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Deus é cognoscível. Ele é um objeto inteligível de conhecimento. O homem é feito à imagem de Deus, sendo assim capaz de entender a auto- revelação de Deus. Deus comunica informação precisa e detalhada ao homem nas palavras da linguagem humana, e o homem é capaz de entender essas palavras no sentido exato pretendido. O conhecimento que o homem tem de Deus é unívoco. Deus é compreensível. Sua natureza é tal que ele pode ser completamente conhecido, e por sua onisciência, Deus conhece completamente a si mesmo. Assim, Deus não é incompreensível, e incompreensibilidade não é um atributo divino. No entanto, apesar de Deus ser compreensível para si mesmo, ele é um objeto inesgotável de conhecimento para criaturas finitas. Somente nesse sentido é que ele é incompreensível – ou seja, da perspectiva dos seres criados há sempre mais a saber sobre Deus. Caso seja formulada ou aplicada de forma a sugerir ainda que remotamente a ideia de incompreensibilidade como um atributo divino, a doutrina da incompreensibilidade de Deus será uma blasfêmia, pois na verdade não será um ensinamento bíblico, mas um ataque à onisciência de Deus. Deus é incompreensível Com isto não se quer dizer que não possamos compreender nada a respeito de Deus, mas sim que nunca o poderemos compreendê-lo exaustivamente. Um dos atributos de Deus é sua infinitude, ou seja, Ele é infinito. Portanto, não é possível a criaturas finitas compreender totalmente um Ser infinito. Deus não é comparado a nada, ou seja, Ele não é exatamente como ninguém ou nenhuma coisa. Não somos capazes de imaginar como Deus é em sua plenitude. A Bíblia diz que Ele transcende, ou seja, está além do universo, ao mesmo tempo em que está bem próximo de cada um de nós. Deus é cognoscível (conhecível) Embora não possamos conhecer a Deus exaustivamente, não significa que possamos conhecer nada sobre Deus. Pelo contrário, o desejo de Deus é que “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). Na verdade, não poderíamos conhecer a Deus se Ele não tivesse decidido revelar-se a ao homem. Todo e qualquer conhecimento que qualquer criatura finita poderia ter de Deus, teria de depender da revelação de Deus. A revelação de Deus é uma expressão da graça divina para com o homem. Foi iniciativa de Deus tornar-se conhecido. Ninguém o obrigou a isto; ninguém o descobriu por acidente. “Num ato voluntário, Deus fez-se conhecido aos que, de outra forma, não poderiam conhecê-lo”.[1] Ele também determinou as ocasiões de sua revelação. Sua revelação foi progressiva. Ele não se revelou de uma única vez, mas escolheu por revelar-se paulatinamente ao homem, ao longo de muitos séculos. O alvo final da auto revelação de Deus, através das Escrituras Sagradas, é que as pessoas venham a conhecê-lo de modo real e pessoal.

Deus é Cognoscível

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Deus é congnisível

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Page 1: Deus é Cognoscível

Deus é cognoscível. Ele é um objeto inteligível de conhecimento. O homem é feito à

imagem de Deus, sendo assim capaz de entender a auto-revelação de Deus. Deus

comunica informação precisa e detalhada ao homem nas palavras da linguagem

humana, e o homem é capaz de entender essas palavras no sentido exato

pretendido. O conhecimento que o homem tem de Deus é unívoco.

Deus é compreensível. Sua natureza é tal que ele pode ser completamente

conhecido, e por sua onisciência, Deus conhece completamente a si mesmo. Assim,

Deus não é incompreensível, e incompreensibilidade não é um atributo divino. No

entanto, apesar de Deus ser compreensível para si mesmo, ele é um objeto

inesgotável de conhecimento para criaturas finitas. Somente nesse sentido é que

ele é incompreensível – ou seja, da perspectiva dos seres criados há sempre mais a

saber sobre Deus.

Caso seja formulada ou aplicada de forma a sugerir ainda que remotamente a ideia

de incompreensibilidade como um atributo divino, a doutrina da

incompreensibilidade de Deus será uma blasfêmia, pois na verdade não será um

ensinamento bíblico, mas um ataque à onisciência de Deus.

Deus é incompreensível

   Com isto não se quer dizer que não possamos compreender nada a respeito de Deus,

mas sim que nunca o poderemos compreendê-lo exaustivamente. Um dos atributos de

Deus é sua infinitude, ou seja, Ele é infinito. Portanto, não é possível a criaturas finitas

compreender totalmente um Ser infinito.

  Deus não é comparado a nada, ou seja, Ele não é exatamente como ninguém ou

nenhuma coisa. Não somos capazes de imaginar como Deus é em sua plenitude. A

Bíblia diz que Ele transcende, ou seja, está além do universo, ao mesmo tempo em que

está bem próximo de cada um de nós.

Deus é cognoscível (conhecível)

   Embora não possamos conhecer a Deus exaustivamente, não significa que possamos

conhecer nada sobre Deus. Pelo contrário, o desejo de Deus é que “conheçamos e

prossigamos em conhecer ao Senhor” (Os 6.3). Na verdade, não poderíamos conhecer a

Deus se Ele não tivesse decidido revelar-se a ao homem. Todo e qualquer conhecimento

que qualquer criatura finita poderia ter de Deus, teria de depender da revelação de

Deus. A revelação de Deus é uma expressão da graça divina para com o homem.

    Foi iniciativa de Deus tornar-se conhecido. Ninguém o obrigou a isto; ninguém o

descobriu por acidente. “Num ato voluntário, Deus fez-se conhecido aos que, de outra

forma, não poderiam conhecê-lo”.[1] Ele também determinou as ocasiões de sua

revelação. Sua revelação foi progressiva. Ele não se revelou de uma única vez, mas

escolheu por revelar-se paulatinamente ao homem, ao longo de muitos séculos. O alvo

final da auto revelação de Deus, através das Escrituras Sagradas, é que as pessoas

venham a conhecê-lo de modo real e pessoal.

    O conteúdo desta revelação é aquilo que Deus queria que fosse comunicado - nada

mais, nada menos do que isso. Ou seja, o conhecimento que Deus revelou de si mesmo

nas Escrituras é tudo o que o homem precisa saber a respeito de Deus. O que Deus não

revelou está além das necessidades e possibilidades da descoberta humana:

Page 2: Deus é Cognoscível

     “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus, mas as reveladas

pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras

desta lei” (Dt 29.29).