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EDUCAÇÃO
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CENTRO EDUCACIONAL SÃO CAMILO
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO – BSB
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM NEFROLOGIA
A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE HEMODIALISE.
Mariana
BRASÍLIA, 2009.
1
CENTRO EDUCACIONAL SÃO CAMILO
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO – BSB
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM NEFROLOGIA
A HUMANIZAÇÃO DA ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE HEMODIALISE.
Mariana
Pesquisa de Campo apresentada XXXXXXXX como exigência parcial do Curso de Especialização XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.
Orientadora:XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
BRASÍLIA, 2009
2
SUMÁRIO
1 TEMA.................................................................................................. 03
1.1 Tema delimitado............................................................................. 03
1.2 Problema........................................................................................ 04
2 JUSTIFICATIVA ................................................................................. 05
3 OBJETIVOS........................................................................................ 06
3.1 Objetivo geral................................................................................ 06
3.2 Objetivo específico........................................................................ 06
4 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................. 07
5 METODOLOGIA................................................................................. 10
6 ESTRUTURA PROVÁVEL DA MONOGRAFIA................................. 11
7 CRONOGRAMA.................................................................................. 12
8 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................ 13
3
TEMA: A HUMANIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE HEMODIALISE.
Tema delimitado: O objeto de estudo tem como foco a humanização no
cuidado ao paciente em tratamento de hemodiálise na perspectiva da
importância da humanização do relacionamento entre enfermeiros e pacientes
dialíticos tendo por finalidade melhorar as condições de bem estar
biopsicossocial, de qualidade de vida, prolongar a sobrevida dos portadores de
insuficiência renal contribuindo para que a sua rotina durante as sessões de
hemodiálise sejam mais agradáveis.
O tratamento de hemodiálise realizado por doentes renais crônicos é
desgastante e impõe a estes indivíduos uma série de limitações no âmbito
biológico, psicológico e social
Esta pesquisa objetivou analisar a importância da humanização junto ao
doente renal em hemodiálise, procurando produzir conhecimento para
profissionais, pessoas com a doença, familiares e cidadãos, para compreender
as diversas situações relacionadas ao paciente em hemodiálise, diante da
revisão de literatura de livros e artigos científicos.
Segundo CAMPOS (2002) a doença renal e o tratamento de
hemodiálise suscitam no indivíduo alterações emocionais de variados graus,
que podem interferir no andamento do tratamento. Os pacientes apresentam,
4
em relação à vivência no campo social, dificuldades no setor profissional, na
relação com amigos e familiares, além de certa discriminação social.
A enfermagem deve favorecer melhorias na qualidade de vida, do
paciente renal crônico procurando dar suporte através de um atendimento
humanizado que atinja também os familiares procurando promover uma
superação no olhar ao doente, dando um panorama de cuidado e prevenção.
5
PROBLEMA
Qual a importância da abordagem humanizada ao paciente em
tratamento de hemodiálise?
Quais as estratégias utilizadas pelos enfermeiros na humanização
e envolvimento do paciente no seu auto-cuidado?
O relacionamento humanizado no ambiente de hemodiálise entre
paciente e a equipe de enfermagem contribui para uma
resignificação da cronicidade mediante a necessidade de uma
melhor qualidade de vida?
6
JUSTIFICATIVA
Este trabalho justifica-se por abordar um assunto de real importância
para a nefrologia, pois se trata da promoção de melhor qualidade de vida,
tendo por finalidade prolongar a sobrevida dos pacientes em tratamento de
hemodiálise sob o conceito e a prospectiva da HUMANIZAÇÃO.
Os pacientes que se encontram em tratamento em uma clínica de
hemodiálise perderam totalmente a função renal. Conforme coloca BARROS
(1999) “os pacientes são selecionados para hemodiálise quando os sintomas
de falência renal são incontroláveis por dieta ou outras formas de tratamento”.
Ainda de acordo com BARROS (1999), o tratamento hemodialítico é um
processo de filtragem, utilizadas para retirar do organismo substâncias tóxicas
que são filtradas pelo rim em um processo natural. Durante este procedimento,
o sangue do paciente sai de seu organismo, através de uma fístula ou cateter,
com a ajuda de uma bomba, e circula por uma máquina dialisadora, retornando
depois para o paciente. Este processo dura em média 4 horas e deve ser feito
3 vezes por semana.
7
O presente estudo visa documentar a importância da humanização no
tratamento do paciente renal crônico em tratamento de hemodiálise,
ressaltando os processos presentes nas relações e nas dinâmicas do processo
de trabalho da enfermagem.
8
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Analisar a importância da humanização da enfermagem no tratamento dos
pacientes em tratamento de hemodiálise.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Descrever a assistência de enfermagem prestada ao cliente
submetido à sessão de hemodiálise.
Revisar o conceito de doença renal crônica, incluindo etiologia,
sinais, sintomas e classificação.
Revisar os métodos de substituição da função renal.
Descrever formas de humanizar a assistência de enfermagem ao
paciente em hemodiálise.
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REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com BARROS (1999), o tratamento hemodialítico é um
processo de filtragem, utilizadas para retirar do organismo substâncias tóxicas
que são filtradas pelo rim em um processo natural. Durante este procedimento,
o sangue do paciente sai de seu organismo, através de uma fístula ou cateter,
com a ajuda de uma bomba, e circula por uma máquina dialisadora, retornando
depois para o paciente. Este processo dura em média 4 horas e deve ser feito
3 vezes por semana.
A partir de observações, os autores do presente trabalho pontuam que a
enfermagem é o grupo profissional que mais atua diretamente no processo de
que envolve a hemodiálise, incluindo a atuação na resolução de possíveis
complicações.
Segundo CAMPOS (2002) a doença renal e o tratamento de hemodiálise
suscitam no indivíduo alterações emocionais de variados graus, que podem
interferir no andamento do tratamento. Os pacientes apresentam, em relação à
vivência no campo social, dificuldades no setor profissional, na relação com
amigos e familiares, além de certa discriminação social.
10
Atualmente a hemodiálise busca a reversão não somente dos sintomas
urêmicos, mas também a redução das complicações que são inerentes ao
próprio procedimento e a diminuição do risco de mortalidade.
Por este motivo os profissionais de enfermagem devem estar sempre
atualizados para promover um tratamento com segurança e qualidade ao
paciente renal crônico.
VILA (2002) salienta que a equipe de enfermagem que sente capaz
dessa tarefa deve-se saber que é necessário o crescimento e desenvolvimento
interior de si mesmo para então ajudar o outro a crescer, deve-se estar aberto,
alerta, preocupado em perceber, em sentir, ouvir, em viver com o outro, pois a
enfermagem executa inúmeras funções no gerenciamento da hemodiálise, não
sendo possível desta forma separar as funções administrativas, assistenciais,
educativas e de pesquisa, pois são funções interdependentes que se
autocompletam visando à melhor assistência ao cliente.
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METODOLOGIA
A presente pesquisa se constitui em uma revisão de literatura sobre os
cuidados de enfermagem em pacientes com insuficiência renal crônica
submetido ao tratamento hemodialítico, na perspectiva da humanização.
Trata-se de um estudo de revisão de literatura considerando os
materiais disponíveis nas bases de dados bibliográficos LILACS, BDENF e
MEDLINE, e alguns livros. A expressão de pesquisa constou dos seguintes
termos: “humanização”, “insuficiência renal crônica”,” Saúde”, e “ qualidade de
vida”. Os seguintes limites foram estipulados: período compreendido entre
2000 e 2008, idioma português.
Do resultado do processo de pesquisa junto às bases de dados e no
acervo da biblioteca, foram selecionadas 107 publicações, das quais 38
estavam relacionadas diretamente com a humanização. Destes, somente 5
foram empregados na elaboração deste estudo. Demais materiais utilizados
foram obtidos a partir de pesquisa não-sistemática em bibliotecas locais,
considerando-se a sua pertinência e a relevância de sua citação em trabalhos
consultados.
Para análise e síntese do material observaram-se os seguintes
procedimentos: a) leitura informativa ou exploratória, que constituiu na leitura
do material para saber do que tratavam os artigos; b) leitura seletiva, que se
preocupou com a descrição e seleção do material quanto à sua relevância para
12
o estudo, excluindo-se os artigos que não eram pertinentes ao tema de
interesse; c) leitura crítica ou reflexiva que buscou as definições conceituais
sobre humanização em hemodiálise, aspectos quanto a qualidade de vida e
saúde, e as intervenções de enfermagem. Quanto às intervenções de
enfermagem, foram consideradas a relação deste com o paciente.
Revisão de literatura quanto a:
1.0 Doença Renal Crônica
De acordo com Guyton (1992) a doença renal crônica consiste em um
grave problema de saúde publica evidenciando principalmente pelo aumento
progressivo da incidência e prevalência de pacientes em terapia renal
substitutiva no Brasil e no mundo. No Brasil, a prevalência de pacientes em
diálise atendidos no Sistema Único de Saúde saltou de 33,45 pacientes por
100 000 habitantes em 1999 para 40,11 em 2002. A prevalência é mais
elevada no sexo masculino e aumenta com a idade, passando de 12 pacientes
por habitantes, naqueles com menos de 30 anos para 144 naqueles com 60
anos ou mais (em 2002). Em 2004, cerca de 59.000 pacientes estavam em
terapia dialítica. (Barros, 2006). Entretanto existe uma carência de detecção
precoce da DRC e de tratamento adequado (inicio de terapia anti-hipertensiva,
controle de glicêmico nos casos de diabetes melito, dieta individualizada
prescrita pelo nutricionista e adoção de hábitos saudáveis de vida). A detecção
precoce e o adequado manejo clínico tornariam a progressão da doença mais
lenta, prevenindo complicações da uremia com a finalidade de promover o
13
ingresso do paciente em uma terapia renal substitutiva em condições clínicas
adequadas.
Os rins localizam-se na parede posterior do abdome, fora da cavidade
peritoneal, pesando cerca de 150 gramas. Cada rim contém aproximadamente
um milhão de néfrons, as unidades funcionais do rim, que é composto de
glomérulos e túbulos renais e é capaz de prover a função renal adequada, se o
rim oposto estiver lesionado. A função renal começa a diminuir com a
velocidade de aproximadamente a 1% a cada ano, começando por volta dos 30
anos de idade.
Segundo Guyton (1992) a maioria das pessoas está familiarizada
com uma importante função dos rins, que consiste em livrar o corpo dos
produtos de degradação que são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo.
Uma segunda função, que é especialmente crítica, consiste em controlar o
volume e a composição dos líquidos corporais. Os rins desempenham suas
funções mais importantes através da filtração do plasma e remoção de
substâncias do filtrado em graus variáveis, e produção de hormônios e
participação no metabolismo de cálcio e fósforo, dependendo das
necessidades do organismo. Além disso, eles depuram o filtrado de
substâncias indesejáveis, excretando-as na urina, enquanto retêm substâncias
necessárias, devolvendo-as ao sangue.
A Doença Renal Crônica é definida como a presença de lesão renal
associada à diminuição da filtração glomerular (FG ≤ 60ml/min/ 1,73m²) por
período > 3 meses. Consiste em uma deterioração progressiva e irreversível da
14
função renal com perda da capacidade em manter o equilíbrio metabólico e
hidroeletrolitico, resultando em síndrome urêmica e retenção hídrica.
As principais causas de DRC são hipertensão arterial, diabetes melitus,
história familiar de DRC, enfermidades sistêmicas, infecção urinária de
repetição, litíase urinária, glomerulopatias, dentre outras.
As manifestações da DRC abrangem vários sistemas orgânicos,
evidenciando-se através de desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico,
manifestações gastrintestinais, pleuro-pulmonares, neurológicas,
hematológicas, cardiovasculares, dermatológicas, alterações ósseas e
articulares, dislipidemia, alterações sexuais, do sono e psicossociais.
A DRC classifica-se em estágios de acordo com a filtração glomerular,
sendo o Estágio 5 ou doença renal terminal, o estágio quando está indicada a
terapia substitutiva renal, que pode ser feita através de diálise peritoneal ou
hemodiálise.
Na diálise peritoneal (DP), a substituição da função renal baseia-se na
infusão e drenagem de uma solução estéril na cavidade peritoneal, através de
um cateter intra-abdominal. O peritônio, que é uma membrana biológica,
estabelecerá a interface entre o sangue do paciente e a solução (banho de
diálise), permitindo a troca de solutos por difusão. A perda de líquidos vai
ocorrer por ultrafiltração osmótica. A DP crônica pode ser realizada por diálise
peritoneal ambulatorial contínua ou diálise peritoneal automática.
A hemodiálise é realizada através de um circuito extracorpóreo do qual
faz parte o filtro ou dialisador, composto de fibras ocas, dispostas em paralelo,
15
que possuem poros pelos quais ocorre a eliminação de água e solutos de baixo
e médio peso molecular. O sangue flui através de um acesso vascular (cateter
venoso, fístula artério-venosa ou prótese) e é impulsionado por uma bomba
para um sistema de circulação extracorpórea onde se encontra o dialisador e
ocorrem as trocas entre o sangue e o banho de diálise. Esse processo resulta
em remoção de escórias metabólicas, líquido e também na reposição de alguns
solutos. O paciente portador de doença renal crônica é submetido ao
tratamento dialítico, em geral, três vezes por semana, cerca de 3 a 4 horas por
sessão, não sendo incomum a ocorrência de intercorrências clínicas com
hipotensão, câimbras, cefaléia e mal estar.
1.2 Estágios da doença renal crônica
Estágio 0
Fase de função renal normal sem lesão renal inclui os integrante dos
chamados grupos de risco ( hipertensos, diabéticos, parentes de hipertensos,
diabéticos e portadores de drc que ainda não desenvolveram a lesão renal.
Estágio 1
Fase de lesão com função renal normal, corresponde as fases iniciais de
lesão renal com filtração glomerular preservada, ou seja o ritmo de filtração
glomerular esta acima de 90 ml/min/ 1,73m ².
Estágio 2
Fase de insuficiência renal funcional ou leve ocorre no inicio da perda de
função dos rins, nesta fase , os níveis de uréia e creatinina plasmáticos ainda
16
são normais, não há sintomas clínicos importantes de insuficiência renal, os
rins conseguem manter razoável controle do meio interno a um ritmo de
filtração glomerular entre 60 a89 ml/min/ 1,73m²
Estágio 3
Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada, nesta fase, os
sinais e sintomas da uremia da uremia possam estar presentes de maneira
discreta, o paciente mantem se clinica mente bem na maioria das vezes,
apresenta somente sinais e sintomas ligados a causa básica ( lúpus,
hipertensão arterial, diabetes mellitus, infecção infecção rinaria), os exames
laboratórias apresentam níveis elevados de uréia e de creatinina plasmáticos, a
filtração glomerular entre 30 a 59 ml/min/1,73m².
Estágio 4 - falta
Estágio 5
Fase terminal de insuficiência renal crônica, corresponde a faixa de função renal na
qual os rins perderam o controle do meio interno, tornando- se este bastante alterado para ser
incompatível com a vida. Nesta, o paciente encontra- se intensamente sintomático. Suas
funções terapêuticas são os métodos de depuração artificial do sangue (diálise peritonial ou
hemodiálise) ou seja o transplante renal. Compreende a um ritmo de filtração glomerualr
inferior a 15ml/min/1,73m².Estadiamento e classificaçao da DRC
Estágio Filtração Glomerular (ml/min) Grau de Insuficiência Renal
0 >90 Grupos de risco para DRC
Ausência de Lesão Normal
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Estágio Filtração Glomerular (ml/min) Grau de Insuficiência Renal
1 >90 Lesão Renal com Função Renal
Normal
2 60 - 89 IR Leve ou funciona
3 30 - 59 IR Moderada ou Laboratorial
4 15 - 29 IR Severa ou Clínica
5 <15 IR Terminal ou Dialítica
Figura 1
18
2. A humanização na temática da enfermagem
A humanização do atendimento em saúde é de vital importância na
atualidade, pois esta firmada principalmente na integralidade da assistência, a
igualdade das relações, a participação social do paciente, trazendo para o
enfermeiro a revisão das práticas cotidianas, principalmente na reflexão de
espaços de trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do
trabalhador e do paciente.
Na possibilidade de resgate do humano, naquilo que lhe é próprio, é que
pode residir a intenção de humanizar o fazer em saúde. Buscar formas efetivas
para humanizar a prática em saúde que implica em analisar a temática
“humanização”, indo de encontro com a qualidade de vida e de trabalho.
Segundo SANTOS (1999) definiu a humanização como sendo aquela
que:
(...) humanização é uma situação de enfermagem de um tipo especial em que a relação inter-humana é intencionalmente voltada para o bem estar ou estar melhor de uma pessoa relacionada com a qualidade de vida da saúde-doença, é importante para a enfermagem a perspectiva do mundo que o cliente tem para construir um bom relacionamento do paciente com a equipe de enfermagem, isso tem como objetivo possibilitar o alcance de um potencial humano para viver melhor e pleno, não apenas de um bem-estar. Com o tempo foi preciso promover um relacionamento, em que o paciente tivesse melhores condições de bem-estar e integridade física, mental e espiritual.
19
De acordo SUS (2004) que diz:
A Política de Humanização parte de conceitos e dispositivos que visam à reorganização dos processos de trabalho em saúde, propondo centralmente transformações nas relações sociais, que envolvem trabalhadores e gestores em sua experiência cotidiana de organização e condução de serviços; e transformações nas formas de produzir e prestar serviços à população. Pelo lado da gestão, busca-se a implementação de instâncias colegiadas e horizontalização das "linhas de mando", valorizando a participação dos atores, o trabalho em equipe, a chamada "comunicação lateral", e democratizando os processos decisórios, com co-responsabilização de gestores, trabalhadores e usuários. No campo da atenção, têm-se como diretrizes centrais a acessibilidade e integralidade da assistência, permeadas pela garantia de vínculo entre os serviços/trabalhadores e população, e avançando para o que se tem nomeado como "clínica ampliada", capaz de melhor lidar com as necessidades dos sujeitos. Para propiciar essas mudanças, almejam-se também transformações no campo da formação, com estratégias de educação permanente e de aumento da capacidade dos trabalhadores para analisar e intervir em seus processos de trabalho.
A humanização significa acolher o paciente em sua essência, a partir de
uma ação efetiva traduzida na solidariedade, na compreensão do ser doente
em sua singularidade e na apreciação da vida de forma a proporcionar ao
paciente um atendimento mais seguro, afetuoso e terno.
No âmbito hospitalar, fazem-se necessários profissionais que
desenvolvam as habilidades emocionais, tecnológicas e de formação
continuada na sua profissionalização sendo assim capazes de compreender as
diversas situações vivenciadas em seu cotidiano, evitando prestar um cuidado
tecnicista, mas preparados para oferecer um cuidado humanizado ao paciente
Deve-se compreender o ser humano como sendo integral e interligado
com o ambiente c com as relações sociais que se constituem no momento de
sua reabilitação ou afastamento social devido a doença.
A humanização da assistência encontra reforço na mudança do modelo
assistencial e na nova Política Nacional da PNH, que trata das ações voltadas
20
para esta dinâmica como; as práticas de atenção e gestão do SUS, o
fortalecimento do compromisso com os direitos do cidadão, o apoio à
construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção
de saúde, a construção de autonomia da rede do SUS, o fortalecimento do
controle social com caráter participativo, a democratização das relações de
trabalho e valorização dos profissionais de saúde.
21
2.1 A HUMANIZAÇÃO DO ENFERMEIRO NO TRABALHO COM O
PACIENTE EM HEMODIALISE.
Para humanizar a assistência de enfermagem é importante a
transformação do próprio profissional para que tenha habilidades para prestar
atendimento humano, observando os valores que devem permear seu trabalho
ressignificando conceitos como cidadania, o compromisso social e qualidade
de vida.
Percebe-se que a humanização envolve várias questões que vão desde
a organização e do projeto político de saúde do hospital que deve ter em vista
práticas de gestão e de atuação do profissional de enfermagem.
Segundo a estimativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) no
dossiê sobre a realidade da doença renal crônica no país, divulgado no 20º
Congresso Brasileiro de Nefrologia, “apenas 33% dos pacientes com
insuficiência renal crônica recebem tratamento adequado para a doença no
Brasil. Os 67% restantes - cerca de 100 mil doentes - morrem antes mesmo de
iniciar a diálise”.
De acordo com João Egídio Romão Júnior, supervisor da Unidade de
Diálise do Hospital das Clínicas de São Paulo os tratamentos usados para
combater a doença são paliativos. "Eles não curam os doentes. Somente a
22
prevenção é eficiente, porque evita ou retarda o surgimento da insuficiência",
afirma.
Machado (2003) coloca que os pacientes não questionam a sua doença,
pois:
(...) Não existe o raciocínio de que em razão das baixas condições de compra, podem não ter se alimentado adequadamente, não ter comprado medicamento específico à sua condição clínica e que a maneira insalubre de trabalhar predisporia a doença. O baixo nível de instrução corrobora para uma atitude passiva diante da sociedade e dos profissionais de saúde que ditam cientificamente a “melhor maneira de viver doente” propiciando a preservação da ideologia dominante que não permite ao indivíduo conhecer o que é seu por direito; assim, o tratamento recebido é considerado um presente; é gratuito por isso não é questionado.
O enfermeiro diante destes diversos contextos pode ter um insight de
reflexão da sua prática quanto aos estilos de tratamento e cuidados, pois diante
dos diversos grupos de doentes carentes, e mais favorecidos pode considerar
uma assistência integral sem privilégios ou diferenciações, pois o direito a
saúde e aos equipamentos de saúde não significa uma assistência gratuita
como é preconizado ideologicamente. Percebe-se que a equipe de saúde
tratando do doente com carinho atua como amortecedor de grande impacto
mesmo diante das políticas internas e sociais dos hospitais em que atuem.
O enfermeiro tem diante de si situações vivenciadas pelo paciente como
afastamento das atividades profissionais e familiares, a dor física e psicológica
e questões tecnológicas, as políticas estruturais hospitalares que influenciam
direta e indiretamente em sua atuação tendo então uma demanda cotidiana
que podem prevalecer sobre a humanização do seu trabalho.
Diante desses fatores, será que o enfermeiro pode apenas oferecer
carinho, atenção, compreensão, como um dos alicerces básicos esquecendo-
23
se da falta de investimento tecnológico e de mudanças fundamentais nas
estruturas hospitalares? Será que o processo interativo da humanização no
qual a intencionalidade do agir deve estar condicionado ao processo do cuidar,
pode ir além da passividade imposta pela doença e hospitalização do IRC?
Ao analisar esta questão MACHADO (2003) diz:
(...) Ir além da prática profissional no exercício de cidadania é reconhecer que a sofisticação tecnológica é necessária, porém, insuficiente para lidar com o processo de adoecer. É reconhecer a inadequação dos recursos oferecidos pela política estabelecida. É estimular e criar recursos para que sociedade contribua para a integração desses doentes em atividades laboriosas adequadas às capacidades físicas, mas que promovam a saúde da “humanidade” do homem doente, visto que o dia seguinte da hemodiálise poderia ser de produtividade física e mental. Considerando que, para estes doentes o tratamento hemodialítico é necessariamente obrigatório, todos os investimentos, avanços tecnológicos, pesquisas e terapêuticas de apoio para uma melhoria da vida cotidiana e da assistência serão válidos.
Enquanto que no enfoque de STEFANELLI (1992) que completa a
atuação do enfermeiro dizendo que:
(...) os enfermeiros, enquanto profissionais da área de saúde preocupados com o ser humano, precisam desenvolver meios, instrumentos, técnicas, habilidades, capacidade e competências para oferecer ao mesmo a oportunidade de uma existência mais digna, mais compreensiva, menos solitária no momento da doença. Afirma que é por meio da comunicação estabelecida com o paciente que podemos compreendê-lo em seu todo, sua visão de mundo, isto é, seu modo de pensar, sentir e agir.E ajudá-lo a reequilibrar-se mais rapidamente.
Mesmo diante destas questões torna-se de vital importância da
comunicação como instrumento básico e fundamental no processo de cuidar
humanizadamente o paciente DRC. SILVA (1996), que destaca:
(...) o profissional da saúde é decodificar, decifrar e perceber o significado da mensagem que o paciente envia para, só então, estabelecer um plano de cuidados adequado e coerente com as suas percepções e necessidades. Ressalta, ainda, que o enfermeiro por interagir diretamente com o paciente, precisa estar mais atento ao uso adequado das técnicas de comunicação interpessoal.
24
Compreende-se então que o cuidado e a relação interpessoal vão além
do trabalho do enfermeiro podendo estar implícito as subjetividades de sua
prática perpassando no cenário hospitalar minimizando os aspectos
desumanizantes que não estão fazendo bem ao paciente, foco principal do
enfermeiro.
2.3 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS COMPLICAÇÕES EM
HEMODIALISE.
O paciente renal crônico, quando está em tratamento em hemodiálise,
observa no seu dia a dia uma convivência perceptual com doença crônica que
o coloca diante as vezes de um tratamento doloroso, de longa duração e que
provoca, alterações em toda a sua vida.
O tratamento pode estressar o paciente levando-o ao isolamento social,
perda do emprego, dependência da previdência social, parcial impossibilidade
de locomoção e passeios, diminuição de atividade física, necessidade de
adaptação, perda de autonomia, afastamento do convívio familiar, alterações
corpóreas, além dos sentimentos contrários entre o viver o morrer.
Para que a equipe de enfermagem tenha, então, diante desses fatores
uma intervenção com diferencial humanizado faz-se necessário uma
assistência com qualidade que deve estar pautada não somente na realidade
cotidiana do paciente, mas também envolvida com as questões hospitalares.
LIMA (2009) ressalta que o processo de cuidar entre cuidador é “ser
cuidado” é interativo e consiste no desenvolvimento de ações, atitudes e
comportamentos com base em conhecimentos científicos, experiências,
25
intuição e pensamento crítico, realizadas para e com o paciente, no sentido de
promover, manter e/ ou recuperar sua dignidade e totalidade humana.
As principais complicações durante as sessões de hemodiálise são:
hipotensão, câimbras, náuseas e vômitos, cefaléia, dor dorácica conseqüentes
das alterações hemodinâmicas decorrentes do processo de circulação
extracorpórea e da remoção de um grande volume de líquido em um espaço de
tempo muito curto.
O enfermeiro diante dessas complicações deve monitorar o paciente,
detectar as anormalidades sendo que sua rápida atuação é essencial para a
garantia de um procedimento seguro e eficiente para o paciente. Mesmo
porque é este que o assiste mais de perto nas sessões de hemodiálise
devendo estar apto e prontamente intervir e assim evitar outras potenciais
complicações mais graves.
26
RESULTADOS E DISCUSSÃO
27
CONCLUSÃO
28
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
SANTOS, C. R.; Toledo, N. N.;Intensiva: paciente – equipe de 17, 0. 26- 29.
Outubro,1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE/POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO.
Relatório Final da Oficina Humaniza SUS. Brasília: Ministério da Saúde;
2004.
MACHADO, Leise Rodrigues carrijo. A dialética da vida cotidiana de doentes
com insuficiência renal crônica: entre o visível e o casual. REV.
ESC.ENFERM. USP, 2003; 37(3): 27-35.
STEFANELLI, M.C. Comunicação com o paciente: teoria e ensino. São
Paulo, EDUSP, 1992.
VILA, V. da S. C. Rossi. L. A. O significado cultural do cuidado humanizado
em unidade de terapia intensiva: “muito falado e pouco vivido”. Rev.
Latino americana de Enfermagem. v. 10, n.º 02, p. 137 – 144, 2002.
29