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DETERMINANTES E GAPS DA QUALIDADE EM SERVIÇOS NO SETOR DE CONTROLE DE PRAGAS URBANAS Ricardo Borges Gattás Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Especialista do Curso de Entomologia Urbana: Teoria e Prática. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Rio Claro - SP Agosto - 2008

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DETERMINANTES E GAPS DA QUALIDADE

EM SERVIÇOS NO SETOR DE

CONTROLE DE PRAGAS URBANAS

Ricardo Borges Gattás

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro – UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Especialista do Curso de Entomologia Urbana: Teoria e Prática.

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Rio Claro - SP Agosto - 2008

II

DETERMINANTES E GAPS DA QUALIDADE

EM SERVIÇOS NO SETOR DE

CONTROLE DE PRAGAS URBANAS

Ricardo Borges Gattás

Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro – UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Especialista do Curso de Entomologia Urbana: Teoria e Prática.

Orientador: Ana Eugênia de Carvalho Campos

Co-orientador: Prof. Luiz Cesar Ribeiro Carpinetti

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Rio Claro - SP Agosto - 2008

III

“Não corrigir nossas falhas é o mesmo

que cometer novos erros”

Confúcio

IV

AGRADECIMENTOS

A minha esposa, Júlia, pelo carinho, paciência, compreensão e apoio, sem os quais a realização deste curso teria sido inviável. As minhas filhas, Maria Fernanda e Maria Flávia, que, durante muitos finais de semana, foram privadas de minha companhia para que eu pudesse honrar meus compromissos. A minha mãe, Maria Lúcia, pela contribuição e incentivo para realização deste curso. Ao Prof. Carlos Goldenberg, da EESC-USP, pelas valiosas contribuições e críticas. Ao Prof. Carpinetti, da EESC-USP, pela oportunidade concedida e orientação em todas as etapas do trabalho. Aos profs. Odair Correa Bueno e Ana Eugênia de Carvalho Campos, pela oportunidade de poder desenvolver este tema dentro do Curso de Especialização. À UNESP de Rio Claro e ao Instituto Biológico por proporcionarem tal Curso.

V

ÍNDICE

Página

AGRADECIMENTOS ..................................................... IV

RESUMO ....................................................................... VI

ABSTRACT ................................................................... VII

1 INTRODUÇÃO ............................................................ 1

1.1 Contextualização ................................................... 1

1.2 Justificativa ou problematização ............................ 2

1.3 Objetivo geral ......................................................... 3

1.4 Método de desenvolvimento do trabalho ............... 3

1.5 Estrutura do trabalho .............................................. 4

2 MERCADO DE CONTROLE DE PRAGAS URBANAS.. 5

3 QUALIDADE EM SERVIÇOS ........................................ 8

3.1 Definição de serviços ............................................... 8

3.2 Conceito de qualidade ............................................. 10

3.3 Conceito de qualidade em serviços ......................... 11

3.4 Determinantes da qualidade em serviços................. 14

3.5 Modelo “5 gaps” da análise da qualidade em

serviços..................................................................... 17

4 DETERMINANTES E GAPS DA QUALIDADE EM

SERVIÇOS DE CONTROLE DE PRAGAS .............. 20

4.1 Determinantes da qualidade em controle

de pragas .................................................................. 20

4.2 Gaps: interpretação para o mercado de

controle de pragas urbanas....................................... 22

4.3 Análise de casos ....................................................... 24

4.4 Recuperação de serviço ........................................... 30

4.5 Síntese da análise de Gaps ..................................... 32

5 CONCLUSÃO ................................................................ 34

6 Referências Bibliográficas........................................... 36

VI

RESUMO

Este trabalho é baseado em desenvolvimento teórico através de

uma revisão de literatura na área de qualidade em serviços em geral.

Tem como objetivo identificar os determinantes da qualidade em

serviços no setor específico de controle de pragas urbanas e através da

adaptação do modelo de análise dos Gaps1, proposto por Parasuraman,

caracterizar as principais lacunas ou Gaps encontrados na prestação de

serviços desse segmento.

O trabalho contribui para que os gerentes de empresas do setor

de controle de pragas urbanas otimizem a aplicação dos seus vários

tipos de recursos, nos atributos (determinantes) que trarão maior

benefício em termos de satisfação do cliente.

A adaptação do modelo de análise de Gaps é outra contribuição

que irá permitir aos gerentes melhor entendimento dos problemas e

falhas em serviços desse segmento, permitindo ações reparadoras

apropriadas e, conseqüentemente, melhoria nos serviços prestados.

1 Gap: significa a discrepância, para o cliente, entre a qualidade do serviço esperado e a qualidade do

serviço percebido.

VII

ABSTRACT

This work is based on theoretical development through a review of

literature on the area of quality of services in general

The objective is to identify the decisive factors to quality of

services, in the specific sector of urban pest control, and characterize the

main Gaps2 in the services rendered on this segment through the

adaptation of the Gaps analysis model, proposed by Parasuraman.

This work contributes so that managers of enterprises of the

sector of urban pest control, can optimize the application of their several

resources, in the attributes (determinative) that will bring higher benefits

in terms of client’s satisfaction.

The adaptation of the Gaps’ analysis model is another contribution

that will give the managers better knowledge of the problems and flaws in

services of this segment, allowing appropriate repairing actions and

consequently, improvement in the services provided.

2 Gaps: it means that the quality that a consumer perceives in a service is a function of the difference

between expected service and perceived service.

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Em 1800, a população urbana representava apenas 1,7% da

população mundial (ROBINSON, 1996).

Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA,

2007), no recém-divulgado relatório, a situação da população mundial

em 2007 mostra que é a primeira vez na história, que a população

mundial urbana ultrapassou, em número, a população rural, ou seja,

mais de 50% da população mundial vive em áreas urbanas.

No Brasil, segundo dados do IBGE em 19403, a população

brasileira era de aproximadamente 41 milhões de pessoas, sendo 31%

residindo em área urbana e 69% em área rural. Já no Censo

Demográfico de 20004, a população brasileira contava com cerca de 170

milhões de pessoas, sendo que aproximadamente 80% residiam em

áreas urbanas e 20% em áreas rurais e, na última Contagem da

População, realizada em 20075, a população brasileira foi estimada em

cerca de 184 milhões de pessoas.

Essa rápida urbanização gera muitos problemas de saúde

pública decorrentes da grande aglomeração de pessoas.

3 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censohistorico/1940_1996.shtm 4 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/populacao/pop_Censo2000.pdf 5 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/contagem2007/contagem.pdf

2

São milhares de pessoas vivendo e trabalhando em ambientes

fechados, necessitando de boa qualidade de vida para poderem produzir

e desempenharem minimamente suas funções no trabalho e

desfrutarem de conforto e segurança em suas casas. O crescimento

rápido sem estruturação e sem planejamento, contribui para piorar as

condições sanitárias e aumentar a poluição da água e do ar. Juntamente

com esses fatores, surgem as condições propícias para a proliferação de

muitas doenças, seus patógenos e vetores. É nesse contexto que se

inserem as pragas urbanas ou sinantrópicas.

As pragas urbanas ou sinantrópicas são aqueles animais que

coabitam com o homem os mesmos espaços, gerando desde problemas

de asco pela simples presença até prejuízos materiais, econômicos e

risco de vida para as pessoas.

A presença de tais pragas requer ou possibilita a ação de equipes

de saúde pública e/ou empresas particulares prestadoras de serviços no

setor de controle de pragas urbanas. É nesse quadro de crescimento

que se evidencia a importância de as empresas dedicarem maior

atenção à qualidade com que seus serviços são prestados.

1.2 Justificativa ou problematização

Figueiredo; Ozório e Arkader (2002:57), afirmam que, “embora

sejam conhecidos vários instrumentos visando a prevenção dos erros

(QFD, ferramentas de controle estatístico da qualidade, poka-yokes), o

progresso tem sido apenas limitado em virtude do desconhecimento

quer da natureza, quer dos tipos de erros específicos de cada setor, o

que impede uma atuação mais efetiva, de prevenção ou mesmo de

recuperação de falhas”. Daí a importância de se compreender a origem

e a natureza das falhas para a gestão da qualidade em empresas de

serviço.

O primeiro modelo específico para a avaliação de serviços pode

ser atribuído ao trabalho dos pesquisadores norte-americanos

3

Parasuraman, Zeitham e Berry (1985), que desenvolveram modelo

visando obter critérios para avaliação da qualidade em serviços. Os

critérios de avaliação aplicados levaram em consideração as lacunas ou

Gaps que são as diferenças entre as expectativas dos usuários e o que

é realmente oferecido. São esses Gaps os grandes obstáculos para se

atingir nível de excelência na prestação de serviços.

O modelo dos Gaps, proposto por Parasuraman, constitui o

modelo de avaliação de maior credibilidade entre os especialistas, afirma

Rebelato (1995, p.131).

1.3 Objetivo geral

Caracterizar os determinantes relevantes da qualidade em

serviços para o setor de controle de pragas urbanas e adaptar o modelo

de análise dos Gaps para esse segmento, de tal forma que auxilie os

gerentes de empresas, desse setor, na caracterização de problemas

envolvendo a prestação de serviços e, conseqüentemente, melhorias

para se evitar essas falhas.

1.4 Método de desenvolvimento do trabalho

Realizar revisão de literatura na área de qualidade em serviços e

desenvolver proposta conceitual para o setor de serviços de controle de

pragas urbanas, propondo:

• um conjunto de determinantes da qualidade para os

serviços de controle de pragas urbanas;

• analisar as falhas típicas na prestação de serviços para o

setor de controle de pragas urbanas;

• adaptar o modelo de análise de Gaps, proposto por

Parasuraman, ao setor de serviços de controle de pragas

urbanas;

4

• propor pontos de melhoria para se evitar ou minimizar as

falhas identificadas.

1.5 Estrutura do Trabalho

Esta monografia estrutura-se da seguinte forma:

Primeiro capítulo

Introdução: introdução do estudo, contemplando a

contextualização, a justificativa, bem como o objetivo geral que se

pretende alcançar e o método de desenvolvimento do trabalho.

Segundo capítulo

Mercado de controle de pragas urbanas: abrange um breve perfil

do setor de Controle de Pragas Urbanas no mercado de serviços.

Terceiro capítulo:

Qualidade em serviços: mostrar os principais conceitos e

abordagens de autores a respeito do assunto - conceitos de serviços,

qualidade, qualidade em serviços, determinantes de qualidade em

serviços e descrição do modelo dos Gaps concebido pelos pesquisadores

Parasuraman, Zeitham e Berry (1985).

Quarto capítulo

Proposta: indica os determinantes de qualidade nos quais o

gerente deve focar seus esforços. Relaciona as falhas em serviços de

controle de pragas com os Gaps do modelo adotado e indica pontos de

melhoria para se evitar essas falhas.

Quinto capítulo

Conclusão: discussão final e conclusão do trabalho.

5

2 MERCADO DE CONTROLE DE PRAGAS URBANAS

A respeito do trabalho de revisão sobre o estado da arte do mercado de

controle de pragas urbanas, vale citar que sua realização foi trabalhosa pelo

reduzido número de informações disponíveis.

A SBVP, Sociedade Brasileira sobre Vetores e Pragas Sinantrópicas,

cujo objetivo é oferecer ao mercado as melhores condições técnicas para uma

atuação responsável, nasceu somente em 2001.

O primeiro Congresso Nacional sobre Pragas e Vetores em Ambiente

Urbano (I CONAPRAVE) foi realizado em 2002 e teve como objetivo identificar

e analisar os diferentes segmentos de mercado que necessitam dos serviços

de controle de pragas.

Segundo a SBVP (SBVP, 2004), “o mercado de controle profissional de

pragas e vetores é responsável por um faturamento anual estimado em R$ 575

milhões. No entanto, pouco se conhece ou se discute sobre as necessidades

dos diferentes mercados que são atendidos por estes profissionais”. Ainda no

mesmo artigo, a SBVP assinala que hospitais, hotéis, restaurantes, teatros,

cinemas, creches, escolas, padarias, indústrias alimentícias, têxteis, de papel,

dentre outras, fazem parte do universo atendido por essas empresas.

Ana Eugênia Campos (SBVP, 2004) aponta para a necessidade de se

conhecer melhor o mercado e suas perspectivas para poder alinhar objetivos

6

de pesquisas e atender melhor as necessidades específicas relativas ao

controle de vetores e pragas urbanas no Brasil.

Corrêa (2000), percebendo essa lacuna, realizou em 2000, pesquisa de

mercado para elaborar o perfil desse setor. Foram enviados 1000 questionários

contendo 28 perguntas. Desses foram respondidos 358 questionários. Os

dados que seguem são relativos à pesquisa:

➢ 52% das empresas controladoras de pragas urbanas no Brasil são

relativamente novas (de 2 a 5 anos). Somente 7% têm mais de 20 anos;

➢ 77% das empresas têm menos de 10 anos de atividade;

➢ 90% das empresas são compostas por 1 ou 2 sócios;

➢ 39% das empresas realizam capina química e 35% fazem limpeza de

caixas d’água;

➢ 39% das empresas controladoras de pragas foram fundadas por

antigos funcionários de outras empresas do ramo, que aprenderam o negócio e

iniciaram como empresários;

➢ somente 59% das empresas cumprem a legislação sobre os exames

médicos periódicos (semestrais) dos funcionários com relação os níveis da

acetilcolinesterase;

➢ 82% das empresas declararam não utilizar equipamentos de proteção

individual (EPI’s) na execução dos trabalhos;

➢ no Estado de São Paulo verificou-se que a barata corresponde a 36%

do faturamento das empresas, seguido do cupim (22%), rato (16%) e formiga

(13%);

➢ 58% das empresas procuram adquirir os produtos nos distribuidores

profissionais, habilitados a fornecer informações adequadas e oferecer

treinamentos técnicos para uso dos desinfestantes domissanitários;

➢ 34% das empresas vendem seus serviços por indicação e 29% são

chamadas devido à publicação em listas telefônicas;

➢ 85% das empresas não participam dos quadros associativos das

associações de classe distribuídos pelo Brasil;

7

➢ 81% das empresas se preocupam e fornecem orçamento aos clientes

após inspeção detalhada e 19% não se preocupam e fornecem orçamento por

telefone sem nenhuma inspeção.

Como se vê, as próprias associações de classe são extremamente

novas e estão alertando para a necessidade de se estudar e conhecer melhor

esse segmento, a fim de desenvolver recursos específicos para o setor.

8

3 QUALIDADE EM SERVIÇOS

3.1 Definição de serviço

Kotler (1998, p.455) define serviço da seguinte forma: “Serviço é toda

atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode

oferecer à outra e que não resulte na posse de algum bem".

Segundo Hoffman (2001, p.262), “os bens podem ser definidos como

objetos, aparelhos ou coisas”, enquanto “serviços podem ser definidos

como atos, esforços ou desempenhos”.

Grönroos (1993, p.34) descreve onze definições sobre o que é

serviço e, por fim, propõe a combinação de algumas delas formulando a

seguinte definição: “O serviço é uma atividade ou uma série de atividades

de natureza mais ou menos intangível – que normalmente, mas não

necessariamente, acontece durante as interações entre cliente e

empregados de serviço e/ou recursos físicos ou bens e/ou sistemas do

fornecedor de serviços – que é fornecida como solução ao(s) problema(s)

do(s) cliente(s)”.

Em função do grande número de definições existentes sobre o termo

“serviço”, talvez o mais interessante seja condensar as características

comuns de todas essas definições.

9

• Os serviços são mais ou menos intangíveis.

• Os serviços são atividades ou uma série de atividades em vez de

coisas.

• Os serviços são, pelo menos até certo ponto, produzidos e

consumidos simultaneamente.

• O cliente participa do processo de produção, pelo menos até certo

ponto.

Grönroos (1993, p.38) esquematizou as principais características que

diferenciam um produto de um serviço.

Bens Físicos Serviços

Tangível Intangível

Homogêneo Heterogêneo

Produção e distribuição separadas do consumo

Produção, distribuição e consumo são processos simultâneos

Uma coisa Uma atividade ou processo

Valor principal produzido em fábricas Valor principal produzido nas interações entre comprador e vendedor

Clientes normalmente não participam do processo de produção

Clientes participam da produção

Pode ser mantido em estoque Não pode ser mantido em estoque

Transferência de propriedade Não transfere propriedade Fonte: Grönroos (1993, p.38) Quadro 1 - Diferenças entre serviços e bens físicos.

A gama de serviços hoje é muito grande. Existem serviços das mais

variadas formas, desde um cabeleireiro, onde o contato com o cliente é

muito grande até o conserto de um carro, no qual o cliente nem vê o serviço

em si, apenas há o contato no início e no final do processo de prestação do

serviço.

Essa grande diversidade de serviços cria um dos maiores problemas

no gerenciamento dos serviços, isto é, como manter uma boa e uniforme

qualidade percebida dos serviços produzidos aos clientes?

10

3.2 Conceito de qualidade

Não há consenso sobre o conceito de qualidade, além disso, ele vem

se modificando há décadas.

Os primeiros conceitos de qualidade significavam separar os defeitos

antes de serem percebidos pelos clientes. Depois esse conceito evoluiu

para abordagem mais sistemática, incorporando ferramentas estatísticas e

aumentando a responsabilidade de todos na garantia da qualidade.

Atualmente, a qualidade abrange: a participação de todos; a

padronização de processos; o procurar fazer certo da primeira vez; a

medição de desempenho; os custos da qualidade e especialmente o suprir

as necessidades e expectativas dos clientes.

Kotler (1998, p.6) afirma que, “em sentido mais restrito, qualidade

pode ser definida como ‘ausência de defeitos’. Mas a maioria das empresas

centradas no cliente ultrapassa essa definição restrita, definindo qualidade

em termos de satisfação do cliente".

Rebelato (1995) afirma que o conceito de qualidade é recente, tendo

seu início na década de 80. A partir desse período, muitos trabalhos

acadêmicos e experiências de campo têm sido desenvolvidos dando

enfoque à qualidade de serviços. O mais interessante é que os resultados

de tais pesquisas apontam a qualidade como o mais eficaz agente promotor

de sucesso para as empresas de serviços. No entanto, poucas são as

empresas que reconhecem e adotam a qualidade como fator real de

prosperidade.

11

Evolução do conceito de qualidade.

Fonte: SLACK et al. (1999, p.507)

3.3 Conceito de qualidade em serviços

A organização Gallup desenvolveu, no período de 1986 a 1989, trabalho de

investigação para a ASQC (American Society for Quality Control), entrevistando

615 executivos seniores de diversas companhias americanas, sobre os fatores

mais críticos para suas empresas. Para quase metade dos informantes o maior

problema era a qualidade dos serviços (Davidow e Uttal, 1991 apud

Rebelato,1995 p.16).

KOTLER (1998, p.5) apresenta idéia muito clara do que é qualidade em

serviços: “Muitos vendedores cometem o erro de se concentrarem mais nos

produtos físicos do que nos benefícios propiciados por eles. Pensam sempre

em vender o produto, e não em atender uma necessidade. O fabricante de

furadeiras possivelmente pensa que o cliente precisa de uma broca, mas o que

ele realmente precisa é de um furo".

“Qualidade, e qualidade do serviço em particular, é um fenômeno tão

complexo que torna necessário um modelo muito mais detalhado do que

12

aqueles normalmente utilizados. Como coloca Garvin, “[os gerentes] têm que

quebrar a palavra qualidade em partes gerenciáveis". “Somente então, poderão

definir os nichos de qualidade nos quais competirão” (GARVIN, 1987 apud

GRÖNROOS, 1993, p.48).

Para Grönroos, quebrar a palavra qualidade de um serviço em partes

gerenciáveis significa, basicamente, olhar esse termo em duas dimensões. A

primeira dimensão é a dimensão técnica. Ex: o consumidor que compra pão em

uma padaria avaliará a qualidade do produto, no caso o pão, e terá uma idéia

parcial da qualidade percebida. Essa dimensão é o que o cliente fica quando o

processo de produção e as interações cliente-prestador de serviços terminam.

Porém, é apenas uma parte da dimensão qualidade. A outra parte é a

dimensão funcional. A dimensão funcional abrange a maneira como ele obteve

a dimensão técnica, ou seja, é o conjunto das inúmeras interações cliente-

prestador de serviços que ele vivenciou desde o momento que ele entrou no

estabelecimento comercial até a hora que saiu. Isso abrange a facilidade de

acesso à padaria, a aparência das balconistas, como elas realizam as tarefas

de atendimento, a higiene e limpeza do local, a atenção que foi dispensada a

ele, a qualidade dos equipamentos e estruturas físicas presentes no local, etc.

Tudo isso influencia a visão que o cliente possa ter do serviço.

“O cliente é influenciado por aquilo que ele recebe do serviço (dimensão

técnica) e como ele vivencia o processo de produção (dimensão funcional) e

consumo do serviço. Portanto, os momentos em que ocorrem as interações

são tão importantes quanto a entrega propriamente do serviço. A dimensão

funcional da qualidade não pode ser avaliada tão objetivamente quanto a

dimensão técnica. Quase sempre ela é percebida subjetivamente”

(GRÖNROOS, 1993, p.50).

Além da qualidade técnica e funcional, existe mais um fator que

desempenha papel importante na percepção do cliente sobre a qualidade do

serviço. Esse fator é a Imagem da empresa prestadora de serviços. Se o

13

cliente já tem uma imagem favorável da empresa, pequenas falhas no serviço

não irão gerar situações desastrosas, elas apenas não podem ficar se

repetindo, porém, se a imagem da empresa já não for boa, mínimos erros

podem comprometer todo o relacionamento cliente-prestador de serviços.

É sobre esse tripé que é construída a percepção do cliente em relação ao

serviço prestado, segundo Grönroos (1993). Portanto, o nível da qualidade total

percebida pelo cliente seria um constructo entre a diferença (Gap) entre a

qualidade esperada e a qualidade experimentada, aliada ao fator imagem.

Segundo Slack (1997, p.553), “a qualidade percebida é governada pela

lacuna entre as expectativas dos consumidores e sua percepção do produto ou

serviço”, a definição de qualidade em expectativas está em que as expectativas

podem variar para diferentes consumidores. Tanto as expectativas como as

percepções dos consumidores são influenciadas por fatores, alguns não podem

ser controlados pela operação e outros, em alguma medida, podem ser

gerenciados.

GRÖNROOS (1993, p.45) afirma: “o que se faz necessário é um modelo de

qualidade do serviço, ou seja, um modelo de como a qualidade do serviço é

percebida pelos clientes. Quando um prestador de serviços compreende como

os serviços serão avaliados pelos usuários, é possível identificar como

gerenciar essas avaliações e como influenciá-las na sua direção desejável. O

relacionamento entre o conceito de serviço, o serviço oferecido aos clientes e

os benefícios aos clientes tem que ser esclarecido”.

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985,1988) apontam três características

básicas para a qualidade dos serviços:

a) os clientes encontram maior dificuldade de avaliar qualidade em

serviços do que qualidade de um produto;

14

b) as percepções da qualidade em serviços resultam da

comparação entre o serviço esperado e o serviço recebido. Daí a

idéia de que a qualidade do serviço não depende apenas da

prestação do serviço em si, mas também da expectativa que o

cliente cria sobre o serviço prestado;

c) as avaliações da qualidade não dependem apenas do resultado

final do serviço, dependem também do processo da prestação do

serviço. É com base nos estudos dos processos de prestação de

serviços que os autores construíram o modelo dos cinco Gaps.

Brown e Swartz (1989) concluíram que a análise das lacunas da qualidade

é forma direta e apropriada de identificar inconsistências entre as percepções

do prestador e do cliente, no que diz respeito ao desempenho dos serviços;

logo, as estratégias e táticas asseguram expectativas e experiências

consistentes aumentando, portanto, a probabilidade de satisfação e uma

avaliação qualitativa positiva.

3.4 Determinantes da qualidade em serviços

As dimensões da qualidade em serviços dizem respeito aos fatores ou

atributos da qualidade que são relevantes para o consumidor.

Segundo GRÖNROOS (1993, p.69), “o papel do preço em um contexto de

qualidade não está muito claro. Em relatórios de pesquisa sobre qualidade dos

serviços, o preço não é muito discutido, com exceção do estudo de Lindqvist

(1988). Normalmente, o preço de um serviço pode ser visto em relação às

expectativas de qualidade dos clientes ou à sua percepção antecipada da

qualidade dos serviços”.

“A noção de que alta qualidade implica maiores custos não é baseada em

fatos. Normalmente, é justo o oposto. Com freqüência, a questão mais

importante é a do ônus da falta de qualidade”.

15

“Um entre quatro operários em uma fábrica americana produz

absolutamente nada. Eles passam o dia inteiro consertando os erros de outros

trabalhadores [grifo do autor]” (Iacocca, 1988 apud GRÖNROOS, 1993, p.69)

Gummesson (1987a) apud Grönroos (1993, p.69) observa que 35% dos

custos operacionais das empresas prestadoras de serviços podem ser

causados por falta de qualidade. Isso advém do fato de que a qualidade do

serviço é um fenômeno complicado e que, conseqüentemente, é muito mais

difícil monitorar e assegurar a qualidade em serviços do que a qualidade em

fabricação. Assim, a melhoria da qualidade, através da criação de sistemas à

prova de erros e voltados para o cliente e também através de treinamento de

empregados em know-how para o bom desempenho, é uma forma não de

aumentar custos mas de se livrar dos custos desnecessários, advindos de um

nível baixo de qualidade ou até mesmo da falta de qualidade.

Daí a necessidade de se analisar a qualidade em serviços através dos

determinantes ou dimensões de qualidade, ou seja, são conjuntos de atributos

que, em diversas proporções, promovem a satisfação dos clientes.

Parasuraman, Zeithalm e Berry (1985) identificaram os dez fatores ou as

dimensões genéricas que contribuem para o nível da qualidade do serviço que

uma empresa fornece aos seus clientes:

• tangibilidade - são as evidências físicas do serviço;

• confiabilidade - relaciona-se à consistência do desempenho e à

dependência do serviço;

• receptibilidade - refere-se à disposição e/ou prontidão dos funcionários

para prestar um serviço;

• competência - está relacionada às habilidades e ao conhecimento dos

trabalhadores para realizar um serviço apropriadamente;

• cortesia - refere-se à polidez, ao respeito, à consideração e ao

comportamento amigável do pessoal que está em contato com os

clientes;

16

• credibilidade - refere-se às características de confiança, possibilidade

de acreditar e honestidade no trabalhador que presta o serviço;

• segurança - refere-se à isenção de qualquer perigo, risco ou problema.

(essa é uma dimensão particularmente importante da qualidade do

serviço profissional);

• acesso - refere-se à acessibilidade e à fragilidade de contrato;

• comunicação - essa é uma dimensão da qualidade muito importante

em alguns serviços;

• compreensão a respeito do cliente - essa dimensão refere-se ao

esforço feito pelo trabalhador que realiza o serviço para atender às

necessidades específicas de cada cliente.

Grönroos (1993) compilou seis determinantes de qualidade em serviços que

são úteis para fins gerenciais: profissionalismo e habilidades; atitudes e

comportamento; facilidade de acesso e flexibilidade; confiabilidade e

honestidade; recuperação; reputação e credibilidade.

▪ “Profissionalismo e habilidades: os clientes compreendem que o

prestador de serviços, seus empregados, os sistemas operacionais e

os recursos físicos possuem o conhecimento e as habilidades

necessárias para solucionar seus problemas de forma profissional

(critérios relacionados aos resultados)”. Dimensão Técnica.

▪ “Atitudes e comportamento: os clientes sentem que os

funcionários de serviços (pessoas de contato) estão preocupados

com eles e se interessam por solucionar seus problemas de uma

forma espontânea e amigável (critérios relacionados ao processo)”.

Dimensão funcional.

▪ “Facilidade de acesso e flexibilidade: os clientes sentem que o

prestador de serviços, sua localização, suas horas de operação, seus

empregados e os sistemas operacionais são projetados e operam de

17

forma a facilitar o acesso aos serviços e estão preparados para

ajustar-se às demandas e aos desejos dos clientes de maneira

flexível (critérios relacionados ao processo)”. Dimensão funcional.

▪ “Confiabilidade e honestidade: os clientes sabem que qualquer

coisa que aconteça ou sobre a qual se concorde será cumprida pela

empresa, seus empregados e sistemas, para manter as promessas e

ter um desempenho coerente com os melhores interesses dos

clientes (critérios relacionados a processos)”. Dimensão funcional.

▪ “Recuperação: os clientes compreendem que sempre que algo der

errado ou alguma coisa imprevisível e inesperada acontecer, o

prestador de serviços tomará de imediato e ativamente ações para

mantê-los no controle da situação e para encontrar uma nova e

aceitável solução (critérios relacionados a processos)”. Dimensão

funcional.

▪ “Reputação e credibilidade: os clientes acreditam que as operações

de prestador de serviço merecem sua confiança, valem o dinheiro

pago e que representam bom nível de desempenho e valores que

podem ser compartilhados entre os clientes e o prestador de serviços

(critérios relacionados à imagem)”. Dimensão de imagem, tem a

função de filtragem.

3.5 Modelo “5 Gaps” da análise da qualidade em serviços

PARASURAMAN et al. (1985) realizaram extenso programa de pesquisa

nos EUA, em 1983, com executivos de empresas de prestação de serviços de

quatro setores do mercado e seus respectivos grupos de consumidores. O

objetivo da pesquisa foi elaborar um modelo conceitual (geral) da qualidade em

serviços, visando determinar os atributos-chave da qualidade em serviços do

ponto de vista dos gerentes e dos consumidores e das discrepâncias entre

essas perspectivas. Esse modelo é usado para análise das origens dos

18

problemas da qualidade e ajudar os gerentes a compreenderem como a

qualidade do serviço pode ser melhorada.

Brown e Swartz (apud Grönroos, 1993, p.85) concluíram, em 1989, depois

de terem estudado os Gaps da qualidade dos serviços profissionais, que “a

análise do Gap de qualidade é uma forma direta e apropriada de identificar

inconsistências entre as percepções do prestador e do cliente, no que diz

respeito ao desempenho dos serviços. Abordar esses Gaps parece ser a base

lógica para formulação de estratégias e táticas que assegurem expectativas e

experiências consistentes, aumentando, portanto, a probabilidade de satisfação

e uma avaliação qualitativa positiva".

Analisando a Figura 2 pode-se perceber que a parte superior do modelo

inclui os fenômenos relacionados ao cliente, a parte inferior demonstra

fenômenos relacionados ao prestador de serviços.

O serviço esperado é uma função da experiência passada dos clientes,

suas necessidades pessoais e da comunicação boca a boca. Outra influência

sobre o serviço esperado é dada pelas atividades da empresa de comunicação

com o mercado da empresa.

O serviço percebido é resultado de uma série de atividades internas.

Essa estrutura básica aponta os itens a serem considerados na análise e

planejamento da qualidade por serviços. Através deles, pode-se detectar as

possíveis fontes de problemas da qualidade.

O modelo aponta cinco discrepâncias entre os vários elementos da

estrutura básica, os chamados Gaps da qualidade. Esses Gaps da qualidade

são resultados das inconsistências no processo de gestão da qualidade.

O Gap final, aquele entre o serviço esperado e o percebido (Gap 5), é

considerado função de outros Gaps que possam ter ocorrido no processo.

19

Fonte: Adaptado de Parasuraman e outros (1985, p. 44)

Figura 2 – Modelo para analisar falhas de qualidade em serviço

20

4 Determinantes e Gaps da qualidade em serviços de controle de

pragas

4.1 Determinantes da qualidade em controle de pragas

Baseando-se nas características do mercado de serviços de Controle

de Pragas Urbanas foram propostos alguns determinantes (dimensões)

de qualidade cruciais na satisfação dos clientes. Muitos desses

determinantes estão tão próximos que, em muitas situações podem ser

considerados sinônimos, por isso foram colocados sob o mesmo grupo.

Sendo assim, foram indicadas cinco dimensões de qualidade, mostradas

a seguir.

• Confiabilidade, credibilidade e honestidade

o É a confiança do cliente no prestador de serviços, de que

tudo o que foi acordado será cumprido com eficácia.

o Que os funcionários de frente, bem como seus superiores

são pessoas íntegras, dignas, decentes e com bom

discernimento moral.

• Competência

o É acreditar que o corpo técnico e operacional da empresa

tenha aptidões, conhecimentos e habilidades para

desempenhar as atividades acordadas entre as empresas.

21

• Acessibilidade e rapidez de contato

o É a facilidade com que o cliente entra em contato com as

pessoas da empresa prestadora de serviços: ou seja, a

comunicação entre o cliente e os funcionários que lhes

prestam serviço deve ser fácil (acessível) e imediata

(rápida), seja através de celular ou e-mail. Isso,

logicamente, inclui o retorno dado pelo funcionário ao ser

acionado.

• Comportamento

o É a postura adequada dos funcionários de frente de linha

nos momentos de contato com o cliente: pontualidade,

apresentação, asseio, higiene, aparência, cordialidade,

respeito.

• Flexibilidade

o É a capacidade da prestadora de serviços atender o cliente

num momento delicado, fora da programação, numa

situação especial ou de emergência. Nesse momento, o

cliente irá perceber o quanto o prestador de serviços está

realmente preocupado com ele e interessado em

solucionar seus problemas.

Se o gerente de uma empresa possui recursos escassos para serem

investidos em qualidade, os determinantes acima descritos poderiam ser

boa proposta de foco desses recursos, não significando que outros

determinantes não possam ser considerados, porém, são esses que

poderão trazer maiores probabilidades de sucesso em qualidade de

serviços junto aos clientes.

22

4.2 Gaps: interpretação para o mercado de controle de pragas

urbanas

❖ Gap 1

➢ Significado: representa a lacuna entre as expectativas do

consumidor e a percepção da gerência, onde os gerentes de

serviços nem sempre são capazes de identificar adequadamente

quais são as reais expectativas dos clientes quanto ao que seja

um serviço de qualidade. Na realidade, os gerentes pensam que

conhecem os desejos e necessidades dos clientes e acabam

concebendo o serviço erradamente, estabelecendo valores a

serem gerados no serviço que não são coincidentes com as

expectativas dos clientes.

❖ Gap 2

➢ Significado: representa a lacuna entre a percepção da gerência

e as especificações da qualidade do serviço, onde a gerência

pode até perceber quais são as expectativas do cliente, porém

não consegue incorporar nas especificações do serviço os

elementos que vão atender a essas expectativas.

❖ Gap 3

➢ Sigificado: representa a lacuna entre as especificações do

serviço e a realização desse. Ocorre quando, apesar da correta

especificação do serviço, ele não é realizado conforme as

especificações descritas nos procedimentos.

23

❖ Gap 4

➢ Significado: representa a lacuna entre a prestação do serviço e

as comunicações que chegam até o cliente, ou seja, as

expectativas divulgadas, seja através de propaganda, seja

através de uma visita comercial, não correspondem aos serviços

prestados. A prestadora de serviços deve ter muita cautela em

suas promessas e divulgações comerciais para não gerar maiores

expectativas no cliente do que aquelas que a empresa possa

realmente proporcionar. Em Pesquisa realizada por NYQUIST et

al. (1986) apud REBELATO (1995), sobre as interações

funcionários/consumidores nos setores de hotéis, restaurantes e

transporte aéreo, revelou que 74% de todas as dificuldades

vividas pelos funcionários provinham de expectativas, por parte

dos clientes, que excediam a capacidade de fornecimento da

empresa. Conclui-se que muita atenção deve ser dada ao

entendimento de como os clientes formam suas expectativas e

como tratar com as expectativas desmedidas.

❖ Gap 5

➢ Significado: é função da ocorrência de um ou mais Gaps

descritos acima e que podem ter ocorrido durante o processo de

prestação de serviço.

24

4.3 Análise de casos

▪ Caso 1- Rede de restaurantes de primeira linha:

Status do cliente: atualmente está sendo atendida por uma

empresa certificada ISO 9001 com boa reputação no mercado,

porém, o cliente está insatisfeito com o serviço. Já fez várias

reclamações junto ao prestador de serviços e não obteve

mudanças.

Reclamação: os serviços são feitos de madrugada uma vez por

semana e com acompanhamento somente do vigia. O documento

emitido pelo prestador de serviços a cada execução é suficiente

para atender legalmente seu cliente, porém, é insuficiente para

satisfazer as suas expectativas, após meses sem que houvesse

um contato direto. Depois de algumas reclamações sem sucesso,

o cliente procurou os serviços de outra empresa.

Gap 1: o gerente não percebeu as reais expectativas do seu

cliente.

Solução

Nesse caso, o cliente tem visto a dimensão técnica do

serviço, ou seja, ele vê os certificados e os relatórios técnicos,

que ficam com ele depois de realizado o serviço.

O que na verdade o cliente está sentido falta é da dimensão

funcional, ou seja, do contato e da atenção dispensada. Essa

ação poderia ser um contato no dia seguinte a cada visita,

dizendo o que foi feito, quais as dificuldades encontradas,

quais os pontos de melhoria, as providências que deveriam

ser tomadas etc.

25

▪ Caso 2 – Fabricante de ração animal

Status do cliente: a empresa prestadora de serviços vinha

fazendo um bom trabalho para o cliente, quando, em determinado

momento, o cliente solicitou um adendo de contrato pedindo a

inclusão do controle de outras pragas. O adendo foi feito com o

devido reajuste no preço do contrato para inclusão do controle

das pragas solicitadas.

Reclamação: apesar do adendo e do reajuste nos preços, a

prestadora de serviços não modificou os procedimentos das

visitas operacionais. Os operadores, ao serem questionados pelo

cliente sobre as novas exigências, demonstraram não ter

conhecimento sobre inclusão de novos procedimentos nas visitas

operacionais, ou seja, em termos operacionais nenhum

procedimento ou treinamento havia sido acrescido às visitas. O

cliente rescindiu o contrato com a prestadora de serviços.

Gap 2: o ajuste foi somente em nível gerencial. Nenhuma

orientação, treinamento ou procedimento complementar foi

repassado para o nível operacional.

Solução

Manter alinhado o escopo de trabalho de cada cliente

com os procedimentos a serem executados.

Caso seja situação inusitada, providenciar a elaboração

do procedimento e o treinamento dos operadores antes de

entrar em vigor o novo escopo de trabalho.

▪ Caso 3 – Outro fabricante de ração animal

Status do cliente: tem percebido a recorrência de falhas no

atendimento.

Reclamação: a empresa prestadora de serviços não cumpre o

agendamento pré-estabelecido.

Gap 2: a falta de um bom planejamento da retaguarda cria

situações como - falta de controle do número de visitas mensais

26

ou anuais conforme o contrato, falta de produtos e equipamentos

ou falta de manutenção emergencial dos veículos.

Conseqüentemente, o escopo do contrato não é cumprido e/ou

são freqüentes as alterações nas visitas operacionais devido à

falta de produtos ou equipamentos.

Solução

Manter controle eficiente dos registros de visitas,

operações e todos os tipos de documentos relativos a

cada cliente.

Manter controle de estoque atualizado, fazendo os

pedidos em tempo hábil para a chegada dos produtos.

Manter pelo menos um equipamento sobressalente

sempre em ordem, para situações emergenciais de quebra

de equipamentos de uso diário.

Programar as revisões preventivas nos veículos, para os

dias em que não houver trabalhos operacionais

relacionados aos clientes.

▪ Caso 4 – Empresa fabricante de macarrão

Status do cliente: insatisfeito com a prestadora de serviços por

falta de atitudes pró-ativas diante de fatos simples.

Reclamação: armadilhas de captura (PPI, adesivas, luminosas,

feromônio etc.) quebradas ou desaparecidas ficam muito tempo

nessa condição até que haja a substituição das quebradas ou

reimplantação das desaparecidas.

Gap 2: os dados de armadilhas quebradas ou desaparecidas

são anotados pelos operadores, no entanto, as faltas de tratativa

dos dados coletados pela retaguarda geram descontinuidade nas

ações, conseqüentemente, o operador deixa de levar os

dispositivos de reposição. Essa situação perdurando por um bom

tempo, permite que o cliente seja testemunha de tal falha.

Solução

27

A equipe de retaguarda deve contar com sistema

eficiente de procedimentos para coleta, verificação, análise

e arquivamento dos dados levantados pela equipe

operacional.

As informações relevantes devem ser utilizadas para

orientar as ações a serem tomadas na próxima visita

operacional. Portanto, é imprescindível que algum

documento seja gerado baseado nas informações da última

visita e que sirva de planejamento para a próxima visita

operacional. Nele deve constar: materiais e dispositivos a

serem levados, produtos a serem utilizados, a forma com

que serão aplicados, as concentrações de uso e as áreas a

serem tratadas, bem como quaisquer outras informações

relevantes ao bom desempenho operacional.

▪ Caso 5 - Indústria de laticínio

Status do cliente: insatisfeito com o serviço devido à

recorrência de falhas na execução do serviço.

Reclamação: o cliente realizou fiscalização nas armadilhas

instaladas em sua empresa e constatou inconsistências. Por

exemplo: documentação das planilhas operacionais indicando

vistoria e higienização de todas elas, porém, na realidade, muitas

delas sem higienização e outras nem sequer foram vistoriadas,

pois não tinham o visto e a data da passagem do operador.

Gap 3: apesar da existência de procedimentos para

higienização e vistoria das armadilhas, o operador não executou o

trabalho de forma adequada.

Solução

Criar mecanismos de auditoria da própria prestadora de

serviço em relação ao trabalho executado pelos seus

operadores. Por exemplo: de forma aleatória e por

28

amostragem o serviço do operador será vistoriado por um

supervisor.

Criar mecanismos de gratificação quando as auditorias

internas apontam um bom serviço executado pelos

operadores.

▪ Caso 6 – Indústria de produtos alimentícios

Status do cliente: insatisfeito com o serviço devido à

recorrência de falhas na execução do serviço.

Reclamação: o operador não preenche os documentos da

forma como foi orientado. Muitas vezes é preciso refazer todo o

trabalho de preenchimento da documentação devido às rasuras e

erros deixados pelo operador.

Gap 3: o operador conhece os procedimentos de

preenchimento da documentação, porém está limitado por

incapacidade intrínseca à sua formação.

Solução

Criar mecanismos de seleção de funcionários que

consigam detectar se os candidatos possuem as

habilidades necessárias ao desempenho de suas funções.

Por exemplo: capacidade de se expressar de forma clara e

precisa através da escrita. Isso implica em boa caligrafia e

o mínimo requerido para uma boa escrita.

▪ Caso 7 – Indústria de achocolatados

Status do cliente: satisfeito com o serviço, porém, o próprio

prestador de serviços descobriu que a operação estava sendo

executada de forma incompleta, correndo o risco de essa falha vir

a comprometer o serviço e aí sim causar algum mal-estar entre as

empresas.

Reclamação: não do cliente, mas dos outros operadores da

própria equipe. A inspeção em lugares altos não estava sendo

29

realizada, pois o operador tinha medo de altura.

Conseqüentemente, muitas áreas da indústria ficavam sem a

inspeção técnica.

Gap 3: o operador conhece os procedimentos de inspeção

técnica, porém, não conseguia realizá-lo plenamente por uma

limitação própria.

Solução

Criar mecanismos de seleção de funcionários que

consigam detectar se os candidatos possuem as

habilidades necessárias ao desempenho de suas funções.

Por exemplo: não ter medo de subir em locais altos.

▪ Caso 8 – Escola de ensino fundamental

Status do cliente: satisfeito com o serviço, porém, precisando

de um serviço emergencial extra.

Reclamação: a escola é assistida regularmente por uma

controladora de pragas urbanas, com emissão de todos os

documentos legalmente necessários ao serviço, no entanto, tudo

é feito sem um contrato explícito entre as partes. De repente,

surge uma situação emergencial de presença de pragas e a

escola, como de costume, aciona sua prestadora de serviços. A

prestadora de serviços avalia a situação e se exime de realizar o

serviço, alegando não ter competência para tal. Criou-se um

desconforto, pois, apesar de despender mensalmente de recursos

para ser assistida quanto ao quesito controle de pragas, o cliente

precisaria recorrer a outra empresa para resolver seu problema.

Gap 3: a empresa contratada tinha ótima reputação no

mercado, porém, no ato da contratação, não deixou claro para o

cliente as limitações de seu atendimento.

Solução

Criar um contrato de prestação de serviço, mesmo que

seja um trabalho avulso, especificando o escopo do

30

trabalho e a abrangência de atuação de seus serviços.

Esse contrato deve ter a ciência e o aval do cliente antes

do início das atividades.

4.4 Recuperação de serviço

O modelo dos Gaps não propõe nenhuma ação reparadora, porém, pode-se

propor uma nova abordagem para o Gap 5, que seria a recuperação do

serviço.

A recuperação do serviço consiste na reparação do erro cometido pelo

fornecedor, durante ou depois da execução.

Pelas próprias características intrínsecas dos serviços, a conhecida lei da

qualidade “faça certo da primeira vez” nem sempre pode ser obtida. Diante

disso, a recuperação dos serviços faz parte da qualidade dos serviços e tem

impacto direto sobre a lucratividade.

Segundo REICHHELD & SASSER (1990) apud REBELATO (1995, p.80),

“uma redução de 5% na taxa de deserção resulta em incrementos nos lucros

na faixa de 25 a 85% dependendo da categoria do serviço. Além disso, os

consumidores desertores, que vão procurar os serviços dos concorrentes

podem mostrar exatamente quais os aspectos do serviço que devem ser

melhorados”.

Zeithaml e Bitner (2003, p.162) apud Ângelo, C.F. & Silveira, J.A.G. (2006)

citam que os problemas que surgem durante o desempenho dos serviços

recebem o nome de falhas de serviço e corrigi-las significa alcançar o

“paradoxo da recuperação”, ou seja, de situação inicial de insatisfação do

cliente com serviço passa para situação de satisfação devido ao

reconhecimento pelo cliente do esforço de reparação do prestador de serviço.

Ao exceder as expectativas do cliente, esse acaba gerando uma disposição

para usar novamente o serviço do mesmo fornecedor.

Corrêa, S.C.H.; Ferreira, V.V.B.; Almeida, V.M.C (2006) investigaram as

falhas e recuperações de serviço no varejo, examinando a intenção futura de

compra após a ocorrência de uma experiência de falha seguida de

31

recuperação, e avaliaram a (in)satisfação do cliente no processo. Eles

agruparam as falhas em 12 tipos, bem como agruparam em 12 tipos as

estratégias para recuperação dos clientes. Somente três dessas estratégias se

mostraram positivas e nove desfavoráveis, sinalizando que um estudo no setor

específico de controle de pragas poderia contribuir para recuperações de

clientes e teriam impacto positivo sobre a satisfação e retenção de clientes. Os

mesmos autores mostram que a estratégia de recuperação de serviço vai além

das ações adotadas em resposta a uma falha de serviço, reunindo os seguintes

passos:

• assegurar que não haja mais falhas;

• acolher e estimular reclamações;

• agir rapidamente;

• tratar os clientes de forma justa;

• aprender com as experiências de recuperação;

• aprender com os clientes perdidos.

Em síntese, as falhas muitas vezes são intrínsecas ao próprio processo de

prestação de serviços e pior do que tê-las é não fazer nada depois que elas

ocorrem. A recuperação do cliente tem impacto positivo sobre a satisfação do

cliente e permite relacionamentos mais longos com o cliente.

32

4.5 Síntese da análise de Gaps

Os cincos Gaps, suas conseqüências e as razões de sua

ocorrência em controle de pragas urbanas

GAP Significado Possíveis causas Ações reparadoras

Gap 1 A gerência capta de forma imprecisa as expectativas do cliente

• Fraco comprometimento da gerência com os problemas do cliente

• Interpretação incorreta da própria gerência em relação às informações sobre as expectativas do cliente

• Funcionários de frente de linha repassando informações distorcidas para a gerência

• Níveis organizacionais em demasia que estancam ou distorcem os pedaços de informações que podem fluir para os níveis superiores

o Mudança da gerência por pessoas comprometidas com os resultados da empresa

o Investimento em

treinamento e capacitação da gerência

o Melhorar os canais de

informação interna o Melhorar os canais de

comunicação criando mecanismo de acesso direto do cliente à gerência

Gap 2

A gerência e\ou o suporte de retaguarda não consegue incorporar nas especificações dos serviços os elementos necessários para se atingir as expectativas do cliente

• Suporte deficiente ou inadequado dos funcionários de retaguarda aos funcionários de linha de frente

• Erros de planejamento ou planejamento insuficiente de procedimentos

• Mau gerenciamento do planejamento

• Falta de estabelecimento de metas claras na organização

o Alinhar os escopos dos contratos com os procedimentos pertinentes

o Criar mecanismo de

seleção adequado ao perfil e às habilidades requeridas nas funções de retaguarda

o Criar procedimentos

consistentes dos trabalhos de retaguarda. Para isso, é imprescindível a participação de todos que fazem parte da prestação do serviço

o Treinar e capacitar os

funcionários de retaguarda para dar suporte adequado e eficiente aos funcionários frente de linha

o Os funcionários da linha de

frente precisam ter autonomia para tomar decisões imediatas apesar das especificações, ou seja, especificações muito rígidas engessam a qualidade do serviço

33

GAP Significado Possíveis causas Ações reparadoras

Gap 3

Há mal desempenho durante o processo de produção e entrega do serviço. As especificações da qualidade não são atendidas devido a esse baixo desempenho

• Falta de comprometimento dos funcionários de linha de frente com a qualidade do serviço

• Falta de perfil e habilidade dos funcionários de linha de frente

• Falta de capacitação e treinamento dos funcionários de linha de frente

• Especificações complicadas ou muito rígidas

• Os empregados não concordam ou não estão convencidos das especificações envolvidas no processo

• Mal gerenciamento das operações dos serviços

• A tecnologia e os sistemas não facilitam o desempenho em conformidade com as especificações

o Criar mecanismo de seleção adequado ao perfil e às habilidades requeridas nas funções de linha de frente

o Treinar e capacitar os

funcionários de linha de frente, tanto nos aspectos técnicos (procedimentos técnicos claros), como também nos aspectos comportamentais, promovendo reciclagens periódicas

o Orientar e capacitar os

gerentes sobre a forma como tratam seus subordinados

o Criar mecanismos de

controle e recompensa de desempenho junto aos funcionários de linha de frente.

Gap 4

As expectativas divulgadas (propagandas ou comerciais) ou criadas num primeiro contato não correspondem aos serviços entregues

• No contrato não estão explícitos os serviços e a abrangência de atuação dos serviços da controladora de pragas

• Uma propensão inerente a exagerar e, portanto, prometer demasiado

• O planejamento da comunicação com o mercado não é integrado com as operações dos serviços

o Criar um contrato de prestação de serviço bem redigido e utilizá-lo em todas as situações, incluindo os serviços avulsos.

o Cuidado na comunicação

com o mercado evitando-se superlativos e exageros

o As campanhas de

propagandas deveriam ser planejadas com a colaboração dos envolvidos na execução e entrega dos serviços

Gap 5 É considerada função de outros Gaps que possam ter ocorrido no processo

34

5 Conclusão

Este trabalho procurou abordar dois temas como o próprio título sugere:

determinantes da qualidade e Gaps ou lacunas da qualidade. Os dois têm

(determinantes e Gaps) impactos sobre a qualidade percebida pelo cliente,

porém, não há relação unívoca entre ambos.

Com relação aos determinantes, a proposta, aqui, foi apontar dentre todos

aqueles referenciados pela literatura, aqueles que seriam mais relevantes para

o setor de prestação de serviços em controle de pragas urbanas. Sob esse

aspecto, a proposta contribui para o gerente de empresa desse segmento, no

sentido de focar seus investimentos em recursos materiais, financeiros e de

tempo em atributos que impactarão, de forma mais contundente, sobre a

qualidade percebida pelo cliente.

A segunda proposição foi adaptar o modelo de análise de Gaps para o setor

de serviços em controle de pragas urbanas. Dessa forma, primeiramente

descreveu-se como funciona o modelo de análise de Gaps, depois

caracterizou-se cada um dos Gaps do modelo, em seguida, foi realizada

análise de vários casos no segmento de controle de pragas e atribuiu-se os

exemplos descritos ao modelo de Gaps. Finalmente, criou-se uma tabela

genérica que sintetiza os Gaps do modelo, suas causas e as ações

reparadoras que poderiam ser adotadas para se evitar futuras falhas.

35

É preciso deixar claro que essa tabela não está fechada ou concluída, na

verdade, é uma ferramenta que pode ser modificada e acrescida de novas

causas e novas ações reparadoras pelos próprios gerentes de empresa.

Utilizando-se da análise de casos, conjuntamente com o modelo de Gaps,

os gerentes de empresas podem ter melhor discernimento dos problemas e

falhas em serviços e propor, eles mesmos, ações reparadoras. Na verdade,

essa tabela irá funcionar como registro das falhas agrupadas por Gaps e suas

respectivas ações reparadoras.

Uma sugestão extra dada por este trabalho, e que não estava inclusa na

proposta, é o desenvolvimento da idéia de recuperação de serviços. Essa é

ação positiva e que tem grande impacto sobre a qualidade percebida pelo

cliente, no entanto, necessita de trabalhos específicos para tal segmento.

Também é preciso deixar claro que os determinantes da qualidade e a

adaptação do diagrama de Gaps para o setor de controle de pragas foi trabalho

baseado em um desenvolvimento conceitual teórico e, portanto, carece de

comprovação prática ou experimental.

Assim sendo, seria desejável que outros estudos viessem esclarecer e

contribuir não só para a comprovação prática desse desenvolvimento

conceitual, mas também desenvolver outros temas como o melhor

conhecimento do mercado de controle de pragas e estratégias eficientes de

recuperação de serviços.

36

6. Referências Bibliográficas

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37

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