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    ODesignInteligente Cincia?John Frame

    Traduo: Felipe Sabino de Arajo Neto1

    O DesignInteligente (DI, de agora em diante) a viso de que o universo devidncia de ser o produto de um projetista inteligente. Como tal, essa uma teoria muitoantiga. Certamente essa era a posio dos escritores bblicos (como Salmo 19:1, Romanos1:18-20). Historicamente, muitos tm articulado essa posio por meio do argumentoteleolgico: que, quando seres no-inteligentes agem por um propsito, eles devem estarsob o controle de uma inteligncia pessoal.

    Nos ltimos 150 anos ou mais, o foco tem sido sobre a teleologia como oposta evoluo atesta. Muitos como B.B. Warfield aceitavam a evoluo em seus esquemasgerais, mas insistiam que o processo evolutivo deve ter sido dirigido por um Deus pessoal.Outros, tais como oInstitute for Creation Research (ICR), argumentavam que a evoluo,como usualmente concebida, no ocorreu de forma alguma. Em sua viso, a Terra tinhaapenas cerca de 10.000 anos, e o registro fssil pode ser explicado pelo dilvio de No.Embora o ICR tenha sido acusado de impor sobre a natureza uma viso derivada da Bblia,eles protestaram que no, que seus argumentos eram baseados na cincia somente.

    Hoje, contudo, o DI refere-se a um movimento especfico que se tornou famosocom a publicao em 1991 do livro de Phillip Johnson:Darwin on Trial. 2Johnson umcristo e professor de Direito na Universidade de Califrnia, Berkeley. Outros membrosproeminentes do movimento so Michael Behe3e William Dembski4. Behe e Dembski socientistas. Johnson no , mas como um advogado tem considervel habilidade em criticarargumentos, e tem usado essa habilidade impressionantemente ao desmascarar as alegaesdarwinistas.

    Diferentemente da ICR, o grupo DI no argumenta em favor de uma Terra jovemou um dilvio geolgico. Eles esto dispostos a aceitar a seqncia cronolgica das vidas-formas mais ou menos como os evolucionistas a apresentam. Mas o evolucionismo hoje(neodarwinismo, como algumas vezes chamado) argumenta que as foras naturais(principalmente seleo natural e mutao gentica) so suficientes para explicar todos osseres vivos; no necessrio invocar a Deus. Essa a questo especfica entre o

    neodarwinismo e o DI.Como um crtico da evoluo, o DI tem atrado mais apoiadores que a ICR e

    outros, entre muitos cientistas, embora seu apoio entre eles ainda seja bem pequeno.Muitos filsofos da cincia cristos tm aplaudido o trabalho do DI.

    Assim, tem sido levantada a questo se o DI deve ser ensinado aos estudantes naescola. Desenvolvimentos seguindo o julgamento de John T. Scopes em 1925estabeleceram o ensino da evoluo nas escolas pblicas. Mesmo criacionistas cristos, nogeral, reconhecem que os estudantes devem saber o que a teoria da evoluo, visto que a

    1E-mail para contato: [email protected]. Traduzido em janeiro/2007.2

    Washington: Regnery Gateway, 1991.3Veja seuA Caixa Preta de Darwin(Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997).

    4Veja seuIntelligent Design(Downers Grove: Inter-Varsity Press, 1999).

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    mesma se tornou a viso predominante de bilogos e gelogos. Mas a questo agora se oDI deve ser ensinado juntamente com a evoluo como uma viso alternativa.

    No geral, a situao legal no anda bem para o DI. As cortes judiciais tm decididoque, porque religio, e no cincia, o DI no tem lugar num currculo cientfico.

    Alm disso, ensinar o DI, muitos contendem, violar o princpio da separao da Igreja e

    Estado.Eu sustento uma viso originalista 5da questo Igreja/Estado. A Constituio dos

    EUA no diz nada sobre uma parede de separao entre a Igreja e o Estado. Ela apenasprobe que o Congresso defina uma igreja nacionalmente estabelecida. Quando aConstituio foi escrita, vrios Estados tinham igrejas estabelecidas. Parte da inteno daConstituio foi dar liberdade aos Estados neste respeito. Certamente, nenhum dosfundadores pretendia abolir todo o apoio da religio pelo governo. Todavia, minha visono a nica atualmente sancionada pelas cortes. Provavelmente a questo do ensino doDI no ser resolvida por um repensar da relao entre a Igreja e o Estado.

    Mas deve ser dito mais sobre a relao entre a religio e a cincia. O DI religio ao

    invs de cincia? Em meu julgamento, religio e cincia no so facilmente dissociados, porrazes como as que seguem:

    1. Acincia religiosa. Vrios escritores (Kuyper, Dooyeweerd, Clouser, Van Til,Polanyi, Kuhn, Hanson, Poythress) tm feito um caso impressionante de que acincia no religiosamente neutra. No nvel mais bvio, a cincia pressupemuitas coisas que no pode provar, mas que devem ser admitidas pela f: auniformidade da natureza, a correspondncia do pensamento com a realidade, auniversalidade das leis fsicas, os valores requeridos para a busca honesta da

    verdade. De fato, suas idias e metodologia pressupem o tesmo cristo, embora

    nem todos eles estejam dispostos a admitir isso.6

    A despeito da incerteza de muita cincia, h um sentido tambm no qual a cincia,como a religio, impe a ortodoxia sobre os seus aderentes. Como Kuhn indica,centros de pesquisa criam comunidades de cientistas, e se algum quiser entrarnessa comunidade, no deve se desviar dos paradigmas padres. Certamente algocomo isso tem acontecido entre os neodarwinistas. Assim, existe uma forte analogiaentre cincia e religio que tem sido ignorada na maioria das discusses.

    2. A cincia mais que observao e experimentao. Como muitos dos pensadoresmencionados anteriormente apontaram, os cientistas no conseguem simplesmente

    os dados. Eles tambm propem hipteses para investigao. Eles devem deduzirconseqncias dessas hipteses. A observao e o experimento buscam essasconseqncias para verificar ou falsificar as hipteses. Mas a prpria hiptese no necessariamente o resultado de observao ou experimentao. Einstein, por

    5Nota do tradutor: No contexto da interpretao constitucional dos EUA, originalismo uma famlia de

    teorias que compartilham o ponto de partida de que uma Constituio (ou estatuto) tem um significado

    fixo e passvel de conhecimento, estabelecido na ocasio da passagem ou ratificao. Um neologismo,originalismo, uma teoria formalista da lei, que est intimamente entrelaada com o textualismo. Hoje,ele mais popular entre os conservadores polticos norte-americanos, mas alguns liberais, como Hugo

    Black e Akhil Amar, tm igualmente consentido com a teoria. Exemplos de conservadores que aprovam

    essa linha incluem Antonin Scalia, Robert Bork e Clarence Thomas.6Poythress, Why Scientists Must Believe in God: Divine Attributes of Scientific Law,Journal of the EvangelicalTheological Society46/1: 111-23. Disponvel em www.frame-poythress.org .

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    exemplo, no desenvolveu suas teorias da relatividade sobre a base de observaoou experimentao. Antes, suas idias inicialmente vieram de experimentosmentais, imaginando como as coisas provavelmente seriam. Muitas de suashipteses foram subseqentemente verificadas pela observao e experimentao.Einstein no foi ele mesmo um cientista experimental. Mas ningum nega que ele

    foi um cientista de primeira ordem.O trabalho da cincia, ento, no somente observacional e experimental, mastambm imaginativo e lgico. O cientista deve usar sua imaginao para determinarhipteses significantes, e sua lgica para determinar qual ele tomar para verificarou falsificar essas hipteses e se um experimento tem, de fato, verificado oufalsificado a mesma.

    As pessoas freqentemente reclamam que o DI no cincia, pois no baseadosobre a observao e o experimento. Essa acusao falsa, pois os escritores do DIdependem de pesquisas j feitas por outros. E alguns escritores do DI, como Behe,

    j fizeram e publicaram pesquisas significantes. (Alguns outros escritores de DI

    fizeram o mesmo, mas tiveram problemas em publicar suas descobertas, segundoeles, por conta do preconceito).

    Mas a principal contribuio do DI para a discusso lgica: avaliar o que requerido para verificar a teoria evolutiva, julgar se a evidncia a estabelece, e seno, quais mudanas devem ser feitas teoria evolutiva para torn-la crvel. O DIprimariamente interpretadados, ao invs de acumul-los. Mas isso no faz do DIno-cientfico.

    A maior parte do neodarwinismo hoje explicitamente anti-testa. Osneodarwinistas crem ter estabelecido uma base naturalista para a origem e odesenvolvimento da vida. O DI nega que eles estabeleceram isso e mostra evidnciado contrrio. Por que deveria a negao do tesmo ser considerada cincia,enquanto a afirmao dele ser considerada religio? No menos cientficodeduzir o projeto inteligente dos dados do que deduzir uma origem no-inteligente.7

    Assim, o Darwinismo, em alguns sentidos, religioso, e o DI cientfico.

    3.A cincia deveestar aberta a toda a verdade. Mesmo que a cincia e a religio pudessemser claramente distinguidas, o que eu nego, importante entender o que estenvolvido na abertura da cincia verdade. Imaginemos que a Bblia a palavrainerrante de Deus, e que nesse livro Deus fala sobre alguns assuntos de importncia

    para a cincia. Agora, na discusso atual essa posio seria rejeitada como umainvaso da religio na cincia. Mas, quer a Escritura seja religio ou cincia, nomnimo aqueles que crem nela alegam que ela uma fonte de verdade. Se umafonte de verdade, como os cientistas podem justificar o fato de ignorar ou neg-la?

    Sem dvida, muitos cientistas negam que a Bblia seja a palavra inerrante de Deus.Mas seela for, esses cientistas esto perdendo algo importante, da mesma forma seeles negligenciassem dados importantes num estudo do efeito de uma droga. Assim,a questo da Bblia ser verdadeira uma questo de importncia para a cincia, bemcomo para todos os outros estudos.

    7Alm disso, a prova do ltimo encontra as dificuldades padres em se provar o negativo.

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    As afirmaes do DI no so baseadas na Bblia, embora muitos dos seus aderentessejam cristos. difcil a mim imaginar que eles fariam as afirmaes que fazem seno fossem cristos. Mas essa questo irrelevante. Para estabelecer o cartercientfico das afirmaes de algum, no necessrio provar que elasnovieram deuma autoridade religiosa. Visto que eu creio que a Bblia verdadeira, penso que a

    confiana sobre a Bblia (propriamente interpretada) seria um argumento a favor doDI, ao invs de contra ele. A tentativa dos escritores do DI de afastar a si mesmosda Bblia , penso, um expediente para evitar certas objees populares, ao invs deuma posio necessria para a cincia genuna.

    Concluo que o DI to cientfico, e to religioso, quando o neodarwinismo. Comotal, ele deveria receber uma posio de igualdade com o Darwinismo nas escolas. Issoprovavelmente no acontecer no futuro prximo, devido deciso da corte numaseparao rgida entre religio e cincia, e por causa de uma doutrina ilegtima de Igreja eEstado. Mas sobre os mtodos intrnsecos do caso, as duas posies deveriam ser no

    mnimo ensinadas lado a lado.As escolas tipicamente afirmam estarem abertas a todos os pontos de vistassignificantes. Os estudantes aprendem a pensar criticamente ao serem expostos a diferentesposies para avaliao. Nenhuma teoria humana infalvel. Enganos podem serencontrados nos escritos de neodarwinistas e de escritos do DI igualmente. Expor ascrianas somente posio neodarwinista, e fazer a afirmao (surpreendente, pra mim) deque ela fato, no teoria priv-las de uma sria oportunidade ao pensamento crtico etambm empobrece a sua educao. Esse tipo de dogmatismo , penso eu, a prova final deque o evolucionismo religio tanto quanto cincia. Aqueles que negam essa ortodoxia,como os escritores do DI, esto, atravs dessa prpria negao, fazendo uma contribuiosubstancial cincia.

    Fonte:http:/ /www.frame-poythress.org/ frame_articles/IntelligentDesign.htm

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