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Destaques Índice - Governo ES...A Case IH destacou a colhedora de cana A8810 e os tratores Steiger durante a Agrishow 2018. “Tivemos uma expansão muito grande do portfólio de

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  • Limpos e potentesConheça as tecnologias para controle de emissões existentes nos motores agrícolas

    Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação

    pelo e-mail: [email protected]

    Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

    NOSSOS TELEFONES: (53)

    • EditorGilvan Quevedo

    • RedaçãoRocheli WachholzKarine Gobbi

    • RevisãoAline Partzsch de Almeida

    • Design GráficoCristiano Ceia

    Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

    Direção

    Newton Peter

    Cultivar Máquinas • Edição Nº 184 • Ano XVII - Maio 2018 • ISSN - 1676-0158

    • Coordenador ComercialCharles Echer

    • VendasSedeli FeijóRithiéli de Lima BarcelosJosé Luis Alves

    • Coordenação CirculaçãoSimone Lopes

    ÍndiceDestaques

    • GERAL

    3028.2000

    CCCultivar

    4 Rodando por aí10 Trator New Holland movido a biometano12 Perdas na colheita de arroz

    • ASSINATURAS

    3028.2070

    • REDAÇÃO

    3028.2060

    • MARKETING

    3028.2065• Assinaturas

    Natália RodriguesClarissa Cardoso

    • ExpediçãoEdson Krause

    • Impressão: Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

    www.revistacultivar.com.br

    [email protected]

    CNPJ : 02783227/0001-86

    Insc. Est. 093/0309480

    Assinatura anual (11 edições*): R$ 269,90

    (*10 edições mensais + 1 conjunta Dez/Jan)

    Números atrasados: R$ 22,00

    Assinatura Internacional: US$ 150,00

    € 130,00

    Colhedoras de caféUso de colhedoras em lavouras de café conilon

    Tecnologia de aplicaçãoComo garantir uma pulverização eficiente, sem perdas e com o máximo de aproveitamento

    20

    Ca

    pa

    - A

    GC

    O

    23

    16 Empresas - ZF lança novos eixos

    30

    17 Irrigação em cana-de-açúcar20 Tecnologia de Aplicação23 Capa - Motores: emissão de poluentes26 Motores: diferentes sistemas

    30 Colheita mecanizada de café conilon33 Agrishow: lançamentos e destaques

    29 Empresas - Raven inaugura nova sede

  • RODANDO POR AÍ

    Pacote de garantias

    Pensamento global Agricultura de Precisão

    Mais economia

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

    04

    Atenta às necessidades dos clientes dos diversos ramos de atividades do agrone-gócio, a Michelin reforçou sua presença no segmento agrícola durante a Agrishow 2018. “Mais uma vez leva-mos à Agrishow novidades que incentivam e fortalecem a evolução do agronegócio no País. Além de pneus de-senvolvidos para a realidade brasileira, lançamos durante o evento o mais completo pacote de garantias comer-ciais do mercado”, afirmou o diretor comercial de Pneus para Transporte Fora da Es-trada da Michelin, Christian Mendonça. Christian Mendonça

    Presente em mais um ano de Agrishow, o presidente global da marca New Holland, Carlo Lambro, falou da importância de pensar globalmente, e agir localmente – além de comentar a importância do mercado brasileiro para a New Holland. “Um dos pilares da empre-sa é nossa presença global. Sempre pensamos globalmente, e fazemos lançamentos globais. Mas com estratégias locais, para cada uma das regiões que atuamos. Temos mais de dois mil distribuidores e mais de cinco mil pontos de venda no mundo, esses parceiros nos ajudam a pensar nas necessidades locais e no desenvolvimento do produto para cada necessidade do agricultor”, ressaltou o presidente. Carlo Lambro

    Biometano

    Com a apresentação do trator mo-vido a biometano, a New Holland compartilhou com os visitantes da Agrishow sua filosofia para energias alternativas e uma fazenda autos-suficiente em energia. “Temos um sonho: uma fazenda que consegue gerar a própria energia dentro das aplicações da própria propriedade agrícola. Ao mesmo tempo em que buscamos uma solução que é am-bientalmente correta com a energia a biometano, também ressaltamos a economia ao produtor rural com esse tipo de combustível”, explicou vice--presidente da New Holland para a América Latina, Rafael Miotto. A New Holland desenvolveu o primeiro pro-tótipo do trator em 2013 e, depois de muitos testes pelo mundo – inclusive no Brasil –, o trator conceito foi o grande destaque da marca na feira. Rafael Miotto

    Segundo o diretor de Marketing de Produto da New Holland, Eduardo Luis, os comparativos do trator movido a biometa-no com os movidos a diesel pelos produtores rurais, são inevitáveis. “Por isso, o que buscamos é o desempenho, a produtividade e a autonomia similares às soluções movi-das a diesel. Só conseguimos atingir essa performance em função do desenvolvimento de um motor exclusivo para o biometano”, destacou Luis. O executivo ainda afirmou que a energia a biometano promove em torno de 30% de economia ao produtor, em comparação a diesel. Eduardo Luis

    Para o diretor Mer-cado Brasil da New Holland, Alexandre Blasi, a agricultura de precisão não faz parte do futuro, mas já é o presente do agricul-tor. “É fundamental o produtor integrar toda frota. Cada vez mais o agricultor faz a conta na ponta do lápis, e quanto mais dados de produtividade e rendi-mento de área ele tiver, mais eficiência ele terá em suas tomadas de decisão com relação à propriedade rural”, ressaltou Blasi.Alexandre Blasi

    Centro das Estratégias

    Uma gama de clientes que vai desde o pequeno ao grande produtor rural, a New Holland destaca seu papel no desenvol-vimento de soluções que au-xiliem o agricultor brasileiro a vencer barreiras. “Quando a gente coloca o produtor rural no centro da nossa estratégia, e olha pelos olhos dele, a gente vê esse desafio, de que para produzir da forma que o Brasil pode produzir, nós temos que estar dispostos a enfrentar”, garantiu o diretor de Marke-ting Comercial, Felipe Vieira. Pensando nisso, a marca levou todas as suas soluções e o portfólio de produtos aos pro-dutores do Sudeste durante a Agrishow 2018. Felipe Vieira

  • Novidades

    Para os produtores que planeja-vam renovação de frota, a Massey Ferguson lançou em primeira mão, na Agrishow 2018, as séries de tratores MF 4700 e MF 5700 e a plataforma draper 9255, de 45 pés, para colheitadeiras axiais. “Com o desafio de janelas de cultivo cada vez mais curtas, máquinas e implementos com tecnologia são grandes aliados do empresário agrícola. Conectados às necessidades do campo, nós levamos para a feira novidades que contribuem para aumento de rentabilidade e economia operacional”, disse o diretor de Vendas da Massey Ferguson, Eduardo Nunes.

    Mais concessionárias

    Primeira colheitadeira

    150 novos produtos

    Investimento

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

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    Na Agrishow 2018, a Mahindra do Brasil anunciou que passa a ser gerida pela própria Mahindra & Mahindra, e se reporta à unidade dos Estados Unidos, assim como ocorre com as operações realizadas no México e no Canadá. A presença do vice-presidente de marketing das Américas, Cleo Franklin, durante a feira ressaltou a importância do Brasil para a marca Mahindra. A empresa também focou na ampliação da rede de concessionárias, passando de 11 para mais de 20 no país ao longo do próximo ano. “A Mahindra quer investir forte na ampliação e qualificação da rede de concessionárias para garantir a cobertura e o pós-venda, algo que é muito importante para nós”, explicou o diretor--geral de Operações da Mahindra, Jak Torretta.

    Jak Torretta e Cleo Franklin

    Um dos destaques da Mahindra, durante a Agrishow 2018, foi a apresentação de sua primeira co-lheitadeira ao mercado brasileiro. O equipamento, fabricado pela empresa finlandesa Sampo Rosen-lew, inicia os testes de validação no segundo semestre, com nacionaliza-ção prevista para daqui a três anos. “Com o acordo com a marca Sampo Rosenlew, conseguimos entrar em outro segmento para proporcionar soluções cada vez mais completas aos produtores brasileiros”, explicou o gerente de Vendas da Mahindra, Jalison Cruz. Jalison Cruz

    Eduardo Nunes

    Na área de colheitadeiras, a AGCO destacou o investimento em uma nova linha de montagem na planta de Santa Rosa (RS), responsável pela fabricação nacional de colhe-doras e colheitadeiras. “Estamos colocando um foco muito grande na área de plataformas de corte. Hoje, a AGCO tem a maior família de plataformas de corte do mercado, que se completa com o lançamento da plataforma de 45 pés realizado aqui na Agrishow. O conjunto de colheitadeira e plataforma cria um benefício tanto em consumo, quan-to em qualidade de colheita, que vai definir um novo patamar no merca-do de máquinas axiais”, enfatizou o diretor de Marketing da AGCO para América do Sul, Alfredo Jobke. Alfredo Jobke

    A AGCO aproveitou a presença na Agrishow 2018 para destacar a incorpo-ração da tecnologia Precision Planting às plantadeiras do grupo. “Em agosto de 2017, a AGCO adquiriu a empresa Precision Planting, e a tecnologia da marca é o que existe de mais avançado em termos de tecnologia de plantio, que traz um ganho substancial de produti-vidade aos agricultores que usam esses equipamentos”, ressaltou o presidente da AGCO para a América do Sul, Luís Felli. Em ciclo de investimento de cinco anos, a AGCO está investindo em de-senvolvimento de plantas e engenharia para novos produtos na América do Sul o valor de US$ 300 milhões. “Entre o final de 2017, até 2019, estamos colo-cando no mercado mais de 150 novos produtos”, disse o presidente.Luís Felli

    Mercado brasileiro

    O vice-presidente de Vendas e Marketing da AGCO para a América do Sul, Werner Santos, aproveitou a presença na Agrishow para falar sobre a importância do mercado agrícola para a balança comercial bra-sileira, ressaltando que, apesar das turbulências do mercado nacional, a agricultura mostra re-sultados que levantam a economia do País. “O agro é muito importante para o Brasil, além de ser um fator que faz extrema diferença em nossa ba-lança comercial”, disse o vice-presidente. Werner Santos

  • Investimentos constantes

    Tratores

    Gesto de amor

    Manutenção do futuro

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

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    A Case IH destacou a colhedora de cana A8810 e os tratores Steiger durante a Agrishow 2018. “Tivemos uma expansão muito grande do portfólio de trator, e hoje nos orgulhamos em dizer que temos uma das ofertas mais completas de tratores do País: com soluções que vão de 60cv até 620cv, para atender todos os tipos de operação”, disse o diretor de Marketing de Produto da Case IH para a América Latina, Silvio Campos. A linha Steiger possui tratores que vão de 370cv a 620cv, sendo uma das mais for-tes do mercado, projetada para proporcionar potência máxima em qualquer atividade.

    O vice-presidente da Case IH para a América Latina, Mirco Romagnoli, destacou o cres-cimento de portfólio e nível de investimento constante da marca Case IH com sua parti-cipação na Agrishow 2018. “O que a gente faz é desenvolver produtos novos: por exemplo, nossa linha de colheitadeiras foi totalmente renovada nos últimos dois anos. Lançamos a série 130, agora relançamos a série 230. Esse é o DNA da nossa marca, o desenvolvi-mento de tecnologia. E nos últimos anos, devido a uma recessão do mercado, investir em novos produtos pediu muita coragem”, brincou o vice-presidente. Mirco Romagnoli

    Produto conceito, pensado para fa-cilitar a manutenção de máquinas no campo: a Case IH apresentou, na Agrishow 2018, um óculos de realidade virtual que oferece informações 3D da máquina e pretende ser uma ferramenta para otimizar e oferecer dinamismo aos concessionários e ao produtor rural. A tecnologia oferece rapidez em uma situação de colheita dos principais grãos do Brasil e, por meio da visualização digital e do acesso remoto, auxilia o produtor na solução de desafios de monta-gem e produtividade da máquina. “Isso é um exemplo de agricultura do futuro, e do que a gente pode fazer pelo produtor. O que a gente quer é sempre entregar facilidade ao nosso cliente”, disse o respon-sável por serviços da Case IH para América Latina, Auri Orlando. Auri Orlando

    A Case IH fez a doação de um trator, modelo Farmall 80 platafor-mado, para o Hospital de Câncer de Barretos. A chave da máquina foi entregue aos representantes do hospital durante a Agrishow. O trator será rifado e toda a verba arrecadada será revertida para a entidade “Na feira começamos com a venda da rifa, e essa venda vai até o mês de setembro em toda nossa rede de concessionários”, destacou o diretor de Marke-ting Comercial da Case IH para a América Latina, Diogo Melnick. O sorteio será realizado no dia 26 de setembro deste ano.Diogo MelnickSilvio Campos

    Padronização

    A principal novidade da Agrale na Agrishow, junto com o lançamento do trator 6185, foi a padronização nas cores de seus tratores. Com uma pintura única, todos os tratores da marca serão prata metálico com rodas e detalhes em vermelho escuro. “Essa padronização visa facilitar a identificação dos tratores da marca. Seremos a única monta-dora a oferecer tratores com pintura metálica com padrão automoti-vo”, explica o gerente de Vendas de Tratores da Agrale, Adriano Chiarini. Adriano Chiarini

    SureDrive

    A Ag Leader Tecnology lançou a linha de equipamentos para controle e monitoramento de plantio: o SureDrive. A ferramenta, desenvolvida para ser instalada na maioria das plantadeiras disponíveis no mercado, é capaz de fazer taxa variável de sementes, abertura e fechamento de linha e ainda compensação de curvas linha a linha. “O SureDrive veio para colocar o produtor no comando de sua operação de plantio. Entre seus principais benefícios estão a economia de sementes, a melhora do índice de singulação e ainda a distribuição da semente ao longo da linha” comentou o gerente regional de Vendas da Ag Leader para a região Sudeste, Vitor Miller.

  • MF 4700 E MF 5700

    Versatilidade e robustez

    Novas séries Destaques PLA

    BH 184

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

    07

    Destaques no estande da Massey Fergu-son, os novos pulverizadores MF 8125 e MF 9130 Plus chamaram a atenção dos visitantes. Projetados para oferecer mais produtividade diária e menor consumo de combustível, os autopropelidos se destacam também pela alta capacidade de tração, o chassi flexível, a segurança e o conforto operacional. “O pulverizador é a máquina que mais trabalha durante a safra porque entra diversas vezes na lavoura para realizar as aplicações necessárias. Com isso, o produtor necessita de um equipamento que seja robusto, versátil e confiável”, diz Vitor Kaminski, supervisor de Marketing Produto Pulverizadores da AGCO para a Massey Ferguson. “Com esses atributos, o MF 8125 proporciona o máximo potencial de produtividade, qualidade na aplicação, além de manter elevada a vida útil de toda a estrutura do pulverizador”, acrescenta. Vitor Kaminski

    Duas séries de tratores da Mas-sey Ferguson evoluíram e foram apresentadas na Agrishow. As tradicionais séries MF 4700 e 5700 com tratores de 75cv a 105cv rece-beram novos motores eletrônicos de três cilindros, além da versati-lidade das transmissões nas duas famílias. “A série MF 4700 possui opções de transmissão 12x12 e 8x8, na reversão mecânica e eletro--hidráulica. Já a MF5700 possui transmissão 12x12, que, atrelada à reversão mecânica ou eletro--hidráulica, proporciona maior gama de marchas do mercado”, ga-rante o coordenador de Marketing Tratores AGCO, Douglas Vincensi.Douglas Vincensi

    A equipe de tratores da Massey Ferguson teve motivos de sobra para comemorar. As séries MF 4700 e MF 5700, que receberam inovações em seus projetos, chamaram a atenção dos visitantes da Agrishow e foram sucesso nas apresentações dos modelos no estande da marca. “Os novos motores eletrônicos de três cilindros, a maior capacidade de levante e vazão da categoria, além de maior escalonamento de marchas de trabalho do mercado, com a opção de contar com um súper creeper, são destaques na Série MF 4700, garante o gerente de Marketing de Produto, Eder Dornelles Pinheiro.

    Um dos modelos que mais chamaram a atenção no estande da Valtra foi o BH 184, sétimo modelo da Linha BH Geração 4. Além de ser lan-çamento, o modelo estava estilizado e atraiu ainda mais os olhares dos visitantes. “A Valtra é a primeira marca a oferecer no Brasil um trator no segmento de 180cv equipado com quatro cilindros. Esse diferencial garante maior economia de combustível e menor custo de manutenção, o que, por sua vez, aumenta o rendimento do produtor rural”, afirma Winston Quintas, supervisor de Marketing de Tratores da Valtra. A transmissão mecânica Heavy Duty é outra vantagem operacional dessa linha de trabalho pesado, que é indicada para operações com cana-de--açúcar, como transporte do transbordo, por exemplo.

    Três máquinas chamaram a aten-ção dos visitantes no estande da PLA: o distribuidor de produtos sólidos, Pegasus 4.6 Air, e os autopropelidos Orion 250, com capacidade para 2,5 mil litros, e Taurus 320, de 3,2 mil litros. De acordo com Rodrigo Oliva, gerente de Marketing de Produto, o “Pegasus 4.6 Air está preparado para interpretar um mapa de aplicação em doses variáveis com um sistema preciso, independen-temente de serem doses altas ou baixas.” A máquina possui motor MWM 218cv, tanque de produto de 4.6m³ e transmissão hidrostá-tica 4x4 Danfoss. Rodrigo Oliva

    Do menor ao maior

    O maior integrante da família de tratores da LS Tractor desembarcou de vez na Agrishow 2018. O modelo H145, que já está sendo fabricado e comercializado no Brasil, tem motor Perkins de 4.4 litros, Turbo Intercooler de 145cv, transmissão Synchro Shuttle de 12x12 ou Power Shuttle de 20x20, tomada de força de três velocidades e eixo dianteiro Carraro. Outro modelo que chamou atenção foi o menor integrante da família LS, o MT25, com motorização e 25cv. “Amplia-mos o portfólio e, assim, o leque de produtores que poderão contar com nossos tratores, garantiu o gerente de produto”, Astor Kilpp.

    Ronaldo Pereira e Astor Kilpp

  • Orion

    70 anos

    Ampliação AgrOn Production

    Stara

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

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    Entre os diversos destaques da Jacto nesta edição da Agrishow, o aniversário de 70 anos da em-presa deu o tom no estande da companhia. Para o presidente da Jacto Agrícola, Fernando Gonçalves, o compromisso da empresa nestes 70 anos de ati-vidade é garantir ao produtor o acesso às tecnologias que o tornam cada vez mais compe-titivo e com a possibilidade de otimizar sua produção. “Ao lon-go desses 70 anos de história, a empresa apresentou diferentes produtos e tecnologias, visando atender às necessidades es-pecíficas dos agricultores das diferentes regiões onde atua”, garante Gonçalves. Fernando Gonçalves

    Com um estande amplo e todos os produtos do portfólio expostos ao público, a Raven levou à Agrishow muitas novidades e antecipou tendências tecnológicas. Com foco em oferecer produtos para o con-trole de aplicação, a empresa alicerça suas atividades na qualidade de produtos e serviços oferecidos pela empresa. Um dos destaques nesta edição da feira foi o Sistema de Controle de Bicos Hawkeye, uma das primeiras tecnologias de bocal de modulação por largura de pulso, que oferece maior precisão na taxa de aplicação e compensação em curvas.

    Um dos destaques da Orion na Agrishow foi o Portal Cygni AG, uma ferramenta que possibilita, através de imagens de satélite, visualizar anomalias na lavoura, identificar o problema existente e intervir nos locais afetados de forma precisa e eficaz. Esta ferramenta permite, uma vez identificado o problema, a aplicação de insumos e defensivos em taxa variável apenas nas áreas afetadas, gerando economia de produtos e preservando os inimigos naturais. Outro destaque foi o equipamento HF-300 para aplicação de defensivos no sulco de plantio de culturas hortifrúti.

    Dois importantes lan-çamentos chamaram a atenção no estande da Stara: o autopropeli-do Imperador 3.0, que agrega as funções de pulverizador, distribui-dor de fertilizantes e de sementes leves, além de mais três versões da Semeadora Abso-luta, que agora possui versões de 26 a 44 li-nhas de plantio. “São dois importantes lan-çamentos que vêm para facilitar o trabalho dos produtores”, garante o presidente da Stara, Gilson Trennepohl. Gilson Trennepohl

    A Hexagon Agriculture apresentou a sua linha de produtos com destaque para o lançamento da HxGN AgrOn Production, uma so-lução inteligente de gestão de cultivos. “A solução ajudará para que possamos atingir novos níveis de cultivos e eficiência, representando o que de mais avançado existe na tecnologia agrícola no mundo. Por isso, decidimos fazer o lançamento oficial na Agrishow, uma das maiores feiras do setor”, pontuou o presidente da Hexagon Agricul-ture, Bernardo de Castro.

    No caminho certo

    Ao comemorar 40 anos de história, a Trimble levou para a Agrishow 2018 a sua ampla linha de produtos e novidades para o agricultor brasileiro com destaque para o Monitor Trimble GFX-750 e o EZ--Pilot Pro. De acordo com o diretor comercial para a América Latina da Divisão de Agricultura da Trimble, Guillermo Perez-Iturbe, o conjunto formado pelo monitor GFX-750 e o sistema de direciona-mento EZ-Pilot Pro se integra como uma solução de agricultura de precisão eficiente, e com um grande diferencial, que é um valor de investimento mais acessível para o produtor. “O sistema de direcio-namento EZ-Pilot Pro garante o alinhamento perfeito da máquina na linha e tem excelente custo x benefício”, concluiu Guillermo.

  • 55 anos

    Yanmar

    VipalVersatilidade

    Pacote Agrishow

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

    09

    A Yanmar apresentou a sua linha completa de produtos para o segmento agrícola, com destaque para os tratores Solis de 26cv a 90cv, nas versões Rops, Cabine e Estreito, além da linha de motocultivadores e a transplan-tadeira de mudas de hortaliças. “A feira proporciona uma oportunidade ímpar para a realização de negócios e estabelecimento de novas parcerias e relacionamentos, sobretudo nesta nova fase de retomada ao setor agrícola”, explicou o supervisor de Vendas Agrícolas da Yanmar, Fernando Figueiredo.

    A Vipal Borrachas marcou presença na Agrishow 2018, levando soluções para trato-res, caminhões e implemen-tos destinados a todas as necessidades da produção agrícola. Para o diretor co-mercial e de Marketing da Vipal Borrachas, Guilherme Rizzotto, o objetivo da em-presa na feira foi alcançado. “Tivemos uma boa presença de público e colocamos toda a nossa linha de produtos e os novos lançamentos à dispo-sição do consumidor, através dos nossos reformadores autorizados”, garante. Guilherme Rizzotto

    A comemoração de 55 anos de fundação foi um dos destaques da Piccin na Agrishow 2018, onde a empresa apresentou o portfólio completo de produtos para o preparo do solo e agricultura de precisão. “Este é um ano importante para nós. Completamos 55 anos de atividades e ao longo dos últimos anos nos dedicamos para levar o que há de melhor ao produtor em termos de economia, durabilidade e aplicação”, destacou a diretora comercial da Piccin, Ligia Peccin.

    A Prometeon ofereceu durante a Agrishow a possibilidade de toda a linha de pneus agrícolas da Prometeon ser financiada por meio das linhas BB Investe Agro com prazos de até cinco anos e taxas atrativas. Outro destaque ficou por conta da Linha PHP e da Série 01, além do pacote Agro DNA Solution. “A Agrishow é uma ocasião ideal para anunciarmos a possibili-dade de financiamento de nos-sos pneus agrícolas por meio da linha BB Investe Agro. Além disso, mostramos o que temos de mais modernos e eficiente com nossas linhas de produtos e serviços”, afirmou o diretor comercial Agro da Prometeon, Alexandre Stucchi.

    A Perkins e a MDPower, empresa do Grupo Sotreq e Máster Distribui-dor da marca Perkins no Brasil, estiveram presentes na 25ª Agrishow, onde apresentaram a família de motores 1100 da Perkins. O destaque ficou por conta dos modelos 1103, de três cilindros; o 1104, de quatro cilindros; e o 1106, de seis cilindros. De acordo com o gerente de Marketing da Perkins para a América Latina, Rafael de Souza, “estas versões são silenciosas e flexíveis para atender vários setores, desde bombas d’água até colheitadeiras, entre outros, e atendem os níveis de emissões de poluentes MAR-I”.

    Alexandre Stucchi

    Ligia Peccin

    Agricultura familiar

    A Jumil realizou o lançamento da plantadora adubadora Supera III. Outro destaque da empresa foi a conquista do Prêmio Gerdau 2018 na categoria Agricultura Familiar, com a colhedora de forragem JM4200SH com Cracker, da Jumil. Segundo a diretora comercial da Jumil, Patrícia Morais, receber este prêmio é uma honra e um incentivo para toda a equipe da Jumil. “O reconhecimento acontece através dos clientes e usuários que avaliaram e oportunizaram esta premiação. Esta conquista fortalece ainda mais a convicção dos investimentos que foram realizados”, concluiu.

    Patrícia Moraes

  • TECNOLOGIA

    O elo que faltava

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

    10

    Um trator movido a biogás produzido a partir de restos culturais e deje-tos gerados na propriedade, com custo inferior ao diesel, mantendo a mesma eficiência e ainda redu-

    rista e foco na agricultura, o trator foi apresentado com exclusividade pela primeira vez na América Latina no final de abril, na Chácara Marujo, em Castro (PR), que já utiliza um outro trator New Holland, com motor adap-tado para funcionar a biometano.

    Desde 2006, a New Holland vem fazendo testes com combus-tíveis alternativos como propano, hidrogênio e biodiesel e, mais re-centemente, de 2013 pra cá, vem desenvolvendo o modelo movido a biometano, que de acordo com o gerente de Marketing de Produto, Nilson Righi, é uma ótima alterna-tiva para o produtor. “O biometano reduz os impactos do efeito estufa e também permite que o produtor possa transformar um passivo am-biental ruim em energia”, explica.

    Segundo o executivo, o motor FPT

    Apresentado com exclusividade antes da Agrishow, novo trator conceito da New Holland, movido a biometano,

    promete ser o elo que faltava na propriedade para dar autonomia energética para os produtores rurais

    zindo em até 80% as emissões em comparação com um motor padrão a diesel, é o que promete o novo trator conceito da New Holland.

    Com estimativa de chegar ao mercado em três anos, design futu-

    Fotos New Holland

  • Jan Haasjes, proprietário da Chácara Marujo, possui na sua propriedade biodigestores, onde coloca os dejetos produzidos na granja de mais de nove mil ma-trizes de suínos e mais alimentos descartados de supermercados que são entregues na propriedade. Os resíduos viram biofertilizante, empregado nos 800ha de grãos que possui, energia utilizada para o funcionamento da fazenda e ao aquecimento da granja, e o metano gerado neste processo é filtrado para produzir o biometano, utili-zado no trator que está em testes na propriedade há um ano.

    No entanto, Haasjes reclama

    do trator conceito foi completamen-te desenvolvido para funcionar com gás, o que é diferente, por exemplo, dos motores adaptados para este combustível. “O motor a gás não tem nenhuma diferença para o motor a diesel em termos de durabilidade, custos de manutenção e desempe-nho. Além disso, conta com uma grande facilidade de abastecimento e é capaz de trabalhar o dia inteiro sem ter que parar para reabastecer”, afirmou Righi.

    A aposta da empresa é que o biometano vai se tornar uma al-ternativa energética muito viável para os produtores rurais nos pró-ximos anos. De acordo com o vice--presidente da New Holland para a América Latina, Rafael Mioto, já há a discussão no Governo e também na iniciativa privada para alavancar os investimentos na área. “As ações ambientais tão importantes, mas que não trazem junto a rentabilida-de econômica, tendem a caminhar devagar. Foi sem dúvida um desafio técnico e tecnológico desenvolver um trator eficiente e produtivo para fechar o elo que faltava na fazenda sustentável em energia, elemento--chave do conceito de ‘energy in-dependent farm’, em que a fazenda não produz apenas alimentos, mas também a biomassa que precisa para gerar energia e executar suas operações”, conclui.

    Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

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    que, apesar de conseguir produzir uma boa quantidade de gás, não possui ainda à disposição no País máquinas que utilizam o biome-tano para funcionar. “Eu produzo o gás, mas me faltam máquinas e caminhões compatíveis com ele. Preciso de apenas mais um compo-nente, as máquinas, que em países da Europa já estão à disposição dos produtores”, conclui o produtor.

    O novo trator conceito movido a biometano possui motorização NEF de seis cilindros, com 180hp de potência e 740Nm de torque, o que lhe permite o desempenho equivalente ao modelo movido a diesel.

    A aposta da empresa é que o biometano vai se tornar uma alternativa energética muito viável para os produtores rurais nos próximos anos

    O trator foi apresentado com estimativa de chegar ao mercado em três anos, com design futurista e foco na agricultura

    Detalhe do sistema de armazenamento do metano e componentes do motor

    .M

  • Maio 2018 • www.revistacultivar.com.br

    12

    COLHEDORAS

    Perdas identificadas

    O arroz irrigado é cultivado numa área de aproxima-damente 1,083 milhão de hectares no estado do Rio Grande do Sul, com produção de 7,4 milhões de toneladas. O sistema de colheita destas áreas é totalmente mecanizado, sendo que perdas quantitativas são inerentes a este processo.

    Não existem dados exatos sobre as perdas totais durante a colheita de grãos nas lavouras brasileiras, porém, estimativas dão conta de que as mes-mas encontram-se em torno de 20% da produção total.

    Durante o processo de colheita mecânica, as perdas quantitativas de-veriam ser inferiores a 3% do total de grãos disponíveis para serem colhidos

    na lavoura, porém, no caso da lavoura de arroz, estudos demonstram que essas perdas podem atingir 10%.

    Perdas na lavoura podem ser clas-sificadas em três tipos: perdas pré-co-lheita, perdas no processo de colheita e pós-colheita. As perdas pré-colheita são aquelas que ocorrem antes do processo de colheita, por fatores climáticos, natu-rais e ataque de animais. As perdas que ocorrem durante o processo de colheita (perdas devido à colhedora) podem ter origem na implantação inadequada da lavoura (escolha da variedade/cultivar, erros na semeadura/adubação, falta de tratamento fitossanitário adequado), podem ocorrer devido a fatores climá-ticos (ocorrência de ventos e chuvas intensas, causando acamamento) e a

    fatores operativos, como o estado de manutenção, regulagens e qualificação do operador. Já as perdas denominadas de pós-colheita são aquelas que ocorrem no processo de transporte, beneficia-mento e armazenamento do produto.

    PERDAS NACOLHEDORANas colhedoras, as perdas podem

    ser analisadas em dois locais distintos: parte frontal (devem-se à plataforma de corte) e parte posterior da máquina (que resultam dos sistemas de trilha, separação e limpeza).

    A plataforma de corte apresenta como função cortar, recolher e encami-nhar a cultura para a unidade de trilha, sendo composta por separadores, barra

    Novo método de identificação de perdas na plataforma, criado pelo Nimeq, da Universidade Federal de Pelotas, facilita a coleta e a

    interpretação dos dados obtidos na lavoura

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    de corte, molinete, condutor helicoidal (caracol) ou esteira (draper) e canal alimentador. A diferença entre a pla-taforma que utiliza o sistema draper é que, neste caso, o sistema responsável por recolher o produto que cai na base da plataforma e é encaminhado ao canal alimentador, não é um cilindro helicoi-dal, mas sim esteiras de borracha.

    Considerando que a colheita é a etapa final do processo produtivo, as perdas devem ser mantidas dentro de padrões aceitáveis, a fim de não com-prometer a lucratividade da lavoura. Portanto, a avaliação sistemática das perdas de grãos nas lavouras, aliada a um processo de constante regulagem da colhedora, reduz a quantidade de grãos perdidos, garantindo a produtividade e a lucratividade esperadas da lavoura.

    Devido à complexidade dos diferen-tes métodos utilizados para avaliar as perdas na colheita em lavouras de arroz, principalmente aquelas que ocorrem na plataforma de corte, a equipe do Núcleo de Inovação em Máquinas e Equipa-mentos Agrícolas (Nimeq) da Uni-versidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolveu uma metodologia prática para analisar as perdas na plataforma de corte em lavouras de arroz irrigado, a qual pode ser empregada para outras culturas, onde a barra de corte trabalhe numa altura vertical mínima de 30cm.

    MÉTODO CONVENCIONALO método comumente utilizado

    prevê a utilização de armação de 1m2 de

    se contam os grãos, deve-se proceder ao cálculo da sua equivalência em peso, para tanto se pode utilizar o peso específico do grão com o qual se está trabalhando. Desta forma será pos-sível calcular as perdas quantitativas de grãos em função da produtividade da lavoura, obtendo-se um resultado percentual que indicará a necessidade ou não de se fazer ajustes na máquina.

    Esse método é de difícil execução em lavouras de arroz irrigado, poden-do levar a erros amostrais, visto que, em muitos casos, na hora da colheita resta uma certa quantidade de água na lavoura. Soma-se a isso o fato de que a quantidade de grãos que deverão ser contados normalmente é bastante alta.

    MÉTODO NIMEQTentando contornar este problema

    e agilizar a obtenção de resultados sem perder a precisão, a equipe do Nimeq desenvolveu uma metodologia para

    área, que deve abranger toda a largura da plataforma de corte da colhedora. Inicialmente se faz a determinação da quantidade de grãos disponíveis para serem colhidos pela máquina na lavoura, a qual é obtida com a coleta dos grãos disponíveis em uma área de 1m2, para tanto se utiliza uma armação quadrada com 1m de lado. Com essa mesma armação se faz a determinação das perdas pré-colheita.

    Para a determinação das perdas na plataforma, a colhedora deve ser parada durante o processo de colheita, desliga-da a plataforma de corte e a máquina retrocedida. À frente de onde ficar a marcação dos pneus dianteiros da co-lhedora, deve ser colocada a armação de 1m2 e coletados os grãos caídos. Da quantidade de grãos assim obtidos deve ser subtraído o valor referente à perda pré-colheita anteriormente registrado.

    Posteriormente a estas determi-nações, nas quais, geralmente, apenas

    Detalhes da plataforma de corte draper utilizada no experimento

    Considerando que a colheita é a etapa final do processo produtivo, as perdas devem ser mantidas dentro de padrões aceitáveis

    Fotos John Deere

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    obtenção da quantidade de perdas na plataforma de corte em lavouras de ar-roz irrigado. Esta metodologia consiste em determinar, ao longo da largura da plataforma, em locais predeterminados, a perda de grãos. Isso também possi-bilita identificar os pontos que geram as maiores perdas e relacioná-las às condições de trabalho da máquina, como velocidade de deslocamento, tipo de plataforma e altura de corte. Para isso, foram projetados coletores de PVC em forma de calha com dimensões de 15cm x 75cm com área individual de 1.125cm², os quais são posicionados sobre o solo, nas entre linhas da cultu-ra, regularmente espaçados ao longo da largura da plataforma de corte da máquina.

    Para o teste desta metodologia realizaram-se dois experimentos de campo: um no Departamento de Treinta y Tres, no Uruguai, em lavoura de 200ha de arroz irrigado e outro na Província de Entre Rios, na Argentina, numa lavoura de 850ha de arroz irrigado.

    A colhedora utilizada, em ambos os casos, foi da marca John Deere modelo

    9670 STS Rice com o módulo Single Tine Separation (STS), na qual foram utilizadas duas plataformas com sis-tema draper dos modelos 625D, com 7,60m, e 630D, com 9,10m de largura, respectivamente.

    Para maior precisão na quantifica-ção das perdas na plataforma, foi defini-do que o número de coletores utilizados seria variável de acordo com a largura da plataforma, a fim de se obter uma área de coleta mínima de 1,200m2. Na plataforma 625D foram utilizados 12 coletores, obtendo-se uma área de co-

    leta de 1,350m², já na plataforma 630D foram utilizados 14 coletores, tendo uma área de coleta total de 1,575m².

    Os coletores foram posicionados de maneira equidistante, ao longo da plata-forma de corte, e após a passagem sobre estes, a colhedora era parada, a platafor-ma desligada e a máquina retrocedida. Os grãos captados pelos coletores foram, então, contados e a operação repetida, no mínimo, três vezes. Desta forma não se faz necessária a obtenção das perdas pré-colheita, visto que os grãos captados pelos coletores se referem apenas à per-da da plataforma de corte, o que reduz o tempo gasto no processo. Outro ponto importante é que, com a utilização desta metodologia torna-se possível localizar ao longo da largura da plataforma, quais os pontos que geram maiores perdas, o que é impossível com a utilização do método tradicional.

    Na Figura 1 são apresentadas as perdas na plataforma de corte, obtidas para a colhedora modelo 625D, sendo possível observar que os maiores va-lores ocorrem nas extremidades e no centro da plataforma.

    Quando se determinaram as perdas referentes à plataforma 630D, verificou--se que as mesmas apresentaram uma distribuição lateral praticamente igual à da plataforma 625D, embora com um volume maior de perdas (Figura 2). Nota-se que, a exemplo do caso anterior (625D), as maiores perdas também ocorrem nas extremidades e no centro.

    Quando se compara o método con-vencional com o proposto pelo Nimeq,

    Figura 1 - Ilustra a localização exata das perdas na plataforma 625D

    Figura 1 - Ilustra a localização exata das perdas na plataforma 625D

    Foram projetados coletores de PVC em forma de calha comdimensões de 15cm x 75cm com área individual de 1.125cm²

  • verifica-se que o primeiro é bastante trabalhoso, demorado e de difícil en-tendimento, principalmente para os produtores e operadores de máquinas, além de não fornecer os pontos exatos das perdas ao longo da plataforma.

    Se comparado com as demais téc-nicas, a utilização do método Nimeq,

    possibilita a identificação das perdas de grãos por locais específicos ao longo da plataforma, pois os grãos ficam reti-dos dentro dos coletores, facilitando a contagem, ou mesmo a pesagem direta, podendo-se gerar gráficos que facilitam a visualização e o entendimento do processo de perdas.

    As perdas podem ser analisadas em dois locais distintos: parte frontal e parte posterior da máquina

    Antonio L. T. Machado,Ângelo Vieira do Reis,Fabricio A. Medeiros,Mauro F. Ferreira,Roberto L. T. Machado,Tiago Vega Custódio,César Silva de Morais eMarina Peter Schwab,Nimeq, UFPel.M

    Equipe da UFPel que testou o novo método de avaliação de perdas em colhedoras de arroz

    Fotos Antonio Liles Machado

  • EMPRESAS

    Além de ampliar sua atuação no mercado de eixos agrícolas, com opções para tratores de menor potência, com uso voltado para fruticultura e cafeicultura, a ZF apresenta o protótipo do trator conceito semiautônomo, desenvolvido em conjunto

    com a montadora austríaca Lindner

    De olho no amanhã

    Confiante na importância da agricultura e do agronegócio para o desenvolvimento da economia do país, a ZF lançou no dia 11 de abril o novo Eixo Narrow – para tratores de 25cv a 70cv -, que será apre-sentado com exclusividade durante a Agrishow 2018 – feira que ocorre de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto (SP). A empresa alemã, conhecida por ser uma das maiores fabricantes de chassis e peças para a indústria automo-tiva do mundo, aproveitou o lançamen-to para destacar produtos tradicionais de seu portfólio, que também estarão à disposição dos produtores rurais que quiserem conhecer mais durante a feira.

    Em 2015, com a aquisição da chine-sa Kintra – do grupo YTO -, uma joint venture possibilitou a ampliação da atuação da ZF no mercado. O Eixo Nar-row faz parte de um portfólio de eixos--portal estreitos da Série Kintra – já com engenharia ZF. “A nomenclatura portal define o conceito ‘blindado’, que carac-teriza a vedação de todos os elementos rotativos do eixo. O vão livre aumentado torna a aplicação do produto ideal para fruticultura e cafeicultura”, explicou o diretor de Vendas da ZF para América do Sul, Sílvio Furtado.

    Além do Eixo Narrow, um produto

    que foi apresentado pela primeira vez na Agrishow 2017, como lançamento, e agora já está no mercado em produção, nos tratores e concessionários de má-quinas, é o Eixo TSA23. Produzido para tratores na faixa de potência de 160cv a 240cv, com uma interface para sus-pensão dianteira, bloqueio hidráulico e diferencial, e sensor de esterçamento integrado.

    O TSA23, que teve sua aplicação tes-tada em parceria com a Unesp Jabotica-bal, já tem disponibilidade da versão 3m – voltado principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar. “A versão de 3m pos-sibilita a transformação do eixo para a operação de cana. A partir do momento que ele não precisa mais do uso do eixo de 3m, com o kit ele pode fazer a troca - em uma oficina ou concessionário - de volta para a versão standard”, afirmou o gerente de Unidade de Negócios para Tecnologia Industrial da ZF América do Sul, Paulo Vecchia. A versão 3m será de-monstrada este ano na Agrishow. Além de eixos, a marca apresenta a linha de

    amortecedores e embreagens durante a Agrishow 2018.

    CONCEITO PARAO FUTUROA ZF também apresentou o protóti-

    po do seu trator conceito – semiautôno-mo -, a tecnologia aposta em um trator guia e um trator seguidor, que aprende o trajeto a ser feito e consegue repeti--lo independentemente. Com uso de sensores lidar e radar, câmeras e GPS, o trator “reconhece” a proximidade de qualquer obstáculo, agindo de forma a evitar acidentes e alertando o produtor rural no tablet ou aparelho celular. “Com a utilização do gerenciamento das in-formações, conseguimos ter uma visão 360º do espaço, e com o processamento de dados, podemos sempre priorizar segurança e produtividade dentro deste conceito”, ressaltou Vecchia.

    O projeto é uma parceria com a montadora austríaca Lindner, e ex-plora tendências de conectividade e automação. Para Vecchia, é importante desenvolver e estar à frente do que há de mais moderno na área, porém desa-fios infraestruturais ainda prejudicam a aplicação desse tipo de tecnologia.

    Projeto de trator conceito semiautônomo foi apresentado

    Paulo Vecchia e Silvio Furtado falaram sobre os planos da ZF

    .M

    Foto

    s ZF

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  • Rendimento líquido

    As áreas cultivadas com cana-de-açúcar aumentaram mais de 47% nos últimos dez anos, porém a produtividade média das lavouras chegou a passar por períodos de decréscimo. Para um maior retorno econômico e aumento da

    produtividade, o uso de técnicas que permitam maior controle ambiental, como a irrigação, torna-se fundamental

    IRRIGAÇÃO

    A cultura da cana-de-açúcar ocupa grande destaque no cenário agrícola brasileiro, fato demonstrado pelo crescimento da área de cultivo, passando de 5,84 milhões de hec-tares na safra 2005/06 para estimativas de 8,61 milhões de hectares em 2018/19 (aumento de 47,4%). No entanto, a pro-dutividade não apresentou tendência de crescimento durante o mesmo período. Na safra 05/06, a produtividade média nacional da cultura foi de 74t/ha, passan-do para 72,6t/ha em 18/18, sendo que em alguns anos agrícolas, como nas safras 11/12 e 12/13, ocorreram decréscimos médios de rendimento de até 9t/ha em relação a 05/06 (Conab, 2018).

    Para um maior retorno econômico ao produtor, o aumento da produtividade do canavial é imprescindível, porém, existe a necessidade da utilização de novas técnicas no manejo da lavoura. Dentre os manejos que podem ser adotados para isso, destacam-se a utilização de mudas pré-brotadas no plantio, o uso de cultiva-

    res adaptadas ao ambiente de produção e a utilização de sistemas de irrigação.

    Com as alterações climáticas, como períodos de longas estiagens, o uso de técnicas que permitam maior controle ambiental na agricultura torna-se im-prescindível. Dessa maneira, a irrigação por gotejamento subsuperficial ganha destaque. Dentre os sistemas de irrigação, este é o que apresenta a maior eficiência de aplicação de água. Além disso, permite aplicação de defensivos via água para controle de pragas de solo (quimigação) e possibilita a fertirrigação, diminuindo custos com horas/máquina e aumentando a eficiência da adubação, uma vez que a aplicação pode ser parcelada em diferen-tes fases durante o ciclo.

    A cana-de-açúcar é a cultura que pos-sui a maior área irrigada do Brasil, com 1,7 milhão de hectares (ANA, 2017). Entretan-to, em quase a totalidade da área irrigada (98,5%) existe somente a denominada “irrigação de salvamento”, muitas vezes através da aplicação de vinhaça, visando

    dar melhores condições para o desen-volvimento inicial da cultura. A lâmina aplicada por essa modalidade de irrigação raramente ultrapassa 80mm, apresentan-do pequena condição de indicar cultivares que são responsivas à irrigação, uma vez que a demanda hídrica ao longo do ciclo da cultura ultrapassa 1.200mm. Com isso, estudos que aplicam água durante todo o ciclo da cultura são necessários para avaliar a responsividade de diversas cultivares à irrigação.

    A quantificação da demanda hídrica pela planta é fator primordial para a lu-cratividade de lavouras de cana-de-açúcar irrigada. Em muitos casos, a quantidade de água aplicada é muito inferior ou superior à real necessidade da planta, causando prejuízos econômicos e ambientais. Nesse sentido, deve-se monitorar diariamente o consumo hídrico pela cultura, aplicando--se a quantidade de água adequada para cada estádio da cana-de-açúcar. O moni-toramento da necessidade da irrigação pode ser realizado por diversos métodos,

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    Valley

  • dentre os quais os mais conhecidos estão na utilização de sensores de umidade do solo e também por meio da estimativa da evapotranspiração da cana-de-açúcar.

    Em regiões onde a disponibilidade hí-drica é limitada, ou seja, a vazão outorgada é pequena, a irrigação sob déficit hídrico é uma das alternativas para o manejo hídrico da cana-de-açúcar. Essa modalidade de manejo de irrigação visa fornecer água em quantidade menor do que a requerida pela cultura. Como o risco de diminuição da produtividade nessa situação existe, deve-se escolher variedades de cana que toleram pequeno déficit hídrico sem afetar drasticamente seu rendimento, porém as mesmas variedades devem ser responsivas à irrigação.

    Em experimento com cinco cultivares de cana-de-açúcar realizado na região canavieira do estado de São Paulo, foi ava-liado o efeito de diferentes regimes de ir-rigação por gotejamento subsuperficial na produtividade de colmos da cana (Figura 1) e de açúcar (Figura 2) para dois anos de avaliação (1ª e 2ª soca). Os manejos hídri-cos consistiam em irrigação suplementar (Sup), irrigação deficitária (Def) e não irrigado (Seq). A irrigação suplementar foi aquela que aplicou água em quantidade suficiente para suprir toda a necessidade da cana-de-açúcar, enquanto que a defici-tária consistiu em aplicar somente 50% da necessidade hídrica. O tubo gotejador uti-lizado na irrigação foi o modelo Durázio/Petroisa, com vazão de 1,5 litro por hora e instalado sob a linha de plantio.

    Para os dois anos de estudo, as culti-vares CTC 4 e RB 86-7515 foram as que apresentaram o menor incremento em produtividade quando irrigadas. Além dis-so, a cultivar IAC 95-5000 não apresentou

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    grande incremento em produtividade en-tre os manejos de irrigação suplementar e deficitária, indicando que não apresenta perdas de produtividade quando mantida sob irrigação deficitária. Para as cultivares IACSP 93-3046 e IAC 91-1099 observa-se que há um incremento de produtividade significativo quando são irrigadas. Esses dados demonstram a necessidade de informações e pesquisas que indiquem a variedade de cana-de-açúcar ideal para cultivos irrigados, pois a escolha da variedade correta é fundamental para o sucesso da canavicultura irrigada.

    De um modo geral, e para condições edafoclimáticas do interior do estado de São Paulo, pode-se afirmar que para o cul-

    tivo de 1ª e 2ª soca, a irrigação promove aumento de produtividade na cana-de--açúcar da ordem de 30t/ha. Também se pode afirmar que a queda de produti-vidade entre uma safra e outra é menor nas áreas irrigadas. As cultivares CTC 4, IACSP 93-3046, RB86-7515, IAC95-5000 e IAC91-1099 no sequeiro alteraram a sua produtividade entre os anos em -16%, -0,7%, -6%, -9% e -11%, respecti-vamente, enquanto que para a irrigação suplementar as alterações foram de -2%, -3%, +16%, -9% e -3%, respectivamente.

    A produtividade de açúcar (Figura 2) é obtida pela multiplicação da produtivi-dade de colmos (t/ha) pela concentração de açúcar total recuperável (ATR em

    Figura 1 - Produtividade de colmos de cinco cultivares de cana-de-açúcar sob irrigação deficitária, irrigação suplementar e não irrigadas, 1ª soca e 2ª a soca

    IRRIGADO (t/ha)170105

    122,80133,90118,80171,21132,56155,00177,50193,20186,00225,20249,0272,0067,0063,0061,00

    Tabela 1 - Produtividade de cultivares de cana-de-açúcar sob manejos irrigado e sequeiro em diversas localidades e tipos de solo

    CULTIVARRB931011SP791011RB855536SP80-3280RB86-7515RB72454

    SP90-3414SP79-1011RB81-3804RB94-3365RB86-7515RB855536RB855453RB86-7515RB855536SP83-2847SP89-1115

    SEQUEIRO (t/ha)140115

    95,6091,9084,90132,41106,8071,2079,9080,6087,60214,60178,0661,0060,0059,0057,00

    CICLO1° ano1° ano2° ano2° ano2° ano2° ano3° ano1° ano1° ano1° ano1° ano1° ano1° ano4° ano4° ano4° ano4° ano

    LOCALTeresina/PITeresina/PI

    Jaú/SPJaú/SPJaú/SP

    Botucatu/SPPiracicaba/SPCarpina/PECarpina/PECarpina/PECarpina/PEGuaíra/SP

    Rio Verde/GOJaú/SPJaú/SPJaú/SPJaú/SP

    SOLOPVAdPVAdPVePVePVeNV

    PVAePAdPAdPAdPAd**

    LVdfPVePVePVePVe

    LVef: Latossolo Vermelho eutroférrico; PVe: Argissolo Vermelho eutrófico; NV: Nitossolo Vermelho; PVAe: Argissolo Vermelho-amarelo eutrófico; PAd: Argissolo Amarelo distrófico; LVdf: Latossolo Vermelho distroférrico; ** Não relatado. Informações retiradas dos trabalhos de Oliveira et al. (2014), Arantes (2012), Barbosa et al. (2012) e Andrade Júnior et al. (2017)

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    kg/t). Observa-se que para as cultivares pouco responsivas à irrigação (CTC 4 e RB 86-7515), a produtividade de açúcar não foi incrementada significativamente sob irrigação, pois a produtividade de colmos foi próxima à da obtida no sequeiro. Para outras, como a IAC 93-3046, a IAC 95-5000 e a IAC 91-1099, os incrementos de açúcar superaram 5t/ha.

    Destaca-se um fato relevante para a cana-de-açúcar irrigada: a produtividade de açúcar para algumas cultivares na 2ª soca foi superior à 1ª soca (Figura 2). Como a produtividade de colmos foi supe-rior na 1ª soca esperava-se maior rendi-mento em açúcar para o ano anterior. No entanto, verificou-se que o teor de açúcar (kg por tonelada) para a 2ª soca foi supe-rior ao da 1ª, afetando o rendimento final. Isso ocorreu, pois para a 1ª soca o corte foi realizado no início da safra (maio), enquanto que para a 2ª soca, no meio da safra (julho). A cana-de-açúcar intensifica o processo de maturação sob déficit hí-drico e/ou temperaturas baixas (

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    PULVERIZADORES

    A Tecnologia de Aplicação é uma área de estudo multi-disciplinar que visa à correta colocação do produto biologicamente ativo no alvo, quando e se necessário, de forma econômica e com o mínimo de contaminação ambiental. Abrange o controle de insetos, ácaros, plantas daninhas e agentes patogênicos nas diferentes culturas e considera pro-cedimentos desde a formulação dos produtos aplicados e da preparação das caldas até a aplicação eficiente e segura e o gerenciamento das operações.

    No contexto dos tratamentos fitos-sanitários estão envolvidos custos de produção significativos do processo produtivo da agropecuária, com refle-xos importantes na sustentabilidade das culturas.

    A utilização de volumes elevados é comum devido à distribuição aleatória e generalizada dos alvos nos cultivos, inclusive em locais de difícil acesso aos produtos fitossanitários, como sob tecidos vegetais ou sob o solo.

    Tradicionalmente, as pulverizações são realizadas lançando as caldas de fora para o interior do dossel vegetal, implicando dificuldades de atingir o subdossel. Por conta disto é comum que apenas uma pequena quantidade

    A adoção de boas práticas agrícolas, desde a escolha da formulação, passando pela regulagem dos equipamentos até a aplicação correta, garante uma

    pulverização segura e eficientede gotas alcance o baixeiro, ao mesmo tempo em que pode haver escorrimento de calda das folhas na parte mais expos-ta da cultura.

    Por outro lado, para aumentar a penetração das gotas para o baixeiro, são utilizadas gotas menores, que são sujeitas a perdas por evaporação e por deriva, deslocando-se para áreas dis-tantes daquela destinada ao tratamento fitossanitário (Figura 1). Todas estas perdas, via de regra, são compensadas por maiores volumes de calda ou mes-mo por maior número de aplicações, ambas onerosas tanto para a atividade quanto para o ambiente.

    Com isto, tem-se verificado cresci-mento contínuo no uso dos produtos fitossanitários, agravado pelo surgi-mento de pragas e doenças exóticas e pela seleção de organismos resistentes.

    Para a proteção das gotas finas em menores taxas de aplicação são dispo-níveis estratégias como atuar com a barra mais baixa ou com a assistência de ar, selecionar as horas mais úmidas, menos quentes ou com menos vento durante o dia, ou utilizar adjuvantes. Cada uma das técnicas depende de quão críticas são as situações no momento das aplicações, que resultem em perdas das gotas.

    Quanto ao uso de adjuvantes, tem sido um assunto de grande interesse para produtores agrícolas devido às propostas de proteção às gotas para a redução de deriva e da evaporação, o melhor espalhamento das gotas e uma possível melhora na absorção da calda pelos alvos. Com isto, tem-se expandido rapidamente o número de produtos comerciais.

    Com função de aumentar a eficiência por modificar determinadas carac-terísticas da calda, o adjuvante não apresenta propriedade fitossanitária. Seus efeitos destacam-se na redução da tensão superficial das caldas pulveriza-das, diminuindo a força de ligação entre as moléculas de água, o que aumenta o espalhamento das gotas sobre as su-perfícies tratadas, com maior cobertura e probabilidade de contato com o alvo biológico (Figura 2). Pode haver ainda um aumento da afinidade da calda com a superfície tratada, o que aumenta o espalhamento da gota.

    A tensão superficial refere-se às forças que existem na interface entre fluidos, impedindo que eles se mistu-

    rem. Dentre os líquidos utilizados para pulverização, normalmente

    Soma de fatores

    Jacto

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    a água é a que possui a maior tensão superficial. A adição de adjuvantes à calda de pulverização pode alterar es-tas forças da interface, modificando a interação das superfícies. Com isto, es-pectro das gotas pulverizadas também pode ser alterado, podendo promover os efeitos que podem resultar em pro-teção contra evaporação e deriva, com meteorologia desfavorável.

    Na superfície vegetal, há uma estru-

    tura cerosa complexa denominada de cutícula, que age como uma barreira para a troca de líquidos nas plantas. As características da cutícula variam de espécie para espécie e das condições climáticas. Esta superfície pode ser lipofílica ou hidrofílica e com ou sem pilosidade.

    Estas características, além de inter-ferirem diretamente na retenção das gotas sobre as superfícies no momento

    das aplicações, podem influenciar a quantidade de depósitos de ingredien-tes ativos após a ocorrência de chuvas (Tabela 1). A interação entre caldas e os intervalos entre a aplicação e as chuvas implicam quantidades diferentes de depósitos remanescentes sobre as superfícies.

    Atuando com boas práticas agríco-las, desde a seleção de formulações, bom preparo de calda e uso da tec-nologia adequada para a aplicação, é possível obter resultados satisfatórios do tratamento fitossanitário tanto do ponto de vista da eficiência, quanto da segurança das aplicações.

    Para a proteção das gotas finas em menores taxas de aplicação, uma das alternativas é a utilização de adjuvantes

    Kuhn

    Adjuvant-

    Polydimethyl2

    Phosphatidyl3

    -Polydimethyl2

    Phosphatidyl3

    -Polydimethyl2

    Phosphatidyl3

    Tabela 1 - Médias de quantidade de calda depositada em folhas de citros após diferentes intervalos de chuva artificial, com e sem adjuvantes. Fonte: Decaro et al, 2016 (http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20150064)

    Produto

    Spirodiclofen

    Propargite

    Imidacloprid

    0h*3,732,091,441,652,281,123,12,731,18

    1h0,99 aB1

    0,62 aB0,52 aB0,77 aA0,92 aA0,24 aA0,93 aA0,73 aA0,83 aA

    6h1,22 aAB0,76 aAB0,72 aAB0,97 aA0,95 aA0,49 aA1,35 aA1,38 aA0,68 aA

    12h2,05 aA

    1,60 aAB0,87 aAB1,02 aA1,53 aA1,05 aA1,82 aA1,07 abA0,99 bA

    24h1,12 aB1,6 aA1,52 aA1,16 aA1,26 aA0,81 aA1,73 aA0,91 abA0,74 bA

    Ricardo Augusto Decaro eMarcelo da Costa Ferreira,Unesp, Jaboticabal

    Figura 2 - Espalhamento de gota sobre folha de laranja em função do uso de óleo mineral em calda aquosa

    Figura 1 - Isolinhas da distribuição espacial da deriva de aplicação de acaricida em citros. Método do inverso do quadrado da distância (IQD). Fonte: Pita, 2015 (https://alsafi.ead.unesp.br/bitstream/handle/11449/ 132173/000855287.pdf?sequence=1&isAllowed=y).

    .M

    Um dos principais desafios na hora de aplicar é controlar a deriva de produtos

  • Potente e limpoOs novos padrões para o controle de emissões em máquinas agrícolas exigem

    motores mais limpos que, por causa da tecnologia incorporada, garantem ainda mais potência e estabilidade

    MOTORES

    A atual conjuntura mundial tem dado maior atenção para as questões ambien-tais, em busca de novas alternativas para um desenvolvimento sustentável da população. Dentre estas alter-nativas, podemos citar a criação de programas de controle de emissões de gases poluentes e materiais parti-culados, provenientes da queima de combustíveis fósseis por motores de combustão interna, que são liberados na atmosfera.

    No Brasil, a situação não é diferen-te, e já está se buscando redução das emissões de poluentes, similar aos atuais padrões já estabelecidos em países europeus e norte-americanos. Quanto às emissões de gases de

    escape provenientes de veículos au-tomotores, após a combustãodo com-bustível são liberadas concentrações significativas de monóxidos de carbo-no (CO) e dióxido de carbono (CO2), óxidos de nitrogênio (NOx), óxidos sulfúricos (SOx), hidrocarbonetos (HC) e materiais particulados (MP).

    Muitos destes gases, além de danos representativos ao ambiente, como efeito estufa e chuva ácida, provocam também sérios danos à saúde huma-na, principalmente relacionados ao sistema respiratório. Já os materiais particulados estão relacionados aos problemas como insuficiência cardí-aca, enfartes e doenças pulmonares crônicas. Quanto aos hidrocarbone-tos, destacam-se os Hidrocarbonetos

    Policíclicos Aromáticos (HPA), que de acordo com alguns pesquisadores, sua ocorrência no ambiente tem se tornado preocupante, pois além de serem abundantes são possíveis car-cinógenos humanos.

    FASE DOPROCONVE MAR-INo que diz respeito ao controle das

    emissões de poluentes, provenientes dos motores de combustão interna, que equipam veículos rodoviários, máquinas agrícolas e para constru-ção, desde o ano de 1986, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) criou, por meio de ações governamen-tais, o Programa de Controle da Polui-ção do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Este programa estabelece diretrizes, prazos e padrões legais de emissões para diferentes categorias de veículos automotores, que devem ser cumpridas pelos fabricantes.

    Conforme a resolução do Conama 433/2011, a fase Proconve MAR-I, é aplicável para máquinas agrícolas e de construção, estabelecendo os limites de emissões de poluentes como: MP, CO, NOx e HC, exigindo desta forma modificações nos motores, bem como a utilização de óleo Diesel com menor teor de enxofre. Os limites máximos de emissões para máquinas agríco-las e rodoviárias estabelecidos pelo Proconve MAR-I são apresentados no Quadro 1.

    Desta forma, também foi estabe-lecido um cronograma para entrada em vigor da fase MAR-I, de forma escalonada, exigindo que os fabri-cantes lancem mão de tecnologias e incorporem sistemas de controle de emissões de poluentes em máquinas

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    Div

    ulga

    ção/

    FPT

    Indu

    stri

    al

  • agrícolas e de construção, conforme o Quadro 2.

    TECNOLOGIAS DE CONTROLE DE

    EMISSÕESPara atender a legislação, os fabri-

    cantes tiveram que realizar modifica-ções em seus motores, contemplando desde sistemas de injeção de combus-tível a sistemas mais avançados para o controle de emissões. Mudanças significativas ocorreram no sistema de alimentação de combustível, sendo incorporado o controle eletrônico de injeção que, devido à elevada pressão do sistema, permite maior precisão na injeção de combustível, por meio do uso de injetores que utilizam válvulas solenoides ou tecnologia piezolelétri-ca. Além disso, as pressões de injeção superiores em relação às bombas injetoras mecânicas convencionais e a injeção controlada eletronicamen-te permitem melhor atomização do combustível no interior da câmara

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    de combustão, diminuindo significa-tivamente o consumo de combustível e, consequentemente, as emissões de poluentes.

    No que se refere ao pós-tratamento dos gases de escape, dois sistemas podem ser utilizados: a Recircula-ção dos Gases de Escape (sistema EGR – Exhaust Gas Recirculation) e a Redução Catalítica Seletiva (sistema SCR – Selective Catalityc Reduction). Esses sistemas visam reduzir, princi-palmente, as emissões de óxidos de nitrogênio (NOx). De acordo com pes-quisadores, a emissão regulamentada para veículos movidos a óleo diesel consiste em mais de 90% de NOx.

    RECIRCULAÇÃO DOS GASES DE ESCAPEO sistema EGR utilizado nos moto-

    res de ciclo diesel apresenta conjuntos de válvulas no sistema de alimentação de ar, atuando por diferença de pres-são entre a entrada de ar limpo e a saída dos gases de escape, permitindo

    que 20% a 30% dos gases retornem ao interior da câmara de combustão, reduzindo a temperatura da com-bustão. Esse sistema permite uma redução de aproximadamente 50% na emissão de NOx.

    REDUÇÃO CATALÍTICA SELETIVAO sistema SCR se caracteriza por

    pulverizar no interior do sistema de escapamento uma solução de ureia concentrada (32% de ureia e o res-tante água desmineralizada), deno-minada de Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32). A mistura de ureia com os gases de escape causa uma reação química, transformando as emissões de NOx em nitrogênio (N2) e vapor d’água, sem efeitos à saúde e ao ambiente. O consumo de Arla varia em função do fabricante, mas geralmente fica entre 4% e 6% do consumo de combustível. Segun-do a Petrobras, o Arla 32 não é um combustível e tampouco um aditivo ao combustível, sendo que a sua re-posição é feita em um reservatório específico, de forma separada do combustível.

    UTILIZAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS ALTERNATIVOSCom a adição compulsória de

    8% de biodiesel (B8) ao óleo diesel mineral, com aumentos previstos de 9% e 10% para 2018 e 2019, res-pectivamente, permite uma redução significativa nas emissões de HC, CO e MP. Porém, ocorre maior liberação de NOx, sendo que o uso de biodiesel promove um incremento que varia de 5% a 15%.

    Abrange novos modelos introduzidos/lançados no mercado com potência igual ou superior a 50cv (37kW) até 761cv (560kW).Todos os modelos com potência igual ou superior a 25cv (19kW) até 761cv (560kW).

    Contempla todos os modelos com potência igual ou superior a 101cv (75kW) até 761cv (560kW).Todos os modelos com potência igual ou superior 25cv (19kW) até 761cv (560kW).

    Quadro 2 – Cronograma para entrar em vigor, de forma escalonada, a fase Proconve MAR-I

    20152017

    20172019

    Fonte: Adaptado da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

    Máquinas de Construção

    Máquinas Agrícolas

    Os novos motores são mais econômicos e garantem maior desempenho às máquinas agrícolas

    Divulgação/FPT Industrial

  • Isto pode ser explicado pelo fato de o biodiesel apresentar poder calorífico menor em relação ao óleo diesel mineral, sendo que a injeção do mesmo volume de combustível favorece a formação de uma mistura pobre (relação ar/combustível), sen-do que a elevada temperatura origina a formação de óxidos de nitrogênio, que está diretamente relacionada ao tipo de motor e às configurações do sistema de injeção.

    Este problema praticamente desa-parece no momento da utilização de sistemas de pós-tratamento dos gases, como os sistemas EGR e SCR, descritos anteriormente, visto que a eficiência do sistema SCR, por exemplo, pode alcançar valores superiores a 90%, na redução das emissões de óxidos de nitrogênio.

    Outro fator relevante refere-se à utilização de óleo diesel mineral com menores teores de enxofre como, por

    exemplo, o diesel S10. Este combus-tível apresenta, em função das suas características, redução nas quantida-des emitidas de óxidos de nitrogênio e de enxofre, e materiais particulados, podendo ser utilizado em máquinas agrícolas antigas, que não dispõem de sistema eletrônico de injeção de combustível e pós-tratamento dos gases de escape.

    Ainda, o grupo de pesquisa do Laboratório de Agrotecnologia (Agro-tec), vinculado ao Núcleo de Ensaios de Máquinas Agrícolas (Nema) da UFSM, vem desenvolvendo trabalhos com a utilização de combustíveis alternativos ao óleo diesel mineral em motores agrícolas. Recentemente, foram avaliados o desempenho e as emissões de poluentes de um motor ciclo diesel utilizando óleo diesel S500 puro e em mistura com etanol hidratado. Com base nos resultados, pôde-se concluir que o uso de até 12%

    de etanol em mistura com óleo diesel mineral proporciona redução signifi-cativa nas emissões de poluentes, sem perda considerável nos parâmetros de desempenho do motor, torque e potência. Cabe ressaltar que se trata de um experimento científico, e não se recomenda o uso desta mistura em motores agrícolas.

    Portanto, faz-se necessária a ade-quação dos motores que equipam as máquinas agrícolas para atender as exigências da legislação vigente, fase do Proconve MAR-I. Desta forma, serão alcançadas as metas referentes ao controle de emissões de poluentes, assegurando melhor qualidade do ambiente e sustentabilidade para as gerações futuras. .M

    Para atender a legislação, os fabricantes tiveram que realizar modificações em seus motores

    Fotos Charles Echer

    CO (g/kWh)3,55,05,05,5

    Quadro 1 – Limites máximos de emissão de gases poluentes para motores de máquinas agrícolas e rodoviárias (Proconve MAR-I)

    Potência - P* (kW)**130 ≤ P ≤ 56075 ≤ P ˂ 13037 ≤ P ˂ 7519 ≤ P ˂ 37

    HC + NOx (g/kWh)4,04,04,77,5

    MP (g/kWh)0,20,30,40,6

    Fonte: Conama - Resolução Nº 433, de 13 de julho de 2011. CO (monóxido de carbono); HC (hidrocarbonetos); NOx (óxidos de nitrogênio); MP (material particulado). As emissões devem observar a norma ISO 8178-1 (2006), correspondente à NBR ISO 8178-4 (2012), da ABNT. *Potência máxima do motor de acordo com a Norma ISO TR 14396 (2002). **Potência do motor em kW (para converter para cv basta dividir por 0,7355).

    Alexandre Russini,Unipampa, ItaquiMarcelo Silveira Farias eJosé Fernando Schlosser,UFSM

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    MOTORES

    Sistemas diferentes

    Como funcionam os diferentes sistemas utilizados nos motores eletrônicos que trabalham com o objetivo

    comum de diminuir as emissões de gases poluentes

    A resolução 433, de 13 de julho de 2011 do Conama, estabeleceu duas etapas para o cumprimento do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veícu-los Automotores (Proconve), de forma que, desde 2017 (etapa 1), as máqui-nas agrícolas com potência igual ou superior a 75kW já atendem os limites da fase MAR-I, assim como, para 2019 (etapa 2), máquinas com potência entre 19kW e 75kW também deverão atender estes mesmos limites. Desta forma, algumas novas tecnologias fo-

    ram introduzidas no mercado e serão apresentadas a seguir.

    SISTEMA SCR O Sistema SCR (Selective Catalytic

    Reduction - Redução Catalítica Sele-tiva) é composto basicamente de um catalisador. Para este sistema, temos a necessidade de fluido composto de 32,5% de ureia de alta pureza e 67,5% de água desmineralizada, denominado no Brasil como Arla 32 (Agente Redutor Líquido de Óxido de Nitrogênio Automotivo).

    Esta substância é injetada (na condição de pulverização) e, ao misturar-se com os gases de esca-pe da combustão no escapamento, forma amônia + óxido de nitrogênio (NH3 + NOx) antes da passagem pelo catalisador.

    Após a passagem pelo catalisador, existe a formação de nitrogênio (N2) e vapor de água (H2O), além dos gases de exaustão dentro dos limites estabelecidos.

    O Sistema SCR é composto, basica-mente de um catalisador, (que possui também a função de silencioso para o sistema), uma bomba de alimentação de Arla 32, um tanque, um injetor de Arla 32, um sensor de temperatura (instalado antes da passagem dos gases pelo catalisador) e um sensor de NOx (instalado logo após a pas-sagem dos gases pelo catalisador). Basicamente, todo o controle do Sistema SCR e do motor diesel é rea-lizado por uma unidade de controle eletrônico (ECU).

    SISTEMA EGR O Sistema EGR (Exhaust Gas Re-

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    Montagem

    circulation - Recirculação dos Gases de Escape) consiste na tecnologia de requeima de parte dos gases de escape, de modo que estes gases, misturados ao ar de admissão, fa-rão parte do ciclo de admissão do próximo cilindro que entrará em operação.

    Esta recirculação faz com que a queima tenha uma temperatura menor de combustão e exista uma menor quantidade de oxigênio, re-sultando em menor quantidade de óxido de nitrogênio (NOx).

    O gerenciamento e o controle dos particulados são feitos através do controle da queima de combustível (quantidade de combustível injeta-da). Para este modelo de controle de emissões, temos dois muito utili-zados pelo mercado que são o cEGR e o iEGR.

    CEGRO Sistema cEGR (Cooled Exhaust

    Gas Recirculation – Recirculação dos Gases de Escape Resfriado) consiste na tecnologia de requeima de parte dos gases de escape, porém, neste

    modelo, os gases passam por um processo de resfriamento (em geral, resfriado pelo próprio líquido de arrefecimento do motor, onde a troca de calor é feita através de um radia-dor especial para a aplicação) para posteriormente entrar na requeima do cilindro.

    Todos os gases de escape possuem fluxo controlado por um sistema ele-trônico e, através de uma válvula tipo borboleta, faz a liberação dos gases para o ambiente ou permite que os mesmos sejam direcionados para a admissão do próximo ciclo. Este sistema é instalado, em geral, junto ao bloco do motor.

    IEGRO Sistema iEGR (Internal Exhaust

    Gas Recirculation – Recirculação dos Gases de Escape Interno) consiste na tecnologia de requeima de parte dos gases de escape, misturados ao ar de admissão, porém, neste modelo, existe uma via interna, no próprio bloco do motor, ou seja, não existe nenhum tipo de resfriamento antes da chegada no ciclo de admissão do próximo cilindro.

    Este é considerado o modelo mais simples para controle de emissões de gases de escape. Externamente, não é possível diferenciar o motor sem controle de emissões e com iEGR.

    No mercado atual, existem má-quinas com motores com injeção mecânica (com bombas injetoras) e máquinas com motores eletrônicos que utilizam esta tecnologia (moto-res mecânicos atendem até a potên-cia aproximada de 130cv).

    PONTOS IMPORTANTES ENTRE SCR E CEGREntre máquinas de maior potên-

    cia, podemos estabelecer o compara-tivo entre os sistemas SCR e cEGR. As máquinas com Sistema cEGR (siste-ma instalado diretamente no motor) destacam-se por ser um sistema sem itens adicionais ao motor na instala-ção e sem a necessidade do uso do

    Processo catalítico coma utilização de Arla 32

    Catalisador SCRcom Injetor de Arla 32

    Injetor de Arla 32(em destaque)

    Tanque de Arla 32

    Bomba de Alimentação de Arla 32

    Valtra

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    Arla 32. Entretanto, as máquinas com Sistema SCR destacam-se por promo-ver economia de combustível, pois toda a operação para controle das emissões está sob responsabilidade do sistema SCR, com um consumo de Arla 32 entre 3% e 5% (em relação ao consumo de combustível), permi-tindo o motor trabalhar com poucas alterações de configuração.

    MOTORES MECÂNICOS XELETRÔNICOS COM IEGREntre máquinas de menor potên-

    cia, podemos estabelecer o compa-rativo entre os motores com injeção mecânica e motores com injeção ele-trônica (ambos com sistema iEGR).

    As máquinas com motores me-cânicos com iEGR destacam-se pelo menor custo de aquisição e a ma-nutenção simplificada, enquanto as máquinas com motores eletrônicos com iEGR destacam-se por serem mais econômicas (consumo de com-bustível em até 8% em média, menor, quando comparado aos motores mecânicos com iEGR), agilidade da resposta em operação e direciona-mento para auxílio de manutenção (orientação e aviso para as manu-tenções preventivas e alarmes para manutenções corretivas).

    CONCLUSÃOAs tecnologias existentes no mer-

    cado nacional oferecem diferentes vantagens, porém, os motores eletrô-nicos com sistema SCR oferecem dife-rencial em economia e durabilidade comparados ao sistema que elimina o uso do Arla 32 (cEGR).

    Já os motores eletrônicos iEGR possuem versatilidade operacional quando para manutenção em relação aos motores mecânicos.

    Para atender aos parâmetros ambientais em vigor no Brasil desde 2017, por exemplo, a Valtra optou pelos motores AGCO Power com tra-tamentos de emissões baseados nas tecnologias iEGR em equipamentos de até 250cv, como os tratores da Série BH Geração 4, com a tecnologia

    SCR sendo empregada nos modelos de potência maior, como as colheita-deiras da Série BC 800 e a colhedora de cana BE 1035e. Mesmo com foco em custo operacional reduzido, a empresa conseguiu aplicar estas tecnologias com o preço dos equipa-mentos competitivos para o mercado.

    O sistema do motor permite o monitoramento do desempenho em tempo real, resultando em melhor e mais rápida análise das condições do motor durante o funcionamen-to, o que, por sua vez, melhora a eficiência e a disponibilidade do equipamento.

    Modelo Básicode Sistema EGR

    Os motores eletrônicos com sistema SCR oferecem diferencial em economia e durabilidade em relação aos sistemas mecânicos

    Sistema cEGR (em destaque) que utiliza a Recirculação dos Gases de Escape

    Renato Morais,Valtra

    Renato Maraes

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    rles

    Ech

    er

    .M

  • PRINCIPAIS PRODUTOS

    EMPRESAS

    Com o objetivo de ampliar a participação no mercado de controladores de aplicação, a Raven inaugurou sua nova sede no Brasil com foco no atendimento especializado e em inovações

    Expandir para consolidar

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    A Raven Industries, vol-tada para tecnologia de agricultura de precisão, anunciou no último dia 24 de abril sua expansão para o Brasil com abertura de uma sede regional em Paulínia (SP).

    Fundada em Sioux, em 1956, como projetista e fabricante de ba-lões de pesquisa de alta atitude, a Raven está organizada em três uni-dades de negócios e possui mais de mil funcionários pelo mundo. No Brasil, alinhada com a divisão de tecnologia aplicada da empresa, contará com uma nova instalação com mais de 20 funcionários até o final de 2018. Localizada nos ar-redores de Campinas, a instalação se beneficiará da cadeia de valor Raven e está posicionada para oferecer benefícios nas áreas de serviço, qualidade e inovação. Com recursos destinados a vendas, trei-

    namento, reparos, armazenagem e montagem, a sede fornecerá aos clientes serviços técnicos, suporte e reparos de produtos.

    Durante a cerimônia de inau-guração da nova sede da Raven, o gerente de Vendas para a América Latina, Alberto Maza, falou dos planos de expansão e dos próximos passos no Brasil. “A expansão da Raven no Brasil já estava sendo planejada há mais de dois anos, por isso hoje é um marco para toda a nossa equipe. Vamos aproveitar todas as áreas de expansão com o cliente no centro do nosso foco, vi-sando sempre ter uma assistência técnica eficaz e ágil para melhor atender no campo”, explicou.

    No mercado de controle de apli-cação, a Raven oferece produtos em agricultura de precisão projetados para reduzir custos de operação e melhorar os rendimentos e a renta-

    bilidade. Produtos como o Sistema de Controle de Bicos, destinado às culturas de milho e soja no Brasil, e o Sistema Hawkeye, que será uma das primeiras tecnologias de controle de bicos individuais por pulso introduzidas no mercado sul-americano.

    De acordo com o diretor de Operações e Vendas Internacionais da América Latina, Jeff Rohlena, a Raven está investindo e expandindo as operações no Brasil porque o País é uma das maiores economias do mundo. “Nós vamos competir levan-do em consideração quatro pilares: qualidade, serviço, inovação e alta performance”, enfatizou. .M

    Rave

    n

    Hawkeye: sistema de controle indivi-dual de bicos por pulsos, que possi-bilita um padrão de pulverização constante.

    Sidekick Pro: sistema de injeção direta de produtos na barra, com até cinco tan-ques de produtos diferentes em um único pulverizador.

    Raven Rate Control Module (RCM): módulo de controle de taxa Isobus, com capacidade de controlar até cinco produ-tos em uma única ECU para aplicações de líquidos e sólidos.

    CR7: computador compacto de campo ISO UT de sete polegadas, plug-and-play, com telas de trabalho customizáveis.

    Viper 4+: a quarta geração de computa-dores de campo que se integra a toda linha de produtos Raven.

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    COLHEDORAS

    Colheita possível

    Estudos mostram que a colheita mecanizada do café conilon pode ter eficiência similar à da operação realizada no café arábica, desde que as colhedoras

    estejam com as frequências de trabalho e velocidades operacionais corretamente reguladas e adequadas a cada tipo de material genético

    A falta de mão de obra no campo tem preocupado os produtores de café co-nilon. Ela afeta a safra, eleva os cus-tos de produção e torna o produto menos competitivo no mercado na-cional e internacional. Há melhores condições de trabalho e salários nos centros urbanos e isso se torna ainda mais crítico durante o período de colheita, quando a demanda por trabalhadores aumenta.

    Como consequência, muitos produtores não conseguem colher na condição recomendada, com no mínimo 80% de maturação dos frutos, e precisam se antecipar para

    garantir uma colheita completa, sem prejuízos maiores. Mas com uma grande quantidade de grãos ainda verde é inevitável a perda de quali-dade e rendimento.

    Para driblar esse cenário, os produtores de café conilon bus-cam alternativas para uma safra mais produtiva e uma delas é a mecanização. Nas colheitas de café arábica – culturas parecidas –, por exemplo, a colheita mecanizada tem sido realizada de forma eficiente e economicamente viável e, apesar das divergências entre as plantas e o manejo, é possível usar esses mesmos maquinários nas lavouras

    de conilon.O café conilon tem particularida-

    des como múltiplos caules, variando de três a cinco ramos ortotrópicos, plantas menos eretas, plantio de clo-nes em linha, polinização cruzada, sistema radicular mais superficial, ausência de queda de frutos após a maturação fisiológica, lavouras cul-tivadas em áreas mais quentes e com altitude inferior a 500 metros. Todas essas características morfológicas, somadas ao atual manejo adotado, dificultam o uso de sistemas mecani-zados, frequentemente aplicados na colheita do café arábica. No entan-to, as soluções e as oportunidades

    Fotos Case IH

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    vieram de estudos de adaptação do manejo e da viabilidade técnica e econômica.

    Na produção agrícola, a colheita é uma etapa que se destaca pelo elevado investimento envolvido e os retornos financeiros obtidos por meio da comercialização das cul-turas. Atualmente, é uma das mais importantes etapas da safra, e ano a ano depende da tecnologia para ter competividade. Os principais benefícios da colheita mecanizada são produtos de melhor qualidade, redução nas perdas durante a co-lheita e possibilidade de aumento nos lucros.

    Em lavouras de café arábica, es-tima-se uma redução no custo total da colheita mecanizada de até 60% em relação à colheita manual. Esses níveis de redução de custos só foram possíveis por causa das adaptações feitas nas máquinas e lavouras nos últimos anos para aumentar a efici-ência e minimizar as perdas.

    Atentos à necessidade de gerar resultados positivos também nas sa-fras de café conilon, foram iniciados os primeiros ensaios de campo com uma colhedora automotriz Case IH em lavouras comerciais em plantio tradicional e plantio preparado para colheita mecanizada, entre 2013 e 2016, no norte do estado do Espírito Santo. O objetivo foi avaliar índices técnicos da colheita mecanizada em diferentes condições de manejo.

    Os primeiros testes foram feitos em lavouras de plantio tradicional, com três a quatro hastes (ramos or-totrópicos) por planta e espaçamen-to 3-3,5 x 1m (Tabela 1). A máquina apresentou eficiência de derriça e de colheita variando de 85% a 93% e 70% a 78%, respectivamen-te – níveis levemente inferiores aos alcançados na colheita de café ará-bica. Já a perda de chão variou de 10% a 21%, pelo fato de a lavoura apresentar plantas multicaules (com três a cinco hastes) e arqueadas, di-minuindo a vedação do sistema de recebimento, criando espaços para a queda de frutos no chão. Em geral, o cafeeiro conilon não apresenta queda natural dos frutos maduros no chão, como ocorre no arábica, o que favorece a eficiência de derriça e de colheita e, consequentemente, minimiza as perdas na lavoura.

    Em algumas situações, o recolhi-mento do volume de frutos do chão é considerado viável para o cafeeiro arábica, em função do volume e do

    custo operacional. Estudos indicam que a eficiência dos sistemas de recolhimento pode variar de 50% a 85% para o café arábica, depen-dendo da sistematização do terreno. Assim, em virtude da produtividade do café conilon ser superior à do arábica, o uso de recolhedoras de chão pode ser uma alternativa para aumentar a eficiência do sistema mecanizado.

    Esses resultados em lavouras tradicionais foram promissores, embora inferiores aos normalmente obtidos em lavouras de café arábica. Vale destacar que as lavouras não fo-ram preparadas para as colhedoras, com presença de irregularidades no terreno, plantas com crescimento desuniforme e tombadas, e, em alguns casos, não foi apresentada uniformidade de maturação de fru-tos na linha. Nesses ensaios, a con-figuração das máquinas, o número de passadas da máquina na linha, a velocidade da colheita, a frequência de agitação, o grau de maturação dos frutos e a arquitetura das plantas alteraram o processo de derriça e de colheita, carecendo de ajustes espe-cíficos a cada condição de lavoura.

    Em um segundo momento, foram realizadas avaliações em lavouras adequadas à colheita mecanizada (conforme Tabela 2), visando me-lhorar os índices técnicos. Clones selecionados com características de interesse para a colheita meca-

    Os principais benefícios da colheita mecanizada são produtos de melhor qualidade,redução nas perdas durante a colheita e possibilidade de aumento nos lucros

    Lavoura preparada para a colheita mecanizada com alta produtividade

  • Os resultados indicaram uma viabilidade técnica para o uso das colhedoras automotrizes em lavou-ras de café conilon, com potencial de aplicação em áreas comerciais. Contudo, são necessárias alterações no manejo das plantas, como a pro-posta na Tabela 2, em relação à con-dução tradicional, para uma maior eficiência de colheita e redução das perdas de frutos no solo. Da mesma forma, estudos futuros também são necessários para melhorar os índi-ces técnicos, além de acompanhar possíveis sazonalidades na produ-tividade das plantas, garantindo a longevidade das lavouras e a sus-tentabilidade da produção.

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    32

    nizada