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Dia da Mulher
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8 | Março | 2012
IDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
8 | Março | 2012
II Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Natural de Monção (Minho), Zaida Dias
desde cedo mostrou a sua coragem e es-
pírito aventureiro. Com apenas 11 anos
veio morar para as Caldas da Rainha para
junto da família de acolhimento, que tra-
ta por pai e mãe, afastando-se dos seus
irmãos que, a pouco e pouco também lhe
seguiram as pisadas. Foi nas Caldas que
estudou, casou e estabeleceu-se no co-
mércio de electrodomésticos. No entan-
to, as dificuldades que o negócio atra-
vessava levou o marido a voltar a condu-
zir transportes de longo curso, profissão
que já tinha antes de a conhecer.
Há 15 anos Zaida Dias tinha 33 anos e,
movida pela curiosidade despertada pelo
marido, começou a tirar a carta de con-
dução de pesados em segredo. E um dia
apresentou-lhe o facto consumado – ti-
nha uma carta igual à do marido. De ime-
diato foi trabalhar com o cônjuge para
uma empresa de transportes em Alfeize-
rão, onde também já havia outros casais
a conduzirem juntos em viagens de lon-
go curso.
“Não me estava a ver sozinha num“Não me estava a ver sozinha num“Não me estava a ver sozinha num“Não me estava a ver sozinha num“Não me estava a ver sozinha num
camião”camião”camião”camião”camião”, recorda a condutora, desta-
cando que os homens continuam a achar
que aquele é um mundo deles. Garante
que nunca teve qualquer tipo de proble-
mas, até porque normalmente viajava
com o marido, e os outros colegas até a
elogiavam.
“Muitos punham-se de parte a apre-“Muitos punham-se de parte a apre-“Muitos punham-se de parte a apre-“Muitos punham-se de parte a apre-“Muitos punham-se de parte a apre-
ciar as minhas manobras e depoisciar as minhas manobras e depoisciar as minhas manobras e depoisciar as minhas manobras e depoisciar as minhas manobras e depois
aplaudiam”aplaudiam”aplaudiam”aplaudiam”aplaudiam”, lembra Zaida Dias, acres-
centando que estes comportamentos a
deixavam contente e, ao mesmo tempo,
“encavacada”“encavacada”“encavacada”“encavacada”“encavacada” por se sentir o centro das
atenções.
Ao volante de camiões Zaida conheceu
quase toda a Europa e também parte das
antigas repúblicas da União Soviética. Re-
conhece que era um trabalho cansativo e
tinha horários a cumprir. Mas, por outro
A vida sobre rodas de Zaida Dias
Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido
lado, trouxe-lhe a possibilidade de
conhecer culturas e povos diferentes.
E chegou a “navegar” “navegar” “navegar” “navegar” “navegar” com o seu ca-
mião nos ferrys entre países nórdi-
cos.
Entre os muitos milhares de quiló-
metros que percorreu, houve um sus-
to que a marcou para o resto da vida
- o de adormecer ao volante. Aconte-
ceu em Itália, a caminho de Nápoles,
numa tarde quente de Verão. O mari-
do ía a dormir e, como a auto-estrada
de Nápoles tem poucas áreas de ser-
viço, Zaida tentou controlar o sono,
aguentando-se ao volante. “Ainda“Ainda“Ainda“Ainda“Ainda
hoje digo que foi o camião que noshoje digo que foi o camião que noshoje digo que foi o camião que noshoje digo que foi o camião que noshoje digo que foi o camião que nos
salvou a vida porque tinha umasalvou a vida porque tinha umasalvou a vida porque tinha umasalvou a vida porque tinha umasalvou a vida porque tinha uma
travagem automática, que antestravagem automática, que antestravagem automática, que antestravagem automática, que antestravagem automática, que antes
eu tinha programado”eu tinha programado”eu tinha programado”eu tinha programado”eu tinha programado”, recorda a
condutora, que despertou de imedia-
to quando sentiu o impulso do camião
a travar. Logo de seguida parou numa
área de serviço e recompôs-se para
continuar viagem. “Sei que nessa“Sei que nessa“Sei que nessa“Sei que nessa“Sei que nessa
noite já não dormi”noite já não dormi”noite já não dormi”noite já não dormi”noite já não dormi”, conta Zaida,
que nunca teve qualquer acidente du-
rante todo o período em que traba-
lhou no longo curso.
Por concretizar ficou o sonho de
Zaida em ir à Finlândia. Esteve pres-
tes a realizá-lo, mas a forte ondula-
ção não permitiu que o barco zarpas-
se da Alemanha, onde se encontrava,
para Helsínquia. A carga teve, assim,
que ser entregue por via aérea e o
casal voltou para Portugal.
Apesar de ter inicialmente pensa-
do em andar dois ou três anos a con-
duzir veículos pesados a fim de resol-
ver a sua vida financeira, esta minho-
ta e caldense por adopção acabou por
andar oito anos no longo curso. Tam-
bém o filho, que tinha oito anos quan-
do o casal começou a trabalhar nos
transportes pesados, chegou a acom-
panhar várias vezes os pais ao estrangei-
ro, nomeadamente ao norte da Europa.
DOS CAMIÕES PARA OS AUTOCARROS
O desgaste da profissão e também o ob-
jectivo de estar próximo de casa para dar
mais apoio ao filho, levou o casal a tentar
mudar de vida. Aproveitando umas férias
do trabalho, Zaida tira a carta de condu-
ção de transportes públicos e, pouco tem-
po depois, foi chamada para trabalhar na
Rodoviária do Tejo, onde ainda hoje se man-
tém.
A vida nos transportes públicos é “mais“mais“mais“mais“mais
activa, lidamos muito com o público eactiva, lidamos muito com o público eactiva, lidamos muito com o público eactiva, lidamos muito com o público eactiva, lidamos muito com o público e
eu gosto muito disso”eu gosto muito disso”eu gosto muito disso”eu gosto muito disso”eu gosto muito disso”, conta à GazetaGazetaGazetaGazetaGazeta
das Caldasdas Caldasdas Caldasdas Caldasdas Caldas. Também a responsabilidade
aumentou, porque, como faz questão de
frisar, “nos camiões transportamos“nos camiões transportamos“nos camiões transportamos“nos camiões transportamos“nos camiões transportamos
apenas duas vidas e nos transportesapenas duas vidas e nos transportesapenas duas vidas e nos transportesapenas duas vidas e nos transportesapenas duas vidas e nos transportes
públicos chegamos a ter 55 vidas naspúblicos chegamos a ter 55 vidas naspúblicos chegamos a ter 55 vidas naspúblicos chegamos a ter 55 vidas naspúblicos chegamos a ter 55 vidas nas
mãos, por isso é preciso estar muitomãos, por isso é preciso estar muitomãos, por isso é preciso estar muitomãos, por isso é preciso estar muitomãos, por isso é preciso estar muito
atento a tudo”atento a tudo”atento a tudo”atento a tudo”atento a tudo”.
Actualmente Zaida Dias, de 49 anos, con-
tinua numa profissão essencialmente mas-
culina e nota, em algumas conversas, que
“nós mulheres estamos a mais”“nós mulheres estamos a mais”“nós mulheres estamos a mais”“nós mulheres estamos a mais”“nós mulheres estamos a mais”. Mas
isso não a demove, até porque ela é a pro-
va de que não há trabalhos específicos
para géneros. “Somos tão competentes“Somos tão competentes“Somos tão competentes“Somos tão competentes“Somos tão competentes
como eles, embora ainda tenhamos umcomo eles, embora ainda tenhamos umcomo eles, embora ainda tenhamos umcomo eles, embora ainda tenhamos umcomo eles, embora ainda tenhamos um
bocado de dificuldades em entrar nobocado de dificuldades em entrar nobocado de dificuldades em entrar nobocado de dificuldades em entrar nobocado de dificuldades em entrar no
dito mundo de homens”dito mundo de homens”dito mundo de homens”dito mundo de homens”dito mundo de homens”, afirma.
A mulher, que em menina tinha o sonho
de ser professora de Matemática, gosta
do que faz e não se imagina a fazer outra
coisa. “Não tenho qualquer dificulda-“Não tenho qualquer dificulda-“Não tenho qualquer dificulda-“Não tenho qualquer dificulda-“Não tenho qualquer dificulda-
de em conduzir um autocarro e gosto.de em conduzir um autocarro e gosto.de em conduzir um autocarro e gosto.de em conduzir um autocarro e gosto.de em conduzir um autocarro e gosto.
Mas quando vejo passar um camiãoMas quando vejo passar um camiãoMas quando vejo passar um camiãoMas quando vejo passar um camiãoMas quando vejo passar um camião
continuo a ter saudades de o mano-continuo a ter saudades de o mano-continuo a ter saudades de o mano-continuo a ter saudades de o mano-continuo a ter saudades de o mano-
brar”brar”brar”brar”brar”, conta.
Fátima FerreiraFátima FerreiraFátima FerreiraFátima FerreiraFátima Ferreira
Em 1910, durante uma conferência internacional de mu-
lheres em Copenhaga ficou decidido que o dia 8 de Março
passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homena-
gem a 129 mulheres que tinham morridos queimadas nes-
se dia no ano de 1857. Esta tragédia resultou de um incên-
dio numa fábrica de têxteis, em Nova Iorque, há 155 anos,
onde as mulheres estavam em greve e reivindicavam di-
reitos como a redução da carga horária de trabalho (de 16
para 10 horas diárias) e licença de maternidade.
O ano de 1975 foi designado pela ONU como Ano Interna-
cional da Mulher.
Em Portugal, só a partir de 1974, após a Revolução de
Abril, é que a mulher adquiriu direitos que até então nunca
tinha tido e começou a ter um papel activo na sociedade.
Decorria o ano de 1977 quando foi institucionalizada a
Comissão da Condição Feminina, que foi o primeiro passo
para a defesa da igualdade entre mulheres e homens em
Portugal. Em 1991 recebeu a designação de Comissão para
a Igualdade e Direitos das Mulheres (CIDM) e desde 2007
Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG).
Assinalar esta data significa, igualmente, reconhecer
que todos aqueles que têm colaborado na luta para a igual-
dade dos direitos humanos, contribuíram ou contribuem
para que se operem conquistas importantes nos domínio
dos direitos das mulheres em todo o mundo.
UMA EVOLUÇÃO LENTA NA CONQUISTA DOS DIREITOS
Foi durante a Revolução Francesa, em 1789, que se fez
ouvir pela primeira vez a reivindicação do voto feminino.
Durante mais dois séculos, em vários países, as mulheres
foram recordando que também deveriam ter o direito de
votar. Uma conquista que foi obtida muito lentamente. A
Nova Zelândia foi o primeiro país a conceder o direito de
voto às mulheres, em 1893, seguindo-se a Austrália (1902),
Finlândia (1906), Noruega (1913), União Soviética (1917),
Inglaterra (1918), Estados Unidos da América (1920), Por-
tugal (1931), Espanha (1931), França (1945) e Itália (1945).
Na Suíça a totalidade das mulheres só puderam votar a
partir de 1971.
As mulheres portuguesas só tiveram direito a votar a
partir de 1931, há 81 anos. Mas foi apenas há 36 anos – pela
Constituição de 1976 – que viram consagrados os seus di-
reitos em pé de igualdade com o homem.
Na I República o direito de voto era reconhecido apenas
a “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que sou-
bessem ler e escrever e fossem chefes de família”.
A primeira mulher portuguesa a votar foi Carolina Bea-
triz Ângelo, que reivindicou esse direito, invocando a sua
qualidade de chefe de família, pois era viúva e mãe de
uma filha. A lei não previa que o chefe de família fosse
entendido como uma mulher.
Contudo o Tribunal Constitucional entendeu que a for-
ma gramatical “cidadãos portugueses” abrangia também
as mulheres e deferiu a sua pretensão. Para evitar que tal
precedente se repetisse, a lei foi alterada no ano seguin-
te, com a especificação de que apenas os chefes de famí-
lia do “sexo masculino” poderiam votar.
O movimento feminista iniciou-se no século XIX e visava
o estabelecimento de direitos e deveres iguais para a
mulher e para o homem nos domínios social, político, jurí-
dico e económico.
Em 1910 é promulgada a primeira Lei do Divórcio estipu-
lando que seja dado o mesmo tratamento ao marido e à
mulher tanto em relação aos motivos do divórcio como aos
direitos sobre os filhos. A mulher deixa de dever obediên-
cia ao marido e o crime de adultério tem o mesmo trata-
mento quando cometido por qualquer dos cônjuges.
Mas durante o Estado Novo assiste-se a um recuo des-
tes direitos. Em 1940 Portugal e a Santa Sé assinam a
concordata, que proibia os portugueses de recorrer ao di-
vórcio, situação que se manteria até pouco depois do 25
de Abril.
Hoje a mulher é considerada como igual em dignidade e
direitos (e também em deveres) ao homem.
Susana GonçalvesSusana GonçalvesSusana GonçalvesSusana GonçalvesSusana Gonçalves
8 de Março = lutas pelos direitos
das mulheres
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8 | Março | 2012
IIIDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Mafalda Santos, 40 anos formou-
se em Design Industrial na ESAD e
está a terminar o curso de Alta Cos-
tura em Lisboa. Ana Raposeira, 41
anos obteve o seu curso de Estilis-
mo no IADE há vários anos, ao pas-
so que Helena Veludo, de 38 anos,
é desenhadora projectista e tem
como hobbie a ilustração. É com os
seus desenhos que colabora neste
recente projecto que já conta com
uma colecção de Inverno que foi
vendida na loja caldense Vanity
Land.
“Encaramos as peças de rou-“Encaramos as peças de rou-“Encaramos as peças de rou-“Encaramos as peças de rou-“Encaramos as peças de rou-
pa como se fossem telas parapa como se fossem telas parapa como se fossem telas parapa como se fossem telas parapa como se fossem telas para
serem ilustradasserem ilustradasserem ilustradasserem ilustradasserem ilustradas”, dizem as au-
toras. A colecção distingue-se tam-
bém pelos cortes que são “clássi-clássi-clássi-clássi-clássi-
cos, simples e muito confortá-cos, simples e muito confortá-cos, simples e muito confortá-cos, simples e muito confortá-cos, simples e muito confortá-
veisveisveisveisveis”, garantiram. Acrescentam
ainda que os modelos são bem fe-
mininos, além de servirem de su-
porte às ilustrações.
A ullaoop – fashion Portugal foi
criada em Maio de 2011 e já marca
presença no Facebook.
“O nosso objec-“O nosso objec-“O nosso objec-“O nosso objec-“O nosso objec-
tivo inicial era fa-tivo inicial era fa-tivo inicial era fa-tivo inicial era fa-tivo inicial era fa-
zer a primeira co-zer a primeira co-zer a primeira co-zer a primeira co-zer a primeira co-
lecção e este foilecção e este foilecção e este foilecção e este foilecção e este foi
cumpridocumpridocumpridocumpridocumprido”, conta-
ram, explicando que
ainda estão numa fase
inicial.
Mafalda Santos e Ana
Raposeira explicam que
é tudo executado à mão
desde o design, aos mol-
des passando por todas as
fases do design e da confecção.
Para a criação das diferentes pe-
ças de roupa têm conseguido usar
em exclusivo tecidos portugueses.
Na colecção de Inverno usaram
fazendas de lã e para a colecção
de Verão, algodões nacionais. “Te-Te-Te-Te-Te-
mos que usar os meios do pró-mos que usar os meios do pró-mos que usar os meios do pró-mos que usar os meios do pró-mos que usar os meios do pró-
prio paísprio paísprio paísprio paísprio país”, contaram as criadoras.
Para já, as autoras dizem que o
Ullaoop uma marca caldense dedicada ao design
de modaHá na Praça 5 de Outubro(ex-Praça do Peixe) umatelier de design de modaonde três mulheres calden-ses criam colecções deroupa originais usandomateriais portugueses dequalidade que dão grandedurabilidade às peças.As autoras, formadas emdesign, estilismo e ilustra-ção, criaram a marca ullaoop– fashion Portugal, da qualjá produziram a primeiracolecção de Inverno, que foibem sucedida e comerci-alizada na loja caldenseVanity Land. Mafalda, Ana eHelena estão agora a traba-lhar na colecção de Primave-ra e Verão.
projecto ainda não se rentabilizou
mas, se tudo correr bem, gostariam
até de abrir mais postos de trabalho.
“Só não fazemos os tecidos,Só não fazemos os tecidos,Só não fazemos os tecidos,Só não fazemos os tecidos,Só não fazemos os tecidos,
mas já pensamos os padrões quemas já pensamos os padrões quemas já pensamos os padrões quemas já pensamos os padrões quemas já pensamos os padrões que
queremosqueremosqueremosqueremosqueremos”, disseram
A primeira colecção foi pequena,
“mas a reacção do público foi po-“mas a reacção do público foi po-“mas a reacção do público foi po-“mas a reacção do público foi po-“mas a reacção do público foi po-
sitivasitivasitivasitivasitiva”. Além da Vanity Land, que
fica nas Caldas, querem depois ven-
der noutros locais e até em lojas on-
line.
APOSTAR NA QUALIDADE EDURABILIDADE DAS PEÇAS
A colecção de Inverno era
composta por três modelos de
vestidos, dois modelos de
capas e de saias. Um vesti-
do de Inverno feitos em fa-
zenda de lã custa entre os
85 e os 90 euros, enquanto
as saias do mesmo tecido
60 e uma capa 55 euros.
“São peças elabora-São peças elabora-São peças elabora-São peças elabora-São peças elabora-
das à mão, sem re-das à mão, sem re-das à mão, sem re-das à mão, sem re-das à mão, sem re-
correr a processoscorrer a processoscorrer a processoscorrer a processoscorrer a processos
industriais e por issoindustriais e por issoindustriais e por issoindustriais e por issoindustriais e por isso
somam muitas horas de traba-somam muitas horas de traba-somam muitas horas de traba-somam muitas horas de traba-somam muitas horas de traba-
lholholholholho”, justificaram as autoras.
Reforçam ainda que os tecidos
que usam são de qualidade e as pe-
ças feitas para durar. “São feitas“São feitas“São feitas“São feitas“São feitas
ao nosso gosto e têm a ver comao nosso gosto e têm a ver comao nosso gosto e têm a ver comao nosso gosto e têm a ver comao nosso gosto e têm a ver com
a nossa forma de estara nossa forma de estara nossa forma de estara nossa forma de estara nossa forma de estar”, disse-
ram. O mercado está de facto inun-
dado de coisas de “usar e deitar
fora” e por isso apostam no inverso.
“A durabilidade é-nos garantida“A durabilidade é-nos garantida“A durabilidade é-nos garantida“A durabilidade é-nos garantida“A durabilidade é-nos garantida
Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal
Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marca Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marca Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marca Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marca Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marcade design caldensede design caldensede design caldensede design caldensede design caldense
pela qualidade dos tecidos”pela qualidade dos tecidos”pela qualidade dos tecidos”pela qualidade dos tecidos”pela qualidade dos tecidos”, ex-
plicaram.
A ideia a quem usa esta marca é
que possa sentir que “está a vestirestá a vestirestá a vestirestá a vestirestá a vestir
algo especial e diferenciado da-algo especial e diferenciado da-algo especial e diferenciado da-algo especial e diferenciado da-algo especial e diferenciado da-
quilo que habitualmente se en-quilo que habitualmente se en-quilo que habitualmente se en-quilo que habitualmente se en-quilo que habitualmente se en-
contra na maioria das lojascontra na maioria das lojascontra na maioria das lojascontra na maioria das lojascontra na maioria das lojas”,
contaram Mafalda Santos e Ana Ra-
poseira.
A colecção de Primavera/Verão
irá incluir túnicas, vestidos, t-shirts
e saias. A novidade é o uso de seri-
grafias no tecido, que são feitas
pelas autoras. Numa primeira fase
trabalharam com Nuno Bettencourt,
na Oficina de Serigrafia do Centro
da Juventude, e depois com uma em-
presa na Benedita.
Para já, só estão dedicadas à rou-
pa de mulher, mas no futuro poderá
haver lugar a linhas para homem e
criança.
Paralelamente à marca, “tam-“tam-“tam-“tam-“tam-
b é m f a z e m o s c o n f e c ç ã o p o rb é m f a z e m o s c o n f e c ç ã o p o rb é m f a z e m o s c o n f e c ç ã o p o rb é m f a z e m o s c o n f e c ç ã o p o rb é m f a z e m o s c o n f e c ç ã o p o r
medida e quem exper imentamedida e quem exper imentamedida e quem exper imentamedida e quem exper imentamedida e quem exper imenta
sabe das vantagens de ter umasabe das vantagens de ter umasabe das vantagens de ter umasabe das vantagens de ter umasabe das vantagens de ter uma
peça feita de raiz para o seu cor-peça feita de raiz para o seu cor-peça feita de raiz para o seu cor-peça feita de raiz para o seu cor-peça feita de raiz para o seu cor-
popopopopo”, disseram.
As autoras produzem guarda-rou-
pas para espectáculos de teatro e
de dança e para ocasiões especiais.
Já forneceram as roupas para es-
pectáculos da Escola de Artes e Re-
presentação das Caldas da Rainha.
Este atelier também colabora em
projectos de alunos da ESAD que
vêm pedir ajuda para a concretiza-
ção de projectos relacionados com
acessórios de moda e decoração .
O Atelier de Design e Confecção
– que funciona há dois anos - fica na
Praça 5 de Outubro nº 12, r/c.
A ex-Praça do Peixe poderia al-
bergar outros locais criativos simi-
lares a este atelier e ali formar-se
um bairro criativo que poderia fun-
cionar bem com cafés, restauran-
tes e restante comércio tradicional
que ali labora.
Natacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha Narciso
8 | Março | 2012
IV Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
O Bilhete de Identidade de 13 mulheres1. Ser mulher representa uma dificuldade acrescida no cargo que ocupa?
2. Que significado tem o Dia da Mulher para si?
1. 1. 1. 1. 1. Não. Mas as discriminações
que as mulheres portuguesas vi-
vem não podem ser só vistas no
plano individual. Quatro exem-
plos, só do mundo do trabalho:
em média, as mulheres recebem
menos 270 euros de salário do
que os homens; 40% das mulhe-
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Margarida BotelhoIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 35 anosEstado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: SolteiraFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: Um filho a caminhoFunção: Função: Função: Função: Função: Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP
res trabalhadoras têm salários
que não ultrapassam os 500 eu-
ros; 60% das jovens trabalhado-
ras até aos 25 anos não têm em-
prego estável; a pensão média
das mulheres do distrito de Leiria
em Outubro de 2011 era de ape-
nas 287 euros, quando a dos ho-
mens era 451 euros. As desigual-
dades existem e têm de ser der-
rotadas!
2. 2. 2. 2. 2. É o dia que comemora o
longo caminho que as mulheres,
em todo o mundo e no nosso
país, têm percorrido na direcção
da igualdade na lei e na vida.
Historicamente, assinala a luta
de operárias têxteis de Nova Ior-
que pela redução do horário de
trabalho. Tantos anos depois,
quando as gerações de mulhe-
res que já nascemos depois do
25 de Abril, somos confrontadas
com o maior desemprego de
sempre, com desigualdades e in-
justiças brutais, continua a ser
profundamente actual a causa
da emancipação feminina.
1. 1. 1. 1. 1. Não. Numa organização em
que a Direcção é composta por
cinco mulheres, com cerca de
95 colaboradores e em que 65%
são mulheres, as tarefas de
quotidiano não são marcadas
por dificuldades de género. Em
algumas situações, contactos
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Maria João Morais de Oliveira DomingosIdade:Idade:Idade:Idade:Idade: 45 anosEstado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: CasadaFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: Um rapaz de 13 anos e Uma rapariga de 10Função:Função:Função:Função:Função: Psicóloga, directora técnica e presidente de direcção do CEERDL
com fornecedores e com algu-
mas esferas das entidades tu-
telares podem num primeiro
momento encerrar dificulda-
des acrescidas por ser mulher.
Mas estou absolutamente
convencida que o que prevale-
ce nas relações laborais é a
competência técnica e a capa-
cidade de comunicação dos in-
tervenientes.
2. 2. 2. 2. 2. Uma data que simboliza que
a igualdade de oportunidades, de
direitos e de tratamento foi uma
conquista secular para as mulhe-
res e que ainda hoje muitas mu-
lheres em vários países do mun-
do, mesmo na civilização ociden-
tal são ainda alvo de discrimina-
ção, abuso e de negação de direi-
tos, continuando a ser necessário
a sensibilização para a igualdade
de género e o cultivar de uma cul-
tura e educação em que se valori-
za o papel de cada cidadão e a
diversidade individual como uma
mais valia colectiva.
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Maria João QueridoIdade:Idade:Idade:Idade:Idade: 46 anosEstado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: CasadaFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: Dois filhosFunção:Função:Função:Função:Função: Presidente da Junta de Freguesia de Carvalhal Benfeito
1. 1. 1. 1. 1. Não. Antes de ser mulher,
sou ser humano e trabalho
com honestidade e empenho,
por isso não sinto nenhuma di-
ficuldade neste aspecto.
Foi um pouco estranho no
início, mas mais pelo facto de
ser a primeira mulher a ocu-
par este cargo. De resto, não
me deparei com nenhuma di-
ficuldade acrescida. Sempre
me senti bem em qualquer
lado onde estive e sempre fui
tratada com igualdade.
2. 2. 2. 2. 2. O Dia da Mulher não é ape-
nas o dia 8 de Março, mas sim os
365 dias do ano. Em cada dia te-
mos de viver como o mais impor-
tante. Gosto de ser mulher, nunca
me senti inferior em lado nenhum.
Todos os dias do ano são Dia
da Mulher. Não tenho nada con-
tra este dia, mas acho que todos
os dias do ano deviam ser Dia da
Mulher. Respeito este dia, mas
não lhe dou especial relevo. Pen-
so que os nossos direitos e as
nossas obrigações têm de ser uma
luta diária.
1. 1. 1. 1. 1. Não, pelo menos que
tenha dado por isso...
2. 2. 2. 2. 2. Um dia de alegria e or-
gulho para todas as que no-
vas, velhas, gordas, magras,
altas, baixas, brancas ou
pretas, mantêm o mundo em
crescimento e mudança fa-
zendo diariamente o seu
melhor.
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Maria Teresa da Silveira Bretão Machado LucianoIdade:Idade:Idade:Idade:Idade: 45 anosEstado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: SolteiraFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: Não temFunção:Função:Função:Função:Função: Directora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde OesteNorte (ACES Oeste Norte )
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Teresa Paula Xavier MarquesIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 48 anosEstado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: CasadaFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: TrêsFunção: Função: Função: Função: Função: Empresária, presidente da Direcção da SIR Pimpões
1.1.1 .1 .1 . Não, até hoje a dife-
mos três mulheres e qua-
tro homens.
2. 2. 2. 2. 2. Para mim o Dia da Mu-
lher significa todas as vitó-
rias, que ao longo de vários
séculos, as Mulheres foram
conquistando e que nos per-
mite hoje estarmos nos mais
variados cargos e não nos
sentirmos tratadas de modo
diferente.
Eu tenho por hábito dizer
que “ O futuro do Mundo
está nas mãos das Mulhe-
res”.
rença que sinto
no trato que re-
cebo, por varia-
díssimas pesso-
as, é o car inho
com que normal-
mente sou rece-
b i d a n a s m a i s
var iadas s i tua-
ções.
Quando esta
D i r e c ç ã o f o i
c o n s t i t u í d a o s
m e u s c o l e g a s
propuseram-me logo como
presidente, apesar de ser-
1 - 1 - 1 - 1 - 1 - Certamente, apesar do
elevado número de mulheres
magistradas. Contudo é essen-
cialmente sobre as mulheres que
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Isabel Maria da Almeida BaptistaIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 51 anosEstado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: CasadaFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: UmFunção que exerce: Função que exerce: Função que exerce: Função que exerce: Função que exerce: Juiz de direito
recai a responsabilidade da casa
e da família com a consequen-
te sobrecarga de trabalho. Por
exemplo, quando os filhos es-
tão doentes é preciso ficar com
eles, e o trabalho avoluma-se.
2-2-2-2-2- O dia 8 de Março continua a
ser um dia importante, não só em
nome da memória, mas também
porque ainda não foi alcançada
a igualdade de género, sendo ain-
da as mulheres as mais atingidas
pelo desemprego, as que mais
dificuldade têm em alcançar lu-
gares de topo, as que menos par-
ticipam na vida pública. Tudo isto
porque, como disse antes, ainda
são principalmente as mulheres
que constituem os suportes da
vida doméstica e familiar.
8 | Março | 2012
VDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
1. 1. 1. 1. 1. Actualmente sou Coorde-
nadora do Primeiro Ciclo do
Agrupamento de Escolas de
Campelos, onde fui presidente
do Conselho Executivo e depois
directora, estando na Direcção
daquele Agrupamento durante
nove anos, até Julho de 2011.
Saí por opção própria (pedi a
demissão em Janeiro do mes-
mo ano), por não concordar
com o rumo que se tem vindo a
dar à educação e não querer
ser uma representante directa
do Ministério da Educação.
Desde 2009 fui conselheira do
Ministério da Educação, onde
representava as escolas do
norte do Distrito de Lisboa. Res-
pondendo à vossa pergunta,
penso que, basta referir um
pormenor: na profissão docen-
te, em que a maioria é mulhe-
res, mais de 70% dos conselhei-
ros do Ministério da Educação
eram homens! Dá para reflec-
tir!
Na Direcção do Agrupamen-
to de Campelos e dentro da co-
munidade local e escolar, sem-
pre me senti respeitada e aca-
rinhada, pelo que, localmente,
nunca senti qualquer dificulda-
de acrescida, assim como não
o sinto no actual cargo que ocu-
po.
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Maria Teresa Maio Santos Milhanas SerrenhoIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 55 anosEstado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: CasadaFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: Duas filhas e Um filho (e quatro netos – três meninas e ummenino)
2. 2. 2. 2. 2. Lamento sinceramente
que seja necessário que este
dia exista. Porquê? Porque se
virmos bem, só há Dias Mundi-
ais dedicados a assuntos ou te-
mas para as quais se precisa
chamar a atenção ou defender
alguma coisa. Logo só existe
Dia da Mulher, porque ainda
não há efectiva igualdade de
género. Pelo mundo fora ain-
da se encontram situações ab-
solutamente aberrantes, que
carecem de defesa e de denún-
cia, por isso este dia pode ser
muito importante.
Nas sociedades ocidentais,
como a nossa, cada vez se re-
conhece mais o papel da mu-
lher, no entanto, quando por
parte de quem governa, se sen-
te a necessidade de instituir
uma Lei da Paridade, com quo-
tas para candidaturas, de uma
forma “paternalista”, que pou-
co reconhece o verdadeiro mé-
rito, competência e capacida-
de da mulher, é porque tam-
bém aqui há um longo cami-
nho a percorrer e este dia con-
tinua a fazer sentido.
Por mim, não comemoro o
Dia da Mulher, perdoem-me as
que gostam e festejam este
dia, mas não posso comemo-
rar um dia que nos é concedi-
do, porque este mundo de ho-
mens, reconhece que ainda
hoje, em pleno século XXI, con-
tinuam a existir a descrimina-
ção, a injustiça, o sofrimento,
as humilhações, e os maus tra-
tos! Não acho dignificante as
festas mais ou menos “femi-
nistas”, comemorando uma li-
berdade fortuita e passageira,
como se num dia de euforia se
expiasse tudo o que se vive e
se vê à nossa volta durante o
resto do ano. As mulheres têm
competências, ideias e capa-
cidades para chegar onde che-
gam os homens, sem precisa-
rem que lhes dêem lugares de
faz de conta. O respeito pela
família e pelos filhos fazem
muitas vezes com que a opção
das mulheres seja a de dar pri-
oridade ao amor aos filhos, à
família, ficando a progressão
nas carreiras, ou a intervenção
na vida pública para segundo
plano, ou mesmo alheando-se
delas. No entanto a defesa do
bem comum também implica
na vida da família e sobretudo
no futuro dos nossos filhos, por
isso é tempo de nós mulheres
ficarmos mais atentas e mais
disponíveis para defendermos
o mundo onde terão que viver
os nossos filhos e crescer os
nossos netos. Com toda a dig-
nidade, com todo o respeito,
sem ódios, com muita asserti-
vidade, ousemos participar
mais activamente na nossa
sociedade, na defesa de um
bem comum, de um Mundo
melhor, em que a nossa seja
efectivamente a politica do
amor! Todos os dias do ano, de
todos os anos das nossas vi-
das!...
1. 1. 1. 1. 1. Não, talvez até pelo con-
trário.
Para a classe média e na
Europa, muito depende da
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Ana Maria Jean-Baptiste Cruz Carneiro PachecoIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 56Estado Civil: Estado Civil: Estado Civil: Estado Civil: Estado Civil: CasadaFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: Um filho com 31 anosFunção: Função: Função: Função: Função: Empresária e dirigente associativa
nossa própria atitude.
2. 2. 2. 2. 2. É um dia normal, que
como os outros, não se
1.1.1.1.1. Ser mulher é, antes de
mais, um privilégio. É ter sen-
sibilidade, é sentir o apelo da
maternidade, é ter uma visão
muito prática, é saber fazer
mil coisas ao mesmo tempo.
Porém, ser mulher é também
pertencer àquela metade da
população que precisa de de-
monstrar que é tão capaz
como a outra metade. Por
Nome:Nome:Nome:Nome:Nome: Isaura Maria Elias Crisóstomo Bernardino MoraisIdade:Idade:Idade:Idade:Idade: 45 anosEstado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: ViúvaFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: UmFunção:Função:Função:Função:Função: Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior
isso, ser mulher e estar na polí-
tica é, antes de mais, um desa-
fio permanente. Em todo o caso,
e valha a verdade, só sinto difi-
culdades em ser mulher nos dias
em que tenho de ser fotografa-
da de manhã. Em tudo o resto,
prefiro ser eu a causar as difi-
culdades a quem não gosta de
ver mulheres em cargos públi-
cos do que ser eu a senti-las.
2. 2. 2. 2. 2. O Dia da Mulher represen-
ta um combate não acabado
pela equivalência de direitos
entre ambos os sexos. Este dia
assinala-se em nome de todos
os homens e mulheres que de-
ram a vida por uma equivalên-
cia que teima em ainda não
existir em muitas partes do
mundo.
Respeito quem ache que de-
veria haver também um Dia do
Homem, mas o Dia da Mulher
existe porque no passado a mu-
lher (enquanto género) não po-
dia votar; porque no passado a
mulher não podia sair do País
sem autorização masculina ou
porque não tinha acesso à ins-
trução.
Acho, por isso, relevante que
se assinale o Dia da Mulher como
uma efeméride de conquistas
que não podem retroceder.
repetirá . . .e por isso de-
vemos vive- lo o melhor
possível Positivamente e
com boa disposição.
Mas é também a opor-
tunidade de lembrar as
desigualdades e injusti-
ças que ainda existem em
tantas partes do mundo,
em relação à maioria da
humanidade que são as
mulheres , apo iar quem
não se acomoda e luta e
sent i r o enorme poder ,
tantas vezes não reco-
nhecido por elas próprias,
que as mulheres encer-
ram em si.
Basta lembrar os mais
recentes prémios Nobel
da Paz!
1. 1. 1. 1. 1. Não, pelo contrário. Acho
que as mulheres têm sensibili-
dades e capacidades que podem
ser uma mais valia para o de-
sempenho de cargos de direc-
ção.
2. 2. 2. 2. 2. O Dia da Mulher é uma
oportunidade para celebrar e
partilhar o percurso e a vida de
cada mulher. É uma oportuni-
dade para, por causa desse dia,
nos reunirmos, falarmos, par-
tilhar desencontros e alegrias
e nos divertirmos.
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Susana RodriguesIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 43Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil:Estado Civil: União de factoFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: DoisFunção: Função: Função: Função: Função: Directora da ESAD.CR
1 . 1 . 1 . 1 . 1 . Não, de todo. Quando
muito pode ser difícil con-
ciliar família e trabalho,
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Célia RoqueIdade:Idade:Idade:Idade:Idade: 38 anosEstado civil:Estado civil:Estado civil:Estado civil:Estado civil: CasadaFilhos: Filhos: Filhos: Filhos: Filhos: UmFunção: Função: Função: Função: Função: Directora do Centro de Emprego das Caldas da Rainha
mas quero crer que hoje em
dia isso é válido tanto para
mulheres como para homens!
2 . 2 . 2 . 2 . 2 . Bem, não pensando
no s igni f icado h istór ico
e m c o n c r e t o , p o r q u e
e s s e s e r á s e m p r e u m
m a r c o h i s t ó r i c o n o p a -
p e l e i n t e g r a ç ã o s ó c i o -
económico da mulher , o
dia é v iv ido com alguma
descontracção adicional
p e l o e n q u a d r a m e n t o
dado ao tema da va lor i -
z a ç ã o d a m u l h e r … M a s ,
s i n c e r a m e n t e , e n u m a
o p i n i ã o m u i t o m i n h a ,
a c h o q u e c e l e b r a r o d i a
é d i z e r q u e p a r a s e v a -
l o r i z a r a m u l h e r é p r e -
c i s o t e r u m d i a .
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8 | Março | 2012
VI Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Durante a Primavera as mulheres
de todas as idades preocupam-se com
o estado da sua pele, pois os frios
meses do Inverno, como regra, afec-
tam-na da má maneira. A pele sensí-
vel é a que sofre mais porque está
sujeita a influências externas e é sen-
sível às alterações do estado interno
de um organismo, como a falta de
vitaminas e minerais, má nutrição,
falta de sono, stress.
A pele é uma espécie de indicador
de saúde humana. Para uma mulher
moderna, o grande problema são a
pele pálida e “exausta”, a falta de
homogeneidade da cor, olheiras e
rugas precoces. Todos esses sintomas
A saúde oral nas mulheresUm sorriso saudável é a forma que
temos de nos exprimir com confiança.
A boca é a porta de entrada do orga-
nismo, estando por isso exposta a um
grande número de agressões, sobre-
tudo causadas por bactérias.
As mulheres associam a estas agres-
sões as inúmeras alterações hormo-
nais que ocorrem durante os diversos
ciclos da sua vida e que contribuem
para uma maior susceptibilidade a pa-
tologias orais. Todos estes factores
resumem a importância que têm os
cuidados de saúde oral, como uma hi-
giene cuidada e visitas regulares ao
dentista. Para além das cáries, pato-
Mais atenção ao cabeloA Primavera já nos espreita e como
todos sabemos é uma altura do ano
de alegria e de boa disposição, mas
também onde os problemas de pele e
cabelo se acentuam.
Todos temos a percepção de que
nesta altura aumenta a queda, a cas-
pa, excesso de oleosidade e
muito outros
pro-
Os cuidados a ter com a peleocorrem devido aos impactes negati-
vos de factores externos e internos
(sobrecarga nervosa e física, dieta
inadequada, tabagismo, luz ultravio-
leta agressiva, o ar poluído de gás
urbano, entre outros.)
Os factores negativos ambientais e
do organismo fazem com que a pele
passe pelo stress oxidativo, que é um
estado de “fracasso” de alguns dos
mecanismos biológicos da protecção
natural e acumulação nas células dos
radicais livres, que desempenham um
papel importante na evolução do pro-
cesso de envelhecimento.
Muitas vezes as mulheres utilizam
vários tratamentos ao mesmo tempo
para a terapia intensiva e recupera-
ção da pele, o que não é muito favo-
rável em relação aos bons cuidados
da pele e economicamente. A utiliza-
ção de produtos cosméticos com a
composição óptima, escolhidos com
base nos últimos desenvolvimentos no
campo da cosmetologia, proporciona
o efeito mais pronunciado positivo e
mantém a pele saudável.
De tudo o que foi dito anteriormen-
te, propomos-lhe uma grande varie-
dade dos tratamentos personalizados
de rosto e corpo.
Kateryna BurovaKateryna BurovaKateryna BurovaKateryna BurovaKateryna Burova
Salão 7sentidos cabeleireiro e spa.
logias como a Gengivite, que se carac-
teriza por inflamação gengival, com
aumento de volume, alteração de cor
e hemorragia nas gengivas, são causa
comum de desconforto oral nas mu-
lheres. Se não for tratada, a Gengivite
pode progredir aos restantes tecidos
que envolvem os dentes, tais como o
osso e os ligamentos, evoluindo para
a Periodontite, que conduz à mobilida-
de dentária e à perda dos dentes por
falta de suporte.
Esta inflamação é causada por bac-
térias, e muitas vezes por alterações
na flora oral associadas a períodos
como a puberdade, gravidez, amamen-
tação e menopausa.
É assim fundamental que as mulhe-
res mantenham os cuidados redobra-
dos nestes períodos, cuidados que pas-
sam por visitas regulares ao dentista,
para que se efectue a remoção da pla-
ca bacteriana bem como o despiste e
tratamento de cáries, que também au-
mentam a sua incidência nestas fases.
Se é mulher não descuide os cuidados
de saúde oral, cuide de si, cuide do seu
sorriso e permita-se sorrir com alegria.
Ana Teresa MarquesAna Teresa MarquesAna Teresa MarquesAna Teresa MarquesAna Teresa Marques
Médica DentistaMédica DentistaMédica DentistaMédica DentistaMédica Dentista
Clínica Sorri Mais - Caldas da Rainha
blemas.
Mas já conseguiu encontrar uma ex-
plicação razoável para este fenómeno
na Primavera e Outono?
Nós temos a nossa opinião. O au-
mento da temperatura e o factor de
humidade do ar ainda elevada nestas
duas estações, as alterações do nosso
corpo, fadiga, stress, sistema
nervoso etc. são o ambiente ideal
para o desenvolvimento e alterações
do nosso couro cabeludo. E sendo pos-
sível prevenir e tratar estas altera-
ções sugerimos que siga o nos-
so conse-
lho e cuide do seu cabelo...
· Mantenha os cabelos limpos,
lavando-os sempre que tiver excesso
de oleosidade, pó, sujidade e comi-
chão.
· Utilize um shampoô apropri-
ado, anti-fungos, anti-queda, reco-
mendo a base activa de cetonazol e
ketoconazole.
· Não use shampoo de mais,
nem coloque directamente sobre a ca-
beleira, espalhe-o nas mãos e só de-
pois aplica-lo em toda a cabeleira, o
excesso de produto pode
provocar irritação, enfraqueci-
mento da raiz, descamação e até
queda.
· Recomendo o uso
temporário do tónico, lo-
ção anti-queda à base de
vitamina complexo B e
ómega 3.
· Esfoliação no couro
cabeludo mensalmente para renova-
ção das células.
São estes alguns dos cuidados
para garantir um cabelo saudável e
bonito, dicas para uso diário
Sandra CarinaSandra CarinaSandra CarinaSandra CarinaSandra Carina
Salão 7sentidos cabeleireiro e
spa.
CONSELHOS ÚTEISCONTINUAÇÃO ...
Nome: Nome: Nome: Nome: Nome: Filomena FélixIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 57 anosEstado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: Estado civil: DivorciadaFilhos:Filhos:Filhos:Filhos:Filhos: Um (duas netas)Função: Função: Função: Função: Função: Proprietária e Gerente da discoteca Green Hill
1. 1. 1. 1. 1. Não, pelo contrário. Há situações
em que por ser mulher tenho mais
facilidade em lidar com as pessoas.
Mas quem sabe como funciona a
noite, também sabe que pode ser
mais difícil para as mulheres. Tenho
o meu espaço mais limitado e só lido
com aquilo em que estou à vontade.
2. 2. 2. 2. 2. Não tem muito significado para
mim. Há alguns anos as mulheres co-
meçaram a sair juntas nesse dia e
como eu gosto de estar com amigas,
acho que é divertido. As mulheres so-
zinhas divertem-se muito mais do que
com os maridos.
Só por isso é que acho giro o Dia da
Mulher, mas como faço isso muitas
vezes, tenho muitos dias da mulher.
Nome : Nome : Nome : Nome : Nome : Maria da Conceição Jardim PereiraIdade: Idade: Idade: Idade: Idade: 61 anosEstado Civil : Estado Civil : Estado Civil : Estado Civil : Estado Civil : ViúvaFilhos :Filhos :Filhos :Filhos :Filhos : DoisFunção : Função : Função : Função : Função : Deputada e Vereadora
1. 1. 1. 1. 1. Na verdade não sinto qualquer
dificuldade no desempenho do ac-
tual cargo por ser mulher. Aliás,
desde a entrada em vigor da Lei da
Paridade o figurino do Parlamento
alterou-se e, cada vez mais, se sen-
te que as mulheres eleitas na As-
sembleia da República têm tido uma
importante influência no funciona-
mento do Parlamento. Certamente
que a eleição de uma mulher para a
Presidência da Assembleia da Re-
pública veio confirmar a referida
influência. O desempenho tem a ver
com a dedicação, empenho e capa-
cidade de trabalho.
2. 2. 2. 2. 2. Considero ainda muito
importante esta Comemora-
ção pois ainda existem mui-
tas formas de discrimina-
ção, quer em Portugal, na
Europa e em muitos Paí-
ses fora da Europa.
Continuamos a ve-
rificar que o número mais elevado
de desempregados são mulheres e
que estas continuam a receber sa-
lários abaixo dos pagos aos ho-
mens. Por outro lado, quando se
analisam as estatísticas, quer no
nosso País quer nos restantes paí-
ses da Europa a percentagem de
mulheres a ocuparem lugares ci-
meiros ainda é baixo em compara-
ção com o número de mulheres li-
cenciadas. Apesar de uma luta per-
manente e do trabalho que se está
a realizar, ainda se continua a ve-
rificar um elevado número de mu-
lheres mortas por violência domés-
tica o que não se pode aceitar. Em
muitos países as mulheres ainda
nem têm direito a voto ou, simples-
mente, a conduzir um automóvel.
Tudo isto justifica que o Dia da Mu-
lher seja comemorado e, principal-
mente, que trabalhemos a nível na-
cional e internacional para que as
mulheres se sintam igualmen-
te tratadas, respeitadas
e com igualdade
de acesso e di-
reitos compen-
satórios.
8 | Março | 2012
VIIDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Há mais de duas décadas que
Anabela Carvalho veste a far-
da de bombeira e arrisca a sua
própria vida para ajudar os ou-
tros. Foi em 1990 que integrou o
corpo dos Bombeiros Voluntá-
rios da Benedita, numa altura
em que ainda eram poucas as
mulheres que se juntavam aos
soldados da paz. Acabaria por
ser a primeira bombeira pronta
do distrito de Leiria.
“Sempre tive a ideia de ir“Sempre tive a ideia de ir“Sempre tive a ideia de ir“Sempre tive a ideia de ir“Sempre tive a ideia de ir
à tropa, mas na altura a tro-à tropa, mas na altura a tro-à tropa, mas na altura a tro-à tropa, mas na altura a tro-à tropa, mas na altura a tro-
pa ainda não era muito di-pa ainda não era muito di-pa ainda não era muito di-pa ainda não era muito di-pa ainda não era muito di-
vulgada para mulheres”vulgada para mulheres”vulgada para mulheres”vulgada para mulheres”vulgada para mulheres”,
conta. E aos 19 anos um colega
da fábrica de calçado em que
trabalhava lançou-lhe o desa-
fio de se juntar à corporação
beneditense. “Não me arre-“Não me arre-“Não me arre-“Não me arre-“Não me arre-
pendo. Gosto de ser bom-pendo. Gosto de ser bom-pendo. Gosto de ser bom-pendo. Gosto de ser bom-pendo. Gosto de ser bom-
beira”beira”beira”beira”beira”, garante, ainda que
admita que “neste trabalho,“neste trabalho,“neste trabalho,“neste trabalho,“neste trabalho,
como em tudo, há dias me-como em tudo, há dias me-como em tudo, há dias me-como em tudo, há dias me-como em tudo, há dias me-
lhores e dias piores”lhores e dias piores”lhores e dias piores”lhores e dias piores”lhores e dias piores”. Ainda
assim, diz que se imagina nes-
Anabela Carvalho foi a primeira bombeira pronta
do distrito
Anabela Carvalho está há 22 anos nos Bombeiros Anabela Carvalho está há 22 anos nos Bombeiros Anabela Carvalho está há 22 anos nos Bombeiros Anabela Carvalho está há 22 anos nos Bombeiros Anabela Carvalho está há 22 anos nos BombeirosVoluntários da BeneditaVoluntários da BeneditaVoluntários da BeneditaVoluntários da BeneditaVoluntários da Benedita
PUBPUBPUBPUBPUB
Na sexta-feira, 9 de Mar-
ço, no espaço da CriarEco,
vai realizar-se uma tertúlia
dedicada às mulheres, que
terá início às 20h00.
A iniciativa inclui um jan-
tar volante para o qual as
CriarEco organiza tertúlias dedicadas às
mulheres
te trabalho durante muitos mais
anos.
Durante muitos anos, Anabe-
la Carvalho acumulava o seu
trabalho com as horas que vo-
luntariamente dava em prol dos
outros. E a experiência profissi-
onal, numa fábrica de calçado
ou numa fábrica de móveis, já a
tinham habituado às tarefas
pesadas e a trabalhar maiorita-
riamente com homens, o que
garante não lhe fazer qualquer
confusão. Há cerca de dois anos,
Anabela ficou desempregada e
a casa que a acolhia como vo-
luntária há duas décadas pas-
sou a ser o seu local de traba-
lho. “Vim fazer um estágio“Vim fazer um estágio“Vim fazer um estágio“Vim fazer um estágio“Vim fazer um estágio
porque estava no desempre-porque estava no desempre-porque estava no desempre-porque estava no desempre-porque estava no desempre-
go e depois fizeram-me umgo e depois fizeram-me umgo e depois fizeram-me umgo e depois fizeram-me umgo e depois fizeram-me um
contrato”contrato”contrato”contrato”contrato”, conta.
Mas apesar de ser assalaria-
da, esta bombeira não deixa de
ser também voluntária. “Isto de“Isto de“Isto de“Isto de“Isto de
ser bombeiro não é fácil. Te-ser bombeiro não é fácil. Te-ser bombeiro não é fácil. Te-ser bombeiro não é fácil. Te-ser bombeiro não é fácil. Te-
mos horário para pegar,mos horário para pegar,mos horário para pegar,mos horário para pegar,mos horário para pegar,
mas para despegar nuncamas para despegar nuncamas para despegar nuncamas para despegar nuncamas para despegar nunca
temos. Temos o ordenadotemos. Temos o ordenadotemos. Temos o ordenadotemos. Temos o ordenadotemos. Temos o ordenado
de oito horas de trabalho,de oito horas de trabalho,de oito horas de trabalho,de oito horas de trabalho,de oito horas de trabalho,
tudo o que fizermos a maistudo o que fizermos a maistudo o que fizermos a maistudo o que fizermos a maistudo o que fizermos a mais
é como voluntários”é como voluntários”é como voluntários”é como voluntários”é como voluntários”, expli-
ca. Por isso, garante que para
abraçar o trabalho de bombei-
ro, seja como voluntário, seja
como assalariado, “tem que se“tem que se“tem que se“tem que se“tem que se
ter disponibilidade e gos-ter disponibilidade e gos-ter disponibilidade e gos-ter disponibilidade e gos-ter disponibilidade e gos-
to”to”to”to”to”.
Se quando entrou para os
Bombeiros da Benedita havia
apenas outras duas mulheres
na corporação, Anabela Carva-
lho tem agora muitas colegas,
entre os cerca de 120 bombei-
ros que compõem a corpora-
ção. Quanto às dificuldades
com que as mulheres se depa-
ram, aponta que “não é fácil,“não é fácil,“não é fácil,“não é fácil,“não é fácil,
sobretudo para as mulhe-sobretudo para as mulhe-sobretudo para as mulhe-sobretudo para as mulhe-sobretudo para as mulhe-
res que têm filhos, que têmres que têm filhos, que têmres que têm filhos, que têmres que têm filhos, que têmres que têm filhos, que têm
que se desdobrar”que se desdobrar”que se desdobrar”que se desdobrar”que se desdobrar”, que ain-
da assim, “se tiverem gosto,“se tiverem gosto,“se tiverem gosto,“se tiverem gosto,“se tiverem gosto,
arranjam sempre disponi-arranjam sempre disponi-arranjam sempre disponi-arranjam sempre disponi-arranjam sempre disponi-
bilidade”bilidade”bilidade”bilidade”bilidade”. No seu caso, esta
questão não se coloca. “Não“Não“Não“Não“Não
sou casada, não tenho fi-sou casada, não tenho fi-sou casada, não tenho fi-sou casada, não tenho fi-sou casada, não tenho fi-
lhos, tenho sempre mais va-lhos, tenho sempre mais va-lhos, tenho sempre mais va-lhos, tenho sempre mais va-lhos, tenho sempre mais va-
gar. Tenho mais tempo paragar. Tenho mais tempo paragar. Tenho mais tempo paragar. Tenho mais tempo paragar. Tenho mais tempo para
estar aqui e se por qualquerestar aqui e se por qualquerestar aqui e se por qualquerestar aqui e se por qualquerestar aqui e se por qualquer
razão tiver que ficar atérazão tiver que ficar atérazão tiver que ficar atérazão tiver que ficar atérazão tiver que ficar até
mais tarde, tenho mais dis-mais tarde, tenho mais dis-mais tarde, tenho mais dis-mais tarde, tenho mais dis-mais tarde, tenho mais dis-
ponibilidade”ponibilidade”ponibilidade”ponibilidade”ponibilidade”.
Anabela Carvalho faz o que é
preciso, do transporte de doen-
tes, até aos incêndios, passan-
do por socorro em acidentes.
Mas garante que é no combate
às chamas que sente mais adre-
nalina. Já quanto aos trabalhos
onde sente mais dificuldade, “é“é“é“é“é
com crianças, os mais pe-com crianças, os mais pe-com crianças, os mais pe-com crianças, os mais pe-com crianças, os mais pe-
queninos, que ainda não fa-queninos, que ainda não fa-queninos, que ainda não fa-queninos, que ainda não fa-queninos, que ainda não fa-
lam. A criança não se quei-lam. A criança não se quei-lam. A criança não se quei-lam. A criança não se quei-lam. A criança não se quei-
xa e então há sempre maisxa e então há sempre maisxa e então há sempre maisxa e então há sempre maisxa e então há sempre mais
dificuldade em perceber odificuldade em perceber odificuldade em perceber odificuldade em perceber odificuldade em perceber o
que se passa”que se passa”que se passa”que se passa”que se passa”.
Quando lhe perguntamos se
já se viu confrontada com situa-
ções realmente impressionan-
tes, diz que até tem tido sorte,
e que aos colegas têm calhado
situações de maior choque.
“Mas apanhamos sempre“Mas apanhamos sempre“Mas apanhamos sempre“Mas apanhamos sempre“Mas apanhamos sempre
algumas coisas que mexemalgumas coisas que mexemalgumas coisas que mexemalgumas coisas que mexemalgumas coisas que mexem
com a gente”com a gente”com a gente”com a gente”com a gente”, afirma. E quem
é mais sensível, os homens ou
as mulheres? “Agora sou ca-“Agora sou ca-“Agora sou ca-“Agora sou ca-“Agora sou ca-
paz de dizer que as mulhe-paz de dizer que as mulhe-paz de dizer que as mulhe-paz de dizer que as mulhe-paz de dizer que as mulhe-
res são mais sensíveis. An-res são mais sensíveis. An-res são mais sensíveis. An-res são mais sensíveis. An-res são mais sensíveis. An-
tes era mais forte, agora co-tes era mais forte, agora co-tes era mais forte, agora co-tes era mais forte, agora co-tes era mais forte, agora co-
movo-me mais com certasmovo-me mais com certasmovo-me mais com certasmovo-me mais com certasmovo-me mais com certas
coisas. Os homens fazem-secoisas. Os homens fazem-secoisas. Os homens fazem-secoisas. Os homens fazem-secoisas. Os homens fazem-se
de valentes, mas de vez emde valentes, mas de vez emde valentes, mas de vez emde valentes, mas de vez emde valentes, mas de vez em
quando também caem”quando também caem”quando também caem”quando também caem”quando também caem”, afian-
ça
Seja homem, seja mulher, o tra-
balho como bombeiro “mexe com“mexe com“mexe com“mexe com“mexe com
qualquer pessoa, pelo menosqualquer pessoa, pelo menosqualquer pessoa, pelo menosqualquer pessoa, pelo menosqualquer pessoa, pelo menos
certas situações. Mas na horacertas situações. Mas na horacertas situações. Mas na horacertas situações. Mas na horacertas situações. Mas na hora
temos que tentar controlar”temos que tentar controlar”temos que tentar controlar”temos que tentar controlar”temos que tentar controlar”.
Joana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana Fialho
participantes devem contri-
buir trazendo algo para par-
tilhar. A sessão ainda conta-
rá com a apresentação de um
filme.
No dia 13, entre as 15h00 e
as 17h00, haverá com Ana Ra-
poseira uma conversa sobre
partos que inclui o visiona-
mento de um filme sobre o
tema.
Para marcar presença, as
interessadas deverão con-
tactar através do e-mail
[email protected] ou do
tel. 968900198. A CriarEco fica
junto à Rotunda da EDP, à
entrada da cidade.
N.N.N.N.N.N.N.N.N.N.
Sessão de Restyling and
Trendselegância e feminilidade.
A iniciativa, que será reali-
zada pelo estilista Pedro Ba-
tim, em parceria com a Ana Sa-
ramago Cabeleireiros, consis-
tirá numa demonstração prá-
tica em como beneficiar uma
mulher.
N.N.N.N.N.N.N.N.N.N.
O projecto Olha-Te – que se
destina a apoiar mulheres que
sofrem de cancro – também vai
marcar presença na Expowo-
man, onde realizará uma ses-
são de Restyling and Trends. O
objectivo é aprender a tirar
partido das características fí-
sicas e das tendências da moda
para uma maior auto-estima,
8 | Março | 2012
VIII Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Nascida há 60 anos na Benedita,
Lúcia Serralheiro é a mais velha de
dez irmãos – oito rapazes e duas ra-
parigas. Se tivermos em conta os
costumes das décadas de 50 e 60,
“dá logo para perceber que se“dá logo para perceber que se“dá logo para perceber que se“dá logo para perceber que se“dá logo para perceber que se
as mulheres não se tivessem im-as mulheres não se tivessem im-as mulheres não se tivessem im-as mulheres não se tivessem im-as mulheres não se tivessem im-
posto seriam uma espécie de es-posto seriam uma espécie de es-posto seriam uma espécie de es-posto seriam uma espécie de es-posto seriam uma espécie de es-
cravas e isso não aconteceu”cravas e isso não aconteceu”cravas e isso não aconteceu”cravas e isso não aconteceu”cravas e isso não aconteceu”. É
desta forma que Lúcia Serralheiro
conta como percebeu, ainda jovem,
que era feminista.
Se para muitas mulheres chegaria
conseguir fazer valer os seus direi-
tos no seio da sua família, acedendo
ao ensino superior (o que na altura
ainda era maioritariamente reserva-
do aos rapazes), para esta benedi-
tense o feminismo era muito mais que
uma luta pessoal. Mas também per-
cebeu cedo que o feminismo nem
sempre é visto com bons olhos.
“Tinha a consciência de que fa-“Tinha a consciência de que fa-“Tinha a consciência de que fa-“Tinha a consciência de que fa-“Tinha a consciência de que fa-
lar sobre os direitos das mulhe-lar sobre os direitos das mulhe-lar sobre os direitos das mulhe-lar sobre os direitos das mulhe-lar sobre os direitos das mulhe-
res não é nada fácil, leva-se parares não é nada fácil, leva-se parares não é nada fácil, leva-se parares não é nada fácil, leva-se parares não é nada fácil, leva-se para
o gozo, as pessoas riem-se facil-o gozo, as pessoas riem-se facil-o gozo, as pessoas riem-se facil-o gozo, as pessoas riem-se facil-o gozo, as pessoas riem-se facil-
mente, acham piada. Isto não émente, acham piada. Isto não émente, acham piada. Isto não émente, acham piada. Isto não émente, acham piada. Isto não é
apenas uma questão pessoal. Euapenas uma questão pessoal. Euapenas uma questão pessoal. Euapenas uma questão pessoal. Euapenas uma questão pessoal. Eu
queria perceber a história das mu-queria perceber a história das mu-queria perceber a história das mu-queria perceber a história das mu-queria perceber a história das mu-
lheres para ter argumentoslheres para ter argumentoslheres para ter argumentoslheres para ter argumentoslheres para ter argumentos”. Por
isso baseia os seus argumentos em
muito mais do que a sua experiência
pessoal. “Há toda uma vivência de“Há toda uma vivência de“Há toda uma vivência de“Há toda uma vivência de“Há toda uma vivência de
leituras, de contactos. E tambémleituras, de contactos. E tambémleituras, de contactos. E tambémleituras, de contactos. E tambémleituras, de contactos. E também
a certeza de que falar dos direi-a certeza de que falar dos direi-a certeza de que falar dos direi-a certeza de que falar dos direi-a certeza de que falar dos direi-
tos das mulheres é muito difícil”tos das mulheres é muito difícil”tos das mulheres é muito difícil”tos das mulheres é muito difícil”tos das mulheres é muito difícil”,
diz. Uma certeza que a levou a fazer
o mestrado em Estudos sobre as Mu-
lheres, na Universidade Aberta, cuja
tese está publicada com o título “Mu-
lheres em Grupo Contra a Corrente”.
Mas o feminismo também não é
uma luta de género. Muitos foram
os homens que ao longo da história
juntaram as suas vozes às das mu-
lheres que reclamavam direitos
iguais entre os géneros. E muitos
foram, e são, os feministas, homens
ou mulheres, que lutam não pelos
seus direitos, mas em nome das mais
desfavorecidas, alertando para a
condição da mulher em algumas cul-
turas, para os crimes que frequen-
temente são cometidos contra as
mulheres (lembremos por exemplo
a prática da mutilação genital femi-
nina), entre outros problemas que
se multiplicam por todo o mundo.
“Isto diz respeito também ao“Isto diz respeito também ao“Isto diz respeito também ao“Isto diz respeito também ao“Isto diz respeito também ao
Feminismo - uma corrente com mais de dois
séculos que continua a fazer sentido“Feminismo: sistema dos que preconizam a igualdade dosdireitos da mulher e do homem”. A definição é dada pormuitos dicionários de Língua Portuguesa e espelha, de formasimples, o que é ser feminista.Não se trata de pôr as mulheres em superioridade relativamen-te aos homens, nem tão pouco reclamar para o género femini-no qualquer tipo de regalias. Trata-se, isso sim, de “uma“uma“uma“uma“umacorrente de pensamento e de acção que luta pelacorrente de pensamento e de acção que luta pelacorrente de pensamento e de acção que luta pelacorrente de pensamento e de acção que luta pelacorrente de pensamento e de acção que luta pelaigualdade igualdade igualdade igualdade igualdade [e há que sublinhar esta igualdade] entre géneroentre géneroentre géneroentre géneroentre géneromasculino e feminino”masculino e feminino”masculino e feminino”masculino e feminino”masculino e feminino”. A explicação é dada à Gazeta dasGazeta dasGazeta dasGazeta dasGazeta dasCaldasCaldasCaldasCaldasCaldas por Lúcia Serralheiro, uma feminista assumida. Apesarde irem já longe os tempos em que as mulheres nem sequertinham direito a votar, ainda há “um longo caminho a “um longo caminho a “um longo caminho a “um longo caminho a “um longo caminho apercorrer”percorrer”percorrer”percorrer”percorrer” para que esta igualdade seja efectiva.
Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de Mulheres Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de Mulheres Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de Mulheres Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de Mulheres Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de MulheresAlternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministasAlternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministasAlternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministasAlternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministasAlternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministasinternacionaisinternacionaisinternacionaisinternacionaisinternacionais
bem-estar das mulheres, sobre-bem-estar das mulheres, sobre-bem-estar das mulheres, sobre-bem-estar das mulheres, sobre-bem-estar das mulheres, sobre-
tudo das mais carenciadas. Nãotudo das mais carenciadas. Nãotudo das mais carenciadas. Nãotudo das mais carenciadas. Nãotudo das mais carenciadas. Não
são as mulheres que estão a pas-são as mulheres que estão a pas-são as mulheres que estão a pas-são as mulheres que estão a pas-são as mulheres que estão a pas-
sar fome, que foram abandona-sar fome, que foram abandona-sar fome, que foram abandona-sar fome, que foram abandona-sar fome, que foram abandona-
das pelos homens, que têm quedas pelos homens, que têm quedas pelos homens, que têm quedas pelos homens, que têm quedas pelos homens, que têm que
cuidar dos filhos sozinhas quecuidar dos filhos sozinhas quecuidar dos filhos sozinhas quecuidar dos filhos sozinhas quecuidar dos filhos sozinhas que
têm o poder de lutar pelos seustêm o poder de lutar pelos seustêm o poder de lutar pelos seustêm o poder de lutar pelos seustêm o poder de lutar pelos seus
direitos. Têm que ser outras mu-direitos. Têm que ser outras mu-direitos. Têm que ser outras mu-direitos. Têm que ser outras mu-direitos. Têm que ser outras mu-
lheres que hão-de estar um bo-lheres que hão-de estar um bo-lheres que hão-de estar um bo-lheres que hão-de estar um bo-lheres que hão-de estar um bo-
cadinho melhor na vida que secadinho melhor na vida que secadinho melhor na vida que secadinho melhor na vida que secadinho melhor na vida que se
hão-se interessar pelo bem-estarhão-se interessar pelo bem-estarhão-se interessar pelo bem-estarhão-se interessar pelo bem-estarhão-se interessar pelo bem-estar
das que estão mais débeis. Isto édas que estão mais débeis. Isto édas que estão mais débeis. Isto édas que estão mais débeis. Isto édas que estão mais débeis. Isto é
um movimento de solidariedadeum movimento de solidariedadeum movimento de solidariedadeum movimento de solidariedadeum movimento de solidariedade
e de humanismo”e de humanismo”e de humanismo”e de humanismo”e de humanismo”, explica.
Embora admitam que homens e
mulheres são diferentes, os feminis-
tas lutam contra o facto de esta di-
ferença se ter “traduzido, ao lon-“traduzido, ao lon-“traduzido, ao lon-“traduzido, ao lon-“traduzido, ao lon-
go dos séculos, numa constru-go dos séculos, numa constru-go dos séculos, numa constru-go dos séculos, numa constru-go dos séculos, numa constru-
ção de muitos privilégios para oção de muitos privilégios para oção de muitos privilégios para oção de muitos privilégios para oção de muitos privilégios para o
género masculino”género masculino”género masculino”género masculino”género masculino”. E Lúcia Serra-
lheiro não tem qualquer dificuldade
em apontar exemplos destes privilé-
gios. “Na cultura ocidental, da Eu-“Na cultura ocidental, da Eu-“Na cultura ocidental, da Eu-“Na cultura ocidental, da Eu-“Na cultura ocidental, da Eu-
ropa, o espaço público era exclu-ropa, o espaço público era exclu-ropa, o espaço público era exclu-ropa, o espaço público era exclu-ropa, o espaço público era exclu-
sivo dos homens, às mulheressivo dos homens, às mulheressivo dos homens, às mulheressivo dos homens, às mulheressivo dos homens, às mulheres
estava reservado o espaço do-estava reservado o espaço do-estava reservado o espaço do-estava reservado o espaço do-estava reservado o espaço do-
méstico, e isso levava a que ain-méstico, e isso levava a que ain-méstico, e isso levava a que ain-méstico, e isso levava a que ain-méstico, e isso levava a que ain-
da há cem anos, mesmo no tem-da há cem anos, mesmo no tem-da há cem anos, mesmo no tem-da há cem anos, mesmo no tem-da há cem anos, mesmo no tem-
po da República, havia mulherespo da República, havia mulherespo da República, havia mulherespo da República, havia mulherespo da República, havia mulheres
que trabalhavam, mesmo nas fá-que trabalhavam, mesmo nas fá-que trabalhavam, mesmo nas fá-que trabalhavam, mesmo nas fá-que trabalhavam, mesmo nas fá-
bricas, e o seu ordenado era in-bricas, e o seu ordenado era in-bricas, e o seu ordenado era in-bricas, e o seu ordenado era in-bricas, e o seu ordenado era in-
ferior ao dos homens”ferior ao dos homens”ferior ao dos homens”ferior ao dos homens”ferior ao dos homens”, lembra. E
embora ainda hoje esta diferença sa-
larial ainda se verifique, “naquela“naquela“naquela“naquela“naquela
altura o ordenado nem sequeraltura o ordenado nem sequeraltura o ordenado nem sequeraltura o ordenado nem sequeraltura o ordenado nem sequer
era das mulheres pois t inhamera das mulheres pois t inhamera das mulheres pois t inhamera das mulheres pois t inhamera das mulheres pois t inham
que o entregar ao pai ou aoque o entregar ao pai ou aoque o entregar ao pai ou aoque o entregar ao pai ou aoque o entregar ao pai ou ao
marido”marido”marido”marido”marido”.
A ausência de direitos políticos,
a falta de condições para que as
mulheres pudessem ser mães e tra-
balhar, são outras desigualdades
que fizeram com que a luta das mu-
lheres se organizasse, sobretudo a
partir da Revolução Industrial, ini-
ciada em meados do século XVIII.
“UM LONGO CAMINHO APERCORRER”
Quase três séculos depois o tra-
balho dos feministas está longe de
terminar. “O que é grave é que“O que é grave é que“O que é grave é que“O que é grave é que“O que é grave é que
as pessoas já interiorizaramas pessoas já interiorizaramas pessoas já interiorizaramas pessoas já interiorizaramas pessoas já interiorizaram
certas questões sociais que en-certas questões sociais que en-certas questões sociais que en-certas questões sociais que en-certas questões sociais que en-
tendem como naturais”tendem como naturais”tendem como naturais”tendem como naturais”tendem como naturais”, lamen-
ta, apontando como exemplo a dis-
criminação, ainda que involuntária,
que continua a persistir.
Professora de profissão, consta-
ta diariamente a falta de modelos
para as raparigas. No estudo da
História, por exemplo, as figuras
masculinas assumem inequivoca-
mente um papel de destaque, ig-
norando-se muitas vezes os con-
tributos das mulheres.
“A co-educação é diferente de“A co-educação é diferente de“A co-educação é diferente de“A co-educação é diferente de“A co-educação é diferente de
aulas mistas, isto nós já temos.aulas mistas, isto nós já temos.aulas mistas, isto nós já temos.aulas mistas, isto nós já temos.aulas mistas, isto nós já temos.
Mas ter uma turma com rapari-Mas ter uma turma com rapari-Mas ter uma turma com rapari-Mas ter uma turma com rapari-Mas ter uma turma com rapari-
gas e rapazes não significa quegas e rapazes não significa quegas e rapazes não significa quegas e rapazes não significa quegas e rapazes não significa que
se construa uma igualdade pa-se construa uma igualdade pa-se construa uma igualdade pa-se construa uma igualdade pa-se construa uma igualdade pa-
ritária. Isso já exige uma refle-ritária. Isso já exige uma refle-ritária. Isso já exige uma refle-ritária. Isso já exige uma refle-ritária. Isso já exige uma refle-
xão para que na sala de aulaxão para que na sala de aulaxão para que na sala de aulaxão para que na sala de aulaxão para que na sala de aula
não sejam dados materiais quenão sejam dados materiais quenão sejam dados materiais quenão sejam dados materiais quenão sejam dados materiais que
tenham só veiculados heróistenham só veiculados heróistenham só veiculados heróistenham só veiculados heróistenham só veiculados heróis
masculinos”masculinos”masculinos”masculinos”masculinos”, defende. Até porque
“se os modelos que as rapari-“se os modelos que as rapari-“se os modelos que as rapari-“se os modelos que as rapari-“se os modelos que as rapari-
gas têm são só as revistas cor-gas têm são só as revistas cor-gas têm são só as revistas cor-gas têm são só as revistas cor-gas têm são só as revistas cor-
de-rosa, as pop stars, as topde-rosa, as pop stars, as topde-rosa, as pop stars, as topde-rosa, as pop stars, as topde-rosa, as pop stars, as top
model, então o mundo femininomodel, então o mundo femininomodel, então o mundo femininomodel, então o mundo femininomodel, então o mundo feminino
fica estereotipado”fica estereotipado”fica estereotipado”fica estereotipado”fica estereotipado”.
É por isso que Lúcia Serralheiro
não hesita em afirmar que “ainda“ainda“ainda“ainda“ainda
há um longo caminho a percor-há um longo caminho a percor-há um longo caminho a percor-há um longo caminho a percor-há um longo caminho a percor-
rer”rer”rer”rer”rer”. Não em termos de legisla-
ção, onde acredita que se ganhou
muito com “advogadas e juris-“advogadas e juris-“advogadas e juris-“advogadas e juris-“advogadas e juris-
tas que fizeram tas que fizeram tas que fizeram tas que fizeram tas que fizeram lobbyslobbyslobbyslobbyslobbys na As- na As- na As- na As- na As-
semble ia da Repúbl ica , bemsemble ia da Repúbl ica , bemsemble ia da Repúbl ica , bemsemble ia da Repúbl ica , bemsemble ia da Repúbl ica , bem
como com a adesão à Europa”como com a adesão à Europa”como com a adesão à Europa”como com a adesão à Europa”como com a adesão à Europa”.
O problema está na mentalidade,
que “vai muito mais atrás do que“vai muito mais atrás do que“vai muito mais atrás do que“vai muito mais atrás do que“vai muito mais atrás do que
a Lei”a Lei”a Lei”a Lei”a Lei”.
Daí que lhe faça alguma confusão
que muita gente resuma o Dia da Mu-
lher a um dia para jantaradas. “Não“Não“Não“Não“Não
tenho nada contra isso. O conví-tenho nada contra isso. O conví-tenho nada contra isso. O conví-tenho nada contra isso. O conví-tenho nada contra isso. O conví-
vio entre as mulheres é impor-vio entre as mulheres é impor-vio entre as mulheres é impor-vio entre as mulheres é impor-vio entre as mulheres é impor-
tante, a solidariedade é impor-tante, a solidariedade é impor-tante, a solidariedade é impor-tante, a solidariedade é impor-tante, a solidariedade é impor-
tante, mas não pode passar sótante, mas não pode passar sótante, mas não pode passar sótante, mas não pode passar sótante, mas não pode passar só
por um entretenimento. O Dia In-por um entretenimento. O Dia In-por um entretenimento. O Dia In-por um entretenimento. O Dia In-por um entretenimento. O Dia In-
ternacional da Mulher, que come-ternacional da Mulher, que come-ternacional da Mulher, que come-ternacional da Mulher, que come-ternacional da Mulher, que come-
çou no século XX nos Estadosçou no século XX nos Estadosçou no século XX nos Estadosçou no século XX nos Estadosçou no século XX nos Estados
Unidos e na Europa, tinha razõesUnidos e na Europa, tinha razõesUnidos e na Europa, tinha razõesUnidos e na Europa, tinha razõesUnidos e na Europa, tinha razões
de fundo muito sérias”de fundo muito sérias”de fundo muito sérias”de fundo muito sérias”de fundo muito sérias”, diz.
E quando lhe perguntamos se acha
que estas questões poderão ficar
sanadas com as próximas gerações,
a resposta é hesitante. “Não sei,“Não sei,“Não sei,“Não sei,“Não sei,
porque as questões das menta-porque as questões das menta-porque as questões das menta-porque as questões das menta-porque as questões das menta-
lidades são regressivas, a his-lidades são regressivas, a his-lidades são regressivas, a his-lidades são regressivas, a his-lidades são regressivas, a his-
tória não tem sempre um pro-tória não tem sempre um pro-tória não tem sempre um pro-tória não tem sempre um pro-tória não tem sempre um pro-
gresso linear, muitas vezes segresso linear, muitas vezes segresso linear, muitas vezes segresso linear, muitas vezes segresso linear, muitas vezes se
volta atrás”volta atrás”volta atrás”volta atrás”volta atrás”. Para que isso acon-
teça, urge que se divulguem com
muito mais frequência modelos de
papéis femininos de mulheres de
causas, de mulheres empreendedo-
ras, de mulheres empresárias, de
mulheres que não hesitaram em
vingar em mundos tradicionalmen-
te mais relacionados com o género
masculino. E é preciso também que
as mulheres não receiem lutar pe-
los seus direitos.
“Há cem anos atrás as repu-“Há cem anos atrás as repu-“Há cem anos atrás as repu-“Há cem anos atrás as repu-“Há cem anos atrás as repu-
blicanas assumiam-se feminis-blicanas assumiam-se feminis-blicanas assumiam-se feminis-blicanas assumiam-se feminis-blicanas assumiam-se feminis-
tas. E agora, no final do séculotas. E agora, no final do séculotas. E agora, no final do séculotas. E agora, no final do séculotas. E agora, no final do século
XX, há muitas mulheres que re-XX, há muitas mulheres que re-XX, há muitas mulheres que re-XX, há muitas mulheres que re-XX, há muitas mulheres que re-
j e i t a m a p a l a v r a f e m i n i s t a ,j e i t a m a p a l a v r a f e m i n i s t a ,j e i t a m a p a l a v r a f e m i n i s t a ,j e i t a m a p a l a v r a f e m i n i s t a ,j e i t a m a p a l a v r a f e m i n i s t a ,
como se ser feminista fosse sercomo se ser feminista fosse sercomo se ser feminista fosse sercomo se ser feminista fosse sercomo se ser feminista fosse ser
uma tonta que não gosta de ho-uma tonta que não gosta de ho-uma tonta que não gosta de ho-uma tonta que não gosta de ho-uma tonta que não gosta de ho-
mens”mens”mens”mens”mens”, lamenta, apontando “uma“uma“uma“uma“uma
regressão e um desconhecimen-regressão e um desconhecimen-regressão e um desconhecimen-regressão e um desconhecimen-regressão e um desconhecimen-
to do que é ser feminista”to do que é ser feminista”to do que é ser feminista”to do que é ser feminista”to do que é ser feminista”.
E mais uma vez, fica a clarifica-
ção que se impõe: “ser feminista“ser feminista“ser feminista“ser feminista“ser feminista
não significa só defender a mu-não significa só defender a mu-não significa só defender a mu-não significa só defender a mu-não significa só defender a mu-
lher no abstracto, mas apoiar alher no abstracto, mas apoiar alher no abstracto, mas apoiar alher no abstracto, mas apoiar alher no abstracto, mas apoiar a
luta das mulheres para a cons-luta das mulheres para a cons-luta das mulheres para a cons-luta das mulheres para a cons-luta das mulheres para a cons-
trução de um social mais huma-trução de um social mais huma-trução de um social mais huma-trução de um social mais huma-trução de um social mais huma-
no e igualitário entre as pesso-no e igualitário entre as pesso-no e igualitário entre as pesso-no e igualitário entre as pesso-no e igualitário entre as pesso-
as”as”as”as”as”. E ainda que se tenha tornado
moda “não é apenas com flores“não é apenas com flores“não é apenas com flores“não é apenas com flores“não é apenas com flores
e jantares que vamos lá”e jantares que vamos lá”e jantares que vamos lá”e jantares que vamos lá”e jantares que vamos lá”.
Joana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana Fialho
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8 | Março | 2012
IXDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Em pequena sonhava ser polícia ou
professora de ginástica, mas a ida do
filho de um casal amigo para a Aca-
demia Militar viria a mudar o rumo da
vida de Sónia Santos. A frequentar o
12º ano na área de Economia, a jo-
vem foi com os amigos conhecer a
instalações da Academia Militar e
entrar naquele mundo passou a ser o
seu objectivo.
Começou a treinar para as provas
físicas e, como também era boa alu-
na, conseguiu entrar na exigente Aca-
demia Militar em 1993, juntamente
com mais duas mulheres. Ao todo
eram oito mulheres (contando as do
ano anterior) entre 70 homens.
Mas esta diferença entre o número
de géneros não afectou Sónia, que a
partir de agora era apelidada de San-
tos. À Gazeta das Caldas recorda que
gostou de imediato daquele ambien-
te e rigor, pois se assim não fosse
não conseguiria permanecer por mui-
to tempo. “É muito exigente a nível“É muito exigente a nível“É muito exigente a nível“É muito exigente a nível“É muito exigente a nível
físico e estão sempre a dizer-nosfísico e estão sempre a dizer-nosfísico e estão sempre a dizer-nosfísico e estão sempre a dizer-nosfísico e estão sempre a dizer-nos
Caldense Sónia Santos foi das primeiras
mulheres a ingressar no Exército
Aos 36 anos Sónia Santos é major no Exército. Natural dasCaldas da Rainha, onde estudou até ao final do ensino secundá-rio, a jovem prosseguiu a formação na Academia Militar, em1993, no segundo ano em que as Forças Armadas abriram asportas ao sexo feminino.Actualmente está em Lisboa, onde é responsável pela manuten-ção dos carros de combate, trabalhando essencialmente comhomens. Gosta muito do que faz, da farda e não se imaginanoutra actividade. “As mulheres trouxeram uma mais-valia“As mulheres trouxeram uma mais-valia“As mulheres trouxeram uma mais-valia“As mulheres trouxeram uma mais-valia“As mulheres trouxeram uma mais-valiaàs Forças Armadas” às Forças Armadas” às Forças Armadas” às Forças Armadas” às Forças Armadas” diz, com propriedade a também enge-nheira electrotécnica com um mestrado em Sociologia, sobre aintegração do género no Exército Português.Apesar de viver em Lisboa, Sónia Santos aproveita praticamen-te todos os fins-de-semana para voltar às Caldas, cidade doseu coração e onde está a sua família.
A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando da A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando da A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando da A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando da A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando daLogística, em LisboaLogística, em LisboaLogística, em LisboaLogística, em LisboaLogística, em Lisboa
Entre 2002 e 2008 Sónia Santos foi
nomeada representante do Exército no
Committee on Women in the Nato For-
ces, participando numa reunião anual
onde se encontram representantes dos
vários países que integram aquela or-
ganização para falar sobre a integra-
ção das mulheres nas Forças Armadas.
Ficou o gosto pela área e como que-
ria tirar um mestrado, decidiu fazer
uma tese nessa área. Inscreveu-se no
ISCTE e, fora do seu horário de serviço
(à noite), foi tirar o mestrado na área
da Sociologia do Trabalho, das organi-
zações e do emprego, que terminou em
2007.
A sua tese foi sobre a “Integração “Integração “Integração “Integração “Integração
do género no Exército Português”do género no Exército Português”do género no Exército Português”do género no Exército Português”do género no Exército Português”,
onde procurou saber qual era a perspec-
tiva dos militares masculinos do quadro
permanente em relação à inclusão das
mulheres e o resultado que obteve foi
muito positivo. “Sentiram que as mu-“Sentiram que as mu-“Sentiram que as mu-“Sentiram que as mu-“Sentiram que as mu-
lheres estão bem integradas e que olheres estão bem integradas e que olheres estão bem integradas e que olheres estão bem integradas e que olheres estão bem integradas e que o
processo não foi assim tão compli-processo não foi assim tão compli-processo não foi assim tão compli-processo não foi assim tão compli-processo não foi assim tão compli-
cado”cado”cado”cado”cado”, disse, concluindo que tanto os
oficiais como os sargentos do quadro per-
manente viram “com bons olhos” “com bons olhos” “com bons olhos” “com bons olhos” “com bons olhos” a
As mulheres trouxeram uma “mais-valia” à vida
militar
abertura das Forças Armadas ao sexo
feminino.
Sónia Santos entrou para o Exército
numa altura em que havia poucas mu-
lheres na vida militar. “Na altura tudo“Na altura tudo“Na altura tudo“Na altura tudo“Na altura tudo
era uma novidade. Os militaresera uma novidade. Os militaresera uma novidade. Os militaresera uma novidade. Os militaresera uma novidade. Os militares
mais antigos estavam habituadosmais antigos estavam habituadosmais antigos estavam habituadosmais antigos estavam habituadosmais antigos estavam habituados
a militares só homens e, de repen-a militares só homens e, de repen-a militares só homens e, de repen-a militares só homens e, de repen-a militares só homens e, de repen-
te, tiveram que passar a ter algunste, tiveram que passar a ter algunste, tiveram que passar a ter algunste, tiveram que passar a ter algunste, tiveram que passar a ter alguns
cuidados, como conter um poucocuidados, como conter um poucocuidados, como conter um poucocuidados, como conter um poucocuidados, como conter um pouco
a linguagem”,a linguagem”,a linguagem”,a linguagem”,a linguagem”, recorda, acrescentan-
do que actualmente as mulheres es-
tão completamente integradas.
Ao longo do tempo também foram
criadas, ou adaptadas, algumas insta-
lações nas diferentes unidades milita-
res, principalmente ao nível dos aloja-
mentos, foram feitas fardas com ta-
manhos mais pequenos, e outras ex-
clusivamente para mulheres.
A major Santos diz mesmo que as
mulheres trouxeram uma mais-valia, pois
em qualquer sítio tem que haver de tudo.
“O homem pode ser muito bom em“O homem pode ser muito bom em“O homem pode ser muito bom em“O homem pode ser muito bom em“O homem pode ser muito bom em
determinadas tarefas e a mulherdeterminadas tarefas e a mulherdeterminadas tarefas e a mulherdeterminadas tarefas e a mulherdeterminadas tarefas e a mulher
noutras, o melhor será o comple-noutras, o melhor será o comple-noutras, o melhor será o comple-noutras, o melhor será o comple-noutras, o melhor será o comple-
mento e noto issomento e noto issomento e noto issomento e noto issomento e noto isso”, conclui.
F.F.F.F.F.F.F.F.F.F.
para desistir, que não aguentam-para desistir, que não aguentam-para desistir, que não aguentam-para desistir, que não aguentam-para desistir, que não aguentam-
os”os”os”os”os”, conta, acrescentando que nunca
pensou em deixar a Academia e que se
integrou com facilidade.
Quando no segundo ano teve que
escolher uma área para prosseguir os
estudos, Sónia Santos optou pela en-
genharia electrotécnica, cujo curso te-
ria que terminar no Instituto Superior
Técnico. “Foi bom porque me per- “Foi bom porque me per- “Foi bom porque me per- “Foi bom porque me per- “Foi bom porque me per-
mitiu sair do regime de internatomitiu sair do regime de internatomitiu sair do regime de internatomitiu sair do regime de internatomitiu sair do regime de internato
que conhecia da Academia Militarque conhecia da Academia Militarque conhecia da Academia Militarque conhecia da Academia Militarque conhecia da Academia Militar
e encontrar a vivência da faculda-e encontrar a vivência da faculda-e encontrar a vivência da faculda-e encontrar a vivência da faculda-e encontrar a vivência da faculda-
de”,de”,de”,de”,de”, recorda.
A agora engenheira Sónia Santos in-
tegrou o ramo de serviço de Material,
que trata da manutenção de equipa-
mentos e viaturas. Foi, aliás, a primei-
ra mulher da sua especialidade militar
e agora existem apenas mais duas.
Colocada em Paços de Arcos, na Es-
cola Militar de Electromecânica (que ac-
tualmente se apelida de Centro Militar
de Electrónica) Sónia foi, durante seis
anos, formadora das disciplinas de elec-
trónica, comandante da 1ª Companhia
de Instrução de Quadros e chefe da Sec-
ção de Pessoal. Pelo meio, em 2003, foi
fazer o curso de promoção a capitão, e
a partir de Outubro de 2007 parte para o
Entroncamento, onde exerce as funções
de chefe da Secção de Justiça e delega-
da responsável pela formação naquele
Regimento de Manutenção.
SEIS MESES EM MISSÃO NOKOSOVO
Em 2008 Sónia Santos propôs-se a
mais um desafio - o de partir numa
missão ao Kosovo, onde esteve duran-
te seis meses. “Foi muito gratifican-“Foi muito gratifican-“Foi muito gratifican-“Foi muito gratifican-“Foi muito gratifican-
te”,te”,te”,te”,te”, conta a jovem, adiantando que o
mais difícil foi ultrapassar a distância
da família e ter que andar sempre ar-
mada e fardada, por questões de se-
gurança. Sónia era Oficial de Manu-
tenção do Agrupamento Mike e a sua
missão foi a chefiar um conjunto de
homens que trabalhava nas oficinas.
“Tive uma equipa excelente”“Tive uma equipa excelente”“Tive uma equipa excelente”“Tive uma equipa excelente”“Tive uma equipa excelente”, recor-
da, acrescentando que durante o perí-
odo em que lá esteve também lidou
com militares franceses e americanos.
Passar o Natal longe da família não
foi fácil, mas a camaradagem ajudou a
atenuar a saudade. “Fizemos a nossa “Fizemos a nossa “Fizemos a nossa “Fizemos a nossa “Fizemos a nossa
ceia de Natal e foi muito gratifican-ceia de Natal e foi muito gratifican-ceia de Natal e foi muito gratifican-ceia de Natal e foi muito gratifican-ceia de Natal e foi muito gratifican-
te porque sentimos que estamos ate porque sentimos que estamos ate porque sentimos que estamos ate porque sentimos que estamos ate porque sentimos que estamos a
ajudar um povo a reconstruir aajudar um povo a reconstruir aajudar um povo a reconstruir aajudar um povo a reconstruir aajudar um povo a reconstruir a
vida”vida”vida”vida”vida”, afirma.
De regresso a Portugal, Sónia San-
tos voltou para o Regimento de Manu-
tenção, no Entroncamento, e depois foi
fazer mais um curso, o de promoção a
major, que terminou em Maio de 2010.
Desde então regressou a Lisboa, onde
está a trabalhar na Direcção de Mate-
rial e Transportes, como responsável
pela manutenção dos carros de com-
bate Leopard, recentemente adquiri-
dos pelo Exército Português. “Esta-. “Esta-. “Esta-. “Esta-. “Esta-
mos a desbravar caminho, os car-mos a desbravar caminho, os car-mos a desbravar caminho, os car-mos a desbravar caminho, os car-mos a desbravar caminho, os car-
ros chegaram há dois anos e nãoros chegaram há dois anos e nãoros chegaram há dois anos e nãoros chegaram há dois anos e nãoros chegaram há dois anos e não
tem sido fácil mantê-los, porque étem sido fácil mantê-los, porque étem sido fácil mantê-los, porque étem sido fácil mantê-los, porque étem sido fácil mantê-los, porque é
tudo novo, mas temos estado atudo novo, mas temos estado atudo novo, mas temos estado atudo novo, mas temos estado atudo novo, mas temos estado a
conseguir”conseguir”conseguir”conseguir”conseguir”, explica a especialista.
Depois de major, segue-se na hie-
rarquia militar os postos de tenente-
coronel e coronel. Está tudo em reor-
ganização e as regras para a promoção
dificultam uma ascensão mais rápida.
Esta militar não exclui a possibili-
dade de vir um dia servir no quartel da
sua cidade natal. “Seria um prazer “Seria um prazer “Seria um prazer “Seria um prazer “Seria um prazer
vir para a ESE”vir para a ESE”vir para a ESE”vir para a ESE”vir para a ESE”, diz.
Fátima FerreiraFátima FerreiraFátima FerreiraFátima FerreiraFátima Ferreira
fferreira@gazetacaldas
8 | Março | 2012
X Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Rute Félix nasceu nas Cal-
das, sempre gostou de dese-
nho e diz que gosta de traba-
lhar com vários materiais.
Conta que quando frequentou
o nível secundário, na Escola
Bordalo Pinheiro, “não acha-não acha-não acha-não acha-não acha-
va grande piada à cerâmi-va grande piada à cerâmi-va grande piada à cerâmi-va grande piada à cerâmi-va grande piada à cerâmi-
cacacacaca”. Nessa altura estava ain-
da longe de imaginar que hoje
esse material seria o seu ga-
nha-pão.
Em rigor, esta jovem cha-
ma-se Rute Felismina, mas
como estudou em Inglaterra e
não havia meio de colocar os
ingleses a soletrar o seu so-
brenome, decidiu passar a
usar Félix, que é o nome pelo
qual o seu pai, gerente em
navios de cruzeiro, é igual-
Jovem caldense formada em Inglaterra quer
dedicar-se à cerâmica de autor
Algumas das peças da caldense que são vendidas na Algumas das peças da caldense que são vendidas na Algumas das peças da caldense que são vendidas na Algumas das peças da caldense que são vendidas na Algumas das peças da caldense que são vendidas nasua loja-oficinasua loja-oficinasua loja-oficinasua loja-oficinasua loja-oficina
Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola Secundária Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola Secundária Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola Secundária Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola Secundária Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola SecundáriaRaul ProençaRaul ProençaRaul ProençaRaul ProençaRaul Proença
Rute Félix, tem 25 anos e é caldense, lançou a suaprópria marca, a Félix Design e abriu na cidade asua loja-oficina, após se ter formado em 3D Design,em Inglaterra. Dedica-se agora a produzir acessóri-os de moda em cerâmica e a peças de decoração.Vende nas Caldas e em Óbidos e também dá aconhecer o seu trabalho em feiras de artesanato. Ajovem quer dar formação na sua loja-oficina, juntoà Escola Raul Proença, que abre com frequênciapara dar a conhecer as diferente fases do trabalhocerâmico.
mente conhecido. Acabou pois
por escolher Félix para desig-
nar a sua marca que começou
pelas peças em cerâmica.
A conclusão da sua forma-
ção secundária coincidiu com
uma oportunidade de traba-
lho do seu pai em Inglaterra e
por isso toda a família foi vi-
ver para Terras de Sua Majes-
tade em 2004.
Por causa do seu pai ter em-
prego em ambientes interna-
cionais, Rute e a sua irmã mais
nova, Enia, sempre foram es-
timuladas a aprender outras
línguas. Rute lembra-se que o
pai, quando se zangava com
elas, “dava-nos o sermãodava-nos o sermãodava-nos o sermãodava-nos o sermãodava-nos o sermão
em português, em inglês eem português, em inglês eem português, em inglês eem português, em inglês eem português, em inglês e
às vezes, até em francêsàs vezes, até em francêsàs vezes, até em francêsàs vezes, até em francêsàs vezes, até em francês”.
Quando chegou a Inglater-
ra e quis entrar na Wimble-
don College of Arts aperce-
beu-se que não tendo portfo-
lio, teria que frequentar um
curso de artes durante o Ve-
rão de modo a conseguir in-
gressar no ano zero daquela
escola.
Assim fez, tendo tido a
oportunidade de estudar fo-
tografia, cenografia, teatro,
artes plásticas e desenho. Re-
corda que tinha apenas um
inglês na sua turma pois os
restantes colegas vinham dos
mais variados países do mun-
do. Recorda com saudade o
seu ingresso no sistema de
ensino inglês pois tinham au-
las em museus por toda a ca-
pital britânica e aprendeu téc-
nicas que ainda hoje lhe são
úteis no seu trabalho actual.
Depois de ter completado
aquela formação – que corres-
pondeu ao ano zero - quis
prosseguir estudos e entrou
nda Faculdade das Artes da
Universidade de Brighton, ten-
do frequentado o campus de
North College Sussex e tirado
o seu curso em 3D Design.
Apesar de ter gostado de
viver e de estudar em Londres,
Rute Félix acha que “é tudo“é tudo“é tudo“é tudo“é tudo
muito caro”,muito caro”,muito caro”,muito caro”,muito caro”, mas salientou
o bom sistema de transportes
públicos e o facto de haver vá-
rios museus com entradas gra-
tuitas.
Na Brighton University teve
a oportunidade de trabalhar
em vários materiais e ter dis-
ciplinas que lhe deram luzes
em áreas como a Pesquisa de
Mercado, Gestão, Negócios,
para além de ter tido a opor-
tunidade de realizar projec-
tos em vários materiais, des-
de a cerâmica às madeiras.
“Gostei muito pois obti-“Gostei muito pois obti-“Gostei muito pois obti-“Gostei muito pois obti-“Gostei muito pois obti-
ve uma formação muitove uma formação muitove uma formação muitove uma formação muitove uma formação muito
completacompletacompletacompletacompleta”, disse a calden-
se, contando que no último
ano do seu curso participou
no New Designers, um even-
to que teve lugar no centro
de Londres e onde os finalis-
tas de várias escolas londri-
nas dão a conhecer as duas
várias ideias. Não fosse a cri-
se generalizada, e era um
local onde muitos jovens de-
signers antigamente conse-
guiam o seu primeiro empre-
go pois o certame “é visita-“é visita-“é visita-“é visita-“é visita-
do por industriais de tododo por industriais de tododo por industriais de tododo por industriais de tododo por industriais de todo
o mundoo mundoo mundoo mundoo mundo”.
Apesar de inicialmente
não gostar muito de cerâmi-
ca, Rute Félix acabou por dar
a mão à palmatória e esco-
lheu a porcelana para fazer
o seu trabalho final, um con-
junto de peças que encaixa-
vam entre si. Entre os seus
projectos, a jovem fez inves-
tigação na fábrica Molde,
tendo apresentado em Lon-
dres um trabalho sobre como
se faz o reaproveitamento de
matérias e de energia, tendo
por base a experiência da-
quela unidade industrial das
Caldas da Rainha.
Quando acabou o curso, “jájájájájá
grassava a crisegrassava a crisegrassava a crisegrassava a crisegrassava a crise” e apesar
de ter enviado o seu curricu-
lum para todo o lado “nun-nun-nun-nun-nun-
ca obtive respostas posi-ca obtive respostas posi-ca obtive respostas posi-ca obtive respostas posi-ca obtive respostas posi-
tivastivastivastivastivas”. Notava-se já as mai-
ores empresas a deslocalizar
para outros países. “Deslo-Deslo-Deslo-Deslo-Deslo-
calizaram até os escritó-calizaram até os escritó-calizaram até os escritó-calizaram até os escritó-calizaram até os escritó-
rio de designrio de designrio de designrio de designrio de design”, contou a
caldense, que durante uns
tempos, para se manter em
Inglaterra, acabou por traba-
lhar durante algum tempo
num bar de um teatro em Bri-
ghton, depois de ter tenta-
do, sem êxito, uma activida-
de relacionada com a sua
área. Chegou a ter três em-
pregos para se conseguir
manter, até que decidiu vol-
tar a Portugal.
Os seus pais possuem um
espaço nas imediações da Es-
cola Secundária Raul Proen-
ça - habitualmente alugada
a cafés ou refeições rápidas
- que estava vago pois os alu-
gueres tinham dados proble-
mas e eles preferiam ter o
espaço fechado. “Falei comFalei comFalei comFalei comFalei com
os meus pais que me ce-os meus pais que me ce-os meus pais que me ce-os meus pais que me ce-os meus pais que me ce-
d e r a m d u r a n t e a l g u n sd e r a m d u r a n t e a l g u n sd e r a m d u r a n t e a l g u n sd e r a m d u r a n t e a l g u n sd e r a m d u r a n t e a l g u n s
anos o espaço para inici-anos o espaço para inici-anos o espaço para inici-anos o espaço para inici-anos o espaço para inici-
ar o meu negócioar o meu negócioar o meu negócioar o meu negócioar o meu negócio”, contou.
A IMPORTÂNCIA DE UMADISCIPLINA DE NEGÓCIOS
Rute Félix decidiu então ti-
rar real partido dos conheci-
PUBPUBPUBPUBPUB
mentos que obteve na sua li-
cenciatura em Design Tridi-
mensional e usar, por exem-
plo, o que aprendeu na disci-
plina de Negócios para inici-
ar a sua própria empresa. “Vi“Vi“Vi“Vi“Vi
que existia mercado paraque existia mercado paraque existia mercado paraque existia mercado paraque existia mercado para
a minha ideia”a minha ideia”a minha ideia”a minha ideia”a minha ideia”, disse. E se
em Inglaterra “as pessoasas pessoasas pessoasas pessoasas pessoas
preferem pagar 20 libraspreferem pagar 20 libraspreferem pagar 20 libraspreferem pagar 20 libraspreferem pagar 20 libras
por uma peça e comprarpor uma peça e comprarpor uma peça e comprarpor uma peça e comprarpor uma peça e comprar
ao artesão, aqui em Por-ao artesão, aqui em Por-ao artesão, aqui em Por-ao artesão, aqui em Por-ao artesão, aqui em Por-
tugal ainda não é bem as-tugal ainda não é bem as-tugal ainda não é bem as-tugal ainda não é bem as-tugal ainda não é bem as-
simsimsimsimsim”, disse a criadora.
As peças que produz são
acessórios de moda, como co-
lares, pregadeiras e anéis.
Rute Félix começou a inovar
e a aliar a cerâmica a outros
materiais como a cortiça.
Desde Janeiro de 2010 que
trabalha como empresária em
nome individual, mas foi no
final de 2011 que abriu a sua
loja-oficina ao público.
No seu atelier, possui um
forno eléctrico que coze a 1300
graus e neste momento já re-
cebe encomendas que são
feitas através do Facebook.
A jovem participou na Praça
das Artes (evento dedicado
ao artesanato que teve lugar
no Verão passado no Largo
Dr. José Barbosa) e desde
então tem clientes que vão
visitá-la na sua loja.
O próximo passo são as ac-
ções de formação, pelas quais
vai cobrar 40 euros por mês,
uma vez por semana (duas ho-
ras) incluindo vidrados e a co-
zedura.
Alem dos acessórios de
moda, área em que está sem-
pre a inovar, também nas pe-
ças decorativas procura origi-
nalidade, tendo uma linha de
peças em faiança picotadas
que permitem bons efeitos
com a luz.
Rute Félix aprecia o traba-
lho das ceramistas caldenses
Bolota e Ana Sobral, tendo esta
última sido sua professora de
cerâmica quando ainda fre-
quentava a Secundária Borda-
lo Pinheiro.
A jovem empresária e cria-
dora conta com o apoio da fa-
mília, se bem que diz que é di-
fícil gerir tudo sozinha. “Há umHá umHá umHá umHá um
ano que não tenho uma fol-ano que não tenho uma fol-ano que não tenho uma fol-ano que não tenho uma fol-ano que não tenho uma fol-
ga... mas sempre que come-ga... mas sempre que come-ga... mas sempre que come-ga... mas sempre que come-ga... mas sempre que come-
ço a querer desistir, entra al-ço a querer desistir, entra al-ço a querer desistir, entra al-ço a querer desistir, entra al-ço a querer desistir, entra al-
guém e compra uma peça”guém e compra uma peça”guém e compra uma peça”guém e compra uma peça”guém e compra uma peça”,
contou a jovem, que investiu
seis mil euros para poder equi-
par o seu espaço. Neste mo-
mento já dá a conhecer as suas
obras em Feiras de Artesanato,
já participou numa colectiva na
Centro Comercial Vivaci e está
a criar o catálogo das suas pe-
ças pois pretende vender tam-
bém em lojas na Nazaré e em
S. Martinho do Porto.
Natacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha NarcisoNatacha Narciso
8 | Março | 2012
XIDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Duas caldenses juntaram-se para orga-
nizar a Expowoman, um evento dedicado
às mulheres que decorre de 8 a 11 de Março
na Expoeste, nas Caldas da Rainha.
O preço de entrada no recinto é de 2,50
euros (gratuito para crianças até aos 12 anos
e para seniores a partir dos 65), mas lá den-
tro será possível usufruir gratuitamente dos
mais diversos serviços, desde cabeleiros, a
maquilhagem e espectáculos, entre muitas
outras actividades. São vários stands dedi-
cados à saúde, beleza, carreira, erotismo e
moda, entre outros temas. Há muitas sur-
presas prometidas pela organização ao lon-
go destes quatro dias, como, por exemplo,
um touro mecânico.
Os homens também podem entrar, mas
na Expoeste vão encontrar essencialmente
produtos e serviços vocacionados para as
mulheres. As crianças também encontra-
ram entretenimento com uma parede de
escalada, insufláveis e karts a pedal.
Hoje, 8 de Março, decorre um almoço só
de mulheres no restaurante da Escola de
Hotelaria e Turismo do Oeste, cuja receita
reverte para o projecto Olha-te, a 8 de Mar-
ço, Dia Internacional da Mulher.
À noite a Expoeste recebe um mega jan-
tar promovido pelo restaurante Lisboa, com
buffet, música ao vivo, um show de stripte-
ase masculino e a presença de um dos con-
correntes da Casa dos Segredos 2. Ao mes-
mo tempo a Expowoman irá estar a decor-
rer, mas neste dia só as mulheres poderão
entrar no recinto.
No dia 9, às 22h00, o recinto recebe um
espectáculo com Carlos Moreno. Antes dis-
so, às 20h00, a associação Olha-te promo-
ve uma experiência de aumento da auto-
estima e confiança na imagem pessoal,
no qual uma mulher se irá submeter em
palco a aconselhamento e execução de
imagem, alteração de guarda-roupa, ca-
beleireiro e maquilhagem, com o estilista
Pedro Batim.
Na tarde de 10 de Março o estilista irá
também promover um workshop de valori-
zação pessoal. No mesmo dia decorre um
debate com o tema “Igualdade Salarial”,
às 18h00, e o espectáculo, às 21h00, de Ana
Saramago, com o nome “Emoções”. No dia
seguinte, às 17h40, há outro debate com
“Mulheres de Destaque na Sociedade” so-
bre empreendedorismo feminino e um des-
file de moda às 19h00.
“QUISEMOS ‘MEXER’ COM O COMÉRCIOLOCAL”
As mentoras deste evento, Ana Ferreira
e Marta Martins, conheceram-se recente-
mente num ginásio nas Caldas e ao longo
das conversas que foram tendo, chegaram
à conclusão que tinham algumas ideias em
comum e que podiam organizar eventos di-
ferentes para dinamizar a cidade de am-
bas.
“Como é habitual entre mulheres,Como é habitual entre mulheres,Como é habitual entre mulheres,Como é habitual entre mulheres,Como é habitual entre mulheres,
somos muito faladoras e foram sur-somos muito faladoras e foram sur-somos muito faladoras e foram sur-somos muito faladoras e foram sur-somos muito faladoras e foram sur-
gindo ideias. Com a Expowoman qui-gindo ideias. Com a Expowoman qui-gindo ideias. Com a Expowoman qui-gindo ideias. Com a Expowoman qui-gindo ideias. Com a Expowoman qui-
semos ‘mexer’ com o comércio local,semos ‘mexer’ com o comércio local,semos ‘mexer’ com o comércio local,semos ‘mexer’ com o comércio local,semos ‘mexer’ com o comércio local,
Expowoman - começa hoje na
Expoeste um certame dedicado
às mulheres
PROGRAMA
Dia 8Dia 8Dia 8Dia 8Dia 8
19H00 - Inauguração com mega jantar
promovido pelo Restaurante Lisboa com
a presença de Marco (ex concorrente Casa
dos Segredos), striptease e música ao vivo
com Paulo Holandês
Dia 9Dia 9Dia 9Dia 9Dia 9
19H30 - Abertura oficial
21H00 – Espectáculo de dança com b-
balance
21H30 – Escola Portuguesa & English de
Artes de Representação
22H00 - Escola Vocacional de Dança das
Caldas da Rainha
22H30 – Carlos Moreno
Dia 10Dia 10Dia 10Dia 10Dia 10
15H00 – Demonstração de patinagem
(HCCaldas)
16H00 – Aula step – Gloria’s Gym
17H00 – Dance fusion – Gloria’s Gym
17H30 – Demonstrações – Gloria’s Gym
18H00 – Debate “Igualdade salarial”
18H30 – Body Combat – Gloria’s Gym
19H30 - Escola Portuguesa & English de
Artes de Representação
20H45 - Espectáculo de dança com b-
balance
21H00 – Espectáculo “Emoções” de Ana
Saramago
Dia 11Dia 11Dia 11Dia 11Dia 11
15H00 - Demonstração de patinagem
(HCCaldas)
16H00 - Espectáculo de dança com b-
balance
16H30 – Mega aula balance/ Woman
com 6 professores em palco
17H00 - Dance fusion – Gloria’s Gym
17H30 - Demonstrações – Gloria’s Gym
17H40 – Debate “Mulheres de Destaque
na Sociedade/ empreendedorismo femi-
nino”
18H30 - Escola Portuguesa & English de
Artes de Representação
19H30 – Desfile de Moda
Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por conta Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por conta Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por conta Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por conta Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por contaprópriaprópriaprópriaprópriaprópria
envolvendo comerciantes e empresas,envolvendo comerciantes e empresas,envolvendo comerciantes e empresas,envolvendo comerciantes e empresas,envolvendo comerciantes e empresas,
e associando tudo isso à mulhere associando tudo isso à mulhere associando tudo isso à mulhere associando tudo isso à mulhere associando tudo isso à mulher”, con-
tou Marta Martins.
“É uma ocasião excelente para en-É uma ocasião excelente para en-É uma ocasião excelente para en-É uma ocasião excelente para en-É uma ocasião excelente para en-
contrar num só espaço tudo o que ascontrar num só espaço tudo o que ascontrar num só espaço tudo o que ascontrar num só espaço tudo o que ascontrar num só espaço tudo o que as
mulheres procuram, a preços inferio-mulheres procuram, a preços inferio-mulheres procuram, a preços inferio-mulheres procuram, a preços inferio-mulheres procuram, a preços inferio-
res aos que encontra habitualmenteres aos que encontra habitualmenteres aos que encontra habitualmenteres aos que encontra habitualmenteres aos que encontra habitualmente”,
completou.
Segundo Ana Pereira, esta será também
uma forma de “esquecer a crise e dina-esquecer a crise e dina-esquecer a crise e dina-esquecer a crise e dina-esquecer a crise e dina-
mizar a economia local, tudo dentromizar a economia local, tudo dentromizar a economia local, tudo dentromizar a economia local, tudo dentromizar a economia local, tudo dentro
do tema da mulher, que movimentado tema da mulher, que movimentado tema da mulher, que movimentado tema da mulher, que movimentado tema da mulher, que movimenta
muitos sectoresmuitos sectoresmuitos sectoresmuitos sectoresmuitos sectores”.
Marta Martins é funcionária da Câmara
das Caldas e Ana Ferreira tem um gabinete
de contabilidade, mas decidiram avançar
com este projecto, apesar de ser um gran-
de desafio. “Gostamos de arriscar e fa-Gostamos de arriscar e fa-Gostamos de arriscar e fa-Gostamos de arriscar e fa-Gostamos de arriscar e fa-
zer coisas novaszer coisas novaszer coisas novaszer coisas novaszer coisas novas”, adiantou a contabilis-
ta. O maior risco será financeiro, até por-
que tiveram que pagar o aluguer da Expo-
este durante estes quatro dias.
À iniciativa acabaram por se juntar mui-
tas mulheres, ligadas aos mais diversos
sectores. “Talvez por causa da crise, asTalvez por causa da crise, asTalvez por causa da crise, asTalvez por causa da crise, asTalvez por causa da crise, as
pessoas entreajudam-se mais e hápessoas entreajudam-se mais e hápessoas entreajudam-se mais e hápessoas entreajudam-se mais e hápessoas entreajudam-se mais e há
muita gente envolvida na feira. Todosmuita gente envolvida na feira. Todosmuita gente envolvida na feira. Todosmuita gente envolvida na feira. Todosmuita gente envolvida na feira. Todos
quiseram ajudar e participar, princi-quiseram ajudar e participar, princi-quiseram ajudar e participar, princi-quiseram ajudar e participar, princi-quiseram ajudar e participar, princi-
palmente com troca de serviçospalmente com troca de serviçospalmente com troca de serviçospalmente com troca de serviçospalmente com troca de serviços”, disse
Marta Martins.
A ExpoWoman quer ser também um es-
paço de encontro e de reforço das relações
entre as pessoas, as marcas, as empresas
e os serviços presentes no certame.
Estarão também presentes associa-
ções humanitárias defensoras dos direi-
tos da mulher e outras temáticas. Have-
rá ainda um espaço dedicado empreen-
dedorismo feminino, com o apoio da
Associação Industrial da Região Oeste
(AIRO), que irá apresentar programas de
financiamento às empresas formadas
por mulheres.
O evento pode ser visitado nos dias 8 e 9
das 19h30 às 23h00, a 10 de Março das 14h00
às 23h00 e no dia 11 das 14h00 às 20h00.
Pedro AntunesPedro AntunesPedro AntunesPedro AntunesPedro Antunes
8 | Março | 2012
XII Dia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da MulherDia da Mulher
Em Portugal as mulheres têm uma
remuneração média cerca de 20% in-
ferior aos homens, de acordo com os
números apresentados pela central
sindical CGTP, divulgada no Dia Euro-
peu da Igualdade Salarial, assinalado
a 22 de Fevereiro.
“A Constituição da República Portu-
guesa consagra que todos os traba-
lhadores, sem distinção, têm direito à
retribuição do trabalho, segundo ‘o
princípio de que para trabalho igual,
salário igual’. Mas a realidade em Por-
tugal, é outra”, refere a nota de im-
prensa.
Segundo alguns dos dados estatísti-
cos recentes (MTSS, Dezembro 2011),
tem-se acentuado “as discrimina-“as discrimina-“as discrimina-“as discrimina-“as discrimina-
ções directas e indirectas e aumen-ções directas e indirectas e aumen-ções directas e indirectas e aumen-ções directas e indirectas e aumen-ções directas e indirectas e aumen-
tam as desigualdades salariais”tam as desigualdades salariais”tam as desigualdades salariais”tam as desigualdades salariais”tam as desigualdades salariais”,
com as mulheres a receberam em mé-
dia, menos 19% da remuneração base
mensal dos homens, ou seja, 831,86
euros e 1.024,42 euros, respectivamen-
te.
Ainda de acordo com esses dados, a
percentagem de mulheres que não
ganha mais que o salário mínimo naci-
onal (485 euros) é praticamente o do-
bro da dos homens.
“Se tivermos em linha de contaSe tivermos em linha de contaSe tivermos em linha de contaSe tivermos em linha de contaSe tivermos em linha de conta
que o salário mínimo nacional,que o salário mínimo nacional,que o salário mínimo nacional,que o salário mínimo nacional,que o salário mínimo nacional,
após os descontos legais, se cifraapós os descontos legais, se cifraapós os descontos legais, se cifraapós os descontos legais, se cifraapós os descontos legais, se cifra
em 432 euros líquidos (abaixo doem 432 euros líquidos (abaixo doem 432 euros líquidos (abaixo doem 432 euros líquidos (abaixo doem 432 euros líquidos (abaixo do
limiar da pobreza, que é actual-limiar da pobreza, que é actual-limiar da pobreza, que é actual-limiar da pobreza, que é actual-limiar da pobreza, que é actual-
mente, 434 euros), significa que ummente, 434 euros), significa que ummente, 434 euros), significa que ummente, 434 euros), significa que ummente, 434 euros), significa que um
imenso número de trabalhadores,imenso número de trabalhadores,imenso número de trabalhadores,imenso número de trabalhadores,imenso número de trabalhadores,
na maioria mulheres, empobrecemna maioria mulheres, empobrecemna maioria mulheres, empobrecemna maioria mulheres, empobrecemna maioria mulheres, empobrecem
diariamente a trabalhardiariamente a trabalhardiariamente a trabalhardiariamente a trabalhardiariamente a trabalhar”, salien-
tam.
Por outro lado, a pensão média de
velhice das mulheres é de 304 euros e
a dos homens é de 516 euros, ou seja, a
pensão das mulheres corresponde a
58,9% da dos homens.
O rendimento social de inserção
Mulheres recebem em média menos 20% do que
os homens
As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo) As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo) As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo) As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo) As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo)
Nos últimos anos, muitas são as mulheres que não deixam passar
o dia 8 de Março sem um convívio onde, regra geral, não entram
homens. E é a pensar nesta tendência que muitos restaurantes apos-
tam em programas únicos para animar o Dia Internacional da Mulher.
Tal como tem sido hábito, Gazeta das CaldasGazeta das CaldasGazeta das CaldasGazeta das CaldasGazeta das Caldas dá conta de algumas
propostas sobre as quais nos foi enviada informação.
O Restaurante LisboaRestaurante LisboaRestaurante LisboaRestaurante LisboaRestaurante Lisboa promove um mega Jantar Buffet de Gala
na Expoeste, com a música ao vivo de Paulo Holandês, a presença do
Marco (participante na Casa dos Segredos 2) e um show de strip
masculino. Tudo a 19 euros por pessoa (jantar, bebidas e digestivos
incluídos), com descontos para grupos. Reservas pelos telefones
262833228, 937742306 ou através de e-mail para
O cantor Emanuel é a grande atracção no Salão MilénioSalão MilénioSalão MilénioSalão MilénioSalão Milénio, onde
também há show de striptease para animar as convivas. Paulo Fi-
gueiredo é outra presença nesta proposta, que custa 15 euros, com
jantar.
N’ O AssadorO AssadorO AssadorO AssadorO Assador, no Coto, este dia também é celebrado de forma
abrange maioritariamente mulheres
(52,4% do total).
A CGTP refere ainda a precariedade
como a maior causa do desemprego
(21% das mulheres trabalhadoras têm
vínculos precários) e mais de 60% das
jovens entre os 15 e os 24 anos estão
nessa situação. As mulheres constitu-
em a maioria dos desempregados em
especial dos desempregados de longa
duração.
“A realidade no nosso país de-A realidade no nosso país de-A realidade no nosso país de-A realidade no nosso país de-A realidade no nosso país de-
monstra também que a falta demonstra também que a falta demonstra também que a falta demonstra também que a falta demonstra também que a falta de
infra-estruturas de apoio à famí-infra-estruturas de apoio à famí-infra-estruturas de apoio à famí-infra-estruturas de apoio à famí-infra-estruturas de apoio à famí-
lia obriga, por exemplo, a mulherlia obriga, por exemplo, a mulherlia obriga, por exemplo, a mulherlia obriga, por exemplo, a mulherlia obriga, por exemplo, a mulher
a trabalhar mais 16 horas por se-a trabalhar mais 16 horas por se-a trabalhar mais 16 horas por se-a trabalhar mais 16 horas por se-a trabalhar mais 16 horas por se-
mana, em trabalho não remune-mana, em trabalho não remune-mana, em trabalho não remune-mana, em trabalho não remune-mana, em trabalho não remune-
rado, de apoio à famíliarado, de apoio à famíliarado, de apoio à famíliarado, de apoio à famíliarado, de apoio à família”, assina-
lam ainda.
GOVERNO E BRUXELAS QUEREMMAIS MULHERES EM LUGARES DE
TOPO
Dias depois deste comunicado, o jor-
nal Expresso divulgou que o governo
vai impor a todas as empresas públi-
cas ou do sector empresarial do Esta-
do que tenham mulheres na composi-
ção dos seus conselhos de adminis-
tração e de fiscalização, embora não
sejam estipuladas quotas.
Contactada pela agência Lusa, a se-
cretária de Estado dos Assuntos Par-
lamentares e da Igualdade, Teresa
Morais, explicou que “está em cau-está em cau-está em cau-está em cau-está em cau-
sa conseguir uma representaçãosa conseguir uma representaçãosa conseguir uma representaçãosa conseguir uma representaçãosa conseguir uma representação
mais equilibrada de mulheres e demais equilibrada de mulheres e demais equilibrada de mulheres e demais equilibrada de mulheres e demais equilibrada de mulheres e de
homens nos conselhos de admi-homens nos conselhos de admi-homens nos conselhos de admi-homens nos conselhos de admi-homens nos conselhos de admi-
nistração das empresas do sec-nistração das empresas do sec-nistração das empresas do sec-nistração das empresas do sec-nistração das empresas do sec-
tor empresarial do Estadotor empresarial do Estadotor empresarial do Estadotor empresarial do Estadotor empresarial do Estado”.
Esta decisão irá impor “a obriga-“a obriga-“a obriga-“a obriga-“a obriga-
toriedade de adopção, por partetoriedade de adopção, por partetoriedade de adopção, por partetoriedade de adopção, por partetoriedade de adopção, por parte
dessas empresas, de planos paradessas empresas, de planos paradessas empresas, de planos paradessas empresas, de planos paradessas empresas, de planos para
a igualdade que depois terão dea igualdade que depois terão dea igualdade que depois terão dea igualdade que depois terão dea igualdade que depois terão de
avaliar e dar conta dessa avalia-avaliar e dar conta dessa avalia-avaliar e dar conta dessa avalia-avaliar e dar conta dessa avalia-avaliar e dar conta dessa avalia-
ção ao governo semestralmente”ção ao governo semestralmente”ção ao governo semestralmente”ção ao governo semestralmente”ção ao governo semestralmente”.
De acordo com a secretária de Es-
tado, o plano passa também por o Es-
tado propor às empresas privadas
onde é accionista que adoptem medi-
das de promoção de igualdade de gé-
nero, ao mesmo tempo que irá fazer a
mesma recomendação às empresas do
sector privado cotadas em bolsa.
Segundo a governante, Portugal tem
uma posição muito abaixo da média
da União Europeia no que diz respeito
à presença de mulheres nos centros
de decisão económica.
Dados da Comissão para a Igualda-
de no Trabalho revelam que em Portu-
gal há apenas entre 20 a 30% de mu-
lheres nos cargos de topo e que em
2010 havia apenas 6,2% de mulheres
entre os membros do conselho de ad-
ministração das 20 maiores empresas
cotadas em bolsa (PSI 20).
De acordo com a Dinheiro Vivo
(www.dinheirovivo.pt), a Comissão
Europeia está a planear introduzir quo-
tas para aumentar a proporção de
mulheres nos cargos de direcção.
A Comissária de Justiça, Viviane Re-
ding, anunciou na segunda-feira pas-
sada os primeiros passos para uma le-
gislação a nível europeu destinada a
promover a igualdade de géneros no
mundo dos negócios.
Segundo dados comunitários, ape-
nas 13,7% dos membros de direcção
em grandes empresas são mulheres,
muito abaixo da meta de 40% propos-
ta por Bruxelas.
Muitos países do sul da Europa,
como Portugal e Itália, tem taxas mui-
to baixas, de 6%, em contraste com a
Escandinávia onde um quarto dos lí-
deres são mulheres.
A Igualdade Salarial será o tema de
um debate que se realiza este sába-
do, 10 de Março a partir das 18h00, na
Expowoman (Expoeste), com a pre-
sença de Albertina Jordão (Organiza-
ção Internacional do Trabalho), Tere-
sa Féria (Associação Portuguesa de
Mulheres Juristas), Isabel Castanhei-
ra (livreira) e Catarina Albergaria (Co-
missão de Mulheres da União Geral
de Trabalhadores
da UGT).
Pedro AntunesPedro AntunesPedro AntunesPedro AntunesPedro Antunes
Propostas para todos os gostos numa noite em
que as mulheres se juntam em convívioespecial. Os números de telefone 262845333 ou 919558102 e
919457671 são os contactos para reservar lugares.
Rodízio à Brasileira é o que propõe o restaurante O Chumar-O Chumar-O Chumar-O Chumar-O Chumar-
rãorãorãorãorão, entre o Coto e Salir de Matos, numa noite em que há várias
ofertas para as mulheres e animação com o cantor Paulo Seixas.
As reservas devem ser feitas pelos telefones 262838736 ou
919213492.
Também O CortiçoO CortiçoO CortiçoO CortiçoO Cortiço tem música ao vivo, numa noite com emen-
tas especiais a 15 euros por pessoa. Reservas pelo telefone
262881328. Já nos QueridosQueridosQueridosQueridosQueridos o Dia da Mulher é celebrado ao som
da música de Danny, numa proposta que junta o repasto à dança
entre amigas.
No Sons, Tons & Sabores, no CCC, a proposta é para jantar e
ouvir fado, com Emanuel Soares. Pratos de bacalhau e frango
fazem parte da ementa do jantar, onde não falta também a tra-
dicional ginjinha. Há ainda ceia com caldo verde e pão com chou-
riço, numa proposta que custa 20 euros por pessoa.
O restaurante Rosa BravaRosa BravaRosa BravaRosa BravaRosa Brava, no Jardim d’Arte, preparou um
menu especial para esta noite. Além de um jantar com
ementa especial, com um cocktail de frutos silvestres
com espumante, salmão, frango, chocolate e morangos a
fazerem as delícias das convivas, há ainda animação com
o Dj Rodinhas (Mário Loureiro). Um programa que custa
20 euros por pessoa (sem vinho). Reservas com e-mail
para [email protected], ou através dos telefo-
nes 262842377 ou 926812110.
Em Alcobaça, o Parque dos MongesParque dos MongesParque dos MongesParque dos MongesParque dos Monges preparou uma
ceia dos Monges para celebrar o Dia da Mulher. Numa
noite animada pelos monges do parque temático, há san-
gria de espumante, pão quente, frango na púcara e do-
ces conventuais. O jantar custa 15 euros por adulto e
nove euros para crianças entre os quatro e os doze anos.
Para os mais pequenos é gratuito.
Joana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana FialhoJoana Fialho