73
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE REGIONAL JATAÍ DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES EM AMOSTRAS DE SORO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS INFECTADOS POR Strongyloides stercoralis ÉMELIN ALVES DOS SANTOS JATAÍ - GO 2016

DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES EM …£o_final.pdf · A estrongiloidíase é predominante principalmente em regiões de climas tropicais e subtropicais, podendo apresentar-se

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS APLICADAS À SAÚDE

REGIONAL JATAÍ

DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES EM

AMOSTRAS DE SORO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

INFECTADOS POR Strongyloides stercoralis

ÉMELIN ALVES DOS SANTOS

JATAÍ - GO

2016

ÉMELIN ALVES DOS SANTOS

DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES EM

AMOSTRAS DE SORO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

INFECTADOS POR Strongyloides stercoralis

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Goiás, como requisito parcial

para obtenção do título de mestre em

Ciências Aplicadas à Saúde.

Orientadora

Profª. Drª. Rosângela Maria Rodrigues

JATAÍ - GO

2016

DETECÇÃO DE IMUNOCOMPLEXOS CIRCULANTES EM

AMOSTRAS DE SORO DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

INFECTADOS POR Strongyloides stercoralis

BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO:

Profª. Drª. Rosângela Maria Rodrigues

Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí

Orientador

Profª. Drª. Ivanildes Solange da Costa Barcelos

Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí

Membro

Profª. Drª. Eleuza Rodrigues Machado

Universidade de Brasília

Membro

Data: 04/04/2016

Dedico aos meus amados pais e irmã pelo

amor incondicional e apoio em todas as

minhas decisões.

AGRADECIMENTOS

A Deus por me tranquilizar frente a tantos obstáculos e não me deixar desanimar com as

dificuldades.

Aos meus pais Irani Alves de Almeida Santos e João Eurípedes dos Santos Vieira, que me

fazem crescer como pessoa, que sempre apoiaram em meus estudos, trazendo incentivos,

confiança e força para que eu pudesse concluir mais esta etapa da minha vida. Amo vocês!

A minha irmã Évelin Alves dos Santos, pelo amor, carinho e amizade, minha companheira de

todas as horas.

Ao meu namorado Thiago Assis Carvalho Vasconcelos, seu carinho, amor e companheirismo

foram essenciais para que eu chegasse até aqui.

A minha querida orientadora Profª. Drª. Rosângela Maria Rodrigues, que nunca mediu

esforços para auxiliar em meus trabalhos, sempre me incentivou e confiou em meu potencial.

Foi um privilégio aprender com você, sempre será meu espelho de generosidade, dedicação,

perseverança e competência.

Aos meus amigos do Laboratório de Parasitologia Natane Barcelos, Vanessa Carvalho,

Laura Vilela, Marcia Carolina, Bruna Campos, Dayane Moraes, Arthur Perillo, Lorena

Freitas, Jefferson Elias, Eduardo Cabral e João Batista, pelos momentos de descontração

após dias de muito trabalho.

Aos meus amigos do Laboratório de Microbiologia Juliano Lima e Thaynara Gonzaga, pelos

momentos vividos que tive a honra de partilhar com vocês, pelos cafés na cozinha do

laboratório e pelas ótimas risadas.

Em especial, agradeço minha amiga Natane Barcelos por estes dois anos partilhando a vida,

os sonhos, as tristezas, alegrias e conhecimento. Foram ótimos momentos juntas que serão

inesquecíveis. Vanessa Carvalho, que com tão pouco tempo conquistou minha amizade e me

mostrou o verdadeiro significado de simplicidade e bondade. A Laura Vilela que tanto

contribuiu na execução deste trabalho, me ensinando a ter mais calma e paciência.

A minha amiga de longa data Julliane Chaves Arruda, que mesmo longe sei que sempre

esteve torcendo por mim.

A Natália Sousa minha amiga, parceira e confidente, que esteve ao meu lado nos melhores e

piores momentos, sempre me dando força para continuar.

A Ana Carolina Ferreira Franco, quem me acolheu nos momentos mais difíceis de adaptação

e tanto ajudou na ausência de meus pais.

Ao Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de Uberlândia, em especial a Drª.

Ana Lúcia Ribeiro Gonçalves e a Profª. Drª. Júlia Maria Costa-Cruz, pela colaboração e

parceria no desenvolvimento deste trabalho.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG), por todo apoio financeiro

recebido.

A Universidade Federal de Goiás - Regional Jataí, a todos os professores do curso de

Biomedicina e do Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Saúde, por todo

conhecimento que foi transmitido a mim.

A cidade de Jataí, Goiás que me acolheu durante estes seis anos.

“O maior inimigo do conhecimento não é a

ignorância, mas sim a ilusão de conhecimento”.

Stephen Hawking

RESUMO

A estrongiloidíase é predominante principalmente em regiões de climas tropicais e

subtropicais, podendo apresentar-se assintomática quando limitada ao trato gastrointestinal.

No entanto, a imunodepressão pode levar a quadros de hiperinfecção e disseminação das

larvas. O Diabetes Mellitus (DM) provoca disfunção do sistema imune, tornando o indivíduo

mais susceptível a infecções secundárias, como a estrongiloidíase. A cronicidade da doença

neste grupo de pacientes dificulta o seu diagnóstico, fato este que tem levado a pesquisa de

novas metodologias, como a detecção de imuncomplexos circulantes. Atualmente, existem

poucos relatos na literatura sobre a avaliação do perfil imunológico da estrongiloidíase em

pacientes com DM, sendo a investigação epidemiológica desta doença importante para o

acompanhamento do número de casos. Neste contexto, o presente estudo tem como objetivo

determinar os níveis séricos de anticorpos IgG específicos e imunocomplexos circulantes em

amostras de soros de pacientes infectados e de indivíduos controle negativo, por ELISA. A

pesquisa foi realizada com pacientes atendidos no ambulatório de diabetes da prefeitura de

Jataí - GO e indivíduos não diabéticos residentes no município. A autorização para coleta das

amostras de sangue foi obtida pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE), sendo os indivíduos caracterizados em dois grupos: Grupo I pacientes portadores de

DM1 e 2, Grupo II indivíduos controle negativo para S. stercoralis e DM. As amostras de

soro foram testadas pela técnica imunoenzimática ELISA para detecção de IgG e

imunocomplexos circulantes. Foram analisadas 50 amostras de soro do Grupo I e 50 do

Grupo II, sendo que 30% eram do sexo masculino e 70% do sexo feminino, para ambos os

grupos. Um total de 19 (38%) amostras de soro foram reagentes para IgG no Grupo I e 2 (4%)

para o Grupo II, sendo a maioria do sexo feminino com faixa etária entre 57 e 69 anos. Para

detecção de imunocomplexos circulantes, apenas uma amostra foi reagente no Grupo I (2%) e

nenhuma no Grupo II (0%). A soroprevalência para detecção de IgG anti-Strongyloides em

pacientes diabéticos foi elevada quando comparado ao grupo controle, enquanto que a

detecção de imunocomplexos circulantes no Grupo I foi baixa. Neste contexto, ressalta-se a

importância da realização da pesquisa de imunocomplexos por ELISA como ferramenta

complementar para o diagnóstico da infecção ativa por S. stercoralis.

Palavras-chave: diabéticos, ELISA, estrongiloidíase, imunodiagnóstico

ABSTRACT

Strongyloidiasis is mainly predominant in regions of tropical and subtropical climates may

present asymptomatic limited to the gastrointestinal tract. However, immunosuppression can

cause hyperinfection and dissemination of larvae. Diabetes Mellitus (DM) causes immune

dysregulation, became the individual more susceptible to secondary infections as

strongyloidiasis. The chronicity of the disease in this group patients difficult the diagnosis,

this fact conduct to research new methodologies such as circulating immune complex

detections. Currently, there are few reports in literature on the evaluation immunological

profile of strongyloidiasis in patients with DM and epidemiological research this disease

important for monitoring the number of cases. In this context, this study had as objective

determine serum levels of specific IgG antibodies and circulating immune complex in serum

samples of infected patients and control individuals negative by ELISA. The survey was

conducted with patients attended at the diabetes ambulatory in Jataí - GO and nondiabetic

individuals residing in the city. The authorization for collect blood samples was obtained by

signature Term of Informed Consent (TIC) it is characterized individuals in two groups:

Group I patients with DM1 and 2, Group II individuals negative control for S. stercoralis and

DM. Serum samples were tested by ELISA for detection of IgG and circulating immune

complexes. We analyzed 50 serum samples from Group I and 50 in Group II, 30% were male

and 70% female, for both groups. A total of 19 (38%) serum sample were positive for IgG in

Group I and 2 (4%) for Group II, the majority were female age between 57 and 69 years. For

detection circulating immune complexes only one sample was positive in Group I (2%) and

Group II (0%). The seroprevalence of IgG anti-Strongyloides detection in diabetic patients

was high when compared to the control group, detection of circulating immune complexes in

Group I was low. In this context, we emphasize the importance the realization of immune

complex research by ELISA as complementary tool in diagnosis of active infection S.

stercoralis.

Keywords: diabetics, ELISA, strongyloidiasis, immunodiagnostic

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1- Formas evolutivas de S. stercoralis. An: ânus; Es: esôfago; Ut: útero; Vu: vulva;

Ov: ovário; In: intestino; Cl: cloaca; Ep: espículo; Bo: boca; Te: testículo; Vb: vestíbulo

bucal; Pg: primórdio genital; Ca: cauda entalhada. ................................................................. 15

FIGURA 2- Ciclo de vida do parasito S. stercoralis ............................................................... 17

FIGURA 3- Distribuição de estrongiloidíase mundialmente, observando endemicidade nos

continentes latino-americano, africano e asiático .................................................................... 19

FIGURA 4- Detecção de anticorpos IgG anti-Strongyloides e imunocomplexo expressos em

Índice ELISA de 50 pacientes diabéticos (Grupo I). A linha tracejada indica o limiar de

reatividade (IE > 1,0) ............................................................................................................... 36

FIGURA 5- Detecção de anticorpos IgG anti-Strongyloides e imunocomplexo expressos em

Índice ELISA de 50 indivíduos controles não diabéticos e copronegativos para S. stercoralis

(Grupo II). A linha tracejada indica o limiar de reatividade (IE > 1,0) .................................. 37

FIGURA 6- Frequência de positividade para ELISA IgG e imunocomplexo (média

geométrica) dos Grupos I e II, expressos em IE. Cut-off > 1,0 (linha tracejada); *** p <

0,001 ........................................................................................................................................ 38

FIGURA 7- Níveis de anticorpos IgG anti-Strongyloides, expressos em índice ELISA (IE)

utilizando extrato antigênico heterólogo de S. venezuelensis em 50 amostras de soros de

pacientes do Grupo I e 50 amostras de soros controles (copronegativos; Grupo II). A linha

tracejada indica o limiar de reatividade (IE > 1,0)***p<0,001 ............................................... 39

FIGURA 8- Distribuição da positividade para os pacientes do Grupo I e controles do Grupo II

positivos para IgG anti- larvas de S. venezuelensis, em relação ao gênero e faixa etária ....... 40

FIGURA 9- Níveis de imunocomplexos circulantes, expressos em índice ELISA (IE) em 50

amostras de soros de pacientes do Grupo I e 50 amostras de soros controles (copronegativos;

Grupo II). A linha tracejada indica o limiar de reatividade (IE > 1,0) .................................... 40

LISTA DE TABELAS

TABELA 1- Distribuição das 100 amostras de soro dos grupos I e II testadas pela técnica de

ELISA para detecção de IgG anti- larvas de S. venezuelensis e imunocomplexo, segundo sexo

e faixa etária............................................................................................................................. 35

LISTA DE SIGLAS

ºC ............................................................................................................................ Graus Celsius

% .............................................................................................................. Por cento/porcentagem

µg .............................................................................................................................. Micrograma

µl ................................................................................................................................... Microlitro

µm .............................................................................................................................. Micrometro

1n ................................................................................................................... ................Haplóide

2n ............................................................................................................... .....................Diplóide

3n ........................................................................................................................ ...........Triplóide

ADCC .............................................................. Citotoxicidade celular dependente de anticorpos

APC ......................................................................................... Célula apresentadora de antígeno

CoEP .............................................................................................. Comitê de Ética em Pesquisa

DM .................................................................................................................... Diabetes Mellitus

DMG ............................................................................................................ Diabetes gestacional

DNA ...................................................................................................Ácido desoxirribonucleico

DO ....................................................................................................................Densidade Óptica

ELISA .............................................................................. Enzyme-Linked Immunosorbent Assay

g ................................................................................................................................... Gravidade

GO ....................................................................................................................................... Goiás

Grupo I ..................................................................................... Pacientes portadores de DM1 e 2

Grupo II ............................................................................................ Pacientes controle negativo

HCl ..................................................................................................................... Ácido clorídrico

HIV ....................................................................................... Vírus da imunodeficiência humana

H2O2 .........................................................................................................Peróxido de hidrogênio

H2SO4 .................................................................................................................. Ácido sulfúrico

IC ........................................................................................................................ Imunocomplexo

IE ............................................................................................................................ Índice ELISA

IFI .................................................................................................... Imunofluorescência Indireta

IFN-γ ................................................................................................................... Interferon gama

Ig ..........................................................................................................................Imunoglobulina

IL ............................................................................................................................... Interleucina

Kg .............................................................................................................................. Quilograma

L1 ........................................................................................ Larva rabditoide de primeiro estádio

L2 ........................................................................................ Larva rabditoide de segundo estádio

L3 ......................................................................................................................... Larva filarioide

L4 .......................................................................... Estádio de diferenciação de larvas filarioides

M ................................................................................................................................ Molaridade

mg .................................................................................................................... Média geométrica

mg ............................................................................................................................... Miligrama

MG ........................................................................................................................... Minas Gerais

Min .................................................................................................. ................................Minutos

mL ....................................................................................................................................Mililitro

mm ................................................................................................................................ Milímetro

MODY ....................................................................................... Outros tipos específicos de DM

NaOH ............................................................................................................. Hidróxido de sódio

nm ............................................................................................................................... Nanômetro

OPD ........................................................................................................... Orto-fenilenodiamina

PBS ........................................................................................................... Tampão fosfato salino

PBS-T ................................................................................................... PBS acrescido de Tween

PBS-TM ............................................................................... PBS-T acrescido de leite desnatado

PCR .......................................................................................... Reação em Cadeia da Polimerase

PECDM .............................................................. Programa de Educação e Controle de Diabetes

pH ......................................................................................................... Potencial hidrogeniônico

PR ................................................................................................... ...................................Paraná

RT-qPCR ...................................... Reação em cadeia da polimerase quantitativo em tempo real

sp ....................................................................................................................... ................Espécie

TCLE .................................................................... Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Th1 ........................................................................................................... Células T helper tipo 1

Th2 ........................................................................................................... Células T helper tipo 2

T reg ........................................................................................................... Células T reguladoras

Tween .................................................................................. Polioxietilensorbitano-monolaurato

UFG ............................................................................................. Universidade Federal de Goiás

WB ......................................................................................................................Western blotting

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 14

1.1 Aspectos morfológicos de S. stercoralis ......................................................................... 14

1.2 Ciclo biológico ................................................................................................................ 16

1.3 Epidemiologia .................................................................................................................. 18

1.4 Resposta imune do hospedeiro ........................................................................................ 19

1.5 Aspectos clínicos ............................................................................................................ 21

1.6 Diagnóstico ...................................................................................................................... 22

1.7 Diabetes mellitus e infecção por S. stercoralis................................................................ 25

1.8 Tratamento da estrongiloidíase ........................................................................................ 27

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 30

2.1 Geral ................................................................................................................................ 30

2.2 Específicos ....................................................................................................................... 30

3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 31

3.1 Aspectos éticos da pesquisa ............................................................................................. 31

3.2 Caracterização da população estudada ............................................................................ 31

3.3 Critérios de inclusão e exclusão dos participantes da pesquisa ....................................... 31

3.4 Coleta de sangue .............................................................................................................. 32

3.5 Obtenção de extrato alcalino de S. venezuelensis ............................................................ 32

3.6 Dosagem de anticorpo IgG específico ............................................................................. 32

3.7 Detecção de imunocomplexos circulantes ....................................................................... 33

3.8 Normas de biossegurança ................................................................................................ 34

3.9 Análise estatística ............................................................................................................ 34

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 35

4.1 Caracterização da população estudada ............................................................................ 35

4.2 ELISA para detecção de IgG anti- larvas de S. venezuelensis e imunocomplexo

circulante ................................................................................................................................. 35

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................... 41

6 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 46

ANEXO A ............................................................................................................................... 64

APÊNDICE I ........................................................................................................................... 68

APÊNDICE II .......................................................................................................................... 70

14

1 INTRODUÇÃO

A estrongiloidíase é uma doença negligenciada, causada principalmente pelo

geohelminto Strongyloides stercoralis que atinge cerca de 30 a 100 milhões de pessoas em

mais de 70 países (AZIRA et al., 2013; SCHÄR et al., 2013). Vários autores demonstraram

que no Brasil, as variações na prevalência dessa parasitose estão diretamente associadas a

fatores, como idade, diferenças geográficas e socioeconômicas (KOBAYASHI et al., 1996;

COSTA-CRUZ et al., 1998; MACHADO; COSTA-CRUZ, 1998; OLIVEIRA et al., 2002;

PAULA; COSTA-CRUZ, 2011), sendo Minas Gerais, Amapá, Goiás e Rondônia os estados

de maior ocorrência da estrongiloidíase (BRASIL, 2010).

O gênero Strongyloides pertence ao reino Animalia, sub-reino Metazoa, filo

Nematoda, classe Secernentasida, ordem Rabdiasoidea, família Strongyloididae (MELO,

2011; REY, 2011). Atualmente são conhecidas 52 espécies, no entanto apenas duas delas, S.

stercoralis e S. fuelleborni, são capazes de causar infecções no homem (MORAIS et al.,

2014). S. stercoralis é a espécie de maior importância clinica apresentando distribuição

mundial, enquanto que S. fuelleborni é encontrada esporadicamente na África, Filipinas e

Nova Guiné (GROVE, 1996; SIDDIQUI; BERK et al., 2001).

Geralmente, em indivíduos imunocompetentes a estrongiloidíase é assintomática,

limitando-se somente ao trato gastrointestinal. No entanto, pode ocorrer hiperinfecção e

invasão sistêmica do parasito em seu estágio de larva nos indivíduos que fazem uso de

corticosteroides, diabéticos, portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), etilistas,

pacientes com neoplasias, lúpus eritematoso sistêmico, dentre outros, podendo levar a óbito

(KEISER; NUTMAN, 2004; FREITAS; SOUZA, 2007; DE BONA; BASSO, 2008; SILVA

et al., 2014).

1.1 Aspectos morfológicos de S. stercoralis

O nematódeo S. stercoralis apresenta diferentes formas evolutivas durante o seu

ciclo de vida, sendo elas a fêmea partenogenética, fêmea e macho de vida livre, larva

rabditoide, larva filarioide e ovo, como representado na Figura 1 (GROVE, 1996).

As fêmeas partenogenéticas são cilíndricas, podem alcançar de 1,7 a 2,5 mm de

comprimento, são revestidas por uma cutícula delgada e apresentam esôfago filariforme.

Enquanto que as fêmeas de vida livre são fusiformes, medem cerca de 0,8 a 1,2 mm, são

recobertas por uma cutícula fina e possuem esôfago curto do tipo rabditoide. Ambas as

15

fêmeas apresentam extremidade posterior afilada. Os machos de vida livre são fusiformes

com tamanho aproximado de 0,7 mm de comprimento, possuem aparelho digestivo simples

com esôfago do tipo rabditoide e extremidade posterior recurvada ventralmente, com presença

de dois espículos utilizados para a cópula (VINEY; LOK, 2007; COSTA-CRUZ, 2011).

As larvas rabditoides (L1 e L2) medem cerca de 250 a 300 µm de comprimento,

possuem vestíbulo bucal curto, esôfago do tipo rabditoide e extremidade posterior afilada

(KOZUBSKY; ARCHELLI, 2004). Enquanto que as larvas filarioides (L3) são as formas

infectantes e apresentam aproximadamente 500 µm de comprimento, esôfago longo do tipo

filarioide e cauda afilada entalhada (ARANGO, 1998).

Os ovos são elípticos e transparentes podendo medir de 0,05 a 0,07 mm quando

originados da fêmea partenogenética e de vida livre, respectivamente. Raramente são

observados nas fezes dos indivíduos infectados e no seu interior podem ser encontradas larvas

L1 (COSTA-CRUZ, 2011).

Figura 1- Formas evolutivas de S. stercoralis. An: ânus; Es: esôfago; Ut: útero; Vu: vulva; Ov: ovário; In:

intestino; Cl: cloaca; Ep: espículo; Bo: boca; Te: testículo; Vb: vestíbulo bucal; Pg: primórdio

genital; Ca: cauda entalhada. Fonte: Adaptado Costa-Cruz, In: Neves (2011).

16

1.2 Ciclo biológico

O ciclo de vida do geohelminto S. stercoralis é monoxênico, apresentando uma fase

no homem (ciclo direto) e outra no solo (ciclo indireto) (KEISER; NUTMAN, 2004; WOLL

et al., 2013). As fêmeas partenogenéticas são triploides (3n) e responsáveis por realizar a

postura de ovos larvados no duodeno (GENTA, 1992). Em seguida, os ovos eclodem e

liberam larvas rabditoides triploides (3n) que dão continuidade ao ciclo direto, larvas

rabditoides diploides (2n), que se diferenciam em fêmeas de vida livre e larvas rabditoides

haploides (1n), que dão origem aos machos de vida livre, completando o ciclo indireto

(COSTA-CRUZ, 2011).

O ciclo direto prossegue-se em condições ideais de solo, temperatura e umidade no

qual as larvas rabditoides eliminadas pelas fezes se diferenciam em larvas filarioides

infectantes. Estas podem penetrar de forma ativa na pele do hospedeiro humano ou pela

mucosa e esôfago através da ingestão de alimentos contaminados. Logo em seguida, as larvas

atravessam os tecidos, com o auxílio de enzimas proteolíticas que secretam, alcançando a

circulação sanguínea chegando ao coração e capilares pulmonares, onde sofrem muda para

L4. Posteriormente, as larvas L4 ascendem à árvore brônquica alcançando a faringe podendo

ser expelidas ou são deglutidas e vão para o intestino delgado se diferenciando em fêmeas

partenogenéticas (ARANGO, 1998; SILVA, 2008).

No ciclo indireto, as larvas rabditoides diploides e haploides sofrem quatro mudas e

dão origem às fêmeas e machos de vida livre, respectivamente. Após o acasalamento, as

fêmeas realizam a postura dos ovos que eclodem e liberam larvas rabditoides, que após duas

mudas, se diferenciam em larvas filarioides infectantes completando o ciclo indireto

(LAIGNIER, 2011) (Figura 2).

17

As formas de transmissão da estrongiloidíase humana podem ocorrer por

mecanismos de auto-infecção ou hetero-infecção (MORAIS et al., 2014). A primeira pode ser

classificada como externa, na qual as larvas rabditoides se diferenciam em filarioides e

penetram na região perianal alcançando a circulação sanguínea, ou interna, decorrente da

diferenciação de larvas rabditoides em filarioides ainda na parede intestinal do indivíduo. Na

auto-infecção interna podem ocorrer complicações levando a quadros graves devido a

disseminação de larvas filarioides por vários órgãos, resultando em estrongiloidíase sistêmica

ou hiperinfecção (CARRADA-BRAVO, 2008; COSTA-CRUZ, 2011). Na hetero-infecção, o

indivíduo desenvolve estrongiloidíase devido à penetração ativa das larvas infectantes na pele

íntegra ou pela ingestão acidental das mesmas em alimentos contaminados (MEJIA;

NUTMAN, 2012).

FIGURA 2 – Ciclo de vida do parasito S. stercoralis. Fonte: Adaptado

http://www.cdc.gov/dpdx/strongyloidiasis/index.html (2013)

18

1.3 Epidemiologia

A estrongiloidíase apresenta distribuição heterogênea sendo responsável por altos

índices de morbidade e mortalidade (CROKER et al., 2010; SCHÄR et al., 2013).

Predominante principalmente em regiões de climas tropicais e subtropicais, esta doença é

endêmica nos países em desenvolvimento localizados na Ásia, África Subsaariana e América

Latina (BOULWARE et al., 2007; ALQARAWI et al., 2015), conforme demonstrado na

Figura 3.

No continente asiático, pesquisa realizada em Takéo situada no sul do Camboja,

apontou positividade para estrongiloidíase de 21% (KHIEU et al., 2014b). Na Tailândia,

Anamnart et al. (2010) utilizando diferentes métodos diagnósticos verificaram ocorrência da

doença em 28% da população, enquanto que no Irã esta frequência apresentou-se mais

elevada, 42% (ASHRAFI et al., 2010).

Nos países africanos a prevalência de S. stercoralis varia entre 0,1% a 91,8% (BRAZ

et al., 2015). Estudos realizados por Assefa et al. (2009) e Getaneh et al. (2010) na Etiópia em

pacientes HIV positivos e negativos, demonstraram positividades para a estrongiloidíase no

país de 12,6% e 12%, respectivamente. Elevada prevalência também foi observada na

Tanzânia em crianças durante período escolar, cuja pesquisa revelou uma ocorrência de

10,2% desta infecção (KNOPP et al., 2009).

A estrongiloidíase é elevada na América Latina, apresentando no norte da Argentina

positividade de 29,4% em pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa de Doenças Tropicais

(KROLEWIECKI et al., 2010). Enquanto que na cidade peruana de Puerto Maldonado a

prevalência estimada foi de 20% (EGIDO et al., 2001). Por outro lado, em áreas esporádicas

como os Estados Unidos e Espanha, a maioria dos casos reportados são de indivíduos

imigrantes ou viajantes de países endêmicos (AZIRA et al., 2013; OSTERA; BLUM, 2016).

Estima-se que no Brasil, a prevalência de estrongiloidíase seja de aproximadamente

5,5% (PAULA; COSTA-CRUZ, 2011). Segundo Brasil (2010), as maiores ocorrências são

nos estados de Goiás, Amapá, Rondônia e Minas Gerais. De acordo com pesquisas realizadas

por Paula e Costa-Cruz (2011) em regiões brasileiras, a prevalência encontrada para esta

doença foi de 7,9% na região nordeste, 6,6% no centro-oeste, 5,3% no norte, 4% no sul e

3,9% no sudoeste, classificando o país como hiperendêmico. No município de Ibiporã - PR

foi encontrada uma positividade de 38,5% entre os anos de 2004 a 2006 (VIEIRA;

AMARANTE, 2011). Em Pará de Minas - MG, o nematódeo S. stercoralis foi o helminto

19

mais prevalente dentre os residentes no município, 4,2%. Enquanto que a ocorrência dessa

infecção em crianças de escolas públicas de Jataí - GO foi de 2,9% (SANTOS et al., 2015).

A hiperinfecção por S. stercoralis é decorrente principalmente da deficiência

imunológica (MURALI et al., 2010) e tem sido responsável por um alto número de mortes, o

qual varia entre 15% e 87% dos casos (MARCOS et al., 2008). Mendonça et al. (2006) em

levantamento epidemiológico no município de Uberlândia - MG, demonstraram prevalência

de estrongiloidíase em pacientes diabéticos de 3,8%, usando o diagnóstico parasitológico de

fezes, e de 23%, por meio de técnicas imunológicas.

1.4 Resposta imune do hospedeiro

A resposta imune desencadeada durante infecção pelo nematódeo S. stercoralis ainda

é pouco elucidada, uma vez que a maioria dos experimentos é realizado em roedores

infectados por espécies que apresentam diferentes características (IRIEMENAM et al., 2010;

RAMÍRIZ-OLIVENCIA et al., 2014).

Geralmente em infecções helmínticas há uma indução de resposta do tipo T helper 2

(Th2), com produção de interleucinas (IL-3, IL-4, IL-5, IL-6, IL-9, IL-10 e IL-13),

eosinófilos, neutrófilos, mastócitos, anticorpos Imunoglobulina A (IgA), IgE, IgM, IgG1,

IgG4 e hiperplasia de células caliciformes (TAYLOR et al., 2012; GAUSE et al., 2013;

FIGURA 3– Distribuição de estrongiloidíase mundialmente, observando endemicidade nos continentes

latino-americano, africano e asiático. Fonte: Adaptado Puthiyakunnon et al. (2014)

20

RODRIGUES et al., 2013). Além disso, macrófagos e células B e T reguladoras também são

recrutados durante este processo inflamatório (GIRGIS et al., 2013).

Logo após a primeira infecção por S. stercoralis, há estimulação do sistema imune

inato com consequente indução de eosinófilos, neutrófilos e sistema complemento, que

constituem barreiras importantes e auxiliam na resposta imune adaptativa (WOLL et al.,

2013). Na resposta imune adaptativa, os linfócitos T desenvolvem um papel fundamental ao

ativar uma resposta do tipo Th2 produtoras de IL-4, IL-5 e IL-13, que por sua vez estão

envolvidas na indução de anticorpos IgE, ativação de mastócitos e eosinófilos que são

essenciais na eliminação do parasito (HÜBNER et al., 2012; MATSUMOTO et al., 2013;

BRELOER; ABRAHAM, 2016). Por esse motivo, quando há uma redução no nível de células

Th2, a possibilidade da ocorrência de disseminação e hiperinfecção se tornam elevadas

(BENINCASA et al., 2007).

Os mastócitos são ativados por anticorpos IgG e IgE conferindo a eles capacidade de

secretar IL-4, IL-5, leucotrienos, quimiocinas, proteases, heparina e sintetizar grânulos de

histamina (BUI VAN, 2009; YASUDA et al., 2014). Esta última age diretamente contra o

parasito e ativa outras células de defesa, tais como os eosinófilos (PORTO et al., 2002), que

são células efetoras capazes de auxiliar na morte das larvas ao liberarem citocinas e

quimiocinas, se comportando como células apresentadoras de antígeno (APC) (GALIOTO et

al., 2006; PADIGEL et al., 2006; DE VEER et al., 2007; STEIN et al., 2009; SHETH et al.,

2014).

Os eosinófilos também podem desenvolver mecanismo de citotoxicidade celular

dependente de anticorpos (ADCC), no qual eles se infiltram em torno das larvas L3 liberando

grânulos tóxicos. Estudos demonstraram que na fase assintomática ou leve da doença tem-se

observado altos níveis de IgE, enquanto que os mesmos apresentam baixas quantidades na

forma grave (PORTO et al., 2002).

Pacientes com quadros de disseminação, apresentam baixos níveis de IgM e IgG

(GONÇALVES, 2011a). Os anticorpos IgM podem ativar o sistema complemento auxiliando

na morte do parasito (BONNE-ANNÉE et al., 2013). As frações IgG1 e IgG4 são

predominantes no soro de indivíduos com estrongiloidíase, sendo o primeiro importante para

a proteção do hospedeiro e o segundo na cronicidade da doença, uma vez que IgG4 são

capazes de inibir a resposta protetora produzida por IgE (RODRIGUES et al., 2007).

Os imunocomplexos (IC) são formados a partir da ligação de antígenos parasitários a

anticorpos específicos produzidos pelo hospedeiro, que podem ser detectados no soro de

pacientes durante infecção ativa pela técnica de Enzyme Linked Immunosorbent Assay

21

(ELISA), sendo eles importantes para a ativação do sistema complemento (ITURRY-

YAMAMOTO; PORTINHO, 2001; GONÇALVES et al., 2012a). As quantidades de

antígenos e anticorpos circulantes influenciam diretamente no tamanho dos imunocomplexos,

os quais são extensos (zona de equivalência) na presença de altas concentrações de antígenos

e anticorpos (ABBAS et al., 2011). Imunocomplexos extensos podem prejudicar sua

depuração, a qual é decorrente da interação do componente C3b com o receptor de

complemento CR1, os quais permitem o transporte dos imunocomplexos até o fígado e baço,

onde são eliminados por macrófagos (MARZOCCHI-MACHADO et al., 1997; CRUVINEL

et al., 2010).

No entanto, quando esses imunocomplexos não são removidos adequadamente,

podem se depositar nos tecidos levando a quadros de nefrite e vasculite (ABBAS et al., 2011).

Os imunocomplexos são estudados na esquistossomose e podem desenvolver durante a fase

crônica mecanismos imunomoduladores que são capazes de suprimir a reação granulomatosa,

induzindo a produção de prostaglandina E, que reduz os níveis de TNF-α e eleva os de IL-10

(REZENDE et al., 1997).

1.5 Aspectos clínicos

A interação entre S. stercoralis e o hospedeiro humano é complexa em decorrência

de sua capacidade intrínseca de reprodução, existindo em indivíduos infectados três

possibilidades de evolução: a erradicação da infecção, a cronicidade decorrente da auto-

infecção e a possibilidade de hiperinfecção ou disseminação (COSTA-CRUZ, 2011).

Indivíduos imunocompetentes infectados por S. stercoralis são assintomáticos em

50% dos casos, enquanto que os outros apresentam sintomas leves (GETANEH et al., 2010).

Quando sintomática, pode provocar distúrbios gastrointestinais como dores abdominais ou

epigástricas, perda ponderal, náuseas, vômitos, diarreia e problemas pulmonares como falta de

ar, tosse e asma (WOLL et al., 2013; BRAZ et al., 2015). Além disso, a penetração ativa das

larvas pela pele pode provocar sinais dermatológicos, como a presença de urticária,

comichões e migração das larvas (larva currens) (KHIEU et al., 2014a; MAKKER et al.,

2015).

Nos pacientes imunodeprimidos em decorrência de lúpus eritematoso sistêmico,

câncer, DM, tratamento com imunossupressores, dentre outros (AZIRA et al., 2013;

MATSUMOTO et al., 2013; WANG et al., 2013), a estrongiloidíase pode levar a quadros

22

graves de hiperinfecção ou disseminação (MEJIA; NUTMAN, 2012; NEUMANN et al.,

2012; GRAVELLONE et al., 2015).

Na forma disseminada da doença, as larvas são capazes de se instalarem em vários

órgãos como vesícula biliar, rins, cérebro, tireoide, coração, pâncreas, fígado, linfonodos e

adrenais (COSTA-CRUZ, 2011). Nesses casos, pode ser observada a ocorrência de infiltrado

pulmonar, febre, dor abdominal, diarreia, além de infecção bacteriana secundária

(NEWBERRY et al., 2005; LAM et al., 2006). Na hiperinfecção há aumento no número de

larvas presentes nos sistemas gastrointestinal e pulmonar (MARCOS et al. 2008; ABANYIE

et al., 2015).

A fase crônica da estrongiloidíase é geralmente assintomática (LUNA et al., 2007),

no entanto pode ocasionar anemia, eosinofilia, palpitações, incontinência urinária e

emagrecimento (COSTA-CRUZ, 2011). Além disso, a doença crônica pode dificultar o

diagnóstico e aumentar a propensão do desenvolvimento de quadros graves principalmente

em pacientes imunodeprimidos, como diabéticos (VELOSO et al., 2008). Vários relatos de

casos de disseminação e hiperinfecção por S. stercoralis em pacientes diabéticos estão

reportados na literatura (COOVADIA et al., 1993; EMAD, 1999; AL-SAJEE; AL-

HAMDANI, 2010; AZIRA; ZEEHAIDA, 2010; MURALI et al., 2010; TIWARI et al., 2012;

SHUKLA et al., 2015; WON et al., 2015).

1.6 Diagnóstico

O diagnóstico da estrongiloidíase pode ser realizado por métodos parasitológicos,

imunológicos e moleculares (MAKKER et al., 2015). O diagnóstico parasitológico utilizado

para detectar S. stercoralis nas fezes (ANAMNART et al., 2010), baseia-se no termotropismo

das larvas pelas técnicas de Baermann (1917), modificado por Moraes (1948) e de Rugai,

Mattos e Brisola (1954). Ambas permitem a visualização direta das formas parasitárias

(GONÇALVES, 2011a) e apresentam baixo custo, porém possuem baixa sensibilidade, uma

vez que a eliminação das larvas ocorre de forma irregular e reduzida (SIDDIQUI; BERK,

2001; ALTINTOP et al., 2010).

O método de cultura em placa de ágar possui maior eficiência, pois permite elevar o

número de larvas aumentando consequentemente a sensibilidade de detecção das mesmas,

devendo ser empregada principalmente em pacientes imunodeprimidos (ARAKAKI et al.,

1988; FREITAS; SOUZA, 2007; INÊS et al., 2011). Como desvantagem, a cultura em placa

de ágar possui alto risco de contaminação com as larvas, é uma técnica demorada e onerosa

23

(ANAMNART et al., 2010). Os exames parasitológicos são até 50% mais sensíveis quando

realizados com pelo menos três amostras de fezes coletadas em dias alternados,

exclusivamente naqueles casos em que a infecção é crônica e assintomática devido à baixa

carga parasitária (SIDDIQUI; BERK, 2001; KOZUBSKY; ARCHELLI, 2004; KHIEU et al.,

2014a; RASCOE et al., 2015).

Os métodos imunológicos têm sido utilizados como complementares no diagnóstico

da estrongiloidíase, uma vez que apresentam maior sensibilidade quando comparado às

técnicas parasitológicas (FELICIANO et al., 2014; BUONFRATE et al., 2015). Dentre eles, o

teste imunoenzimático ELISA tem sido o mais empregado, devido a sua simplicidade e alta

sensibilidade (CHAVES, 2014). No entanto, essa técnica apresenta baixa especificidade

principalmente quando é utilizado o extrato bruto antigênico de S. stercoralis, podendo

ocorrer reatividade cruzada com antígenos de outros helmintos como ancilostomídeos,

Schistosoma mansoni, Ascaris lumbricoides, Taenia sp. e filarídeos, acarretando em

resultados falso-positivos (SUDRÉ et al., 2006; RIGO et al., 2008; INÊS et al., 2012;

SALVADOR et al., 2014). Ao utilizar extrato salino total de S. venezuelensis para detectar

anticorpos IgG anti-S. stercoralis por ELISA, Silva et al. (2014) encontraram sensibilidade e

especificidade de 73,33% e 82,15%, respectivamente.

Vários estudos têm demonstrado que o uso de antígenos heterólogos provenientes de

larvas de S. ratti e S. venezuelensis apresentam resultados semelhantes aos encontrados com a

utilização de antígeno homólogo, além de ser de fácil obtenção e minimizar os riscos de

infecção (COSTA-CRUZ et al., 1997; RODRIGUES et al., 2007; RIGO et al., 2008;

CORRAL et al., 2015).

A técnica de ELISA também pode ser realizada para a pesquisa de coproantígenos

(GONÇALVES et al., 2010). Segundo Gonçalves et al. (2010), a alta sensibilidade da

detecção de antígenos parasitários nas fezes, pode contribuir para o diagnóstico precoce da

estrongiloidíase em indivíduos imunodeprimidos.

A imunofluorescência indireta (IFI) é uma técnica imunológica quantitativa, que

utiliza anticorpos anti-IgG humano marcados com fluorocromo, permitindo que a leitura das

lâminas seja realizada em microscópio de fluorescência (BOSCOLO et al., 2007;

MACHADO et al., 2008). Paula et al. (2015a) utilizando a técnica de IFI, encontraram taxas

de sensibilidade e especificidade de 95,4% e 95,8%, respectivamente. Esse mesmo estudo

demonstrou que a IFI pode ser empregada no rastreio da infecção por S. stercoralis em

indivíduos imunodeprimidos.

24

A técnica de Western blotting (WB) apresenta alta especificidade visto que reduz a

ocorrência de reatividade cruzada com outros nematódeos, podendo ser utilizado como teste

confirmatório no diagnóstico da estrongiloidíase (SILVA et al., 2003). No entanto, consiste

em um método de difícil execução, exige o consumo de muitos reagentes e um maior tempo

para análise dos resultados (YORI et al., 2006; LEVENHAGEM; COSTA-CRUZ, 2014).

Rigo et al. (2008) demonstraram taxas de sensibilidade e especificidade de 100% e 96%,

respectivamente utilizando como antígeno o extrato salino de larvas filarioides. Mendonça et

al. (2006) ao realizar as técnicas imunológicas de ELISA, IFI e WB, demonstraram uma

soroprevalência para estrongiloidíase de 23% em pacientes portadores de DM, enquanto que o

exame parasitológico apresentou uma positividade de 3,8%.

O diagnóstico molecular têm produzido excelentes resultados na pesquisa de ácido

desoxirribonucleico (DNA) do parasito em amostras de fezes, aumentando a chance de

detecção ao apresentar elevada sensibilidade e especificidade (MARRA, 2009; PAULA et al.,

2013). Paula et al. (2015b) encontraram sensibilidade e especificidade de 90% e 85,7%,

respectivamente ao realizarem a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase quantitativo em

tempo real (RT-qPCR). Porém, o PCR é oneroso, de difícil execução e a detecção de DNA do

parasito é prejudicada quando há baixa eliminação de larvas, principalmente em indivíduos na

fase crônica da doença (ZUETER et al., 2014).

Atualmente não existem técnicas consideradas como padrão-ouro (KHIEU et al.,

2014a), por este motivo vários estudos tem conduzido na pesquisa de novas metodologias que

visam melhorar o diagnóstico da estrongiloidíase (VAN DOORN et al., 2007;

KROLEWIECKI et al., 2010). Dentre elas pode-se destacar a pesquisa de imunocomplexos,

os quais são formados durante infecções por S. stercoralis. Os imunocomplexos são antígenos

do parasito ligados a anticorpos específicos presentes no sangue, que podem ser identificados

em amostras de soro de pacientes durante infecção ativa, pela técnica de ELISA

(LEVENHAGEM; COSTA-CRUZ, 2014).

A pesquisa de imunocomplexos circulantes apresentou melhores resultados quando

comparado à pesquisa de antígeno ou anticorpo no soro, principalmente nos casos de

imunodepressão (GONÇALVES et al., 2012a). As taxas de sensibilidade e especificidade

verificadas foram de 93,3% e 86,1%, respectivamente (GONÇALVES et al. 2012c). Em

portadores de diabetes mellitus (DM) a ausência de sintomas além de dificultar o diagnóstico

da estrongiloidíase, pode levar a disseminação de larvas (MENDONÇA et al., 2006). Dessa

forma, ressalta-se a importância da utilização de técnicas sorológicas adicionais, tais como a

25

pesquisa de imunocomplexos circulantes por ELISA, para o rastreio da doença nesse grupo de

pacientes.

1.7 Diabetes mellitus e infecção por S. stercoralis

O DM é uma doença metabólica que assim como a estrongiloidíase atinge milhões de

pessoas no mundo e tem apresentado elevada taxa de mortalidade, sendo considerado um

importante desafio para os sistemas de saúde (SCHMIDT et al., 2011). Além disso, pode

gerar altos gastos e influencia diretamente na qualidade de vida da população (VIGGIANO,

2007; BRASIL, 2013). É responsável por causar alterações nos níveis plasmáticos de glicose

resultando em hiperglicemia crônica (GROSS et al., 2002; FERREIRA et al., 2011). Essa

disfunção pode comprometer o funcionamento de vários órgãos como rins, nervos, olhos,

coração e vasos sanguíneos (HALLER et al., 2005; GIL et al., 2008). Estima-se que a

incidência dessa doença no Brasil seja de 7,6% em indivíduos com idade entre 30 e 69 anos,

podendo ser classificada em quatro grupos: diabetes mellitus tipo 1 (DM1), diabetes mellitus

tipo 2 (DM2), diabetes gestacional (DMG) e outros tipos específicos de DM (MODY)

(PASQUALOTTO et al., 2012).

DM1 acomete cerca de 10 a 20 milhões de pessoas em todo o mundo podendo se

apresentar em qualquer idade, no entanto, a maioria das pessoas é diagnosticada antes dos 20

anos (SESTERHEIM et al., 2007). Trata-se de uma doença autoimune que se manifesta em

indivíduos geneticamente predispostos, caracterizada pela destruição das células beta

pancreáticas produtoras de insulina, principalmente por linfócitos T CD8 (FERNANDES, et

al., 2005; KAHALY; HANSEN, 2016), provocando carência total desse hormônio (BALDA;

PACHECO-SILVA, 1999; RIBEIRO et al., 2010; NOVOTNA et al., 2015).

A insulina tem o papel de levar glicose para o interior das células ao se ligar a

receptores específicos (GUYTON; HALL, 2011). Quando esse hormônio está deficiente, não

há degradação de glicose gerando uma hiperglicemia (SPARAPANI, 2010). Sendo assim,

seus níveis podem ser regulados a partir da administração de insulina exógena, pela prática de

exercícios físicos e alimentação saudável (ALVES et al., 2011). Pacientes com DM1, podem

se tornar menos imunes a infecções e apresentar quadros de polidipsia, poliúria, polifagia,

problemas visuais e emagrecimento (SANTOS et al., 2012).

Estima-se que cerca de 173 milhões de pessoas mundialmente são portadoras de

DM2 e sua ocorrência geralmente está ligada ao sobrepeso (MEDEIROS et al., 2012). No

entanto, outros fatores predispõem seu surgimento tais como a etnia, sexo, idade, caso de

26

diabetes na família, sedentarismo e glicemia elevada (VASCONCELOS et al., 2010; O’DEA

et al., 2015). Indivíduos diagnosticados com essa enfermidade podem apresentar poliúria,

polifagia, polidipsia, alterações visuais e feridas com difícil processo de cicatrização

(VIANA; RODRIGUEZ, 2011).

No DM2 ocorre a chamada resistência insulínica, a qual possui ação e secreção

ineficiente (ALBORGHETTI et al. 2012). A real causa dessa doença metabólica ainda não foi

totalmente esclarecida, porém sabe-se que seu aparecimento sofre influência genética e

ambiental (SOUZA; SILVESTRE, 2013). DM2 pode ser diagnosticado em qualquer idade, no

entanto é mais frequentemente observado em pacientes com mais de 40 anos (PEREIRA,

2011).

Quanto ao DMG, este é decorrente de uma ação ineficiente da insulina juntamente

com o aumento de hormônio do crescimento ou devido à redução de sua quantidade secretada

pelo pâncreas (PASQUALOTTO et al., 2012). Existem ainda outros tipos de diabetes que

pode ser provocado por vários fatores como defeitos genéticos nos receptores de insulina e na

célula beta pancreática, doença no pâncreas, distúrbios hormonais, dentre outros (VIANA;

RODRIGUEZ, 2011).

O aumento da glicose e a diminuição nos níveis de insulina ocasionados pelo DM

podem interferir na defesa imunológica, uma vez que geram modificações nas funções dos

macrófagos, linfócitos, mediadores quimiotáticos, fagócitos e na apresentação de antígenos

(LUND; O’BRIEN, 2011; SEISCENTO, 2012). Além disso, ele reduz Interferon gama (IFN-

γ), IL-13 (MOAZEZI et al., 2014), compromete a imunidade humoral e os sistemas

antioxidantes, dificultando a eliminação do parasito (SHAH; HUX, 2003). Este fato aumenta

a predisposição dos portadores de DM, a uma série de infecções secundárias causadas por

parasitos, fungos, vírus e bactérias, havendo assim a necessidade de se realizar exames para a

pesquisa desses agentes (GEERLINGS; HOEPELMAN, 1999; MINELLI et al., 2003;

BAFGHI et al., 2015).

A imunodepressão pode proporcionar a disseminação de larvas de S. stercoralis em

indivíduos infectados pelo parasito, como foi demonstrado por Murali et al. (2010) ao relatar

a ocorrência de derrame pericárdico em paciente portador de DM2 mal controlada

diagnosticado com estrongiloidíase. Outra característica importante da resposta imune de

pacientes portadores de DM é a produção de citocinas de padrão Th1, que consequentemente

inibe Th2 que por sua vez é essencial na proteção contra S. stercoralis, conferindo aos

helmintos uma proteção contra os mecanismos de defesa do sistema imune do indivíduo

diabético (BALDA; PACHECO-SILVA, 1999; ALVES et al., 2007; RODRIGUES et al.,

27

2009). Segundo Cabral et al. (2015), os quadros de disseminação e hiperinfecção das larvas

estão associados principalmente a desregulação da resposta imune celular.

Por outro lado, trabalhos como o de Moazezi et al. (2014) têm questionado a

imunodeficiência de pacientes diabéticos, uma vez que esses indivíduos apresentaram redução

apenas nos níveis de IL-13 e IFN-γ. Ao avaliar a prevalência de enteroparasitoses em

portadores de DM, Nazligul et al. (2001) não encontraram ligação entre estas infecções e o

DM, enquanto que Akinbo et al. (2013) em estudo semelhante, afirmaram haver esta

associação. O DM é uma doença complexa que pode resultar em outras alterações, como

doenças renais e vasculares, as quais podem influenciar diretamente na defesa imunológica

desses indivíduos tornando-os mais susceptíveis a complicações por infecções parasitárias

(YENDE et al., 2010; KNAPP, 2013).

Em contraste, fatores ambientais como exposição a infecções helmínticas pode

reduzir à incidência do DM por mecanismos de imunomodulação que podem melhorar a ação

da insulina (CHAWLA et al., 2012; ZACCONE; COOKE, 2013). A prevenção de DM por

helmintos é possível devido um aumento de células Th2 (ARAÚJO et al., 2004), células T

reguladoras (T reg), IL-10 e uma redução de células TCD8 (HÜBNER et al., 2008). Esse fato

pôde ser observado em estudos experimentais, nos quais demonstraram que os parasitos S.

mansoni (ZACCONE et al., 2009), Trichinella spiralis, Heligmosomoides polygyrus

(SAUNDERS et al., 2007) e S. stercoralis podem proteger o indivíduo quanto ao

desenvolvimento de DM1 (PERES et al., 2013).

Embora existam poucos dados na literatura sobre a associação entre infecções por S.

stercoralis e DM, foram registrados alguns relatos de casos de disseminação e hiperinfecção

de larvas, no qual um dos motivos encontrados para ocorrência desses quadros foi o

diagnóstico de DM descompensada (COOVADIA et al., 1993; IRAZ et al., 2014; SHUKLA

et al., 2015). Considerando esse fato, o esclarecimento diagnóstico da doença é de grande

relevância para essa população, pois pode estabelecer estratégias que constituirão importante

ferramenta para o controle dessa parasitose principalmente na fase crônica, minimizando

danos causados devido à co-infecção.

1.8 Tratamento da estrongiloidíase

A estrongiloidíase pode ser tratada pela administração dos fármacos ivermectina,

albendazol, tiabendazol, cambendazol e mebendazol (COSTA-CRUZ, 2011; RAMÍREZ-

OLIVENCIA et al., 2014). A ivermectina é considerada como droga de escolha

28

principalmente em casos de hiperinfecção e disseminação (MEJIA; NUTMAN, 2012; MERZ,

2015) por apresentar maior eficiência terapêutica em relação ao albendazol, menos reações

adversas e maior eliminação das larvas (BRAZ et al., 2015).

Hays et al. (2015) ao avaliar a eficácia terapêutica da ivermectina em pacientes com

DM infectados por S. stercoralis, demonstraram falha no tratamento em alguns indivíduos. Os

autores sugeriram que essa falha poderia estar diretamente relacionada ao DM, pois 51% dos

indivíduos incluídos na pesquisa eram portadores dessa doença, cujos medicamentos

utilizados para seu tratamento, como a gliclazida e metformina, podem sofrer interações com

a ivermectina. Além disso, a hiperinsulinemia e o uso de metformina podem produzir efeitos

gástricos, provocando alterações na microbiota que consequentemente influenciam na

absorção da ivermectina (HAYS et al., 2015).

O tiabendazol inibe as vias metabólicas de fêmeas partenogenéticas e foi utilizado

como tratamento de escolha por muitos anos (ZAHA et al., 2000; COSTA-CRUZ, 2011).

Bisoffi et al. (2011) demonstraram eficiências de 95% e 86% para tiabendazol e ivermectina,

respectivamente comprovando a maior eficácia do primeiro. No entanto, seu uso não é

preconizado, pois apresenta elevada toxicidade (ADENUSI et al., 2003) podendo causar

náuseas, vômitos, diarreia, tontura, dor de cabeça e abdominal (LEYVA et al., 2011).

O albendazol é a droga alternativa para o tratamento da estrongiloidíase (TAVARES

et al., 2011; GRAVELLONE et al., 2015) e sua administração é feita a partir da ingestão de

doses diárias de 400 a 800 mg durante 3 a 6 dias apresentando melhorias em 75% dos casos

(LEYVA et al., 2011).

Em quadros de infecção gastrointestinal, a administração via oral de 200 μg/kg de

ivermectina por um ou dois dias tem apresentado resultados satisfatórios em até 97% dos

casos (LUNA et al., 2007). Em pacientes com intolerância ao medicamento por via oral ou

com absorção dificultada, é administrado 200 μg/kg por via parenteral (MEJIA; NUTMAN,

2012). O mecanismo de ação pelo qual a ivermectina elimina o parasito é através de sua

ligação a canais de cálcio, imobilizando vermes adultos (PUTHIYAKUNNON et al., 2014;

HAYS et al., 2015).

Atualmente, os relatos existentes na literatura sobre a avaliação do perfil

imunológico da estrongiloidíase em pacientes com DM ainda são incipientes. O índice dessa

parasitose ainda continua elevado no Brasil e seu impacto é variável nas diferentes formas de

imunodepressão. Além disso, o diagnóstico da estrongiloidíase é dificultado, ressaltando

assim, a importância da utilização de novas estratégias de diagnóstico, como a pesquisa de

29

imunocomplexos circulantes, que têm apresentado excelentes resultados principalmente nos

casos de imunossupressão.

30

2 OBJETIVOS

2.1 Geral:

Avaliar o perfil imunológico da estrongiloidíase em pacientes com Diabetes Mellitus

no município de Jataí, GO.

2.2 Específicos:

Determinar os níveis séricos de anticorpos IgG específicos em amostras de soros de

pacientes com Diabetes Mellitus infectados por S. stercoralis e de indivíduos controle

negativo, por ELISA;

Detectar imunocomplexos circulantes em amostras de soro de pacientes com

Diabetes Mellitus infectados por S. stercoralis e indivíduos controles, por ELISA.

31

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Aspectos éticos da pesquisa

Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CoEP) da

Universidade Federal de Goiás (ANEXO A). Protocolo 929.187/2015.

3.2 Caracterização da população estudada

Os participantes da pesquisa foram pacientes atendidos no ambulatório de diabetes

da prefeitura municipal de Jataí - GO que estavam fazendo uso de insulina e indivíduos não

diabéticos residentes no município. O trabalho conta com a anuência da Secretaria Municipal

de Saúde de Jataí (APÊNDICE I). Foi obtido consentimento formal e por escrito dos

participantes por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

(APÊNDICE II). Os indivíduos foram categorizados em dois grupos: Grupo I pacientes

portadores de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2), Grupo II indivíduos controle

negativo para S. stercoralis no exame parasitológico e DM, esses indivíduos eram da

comunidade geral e acadêmica da UFG-Regional Jataí.

3.3 Critérios de inclusão e exclusão dos participantes da pesquisa

Foram incluídos no Grupo I os pacientes com diagnóstico de DM1 (dosagem de

Auto-Anticorpos – Anti-GAD e Anti-insulina), DM2 (uso de insulina há mais de cinco anos)

e pacientes cadastrados no Programa de Educação e Controle de Diabetes (PECDM) da

unidade Básica de Saúde James Phillip, do município de Jataí - GO. Para o Grupo I e II,

foram incluídos pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os gênero, que não

fizeram uso de anti-helmíntico nos últimos seis meses e que assinaram o TCLE concordando

com a participação na pesquisa. Foram excluídos do estudo os indivíduos que não fornecerem

consentimento formal por meio da assinatura do TCLE, não cadastrados no PECDM (para

participantes do Grupo I), e aqueles que fizeram uso de anti-helmíntico nos últimos seis

meses.

32

3.4 Coleta de sangue

Foi colhida uma amostra de sangue por punção venosa de cada indivíduo do grupo

amostral, em tubo seco para obtenção do soro, no período de março de 2015 a fevereiro de

2016. A amostra de soro obtida para dosagem de anticorpos e imunocomplexos foi

identificada, centrifugada e armazenada a -200C até o momento de uso.

3.5 Obtenção de extrato alcalino de S. venezuelensis

A extração antigênica foi feita segundo Machado et al. (2003). Foram utilizadas

100.000 larvas filarioides de S. venezuelensis, posteriormente foi adicionado NaOH 0,15 M

com inibidores de proteases, em seguida foi deixado em repouso por 18 horas a 40C sob

agitação lenta. Subsequentemente foi adicionado 0,5 mL de HCL 0,3 M até atingir pH 7,0 e a

solução foi centrifugada a 1000 g por 30 min a 40C. O conteúdo proteico do sobrenadante foi

dosado utilizando-se o método de Lowry et al. (1951), para dosagem de anticorpos

específicos.

3.6 Dosagem de anticorpo IgG específico

A detecção de anticorpos IgG específicos foi feita utilizando o extrato alcalino de S.

venezuelensis pelo teste ELISA, de acordo com Rodrigues et al. (2007) com algumas

modificações.

Microplacas de poliestireno de alta afinidade foram sensibilizadas com extrato

alcalino de S. venezuelensis na concentração de 5 g/mL, diluídos em tampão carbonato-

bicarbonato (0,06 M pH 9,6) e incubadas durante 18 horas a 4ºC. Em seguida as placas foram

submetidas a três lavagens de cinco minutos cada em tampão fosfato salino (PBS) acrescido

de Tween a 5% (PBS-T) e bloqueadas (100 l/poço) com PBS-T contendo molico a 3%

(PBS-TM) por 45 minutos a 37ºC. Após a realização de novas lavagens as amostras de soro

foram adicionadas (50 µl/poço) em duplicata na diluição de 1/80 em PBS-T e posteriormente

incubadas por 45 minutos a 37ºC.

Após incubação, as placas foram submetidas a três ciclos de lavagens e foram

adicionados 50 µl/poço de conjugado anti-IgG humano produzido em cabra marcado com

peroxidase (1/2000; Sigma). Posteriormente, as placas foram incubadas por 45 minutos a

37ºC. Após lavagens como descritos anteriormente, a reação foi revelada após adição de 50

33

l/poço do substrato H2O2 e solução cromógena de orto-fenilenodiamina (OPD) preparado no

momento do uso (5 mg de OPD + 12,5 mL de tampão citrato fosfato pH 5,0 + 5 l de H2O2

30%). Depois de 15 minutos à temperatura ambiente e ao abrigo da luz, a reação foi

interrompida pela adição de 25 l de solução de ácido sulfúrico (2N H2SO4) em cada poço.

Os valores de Densidade Óptica (DO) foram determinados em leitor de ELISA, a

492 nm. Dois soros controles positivos e nove negativos foram incluídos em cada reação. Os

resultados foram expressos em índice ELISA (IE), segundo fórmula: IE = (DO amostra/ DO

cut-off), sendo o cut-off calculado para cada placa, pela média das DO obtidas de 9 soros

controles negativos acrescidas de 3 desvios padrões. Foram considerados positivos os

pacientes que apresentaram IE > 1,0.

3.7 Detecção de imunocomplexos circulantes

Os reagentes utilizados para a detecção de imunocomplexos foram gentilmente

cedidos pelo Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de Uberlândia. A detecção

de imunocomplexo foi realizada conforme técnica descrita por Gonçalves et al., (2012a). Os

anticorpos IgG anti-larvas de S. venezulensis foi gentilmente cedido pelo Laboratório de

Parasitologia da Universidade Federal de Uberlândia.

Microplacas de poliestireno foram sensibilizadas com 50µl/poço de IgG anti-larvas

de S. venezuelensis na concentração de 40 µg/mL em tampão carbonato bicarbonato 0,06 M,

pH 9,6 por 18 horas a 40C. Em seguida as placas foram lavadas três vezes em PBS-T por

cinco minutos cada lavagem; a seguir foram adicionados 50 µl/poço das amostras de soro dos

pacientes dos dois grupos analisados diluídos a 1/80 em PBS-T, posteriormente foram

incubadas por 45 minutos a 370C.

Após incubação, as placas foram submetidas a novos ciclos de lavagem e o

conjugado marcado com peroxidase anti-IgG humano (1/2000; Sigma) foi adicionado (50

µl/poço). Após incubar novamente por 45 minutos a 37ºC, as placas foram lavadas e

reveladas, pela adição de 50 l do substrato H2O2 e solução cromógena de orto-

fenilenodiamina (OPD) preparado no momento do uso (5 mg de OPD + 12,5 mL de tampão

citrato fosfato pH 5,0 + 5 l de H2O2 30%). Depois de 15 minutos à temperatura ambiente e

ao abrigo da luz, a reação foi interrompida pela adição de 25 l de solução de ácido sulfúrico

(2N H2SO4) em cada poço.

34

Os valores de Densidade Óptica (DO) foram determinados em leitor de ELISA, a

492 nm. Foram adicionados em cada placa dois soros controles positivos obtidos de pacientes

que eliminavam larvas de S. stercoralis e nove negativos de indivíduos copronegativos para

Strongyloides. Os resultados foram expressos em índice ELISA, segundo fórmula: IE = (DO

amostra/ DO cut-off), sendo o cut-off calculado para cada placa, pela média das DO obtidas de

9 soros controles negativos acrescidas de 3 desvios padrões. Foram considerados positivos os

pacientes que apresentaram Índice ELISA > 1,0.

3.8 Normas de biossegurança

Todos os procedimentos seguiram normas básicas de biossegurança, tanto nos

procedimentos de colheita, manuseio dos materiais biológicos e reagentes, bem como, a

utilização dos equipamentos (MASTROENI, 2011).

3.9 Análise estatística

A análise estatística foi realizada por meio do programa Graphpad Prism versão 5.0.

Para análise das médias geométricas no grupo estudado foram feitas pelo teste t de Student.

Os dados dos grupos foram analisados por ANOVA utilizando o teste de Mann-Whitney

quando apropriado. Para as variáveis sexo e faixa etária foi utilizado o teste de χ2. Os valores

de p<0,05 foram considerados estatisticamente significantes.

35

4 RESULTADOS

4.1 Caracterização da população estudada

Um total de 100 amostras de soros sendo 50 do Grupo I (pacientes diabéticos) e 50

do grupo II (controle negativo) foram analisadas pela técnica imunoenzimática ELISA, para

detecção de anticorpos IgG anti- larvas de S. venezuelensis e imunocomplexos circulantes, das

quais 15/50 (30%) pertencia ao sexo masculino e 35/50 (70%) ao sexo feminino, para ambos

os grupos. A faixa etária variou de 18 a 88 anos e a média de idade foi de 55,5 anos, conforme

Tabela 1. Ao analisar estatisticamente sexo e faixa etária verificou-se que houve diferença

estatística significante (p= 0,0128).

Faixa etária

(Anos)

Grupo I Total

Grupo II Total

Feminino Masculino Feminino Masculino

18 – 30 03 00 03 06 03 09

31 – 43 01 02 03 10 01 11

44 – 56 07 05 12 04 01 05

57 – 69 12 07 19 12 05 17

≥ 70 12 01 13 03 05 08

Total 35 15 50 35 15 50

4.2 ELISA para detecção de IgG anti- larvas de S. venezuelensis e imunocomplexo

circulante

Os Índices ELISA (IE) obtidos para cada amostra de pacientes do Grupo I e II

analisadas para IgG e imunocomplexo, estão demonstradas na Figura 4 e 5. Sendo que para o

Grupo I, 19/50 apresentaram IE > 1 para IgG e 1/50 para imunocomplexo (Figura 4).

Enquanto que no Grupo II, 2/50 amostras exibiram IE > 1 para IgG e nenhuma foi positiva

para imunocomplexo (Figura 5).

TABELA 1- Distribuição das 100 amostras de soro dos Grupos I e II testadas pela técnica de ELISA para

detecção de IgG anti- larvas de S. venezuelensis e imunocomplexo, segundo sexo e faixa etária

36

FIGURA 4- Detecção de anticorpos IgG anti-Strongyloides e imunocomplexo expressos em Índice ELISA

de 50 pacientes diabéticos (Grupo I). A linha tracejada indica o limiar de reatividade (IE > 1,0)

37

Níveis de anticorpos IgG e de imunocomplexos circulantes dos pacientes do grupo I

e indivíduos do grupo II estão demonstrados na Figura 6. No grupo I a média geométrica dos

níveis de IgG foi de 0,9474, significativamente maior que no grupo II 0,3932 (p<0,001).

Quanto aos níveis de imunocomplexos circulantes verificou-se que a média geométrica dos

pacientes do grupo I 0,6776 foi significativamente maior que no grupo II 0,1825 (p<0,001).

FIGURA 5- Detecção de anticorpos IgG anti-Strongyloides e imunocomplexo expressos em Índice ELISA de

50 indivíduos controles não diabéticos e copronegativos para S. stercoralis (Grupo II). A linha tracejada indica

o limiar de reatividade (IE > 1,0)

38

Os níveis de anticorpos IgG anti-larvas de S. venezuelensis expressos em IE

quantificados em 100 amostras de soros de pacientes do grupo I e indivíduos controles, estão

demonstrados na Figura 7. A taxa de positividade para estrongiloidíase no Grupo I foi de 38%

(19/50) e no Grupo II de 4% (2/50). Ao analisar estatisticamente verificou-se que a

positividade do Grupo I foi significativamente maior que no grupo II (p<0,001).

FIGURA 6- Frequência de positividade para ELISA IgG e imunocomplexo (média geométrica) dos Grupos I e

II, expressos em IE. Cut-off > 1,0 (linha tracejada); *** p < 0,001

39

Ao analisar positividade, gênero e faixa etária, verificou-se que a maioria dos

indivíduos com sorologia positiva para IgG encontrava na faixa etária de 57 a 69 anos, 6/19

(31,6%) para o Grupo I e 2/2 (100%) Grupo II. Em relação ao gênero, houve predomínio de

mulheres no Grupo I 14/19 (73,7%) e II 2/2 (100%), como demonstrado na Figura 8. Ao

comparar positividade, gênero e faixa etária verificou-se que houve diferenciação estatística

significante (χ2

= 25,46; p= 0,0128).

FIGURA 7- Níveis de anticorpos IgG anti-Strongyloides, expressos em índice ELISA (IE) utilizando

extrato antigênico heterólogo de S. venezuelensis em 50 amostras de soros de pacientes do Grupo I e 50

amostras de soros controles (copronegativos ; Grupo II). A linha tracejada indica o limiar de reatividade

(IE > 1,0) ***p<0,001

40

A taxa de positividade para a detecção de imunocomplexos circulantes está

demonstrada na Figura 9. A positividade para imunocomplexo circulante foi de 2% (1/50) em

pacientes do Grupo I e 0% para os indivíduos do grupo II. Houve diferença estatística

significativa ao comparar os dois grupos (p<0,001).

FIGURA 8- Distribuição da positividade para os pacientes do Grupo I e controles do Grupo II positivos para

IgG anti- larvas de S. venezuelensis, em relação ao gênero e faixa etária

FIGURA 9- Níveis de imunocomplexos circulantes, expressos em índice ELISA (IE) em 50 amostras de soros

de pacientes do Grupo I e 50 amostras de soros controles (copronegativos; Grupo II). A linha tracejada indica o

limiar de reatividade (IE > 1,0)

41

5 DISCUSSÃO

DM é uma doença metabólica caracterizada pelo estado de hiperglicemia crônica

capaz de influenciar diretamente na qualidade de vida de seus portadores, cujas prevalências

apresentam-se crescentes mundialmente (VIGGIANO, 2007; BARBOSA, 2013; SHAH et al.,

2016).

A hiperglicemia promove alterações na resposta imune inata e adaptativa de

pacientes portadores de DM, provocando disfunções de neutrófilos, macrófagos, monócitos e

comprometimento da imunidade humoral, resultando em diminuição nos níveis de IgM e IgG

(CANTUÁRIA, 2014; SCHUETZ et al., 2011). Além disso, estudo experimental em seres

humanos demonstraram haver aumento de IgA, redução de IFN-γ e IL-13, enquanto que os

níveis de IL-10 permaneceram normais (MOAZEZI et al., 2014). Estas alterações

imunológicas tornam os pacientes diabéticos predispostos a infecções secundárias (MINELLI

et al., 2003).

Acredita-se que o DM controlado pode melhorar a resposta imune dos seus

portadores (GEERLINGS; HOEPELMAN, 1999; LUND; O’BRIEN, 2011). No entanto,

alguns autores sugerem que as disfunções imunológicas observadas em pacientes diabéticos

não são suficientes para classifica-los como imunodeprimidos, e que os fatores relacionados à

imunodepressão nesse grupo não estão totalmente elucidados, necessitando de mais estudos

(KNAPP, 2013; MOAZEZI et al., 2014).

Por outro lado, alguns estudos têm demonstrando haver associação entre o DM e a

predisposição a infecções parasitárias, sendo os helmintos um dos mais importantes agentes

responsáveis por causar infecções nesse grupo de pacientes (MENDONÇA et al., 2006;

AKINBO et al., 2013). Nesse contexto, destaca-se o geohelminto S. stercoralis, agente

etiológico da estrongiloidíase que constitui importante problema de saúde pública com

predominância principalmente em áreas tropicais e subtropicais (GRAVELLONE et al.,

2015).

A estrongiloidíase geralmente é assintomática quando limitada ao trato

gastrointestinal (PANDA et al., 2015). Porém, em alguns casos de imunossupressão e

imunodepressão provocada por diferentes fatores podem levar a quadros de disseminação e

hiperinfecção (COOVADIA et al., 1993; BENINCASA et al., 2007; DE BONA; BASSO,

2008; ALTINTOP et al., 2010; TEIXEIRA et al., 2010; WIN et al., 2011; BOLLELA et al.,

2013; IRAZ et al., 2014; SHUKLA et al., 2015).

42

Azira; Zeehaida (2010) reportaram caso de hiperinfecção por S. stercoralis em

paciente portador de DM, o qual foi a óbito em decorrência da septicemia provocada por

bactérias intestinais que foram deslocadas juntamente com as larvas. Enquanto que Murali et

al. (2010) relataram o primeiro caso conhecido na literatura de derrame pericárdico em

paciente diabético devido a disseminação de larvas.

Estudo realizado com pacientes internados em hospital escola na Malásia

demonstrou que 25% dos pacientes diagnosticados com infecção pelo S. stercoralis eram

diabéticos (AZIRA et al., 2013). No entanto, há poucos estudos realizados no Brasil que

demonstram a prevalência da estrongiloidíase em pacientes portadores de DM. Esta escassez

de estudo pode estar diretamente associada com a dificuldade da realização do diagnóstico

dessa doença, devido à baixa e irregular eliminação das larvas nas fezes, de indivíduos

infectados, levando assim, ao comprometimento da sensibilidade dos métodos parasitológicos

(CARVALHO et al., 2015). Por esta razão a confirmação diagnóstica da estrongiloidíase por

exames sorológicos tem sido cada vez mais empregada (RAPOPORT et al., 2015).

Os métodos imunológicos para pesquisa de anticorpos, tais como ELISA, WB e IFI

são amplamente empregados no diagnostico da estrongiloidíase, podendo ser utilizados em

estudos soroepidemiológicos e para avaliar o perfil imunológico do hospedeiro (YORI et al.,

2006; MERCADO et al., 2007; RODRIGUES et al., 2007; SULTANA et al., 2012; GEORGE

et al., 2015). Dentre esses, a técnica imunoenzimática ELISA tem-se destacado por apresentar

alta sensibilidade, fácil aplicabilidade e segurança, sendo considerada como excelente método

para triagem sorológica (SCHAFFEL et al., 2001; KOOSHA et al., 2004). Porém, a

inexistência do padrão-ouro tem acarretado no desenvolvimento de novas metodologias, como

a pesquisa de imunocomplexos circulantes que tem demonstrado ser uma estratégica

importante no diagnóstico da estrongiloidíase, principalmente nos casos de imunodepressão

(VAN DOORN et al., 2007; GONÇALVES et al., 2012a; KHIEU et al., 2014a).

No presente estudo, 70% dos indivíduos que participaram da pesquisa eram mulheres

e 30% homens, para Grupo I e II. Segundo Gomes et al. (2007), há uma certa resistência por

parte dos homens na procura por serviços de saúde, o que pode estar ligado a aspectos

culturais ou por medo de serem portadores de alguma enfermidade.

A positividade para IgG anti- larvas de S. venezuelensis no Grupo I e II foi de 38% e

4%, respectivamente. Resultado esse que difere do encontrado por Mendonça et al. (2006) em

Uberlândia - MG, que registraram uma prevalência para estrongiloidíase de 23% em

indivíduos diabéticos e 7,1% em pacientes controle.

43

A alta reatividade de anticorpos IgG anti- Strongyloides testados por ELISA no

Grupo I, pode estar associada a cronicidade da doença ou presença de plasmócitos de vida

longa, os quais permanecem por um longo período após o tratamento da estrongiloidíase

(LINDO et al., 1996). Esses anticorpos são detectados no soro dos indivíduos cerca de duas

semanas após a infecção e podem persistir por até 20 semanas (LEVENHAGEN; COSTA-

CRUZ, 2014). Os indivíduos infectados por S. stercoralis podem exibir altos títulos de IgG no

soro, que representam de 70 a 75% do total de anticorpos séricos (BOSQUI et al., 2015).

No Grupo II, duas amostras foram reagentes para ELISA IgG. Essa positividade

verificada para o grupo controle pode estar diretamente relacionada à ocorrência de

reatividade cruzada com outros helmintos, os quais possuem antígenos semelhantes aos de S.

stercoralis (INÊS et al., 2012). Estudo realizado por Inês et al. (2013) para detecção de IgG

anti-Strongyloides em soros de pacientes atendidos no Laboratório de Análises Clínicas da

Universidade Federal da Bahia, demonstrou porcentagem de reatividade cruzada de 10% com

antígenos de S. mansoni, Trichuris trichiura e ancilostomídeos.

Em relação ao gênero e positividade, houve predomínio de indivíduos do gênero

feminino reagentes para IgG em ambos os grupos, o que pode estar relacionado ao maior

número de mulheres participantes, resultados esses não condizentes com os encontrados por

Mendonça et al. (2006). A faixa etária de predominância foi de 57 a 69 anos, não

corroborando com Mercado et al. (2007) cuja idade de maior frequência foi a de 21 a 39 anos.

O imunocomplexo tem sido estudado em infecções por S. mansoni, o qual tem

demonstrando suprimir a reação granulomatosa (REZENDE et al., 1997). Porém, na

estrongiloidíase o papel do imunocomplexo não está totalmente elucidado, uma vez que

existem poucos relatos na literatura sobre sua produção e detecção, sendo este estudo

considerado pioneiro na pesquisa de imunocomplexos em amostras de soro de pacientes

diabéticos.

No presente estudo, a prevalência de S. stercoralis estimada pela pesquisa de

imunocomplexo por ELISA foi de 2% para o Grupo I, sendo a amostra reagente de uma

paciente de 70 anos também positiva para IgG. Além do quadro de DM, este paciente

apresentou um segundo fator de risco, considerado importante para aquisição dessa

helmintose, que é a idade. Segundo Tangi et al. (2016), pacientes idosos são mais susceptíveis

a complicações por infecções parasitárias devido a disfunção do sistema imunológico. Nesse

contexto, pode-se inferir que a paciente está em uma fase ativa da infecção por S. stercoralis.

Por outro lado, no Grupo II não foi observado reatividade para detecção de imunocomplexos.

44

A pesquisa de imunocomplexos circulantes por ELISA tem apresentado resultados

satisfatórios experimentalmente, demonstrando ser eficiente para o diagnóstico da

estrongiloidíase, principalmente nos quadros de imunodepressão (GONÇALVES, 2011b).

Gonçalves et al. (2012c) ao realizarem a pesquisa de imunocomplexos circulantes por ELISA

em amostras de soro pacientes sabidamente saudáveis, com estrongiloidíase e outras

parasitoses, obtiveram excelentes taxas de sensibilidade e especificidade, 93,3% e 86,1%,

respectivamente.

Outras doenças, como a vasculite cutânea e o lúpus eritematoso sistêmico, podem

resultar em deposição de imunocomplexos (FORTE et al., 2003; BRANDT et al., 2007),

assim como infecções causadas pelo parasito S. mansoni, na qual a sua deposição glomerular

pode causar nefropatia esquistossomótica (SOUZA et al., 2011). Além disso, altos níveis de

imunocomplexos também podem ser detectados em indivíduos portadores de DM

(NICOLOFF et al., 2004), porém não existem estudos suficientes que comprovem a

inespecificidade da pesquisa de imunocomplexos de S. stercoralis no ELISA (CAMPOS et

al., 1986).

Nesse contexto, os resultados obtidos para IgG e imunocomplexo no presente estudo,

demonstraram a importância da associação de diferentes técnicas para o esclarecimento

diagnóstico da estrongiloidíase. Além disso, a técnica de ELISA para pesquisa de

imunocomplexos circulantes pode ser uma alternativa diagnóstica em pacientes

imunodeprimidos, sendo este trabalho pioneiro em sua pesquisa no DM.

45

6 CONCLUSÃO

A soroprevalência para detecção de IgG anti-Strongyloides em pacientes diabéticos

foi elevada quando comparado ao grupo controle.

A detecção de imunocomplexos circulantes por ELISA no Grupo I demonstrou que a

maioria dos pacientes não apresentou infecção ativa. Neste contexto, ressalta-se a importância

da realização desta técnica como ferramenta complementar para o diagnóstico da infecção por

S. stercoralis.

Além disso, pode-se destacar a necessidade da utilização de mais de uma técnica

para o esclarecimento diagnóstico da estrongiloidíase, uma vez que o ciclo de vida do parasito

S. stercoralis, apresenta uma peculiaridade, a autoinfecção interna, capaz de causar infecções

crônicas dificultando o diagnóstico dessa doença.

46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABANYIE, F. A.; GRAY, E. B.; CARPINI, K. W. D.; YANOFSKY, A.; MCAULIFFE, I.;

RANA, M.; CHIN-HONG, P. V.; BARONE, C. N.; DAVIS, J. L.; MONTGOMERY, S. P.;

HUPRIKAR, S. Donor-derived Strongyloides stercoralis infection in solid organ transplant

recipients in the United States, 2009-2013. American Journal of Transplantation, v. 15, p.

1369-1375, 2015.

ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 7. ed. Rio

de Janeiro: Elsevier, 2011. 545 p.

ADENUSI, A. A.; OKE, A. O.; ADENUSI, A. O. Comparison of ivermectin and

thiabendazole in the treatment of uncomplicated human Strongyloides stercoralis infection.

African Journal of Biotechnology, v. 2, n. 11, p. 465-469, nov. 2003.

AKINBO, F. O.; OLUJOBI, S. O.; OMOREGIE, R.; EGBE, C. Intestinal parasitic infections

among diabetes mellitus patients. Biomarkers and Genomic Medicine, v. 5, p. 44-47, 2013.

ALBORGHETTI, K. T.; OLIVEIRA, M. A. S.; SILVÉRIO, M. R. Diabetes mellitus tipo II

em pessoas idosas: estratégias utilizadas pelos usuários da rede pública de saúde em um

município do Sul de Santa Catarina. RBCEH, Passo Fundo, v. 9, n. 2, p. 200-212, mai./ago.

2012.

ALQARAWI, W. A.; KHAN, K. M.; BIERMAN, A. S. Weight loss, diarrhea, mild

eosinophilia, Dx? The Journal of Family Practice, v. 64, n. 3, p. 174-176, mar. 2015.

AL-SAJEE, D. M. A.; AL-HAMDANI, A. A case of gastric and duodenal strongyloidiasis.

Sultan Qaboos University Medicsl Journal, v. 10, n. 2, p. 262-265, ago. 2010.

ALTINTOP, L.; CAKAR, B.; HOKELEK, M.; BEKTAS, A.; YILDIZ, L.;

KARAOGLANOGLU, M. Strongyloides stercoralis hyperinfection in a patient with

rheumatoid arthritis and bronchial asthma: a case report. Annals of Clinical Microbiology

and Antimicrobials, v. 9, n. 27, 2010.

ALVES, C.; DINIZ, A. B.; SOUZA, M. B.; PONTE, E. V.; ARAÚJO, M. I. Controvérsias na

associação entre diabetes mellitus tipo 1 e asma. Arquivos Brasileiros Endocrinologia e

Metabolismo, v. 51, n. 6, p. 930-937, 2007.

ALVES, M.; RODRIGUES, D.; GOUVEIA, J. P.; BASTOS, M.; CARVALHEIRO, M.

Doenças do comportamento alimentar e diabetes mellitus tipo 1. Acta Médica Portuguesa, v.

24, S. 3, p. 639-646, 2011.

ANAMNART, W.; PATTANAWONGSA, A.; INTAPAN, P. M.; MALEEWONG, W.

Factors affecting recovery of Strongyloides stercoralis larvae: an approach to a newly

modified formalin-ether concentration technique for diagnosis of strongyloidiasis. Journal of

Clinical Microbiology, v. 48, p. 97-100, 2010.

47

ARAKAKI, T.; HASEGAWA, H.; ASATO, R.; IKESHIRO, T.; KINJO, F.; SAITO, A.;

IWANAGA, M. A new method to detect Strongyloides stercoralis from human stool.

Japanese Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 16, p. 11-17, 1988.

ARANGO, J. H. Strongyloides stercoralis. Colombia Médica, v. 29, n. 1, p. 32-42, 1998.

ARAÚJO, M. I.; HOPPE, B. S.; MEDEIROS JÚNIOR, M.; CARVALHO, E. M. Schistosoma

mansoni infection modulates the immune response against allergic and auto-immune diseases.

Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 99, Supl. 1, p. 27-32, 2004.

ASHRAFI, K.; TAHBAZ, A.; RAHMATI, B. Strongyloides stercoralis: the most prevalent

parasitic cause of eosinophilia in Gilan Province, Northern Iran. Iran Journal of

Parasitology, v. 5, p. 40-47, 2010.

ASSEFA, S.; ERKO, B.; MEDHIN, G.; ASSEFA, Z.; SHIMELIS, T. Intestinal parasitic

infections in relation to HIV/AIDS status, diarrhea and CD4 T-cell count. BMC Infectious

Diseases, v. 9, n. 155, 2009.

AZIRA, N. M. S.; ZEEHAIDA, M. Strongyloides stercoralis hyperinfection in a diabetic

patient: Case report. Tropical Biomedicine, v. 27, p. 115-119, 2010.

AZIRA, N. M. S.; RAHMAN, M. Z. A.; ZEEHAIDA, M. Review of patients with

Strongyloides stercoralis infestation of a tertiary teaching hospital, Kelantan. The Malaysian

Journal of Pathology, v. 35, n. 1, p. 71-76, 2013.

BAERMANN, G. Eine einfache methode zur auffindung vor Ankylostomum (Nematoden).

Larven in Erdproben. Mededeel. Mit H. in. Geneesk. Batavia, Laboratories Weltevreden

Feestbundel, p. 41-47, 1917.

BAFGHI, A. F.; AFKHAMI-ARDEKANI, M.; TAFTI, A. D. Frequency distribution of

intestinal parasitic infections in diabetic patients–Yazd 2013. Iranian Journal Of Diabetes

And Obesity, v. 7, n. 1, p. 33-37, 2015.

BALDA, C. A.; PACHECO-SILVA, A. Aspectos imunológicos do diabetes melito tipo 1.

Revista da Associação Médica Brasileira, n. 45, v. 2, p. 175-180, 1999.

BARBOSA, K. G. N. A complexa relação entre diabetes mellitus e doenças periodontais.

ClipeOdonto, v. 5, n. 1, p. 65-71, 2013.

BENINCASA, C. C.; AZEVEDO, F. O.; CANABARRO, M. S.; VALENTIM, H. M.;

SILVA, V. D.; SUPERTI, S. V.; DIAS, F. S. Hiper-infecção por Strongyloides Stercoralis.

Relato de caso. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 19, n. 1, jan./mar.

2007.

BISOFFI, Z.; BUONFRATE, D.; ANGHEBEN, A.; BOSCOLO, M.; ANSELMI, M.;

MAROCCO, S.; MONTEIRO, G.; GOBBO, M.; BISOFFI, G.; GOBBI, F. Randomized

clinical trial on ivermectin versus thiabendazole for the treatment of strongyloidiasis. Plos

Neglected Tropical Diseases, v. 5, n. 7, E. 1254, 2011.

48

BOLLELA, V. R.; FELICIANO, C.; TEIXEIRA, A. C.; JUNQUEIRA, A. C. R.; ROSSI, M.

A. Fulminant gastrointestinal hemorrhage due to Strongyloides stercoralis hyperinfection in

an AIDS patient. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 46, n. 1, p. 111-

113, jan./fev. 2013.

BONNE-ANNÉE, S.; KEREPESI, L. A.; HESS, J. A.; O’CONNELL, A. E.; LOK, J. B.;

NOLAN, T. J.; ABRAHAM, D. Human and mouse macrophages collaborate with

neutrophils to kill larval Strongyloides stercoralis. Infection and immunity, v. 81, n. 9, p.

3346-3355, set. 2013.

BOSCOLO, M.; GOBBO, M.; MANTOVANI, W.; DEGANI, M.; ANSELMI, M.;

MONTEIRO, G. B.; MAROCCO, S.; ANGHEBEN, A.; MISTRETTA, M.;

SANTACATTERINA, M.; TAIS, S.; BISOFFI, Z. Evaluation of an indirect

immunofluorescence assay for strongyloidiasis as a tool for diagnosis and follow-up. Clinical

and Vaccine Immunology, v. 14, n. 2, p. 129-133, fev. 2007.

BOSQUI, L. R.; GONÇALVES, A. L. R.; GONÇALVES-PIRES, M. R. F.; CUSTODIO, L.

A.; MENEZES, M. C. N. D.; MURAD, V. A.; PAULA, F. M.; PAVANELLI, W. R.;

CONCHON-COSTA, I.; COSTA-CRUZ, J. M.; COSTA, I. N. Detection of parasite-specific

IgG and IgA in serum and saliva samples for diagnosis of human strongyloidiasis in northern

Paraná state, Brazil. Acta Tropica, v. 150, p. 190-195, 2015.

BOULWARE, D. R.; STAUFFER, W. M.; HENDEL-PATERSON, B. R.; ROCHA, J. L. L.;

SEET, R. C.; SUMMER, A. P.; NIELD, L. S.; SUPPARATPINYO, K.; CHAIWARITH, R.;

WALKER, P. F. Maltreatment of Strongyloides infection: Case series and worldwide

physicians-in-training survey. The American Journal of Medicine, v. 120, n. 6, p. 545-551,

jun. 2007.

BRANDT, H. R. C.; ARNONE, M.; VALENTE, N. Y. S.; CRIADO, P. R.; SOTTO, M. N.

Vasculite cutânea de pequenos vasos: etiologia, patogênese, classificação e critérios

diagnósticos – Parte I. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 82, n. 5, p. 387-406, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 8 ed.

Brasília: Ministério da Saúde, p. 177, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção

Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica - Diabetes Mellitus.

Brasília, 2013. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

BRAZ, A. S.; ANDRADE, C. A. F.; MOTA, L. M. H.; LIMA, C. M. B. L. Recomendações

da Sociedade Brasileira de Reumatologia sobre diagnóstico e tratamento das parasitoses

intestinais em pacientes com doenças reumáticas autoimunes. Revista Brasileira de

Reumatologia, http://dx.doi.org/10.1016/j.rbr.2014.10.010, 2015.

BRELOER, M.; ABRAHAM, D. Strongyloides infection in rodents: immune response and

immune regulation. Parasitology, Doi: http://dx.doi.org/10.1017/S0031182016000111, p. 1-

21, fev. 2016.

BUI VAN, D. Efeito de múltiplas infecções com Strongyloides stercoralis no

desenvolvimento da encefalite autoimune experimental. Botucatu, 2009. 46 p. Trabalho de

49

conclusão (Bacharelado em Ciências Biológicas). Instituto de Biociências de Botucatu,

Universidade Estadual Paulista.

BUONFRATE, D.; FORMENTI, F.; PERANDIN, F.; BISOFFI, Z. Novel approaches to the

diagnosis of Strongyloides stercoralis infection. Clinical Microbiology and Infection, v. 21,

n. 6, jun. 2015.

CABRAL, A. C.; IÑIGUEZ, A. M.; MORENO, T.; BÓIA, M. N.; CARVALHO-COSTA, F.

A. Clinical conditions associated with intestinal strongyloidiasis in Rio de Janeiro, Brazil.

Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 48, n. 3, p.321-325, mai./jun.

2015.

CAMPOS, D. G. S.; CRUZ, M. Q.; RODRIGUES, R. M. S.; TENDLER, M.; KATZ, N.;

LIMA, A. O. Pesquisa simultânea de antígeno, anticorpo e imunocomplexos específicos no

soro de pacientes com esquistossomose crônica. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio

de Janeiro, v. 81, n. 2, p. 135-144, abr./jun. 1986.

CANTUÁRIA, A. P. C. Efeito da hiperglicemia crônica na resposta imunológica em

humanos. Brasília, 2014. 49 p. Monografia (Graduação em Biomedicina). Universidade

Católica de Brasília.

CARRADA-BRAVO, T. Strongyloides stercoralis: Ciclo vital, cuadros clínicos,

epidemiología, patología y terapéutica. Revista Mexicana de Patología Clínica, v. 55, n. 2,

p. 88-110, abr./jun. 2008.

CARVALHO, E. F.; SOUSA, J. E.; GONÇALVES, A. L.; DA CUNHA-JUNIOR, J. P.;

COSTA-CRUZ, J. M. Immunoblotting using Strongyloides venezuelensis larvae,

parthenogenetic females or eggs extracts for the diagnosis of experimentally infected

immunosuppressed rats. Experimental Parasitology, v. 26, n. 157, p. 117-123, jul. 2015.

CDC, Centers for Disease Control and Prevention (2013). Laboratory Identification and

Diagnosis of Parasites of Public Health Concern, Atlanta, EUA. Disponível em:

http://www.cdc.gov/dpdx/strongyloidiasis/index.html. Acesso em: 15 set. 2015.

CHAVES, L. A. Comparação dos métodos parasitológico, imunológico e molecular em

amostras de fezes de ratos (Rattus norvegicus Wistar) imunossuprimidos

experimentalmente infectados por Strongyloides venezuelensis. Uberlândia, 2014. 65 p.

Dissertação (Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas). Instituto de Ciências

Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.

CHAWLA, A.; NGUYEN, K. D.; GOH, Y. P. S. Macrophage-mediated inflammation in

metabolic disease. Nature Reviews Immunology, v. 11, n. 11, p. 738-749, 2012.

COOVADIA, Y. M.; RAJPUT, M. C; BHANA, R. H. Disseminated strongyloidiasis in a

diabetic patient. Tropical and Geographical Medicine, v. 45, n. 4, p. 179-180, 1993.

CORRAL, M. A.; PAULA, F. M.; GOTTARDI, M.; MEISEL, D. M. C. L.; CHIEFFI, P. P.;

GRYSCHEK, R. C. B. Membrane fractions from Strongyloides venezuelensis in the

immunodiagnosis of human strongyloidiasis. Revista do Instituto de Medicina Tropical de

São Paulo, v. 57, n. 1, p. 77-80, jan./fev. 2015.

50

COSTA-CRUZ, J. M.; BULLAMAH, C. B.; GONÇALVES-PIRES, M. R. F.; CAMPOS, D.

M. B.; VIEIRA, M. A. Cryo-microtome sections of coproculture larvae of Strongyloides

stercoralis and Strongyloides ratti as antigen sources for the immunodiagnosis of human

strongyloidiasis. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 39, n. 6,

nov./dez. 1997.

COSTA-CRUZ, J. M.; MACHADO, E. R.; CAMPOS, D. M. B. Seroepidemiological study of

human strongyloidiasis with blood samples collected on filter paper, in Abadia dos Dourados

(Minas gerais, Brazil). Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 40, n. 5,

set./out. 1998.

COSTA-CRUZ, J. M. Strongyloides stercoralis. In: NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI,

P. M.; VITOR, R. W. A. Parasitologia humana, 12. ed., São Paulo: Atheneu, 2011, p. 295-

305.

CROKER, C.; REPORTER, R.; REDELINGS, M.; MASCOLA, L. Strongyloidiasis- Related

deaths in the United States, 1991–2006. The American Journal of Tropical Medicine and

Hygiene, v. 83, n. 2, p. 422-426, 2010.

CRUVINEL, W. M.; MESQUITA JÚNIOR, D.; ARAÚJO, J. A. P.; CATELAN, T. T. T.;

SOUZA, A. W. S.; SILVA, N. P.; ANDRADE, L. E. C. Sistema imunitário – Parte I

Fundamentos da imunidade inata com ênfase em mecanismos moleculares e celulares da

resposta inflamatória. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 50, n. 4, p. 434-461, 2010.

DE BONA, S.; BASSO, R. M. C. Hiperinfecção por Strongyloides stercoralis associada ao

uso crônico de corticosteróide / Hyperinfection by Strongyloides stercoralis associated with

chronic use of corticosteroid. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 40, n. 4, p. 247-

250, 2008.

DE VEER, M. J.; KEMP, J. M.; MEEUSEN, E. N. T. The innate host defence against

nematode parasites. Parasite Immunology, v. 29, p. 1-9, 2007.

EGIDO, J. M.; DE DIEGO, J. A.; PENIN, P. The Prevalence of enteropathy due to

strongyloidiasis in Puerto Maldonado (Peruvian Amazon). The Brazilian Journal of

Infectious Diseases, v. 5, p. 119-123, jun. 2001.

EMAD, A. Exudative eosinophilic pleural effusion due to Strongyloides stercoralis in a

diabetic man. Southern Medical Journal, v. 92, n. 1, p. 58-60, jan. 1999.

FELICIANO, N. D.; RIBEIRO, V. S.; SANTOS, F. A.; FUJIMURA, P. T.; GONZAGA, H.

T.; GOULART, L. R.; COSTA-CRUZ, J. M. Bacteriophage-fused peptides for serodiagnosis

of human strongyloidiasis. Plos Neglected Tropical Diseases, v. 8, n. 5: e2792, mai. 2014.

FERNANDES, A. P. M.; PACE, A. E.; ZANETTI, M. L.; FOSS, M. C.; DONADI, E. A.

Fatores imunogenéticos associados ao Diabetes Mellitus do tipo 1. Revista Latino-

americana de Enfermagem, v. 13, n. 5, p. 743-749, 2005.

51

FERREIRA, L. T.; SAVIOLLI, I. H.; VALENTI, V. E.; ABREU, L. C. Diabetes melito:

hiperglicemia crônica e suas complicações. Arquivos Brasileiros de Ciências da Saúde, v.

36, n. 3, p. 182-188, set./dez. 2011.

FORTE, W. C. N.; ALMEIDA, R. M.; BIZUTI, G. S. C.; FORTE, D. N.; BRUNO, S.;

RUSSO FILHO, F. S.; LIMA, C. A. C. Fagocitose por neutrófilos no Lúpus Eritematoso

Sistêmico. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 49, n. 1, p. 35-39, jan./mar. 2003.

FREITAS, T. H. P.; SOUZA, D. A. F. Corticosteroides sistêmicos na prática dermatológica.

Parte I – Principais efeitos adversos. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v.

82, n. 1, jan./fev. 2007.

GALIOTO, A. M.; HESS, J. A.; NOLAN, T. J.; SCHAD, G. A.; LEE, J. J.; ABRAHAM, D.

Role of eosinophils and neutrophils in innate and adaptive protective immunity to larval

Strongyloides stercoralis in mice. Infection and Immunity, v. 74, n. 10, p. 5730-5738, out.

2006.

GAUSE, W. C.; WYNN, T. A.; ALLEN, J. E. Type 2 immunity and wound healing:

evolutionary refinement of adaptive immunity by helminthes. Nature Reviews Immunology,

n. 13, v. 8, p. 607-614, ago. 2013.

GEERLINGS, S. E.; HOEPELMAN, A. I. M. Immune dysfunction in patients with diabetes

mellitus (DM). FEMS Immunology and Medical Microbiology, v. 26, p. 259-265, 1999.

GENTA, R. M. Dysregulation of strongyloidiasis: a new hypothesis. Clinical Microbiology

Reviews, v. 5, n. 4, p. 345-355, out. 1992.

GEORGE, P. J.; PAVAN, K. N.; JAGANATHAN, J.; DOLLA, C.; KUMARAN, P.; NAIR,

D.; BANUREKHA, V. V.; SHEN, K.; NUTMAN, T. B; BABU, S. Modulation of pro- and

anti-inflammatory cytokines in active and latent tuberculosis by coexistent Strongyloides

stercoralis infection. Tuberculosis, v. 95, n. 6, p. 822-828, dez. 2015.

GETANEH, A.; MEDHIN, G.; SHIMELIS, T. Cryptosporidium and Strongyloides stercoralis

infections among people with and without HIV infection and efficiency of diagnostic methods

for Strongyloides in Yirgalem Hospital, Southern Ethiopia. BMC Research Notes, v. 3, n. 90,

2010.

GIL, G. P.; HADDAD, M. C. L.; GUARIENTE, M. H. D. M. Conhecimento sobre diabetes

mellitus de pacientes atendidos em programa ambulatorial interdisciplinar de um hospital

universitário público. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 141-

154, jul./dez. 2008.

GIRGIS, N. M.; GUNDRA, U. M.; LOKE, P. Immune regulation during helminth infections.

Plos Pathogen, v. 9, n. 4, e1003250, abr. 2013.

GOMES, R.; NASCIMENTO, E. F.; ARAÚJO, F. C. Por que os homens buscam menos os

serviços de saúde do que as mulheres? As explicações de homens com baixa escolaridade e

homens com ensino superior. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 3,

jan./mar. 2007.

52

GONÇALVES, A. L. R.; SILVA, C. V.; UETA, M. T.; COSTA-CRUZ, J. M. A new faecal

antigen detection system for Strongyloides venezuelensis diagnosis in immunosuppressed rats.

Experimental Parasitology, v. 125, p. 338-341, 2010.

GONÇALVES, F. L. R. Strongyloides stercoralis e infecção pelo HIV: prevalência em

pacientes HIV positivos em Vitória, Espírito Santo e revisão sistemática dos casos de

estrongiloidíase grave em pacientes com HIV/AIDS. Vitória, 2011a. 107 p. Dissertação

(Pós-graduação em doenças infecciosas). Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal

do Espírito Santo.

GONÇALVES, A. L. R. Cinética de detecção de coproantígenos e de antígenos,

anticorpos e imunocomplexos em amostras de soro e lavado bronco alveolar de ratos

imunossuprimidos e experimentalmente infectados por Strongyloides venezuelensis. Uberlândia, 2011b. 102 p. Tese (Pós-graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas).

Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal de Uberlândia.

GONÇALVES, A. L. R.; SILVA, C. V.; UETA, M. T.; COSTA-CRUZ, J. M. Antigen,

antibody and immune complex detection in serum samples from rats experimentally infected

with Strongyloides venezuelensis. Experimental Parasitology, v. 130, p. 205-208, 2012a.

GONÇALVES, A. L. R.; NUNES, D. S.; GONÇALVES-PIRES, M. R.; UETA, M. T.;

COSTA-CRUZ, J. M. Use of larval, parasitic female and egg antigens from Strongyloides

venezuelensis to detect parasite-specific IgG and immune complexes in immunodiagnosis of

human strongyloidiasis. Parasitology, v. 139, n. 7, p. 956-961, jun. 2012c.

GRAVELLONE, L.; BATTAGLIA, C.; CALIGARA, F.; D'AMATO, I.; GANDINI, E.;

LUCATELLO, A.; RIZZO, M. A.; TORPIA R.; BRIGANTE, G.; CASTIGLIONI, A.

Strongyloidiasis in nephrologic patients. Giornale Italiano di Nefrologia, v. 32, n. 2,

mar./abr. 2015.

GROSS, J. L.; SILVEIRO, S. P.; CAMARGO, J. L.; REICHELT, A. J.; AZEVEDO, M. J.

Diabetes Melito: diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. Arquivos

Brasileiros de Endocrinologia e Metabolismo, v. 46, n. 1, fev. 2002.

GROVE, D. I. Human strongyloidiasis. Advances in Parasitology, v. 38, p. 251-309, 1996.

GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2011. 1216 p.

HALLER, M. J.; ATKINSON, M. A.; SCHATZ, D. Type 1 diabetes mellitus: etiology,

presentation and management. Pediatric Clinics of North America, v. 52, n. 6, p. 1553-

1578, 2005.

HAYS, R.; ESTERMAN, A.; MCDERMOTT, R. Type 2 diabetes mellitus is associated with

Strongyloides stercoralis treatment failure in Australian aboriginals. Plos Neglected Tropical

Diseases, v. 9, n. 8, e. 0003976, 2015.

HÜBNER, M. P.; STOCKER, J. T.; MITRE, E. Inhibition of type 1 diabetes in filaria-

infected non-obese diabetic mice is associated with a T helper type 2 shift and induction of

FoxP3+ regulatory T cells. Immunology, v. 127, p. 512–522, 2008.

53

HÜBNER, M. P.; SHI, Y.; TORRERO, M. N.; MUELLER, E.; LARSON, D.; SOLOVIOVA,

K.; GONDORF, F.; HOERAUF, A.; KILLORAN, K. E.; STOCKER, J. T.; DAVIES, S. J.;

TARBELL, K. V.; MITRE, E. Helminth protection against autoimmune diabetes in NOD

mice is independent of a type 2 immune shift and requires TGFβ. The Journal of

Immunology, v. 188, n. 2, p. 559-568, jan. 2012.

INÊS, E. J.; SOUZA, J. N.; SANTOS, R. C.; SOUZA, E. S.; SANTOS, F. L.; SILVA, M. L.

S.; SILVA, M. P.; TEIXEIRA, M. C. A.; SOARES, N. M. Efficacy of parasitological

methods for the diagnosis of Strongyloides stercoralis and hookworm in faecal specimens.

ActaTropical, v. 120, p. 206-210, 2011.

INÊS, E. J.; TEIXEIRA, M. C. A.; NEVES, N. M. A.; SOARES, N. M. Otimização da

recuperação de larvas filarioides de S. Stercoralis para obtenção de antígenos. Revista de

Ciências Médicas e Biológicas, v. 11, n. 2, p. 149-153, mai./set. 2012.

INÊS, E. J.; SILVA, M. L. S.; SOUZA, J. N.; TEIXEIRA, M. C. A.; SOARES, N. M. The

role of glycosylated epitopes in the serodiagnosis of Strongyloides stercoralis infection.

Diagnostic Microbiology and Infectious Disease, v. 76, p. 31-35, 2013.

ITURRY-YAMAMOTO, G. R.; PORTINHO, C. P. Sistema complemento: ativação,

regulação e deficiências congênitas adquiridas. Revista da Associação Médica Brasileira, v.

47, n. 1, p. 41-51, 2001.

IRAZ, M.; KARAMAN, Ü.; TOPKÇU, B.; DOYMAZ, M. Z. Psöriyazis ve diyabetes

mellitus tanili hastada intestinal strongyloidosis. Türkiye Parazitoloji Dergisi, v. 38, p. 127-

130, 2014.

IRIEMENAM, N. C.; SANYAOLU, A. O.; OYIBO, W. A.; FAGBENRO-BEYIOKU, A. F.

Strongyloides stercoralis and the immune response. Parasitology International, v. 59, p. 9-

14, 2010.

KAHALY, G. J.; HANSEN, M. P. Type 1 diabetes associated autoimmunity. Autoimmunity

Reviews, S1568-9972, n. 16, 2016.

KEISER, P. B.; NUTMAN, T. B. Strongyloides stercoralis in the immunocompromised

population. Clinical Microbiology Reviews, v. 17, n. 1, p. 208-217, jan. 2004.

KHIEU, V.; SCHÄR, F.; FORRER, A.; HATTENDORF, J.; MARTI, H.; DUONG, S.;

VOUNATSOU, P.; MUTH, S.; ODERMATT, P. High prevalence and spatial distribution of

Strongyloides stercoralis in rural Cambodia. PLOS Neglected Tropical Diseases, v. 8, n. 6,

E. 2854, jun. 2014a.

KHIEU, V.; SCHÄR, F.; MARTI, H.; BLESS, P. J.; CHAR, M. C.; MUTH, S.;

ODERMATT, P. Prevalence and risk factors of Strongyloides stercoralis in Takeo Province,

Cambodia. Parasites & Vectors, v. 7, n. 221, p. 1-8, 2014b.

KNAPP, S. Diabetes and infection: Is there a link? – A mini-review. Gerontology, v. 59, p.

99-104, 2013.

54

KNOPP, S.; MOHAMMED, K. A.; ROLLINSON, D.; STOTHARD, J. R.; KHAMIS, I. S.;

UTZINGER, J.; MARTI, H. Changing patterns of soil-transmitted helminthiases in Zanzibar

in the context of national helminth control programs. The American Journal of Tropical

Medicine Hygiene, v. 81, p. 1071-1078, 2009.

KOBAYASHI, J.; HASEGAWA, H.; SOARES, E. C.; TOMA, H.; DACAL, A. R. C.;

BRITO, M. C.; YAMANAKA, A.; FOLI, A. A.; SATO, Y. Studies on prevalence of

Strongyloides stercoralis infection in Holambra and Maceió, Brazil, by the agar plate faecal

culture method. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 38, n. 4, p.

279-284, jul./ago. 1996.

KOZUBSKY, L.; ARCHELLI, S. Consideraciones sobre la biología y el diagnóstico de

Strongyloides stercoralis. Acta Bioquímica Clínica Latinoamericana, v. 38, n. 3, p. 333-

338, 2004.

KROLEWIECKI, A. J.; RAMANATHAN, R.; FINK, V.; MCAULIFFE, I.; CAJAL, S. P.;

WON, K.; JUAREZ, M.; DI PAOLO, A.; TAPIA, L.; ACOSTA, N.; LEE, R.; LAMMIE, P.;

ABRAHAM, D.; NUTMAN, T. B. Improved Diagnosis of Strongyloides stercoralis using

recombinant antigen-based serologies in a community-wide study in Northern Argentina.

Clinical and Vaccine Immunology, v. 17, n. 10, p. 1624-1630, out. 2010.

LAIGNIER, E. R. Diagnóstico de Strongyloides stercoralis a partir da análise de

sedimento obtido com dez ou mais gramas de fezes: proposta de um método com uso de

microscópio invertido. Vitória, 2011. 79 p. Dissertação (Pós-graduação em Doenças

Infecciosas). Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santos.

LAM, C. S.; TONG, M. K., CHAN, K. M.; SIU, Y. P. Disseminated strongyloidiasis: a

retrospective study of clinical course and outcome. European Journal of Clinical

Microbiology & Infectious Diseases, v. 25, n. 1, p. 14-18, 2006.

LEVENHAGEN, M. A.; COSTA-CRUZ, J. M. Update on immunologic and molecular

diagnosis of humanstrongyloidiasis. Acta Tropica, v. 135, p. 33-43, 2014.

LEYVA, L. M.; PASCUAL, M. G. C.; VILLAFRANCA, R. C.; GARCÍA, Z. A. Diagnóstico

y tratamiento de la estrongiloidosis. Revista Cubana de Medicina Militar, v. 40, n. 2, p.

157-167, 2011.

LINDO, J. F.; ATKINS, N. S.; LEE, M. G.; ROBINSON, R. D.; BUNDY, D. A. P. Short

report: long-term serum antibody isotype responses to Strongyloides stercoralis filariform

antigens in eight patients treated with ivermectin. The American Journal of Tropical

Medicine and Hygiene, v. 55, n. 5, p. 474-476, 1996.

LOWRY, O. H.; ROSEBROUGH, N. J.; FARR, A. L.; RANDALL, R. J. Protein

measurement with the Folin phenol reagent. Journal of Biological Chemistry, v. 193, n. 1, p.

265-275, nov. 1951.

LUNA, O. B.; GRASSELLI, R.; ANANIAS, M.; PINTO, T. S.; BOZZA, F. A.; SOARES,

M.; SALLUH, J. I. F. Estrongiloidíase disseminada: diagnóstico e tratamento. Revista

Brasileira de Terapia Intensiva, v. 19, n. 4, p. 463-468, 2007.

55

LUND, B. M.; O’BRIEN, S. J. The occurrence and prevention of foodborne disease in

vulnerable people. Foodborne Pathogens and Disease, v. 8, n. 9, p.961-973, set. 2011.

MACHADO, E. R.; COSTA-CRUZ, J. M. Strongyloides stercoralis and other enteroparasites

in children at Uberlândia city, state of Minas Gerais, Brazil. Memórias do Instituto Oswaldo

Cruz, Rio de Janeiro, v. 93, n. 2, p. 161-164, mar./abr. 1998.

MACHADO, E. R.; UETA, M. T.; GONÇALVES-PIRES, M. R. F.; OLIVEIRA, J. B. A.;

FACCIOLI, L. H.; COSTA-CRUZ, J. M. Strongyloides venezuelensis alkaline extract for the

diagnosis of human strongyloidiasis by enzyme-linked immunosorbent assay. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 98, n. 6, p. 849-851, set. 2003.

MACHADO, E. R.; FACCIOLI, L. H.; COSTA-CRUZ, J. M.; LOURENÇO, E; V.; ROQUE-

BARREIRA, M. C.; GONÇALVES-PIRES, M. R. F.; UETA, M. T. Strongyloides

venezuelensis: The antigenic identity of eight strains for the immunodiagnosis of human

strongyloidiasis. Experimental Parasitology, v. 119, p. 7-14, 2008.

MAKKER, J.; BALAR, B.; NIAZI, M.; DANIEL, M. Strongyloidiasis: A case with acute

pancreatitis and a literature review. World Journal of Gastroenterology, v. 21, n. 11, p.

3367-3375, mar. 2015.

MARCOS, L. A.; TERASHIMA, A.; DUPONT, H. L.; GOTUZZO, E. Strongyloides

hyperinfection syndrome: an emerging global infectious disease. Transactions of the Royal

Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 102, p. 314-318, 2008.

MARRA, M. M. Infecção experimental de ratos (Rattus norvegicus) da linhagem lewis

por Strongyloides venezuelensis: dinâmica da infecção, uso de PCR para detecção do

parasita e caracterização da resposta imune humoral. Botucatu, 2009. 99 p. Tese (Pós-

graduação em Ciências Biológicas). Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista.

MARZOCCHI-MACHADO, C. M.; LUCISANO-VALIM, Y. M. Clearance de

imunocomplexos: papel do complemento e dos polimorfonucleares neutrófilos. Medicina,

Ribeirão Preto, v. 30, p. 234-242, abr./jun. 1997.

MASTROENI, M. F. Biossegurança em laboratórios de parasitologia. In: De CARLI, G. A.

Parasitologia Clínica, 2º Ed. São Paulo: Atheneu, p. 651-667, 2011.

MATSUMOTO, M.; SASAKI, Y.; YASUDA, K.; TAKAI, T.; MURAMATSU, M.;

YOSHIMOTO, T.; NAKANISHI, K. IgG and IgE collaboratively accelerate expulsion of

Strongyloides venezuelensis in a primary infection. Infection and Immunity, v. 81, n. 7, p.

2518-2527, jul. 2013.

MEDEIROS, C. C. M.; BESSA, G. G.; COURA, A. S.; FRANÇA, I. S. X.; SOUSA, F. S.

Prevalência dos fatores de risco para diabetes mellitus de servidores públicos. Revista

Eletrônica de Enfermagem, v. 14, n. 3, p. 559-569, jul./set. 2012.

MEJIA, R.; NUTMAN, T. B. Screening, prevention, and treatment for hyperinfection

syndrome and disseminated infections caused by Strongyloides stercoralis. Current Opinion

in Infectious Diseases, v. 25, n. 4, p. 458-463, ago. 2012.

56

MELO, A. L. Helmintos. In: NEVES, D. P.; MELO, A. L.; LINARDI, P. M.; VITOR, R. W.

A. Parasitologia humana. 12. ed., São Paulo: Atheneu, 2011, p. 201-208.

MENDONÇA, S. C.; GONÇALVES-PIRES, M. R.; RODRIGUES, R. M.; FERREIRA, A.

JR.; COSTA-CRUZ, J. M. Is there an association between positive Strongyloides stercoralis

serology and diabetes mellitus? Acta Tropica, v. 99, p. 102-105, 2006.

MERCADO, R.; JERCIC, M. I.; ALCAYAGA, S.; PAULA, F. M.; UETA, M. T.; COSTA-

CRUZ, J. M. Seroepidemiological aspects of human Strongyloides stercoralis infections in

Chile. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 49, n. 4, p. 247-249, ago.

2007.

MERZ, L. Strongyloidiasis: who is at risk of severe infection and how to prevent it? Revue

Medicale Suisse, v. 15, n. 11, p. 867-871, abr. 2015.

MINELLI, L.; NONINO, A. B.; SALMAZO, J. C.; NEME, L.; MARCONDES, M. Diabetes

mellitus e afecções cutâneas. Anais Brasileiros de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 78, n. 6,

p. 735-747, nov./dez. 2003.

MOAZEZI, Z.; HOSSEINIAN, A.; MOAZAM, E. A.; ESLAMI, M.; MOSAVI, E.;

AKHAVAN-NIAKI, H.; BIJANI, A.; SCHLOOT, N.; MOSTAFAZADEH, A. Evaluation of

immunological parameters in diabetic patients: are these patients immunodeficient? Iranian

Journal of Allergy, Asthma and Immunology, v. 13, n. 2, p. 110-119, abr. 2014.

MORAES, R. G. Contribuição para o estudo de Strongyloides stercoralis e as estrongiloidíase

no Brasil. Revista do Serviço Especial em Saúde Pública, v. 1, p. 507-624, 1948.

MORAIS, M. I. M.; MAURE, E. A. P.; NORBERG, A. N.; OLIVIERA, J. T. M.; SANCHES,

F. G.; HELENA, A. A. S.; SERRA-FREIRE, N. M. Parasitismo por Strongyloides stercoralis

em pacientes com câncer na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Revista

Científica Linkania Master, v.1, n. 7, p. 119-185, mai./ago. 2014.

MURALI, A.; RAJENDIRAN, G.; RANGANATHAN, K.; SHANTHAKUMARI, S.

Disseminated infection with Strongyloides stercoralis in a diabetic patient. Indian Journal of

Medical Microbiology, v. 28, n. 4, p. 407-408, out./dez. 2010.

NAZLIGUL, Y.; SABUNCU, T.; OZBILGE, H. Is there a predisposition to intestinal

parasitosis in diabetic patients? Diabetes Care, v. 24, n. 8, p. 1503-1504, ago. 2001.

NEUMANN, I.; RITTER, R.; MOUNSEY, A. Strongyloides as a cause of fever of unknown

origin. The Journal of the American Board of Family Medicine, v. 25, n. 3, 2012.

NEWBERRY, A. M.; WILLIAMS, D. N.; STAUFFER, W. M.; BOULWARE, D. R.;

HENDEL-PATERSON, B. R.; WALKER, P. F. Strongyloides hyperinfection presenting as

acute respiratory failure and gram-negative sepsis. Chest Journal, v. 128, n. 5, p. 3681-3684,

nov. 2005.

NICOLOFF, G.; BLAZHEV, A.; PETROVA, C.; CHRISTOVA, P. Circulating immune

complexes among diabetic children. Clinical e Developmental Immunology, v. 11, n. 1, p.

61-66, mar. 2004.

57

NOVOTNA, M.; PODZIMEK,

S.; BROUKAL, Z.; LENCOVA, E.; DUSKOVA, J.

Periodontal diseases and dental caries in children with type 1 diabetes mellitus. Mediators of

Inflammation, v. 2015, ID 379626, mai. 2015.

O'DEA, A.; TIERNEY, M.; MCGUIRE, B. E.; NEWELL, J.; GLYNN, L. G.; GIBSON, I.;

NOCTOR, E.; DANYLIV, A.; CONNOLLY, S. B.; DUNNE, F. P. Can the Onset of Type 2

Diabetes Be Delayed by a Group-Based Lifestyle Intervention in Women with Prediabetes

following Gestational Diabetes Mellitus (GDM)? Findings from a Randomized Control

Mixed Methods Trial. Journal of Diabetes Research, v. 2015, ID 798460, mar. 2015.

OLIVEIRA, L. C. M.; RIBEIRO, C. T.; MENDES, D. M.; OLIVEIRA, T. C.; COSTA-CRUZ,

J. M. Frequency of Strongyloides stercoralis infection in alcoholics. Memórias do Instituto

Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 97, n. 1, p. 119-121, jan. 2002.

OSTERA, G., BLUM, J. Strongyloidiasis: risk and healthcare access for Latin American

immigrants living in the United States. Current Tropical Medicine Reports, v. 3, p. 1-3,

2016.

PADIGEL, U. M.; LEE, J. J.; NOLAN, T. J.; SCHAD, G. A.; ABRAHAM, D. Eosinophils

can function as antigen-presenting cells to induce primary and secondary Immune responses

to Strongyloides stercoralis. Infection and Immunity, v. 74, n. 6, p. 3232-3238, jun. 2006.

PANDA, S.; KAR, A.; UPASANA DAS, U.; ROUT, N. Cervical strongyloidiasis in an

immunocompetent patient: A clinical surprise. Indian Journal of Pathology e microbiology,

v. 58, n. 3, p. 389-391, 2015.

PASQUALOTTO, K. R.; ALBERTON, D.; FRIGERI, H. R. Diabetes mellitus e

complicações. Journal of Biotechnology and Biodiversity, v. 3, n. 4, p. 134-145, nov. 2012.

PAULA, F. M.; COSTA-CRUZ, J. M. Epidemiological aspects of strongyloidiasis in Brazil.

Parasitology, v. 138, n. 11, p. 1331-1340, 2011.

PAULA, F. M.; SITTA, R. B.; MALTA, F. M.; GOTTARDI, M.; CORRAL, M. A.;

GRYSCHEK, R. C. B.; CHIEFFI, P. P. Parasitological and molecular diagnosis in

experimental Strongyloides venezuelensis infection. Revista do Instituto de Medicina

Tropical de São Paulo, v. 55, n. 2, p. 141-143, abr. 2013.

PAULA, F. M.; CORRAL, M. A.; MEISEL, D. M. C.; COSTA, S. F.; ABDALA, E.;

PIERROTTI, L. C.; YAMASHIRO, J.; CHIEFFI, P. P.; GRYSCHEK, R. C. B. G.

Immunofluorescence assay for diagnosis of strongyloidiasis in immunocompromised patients.

Infectious Diseases, v. 47, n. 8, 2015a.

PAULA, F. M.; MALTA, F. M.; MARQUES, P. D.; SITTA, R. B.; PINHO, J. R. R.;

GRYSCHEK, R. C. B.; CHIEFFI, P. P. Molecular diagnosis of strongyloidiasis in tropical

areas: a comparison of conventional and real-time polymerase chain reaction with

parasitological methods. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v. 110, n. 2, p. 272-274,

abr. 2015b.

PEREIRA, R. A relação entre dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2. Cadernos UniFOA,

ed. 17, p. 89-94, dez. 2011.

58

PERES, R. S.; CHIUSO-MINICUCCI, F.; ROSA, L. C.; DOMINGUES, A.; ZORZELLA-

PEZAVENTO, S. F. G.; FRANÇA, T. Z. D.; ISHIKAWA, L. L. W.; AMARANTE, A. F. T.;

SARTORI, A. Previous contact with Strongyloides venezuelensis contributed to prevent

insulitis in MLD-STZ diabetes. Experimental Parasitology, v. 134, p. 183-189, 2013.

PORTO, M. A. F.; MUNIZ, A.; OLIVEIRA JÚNIOR, J.; CARVALHO, E. M. Implicações

clínicas e imunológicas da associação entre o HTLV-1 e a estrongiloidíase. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 35, n. 6, p. 641-649, nov./dez. 2002.

PUTHIYAKUNNON, S.; BODDU, S.; LI, Y.; ZHOU, X.; WANG, C.; LI, J.;CHEN, X.

Strongyloidiasis - An Insight into Its Global Prevalence and Management. Plos Neglected

Tropical Diseases, v. 8, n. 8, e. 3018, ago. 2014.

RAMÍREZ-OLIVENCIA, G.; ESPINOSA, M. A. C.; MARTÍN, A. B.; NÚÑES, N. I.;

PARRAS, E. R.; NÚÑES, M. L.; PUENT, S. P. Imported strongyloidiasis in Spain.

International Journal of Infectious Diseases, v. 18, p. 32-37, 2014.

RAPOPORT, A. B.; MCCORMICK, D.; COHEN, P. A. Screening for Schistosoma mansoni

and Strongyloides stercoralis Infection Among Brazilian Immigrants in the United States. The

Journal of Infectious Diseases, v. 2, n. 1, jan. 2015.

RASCOE, L. N.; PRICE, C.; SHIN, S. H.; MCAULIFFE, I.; PRIEST, J. W.; HANDALI, S.

Development of Ss-NIE-1 Recombinant Antigen Based Assays for Immunodiagnosis of

Strongyloidiasis. PLoS Neglected Tropical Diseases, doi: 10.1371/journal.pntd.0003694,

abr. 2015.

REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

391 p.

REZENDE, S. A.; LAMBERTUCCI, J. R.; GOES, A. M. Role of immune complexes from

patients with different clinical forms of Schistosomiasis in the modulation of in vitro

granuloma reaction. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 92, n. 5, p.

683-687, set./out. 1997.

RIBEIRO, V. S.; FELICIANO, N. D.; GONZAGA, H. D.; COSTA, I. N.; GONÇALVES-

PIRES, M. R. F.; UETA, M. T.; COSTA-CRUZ, J. M. Detergent fraction of heterologous

antigen to detect IgA and IgG in strongyloidiasis using saliva and serum paired samples.

Immunology, v. 134, p. 69–74, 2010.

RIGO, C. R.; LESCANO, S. Z.; MARCHI, C. R.; AMATO NETO, V. Avaliação da resposta

imune humoral frente a antígenos de Strongyloides venezuelensis. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 41, n. 6, p. 648-653, nov./dez. 2008.

RODRIGUES, R. M.; DE OLIVEIRA, M. C.; SOPELETE, M. C.; SILVA, D. A.; CAMPOS,

D. M.; TAKETOMI, E. A.; COSTA-CRUZ, J. M. IgG1, IgG4, and IgE antibody responses in

human strongyloidiasis by ELISA using Strongyloides ratti saline extract as heterologous

antigen. Parasitology Research, v. 101 p. 1209-1214, 2007.

RODRIGUES, R. M.; SILVA, N. M.; GONC¸ALVES, A. L. R; CARDOSO, C. R.; ALVES,

R.; GONÇALVES, F. A.; BELETTI, M. E.; UETA, M. T.; SILVA, J. S. S.; COSTA-CRUZ, J.

59

M. Major histocompatibility complex (MHC) class II but not MHC class I molecules are

required for efficient control of Strongyloides venezuelensis infection in mice. Immunology,

v. 128, e. 432-441, 2009.

RODRIGUES, R. M.; CARDOSO, C. R.; GONÇALVES, A. L. R.; SILVA, N. M.; MASSA,

V.; ALVES, R.; UETA, M. T.; SILVA, J. S.; COSTA-CRUZ, J. M. Increased susceptibility to

Strongyloides venezuelensis infection is related to the parasite load and absence of major

histocompatibility complex (MHC) class II molecules. Exeprimental Parasitology, v. 135, p.

580-586, 2013.

RUGAI, E.; MATTOS, T.; BRISOLA, A. P. Nova técnica para isolar larvas de nematoides

das fezes: modificações do método de Baermann. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v. 14, p.

5-8, 1954.

SALVADOR, F.; SULLEIRO, E.; SANCHEZ-MONTALVA, A.; SAUGAR, J. M.;

RODRIGUEZ, E.; PAHISSA, A.; MOLINA, I. Usefulness of Strongyloides stercoralis

serology in the management of patients with eosinophilia. The American Journal of

Tropical Medicine Hygiene, v. 90, n. 5, p. 830-834, mai. 2014.

SANTOS, M. A.; MARQUES, L. A. S.; OLIVEIRA-CARDOSO, E. A.; MASTROPIETRO,

A. P.; TEIXEIRA, C. R. S.; ZANETTI, M. L. Percepção de pacientes com diabetes mellitus

tipo 1 sobre o transplante de células-tronco hematopoéticas. Psicologia: Teoria e Pesquisa,

v. 28, n. 4, p. 425-433, out./dez. 2012.

SANTOS, É. A.; MORAES, D.; SOUZA, J. B. A.; MENDES, J. A. A.; FREITAS, L. H. B.;

VILELA, C. F.; RODRIGUES, R. M. Prevalência de parasitoses intestinais em crianças de

escolas municipais de Jataí, Goiás. In: XXIV CONGRESSO DA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE PARASITOLOGIA, 24, 2015, Salvador. Anais do XXIV Congresso

Brasileiro de Parasitologia. Salvador: 2015. p. 607.

SAUNDERS, K. A.; RAINE, T.; ANNE COOKE, A.; LAWRENCE, C. E. Inhibition of

autoimmune Type 1 diabetes by gastrointestinal helminth infection. Infection and Immunity,

v. 75, n. 1, p. 397-407, jan. 2007.

SCHAFFEL, R.; NUCCI, M.; CARVALHO, E.; BRAGA, M.; ALMEIDA, L.; PORTUGAL,

R.; PULCHERI, W. The value of an immunoenzymatic test (enzyme-linked immunosorbent

assay) for the diagnosis of strongyloidiasis in patients immunosuppressed by hematologic

malignancies. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 65, n. 4, p. 346-350,

2001.

SCHÄR, F.; TROSTDORF, U.; GIARDINA, F.; KHIEU, V.; MUTH, S.; MARTI, H.;

VOUNATSOU, P.; ODERMATT, P. Strongyloides stercoralis: Global distribution and risk

factors. PLOS Neglected Tropical Diseases, v. 7, n. 7, p. e 2288, jul. 2013.

SCHMIDT, M. I.; DUNCAN, B. B.; SILVA, G. A.; MENEZES, A. M.; MONTEIRO, C. A.;

BARRETO, S. M.; CHOR, D.; MENEZES, P. R. Doenças crônicas não transmissíveis no

Brasil: carga e desafios atuais. The Lancet, London, p. 61-74, Mai. 2011. Disponível em:

http://download.thelancet.com/flatcontentassets/pdfs/brazil/brazilpor4.pdf.

SCHUETZ, P.; CASTRO, P.; SHAPIRO, N. I. Diabetes and sepsis: preclinical findings and

clinical relevance. Diabetes Care, v. 34, p. 771-778, mar. 2011.

60

SEISCENTO, M. Tuberculose em situações especiais: HIV, diabetes mellitus e insuficiência

renal. Pulmão RJ, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 23-26, 2012.

SESTERHEIM, P.; SAITOVITCH, D.; STAUB, H. L. Diabetes mellitus tipo 1: multifatores

que conferem suscetibilidade à patogenia auto-imune. Scientia Medica, Porto Alegre, v. 17,

n. 4, p. 212-217, out./dez. 2007.

SHAH, B. R.; HUX, J. E. Quantifying the risk of infectious diseases for people with diabetes.

Diabetes Care, v. 26, n. 2, fev. 2003.

SHAH, R. B.; PATEL, M.; DAVID, M.; MAAHS, D. M.; SHAH, V. N. Insulin delivery

methods: Past, present and future. International Journal of Pharmaceutical investigation, v. 6,

n. 1, jan. 2016.

SHETH, S.; ASSLO, F.; HALLIT, R.; SISON, R.; AFRIDI, M.; SPIRA,R.; DEPASQUALE,

J.; SLIM,J.; BOGHOSSIAN, J. Strongyloidiasis: The cause of multiple gastrointestinal ulcers

in an immunocompetent individual. Hindawi Publishing Corporation, v. 2014, ID 346256,

2014.

SHUKLA, S.; CHAUHAN, R.; WADHWA, S.; SEHGAL, SINGH, S. Strongyloides

stercoralis hyperinfection causing eosinophilic ascites. Diagnostic Cytopathology, v. 43, n. 9,

p. 731-733, 2015.

SIDDIQUI, A. A.; BERCK S. L. Diagnosis of Strongyloides stercoralis infection. Clinical

Infection Diseases, v. 33, p. 1040-1047, 2001.

SILVA, L. P.; BARCELOS, I. S. C.; PASSOS-LIMA, A. B.; ESPINDOLA, F. S.; CAMPOS,

D. M. B.; COSTA-CRUZ, J. M. Western Blotting using Strongyloides ratti antigen for the

detection of IgG antibodies as confirmatory test in human strongyloidiasis. Memórias do

Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, v. 98, n. 5, p. 687-691, jul. 2003.

SILVA, C. T. Interferência da dexametasona no ciclo pulmonar da infecção por

Strongyloides venezuelensis em ratos Wistar. Ribeirão Preto, 2008. 79 p. Dissertação (Pós-

graduação em Ciências Médicas). Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina de

Ribeirão Preto.

SILVA, H.; CARVALHO, C. J. V; LEVENHAGEN, M. A.; COSTA-CRUZ, J. M. The

detergent fraction is effective in the detection of IgG anti-Strongyloides stercoralis in serum

samples from immunocompromised individuals. Parasitology International, v. 63, p. 790-

793, 2014.

SOUZA, F. P. C.; VITORINO, R. R.; COSTA, A. P.; FARIA JÚNIOR, F. C.; SANTANA, L.

A.; GOMES, A. P. Esquistossomose mansônica: aspectos gerais, imunologia, patogênese e

história natural. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 9, n. 4, p. 300-307, jul./ago.

2011.

SOUZA, P. L. C.; SILVESTRE, M. R. S. Alimentação, estilo de vida e adesão ao tratamento

nutricional no diabetes mellitus tipo 2. Estudos, Goiânia, v. 40, n. 4, p. 541-555, out./dez.

2013.

61

SPARAPANI, V. C. O manejo do diabetes mellitus tipo 1 na perspectiva das crianças.

Ribeirão Preto, 2010. 131 p. Dissertação (Pós-graduação em Enfermagem em Saúde Pública).

Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

STEIN, L. H.; REDDING, K. M.; LEE, J. J.; NOLAN, T. J.; SCHAD, G. A.; LOK, J. B.;

ABRAHAM, D. Eosinophils utilize multiple chemokine receptors for chemotaxis to the

parasitic nematode Strongyloides stercoralis. Journal of Innate Immunity, v. 1, p. 618-630,

2009.

SUDRÉ, A. P.; MACEDO, H. W.; PERALTA, R. H. S.; PERALTA, J. M. Diagnóstico da

estrongiloidíase humana: importância e técnicas. Revista de Patologia Tropical, v. 35, n. 3,

p. 173-184, set./dez. 2006.

SULTANA, Y.; GILBERT, G. L.; AHMED, B.; LEE, R. Seroepidemiology of Strongyloides

stercoralis in Dhaka, Bangladesh. Parasitology, v. 139, p. 1513-1520, 2012.

TANGI, F. B.; FOKAM, E. B.; LONGDOH, N. A.; ETENENENG, E. J. Intestinal Parasites

in Diabetes Mellitus patients in the Limbe and Buea Municipalities, Cameroon. Diabetes

Research Open Journal, v. 2, n. 1, p. 147-153, 2016.

TAVARES, S.; CARVALHO, S.; ESTEVES, F.; DIAS, A. P.; GUIMARÃES, F.

Estrongiloidíase disseminada e íleo paralítico em doente com infecção VIH. Arquivos de

Medicina, v. 25, n. 2, abr. 2011.

TAYLOR, M. D.; VAN DER WERF, N.; MAIZELS, R. M. T cells in helminth infection: the

regulators and the regulated. Trends in immunology, v. 33, n. 4, p. 181-189, abr. 2012.

TEIXEIRA, M. C.; INÊS, E. J.; PACHECO, F. T.; SILVA, R. K.; MENDES, A. V.;

ADORNO, E. V.; LIMA, F. M.; SOARES, N. M. Asymptomatic Strongyloides stercoralis

hyperinfection in an alcoholic patient with intense anemia. The Journal of Parasitology, v.

96, n. 4, p. 833-835, ago. 2010.

TIWARI, S.; RAUTARAYA, B.; TRIPATHY, K. P. Hyperinfection of Strongyloides

stercoralis in an immunocompetent patient. Tropical Parasitology, v. 2, n. 2, p. 135-137, jul.

2012.

VAN DOORN, H. R.; KOELEWIJN, R.; HOFWEGEN, H.; GILIS, H.; WETSTEYN, J. C. F.

M.; WISMANS, P. J.; SARFATI, C.; VERVOORT, T.; VAN GOOL, T. Use of Enzyme-

Linked Immunosorbent Assay and Dipstick Assay for detection of Strongyloides stercoralis

infection in humans. Journal of Clinical Microbiology, v. 45, n. 2, p. 438-442, fev. 2007.

VASCONCELOS, H. C. A.; ARAÚJO, M. F. M.; DAMASCENO, M. M. C.; ALMEIDA, P.

C.; FREITAS, R. W. J. F. Fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2 entre adolescentes.

Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 44, n. 4, dez. 2010.

VELOSO, M. G. P.; PORTO, A. S.; MORAES, M. Hiperinfecção por Strongyloides

stercoralis: relato de caso autopsiado. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina

Tropical, v. 41, n. 4, p. 413-415, jul./ago. 2008.

62

VIANA, M. R.; RODRIGUEZ, T. T. Complicações cardiovasculares e renais no diabetes

mellitus. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salvador, v. 10, n. 3, p. 290-296,

set./dez. 2011.

VIEIRA, A. C.; AMARANTE, M. K. Prevalência de helmintos no município de Ibiporã,

Paraná, no período de 2004 a 2006. Biosaúde, v. 13, n. 1, p. 23-37, 2011.

VIGGIANO, C. E. Uma revisão sobre diabetes melito. Revista Brasileira de Ciências da

Saúde, v. 3, n. 11, jan./mar. 2007.

VINEY, M. E.; LOK, J. B. Strongyloides spp. WormBook, doi:10.1895/wormbook.1.141.1.,

p. 1-19, mai. 2007.

WANG, C.; XU, J.; ZHOU, X.; LI, J.; YAN, G.; JAMES, A. A.; CHEN, X. Strongyloidiasis:

an emerging infectious disease in China. The American Journal of Tropical Medicine and

Hygiene, v. 88, p. 420-425, 2013.

WIN, T. T.; SITIASMA, H.; ZEEHAIDA, M. Strongyloides stercoralis induced bilateral

blood stained pleural effusion in patient with recurrent Non-Hodgkin lymphoma. Tropical

Biomedicine, v. 28, n. 1, p. 64-67, 2011.

WOLL, F.; GOTUZZO, E.; MONTES, M. Strongyloides stercoralis infection complicating

the central nervous system. Handbook of Clinical Neurology, v. 144, p. 229-234, 2013.

WON, E. J.; JEON, J.; KOH, Y.; RYANG, D. W. Strongyloidiasis in a diabetic patient

accompanied by gastrointestinal stromal tumor: cause of eosinophilia unresponsive to steroid

therapy. The Korean Journal of Parasitology, v. 53, N. 2, p. 223-226, abr. 2015.

YASUDA, K.; MATSUMOTO, M.; NAKANISHI, K. Importance of both innate immunity

and acquired immunity for rapid expulsion of S. venezuelensis. Frontiers in immunology, v.

5, n. 118, mar. 2014.

YENDE, S.; POLL, T. V. D.; LEE, M. J.; HUANG, D. T.; NEWMAN, A. B.; KONG, L.;

KELLUM, J. A.; HARRIS, T. B.; BAUER, D.; S. S.; ANGUS, D. C. The influence of pre-

existing diabetes mellitus on the host immune response and outcome of pneumonia: analysis

of two multicenter cohort studies. Thorax, v. 65, n. 10, p. 870-877, out. 2010.

YORI, P. P.; KOSEK, M.; GILMAN, R. H.; CORDOVA, J.; BERN, C.; CHAVEZ, C. B.;

OLORTEGUI, M. P.;MONTALVAN, C.; SANCHEZ, G. M.; WORTHEN, B.; WORTHEN,

J.; LEUNG, F.; ORÉ, C. V. Seroepidemiology of strongyloidiasis in the Peruvian Amazon.

The American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 74, n. 1, p. 97-102, jan. 2006.

ZACCONE, P.; BURTON, O.; MILLER, N.; JONES, F. M.; DUNNE, D. W.; COOKE, A.

Schistosoma mansoni egg antigens induce Treg that participate in diabetes prevention in NOD

mice. European Journal of Immunology, v. 39, p. 1098-1107, 2009.

ZACCONE, P.; COOKE, A. Helminth mediated modulation of Type 1 diabetes (T1D).

International Journal for Parasitology, v. 43, p. 311-318, 2013.

63

ZAHA, O.; HIRATA, T.; KONJO, F.; SAITO, A. Strongyloidiasis--progress in diagnosis and

treatment. Internal Medicina, v. 39, n. 9, p. 695-700, 2000.

ZUETER, A. M.; MOHAMED, Z.; ABDULLAH, A. D.; MOHAMAD, N.; ARIFIN, N.;

OTHMAN, N.; NOORDIN, R. Detection of Strongyloides stercoralis infection among cancer

patients in a major hospital in Kelantan, Malaysia. Singapore Medical Journal, v. 55, n. 7, p.

367-371, 2014.

64

ANEXO A

65

66

67

68

APÊNDICE I

CARTA DE ANUÊNCIA INSTITUCIONAL

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: “Avaliação do perfil parasitológico, imunológico e molecular da

estrongiloidíase em pacientes com Diabetes mellitus”

Pesquisador Responsável: Profa. Dra. Rosângela Maria Rodrigues

Telefone para contato: (64)3606-8286/ 3632-7261 e (64) 9623-2172

Pesquisadores participantes: Profa. Márcia Carolina Mazzaro, Técnico em Análises Clínicas

Curso de Biomedicina João Batista Alves de Souza,

Acadêmicos do Curso de Biomedicina Jefferson Elias de Oliveira; Laura Vilela Souza

Discente de pós-graduação: Émelin Alves dos Santos - Pós-graduação em Ciências Aplicadas

à Saúde Regional Jataí

Descrição da pesquisa

A estrongiloidíase é uma doença parasitária de importância em países de clima tropical e

subtropical. Embora seja uma infecção limitada ao trato gastrointestinal geralmente é

assintomática, mas pode levar o paciente a óbito em casos de hiperinfecção e doença

disseminada. O diabetes mellitus atualmente constitui uma epidemia mundial, atinge todas as

faixas etárias, inclusive gestantes, não tem distinção entre sexo, raça e condições

socioeconômicas. A prevenção do diabetes e suas complicações consistem em uma

preocupação mundial devido às complicações agudas e crônicas que ocasiona alta

morbimortalidade, além de acarretar elevados custos para os sistemas de saúde. O indivíduo

portador de diabetes esta propenso a desenvolver várias patologias decorrentes da doença,

bem como outras doenças associadas como a estrongiloidíase. O projeto será realizado na

unidade básica de saúde James Philip, Jataí - GO. A pesquisa será realizada mediante a

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As amostras de fezes e sangue

serão obtidas de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 e indivíduos

saudáveis controle negativo para estrongiloidíase confirmado pelo exame parasitológico de

fezes. Detalhes sobre o curso da doença serão obtidos a partir da análise do prontuário médico

previamente obtido na Unidade Básica de Saúde com atenção especial aos dados clínicos e

laboratoriais de cada paciente. O diagnóstico imunológico para detecção de anticorpos

específicos e imunocomplexos circulantes soro de pacientes diabéticos com estrongiloidíase e

grupo controle serão feito pelo teste ELISA. Para detectar o DNA de S. stercoralis em

amostras de fezes de pacientes com diabetes mellitus será realizada reação em cadeia da

polimerase (PCR). Considerando o impacto da estrongiloidíase em determinados grupos de

pacientes, ressalta-se a necessidade de realizar este estudo que tem como objetivo delinear o

perfil parasitológico, imunológico e molecular da estrongiloidíase, em pacientes diabéticos.

Neste contexto, a realização desta pesquisa servirá também de suporte para o diagnóstico

desta doença em outros grupos considerados de riscos para a forma disseminada da

estrongiloidíase.

69

Nome e Assinatura do pesquisador _______________________________________

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO INSTITUCIONAL

Eu,___________________________________________________________________,

RG/matrícula/CPF________________________, cargo: Secretário Municipal de Saúde

abaixo assinado, concordo que o estudo “Avaliação do perfil parasitológico, imunológico e

molecular da estrongiloidíase em pacientes com Diabetes mellitus”

Fui devidamente informado (a) e esclarecido(a) pelo pesquisador(a)

___________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim

como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido

que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer

penalidade.

Jatai, / /2014.

Nome e Assinatura do representante institucional:_____________________________

70

APÊNDICE II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

DEPARTAMENTO DE BIOMEDICINA

LABORATÓRIO DE PARASITOLOGIA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário (a), desta pesquisa. Após ser

esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine

ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador

responsável. Em caso de recusa você não será penalizado de forma alguma. Em caso de

dúvida você poderá procurar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de

Goiás pelos telefones (62) 3521-1215 /1076

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: “Avaliação do perfil parasitológico, imunológico e molecular da

estrongiloidíase em pacientes com Diabetes mellitus”

Pesquisador Responsável: Profa. Dra. Rosângela Maria Rodrigues

Telefone para contato: (64)3606-8286/ 3632-7261 e (64) 9623-2172

Pesquisadores participantes: Profa. Márcia Carolina Mazzaro, Técnico em Análises Clínicas

Curso de Biomedicina João Batista Alves de Souza,

Acadêmicos do Curso de Biomedicina Jefferson Elias de Oliveira; Laura Vilela Souza

Discente de pós-graduação: Émelin Alves dos Santos - Pós-graduação em Ciências Aplicadas

à Saúde Regional Jataí

Descrição da pesquisa: A sua participação será de grande importância para o nosso estudo. Através dela poderemos

verificar a presença de infecção por um parasito chamado Strongyloides stercoralis. Para tal,

precisamos do seu consentimento para obtenção de três amostras de fezes e uma de sangue

para realização do diagnóstico parasitológico e imunológico e também para termos acesso ao

seu prontuário para anotarmos os dados laboratoriais e clínicos. Para iniciarmos nossas

atividades entregaremos um pote de plástico, para que o Sr. (a) em sua residência proceda a

coleta de amostras de fezes, posteriormente entregaremos os potes seguintes até completar as

três amostras. Os potes poderão ser entregues nos postos de saúde, ou no centro médico, ou se

não for possível levar até esses locais, buscaremos em sua residência. Nessa amostra de fezes

serão realizados testes para pesquisa de parasito intestinal (Strongyloides stercoralis), e caso

seja positivo, será oferecido tratamento gratuito. Na amostra de sangue faremos o diagnóstico

para verificar a presença de anticorpos contra este parasito. As amostras de fezes e as de

sangue serão acondicionados em caixas de isopor separadamente e conduzidas para o

Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal da Regional Jataí onde serão analisadas.

O benefício do estudo é conhecer quantos pacientes que tratam diabetes apresentam essa

infecção. Seu nome não será exposto em hipótese alguma. As fezes serão identificadas por

números. Serão garantidos o anonimato e sigilo das informações, além da utilização dos

resultados para fins unicamente científicos. O Sr. (a) poderá solicitar informações ou

esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa a qualquer momento, assim como poderá

retira-se do estudo e poderá não permitir a utilização de seus dados em qualquer momento do

71

estudo. Sendo um participante voluntário, o Sr.(a) não terá nenhum pagamento ou despesa

referente a sua participação no estudo

_________________________________________________________________

Assinatura do membro da equipe

Telefone para contato: (64) 9623-2172

Comitê de Ética: (62) 3521-1215 /1076

Eu _________________________________________________________________, me

responsabilizo pela participação de ____________________________________________ no

projeto de pesquisa intulado “Avaliação do perfil parasitológico, imunológico e molecular

da estrongiloidíase em pacientes com Diabetes mellitus” Este projeto será realizado no Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal de Goiás

Regional Jataí.

Estou ciente de todos os procedimentos abaixo relacionados serão realizados no Laboratório

de Parasitologia da Universidade Federal de Goiás

- Coleta de três amostras de fezes, para realização de exames coproparasitológicos e análise

molecular

- Coleta de uma amostra de sangue, para a realização da análise sorológica para

estrongiloidíase.

Terei a garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida

a cerca de procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a

investigação. Terei a liberdade de me retirar da pesquisa a qualquer momento em que desejar,

sem a necessidade prévia de explicações. Estarei ciente que a amostra de soro obtida pela

coleta do sangue poderá ser utilizada para realização de outras pesquisas clínicas pelos

pesquisadores no intervalo de 10 anos.

Autorizo amostra de sangue para pesquisas futuras ( )

Não autorizo ( )

Será respeitado o caráter confidencial das informações fornecidas, não sendo permitida minha

identificação.

Jataí, _____ de __________________ de 201__

__________________________________________________________

Assinatura do Responsável