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12/15/13 “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben | Blog da Boitempo blogdaboitempo.com.br/2012/08/31/deus-nao-morreu-ele-tornou-se-dinheiro-entrevista-com-giorgio-agamben/ 1/13 “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben Publicado em 31/08/2012 | 39 Comentários Peppe Salvà entrevista Giorgio Agamben . “O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro”, afirma Giorgio Agamben , em entrevista concedida a Peppe Salvà e publicada por Ragusa News , 16-08-2012. Giorgio Agamben é um dos maiores filósofos vivos. Amigo de Pasolini e de Heidegger, foi definido pelo Times e pelo Le Monde como uma das dez mais importantes cabeças pensantes do mundo. Pelo segundo ano consecutivo ele transcorreu um longo período de férias em Scicli, na Sicília, Itália, onde concedeu a entrevista. Segundo ele, “a nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governabilidade que se define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas”. Assim, “a tarefa que nos espera consiste em pensar integralmente, de cabo a cabo, aquilo que até agora havíamos definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “vida política”, afima Agamben.

“Deus Não Morreu

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“Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista comGiorgio AgambenPublicado em 31/08/2012 | 39 Comentários

Peppe Salvà entrevista Giorgio Agamben.

“O capitalismo é uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião que jamais existiu, porque

não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto cuja liturgia é o trabalho e

cujo objeto é o dinheiro”, afirma Giorgio Agam ben, em entrev ista concedida a Peppe Salvà e

publicada por Ragusa News, 16-08-2012.

Giorgio Agamben é um dos maiores filósofos v ivos. Amigo de Pasolini e de Heidegger, foi definido

pelo Times e pelo Le Monde como uma das dez mais importantes cabeças pensantes do mundo. Pelo

segundo ano consecutivo ele transcorreu um longo período de férias em Scicli, na Sicília, Itália, onde

concedeu a entrev ista.

Segundo ele, “a nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governabilidade que se

define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas”. Assim,

“a tarefa que nos espera consiste em pensar integralmente, de cabo a cabo, aquilo que até agora

havíamos definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “v ida política”, afima Agamben.

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A tradução é de Selvino J. Assm ann, professor de Filosofia do Departamento de Filosofia da

Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC [e tradutor de três das quatro obras de Agamben

publicadas pela Boitempo], para o site do Instituto Humanitas Unisinos.

***

O governo Monti invoca a crise e o estado de necessidade, e parece ser a única saída tanto

da catástrofe financeira quanto das form as indecentes que o poder havia assum ido na

Itália. A convocação de Monti era a única saída, ou poderia, pelo contrário, servir de

pretexto para im por um a séria lim itação às liberdades dem ocráticas?

“Crise” e “economia” atualmente não são usadas como conceitos, mas como palavras de ordem, que

servem para impor e para fazer com que se aceitem medidas e restrições que as pessoas não têm motivo

algum para aceitar. “Crise” hoje em dia significa simplesmente “você deve obedecer!”. Creio que seja

ev idente para todos que a chamada “crise” já dura decênios e nada mais é senão o modo normal como

funciona o capitalismo em nosso tempo. E se trata de um funcionamento que nada tem de racional.

Para entendermos o que está acontecendo, é preciso tomar ao pé da letra a ideia de Walter Benjamin,

segundo o qual o capitalismo é, realmente, uma religião, e a mais feroz, implacável e irracional religião

que jamais existiu, porque não conhece nem redenção nem trégua. Ela celebra um culto ininterrupto

cuja liturgia é o trabalho e cujo objeto é o dinheiro. Deus não morreu, ele se tornou Dinheiro. O Banco

– com os seus cinzentos funcionários e especialistas – assumiu o lugar da Igreja e dos seus padres e,

governando o crédito (até mesmo o crédito dos Estados, que docilmente abdicaram de sua soberania),

manipula e gere a fé – a escassa, incerta confiança – que o nosso tempo ainda traz consigo. Além disso,

o fato de o capitalismo ser hoje uma religião, nada o mostra melhor do que o titulo de um grande jornal

nacional (italiano) de alguns dias atrás: “salvar o euro a qualquer preço”. Isso mesmo, “salvar” é um

termo religioso, mas o que significa “a qualquer preço”? Até ao preço de “sacrificar” v idas humanas? Só

numa perspectiva religiosa (ou melhor, pseudo-religiosa) podem ser feitas afirmações tão

ev identemente absurdas e desumanas.

A crise econôm ica que am eaça levar consigo parte dos Estados europeus pode ser v ista

com o condição de crise de toda a m odernidade?

A crise atravessada pela Europa não é apenas um problema econômico, como se gostaria que fosse

v ista, mas é antes de mais nada uma crise da relação com o passado. O conhecimento do passado é o

único caminho de acesso ao presente. É procurando compreender o presente que os seres humanos –

pelo menos nós, europeus – são obrigados a interrogar o passado. Eu disse “nós, europeus”, pois me

parece que, se admitirmos que a palavra “Europa” tenha um sentido, ele, como hoje aparece como

evidente, não pode ser nem político, nem religioso e menos ainda econômico, mas talvez consista nisso,

no fato de que o homem europeu – à diferença, por exemplo, dos asiáticos e dos americanos, para quem

a história e o passado têm um significado completamente diferente – pode ter acesso à sua verdade

unicamente através de um confronto com o passado, unicamente fazendo as contas com a sua história.

O passado não é, pois, apenas um patrimônio de bens e de tradições, de memórias e de saberes, mas

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também e sobretudo um componente antropológico essencial do homem europeu, que só pode ter

acesso ao presente olhando, de cada vez, para o que ele foi. Daí nasce a relação especial que os países

europeus (a Itália, ou melhor, a Sicília, sob este ponto de v ista é exemplar) têm com relação às suas

cidades, às suas o bras de arte, à sua paisagem: não se trata de conservar bens mais ou menos preciosos,

entretanto exteriores e disponíveis; trata-se, isso sim, da própria realidade da Europa, da sua

indisponível sobrev ivência. Neste sentido, ao destruírem, com o cimento, com as autopistas e a Alta

Velocidade, a paisagem italiana, os especuladores não nos privam apenas de um bem, mas destroem a

nossa própria identidade. A própria expressão “bens culturais” é enganadora, pois sugere que se trata

de bens entre outros bens, que podem ser desfrutados economicamente e talvez vendidos, como se

fosse possível liquidar e por à venda a própria identidade.

Há muitos anos, um filósofo que também era um alto funcionário da Europa nascente, Alexandre

Kojève, afirmava que o homo sapiens hav ia chegado ao fim de sua história e já não tinha nada diante de

si a não ser duas possibilidades: o acesso a uma animalidade pós-histórica (encarnado pela american

way of life) ou o esnobismo (encarnado pelos japoneses, que continuavam a celebrar as suas

cerimônias do chá, esvaziadas, porém, de qualquer significado histórico). Entre uma América do

Norte integralmente re-animalizada e um Japão que só se mantém humano ao preço de renunciar a

todo conteúdo histórico, a Europa poderia oferecer a alternativa de uma cultura que continua sendo

humana e v ital, mesmo depois do fim da história, porque é capaz de confrontar-se com a sua própria

história na sua totalidade e capaz de alcançar, a partir deste confronto, uma nova v ida.

A sua obra m ais conhecida, Hom o Sacer, pergunta pela relação entre poder político e v ida

nua, e evidencia as dificuldades presentes nos dois term os. Qual é o ponto de m ediação

possível entre os dois pólos?

Minhas investigações mostraram que o poder soberano se fundamenta, desde a sua origem, na

separação entre v ida nua (a v ida biológica, que, na Grécia, encontrava seu lugar na casa) e v ida

politicamente qualificada (que tinha seu lugar na cidade). A v ida nua foi excluída da política e, ao

mesmo tempo, foi incluída e capturada através da sua exclusão. Neste sentido, a v ida nua é o

fundamento negativo do poder. Tal separação atinge sua forma extrema na biopolítica moderna, na

qual o cuidado e a decisão sobre a v ida nua se tornam aquilo que está em jogo na política. O que

aconteceu nos estados totalitários do século XX reside no fato de que é o poder (também na forma da

ciência) que decide, em última análise, sobre o que é uma v ida humana e sobre o que ela não é. Contra

isso, se trata de pensar numa política das formas de v ida, a saber, de uma v ida que nunca seja separável

da sua forma, que jamais seja v ida nua.

O m al-estar, para usar um eufem ism o, com que o ser hum ano com um se põe frente ao

m undo da política tem a ver especificam ente com a condição italiana ou é de algum

m odo inevitável?

Acredito que atualmente estamos frente a um fenômeno novo que vai além do desencanto e da

desconfiança recíproca entre os cidadãos e o poder e tem a ver com o planeta inteiro. O que está

acontecendo é uma transformação radical das categorias com que estávamos acostumados a pensar a

política. A nova ordem do poder mundial funda-se sobre um modelo de governamentalidade que se

define como democrática, mas que nada tem a ver com o que este termo significava em Atenas. E que

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este modelo seja, do ponto de v ista do poder, mais econômico e funcional é provado pelo fato de que

foi adotado também por aqueles regimes que até poucos anos atrás eram ditaduras. É mais simples

manipular a opinião das pessoas através da mídia e da telev isão do que dever impor em cada

oportunidade as próprias decisões com a v iolência. As formas da política por nós conhecidas – o Estado

nacional, a soberania, a participação democrática, os partidos políticos, o direito internacional – já

chegaram ao fim da sua história. Elas continuam v ivas como formas vazias, mas a política tem hoje a

forma de uma “economia”, a saber, de um governo das coisas e dos seres humanos. A tarefa que nos

espera consiste, portanto, em pensar integralmente, de cabo a cabo, aquilo que até agora hav íamos

definido com a expressão, de resto pouco clara em si mesma, “v ida política”.

O estado de exceção, que o senhor vinculou ao conceito de soberania, hoje em dia parece

assum ir o caráter de norm alidade, m as os cidadãos ficam perdidos perante a incerteza na

qual v ivem cotidianam ente. É possível atenuar esta sensação?

Vivemos há decênios num estado de exceção que se tornou regra, exatamente assim como acontece na

economia em que a crise se tornou a condição normal. O estado de exceção – que deveria sempre ser

limitado no tempo – é, pelo contrário, o modelo normal de governo, e isso precisamente nos estados

que se dizem democráticos. Poucos sabem que as normas introduzidas, em matéria de segurança,

depois do 11 de setembro (na Itália já se hav ia começado a partir dos anos de chumbo) são piores do

que aquelas que v igoravam sob o fascismo. E os crimes contra a humanidade cometidos durante o

nazismo foram possibilitados exatamente pelo fato de Hitler, logo depois que assumiu o poder, ter

proclamado um estado de exceção que nunca foi revogado. E certamente ele não dispunha das

possibilidades de controle (dados biométricos, v ideocâmeras, celulares, cartões de crédito) próprias

dos estados contemporâneos. Poder-se-ia afirmar hoje que o Estado considera todo cidadão um

terrorista v irtual. Isso não pode senão piorar e tornar impossível aquela participação na política que

deveria definir a democracia. Uma cidade cujas praças e cujas estradas são controladas por

v ideocâmeras não é mais um lugar público: é uma prisão.

A grande autoridade que m uitos atribuem a estudiosos que, com o o senhor, investigam a

natureza do poder político poderá trazer-nos esperanças de que, dizendo-o de form a

banal, o futuro será m elhor do que o presente?

Otimismo e pessimismo não são categorias úteis para pensar. Como escrev ia Marx em carta a Ruge: “a

situação desesperada da época em que v ivo me enche de esperança”.

Podem os fazer-lhe um a pergunta sobre a aula que o senhor deu em Scicli? Houve quem

lesse a conclusão que se refere a Piero Guccione com o se fosse um a hom enagem devida a

um a am izade enraizada no tem po, enquanto outros viram nela um a indicação de com o

sair do xeque-m ate no qual a arte contem porânea está envolvida.

Trata-se de uma homenagem a Piero Guccione e a Scicli, pequena cidade em que moram alguns dos

mais importantes pintores v ivos. A situação da arte hoje em dia é talvez o lugar exemplar para

compreendermos a crise na relação com o passado, de que acabamos de falar. O único lugar em que o

passado pode v iver é o presente, e se o presente não sente mais o próprio passado como v ivo, o museu

e a arte, que daquele passado é a figura eminente, se tornam lugares problemáticos. Em uma sociedade

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que já não sabe o que fazer do seu passado, a arte se encontra premida entre a Cila do museu e

a Caribdis da mercantilização. E muitas vezes, como acontece nos templos do absurdo que são os

museus de arte contemporânea, as duas coisas coincidem.

Duchamp talvez tenha sido o primeir o a dar-se conta do beco sem saída em que a arte se meteu. O que

faz Duchamp quando inventa o ready-made? Ele toma um objeto de uso qualquer, por exemplo, um

vaso sanitário, e, introduzindo-o num museu, o força a apresentar-se como obra de arte. Naturalmente

– a não ser o breve instante que dura o efeito do estranhamento e da surpresa – na realidade nada

alcança aqui a presença: nem a obra, pois se trata de um objeto de uso qualquer, produzido

industrialmente, nem a operação artística, porque não há de forma alguma uma poiesis, produção – e

nem sequer o artista, porque aquele que assina com um irônico nome falso o vaso sanitário não age

como artista, mas, se muito, como filósofo ou crítico, ou, conforme gostava de dizer Duchamp, como

“alguém que respira”, um simples ser v ivo.

Em todo caso, certamente ele não queria produzir uma obra de arte, mas desobstruir o caminhar da

arte, fechada entre o museu e a mercantilização. Vocês sabem: o que de fato aconteceu é que um

conluio, infelizmente ainda ativo, de hábeis especuladores e de “v ivos” transformou o ready-made em

obra de arte. E a chamada arte contemporânea nada mais faz do que repetir o gesto de Duchamp,

enchendo com não-obras e performances em museus, que são meros organismos do mercado,

destinados a acelerar a circulação de mercadorias, que, assim como o dinheiro, já alcançaram o estado

de liquidez e querem ainda valer como obras. Esta é a contradição da arte contemporânea: abolir a obra

e ao mesmo tempo estipular seu preço.

***

Leia também A crise infindável como instrumento de poder. Uma conversa com Giorgio Agamben e

Quando a religião do dinheiro devora o futuro, de Giorgio Agamben, no Blog da Boitempo.

***

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Sobre o autor

Giorgio Agam ben nasceu em Roma em 1942. É um dos principais intelectuais de sua geração, autor

de muitos livros e responsável pela edição italiana das obras de Walter Benjamin. Deu cursos em várias

universidades europeias e norte-americanas, recusando-se a prosseguir lecionando na New Y ork

University em protesto à política de segurança dos Estados Unidos. Foi diretor de programa no Collège

International de Philosophie de Paris. Mais recentemente ministrou aulas de Iconologia no Istituto

Universitario di Architettura di Venezia (Iuav), afastando-se da carreira docente no final de 2009. Sua

obra, influenciada por Michel Foucault e Hannah Arendt, centra-se nas relações entre filosofia,

literatura, poesia e, fundamentalmente, política. Entre seus principais livros destacam-se Homo

sacer (2005), Estado de exceção (2005), Profanações (2007 ), O que resta de Auschwitz (2008) e O

reino e a glória (2011), os quatro últimos publicados no Brasil pela Boitem po Editorial.

ebooks

Todos os títulos de Giorgio Agamben publicados no Brasil pela Boitempo já estão disponíveis

em ebooks, com preços até m etade do preço do livro im presso. Confira:

Estado de exceção [Homo Sacer, II, 1] * PDF (Travessa | Google)

O reino e a glória [Homo Sacer, II, 2] * ePub (Amazon | Travessa)

Opus Dei [Homo Sacer, II, 5] * epub (Amazon | Travessa | Google)

O que resta de Auschwitz [Homo Sacer, III] * PDF (Travessa | Google)

Profanações * PDF (Travessa | Google)

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GIORGIO AGAMBEN

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serge | 31/08/2012 às 23:27 | Resposta

1 . amigo de heiddeger (um nazista notório) não deve ser referência para ninguém sobretudo

quando se é italiano. 2. de fato, a Itália foi v ítima de um golpe branco dos mercados.

berlusconi era talvez um “palhaço obsceno”, mas era eleito. se BOBBIO estivesse v ivo, acho

que defenderia o velho silv io…quem diria? 3. a teoria crítica está mais do que nunca de

atualidade. adorno, horkeimer e benjamin precisam ser “retomados”. 4. estamos v ivendo o

fim de um modelo político que consegui mesclar a economia e a política num pacto entre

capitalista e trabalhadores mediantes o papel conciliar do estado capitalista democrático. a

economia política parece perder qualquer relevância teórica. hoje, v ivemos a ditadura da

finança.

Ricardo Moreno de Melo | 29/03/2013 às 15:48 | Resposta

Serge, sua análise é boa, menos o fato de descartar Agamben por conta da amizade co

Heidegger. Isso me pareceu simplista. De todo modo posso também estar sendo simplista

por emitir juízo sem saber que tipo de amizade era essa. Mas alguém que renuncia a um

espaço acadêmico nos EUA, como fez Agamben, demonstra muita coerência

principalmente quando se sabe que este é o maior estado terrorista em ativ idade na

história recente do mundo. Abraços!

Ana | 09/07/2013 às 23:00 | Resposta

Nossa que historia é essa de ainda por cima italiano? Nazista esta parecendo ser você!

Credo!

Pedro Gabriel | 28/09/2013 às 22:04 | Resposta

12/15/13 “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben | Blog da Boitempo

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As recentes tentativas de rejeitar Heidegger como “filósofo nazista” assemelham-se às

tentativas nazistas de rejeitar a teoria da relativ idade de Einstein como “física judaica”.

Em ambos os casos, pede-se que confrontemos um corpo de pensamento, não a outros

corpos de pensamento, mas a algo de mais facilmente acessível — nossas intuições morais.

Se você estiver de antemão convencido de que a própria noção de relativ idade é fruto da

decadência cultural, terá fugido ao esforço de, primeiro, atravessar um sem-número de

equações, para só então decidir se os fenômenos físicos podem ser explicados de modo

não-relativ ístico. Se você estiver certo de que as próprias idéias de “experiência

autêntica” ou de “nostalgia pela voz do Ser” são inerentemente fascistas, ter-se-á poupado

o trabalho de comparar a versão heideggeriana da história da filosofia ocidental às

versões de Hegel, Dewey , Popper e Blumenberg, entre outros; isso para não falar das

etimologias fantasiosas e dos neologismos idiossincráticos do autor alemão. E, afora tudo

isso, você estará livre para deixar de lado os livros daqueles que se deixaram influenciar

por Heidegger — Derrida, De Man, Foucault —, incluindo-os sob a rubrica de tralha

desacreditada.

(Richard Rorty )

Bruno | 01/09/2012 às 18:27 | Resposta

Realmente, hoje v ivemos a ditadura da finança. Uma ditadura que só é possível porque o

Estado, as corporações midiáticas e as religiões (num menor grau) lhe dão uma ampla base

de sustentação.

Leopoldo Thiesen | 04/09/2012 às 15:13 | Resposta

Trata-se do exercício da força e da exploração através do direito da propriedade privada dos

recursos naturais e dos meios de produção, tornada líquida e com renda cumulativa

automática no capital financeiro, que hoje poem de joelhos não apenas indiv íduos e

empresas, mas também os Estados e já não apenas os Estados pobres e subdesenvolv idos.

Nada há de novo nisso. É apenas o desdobramento histórico do direito ilimitado de

propriedade privada. E não sairemos disso, enquanto reverenciarmos e nos submetermos a

este ícone.

Rita de Cássia | 04/09/2012 às 18:49 | Resposta

Rita de Cássia 04/09/2012

Não devemos confundir política financeira e religião. Ambas fazem parte de nossas v idas

mas, são assuntos diferenciados. Minha opinião é que se alguns religiosos se infiltrarem na

política, assim acredito que teremos muitos problemas, porque irão usar a religião para

desfrutarem de votos para suas campanhas eleitoreiras. Temos que ficar atentos a essas

coisas e, buscarmos estudar mais sobre a VIDA e DEUS.

Jean De Mulder F. | 08/09/2012 às 18:36 | Resposta

Ditadura de finanças….sim …!! ¿ Quem tá na frente da economía ? Entoe, ¿ quem nao debe dar

tregua a supremacía da economía das finanças ? A política….!! Ergo, a questao, é altura moral

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da política, iso que deve ser elevado…

Acho que Bobbio nao defendería a Berlusconi, ( sim duvida nao concordaría pelo menos nas

festas bacanais ) . Nao fiz o mesmo Sarkosy tirando a eleitores um orologio de mas de EUR

3000?). Penso que Bobbio apenas diría que foi democráticamente eleito……

Será que os mesmos presidentes sao inconscientes o nao sabem como donduzir-se com

altura, frente a este tipo de ditaduras, sendo presas eles mismos primero.

Acho que muitas coisas da ditadura das finanças está na inmaduritá mesma dos presidentes…

ainda democráticamente eleitos: certamente nao podem se chamar “Jefes do

Estado”…….categoría superior…. que poucos logram ser reconhocidos asim pelos cidadaos.

vilmar trevisol | 22/09/2012 às 19:27 | Resposta

Não sou especialista no assunto tão gigante. No entanto, desde as cruzadas até nossos dias o

dinheiro é um entrave a pseudo democracia que é postulada. Direitos iguais onde? Como já

mencionei no face: única democracia que é eficaz é a da patologia, digo melhor, o câncer, as

neoplasias malignas elas abraçam a todos, amarelos, branco, verde. A inquisição é uma bela

amostra da isonomia de crenças. O capitalismo crava o punhal até sangrar. Basta entender

quem assassinou Jesus Cristo? Logo Poder política e Igreja são farinha da mesma bolsa. Li

um livro, em 1981, ” de Léu Uberman, Onde o mesmo fazia um paralelo entre a igreja e o

poder.(” a história e a riqueza do homem”), se não estou enganado.A igreja mente quando diz

que não há reencarnação, quando na ressurreição Jesus reencarnou, única diferença que foi

no seu próprio corpo.

Francisco Carlos Lopes | 27/03/2013 às 18:01 | Resposta

Fundamental. São coisas assim que precisamos ler, o tempo todo.

Oscar Cox | 27/03/2013 às 20:43 | Resposta

Salvo engano, Agamben está citando Walter Benjamin no primeiro parágrafo. (o fragmento

7 4, “Capitalismo como Religião”)

Tony | 28/03/2013 às 0:56 | Resposta

Filosofia americana ” Money talks, bullshit walks”

Ema | 28/03/2013 às 12:25 | Resposta

Quando vejo a publicação de uma obra de arte “importante”, “significativa”, com os dizeres

“Acervo particular” me remete à gaiola com um pássaro preso.

Manuel Fernando Alves | 29/03/2013 às 0:12 | Resposta

Agamben v ive e respira dentro da obra de Benjamin. Benjamin e certo esta cada vez mais

actual, e a historia lhe vai dando razao. Nesta entrev ista Agamben cita muita vez Benjamin

sem lhe dar credito. Muita da obra de Agamben e uma tentativa de explicar melhor

Benjamin, que e um filosofo enigmatico e denso. O capitalismo e uma religiao por muitos

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motivos, e porque a sua base ideologica e no fundo teologica. Promete-nos redencao atraves

de uma ideia terrea de sucesso. Sucesso esse medido pela acomulacao de dinheiro. Se formos

a ver e a ideia protestante que rege o mundo hoje. A redencao nao atraves da graca mas sim

atraves das obras,

Júlio Andrade | 29/03/2013 às 1:30 | Resposta

Muuuuuuiiiiiittttttttooooooooooo

BBBBBBBBBBOOOOOOOOOOOOOOOMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM!!!!!

Ana Paula Fitas | 29/03/2013 às 11:22 | Resposta

Levei para o meu blogue “A Nossa Candeia” – com a dev ida indicação da fonte,

naturalmente! Obrigada pela partilha

Pingback: Entrevista com Giorgio Agamben: Deus não morreu, transformou-se em dinheiro | Hum Historiador

Adriana Maria Albuquerque Frota | 29/03/2013 às 19:40 | Resposta

Necessitamos sempre dessas leituras desses textos de conteúdo e significância

contemporânea.

Haha_haha | 29/03/2013 às 19:46 | Resposta

Filósofo de férias?!…..hahahhahaha…………pelo menos vcs alegram meu dia!

jovic | 30/03/2013 às 9:29 | Resposta

Politica e religão estão de braço dado.Ambas situações se aproveitam uma da outra.Existem

vários casos em todo o mundo e em Portugal há o exemplo do Partido que se define como

democrata cristão (CDS) que em campanhas eleitorais se aproveitam dos valores da religião

para convencerem os mais incautos a caírem em armadilha

jandira leite titonel | 30/03/2013 às 11:40 | Resposta

TEMPLO É DINHEIRO

Ou dá ou desce,ele diz…

Ou dá ou desce!

Dê TUDO,que vc vai ser feliz!

Ou dá ou desce,ele diz…

Ou dá ou desce!

Dê TUDO,que vc vai ser feliz!

Deio TUDO porque tinha muita fé!

E agora,seu pastor,como é que é?

Estou numa de horror

Me diga,por favor…

12/15/13 “Deus não morreu. Ele tornou-se Dinheiro” | Entrevista com Giorgio Agamben | Blog da Boitempo

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Não tenho nem dinheiro pro café!

Fui a primeira vez,ele mandou eu dar…

Fui a segunda vez,ele mandou eu dar…

Agora,vejam onde é que eu fui parar!!

Raveli | 30/03/2013 às 16:03 | Resposta

Excelente obra a altura do filósofo italiano que com grande lucidés e clareza de pensamento

nos leva a entender os ritos-mecanismos destrutivos da nova religião mundial. Recomendo!

Eliandro | 30/03/2013 às 20:17 | Resposta

A Nova ordem mundial consiste na manipulição da mente através da telev isão e meios de

comunicação em geral.vamos aproveitar a liberdade da internet enquanto ainda temos.E que

Deus nos ajude.

Emanuel Andrade | 30/03/2013 às 22:07 | Resposta

Eis que a picaretagem reina em todos os lares.

Rick | 06/04/2013 às 13:20 | Resposta

Eu dôo sangue….mas só pelo lanche.

...AVOA! Núcleo Artístico | 10/06/2013 às 3:50 | Resposta

Republicou isso em …AVOA! Núcleo Artístico.

Roberto Luis Costa | 12/06/2013 às 20:58 | Resposta

Caralho ,percebi quase isso, o deus que destroi e cria uma nova civ ilizaçao ao seu bel prazer,

o dinheiro.

Roberto Luis Costa | 12/06/2013 às 21:00 | Resposta

O mundo que livra do passado e de sua historia , e cria uma nova sociedade

global,destruindo a arte e a natureza , ultrpassadas e cria a nova paisagem global.

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Mauricio | 15/07/2013 às 16:35 | Resposta

Como a democracia atual poderia ser idêntica à q v igorava em Atenas? A imensa

complexidade e escala das sociedades atuais não tem paralelo com a Antiguidade e a Grécia

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Arcaica. Mas Atenas felizmente ainda serve como modelo, mas não para ser copiado tal e

qual, obv iamente, como parece pretender o autor. E tampouco o regime de Sólon parece

serv ir de modelo para grande parte da humanidade. Serve apenas para EUA, Europa

Ocidental, Japão, Índia, Austrália, NZ, Israel, 2 ou 3 países da América Latina, África do Sul e

Canadá. Para os demais serve apenas de fachada, ou nem mesmo isso.

Falando nisso, ele afirma q o Estado nacional está obsoleto. Só se for na Europa, pq na

América Latina, Ásia e Oriente Médio ele é muito maior do q deveria ser.

Esnobismo japonês? Eles renunciaram a todo conteúdo histórico? Mas não mesmo! Ele não

deve ter muitas notícias do Japão ultimamente. E ademais, o q queria o autor? Q os japoneses

se v ingassem da derrota de 1945? Eles escolheram o sábio caminho do recomeço…

Até concordo com a idolatria q hoje há em relação ao dinheiro. Porém o materialismo de

forma alguma é “capitalista”, apenas, como aliás afirma a própria auto-denominação

“materialismo histórico”. Os regimes socialistas tb perseguiram (e perseguem) o crescimento

econômico a qq preço – literalmente, mesmo se tratando de v idas humanas (o q na China,

aliás, sempre foi o item mais descartável…). Só q o fazem sem deixar nenhum espaço para a

auto-expressão, a criativ idade e o progresso do indiv idual. Na verdade, sabemos q o

socialismo foi e permanece sendo apenas um capitalismo de Estado, um “atalho”

autoritário/totalitário para o industrialismo e a poluição, mas sem direito a contestação, e

cheio de razão…

E sobre os comentários… Bem, o do Vilmar Trev isol é muito louco, cara… E aos q acham q

ser amigo de Heidegger é uma credencial ruim, lembrem-se de q Hannah Arendt foi mais do q

sua amiga. E ela LEU Heidegger. Acho q ser amigo de Pasolini é bem pior. Já conseguiram

assistir os filmes dele?

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Rita Da Silva Camillo | 17/07/2013 às 20:33 | Resposta

“Se o mundo que v ivêssemos não fosse materialista alimentos (nutrição), v iver, estudar,

crescer seria diferente. Muito estranho pensarmos em “Deus” desv inculado do dinheiro que

é o meio para alcançarmos qualidade de v ida, conforto, paz interior e jamais o fim. Estar feliz

tem um custo todos sabemos: Internet, telefone, livros, músicas, roupas, v iagens, lazer,

gerar filhos e sustentá-los. A maioria de nós não nasceremos numa tribo ou grupo aborígene

que consegue se autossustentar com a ajuda do trabalho coletivo e as dádivas da natureza

Então reconhecer um “Deus” no planeta Terra não material penso… seria não nascermos,

nem corrermos em direção ao óvulo no momento da fecundação. Uma mulher saudável

precisa se cuidar e cuidar de seu bebê e é um ato de amor. O dinheiro? Foi apenas um meio de

trazer um humano bem cuidado… o sentimento de dever cumprido. Cada um gasta o quanto

quer em sua religião, o quanto pode sabendo que o valor em si gasto não é pra “Deus” e sim

para sua melhor sabedoria e compreensão em livros e filosofias correspondentes a sua fé e

ética moral.”

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Diogo Romanov | 17/07/2013 às 21:10 | Resposta

Como todo filósofo, Agamben nos leva à reflexão. Se concordamos, ou discordamos; se

entendemos e compreendemos as suas raízes epistemológicas e os paradigmas conceituias

históricos que lhe são próprios; ou se podemos complementar e aperfeiçoar às suas teses ou

confirmar ou desmentir às suas hipóteses, o importante, em tudo isso, é que ao fazê-lo

estamos saindo do conforto anestésico da inanição social e reflexiva e nos colocando no

caminho produtivo e necessário de pensar o mundo atual e teorizar explicações que nos

ajudem indiv idual e coletivamente a sairmos das sombras políticas nas quais se encontram

hoje toda a Humanidade. Aparentemente temos liberdade. Mas uma liberdade condicionada

pelo modelo capitalista e por seu principal agente: o mercado financeiro. Este age e reage

para influenciar e determinar às ações governamentais (na gestão administrativa, na

processo legislativo e até nas decisões das cortes de justiça), tanto na paz como na guerra,

deixando pouco ou nenhum espaço para o exercício cív ico e coletivo (partidário ou não) da

Soberania popular ou da sobreposição de regras éticas e humanistas sobre o seu modus

operandii na relação sociológica Estado-mercado. Encontrar uma forma simples e objetiva

de introduzir o terceiro elemento nessa relação, para que ela deixe-se de dual, é o grande

desafio que temos pela frente, o qual consiste em: como fazer com que a Sociedade Civ il

tenha meios práticos e diretos, dentro das instituições representativas e de regulamentação

econômica, de se fazer ouvir e obedecer tanto pelo Estado quanto pelo mercado, a fim de

resgatarmos à verdadeira soberania nacional, regional, local e cív ica que se tornou lendária

em Atenas, há mais de 2.500 anos.

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