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Determinação social da saúde do trabalhador Guilherme Albuquerque - UFPR CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE DO PARANÁ 2009

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Determinação social da saúde do trabalhador

Guilherme Albuquerque - UFPR

CONFERÊNCIA ESTADUAL DE SAÚDE DO PARANÁ 2009

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TRABALHO HUMANO (SALTO ONTOLÓGICO)

• Modificando a natureza produz seus meios de vida afastando os limites impostos pela natureza adaptando-a a seus intentos

• Cria os objetos humanos (inclusive os conhecimentos)

• Trabalho (SOCIAL) de interdependência (relações dos homens com a natureza e entre si)

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PRODUÇÃO DO HUMANO NO HOMEM

• Cria uma segunda natureza, uma realidade humana. (apropriação e objetivação)

• O ser humano, sobre uma base natural, biológica, assenta uma base cultural na produção da sua humanidade. – fala escreve, voa, tem olhar

microscópico e telescópico etc (objetivação do ser humano)

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CONDIÇÕES DA PRODUÇÃO DO HUMANO NO HOMEM

• O caráter humano (o que é, quanto e como vive) é dado, em cada momento histórico, – pelo grau de desenvolvimento

da produção humana (produção dos objetos humanos) e

– pela forma como a sociedade organiza tal produção e as relações de produção.

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DIFERENÇAS NAS CONDIÇÕES DA PRODUÇÃO DO HUMANO NO HOMEM

• Em sociedades de classe as relações de produção geram desiguais condições de vida– diferenças no quanto e

como vivem as pessoas pertencentes às diferentes classes e frações de classe.

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DIFERENÇAS NAS CONDIÇÕES DA PRODUÇÃO DO HUMANO NO HOMEM

• Diferenças: – Maior ou menor desgaste no

trabalho– Maior ou menor possibilidade

de acesso aos meios de vida (produtos )

– Maior ou menor grau de liberdade e auto-realização

• Gerando: – maior ou menor sobrevida e

surgimento maior ou menor de doenças.

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DIFERENÇAS NA SAÚDE ENTRE OS HUMANOS

• Saúde - estar vivo e em condição de nos objetivarmos como humanos (realizarmos em cada um de nós o que a humanidade já estabeleceu como possibilidade -viver 100 anos, voar, etc.)

• Essa objetivação depende da possibilidade de apropriação daquilo que a humanidade produziu.

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DIFERENÇAS NA SAÚDE ENTRE OS HUMANOS

• A saúde (possibilidade de viver por todo o tempo e na qualidade que caracteriza o gênero humano) depende do acesso ao produto da civilização e esse acesso se dá para cada grupo, de diferentes formas, na dependência de como se organiza a vida em cada sociedade.

• A forma como se organiza a vida em sociedade determina diferentes formas de viver, adoecer e morrer, para os diferentes grupos sociais. – Mesma sociedade em diferentes momentos históricos– Mesmo momento duas sociedades diferentes– Mesma sociedade, mesmo momento, diferentes classes

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DIFERENÇAS NA SAÚDE ENTRE OS HUMANOS

• No capitalismo:

conflito capital X trabalho

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DIFERENÇAS NA SAÚDE ENTRE OS HUMANOS

“ Pode-se dizer, sem paradoxo, que o capital fixa previamente a duração média da existência, para os

diferentes estratos sociais e distribui taticamente sua sentença de morte” (Pollack,1972)

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Processos críticos

• Produção/trabalho• Consumo• Política• Ideologia• Meio ambiente

• No capitalismo: – Processo de produção = processo de exploração – Trabalho abstrato

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Neoliberalismo

• Crise do capital (superprodução relativa) acentuação da exploração diante da necessidade de recuperar lucro

• Desemprego, terceirizados, sem carteira... sobrantes.

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Saúde do trabalhador– Combater neoliberalismo

• Aumentar amparo do Estado• Reduzir privatização, terceirização,

fundações estatais de direito privado...• Garantir e reforçar direitos trabalhistas

– Combater exploração do trabalhador– Reduzir carga de trabalho

• século XIX lei das 10 horas por dia.• Século XXI 12h por semana.

– Gerar emprego (público inclusive)– Superar (por incorporação) medicina

do trabalho e saúde ocupacional.– Dar visibilidade aos problemas de

saúde do trabalhador e aos processos críticos que os determinam

– Superar o fundamentalismo econômico e o modo de produção capitalista

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• Arouca – reforma sanitária = reforma social visando uma revolução, no sentido de priorizar a vida humana acima de tudo.

CONSTITUIR NO BRASIL UM SISTEMA DE SAÚDE UNIVERSAL TAMBÉM ERA VISTO COMO IMPOSSÍVEL ANTES DA REFORMA SANITÁRIA