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Foto cedida por Carlos dos Santos Teixeira. Imagem do mês setembro de 2012 Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora arlos dos Santos Teixeira, Cconhecido localmente pela alcunha do pai, o sapateiro “Mesquita”, nasceu na Estrada da Falagueira em 1933. As suas memórias de infância remetem-nos para os tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial, e da escassez e racionamento dos géneros alimentares. Tempos de fome, atenuada pela sopa dos pobres, garantida pelos militares da área. Neste período, ainda criança, Carlos Mesquita tinha que se levantar muito cedo para ir para as filas da padaria local comprar o quarto de pão a que a sua família tinha direito. Nascido e criado na Porcalhota, Carlos Teixeira foi, na década de 1950, um sócio ativo e dedicado da Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora. Por seu intermédio chegou até nós a fotografia de destaque do mês de setembro, que nos mostra a antiga sede desta coletividade da Porcalhota. Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora tem a sua origem na mais antiga associação do Amunicípio, formada a 23 de julho de 1879, para apoiar logística e financeiramente a atividade da sua banda de música. Esta era, até ao início da década de 1960, a única Banda Filarmónica na zona, que assegurava os bailes, festas e animações de rua na Amadora, Porcalhota e arredores. Por volta de 1946-48 a coletividade, então denominada apenas de Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora, levou a cabo um sorteio de um automóvel e desta forma angariou dinheiro para adquirir os vastos terrenos onde estava situada a sua sede, na Rua Elias Garcia, esquina com a atual Rua Pedro Franco. Em 1959 a coletividade solicitou à Câmara autorização para a construção de um novo edifício para a sua sede. Na foto destaque deste mês vemos um grupo de sócios, no telhado da velha associação, momentos antes de começarem os trabalhos de demolição. Ficou assim registado o início de uma jornada que só terminou em 4 de novembro de 1962, com a inauguração formal do novo edifício. A sede da SFRAA passou a ter 5 pisos e a dispor de amplas instalações, que compreendiam uma sala de espetáculos, bar, salas de convívio, de ensaios para a banda e teatro, e de biblioteca. A concretização deste projeto só foi possível com a ampla mobilização da massa associativa que se disponibilizou para todo o tipo de trabalho voluntário, nomeadamente de construção civil, que tornou possível a construção do edifício onde a associação ainda hoje se encontra.

Destaque setembro 2012

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Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora

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Page 1: Destaque setembro 2012

Foto cedida por Carlos dos Santos Teixeira.

Imagem do mês

setembro de 2012

Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora

arlos dos Santos T e i x e i r a , Cc o n h e c i d o

localmente pela alcunha do pai, o sapateiro “Mesquita”, nasceu na Estrada da Falagueira em 1933. As suas memórias de infância remetem-nos para os tempos d i f íce is da S e g u n d a G u e r r a Mundial, e da escassez e racionamento dos géneros alimentares. Te m p o s d e f o m e , atenuada pela sopa dos pobres, garantida pelos militares da área. Neste período, ainda criança, Carlos Mesquita tinha que se levantar muito cedo para ir para as filas da padaria local comprar o quarto de pão a que a sua família tinha direito. Nascido e criado na Porca lho ta , Car los Teixeira foi, na década de 1950, um sócio ativo e d e d i c a d o d a Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora . Por seu intermédio chegou até nós a fotografia de destaque do mês de setembro, que nos mostra a antiga sede desta coletividade da Porcalhota.

Sociedade Filarmónica de Apoio Social e Recreio Artístico da Amadora tem a sua origem na mais antiga associação do Amunicípio, formada a 23 de julho de 1879, para apoiar logística e

financeiramente a atividade da sua banda de música. Esta era, até ao início da década de 1960, a única Banda Filarmónica na zona, que assegurava os bailes, festas e animações de rua na Amadora, Porcalhota e arredores. Por volta de 1946-48 a coletividade, então denominada apenas de Sociedade Filarmónica Recreio Artístico da Amadora, levou a cabo um sorteio de um automóvel e desta forma angariou dinheiro para adquirir os vastos terrenos onde estava situada a sua sede, na Rua Elias Garcia, esquina com a atual Rua Pedro Franco. Em 1959 a coletividade solicitou à Câmara autorização para a construção de um novo edifício para a sua sede. Na foto destaque deste mês vemos um grupo de sócios, no telhado da velha associação, momentos antes de começarem os trabalhos de demolição. Ficou assim registado o início de uma jornada que só terminou em 4 de novembro de 1962, com a inauguração formal do novo edifício. A sede da SFRAA passou a ter 5 pisos e a dispor de amplas instalações, que compreendiam uma sala de espetáculos, bar, salas de convívio, de ensaios para a banda e teatro, e de biblioteca. A concretização deste projeto só foi possível com a ampla mobilização da massa associativa que se disponibilizou para todo o tipo de trabalho voluntário, nomeadamente de construção civil, que tornou possível a construção do edifício onde a associação ainda hoje se encontra.