Devir Autônomo e Imprevisto Por Novos Espaços de Liberdade - Susana Caló

Embed Size (px)

Citation preview

  • /8*$5&20801SS

    'HYLU$XWyQRPRH,PSUHYLVWR 3RUQRYRVHVSDoRVGHOLEHUGDGH

    Susana Cal

    a variao contnua que constituiu o devir minoritrio de todo o mundo, por oposio ao Fato majoritrio de Ningum. O devir PLQRULWiULRFRPRJXUDXQLYHUVDOGDFRQVFLrQFLDpGHQRPLQDGR

    de autonomia. Sem dvida que no utilizando uma lngua menor como dialecto, produzindo regionalismo ou gueto que nos tornamos

    revolucionrios; utilizando muitos dos elementos de minoria, FRQHFWDQGRRVFRQMXJDQGRRVTXHLQYHQWDPRVXPGHYLUHVSHFtFR

    autnomo, imprevisto.38

    As lnguas menores no existem em si: existem apenas em relao a uma lngua maior e so igualmente investimentos dessa lngua para

    que ela se torne, ela mesma, menor. 39

    deleuze e guattari, Mille Plateaus

    Quando em Mille Plateaus Deleuze e Guattari se referem ao projecto de devir menor enquanto constituio de uma prtica revolucionria com o potencial de evadir a axiomtica do capital para o investir de uma dimenso poltica que merece ser explorada, para alm do campo da literatura em que foi inicialmente formulado40. neste movimento que se podem especular linhas de pensamento sobre a questo da relao entre espao, poltica e emancipao a partir dos con-ceitos de devir menor e minoria. Neste mbito, h duas ideias chave: primeiro, a YLUWXGHGHTXHVWLRQDURFULWpULRHSLVWHPROyJLFRTXHGHQHPDLRULDVHPLQRULDVHVHJXQGRDTXDOLFDomRGHXPDSUiWLFDTXHWRPDOXJDUQRVHLRGRPDLRUSDUDRmenorizar$SULPHLUDHDVHJXQGDFRPSOHPHQWDPVHQDGHQLomRGHXPDSUiWLFDorientada para a abertura de espaos de conexo experincia mltipla do mundo,

    38 Gilles Deleuze e Flix Guattari, Mille plateaux. Paris: Minuit, 1980. A Thousand Plateaus, trad. Brian Massumi. London: Continuum, 1987, p. 118.

    39 Ibid., p. 116.

    40 Isto no quer dizer que no domnio literrio devir menor no tenha um cunho poltico pelo contrrio, a enunciao da capacidade tica-esttica-poltica da literatura central ao projecto crtico-clnico de Deleuze e Guattari.

  • '(9,5$871202(,035(9,672

    ou a criao de condies de possibilidade para outras formas de pensamento e de vida. Contudo, importante notar que, como bem nota Maurizio Lazzarato41, o conceito de devir menor traduz o perodo das lutas da dcada de 1960, num ambiente em que se procurava encontrar linhas de fuga atravs de formaes minoritrias rigidez poltica dos grandes ajuntamentos sociais, institucionais e partidrios. Ora, hoje em dia, passa-se um pouco a situao contrria. Ao passo TXHRPRGHORQHROLEHUDOVHDUPDGXSODPHQWHTXHUDXPQtYHOPLFURSROtWLFRQDcaptura da produo de subjectividade, quer a um nvel macro-poltico, nas for-mas de estado e instituies ao seu servio, tanto movimentos sociais como parti-GRVPDQLIHVWDPXPDGLFXOGDGHGHH[SUHVVmRHDUWLFXODomRTXHFRQVLJDFRQHFWDUestes dois planos. neste sentido que vale a pena reavaliar a questo do menor. Importa distingui-lo claramente de uma apologia do marginal, do pequeno, ou do no-institucional. nessa medida que vamos enfatizar essa implicao mtua, em que a poltica sempre uma micro e uma macro-poltica, pois parece-nos que se hoje o conceito vlido porque convoca a necessidade de procurar formas de articulao e de formalizao entre estas.

    I.

    Formulado no mbito de um pensamento poltico da literatura atravs do estudo da obra de Kafka42, o conceito de devir menor refere-se ao processo pelo qual, num contexto dominado por uma lngua hegemnica, se criam espaos e SDVVDJHQVSDUDDYDULDomRHPXOWLSOLFLGDGHTXHQmRpUHHFWLGDQDVIRUPDVGHUH-presentao dominantes. Segundo a ideia de que a unidade da lngua revela uma manobra poltica e que as lnguas hegemnicas reforam a homogeneizao, a identidade e as constantes de expresso ou contedo, de acordo com um regime de representao, devir menor deve ser entendido como um tratamento da lngua maior cujo propsito de arrancar a lngua s relaes de poder que a aprisionam, para a re-conectar com a variao e heterogeneidade que caracteriza a experincia do mundo. Neste sentido, o menor ou o maior no dizem respeito a duas lnguas, mas a diferentes tratamentos ou usos de uma lngua. O que importa reter que o maior determina o padro ou a regra a partir da qual todos os outros usos so avaliados: implementa normas e leis, imanentes tanto ao contedo como forma,

    41 Entrevista no publicada, realizada a maio de 2013, Londres.

    42 DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Flix. Kafka: Pour une littrature mineure. Paris: Minuit, 1975.

  • Susana Cal

    que regulamentam no s as prticas discursivas, mas tambm comportamentos, formas de falar, de fazer e de pensar.

    Parece-me ento que face a esta homogeneizao, o tratamento menor GDOtQJXDHQFRQWUDDVXDPDLVDOWDMXVWLFDomRQDSUHPLVVDGHTXHHVWDGHYHVHUdevolvida multiplicidade do mundo para salvaguardar condies de possibilida-de de enunciao e de formulao de novos problemas. Ou seja, a introduo de novos objectos de luta no espao poltico.

    Se retomarmos o ponto de vista de Deleuze e Guattari, a literatura menor implica uma capacidade de afectar a lngua maior com um grau relevante de des-territorializao que provoca uma srie de deslocamentos e renegociaes que a confrontam com o seu prprio limite. No caso de Kafka este efeito deve-se a des-locamentos contextuais (em Metaformose, por exemplo) que produzem situaes cuja natureza convoca simultaneamente a renegociao de estruturas familiares, econmicas, burocrticas ou jurdicas. Este aspecto entende-se bem se seguirmos a proposta sugerida em Mille Plateaus de que a pragmtica a poltica da lngua, isto , que a lngua no existe em si mesma, mas depende de factores externos a si prpria ou pr-condies que permitem, ou no, a sua efectuao, em determina-do campo social ou contexto, e em dado momento no tempo.

    Ora, esta confrontao da lngua com os seus limites expe a rede de ele-mentos da qual a efectuao de um enunciado depende, deste modo entendendo--se melhor a lngua como um sistema dinmico com quebras e transies, na IURQWHLUDGHPLFURHPDFUROXWDVTXHUHHFWHPPRGXODo}HVGHSRGHUQXPFHUWRmomento do tempo e revelam o contexto de relaes de poder segundo as quais se a expresso distribuda.

    Se continuarmos a extrapolar o sentido poltico do enquadramento da lngua nessa dinmica de relaes, ento percebemos que, assim como o fecha-mento da lngua sobre si prpria neutraliza a sua potncia poltica revolucionria (porque ofusca a sua dimenso colectiva e social), de igual forma o encerramento do escritor sobre si prprio anula a potncia poltica da criao literria. Como tal, na perspectiva do menor, Deleuze e Guattari defendem que o verdadeiro escritor aquele que fora sobre si prprio uma potncia de desubjectivao da experincia ou uma elevao ao impessoal, como condio necessria para a articulao com a experincia colectiva (e singular) do mundo, assim como de uma ligao do in-dividual ao social. Neste sentido, a noo de agenciamento colectivo de enuncia-o, tambm introduzida no livro dedicado a Kafka, central para compreender o que se entende por literatura menor. O escritor no escreve sobre as coisas, nem

  • '(9,5$871202(,035(9,672

    no lugar delas, mas escreve com o mundo ou em conjugao com o mundo , no fundo, essa a condio poltica da literatura.

    Trata-se de defender que o fazer de uma lngua no uma coisa indi-vidual, mas diz respeito a um processo de criao colectiva, assim como a um processo de constituio de um colectivo. tambm a esse respeito que Deleuze e Guattari propem que a literatura menor inventa condies de possibilidade de um povo por vir, povo esse que est em falta.43 Todavia, fundamental entender que este povo no se refere a um grupo particular ou ideal, mas convoca a questo da poltica do por-vir, sinnimo de outras formas de vida, outros valores e outros modos de pensamento para os quais as condies de possibilidade de aconteci-mento tm de ser produzidas. No domnio da lngua ou da expresso, isso implica garantir que a enunciao e a formulao de novos problemas sejam informadas por essa multiplicidade, e sensveis formalizao de novos problemas. esse movimento de devir que forja articulaes entre vrios regimes de poder, e que fora o menor sobre o maior, que deve ser relevado (enquanto uma prtica).

    II.

    Partindo destas consideraes e tendo no horizonte a crescente mercanti-OL]DomRGDFLGDGHHGRWHUULWyULRTXHFDGDYH]PDLVVHDUPDFRPRXPDWHQGrQFLDdominante com consequncias directas sobre os modos de vida, tentarei agora sugerir a forma como a ideia de devir menor pode informar um pensamento e prtica contra-hegemnicas do espao e do territrio. Neste mbito, a hegemonia diz respeito ao processo global em que a urbanizao hoje promove a expanso do capital, estruturando tanto a cidade como o territrio de maneiras que geram no VyH[FOXVmRVRFLDOHGLVFULPLQDomRPDVLQHYLWDYHOPHQWHUHVXOWDPQDDUPDomRde certas formas de relao com o espao que acarretam como consequncia o estrangulamento de muitas outras. E, com efeito, os aspectos anteriormente men-cionados desterritorializao da lngua maior; elevao ao impessoal; conexo do individual ao social; agenciamento colectivo de enunciao revelam-se di-menses importantes para pensar prticas espaciais e sociais comprometidas.

    0DVKiDLQGDGRLVDVSHFWRVTXHUHVXOWDPGDUHH[mRSUpYLDHTXHGHYH-mos notar: o reconhecimento de que as formas de poder operam a diversos nveis, desde a produo de subjectividade aos modos de relao social; e a necessida-de de inventar modos de articulao entre a dimenses subjectivas, movimentos

    43 Esta articulao entre um tratamento menor e a noo de um povo por vir melhor feita em Cinma 2: LImage-temps (1985), Critique et Clinique (1993) e Quest-ce que la philosophie? (1991) por relao com o conceito de fabulao.

  • Susana Cal

    sociais, formas de representao e instituies. claro que a poltica no pode ser reduzida dimenso maior das representaes ou das instituies, pois passa tambm pelas formas de vida e processos de produo de subjectividade, quer seja pelo modo como falamos como por aquilo que pode ser dito. Ou seja, a poltica algo que se faz e se pratica, atravessando tanto o tecido do individual como do social. Esta tomada de conscincia importante, pois a partir do momen-to em que a vida tomada como objecto de poder, nela reside tambm uma fora estratgica que pode ser canalizada para a resistncia. Como disse Deleuze, no uma questo de nos preocuparmos ou de esperar pelo melhor, mas de encontrar novas armas.

    evidente que os domnios materiais e espaciais so atravessados por relaes de poder (de formas implcitas e explcitas) e necessariamente emitem regulamentaes sobre os modos de relao social, valores e formas de vida. Por LVVRRHVSDoRQmRpQHPGHYHVHUHQWHQGLGRFRPRXPVLPSOHVFRQWHQWRUSDFtFRe neutral das relaes sociais, mas sim como um elemento activo, com o potencial de participar, tanto a um nvel molecular, como molar, da singularizao e reno-vao dos modos de relao social e cultural. Como explicou Guattari, a produo de subjectividade depende de uma srie de factores polifnicos, espaciais e mate-ULDLVGLVFXUVLYRVHQmRGLVFXUVLYRVVLJQLFDQWHVHDVVLJQLFDQWHV

    Assumindo como ponto de partida que as prticas de emancipao to-mam lugar nos espaos que habitamos e so tanto produtoras de espao como contingentes ao espao, deveramos ser capazes de operar uma anlise dos lugares TXHKDELWDPRVQmRVySDUDLGHQWLFDUPRGRVGHRUJDQL]DomRUtJLGRVHKHJHPy-nicos, mas tambm para os reformar. Estaramos prximos do trabalho de crtica e anlise institucional de Guattari e Jean Oury no espao da clnica La Borde44, onde se pode dizer que a estratgia era a de menorizar o espao institucional enquanto modo de singularizao e autonomizao da diferena, e resolver um impasse entre uma horizontalidade e uma verticalidade puras de poder, ou entre processos topo-base e base-topo.

    Nesta lgica, a questo que nos deveria orientar para pensar ideias de emancipao articuladas por prticas espaciais seria: de que modo que estas podem gerar formas de habitar e de relao com o territrio que exponenciem processos de singularizao e autonomizao cvica? Teramos de pensar uma

    44 A primeira vez que tentei analisar as implicaes sociais e polticas do trabalho desenvolvido na anlise e crtica institucional foi atravs do estudo do caso da clnica La Borde em Flix Guattari e o colectivo em La Borde. Notas para uma concepo da subjectividade para alm do humano., em (dis)locations, ed. Gabriela Vaz Pinheiro e Fbaup, 2011.

  • '(9,5$871202(,035(9,672

    economia do espao e do territrio orientada para a emergncia de concepes de liberdade, de igualdade e de justia, capazes de constituir uma oposio crtica a critrios epistemolgicos maiores.

    (PERUDVHMDFHUWDPHQWHSRVVtYHOGHQLUFHUWDVPLQRULDVVHJXQGRXPFUL-trio quantitativo45 HVWDGHQLomRp WmR HUUDGDTXDQWR FRQIXQGLU DSURSRVWDGRPHQRU FRPD DUPDomRGH HVSDoRVSHTXHQRV RX LQGHSHQGHQWHV GHVOLJDGRVGDsociedade e tentativamente separados da realidade, em ruptura com as instituies e as estruturas de poder existentes. No se trata de evitar qualquer tipo ou forma de identidade ou de representao dessa forma anulando estrategizaes formais chaves prtica poltica. Pelo contrrio, como sublinha Guattari, o menor deve mobilizar uma prtica de articulao:

    a concluso deste tipo de transformaes depender essencialmente da capaci-dade que tenham os agenciamentos criados para articular essas transformaes com as lutas polticas e sociais. Se no se produzir essa articulao: nenhuma mutao de desejo, nenhuma luta por espaos de liberdade lograr dar lugar a transformaes sociais e econmicas a grande escala. Fugas moleculares e movimentos no seriam nada se no voltassem s organizaes molares para recombinar os seus segmentos, a sua distribuio binria dos sexos, das classes e dos partidos.46

    Inevitavelmente as lutas de emancipao social ocorrem s mais diver-sas escalas e nos mais diversos contextos, produzindo formas de identidade, de associao e de representao que se tornam a dado momento necessariamente PDLRUHVGHVGHRJUXSRDRSDUWLGR0DVSRULVVRPHVPRpQHFHVViULRLGHQWLFDUmodos de interaco do menor com o maior, que possam substituir a simples opo-sio (improdutiva) entre espaos menores vs maiores, marginal vs insti-tucional, formal vs informal.

    45 Como Deleuze e Guattari explicam: Por maioria ns no entendemos uma quantidade relativa maior, mas a determinao de um estado ou de um padro em relao ao qual tanto as quantidades maiores quanto as menores sero ditas minoritrias. A Thousand Plateaus, p. 321. Minoria e maioria no se opem apenas de uma maneira quantitativa. Maioria implica a determinao de uma constante, de expresso ou de contedo, como um metro padro em relao ao qual ela avaliada. () A maioria assume um estado de poder e de dominao e no ao contrrio &HUWDPHQWH DVPLQRULDV VmRHVWDGRVTXHSRGHPVHUGHQLGRVREMHFWLYDPHQWH HVWDGRVGHlngua, de etnia, de sexo, com suas territorialidades de gueto; mas devem ser consideradas tambm como germes, cristais de devir, que s valem enquanto detonadores de movimentos incontrolveis e de desterritorializaes da mdia ou da maioria. A Thousand Plateaus, p. 116-117.46 Ibid., p. 239

  • Susana Cal

    Neste mbito, as prticas espaciais que se debruam sobre as relaes de trabalho, sobre o colectivo enquanto modo de criao, sobre protocolos de ocupao de espaos ou sobre as polticas do territrio e as suas determinaes legais, so particularmente relevantes para imaginar possveis prticas espaciais que intervenham no mbito de diferentes relaes de poder. E por isso crucial prestar ateno tambm a modelos participativos promotores de outras formas de relao social que potenciem estas articulaes.

    Por outro lado, ao passo que preciso no confundir metodologias par-ticipativas com ausncia de arquitectura, crucial ter presente o que sugere o arquitecto Teddy Cruz ao defender que uma comunidade no ser livre enquanto no for capaz de resolver criativamente as suas necessidades de habitao, de for-mas de sustentabilidade socioeconmica, as suas prprias concepes de espao pblico, e os modos de relao com o territrio: no fundo a sua cultura cvica.47

    III.

    Devir-minoritrio um caso poltico, e apela a todo um trabalho de potncia, uma micropoltica activa. o contrrio da macropoltica, e at da Histria, onde se trata de saber, sobretudo, como se vai conquistar ou obter uma maio-ria. Como dizia Faulkner, no havia outra escolha seno devir-negro, para no acabar fascista. Contrariamente histria, o devir no se pensa em termos de passado e futuro. Um devir-revolucionrio permanece indiferente s questes de um futuro e de um passado da revoluo; ele passa entre os dois. Todo devir um bloco de coexistncia. 48

    Uma prtica menor comea por reconhecer que o pensar do espao e do territrio um problema que diz respeito a todos. Tal como a inveno de uma lngua diz respeito a um colectivo, e no apenas a um indivduo ou a um regime de representao que se impe de cima, tambm o espao diz respeito a uma comuni-dade, em prolongamento com a construo da sua autonomia cvica. S perspecti-vando as lutas em torno ao territrio enquanto lutas pela vida e enquanto sintomas destes agenciamentos colectivos que podemos fazer passar a poltica pelo espao, isto , concebendo-o como territrio de existncia. Deste modo, a politizao do

    47 Cf.: excelente discusso on-line, em particular, os comentrios de Teddy Cruz aqui Re: [-empyre-] Resilient Latin America: Reconnecting Urban Policy and the Collectives Imagination, http://www.mail-archive.com/[email protected]/msg04012.html. (Acedido em julho de 2012).

    48 A Thousand Plateaus, p. 322.

  • '(9,5$871202(,035(9,672

    espao no termina no espao, mas prossegue apontando uma direco para fora dele, indicando sempre a sua posio num regime transversal de relaes de foras, TXHSUHJXUDDVXDFDSDFLGDGHGHLQWHUYHQomRHDIHFWDomRDGLIHUHQWHVQtYHLV6HPdvida, a medida de afectao mtua a medida poltica do espao.

    3RUPUHFRQKHFHUTXHDSROtWLFDVHID]HVHSUDWLFDQRVHVSDoRVGDH[LV-tncia como uma luta pela vida, implica reconhecer e defender que o direito ao espao tambm o direito participao na inveno de um mundo. Uma parti-cipao que depende da construo de articulaes produtivas entre uma micro e uma macropoltica.

    Referncias

    CAL, Susana. Flix Guattari e o colectivo em La Borde. Notas para uma concepo da subjectividade para alm do humano. In (dis)locations, ed. Gabriela Vaz Pinheiro e Fbaup, 2011.CRUZ, Teddy. Re: [-empyre-] Resilient Latin America: Reconnecting Urban Policy and the Collectives Imagination. Disponvel em: http://www.mail-archive.com/[email protected]/msg04012.html. Acesso em: jul. 2012.DELEUZE, Gilles. Critique et clinique, Les ditions de Minuit. Paris, 1993. (coll. Paradoxe)DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Kafka: Pour une littraturemineure. Paris: Mi-nuit, 1975.___.4XHVWFHTXHODSKLORVRSKLH"Les ditions de Minuit (coll. Critique), Paris, 1991.___. Mille plateaux. Paris: Minuit, 1980. A Thousand Plateaus, trad. Brian Massumi. London: Continuum, 1987.

    Susana Cal escreve neste momento o doutoramento no Centre for Research in Modern European Philosophy (CRMEP), em Londres, com uma tese sobre a poltica da lingua-gem a partir de Gilles Deleuze e de Flix Guattari em que aborda as relaes entre linguagem, semitica e emancipao.