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Belo Horizonte agosto/setembro 2011 fase Adriana Versiani Ana Caetano Carlos Augusto Novais Carlos Barroso Clô Paoliello diOli Flávio Boaventura Glória Campos Julio Dui Luciana Tonelli Márcio Almeida Marco Scarassatti Marcus Vinicius de Faria Mário Alex Rosa Rogério Barbosa Vera Casa Nova Wagner

Dezfaces 5

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jornal de poesia do coletivo Dezfaces

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Belo Horizonteagosto/setembro2011

fase

Adriana Versiani Ana Caetano

Carlos Augusto Novais Carlos Barroso

Clô PaoliellodiOli

Flávio BoaventuraGlória Campos

Julio DuiLuciana Tonelli

Márcio AlmeidaMarco Scarassatti

Marcus Vinicius de FariaMário Alex RosaRogério BarbosaVera Casa Nova

Wagner

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número da página

número do fascículo

total de fascículos

númerode página

sequencial

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ente

nda

o editorial

expe

dien

te

nem entrada

nem saída

nem bandeiras

nem brasões

nem o número um

nem o último número

nem o céu

nem o inferno

nem cemflores

nem dazibao

meu bem

no fim

a poesia

é somente o editorial

Belo Horizonte, agosto/setembro de 2011

Editores Adriana Versiani, Camilo Lara, Carlos Augusto Novais.

Revisão Carlos Augusto Novais.

Capa Flor-de-cera (Hoya carnosa). Foto de Alicineia Gama retirada de http://www.treklens.com/gallery/South_America/Brazil/

photo350260.htm.

ELEGIA FRIA

Um luto quase verdadeuma dor quase certaum rosto quase cerauma flor quase murcha E entre os brancos folhosnum cuidado friofecharam-lhe os olhos Ficou na rígida posiçãode a boiar num rioum ponto de exclamação!

Abdul Cadre

Capa Dezfacinhas Flávia Neves Paoliello e Rodrigo Soares.

Projeto gráfico, capa, direção de arte e formatação Glória Campos e Clô Paoliello/ Mangá Ilustração e Design Gráfico.

Tiragem 1.000 exemplaresImpresso na Gráfica Editora Jornal do Comércio.

ContatosAdriana Versiani [email protected]

Camilo Lara [email protected]

Carlos Augusto Novais [email protected]

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Novais | Carlos Augustopoética #9ou durar é esvaziar o vazio

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Caetano | Anada janela de cronos

olhar pelo avesso

a sua vez passar

devorar o fio

e a meada

mastigar o próprio

tormento

engolir o futuro

e o pretérito

na armadilha

que eu invento:

o agora não é mais

parte desse presente

momento

ele é só a espessa

agonia

daquilo que se perdeu

com o tempo.

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auto-retrato Casa Nova | Vera

Penetrar pouco a pouco

No turbilhão da procura.

No labirinto das coisas da memória

O espaço inquietante das sombras

Ajuda a magia das palavras.

Auto-retrato de luz

Estampado no muro da cidade sombria.

Os espelhos se saturam

Conexões invisíveis de sombras

Fazem o corpo dançar.

Sou apenas a silhoueta dos meus desejos e

Me projeto no espaço da

Imagem refletida.

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Meu samba-canção

Ainda escrevo.

Ou quem sabe um rock?

Vou mordendo os fios de arame farpado

E desafio para um duelo de versos

O marginal ao lado.

Beijo o retrato de Pessoa

E nunca desisto.

Minha palavra de ordem: resistência

Re-sisto para ex-istir

E sobrevivo em cada nota tocada

Pelas sensações que vivo no mínimo,

Nas pequeníssimas percepções do mundo

E nas intensidades da corda.

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Scarassatti | Marco música experiência (5)

Smetak, como um alquimista ou mesmo um pitagórico, defende a trindade musical por considerar a música microscópica, uma influ-ência do macrocosmo, relacionando a mecânica ao ritmo, o movi-mento do universo à melodia e à fala do macrocosmo e a harmonia ao campo magnético que penetra na matéria para transformá-la. Embora esse pensamento pareça tradicional, Smetak não falava de melodias, ritmos e harmonias quaisquer. Constantemente, falava que harmonia era um complexo de multi-sons e não apenas a ma-nutenção de consonâncias.

os sons afinados agradam os sentidos. Os sons não temperados podem desagradar os sentidos? Intervalos dissonantes em exposições largas anulam a dissonância, porque o conflito da dissonância foi espalhado. (inversão de micros em macros-intervalos, metros em anos-luz).

Usando (...) as duas (escalas), a afinada e a desafinada, isto é, simplesmente escalas constituídas de microtons, teremos a graça de enormes contrastes e dinâmicas. E ainda mais, conseguindo bem aplicar o silêncio dos sentidos.

Os sentidos da pele exterior e os sentidos da pele interior.

Para ser mais claro nós temos que ouvir e analisar os sons que saiam da caixa para fora e os sons que ficam na caixa. Se pudesse usar os sons que ficam den-tro da caixa para fora, teria ganhado uma outra música. Seria esta um tipo de arquétipo da estruturação física dos sons (s/data:8).

Cria em ciclos de transformação e as músicas, seus estilos e suas sistematizações (tonal, atonal, microtonal) expressavam estágios da evolução humana. Dizia mais, falava em uma formação humanística para que o homem pudesse seguir sua evolução musical sem se sentir fragmentado.

Na verdade, não se trata de estilos e sim da evolução de estados de consciên-cias, pelos quais passam todos os homens nascidos na terra, para abrangerem totalmente este imenso quadro de frequências (1981:9).

Mais uma vez Smetak coloca o fazer musical no centro das prepa-rações ritualísticas de um processo de transformação. Para ele, cada composição musical, no seu sentido formal, nada mais era do que uma peça menor de um organismo vivo maior, restos de uma unidade que se perdeu e que busca se restabelecer na obra total humana. A improvisação seria o fluxo contínuo criativo, devendo “...correr como as águas de um rio, as águas sempre são novas, embora que o rio é o mesmo. As águas conservam o rio, o seu nome e o batizam constan-temente...” (s/d:3), responsabilizando cada um de seus criadores ao restabelecimento da ordem caótica dos sons, a caossonância.

(continuação)

diálogo com a improvisação smetakiana*

* Texto originalmente publicado em: SCARASSATI, M. Walter Smetak: O alquimista dos sons. SP: Perspectiva/Sesc, 2008.

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Para o suíço, o improvisador deve estar preparado para o ofício, ou seja, ter cultura elevada, acumular experiências e portar-se como um compositor. No entanto, deve também ser disciplinado e vigilante dos sentidos para que possa se libertar da escrita. Cornelius Cardew, um dos fundadores do grupo de improvisação AMM, também fala em disciplina na conformação à habilidade de trabalhar coletivamente como sendo o pré-requisito essencial da improvisação (PAES, 2003:60).

É interessante a distinção entre o sentido que o senso comum atribui ao que é improvisar e o que é dado pelo improvisador. Para Smetak a boa improvisação é repentina, porém, uma ação intelectual inspirada na própria ocasião já que, para ele, na improvisação, valem as intensidades do pensamento, as memórias dos participantes — tanto individuais quanto coletivas —, um domínio do fluxo temporal em relação aos acontecimentos musicais e a confiança em uma direção superior que conduz o seu destino. Entretanto, quando se pergunta se a improvisação substituirá a composição, responde a si mesmo:

Não, ela é um gênero à parte. Os acontecimentos na improvisação são quase im-previstos, na composição são previstos; o improvisador não tem tempo suficiente para pensar, embora que ele sempre organiza. O compositor tem tempo, dias, meses e anos para complementar sua obra. O sentido de tempo na improvisação é outro. Se ela acontece com felicidade não há percepção de tempo, explica isto, que o tempo do relógio foi bem consumido — não resta tempo. O astronauta sabe da anulação do tempo como o improvisador se ele se coloca em outro estado de consciência. O tempo torna-se volúvel (s/data:4).

O sentido da improvisação no gesto criativo ultrapassa a sessão musical; para ele, os atos da vida cotidiana são impulsionados pela força da imprevisibilidade e, sobre ela, deve-se transbordar a força da improvisação acumulada na preparação. Quem improvisa não deve se limitar, deve “improvisar os silêncios, as palavras e os sons”. A criação é como fluxo contínuo, a experiência é como a totalidade da existência e da transcendência.

O desenvolvimento da intuição é também tema das reflexões de Smetak. Assim, com Stockhausen que, posteriormente, as suas obras estruturalistas produz peças brilhantes dentro do campo da aleato-riedade, diz que “a intuição coletiva produz qualidades de que um compositor não é capaz” (PAES, 2003:67), Smetak crê numa comuni-cação do grupo através da intuição. Aliás, ela é necessária ao mesmo tempo em que se desenvolve na prática da improvisação coletiva.

Smetak diferencia e classifica quatro modos de improvisação:

1. Improvisação profunda que no fundo é uma meditação mística, tendo um centro imóvel;

2. A improvisação periferal que causa movimento (dançante);

3. A improvisação de contrapontos rítmicos sem ou com altura determinada de sons. Se for melódica, em repentina variação do tema;

4. A construção inteligente, sensível, de formas pré-estabelecidas com caráter universal se desprendendo de qualquer conteúdo que liga ao passado e de formas conhecidas, guardando porém uma temática segura (SMETAK, s/data:1).

Como complemento a essa tipologia smetakiana, citarei aqui a distinção de três modelos de “descoberta do coletivo” feitas pelo músico e historiador da improvisação Nick Couldry1 que se aproximam de uma determinação de modos de improvisação coletiva:

O Parallel Voices, que incide sobre a igualdade de papéis das vozes instrumen-tais e sua simultaneidade no decorrer dos eventos sonoros; o Group Voice, cujo objectivo é diluir todas as intervenções individuais num fluxo global em que, idealmente, as contribuições de cada um são indiscerníveis; e, por fim, o Style-Mixing, combinatória da abordagem interindividual com constantes mudanças de direcção ao nível colectivo, de maneira a não se distinguir uma linha condutora definida (PAES, 2003:65).

É evidente que os dois autores miram seus objetos através de olhares distintos. Diante da conformação mística em torno de aspectos formantes da improvisação como derivados dos formantes do corpo humano, o mental, o copóreo/sensual, o racional e o sensível, que traz Smetak, considerei importante relevar a maneira como o fluxo de informações sonoras e de interatividade entre as singularidades percorre a temporalidade da improvisação coletiva.

Isto pode ser chamado a solidão do improvisador, ou a solidão na multidão. As pessoas que tomam parte neste conjunto devem estar bem alertas nestes mi-nutos para se encaixarem devidamente em trabalhos desindividualizados e com egos subdivididos nesta unidade muito complexa. Porque efetuam o trabalho a construir uma obra no espaço mental temporariamente (SMETAK, s/data:11).

Para Smetak, a individualidade não deve ser aniquilada e a lide-rança está nos sentidos. Os indivíduos, agora juntos num grupo, devem sempre considerar que são visíveis durante a improvisação e que representam uma idéia pré-existente. Parece paradoxal que o gesto libertário da improvisação livre obedeça a regras pré-estabelecidas, mas, aqui também, Smetak é apolíneo e dionisíaco, experimental e conservador, sacro e profano. Propõe o caos para que uma ordem que

1 Artigo intitulado Turning the Musical Table – Improvisation in Britain 1965-1990 e publicado na revista Rubberneck, apud Paes (2003).

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paira velada sobre ele, se restabeleça. Propõe a tradução de luzes em sons, referindo-se à transfiguração das estrelas, agrupando-as em projeções geométricas e representando-as em intervalos de inúmeras densidades. Toma, desse modo, o céu como partitura, o pré-estabe-lecido que ressoa no microcosmo.

Sugestão de estrutura:

O CAOS : plano indiferenciadoO seu extrato: o monoísmoDivisão ao dualismoCoagulação (pleno domínio da forma)Ordem esquerda, Ordem no meio, Ordem na direita, Ordem na OrdemDissoluçãoVolta ao caosSínteseContinuação num plano paraleloModulado para planos cada vez mais altosEtc, etc. (sem fim e finalidade concreta)Ou com finalidade concreta...Metástase.Avatara. (manifestação total) (SMETAK, s/data:11)

Smetak destaca, sempre, o uso da voz e que a música tem caráter provisório, embora esteja sujeita ao envelhecimento quando a unidade triádica instrumento-homem-som é abalada pela desunião do grupo. Sua improvisação dissonante, a caossonância usando os microtons, tem como fundamento o mesmo som gerador do som contínuo do interior do instrumento e do giro mecânico do instrumento cinético. O homem é, para ele, veículo de uma obra superior a ele

como instrumento também é veículo do som. É o cavaleiro que anda em cima do cavalo e os sons, da caixa. Dividindo-se também (sem separar porém) em SONS QUAISQUER e SONS LINGUAGICOS (SMETAK, s/data:5).

Outra questão interessante é que as Plásticas Sonoras de Sme-tak, como instrumentos singulares, obrigam o músico ao desafio da exploração quase lúdica na procura dos sons. Não há, nem deve haver um virtuosismo individual, o que seria uma contraditória ação do ego musical em algo que se propõe vir a ser. Tampouco há um

virtuosismo de grupo, há sim a tentativa, a incorporação do erro, o devir comunicacional e a coragem do silêncio.

No final de seu percurso criativo, Smetak retornou ao seu instru-mento de formação do qual havia se distanciado por 15 anos, o vio-loncelo. Durante as gravações do LP Interregno, gravou duas músicas intituladas Fachos de Luz que, por um descuido da produção, não foram incluídas no disco. Esta “síntese de todas as experiências adquiridas no trabalho anterior”2, deste modo, ficou guardada silenciosamente, anônima para o público.

Já no final de sua vida, a pouco menos de um ano de sua morte, Smetak silencia, meditativo. Parece mesmo que seu intenso período de criação nos anos de sua passagem por Salvador, foi uma janela aberta, um portal adentrado no território da transcendência. Retorna à vida, contemplando-a como um visitante, desfrutando a plenitude de cada micro-intervalo da existência, esperando o momento de sua passagem, com a lembrança quase onírica de uma fase de intensa produção...

...Será que tocar significa viver com intensidade artisticamente, ou é uma falsa projeção entre o não ser das artes e a vida?

Esta pergunta não me foi respondida até hoje. Senti uma força desconhecida chegar com tanta veemência, não era eu, virei público ouvindo alguém. A música era um ser bem superior a mim, entretanto tomou conta de mim integralmente, como se fosse eu mesmo. Mas ao terminar, voltei a ser um homem comum como qualquer outro, sem poder me manter neste alto nível anterior. Tive a nítida noção de que era necessário fazer aquilo, pouco importando quem servia de instru-mento. Vivi, daí adiante, como espectador, observando as emoções, vibrando às vezes, ouvindo música como se fosse minha. Soube, finalmente, apreciar tudo que era nobre e raro, e senti de fato um gênio dirigindo as coisas belas que acontecem no palco da vida. Embora me sentindo um miserável mortal, senti a celebração da imortalidade. (...)

Vi com toda a clareza que nada de novo tinha sido criado, apenas redescoberto por iniciativa própria, com a única pretensão de conquistar e descobrir sozinho os novos continentes, tateando do conhecido para o desconhecido. Este cami-nho traz muitas felicidades, muitas angústias também, porque, como foi dito anteriormente, a realidade não corresponde ao potencial, mas o Som, também invertido em Luz, pode levar o homem a Ter um vislumbre da Existência3.

2 Smetak. Em potencial, sem realidade porém..., 27 de julho de 1983. Disponível em www.gilbertogil.com.br/smetak/takgil.htm

3 Idem.

BibliografiaBRITO, Teça A. de. Koellreutter educador: o humano como objetivo da educação musical, São Paulo: ed. Peirópolis, 2001.

CAMPOS, Augusto de. Música de invenção, São Paulo: Editora Perspectiva, 1998.

PAES, Rui E. Stravinsky morreu: devoções e utopias da música, Lisboa: ed. Hugin, 2003.

SMETAK, Walter. Simbologia dos instrumentos, Salvador: ed. Omar G., 2001.

_______________. O retorno ao Futuro, Salvador, Associação dos amigos de Smetak, 1982.

_______________. A arte transcendental da improvisação, Salvador/Curitiba/Vila Velha, 1975, manuscrito.

_______________. Ensaio para o artesanato da improvisação, s/data, manuscrito.

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Campos | Glória

Versiani | Adriana

conto colar — suicídio da série o que é da história está guardado

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Wagner já houve aqueles que num naufrágio se encontraram em estado de linguagemse achavam perdidos imersos em seus problemasjá houve os que a nave sempre adorarampartiram o seu instrumentono rebentar das ondulações densasem busca de um fundo sobreo qual queriam existir agorasurfar é o que faz a sinuosa deslindar o estado em siseja em qual sentido for deslizar é solução simum modo de experimentar o movimento constelarincertezas factuais adensadasem suas relaçõesaté ao trânsito incessante dos estelares ritmos desdobradosem exponenciaislogaritmos em uma dança das matériasse lançam no ir e vir umas sobre as outrasrarefazendo as distâncias vizinhançasa dar os nomes quesempre forma no momentoo instantea diferençauma constante que se desfaz ao aumentar o espaçoentre o que se cerca e o que escapapara o plano ao longo fora de alcanceoutra coisa o que se acha em outro instanteponto dessemelhante a suscitar conexãocom o que lhe é nãose dobrar para alcançar a cercaniafaltase achar na diferençaa oposição e a semelhança do que nunca e sempre forao que não é e tornou a ser estarperegrinação para a ruína em siescombro tudo escombrofragmento invisível no molejo intensoa urdir uma visualidade frágilprecisa em sua imprecisãoo sensível a dizer o que está ao seu alcancelenta adoração do material na qualidade regular de sua lei agoraagora instante para a rosa furta corbelinógrafa a espacializar o somem salto drible sensualpelo que não há

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para se fintar a ginga sempre a ginga desconcertandoo ponto pixel fixo do baile sideraltudo está sideral o navegar mais distanteerrante que jamais olvidaria o giro curto sobre silançado meio de lado uma perna a descrevergrafia desengonçada em sua obliquidade fenomenal escrita florrol flébil a dar a morte alada célere rocio molhado friosérie aberta em sium deslizar ritmado volvendo sinuosamente o gestomais que trasladado em estriamento vibrantea colocar a massa volumosa na visibilidade do se ir estribilhandoo que está a se fazer sensível intensificaçãobreve experimentar alternativofazer o que se deseja pois é tudo da vez só para variar lindo perigosoo que se quer conseguir vibra vibra a associação alternativafumegando a passagem sorridentecéu carregado de sinal em brumas de mil megatonsromance astral banho beijo a esperar a dissonânciaa alegria de mundo sem ficar aí parado animalescancarado densa sombra sonoraa procurar calado metais a cornetear o medoamar o blefe sangue terra fogo raso largo ar mar amargolíngua saliva estuporada pelo universo viajaré preciso agora é free tudo free vai-se emborapensa a pressa passagem malandra slider slideracontecer alguma coisa só para variarbotando para quebrar requebrarrush estelar mais perigosoo que se quer conseguir tudo pede maispede mais nuvem de poeira que pintou para ficar fortelinda assustadora pede maisestridência cadenciada lado a ladosorrindo um filme de terror o tempo nu majestadesem vigor dançando alcoólica cena em frente avante avante sempre erógenoresta o amor incenso a buscar o fazer zôo luta inteira jápassou perdido presente sair sair força a descontrair aracnideamenteo serpentear o balanço da manha surgindode longe os quarks fumegantesestá chegando está chegando último sertãonão é mais o mesmo céu carregado rajado suspenso os metaisos metais brumas de mil megatonsabraços beijos em um romance astral a se emendarfuro com furo a desorientar os sentidos se liga se liga

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Versiani | AdrianaVersiani | Adriana orlando

No dia em que li OrlandoVirgínia me arrebatou:o mistério da linguagem, suas “dualidades”, a mágica da forma que transformou aquilo que foi dito no que eu vi.Andei com livro emprestado, a capa colada com durex, dias, semanas, meses.Li devagar cada vestido, cada sombra do imenso carvalho.

Osvaldo da Turquia me deu notíciadas flores, dos canteiros, das alamedas por onde visitou persona e personagem: VirgíniaOrlando:ClaroEscuro: AmargoDoce:RoxoAmarelo.

No Caraça,os rios vermelhos de minério,metáforas delirantes de Francisco, calvário, a mística da pedra de onde Orlando pulou.

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Entendi a trágica nobrezano silêncio de uma xícara de chá.Coisa emprestada, capa colada com durexque rendeu a descoberta para uma outra escrita, para a escrita do mistério, tudo ali com a força da história que escorreu dos dedos de Virgínia.Ela pulsando na construção das imagens,na forma que transformou aquilo que foi ditono que eu vi.

Esquecendo-me por dias, semanas, meses,vesti devagar cada vestido, cada sombra do imenso carvalho,me perdi com Osvaldo no jardim: Flores da Turquia.Métaforas vermelhas de Francisco:xícaras quebradas, claroescuro, amargodoce, capa colada com durex.

A mística do minério:Rios delirantes do caraça:Calvário: A pedra.

Ironia do destino:Quando flertei com a loucura, Virgínia me salvou.

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Almeida | Márcio as presenças impuras

Por que fica uma palavraperdida, sem função, a mais,a apodrecer a lavrado poema com um mas?

Que pensar permite o ruimna surpresa da emoção?Por que, se rígido, o simcondena à exceção?

É desse consentir o erroque a poesia faz sua função: ser o sujeito da falta,semente do nada, paixão?

Por que tantas perguntas,dúvidas latifundiárias,se a poesia é coisa juntade seus exemplos e párias?

Se não existisse, a poesiafaria alguma diferença,ao fundar signos de piacom seus ócios e ciência?

Mas o que fundar num tempoalvo de pleno desígnio,o universo a vão do vento,a filosofia do signo?

A contradição, a profeciabelomaldita da vida,paródia, secular viajá do que antes era dúvida?

A poesia serviu ou servilà semelhança do criado serviço de linguagem — fiofundo a destino do dado?

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Belo Horizonteagosto/setembro2011

fase

Adriana Versiani

Alessandra Cordeiro

Carlos Augusto Novais

Flávia Neves Paoliello

Gabriela Novais Sachetti Powel

Heanrique Novais Vieira

Hélio Tanaka

Mário Alex Rosa

Rafaela Cossão de Novais

Rodrigo Soares

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Hélio Tanaka móbile

minha professora

Dona Zuma me ensinou

Que para a letra ser bonita

Tem que ter lápis e apontador

Dona Zuma me ensinouQue a luz que sai do solÉ mais velha que meu tetravô

Alessandra Cordeiro

Voltei pelo caminho da formiga bati na porta e de lá de dentro quem

não abriu respondeu:

Meu

pai

tro

uxe

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apão

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urad

os n

o co

rdão

Tsur

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e pa

pel

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caio

no

sono

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ara

o cé

u

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Adriana Versiani

Andei pelo caminho da formiga a linha torta por onde ela vai e volta

Voltei pelo caminho da formiga bati na porta e de lá de dentro quem

não abriu respondeu:— volta

Voltei pelo caminho por onde fui e pisei na cabeça da formiga que numa outra encarnação deve ter sido a minha maior

inim

iga

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Gabriela Novais Sachetti Powel

Heanrique Novais Vieira

Rafaela Cossão de Novais

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Mário Alex Rosa sono de criança ao Pedro Henrique

Amanhã demora?Quanto tempo demora o sono?Quanto tempo tem o dia? E a noite?Por que o dia é diferente da noite?A noite dura mais que o dia?— Então vou dormir de dia.Mas de dia tem noite pra dormir?Se eu dormir de dia amanhã amanheçoDe dia ou de noite?Por que tem que dormir de noite?Se dormir agora,Amanhã demora?

Poemas inéditos do livro infantil Zoo de mim

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Na lamao porco deita na sua cama.

A cobranas suas dobrasvira obra.

A aranha pela manhãcheia de manhaarranha.

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_408_ Até a próxima!

Carlos Augusto Novais

mamãe pegano meu pé

papai é um chatode galocha

minha irmã pisano meu calo

meu irmão é pedrano sapato

e eu souuma pedrinhano meu caminho

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Barroso | CarloscunilínguaPortugueza

eu pouco

me habito

pego carona em tanino

entre tormentas

e algum martírio

eu pouco

me habito

vivo em recôndito do esconderijo

que em mim não é abrigo

apenas mais um lugar

para não haver destino

eu pouco

me habito

como se entre mim e o

perigo

não houvesse pele

não houvesse nicho

só a revolta do inutensílio

só houvesse a fome

do já-comido

eu pouco

me habito

sequer o devaneio

mora comigo

mesmo porque o sentido é não

sentir-me

entre o incrédulo

e o carcomido

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de Faria | Marcus Vinicius

Elizabeth Barret Browning nasceu na Inglaterra, em 1806, e morreu na Itália, em 1861. Desde que saíram seus poemas reunidos, em dois volumes, em 1844, tornou-se muito lida e famosa na Inglaterra e nos Estados Unidos. Escreveu sobre temas políticos e femininos, mas foram os sonetos de amor suas obras mais populares, sendo também apreciados por poetas como Raine Maria Rilke e muito provavelmente Emily Dickinson.

traduçãoX

Yet, love, mere love, is beautiful indeed

And worthy of acceptation. Fire is bright,

Let temple burn, or flax; an equal light

Leaps in the flame from cedar plant or weed:

And love is fire. And when I say at need

I love thee...mark!...I love thee — in the sight

I stand transfigured, glorified aright,

With conscience of the new rays proceed

Out of my face toward thine. There’s nothing low

In love, when love the lowest: meanest creatures

Who love God, God accepts while loving so.

And what I feel, across the inferior features

Of what I am, doth flash itself, and show

How that great work of Love enhances Nature’s.

Elizabeth Barret Browning (Sonnets from the Portuguese)

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Soneto 10

Assim, amor, amor mesmo, é bonito sim

Digno de aceitar. Fogo é fagulha,

Incendeia templo, ou linho, e enrodilha

Flamas sobre flamas florestas sem fim:

Amor arde. E quando eu disser assim

Te amo...marca! Te amo — empilha

Teu olhar no meu, glória em maravilha

Sabendo que novos raios em estopim

Passam de minha face à tua. Nada é mínimo

No amor, mínimo que seja, o menor do ser

Que ama Deus, Deus aceita o seu dízimo.

O que sinto, pelo que de inferior fenecer

Do que sou, faísca por si só, seja o máximo

O amor traçar com a natureza o seu poder.

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o diário secreto de remedios varo

Só existo na narrativa de mim, esse lugar. O outro é a máscara que me desfigura:

Vermelhos são os anjos que me guiamVocê perto e eu sorvo do seu vinhoVermelhos são os anjos que me guiamVocê nectar e eu sorvo do seu vinhoVermelhos são os anjos que me guiam:

Viajo ao impossível exílio:Ingresso na casa da memória:Pela janela entra uma revelação:

A língua que encontra os dentes transforma:o que narra, no que é narrado,o que pressente, no que é sonhado,enquanto duplo me embriago com as cores do seu vinho:

Vivo poços escuros entoando os cantos que compôs a monja Hildegarda.Sinos de Berlim, ecos na alma de água.Cavo túneis, a neve seca meus olhos, o fogo não me queima, apenas aquece:

Beijo corrosivo de André, veneno de escorpião alado.Um inseto invade o sótão e deixa no espelho a sua marca:

As damas arrastam pelo salão da noite suas caudas perfumadas. Esboçam-se sorrisos e os sons são areia, barro, tijolo, terra seca. Textura de pedra pome invade o fundo da tela. Lá fora reconheço o dono das algas. Lá fora taquicardia e a língua acesa. Hoje fada na pele de coruja.Amanhã bruxa que vai ao Sabath:

Vejo a rã assustada que pula para fora do sonho e sabe sua pele impermeável à tinta tóxica.A cor não penetra, mas fica.Aqui ao seu lado, o invisível respira:

Versiani | Adrianatransalucinação de uma alma surrealista

Remedios Varo Uranga foi uma pintora surrealista. Nasceu em Anglés, Cataluña em 1908 e morreu de ataque cardíaco na Cidade do México em 1963.

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Um mestre com dedos gelados me guia da escuridão à luz da tarde.No meio do caminho, essa mulher atormentada imagina pregos na parede e novelos com que tece.No meio do caminho mergulho.Seus olhos verdes, esmeraldas em brasa:

Música,Um cachecol de seda no dorso da bombaMorte,A chuva que cai dos seus olhos tem sabor de lágrimas:

Com microscópio perscruta a trama do manto.Uma lança atingiu em cheio a jugular do touro que, de joelhos, voltou-se para Meca:

Invenção da substância, lugar do sacrifício, fluxo e refluxo cósmico.Um coração que sangra, um coração aflito, um coração devoto:

Há uma forma correta de se organizar objetos para evitar catástrofes.É o que me diz essa capacidade para ver rapidamente as relações de causa e efeito fora dos limites ordinários da lógica corrente.Porque o estranho acontece sempre em casa e o objeto comum se transforma em extraordinário:

Junto os remédios mágicos ao café, ao tabaco, a água do filtro.Um velho talismã azteca vibra dentro da caixa.Elixir do amor:

Com um punhal o soldado atinge o lado do crucificado.Escorre um rio de tinta que umedece o chão seco do deserto.Pigmento, pedra de toque:

O processo em si: meticulosidade enfurecida do primitivo flamenco,a serviço de uma imaginação banhada pela mais esquisita poesia.Asas na cabeça de Mercúrio, galinhas trazidas na coleira:

Viajo à foz do Orinoco em busca de ouro.Com calda de peixe, dentro de um ovo me desloco:

Relógio no pulso, na parede, no cesto. Olhos cravados na alma do relógio.Guardo-o porque tenho medo de chegar tarde, de perder a hora:

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Boaventura | Flávio

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arthur bispo do rosário

perdi todas as horas cosendo trapos achei seu labirinto de cacos

repus cada lugar em sua coisa vesti seu manto de gritos

escorracei todos os luxos pro fundo dos matos adulterei

autorretratos roí a linha do pensamento em ziguezague

colhi sua coroa de trastes desfiei cadarços de segredos em mil

pedaços voo transverso gargalhada de caos e fogo

tessitura do quase nada potência aguçada do ócio

saber fragmentário

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Dui | Julio

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Tonelli | Luciana{poetas de passagem na paisagem sob efeito da maresia}

{enquanto}

enquanto nós

marinhos na marina da poesia

outros tantos

terrenos estivadores dos dias

enquanto nós

serenos em cápsulas de tempo

outros tantos

sardinhas no engarrafamento

enquanto nós

metafóricos na dor do mundo

outros tantos

numerais em planilhas imundas

enquanto nós

metafísicos no café da manhã

outros tantos

maltrapilhos na noite eterna

enquanto nós

degredados em ilha atemporal

outros tantos

náufragos do tempo capital

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{no entanto}

no

entanto

nós

tão outros

tão tantos

tão parvos

no espanto

atônitos

átomos

derivas

dos dias

no

po

ro

so

ins

tan

te

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Versiani | Adrianacaissobre desenhos e pulsões

À noite, uma princesa veste-se de luz.Lá fora, o cheiro dos laranjais.Sonho,um sentimento me atravessae a princesa orvalha em mim.

essa língua ardendoessa língua ardendoessa língua ardendoDanço na praia ao som de um marulhoque me pressiona as têmporas.Chamam-me louco, errático.Trago comigo o segredo do vento. Janelas vedadas com cera de mil abelhaspara que o sol não despertea memória da infância.Muro alto,floresta negra dos pesadelos,uma gata no cio me atormenta.Atravesso a rua,chove na minha aldeia.

Algo que se repete em ondas curtas,falta-me o ar, o tato, o sono.Articulo umas palavras.Estrela,componente insano.

Havia uma casa onde respirava uma velha senhora que não sabia dotempo. Duas vezes ao dia se banhava na bica do jardim e faziaorações. Não usava palavras porque não precisava delas. Dos pássarossó ouvia asas e o universo, superfície espelhada, era apenas umasombra do que pulsava nela.

Entrei no quarto escuro,cortinas cerradas e o lustre-pêndulo indicavam o fim das horas.Muitos olhos, mas dois especialmente verdes cravaram em mim suas vértebras

Morte, noite da noite.Farol negro espreita a barcaonde os amantes ainda respiram

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Barbosa | Rogério

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outrance

outro dia

outra cor

outra via

outro amor

outra vez

outra sina

outra vida

outro som

outra regra

outro transe

outra linha

outra chance

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Dui | Julio

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Adriana VersianiAdriana Versiani dos Anjos. Nasceu em Ouro Preto–MG, 1963. Tem quatro livros de poemas publicados, dentre eles, A Física dos Beatles (2005), Conto dos dias (2007), o virtual Explicação do fato (2008. Germina literatura – Revista Virtual) e Livro de Papel (2009). Integrou o Grupo Dazibao, de Divinópolis/Belo Horizonte. Foi co-organizadora da Coleção Poesia Orbital e do jornal Inferno. Fez parte do conselho editorial da Revista de Literatura Ato.

Alessandra CordeiroAluna do ensino fundamental da Escola Municipal Tomás Antônio Gonzaga. Mora em frente à ponte dos Contos.

Ana CaetanoNasceu em Dores do Indaiá-MG, em 1960. Publicou Levianas (1984) e Babel (1994) com Levi Carneiro; e Quatorze (1997). Participou da coordenação dos projetos Temporada de Poesia, em 1994, e Poesia Orbital, em 1997; do CD Cacograma (2001); e foi co-editora da revista Fahrenheit 451.

Camilo LaraNasceu em Itaguara-MG. É professor e coordenador de Atividades Culturais do Cefet-MG. Tem dois livros de poemas publicados em co-autoria. Foi um dos organizadores da Coleção Poesia Orbital em 1997.

Carlos Augusto NovaisJoão Monlevade-MG, 1958. Poeta e professor de Literatura e Filosofia. Livros de poesia: A de Palavra, 1989; alvo. s. m., 1997; Antologia Dezfaces, 2008. CD de poesia: Cacograma, 2001 (em parceria). Participações: Alegria Blues-Banda, 1979; Salto de Tigre, 1993. Co-editor: Mostra poética de BH, 1994-1996; Poesia Orbital, 1997 (coleção de livros de poesia), Inferno, 2000.

Carlos BarrosoJornalista/escritor, trabalhou na Rede Bandeirantes, Hoje em Dia, Diário da Tarde e Estado de Minas. Prêmio Esso Regional em 2001. Atualmente, é comentarista político da BHNews TV e colunista da revista Fato Relevante. Do grupo fundador das revistas Cemflores, CemfloresPirata e AquiÓ, publicou: Poetrecos (Poesia Orbital/1997), Carimbalas, livro-objeto (Edições CemFlores/2008), Gelo (poema-móbile/2008). E os livros-objetos: Sãos, Usura e Livraria (Edições CemFlores/2010). Participou das Antologias Salto do Tigre (1993), Alécio Cunha (2009) e Pelada Poética II (Scriptum/2010). Poema publicado nesta edição integra CunilínguaPátria (inédito). [email protected]

Clô PaolielloÉ companheira de viagem de Ibook.

diOliDavid W. Oliveira — diOli, tem 29 anos e pouca barba. Gosta de usar camisas de malha, se possível sem estampa. Quando anda na chuva, sorri. É co-editor do Barkaça (www.barkaca.com).

Flávia Neves PaolielloOlá, meu nome é Flávia, tenho 12 anos e sou muito sortuda, tenho os padrinhos mais maravilhosos de todo o mundo. E Clô, Ló, Luca e Sara, são os melhores primos que alguém pode ter. Particularmente, adoro massas, chocolate, sorvete e churros. (Flávia é proativa e especialista em redes sociais — na prática)

Flávio BoaventuraÉ poeta e docente permanente do Mestrado em Estudos de Linguagens do CEFET-MG. Publicou, dentre outros, os livros Delírio trêmulo (Ed. 7Letras, 2003), Elipses (Ed. 7Letras, coautoria, 2007), O amante da algazarra: Nietzsche na poesia de Waly Salomão (Ed. UFMG, 2009), A máscara inquieta: ensaios sobre filosofia e poesia (Ed. 7Letras, 2009) e Sombraluz: fragmentos (Ed. 7Letras, coautoria, no prelo).

Gabriela Novais Sachetti PowelNasceu em Belo Horizonte, tem 06 anos de idade e estuda no Centro Educacional Iza Rizzotti. Adora ler e colecionar livrinhos.

min

ibio

grafi

as

Glória CamposFormada em desenho, EBA/UFMG, atua como designer gráfico há 20 anos. Sócia-diretora da Mangá – Ilustração e Design Gráfico.

Heanrique Novais VieiraNasceu em Belo Horizonte, tem 10 anos. Estuda no Colégio Santa Maria – Pampulha. Atleticano, gosta de desenhar e de jogar futebol.

Hélio TanakaNasceu em São Paulo, tem onze anos e mora no bairro da Liberdade onde seus pais têm uma loja de variedades.

Julio Dui Nasceu em Belo Horizonte no dia 15 de junho de 1959, reside em São Paulo.Profissão: Artista gráfico.

Luciana TonelliPoeta e jornalista, atua na área de cultura e do Terceiro Setor. Fez parte da equipe de edição da revista de cultura Palavra. Trabalhos mais recentes realizados para o Ateliê Ciclope — Arte e Publicações em Meio Digital. Publicou Flagrantes do Poço, coleção Poesia Orbital (1997), da qual também participou como organizadora e Flagrantes do tempo (2011).

Márcio AlmeidaMestre em Literatura, professor universitário, jornalista e crítico de raridades. Publica com regularidade no Cronópios, Germina, Caos e Letras, SLMG, Iniciação Científica, Pensar, Gazeta de Minas (Oliveira), Agora (Divinópolis) e diversas revistas virtuais do exterior. Autor, entre outros, de Estranhos muito íntimos (bilíngue, Multifoco, Rio de Janeiro, final de 2010), A minificção do Brasil — em defesa dos frascos & dos comprimidos (crítica literária, Sociedade dos Escritores, São Paulo, final de 2010), entre muitos outros. [email protected]

Marco ScarassattiNasceu em Campinas-SP, 1971. Compositor e artista sonoro, professor de prática do ensino de música na FaE-UFMG. Autor do livro Walter Smetak: o Alquimista dos Sons, Ed. Perspectiva/Sesc, 2009.

Marcus Vinicius de FariaPublicou os livros de poemas Armadilha para hábil caçador pegar o bicho quanto antes, 1981. Desejo insano, 1987, e Outros tempos, 1997. Tem poemas e traduções publicados em diversos periódicos e antologias, dentre elas, Poesia jovem – anos 70 – Literatura Comentada.

Mário Alex Rosa (São João Del Rei) Doutor em literatura brasileira pela USP; Professor de Literatura Brasileira do UNI-BH. Publicou poemas e artigos em revistas e suplementos de literatura brasileiros.

Rafaela Cossão de NovaisTem 06 anos e nasceu em Belo Horizonte. Estuda no Jardim de Infância Minha Vida. Gosta de conversar, contar histórias e dançar. Gosta muito de bolsas.

Rodrigo SoaresOlá, meu nome é Rodrigo, e fiz meu desenho com a minha amiga Flávia. Tenho 12 anos e adorei a ideia de mandar esse desenho para o jornal. Adoro chocolate e sorvete. (Rodrigo é o Senhor do Pincel Atômico)

Rogério Barbosa da Silva (Belo Horizonte)Professor do CEFET-MG. Doutor em Literatura Comparada (UFMG). Colaborou no livros Interfaces do olhar [antologia crítica e poética sobre Ana Hatherly (Lisboa 2004)]. É um dos editores da Revista de Literatura Ato e em parceria com Camilo Lara, as edições SAC-DAZIBAO, no CEFET-MG.

Vera Casa NovaÉ professora da Faculdade de Letras da UFMG, pesquisadora do CNPq, doutora em Semiótica pela UFRJ, pós-doutora em Antropologia Visual pela EHESS/Paris, poeta e ensaísta.

Wagner Moreirapoeta professor último livro: solamôna

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