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Design de Luminárias Públicas na Qualidade da Paisagem Urbana Dezembro/2016 1 ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016 Design de Luminárias Públicas na Qualidade da Paisagem Urbana Camila Reichert - [email protected] Iluminação e Design de Interiores Instituto de Pós-graduação - IPOG Porto Alegre, RS 24 de março de 2016. Resumo Este artigo tem objetivo demostrar a importância do design de luminárias e da iluminação pública que possam contribuir para a na identidade e a valorização da paisagem urbana. Procura apresentar o pensamento histórico dos sistemas públicos de iluminação pública ao descrever as evoluções de encarar a iluminação pública a 500.000 a.C. até a atualidade. Analisa a função da iluminação pública como fator referência e de animação dos espaços públicos iluminados. A iluminação compondo a valorização da paisagem urbana ao impor uma identidade luminosa a cidade. Apresenta as metodologias de iluminação urbana recorrentes: o movimento de origem francesa L' Urbanisme Lumiére e o já global City Beautification e propor uma instrumento de planejamento de iluminação pública, através de um Plano de Iluminação Pública - PDI. Apresenta também, os conceitos e princípios para o design de luminárias pública voltado para os usos de vias para pedestres e veículos, o que valorizam e melhoram a iluminação pública da paisagem urbana iluminada. Conclui-se que a iluminação pública através do design de luminárias valoriza o espaço público no período noturno, obtendo resultados com o desenvolvimento social e econômico, o aumento da segurança pública, circulação de pedrestre, veículos e diminuição da crimilidade, além de contribuir para a valorização e preservação do patrimônio urbano. Palavras-chave: Paisagem Urbana; Iluminação Pública; Design de Luminárias; Mobiliário Urbano. 1. Introdução Este artigo desenvolvido pelo curso de Iluminação e Design de Interiores do Instituto de Pós- Graduação - IPOG - tem como tema o Design de Luminárias Públicas na Qualidade da Paisagem Urbana. De modo específico, este trabalho apresenta diretrizes para a implantação de iluminação pública para a qualidade de paisagem urbana com a utilização do design e funcionalidade dos artefatos de iluminação. Este estudo, busca analisar a utilização de iluminação pública pelos papéis exercidos, identificando o surgimento do caráter estético/cenográfico, onde com o planejamento das cidades com a aplicação de vários mobiliários urbanos, entre elas as luminárias públicas, que auxiliam na percepção, referência, na ambiência, na estruturação e valorização da paisagem urbana. Sendo assim, pode se relacionar que a utilização da iluminação pública ao processo de planejamento, confere qualidade, segurança, bem estar aos cidadãos que freqüentam estes espaços.

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ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016

Design de Luminárias Públicas na Qualidade da Paisagem Urbana

Camila Reichert - [email protected] Iluminação e Design de Interiores

Instituto de Pós-graduação - IPOG Porto Alegre, RS 24 de março de 2016.

Resumo Este artigo tem objetivo demostrar a importância do design de luminárias e da iluminação pública que possam contribuir para a na identidade e a valorização da paisagem urbana. Procura apresentar o pensamento histórico dos sistemas públicos de iluminação pública ao descrever as evoluções de encarar a iluminação pública a 500.000 a.C. até a atualidade. Analisa a função da iluminação pública como fator referência e de animação dos espaços públicos iluminados. A iluminação compondo a valorização da paisagem urbana ao impor uma identidade luminosa a cidade. Apresenta as metodologias de iluminação urbana recorrentes: o movimento de origem francesa L' Urbanisme Lumiére e o já global City Beautification e propor uma instrumento de planejamento de iluminação pública, através de um Plano de Iluminação Pública - PDI. Apresenta também, os conceitos e princípios para o design de luminárias pública voltado para os usos de vias para pedestres e veículos, o que valorizam e melhoram a iluminação pública da paisagem urbana iluminada. Conclui-se que a iluminação pública através do design de luminárias valoriza o espaço público no período noturno, obtendo resultados com o desenvolvimento social e econômico, o aumento da segurança pública, circulação de pedrestre, veículos e diminuição da crimilidade, além de contribuir para a valorização e preservação do patrimônio urbano. Palavras-chave: Paisagem Urbana; Iluminação Pública; Design de Luminárias; Mobiliário Urbano. 1. Introdução

Este artigo desenvolvido pelo curso de Iluminação e Design de Interiores do Instituto de Pós-Graduação - IPOG - tem como tema o Design de Luminárias Públicas na Qualidade da Paisagem Urbana. De modo específico, este trabalho apresenta diretrizes para a implantação de iluminação pública para a qualidade de paisagem urbana com a utilização do design e funcionalidade dos artefatos de iluminação. Este estudo, busca analisar a utilização de iluminação pública pelos papéis exercidos, identificando o surgimento do caráter estético/cenográfico, onde com o planejamento das cidades com a aplicação de vários mobiliários urbanos, entre elas as luminárias públicas, que auxiliam na percepção, referência, na ambiência, na estruturação e valorização da paisagem urbana. Sendo assim, pode se relacionar que a utilização da iluminação pública ao processo de planejamento, confere qualidade, segurança, bem estar aos cidadãos que freqüentam estes espaços.

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Adota-se três etapas de trabalho. A primeira corresponde a parte da história de iluminação pública, com base em bibliografia existente, fontes relacionadas ao tema. A segunda apresenta os princípios da iluminação pública na valorização da paisagem urbana e o planejamento na cidade com iluminação pública através do Plano Diretor de Iluminação. Na terceira, trata do design de luminária pública como sendo um dos elementos dos mobiliários urbano, que mudou profundamente a paisagem e a existência da cidade tanto no nível da sua dimensão urbana e arquitetônica, como na perspectiva estética e visão histórica, social e cultural. Partindo de conceitos, princípios e linhas para o design de luminárias públicas, este artigo classifica as tipologias de iluminação pública e aborda sobre iluminação funcional destinada para vias de pedestres e veículos que valorizam a paisagem urbana. 2. História de iluminação pública

A História da Iluminação começa com a história do Homem. Os resíduos materiais que o tempo preservou, datados da época de nossos ancestrais de 500.000 anos atrás, servem para interpretar o modo como viviam os materiais disponíveis numa ou noutra região do planeta (DERZE, 2013). Percebe-se que desde a pré-história, a evolução está ligada a utilização da iluminação natural e artificial. O desenvolvimento do cérebro está relacionado às funções da visão, desde as formas da vida mais primitivas até a espécie humana, tendo a iluminação papel fundamental para tal desenvolvimento. Nos povos antigos, já havia indícios da iluminação artificial por meio da utilização do óleo. Séculos mais tarde, o óleo de baleia passou a ser empregado em diversos países.

No ano de 8000 a. C., na Mesopotâmia, foram empregadas lâmpadas de oléo. A primeira menção a velas é do ano de 5000 a.C. Com a ajuda de pratos ou cubas com gordura animal, era colocada uma fibra vegetal que funcionava como fonte de luz. Mas o estado da gordura era líquido, diferente das velas encontradas no Egito antigo, que eram sólidas. (AVER, Aver, apud MARTINS, 2011).

Na Idade Média os seres humanos vinham tentando resolver o problema da escuridão com velas e outros artefatos, neste período, eram usadas tochas ou archotes, com fibras torcidas e impregnadas com material inflamável, tais como: resina, graxa ou breia. No século XV que a iluminação pública tornou-se uma preocupação nas cidades. Isso porque ao longo da história, registros indicam que em Londres, na Inglaterra, em 1417, lanternas foram colocadas em pontos diferentes da cidade, o que parece ser, segundo cita Santos (2005), a data embrião da iluminação urbana, que surgiu como solução para diminuir a violência e, principalmente, os furtos a comerciantes que aconteciam com freqüência a região. Em Paris, no século XVII foi ordenada a colocação de luzes nas janelas das casas voltadas para a rua, como meio de reduzir o crime, instituindo o binômio iluminação-segurança. Em 1763, nesta cidade foi utilizado pela primeira vez um refletor metálico denominado reverbère. Graças a esse refletor, uma pessoa podia ser reconhecida a uma distância de 30 passos. Em 1777, a estrada de Paris a Versalles foi iluminada permanentemente à noite.

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Na Inglaterra, no início do século XIX, William Murdock desenvolveu lampiões a gás obtidos pela destilação do carvão mineral e em 1807 as ruas de Londres começam a ser iluminadas à noite por bicos de gás, sendo assim foram substituídas por lâmpadas elétricas, no início do século XX. Em 1854, o mecânico alemão Johann Heinrich Goebel (1818-1893) que inventou a lâmpada, sendo seu mecanismo continha fibras de bambu em ampolas de vidro transparente. Em 1867, o engenheiro alemão Werner Siemens criou o dínamo, mecanismo que permite a utilização industrial da eletricidade. Com esse conhecimento, foi Thomas Edison ( 1847 - 1931), que além de inventor, era empresário, quem transformou a lâmpada incandescente em um produto para consumo. O químico austríaco Carl Auer von Welsbach revolucionou a lâmpada de Edison, com a introdução do filamento de metal.

Passo importante também foi dado por William David Coolidge quando conseguiu trefilar o tungstênio para utilização na lâmpada incandescente, por volta de 1909, explica o engenheiro da GE, Luciano Rosito. Os filamentos de tungstênio permitiram que as lâmpadas funcionassem em temperaturas mais elevadas, o que possibilitou uma luz mais branca e mais intensa com o mesmo consumo de energia. Começavam então a sair de cena os lampiões com combustível e os faroleiros que colocavam manualmente lanternas em alguns locais para entrada dos sistemas de iluminação a eletricidade, mas este processo deu-se de forma paulatina, afinal, as lâmpadas instaladas primeiro nos Estados Unidos, em 1879, ainda não eram confiáveis. O antigo e o moderno dividiam a função de iluminar as ruas da cidade. (AVER, Ana apud ROSITO, 2009).

Tanto na Europa como nos Estados Unidos, eram desenvolvidas pesquisas na busca de novas soluções para iluminação das cidades. Neste sentido, buscava-se desenvolver sistemas que utilizassem a eletricidade com fonte de energia, sendo esse um grande desafio. Uma das primeiras aplicações da eletricidade foram as chamadas velas Jablochkoff, lâmpadas de arco voltaico, introduzidas em Paris em 1878 e Londres contavam com seis dessas lâmpadas. Em 1879, nos Estados Unidos o Public Square de Cheveland, foi iluminado por Brush com doze lâmpadas de arco. O sistema de Brush foi desenvolvido por Thomson-Houston e em pouco tempo mais de 250.000 lâmpadas de arco aberto estavam em funcionamento nos Estados Unidos. (SANTOS, apud PEREIRA, 1954, pag.1) 3. Paisagem Urbana Valorizada pela Iluminação Pública

A paisagem urbana pode ser entendida como a maneira em que as edificações, vias, automóveis e outros elementos se organizam e se relacionam nos ambientes da cidade e contribui na qualidade de vida e bem estar dos moradores e cidadãos. É direito do cidadão, um bem público que deve ser protegido e valorizado. Melhorias na paisagem urbana levam os cidadãos a um envolvimento maior com espaços públicos e seus recursos. Os condicionantes que compõem uma paisagem noturna são as mesmas que compõem um espaço urbano belo em um período diurno. São elas: a função a legibilidade, a identidade e a

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harmonia, sendo diferenciadas entre si através da percepção que o observador (usuário) tem sobre os diferentes materiais que compõe os objetos e a imagem em si. Portanto, a iluminação pública é um dos elementos que proporcionam a valorização da paisagem e junto traz aos cidadãos a sensação de segurança, visibilidade, conforto, composição e atmosfera são funções que justificam a aplicação de iluminação em benefícios das pessoas. Em meados dos anos 80, do século passado, a iluminação pública era vista sob o ponto de vista técnico é, hoje, analisada também sob o aspecto de percepção do usuário com um elemento do embelezamento do espaço urbano. A imagem da cidade contemporânea pode ser analisada sobre diferentes pontos de vista. São dois métodos mais recorrentes, que não raro, se confundem: o movimento de Origem francesa L'Urbanisme Lumière e já o global City Beautification. O método mais comum na Europa é o L'Urbanisme Lumière, cuja definição é dada por Narboni (2003, p.223) como sendo "a área da atividade de iluminação urbana que trata de planificação da iluminação à escala regional, do aglomerado de população - cidade ou aldeia ou local a privilegiar". Esse conceito tem característica o planejamento luminotécnico de áreas de grande escala, através de uma concepção multidisciplinar que resulta no desenvolvimento de um Plano Diretor de Iluminação - PDI. Dentre as premissas que constituem a fundamentação do L'Urbanisme Lumière estão a abordagem integradora, a intersecção com a escala de grandes dimensões, a abordagem artística no ato de concepção projetual, a formulação da ambiência e o respeito às características sociais e culturais. Já o método City Beautification, desencadeado pelo arquiteto norte-americano Daniel Hundson Bumham (1846-1912) que aposta no marketing para modificar a atitude e comportamento do usuário. De forma geral, seus princípios visam implementar o embelezamento da cidade através de intervenções pontuais e analisando sua composição formal como forma de expressão artística sem, necessariamente, ter um embasamento social. A abordagem, geralmente, é mais artística e "[...]não há a preocupação de estabelecer uma ambiência ou estar de acordo com a atmosfera da cidade" (MOISINHO FILHO, 2010, p.224), Este método, valoriza o embelezamento de monumentos arquitetônicos das cidades, com o objetivo de gerar emprego, negócios e incrementar o turismo. A iluminação pública e arquitetural adequada a paisagem permite aos habitantes e turistas sintam-se seguros, situam-se e orientando-se no espaço noturno. A iluminação confortável a pedestres, monumentos artisticamente iluminados ou logradouros com ambiência contribuem para o bem-estar do cidadão. São inúmeras as justificativas para iluminar a cidade, dentre elas, pode-se destacar com suas principais contribuições: demarcar referências espaciais, criar ligações e percursos, facilitar a leitura de um contexto citadino, hierarquizar e organizar o espaço urbano possibilitando sua reapropriação e valorização do patrimônio urbano pelos seus habitantes. A iluminação, portanto, é um instrumento capaz de organizar e modelar o espaço através de escolhas dos elementos tratados e, sobretudo pela sua hierarquização - valorização ou

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atenuação graças às intensidades luminosas e às nuances de temperaturas de cor. O potencial de hierarquização da iluminação permite reforçar os referenciais espaciais da cidade: entrada, pontos altos, monumentos, etc e valorizar as vistas e perspectivas, marcando claramente a sucessão de planos visuais, permite melhor apreender a maneira com o espaço se organiza e se estruturou no tempo. 3.1 Planejamento de iluminação pública

Para valorização da paisagem urbana, a iluminação pública envolve planejamento e, em uma situação ideal, essa ação se dá através de um Plano Diretor de Iluminação - PDI. Este instrumento é fundamental para a criação de condições apropriadas de uso coerente da iluminação pública para a cidade ou logradouro, assim como para a implementação das políticas de iluminação urbana compostas pela gestão da iluminação pública e das intervenções a serem realizadas. Para o desenvolvimento do PDI é fundamental uma reflexão sobre a iluminação urbana para estabelecer a identidade do local e, na seqüência , propor etapas para implementação dos potenciais a serem explorados, sejam eles patrimônios naturais ou construídos estabelecendo hierarquia do projeto. ( SANTOS, 2005). As características do sítio da cidade e as vocações para os primeiros parâmetros a serem analisados. É importante também avaliar a localização de parques, conjuntos arquitetônicos, lagos ou mar e os caminhos que habitantes e turistas utilizam. Centro histórico e outras características específicas do local dele fazer parte do PDI. A partir das diretrizes do plano, é que se pode desenvolver um projeto de iluminação propriamente dito, produto final que define precisamente o tipo de luminária, quantidade, localização montagem, fachos luminosos, efeitos, temperatura de cor de lâmpadas, etc (SANTOS, 2005). Definir a ambiência do local a ser iluminado, permite que seja determinada a temperatura de cor da iluminação. Essa variável irá transmitir o caráter e o humor dos vários recintos urbanos á serem iluminados. Para cada atividade a ser desenvolvida na área de abrangência do projeto é então atribuída uma temperatura de cor. Finalmente, ocorre a definição dos de equipamentos, especificações e tecnologias aplicadas e sua localização. É importante que o PDI faça um programa amplo da valorização da paisagem urbana, sendo assim os resultados somente serão atingidos se as ações forem coordenadas de modo a contemplar as diversas disciplinas que compõem a planejamento. 4. Design de Luminárias Públicas

Mudanças no ritmo de vida das grandes cidades e com diversas inovações tecnológicas, mudaram os padrões do tratamento de espaços públicos. Surge a necessidade de equipar estes espaços com artefatos ou objetos com interesses urbanísticos, paisagísticos, simbólicos,

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culturais ou de prestação de serviço, tendo como objetivos a comodidade e o conforto exterior dos habitantes, que são atualmente demonimando de mobiliário urbano. Para Màrius Quintana Creus, o termo mobiliário urbano, foi traduzido demasiadamente literal do francês mobilier urban ou do inglês urban furniture, sendo traduzido para a ideia de decorar, mobiliar a cidade – sendo considerado errôneo. Em substituição, Creus sugere o termo elementos urbanos, ou seja, a função do mobiliário urbano vai além de decorar a cidade, tem uma função específica. Masatu Sato adotava o termo elementos urbanos para definir peças como sinalização, letreiros, escadarias, monumentos. Kevin Lynch denominava elementos urbanos: as vias, os limites, os bairros, os nós, os pontos marcantes da cidade. Gordon Cullen troca o termo mobiliário urbano por decoração urbana superficial e fala de paisagem urbana na visão serial de um transeunte ao atravessar uma cidade, sem utilizar termos específicos para defini-los.

Figura 01 - Passeio em instalação de Mobiliário Figura 02- Design de Mobiliário Urbano

Urbanos: bancos e luminárias públicas Parada de ônibus com iluminação. Fonte: Camila Reichert (2015) Fonte: Camila Reichert (2015)

Entre as centenas ou milhares de equipamentos e objetos que atualmente configuram o que se entende de mobiliário urbano, encontram-se os candeeiros ou luminárias públicas urbanas, que pelo seu caráter podem contribuir significaticamente para reforçar o valor estético e a percepção do ambiente urbano. Conforme afirma Pinto-Coelho (1995) "a iluminação se revela um instrumento poderoso permitindo criar um sistema visual urbano que desenvolve uma nova ordem espacial que pode vir a sobrepor-se ao potencial da configuração urbana de um determinado sistema induzindo, assim a um padrão de movimentos naturais próprios". A iluminação pública urbana, assim denomin'ada por ser gerida por entidades públicas, é o resultado de conjunção de vários sistemas que incluem a iluminação de monumentos, edificios e estruturas arquitetônicas e, a iluminação de vias públicas e espaços públicos que assumem um peso significativo no resultado da iluminação de exteriores.

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A iluminação pode influenciar de forma positiva ou negativa a paisagem urbana envolve, pois um projeto de iluminação inadequado no tipo e intensidade de luz assim como no design do seu suporte pode comprometer o ambiente final criando áreas escuras, sombreadas, pouco seguras e apelativas, que prejudicam a viabilidade e leitura da paisagem e dos seus elementos.

A luz em conjugação com a visão permite o reconhecimento dos locais, das pessoas dos animais, etc. De fato, a visão é um dos cinco sentidos mais importantes, pois é responsável por 80% das informações recebidas pelo nosso cérebro - (ÁGUAS, Sofia, 2010, pag. 106).

É possível encontrar informações relativas à iluminação para espaço público em orientações, normas, manuais e recordações em instituições nacionais e internacionais como no CIE - Commission International de L' Eclairage, na IES - assim como catálogos e documentos informativos de fabricantes de lâmpadas e de luminárias (candeeiros) para espaços públicos. Mesmo com a vasta quantidade de informações sobre o assunto, o planejamento de projetos de luminárias públicas exige soluções que considerem de um lado aspectos funcionais da luz, incluindo níveis de iluminação apropriados, utilização de energia, estratégia de gestão, tecnologia e manutenção, por outro, o impacto no próprio sistema e respectivos suportes no ambiente geral onde se situa, incluindo questões históricas, culturais, sociais entre outras. Conforme afirma Água (2010), não se deve considerar a iluminação somente como necessidade funcional, mas também considerar a importância do suporte e a configuração dos espaços urbanos, como haviam feitos nossos antepassados e entender a importância da luz na configuração do espaço no período noturno. De modo geral, não se pode se basear de informações e recomendações de organizações ou fabricantes de iluminação para espaço público, pois estes, somente fornecem indicações para projetos tipo ou padrão, mas o design de luminária pública envolve muitas considerações que variam de projeto para projeto o que tornam complicado uma uniformização de recomendações. A maioria dos estudos sobre o design de iluminação para espaço público são no geral orientados para a problemática no custo de produto, no respectivo consumo de energia, rendimento visual e preferências do utilizador relativas ao espaço iluminado, optimização das performances fotométricas, restituição cromática, distribuição luminosa, limitação dos custos energéticos, facilidade de manutenção das instalações, etc, ou seja, na maioritariamente, preocupações ao nível de questões energéticas e quantidade de luz efetiva fornecida. Nos anos 30 a 80, do século passado, as questões relacionadas à iluminação pública, limitava-se praticamente a luminária ou o sistema de iluminação, sendo especificado por um especialista na área, cuja as principais preocupações se centravam nos requisitos funcionais e principalmente em ternos de segurança e eficiência visual. 4.1 Tipologias de Luminárias Públicas Para abordar sobre as tipologias de luminárias públicas, se faz necessário a analisar o sistema de iluminação e as categorias de espaços públicos: iluminação de orientação, iluminação de edificações, pontes, estruturas, monumentos, arte pública, parques jardins água, ruas comerciais e residenciais, centros históricos, ruas principais e secundárias, vias rápidas,

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autoestradas e seus serviços, parques de estacionamento, recintos desportivos, garagens de transporte público, etc. Existem os seguintes tipos de iluminação de acordo com a tipologia do espaço a iluminar: Iluminação funcional de circulação de pessoas e de veículos (estrutura viária e sistema urbano); Iluminação de edifícios; Iluminação de espaços de transição interior/exterior; Iluminação de espaços verdes, elementos de água e elementos artísticos/patrimoniais; Iluminação de pontes, viadutos e túneis, como sistema de continuidade ou ruptura espacial e visual; Iluminação comercial (mobiliário urbano de publicidade) Tendo claro, a classificação dos tipos de iluminação pública, este artigo aborda o design de iluminação funcional, destinado para a circulação de pessoas e de veículos e que estruturam a paisagem urbana de modo geral. Desta forma, os modelos de luminárias públicas para espaço público, podem ser classificados do seguinte modo: * LUMINÁRIA DE ILUMINAÇÃO DE VIAS PARA PEDRESTRES: Este tipo de luminária tem o objetivo de fornecer luz para informação visual suficiente, de modo a permitir uma utilização noturna com segurança. Esta necessidade psicológica deriva da importância da sensação de segurança com a questão funcional na utilização do espaço público no período noturno. Os pedestres movem-se mais lentamente que os veículos, logo mais é requisito essencial um nível de iluminação mais elevado, assim solicitando uma impressão de conforto, diversidade de brilho (Philps, 2005). Este tipo de luminária pode ter emissão de luz direta, indireta, difusa, direcional e de orientação. - A luz direta é projetada diretamente na superfície a ser iluminada. As sobras expressas no solo são claras e distintas, como acontece com a luz solar em dias limpos.

Figura 03 – Luminária Pública Luz Direta

Fonte: Camila Reichert (2015)

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- A luz indireta é primeira dirigida para uma superfície refletora em, em seguida novamente radiada sobre a superfície a ser iluminada. Esta opção oferece bom conforto visual pois é fonte de luz não visível. Num contexto alargado, a proteção parece brilhar criando impressão de um céu virtual. As sombras são turvas e indistintas.

Figura 04 – Luminária Pública - Luz Indireta Fonte: http://www.repume.com.br/portfolio

- Na luz difusa, os raios de luz são transmitidos através de um material translúcido ou transparente, de forma da fonte luminosa não pode ser vista. É semelhante à luz do céu num dia nublado com sombras suaves ou ausentes.

Figura 05 – Luminária Pública - Luz Difusa

Fonte: Camila Reichert (2015)

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- A luz direcional é controlada através da adição de um escudo ou grelha que limita a direção da luz. Este tipo de controle pode ser muito importante em ambientes urbanos e suburbanos para evitar a penetração indesejada de luz.

Figura 06 – Luminária Pública - Luz Direcional

Fonte: https://chadelierlux.wordpresscom/2010/05/16/iluminacao-de-jardim - A luz de orientação indica a direção de locais, através da criação de pontos de marcação ou referências no terreno ou local a ser projetado ou inserido.

Figura 07 – Luminária Pública - Luz de Orientação

Fonte: Camila Reichert (2010) * LUMINÁRIA DE ILUMINAÇÃO VIÁRIA URBANA: A iluminação viária proporciona visibilidade ao iluminar os objetos e potenciais riscos ao longo e na via, mas também é atualmente considerada como ferramenta de desenvolvimento econômico. Pode ser classificada de acordo com o dimensionamento da instalação da iluminação e da tipologia do

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espaço urbano. Para avenidas, ruas, estradas, becos, ou seja, para vias principais ou secundárias urbanas, as luminárias públicas têm geralmente 4,50 a 6 metros de altura em zonas residenciais e entre 10 a 12 metros de altura nas zonas de avenidas e ruas. A instalação deste tipo de iluminação deve levar em consideração os seguintes parâmetros: - O design do sistema óptico deverá ser optimizado para criar uma distribuição fotométrica adequada; - É necessário determinar a quantidade de luz para atingir o nível de iluminância pretendido de forma a responder às exigências de normas.

Figura 08 – Luminária Pública de iluminação viária

Fonte: http://www.importadorazen.com.br/portfolio/418

* LUMINÁRIA DE ILUMINAÇÃO MISTA: As luminárias de iluminação mista buscam integrar ambos os sistemas acima descritos, possibilitando vários recursos e efeitos no local a ser inserido na paisagem urbana. 4.2 Elementos da Luminária Pública As luminárias públicas são constituídas por um conjuntos ou elementos que dividem a luminária ou candeeiro em: uma ou mais luminárias ou armadura, coluna ou poste, consola e os equipamentos elétricos da mesma. Desta forma, busca-se conhecer cada elemento da luminária pública: * LUMINÁRIA OU ARMADURA

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A luminária ou armadura é composta por um habitáculo, lâmpada(s) soquete(s) e cabos elétricos (incluindo balastros para fontes fluorescentes e HID, e transformadores, para fontes incandescentes de baixa tensão). Além destas peças, as luminárias públicas podem conter mais componentes, variando seu design, podem ser: refletor, lente, grelha, gaxeta, travamentos, ornamentos distintos, hardware de proteção, para melhor desempenho a eficiência, e aparência ou o serviço de controlar o brilho, ou distribuição de luz. Uma luminária pública compõem-se de sistema óptico, suporte para lâmpada, corpo da luminária ou armadura, fixação da luminária ao poste, aparelhagem auxiliar, dispositivos de regulação e ambientador isostático. O sistema óptico pode ser composto pelo refletor, refrator e difusor e destina-se a alterar a distribuição do fluxo luminoso emitido pelas lâmpadas. - Refletor: são componentes que visam modificar a trajetória do feixes luminosos emitidos pela lâmpada, pelo princípio da reflexão ou mista e podem ser planos, circular parabólico, ecléptico ou junção destas formas. São constituídos em vidro espelhado, alumínio abrilhantado ou crómio polido quando se pretende obter a reflexão regular, ou alumínio martelado ou chapas pintadas quando se pretende obter reflexão mista. - Refrator: é o elemento da luminária que orienta e distribui o feixe de luz sobre a área que se deseja iluminar, através do princípio da refracção dos corpos transparentes. São tipicamente constituídos de vidro ou em materiais plásticos, que são resistentes aos choques mecânicos e térmicos e à fadiga provocada pelas condições climática. - Difusor: Tem como principal função a diminuição da luminância das lâmpadas visando melhorar o conforto visual. São normalmente em vidro claro quando se pretende um difusor transparente, em vidro despolido ou plástico claro quando se pretende difusor translúcido, ou em plástico ou vidro opalinos quando se pretende um difusor opalino, com ou sem prismas que fornece a orientação definitiva ao fluxo luminoso que sai da luminária. É geralmente usado em conjunto com os dispositivos ópticos refletor e refrator. O suporte para lâmpada deve assegurar constantemente a posição correta da lâmpada e o bom contato elétrico com a aparelhagem auxiliar e a manutenção da posição da lâmpada mesmo quando a luminária é sujeita a vibrações. O corpo da luminária serve de suporte mecânico para todos os componentes pode também desempenhar total ou parcialmente as funções do sistema óptico. Deve garantir as condições para a fixação e bom funcionamento da aparelhagem auxiliar, das lâmpadas e do sistema óptico (quando este é independente do corpo), pelo que deve apresentar uma boa resistência mecânica a choques e vibrações e deve assegurar a proteção contra corrosão. Deve permitir ainda fácil acesso às lâmpadas e aparelhagem auxiliar para que possam ser substituídas.

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A fixação da luminária ao poste, pode ou não ser parte integrante da luminária. Este elemento pode ser fixo ou permitir a regulação da posição da luminária, mas em todo o caso deve garantir que a luminária permanece inalterável após o seu posicionamento. A aparelhagem auxiliar pode ser incorporada no corpo da luminária ou num compartimento separado, mas sempre que a aparelhagem auxiliar esteja colocada na luminária, é necessário protegê-la contra elevações de temperatura. Os dispositivos de regulação sevem para assegurar uma maior versatilidade de utilização, algumas luminárias possuem dispositivos que permitem à adaptação as características da sua distribuição luminosa à superfície a iluminar ou a diferentes tipos de lâmpadas. Tal pode ser conseguido através de mecanismos que permitam ajustar a posição da lâmpada em relação ao sistema óptico ou vice-versa. O ambientador isostático é utilizado em luminárias fechadas com objetivos de reter a umidade e o pó o que pode penetrar na luminária, juntamente com o frio que entra. Este dispositivo é formado por um tubo para circulação do ar e por um cartucho perfurado contendo uma substância hidroabsorvente e outra que absorve o pó. Este dispositivo evita com eficácia a acumulação de pó e unidade dentro da luminária que degradam o desempenho óptico e diminuem o tempo de vida útil dos componentes contidos na luminária.

Figura 09 - Partes de uma luminária Fonte : Thomas & Betts Corporation

Segundo Teixeira (2003) a luminária de espaços públicos tem com finalidade "dirigir o fluxo luminoso para obter a repartição luminosa desejada com melhor rendimento possível; evitar o encadeamento; satisfazer as especificações elétricas que garantem a segurança e o bom funcionamento; e proteger o melhor possível as lâmpadas e os dispositivos elétricos e ópticos das influências atmosféricas".

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* COLUNA OU POSTE A coluna ou poste é um apoio destinado a suportar uma ou várias luminárias e constituído por uma ou várias partes: um fuste, eventualmente uma extensão superior e, se necessário, um braço. As colunas das luminárias de espaços públicos, devem apresentar uma boa resistência aos esforços resultantes da ação dos ventos e aos choques mecânicos, ter resistência à intempéries e á corrosão, fácil manutenção e espaço suficiente para a colocação e acesso fácil da aparelhagem de proteção. Geralmente são produzidos em materiais com aço, liga de alumínio ou de betão. As colunas em aço tem como vantagem uma boa resistência aos choques mecânicos e á corrosão, desde que mantidos regularmente em conservação reduzida. As colunas em liga de alumínio tem características mecânicas elevadas, tem princípios contra a corrosão e não possuem muita manutenção. Os postes de liga de alumínio são considerados mais leves que os de aço, o que facilita o seu transporte e manuseamento. As colunas produzidas em betão ou betão pré-esforçado apresentam boa resistência aos ambientes corrosivos, onde são indicados para aplicação de áreas litorâneas ou com ambiente agressivo. Ultimamente, tem-se realizado experiências com materiais plásticos, mas a sua flexibilidade limita a altura das colunas de 6 ou 8m. Este material apresenta as vantagens quanto ao nível de leveza, e acabamento pois, suprem qualquer pintura. As colunas têm geralmente formatos circulares ou poligonais por vezes reforçadas na base com placa de apoio ou flange. As colunas podem apresentar vários formatos, configurações, cônicas, tronco-cônicas, cilíndricas, bi cilíndricas, octogonais, etc, dependendo do design e o tipo de iluminação pretendida, material a ser especificado, esquema de fixação junto ao solo e aos braços. Portanto, a coluna é o elemento que determina a altura necessária, a orientação no espaços' públicos a iluminar.

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Figura 10 - Modelos de colunas e postes de luminárias

públicas'''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''''' '''' Março de 2016, em http://www.oriondobrasil.com.br/portfolio/bracos-e-postes-especiais-para-iluminacao/

Figura 11- Desenho técnico de coluna ou poste engastado e flangeado

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http://www.gravia.net.br/postes-e-bracos/produtos/postes-conicos-continuos-curvos-duplos

Figura 12- Tabelas com dimensionamento de coluna ou poste engastado e flangeado

http://www.gravia.net.br/postes-e-bracos/produtos/postes-conicos-continuos-curvos-duplos

* CONSOLA OU BRAÇOS As consolas ou braços de iluminação são geralmente colocados nas fachadas das edificações em locais onde se deseja iluminar, sendo que os passeios estreitos impedem a instalação de colunas ou postes. Para instalação de consolas, deve-se obedecer as seguintes condições: - Ausência de árvores de grande porte; - Presença ao longo das vias de edifícios altos e de construções robustas; - Largura a iluminar entre fachada a fachada, que não ultrapasse a 20 m.

Figura 13 - Desenho técnico e dimensionamento de braço longo para áreas arborizadas http://www.gravia.net.br/postes-e-bracos/produtos/bracos-ecologicos

Recomenda-se que as consolas, sejam em materiais metálicos e resistentes contra a corrosão.

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Figura 14 – Luminária Pública - consola Figura 15 - Via estreita com aplicação de Fonte: Camila Reichert (2015) consola na iluminação Fonte: Camila Reichert (2015) Em locais especiais, como vias estreitas é possível instalar cabos de suspensão. Este tipo de suspensão realiza uma disposição axial das luminárias e possuem uma difícil manutenção, pois expõem as luminárias a ação dos ventos, o que causa movimentos indesejáveis.

Figura 16 – Luminária Pública com instalação Figura 17- Detalhe de luminária pública de cabos de suspensão com cabos de suspensão Fonte: Camila Reichert (2015) Fonte: Camila Reichert (2015) 5. Conclusão

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A paisagem urbana é uma realidade física composta por edificações e equipamentos, e percebido num conjunto ou em detalhe pelos usuários ou moradores da cidade. A paisagem urbana é resultado da interação do homem com o meio natural ou fabricado. A criação de ações que a valorizam e provocam a integração e a mobilidade dos cidadãos. A nova vida moderna, trouxe o conceito da valorização da paisagem urbana e a ambiência no período noturno, sendo assim, a iluminação pública cria uma identidade que valoriza o patrimônio cultural e natural das cidades. Atualmente a iluminação de espaços públicos, é considerada um fator essencial na construção da qualidade de vida de qualquer cidade. Para as áreas públicas a iluminação é indispensável ao desenvolvimento social e econômico, sendo assim assume com um dos fatores mais importantes para o aumento da segurança pública, determina as áreas de circulação de pedestres, veículos e diminuição e prevenção da criminalidade. A iluminação também contribui para a valorização e preservação do patrimônio urbano, as edificações e proporciona o uso do espaço público noturno, promovendo atividades de comércio, cultura, o lazer, etc. Por décadas, o sistema de iluminação do espaço público privilegiou, quase exclusivamente, a o trânsito motorizado. Hoje o sistema de iluminação pública é projetado para a os cidadãos, que consideram a luz como condição fundamental para o desenvolvimento da cidadania e salientar os locais mais importantes da cidade.

"... a iluminação é relevante para o embelezamento da cidade, agregando-lhe valores adicionais como objeto de apreciação em si, criando atmosfera, valorizando e destacando lugares, edifícios e vias de circulação." (JUNQUEIRA M. G, apud, KIRSCHBAUM, 2006, p.11).

Na paisagem urbana, encontramos o mobiliário urbano que é um instrumento técnico e funcional na estrutura do espaço público e que pode tornar um elemento na construção da identidade urbana. Estes elementos tem uma forte ligação com ambiente onde está inserido, participando, facilitando ou dificultando o acesso a mobilidade de pedestres e veículos, contribuindo usabilidade, atratividade e agente facilitador dos cidadãos e usuários. Os mobiliários urbanos, estabelecem um relação perceptiva com os aspectos culturais, históricos, simbólicos, sociais, arquitetônicos, humanos, etc da cidade. Entre estes elementos que equipam os espaços públicos, encontramos as luminárias públicas ou candeeiros, que são vistos de dia e de noite. São artefatos que vivem diariamente nos vários lugares das cidades, possuem diversos modelos, design e são constituídos por vários componentes com diferentes objetivos, funcionalidade e distintos ciclos de vida útil. O projeto design de luminária pública, não somente se reduz apenas à parte física do objeto, mas também à imaterialidade da luz, com concreto que modela o próprio espaço. Para o desenvolvimento de projeto de luminárias, é indispensável o conhecimento de questões relacionadas ao conforto visual, direcionamento das intensidades luminosas, conhecimentos e conceitos iluminação, a economia de energia e as preocupações de poluição luminosa de forma a utilizar e aplicar em projetos de iluminação de espaços públicos.

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6. Referências Bibliográficas

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AVER, Ana (2003), A relação iluminação pública e a criminalidade. Especialize IPOG - Revista On Line.

DERZE, Farlley, (2013) História da iluminação do fogo ao LED, IPOG Instituto de Pós-Graduação e Graduação. Curso de Pós-Graduação em Iluminação e Design de interiores

JUNQUEIRA, Mariana Garcia, A iluminação artificial como elemento estruturador da paisagem urbana contemporânea, Universidade Federal de Santa Catarina.

JUNQUEIRA, Mariana Garcia, (2014) A vocação expressional da luz: o design da iluminação do espaço contemporâneo com arte pública, Revista Ciclos, Florianópolis. MASCARÓ, Lucia, (2006) A iluminação de espaços urbanos, Porto Alegre. MOISINHO FILHO, E F, (2010) Patrimônio cultural e iluminação urbana: diretrizes de intervenção luminotécnica no centro histórico de São Cristovão, Sergipe NARBONI, R. (2003) A luz e a paisagem: criar paisagens noturnas, Lisboa. PHILPS - (2005) On Line Outdoor Lighting Workbook PINTO - COELHO, M.J (1995) A importância da Iluminação na imagem: opções axiais e configuração urbana, Lisboa. SANTOS, E R dos (2005) A iluminação pública como elemento de composição da paisagem urbana, Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. TEIXEIRA, A (2003), Técnicas de Iluminação, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto