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Despacho de Importação - Conferência Aduaneira

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Page 1: Despacho de Importação - Conferência Aduaneira

Conferência Aduaneira

Introdução

O tema Conferência Aduaneira é tratado em linhas gerais pelo Regulamento Aduaneiro nos artigos 564 a 570 e de forma detalhada, mas não exaustiva pela IN SRF nº 680/06, arts. 24 a 50.

Consoante o estabelecido no art. 564 do RA, a conferência aduaneira tem por finalidade identificar o importador, verificar fisicamente a mercadoria e a correção das informações relativas a sua natureza, classificação fiscal, quantificação e valor, e confirmar o cumprimento de todas as obrigações (fiscais e outras), exigíveis em razão da importação. Ou seja, a conferência aduaneira compreende tanto os aspectos documentais relacionados ao despacho de importação quanto os aspectos físicos relacionados à mercadoria.

A conferência poderá ser realizada na zona primária ou na zona secundária.

É facultado ao Auditor Fiscal limitar a conferência aduaneira às hipóteses motivadoras da parametrização da DI (art. 24, §1º e 2º da IN SRF nº 680/06).

As mercadorias descritas de forma semelhante em diferentes DI, do mesmo contribuinte, salvo prova em contrário, são presumidas idênticas para fins de determinação do tratamento tributário ou aduaneiro, nos termos do art. 68 da Lei nº 10.833/03.

Constatada, durante a conferência aduaneira, ocorrência que impeça o prosseguimento do despacho, este terá seu curso interrompido após o registro da exigência correspondente no Siscomex, pelo Auditor-Fiscal responsável. Para mais informações, consulte o tópico Interrupção do Despacho de Importação.

A seleção da declaração para quaisquer dos canais de conferência aduaneira não impede que o chefe do setor responsável pelo despacho, a qualquer tempo, determine que se proceda à ação fiscal pertinente, se tiver conhecimento de fato ou da existência de indícios que requeiram a necessidade de verificação da mercadoria, ou de aplicação de procedimento aduaneiro especial.

A entrega da mercadoria ao importador poderá ser autorizada pelo AFRFB responsável pelo despacho antes de totalmente realizada a conferência aduaneira, em situações de comprovada impossibilidade de sua armazenagem em local alfandegado ou, ainda, em outras situações justificadas, tendo em vista a natureza da mercadoria ou circunstâncias específicas da importação atendidas as condições estipuladas no art. 47 da IN SRF nº 680/06. Para mais informações, consulte o tópico Entrega da Mercadoria.

Os temas Retificação de Despacho de Importação e Desembaraço Aduaneiro estão relacionados à Conferência Aduaneira, mas foram objetos de tópicos específicos para melhor detalhamento. Saiba mais em:

Retificação do Despacho de Importação;

Desembaraço do Despacho de Importação.

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro;

Lei nº 10.833/03; e

IN SRF nº 680/06.

Exame Documental

O exame documental das DI selecionadas para conferência consiste no procedimento fiscal destinado a verificar:

A integridade dos documentos apresentados;

A exatidão e correspondência das informações prestadas na declaração em relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que se refere à origem e ao valor aduaneiro da mercadoria;

O cumprimento dos requisitos de ordem legal ou regulamentar correspondente aos regimes aduaneiros e de tributação solicitados;

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O mérito de benefício fiscal pleiteado; e

A descrição da mercadoria na declaração, com vistas a verificar se estão presentes os elementos necessários à confirmação de sua correta classificação fiscal.

A indicação da Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística - NVE, nos termos da IN SRF nº 80/96.

Na hipótese de descrição incompleta da mercadoria na DI (Anexo Único da IN SRF nº 680/06, item 42) que exija verificação física para sua perfeita identificação, com vistas a confirmar a correção da classificação fiscal ou da origem declarada, o Auditor Fiscal responsável pelo exame pode condicionar a conclusão da etapa à verificação física da mercadoria.

O importador deve se atentar para o correto preenchimento dos documentos assim como a clareza das informações prestadas na DI que contribuirão para a celeridade na análise do despacho. Para mais informações sobre os documentos instrutivos do despacho, acesse o tópico Entrega dos Documentos.

A prestação de informação inexata no preenchimento da DI poderá ensejar a aplicação da multa prevista no art. 711 do Regulamento Aduaneiro.

LEGISLAÇÃO

IN SRF nº 680/06;

IN SRF nº 80/96; e

Regulamento Aduaneiro.

Verificação da Mercadoria

A verificação física tem como finalidades identificar e quantificar a mercadoria submetida a despacho aduaneiro, obter elementos para confirmar sua classificação fiscal, origem e seu estado de novo ou usado, bem como para verificar sua adequação às normas técnicas aplicáveis (art. 569 do Regulamento Aduaneiro e art. 29 da IN SRF nº 680/06). Pode ser realizada:

Por amostragem de volumes e embalagens, na forma disciplinada em ato interno da Coana;

Com auxílio de assistência técnica para identificação e quantificação da mercadoria;

Utilizando-se relatório ou termo de verificação lavrado pela autoridade aduaneira do País exportador;

Utilizando-se relatórios e termos de verificação lavrados por outras autoridades, na fase de licenciamento das importações;

Utilizando-se registros de imagens das mercadorias, obtidos por câmeras ou por meio de equipamentos de inspeção não-invasiva.

A verificação de mercadoria, na conferência aduaneira ou em outra ocasião, será realizada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil ou, sob a sua supervisão, por Analista-Tributário, na presença do viajante, do importador, do exportador ou de seus representantes, podendo ser adotados critérios de seleção e amostragem, de conformidade com o estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (art. 50 doDecreto-Lei nº 37/66 com redação dada pela Lei nº 12.350/2010).

Na ausência do importador, na data e horário previstos para a conferência, a mercadoria depositada em recinto alfandegado poderá ser submetida a verificação física na presença do depositário ou de seu preposto que, nesse caso, representará o importador, inclusive para firmar termo que verse sobre a quantificação, a descrição e a identificação da mercadoria (art. 31 da IN SRF nº 680/06).

É facultado ao importador requerer, previamente ao registro da DI, a verificação das mercadorias efetivamente recebidas do exterior, para dirimir dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro, inclusive no que se refere à sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal e à descrição detalhada. (art. 10 da IN SRF nº 680/06). Para tanto, deverá apresentar requerimento ao chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro instruído com o conhecimento de carga correspondente à mercadoria.

Outros procedimentos especiais poderão ser estabelecidos pelo chefe da unidade da RFB, para tratamento de mercadorias específicas que em função de sua natureza, justifiquem tratamento diferenciado, nos termos do art. 41 da IN SRF nº 680/06.

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A verificação de mercadoria poderá ser realizada, total ou parcialmente, no estabelecimento do importador ou em outro local adequado, por decisão do chefe da unidade da RFB de despacho, de ofício ou a requerimento do interessado, quando:

O recinto ou instalação aduaneira não dispuser de condições técnicas, de segurança ou de capacidade de armazenagem e manipulação adequadas para a realização da conferência;

Tratar-se de bens de caráter cultural;

Tratar-se de bem cuja identificação dependa de sua montagem.

O art. 38 da IN SRF nº 680/06 prevê hipóteses de dispensa de conferência física para alguns tipos de mercadorias. Já o art. 41 da normativa, faculta ao chefe da unidade da RFB responsável pelo despacho aduaneiro a edição de normas complementares para disciplinar o tratamento prioritário a ser conferido a determinados tipos de mercadorias tais como perecíveis e cargas perigosas.

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro;

Decreto-lei nº 37/66; e

IN SRF nº 680/06.