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5 Terça-feira, 20 de novembro de 2012 Ano: XXI - Nº 5.029 Setenta e cinco por cento dos 36 milhões de brasileiros que foram incluídos, na última década, na classe média no Brasil são negros. Isso significa que a participação da população negra na classe média subiu de 38% em 2002 para 51% neste ano. Aliado a esse fato, a desigualdade salarial entre brancos e negros no País e a exclusão dos afrodescendentes no mercado de trabalho apresentaram um declínio nos últimos anos. Desde 2004, o rendimento médio real dos negros passou de R$ 607 para R$ 788 (crescimento de 29,8%), ao passo que o dos brancos variou de R$ 1.143 para R$ 1.352 (aumento de 18,3%). As estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são um novo referencial na reflexão que será feita em todo Brasil nesta terça-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. O coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, deputado Luiz Alberto (PT-BA Luiz Alberto (PT-BA Luiz Alberto (PT-BA Luiz Alberto (PT-BA Luiz Alberto (PT-BA), destaca que a Bancada do Partido dos Trabalhadores sempre foi porta-voz das reivindicações dos movimentos sociais. “Sempre apoiamos o movimentos negro e a luta pela igualdade racial”. Luiz Alberto avalia que avanços importantes para a população negra ocorreram nos governos Lula e Dilma e cita, entre eles, a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e a lei das cotas nas universidades. Luiz Alberto enumera ainda outras conquistas que a população negra brasileira vem alcançando neste círculo virtuoso que o País vive na promoção da igualdade racial. Ele ressalta que logo no primeiro ano do governo Lula foram estabelecidos procedimentos para a identificação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos e que, de 2003 a 2010, 1.573 comunidades quilom- bolas foram certificadas; 93 foram tituladas; e 996 estão em processos de regularização fundiária. Também no primeiro governo Lula foi instituída a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Decreto 4.886). E foi a partir dos governos petistas que o estudo da história e da cultura afro-brasi- leira foi incluído no currículo do Ensino Básico (Lei 10.639); criou-se o Fórum Intergover- namental de Promoção da Igualdade Racial; o Programa de Combate ao Racismo Institu- cional; aprovou-se a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; institui-se a Agenda Social Quilombola; e criou-se o Programa de Bolsas de Iniciação Científica para alunos cotistas das Instituições de Educação Superior (IES). Mercado de T Mercado de T Mercado de T Mercado de T Mercado de Trabalho rabalho rabalho rabalho rabalho – A inserção da população negra no mercado de trabalho e a melhoria da sua qualidade de vida, na análise do deputado Valmir Assunção (PT-BA almir Assunção (PT-BA almir Assunção (PT-BA almir Assunção (PT-BA almir Assunção (PT-BA), “significam que as políticas dos governos Lula e Dilma estão dando resultados”. O gover- no, na sua avaliação, está no rumo correto quando busca aprofundar as políticas de inclu- são. “Está no caminho certo, porque priorizou o social, oportunizou o acesso de segmentos da população, notadamente o negro e o pobre, ao mercado de trabalho, aos estudos, às universidades, com políticas de inclusão e de redistribuição de renda”, frisou. O deputado Amauri T Amauri T Amauri T Amauri T Amauri Teixeira (PT-BA eixeira (PT-BA eixeira (PT-BA eixeira (PT-BA eixeira (PT-BA) também destacou as políticas afirmativas imple- mentadas por Lula e Dilma. “As políticas de cotas, que foram sancionadas recentemente, por exemplo, têm impactado positivamente a população negra, mas ainda estamos longe de alcançar a igualdade. Então, temos que avançar nas políticas sociais para, cada vez mais, reduzirmos as desigualdades”, afirmou. Homenagem Homenagem Homenagem Homenagem Homenagem – Numa iniciativa de parlamentares da Bancada do PT, a Câmara realiza sessão solene no próximo dia 26, segunda-feira, às 10h, em comemoração ao mês da Consciência Negra. A solenidade faz parte das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro. Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Dia da Consciência Negra: Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na Brasil exibe avanços na redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade redução da desigualdade ESPECIAL ESPECIAL

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Terça-feira, 20 de novembro de 2012 Ano: XXI - Nº 5.029

Setenta e cinco por cento dos 36 milhões de brasileiros que foram incluídos, na última década, na classe média no Brasil são negros. Isso significaque a participação da população negra na classe média subiu de 38% em 2002 para 51% neste ano. Aliado a esse fato, a desigualdade salarial

entre brancos e negros no País e a exclusão dos afrodescendentes no mercado de trabalho apresentaram um declínio nos últimos anos.Desde 2004, o rendimento médio real dos negros passou de R$ 607 para R$ 788 (crescimento de 29,8%), ao passo que o dos brancos

variou de R$ 1.143 para R$ 1.352 (aumento de 18,3%). As estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e daOrganização Internacional do Trabalho (OIT) são um novo referencial na reflexão que será feita em todo Brasil nesta terça-feira, 20 denovembro, Dia da Consciência Negra.

O coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial e em Defesa dos Quilombolas, deputado Luiz Alberto (PT-BALuiz Alberto (PT-BALuiz Alberto (PT-BALuiz Alberto (PT-BALuiz Alberto (PT-BA),destaca que a Bancada do Partido dos Trabalhadores sempre foi porta-voz das reivindicações dos movimentos sociais. “Sempre apoiamos omovimentos negro e a luta pela igualdade racial”. Luiz Alberto avalia que avanços importantes para a população negra ocorreram nosgovernos Lula e Dilma e cita, entre eles, a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a aprovação doEstatuto da Igualdade Racial e a lei das cotas nas universidades.

Luiz Alberto enumera ainda outras conquistas que a população negra brasileira vem alcançando neste círculo virtuoso que o País vive napromoção da igualdade racial. Ele ressalta que logo no primeiro ano do governo Lula foram estabelecidos procedimentos para a identificaçãoe titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos e que, de 2003 a 2010, 1.573 comunidades quilom-

bolas foram certificadas; 93 foram tituladas; e 996 estão em processos de regularização fundiária. Também no primeiro governo Lula foiinstituída a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Decreto 4.886).

E foi a partir dos governos petistas que o estudo da história e da cultura afro-brasi-leira foi incluído no currículo do Ensino Básico (Lei 10.639); criou-se o Fórum Intergover-namental de Promoção da Igualdade Racial; o Programa de Combate ao Racismo Institu-cional; aprovou-se a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra; institui-se aAgenda Social Quilombola; e criou-se o Programa de Bolsas de Iniciação Científica paraalunos cotistas das Instituições de Educação Superior (IES).

Mercado de TMercado de TMercado de TMercado de TMercado de Trabalhorabalhorabalhorabalhorabalho – A inserção da população negra no mercado de trabalho e amelhoria da sua qualidade de vida, na análise do deputado VVVVValmir Assunção (PT-BAalmir Assunção (PT-BAalmir Assunção (PT-BAalmir Assunção (PT-BAalmir Assunção (PT-BA),“significam que as políticas dos governos Lula e Dilma estão dando resultados”. O gover-no, na sua avaliação, está no rumo correto quando busca aprofundar as políticas de inclu-são. “Está no caminho certo, porque priorizou o social, oportunizou o acesso de segmentosda população, notadamente o negro e o pobre, ao mercado de trabalho, aos estudos, àsuniversidades, com políticas de inclusão e de redistribuição de renda”, frisou.

O deputado Amauri TAmauri TAmauri TAmauri TAmauri Teixeira (PT-BAeixeira (PT-BAeixeira (PT-BAeixeira (PT-BAeixeira (PT-BA) também destacou as políticas afirmativas imple-mentadas por Lula e Dilma. “As políticas de cotas, que foram sancionadas recentemente, porexemplo, têm impactado positivamente a população negra, mas ainda estamos longe de

alcançar a igualdade. Então, temos que avançar nas políticas sociais para, cada vez mais, reduzirmosas desigualdades”, afirmou.

HomenagemHomenagemHomenagemHomenagemHomenagem – Numa iniciativa de parlamentares da Bancada do PT, a Câmara realiza sessão solene nopróximo dia 26, segunda-feira, às 10h, em comemoração ao mês da Consciência Negra. A solenidade fazparte das comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro.

Dia da Consciência Negra:Dia da Consciência Negra:Dia da Consciência Negra:Dia da Consciência Negra:Dia da Consciência Negra:Brasil exibe avanços naBrasil exibe avanços naBrasil exibe avanços naBrasil exibe avanços naBrasil exibe avanços na

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ESPECIALESPECIAL

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PT NA CÂMARA20/11/20122

A desigualdade salarial entre brancos e negros no País e a exclusãoda população negra no mercado de trabalho têm diminuído nos últimosanos no Brasil. Desde 2004, o rendimento médio real dosafrodescendentes passou de R$ 607 para R$ 788 (crescimento de29,8%), ao passo que o dos brancos variou de R$ 1.143 para R$1.352 (aumento de 18,3%). Os dados fazem parte de um estudorealizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgadono início deste semestre.

Ainda de acordo com o levantamento, a diferença da renda totalentre trabalhadores brancos e negros foi reduzida em cerca de 5%.Enquanto, em 2004, os negros recebiam 53% do rendimento dosbrancos, em 2009, essa relação avançou para 58%. O estudo apontou ainda que o crescimento econômico doPaís nos últimos anos, além da criação de milhões de empregos, “beneficiou principalmente as regiões maispobres e com mercados de trabalho menos estruturados”.

Apesar da melhora, o deputado Vicentinho (PT-SP),Vicentinho (PT-SP),Vicentinho (PT-SP),Vicentinho (PT-SP),Vicentinho (PT-SP), ex-presidente nacional da CUT, afirma que o

Brasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancose negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalho

País vive um círculo virtuoso na promoção daPaís vive um círculo virtuoso na promoção daPaís vive um círculo virtuoso na promoção daPaís vive um círculo virtuoso na promoção daPaís vive um círculo virtuoso na promoção daIgualdade Racial, avalia Edson SantosIgualdade Racial, avalia Edson SantosIgualdade Racial, avalia Edson SantosIgualdade Racial, avalia Edson SantosIgualdade Racial, avalia Edson Santos

Ex-ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), o deputado EdsonEdsonEdsonEdsonEdsonSantos (PT-RJ)Santos (PT-RJ)Santos (PT-RJ)Santos (PT-RJ)Santos (PT-RJ) analisa que o País vive um círculo “virtuoso” a partir da constituição da Secretaria e daaprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Para o deputado, houve avanços no atendimento de demandashistóricas da população negra no Brasil. De acordo com o petista, as duas iniciativas consolidam políticasvoltadas a essa parcela da população, que estão se transformando em responsabilidade do Estado.

“O Estatuto confere à população negra a conquista da cidadania, e a Seppir foi um elementofundamental na promoção de políticas inclusivas da comunidade negra do Brasil. As ações governamentaisque antes eram diluídas e ficavam à mercê de governos estaduais se transformaram em política deEstado”, ressaltou Edson Santos.

O deputado lembrou ainda que o estatuto ficou dez anos em tramitação no Congresso Nacional e foisancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2010. Um dos pontos centrais dodocumento, segundo Edson Santos, diz respeito à reserva da metade das vagas nas universidades e institutosfederais para alunos de raça negra das escolas públicas.

“A adoção de cotas constituiu-se em elementoimportante que permitiu a necessária política afirmati-va, que é referência das ações propositivas para a po-pulação negra do País”, avaliou.

Edson Santos aguarda com expectativa a propostaque estende a política de cotas para o ingresso ao serviçopúblico federal. De acordo com o deputado, o governo,por meio da Seppir, deve enviar neste mês um projetoque reserva 30% das vagas para negros. “É umaproposta clara que vai impulsionar jovens negros aoingresso no serviço público”, aposta o petista.

Apesar de representarem mais da metade dapopulação brasileira (51%, segundo o Censo do

IBGE de 2010), negros e pardos estão sub-representados no Parlamento brasileiro. Na

Câmara, apenas 43 parlamentares seautodeclaram pertencentes a esse segmento da

sociedade, entre 513 deputados. No Senado, emmeio a 81 senadores, são apenas dois.

Para mudar esse quadro, o coordenador da FrenteParlamentar Mista pela Igualdade Racial e em

Defesa dos Quilombolas, deputado Luiz AlbertoLuiz AlbertoLuiz AlbertoLuiz AlbertoLuiz Alberto(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA)(PT-BA), defende a adoção de uma

legislação que possibilite o aumento daparticipação de negros e negras na política.

“É necessária uma profunda reforma política queinterfira no poder econômico que, crescentemen-

te, tem decidido eleições no País. Para acabarcom isso, o financiamento

público é fundamental”, destaca.Cotas –Cotas –Cotas –Cotas –Cotas – Ao também lembrar o sucesso da política

de cotas nas universidades públicas para ainclusão da população negra, Luiz Alberto

defende a mesma ação afirmativa voltada àparticipação política. “Por isso, apresentei a PEC116/11, já experimentada em alguns países do

mundo, que reserva cotas nacomposição dos parlamentos federal e

estaduais para negros e negras”, observa.Pela proposta, o número de vagas deve ser

definido com base no percentual de pessoas quetenham se declarado negros ou pardos no último

censo do IBGE. Esse número não poderá sermenor que 1/5 do total das vagas no Parlamentoou maior que a metade das vagas. “Dessa forma,

necessariamente, os partidos vão lançarcandidatos negros para ocuparem esses

espaços”, aponta o parlamentar.

Negros ainda sãoNegros ainda sãoNegros ainda sãoNegros ainda sãoNegros ainda sãominoria nominoria nominoria nominoria nominoria no

Parlamento; LuizParlamento; LuizParlamento; LuizParlamento; LuizParlamento; LuizAlberto sugere cotasAlberto sugere cotasAlberto sugere cotasAlberto sugere cotasAlberto sugere cotas

Líder da Bancada: Líder da Bancada: Líder da Bancada: Líder da Bancada: Líder da Bancada: Deputado Jilmar Tatto (SP)Chefe de Gabinete:Chefe de Gabinete:Chefe de Gabinete:Chefe de Gabinete:Chefe de Gabinete: Marcus Braga - Coordenação da Imprensa:Coordenação da Imprensa:Coordenação da Imprensa:Coordenação da Imprensa:Coordenação da Imprensa: Denise Camarano (Editora-chefe); Paulo Paiva Nogueira (Assessoria de Imprensa)RRRRRedação:edação:edação:edação:edação: Benildes Rodrigues, Gizele Benitz, Héber Carvalho, Ivana Figueiredo , Rogério Tomaz Jr., Tarciano Ricarto, Vânia Rodrigues e André LGráficoGráficoGráficoGráficoGráfico: : : : : Sandro Mendes - Diagramação:Diagramação:Diagramação:Diagramação:Diagramação: Ronaldo Martins e Sandro Mendes - WWWWWeb designer e designer gráfico:eb designer e designer gráfico:eb designer e designer gráfico:eb designer e designer gráfico:eb designer e designer gráfico: Cláudia Barreiros - Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo:

EXPEDIENTE

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PT NA CÂMARA3

20/11/2012

Brasil ainda precisa avançar na questão do emprego. Baseado nosistema de cotas das universidades públicas, o parlamentarapresentou o Projeto de Lei 5882/05, instituindo as cotas tambémno mercado de trabalho. “Se o povo negro é excluído e discriminadona universidade, ele também é no trabalho. Muitas vezes, o negronão consegue emprego ou, quando consegue, não assume cargosde relevância”, diz o parlamentar.

Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres Mulheres – No caso das mulheres negras, a desigualdadeocorre duplamente: em função da raça e do gênero. Estudo doDieese e do IBGE aponta que, no geral, as mulheres recebem, emmédia, 72,3% do salário dos homens. Entre as mulheres negras,

mesmo quando a escolaridade é similar, o salário é 20% menor do valor pago às mulheres brancas.Apesar do dado negativo, a coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, deputada Janete Rocha PietáJanete Rocha PietáJanete Rocha PietáJanete Rocha PietáJanete Rocha Pietá

(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP)(PT-SP), lembra que os governos Lula e Dilma têm compromisso com a promoção da igualdade racial no País.“O Estatuto da Igualdade Racial e a instituição das cotas nas universidades são alguns dos exemplos”, explica.

Núcleo de Parlamentares NegrosNúcleo de Parlamentares NegrosNúcleo de Parlamentares NegrosNúcleo de Parlamentares NegrosNúcleo de Parlamentares Negrosdo PT pede cumprimento do Estatutodo PT pede cumprimento do Estatutodo PT pede cumprimento do Estatutodo PT pede cumprimento do Estatutodo PT pede cumprimento do Estatuto

No mês da consciência negra, o Núcleo de Parlamentares Negros (Nupan) da Bancada do PT na Câmaraparticipa de uma série de atividades para marcar a data. A coordenadora do Nupan, deputada Benedita daBenedita daBenedita daBenedita daBenedita daSilva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ)Silva (PT-RJ), ressalta que a ideia é estimular neste mês os debates sobre os vários temas que interessam aosnegros. “No Novembro Negro, estamos realizando seminários e discutindo, entre outros temas, a violência queatinge a juventude negra, as demarcações das terras indígenas e quilombolas, a política de cotas e a situaçãodas empregadas domésticas”, diz a petista.

Benedita da Silva também destaca as prioridades do Núcleo. “Nossa luta é pelo cumprimento do Estatutoda Igualdade Racial e já estamos finalizando um levantamento sobre os projetos em tramitação na Casa queenvolvem o Estatuto. Queremos que essas propostas sejam colocadas em pauta para votação”, explica.

A parlamentar acrescenta que outra prioridade do Nupan é a inclusão de Zumbi dos Palmares como herói daPátria. “Precisamos de uma mobilização, um movimento para que a historiografia brasileira possa verdadeiramenteentender que Zumbi não é um herói dos negros, mas um herói da Pátria brasileira, que resistiu, no Quilombo dosPalmares, para que tivéssemos uma sociedade que englobasse negros, brancos e indígenas que estavam resistindoà escravidão”, ressalta Benedita.

ResgateResgateResgateResgateResgate – A deputada pontua ainda a importânciados governos Lula e Dilma pela sensibilidade no resgate dahistória do negro para o cumprimento da Constituição bra-sileira. “Artigos que estavam mortos tornam-se realidadepara nós nos dias de hoje. Então, é importante resgatar nahistória do Brasil esse compromisso, para poder entendernão só essa composição étnica, como também a nossa so-ciedade excludente, que, por conta da cor da pele, coloca omaior segmento brasileiro fora do contexto do desenvolvi-mento”, finaliza a coordenadora do Nupan.

O fortalecimento e a implementação plena doEstatuto da Igualdade Racial serão o foco daaudiência pública que a Comissão de DireitosHumanos (CDH) da Câmara realizará amanhã, às14h, no plenário 9. O encontro, que contará coma participação de parlamentares e representantesdo governo e dos movimentos sociais, darácontinuidade às celebrações do Dia Nacional daConsciência Negra.Em apoio ao Estatuto, membros da Comissãoapresentaram nove requerimentos a respeito daquestão racial. Essas iniciativas parlamentarestiveram como objetivo buscar propostas concretasno sentido de acabar com o preconceito queainda existe no Brasil, sobretudo contraafrodescendentes. Pretendem também servir deestímulo ao início da aplicação das políticaspúblicas em favor da igualdade racialNesse sentido, o presidente da CDH, deputadoDomingos Dutra (PT-MA)Domingos Dutra (PT-MA)Domingos Dutra (PT-MA)Domingos Dutra (PT-MA)Domingos Dutra (PT-MA), propôs que acomissão se empenhe por atender todas asdemandas relacionadas ao enfrentamento deentraves ao Estatuto. “Queremos que hajaespecial atenção às políticas de governo voltadasàs mulheres negras, além da garantia às cotasraciais nas vagas para universidades e para oserviço público. Essas ações ajudarão de certomodo a resolver problemas que envolvemterritórios quilombolas, limitações orçamentáriaspara iniciativas relacionadas com a questão raciale obstáculos jurídicos e legislativos para o iníciototal e definitivo do Estatuto”, ressaltou Dutra.Cerimônia - Cerimônia - Cerimônia - Cerimônia - Cerimônia - Também em comemoração ao DiaNacional da Consciência Negra, a Presidência daRepública promove cerimônia alusiva à data, comanúncio de ações para as Comunidades Quilombolas,às 11h de amanhã, no Palácio do Planalto.

Audiência naAudiência naAudiência naAudiência naAudiência naCDH vai discutirCDH vai discutirCDH vai discutirCDH vai discutirCDH vai discutirfortalecimentofortalecimentofortalecimentofortalecimentofortalecimentoddddde legislaçãoe legislaçãoe legislaçãoe legislaçãoe legislação

Brasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancosBrasil reduz diferenças entre brancose negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalhoe negros no mercado de trabalho

(Assessoria de Imprensa) - Editores: Editores: Editores: Editores: Editores: Vânia Rodrigues e Tarciano Ricarto e André Lage (estagiário)(estagiário)(estagiário)(estagiário)(estagiário) - Rádio PTRádio PTRádio PTRádio PTRádio PT: : : : : Ana Cláudia Feltrim e Chico Pereira ([email protected]([email protected]([email protected]([email protected]([email protected]).br).br).br).br) - FFFFFotógrafos: otógrafos: otógrafos: otógrafos: otógrafos: Gustavo Bezerra e Salu Parente - PPPPProjetorojetorojetorojetorojeto

Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo:Apoio administrativo: Maria das Graças - Colaboração:Colaboração:Colaboração:Colaboração:Colaboração: assessores dos gabinetes parlamentares e da Liderança do PT.

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20/11/2012

1º Líder da resistência negraZUMBI DOS PALMARES:ZUMBI DOS PALMARES:ZUMBI DOS PALMARES:ZUMBI DOS PALMARES:ZUMBI DOS PALMARES:

Zumbi foi um dos principais líderes doQuilombo do Palmares, em Alagoas, área

usada pelos escravos para fugir dodomínio dos senhores de engenho.

As primeiras referências àPalmares são de 1580, naregião da Serra da Barriga,onde fica hoje o ParqueMemorial Quilombo dos

Palmares. Há estimativas de que o quilombo re-sistiu mais de 100 anos.

O líder do Quilombo dos Palmares, no fim doséculo XV, era Ganga Zumba, tio de Zumbi. Em1678, o governador da Capitania de Pernambucoofereceu um acordo de paz a Ganga Zumba, queaceitou, mas nem todos concordaram. Aconteceu,então, uma rebelião, liderada por Zumbi, que go-vernou o grupo por 15 anos. Foram necessárias18 expedições do governo português, liderados porbandeirantes, para erradicar Palmares.

Zumbi adotou uma estratégia de defesabaseada em táticas de guerrilha. Os bandeirantesdescobriram, através de um delator, o esconderijodo líder. E em 20 de novembro de 1695, Zumbifoi morto em uma emboscada. Sem outraliderança, Palmares sobreviveu até 1710, quandose desfez. Desde 1995, Zumbi faz parte dopanteão de Heróis da Pátria.

Data histórica Data histórica Data histórica Data histórica Data histórica – No Brasil, o dia 20 denovembro representa um importante momento dahistória, especialmente para 52% da populaçãobrasileira, que é representada por pretos e pardos.Apesar de ter sido instituída como o Dia Nacional deZumbi e da Consciência Negra pela Lei 12.519/2011,a data ainda não é considerada feriado nacional.

A adesão ao feriado ou instituição de pontofacultativo é decisão legal de cada estado oumunicípio. Mais de 700 cidades já adotaramferiado, no Dia da Consciência Negra. A data éconsiderada como uma ação afirmativa depromoção da igualdade racial e uma referência paraa população afrodescendente, dedicada à reflexãosobre as consequências do racismo e sobre ainserção do negro na sociedade brasileira.

A ministra da Secretaria de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Helenade Bairros, disse recentemente, em audiência pú-blica no Senado, que a falta de interação entre ogoverno federal e os institutos de terras dos esta-dos é o principal entrave para a regularização fun-diária das terras remanescentes de quilombos, pre-vista pela Constituição Federal de 1988. “Há qui-lombos em terras devolutas dos estados, que nãosão contestadas por outras partes. Nós não temosdesculpas para que a titulação não aconteça emuma velocidade maior”, afirmou.

De acordo com a ministra, o Brasil possui hojecerca de 1,17 milhão de quilombolas, boa parte

Governo quer agilizarGoverno quer agilizarGoverno quer agilizarGoverno quer agilizarGoverno quer agilizarPrograma Brasil QuilombolaPrograma Brasil QuilombolaPrograma Brasil QuilombolaPrograma Brasil QuilombolaPrograma Brasil Quilombola

deles vivendo no limite da miserabilidade. Ela in-formou também que há no País 1.948 áreas reco-nhecidas como terras remanescentes, além de ou-tras 1.834 já certificadas pela Fundação Palma-res, órgão ligado ao Ministério da Cultura. São exa-tos 1.167 processos abertos para titulação de ter-ras. Entretanto, apenas 193 áreas foram, de fato,tituladas.

Luiza Helena de Bairros informou que o Brasil Qui-

lombola, criado há oito anos pelo ex-presidente Luiz InácioLula da Silva, estrutura as políticas públicas destinadasaos quilombolas em quatro eixos: acesso à terra; infraes-trutura e qualidade de vida; inclusão produtiva e desen-volvimento local; e direitos e cidadania.

Reforma do Código Penal pode contribuir para diminuir violênciaReforma do Código Penal pode contribuir para diminuir violênciaReforma do Código Penal pode contribuir para diminuir violênciaReforma do Código Penal pode contribuir para diminuir violênciaReforma do Código Penal pode contribuir para diminuir violênciaA reforma do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/

40) que vem sendo discutida pelo CongressoNacional pode beneficiar a comunidadeafrodescendente ao propor medidas para agravaras penas de crimes com motivações raciais. AComissão de Constituição e Justiça da Câmara devevotar este ano a proposta relatada pelo deputadoAlessandro Molon (PT-RJ)Alessandro Molon (PT-RJ)Alessandro Molon (PT-RJ)Alessandro Molon (PT-RJ)Alessandro Molon (PT-RJ), sobre o código, quealtera o artigo que trata do homicídio qualificado.

“Com a aprovação do novo Código Penal,qualquer homicídio motivado por preconceito de raça,

cor, etnia, orientação sexual, identidade de gênero,deficiência física ou transtorno mental, condição devulnerabilidade social, religião, ou por outro motivode intolerância ou de ódio será considerado homicídioqualificado”, explicou Molon. A proposta tambémprevê o endurecimento da pena para homicídioqualificado. A pena mínima passa de seis para dezanos e a máxima de 20 para 30.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 53%dos homicídios no Brasil atingem pessoas jovens, dasquais 75% são negros e negras, de baixa escolaridade,

sendo a grande maioria do sexo masculino.A Secretaria de Políticas de Promoção da

Igualdade Racial da Presidência da Repúblicacontribuiu com o debate do Código Penal. Entreas sugestões apresentadas pela secretaria aoanteprojeto sobre a Reforma do Código Penaldo Senado, destacam-se: pena de dois a cincoanos para o racismo e o aumento de um a doisterços para a pena de prisão para o agressorque impedir ou perturbar a cerimônia ou práticade culto religioso.

1º Líder da resistência negra1º Líder da resistência negra1º Líder da resistência negra1º Líder da resistência negra1º Líder da resistência negra

A proposta é mostrar a música negroide, nossa expressão, nosso jeito de ser,

sem medo. Sem vergonha do jeito de falar, de dançar, de vestir, do cabelo.

Vamos matar essa inibição e essa vergonha que temos de nós mesmos, esse

complexo de inferioridade. Estamos em outro processo, em um país

alavancado e merecemos fazer parte desse processo, como povo brasileiro

“Seu Jorge, músico, negro, brasileiro, em entrevista ao Correio Brasiliense,sobre seu novo DVD (Música Para Churrasco...) que será lançado hoje.