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1 Nota Técnica – 13/8/2009 DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS DA UNIÃO: 1º SEMESTRE DE 2002 VERSUS 2009 1 José Roberto Afonso 2 com apoio de Kleber Castro 3 O último resultado oficial das necessidades de financiamento do setor público (NFSP), compreendendo o primeiro semestre de 2009, mostrou uma considerável deterioração das contas públicas do País, sendo marcante a redução do superávit primário do governo federal. Este resultado é fruto da combinação da forte queda da arrecadação tributária, devido redução da atividade econômica e a desoneração fiscal, e do aumento dos gastos públicos correntes, principalmente gastos de pessoal, o que nada tem a ver com a alegada política fiscal anticíclica, até porque as decisões de criação de cargos e aumentos são anteriores a quebra do Lehman Brothers. A trajetória da política de gastos com pessoal do governo federal é bastante preocupante, uma vez que indica uma pressão futura ainda maior neste item de despesa. Além disso, apesar das afirmações de que era necessário aumentar o volume de despesas como forma de combater a crise econômica, seus esforços para fazer crescer as despesas que realmente são anticíclicas, como os investimentos, tem sido pífio. O foco do aumento dos gastos continua sendo o pessoal. E este é justamente o tema desta nota. Um grande foco do aumento dos gastos correntes envolve os de pessoal. Recentemente algumas autoridades federais negaram tal incremento, especialmente quando mensurados em proporção do PIB, alegando ser “fantasioso” tal argumento. A melhor resposta é verificar o que dizem os números oficiais, tomando por base relatórios publicados pelo próprio governo federal, inclusive disponibilizados na internet, para atender exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal. 1 Esta nota técnica foi elaborada a pedido do Senador Tasso Jereissati, Relator da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade, para avaliar os impactos na política fiscal. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a posição das instituições que os autores são vinculados. 2 Economista do BNDES, a serviço do Senado Federal. 3 Economista e mestrando do PPGE/UFF.

DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS DA UNIÃO: 1º SEMESTRE DE ... · 2 Economista do BNDES, a serviço do Senado Federal. ... foi tomado como fonte o quadro do RREO que ... vencimentos

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1 Nota Técnica – 13/8/2009

DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS DA UNIÃO: 1º SEMESTRE DE 2002 VERSUS 20091

José Roberto Afonso2

com apoio de Kleber Castro3 O último resultado oficial das necessidades de financiamento do setor público (NFSP), compreendendo o primeiro semestre de 2009, mostrou uma considerável deterioração das contas públicas do País, sendo marcante a redução do superávit primário do governo federal. Este resultado é fruto da combinação da forte queda da arrecadação tributária, devido redução da atividade econômica e a desoneração fiscal, e do aumento dos gastos públicos correntes, principalmente gastos de pessoal, o que nada tem a ver com a alegada política fiscal anticíclica, até porque as decisões de criação de cargos e aumentos são anteriores a quebra do Lehman Brothers. A trajetória da política de gastos com pessoal do governo federal é bastante preocupante, uma vez que indica uma pressão futura ainda maior neste item de despesa. Além disso, apesar das afirmações de que era necessário aumentar o volume de despesas como forma de combater a crise econômica, seus esforços para fazer crescer as despesas que realmente são anticíclicas, como os investimentos, tem sido pífio. O foco do aumento dos gastos continua sendo o pessoal. E este é justamente o tema desta nota. Um grande foco do aumento dos gastos correntes envolve os de pessoal. Recentemente algumas autoridades federais negaram tal incremento, especialmente quando mensurados em proporção do PIB, alegando ser “fantasioso” tal argumento. A melhor resposta é verificar o que dizem os números oficiais, tomando por base relatórios publicados pelo próprio governo federal, inclusive disponibilizados na internet, para atender exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal.

1 Esta nota técnica foi elaborada a pedido do Senador Tasso Jereissati, Relator da Comissão de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade, para avaliar os impactos na política fiscal. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a posição das instituições que os autores são vinculados. 2 Economista do BNDES, a serviço do Senado Federal. 3 Economista e mestrando do PPGE/UFF.

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A Evolução por Elemento O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) da União, previsto na LRF e publicado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), inclusive na internet4, constitui uma fonte oficial preciosa para avaliar a evolução e a composição do gasto federal. Esta análise levantou os valores da estrutura dessa despesa acumulada até junho, em 2002 e depois em 2009, de modo a comparar, para o mesmo período de tempo (evitando sazonalidades), o tamanho e o padrão do gasto ao final do governo passado e na última posição do atual governo. Especificamente, foi tomado como fonte o quadro do RREO que expõe as despesas com pessoal e encargos sociais executadas ao longo do ano pelos órgãos federais que integram o orçamento da União (administração direta, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes). Para avaliar a evolução, todos os valores foram expressos a preços do primeiro semestre de 20095 e, também, em percentual do PIB6 (ver tabulações com detalhamento dessas contas públicas ao final da nota). O gasto federal com sua folha salarial teve um aumento impressionante nos seis anos da presente gestão federal, ao comparar a primeira metade deste ano com a última primeira metade do último ano do governo federal anterior. Entre o primeiro semestre de 2002 e o primeiro semestre de 2009, o total da despesa com pessoal e encargos da União cresceu cerca de R$ 26,2 bilhões, com um incremento de 49% acumulados entre os sete anos que se passaram. Em termos anuais, o incremento foi de 5,9% ao ano, considerada a taxa média geométrica da variação entre os dois semestres citados. A dimensão dos valores envolvidos dá uma idéia ainda mais expressiva do que significou o incremento da folha salarial da União, conforme quadro a seguir: o gasto saltou de R$ 53,5 bilhões ou 4,75% do PIB, na primeira metade de 2002, para R$ 79,8 bilhões ou 5,52% do PIB do período. Portanto, relativamente ao tamanho da economia brasileira, o incremento do gasto federal com pessoal foi de 0,77 pontos do PIB. Este resultado, muito acima do ritmo de crescimento da economia brasileira, é perigoso do ponto de vista da boa gestão fiscal.

Despesa com Pessoal da União - 2002 e 2009 Período Milhões de R$ Constantes % do PIB

1º Sem. De 2002 53.548,03 4,75 1º Sem. De 2009 79.792,72 5,52 Variação 49,0% 0,77

4 Os quadros utilizados dos relatórios da STN são reproduzidos ao final desta nota mas os seus relatórios estão disponíveis em: http://www.stn.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/execucao_orcamentaria_do_GF/Balancos_Demonstracoes/Quadros_Demonstrativos/RROjun02.pdf e http://www.stn.fazenda.gov.br/hp/downloads/lei_responsabilidade/RROjun2009.pdf 5 O índice de inflação do semestre foi calculado utilizando a média geométrica dos índices dos seis primeiros meses de cada ano. O índice utilizado foi o IPCA do IBGE. 6 O PIB semestral foi obtido a partir das estimativas mensais do Banco Central. Ou seja, nenhuma variável básica utilizada nesta análise foi estimada pelos autores.

3 O fato mais preocupante se refere ao crescimento do gasto com pessoal no curto prazo. Isso porque a maior parte do crescimento de gasto antes apontado nos últimos sete anos se deu, na verdade, entre o primeiro semestre de 2008 e o de 2009. Medido tal gasto em percentual do PIB, se verifica que o índice do primeiro semestre de 2008 (4,77% do PIB) era quase igual ao de igual período de 2002 (4,75% do PIB). Logo, o aumento para 5,52% do PIB foi construído praticamente todo em 2009. Ou seja, 98% do crescimento do indicador de gasto de pessoal do governo federal em percentual do PIB entre 2002 e 2009 são explicados pela variação registrada no último dos sete anos desse período. É preciso, portanto, redobrar os cuidados com análise de evoluções do gasto que se encerram em 2008 porque, intencionalmente ou não, deixam escapar o movimento mais recente. À parte esse dimensionamento do que a União gasta com pessoal, o quadro do RREO publicado pela STN apresenta uma decomposição que permite várias e interessantes diferenciações dos gastos: civil x militar; ativos x inativos; salários x encargos; remuneração fixa x funções gratificadas. Isto permite complementar e aprofundar a análise anterior. O componente que mais pressionou as despesas federais com pessoal foi o da remuneração dos servidores em atividade. O crescimento desse subitem foi de R$ 15,6 bilhões, sempre entre o primeiro semestre de 2002 e o de 2009. Tal incremento significou um gasto a maior da ordem de 0,54% do PIB, superando em muito as outras duas rubricas (inativos e contribuições patronais) 7, como pode ser visto no gráfico abaixo:

Além da variação absoluta dos gastos com pessoal ativo ter sido bastante elevada, a variação relativa também teve um resultado significativo. Ao menos em valores constantes o crescimento foi de quase 57% entre 2002 e 2009. Desta forma, a despesa com ativos é a principal explicação para o crescimento do total com gasto de pessoal, como mostra o gráfico a seguir: 7 As rubricas foram calculadas da seguinte forma: ativos (distinguindo civil e militar) = vencimentos e vantagens fixas + vencimentos e vantagens fixas de comissionados + outras despesas variáveis + outras aplicações; inativos (sem distinguir civil e militar) = aposentadorias + pensões + reformas + contribuições de entidades fechadas de previdência; e obrigações patronais.

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Portanto, pouco mais de dois terços do aumento do total da despesa com pessoal foi explicado pelos ativos. Os inativos, mesmo apresentando baixas taxas de crescimento, aparecem como a segunda principal explicação: aproximadamente 31%. E, por fim, as contribuições patronais responderam por quase 15% do crescimento. No início de 2002, os ativos já respondiam por mais da metade (51,3%) das despesas com pessoal, mas no início de 2009 esse percentual cresceu mais um pouco (chegando a 54,1%). As contribuições patronais também apresentaram crescimento de participação, passando de 3,7% inicialmente para 6,8% no primeiro semestre deste ano, como pode ser visto no gráfico abaixo:

Para que essas duas rubricas aumentassem suas respectivas participações, a rubrica inativos perdeu participação de um período a outro: passou de 45% do total para 39,1% do total.

5 Como os gastos com o pessoal ativo é o mais representativo e também foi o que explicou a maior parte do crescimento das despesas com pessoal no período em análise, cabe olhar para este com mais calma. O pessoal civil da administração direta representa a maior parte das despesas com ativos. Esta representação já era a maior em 2002, porém em uma proporção muito menor. Enquanto no primeiro semestre de 2009 pouco mais de 54% das despesas com ativos eram destinados apenas para os civis da administração direta, no mesmo período de 2002 esse percentual era de 41%. O crescimento de 107% desta rubrica no período é a explicação. Podemos enxergar esta explicação de outra forma. Do crescimento de R$ 15,6 bilhões nas despesas com ativos no período, quase 98% é explicado pelo aumento de gastos com pessoal civil, deixando os militares com 2%. Destes 98%, que representa R$ 15,3 bilhões, 79% são explicados pelo crescimento das despesas com administração direta, deixando os 21% restantes a administração indireta (autarquias, fundações, empresas públicas, economia mista e fundos especiais). Ou seja, não existe sequer a possibilidade de argumentar que o crescimento tem sido justificado pela expansão das empresas estatais (que por sua vez precisariam de mais funcionários), uma vez que o “grosso” do aumento é na administração pública direta. Mais uma evidência do sobrepeso proporcionado pelo pessoal civil é o crescimento de 70% na folha de pagamentos destes – ou ainda crescimento médio real de 8,1% por semestre. Ao mesmo tempo o pessoal militar, na mesma comparação, teve um aumento de 5,5%, os inativos de 30% e o crescimento total foi de 49%. Se não fosse pelo baixo crescimento do pessoal militar e dos inativos teríamos um crescimento ainda mais explosivo. Apesar de não haver o dado do primeiro semestre de 2002, apenas o dado de 2009 já revela uma informação importante sobre os gastos com pessoal civil. Pouco mais de 27% do total gasto com pessoal civil fixo é referente a cargos comissionados, o que mostra a grande quantidade de cargos deste tipo e/ou melhores remunerações que funcionários comissionados recebem (certamente melhores que remunerações de militares ativos). Por último, vale comentar que quando se verifica a variação real dos grandes grupos da folha salarial entre 2002 e 2009, como abaixo revelado, o que sobressai é o aumento das contribuições patronais. Elas cresceram 174% semestre a semestre (ou 15,5% em média, a cada primeiro semestre). Este resultado pode ser explicado, em parte, pelo baixo valor representado por esta rubrica no primeiro semestre de 2002, e possivelmente reflita alguma mudança em rotinas administrativas ou contábeis. Como se parte de uma base baixa é relativamente mais fácil apresentar maior crescimento. E é exatamente por esta baixa representatividade que as contribuições não apresentaram a maior variação absoluta.

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Concluindo, as estatísticas oficiais não deixam dúvida de que a criação de cargos, a contratação de pessoal e, sobretudo, os reajustes aos servidores tiveram forte impacto na despesa da União, contrariando frontalmente a tese de autoridade econômica de que... “todas essas mudanças não aumentaram a folha de pagamento como proporção do PIB”. Tomando o primeiro semestre como referência, o gasto específico com vencimentos e vantagens dos ativos aumentou em 0,54 pontos do PIB, e o gasto total com pessoal cresceu em 0,77 pontos do PIB no atual governo em comparação ao último igual período do governo anterior – ou melhor, comparando o tamanho dessa despesa entre o primeiro semestre de 2002 e de 2009. A diferença entre esses dois índices também indica que a evolução foi diferenciada por tipo de folha, tendo a dos inativos e do pessoal militar crescido num ritmo inferior ao do ativo, principalmente da administração direta, e dos encargos patronais (possivelmente afetada por mudança de rotina). Um traço marcante dessa mudança é que se tornou muito relevante a folha de pessoal com comissões: os R$ 8 bilhões pagos na primeira metade de 2009 equivalem a 38% da folha de vencimentos fixos e supera em 29% tudo que foi pago aos militares em atividade.

Uma Análise Setorial mais Recente

Um desdobramento natural da análise anterior e para o debate sobre o tamanho e a evolução do gasto da União com pessoal envolve a decomposição da folha salarial por áreas de governo. Para manter o princípio de usar só fontes oficiais e públicas, se recorreu às tabulações extraídas do SIAFI e divulgados pela ONG Contas Abertas em seu portal da internet.8

8 Ver tabulações em: http://contasabertas.uol.com.br/asp/uniao.asp

7 A pesquisa foi focalizada. Primeiramente, se considerou apenas o grupo de natureza de despesa (GND) relativo à pessoal. Dentre eles, se optou por consultar apenas o elemento relativo aos servidores ativos civis porque foi o componente que mais subiu no período recente, como mostrado anteriormente. Segundo, para a análise por área, foi descartado usar a classificação institucional porque houve intensa mudança administrativa nos últimos, com a criação de novos órgãos, quando não os já existentes mudaram de ministérios. A melhor opção foi as áreas temáticas adotadas pela proposta orçamentária,9 que agregam em uma dezena as cercas de três dezenas de funções de governo (o senão é que não há uma série histórica oficial muito longa no Contas Abertas). Terceiro, se houver interesse em esmiuçar o gasto, passando de para as funções, tabulação também será apresentada a seguir. Quarto, a análise setorial a seguir adotará um período mais curto que a anterior, porém, isto não compromete demais porque boa parte do aumento da folha constatado desde 2002 se deu nos últimos anos, como já foi dito. Diante do exposto, a tabela a seguir decompõe o gasto com vencimentos do pessoal civil (em atividade) no primeiro semestre de 2006, o último ano do mandato presidencial anterior e, também, o mais antigo disponibilizado no portal da ONG Contas Abertas na internet. Depois, o mesmo gasto na primeira metade de 2008 e na de 2009, sendo que a variação neste último ano permite avaliar os efeitos da recente flexibilização nas contratações e reajustes do funcionalismo. VALORES PAGOS NA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA UNIÃO - DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DO PESSOAL CIVIL ATIVO NO PRIMEIRO SEMESTREGND: 1 - Pessoal e Encargos SociaisElemento: 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

2006 2008 2009 248.960 332.405 496.882 99,6% 49,5% 2,8% 3,0% 1,2% 1,4% 1,7% 1.524.497 1.981.315 2.439.864 60,0% 23,1% 10,2% 8,4% 7,5% 8,3% 8,3% 321.585 325.714 385.476 19,9% 18,3% 0,7% 1,1% 1,6% 1,4% 1,3% 3.834.165 4.262.107 5.462.768 42,5% 28,2% 18,2% 21,9% 18,8% 17,9% 18,6% 453.316 602.351 726.402 60,2% 20,6% 3,1% 2,3% 2,2% 2,5% 2,5% 2.775.408 3.244.345 4.578.137 65,0% 41,1% 20,2% 24,3% 13,6% 13,6% 15,6% 1.395.138 1.818.815 2.103.222 50,8% 15,6% 7,9% 5,2% 6,8% 7,6% 7,2% 7.714.935 9.095.786 10.368.660 34,4% 14,0% 29,7% 23,2% 37,8% 38,2% 35,4% 753.195 884.664 1.081.969 43,7% 22,3% 3,7% 3,6% 3,7% 3,7% 3,7% 1.368.510 1.291.330 1.666.841 21,8% 29,1% 3,3% 6,8% 6,7% 5,4% 5,7% - - 12.685 0,1% 0,2% 0,0% 0,0% 0,0%

20.389.708 23.838.831 29.322.906 43,8% 23,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Elaboração própria a partir de tabulações extraídas pelo Contas Abertas do SIAFIA preços constantes do primeiro semestre de 2009 (deflator IPCA)

NI - NÃO INFORMADOTOTAL:

2008/09

07 - JUSTIÇA E DEFESA08 - PODERES DO ESTADO E REPRESENTAÇÃO09 - AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO10 - TRABALHO, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL

06 - FAZENDA, DESENVOLVIMENTO E TURISMO

04 - EDUCAÇÃO, CULTURA, CIÊNCIA E TECNOLOGIA E ESPORTE05 - PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO URBANO

2008 200901 - INFRA-ESTRUTURA02 - SAÚDE03 - INTEGRAÇÃO NACIONAL E MEIO AMBIENTE

Setores Em R$ Mil constantes Variação Real Determinantes Variação Composição2008/092006/09 2006/092006

Entre o primeiro semestre de 2006 e de 2009, esse elemento da folha cresceu 44% (em apenas três anos); dos quais, 23% no último ano (colunas variações reais). A abertura setorial revela que os mais beneficiados pelos aumentos não foram aqueles que prestam serviços considerados

9 As áreas temáticas são definidas na Resolução n.01/2006-CN, que regulamenta a tramitação do orçamento no Congresso Nacional, de modo a agrupar os órgãos do governo federal segundo afinidades em suas atuações e assim melhor sistematizar o processo de análise da proposta orçamentária a cada ano. Detalhes sobre o processo de apreciação legislativa do orçamento estão disponíveis nos sites do Congresso Nacional: http://www9.senado.gov.br/portal/page/portal/orcamento_senado/LOA/Execucao:EDFS http://www2.camara.gov.br/internet/orcamentobrasil

8 essenciais e sociais para a população, especialmente quando se observa os determinantes da variação – que pondera a composição relativa e a variação real.10 No médio prazo (2006/2009), o setor que mais contribuiu para o aumento da folha federal (de R$ 9 bilhões) foi o dos Poderes de Estado e Representação11: sozinho explicou 30% daquele total. Se a ele for somado o setor da Fazenda12, os dois setores que em pouco atendem diretamente a população explicam metade do aumento da folha nos últimos três anos. O gráfico a seguir mostra isso mais claramente:

Dentre os setores sociais, o maior peso veio da educação, explicou 18% do aumento da folha – mas vale lembrar que o gasto federal aqui é basicamente com universidades, onde estudam uma minoria dos estudantes brasileiros. Um setor que beneficia um contingente muito maior, como a saúde, explicou apenas 10% do aumento da folha, enquanto a previdência, trabalho e assistência (que incluem os servidores que atendem os aposentados, os desempregados e as mães do bolsa-família), somados levaram apenas 3% do incremento da folha. Somados estes três setores sociais, explicaram menos de um terço do aumento do gasto federal, quase tanto 10 Cabe aqui explicar o indicador “determinantes da variação” pouco utilizado nas análises econômicas. Este indicador simplesmente mostra o quanto cada um dos componentes que determinam um agregado contribuiu para a variação deste agregado. Exemplo: o setor “saúde” contribuiu com 8,4% de toda a variação das despesas com pessoal ativo civil de 2008 para 2009. O outro indicador, “variação real”, mais famoso, simplesmente exprime o quanto mudou em termos reais (em valores constantes) uma rubrica de um período para outro, independente de sua relação com o agregado. Exemplo: utilizando o mesmo setor, “saúde”, este apresentou variação real de 23,1% entre 2008 e 2009. 11 Este setor é atualmente composto pelos seguintes órgãos: no Poder Executivo, Presidência da República, Ministério Público da União e Ministérios das Relações Exteriores; os do Poder Legislativo (Câmara dos Deputados, Senado Federal e Tribunal de Contas da União); os Poder Judiciário (Superior Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Justiça Federal, Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça do Distrito Federal e Territórios). O parecer deste setor no orçamento vigente em 2009 está disponível em: http://www2.camara.gov.br/orcamentobrasil/orcamentouniao/loa/loa2009/ciclos/rel_setoriais/setorial08.html 12 Compreende o pessoal empregado nos órgãos dos Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e do Turismo, conforme relatório: http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/or2009/rel_setor/setor06/000_Rel_Setorial_06.pdf

9 quanto o setor de Poderes de Estado, contrariando a tese de que o gasto subiu para prestar mais serviços sociais. Outro percentual emblemático é do setor de infra-estrutura13, que não explica nem 3% do aumento da folha de servidores, mais uma vez contrariando a tese de que teria havido uma forte pressão sobre a folha pela necessidade de contratar engenheiros e gerentes devido as obras e ao PAC. O aumento da folha de justiça e defesa foi mais que o dobro que a folha da infra-estrutura. No curto prazo, entre o primeiro semestre de 2008 e de 2009, esse cenário muda pouco. Mas continuaram liderando as pressões os dois setores tipicamente burocráticos – poderes de estado e fazenda e desenvolvimento absorveram 47% dos R$ 5,5 bilhões a mais que se gastou com a folha de servidores civis ativos. A educação aparece no terceiro lugar, respondendo por 22%. Depois dessa evolução, a composição em 2009 da folha salarial civil da União revela o predomínio das funções burocráticas: 35,4% é explicada pelos Poderes de Estado, ou 53,5% se somados Fazenda e Planejamento, três típicas áreas-meio. Em contraponto, os três setores sociais básicos (educação, saúde e seguridade social), não chegam a 32,6%. Já o setor de infra-estrutura, mesmo depois do PAC, subiu para irrisórios 1,7% da folha total. Tais números evidenciam que a evolução e a composição recente do gasto salarial predominante da União (com remuneração dos servidores em atividade) não privilegiou e nem concentra recursos nos setores sociais básicos, muito menos em infra-estrutura, tendo setores tipicamente burocráticos sido os que mais ocuparam espaço na folha salarial. Decompondo os setores em funções, as constatações são bastante semelhantes, já que as funções judiciária e administração são as maiores determinantes do crescimento da folha salarial entre o primeiro semestre de 2006 e o mesmo período de 2009, bem como na mesma comparação entre 2008 e 2009. A tabela a seguir destaca este ponte com cores. Das funções ditas sociais, apenas educação e saúde (nesta ordem) apresentaram um nível significativo de determinação da variação total. Mas como já explicitado, no caso da educação pode-se interpretar como não sendo uma função estritamente social, no caso do governo federal, uma vez que as universidades, que representam a maior parte dos gastos federais com educação, não atendem a maior parte da população, principalmente a população mais necessitada. O gráfico a seguir mostra as principais funções determinantes da variação da despesa com pessoal civil entre 2006 e 2009:

13 Setor que agrupa os órgãos dos Ministérios dos Transportes, das Minas e Energias e das Comunicações, cujo relatório está disponível em: http://www.camara.gov.br/internet/comissao/index/mista/orca/orcamento/or2009/rel_setor/setor01/000_Rel_Setorial_01.pdf

10

Algumas funções tiveram crescimento muito expressivo nos períodos em análise, como é o caso de assistência social, direitos da cidadania, comunicações e energia, porém, por estas representarem uma parcela muito pequena na composição da folha salarial de ativos civis, elas não têm um impacto muito significativo na determinação do crescimento total da folha. Por outro lado, a função judiciária não apresentou crescimento tão expressivo, mas por representar quase ¼ (um quarto) do total de ativos civis faz com que qualquer pequena variação tenha um peso muito significativo na variação total. VALORES PAGOS NA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DA UNIÃO - DESPESAS COM REMUNERAÇÃO DO PESSOAL CIVIL ATIVO NO PRIMEIRO SEMESTREGND: 1 - Pessoal e Encargos SociaisElemento: 11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

2006 2008 2009 2006/09 2008/09 2006/09 2008/09 2006 2008 2009 1.430.799 1.524.886 1.486.151 3,9% -2,5% 0,6% -0,7% 7,0% 6,4% 5,1% 4.809.585 5.709.991 6.647.307 38,2% 16,4% 20,6% 17,1% 23,6% 24,0% 22,7% 1.046.469 1.372.295 1.603.449 53,2% 16,8% 6,2% 4,2% 5,1% 5,8% 5,5% 2.356.913 3.028.639 4.042.251 71,5% 33,5% 18,9% 18,5% 11,6% 12,7% 13,8% 366.830 449.628 608.021 65,8% 35,2% 2,7% 2,9% 1,8% 1,9% 2,1% 1.019.047 1.333.958 1.440.056 41,3% 8,0% 4,7% 1,9% 5,0% 5,6% 4,9% 222.077 189.010 284.686 28,2% 50,6% 0,7% 1,7% 1,1% 0,8% 1,0% 6.056 11.334 12.235 102,0% 7,9% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1.074.510 1.048.397 1.416.731 31,8% 35,1% 3,8% 6,7% 5,3% 4,4% 4,8% 1.524.497 1.981.315 2.439.864 60,0% 23,1% 10,2% 8,4% 7,5% 8,3% 8,3% 288.302 353.289 409.199 41,9% 15,8% 1,4% 1,0% 1,4% 1,5% 1,4% 3.503.516 3.910.298 4.986.230 42,3% 27,5% 16,6% 19,6% 17,2% 16,4% 17,0% 62.121 75.985 78.264 26,0% 3,0% 0,2% 0,0% 0,3% 0,3% 0,3% 54.228 79.998 110.747 104,2% 38,4% 0,6% 0,6% 0,3% 0,3% 0,4% 69.022 75.026 80.929 17,3% 7,9% 0,1% 0,1% 0,3% 0,3% 0,3% 237.388 235.202 264.025 11,2% 12,3% 0,3% 0,5% 1,2% 1,0% 0,9% 264.087 269.109 404.060 53,0% 50,1% 1,6% 2,5% 1,3% 1,1% 1,4% 620.561 719.258 915.179 47,5% 27,2% 3,3% 3,6% 3,0% 3,0% 3,1% 135.904 169.820 171.801 26,4% 1,2% 0,4% 0,0% 0,7% 0,7% 0,6% 120.452 147.820 196.958 63,5% 33,2% 0,9% 0,9% 0,6% 0,6% 0,7% 5.928 9.757 10.733 81,0% 10,0% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 35.284 56.682 80.634 128,5% 42,3% 0,5% 0,4% 0,2% 0,2% 0,3% 35.079 58.481 109.382 211,8% 87,0% 0,8% 0,9% 0,2% 0,2% 0,4% 119.875 150.297 196.666 64,1% 30,9% 0,9% 0,8% 0,6% 0,6% 0,7% 4.230 6.693 6.898 63,1% 3,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 976.950 871.665 1.320.448 35,2% 51,5% 3,8% 8,2% 4,8% 3,7% 4,5% 20.389.708 23.838.831 29.322.906 43,8% 23,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Elaboração própria a partir de tabulações extraídas pelo Contas Abertas do SIAFIA preços constantes do primeiro semestre de 2009 (deflator IPCA)

26 - TRANSPORTE27 - DESPORTO E LAZER28 - ENCARGOS ESPECIAISTOTAL:

12 - EDUCAÇÃO13 - CULTURA14 - DIREITOS DA CIDADANIA15 - URBANISMO18 - GESTÃO AMBIENTAL19 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA

10 - SAÚDE11 - TRABALHO

20 - AGRICULTURA21 - ORGANIZAÇÃO AGRÁRIA22 - INDÚSTRIA

04 - ADMINISTRAÇÃO05 - DEFESA NACIONAL06 - SEGURANÇA PÚBLICA07 - RELAÇÕES EXTERIORES08 - ASSISTÊNCIA SOCIAL09 - PREVIDÊNCIA SOCIAL

01 - LEGISLATIVA02 - JUDICIÁRIA03 - ESSENCIAL A JUSTIÇA

23 - COMÉRCIO E SERVIÇOS24 - COMUNICAÇÕES25 - ENERGIA

Setores Em R$ Mil constantes Variação Real Determinantes Variação Composição

11

Conclusão As estatísticas oficiais do Tesouro Nacional mostram que o inegável aumento do gasto com pessoal federal desde 2003. Em tese, isto não poderia ser justificado sob o pretexto de reação fiscal à crise financeira global (até porque as decisões que provocaram tal explosão da folha são anteriores à eclosão da crise). O pior de tudo é que constitui uma pressão permanente de gasto corrente, que não será atenuada ou revertida com a proposta de limitar no futuro a expansão da folha ao comportamento do PIB.

Anexo estatístico Despesa de Pessoal e Encargos Sociais da União por Elemento de Despesa - 2002 e 2009 M ilhares de R$ Correntes

Direta Indi reta Total Direta Indireta TotalAPLICAÇÃO DIRETA 22.519.191 11.111.212 33.630.403 56.184.451 23.608.268 79.792.719 Civi l 12.105.953 11.110.656 23.216.609 39.260.127 23.029.956 62.290.083

Venc. E Vantagens Fixas 5.723.739 5.069.180 10.792.919 13.470.163 7.751.567 21.221.730 Venc. E Vantagens Fixas - Com issão - - - 4.169.471 3.845.362 8.014.833 Outras Desp. Variáveis 74.028 29.380 103.408 136.980 151.551 288.531 Aposentadoria 2.987.539 3.281.279 6.268.818 8.053.463 5.891.013 13.944.476 Pensões 1.478.354 944.617 2.422.971 4.719.480 1.837.644 6.557.124 Contrib. Entidades Fechadas de Previd. 27 43.247 43.274 45 64.887 64.932 Obrigações Patronais 533.242 676.439 1.209.681 3.078.991 2.225.606 5.304.597 Outras Aplicações 1.309.024 1.066.514 2.375.538 5.631.534 1.262.326 6.893.860

Mil itar 10.413.238 556 10.413.794 16.924.324 578.312 17.502.636 Venc. E Vantagens Fixas 3.247.781 249 3.248.030 5.672.227 551.030 6.223.257 Outras Desp. Variáveis 275.963 - 275.963 398.636 9.511 408.147 Reform as 3.668.367 151 3.668.518 5.668.230 - 5.668.230 Pensões 2.716.665 7 2.716.672 5.001.054 24 5.001.078 Obrigações Patronais 32.187 121 32.308 107.790 13.953 121.743 Outras Aplicações 472.275 28 472.303 76.387 3.794 80.181

TRANSFERÊNCIAS 1.862.693 - 1.862.693 11.530 - 11.530 TOTAL 24.381.884 11.111.212 35.493.096 56.195.981 23.608.268 79.804.249 F on te : Re l a tóri o R e s u m i do da Exe cuçã o Orça m e n tá ri a /STN .

1º Semestre de 2002 1º Sem estre de 2009

Despesa de Pessoal e Encargos Sociais da União por Elemento de Despesa - 2002 e 2009 M ilhares de R$ Constantes

Di reta Indi reta Total Direta Indireta TotalAPLICAÇÃO DIRETA 35.856.195 17.691.834 53.548.028 56.184.451 23.608.268 79.792.719 Civi l 19.275.711 17.690.948 36.966.659 39.260.127 23.029.956 62.290.083

Venc. E Vantagens Fix as 9.113.627 8.071.405 17.185.031 13.470.163 7.751.567 21.221.730 Venc. E Vantagens Fix as - Comissão - - - 4.169.471 3.845.362 8.014.833 Outras Desp. Variávei s 117.871 46.780 164.651 136.980 151.551 288.531 Aposentadoria 4.756.911 5.224.618 9.981.529 8.053.463 5.891.013 13.944.476 Pensões 2.353.910 1.504.067 3.857.977 4.719.480 1.837.644 6.557.124 Contrib. Entidades Fechadas de Previ d. 43 68.860 68.903 45 64.887 64.932 Obri gações Patronais 849.055 1.077.060 1.926.115 3.078.991 2.225.606 5.304.597 Outras Aplicações 2.084.294 1.698.158 3.782.452 5.631.534 1.262.326 6.893.860

Mil itar 16.580.484 885 16.581.369 16.924.324 578.312 17.502.636 Venc. E Vantagens Fix as 5.171.281 396 5.171.678 5.672.227 551.030 6.223.257 Outras Desp. Variávei s 439.402 - 439.402 398.636 9.511 408.147 Reformas 5.840.959 240 5.841.200 5.668.230 - 5.668.230 Pensões 4.325.611 11 4.325.623 5.001.054 24 5.001.078 Obri gações Patronais 51.250 193 51.442 107.790 13.953 121.743 Outras Aplicações 751.980 45 752.025 76.387 3.794 80.181

TRANSFERÊNCIAS 2.965.874 - 2.965.874 11.530 - 11.530 TOTAL 38.822.069 17.691.834 56.513.902 56.195.981 23.608.268 79.804.249 F on te : Re l a tóri o R e s u m i do da Exe cuçã o Orça m e n tá ri a /STN e IB GE.

1º Semestre de 2002 1º Semestre de 2009

12 Despe sa de Pessoal e Encargos Sociais da União por Eleme nto de De spe sa - 2002 e 2009 % do PIB

Dire ta Indireta Total Direta Indire ta TotalA PLICAÇÃO DIRETA 3,18 1,57 4,75 3,88 1,63 5,52 Civil 1,71 1,57 3,28 2,71 1,59 4,31

Ve nc. E V antagens Fix as 0,81 0,72 1,52 0,93 0,54 1,47 Ve nc. E V antagens Fix as - Comissão - - - 0,29 0,27 0,55 Outras De sp. V ariáveis 0,01 0,00 0,01 0,01 0,01 0,02 Aposentadoria 0,42 0,46 0,89 0,56 0,41 0,96 Pe nsõe s 0,21 0,13 0,34 0,33 0,13 0,45 Contrib. Entidade s Fechadas de Previd. 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 0,00 Obrigaçõe s Patronais 0,08 0,10 0,17 0,21 0,15 0,37 Outras Aplicaçõe s 0,18 0,15 0,34 0,39 0,09 0,48

Militar 1,47 0,00 1,47 1,17 0,04 1,21 Ve nc. E V antagens Fix as 0,46 0,00 0,46 0,39 0,04 0,43 Outras De sp. V ariáveis 0,04 - 0,04 0,03 0,00 0,03 Re formas 0,52 0,00 0,52 0,39 - 0,39 Pe nsõe s 0,38 0,00 0,38 0,35 0,00 0,35 Obrigaçõe s Patronais 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 0,01 Outras Aplicaçõe s 0,07 0,00 0,07 0,01 0,00 0,01

TRA NSFERÊNCIA S 0,26 - 0,26 0,00 - 0,00 TOTAL 3,44 1,57 5,01 3,89 1,63 5,52 Fon te : Re l a tóri o R e s u m i do da Exe cuçã o Orça m e n tá ri a /STN e IBGE.

1º Se me stre de 2002 1º Semestre de 2009

Imagem dos relatórios oficiais da STN – 2009 e 2002

13

Imagem das tabulações do Contas Abertas – 2009

Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil - Subelemento

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Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil - Função

Vencimentos e Vantagens Fixas – Pessoal Civil – Setor