência.
Conforme exposto por Fachin (2003), o objetivo geral expõe ao leitor
o que se pretente conhecer ou analisar, dando a devida relevância do
problema, despertando seu interesse.
Segundo Beuren (2008, p. 64), “[...] indica uma ação ampla do problema,
por isso mesmo ele deve ser eleborado com base na pergunta pesquisa”. O
objetivo geral dessa pesquisa é delimitar quais tributos são cobrados sobre
os ganhos na venda de ações no mercado de capitais e o impacto destas
sobre o lucro na entidade Petrobras S.A.
Nos objetivos específicos busca-se delimitar acerca das ações as quais
pretende-se alcançar, servindo de guia para o resultado da problemática.
Segundo Beuren (2008, p.65), “[...] devem descrever ações pormenorizadas,
aspectos específicos para alcançar o objetivo geral estabalecido”.
Neste estudo os objetivos específicos foram buscaram verificar a
legislação tributária, em especial o que se trata de operações de venda com
ganhos em ações; delimitar quais os melhores períodos para o resgate do
investimento, sendo apresentado os cálculos de tributos e as alíquotas
cobradas sobre o lucro em um período em que o investimento fique até
180 dias, de 181 a 360 dias, 361 a 720 dias e acima de 720 aplicado; analisar
situações reais de possíveis aplicações e projetar, no caso de operações com
ganhos, quais tributos seriam cobrados do resultado na venda de ações da
empresa Petrobras S.A.; e ainda, expor qual o impacto dos encargos sobre
o resultado do investimento.
254
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Através da dúvida cria-se a pergunta acerca do tema, delimita-se os
meios e busca-se responder a incógnita de maneira científica, clara e com
proximidade da realidade. Conforme exposto por Fachin (2003, p.109):
[...] é um fato, algo significativo que, a princípio, não possui
respostas explicativas, pois a solução, a resposta ou a
explicação será dada por intermédio do desenvolvimento
da pesquisa”, ou seja, necessita de princípios teóricos e
práticos, que juntos vão trazer as respostas desejadas.
Conforme dito por Gil (2010, p.7), “[...] toda pesquisa se inicia com
algum tipo de problema, ou indagação”. Já Marconi e Lakatos (2009,
p.161), explicitam que “problema é uma dificuldade, teórica ou prática,
no conhecimento de alguma coisa de real importância, para qual se deve
encontrar uma solução”.
Conforme o exposto acima, surge a seguinte problemática: Qual é
a carga tributária inserida sobre os ganhos auferidos na venda de ações
negociadas no mercado de capitais brasileiro?
3.1 ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO
Definido o conceito da metodologia de pesquisa, afinal se faz necessário
definir qual rumo a mesma tomará e onde se enquadra.
De forma geral, a pesquisas iniciam-se com uma pesquisa bibliográfica,
o que permite ao pesquisador conhecer o que foi estudado a respeito do
assunto, fazendo com que se tenha maior familiaridade com o objeto de
sua pesquisa (FONSECA, 2002).
Neste caso, o objeto de estudo metodológico abordou o Regulamento
do Imposto de renda, servindo de base a pesquisa e de onde foram
retirados os dados necessários para as alíquotas que serão aplicadas aos
lucros auferidos no período.
Köche (1997), menciona que o estudo ocorre através de uma pesquisa
255
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
exploratória, cujo principal objetivo é proporcionar maior familiaridade
com o objeto de estudo. Na maioria dos casos, o pesquisador não
dispõe de conhecimento suficiente para formular adequadamente um
problema ou elaborar de forma mais precisa uma hipótese. Nesse caso,
é necessário desencadear um processo de investigação que identifique
a natureza do fenômeno e aponte as características essenciais das
variáveis que se quer estudar.
Sendo que esta investigação dar-se-á através de um estudo de caso, que
segundo Fonseca (2002, p. 33):
[...] pode ser caracterizado como um estudo de uma
entidade bem definida como um programa, uma
instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma
unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e
o porquê de uma determinada situação que se supõe ser
única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há
nela de mais essencial e característico. O pesquisador não
pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-
lo tal como ele o percebe. O estudo de caso pode decorrer
de acordo com uma perspectiva interpretativa, que procura
compreender como é o mundo do ponto de vista dos
participantes, ou uma perspectiva pragmática, que visa
simplesmente apresentar uma perspectiva global, tanto
quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo
do ponto de vista do investigador.
Portanto, para que seja possível a aplicação das alíquotas estudadas na
pesquisa metodológica, se faz necessário aplicar o que nela foi abordado
em uma situação real do dia-a-dia. Então, através do estudo de caso da
empresa Petrobras S.A., essa situação será possível.
Na mesma linha de raciocínio que Köche, Godoy (1995, p.63), argumenta
o seguinte:
256
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
[...] quando estamos lidando com problemas pouco
conhecidos e a pesquisa é de cunho exploratório,
este tipo de investigação parece ser o mais adequado.
Quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca
é o entendimento do fenômeno como um todo, na sua
complexidade, é possível que uma análise qualitativa seja
a mais indicada. Ainda quando a nossa preocupação for
a compreensão da teia de relações sociais e culturais que
se estabelecem no interior das organizações, o trabalho
qualitativo pode oferecer interessantes e relevantes dados.
Nesse sentido, a opção pela metodologia qualitativa se faz
após a definição do problema e do estabelecimento dos
objetivos da pesquisa que se quer realizar.
Com o estudo focado no mercado de capitais brasileiro, em especial nas
ações negociadas pela empresa Petrobras S.A., analisou-se, com o objetivo
de compreender como os resultados dos investimentos feitos nesta
empresa, através da venda de ações com lucro, são afetados pelos tributos.
Portanto, após o problema de pesquisa definido, busca-se definir o caráter
desta, sendo definido como qualitativo, que para Goldenberg (1997, p. 34):
[...] não se preocupa com representatividade numérica,
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores
que adotam a abordagem qualitativa opõem-se ao
pressuposto que defende um modelo único de pesquisa
para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua
especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria.
Assim, os pesquisadores qualitativos recusam o modelo
positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o
pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que
seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.
257
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
E de aporte quantitativo, que para Richardson (2015, p.5):
[...] utilizado na condução da pesquisa, o método
quantitativo representa, em princípio, a intenção de
garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de
análise e interpretação, possibilitando, consequentemente,
uma margem de segurança quanto às inferências. É
frequentemente aplicado nos estudos descritivos,
naqueles que procuram descobrir e classificar a relação
entre variáveis, bem como nos que investigam a relação de
causalidade entre fenômenos.
Desta forma, este estudo quanto a sua abordagem classifica-se como
uma pesquisa bibliográfica explorátoria de um estudo de caso, sendo seu
caráter quantitativo com aporte qualitativo.
Quanto a definição da coleta de dados, ponto fundamental do estudo,
ocorre com grande aporte a todas as asserções ditas neste artigo. Para isto,
define-se que a coleta de dados desta pesquisa será realizada através de
um estudo transversal, que para Klein e Bloch (2009), caracteriza-se como
um tipo de desenho dos estudos epidemiológicos, também chamados de
seccional. Este consiste em apresentar um prazo determinado e curto,
como um corte transversal no processo de observação dos fenômenos
em análise. E através disto, a inferência nos estudos transversais são de
população definida em local e em tempo bem demarcados.
Neste estudo, a amostra a ser estudada são as ações da Petrobras que
são negociadas na Bolsa de Valores brasileira no exercício social de 2018,
delimitando o período em que a ação ficou em posse de seu detentor até ser
auferido ganho com a sua liquidação, buscando expor o quanto de tributos
será pago pelo acionista. Para tanto, os prazos para o estudo e comparação
de dados são de: um dia, uma semana, um mês, três meses, seis meses,
doze meses e vinte e quatro meses.
As informações coletadas foram armazenadas em um banco de dados
258
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
construído no software Excel e analisadas através de estatística descritiva
por frequências absolutas (n) e em porcentagem (%), sendo as informações
resultantes apresentadas em tabelas e gráficos para melhor compreensão.
4. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
4.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
Fundada por Getúlio Vargas em 3 de outubro de 1953, a Petrobras
é uma estatal de economia mista, ou seja, é uma empresa de capital
aberto, sendo o governo o acionista majoritário; e tem como atividade a
exploração, produção, refino, comercialização e transporte de petróleo e
gás natural, petroquímica, distribuição de derivativos, energia elétrica,
biocombustíveis, além de outras fontes energéticas renováveis (ESCOLA
BRASIL, 2018).
Com a conclusão das obras de suas instalações em 1954, a sede da
Petrobras está localizada na cidade do Rio de Janeiro. Suas primeiras
refinarias foram herdadas do Conselho Nacional de Petróleo, sendo estas
a de Mataripe, na Bahia; e Cubatão, no estado de São Paulo. O início da
produção de petróleo se deu no mesmo ano e supria o equivalente a 17%
do consumo nacional.
Visando expandir, a Petrobras cria o Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento (Cenpes), em 1968, cujo objetivo era desenvolver
aparatos tecnológicos que facultassem a expansão da empresa no cenário
global.
Dentre os acontecimentos, um dos que mais marcam esta empresa foi a
descoberta das reservas de hidrocarbonetos em rochas calcárias (Pré-sal),
com estimativas de que dele se extraia a marca de 50 bilhões de barris de
petróleo.
Com as diversas guinadas desta empresa no cenário petrolífero ao
qual está inserida, também existem contratempos, que muitas vezes são
responsáveis por impedir o desenvolvimento, como os casos de corrupção
259
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ao qual a estatal se envolveu e que servem para mostrar que nem sempre o
que se aparenta é no mercado de capitais.
4.2 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Após a realização da parte teórica, chega o momento de colocar tudo o
que foi planejado em prática, expondo aos que fazem a leitura deste artigo,
os resultados obtidos após a análise dos impactos causados pelas alíquotas
do imposto de renda sobre os investimentos em ações.
Com foco exclusivo nas ações da empresa Petrobrás S. A., analisou-se
o que um investidor pagaria de tributos sobre o lucro em ações caso as
tivesse comprado na baixa e vendido as mesmas na alta, demonstrando
o impacto dos impostos sobre o lucro líquido. Para tal análise, utilizou-se
como base os pedidos de compra para 1 dia, 30 dias, 90 dias,120 dias, 360
dias, 720 dias e acima de 720 dias; assim como as alíquotas de impostos
para estas datas.
Na tabela 1 estão expressos os valores das compras das ações no período
de 1 dia a 180 dias, expondo os valores obtidos de lucro e o impacto que os
impostos têm sobre o mesmo:
Tabela 1 - Valor dos impostos por período
DATA COMPRA
DATA VENDA
TOTAL DE DIAS APLICA-
DO
VALOR DA
COM-PRA
VALOR DA
VENDALUCRO ALÍQUO-
TA IR
TOTAL IMPOS-
TO
REPRE-SENTATIVI-DADE DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO
22/02/19 22/02/19 1 R$27,13 R$27,70 R$0,57 22,50% R$0,13 22,50%
15/02/19 22/02/19 7 R$26,71 R$27,70 R$0,99 22,50% R$0,22 22,50%
23/01/19 22/02/19 30 R$25,16 R$27,70 R$2,54 22,50% R$0,57 22,50%
26/11/18 22/02/19 90 R$24,05 R$27,70 R$3,65 22,50% R$0,82 22,50%
27/08/18 22/02/19 180 R$18,30 R$27,70 R$9,40 22,50% R$2,12 22,50%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
260
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Conforme exposto pela tabela 1, os impactos sofridos pelo investimento
têm o mesmo percentual das alíquotas do imposto de renda aplicadas,
revelando que o imposto é o agente direto da diminuição do resultado do
investimento, auferindo o impacto de 22,5% nestes investimentos.
Na tabela 2 estão expressos os valores das ações mantidas em carteira
no período de 181 até 360 dias, expondo os valores obtidos de lucro e o
impacto que os impostos têm sobre o mesmo:
Tabela 2 - Valor dos impostos por período
DATA DA COMPRA
DATA DA VENDA
TOTAL DE DIAS APLICA-
DO
VALOR DA
COM-PRA
VALOR DA
VENDA
LU-CRO
ALÍQUO-TA IR
TOTAL IMPOS-
TO
REPRESEN-TATIVIDADE DO IMPOS-TO SOBRE O
LUCRO
27/02/18 22/02/19 181 até 360 R$21,34 R$27,70 R$6,36 20,00% R$1,27 20,00%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Para as ações compradas e mantidas em carteira por 181 até 360 dias,
o impacto representou 20%, uma redução de 2,5%, que tem grande
importância para investimentos com ações, haja vista que o capital
aplicado nestas geralmente é bastante elevado.
Na tabela 3, estão expressos os valores das ações mantidas em carteira
por período de 361 até 720 dias e acima de 721 dias, expondo os valores
obtidos de lucro e a representatividade que os impostos têm sobre o
mesmo:
261
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 3 - Valor dos impostos por período
DATA DA COMPRA
DATA DA VENDA
TOTAL DE DIAS
APLICADO
VALOR DA
COM-PRA
VALOR DA
VENDALUCRO
ALÍ-QUOTA
IR
TOTAL IM-
POSTO
REPRE-SENTATI-VIDADE
DO IMPOSTO SOBRE O LUCRO
06/03/17 22/02/19 361 até 720 R$15,47 R$27,70 R$12,23 17,50% R$2,14 17,50%
03/03/17 22/02/19 721 e acima R$15,04 R$27,70 R$12,66 15,00% R$1,90 15,00%
Fonte: Elaborado pelo autor, 2019.
Nas ações compradas e mantidas em carteira por um período de 361
até 720 dias e 721 dias, o imposto representou 17,5% e 15%, o que em reais
representa R$ 0,24; uma redução significativa de 2,5% e 5% em comparação
com o investimento anterior, que em reais representa R$ 0,63; tendo um
impacto ainda maior, diminuindo os danos ao lucro do investidor.
Contudo, sem levar em consideração a desvalorização do dinheiro por
si só devido a inflação, o investidor que pretende adquirir uma participação
na empresa Petrobras S.A. deve antes pensar e analisar qual período
pretende deixar seu dinheiro aplicado, pois isto influenciará no retorno no
momento de resgate da aplicação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo geral desta pesquisa foi delimitar acerca de quais e o quanto
de tributos são cobrados sobre os ganhos auferidos na venda de ações no
mercado de capitais e o impacto destas sobre o lucro. Para isto, utilizou-se
como base as alíquotas do Regulamento do Imposto de Renda cobradas
sobre o ganho de capital com ações, expondo os calculos para os períodos
em que o investimento fique de 1 até 180 dias, de 181 a 360 dias, 361 a 720
dias e acima de 720 aplicado.
Através de um estudo de caso, tomando como base as ações negociadas
262
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
na bolsa de valores brasileira da empresa Petrobras S.A.; pode-se analizar
qual o impacto da carga tributária sobre os ganhos auferidos nas transações
com ganho de capital. As ações negociadas em um período de 1 dia a 180
dias, tiveram um o impacto de 22,5% sobre o ganho de capital; já as ações
negociadas no período de 181 até 360 dias, o que representou 20%, uma
redução de 2,5%; as ações com período de 361 até 720 dias com resultado
de 17,5% em seu ganho e as que ficaram 721 dias acima desse periodo
alcançaram um impacto de 15%.
Contudo, ao realizar um investimento, sendo ele de renda variavel
como o abordado nessa pesquisa, deve-se ter noção que os tributos que
serão cobrados do montante, os quais não serão os unicos obstaculos para
se ter um ganho. Em investientos conforme abordados, além de se ter
como base os tributos que são cobrados, é de extrema importância estar
atento aos sinais do mercado.
Neste contexto, mais vale apena liquidadar o montante aplicado e pagar
uma aliquota maior de tributos para garantir um lucro do que correr o risco
de acabar com um prejuizo. Por conta disto, ao se investir em renda variavel,
deve-se saber o risco envolvido quato ao retorno esperado, levando-se
em conta todos os tributos que serão cobrados e os aspectos econômicos
envolvidos na operação. Sugere-se para futuras pesquisas nesta aréa a
análise dos outros custos envolvidos no ganho de capital atraves da venda
de ações, tais como taxa de custodia, taxa por ordem de compra e venda
enviada, comiossões; e com isto chegar a um ponto de equilibrio onde o
investidor pague todos os seus custos e consiga ganhar lucro.
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TARTUCE, T. J. A. Métodos de pesquisa. Fortaleza: UNICE – Ensino Superior, 2006. Apostila.
265
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANÁLISE DAS RECEITAS E DESPESAS PÚBLICAS: UM ESTUDO NO FUNDO MUNICIPAL DE SAÚDE DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ
AUTORES: Priscila Ely de Godoy ¹
Profa MSc Bruna Teixeira ²Profa. Dra Tarcita Cabral Ghizoni de Sousa ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduanda em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOEste trabalho tem como objetivo analisar as receitas e despesas do
Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.
Adotou-se uma metodologia descritiva, estudo de caso baseada em análises
de caráter qualitativo e quantitativo por meio de dados coletados no Portal
de Transparência. Os resultados encontrados demostram no decorrer
do trabalho que o Fundo Municipal de Saúde do município de Balneário
Camboriú apresenta uma evolução da receita e um aumento considerável
das despesas que custeiam a saúde dos munícipes Balneocamboriuense.
Verificou-se que o Município de Balneário Camboriú vem cumprido de
forma criteriosa a aplicação em saúde, com percentuais acima do limite
fixado em nossa Constituição Federal. As despesas com a saúde executada
são suportadas por recursos oriundos da União, do Estado de Santa Catarina
e do Município de Balneário Camboriú. Nos dados apresentados pode-
se afirmar que a maior parte dos recursos alocados no Fundo Municipal
de Saúde são de origens da Municipalidade. O orçamento do fundo sob
análise, está separado de acordo com o grau de complexidade, sendo que os
maiores quantitativos estão na Atenção Básica e na Assistência Hospitalar
e as despesas que totalizam os gastos mais vultuosos são os relativos as
despesas com pessoal, que atingem aproximadamente o percentual de
60% dos valores alocados no orçamento do Fundo Municipal de Saúde.
Palavras-chave: Receita Pública. Despesa Pública. Saúde Pública.
267
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante
políticas sociais e econômicas que visem a prevenção, a redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações
e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação, previsto no artigo
196 da Constituição Federal de 1988.
Respeitando as diretrizes e premissas do Sistema Único de Saúde
(SUS), tem-se que o compromisso de assumir uma gestão de saúde pelo
Município é uma tarefa árdua, lenta e gradual, tendo o mesmo de adequar
a sua capacidade aos requisitos estabelecidos pelas normas, as leis, as
exigências e as prerrogativas dos serviços públicos de saúde.
O presente estudo foi realizado junto à Secretaria de Saúde e
Saneamento do Município de Balneário Camboriú, mas especificamente
no Fundo Municipal de Saúde, que é a unidade gestora responsável pela
execução orçamentária das ações em saúde.
O problema de pesquisa apresentado no presente estudo trata-se da forma
como vem sendo a aplicação das receitas arrecadadas pelo Fundo Municipal
de Saúde e como estas estão sendo alocadas no orçamento da despesa.
Um problema de pesquisa como ostenta a autora Roesch (2007), pode
ser definido tanto como teoria, a partir da observação, ou ainda de um
método que se deseja testar. Vale lembrar que a problematização não se
faz mediante observação, sendo que ainda implica em procedimentos de
criativa por quem pesquisa o assunto. (BEUREN, 2008).
Com base no problema de pesquisa elencado, definiu-se como a questão
pertinente o seguinte: como foram aplicadas as receitas e executada as
despesas do Fundo Municipal de Saúde de Balneário Camboriú nos anos
de 2014 a 2017?
Já quanto ao objetivo geral, o presente estudo pretende analisar de
forma geral as receitas e despesas no Fundo Municipal de Saúde de
Balneário Camboriú dos anos de 2014 a 2017.
Uma vez que o objetivo geral não tem robustez suficiente para
268
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
apresentar a ideia do trabalho, são necessários maiores detalhamentos que
são obtidos através dos objetivos específicos, que foram assim definidos:
Conhecer as receitas arrecadadas, conhecer as despesas realizadas e
analisar os dados e sugerir melhorias.
A justificativa deste estudo está respaldada na sua originalidade, na
viabilidade de pesquisa, na importância do tema e nas contribuições que
se pretendem alcançar.
No que tange a originalidade, o autor Richardson ressalta que (2007, p.
60), “não se deve insistir em problemas já conhecidos e estudos, salvo se
forem incluídos novos enfoques ou pontos de vista”. Neste sentido, este
estudo está pautado no fato de ser o primeiro estudo com esse tema na
organização.
Sobre a viabilidade, a autora Roesch (2007, p. 101) salienta em “verificar
se existem condições propícias para a realização do projeto dentro da
organização”.
Considerando o cronograma, o orçamento e ainda o acesso aos dados
necessários com as pessoas envolvidas no estudo e a amplitude do
trabalho, a viabilidade foi assegurada.
No que concerne às contribuições, para a entidade estudada, esta
pesquisa contribui para o enriquecimento do conhecimento financeiro e
contábil dos gestores públicos, como uma ferramenta para desenvolver
ações que permitam uma melhor aplicação das receitas e despesas
recebidas pelo Fundo Municipal de Saúde.
Quanto para acadêmica, poderá proporcionar o desenvolvimento
profissional, porque oportunizará verificar parte dos conceitos da
universidade, especificamente com o tema da pesquisa realizada. Para
a faculdade contribuirá para o desenvolvimento dos acadêmicos no
aprendizado dos estudos das ciências contábeis, na formação e pesquisa
para a comunidade.
Por fim, para a comunidade é relevante por discutir a aplicação dos
recursos públicos destinados a saúde, providos pelo povo e que devem ser
aplicados visando o bem-estar de toda a sociedade.
269
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Nesta seção é referenciado a fundamentação teórica a partir do objetivo
geral e objetivos específicos descritos no trabalho. São apresentados os
conceitos de contabilidade e sua história, aspectos da contabilidade pública,
incluindo receitas e despesas, mais especificamente as transferências
financeiras, e, por fim, assuntos pertinentes a saúde pública.
2.1 ORIGEM DA CONTABILIDADE
A história da Contabilidade é tão antiga quanto a própria história
da civilização. Sempre esteve associada à evolução da humanidade por
estar historicamente ligada às primeiras manifestações humanas no que
se refere à necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e
interpretação dos fatos.
De acordo com Gomes (1986 apud LAFFIN, 2005), a Contabilidade esteve
envolvida com o progresso da humanidade “A Contabilidade, como qualquer
área de conhecimento humano, sempre esteve associada ao próprio
progresso da humanidade, em termos de benefícios que são oferecidos à
sociedade, decorrentes dos aperfeiçoamentos tecnológicos surgidos”.
Na medida em que o tempo foi passando, a Contabilidade foi deixando
marcas importantes produzidas por pesquisadores e vários pensadores que
contribuíram para o embasamento dos conceitos vistos hoje (IUDÍCIBUS,
2009).
Ainda segundo Iudícibus (2009), a Contabilidade brasileira sofreu
forte influência da legislação tributária, que determinava procedimentos
contábeis para se classificar as contas e a adequação de receitas e despesas,
que nem sempre estavam adequados à luz da teoria contábil.
Percebe-se que a contabilidade está em constante evolução. A
contabilidade pública, ramo desta ciência, segue neste mesmo sentido
com o passar dos anos foi adquirido importância e regulamentações.
Os primeiros registros contábeis primitivos foram realizados há cerca de
270
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
200 séculos na pré-história, sendo que segundo IUDÍCIBUS (2005, p. 31), “a
Contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”. Partindo
deste princípio mesmo que de maneira empírica e, consequentemente não
científica, as civilizações primitivas já utilizavam ferramentas contábeis
básicas para controlar o seu patrimônio e, em alguns casos, até mesmo
apurar custos e elaborar orçamentos, como se nota em registros feitos em
pranchas de argila nas civilizações da Suméria e da Babilônia, de acordo
com SÁ (1997, p.25).
Devido a essa imensa dimensão histórica, vários autores apresentam
categorizações diferentes de períodos para o estudo da evolução do
pensamento contábil, no entanto todas não passam de formas diversas de
estudo de um único assunto, a História da Contabilidade.
2.2 CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
A contabilidade aplicada no setor público é uma das especificações da
contabilidade que tem como objeto o patrimônio público. Ela atua nos três
níveis de governos: Federal, Estadual e Municipal. De acordo com Kohama
(2010, p.24) “[...] é o ramo da contabilidade, que estuda, orienta, controla
e demonstra a organização e execução da fazenda pública; o patrimônio
público e suas variações [...]”.
Segundo o referido autor, a Contabilidade Pública “é o ramo da
Contabilidade que estuda, orienta, controla e demonstra à organização e
execução da Fazenda Pública, o patrimônio público e suas variações”.
A Lei 4320/64 é uma norma federal que estatui normas gerais de direito
financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal (DF);
Um exemplo de preceito suspenso pelo STF é aquele que prevê a
constituição de reserva de contingência na LOA, destinada ao atendimento
de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos, cuja
forma de utilização e montante, definido com base na receita corrente
líquida, sejam estabelecidos nas LDOs.
271
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2.2 Receitas Públicas
As receitas públicas são também chamadas de entradas, ingressos ou
receitas, pois são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidos
pelo Poder Público, em qualquer esfera governamental, para alocação e
cobertura das despesas públicas. Conforme Angélico (1995, p. 44), “Receita
pública, em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres
públicos. Ingresso, entrada ou receita pública são, na verdade, expressões
sinônimas na terminologia de finanças públicas”.
Já Baleeiro (2004, p. 126) entende que:
Receita pública é a entrada que, integrando-se no
patrimônio público sem quaisquer reservas, condições
ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto,
como elemento novo e positivo.
Os ingressos orçamentários, denominados receita pública, são aqueles
pertencentes ao ente público, arrecadados exclusivamente para aplicação
em programas e ações governamentais.
Conforme a doutrina de Araújo e Arruda (2006, p. 92):
A receita orçamentária representa valores constantes do
orçamento, tais como tributos, rendas, transferências,
alienações, amortização de empréstimos concedidos e
operações de crédito por prazos superiores a doze meses
[...] a receita extra orçamentária engloba os valores
provenientes de toda e qualquer arrecadação que não
figure no orçamento do Estado e, consequentemente, todo
recolhimento que não constitui sua renda.
As receitas de capital são os ingressos de recursos financeiros oriundos
de atividades operacionais ou não operacionais para aplicação em despesas
272
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
operacionais, correntes ou de capital, visando ao alcance dos objetivos
traçados nos programas e ações de governo.
Na gestão da administração pública sabe-se que para haver o efetivo
recolhimento das receitas, esta passa por alguns estágios, que são: previsão,
lançamento, arrecadação e recolhimento. Segundo o autor Kohama (2008)
menciona que a previsão indica a expectativa da receita por parte da
Fazenda Pública e configura o que se pretende arrecadar no exercício.
Já o lançamento este estágio consiste em um mero ato administrativo, é
caracterizado pela identificação e individualização do contribuinte.
Quanto a arrecadação é o ato através do qual o contribuinte comparece
perante os agentes arrecadadores e realizam o devido pagamento dos
tributos e outros débitos. E por fim o recolhimento caracterizado pela
entrega ou repasse diariamente dos valores dos agentes ao tesouro
público, representado pelo agente financeiro que na esfera federal é o
Banco Central.
Sendo assim as despesas públicas são referenciadas a seguir com duas
definições.
2.3 DESPESAS PÚBLICAS
As despesas evidenciam a variação passiva resultante da diminuição
de ativos ou do aumento de passivos de uma entidade, sendo que nos dois
casos, ela representa uma redução da situação patrimonial.
As despesas públicas, conforme Kohama (2008, p.87), são: os gastos
fixados na lei orçamentária ou em leis especiais e destinados à execução
dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais; a satisfação dos
compromissos da dívida pública; ou ainda à restituição ou pagamento de
importâncias recebidas a títulos de cauções, depósitos, consignações.
De acordo com Angélico (2006, p.62), “constitui despesa pública todo
pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores. Saídas,
desembolsos, dispêndios ou despesa pública são expressões sinônimas”.
Assim, a despesa pública são os gastos de recursos governamentais para
273
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
o Estado cumprir com suas funções e seus compromissos, atendendo as
necessidades da população. Ressalta-se que, esses gastos, necessariamente,
exigem dispêndios financeiros, e tais despesas devem estar previstas na lei
orçamentária e autorizadas pelo poder competente.
Silva (2004, p.126), afirma que “a despesa do Estado deve obedecer
fundamentalmente aos princípios da utilidade, legitimidade,
oportunidade, legalidade e economicidade”.
Já as despesas extra orçamentárias evidenciam as receitas e despesas
orçamentárias, bem como os ingressos e dispêndios extra orçamentários,
conjugados com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se
transferem para o início do exercício seguinte (Redação dada pela
Resolução CFC n.º 1.268/09).
As despesas correntes, segundo Machado Jr. e Reis (2003, p.55),
“constituem o grupo de despesas, da administração pública, para a
manutenção e o funcionamento dos serviços públicos em geral, quer
através da administração direta, quer através da administração indireta”.
Toda despesa do Estado deve passar por algumas etapas até a sua
realização. Estas etapas são denominadas de estágios da despesa, e
compreende: fixação, empenho; liquidação e pagamento.
Segundo Silva (2004, p. 154), “o estágio de fixação pode ser subdividido
nas seguintes etapas: organização das estimativas; conversão da proposta
em orçamento público (autorização legislativa e sanção do Executivo);
programação das despesas”.
O empenho é o primeiro estágio da execução da despesa, e pode ser
assim conceituado, conforme prescreve o art. 58 da Lei n.º 4.320/1964: “ato
emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de
pagamento pendente ou não de implemento de condição”.
Segundo Silva, o estágio da liquidação da despesa “é o ato do órgão
competente que, após o exame da documentação, torna, em princípio,
líquido e certo o direito do credor contra a Fazenda Pública.
Para Mota (1995, p. 112), “a liquidação é formalizada com base em
documentos: nota de empenho, contrato, nota fiscal, fatura, etc.”. Ainda
274
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
segundo o autor, é na fase de liquidação “que o Estado reconhece o compromisso
a pagar aos seus fornecedores de bens ou serviços, e simultaneamente também
surge o direito a receber do fornecedor perante o Estado”.
Dessa forma, percebe-se que o estágio de liquidação é formalizado
em documentos, para tornar-se certo que o serviço foi prestado, ou
que a mercadoria foi consumida. Além de ser constatado, que o Estado
representa o agente devedor, e o fornecedor assume o papel de credor.
O pagamento é o quarto e último estágio da execução da despesa
orçamentária. Destaca-se que este estágio deve obrigatoriamente ser
efetuado após o estágio de liquidação, que é o estágio que reconhece a
obrigação de pagamento.
Conforme Silva (2004, p.159), o estágio do pagamento “é o ato pelo qual
a Fazenda Pública satisfaz o credor e extingue a obrigação”, devendo desta
forma, obedecer a todas as formalidades existentes. Conforme o art. 64
da Lei n.º 4.320/1964, “a ordem de pagamento é o despacho exarado por
autoridade competente, determinando que a despesa seja paga”.
2.4 SAÚDE PÚBLICA
Após longo período de centralização política e autoritária vivido pela
população brasileira, atores de emergentes movimentos sociais começaram
a clamar, no final da década de 1970, pela aproximação entre governo e
sociedade, entre implementadores de políticas públicas e cidadãos.
Neste contexto, os princípios de descentralização e participação social
foram adotados como diretrizes do processo de redemocratização nacional
(FARAH, 2001). Na área da saúde, ambos os princípios foram incorporados
pela Constituição Federal do Brasil (1988) como diretrizes estruturantes do
Sistema Único de Saúde.
A Constituição Federal de 1988 definiu a saúde como “direito de
todos e dever do Estado” (BRASIL, 1988). Para tanto, enunciou em seu
Art. 198, §1º, a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS), regido por
princípios de universalidade, integralidade, equidade, participação social
275
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
e descentralização.
O princípio da descentralização, por apresentar transversalidade com
as demais diretrizes embaçadoras do SUS (universalidade, integralidade,
equidade e participação social), assumiu importância significativa ao
longo do processo de construção, implementação e fortalecimento do
Sistema (GERSCHMAN, 2000).
O sistema de saúde pública que tem a pretensão de atender a todos os
brasileiros, sem distinção, apresenta falhas em seus principais programas.
Um exemplo é o Saúde da Família, que tem o objetivo de atuar na prevenção
de doenças, alterando um modelo de saúde centrado nos hospitais.
3 METODOLOGIA
Como mencionado por Roesch (2007), o principal objetivo da
metodologia é desenvolver no aluno o interesse, e ao mesmo tempo
simpatizar com a prática da pesquisa científica, sob a supervisão de um
pesquisador qualificado.
Os aspectos metodológicos utilizados no presente trabalho
enfatizaram as questões ligadas a abordagem da pesquisa, objetivos e
procedimentos técnicos.
Quanto a abordagem da pesquisa este estudo é mista, pois envolvem
a abordagem qualitativa e quantitativa conjuntamente. Quanto à
abordagem de uma pesquisa qualitativa, Richardson (2007) admite que
“os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever
a complexidade de determinado problema; analisar a interação de certas
variáveis; compreender e classificar processos dinâmicos vividos por
grupos sociais”.
O autor destaca, ainda, que abordar um problema qualitativamente
pode ser uma forma adequada para conhecer a natureza de um fenômeno
social.
Richardson (2007), menciona com relação à pesquisa quantitativa é
caracterizada pelo emprego da coleta de informações por meio de técnicas
276
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
estatísticas incluindo percentual, média, desvio padrão levando até as
mais complexas.
Quanto aos objetivos esta pesquisa é enquadrada como descritiva
porque é realizado um estudo detalhado, com coleta de dados, análise e
interpretação dos de uma única entidade.
Gil (2002), esclarece que as pesquisas descritivas têm por objetivo
precípuo a descrição das características de uma população ou de um
fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.
Os procedimentos técnicos utilizados foram estudo de caso e
documental que pode decorrer de acordo com a perspectiva interpretativa
que visa intervir sobre os objetivos estudados e revela-los como é percebido
no decorrer do estudo.
Segundo Silva e Grigolo (2002), a pesquisa documental é assim definida
como tipo de pesquisa que visa selecionar, tratar e interpretar a informação
bruta, buscando extrair dela algum sentido e introduzir lhe algum valor,
podendo, desse modo, contribuir com a comunidade científica a fim de
que outros possam voltar a desempenhar futuramente o mesmo papel.
Deste modo o enquadramento metodológico deste estudo é misto,
descritivo e documental.
3.1 ESTUDO DE CASO
Pode também ser definido como um problema que reproduz os
questionamentos, as incertezas e as possibilidades de um contexto
empresarial que dispara a necessidade de uma tomada de decisão. Este
tipo de estudo é caracterizado pelo estudo concentrado de um único caso,
logo, uma das suas limitações é justamente que os seus resultados não
podem ser generalizáveis a outros fatos ou fenômenos (ROESCH, 2007).
Pode também ser definido como um problema que reproduz os
questionamentos, as incertezas e as possibilidades de um contexto
empresarial que dispara a necessidade de uma tomada de decisão. Um
estudo de caso pode ser utilizado para testar hipóteses, como, por exemplo,
277
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
para testar a falseabilidade de teorias, de acordo com o conceito de Popper
para prover descrições, ou mesmo para gerar teorias (EISENHARDT, 2014).
O processo de chegar a uma decisão, por meio da análise e discussão
individual e coletiva das informações expostas no estudo de caso, promove o
raciocínio crítico e argumentativo para autora desenvolvedora deste estudo.
3.2 COLETA DE DADOS
A coleta de dados que será desenvolvida a documental que é realizada
por meio de materiais que ainda não receberam tratamento analítico,
como, por exemplo, documentos oficiais, reportagens, cartas, contratos,
diários, filmes, fotografias, gravações, entre outros – considerados de
primeira mão.
Feitas essas considerações, cabe fazer a distinção entre dados e
informações, seguindo a linha de pensamento de Matarazzo (1985), relata que
dados são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente,
não provocam nenhuma reação ao leitor. Informações representam, para
quem as recebe, uma comunicação que pode produzir uma reação ou
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa.
Este trabalho foi realizado com metodologia descritiva, os dados
utilizados neste estudo foram extraídos do portal de transparência da
Prefeitura de Balneário Camboriú (SC) e dos documentos contábeis e
gerenciais fornecidos pela Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú
(SC), e ainda foi realizada entrevistas, conversas não estruturais/ informais.
3.3 ANÁLISE DE DADOS
A análise também pode será feita em documentos considerados
de segunda mão, tais como relatórios de pesquisa, tabelas estatísticas,
relatórios de empresa, entre outros casos.
Para o autor Gil (2002), explica que a análise de dados é organizar
278
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
sistematicamente os dados de forma que possibilitem o fornecimento
das respostas ao problema que se investigou. A análise e interpretação
dos dados será realizada por meio de tabulação de métodos estatísticos e
planilhas eletrônicas.
4 APRESENTAÇÃO ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Para desenvolvimento deste item, foi retirado no site do Município
de Balneário Camboriú, no portal da transparência os dados aqui
apresentados em quadros elaborados pela acadêmica com observações e
comentários relacionados com a questão de pesquisa.
Este estudo traz a análise das receitas e despesas realizadas pelo Fundo
Municipal de Saúde de Balneário Camboriú (SC)
4.1 ENTIDADE ESTUDADA
O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD/ONU) classifica Balneário Camboriú entre os 10 municípios
brasileiros com melhor qualidade de vida, e em segundo lugar entre os
municípios catarinenses.
A estrutura administrativa do Município de Balneário Camboriú é
definida na Lei nº 1.068/1991 e posteriores alterações. A administração
pública é organizada em 15 secretarias, 6 fundos, 2 fundações e 2
autarquias, dentre elas a Secretaria de Saúde e Saneamento da Prefeitura
de Balneário Camboriú e o Fundo Municipal de Saúde.
A Secretaria da Saúde e Saneamento é administrada pelo Secretário
Municipal de Saúde e pelo Gestor do Fundo Municipal de Saúde -
acompanhada e fiscalizada pelo Conselho Municipal de Saúde - está
habilitada na Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde. Respeitando
as diretrizes e premissas do Sistema Único de Saúde (SUS), a Secretaria da
Saúde tem o propósito de promover o cuidado integral e humanizado, de
forma descentralizada e hierarquizada, aprimorando o acesso aos serviços
279
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de forma regionalizada, estruturada e integrada.
Em 31/10/1994 foi criado o Fundo Municipal DE Saúde - FMS, que tem por
objetivo criar condições financeiras e de gerência dos recursos destinados
ao desenvolvimento das ações de saúde executadas e coordenadas pela
Secretaria de Saúde, que compreendem:
I - Atendimento à saúde universalizada integral,
regionalizado e hierarquizado;
II - A vigilância sanitária;
III - a vigilância epidemiológica e ações de saúde individual
e coletiva correspondente;
IV - O controle de fiscalização das agressões ao meio
ambiente, nele compreendido o ambiente de trabalho,
de comum acordo com as organizações competentes das
esferas Federal e Estadual;
V - Aquisição e repasse, aos usuários da rede de saúde
pública de medicamentos básicos e de uso contínuo,
a título oneroso ou gratuito. (Prefeitura de Balneário
Camboriú, 2018)
Neste sentido, vale salientar que conforme a lei 1.408/94 o orçamento
do FMS evidenciará as políticas e os programa de trabalho previstos no
plano municipal de saúde, integrando o município observando os padrões
e normas estabelecidas na legislação pertinente.
Ainda pode ser relatado com base na lei citada que dentre as despesas
realizadas pelo FMS, ressalta-se as despesas diversas de caráter urgente
necessária à execução das ações de saúde.
Sendo assim, cabe citar o processo de movimentar em conjunto com a
Secretaria de Saúde as contas de depósitos e recursos financeiros ao FMS.
Na figura 01 a seguir é apresentada a imagem da Secretaria de Saúde de
Balneário Camboriú, empresa objeto deste estudo.
280
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 1: Secretaria de Saúde de Balneário CamboriúFonte: Elaborado pela autora (2018)
A Secretaria de Saúde está localizada na Rua 1500, nº1100 no centro de
Balneário Camboriú (SC). A secretaria de Saúde, atualmente, nos dados do
ano de 2018 possui 990 profissionais nas variadas funções.
Conforme informações obtidas no Portal de Transparência do
Município de Balneário Camboriú (SC) no ano de 2017 as receitas arrecadas
pelo FMS totalizaram R$ 31.364.020,45, além disso, foram recebidos R$
118.646.101,61 por meio de transferências financeiras. O total de despesas
empenhadas no ano foi R$ 152.554.613,24.
4.2 RECEITAS
De acordo com o estabelecido na Constituição Federal, os Municípios
deverão aplicar no mínimo 15% da arrecadação anual de impostos (receita
corrente líquida) em ações e serviços públicos na área da saúde. Os valores
que compõem este cálculo no Município de Balneário Camboriú são
demonstrados na Tabela 01.
O custeio da Saúde é de competência da União, seus Estados, Distrito
Federal e Municípios, cabendo a cada ente da federação a sua parcela.
As receitas que são utilizadas para compor o orçamento da Saúde nos
281
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
municípios são as oriundas dos impostos municipais e as transferências
constitucionais e legais, que compõe a receita corrente líquida, acrescida
das transferências de recursos do Sistema Único de Saúde – SUS, das
transferências voluntárias, das receitas provenientes de operações de
crédito vinculadas à saúde e outras receitas, conforme se específica na
Tabela 01 abaixo.
Tabela 01 - Receitas para Apuração da Aplicação em saúde
ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %
Impostos Líquida 186.202.339 68 195.886.500 68 216.175.036 69 247.802.226 70
Transferência Constitucionais Legais
88.207.609 32 90.852.391 32 98.931.089 31 107.210.938 30
Totais 274.409.948 100 286.738.891 100 315.106.125 100 355.013.164 100
Limite Constitucional 15% 41.161.492,14 43.010.833,73 47.265.918,85 53.251.974,65
Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)
A Receita de Impostos são aquelas provenientes da arrecadação dos
impostos de sua competência, bem como daquelas que são de competência
de outra esfera governamental, mais que a constituição outorga o direito
de arrecadação.
Integram a receita do Município Balneário Camboriú os impostos:
• IPTU - Imposto propriedade predial e territorial urbana;
• ITBI - Imposto sobre a transmissão “Inter vivos”, a qualquer título,
por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,
e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição (ITBI);
• ISS - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato
gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa ao Código
Tributário Municipal.
282
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
• IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte- o produto da arrecadação
do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer
título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem
e mantiverem.
• ITR - O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de
apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio
útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona
urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.
Além do principal de cada imposto também são computados os valores
provenientes das multas, juros de mora e outros encargos, bem como os
inerentes as dívidas ativas dos impostos seus encargos, juros e multas.
Quanto as transferências constitucionais e legais estas são oriundas de
dispositivos constitucionais, nos quais estabelecem os valores destinados
aos municípios de arrecadações da União e dos Estados.
Fazem parte das transferências constitucionais as seguintes arrecadações:
• FPM - Fundo de Participação dos Municípios;
• ITR - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural;
• IPI - Imposto sobre Produtos Industrializado;
• ICMS - Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal
e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
• IPV - Propriedade de Veículos Automotores;
• Compensações Financeiras Provenientes de Impostos e
Transferências Constitucionais;
• Desoneração do ICMS.
As arrecadações acima, de acordo com as prerrogativas de ordem legal
integral à base de cálculo do percentual constitucional para gastos com
saúde e educação. No caso temos que o Município de Balneário Camboriú,
283
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
vem, cumprindo de forma criteriosa a legislação aplicando percentuais
bem acima do limite previsto.
No quadro apresentado observamos uma evolução nas receitas
integrante do cálculo, de forma gradativa, sendo que foram aplicados no caso
do Município de Balneário Camboriú atualizações monetárias anualmente,
e algumas destas receitas tiveram incremento com a realização de incentivos
ao pagamento dos impostos, através de programa denominado refis.
Na Tabela 02 estão demonstradas as receitas relativas as transferências
do Sistema Único de saúde – SUS, que são repassadas mensalmente,
pela União e pelo Estado, através de transferências bancárias, além das
transferências voluntárias e outras receitas, referente aos exercícios de
2014 até 2017 do Município de Balneário Camboriú.
Tabela 02 – Receitas Adicionais Para Financiamento da Saúde
ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %
Transferência de Recurso do Sistema Único de Saúde – SUS
29.044.596,16 90 32.086.362,23 91 34.158.421,14 89 30.459.418,72 86
Provenientes da União 25.012.037,40 77 29.726.364,26 84 32.377.630,34 84 29.429.061,35 83
Proveniente dos Estados 4.032.558,76 12 2.359.997,97 6,7 1.780.790,80 4 1.030.357,37 2
Transferência Voluntárias
8.378,36 0,03 0 0,0 0 0,0 496.306,26 1
Outras Receitas Para Financiamento da Saúde
3.097.509,12 9 3.158.154,94 8,9 3.995.368,48 10 4.112.283,50 11
Totais das Receitas 32.150.483,64 100 35.244.517,17 100 38.153.789,62 100 35.068.008,48 100
Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)
284
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
As transferências voluntárias recebidas pelo Fundo Municipal de
Saúde do Municipal de Balneário Camboriú são oriundas de convênios
firmados com o Estado de Santa Catarina, para aquisição de equipamentos
hospitalares, que foram designados ao Hospital Municipal Ruth Cardoso.
Os valores recebidos da União contemplam os 05 blocos do co-
financiamento da Saúde que são: a Atenção Básica, Alta e Média
Complexidade, Assistência Farmacêutica, Vigilância em Saúde e Gestão
SUS de acordo com a legislação vigente.
As receitas demonstradas são relativas ao exercício financeiro de 2017,
apresentam uma redução nos montantes repassados pela União. Este
fato ocorreu em razão de que a União deixou de repassar ao Município
de Balneário Camboriú, no prazo legal as parcelas do co-financimento
da saúde, sendo somente repassadas no exercício de 2018, apresentando
assim uma arrecadação inferior ao exercício anterior.
Quanto aos recursos provenientes do Estado, podemos observar que
vem ocorrendo inúmeras faltas de repasses ao município, e para que não
haja comprometimento na execução dos serviços, o município acaba com
ônus das despesas que deveriam estar sendo custeadas com a parte cabível
ao estado.
As receitas lançadas como Outras Receitas, são aqueles provenientes da
arrecadação da taxa da vigilância sanitária e seus rendimentos e compõe a
base de cálculo em aplicação saúde.
4.3 DESPESAS
As despesas orçamentárias do Fundo Municipal de Saúde são o
conjunto de dispêndios necessários a execução dos serviços públicos de
saúde, disponibilizados a comunidade de Balneário Camboriú seja ela
nativa ou não, fixa ou visitante.
O orçamento da despesa é fixado anualmente de acordo com as normas
Constitucionais, as da Lei de Responsabilidade Fiscal, da Lei 4.320 de
1964, e demais dispositivos legais e tem como base a ser fixada o montante
285
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
apurado de receitas orçamentárias destinadas a Saúde.
No âmbito geral as despesas são orçadas levando em consideração
as demandas necessárias a fim de garantir o atendimento aos usuários,
com apoio de uma equipe multiprofissional, que atua no cuidado e na
regulação do acesso, na qualidade da assistência prestada e na segurança
do paciente.
As despesas são distribuídas orçamentariamente de acordo com a sua
classificação institucional, funcional, de estrutura programática e quanto
a sua natureza.
Na Tabela 03 são demonstrados dados com despesas efetivadas nos
anos de 2014 até 2017, através do Fundo Municipal de Saúde do Município
de Balneário Camboriú.
Tabela 03: Despesas com Saúde por Subfunção
ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %
Atenção Básica 45.456.750,55 48 50.630.040,26 47 59.212.112,39 44 64.206.963,19 42
Assistência Hospitalar
46.183.366,06 49 52.228.053,09 49 65.575.446,98 49 81.082.985,51 53
Vigilância Sanitária 1.894.379,47 2 2.275.481,07 2 5.171.149,83 3 5.018.001,74 3
Vigilância Epidemiológica
705.420,54 0,75 797.249,63 0,75 1.958.350,73 1 2.505.242,54 1
Totais das Despesas 94.239.916,62 100 105.930.824,05 100 131.917.059,93 100 152.813.192,90 100
Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)
As despesas acima estão elencadas de acordo com as subfunções,
que é a classificação que evidencia a área de atuação do governo, sendo
que os dados apresentados foram extraídos do anexo 12 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000) publicado no Porta
286
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
da Transparência do Município de Balneário Camboriú, demonstrando a
área de atuação contemplada.
A tabela apresenta as funções de Atenção Básica e Assistência
Hospitalar com os quantitativos mais elevados. Isso ocorre em razão de
que a maioria dos serviços de saúde prestados pelo Município de Balneário
Camboriú, são de atenção básica, sendo os atendimentos das Unidades
Básicas de Saúde, e quanto a Assistência Hospitalar, como o próprio nome
já evidência, é em razão de que o Município possui um hospital municipal
que se chama Hospital Municipal Ruth Cardoso.
As despesas com a Vigilância em saúde, que são as de vigilância
sanitária e epidemiológica, possuem valores bem inferiores aos das demais
subfunções em razão de que as receitas que suportam as despesas para
execução destes serviços à comunidade, são repassadas e ou arrecadadas
em valores bem inferiores as demais.
Embora todo o serviço fosse deveras importante, infelizmente as
receitas são poucas para suportar toda a necessidade dos gastos em saúde.
Observa-se na tabela 03 uma elevação nos gastos, ocorridas anualmente
em todas as subfunções, isto se deu face ao aumento das receitas que
suportam as despesas com a saúde do Município de Balneário Camboriú.
Uma vez que as partes das receitas têm origem na arrecadação
de impostos municipais, federais e estaduais, o aumento da receita,
automaticamente propicia uma fixação orçamentária de despesa superior.
Tabela 04: Despesas com Saúde por Grupo de Natureza da Despesa ANO 2014 % 2015 % 2016 % 2017 %
Despesas Correntes 92.432.174,98 98 104.369.039,78 98 129.575.705,35 98 142.057.163,60 99
Pessoal e Encargos. Sociais
49.253.135,85 52 58.129.386,10 54 75.356.291,51 57 84.534.268,73 59
287
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Outras Despesas Correntes
43.179.039,13 45 46.239.653,68 43 54.219.413,84 41 57.522.894,87 40
Despesa de Capital
1.807.741,64 1 1.561.784,27 1 2.341.354,58 1 315.388,90 0,22
Investimentos 1.807.741,64 1 1.561.784,27 1 2.341.354,58 1 315.388,90 0,22
Total de Despesas 94.239.916,62 100 105.903.824,05 100 131.917.059,93 100 142.372.552,50 100
Fonte: Adaptado do Portal da Transparência Balneário Camboriú (2018)
Na Tabela 04 as despesas estão distribuídas de acordo com a natureza
da despesa na qual podemos identificar os gastos com folha de pagamento
(pessoal e encargos sociais), as despesas com custeio que são as despesas
correntes e os investimentos, onde estão as obras, reformas e aquisição de
bens móveis e imóveis.
Os maiores valores das despesas são com gastos de pessoal e encargos
sociais, que atingem mais de aproximadamente 60% do total das despesas.
Temos que estes gastos aumentam ano a ano, devido a implantação de
mais unidades de atendimento a comunidade, o que requer incremento de
pessoal para suportar a demanda dos serviços prestados.
Outro fator que acarreta aumento das despesas são o plano de cargo
e salário, os aumentos anuais da folha e a criação de novos cargos em
comissão. Os custeios dos serviços disponibilizados a comunidade
aumentam, conforme já mencionado anteriormente, de acordo a
disponibilização da receita que o suporte.
A falta de despesas com investimento ocorridas no exercício de 2017,
se deu devido ao governo em seu primeiro ano de mandato promover o
levantamento dos investimentos necessários e a realização dos projetos
para execução nos anos seguintes
As despesas demonstram o quanto o município de Balneário Camboriú
288
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
vem aplicado em saúde, contemplando a seus munícipes um atendimento
regular dentro de cada bloco de co-financimento da saúde.
5 CONCLUSÕES
A contabilidade pública é um ramo da contabilidade geral, com
especificações e características próprias e especiais, com amparo legal
e específicos, onde se evidencia as movimentações das receitas e das
despesas públicas.
No presente artigo foi apresentado a evolução das receitas e a execução
das despesas do Fundo Municipal de Saúde do Município de Balneário
Camboriú no período de 2014 a 2017.
Como resultado verificou-se que o Município de Balneário Camboriú
é quem mais aporta valores para o custeio da saúde no município num
percentual no último ano de 69,80% da receita, seguida da União com
8,25% da receita que é repassada através de transferência do Fundo
Nacional de Saúde, diretamente ao Fundo Municipal de Saúde.
O Estado de Santa Catarina, vem contribuindo com apenas 0,30% do
total da receita e este valor é bem reduzido uma vez que o Fundo custeia
as despesas totais do Hospital Ruth Cardoso, que a unidade de saúde mais
dispendiosa.
O restante das receitas, que totaliza o percentual de 21,65%, são
oriundas de outras receitas tais como emendas parlamentares, convênios,
rendimentos de aplicação e outras.
Quanto as despesas temos que a maioria são oriundas da Atenção
Básica e Assistência Hospital e o elemento da despesa mais oneroso é o
relativo as despesas com pessoal e encargos.
As demais despesas são de custeio e de capital, incorporando as
contrações de serviços, aquisição de medicamentos, de insumos, de
alimentos especiais e para o consumo no hospital e nas unidades de
atendimento, combustíveis, materiais de expedientes, bem como, as
reformas, construção de unidades de saúde, aquisição de equipamentos e
289
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
veículos necessários a prestação dos serviços.
No âmbito geral, temos que a saúde do Município de Balneário Camboriú,
vem sofrendo um grande aumento de despesas devido ao aumento
populacional e também, sendo as informações relatadas pelos servidores
que contribuíram para este trabalho, o grande vilão é o hospital, que além
de atender a municipalidade vem atendendo os munícipes das comarcas
contiguas, como um hospital regional, não tendo este reconhecimento do
Estado e não recebendo aporte financeiro para estes custos.
Contabilmente falando, todos os atos e fatos contábeis estão
efetivamente sendo executados dentro das normas e leis que regem a
contabilidade pública, inclusive com a apresentação das mesmas, através
de audiências públicas e aprovação do Conselho Municipal de Saúde.
As despesas e receitas públicas são geridas de acordo com seus
orçamentos, com gestão de gastos e controle sistemático de sua
operacionalização.
O problema inicialmente proposto foi respondido satisfatoriamente,
tendo em vista que o estudo permitiu concluir que as despesas e receitas
públicas destinadas a Saúde, estão consubstanciadas em orçamento
público devidamente aprovado por lei e realizado com planejamento,
sendo seus registro, mensuração e análises devidamente alocados dentro
das possibilidades viáveis e mais próximas da realidade possível.
A título de sugestão de melhoria recomenda-se que sejam realizados
maiores controles nos estoques dos medicamentos e insumos, além de
fazer uma gestão junto ao Governo do Estado, para regionalizar o Hospital
Ruth Cardoso, uma vez que o Município não tem suficiente arrecadação
para suportar as despesas com atendimentos sequer de seus municipais,
quanto mais dos adjacentes.
Como indicação para trabalhos futuros a realização com novos estudos
com o propósito de ampliar as unidades de atendimento com serviços
de prevenção as doenças, epidemias e acidentes de trânsitos, que são
geradores da maior demanda hospitalar atualmente no nosso Município e
país, ampliando inclusive para a participação de outras unidades gestoras
290
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
do Município como o Fundo do Meio Ambiente, Fundo Municipal de
Trânsito, Emasa, Fundação Municipal de Esportes, dentro da própria
Educação, com medidas para ensinar os alunos as prevenções.
Todas estas medidas por certo, trariam resultados para a diminuição
dos gastos públicos com a saúde, pois já sabemos que a prevenção é o
melhor remédio.
REFERÊNCIAS
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ARAÚJO, Inaldo da Paixão Santos; ARRUDA, Daniel Gomes. Introdução à Contabilidade Governamental – da teoria à prática. Salvados: Zênite, 1999.
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Paulo: Atlas, 2008.Lei que Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4320.htm. Acesso 20 set 2018.
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292
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
+Farah.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
Portal da Transparência do Município de Balneário Camboriú http://transparencia.balneariocamboriu.sc.gov.br/Acesso em 02 out 2018.
Redação dada pela Resolução CFC n.º 1.268/09
293
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANÁLISE DO SEGMENTO DE PRODUTO QUE APRESENTA MAIOR MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO EM UMA ÓTICA DE PEQUENO PORTE NA CIDADE DE TIJUCAS - SC
AUTORES: Priscila dos Santos ¹
Prof. Esp. João Luiz dos Santos Junior ²Prof. MSc Roberto Mathias Susin ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduanda em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
294
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMOA margem de contribuição é uma importante ferramenta na gestão
de uma empresa, ela é fundamental para o planejamento empresarial e
essencial para a tomada de decisão. O presente artigo foi elaborado com
o intuito de analisar qual segmento de produto apresenta maior margem
de contribuição em uma ótica de pequeno porte localizada em Tijucas-
SC, com o objetivo de identificar dentre os segmentos comercializados,
qual gera maior lucratividade para a empresa e assim contribuir para que
a empresa possa monitorar a margem de contribuição de seus produtos
após a aplicação da pesquisa. Quanto aos aspectos metodológicos,
esta pesquisa tem uma abordagem mista, pois contem características
qualitativas e quantitativas, para atingir seu objetivo a pesquisa se
caracteriza como sendo descritiva, quanto aos procedimentos técnicos
adotados são pesquisa bibliográfica, documental, exploratória e estudo de
caso, com coleta de dados através de documentos e análise documental.
Através dos cálculos elaborados no desenvolvimento desta pesquisa, foi
possível identificar que na empresa estudada, o segmento de lentes é o que
gera maior lucratividade, pois apresenta maior margem de contribuição,
sendo então o segmento de produto que merece maior esforço de venda e
também maior investimento.
Palavras-chave: Margem de Contribuição. Lucratividade. Ótica.
295
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
A decisão de investimento dentro de uma empresa deve ser feita com
segurança e responsabilidade. Isto fica ainda mais evidente quando se
trata de empresas de pequeno porte, pois por ter seu orçamento mais
limitado, é ainda mais importante saber qual a área da empresa merece
maior investimento. É o caso da empresa estudada, que pretende fazer
investimentos em sua coleção de produtos, mas para isso precisa de
informações adicionais para saber qual segmento de produto trará mais
retorno financeiro. Essa necessidade de escolha entre qual produto investir
é chamado de trade-off, Marques (2012), caracteriza o trade-off como sendo
a tomada de decisão através da ponderação entre custos versus benefícios,
complementando ainda que se trata da escolha de uma opção sempre que
surge a necessidade de optar entre alternativas com consequências futuras.
A competitividade entre as empresas esta cada vez mais acirrada,
principalmente nas empresas de pequeno porte, pois essas empresas
têm como missão atrair clientes mesmo com muita concorrência,
principalmente de empresas de grande porte que geralmente oferecem
produtos com a mesma qualidade e muitas vezes com preço mais baixo.
Por conta disso é essencial para que esta pequena empresa continue no
mercado, uma boa gestão e a utilização de ferramentas que venham
contribuir para o desenvolvimento e agreguem informações para os
gestores tomarem as melhores decisões em nome da empresa.
A Ótica Klins conta com cinco segmentos de produtos, sendo eles o
segmento de armações, segmento de Lentes, segmento de óculos solar,
segmento de relógios e um segmento caracterizado nesta pesquisa como
diversos, onde abrange produtos com uma frequência de vendas inferior
e é composto por joias e outros acessórios para óculos. Apenas saber qual
o produto mais vendido não é suficiente para se tomar essa decisão. Uma
ferramenta que pode ser utilizada para auxiliar nesse processo é o cálculo
da Margem de Contribuição, pois com essa informação o processo de
tomada de decisão fica mais confiável.
296
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Diante disto, procurou-se reunir os dados necessários com o propósito
de responder ao seguinte problema de pesquisa: De que forma a análise da
margem de contribuição auxilia na identificação sobre qual segmento de
produtos gera mais lucratividade para a empresa Ótica Klins?
A presente pesquisa contribuirá para a empresa Ótica Klins com
informações essenciais para uma boa administração da empresa. Os
resultados gerados pela pesquisa são de extrema importância para que
os gestores tomem decisões precisas quanto a qual segmento deve ser
priorizado como foco de investimento.
A elaboração desta pesquisa é importante para a acadêmica, porque amplia
e aprofunda seu conhecimento intelectual e profissional sobre o assunto
abordado. É importante também para o meio acadêmico, pois contribui para
novas discussões sobre o tema e abre caminho para acompanhamento futuro,
através de novas pesquisas que deem continuidade ou a complementem. A
sociedade também pode se beneficiar desta pesquisa, podendo ser utilizada
como base para aplicação da técnica adotada em outras empresas. “O trabalho
científico desde sempre visualizou o conhecimento e o aprimoramento de
novas técnicas para o desenvolvimento tecnológico e social contribuindo para
a formação do individuo e da sociedade em geral.” (MARGOTTI, 2011).
O objetivo principal deste trabalho é analisar qual o segmento de
produtos traz maior lucratividade na Ótica Klins. Para atingir este objetivo
foram adotados objetivos especificos destacados nos topicos a seguir:
identificar as receitas, os custos e despesas, referente a cada segmento
de produto da Ótica Klins; calcular a margem de contribuição de cada
segmento de produto; realizar uma análise através dos índices encontrados
e apresentar os resultados da pesquisa, situando qual o segmento de
produtos mais lucrativo para a empresa.
Os objetivos específicos estipulados acima nortearão este estudo para
que o objetivo geral desta pesquisa seja alcançado.
297
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A contabilidade gerencial tem o intuito de oferecer um suporte
personalizado para as empresas, a fim de contribuir para o processo
de tomada de decisão e consequentemente para o bom desempenho
econômico da empresa. Para Marques (2013), a contabilidade gerencial
abrange todas as demais áreas da contabilidade, mas, com um grau
de detalhes mais analítico, para auxiliar os gestores das empresas no
processo de tomada de decisão e através das informações geradas pela
contabilidade gerencial, a administração da empresa possa planejar,
avaliar e controlar as decisões tomadas e assim assegurar o uso apropriado
de seus recursos. A contabilidade gerencial é voltada ao usuário interno,
como os administradores, gestores e funcionários das empresas.
Cada área da contabilidade contribui para que aconteça uma boa
gestão em uma empresa. Sem essa junção de informações da contabilidade
financeira, contabilidade de custos e contabilidade fiscal, a contabilidade
gerencial não terá como exercer seu papel, então cada aspecto da
contabilidade tem importância fundamental para que o processo aconteça
de forma eficaz. Iudícibus (2008, p.21), menciona que a contabilidade
gerencial “[...] atinge e aproveita conceitos da administração da produção,
da estrutura organizacional, bem como administração financeira, campo
mais amplo, no qual toda a contabilidade empresarial se situa.”.
2.1 DEMONSTRAÇÕES CONTABEIS
Os registros de informações referentes ao patrimônio de uma empresa
são feitos através da contabilidade e o conjunto dessas informações
geram as demonstrações contábeis, que visa simplificar e apresentar
as informações aos seus usuários. Para Rodrigues e Gomes (2014), as
demonstrações contábeis tem o intuito de padronizar as informações a fim
de que o usuário possa comparar essas informações com os anos anteriores,
por exemplo, ou mesmo com as de outras empresas, proporcionando assim
298
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
informações a cerca do desempenho da empresa e possa contribuir para a
tomada de decisão econômica, tanto da própria empresa quanto para um
usuário externo, como fornecedores, investidores entre outros.
As demonstrações contábeis obrigatórias a partir da Lei n. 11.638/2007
são: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração de Resultado (DR);
Demonstração das Mutações do Patrimônio Liquido (DMPL), Demonstração
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA); Demonstração dos Fluxos de
Caixa (DFC) e Demonstração do Valor adicionado (DVA).
2.1.1 Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial é uma das demonstrações mais importantes da
contabilidade, pois se trata do detalhamento patrimonial da empresa. Bruni
(2010, p.2), menciona que dentre as demonstrações contábeis existentes,
duas se destacam por assumir papel importante no fornecimento de
informações: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado,
conceituando o Balanço Patrimonial como:
O primeiro e mais básico relatório da contabilidade
preocupa-se em apresentar, de forma distinta, bens e
direitos separados das obrigações e patrimônio liquido.
Por sempre representar uma situação de equilíbrio,
recebe o nome de Balanço Patrimonial, representando
uma fotografia em um dado momento do patrimônio da
entidade. É estático e representa um instante da situação
patrimonial.
Segundo Matarazzo (2010), o BP é a demonstração que apresenta os
bens e direitos de uma empresa, sendo classificados no ativo, compreende
também as obrigações dentro do Passivo. A diferença entre o Ativo e Passivo
é chamada Patrimônio Líquido que compreende o capital investido pelos
sócios da empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, ou
299
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
gerados pela empresa nas suas operações, onde são retidos internamente.
2.1.2 Demonstração de Resultado
O DR é a demonstração contábil fundamental para o desenvolvimento
desta pesquisa. Pois o DR evidencia a formação do resultado da empresa
é nesta demonstração onde estão detalhadas as receitas e despesas da
empresa. Segundo Rodrigues e Gomes (2014, p.105), pode-se entender o
DR como “[...] o resultado apurado pela contabilidade com o confronto das
receitas de vendas com os custos dos produtos e serviços que são vendidos,
deduzindo também as despesas e eventuais perdas.”.
Imperatore (2017), diz que a apuração do resultado acontece em cada
exercício social, que normalmente é no período de um ano, a fim de
demonstrar se a empresa obteve lucro ou prejuízo, confrontando receitas
e despesas, então o DRE é a apresentação de um resumo dessas receitas e
despesas e facilita a gestão patrimonial.
300
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 1: Estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício.Fonte: http://www.minhasplanilhas.com.br/modelo-de-planilha-dre/, 2015.
O DR é uma demonstração com base econômica, assim como a margem
de contribuição, sendo que através das informações contidas na DR é
possível calcular a margem de contribuição de um produto ou segmento
de produto.
301
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2 RECEITAS
As receitas de uma empresa são caracterizadas como as fontes de
recursos da empresa através de venda de mercadoria ou prestação de
serviço. Para Szuster (2013), as receitas podem ser decorrentes de vendas/
serviços prestados da empresa ou de outros tipos de receitas como, por
exemplo, ganhos ou rendimento de aplicação financeira, já as despesas são
os valores que a empresa desembolsa no decorrer das suas atividades ou
pode ser também em decorrência de perdas. É através das receitas menos
as despesas que se alcança o resultado líquido da empresa.
Com base no regime tributário do Simples Nacional, existem
algumas deduções que devem ser feito nas receitas. De acordo com a Lei
Complementar 123/2006, devem ser excluídos das receitas, as vendas
canceladas e também os descontos incondicionais concedidos.
As vendas canceladas são os valores que se enquadravam como receita
bruta, mas foram anulados. Como desconto incondicional a Receita
Federal conceitua:
Os descontos incondicionais consideram-se parcelas
redutoras do preço de vendas, quando constarem da
nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e
não dependerem de evento posterior à emissão desses
documentos; esses descontos não se incluem na receita
bruta da pessoa jurídica vendedora e, do ponto de vista da
pessoa jurídica adquirente dos bens ou serviços, constituem
redutor do custo de aquisição, não configurando receita.
Sendo assim os descontos condicionais, quando é concedido mediante
a alguma especificação, por exemplo, descontos concedidos até a data de
pagamento, não se enquadram como dedução das receitas.
302
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.3 CUSTOS E DESPESAS
Os gastos são um processo natural para que uma empresa consiga
exercer sua atividade, podendo ser eles classificados como custos,
despesas e investimentos, cada um representando uma forma importante
para o desenvolvimento da empresa.
Os investimentos representam os gastos que a empresa tem ao
adquirir um bem ou direito que trará retorno financeiro em longo ou
curto prazo. Na definição de Cruz (2012, p.26), “os investimentos são os
gastos relacionados à aquisição de novas capacidades da empresa, gerando
evolução de tecnologia, infraestrutura, imobilizados, entre outros.”.
Os custos, por sua vez, são os recursos consumidos para que a empresa
possa produzir um produto ou serviço. Segundo Ribeiro (2009), o custo
integra o valor do produto, indo para a conta de estoque no balanço
patrimonial e consequentemente aumenta o ativo circulante, então o custo
será recuperado quando ocorrer à venda do produto, sendo ele totalmente
recuperado pela empresa.
Já as despesas ocorrem de forma diferente, pois elas não integram o
valor do produto e sim os gastos que são necessários para que a empresa
venha obter receita. Na Visão de Ripoll et al. (2012, p.29):
As despesas são gastos necessários à manutenção do
negócio e para entregar um produto ou serviço da empresa
(comercialização). Estas consistem de recursos utilizados
fora do processo de fabricação e estão relacionadas às áreas
burocráticas como vendas e marketing, administrativas,
contábeis e financeiras etc. Do ponto de vista contábil,
a definição de despesas abrange perdas assim como as
despesas que surgem no curso das atividades ordinárias da
entidade. As despesas que surgem no curso das atividades
ordinárias da entidade incluem, por exemplo, gastos de
venda, salários e depreciação. Geralmente tomam a forma
303
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de um desembolso ou redução de ativos como caixa e
equivalentes de caixa, estoques e ativo imobilizado.
Os custos e despesas incorridas em uma empresa podem classificadas
de diversas formas, para a finalidade desta pesquisa os custos e despesas
serão segmentadas como fixas e variáveis.
Os custos e despesas que não sofrem alteração com relação à
quantidade produzida são classificados como fixos, pois não são afetados
por mudanças na atividade. Para Bazzi (2015, p.68), “custos e despesas
fixas são aqueles que não se alteram conforme o volume (quantidade)
produzido nem de acordo com o período em análise e com a capacidade
instalada da empresa”.
Garrison, Noreen e Brewer (2013), classificam os custos fixos como
comprometidos e discricionários, sendo que os custos fixos comprometidos
representam investimentos que fazem parte do planejamento da empresa,
como instalações e equipamentos ou até mesmo despesas de seguros e
salários de alta gerência, então mesmo que haja variação na produção, esses
custos não terão mutação em curto prazo. Já os custos fixos discricionários,
que podem também ser chamados de gerenciados, são aqueles definidos
pela gerencia anualmente para serem gastos em alguns itens de custo fixo,
como por exemplo, propaganda e pesquisa, esses podem ser cortados por
período curto, sem trazer grandes prejuízos aos objetivos da empresa.
Os custos e despesas variáveis são identificados por variarem
proporcionalmente à quantidade produzida. Segundo Ribeiro (2009),
os custos variáveis aumentam em decorrência do volume de produção
e quanto mais produtos forem produzidos em um período, os custos
variáveis serão maiores.
A caracterização de um custo como variável é feita, conforme ele varia,
com base em um direcionador, conforme explica Garrison, Noreen e
Brewer (2013, p.28):
Para um custo ser variável, ele tem que ser variável em relação
304
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
a algo, que é sua base de atividades. Uma base de atividades é
uma medida de qualquer coisa que incorra em um custo; às
vezes, é chamada de direcionador de custos. Algumas das bases
de atividades mais comuns são horas de mão de obra direta,
horas-máquina, unidades produzidas e unidades vendidas. [...].
Diferente do custo fixo, o custo variável unitário se mantem igual
independente da quantidade produzida pela empresa, desta forma mesmo
que produza uma quantidade maior, o custo variável de cada produto continua
o mesmo.
A empresa objeto de estudo desta pesquisa se enquadra como Micro
Empresa (ME), e é tributada com base no Simples Nacional, utilizando
como base a tabela de alíquotas do comércio. O simples nacional é um
regime compartilhado de arrecadação. Para Tom (2018), o simples nacional
se trata de uma forma facilitada e simplificada de regime tributário, onde
micro e pequenas empresas que antes pagavam seus impostos por meio de
guias e datas separadas, a partir da Lei complementar nº 123/2006, contam
com um regime especial unificado de arrecadação de seus tributos.
Para o calculo dos tributos no simples nacional, é utilizado como
base de calculo, a receita bruta da empresa. Na figura 05 a seguir, estão
especificadas as alíquotas e também o valor a deduzir aplicados no setor
de comércio, com base na faixa de receita bruta do simples nacional.
Figura 2: Tabela de Alíquotas do ComércioFonte:http://www.wolterskluwer.com.br/blog/mudancas-no-simples-nacional-como-calcular-novas-aliquotas/, 2018.
305
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A Figura 3 apresenta a formula para calcular os tributos devidos quando
a empresa opta pelo regime tributário simples nacional.
Figura 3: Formula para calculo dos tributos no simples nacionalFonte: http://silvavitor.com.br/as-empresas-de-telecomunicacoes-e-as-alteracoes-do-simples-nacional/, 2018.
De acordo com Müller (2017), para efetuar o calculo, é necessário saber
o valor do faturamento dos últimos doze meses, encontrar no anexo qual
a alíquota nominal e a parcela a deduzir, aplicando na fórmula, dessa
forma será encontrada a alíquota efetiva, que deve ser aplicada encima do
faturamento mensal, resultando no valor do imposto a pagar.
2.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
O cálculo da margem de contribuição é uma importante ferramenta
contábil e econômica para saber se um produto ou segmento de produto
esta contribuindo para a lucratividade de uma empresa. Segundo
Rodrigues e Gomes (2014, p.201), “a técnica da margem de contribuição
procura determinar as relações custo-volume-lucro através da analise da
diferença entre vendas e os gastos variáveis, definindo como margem de
contribuição ou contribuição marginal [...]”.
A margem de contribuição pode ser conceituada como o montante de
vendas deduzindo os custos variáveis. Para Bornia (2002, p.72):
A margem de contribuição unitária representa a parcela
do preço de venda que resta para a cobertura dos custos
306
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
e despesas fixos e para a geração de lucro por produto
vendido. Para melhor entender esse conceito, suponha
que a empresa decida produzir uma unidade a mais
de seu produto. A receita será acrescida de um valor
equivalente ao preço de venda do produto, enquanto que
os custos aumentarão em um montante igual aos custos
variáveis unitários. A diferença é justamente a margem de
contribuição unitária.
A margem de contribuição na visão de Garrison, Noreen e Brewer
(2013), deve ser utilizada, primeiro para cobrir os custos e despesas fixas
e só então o montante que sobra irá para o lucro. Então, se a margem de
contribuição não foi o suficiente para pagar os custos e despesas fixas, a
empresa terá prejuízo econômico no período.
Figura 4: Comparação da fórmula da MC total e unitário.Fonte: http://www.attivup.com.br/margem-de-contribuicao-simulador/, 2017.
Além de calcular a MC total ou unitária, também é possível calcular a
margem de contribuição percentual. A Figura 5 apresenta as formulas para
o cálculo da MC percentual.
307
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 5: Fórmulas de índice de margem de contribuição unitária e total.Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75901967000300003, 2017.
Um acompanhamento periódico da Margem de Contribuição é
importante, pois, assim que haver alguma alteração, a empresa pode
rapidamente analisar o motivo dessa alteração e fazer ajustes que
contribuirão para o desenvolvimento da empresa. Ferreira (2007), diz que
quando há queda na MC, devem ser analisados as receitas e os custos
variáveis, para verificar se é viável ou não dar continuidade no produto
que apresentou a queda.
Com o cálculo da margem de contribuição, sobre cada segmento
de produtos comercializados, é possível então saber qual segmento de
produto, contribui mais para cobrir as despesas fixas e assim poder avaliar
qual o segmento de produto contribui mais para a lucratividade da empresa.
Evidenciando desta forma a viabilidade de manter a comercialização de
determinado segmento de produto.
3 METODOLOGIA
A abordagem desta pesquisa é qualificada como mista, pois contém
308
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
características qualitativas e quantitativas. A pesquisa quantitativa utiliza
técnicas estatísticas, partindo do princípio que tudo pode ser quantificado
transformando as opiniões e informações em números para tornar possível
classificar e analisar esses dados, então sua característica é quando
esses dados podem ser mensurados. Já a abordagem qualitativa pode ser
definida como aquela que busca entender um fenômeno específico em
profundidade, trabalhando com descrições, comparações, interpretações
e atribuição de significado (CRUZ, 2009).
A pesquisa ainda se caracteriza quanto ao seu objetivo como sendo
descritiva, Andrade (2010, p. 112), explica que “neste tipo de pesquisa, os
fatos são observados, registrados, analisados, classificados e interpretados,
sem que o pesquisador interfira neles.”.
Quanto aos procedimentos técnicos adotados na pesquisa são: Pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental e estudo de caso.
A coleta de dados na presente pesquisa será feita através de documentos.
Serão utilizados nesta pesquisa, documentos pessoais, documentos
administrativos, sistema, relatório de vendas, balanço, relatório de estoque
dentre outros.
A análise efetuada na presente pesquisa será documental, pois os
dados a serem analisados são os relatórios financeiros da empresa. Os
relatórios financeiros também são denominados como demonstrações
contábeis e serve para suprir as necessidades informacionais dos usuários
internos e externos, entre esses relatórios estão, o balanço patrimonial,
demonstração de resultado, demonstração do fluxo de caixa, notas
explicativas entre outros (RODRIGUES; GOMES, 2014). Os resultados
serão explanados através de tabelas estatísticas elaboradas com base nos
documentos coletadas para possibilitar a compreensão e a analise dos
dados e resultados.
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Para alcançar os resultados desta pesquisa, foi solicitado à empresa
309
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
alguns relatórios e informações, como o relatório de todas as vendas
efetuadas de janeiro a junho de 2018, também os custos de compra de
cada produto e o relatório de custos e despesas que a empresa obteve
neste período. Através destes relatórios e informações foi possível elaborar
uma planilha com todos os produtos vendidos pela empresa, separados
por seus respectivos segmentos, que são eles as armações, óculos solar,
relógios, lentes e um segmento caracterizado como diversos.
Tabela 1: Receita mensal por segmento de produto.
Armação Solar Relógios Diversos Lentes Total
JaneiroQtde 20 18 7 21 27 93
Receita 5.601,50 7.866,00 1.553,00 364,00 8.606,50 23.991,00
FevereiroQtde 30 8 5 35 35 113
Receita 8.791,50 3.530,50 1.084,00 898,50 15.748,50 30.053,00
MarçoQtde 34 12 6 10 42 104
Receita 8.262,17 4.079,00 1.446,00 139,67 16.365,17 30.292,01
AbrilQtde 52 20 7 14 69 162
Receita 16.699,67 7.737,00 1.813,00 1.890,00 22.882,34 51.022,01
MaioQtde 30 17 26 29 33 135
Receita 9.315,00 7.431,00 6.948,00 3.619,00 13.267,00 40.580,00
JunhoQtde 31 10 11 48 47 147
Receita 9.565,00 3.816,00 2.942,00 5.165,00 18.620,00 40.108,00
TotalQtde 197 85 62 157 253 754
Receita 58.234,84 34.459,50 15.786,00 12.076,17 95.489,51 216.046,02
Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
O segmento que representa maior fonte de faturamento para a empresa
são as lentes, nos seis meses analisados este segmento foi responsável
310
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
por 44,2% do faturamento da empresa. Enquanto o segmento diversos
corresponde a apenas 5,6%.
Gráfico 1: Comparativo mensal de faturamento por segmento de produto.Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
O segmento que apresentou maior oscilação no semestre foi o de
óculos solar em janeiro esse segmento representava 33% das vendas um
total de R$7.866,00, em junho esse percentual atingiu apenas 10% das
vendas somando um montante de R$3.816,00 essa oscilação nas vendas
se dá, pois o auge das vendas de óculos solar é no verão, passando esse
período as vendas deste segmento de produto naturalmente sofrem
quedas relevantes. O segmento armação apresentou o menor nível de
oscilação, representando entre 23% e 33% do total das receitas mensais.
Durante a busca sobre as receitas, foi identificado que a empresa
apresenta divergência entre a informação contábil e gerencial, a receita no
relatório gerencial esta maior, diante disso foi necessário efetuar a apuração
correta dos impostos, pois os mesmos impactam diretamente no cálculo
da margem de contribuição. Para efetuar o cálculo, foi utilizada a tabela do
anexo I do simples nacional 2018, onde inclui empresas do comércio.
311
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Tabela 2: Cálculo do Simples Nacional.
Simples Nacional Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Receita Bruta 316.957,03 329.053,03 336.600,03 341.740,04 379.413,05 389.615,05
Receita Mensal 23.991,00 30.053,00 30.292,01 51.022,01 40.580,00 40.108,00
Valor a deduzir 5.940,00 5.940,00 5.940,00 5.940,00 13.860,00 13.860,00
Alíquota 7,30% 7,30% 7,30% 7,30% 9,50% 9,50%
Alíquota Efetiva 5,43% 5,49% 5,54% 5,56% 5,85% 5,94%
Total de Impostos 1.301,73 1.651,36 1.676,75 2.837,76 2.372,71 2.383,48
Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
A comissão também representa uma despesa variável interferindo
diretamente no calculo da margem de contribuição. A despesa da
empresa com comissões aos vendedores é de 1,5% sobre o total das
vendas independente do produto vendido. A tabela 3 demonstra então, as
despesas com comissões sobre cada segmento de produto mensalmente.
Tabela 3: Cálculo da comissão sobre a receita.
Armação Solar Relógios Diversos Lentes Total
JaneiroReceita 5.601,50 7.866,00 1.553,00 364,00 8.606,50 23.991,00
Comissão 84,02 117,99 23,30 5,46 129,10 359,87
FevereiroReceita 8.791,50 3.530,50 1.084,00 898,50 15.748,50 30.053,00
Comissão 131,87 52,96 16,26 13,48 236,23 450,80
MarçoReceita 8.262,17 4.079,00 1.446,00 139,67 16.365,17 30.292,01
Comissão 123,93 61,19 21,69 2,10 245,48 454,38
AbrilReceita 16.699,67 7.737,00 1.813,00 1.890,00 22.882,34 51.022,01
Comissão 250,50 116,06 27,20 28,35 343,24 765,33
MaioReceita 9.315,00 7.431,00 6.948,00 3.619,00 13.267,00 40.580,00
Comissão 139,73 111,47 104,22 54,29 199,01 608,70
312
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
JunhoReceita 9.565,00 3.816,00 2.942,00 5.165,00 18.620,00 40.108,00
Comissão 143,48 57,24 44,13 77,48 279,30 601,62
Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
Através dos dados levantados por meio dos relatórios gerenciais da
empresa e dos cálculos efetuados na pesquisa, foi possível elaborar uma
planilha detalhada com base nas receitas e custos variáveis incorridos pela
empresa e assim calcular a margem de contribuição de cada segmento de
produto, desmembrando esses dados mensalmente e apresentando de
forma individual cada segmento de produto comercializado pela empresa.
Tabela 4: Cálculo Margem de Contribuição mensal por segmento.
Lentes
Qtde Receita Custo Comissão Impos-tos MC Total MC %
Janeiro 27 8.606,50 4.137,48 129,10 466,98 3.872,94 45,00%
Fevereiro 35 15.748,50 4.099,59 236,23 865,35 10.547,33 66,97%
Março 42 16.365,17 5.555,37 245,48 905,86 9.658,46 59,02%
Abril 69 22.882,34 4.176,21 343,24 1.272,68 17.090,22 74,69%
Maio 33 13.267,00 5.081,02 199,01 775,72 7.211,25 54,35%
Junho 47 18.620,00 5.591,71 279,30 1.106,52 11.642,47 62,53%
Total 253 95.489,51 28.641,38 1.432,34 5.393,11 60.022,67 62,86%
313
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Armação
Janeiro 20 5.601,50 1.686,00 84,02 303,93 3.527,54 62,97%
Fevereiro 30 8.791,50 2.729,27 131,87 483,08 5.447,28 61,96%
Março 34 8.262,17 2.367,00 123,93 457,34 5.313,90 64,32%
Abril 52 16.699,67 5.880,50 250,50 928,81 9.639,87 57,72%
Maio 30 9.315,00 3.382,00 139,73 544,65 5.248,63 56,35%
Junho 31 9.565,00 3.239,00 143,48 568,41 5.614,11 58,69%
Total 197 58.234,84 19.283,77 873,52 3.286,22 34.791,33 59,74%
Óculos Solar
Janeiro 18 7.866,00 3.064,00 117,99 426,80 4.257,21 54,12%
Fevereiro 8 3.530,50 1.369,00 52,96 193,99 1.914,55 54,23%
Março 12 4.079,00 1.701,00 61,19 225,78 2.091,03 51,26%
Abril 20 7.737,00 3.068,00 116,06 430,32 4.122,63 53,28%
Maio 17 7.431,00 3.050,00 111,47 434,49 3.835,05 51,61%
Junho 10 3.816,00 1.636,00 57,24 226,77 1.895,99 49,69%
Total 85 34.459,50 13.888,00 516,89 1.938,16 18.116,44 52,57%
Relógios
Janeiro 7 1.553,00 664,50 23,30 84,26 780,94 50,29%
Fevereiro 5 1.084,00 496,90 16,26 59,56 511,28 47,17%
Março 6 1.446,00 661,85 21,69 80,04 682,42 47,19%
Abril 7 1.813,00 765,90 27,20 100,84 919,07 50,69%
Maio 26 6.948,00 2.915,85 104,22 406,25 3.521,68 50,69%
Junho 11 2.942,00 1.216,45 44,13 174,83 1.506,59 51,21%
Total 62 15.786,00 6.721,45 236,79 905,79 7.921,97 50,18%
314
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Diversos
Janeiro 21 364,00 134,00 5,46 19,75 204,79 56,26%
Fevereiro 35 898,50 313,30 13,48 49,37 522,35 58,14%
Março 10 139,67 54,70 2,10 7,73 75,14 53,80%
Abril 14 1.890,00 1.371,00 28,35 105,12 385,53 20,40%
Maio 29 3.619,00 1.571,30 54,29 211,60 1.781,81 49,23%
Junho 48 5.165,00 2.077,80 77,48 306,94 2.702,79 52,33%
Total 157 12.076,17 5.522,10 181,14 700,51 5.672,42 46,97%
Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
Com base nos cálculos efetuados, o resultado encontrado mostra que
as lentes são o segmento de produto mais lucrativo para a empresa, pois a
margem de contribuição total dos seis meses analisados deste segmento é
de 60.022,67 representando uma media de 62,86%.
Tabela 5: Margem de contribuição percentual.
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total
Lentes 45,00% 66,97% 59,02% 74,69% 54,35% 62,53% 62,86%
Armações 62,97% 61,96% 64,32% 57,72% 56,35% 58,69% 59,74%
Óculos Solar 54,12% 54,23% 51,26% 53,28% 51,61% 49,69% 52,57%
Relógio 50,29% 47,17% 47,19% 50,69% 50,69% 51,21% 50,18%
Diversos 56,26% 58,14% 53,80% 20,40% 49,23% 52,33% 46,97%
Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
As lentes são um segmento de produto com diversas peculiaridades
que interferem diretamente no preço do produto e também em seu custo,
como: Se a lente é pronta ou fabricada, material utilizado na fabricação,
revestimento antirreflexo, grau da lente, pois influenciará na sua espessura,
lente fotossensível, lente para visão simples ou multifocal. Apesar de todas
315
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
essas variações que refletem também no resultado financeiro, a lente
apresenta a maior fonte de receita em todos os meses analisados e também
maior margem de contribuição total. A margem de contribuição percentual
deste segmento foi a maior nos messes de fevereiro, abril e junho e ficou
em segundo lugar nos meses de março e maio, conforme gráfico 2.
Gráfico 2: Comparativo dos segmentos com maior margem de contribuição.Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2018.
O segmento que apresentou também uma boa margem de contribuição
ficando em 2º lugar nas analises foram as armações, quanto a analise
percentual esse segmento, se destacou apresentando maior índice em
janeiro, março e maio.
316
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Gráfico 3: Comparativo do segmento com menor margem de contribuição.Fonte: Elaborado pela acadêmica.
Com base nos dados é possível verificar que os dois segmentos que
geram menor lucratividade para a empresa são os relógios e diversos. Entre
eles o segmento diversos na média semestral apresentou a pior margem de
contribuição total de 5.672,42 e o índice percentual de 46,97%. O segmento
diversos ainda contou com o pior índice do período analisado, no mês de
abril atingindo 20,4%. O pior índice percentual mensal foi encontrado no
segmento diversos em abril e maio e no segmento relógio em fevereiro e
março. Apesar de apresentarem os menores os índices e serem a menor
fonte de receita, a empresa conta com este segmento pra tornar seu mix
de produtos mais completo e também conquistar novos clientes através da
venda desses produtos.
4.1 EMPRESA ESTUDADA
A Ótica Klins é uma empresa que atua no comércio varejista de artigos
em ótica, iniciou suas atividades no dia 19 de junho de 2016 e fica localizada
na cidade de Tijucas – SC. Trabalha oferecendo uma grande quantidade
317
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de opções em lentes, armações, óculos solar e relógios para os mais
diversos públicos e estilos. A loja conta com atendimento diferenciado de
profissionais especialistas na área de óptica e tem planos de expansão para
levar esse atendimento diferenciado com qualidade conhecimento e saúde
visual para outras regiões.
Figura 6: Logotipo Ótica KlinsFonte: https://www.facebook.com/%C3%93tica-Klins-1720337224872549/, 2018.
A empresa surgiu através do desejo de duas irmãs, Karine dos Santos
e Aline dos Santos, que possuíam experiência na área e amor à profissão
e com muito esforço e determinação fizeram esse sonho tornar realidade,
contando com ajuda de sua mãe, Denise dos Santos, que foi peça
fundamental para a concretização deste sonho. O nome Klins teve origem
através da junção do nome das duas sócias, Karine, Aline e Santos.
A empresa utiliza o marketing digital como forma de divulgar seus
produtos, fazendo uso incessante das mídias sociais, para popularizar
sua marca, divulgar seus produtos e ainda contribuir com dicas tanto de
estética, quanto de saúde visual. Todo esse olhar cuidadoso tem trazido
bons frutos. A empresa foi nomeada com certificado de empresa destaque,
por ter sido a mais almejada em seu ramo de atividade no ano de 2017
na cidade de Tijucas - SC. Certificado Lotus Pesquisas, concedido pela
empresa R & C publicidade e pesquisa LTDA.
318
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da elaboração desta pesquisa foi possível compreender a
importância que o cálculo da margem de contribuição tem na vida
financeira de uma empresa. O problema de pesquisa abordado neste
artigo foi elucidado através dos estudos aprofundados sobre a margem
de contribuição, evidenciando que através do cálculo de margem de
contribuição é possível avaliar qual segmento de produto comercializado
pela empresa, contribui mais para pagar seus custos fixos e como
consequência, gerar maior lucratividade para a empresa.
Por meio dos cálculos efetuados, concluiu-se que o segmento de
produtos que apresenta a maior margem de contribuição na empresa
estudada, nos seis meses analisados, foi o segmento de lentes. Este
segmento apresentou maior margem de contribuição nos meses de
fevereiro, abril e junho quando comparado aos segmentos de armações,
óculos solar, relógios e o segmento diversos. Apresentando percentual
respectivo de 66,97%, 74,67% e 62,53%. Mesmo nos meses em que não
apresentou o maior índice, o segmento de lentes atingiu margem de
contribuição superior a 45%. Então, através desses índices atingidos a
contribuição total dos seis meses analisados deste segmento, ficou em R$
60.022,67, representando uma media de 62,86%. Em media semestral o
segmento de lentes apresentou 3,12% maior de margem de contribuição,
quando comparado ao segmento de armações, sendo este o segmento que
apresentou a segunda maior margem de contribuição quando comparado
aos demais segmentos, totalizando 59,74%.
Este estudo contribui para a tomada de decisão na empresa Ótica Klins,
pois evidencia que o segmento que merece maior esforço de vendas e
investimento em estoque, sendo ele o segmento de lentes, pois apresentou
maior margem de contribuição para a empresa. Caso a empresa necessite
fazer algum corte em seu mix de produto ou reduzir o investimento ao
adquirir estoques, através da margem de contribuição indica-se essa
contenção no segmento diversos, que é composto por jóias e acessórios
319
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
para óculos, pois foi o que apresentou menor média de margem de
contribuição atingindo 46,97%. As informações geradas pela pesquisa
contribuirão então para o processo de tomada de decisão da empresa.
Esta pesquisa contribui também pra o leitor que tenha interesse em
aplicar o método utilizado nesta pesquisa em outro estudo, ampliando ou
complementando este artigo. Além de auxiliar o empresário que pretenda
analisar a margem de contribuição de seus produtos, pois o artigo evidencia
todas as etapas para aplicação do calculo da margem de contribuição.
Os resultados da pesquisa foram apresentados para os sócios da
empresa, que afirmaram já imaginar que o segmento de lentes alcançava
o maior índice de margem de contribuição, mas não havia nenhum
controle desse índice pela empresa, então os percentuais não eram
conhecidos. Os sócios também pontuaram que os surpreendeu a variação
da margem de contribuição de cada segmento de um mês para o outro e
que acreditavam que os índices fossem mais estáveis. Diante disso foram
disponibilizadas, para a empresa, as planilhas para que assim possa manter
um acompanhamento desses índices e dessa forma contribuir para uma
tomada de decisão mais segura por parte da empresa.
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323
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
INDICADORES DE DESEMPENHO DO BALANCED SCORECARD (BSC) COMO SUPORTE AO PROCESSO DECISÓRIO NA GESTÃO ESTRATÉGICA: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA CP COMERCIAL S/A
AUTORES: Fabio Paradela Lobo ¹
Prof. MSc Aloísio Grunow ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor e coordenador do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
324
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMO Uma das características do ambiente empresarial é a competitividade,
fato esse que faz com que as instituições necessitem constantemente se
renovarem e busquem iniciativas para evoluir e apresentar diferenciais que
a destaquem no mercado. Uma dessas iniciativas é o Balanced Scorecard
(BSC), uma metodologia de planejamento estratégico, na qual a entidade
define suas metas e estratégias para medir o desempenho empresarial
através de indicadores quantificáveis e verificáveis. O presente artigo
traz um estudo feito nos indicadores de análise da empresa CP Comercial
S/A baseado no conceito do BSC, com o objetivo geral de verificar a
influência que os seus indicadores exercem sobre as decisões dos gestores.
Para tanto, se desenvolveu uma pesquisa de abordagem qualitativa, de
objetivo descritiva e aplicada, com procedimentos de estudo de caso
e ação, e a realização feita por meios bibliográficos e documental. O
estudo comprovou que os indicadores utilizados pela empresa estão
alinhados com as perspectivas do Balanced Scorecard, porém, existem
ainda alguns indicadores que podem ser incluídos para que se fortaleça o
monitoramento das operações e a análise gerencial. Ainda, se identificou
que se implementada, ela pode contribuir no processo de tomada de
decisão, pois a ferramenta permite equilibrar as dimensões financeiras e
não financeiras da empresa, concedendo ao administrador informações
para monitorar a organização com o balanceamento da visão financeira
e operacional e em um âmbito de curto e longo prazo, se tornando
indispensável no processo organizacional de empresa.
Palavras-chave: Análise. Balanced ScoreCard. Gestão Estratégica.
Indicadores. Planejamento.
325
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
A cada dia que passa a concorrência entre as organizações está mais
acirrada e, para que as empresas se mantenham no topo, é necessário
inovação e comprometimento. As organizações buscam incansavelmente
por um diferencial que as destaque dos concorrentes. Para alcançar esta
posição almejada por muitos, o administrador precisa de uma ferramenta
que o permita alinhar o planejamento e a execução das ações e monitorar
os resultados de forma contínua, para que caso haja a necessidade, ele
possa mudar ou adaptar com maior rapidez a estratégia até então utilizada,
sem que tenha prejuízos significativos.
Pensando nisso, os indicadores de desempenho surgem como uma
ferramenta estratégica para as organizações. Esses indicadores de
desempenho, também conhecidos como perspectivas, que na visão de
Kaplan e Norton (1997), são sistemas de medição do desempenho em áreas
críticas da empresa como clientes, mercado, processos, fornecedores, etc. Os
indicadores de desempenho permitem ao gestor verificar o comportamento
da empresa no dia-a-dia, pois ele alinha os resultados da empresa com
as metas traçadas, buscando identificar falhas. Assim, neste conceito de
controle, ele terá a sua disposição diariamente o resultado dos indicadores
que forem estabelecidos, e desta forma, acompanhar nível do trabalho
realizado em todos os segmentos da instituição. Para transformar o sonho
em realidade é preciso agir. A estratégia é o planejamento de como fazer a
transformação. O Balanced Scorecard permite transformar a visão de futuro
em um conjunto de objetivos e metas a serem atingidos no presente.
Tendo em vista o grau de competitividade do mercado empresarial,
toda e qualquer ferramenta que venha a agregar conhecimento e abrir
novas possibilidades de análise de gestão, é muito bem aceita. Desta
forma, o Balanced Scorecard tem muito a contribuir nas empresas, sendo
ela de pequeno ou grande porte. Neste contexto, o presente artigo tem
como meta responder o seguinte questionamento: Como os indicadores
de desempenho do Balanced Scorecard podem contribuir no processo
326
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
decisório da gestão estratégica na empresa CP Comercial S/A?
A aplicação desse estudo se justifica, pois, apesar de que essa técnica
tenha sido desenvolvida no início da década de 90, poucos gestores tem
o conhecimento e são raras as ocasiões onde o mesmo tem o domínio
suficiente para que ela seja colocada em prática, Vergara (1997, apud
BEUREN 2006, p. 66), “Menciona que o autor do trabalho deve justificar
seu estudo, apontando-lhe contribuições de ordem prática e ao estado
da arte na área em que está buscando formação acadêmica”. Assim,
o presente tema é justificado para a empresa, pois, sua aplicação é de
extrema importância para a tomada de decisão na instituição, além de
que sua realização agregará conhecimento teórico e prático de uma nova
técnica, e que ao término do trabalho esse conhecimento se tornará um
diferencial no currículo do acadêmico.
O artigo tem como objetivo verificar a influência que os indicadores
do Balanced Scorecard exercem sobre as decisões dos gestores, utilizando
o conceito das quatros perspectivas do Balanced Scorecard, visando uma
melhora no processo decisório da empresa CP Comercial S/A. Para tanto,
surgem os objetivos específicos de conceituar os critérios de avaliação das
perspectivas do Balanced Scorecard, mapear os indicadores utilizados na
em empresa CP Comercial S/A por meio de mapeamento e delimitação
dos indicadores, analisar se os indicadores levantados estão alinhados
com a visão proposta pela empresa, identificar quais perspectivas podem
ser aperfeiçoados, e posteriormente propor possíveis indicadores para
melhorar a análise.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo, é discorrida a fundamentação teórica, capítulo esse
que tem o intuito de embasar o assunto objeto da pesquisa, além de trazer
credibilidade as informações aqui apresentadas. Toda fundamentação
teórica traduz-se em fazer revisão de textos em livros, artigos, revistas,
jornais entre outros, a fim de apresentar as interpretações sobre o assunto
327
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
tema do trabalho de pesquisa, com base nas teorias já existentes. E que
de acordo com Mello (2006, p. 86) “A fundamentação teórica apresentada
deve servir de base para a análise e interpretação dos dados coletados na
fase de elaboração do relatório final”.
Ainda neste tema, a fundamentação teórica, apresenta toda uma
evolução percorrida pela contabilidade ao longo da história, além de
demonstrar sua visão e seus conceitos em relação a contabilidade
gerencial. Nesse sentido, a fundamentação teórica também tem o objetivo
de discorrer sobre as funções da contabilidade gerencial, e o quão ela se
faz importante para os empresários e administradores no momento da
análise do resultado e a tomada de decisão dentro das instituições.
2.1 HISTÓRIA E CONCEITOS DA CONTABILIDADE
A Ciência Contábil se originou na necessidade de o homem fazer o
controle e os registros das suas atividades comerciais. De forma que o
homem começava a possuir maior quantidade de valores, ele começou a se
preocupar em saber qual era o seu lucro e como faria para aumentar o seu
patrimônio, e foi tentando encontrar uma maneira de garantir o seu futuro
que levou o homem aos primeiros registros contábeis, esses registros
tinham o intuito de que ele pudesse conhecer as suas reais possibilidades
de uso, de consumo, de produção etc. De acordo com Iudícibus (2005, p.
31), “a contabilidade é tão antiga quanto o próprio homem que pensa”.
Quando se fala na origem da contabilidade, é quase impossível não
citar Luca Pacioli e as famosas partidas dobradas, porém, tudo se inicia
muito antes dessa revolução. Muitos autores mencionam que se tenham
indícios de que os procedimentos contábeis já eram usados muitos anos
a.C e que o próprio homem pré-histórico já fazia o uso desses artifícios
contábeis como benefício para o seu dia-a-dia. Conforme o referido autor:
[...] o homem primitivo, ao inventar o número de
ferramentas de caça e pesca disponível, ao contar seus
328
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
rebanhos, ao enumerar suas ânforas de bebidas, já estava
praticando de uma forma rudimentar de contabilidade.
É possível localizar os primeiros exemplos completos de
contabilização, portanto, seguramente no terceiro milênio
antes de Cristo, na civilização da Suméria e da Babilônia
(hoje Iraque) no Egito e na China.
Mesmo antes que a Europa emergisse com a sua contribuição para
a evolução da contabilidade, o Oriente Médio e no Extremo Oriente, a
Dinastia Shang na China datam movimentos a 1.600 a.C, além de registro
da cultura da Índia a partir de 2.300 a.C, até as próprias pirâmides do
Egito confirmam o quão antigo são os conhecimentos dessas civilizações.
“À medida que a história da contabilidade é apresentada pelos livros e as
várias teorias que surgem, fica evidente que a contabilidade que temos
hoje é um produto feito por muitas mãos” (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
Até o surgimento da moeda, não se tem um momento marcante na
evolução da contabilidade, pois naquela época os negociantes controlavam
o que possuíam como bens, direitos e obrigações perante as outras pessoas,
mas isso se tratava apenas de um controle dos montantes físicos, sem
nenhuma forma de avalição dos valores desse patrimônio.
Deste então a contabilidade vem evoluindo, pois já na antiguidade a
preocupação com as riquezas e propriedade já existiam, e isso ocorre até
hoje. Iudicíbus (2015), comenta que foi na Grécia antiga que todo esse
conhecimento começou a ser unificado e utilizado graças ao conhecimento
de vários filósofos e matemáticos, e com a criação de um grande império
por parte de Alexandre, o Grande, época em que foi fundada a cidade de
Alexandria, além de uma extraordinária biblioteca, com mais de 500 mil
manuscritos, vários registros contábeis data esse período.
O próximo passo de destaque na história da contabilidade se dá na
Itália, onde o desenvolvimento econômico e cultura tiveram um grandioso
crescimento, nas cidades de Veneza, Gênova, Florença, Pisa e outras e
outras da Europa, fervilhavam os mais diversos tipos de atividades como
329
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
a mercantil, econômica e cultural, fortemente a partir do século XIII até
o início do século XVII, neste período foi representado pelo o que mais
avançado poderia existir, na época, em termos de empreendimentos
comerciais e industriais, período este que ficou conhecido como Escola
Italiana. Foi nesse período que o Frei Luca Pacioli publicou sua obra
Tractatus de computis et scripturis, provavelmente um dos primeiros
a dar uma exposição completa e com muitos detalhes da contabilidade
(IUDICÍBUS, 2015).
Após a divulgação da obra de Luca Pacioli no século XV onde exibia
de forma compreensiva o método das partidas dobradas, que teve uma
grande disseminação por toda Europa, a contabilidade entrou em outro
período, que é conhecido como o período científico, este momento se dá
também na Itália, país que dominou a este cenário que se perpetuou pelo
menos até o início do século XX.
Na Itália, divulgou-se o método das partidas dobradas.
Na França e Alemanha, várias correntes de estudiosos
foram desenvolvidas. Na Inglaterra, desenvolveram-se
fortemente os procedimentos de auditoria e lá, como se
acabou de observar, teve o início a Revolução Industrial,
que desencadeou uma série de outros eventos que
impulsionaram grandemente a contabilidade. No entanto,
paulatinamente o continente europeu foi perdendo a
hegemonia das questões contábeis para os Estados Unidos,
principalmente no século XX (COELHO e LINS, 2010p. 133).
A partir de então, os Estados Unidos com o surgimento das grandes
corporações, além do excelente desenvolvimento do mercado de capitais
e o extraordinário ritmo em que o país se desenvolvia, tudo isso fornecia
o cenário ideal para o avanço das teorias e práticas contábeis norte-
americanas, pois além de todo o aprendizado que teve com a escola italiana,
os Estados Unidos, também já herdará da Inglaterra um conhecimento
330
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
tradicional no campo da auditoria (IUDICÍBUS, 2015).
O grande crescimento do país, fez com que a instituições econômicas
e sociais também evoluíssem, neste momento a contabilidade mudou de
patamar, e começou a ser padronizada, desta forma começaram surgiram
instituições de desenvolvimento e regulamentação, assim, o governo, as
universidades e os institutos de contadores começam a investir para que
se possam financiar pesquisas sobre os princípios contábeis. Além do
planejamento para investir no crescimento da contabilidade no país, os
Estados Unidos tinhas outros aspectos que os favoreceram no crescimento
da contabilidade.
Quadro 01 - Aspectos que favoreceram o crescimento da contabilidade norte-americana.Fonte: Adaptado de Coelho e Linz, P. 134, 2010.
Como se nota no Quadro 01, vários foram os fatores para que os
Estados Unidos tivesse um favorecimento no que tange o crescimento da
contabilidade, e fatores como o territorial, social, político, educacional
e económicos foram os divisores de água nesse aspecto. Devido essas
demandas, havia por parte dos investidores norte-americanos uma
insatisfação quanto às informações contábeis, fato que aumentava a
331
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pressão para que se desenvolvesse cada dia mais as técnicas nessa área.
E assim se faz até os dias de hoje, o progresso que os Estados Unidos
alcançaram devido seu engajamento, as grandes quantias ainda investidas
na pesquisa contábil e a posição de potência econômica mundial que
sustenta anos após ano, dificilmente deixará a escola norte-americana
de continuar a produzir notáveis progressos na área da contabilidade
(IUDICÍBUS, 2015).
No Brasil pode se dizer que é um país novo comparado a outras nações
que existe antes mesmo no início da era cristã, com mais de 2.000 anos
de existência, além disso, o Brasil foi por muito tempo colônia portuguesa
e não um país independente, porém, este mesmo fato, fez com que a
influência que a escola italiana exercia sobre Portugal devido à sua
proximidade, também influenciou o Brasil.
Sobre o início da profissão aqui no país, o comércio local desenvolve-
se de maneira mais efetiva somente com a chegada da corte portuguesa
em 1808 e a decretação da abertura dos portos, os profissionais eram
conhecidos como guarda-livros e se encarregavam da escrituração dos
livros mercantis, e certamente esses profissionais já exerciam essa atividade
desde 1549, pois naquela época D. João III fez a primeira nomeação para
guarda-livros e contador geral, que era a mesma função do guarda-livros,
porém ele atual na área pública, porém, somente em 1870 por meio da Lei
1.083 determinou-se o reconhecimento oficial da Associação dos guarda-
livros da Corte (COELHO e LINS, 2010)
No que se tem registro, a primeira escola especializada no ensino da
contabilidade no Brasil foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada
em 1902, porém, em 1946 com a inclusão do curso de Ciências Contábeis e
Atuariais na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da USP
que o Brasil começou a avançar na área da contabilidade, com professores
se dedicando em tempo integral nas pesquisas e na produção de artigos e
escrevendo teses de alto valor.
No século XX, tiveram duas décadas marcadas como pontos
importantes para a contabilidade, pois em 1940, foi é editado o Decreto-
332
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
lei 2.627, a primeira Lei de Sociedade por Ações. A partir desse momento
haviam normas regulamentadoras no Brasil, já em 1946 foi criado o
Conselho Federal de Contabilidade. Em 1972 obtiveram publicações de
legislações pelo Banco Central do Brasil, onde se delimitava algumas
atribuições para os contadores, como a de auditoria contábil, que somente
poderiam ser realizadas pelos mesmos.
Na década de 1970 também foi aprovada a Lei 6.404 que regulamenta
as Sociedades Anônimas. Desde então foi criada a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM) através da Lei 6.385, além das IASC, onde foram publicadas
as primeiras normas contábeis internacionais (International Accounting
Standards – IAS), que se manteve até 2001. Logo após, a comunidade
empresarial internacional concordou que deveria dar maior atenção no que
diz respeito à criação dessas normas internacionais, onde a partir de então foi
criado uma Junta de Monitoramento (Monitoring Board), formando-se então a
Junta de Normas Internacionais de Contabilidade a International Accounting
Standards Board – IASB (LEMES e CARVALHO, 2010).
Atualmente todos os pronunciamentos internacionais publicados pelo
IASB são chamados de International Financial Reporting Standards – IFRS.
Esses pronunciamentos servem para globalizar as empresas e padronizar
suas práticas contábeis e fiscais.
De acordo com COELHO e LINS (2010, p. 166):
Tais eventos motivaram a expansão do mercado de trabalho
da profissão contábil, colaborando ainda para que os
profissionais se preocupassem em adquirir rapidamente os
conhecimentos específicos apresentados na lei.
A partir de então, gerou uma pressão para que os profissionais
da contabilidade se capacitassem e seguissem o estudo da educação
continuada, prática essa, que virou obrigatoriedade para os profissionais
no Brasil. Com isso, a contabilidade vem se adaptando, evoluindo
constantemente, com o objetivo de se tornar uma só em todo o mundo.
333
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
2.2 CONTABILIDADE GERENCIAL, FINANCEIRA E CONTROLADORIA
Para a contabilidade a informação é a base tudo, ela é a reunião de
dados e conhecimentos organizados de um determinado acontecimento, e
que, provavelmente, a contabilidade não existiria sem a mesma. E para que
a informação tenha alguma utilidade, várias tratativas devem ser feitas,
buscando reduzir as incertezas presentes nela e deixando-a lapidada,
para que o usuário possa utiliza-la como base de suas ações. Conforme
Padovese (2009, p. 6):
[...] em relação à informação e a construção de sistemas
de informações, o contador deve estar menos preocupado
com minimizar o custo da informação e mais preocupado
em descobrir o nível ótimo de produção de informação.
Deste modo, a informação se faz um alicerce principal
para a área da contabilidade, sendo que sem ela, tanto
a contabilidade financeira quando a gerencial não teria
material para realizar suas demonstrações e análises.
A informação está diretamente ligada a contabilidade gerencial, uma
ferramenta indispensável para o controle de um empreendimento. Ela é
associada ao crescimento do capitalismo industrial e surgia da necessidade
do gerenciamento contábil interno em função da complexidade dos
processos de produção. Ela permite, que através de relatórios possa se
extrair uma série de informações importantes para a tomada de decisão,
onde é possível controlar o andamento e acompanhar todas as operações
existentes na companhia. E que de acordo com PADOVESE (2009, p. 9,
apud IUDÍCIBUS, 1998, p. 15):
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada,
superficialmente, como um enfoque especial conferido a
334
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e
tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de
custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados
numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais
analítico ou numa forma de apresentação e classificação
diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das
entidades em seu processo decisório.
Assim, o processo da contabilidade gerencial consiste em identificar,
mensurar, acumular, analisar, interpretar, avaliar e fazer a comunicação
junto aos administradores, gerentes e sócios de todos os eventos
econômicos que ocorreram e ainda estão ocorrendo dentro das empresas.
A contabilidade gerencial está diretamente ligada à necessidade de
informação para o planejamento e tomada de decisão, preocupando-se de
que suas informações sejam extremamente úteis para a administração que
fazem com que as organizações atinjam seus objetivos.
Já a contabilidade financeira surge da dependência de controle e
como resposta a uma necessidade imposta pela evolução dos negócios e
das sociedades. Dedicada a atender os usuários externos, como bancos,
clientes, fornecedores, investidores, ela presa aos princípios contábeis
e é objeto de crítica por alguns especialistas, uma vez que nem todos os
princípios utilizados, são necessariamente vistos como os mais corretos
em nível conceitual, principalmente o custo histórico em relação a receita.
A contabilidade financeira, apesar de cumprir o seu papel, é tida como
fraca conceitualmente falando para fins de gerenciamento das empresas,
e pode até mesmo induzir os usuários de suas informações ao erro na hora
de tomar as decisões (PADOVESE, 2009).
Conforme o autor, se entende que a contabilidade financeira serve
para estudar o patrimônio das empresas e avaliar seus recursos, além
de permitir uma análise no âmbito comercial e fiscal, mas, o fato de
que a contabilidade financeira muita das vezes é apequenada diante da
contabilidade gerencial parte diretamente no despreparo ou descaso do
335
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
usuário que é o responsável de dispor essas informações, ato esse, que é
atribuído diretamente à classe contábil. E apesar de que a contabilidade
gerencial e a contabilidade financeira serem desenvolvidas para finalidades
diferentes e interpretadas como internas e externas, as duas tem algumas
semelhanças, como a geração de informações para os administradores.
Quadro 02 - Comparação entre Contabilidade Financeira e Gerencial.Fonte: Padoveze, P. 11, 2009.
De acordo com o Quadro 02 ficam evidente algumas poucas semelhantes
e as várias diferenças que compreende a contabilidade financeira e a
gerencial. E apesar das muitas diferenças que abrangem as duas técnicas
da análise da contabilidade, o que pode notar é que as duas são elaboras
para que usuários possam tomar decisões com base em suas informações,
e que partindo desse princípio, seus dados devem ser os mais fidedignos
possíveis com a situação das organizações.
Criada na Inglaterra após a Revolução Industrial, a Controladoria teve
um grande aperfeiçoamento na Europa e nos Estados Unidos. Ela chegou
ao Brasil por meio das grandes empresas que aqui começavam a se destacar
336
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
e necessitavam de uma ferramenta que unisse informações precisas e
confiáveis para o processo de tomada de decisão. Com o aumento da
competitividade e o avanço das tecnologias, a controladoria logo se tornou
um órgão de grande importância e uma ferramenta fundamental para a
sobrevivência, crescimento e consolidação das empresas. Desta forma
Padovese (2009, p. 33 apud HECHERT e WILLSON, 1963):
A controladoria não compete o comando do navio, pois
esta tarefa é do primeiro executivo; representa, entretanto,
o navegador que cuida dos mapas de navegação. É sua
finalidade manter informado o comandante quanto à
distância percorrida, ao local que se encontra, à velocidade
da embarcação, à resistência encontrada, aos desvios da
rota, aos recifes perigosos e aos caminhos traçados nos
mapas, para que o navio chegue ao destino.
Assim, pode ser mencionado que o objetivo controladoria é dar suporte
à gestão de negócios da empresa, assegurando que a instituição possa
atingir seus objetivos. Ela figura como um departamento administrativo de
assessoria a alta administração das organizações, ficando muitas das vezes
foram do setor da contabilidade, e na estrutura organizacional ela se coloca
diretamente ligada presidência das empresas e acima das demais áreas.
337
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Figura 01 - A Controladoria na organização.Fonte: Adaptado de Padoveze, P. 34, 2009.
A imagem acima demonstra qual a colocação da controladoria dentro
da estrutura organizacional da empresa, e ficando claro que ela trabalha
juntamente e de encontro com as ideias da administração, comprometendo-
se sempre a fazer com que a empresa chegue aos seus objetivos traçados.
Conforme Padoveze (2009, p. 35), a missão da Controladoria, como
asseguradora da eficácia empresarial, é uma atividade absolutamente
comprometida com os resultados da entidade.
A controladoria é uma ciência autônoma e não se confunde com a
Contabilidade, apesar de utilizar pesadamente o instrumento contábil,
assim, podendo ser entendida como uma ciência contábil evoluída, e pode
ser definida como a unidade administrativa responsável pela utilização
de todo conjunto da Ciência Contábil dentro da empresa, assim cabe a
controladoria a responsabilidade de implantar, desenvolver, aplicar e
coordenar todo o ferramental da Ciência Contábil dentro da empresa, nas
suas mais diversas necessidades (PADOVESE, 2009).
Para que um departamento onde as funções de planejamento, controle,
processamento de uma considerável quantidade de informações de
diversas áreas, além de diagnósticos e proposições de medidas corretivas
338
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
são primordiais, é preciso profissionais com grande conhecimento e
liderança. Isso é representado pelo papel do controller, que de acordo com
Morante e Fauzi (2008, p. 1), para ser exercida em toda sua plenitude, a
Controladoria precisa ser conduzida por profissional experiente, com
larga vivência em finanças empresárias e uma particular habilidade no
relacionamento com os responsáveis pela gestão.
O controller precisa extrair e consolidar informações, tratar, analisar,
lapidar, e apresentar de maneira clara resumida informações para os gestores
de cada área ou segmento da empresa, porém, suas atribuições vão muito
além dessas já mencionadas. Desta forma, há de se notar que o trabalho
desse profissional é de extrema relevância para que a organização consiga
alcançar seus objetivos, e que para ele deverá conduza essas atividades,
ele deva der competências e habilidades de análise, de formulação de
diagnósticos, elaboração de relatórios e acima de tudo saber lidar com as
dificuldades que serão apresentadas no dia-a-dia da sua função.
2.4 BALANCED SCORECARD (BSC)
O Balanced Scorecard mais conhecido pela sigla BSC, que traduzido
para o português significa Indicadores Balanceados de Desempenho,
é uma metodologia toda voltada à gestão estratégica das organizações
empresariais. O sistema foi criado originalmente pelos professores da
Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, sua criação
vem sendo utilizada como ferramenta central dos respectivos sistemas e
processos gerenciais, nas mais diversas empresas, tanto do setor privado,
público e em organizações não governamentais. Desenvolvido pela
primeira vez 1990, com o objetivo de resolver problemas de mensuração.
Porém, foi se perceptível que, a ferramenta poderia ser utilizada para
outros fins, conforme Kaplan e Norton (2000, p. 8):
“Mas constatamos que as empresas adeptas estavam
usando o Balanced Scorecard para a solução de um
339
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
problema muito mais importante do que a mensuração do
desempenho da era da informação”.
No decorrer do tempo, o BSC se tornou uma ferramenta voltada a
implementar novas estratégias, pois era notável a dificuldade que as
empresas enfrentavam e até muitas vezes fracassavam na tentativa de
executá-la. No entanto se viu que na maioria dos casos o BSC implementava
com êxito novas estratégias e ainda davam retornos positivos em um
período de curto e médio prazo.
Após um período de teste e validações em uma determinada empresa,
no ano de 1992 Kaplan e Norton divulgaram esse novo sistema de media,
que de acordo com Costa (2006, p. 4):
O fundamento do projeto foi o modelo usado pela Analog
Devices para medir o índice de progresso em atividades
de melhoria contínua e o seu scorecard, que continha as
medidas tradicionais financeiras e outras operacionais. O
estudo de Kaplan e Norton foi direcionado para chegar a
um scorecard multidimensional. Posteriormente é que ele
passou a ser chamado de Balanced Scorecard, para indicar a
característica de equilíbrio (balanceamento) entre medidas
de curto e longo prazo, entre as medidas financeiras e a não
financeiras, entre os indicadores de tendência (leading) e
os de ocorrências (langging) e entre as perspectivas interna
e externa de desempenho.
Com a exposição do novo sistema de medição, até então inovadora
e bem diferente do que se vinha sendo utilizados, outros executivos
solicitaram a ajuda e o acompanhamento de Norton e Kaplan para fazer
a implementação em suas empresas. Esses executivos representavam as
corporações Rockwater e a FMC, porém, eles tinham a intenção de utilizar
o scorecard multidimensional balanceado de maneira inovadora, bem
340
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
diferente da que os autores até então vinha propondo, ao invés de utilizá-
lo como um sistema de medição e avaliação de desempenho, a intenção
dos executivos era utiliza-lo de forma a comunicar as estratégias e a elas
alinharem as empresas que dirigiam. O bem-sucedido esforço, foi exposto
em um novo livro de Kaplan e Norton no ano de 1993 (COSTA, 2006).
Em seguida essa nova funcionalidade do BSC, foi comprovada em outras
dez empresas e, que, demonstraram a importância de ser utilizado, e logo
foi constatado que os gestores podiam utilizar o sistema não somente para
comunicar a estratégia das empresas, mas também para gerenciá-la. No BSC
as medidas de desempenho são desenhadas a partir de uma concepção geral
da estratégia da empresa e não a partir de necessidades específicas, ele, não
contém um conjunto de medidas de desempenho genérico, uma vez que
cada empresa tem uma missão, visão e estratégia diferente e, portanto, um
conjunto de medidas diferentes. Conforme Costa (2006, p. 7):
[...] os indicadores que fazem parte do BSC devem ser
construídos de acordo com a missão, estratégia, tecnologia
e cultura da empresa. Diferentes situações de mercado,
estratégias de produtos e ambientes competitivos requerem
diferentes scorecard.
Os indicadores do Balanced Scorecard são conhecidos como
perspectivas, e são focados sobre a missão e a visão da empresa, pois esse
dois são os alicerces das empresas e mostram aonde ela quer chegar. Os 4
indicadores são: financeira, de mercado ou clientes, de processos internos
e perspectiva de crescimento e aprendizado.
3 METODOLOGIA
É necessário demonstrar através da metodologia do estudo, qual o
caminho será percorrido para que se chegue aos resultados esperados. De
acordo com Barros e Lehfeld (2006, p. 2):
341
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
“[...] a metodologia corresponde a um conjunto
de procedimentos a ser utilizado na obtenção do
conhecimento. É a aplicação do método, por meio de
processos e técnicas, que garante a legitimidade científica
do saber obtido”.
Deste modo, quanto à natureza do trabalho, se faz de forma aplicada,
pois a mesma “[...] pode ser definida como conjunto de atividades nas
quais conhecimentos previamente adquiridos são utilizados para coletar,
selecionar e processar fatos e dados, a fim de se obter e confirmar
resultados” (FLEURY; WERLANG, 2016-2017, p.11).
Em relação à abordagem do problema, a forma utilizada foi a qualitativa
com aporte quantitativa, que segundo Beuren (2006, p. 91) “Na pesquisa
qualitativa concebem-se análises mais profundas em relação ao fenômeno
que está sendo estudado”. Ainda no aspecto da abordagem, se faz necessário
à contribuição da análise quantitativa como complemento da pesquisa,
para Oliveira (2010, p. 55) “A pesquisa quantitativa [...] tem sua base nos
instrumentos estatísticos desde a coleta até a análise e tratamento dos
dados, através da mensuração, traduzindo em números as informações”.
Do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa é descritiva e explicativa.
No âmbito da pesquisa explicativa segundo Andrade (2002, p. 20, apud
BEUREN, 2008, p. 82): “a pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais
complexa, pois, além de registrar, classificar e interpretar os fenômenos
estudados, procurar identificar seus fatores determinantes”. Já para
Gil (2010, p. 42) “Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de
outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determina um
fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado”.
Quanto aos procedimentos técnicos, foi utilizada a pesquisa de estudo
de caso e o estudo em ação. Com relação ao estudo de caso, esse se dá por
um tipo de pesquisa que procura definir seus esforços de pesquisa poucos
fatos, desta forma se pode dizer que ela é extremamente concentrada e
focada em um único objetivo (BEUREN 2006). Para Chizotti (1991, p. 102-
342
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
103, apud Barros e Lehfeld 2006, p. 112) considera que:
Caracteriza o estudo de caso como uma modalidade de
estudo nas ciências sociais, que se volta à coleta e ao registro
de informações sobre um ou vários casos particularizados,
elaborando relatórios críticos organizados e avaliados,
dando margem a decisões e intervenções sobre o objetivo
escolhido para a investigação – uma comunidade,
organização e empresa.
Além do estudo de caso, como mencionado, o procedimento técnico
da pesquisa se dá pela pesquisa-ação, a qual é uma pesquisa com base
empírica, fato onde o participante está dentro do mesmo contexto que a
instituição estuda, com isso ele tem a oportunidade de investigar e analisar
a suas próprias práticas.
De acordo com Thiollent (1985, p. 14 apud GiIL 2010, p. 55) se define
pesquisa-ação como:
[...] um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e
realizada em estreita associação com uma ação ou resolução
de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e
participantes representativos da situação ou do problema
estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
Para a realização do trabalho foram utilizados meios bibliográficos, que
de acordo com Gil (2010, p. 44) “[...] é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Em
outro ponto estudado é possível observa que:
A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no
fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama
de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia
343
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
pesquisar diretamente (GIL 2010, p. 45).
De acordo com as situações retratadas, o trabalho quanto à pesquisa foi
feito de forma aplicada, sua abordagem se apresenta de forma qualitativa
com aporte quantitativa, em relação aos seus objetivos, a pesquisa é
descritiva e aplicada, já os seus procedimentos técnicos se dá por um
estudo de caso e pesquisa em ação, sendo utilizados meios bibliográficos e
documentais para a realização do trabalho.
Devido à pesquisa ter sido realizada de forma bibliográfica e documental,
a coleta de dados se deu através de livros, artigos, observação, e já a pesquisa
documental ocorreu por vários formatos, como: fichas, mapas, formulário,
e controles diversos. Dentre outras caracteristica da análise documental
pode ser dizer que é uma ação ou um conjunto de procedimentos que tem
por meta representar o conteúdo de um documento, visando o tratamento
diferenciado do padrão, desta forma auxiliando o usuário, com o intuíto
de contribuir, em um momento posterior a sua consulta e referenciação
(BARDIN, 2011).
E, para que se alcance o objetivo do trabalho, é necessário ser feito
a análise dos dados, procedimento esse que tem o propósito de estudar
as relações entre homens, com foco em sua totalidade do conteúdo das
mensagens (BEUREN, 2006). Ainda nesse tema Richcardson (1999, p.
224 apud BEUREN 2006, p. 137) diz que “[...] a análise de conteúdo busca
compreender melhor um discurso, aprofundar sua característiacas
“gramaticais, fonológicas, cognitivas, ideológicas” e extrair os momentos
mais importantes”. Assim é possível compreeder que esse assunto se
faz importante por transcrever as teorias que se juga importante nas
indagações feitas na pesquisa, buscando assim, alcançar as conclusões
almejadas do trabalho.
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
A seguir se dá a apresentação da CP Comercial S/A, dos indicadores de
344
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
desempenho utilizados pela empresa, e em seguida também é expostas
algumas sugestões de indicadores que possam complementar a análise
do resultado da instituição, sempre baseados nas quatros perspectivas
do BSC, a perspectiva financeira, a perspectiva de clientes, a perspectiva
de processos internos, e por último a perspectiva de aprendizado e
crescimento.
4.1 EMPRESA ESTUDADA
A CP Comercial S/A foi fundada no ano de 2006, e atualmente é a maior
importadora e distribuidora de pneus do Brasil. A empresa está presente em
todo Brasil, sendo que sua Matriz está localizada na Rodovia António Heill,
Bairro Itaipava, Município de Itajaí/SC e suas 16 filiais situadas nos Estados
RS, SC, PR, SP, ES, MG e PE, oferecendo pneus de carga, passeio, agrícola,
industriais e OTR, além de rodas para caminhão, protetores e câmaras-de-ar.
A Cantu Pneus faz parte do Grupo Level, que possui mais de 45 anos
de história. A empresa teve início como Grupo Cantu em 1969 com a
comercialização de alimentos de ortifruti, em 1982 começou as atividades
de transportes com 6 caminhões, no ano 2005 o grupo já contava com
uma frota de 120 caminhões, em 2006 foi criada a Cantu Pneus, onde se
inicou a atividade de importação, com o foco de importar pneus para seus
veículos. No ano de 2017 houve uma reestruturação societária do grupo,
fato que levou a mudança da marca, de Grupo Cantu para Grupo Level.
Hoje o Grupo Level é um dos maiores grupos empresariais do Brasil,
atuando nos mais variados segmentos de mercado. As empresas do
Grupo somam mais de 1.000 Colaboradores. Com atuação em todo o
Brasil, e expansão para o Mercosul, o Grupo é uma das 10 maiores redes
atacadistas do país.
A CP Comercial S/A tem como regra interna, a realização do
monitoramento contínuo das metas dispostas pela diretoria executiva,
esse monitoramento é feito pela equipe de controle e auditoria.
Acompanhamento esse, que é feito a partir de índices criados pela empresa,
345
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
e que após o fechamento mensal são confrontados com os índices bases,
e servem para medir o quanto a empresa está caminhando para atingir a
metas estabelecidas para o ano corrente e também como metas dos setores
para o programa de participação do resultado (PPR).
Após levantamento feito pela equipe de controle e auditoria, é
realizado reuniões presididas pela diretoria com os gestores de cada área,
com o intuito de buscar um novo alinhamento, assim, são direcionadas
novas ações para que os setores em que os índices não foram alcançados
possam se recuperar o mais rápido possível, e estabelecido novos desafios
nas áreas onde as metas foram atingidas.
4.2 MAPEAMENTO DOS INDICADORES
A Perspectiva Financeira é a primeira a ser analisada, e que de acordo
com Kaplan e Norton (2000, p.128), “os indicadores de desempenho
financeiro mostram se a implementação e a execução da estratégia da
empresa estão contribuindo para a melhoria dos resultados”.
Após o mapeamento dos índices financeiros utilizados pela CP
Comercial S/A., se chegou a quatros indicadores utilizados atualmente.
Assim o indicador de Crescimento do Faturamento e do Lucro tem destaque
de importância nessa perspectiva, pois esse indicador é a meta final de toda
empresa que visa o lucro, caso a outras perspectivas que são analisadas
abaixo falhem e sua execuções, fatalmente esse indicador é afetado.
346
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA
Maximizar o lucro e a taxa de retorno sobre o capital investido pelos acionistas para alcançar a visão.
Crescimento do Faturamento e do Lucro
> = a 6% ao ano
Foco na captação de novos clientes, publicidade e propaganda, convenções de vendas, redução dos custos, redução das devoluções, redução no prazo de entrega.
Relação entre Faturamento e Despesas
<11,20% (Valor Total de Despesas/Valor Total do Faturamento) *100
Reduzir ao máximo as despesas para que se tenha maior lucratividade.
Índice de Inadimplência
<0,5% (Valor Total dos recebimentos *100/Valor Total de Faturamento emitido) 100.
Análise de crédito mais eficaz e criterioso, satisfação dos clientes, garantir que os clientes recebam os boletos dentro do prazo, notificar o mais rápido possível os clientes sobre o atraso, cumprir o prazo de entrega do faturamento, cobrança eficaz dos inadimplentes.
Índice do Custo Logístico
<1,7%% (Valor Total de Custos *100/Valor Total de Faturamento emitido) 100.
Monitorar as atividades logísticas procurando alternativas que sejam eficientes para a redução de custo do negócio.
Quadro 03: Perspectiva FinanceiraFonte: Própria, 2018
Já o indicador de Índice de Inadimplência está ligado primeiramente
a processos executados, onde alguns procedimentos como: análise de
crédito, garantir que os clientes recebam as mercadorias juntamente com
os boletos e a cobrança dos títulos atrasados são essenciais para um bom
desempenho desse indicador.
Outro indicador é o do Índice do Custo Logístico, esse monitoramento
347
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
é feito a partir de um percentual onde o total dos custos não pode passar
de 1,7% do total do faturamento, para manter esse índice dentro do
limite e até reduzi-lo, a empresa procura constantemente novas formas e
tecnologias que possam baratear as operações logística em geral.
Na Perspectiva de Clientes está presente a visão dos mesmos sobre a
organização, é nos indicadores dessa perspectiva que deve ser analisado
a forma em que os clientes estão enxergam o trabalho realizado pela
empresa em um âmbito geral, se estão satisfeitos com os produtos
e serviços prestados e se continuaram a comprar e até mesmo fazer
indicações para outras empresas. Nela a empresa se vale da estrutura de
análise apresentada no Quadro 04:
OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA
Para atingir nossos objetivos financeiros e alcançar a visão, é necessário atender as necessidades de nossos clientes.
Satisfação dos Clientes Plataforma Reclame Aqui
Atingir Nível Ótimo
Responder 100% das reclamações, solucionar 100% dos problemas, e tratar na origem dos problemas levantados durante o mês para diminuir o índice de reclamações.
Captação de Novos Clientes
10% do faturamento (Novos Clientes ao mês)
Divulgação dos produtos a partir de propagandas na internet e televisão, facilidade no acesso às informações dos produtos, rapidez e cortesia nos retornos aos clientes, e qualidade na prestação de serviços.
Quadro 04: Perspectiva de ClientesFonte: Própria, 2018
Para essa perspectiva foram mapeados 2 indicadores. No indicador de
Satisfação dos Clientes e analisado o nível de satisfação dos clientes em
reação ao atendimento e solução dos problemas detectados nas operações,
essa medição é feita através da plataforma do site Reclame Aqui. A
plataforma funciona como um canal independente de interação entre os
348
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
clientes e as empresas, o objetivo da CP Comercial S/A. é atingir e se manter
no nível ótimo, que é o nível e maior “ranqueamento” dentro site. Para o
indicador de Captação de Novos Clientes foi estipulado um crescimento
da carteira de 10% ao mês, onde esse número seja representado no
mesmo percentual dentro do faturamento. Esse indicador é considerado
fundamental para o crescimento das receitas e indispensável para que se
atinja a visão da empresa.
Após o entendimento do que precisa para atingir os indicadores
financeiros e de clientes, é necessário se ter uma visão de como é o
funcionamento interno da organização, e de que forma seus processos
podem e estão influenciando essas duas perspectivas anteriores, e para
isso a perspectiva de Processos Internos é fundamental. Assim, ao aplicar
o BSC nessa perspectiva, a empresa deve identificar quais processos e
atividades são necessários para assegurar a satisfação de seus clientes.
O foco deve ser, portanto nos processos internos que mais impactam na
satisfação dos clientes, sem esquecer, entretanto, os objetivos financeiros
da empresa. Na perspectiva “Processos Internos” a empresa se vale da
estrutura de análise apresentada no Quadro 05:
349
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA
Para alcançar a excelência no atendimento dos clientes, atingir as metas financeiras e os objetivos dos acionistas, é de extrema importância que os processos internos estejam bem alinhados.
Inovação dos Serviços Prestados e Controle dos Processos
Ter departamentos inovadores que se adaptem ao mercado, e que atinjam a excelência nos serviços prestados.
Desenvolver um plano de mapeamento, que auxilie na reorganização dos departamentos, com a meta de reestruturação de 4 deles durante cada ano. Implantar portal de política e procedimentos.
Falhas de carregamento
< = 0,11% dos carrega mentos (Quantidade total de falhas no carregamento *100 / pelo total de carregamento) 100
Fazer um levantamento dos erros e desenvolver estratégias para suprir as falhas.
Devoluções
< = 2% do faturamento (Valor Total de devoluções *100 / Valor total de faturamento emitido) 100
Verificar com os gerentes responsáveis o motivo de cada devolução, e se necessário alinhar junto aos representantes e setor comercial novas ações para evitar novas devoluções.
Quadro 05: Perspectiva dos Processos Internos Fonte: Própria, 2018
Para essa perspectiva foram mapeados três indicadores. O primeiro
indicador é o de Inovação dos Serviços Prestados e Controle dos Processos,
onde a busca por inovar e aprimorar os serviços prestados está cada vez
mais presente na cultura da empresa. Para que se atinja a meta desse
indicador está sendo feito mapeamentos dos setores e desenvolvidos
o procedimento operacional padrão (POP) e o instrumento de trabalho
(IT) para cada setor, onde a meta é mapear e reorganizar quatros setores
durante o ano.
350
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
No intuito de reduzir os problemas com entregas erradas foi criado
o indicador de Falhas de Carregamento, indicador esse que contribui
diretamente na perspectiva financeira pois tende a reduzir a despesa
operacional e garantir a redução nas devoluções, e na perspectiva de
clientes onde faz com que os mesmos confiem mais na empresa, tanto no
quesito garantia de recebimento e prazo de entrega, a empresa tem agido
forte nesse indicador.
O indicador de Devoluções geralmente é um dos maiores problemas
nas empresas e deve ser tratado com atenção máxima, tanto no indicador
de Falhas no Carregamento quanto no de Devoluções os custos logísticos
são duplicados a cada erro ou devolução que surge durante o mês, tendo
um impacto direto na lucratividade da organização e na comissão de
alguns colaboradores. Por esse motivo esse indicador recebe a atenção
dos diretores, do setor fiscal e contábil, dos faturistas, dos gerentes e dos
representantes, pois achar uma solução que reduza esse indicador é de
grande valia para a empresa.
O indicador de Relação entre Faturamento e Despesa é um dos que
mais recebe atenção durante o dia-a-dia da empresa, pois quanto maior
a despesa maior é o desembolso de caixa, afetando assim o fluxo de
caixa e reduzindo o lucro, a manutenção desse indicador abaixo da meta
estabelecida é ponto importante para uma boa continuidade das atividades
da empresa.
Para a perspectiva “Aprendizado e Crescimento” a empresa se vale da
estrutura de análise apresentada no Quadro 06:
351
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
OBJETIVO INDICADOR META INICIATIVA
Para que todas as perspectivas sejam cumpridas à risca, ações pontuais em relação ao crescimento e aprendizados são necessárias.
Satisfação dos Funcionários e compartilhamento do conhecimento
Melhora no clima organizacional e promover uma cultura de compartilhamento do conhecimento.
Pesquisas de satisfação semanal, política de participação nos lucros anual, bolsas de estudos de graduação, pósgraduação, cursos e treinamentos específicos, cursos de idiomas, oportunidades de ascensão dentro da empresa, e atividades laborais durante o expediente.
Academia de Liderança
Ter líderes que possam motivar e inspirar os colaboradores, fazendo com que os mesmos possam realizar suas atividades de forma eficaz.
Desenvolver nos lideres a comunicação, a capacidade de delegar, a confiança, o compromisso com as atividades, a atitude positiva, a criatividade, a intuição, a capacidade de inspirar, o senso de humor e a honestidade.
Cargos e salários
Adequar os cargos e os salários todos os funcionários de acordo com o mercado de trabalho.
Mapear a função e as qualificações de cada colaborador; a remuneração será estabelecida conforme as responsabilidades e qualificações necessárias para o desempenho da função.
Quadro 06: Perspectiva de Crescimento e AprendizadoFonte: Própria, 2018
A perspectiva de Aprendizado e Crescimento tende a trazer tudo
o que se é necessário que os colaboradores façam para que os objetivos
idealizados nas demais perspectivas sejam realizados da melhor forma
possível. Nela é preciso inovar e melhorar as habilidades individuais
diariamente. Para essa perspectiva foram mapeados três indicadores
conforme apresentado abaixo.
O indicador de Satisfação dos Funcionários e Compartilhamento do
352
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Conhecimento tem como meta identificar os pontos que causam maiores
desgastes para os colaboradores a partir dessa informação desenvolver
atividades que possam melhorar essas situações. Outro ponto que é
desenvolvido nesse indicador é o compartilhamento de conhecimento,
onde um colaborar que tem algum conhecimento adquirido por meios
particulares ou por cursos bancados ou oferecidos pela empresa ministra
um curso para os demais colaboradores.
Já o indicador de Academia de Liderança se refere ao desenvolvimento
contínuo dos líderes da organização, onde nesse contexto a empresa
disponibilizado cursos e treinamentos individuais e em conjunto que
faz com que seja aperfeiçoado técnicas utilizadas no dia-a-dia no
desenvolvimento de suas tarefas e no tratamento de liderança de seus
subordinados.
O indicador de Cargos e Salários está direcionada como uma meta da
administração da empresa, onde todos os cargos são realocados de acordo
com o conhecimento e atividade praticada pelo colaborador e os salários
são enquadrados de acordo com o mercado de trabalho. Essas ações
servem para valorizar o trabalho e motivar os colaboradores para uma
busca contínua do conhecimento.
4.2 ANÁLISE E CORRELAÇÃO ENTRE INDICADORES
Nesta subseção é apresentada a correlação entre os indicadores mapeados
na CP Comercial S/A. com os indicadores do Balanced Scorecard. Além de se
fazer uma análise buscando verificar se os indicadores estão contribuindo
para que seja alcançado a visão proposta pela empresa, também é apresentado
novos indicadores que podem auxiliar o processo já realizado.
Na perspectiva financeira foram mapeados quatro indicadores, o
Crescimento do Faturamento e do Lucro, a Relação entre Faturamento
e Despesas, o Índice de Inadimplência e o Índice do Custo Logístico,
apesar dos indicadores que já são utilizados, o Balanced Scorecard traz
outras possibilidades que podem ser usadas nessa perspectiva para cobrir
353
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
operações que não estão sendo monitoradas, como por exemplo, o Indicador
de Rentabilidade, que apresenta o poder de ganho ou de retorno do capital
investido na empresa. Outro indicador que pode ser utilizado é o de Custo
Fixo, onde se monitora os custos que não se tem variação durante o mês,
independente da variação das vendas, um aumento nesse índice traz grandes
problemas para a empresa e por isso seu monitoramento é indispensável.
Analisando a perspectiva de cliente que trouxe em seu mapeamento
os indicadores de Satisfação dos Clientes e de Captação de Novos Clientes
nota-se que uma preocupação maior com a perspectiva financeira do que
na de clientes, como indicação para uma melhor análise dessa perspectiva
pode ser mencionada a Retenção de Clientes, pois se entende que manter
seus clientes é importante na mesma proporção do indicador de Captação de
Novos Clientes, pois com a manutenção se tem a segurança de que redução
do faturamento será menos provável, esse indicador deve ser diretamente
relacionado com ao indicador de Satisfação dos Clientes que já é utilizado
pela empresa. Outro indicador que pode ser utilizado é a de Percentual de
Abandono que serve para mensurar quantos clientes deixaram de fazer
negócios com a empresa, nesse indicador pode ser criado um questionário
para que seja aplicado junto a esses clientes que não negociam mais com
a empresa, e assim, identificar os motivos desse abandono, possibilitando
elaborar mecanismo para tratar esses problemas.
Além dessas duas indicações, ainda pode ser implementado o
indicador FCR ou First Call Resolution que significa resolução no primeiro
contato, esse indicador pode ser muito útil para a organização, visto que
hoje o indicador de satisfação utilizado está vinculado a uma plataforma
do Reclame Aqui, fato que se intende que já em uma segunda tentativa de
resolução do problema, implementar o FCR pode trazer grande satisfação
e fidelização junto a esse cliente.
Dentro da perspectiva de Processos Internos foram mapeados os
indicadores de Inovação dos Serviços Prestados e Controle dos Processos,
o de Falhas de Carregamento e o de Devoluções, para essa perspectivas
se destaca alguns indicadores de Capacidade ou Produtividade e que sua
354
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
aplicabilidade varia de acordo com situações e que pode ser implementado
de acordo com a área de necessidade. Para a empresa estudar o indicador
de Capacidade e Produtividade pode ser implementado visando os
clientes, como mensurar quantos clientes foram capitados no dia,
quantos atendimentos foram prestados aos clientes, quantos não fizeram
pagamento por falta de boleto, quantos clientes foram visitados pelos
representantes na semana, entre outros, esse indicador ajudaria bastante
na questão de Satisfação do Cliente.
Em outra correlação agora feita na perspectiva de aprendizado e
crescimento, onde se mapeou os indicadores de Satisfação dos funcionários
e Compartilhamento do Conhecimento, a Academia de Liderança e o de
Cargos e Salários. A partir dos indicadores mapeados e comparando-os
com a metodologia do BSC, se entende que a satisfação dos colaboradores
está diretamente ligada as perspectivas anteriores mencionadas,
principalmente a de clientes. Indicações para possíveis melhoras nessa
perspectiva na CP Comercial S/A. fica a cargo do indicador de Números
de Horas de Capacitação, onde se é medido o numero total de horas de
treinamentos feitos dentro da organização e em cursos terceirizados,
com esse número em mãos é feito a comparação com a quantidade de
colaboradores. Ainda nesse indicador, pode se definir uma quantidade de
horas mínimas de treinamento por colaborador, e sempre tentar manter
esse número uniforme para todos os colaboradores.
Para as perspectivas deve se ter um nível de importância e atenção
igualmente distribuído, pois, uma depende da outra para evoluir. Portanto,
essas mensurações devem se tornar situações rotineiras para a empresa,
e sempre buscando medir o maior número de indicadores e prazos de
aferimento o menor possível, pois quanto antes se é detectando um
problema, mais rápido e assertiva será a ação tomada pela administração,
desta forma reduzindo consideravelmente as perdas.
Em relação à visão da empresa, nota-se que os indicadores fazem
menção aos índices de controle e crescimento financeiro, de aumento
e satisfação dos clientes, de aperfeiçoamento dos processos e no
355
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
desenvolvimento de habilidades dos colaboradores. Assim contribui para
o crescimento da empresa como organização, que é um dos objetivos da
visão, porém, a outra meta que se refere à questão do impacto ambiental
zero, não é abordada em nenhum desses indicadores.
No entanto, para que se possa atingir está meta de impacto ambiental
zero, a CP Comercial S/A procura sempre estar adequada a Resolução
CONAMA Nº 416/2009, que dispõe sobre a prevenção à degradação
ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente
adequada. A lei impõe que para cada pneu comercializado com o peso
superior a 2 kg, as empresas fabricantes ou importadoras ficam obrigadas
a coletar e dar a devida destinação na mesma proporção, para os pneus
inservíveis existentes no território nacional, porém, com uma redução de
30% em seu peso devido ao desgaste. Assim, o cálculo apresentando é que
para cada 2 kg de pneu comercializado devem ser recolhido e tratado 1,4 kg.
A operação de recolhimento se dá através de empresas tercerizadas
que estão aptas e certificadas a fazer este trabalho, que ocorre no
decorrer do ano. A cada trimestre é feito o levantamento do volume de
pneus comercializados, esse número é repassado para as empresas
tercerizadas, então elas vendem um crédito para a CP Comercial S/A além
de emitir um certificado confirmando que esse sobre esse volume de pneu
comercializado já teve o recolhimento e tratamento devido.
Desta forma, a CP Comercial S/A através dessas empresas, cumpre
hoje todas as medidas impostas pelo CONSELHO NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE – CONAMA, atingindo assim a meta estipulada pela sua visão.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos estudos realizados conclui-se que os indicadores de
desempenho contribuem com informações essenciais, assertivas e
principalmente pontuais. De tal forma, fazem com que os quesitos ali
presentes sejam os alicerces na decisão dos gestores.
Os resultados apontados pelas perspectivas nunca devem ser analisados
356
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de forma individual, pois as informações contidas em uma perspectiva
são complementadas pela perspectiva seguinte, assim, gerando um ciclo
contínuo de números e dados a serem analisados.
Também foi identificado que as perspectivas utilizadas estão bem
alinhadas com a visão da empresa no que se dizem respeito ao crescimento
da organização, apesar disso, se faz necessário à inserção de alguns índices
considerados essências para que auxiliem no objetivo da empresa: ser a
maior distribuidora de pneus do Brasil. Além de ter a possibilidade de
atingir a excelência na realização e análise dos processos, ainda, foi possível
verificar que no que se diz a respeito ao aspecto ambiental, a empresa
está em total alinhamento com visão proposta, assim, é importante
reconhecer o quanto a empresa é enganjada para que suas atividades sejam
realizadas de forma eficaz e com um impacto ambiental zero. Para que no
futuro a CP Comercial S/A alcance todos os seus objetivos, é ncessários
alguma adequações conforme apontamentos apresentados no item 4.1
mapeamento dos indicadores.
Assim, percebeu-se que o Balanced Scorecard não se trata de
um conceito novo de análise, mas sim um sistema que faz com que
constantemente os pontos já mapeados, mas principalmente os que por
alguns motivos foram deixados de lado sejam repensados e articulados.
O Balanced Scorecard é um plano de ação que faz a interligação entre as
áreas e pessoas na organização, tanto internas quanto externas e precisam
estar minuciosamente alinhado para que se tenha o sucesso almejado.
Por fim, o artigo cumpriu seus objetivos e foi muito importante tanto
para o acadêmico, pois agregou um conhecimento teórico e prático de uma
nova técnica de análise, na empresa serve como base para que os índices
hoje já aplicados possam ser melhorados e para que futuramente o sistema
possa ser implementado de forma completa. Para a Faculdade AVANTIS
o trabalho tem um caráter inovador, sendo um dos poucos trabalhos
desenvolvidos sobre esse tema, o que aumenta a credibilidade para a
academia, além de servir como base de pesquisa para estudos futuros.
Como recomendação do artigo para pesquisas futuras, se dá a sugestão
357
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de um estudo sobre a aplicação de fato da ferramenta do Balanced
Scorecard em uma empresa, podem assim fazer um acompanhamento
completo da implementação, buscando apresentar as dificuldades de sua
implementação.
REFERÊNCIAS
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BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. 280BEUREN, Ilse Maria. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade - teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
COELHO, Cláudio Ulysses Ferreira; LINS, Luiz dos Santos. Teoria da contabilidade. Abordagem contextual, histórica e gerencial. São Paulo: Atlas, 2010.
GIL, A. Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HENDRIKSEN, Eldon S.; BREDA, Michael F. Van. Teoria da contabilidade. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999.
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______. Teoria da Contabilidade. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
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KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. Organização orientada para a estratégia: como as empresas que adotam o balanced scorecard prosperam
358
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
no novo ambiente de negócios. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
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MELLO, Carlos Henrique Pereira. Gestão da Qualidade. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
OLIVEIRA, Nádia Fátima de. Metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Know How, 2010.
RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
359
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
UM ESTUDO DE CASO EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA BARIZON REPRESENTAÇÃO COMERCIAL LTDA - BALNEÁRIO PICARRAS - SC
AUTORES: Djhony de Souza Correia ¹
Prof. MSc Juliana Andressa Negri ²Prof. MSc Edemir Manoel dos Santos ³
1. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Graduando em Ciências Contábeis.2. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professora do Curso de Ciências Contábeis3. uniAvan: Centro Universitário Avantis - Professor do Curso de Ciências Contábeis
360
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RESUMODevido a complexa legislação tributária brasileira, é necessário que
as empresas realizem projeções e análises tributárias a fim de alcançar
economia tributária em relação aos recolhimentos de impostos e
contribuições. A representação comercial é uma atividade econômica
embasada na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, que regula as atividades
dos representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa física ou
jurídica. O representante comercial é remunerado através de comissão
referente a venda de um determinado produto ou serviço, devendo emitir
nota fiscal de prestação de serviço junto ao seu município, conforme Lei
116/2003. O presente artigo é um estudo quantitativo e descritivo com
estudo de caso e coleta de dados por pesquisa bibliográfica e documental
interpretados por tabelas, cálculos e planilhas demonstrativas. E tem por
objetivo apurar a tributação menos onerosa para uma empresa do ramo
de representação comercial e ao findar as projeções e comparações dos
regimes tributários do Lucro Presumido e Simples Nacional, foi constatado
que no referido caso, a tributação no Simples Nacional é menos onerosa
para a empresa.
Palavras-chave: Contabilidade. Planejamento Tributário.
Representação Comercial. Simples Nacional. Tributos.
361
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
A atividade de representação comercial sofreu grandes alterações no
aspecto tributário com as alterações no Simples Nacional para 2018 e
uma vez realizado esta opção, o enquadramento é irrevogável em todo
o ano calendário.
Ao se tratar do referido ramo de atividade empresarial, nota-se
dois regimes de tributação de grande relevância para a realização do
comparativo tributário, o Lucro Presumido e o Simples Nacional. Apesar
de existir uma terceira opção de tributação, que é o Lucro Real, esta escolha
tem como tendência sempre apresentar mais ônus para empresas do ramo
da representação comercial.
Estando clara a importância de planejar a prever as alíquotas de impostos
que serão apuradas durante todo o ano calendário, o referente artigo busca
demonstrar através de projeções tributárias a forma de tributação mais
benéfica para uma empresa do ramo de representação comercial localizada
no município de Balneário Piçarras/SC. Através de um estudo na legislação
tributária vigente e previsões de faturamento para 2019 baseados nas receitas
do ano de 2017 e 2018, são realizadas simulações em diferentes regimes de
tributação, o resultado final se buscou a redução da carga tributária e trazer
impactos positivos na apuração do lucro da empresa.
Em relação a metodologia, o artigo é um estudo quantitativo
e descritivo com estudo de caso e coleta de dados por pesquisa
bibliográfica e documental interpretados por tabelas, cálculos e planilhas
demonstrativas. Para realizar as devidas simulações, foi efetuado uma
média de faturamento dos anos anteriores, baseando-se nas leis vigentes
na data deste artigo e aplicando as devidas alíquotas. As informações
foram demonstradas através de quadros, detalhando os valores mensais e
anuais para as devidas análises.
Para que o caso alcance o objetivo de identificar qual regime tributário
é adequado para a representação comercial estudada, teve por base a
seguinte questão problema: A partir dos dados de 2017 e 2018 qual o
362
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
regime tributário menos oneroso para a Marcos Barizon Representação
Comercial LTDA. em 2019?
Ainda a pesquisa teve como objetivos específicos: levantar os dados
do faturamento e da folha de pagamentos de 2017; projetar os dados do
faturamento e da folha de pagamentos de 2018 e 2019; realizar simulações
para o Lucro Presumido e para o Simples Nacional e identificar o regime
menos oneroso para a unidade caso.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os seguintes tópicos proporcionam ao leitor um embasamento básico
a respeito das leis tributárias brasileira, conceituando a contabilidade
tributária, o código tributário nacional, tipos de tributos, entre outros
itens. Para tratar do referido assunto, é relevante que o leitor entenda
alguns fatores que são decisivos em meio a um planejamento tributário.
2.1 CONTABILIDADE E CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA
A contabilidade tem por função o controle das contas patrimoniais,
demonstrando a situação econômica, financeira e patrimonial do exercício
social das empresas.
Para Fabretti (2009), o conceito de contabilidade é considerado a
ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele
operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada
exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da
entidade. Entretanto, no que diz respeito à contabilidade tributária, o foco
do estudo são as leis tributárias, que detalha minuciosamente a legislação
procurando alcançar economia tributária através da elisão fiscal. O autor,
afirma que:
A legislação tributária frequentemente atropela os
resultados econômicos para, por imposição legal, adaptá-
363
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
los a suas exigências e dar-lhes outro valor (resultado
fiscal), que nada tem a ver com o resultado Contábil.
Perante o exposto, vale ressaltar que a contabilidade tributária
necessita estar em constante evolução, conforme a legislação vigente,
visto que, as leis tributárias estão mais propensas a sofrerem alterações
em curtos períodos de tempo.
2.2 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Fundamentado na Emenda Constitucional n. 18, de 1º dezembro
de 1965, a lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966 que nada mais é que o
Código Tributário Nacional dispõe sobre as regulamentações tributárias
para à União, Estados, Distrito Federal e aos Municípios. Fabretti (2009,
p. 97) afirma:
A constituição é a lei básica, fundamental do Estado
de Direito. Ela o constitui e o estrutura. Define poderes
e competências. Traça as diretrizes políticas, sociais e
econômicas por ele adotadas. Cria as normas jurídicas que
vão organizar e sistematizar o comportamento social, de
tal sorte que o encaminhe para a consecução dos fins a que
se propõe.
Conforme exposto, a necessidade de embasamento constitucional é
a premissa para tratar qualquer assunto referente ao sistema tributário
brasileiro, norteando todas as leis seguintes que abordem este determinado
assunto. O CTN (Código Tributário Nacional) discorre sobre todos os tipos
de tributos, além de detalhar as características individuas dos mesmos.
Com as devidas regulamentações para a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, vale enfatizar que todas as entidades da República Federativa
estão a ele limitadas.
364
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
De maneira geral, no que diz respeito a direitos e deveres tributários,
ou indagações sobre uma possível inconstitucionalidade de uma lei que
interfere diretamente nos recolhimentos tributários, uma consulta no
CTN poderá fazer toda diferença para sanar as possíveis dúvidas.
2.2.1 Regimes e enquadramentos tributários brasileiros
No que se refere a tributação para empresas, torna-se indispensável
mencionar os regimes de tributação na apuração dos impostos. Estes
regimes se dividem em lucro real, lucro presumido, lucro arbitrado e
simples nacional.
O referido artigo aborda em detalhes os regimes do simples nacional
e lucro presumido, visto que, ao se tratar da atividade de representação
comercial, estes regimes possuem maiores benefícios devido a margem
de lucro das empresas de representações. Sendo através de escrituração
contábil é realizado a apuração do lucro fiscal das empresas, a partir do
resultado deste lucro é que são contabilizados o imposto de renda e a
contribuição social.
Entre os regimes conhecidos no Brasil, um deles é o Lucro Real.
Observa-se que sobre este regime apresenta-se apenas um contexto geral
pois este não faz parte do planejamento tributário em estudo neste artigo.
Assim, de acordo com o art. 247 do RIR, ele é o lucro líquido do período
de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas
ou autorizadas pela legislação do IR. Fabretti (2009, p.202) afirma:
Na prática, verifica-se que, às vezes, a empresa tem um
resultado econômico negativo (prejuízo), mas a legislação
do IR manda adicionar a ele diversos valores que considera
não dedutível. Assim, de um prejuízo econômico –
resultado econômico, contábil, verdadeiro – apura-se um
“lucro real” mediante a adição de despesas ao resultado
365
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
negativo, tornando-o positivo. Nada mais irreal.
Entende-se que, mesmo que uma empresa apresente um resultado
econômico negativo, ainda tem chances de apurar um lucro fiscal positivo,
conforme previsto na legislação do IR.
Um outro regime é o Lucro Presumido, diferente do lucro real, ele
apresenta como base de cálculo uma presunção de lucro, não utilizando
o lucro contabilizado em balanço como base. O autor afirma que, “é uma
alternativa para as pequenas empresas, até o limite da receita bruta total
estabelecida em lei. Estas, em vez de apuração pelo lucro real, ou seja, de
escrituração contábil, podem presumir o lucro”. Conforme o art. 13, da lei
nº 9.718, de 27 de novembro de 1998:
A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário
anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00
(setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis
milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número
de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando
inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de
tributação com base no lucro presumido.
As presunções aplicadas a partir da receita bruta para formação da
base de cálculo possuem variação conforme atividade da pessoa jurídica,
com percentuais estabelecidos em 1,6%, 8%, 16% e 32%, somado a
ganho de capital, rendimentos e outras receitas, conforme redação da Lei
9.249/1995, artigo 15, §1°.
Pinto (2011), descreve que no Lucro Presumido a alíquota do PIS é de
0,65% e COFINS é de 3%, sendo menor do que no Lucro Real e ambos
possuem incidência cumulativa. Salientando a não possibilidade de
aproveitamento de créditos nas entradas de mercadorias e serviços.
Já de acordo com Fabretti (2009, p. 261), “o lucro arbitrado é uma prerrogativa
do Fisco. Este poderá arbitrar o lucro, na forma da lei, nas hipóteses em que a
366
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
escrituração contábil e fiscal do contribuinte for desclassificada”.
Na possibilidade de apuração da receita bruta, é possível ao contribuinte
auto arbitrar a base de cálculo do IRPJ e CSLL. As alíquotas aplicáveis sobre
o Lucro Arbitrado são as mesma aplicáveis ao Lucro Presumido, acrescidos
de 20% (REZENDE, PEREIRA E ALENCAR, 2010).
Sabe-se que, não é o intuído do sócio administrador ser arbitrado pelo fisco,
pois além de perder a liberdade de escolha de um regime tributário menos
oneroso para a sua entidade, todas as receitas arbitradas em competências
anteriores serão acrescidas de juros de mora e multa por atraso.
2.2.2 Simples Nacional (Regime tributário simplificado)
Instituído em primeiro de janeiro de 2007, através da Lei Complementar
nº 123/2006, e posteriormente alterado pela Lei Complementar 155/2016
- altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, para
reorganizar e simplificar a metodologia de apuração do imposto devido por
optantes pelo Simples Nacional; altera as Leis 9.613 de 3 de março de 1998,
12.512 de 14 de outubro de 2011, e 7.998, de 11 de janeiro de 1990; e revoga
dispositivo da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. O Simples Nacional
dispõe de característica principal o tratamento tributário de arrecadação
unificada, além de uma única obrigação acessória mensal.
A Lei Complementar n. 155/2016 apresenta um teto de R$ 4.800.000,00
para enquadramento a tais benefícios, além de outras regras e exigências.
Salientando que nem todas as atividades possuem permissão para aderir
a opção do regime de apuração unificado de tributos do simples nacional.
Para reconhecimento das efetivas alíquotas, tal lei utiliza de anexos,
onde constam as alíquotas e partilhas dos impostos, classificando as
empresas de acordo com a atividade econômica.
As empresas optantes pelo Simples Nacional não poderão possuir
pendências junto com as Fazendas Públicas Federal, Estaduais, do Distrito
Federal ou Municipais, cuja exigibilidade não esteja suspensa, conforme
previsto no inciso V do art. 17 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro
367
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
de 2006. O não cumprimento desta norma poderá excluir a empresa do
Regime Unificado de Tributos do Simples Nacional para o ano seguinte.
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1ª Faixa Até 180.000,00 4,00% -2ª Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,30% 5.940,003ª Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 9,50% 13.860,004ª Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 10,70% 22.500,005ª Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,30% 87.300,006ª Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 19,00% 378.000,00
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 7,80% 5.940,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,00% 13.860,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 11,20% 22.500,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 14,70% 85.500,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,00% 720.000,00
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 6,00% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% 9.360,00R$ 3a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% 17.640,00R$ 4a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 16,00% 35.640,00R$ 5a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21,00% 125.640,00R$ 6a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 648.000,00R$
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 4,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 9,00% 8.100,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 10,20% 12.420,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 14,00% 39.780,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 22,00% 183.780,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33,00% 828.000,00
Faixa Receita Bruta em 12 Meses (em R$) Alíquota Valor a Deduzir (em R$)1a Faixa Até 180.000,00 15,50% -2a Faixa De 180.000,01 a 360.000,00 18,00% 4.500,003a Faixa De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% 9.900,004a Faixa De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% 17.100,005a Faixa De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23,00% 62.100,006a Faixa De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% 540.000,00
ANEXO 3 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços
ANEXO 4 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços
ANEXO 5 - Tabela Simples Nacional 2018 - Serviços
ANEXO 1 - Tabela Simples Nacional 2018 - Comércio
ANEXO 2 - Tabela Simples Nacional 2018 - Indústria
Quadro 1 – Anexos do Simples Nacional 2018Fonte: Adaptado da LC 155/2006, 2018
São estes os cinco anexos do Simples Nacional: comércio, indústria,
locação de bens móveis e de prestação de serviços não relacionados no §
5o-C do art. 18 desta Lei Complementar, receitas decorrentes da prestação
de serviços relacionados no § 5o-C do art. 18 desta Lei Complementar e
receitas decorrentes da prestação de serviços relacionados no § 5o-I do art.
368
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
18 desta Lei Complementar.
A partir da segunda faixa de faturamento, independente do anexo, a
alíquota efetiva é calculado conforme a receita dos últimos 12 (doze) meses
vezes a referida alíquota, diminuindo o parcela a deduzir e o resultado será
dividido pela receita bruta nos últimos doze meses.
2.3 CONCEITO, TIPOS E ESPÉCIES DE TRIBUTOS
O presente tópico apresenta as características de cada tributo,
abordando o conceito e diferenças entre eles, além de sua finalidade no
cenário tributário brasileiro. São estes os diferentes tipos de tributos:
impostos, taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e
empréstimos compulsórios.
No que se refere a tributos, é deveras relevante um estudo estar baseado
no Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966), esta
lei fixa normas gerais de direito tributário, onde é exigido na constituição
brasileira. Conforme o CTN, artigo 3º, conceitua se tributo como:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa e plenamente vinculada.
Estando manifestado o conceito de tributo, é necessário a sua
classificação de acordo com a espécie, da seguinte maneira: impostos,
taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos
compulsórios (FABRETTI, 2010).
De acordo com Rezende, Pereira e Alancar (2010), “Os impostos são
tributos cobrados sem a exigência de qualquer contraprestação específica
por parte do governo”. Como exemplo, pode ser citado o Imposto sobre
produto industrializado e o Imposto de Renda.
Conforme previsão constitucional, o imposto é de competência privativa,
369
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
é exclusiva da União ou dos Estados ou dos municípios ou do Distrito Federal
(art. 153 a 155 da CF). Tratando-se de taxas, Fabretti (2009) afirma:
Está definida nos art. 77 e 78 do CTN e tem como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia ou
a utilização efetiva ou potencial de serviço público,
específico e divisível, prestado ou colocado à disposição do
contribuinte (art. 77).
A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idêntico ao imposto,
nem ser calculada em função do capital das empresas (art. 77 do CTN).
Tratando-se das contribuições de melhoria, Fabretti (2009, p. 206), afirma
que, “desde a edição do CTN (1966), já estava à contribuição de melhoria
especificada como um tributo, diferente do imposto e da taxa, portanto uma
terceira espécie”. O CTN no artigo 81 e no 82, dispõem o seguinte texto:
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União,
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios,
no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra
valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que
da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observa os
seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada
pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da
370
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas
diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para
impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos
referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de
instrução e julgamento da impugnação a que se refere o
inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
Conforme a redação acima do CTN, as contribuições de melhoria deverão
conter em todos os casos uma contrapartida, com o objetivo de custear as
obrar públicas. Estas contribuições resultam numa melhoria social, como
por exemplo, iluminação, viadutos, pavimentação, entre outros.
Com um papel muito relevante em meio a sociedade, principalmente nas
questões previdenciárias estão as contribuições sociais. As contribuições
sociais apresentam uma divisão em contribuições de intervenção no
domínio econômico, contribuições de interesse de categorias profissionais
ou econômicas e contribuições de seguridade social (FRABRETTI, 2009).
Dentre os diversos tipos de contribuições, destaca-se a contribuição para o
INSS, que é a contribuição mais conhecida em meio a população brasileira.
O último tipo de tributo a ser citado são os empréstimos compulsórios,
no qual é pouco comum a sua ocorrência no cenário atual. Entretanto, o
cidadão brasileiro está sujeito a esta tributação se necessário for. Rezende,
Pereira e Alencar (2010) afirma que:
Os empréstimos compulsórios podem ser instituídos
pela União exclusivamente para atender despesas
extraordinárias (não previstas no orçamento) decorrentes
de calamidade pública, guerra ou sua iminência e para
investimentos públicos de caráter urgente e de relevante
interesse nacional.
371
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Pode ser citado como exemplo de empréstimo compulsório marcado
na história brasileira, conforme dados do site do Senado Federal, o
bloqueio das contas em 16 de março de 1990, onde foi deixado apenas
50 mil cruzados novos, no equivalente a R$ 6 mil, nas contas correntes,
poupanças e outros investimentos,
Para maior entendimento prático em relação aos tributos, se faz
necessário uma breve menção dos principais tipos de tributos em vigor.
Na esfera estadual, o Imposto sobre serviço e circulação de mercadoria
é considerado fator relevante no que diz respeito a planejamento tributário.
De acordo com os referidos autores:
O ICMS é um imposto de competência dos Estados,
que incide sobre as operações relativas à circulação de
mercadorias, prestação de serviços interestaduais e
intermunicipais, e serviços de comunicação, ainda que
iniciados no exterior.
Conforme afirmação vale salientar que, sendo o ICMS um imposto
estadual, não se aplica para empresas no ramo da representação comercial,
que por sua vez será tributada pelo ISS, imposto de natureza municipal.
Ainda, afirmam que “O ISS é um imposto de competência dos
Municípios e do Distrito Federal. Tem função predominantemente fiscal,
ou seja, de fornecer recursos financeiros para o Município”.
A Lei Complementar n. 116/03 define uma lista de serviços que há
incidência do ISS, aplicando-se a todos os municípios e distrito federal,
com uma alíquota que varia de 2% a 5%, de acordo com o código do
serviço e local onde será prestado.
Tratando-se de tributos que incidem diretamente sobre o faturamento
encontram-se o PIS e a COFINS, presentes em todos os regimes de
tributação, independentemente de sua atividade econômica. Contudo, o
Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor
Público e COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade
372
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Social, ambas são embasadas pela Lei 9.718/1998, com suas devidas
alterações.
Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 70), indicam o PIS/PASEP e a
COFINS como “[...] contribuições sociais com funções fiscais, ou seja, de
arrecadação. Incidem sobre as receitas auferidas por todas as entidades,
independentemente da denominação contábil por estas recebidas”.
Diante disto, apresentam duas formas no que diz respeito ao regime de
incidência, o regime de incidência cumulativa e o regime de incidência não
cumulativa, cada qual com suas alíquotas e tratamentos (Fabretti, 2010).
Diferentemente do PIS e da COFINS, o imposto de renda da pessoa
jurídica é tributado diretamente sobre o lucro da empresa e não sobre o
faturamento, utilizando a mesma regra para a contribuição social sobre o
lucro líquido.
Tendo como base o lucro tributário, o Imposto de Renda é calculado
em períodos trimestrais ou anuais. No caso de pessoa jurídica, o IR possui
uma alíquota de 15% sobre o lucro, e 10% sobre o lucro que ultrapassar R$
20.000,00 no mês. Vale relembrar que na opção pelo regime de tributação pelo
lucro presumido, o lucro tributário é presumido de forma padrão conforme a
atividade econômica. Conforme Rezende, Pereira e Alencar (2010, p. 123):
Qualquer que seja a modalidade de apuração escolhida, o
contribuinte pode descontar, no momento do pagamento,
o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRPF) que tenha sido
retido no recebimento dos rendimentos.
O IR é um tributo na maioria das vezes extremamente decisivo em
meio a planejamentos tributários efetuados tanto em pessoas jurídicas e
pessoas físicas.
Também incidindo sobre o lucro da pessoa jurídica, de competência
da União, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) também
apresenta fator de extrema relevância ao se tratar de planejamento
tributário. Os autores descrevem que:
373
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
A lógica de tributação da CSLL segue a do IRPJ. As opções
de regime de tributação são semelhantes, ou seja, existe a
possibilidade de apurar a base de cálculo da CSLL a partir
do resultado contábil, ajustado pelas adições, exclusões
e compensações descritas na legislação, ou com base em
Resultado Presumido ou Arbitrado.
Vale salientar que, pode haver diferença entre a base de cálculo do
IRPJ e CSLL, podendo-se citar como exemplo a presunção de lucro para
o comércio, onde se aplica 8% de presunção para o IR e 12% para a CSLL.
Em relação à área previdenciária, cita-se um tributo que não é
ligado diretamente ao faturamento da empresa, e sim com os salários e
remunerações.
O art. 195 da Constituição Federal estabelece que a seguridade social
será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos
da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais
dos empregadores e trabalhadores. Rezende, Pereira e Alencar (2010, p.
103) discorrem o seguinte:
As contribuições para o INSS incidem sobre salários
e outras remunerações pagas pelo trabalho, e atingem
tanto as empresas quanto seus empregados. Na qualidade
de contribuintes, as empresas estão obrigadas a pagar
contribuições ao INSS sobre folha de salários e também
sobre remunerações pagas a terceiros, não empregados,
que prestaram serviços à empresa, e na qualidade de
responsáveis, estão obrigadas a descontar dos empregados
e outros prestadores de serviços à contribuição destes e
recolher à previdência social.
Pode-se afirmar, que a contribuição para o INSS é a mais conhecida em
374
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
meio aos cidadãos brasileiros, por ser diretamente ligada a aposentadoria.
2.3 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO (CONCEITO E FORMAS)
O ato de estudar de maneira preventiva os fatos administrativos,
pesquisando-se seus efeitos nos setores jurídicos e econômicos e as
maneiras legais menos onerosas, denomina-se Planejamento Tributário
(FABRETTI, 2010).
Devido ao complexo sistema tributário brasileiro, o contribuinte
necessita tomar algumas decisões que influenciam diretamente nos
valores finais dos tributos. No Brasil, segundo o IBPT, em média, 33%
do faturamento empresarial é dirigido ao pagamento de tributos, sendo
assim, a prática de analisar a legislação vigente afim de diminuir o ônus
tributário deixou de ser uma opção e tornou-se uma necessidade. Segundo
afirmação de Malkowski (2000, p.41):
Ninguém é obrigado a escolher condutas tributadas (ou
mais severamente tributadas), quando tenha possibilidade
de ordenar suas atividades, seus negócios – sua vida, enfim
– percorrendo caminhos livres de tributação (ou com
tributação mais branda) [...]
Baseado nas afirmações acima, apesar do cenário tributário brasileiro
possuir diversas regras e obrigatoriedades aos contribuintes, é relevante
salientar que o empresário possui alguns direitos de escolhas em meio a
tantas obrigações impostas, escolhas estas que analisadas resultam em
elisão fiscal para a entidade.
Segundo Fabretti (2010, p. 133), “A economia tributária resultante da
adoção de alternativa legal menos onerosa ou de lacuna da lei denomina-
se elisão fiscal”. Portanto, possuindo embasamento jurídico, com escolhas
oriundas da própria legislação e/ou de lacunas encontradas na lei, a elisão
fiscal é lícita e legal, diferente da prática de evasão fiscal.
375
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Com o objetivo de redução ou ocultação de obrigações tributárias, a
evasão fiscal é uma prática ilícita onde contribuintes usam de artimanhas
criminosas para promover benefícios próprios. A evasão fiscal está prevista
na Lei dos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as
Relações de Consumo, conforme Lei nº 8.137/90 (Fabretti, 2010).
Sabendo os conceitos de elisão e evasão fiscal, fica claro que apesar dos
nomes similares, um conceito é totalmente oposto do outro, a elisão fiscal é
um ato necessário para maior obtenção de lucros da entidade, já a evasão fiscal
é um ato criminoso que resulta em sérias consequências para a empresa.
2.4 REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
A representação comercial é uma atividade econômica embasada
na lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965, onde regula as atividades dos
representantes comerciais autônomos, sejam eles pessoa física ou jurídica.
O representante comercial é remunerado através de comissão referente
a venda de um determinado produto ou serviço, devendo emitir nota fiscal
de prestação de serviço junto ao seu município, conforme Lei 116/2003.
Todos os profissionais que atuam na área da representação comercial,
tanto pessoa física quanto jurídica devem possuir registro no Conselho
Regional dos Representantes Comerciais, conforme imposição do art. 2º
da Lei nº 4.886/65, alterada pela Lei nº 8.420/92 e Lei nº 12.246/10. Vale
salientar que o representante comercial autônomo não deve possuir
relação de emprego, conforme o art. 1° da lei 4.886/65. O profissional que
atuar fora dos parâmetros das leis estará atuando no exercício ilegal da
profissão.
Tratando-se de pessoa jurídica, a empresa será classificada no
código nacional de atividade 45.30-7-06 (Representantes comerciais e
agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados para veículos
automotores), devendo optar pelo regime de tributação anual. Devido a
relevante margem de lucro alcançada pelo representante, a tributação
pelo Lucro Real representa uma carga tributária extremamente onerosa,
376
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
no qual obriga o empresário a decidir entre a opção do Simples Nacional e
Lucro Presumido.
3 METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa representa quais métodos e técnicas o
pesquisador deve procede para elaborar o trabalho. Nela consiste nos
métodos de maneira pormenorizados.
Mattar Neto (2002), chama a atenção para a necessidade da metodologia
da pesquisa, havendo hipóteses práticas definidas anteriormente, de o
tópico da metodologia da pesquisa descrever como as hipóteses formuladas
serão testadas e verificadas, bem como os resultados dos testes.
Tratando-se do tipo de abordagem da pesquisa, destacam-se as
pesquisas qualitativas e quantitativas. Richardson (1999), expõe que
a principal diferença entre uma abordagem qualitativa e quantitativa
reside no fato de a abordagem qualitativa não empregar um instrumento
estatístico como base do processo de análise do problema. Na abordagem
qualitativa, não se pretende numerar ou medir unidades ou categorias
homogêneas.
O referente artigo apresenta abordagem qualitativa com o método de
pesquisa bibliográfica e descritiva. Cervo e Bervian (1983, p.55), definem a
pesquisa bibliográfica como a que:
Explica um problema a partir de referenciais teóricos
publicados em documentos. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou
experimental. Ambos os casos buscam conhecer e analisar
as contribuições culturais científicas do passado existentes
sobre um determinado assunto, tema ou problema.
Contando com documentos e informações brutas, o artigo apresenta
características documentais. Gil (1999), menciona que “[...] a pesquisa
377
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
documental baseia-se em materiais que ainda não receberam um
tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa”.
Assim, caracteriza-se como um estudo de caso e documental. A coleta
de dados ocorreu baseando-se em demonstrações contábeis de anos
anteriores, utilizando destes dados a fim de realizar projeções para o ano
de 2019. Diferenciar o instrumento da pesquisa essencial para a coleta de
dados é fundamental na fase de coleta de dados, Beuren (2008), afirma que
“[...] o pesquisador precisa exatificar qual será o instrumento de pesquisa
para a coleta dos dados”.
A pesquisa documental caracteriza-se pela busca de informações em
documentos que não receberam nenhum tratamento científico, como
relatórios: reportagens de jornais, revistas, cartas, filmes, gravações,
fotografias, entre outras matearias de divulgação e para este estudo, tem-se
como exemplo, os demonstrativos contábeis fornecidos pela unidade caso.
Após a coleta dos dados, se faz necessário a análise dos dados. Kerlinger
(1980, p. 353), define o processo de análise como “a categorização, ordenação,
manipulação e sumarização de dados”. Nesta fase, todo o conteúdo coletado
é utilizado como base para previsões de faturamento no ano de 2019. Tais
previsões dividem-se em faturamento tributado pela opção de tributação do
simples nacional e lucro presumido, embasado na legislação vigente.
Em resumo, o presente artigo é um estudo quantitativo e descritivo com
estudo de caso e coleta de dados por pesquisa bibliográfica e documental
interpretados por tabelas, cálculos e planilhas demonstrativas.
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Nesta seção, após o contexto da empresa, são apresentados os resultados
após as simulações dos tributos da empresa nas modalidades do simples
nacional e lucro presumido. Os cálculos tributários estão embasados na
LC 155/2016 (Simples Nacional), decreto n° 3.000/99 (RIR), Lei 9.718/98 e
Lei 12.814/2013.
378
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
4.1 CONTEXTO DA EMPRESA
A empresa Marcos Barizon Representação Comercial LTDA foi
constituída em 13 de maio de 2014, localizada atualmente no município
de Balneário Piçarras, contudo, sua localização é utilizada apenas para fins
de correspondência, haja visto que a atividade de representação comercial
normalmente não utilizada um espaço físico em sua atividade econômica.
Integrando o quadro societário da empresa estão os sócios Marcos
Barizon Francez, nascido no ano de 1978 e Josué Dorval Vieira Junior,
nascido no ano de 1993. A empresa possui como principais clientes as
empresas DPS Distribuidoras de Peças Santos LTDA, situada em Blumenau
e IDM Metalúrgica LTDA, atuando como representante de peças e
acessórios para veículos automotores na região de Santa Catarina.
Partindo da premissa que um representante comercial que fatura acima
do teto do IR está sujeito a uma alíquota de 27,5%, conforme o Regulamento
do Imposto de Renda de 1999, o profissional Marcos Barizon Francez
decidiu optar pela abertura de uma pessoa jurídica, a fim de diminuir os
custos com tributos na representação dos produtos.
4.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO PARA A BARIZON LTDA
Baseando-se no histórico de faturamento e gastos com folha de
salário da empresa Marcos Barizon Representação Comercial LTDA nas
competências de 2017 e 2018, são elaboradas previsões de dados para os
períodos de 01/2019 a 12/2019.
A seguir no Quadro 2 são demonstrados os faturamentos e da folha
de pagamentos dos exercícios sociais de 2017 e 2018, a partir de dados
primários fornecidos pelo representante comercial.
379
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quadro 2 – Faturamento e Folha de Salários de 2017 e 2018Fonte: Arquivos da empresa, 2018
Para elaborar a previsão de faturamento de 2019, foi realizada
uma média com base nos dois anos anteriores, além de considerar a
prospectiva dos sócios para os exercícios futuros. Diferentemente da
projeção de faturamento, os gastos com a folha salário foram projetados
exclusivamente com base nas informações de 2018, visto que, na visão dos
sócios, para o exercício 2019 estes referidos gastos devem se manter na
mesma média do atual exercício.
380
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANO FATURAMENTO FOLHA SALÁRIOjan/19 8.206,54R$ 8.442,02R$ fev/19 22.175,96R$ 8.442,02R$
mar/19 17.877,16R$ 8.442,02R$ abr/19 6.232,41R$ 8.442,02R$ mai/19 24.622,04R$ 8.442,02R$ jun/19 6.436,23R$ 8.442,02R$ jul/19 14.208,30R$ 8.442,02R$
ago/19 15.587,45R$ 8.442,02R$ set/19 13.139,96R$ 8.442,02R$ out/19 23.613,75R$ 8.442,02R$ nov/19 21.924,84R$ 8.442,02R$ dez/19 12.500,00R$ 8.442,02R$
TOTAL 186.524,64R$ 101.304,24R$
Quadro 3 – Faturamento e Folha de Salários previstos para 2019Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Conforme o exposto constata-se que a atividade de representação
comercial possui algumas variáveis conforme o período do ano, com os
meses de fevereiro, maio, outubro e novembro possuindo as maiores
receitas, em contrapartida as competências janeiro, abril e junho
apresentam as menores receitas, podendo faturar menos que o gasto com
a folha salário.
381
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANO FATURAMENTO ANÁLISE VERTICAL FOLHA SALÁRIOjan/19 8.206,54R$ 4% 8.442,02R$ fev/19 22.175,96R$ 12% 8.442,02R$
mar/19 17.877,16R$ 10% 8.442,02R$ abr/19 6.232,41R$ 3% 8.442,02R$ mai/19 24.622,04R$ 13% 8.442,02R$ jun/19 6.436,23R$ 3% 8.442,02R$ jul/19 14.208,30R$ 8% 8.442,02R$
ago/19 15.587,45R$ 8% 8.442,02R$ set/19 13.139,96R$ 7% 8.442,02R$ out/19 23.613,75R$ 13% 8.442,02R$ nov/19 21.924,84R$ 12% 8.442,02R$ dez/19 12.500,00R$ 7% 8.442,02R$
TOTAL 186.524,64R$ 100% 101.304,24R$
Quadro 4 – Análise vertical de faturamento para 2019Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
MÉDIA 2017 < MÉDIA 201814.325,45R$ 8,47% 15.538,96R$
MÉDIA 2017 < MÉDIA 20183.247,30R$ 156,81% 8.339,54R$
MÉDIA DE FATURAMENTO - ANÁLISE HORIZONTAL
MÉDIA DE FOLHA SALÁRIO - ANÁLISE HORIZONTAL
Quadro 5 – Análise horizontal do faturamento e folha salário de 2017 e 2018Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Seguindo as informações apresentadas nos quadros acima, constata-
se que conforme análise vertical das informações estimadas para 2019,
o faturamento mensal em relação ao faturamento anual possui variação
entre 3% a 13% aproximadamente, fator relevante no que diz respeito
382
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ao fluxo de caixa da empresa. Entretanto, ao ser realizado uma análise
horizontal da média do efetivo faturamento de 2017 para 2018, nota-se um
crescimento de 8,47% em relação às receitas.
Tratando-se da folha salário, ainda no que diz respeito a análise
vertical de 2017 para 2018, vale salientar um aumento de 156,81% dos
referidos gastos.
4.2.1 CÁLCULO PARA O LUCRO PRESUMIDO
Após o levantamento dos dados e as devidas previsões de faturamento
para 2019, se faz necessário realizar as simulações dos tributos nos dois
regimes de tributação mencionados anteriormente.
O primeiro regime será o Lucro Presumido, onde foram elaborados os
cálculos do ISS, PIS e da COFINS conforme o faturamento, IR e CSLL de acordo
com as presunções de lucro, e o INSS patronal conforme o valor da folha salário
Mês/anoFaturamento
MêsAlíquota
%Pis a
RecolherMês/ano
Faturamento Mês
Alíquota %
COFINS a Recolher
jan/19 8.206,54R$ 0,65% 53,34 jan/19 8.206,54R$ 3,00% 246,20R$ fev/19 22.175,96R$ 0,65% 144,14 fev/19 22.175,96R$ 3,00% 665,28R$
mar/19 17.877,16R$ 0,65% 116,20 mar/19 17.877,16R$ 3,00% 536,31R$ abr/19 6.232,41R$ 0,65% 40,51 abr/19 6.232,41R$ 3,00% 186,97R$ mai/19 24.622,04R$ 0,65% 160,04 mai/19 24.622,04R$ 3,00% 738,66R$ jun/19 6.436,23R$ 0,65% 41,84 jun/19 6.436,23R$ 3,00% 193,09R$ jul/19 14.208,30R$ 0,65% 92,35 jul/19 14.208,30R$ 3,00% 426,25R$
ago/19 15.587,45R$ 0,65% 101,32 ago/19 15.587,45R$ 3,00% 467,62R$ set/19 13.139,96R$ 0,65% 85,41 set/19 13.139,96R$ 3,00% 394,20R$ out/19 23.613,75R$ 0,65% 153,49 out/19 23.613,75R$ 3,00% 708,41R$ nov/19 21.924,84R$ 0,65% 142,51 nov/19 21.924,84R$ 3,00% 657,75R$ dez/19 12.500,00R$ 0,65% 81,25 dez/19 12.500,00R$ 3,00% 375,00R$ Total 186.524,64 0,65% 1.212,41 Total 186.524,64R$ 3,00% 5.595,74R$
Lucro Presumido Cálculo PIS
Lucro PresumidoCálculo COFINS
Quadro 6 - Tributação do PIS e da COFINS na modalidade do Lucro Presumido.Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Após análise dos referidos quadros de tributação do PIS e da COFINS,
383
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
no regime cumulativo com alíquotas de 0,65% de PIS e 3% da COFINS
previstas na Lei Nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Vale salientar que na
modalidade cumulativa, o contribuinte não tem direito a nenhum crédito
a descontar do valor do imposto a ser pago, exceto as exclusões da base
de cálculo devido às notas fiscais canceladas e descontos incondicionais
concedidos no ato do fato gerador.
Mês/anoBASE DE
CÁLCULOAlíquota %
INSS a Recolher
jan/19 8.206,54R$ 5,00% 410,33fev/19 22.175,96R$ 5,00% 1.108,80
mar/19 17.877,16R$ 5,00% 893,86abr/19 6.232,41R$ 5,00% 311,62mai/19 24.622,04R$ 5,00% 1.231,10jun/19 6.436,23R$ 5,00% 321,81jul/19 14.208,30R$ 5,00% 710,42
ago/19 15.587,45R$ 5,00% 779,37set/19 13.139,96R$ 5,00% 657,00out/19 23.613,75R$ 5,00% 1.180,69nov/19 21.924,84R$ 5,00% 1.096,24dez/19 12.500,00R$ 5,00% 625,00Total 186.524,64 5,00% 9.326,23
Lucro PresumidoCálculo ISS
Quadro 7 – Tributação do ISS referente o Município de Balneário PiçarrasFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Apesar do ISS possuir a mesma base de cálculo, as leis que
regulamentam este tributo são outras se comparado ao PIS/COFINS, o
ISSQN está previsto na Lei 116/2003. No item 10.09, mencionado no Art.
1º da mesma lei, expõe a atividade de representação comercial, onde todos
os municípios devem seguir o mesmo código.
384
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Mês/anoFaturamento
MêsAliquota
Presunção %Presunção Aliquota IR % IRPJ a Pagar
1º Trimestre 48.259,66 32,00% 15.443,09 15,00% 2.316,462º Trimestre 37.290,68 32,00% 11.933,02 15,00% 1.789,953º Trimestre 42.935,71 32,00% 13.739,43 15,00% 2.060,914º Trimestre 58.038,59 32,00% 18.572,35 15,00% 2.785,85
Total 186.524,64 8,00% 59.687,88 15,00% 8.953,18
Mês/anoFaturamento
MêsAliquota
Presunção %Presunção Aliquota CSLL% CSLL a Pagar
1º Trimestre 48.259,66 32,00% 15.443,09 9,00% 1.389,882º Trimestre 37.290,68 32,00% 11.933,02 9,00% 1.073,973º Trimestre 42.935,71 32,00% 13.739,43 9,00% 1.236,554º Trimestre 58.038,59 32,00% 18.572,35 9,00% 1.671,51
Total 186.524,64 12,00% 59.687,88 9,00% 5.371,91
Lucro PresumidoCálculo CSLL
Lucro PresumidoCálculo IRPJ
Quadro 8 – Cálculo de IRPJ e CSLL na modalidade do Lucro PresumidoFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
De maneira já exposta sobre as regras na apuração do IRPJ e CSLL, o
quadro acima resume a simulação total dividida em trimestres da apuração
do imposto de renda da pessoa jurídica e a contribuição social sobre o lucro
presumido. O pagamento é devido no último dia útil do mês subsequente
ao trimestre apurado.
Conforme a presunção de 32% sobre o Lucro presume se que a empresa
finalizará o ano de 2019 com um lucro de R$ 59.687,88, com um total de
tributo calculado sobre o lucro presumido de R$ 14.325,00.
385
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Mês/ano Folha Salário Alíquota %INSS a
Recolherjan/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40fev/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40
mar/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40abr/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40mai/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40jun/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40jul/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40
ago/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40set/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40out/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40nov/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40dez/19 8.442,02R$ 20,00% 1.688,40
Total 101.304,24 20,00% 20.260,85
Lucro PresumidoCálculo INSS PATRONAL
Quadro 9 – Cálculo do INSS PatronalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Além do INSS descontado do salário bruto, a empresa também deve
recolher o INSS patronal, previsto no artigo 22 da Lei Nº 8.212, de 24 de
Julho de 1991. No caso da referida empresa, sua alíquota de INSS patronal
está em 20% sobre o total das remunerações pagas.
4.2.2 Cálculo para o Simples Nacional
Para demonstrar os cálculos tributário na modalidade do Simples
Nacional, se faz necessário mencionar algumas mudanças que a legislação
trouxe com a LC 155/2016, principalmente para empresas do ramo da
representação comercial.
Para as atividades enquadradas no CNAE 43.30-7-06 (Representantes
386
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
comerciais e agentes do comércio de peças e acessórios novos e usados
para veículos automotores) a LC 155/2016 dispõe de dois anexos diferentes
para fins tributários, o anexo III (tributação menos onerosa) e o anexo V
(maior ônus).
Quadro 10 – Anexo III e V do Simples Nacional, conforme Lei Complementar 155/2016Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
O anexo III quanto o anexo V demonstrados no quadro acima, possui
todos os tributos (PIS, COFINS, ISS, IRPJ, CSLL, INSS patronal) unificados
em uma única guia de recolhimento mensal. Sua alíquota efetiva sofre
uma variação mensal de acordo com a receita acumulada dos últimos 12
meses, aplicando a seguinte formula:
387
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
RBT12xAliq-PD RBT12
RBT12 =Receita Bruta últimos 12 meses
Aliq =
Alíquota nominal constante dos Anexos I a V da referida Lei Complementar
PD =
Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da referida Lei Complementar
= ALÍQUOTA EFETIVA
Quadro 11 - Formula para cálculo da alíquota efetiva da LC 155/2016Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Sabendo a fórmula para cálculo dos anexos do Simples Nacional, é
fundamental saber em qual dos dois anexos a empresa será tributada. O
parágrafo 5º-J, Art. 18 da referida Lei expõe a seguinte redação:
As atividades de prestação de serviços a que se refere o
§ 5o-I serão tributadas na forma do Anexo III desta Lei
Complementar caso a razão entre a folha de salários e a
receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a
28% (vinte e oito por cento).
Ainda tratando-se do mesmo assunto, o parágrafo 5º-M, do Art. 18 da
LC 155/2016 discorre o seguinte:
Quando a relação entre a folha de salários e a receita bruta
da microempresa ou da empresa de pequeno porte for
inferior a 28% (vinte e oito por cento), serão tributadas no
Anexo V desta Lei Complementar as atividades previstas.
388
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Seguindo as regras exigidas em lei, foi calculado mensalmente a relação
entre a folha de salários e a receita bruta, para que a partir deste ponto,
sejam realizadas as apurações do efetivo tributo.
ANO FATURAMENTO FOLHA SALÁRIORELAÇÃO FOLHA X RECEITA
ÚLTIMOS 12 MESES
jan/19 8.206,54R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%fev/19 22.175,96R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%
mar/19 17.877,16R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%abr/19 6.232,41R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%mai/19 24.622,04R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%jun/19 6.436,23R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%jul/19 14.208,30R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%
ago/19 15.587,45R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%set/19 13.139,96R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%out/19 23.613,75R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%nov/19 21.924,84R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%dez/19 12.500,00R$ 8.442,02R$ MAIOR QUE 28%
TOTAL 186.524,64R$ 101.304,24R$
Quadro 12 - Relação Folha x ReceitaFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Visto que a empresa se enquadrou em todos os meses com a folha
salário superior a 28% da receita bruta, todo o ano de 2019 será enquadrado
no anexo III desta Lei, trazendo benefícios com uma tributação menos
onerosa, partindo de alíquotas de 6%, diferentemente do anexo V, que traz
a alíquota de 15,5%.
389
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
ANO FATURAMENTORECEITA BRUTA
ÚLTIMOS 12 MESES
Alíquota Efetiva
Simples Nacional a Pagar
jan/19 8.206,54R$ 194.640,72R$ 6,391140% 524,49R$ fev/19 22.175,96R$ 191.480,70R$ 6,311779% 1.399,70R$
mar/19 17.877,16R$ 191.961,75R$ 6,324029% 1.130,56R$ abr/19 6.232,41R$ 195.019,90R$ 6,400490% 398,90R$ mai/19 24.622,04R$ 193.769,05R$ 6,369507% 1.568,30R$ jun/19 6.436,23R$ 190.115,70R$ 6,276682% 403,98R$ jul/19 14.208,30R$ 191.946,34R$ 6,323637% 898,48R$
ago/19 15.587,45R$ 196.567,29R$ 6,438272% 1.003,56R$ set/19 13.139,96R$ 189.922,75R$ 6,271680% 824,10R$ out/19 23.613,75R$ 183.276,09R$ 6,092951% 1.438,77R$ nov/19 21.924,84R$ 206.889,84R$ 6,675853% 1.463,67R$ dez/19 12.500,00R$ 228.814,68R$ 7,109353% 888,67R$
TOTAL 186.524,64R$ 11.943,19R$
Quadro 13 - Apuração do Simples Nacional pelo anexo IIIFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
O quadro acima demonstra o total de tributos que a empresa pagaria
tributando no Simples Nacional, no anexo III conforme já mencionado
anteriormente. Vale salientar que o INSS patronal da empresa já encontra-se
embutido na guia do Simples Nacional juntamente com os demais tributos.
No que diz respeito a soma das receitas e folhas salário nos períodos
de outubro, novembro e dezembro de 2018 para fins de calcular a receita
e folha dos últimos 12 meses, foram utilizados os mesmos valores do
exercício de 2017, visto no presente artigo não realizou previsões de
faturamento e folha nas referidas competências.
390
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
4.2.3 Resumo comparativo e conclusões entre os regimes adotados
Conforme anteriormente exposto, o presente artigo demonstrou todas
as apurações nas modalidades do Lucro Presumido e Simples Nacional,
embasado das legislações vigentes até a presente data. Após efetuada
todas as projeções tributárias é possível realizar um resumo comparativo
entre os dois regimes de tributação.
Quadro 14 - Comparativo entre o Lucro Presumido e Simples NacionalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
De acordo com o quadro demonstrado acima, nota-se que a contribuição
previdenciária patronal apresenta grande relevância entre os demais
tributos, sendo ela a mais onerosa tanto no regime do Lucro Presumido
quanto no Simples Nacional. Salientando que, no sistema unificado dos
tributos, a base de cálculo do CPP é fixa, independentemente do valor da
folha de pagamento da empresa, em contrapartida no Lucro Presumido,
quanto maior for o gasto com a folha salário, maior será a base de cálculo
da contribuição previdenciária patronal.
Ainda em análise do referido quadro acima, fica notório a diferença
de tributos a pagar entre o Lucro Presumido e o Simples Nacional, com o
391
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
regime unificado de tributos disponibilizando uma economia de 76,45%
em relação ao Lucro Presumido.
DIVISÕES DOS TRIBUTOS UNIFICADOS
VALOR DO TRIBUTO
Análise Vertical dos Tributos
Média da Alíquota em Relação ao Faturamento
PIS 364,27R$ 3,05% 0,20%COFINS 1.683,99R$ 14,10% 0,90%
IRPJ 2.746,93R$ 23,00% 1,47%CSLL 1.791,48R$ 15,00% 0,96%ISS 2.030,34R$ 17,00% 1,09%CPP 3.326,18R$ 27,85% 1,78%
TOTAL 11.943,19R$ 100,00% 6,40%
SIMPLES NACIONAL
Quadro 15 - Análise das alíquotas do Simples NacionalFonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
O quadro anterior demonstra uma média anual das alíquotas aplicadas
no referido trabalho, observando-se que ao descriminar as alíquotas com
os tributos individualizados, fica notório os benefícios que o Simples
Nacional proporciona para a empresa em questão. Observa-se também
que o PIS foi o tributo menos oneroso para a empresa, com uma alíquota
média de 0,20% em relação ao faturamento bruto e 3,05% em relação ao
total de tributos apurados e o CPP ficando com o posto de tributo mais
oneroso, com uma alíquota média de 1,78% em relação ao faturamento
bruto e 27,85% em relação a totalidade de tributos apurados.
Um fator que mudaria este cenário tributário é a hipótese da empresa
reduzir de maneira considerável seu gasto com a folha salário, efetuando
as rescisões de seus funcionários e mantendo um pró-labore do sócio em
R$ 2.000,00.
392
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Quadro 17 – Considerando folha salário da empresa em R$ 2.000,00Fonte: Elaborado pelo Acadêmico, 2018
Perante o exposto, identifica-se que a diferença entre o Lucro
Presumido e o Simples Nacional diminui de maneira considerável, o fato é
que, com os valores da folha salário diminuindo, logo a base de cálculo do
CPP do Lucro Presumido também diminui da mesma forma. Sabe-se que a
folha salário foi reduzida para R$ 2.000,00/mês, ocasionando um total de
R$ 24.000,00 ao ano, tornando a razão entre a receita bruta e a folha dos
últimos 12 meses inferior a 28%, em consequência a tributação do Simples
Nacional passa do anexo III para o anexo V, com os valores dos tributos
apurados no quadro acima.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve por objetivo apurar qual o regime tributário mais
benéfico comparando o Lucro Presumido e o Simples Nacional para uma
empresa de representação comercial do município de Balneário Piçarras – SC.
Baseando-se na referida análise, pode-se afirmar que o objetivo geral
393
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
do estudo foi alcançado com sucesso, atendendo todas as leis tributárias
vigentes até a presente data, o Simples Nacional foi a modalidade menos
onerosa identificada após todas as simulações para o ano exercício de
2019, com uma redução considerável na carga tributária da empresa.
Recomenda-se que a empresa Barizon Representação Comercial
LTDA continue realizando periodicamente o Planejamento Tributário,
acompanhando todas as alterações na legislação tributária, com o intuito
de obter economia de tributos de maneira preventiva.
Perante as informações contidas no presente artigo, conclui-se que
o planejamento tributário é um item extremamente relevante, seja qual
for a atividade econômica da entidade, conhecer as legislações que
regulamentam a empresa proporciona uma série de benefícios a curto e
longo prazo. Vale salientar que o Planejamento Tributário é um estudo de
caráter preventivo, não podendo este ser realizado após fatos geradores já
ocorridos.
REFERÊNCIAS
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DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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395
DESIGN DA CONTABILIDADE GERENCIAL
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