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Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos · IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos Recursos Naturais Renováveis IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos

Municípios Vinculados à Base Local Marabá

Contrato n.º: 010/2015-NEPMV

Objeto da Contratação: Contratação de empresa

especializada na realização de serviço de

monitoramento ambiental e monitoramento de

projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão

Ambiental Municipal através do Projeto Municípios

Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais

firmados pelo Programa Municípios Verdes –

NEPMV e os municípios Paraenses.

Contratada: Floram Engenharia e Meio Ambiente –

Ltda.

Produto: 7 – Diagnóstico da Gestão Ambiental

Municipal nos Municípios vinculados à Base Local

Marabá.

Fevereiro/2017

FICHA TÉCNICA

IDENTIFICAÇÃO DO CONTRATO

Número do contrato: 010/2015 – NEPMV

Objeto da contratação: Contratação de empresa especializada na realização de serviço de monitoramento

ambiental e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal através do

Projeto Municípios Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios Verdes –

NEPMV e os municípios Paraenses.

Contratante: Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes

Contratado: Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

Produto: 7 – Diagnóstico da Gestão Ambiental Municipal nos Municípios vinculados à Base Local Marabá.

IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO PRODUTO (CONTRATADA)

Razão social Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.

CNPJ: 02.479.401/0001-00

Inscrição Estadual: 010.775.497

Endereço: Rua 23 de Maio n° 140 – Centro – Eunápolis/BA

CEP: 45820-075

Telefone: (73) 3281-3190

Representante legal: Paulo Tarcísio Cassa Louzada

E-mail: [email protected]

EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL

ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO E RESPONSABILIZA-SE

TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS

Paulo Tarcísio Cassa Louzada:

Eng. Agrônomo, MBA Internacional em Meio Ambiente e Mestre em Solos CREA/MG 34.536/D / Responsável

Legal / [email protected]

Augusto Luciani Carvalho Braga:

Biólogo, MBA em Gestão Empresarial, Especializando em Direito Ambiental e Mestre em Ecologia Aplicada CRBio

44.253/04-D / Coordenação técnica e produção de relatórios / [email protected]

Samira Kuwar:

Eng. Florestal, Especialista em Auditoria e Perícia Ambiental CREA/RS 149889 / Coordenação setorial e produção

de relatórios / [email protected]

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO

Andréa de Oliveira Mesquita:

Bióloga. Mestre em Ecologia Aplicada. CRBIO 62643/04D / Produção de relatórios / [email protected] Isabel Mascarenhas Oliveira:

Geógrafa, Mestre em Ecologia Aplicada. Crea 89.145/D/ Produção de Relatórios / [email protected] Caroline Pinheiro:

Engenheira Florestal. Mestre em Produção Vegetal. CREA/BA 53405 / Produção de relatório / [email protected] Hybsen Silva Pinheiro:

Engenheiro Agrônomo CREA/BA 52.626/D / Geoprocessamento e análise espacial / [email protected] Ticiane Viana:

Engenheira Florestal CREA/BA 77993 / Produção de relatório / [email protected] Eduarda Gabriela Santos Cunha:

Engenheira Florestal, Mestre em Ciência Florestal / CREA/BA 84660/ Produção de relatório / [email protected] Walmisa Ferreira:

Técnica em Gestão Ambiental / Técnico de referência na base local / [email protected]

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................... 13

INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 15

OBJETIVO ..................................................................................................................................................... 19

METODOLOGIA ............................................................................................................................................ 21

Área de Estudo ........................................................................................................................................... 21

Métodos ...................................................................................................................................................... 23

Elaboração do Questionário Online ...................................................................................................... 23

Aplicação e Preenchimento do Questionário ........................................................................................ 24

Tabulação e Análise dos dados ............................................................................................................ 26

DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL .............................................................................. 29

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Bom Jesus do Tocantins ....................... 29

Identificação do Município ..................................................................................................................... 29

Sistema Municipal de Meio Ambiente ................................................................................................... 29

Legislação Ambiental ......................................................................................................................... 30

Conselho Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 31

Recursos Financeiros......................................................................................................................... 32

Fundo Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................. 32

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ..................................................... 33

Licenciamento Ambiental Municipal ................................................................................................... 33

Atividades Impactantes................................................................................................................. 34

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................................. 36

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 37

Infraestrutura e equipamentos ........................................................................................................... 37

Equipe da Secretaria .......................................................................................................................... 39

Instrumentos para o controle do desmatamento ................................................................................... 40

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ...................................................................................... 41

Instrumentos de Cooperação ................................................................................................................ 42

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal .................................................................. 42

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas .............................. 43

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Itupiranga .............................................. 45

Identificação do Município ..................................................................................................................... 45

Sistema Municipal de Meio Ambiente ................................................................................................... 45

Legislação Ambiental ......................................................................................................................... 46

Conselho Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 47

Recursos Financeiros......................................................................................................................... 48

Fundo Municipal de Meio Ambiente ............................................................................................. 48

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ..................................................... 48

Licenciamento Ambiental Municipal ................................................................................................... 49

Atividades Impactantes................................................................................................................. 50

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................................. 53

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 53

Infraestrutura e equipamentos ............................................................................................................ 54

Equipe da Secretaria .......................................................................................................................... 55

Instrumentos para o controle do desmatamento ................................................................................... 56

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ...................................................................................... 57

Instrumentos de Cooperação ................................................................................................................ 58

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal .................................................................. 58

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas .............................. 59

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Marabá .................................................. 61

Identificação do Município ..................................................................................................................... 61

Sistema Municipal de Meio Ambiente ................................................................................................... 61

Legislação Ambiental ......................................................................................................................... 62

Conselho Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 63

Recursos Financeiros ......................................................................................................................... 64

Fundo Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 64

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ..................................................... 64

Licenciamento Ambiental Municipal ................................................................................................... 65

Atividades Impactantes ................................................................................................................. 66

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................................. 68

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 69

Infraestrutura e equipamentos ............................................................................................................ 69

Equipe da Secretaria .......................................................................................................................... 70

Instrumentos para o controle do desmatamento ................................................................................... 71

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ...................................................................................... 72

Instrumentos de Cooperação ................................................................................................................ 73

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal .................................................................. 73

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas .............................. 74

Principais Atividades / Ações da Gestão Ambiental Municipal Novo Repartimento .................................... 76

Identificação do Município ..................................................................................................................... 76

Sistema Municipal de Meio Ambiente ................................................................................................... 76

Legislação Ambiental ......................................................................................................................... 77

Conselho Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 78

Recursos Financeiros ......................................................................................................................... 79

Fundo Municipal de Meio Ambiente .............................................................................................. 79

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente ..................................................... 80

Licenciamento Ambiental Municipal ................................................................................................... 80

Atividades Impactantes ................................................................................................................. 82

Campanhas de Educação Ambiental ................................................................................................. 83

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente .................................................................................. 84

Infraestrutura e equipamentos ............................................................................................................ 84

Equipe da Secretaria .......................................................................................................................... 86

Instrumentos para o controle do desmatamento ................................................................................... 87

Programa de Regularização Ambiental (PRA) ...................................................................................... 88

Instrumentos de Cooperação ................................................................................................................ 89

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal .................................................................. 89

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais implementadas .............................. 91

ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL MARABÁ .................................................................................... 93

Secretarias Municipais de Meio Ambiente .................................................................................................. 93

Conselhos Municipais de Meio Ambiente ................................................................................................... 99

Recursos e Fundos Municipais de Meio Ambiente ................................................................................... 100

Legislação Ambiental dos Municípios ....................................................................................................... 102

Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização .................................................................................. 104

Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental ............................................................ 109

Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão a Programas .................................. 111

DIFICULDADES E ENTRAVES .................................................................................................................. 119

RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................................... 121

CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 127

RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO ............................................................................................ 129

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................... 131

ANEXOS .............................................................................................................................................................. 133

Lista de Quadros

Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental. ................................................................ 25

Quadro 5.1 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Bom Jesus do Tocantins .... 31

Quadro 5.2 - Atividades impactantes no município de Bom Jesus do Tocantins. .................................................. 36

Quadro 5.3 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Jesus do Tocantins .......................... 38

Quadro 5.4 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de

propriedades rurais com CAR do município de Bom Jesus do Tocantins. ................................................... 41

Quadro 5.5 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Itupiranga ........................... 47

Quadro 5.6 - Atividades impactantes no município de Itupiranga, ......................................................................... 52

Quadro 5.7– Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itupiranga. ................................................. 54

Quadro 5.8 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de

propriedades rurais com CAR do município de Itupiranga. .......................................................................... 57

Quadro 5.9 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental de Marabá .................................................... 63

Quadro 5.10 - Atividades impactantes no município de Marabá. ........................................................................... 68

Quadro 5.11 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá. .................................................. 69

Quadro 5.12 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de

propriedades rurais com CAR do município de Marabá. .............................................................................. 72

Quadro 5.13- Legislação Municipal relacionada a gestão ambiental - Novo Repartimento ................................... 78

Quadro 5.14 - Atividades impactantes no município de Novo Repartimento. ........................................................ 83

Quadro 5.15 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Novo Repartimento ................................. 85

Quadro 5.16 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de

propriedades rurais com CAR do município de Novo Repartimento............................................................. 88

Quadro 6.1 – Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Marabá. ...................................................................................................................................... 94

Quadro 6.2 - Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio

ambiente da Base Local Marabá. ................................................................................................................. 96

Quadro 6.3 Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA 120/2015 dos municípios

licenciadores. .............................................................................................................................................. 108

Quadro 6.4 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de

propriedades rurais com CAR dos municípios da Base Local Marabá. ...................................................... 116

Quadro 6.5 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local

Marabá. ...................................................................................................................................................... 118

Lista de Figuras

Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Marabá. .................................. 22

Figura 5.1 e Figura 5.2 - Sede/Sala e equipamentos da SEMMA de Bom Jesus do Tocantins............................. 38

Figura 5.3 e Figura 5.4 - Sede/Sala e equipamentos da SEMMA de Novo Repartimento. ................................... 85

Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias

municipais de meio ambiente da Base Local Marabá. ................................................................................. 94

Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local

Marabá. ........................................................................................................................................................ 95

Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público

para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das

SEMMAs. ..................................................................................................................................................... 97

Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional. ...................................... 98

Figura 6.5 - Presença de profissionais com registro no conselho de classe. ......................................................... 99

Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Marabá (A); Periodicidade

da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos

conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C); Resoluções deliberadas por cada um dos

conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (D). ................................................................ 100

Figura 6.7 - Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais. ................................................... 101

Figura 6.8 - Municípios da Base Local Marabá com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera

ambiental. ................................................................................................................................................... 103

Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Marabá. .......................................................... 104

Figura 6.10 - Atividades que os municípios da Base Local Marabá realizam o licenciamento ambiental municipal.

................................................................................................................................................................... 106

Figura 6.11 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local

Marabá. ...................................................................................................................................................... 109

Figura 6.12 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Marabá

nos últimos 12 meses. ................................................................................................................................ 110

Figura 6.13 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental.

................................................................................................................................................................... 111

Figura 6.14 - Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a

construção e a produção de saberes. ........................................................................................................ 112

Figura 6.15 - Consolida as respostas dos municípios frente à atuação associada aos órgãos estadual e federal

de meio ambiente. ...................................................................................................................................... 113

Figura 6.16 Tipo de participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Marabá por

município. ................................................................................................................................................... 114

Figura 6.17 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Marabá quanto à existência de termos de

cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D). ........ 115

Figura 6.18 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local

Marabá. ...................................................................................................................................................... 118

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APA - Áreas de Proteção Ambiental

APP - Área de preservação permanente

CAR - Cadastro Ambiental Rural

CMMA – Conselho Municipal de Meio Ambiente

COEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

FMMA – Fundo Municipal de Meio Ambiente

FUNASA – Fundação Nacional de Saúde

GPS - Global Positioning System

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos Recursos Naturais Renováveis

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IDEFLOR-BIO - Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará

INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LAR - Licença de Atividade Rural

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MPE – Ministério Público Estadual

MPF - Ministério Público Federal

NEPMV – Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes

ONG – Organizações não governamentais

PDDU - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PMV – Programa Municípios Verdes

PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental

PPCAD – Plano de Prevenção, Controle e Alternativas de Desmatamento

PRA – Programa de Regularização Ambiental

PRODES – Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite

RL – Reserva Legal

SEMAS - Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade

SEMMA – Secretaria Municipal de Meio Ambiente

SISEMA - Sistema Estadual de Meio Ambiente

SISMA – Sistema Municipal de Meio Ambiente

SISNAMA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

TC - Termo de Compromisso

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 13

APRESENTAÇÃO

O presente relatório é apresentado em atendimento ao contrato 010/2015

– NEPMV que tem como objeto a realização dos serviços de monitoramento ambiental

e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da gestão ambiental

municipal através do Programa Municípios Verdes/Fundo Amazônia, referente ao

Edital de Concorrência 005/2015.

Este relatório tem como base a gestão ambiental municipal realizada pelo

órgão ambiental municipal enquanto ator e gestor do processo. Em vista deste recorte,

o diagnóstico pode não abarcar ações de gestão ambiental empreendida por outros

setores da sociedade civil e/ou governo que possam estar sendo executados nos

municípios ou região, mas que não tem o envolvimento do órgão ambiental municipal.

Esta etapa corresponde ao diagnóstico da gestão ambiental municipal nos

municípios vinculados à Base Local Marabá, que corresponde ao produto 07 do

contrato 010/2015-NEPMV. O documento encontra-se estruturado em 11 (onze)

capítulos, incluindo esta apresentação que é o Capítulo 1 do relatório e anexos.

No Capítulo 2 de introdução são apresentados conceitos básicos e

históricos importantes para entendimento das atividades desenvolvidas pelo

Programa Municípios Verdes (PMV) e conceitos da gestão ambiental. No Capítulo 3

são apresentados os objetivos do diagnóstico da gestão ambiental municipal.

O Capítulo 4 é referente à metodologia utilizada para organização e

realização do diagnóstico, a qual se estrutura em elaboração de questionário que

embasa o diagnóstico, encaminhamento destes às secretarias e tratamento e análise

dos dados levantados. A etapa de desenvolvimento, contendo o diagnóstico

propriamente dito da gestão ambiental dos municípios integrantes da Base Local é

apresentada no Capítulo 5 e o Capítulo 6 traz a análise integrada global dos dados

destes municípios.

As dificuldades e entraves para elaboração do diagnóstico são

apresentadas no capítulo 7 e no capítulo 8 são apresentadas as recomendações para

melhoria da gestão ambiental municipal.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 14

Por fim, as considerações finais são apresentadas no Capítulo 9 e no

Capítulo 10 é apresentada a declaração de responsabilidade sobre o Produto. O

Capítulo 11 traz as referências bibliográficas que subsidiaram a elaboração do

relatório. Integra ainda o relatório os anexos contendo os dados tabulados do

questionário de gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 15

INTRODUÇÃO

O PMV foi inspirado na experiência bem-sucedida do município paraense

de Paragominas que, após ter sua história associada à expansão de atividades

econômicas que incentivavam desmatamento, lançou no começo de 2008 o projeto

“Paragominas - Município Verde”, que teve o objetivo de enfrentar os altos índices de

desmatamento a partir da realização de um pacto local (PMV, 2013).

O PMV, criado em 2011, é um consolidado programa do Governo do Pará,

desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e

Sustentabilidade (SEMAS), o Ministério Público Estadual (MPE), o Ministério Público

Federal (MPF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA), os municípios envolvidos, a sociedade civil, terceiro setor e a

iniciativa privada.

O principal objetivo do PMV é combater o desmatamento e fortalecer a

produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental

e fundiário, com foco no estabelecimento de pactos locais contra o desmatamento, na

implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e na estruturação da gestão

ambiental municipal (PMV, 2016). O primeiro passo para a adesão ao PMV é a

assinatura pelo município do Termo de Compromisso (TC) com o Ministério Público

Federal (MPF), visando dar estabilidade jurídica e política ao programa (PMV, 2013).

Dos 144 municípios do Estado do Pará, 107 já tiveram sua adesão consolidada ao

programa, superando a meta do PMV de atingir 100 municípios em 2015 (PMV, 2016).

Ao assinar o TC, o município se compromete a cumprir um conjunto de

metas, a serem monitoradas e validadas pelo PMV, e passa a estar habilitado a

receber benefícios como o desembargo ambiental, incentivos fiscais e passa a ter

prioridade na alocação dos recursos públicos estaduais, nos termos da Resolução nº

01/2012 do Comitê Gestor do PMV. São sete as metas a serem cumpridas, as quais:

(1) Celebrar o pacto local contra o desmatamento com a sociedade e governos locais;

(2) Criar o grupo de trabalho municipal de combate ao desmatamento ilegal; (3)

Realizar as verificações em campo dos focos de desmatamento ilegal e reportar ao

programa; (4) Manter a taxa anual de desmatamento abaixo de 40 km² (com base nos

critérios do PRODES/INPE); (5) Possuir mais de 80% da área municipal cadastrada

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 16

no CAR; (6) Não fazer parte da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia

e (7) Ter sua gestão ambiental minimamente estruturada (PMV, 2013).

Para auxiliar os municípios a cumprirem as metas acima citadas, o PMV

busca viabilizar ações que contribuam efetivamente para o fortalecimento e

estruturação dos sistemas municipais de meio ambiente. O PMV estimula o município

a garantir uma gestão ambiental adequada, através da qual se permita o

compartilhamento das decisões entre os vários segmentos da sociedade,

privilegiando os múltiplos olhares na proteção ambiental e a formação da cidadania

ambiental. Nesse sentido, a gestão ambiental deve embasar-se em processos efetivos

de formulação e implementação de uma política capaz de garantir diretrizes e normas

para ações eficientes e eficazes.

A gestão ambiental descentralizada está prevista na Constituição Federal

de 1988 que afirma em seu artigo 18° que a organização político-administrativa da

República Federativa do Brasil é constituída pela União, Estados, Distrito Federal e

Municípios, todos detentores da capacidade de auto-organização e normatização

própria, autogoverno e autoadministração, o que lhes confere autonomia no sistema

de gestão e deliberação no âmbito de suas esferas legais de competências e atuação.

Em sede constitucional o artigo 301 expressa claramente o dever dos

municípios para os atos legislativos, sendo de competência destes entes federativos

legislarem sobre assuntos de interesse local2, bem como, a título de competência

comum, suplementar a legislação federal e a estadual no que couber. Neste patamar,

cabe aos municípios, a fim de atender a seus interesses locais, decorrentes de suas

peculiaridades, suplementar a legislação da União e Estado fornecendo uma proteção

mais efetiva e restritiva ao meio ambiente, ao passo que, nesta esfera, deve ser

considerado o princípio da predominância dos interesses, de forma que à União

caberão as matérias de interesse geral, no âmbito e relevância nacional, aos Estados

1Art. 30 - Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; 2Apesar de difícil conceituação, interesse local refere-se àqueles interesses que disserem respeito mais diretamente às necessidades imediatas dos municípios, mesmo que acabem gerando reflexos no interesse regional (Estados) ou geral (União), pois, como afirmado por Fernanda Dias Menezes, ‘‘é inegável que mesmo atividade e serviços tradicionalmente desempenhados pelos municípios, como transporte coletivo, polícia das edificações, fiscalização das condições de higiene de restaurante e similares, coleta de lixo, ordenação do uso do solo urbano, etc., dizem secundariamente com o interesse estadual e nacional (MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. p. 301).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 17

as de relevância regional, enquanto aos municípios repousarão as competências de

âmbito local, na esfera de sua territorialidade3.

Complementarmente, nossa Carta Magna, em seu artigo 23, incisos III, VI

e VII define como competências comum4, da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios, a proteção aos documentos, obras e outros bens de valor cultural,

histórico, artístico ou natural, proteção ao meio ambiente e combate à poluição, bem

como a preservação de florestas, fauna e flora, determinando ainda, em seu parágrafo

único, que as normas para cooperação entre os entes federativos serão fixadas por

meio de Lei Complementar.

Neste sentido, a Lei Complementar n°140/20115, estabelece as atribuições

dos entes federativos no âmbito de suas competências, determinando as normas para

a cooperação entre a União, Estados, Distrito Federal e Municípios nas ações

administrativas relativas ao disposto nos termos dos incisos III, VI e VII, em

concordância ao parágrafo único do art. 23 da CF/88, ficando implícito no diploma

legal em testilha a necessidade de se estabelecer instrumentos de gestão

descentralizados e participativos, integrando a cooperação das diferentes esferas da

República Federativa do Brasil.

Assim sendo, em seu artigo 9º, a Lei Complementar nº 140/2011, define as

ações administrativas de competência Municipal, dentre as quais se encontram

previstas, expressamente, a competência municipal para o exercício da gestão dos

recursos ambientais no âmbito de suas atribuições (inciso II), do controle e

fiscalização das atividades e empreendimentos cuja atribuição de licenciamento e

autorização ambiental lhe seja cometida (inciso XIII), a promoção do licenciamento

ambiental das atividades ou empreendimentos que causem ou possam causar

impacto ambiental local, conforme tipologia definida pelos Conselhos Estaduais de

Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da

3"O interesse local se caracteriza pela predominância e não pela exclusividade do interesse para o município, em relação ao do Estado e da União. Isso porque não há assunto municipal que não seja reflexamente de interesse estadual e nacional. A diferença é apenas de grau, e não de substância." (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. p. 121). 4Constitucionalmente definida como cumulativa entre todos os entes federativos. 5 Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 18

atividade, observada a competência dos demais entes federativos (inciso XIV, alínea

“a”) e a aprovação, no âmbito de suas competências, a supressão e manejo de

vegetação, florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e

unidades de conservação instituídas pelo Município, salvo em Áreas de Proteção

Ambiental - APA (inciso XV, alínea “a”).

No âmbito do Estado do Pará, a Lei Estadual n° 5.887/1995 dispõe sobre

a Política Estadual do Meio Ambiente e cria em seu artigo 7º o SISEMA. Esta mesma

normativa traz em seu artigo 8º a estrutura funcional do SISEMA, com a inclusão de

como órgãos locais definidos como os organismos ou entidades municipais

responsáveis pela gestão ambiental nas suas respectivas jurisdições.

Quanto à descentralização da gestão ambiental do Estado do Pará tem

destaque a Resolução do Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA) n°

120/2015 que dispõe sobre as atividades de impacto ambiental local, de competência

dos municípios. Esta resolução lista em seu anexo único as atividades e/ou

empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental municipal, traz

recomendações, bem como define que manterá uma Lista Oficial dos Órgãos

Ambientais Municipais Capacitados ao exercício da gestão ambiental municipal, lista

esta que é renovada continuamente, sendo a mais recente a relação do anexo único

do Comunicado SEMAS disponível em https://www.semas.pa.gov.br/wp-

content/uploads/2016/08/comunicado.pdf (Anexo IV).

Desta forma, os municípios devem organizar-se administrativa e

legislativamente para exercerem as suas atribuições, utilizando das prerrogativas e

do poder legal para proteger o meio ambiente.

Dentro deste contexto foi elaborado o presente relatório como parte

integrante do contrato 010/2015-NEPMV, o qual tem como objetivo geral o

fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal por meio do Projeto Municípios

Verdes/Fundo Amazônia e dos Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios

Verdes – NEPMV e os municípios paraenses. Outras ações que integram este

contrato referem à elaboração de planos de trabalho e de diagnósticos temáticos

(Situação dos Pactos, Dinâmica do Desmatamento), à realização de seminário de

nivelamento e de reuniões específicas, produção e execução de Planos de

Monitoramento e consolidação de relatório final de execução do contrato.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 19

OBJETIVO

Este relatório tem como objetivo geral apresentar o diagnóstico da gestão

ambiental municipal dos municípios integrantes da Base Local Marabá, os quais: Bom

Jesus do Tocantins, Itupiranga Marabá e Novo Repartimento.

Especificamente pretende-se com este diagnóstico:

Estabelecer um panorama geral da organização, infraestrutura, política e

gerenciamento do sistema de Gestão Ambiental Municipal de forma individual para

cada município e de forma integrada por Base Local;

Fornecer dados para a atualização de informações de Gestão Ambiental na base

de dados do PMV e divulgação em sitio de internet sobre esse tema

Propor recomendações para a melhoria do sistema de Gestão Ambiental

Municipal, bem como apontar problemas ou incongruências deste.

Embasar a reunião de divulgação dos resultados para que estes possam ser

validados junto aos municípios.

Subsidiar o Plano de Monitoramento, etapa seguinte a qual irá realizar o

acompanhamento junto aos municípios quanto ao atendimento dos compromissos

assumidos nos pactos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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METODOLOGIA

Os estudos foram realizados em cada município integrante do PMV,

entretanto os relatórios de diagnóstico da gestão ambiental foram elaborados por

Bases Locais. A fundamentação metodológica para elaboração do diagnóstico de

Gestão Ambiental Municipal foi estabelecida pelo PMV, sendo o formato de

questionário o determinado para a coleta de dados da pesquisa. As etapas que

resultaram na estruturação do relatório foram a elaboração do questionário, aplicação

deste à distância (online) e tabulação e análise dos dados seguida de escrita do

relatório propriamente dito. Todas as etapas foram elaboradas em escritório, não

tendo havido pesquisa de campo presencial ou aplicação de entrevistas.

Área de Estudo

O presente relatório tem como área de estudo os municípios integrantes da

base local Marabá, os quais: Bom Jesus do Tocantins, Itupiranga Marabá e Novo

Repartimento.

De acordo com a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2010), todos os municípios componentes da Base Local Marabá

pertencem à mesorregião do Sudeste paraense. Quanto à microrregião, os municípios

de Itupiranga e Novo Repartimento estão inclusos na microrregião de Tucuruí. Já o

município de Bom Jesus do Tocantins pertence à microrregião de Paragominas e o

município de Marabá está inserido na microrregião homônima.

A Figura 4.1 mostra os limites geográficos e posicionamento dos municípios

da Base Local Marabá

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Figura 4.1 - Localização geográfica dos municípios componentes da Base Local Marabá.

Fonte: Floram (2016).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Métodos

Elaboração do Questionário Online

O levantamento dos dados referente ao contexto atual da Gestão Ambiental

Municipal no estado do Pará teve como base a aplicação de um questionário

semiestruturado disponibilizado para ser respondido pelos municípios.

Um questionário padrão foi elaborado pela equipe do PMV, o qual foi

designado em contrato como responsável por tal tarefa, e disponibilizado para

aplicação pela equipe da Floram. O questionário reunia tanto perguntas abertas

quanto perguntas fechadas, sendo que algumas perguntas eram compostas.

Para melhor organização e entendimento, o questionário foi divido em duas

partes, sendo a primeira relativa às informações de ordem institucional e a segunda

quanto à atuação do órgão municipal de meio ambiente. Estas partes foram

subdivididas em seções de temática comum as quais continham perguntas

específicas. Listam-se abaixo as seções das duas partes do questionário.

Parte 1

Dados Gerais

Legislação Municipal e a Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

Equipe Técnica do Órgão Municipal de Meio Ambiente

Equipamentos e infraestrutura a disposição do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

Recursos financeiros do Órgão Municipal de Meio Ambiente

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Parte 2

Licenciamento Ambiental realizado pelo Órgão Municipal de Meio Ambiente

Questão Ambiental e sua importância no âmbito municipal

Ações Gestão Ambiental desenvolvidas pelo Órgão Municipal de Meio

Ambiente

Medidas e ações propostas pelo Programa Município Verdes

Sistema Municipal de Meio Ambiente

Tributação Ambiental (ICMS Verde) e medidas de incentivo a preservação

Ambiental no âmbito Municipal

O questionário foi elaborado para ser respondido usando ferramenta

gratuita da plataforma do Google Forms6 a qual gera um questionário eletrônico

(online).

Aplicação e Preenchimento do Questionário

A Floram Engenharia e Meio Ambiente foi nomeada para ser a

gerenciadora da aplicação dos questionários e as secretarias municipais de meio

ambiente (SEMMAs) foram designadas para responder os mesmos.

De modo a dar suporte e instrução às secretarias na execução desta tarefa

os técnicos da Floram da Base Local Marabá entraram em contato com todos os

Secretários por meio de e-mail e telefone. Neste contato foi ressaltada a importância

da participação dos municípios na elaboração do diagnóstico da gestão ambiental

municipal. Foi solicitado que as secretarias de meio ambiente designassem um

responsável pelo preenchimento do formulário que tivesse domínio da gestão

ambiental local e disponibilidade para o atendimento das demandas da pesquisa. Em

cada município foi aplicado um questionário completo.

6 Disponível em: https://apps.google.com.br/intx/pt-BR/products/forms/

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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O questionário eletrônico da plataforma do Google Forms foi enviado para

as SEMMAs através de uma conta de e-mail do Google que foi criada exclusivamente

para responder ao questionário online.

O Quadro 4.1 apresenta os e-mails criados para que as Secretarias

tivessem acesso ao questionário de gestão ambiental.

Quadro 4.1 – E-mails criados para o diagnóstico de gestão ambiental.

Município E-Mail

Bom Jesus do Tocantins [email protected]

Itupiranga [email protected]

Marabá [email protected]

Novo Repartimento [email protected]

O contato da Base Local Marabá com as secretarias municipais foi

realizado pela Floram Engenharia e Meio Ambiente de modo a explicar o

procedimento para o preenchimento do questionário online, tendo sido fornecido

detalhes sobre a conta de e-mail que foi criada para este fim, com entrega formalizada

de usuário e senha dos e-mails para os Secretários. Foi informado que o link com o

questionário online seria enviado exclusivamente para o e-mail criado e que o usuário

deveria estar “logado” (conectado a conta de e-mail) para preencher o questionário.

Dificuldades em contatar algumas secretarias foram contornadas com insistentes

tentativas. A disponibilização para as secretarias dos links para acesso às duas partes

do questionário de gestão ambiental foi realizada no dia 29 de abril de 2016 por meio

do e-mail específico criado. Os e-mails enviados podem ser consultados no Anexo I

deste relatório.

Após o envio do e-mail com o link foi realizado novo contato por telefone

para confirmar o recebimento do mesmo.

O apoio ao pesquisado foi realizado por meio da internet e telefone. A

equipe responsável pela aplicação acompanhou sistematicamente o envio e

preenchimento dos questionários entre os dias 29/04/2016 e 16/05/2016. No Anexo II

são apresentados os questionários respondidos pelos representantes das secretarias.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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A utilização da plataforma do Google Forms permite o acompanhamento

em tempo real, em modo online, o preenchimento do questionário. Esta ferramenta

permitiu que fosse realizado o acompanhamento do desenvolvimento da pesquisa e

da atuação das secretarias municipais de meio ambiente.

Tabulação e Análise dos dados

A tabulação dos dados brutos foi gerada de forma automática no formato

de planilha online pela plataforma Google Forms. A planilha online foi exportada para

o programa Microsoft Office Excel, versão 2007, onde foram processadas as análises

que integram o relatório.

A análise preliminar dos dados brutos foi realizada pela equipe da Floram

Engenharia e Meio Ambiente por meio de leitura minuciosa das respostas dos itens

do questionário buscando possíveis inconsistências nas respostas apresentadas.

Caso constatada a incoerência a equipe da Floram buscou esclarecimentos

pertinentes a partir do contato com o responsável pelo preenchimento do questionário.

Foi solicitado às prefeituras que encaminhassem para a Floram as leis ambientais

municipais, no entanto, a Floram não teve acesso a muitas das normativas existentes

não tendo sido possível a checagem e análise completa de partes que tangem tal

panorama.

Os dados disponibilizados pelos municípios foram analisados de forma a

se desenhar um retrato da estrutura da gestão ambiental municipal, abrangendo seu

papel e forma de atuação. Para tal, análises quantitativas e qualitativas foram

empreendidas, tendo sido ainda realizadas avaliações tanto individuais para cada

município quanto avaliações integradas referentes ao conjunto dos municípios que

integram as bases locais.

Para elaboração do diagnóstico da gestão ambiental, levou-se em

consideração a interpretação dos dados coletados pela aplicação do questionário,

bem como referências bibliográficas e consultas à legislação pertinente. Foram

analisados os dados referentes à estrutura institucional e a estrutura operacional das

Secretarias de Meio Ambiente. De modo a se estabelecer um panorama da atuação

dos sistemas ambientais avaliados foi verificada a existência de órgão municipal de

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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meio ambiente, conselho municipal de meio ambiente, fundo de meio ambiente,

política municipal de meio ambiente e de instrumentos normativos ligados à temática

ambiental. Além disso, foi verificado se o município realiza o licenciamento, a

fiscalização e o monitoramento ambiental, e se há existência de corpo técnico efetivo

e habilitado para o exercício destas funções, bem como se há espaço físico e

equipamentos disponíveis para a operacionalização das secretarias.

A implementação de medidas e ações de gestão ambiental associadas à

atuação das secretarias de meio ambiente municipais foram avaliadas, bem como a

atuação vinculada ao PMV. A gestão ambiental do município foi avaliada também

quanto ao seu caráter participativo e associativo sendo averiguado a existência de

cooperação, convênio, consórcios, articulações ou outras formas de integração com

outros municípios ou outras instituições atuantes no âmbito ambiental (órgãos

ambientais federais e estadual, Ministério Público federal e estadual, etc.).

A atuação da gestão ambiental municipal descrita pelo questionário

respondido pelas próprias secretarias de meio ambiente municipal foi confrontada com

dados disponíveis como referências técnicas e legislação pertinente. Quando

identificados desvios estes foram apontados de modo a buscar a proposição de

melhorias na gestão ambiental municipal.

De modo a ilustrar o diagnóstico foi solicitado aos Secretários cópia da

Política Municipal de Meio Ambiente e fotografias das estruturas da Secretaria e da

Política Municipal de Meio Ambiente, quando existente.

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Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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DIAGNÓSTICO DA GESTÃO AMBIENTAL MUNICIPAL

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Bom

Jesus do Tocantins

Identificação do Município

Município: Bom Jesus do Tocantins

Prefeito: Sidney Moreira de Souza

Secretária de Meio Ambiente: Marlisson da Silva

Responsável pelas informações: Marlisson da Silva

Vínculo da responsável pelas informações: comissionado (temporário)

Telefone: (94) 99195-1315

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Av. Jarbas Passarinho, número 13, centro Bom Jesus do Tocantins -PA

68.525-000

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O Sistema Municipal de Meio Ambiente (SISMA) do município de Bom

Jesus do Tocantins foi instituído pela Lei Municipal nº 366/2010. O município afirmou

que dispõe de uma Secretaria Municipal de Meio Ambiente exclusiva para tratar das

questões ambientais. Embora no questionário a SEMMA tenha informado que a lei de

criação do SISMA é a Lei Municipal n° 356/2010, verificou-se na cópia da lei

disponobilizada pelo município que o SISMA foi criado pela Lei municipal n° 366 de

12 de dezembro de 2011 (Anexo VI)

A SEMMA de Bom Jesus do Tocantins tem como atribuições a fiscalização,

educação ambiental, cadastro ambiental, licenciamento ambiental e monitoramento.

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o Comunicado SEMAS com a relação de municípios

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental (Anexo IV), a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local.

Quanto à utilização de recursos organizacionais, a Secretaria possui termo

de notificação e o auto de infração.

Analisando-se a estrutura do Sistema Municipal de Meio Ambiente de Bom

Jesus do Tocantins, observa-se que o mesmo é individualizado, autônomo, com uma

secretaria específica e estruturado junto com o Conselho Municipal de Meio Ambiente

(CMMA) e o Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA).

Este arranjo pode ser considerado o ideal, tendo em vista que o sistema

ambiental é complexo, abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma

estruturação específica e com políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

A Política Municipal de Meio Ambiente (PMMA) do município de Bom Jesus

do Tocantins foi instituída pela Lei Municipal nº 366/2011, (Quadro 5.1). Destaca-se

que embora no questionário a SEMMA tenha informado que a lei de criação da PMMA

é a Lei Municipal n° 356/2010, verificou-se na cópia da lei disponobilizada pelo

município que a PMMA foi instituída pela Lei municipal n° 366 de 12 de dezembro de

2011.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) é um requisito legal

estabelecido para os municípios com população superior a 20.000 habitantes,

conforme estabelecido pela Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 182, § 1º e

pela Lei Federal 10.257/2001 (Estatuto das Cidades), em seu artigo 41, inciso I. O

município não possui lei que estabeleça o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano,

sendo justificado pelo fato de que sua população estimada para o ano 2016 foi de

16.375 habitantes (IBGE, 2016).

Quanto à Lei de Diretrizes Urbanas, o município informou que a mesma

encontra-se em fase de elaboração, no entanto, a Constituição do Estado do Pará,

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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em seu artigo 236, inciso VII, § 3º, estabelece que municípios com população inferior

a 20.000 mil habitantes devem dispor desta lei. Ressalta-se, que a Lei de Diretrizes

Urbanas se constitui como um dos requisitos recomendados, no artigo 8, inciso VI, da

Resolução COEMA nº 120, para que o município esteja apto para exercer a gestão

ambiental local.

O município informou que dispõe de Plano Ambiental, aprovado ou não

pelo CMMA, de acordo com as características locais e regionais.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente informou que o ICMS Verde no

município é regulamentado pela Lei Municipal nº 408/2015.

Quadro 5.1 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Bom Jesus do Tocantins

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei municipal nº 366/2011

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei municipal nº 358/2010

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 366/2011

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei municipal nº 366/2011

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 366/2011

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Lei nº 366/2011

Lei de Diretrizes Urbanas Em fase de elaboração

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Em fase de elaboração

Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental

Lei nº 5366/2010

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Lei Municipal nº 408/2015

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, o CMMA de Bom Jesus do

Tocantins foi criado por meio da Lei Municipal nº 366/2011 e possui caráter consultivo,

deliberativo, normativo e fiscalizador. Destaca-se que embora no questionário a

SEMMA tenha informado que a lei de criação do CMMA é a Lei Municipal n° 356/2010,

verificou-se na cópia da lei disponobilizada pelo município que o CMMA foi criado pela

Lei municipal n° 366 de 12 de dezembro de 2011.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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O CMMA do município é um órgão colegiado consultivo de assessoramento

ao Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência, sobre as

questões ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa sobre

este dispõe quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de

escolha de suas representações. O CMMA de Bom Jesus do Tocantins atualmente é

composto por 12 conselheiros, sendo seis representantes do poder público e seis

representantes da sociedade civil organizada. Entre as instituições participantes do

Conselho foram citados Órgãos municipais setoriais, Câmara dos vereadores e

associações. Nos últimos 12 meses o CMMA se reuniu a cada dois meses. De acordo

com a SEMMA, desde sua criação o CMMA não deliberou nenhuma resolução.

O CMMA deve ser composto por membros titulares e suplentes de forma

paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando para tanto a realidade

local. Essa divisão pode ser observada na composição do Conselho de Bom Jesus do

Tocantins. Referente às resoluções deliberadas desde a sua criação, ressalta-se que

o Conselho não deliberou nenhuma resolução.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A obrigatoriedade quanto à constituição do Fundo Municipal de Meio

Ambiente (FMMA) está disposta no art. 4º da LC 140/2011, sendo o seu objetivo fazer

com que o município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar

suporte financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos

de cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O FMMA de Bom Jesus do Tocantins foi instituído pela Lei Municipal nº

366/2011 e possui conta bancária própria. De acordo com a Secretaria Municipal de

Meio Ambiente, os recursos do fundo não são utilizados rotineiramente, sendo que

não houve movimentação financeira da conta até a presente data. Destaca-se que

embora no questionário a SEMMA tenha informado que a lei de criação do FMMA é a

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Lei Municipal n° 356/2010, verificou-se na cópia da lei disponobilizada pelo município

que o FMMA foi criado pela Lei municipal n° 366 de 12 de dezembro de 2011.

Quanto ao acompanhamento do uso dos recursos do FMMA, o município

informou que o Conselho Municipal de meio ambiente acompanha os gastos da

gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A SEMMA informou que recebe recursos financeiros da prefeitura, sendo

que o valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura oriundos do tesouro

municipal para pagamento de despesas como salários e energia é acima de R$

80.000,00 por mês.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a Secretaria os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

Fundo Municipal de Meio Ambiente, mas a secretaria afirmou ter ciência de que

quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização deverá ser feita

em acordo com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

De acordo com os dados referente aos repasses dos recursos do ICMS

Verde, consta no site do PMV que foi repassado ao município no ano de 2014 o

equivalente a R$ 348.351,567 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015)

o equivalente a R$ R$ 423.265,808.

Licenciamento Ambiental Municipal

O município de Bom Jesus Toncatins afirmou que realiza o licenciamento

ambiental de empreendimentos e atividades de impacto local. As atividades

licenciadas pelo município são as seguintes: agrossilvopastoril, comercial/serviços,

7 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 8 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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industrial, construção civil, queima controlada, posto de combustível e limpeza de

pasto degradado (limpeza de juquira).

A SEMMA considerou como as principais demandas para o licenciamento

urbano e rural os seguintes aspectos: o diagnósstico local em áreas urbanas e rural;

ações de fiscalização e monitoramento; infraestrutura através da aquisição veículos

com característica para tanto, bem como máquinas e equipamento laboratorial.

O município afirmou não ter delegação de competência do estado para a

atividade de licenciamento ambiental, nos termos do artigo 5° da Lei Complementar

n° 140/2011 e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013.

Quanto ao monitoramento das atividades de impacto local pelo município,

o mesmo afirmou que não monitora as atividades que licencia. Tal aspecto demonstra

que há uma falta de controle por parte do órgão ambiental local quanto às atividades

e empreendimentos instalados e operando no município que podem vir a causar

impactos locais.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/19959. De acordo com o município, o apoio

do governo Estadual e Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas, etc), financeira, e no comando e

controle (auxílio em ações de fiscalização, monitoramento).

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

9 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

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O Quadro 5.2 apresenta as principais atividades impactantes do município

de Bom Jesus do Tocantins, de acordo com o grau de impacto. A secretaria informou

que considera como atividades mais impactantes a queimada ilegal, a falta de

saneamento básico, a extração ilegal de produtos florestais e o transporte ilegal

destes. Destacou-se ainda, o grande impacto de outras atividades não descriminadas.

Quanto às atividades com grau de impacto descritas como menos

impactantes, a secretaria considerou o desmatamento ilegal, a invasão e degradação

de florestal de áreas protegidas (Unidades de conservação e Terras Indígenas),

contaminação do solo, barulho/ruído, pesca predatória e a caça.

As atividades de contaminação do solo e da água, de descarte ilegal de

resíduos sólidos urbanos, agrossilvipastoris e de efluentes líquidos foram descritas

pela secretaria como as atividades que requerem acompanhamento/monitoramento

quanto ao grau de impacto que causam no município.

Destaca-se aqui, o fato de que em Bom Jesus do Tocantins a secretaria

considerou o desmatamento ilegal como atividade menos impactante, fato este que

pode ser confirmado quando se analisa os dados da dinâmica do desmatamento no

município, que após a assinatura do pacto contra o desmatamento em 2011,

apresentou em 2012 a menor taxa anual de desmatamento de sua série histórica que

foi de 1,9 km². No entanto, em 2013, observou-se um aumento na taxa anual de

desmatamento e em 2015 a taxa foi de 7,1 km². Cabe ao município manter e fortalecer

as ações de gestão ambiental local, no intuito de monitorar e conter os avanços das

taxas de desmatamento.

Quanto ao fato de que a invasão e degradação florestal de áreas protegidas

(Terras Indígenas) terem sido consideradas como atividade menos impactante,

justifica-se, pois, os dados de desmatamento acumulado até 2014 em Terras

Indígenas no município foram de 25,91 km2, o que representa apenas 1,48% do total

do desmatamento acumulado no município até 2014.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Quadro 5.2 - Atividades impactantes no município de Bom Jesus do Tocantins.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal Menos impactante

Queimada ilegal Mais impactante

[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

Menos impactante

Extração ilegal de produtos florestais Mais impactante

Transporte ilegal de produtos florestais Mais impactante

Contaminação do solo Menos impactante

Contaminação do ar (fumaça) Requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água Requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos Requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos líquidos Requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris Requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído Menos impactante

Pesca predatória Menos impactante

Caça Menos impactante

Falta de saneamento básico Mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Campanhas de Educação Ambiental

Em relação às campanhas de Educação Ambiental, a Secretaria Municipal

de Meio Ambiente informou que nos últimos 12 meses o município promoveu três

campanhas de conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas

relacionados a destinação final de resíduos sólidos, separação de produtos recicláveis

e preservação das fontes de água sendo promovidas pelo Governo municipal.

A Secretaria de Meio Ambiente tem sido demandada pela população para

promover campanhas de educação ambiental no município, notadamente quanto aos

temas: Reciclagem - conscientização para separação do lixo seco e molhado;

Arborização urbana - doação de mudas; higienização e programa de educação e

conscientização ambiental nas escolas.

Quanto a abordagem da temática ambiental nas disciplinas das escolas

municipais de forma interdisciplinar (transversal), a secretaria informou que está foi

devidamente realizada nos últimos 12 meses.

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Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Jacareacanga relacionada à

estrutura física (salas, equipamentos veículos, etc.), programas de computadores,

internet e o quadro técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A Secretaria de Meio Ambiente de Bom Jesus do Tocantins informou que

possui sede própria, tendo disponível duas salas para seu funcionamento. Em relação

aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam as atividades

técnicas, o Quadro 5.3 a seguir apresenta a lista dos equipamentos a disposição da

SEMMA, conforme declarado por esta.

A SEMMA possui acesso à internet com boa qualidade de conexão. O

sistema de gerenciamento de atividades informatizado da secretaria está em fase de

elaboração.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Quadro 5.3 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bom Jesus do Tocantins

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 2 Própria

Notebook/ laptop 0 -

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou ArcGis/ArcMap etc.)

Sim -

Carro 0 -

Moto 0 -

Embarcação 0 Não informada

Receptor GPS 2 Doação

Decibelímetro 0 -

Máquina fotográfica 1 Própria

Possui Internet Sim Boa conexão

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Além dos equipamentos citados no quadro acima, a SEMMA possui um

trator do tipo esteira, dois caminhões basculantes, uma retroescavadeira, uma

máquina pulverizadora, duas roçadeiras e um podador.

A Figura 5.1 e Figura 5.2 mostram a infraestrutura da SEMADE e alguns de seus

equipamentos.

Figura 5.1 e Figura 5.2 - Sede/Sala e equipamentos da SEMMA de Bom Jesus do Tocantins.

Fonte: Floram (2016).

Conforme exposto no Quadro 5.3, observa-se que a estrutura

administrativa atual da SEMMA de Bom Jesus do Tocantins, em termos do apoio ao

exercício de fiscalização e licenciamento revelou-se inadequada. O município

informou que não possuir nenhum tipo veículo (carro, moto ou embarcação) seja

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 39

cedido ou alugado, o que compromete seriamente as atividades de fiscalização e

monitoramento dos empreendimentos licenciados no município. Do mesmo modo, a

falta de decibelímetro inviabiliza as medições de ruídos e consequentemente a

verificação da conformidade das emissões de ruídos dos empreendimentos de acordo

com os parâmetros estabelecidos em legislação.

Faz-se necessário a aquisição dos referidos equipamentos, com o intuito

de garantir que a SEMMA tenha plenas condições de exercer a fiscalização e o

monitoramento das atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente no

município.

Equipe da Secretaria

A SEMMA de Bom Jesus do Tocantins conta com um total de 28

funcionários, distribuídos entre as áreas administrativas (4), técnica (2) e de serviços

gerais (22). Destes apenas um funcionário é efetivo na área administrativa.

Em relação à escolaridade a equipe da secretária é composta por 13

profissionais de nível fundamental, nove de nível médio, cinco de nível superior e um

com pós-graduação. Os profissionais de nível superior/técnico que compõem a equipe

da Secretaria de Meio Ambiente são os seguintes: um administrador, um advogado,

um engenheiro florestal e um pedagogo. Todos os profissionais de nível superior

possuem habilitação no respectivo conselho de classe.

Destaca-se o grande número de funcionários na área de serviços gerais da

SEMMA em relação ao número de funcionários das áreas administrativa e técnica.

A equipe técnica da SEMMA deve ser multidisciplinar, contemplando analistas que

tenham condições de avaliar os aspectos relacionados aos impactos ambientais nos

meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental das

atividades ou empreendimentos a serem licenciados ou fiscalizados pelo município.

Além disso, recomenda-se que a equipe técnica seja formada por servidores

concursados do município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a

segurança para exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares

e/ou políticos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 40

O município que não dispor de uma equipe técnica própria e completa que

possibilite a análise de processos de licenciamento ambiental de maior complexidade,

poderá utilizar técnicos compartilhados por meio de consórcios, conforme

estabelecido no artigo 5º, parágrafo único da Lei Federal Complementar 140.

A Secretaria informou que nos últimos 12 meses a sua equipe técnica

participou uma capacitação visando a Qualificação da Gestão Ambiental dos

Municípios do Pará, realizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambinete e

Desenvolvimento Sustentável do Estado do Pará (SEMAS).

Instrumentos para o controle do desmatamento

O município de Bom Jesus do Tocantins assinou o Termo de Compromisso

com o Ministério Público Federal em de janeiro de 2011, e o Pacto pela Redução do

Desmatamento e Regularização Ambiental em 20 de maio de 2011, que contava com

a assinatura 13 entidades signatárias. No intuito de ratificar os compromissos do Pacto

assumidos em 2011, o município assinou a Repacto pela Redução do Desmatamento

e Regularização Ambiental em 02 de junho de 2016, com a assinatura de 10 entidades

signatárias.

De acordo com a SEMMA os desmatamentos ocorridos em áreas

protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento sustentável,

acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo identificados e

informados ao órgão federal responsável. Além disto, destaca-se que o município

criou grupo de trabalho para apoiar o combate e controle do desmatamento no âmbito

local, porém, o grupo não se encontra ativo, pois foi formado, mas não oficializado e

o que ocorre são apenas reuniões entre alguns signatários do pacto.

Em reunião realizada em Bom Jesus do Tocantins para tratar do Plano de

Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento municipal (PPCAD), os

participantes, por meio das discussões nas oficinas participativas associado aos

resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do município de

Bom Jesus do Tocantins identificaram as principais problemáticas para o combate ao

desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar essas dificuldades.

Tais contribuições culminaram na elaboração da minuta do PPCAD municipal que

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 41

será um documento norteador para o combate ao desmatamento e ao

desenvolvimento sustentável do município.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às APPs) ou reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

O município de Bom Jesus do Tocantins não possui norma específica

disciplinando o PRA no município. A Secretaria de Meio Ambiente não executa o

Programa. Além disso a SEMMA afirmou que nenhuma política de incentivos voltados

a preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município.

Segundo a SEMMA, o município de Bom Jesus do Tocantins não adotou

nenhuma outra política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização

ambiental.

Cabe ressaltar que apesar da SEMMA ter afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

verifica-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. O município de Bom Jesus

do Tocantins já realizou o CAR em 72,91% da área total cadastrável (Quadro 5.4).

Quadro 5.4 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Bom Jesus do Tocantins.

Município

Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)

Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)

Área CAR a ser cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

Km² % Município Km² % Cadastrada Km² % Restante

Bom Jesus do Tocantins

2.136,33 75,85 1.557,69 72,91 151,37 7,09

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 42

Instrumentos de Cooperação

Quanto à existência de instrumentos de cooperação, a secretaira informou

que possui acordo de cooperação com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA),

sendo que os principais objetos do termo de cooperação são de aquisição de

maquinas e equipamentos. Além disso a SEMMA possui ações cooperadas com a

SEMAS.

A SEMMA de Bom Jesus do Tocantins informou que não faz parte de

nenhum tipo de consórcio com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais, a SEMMA informou que

participa audiências públicas e palestras relacionadas à qualificação na gestão

ambiental.

Em relação à participação do Ministério Público Estadual na gestão

ambiental de Bom Jesus do Tocantins, a SEMMA afirmou que o órgão tem atuação

participativa, citando como exemplo pedido de informações e recomendações de

melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o PMV contribui

na gestão ambiental municipal como consultoria e a maior contribuição é na agilidade

e otimização nos procedimentos de monitoramento, e na fiscalização de licenciamento

ambiental.

Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Bom Jesus do Tocantins:

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Bom Jesus do Tocantins

assinou o Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental em

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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20 de maio de 2011 e o Repacto pela Redução do Desmatamento e Regularização

Ambiental em 02 de junho de 2016.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O município assinou o termo de

reativação do grupo, mas até o momento o decreto não foi publicado.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Bom Jesus do Tocantins alcançou

o CAR em 72,91% da área total cadastrável.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Bom Jesus do

Tocantins possui taxa de desmatamento anual menor que 40 km².

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: Para o município de Bom Jesus

do Tocantins não houve alerta de desmatamento em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia: Bom

Jesus do Tocantins não integra a lista dos municípios que mais desmatam na

Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados: O

município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

O município de Bom Jesus do Tocantins cumpriu 5 das 7 metas

estabelecidas pelo PMV. As metas relacionadas a criação do grupo de combate ao

desmatamento (Meta 2) e ao CAR (Meta 3), não foram cumpridas.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

O município de Bom Jesus do Tocantins assinou a repactuação pela

redução do desmtamanto e regularização ambiental como política de incentivo voltada

a preservação e recuperação ambiental. Além disso, é participante do Programa

Municípios Verdes. Foi destacado que o município promove a doação de mudas para

reflorestamento, palestras ,limpeza urbana e fiscalização, como medidas estratégicas

para auxiliar no processo de gestão.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 44

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

realiza campanhas públicitárias por meio de mídias (rádio, televisão, cartazes),

realização de audiências públicas e que promove palestras, debates eventos

participativos como mutirões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Itupiranga

Identificação do Município

Município: Itupiranga

Prefeito: Benjamin Tasca

Secretária de Meio Ambiente: Giovanni Rodrigues Tabosa

Responsável pelas informações: Giovanni Rodrigues Tabosa

Vínculo da responsável pelas informações: concursado (efetivo)

Telefone: (94) 99114-0108

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Avenida 14 de Julho, N° 12, Centro

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O município de Itupiranga declarou dispor de Sistema Municipal de Meio

Ambiente (SIMMA) instituído pela Lei Municipal nº 046/2009 e de uma Secretaria

Municipal de Meio Ambiente exclusiva para tratar das questões ambientais.

Conforme disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o Comunicado SEMAS com a relação de municípios

que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental, a Secretaria Municipal de

Meio Ambiente Itupiranga (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local. Além disso, a SEMMA tem como atribuições: fiscalização,

educação ambiental, licenciamento ambiental e monitoramento.

Em relação aos recursos organizacionais a Secretaria possui organograma

da estrutura do órgão, cadastro de atividades a licenciar e/ou impactantes,

procedimentos administrativos internos, fluxo de processo, controle de processos,

termos de referência ao processo de licenciamento ambiental, termo de notificação,

termo de apreensão e auto de infração.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Os termos de referência para os processos de licenciamento ambiental que

a Secretaria possui estão listados abaixo:

Termo de referência para o processo de licenciamento ambiental rural;

Termo de referência para o processo de licenciamento ambiental da palmiteira;

Termo de referência para o processo de licenciamento ambiental de matadouros

e curtumes;

Termo de referência para o processo de licenciamento ambiental de piscicultura;

Termo de referência para o processo de licenciamento ambiental de extração de

minério para uso na construção civil;

Termo de referência para elaboração de plano de gerenciamento de resíduos

sólidos e serviços de saúde – PGRS e PGRSS.

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma secretaria específica e estruturado junto com o

Conselho Municipal de Meio Ambiente e o Fundo Municipal de Meio Ambiente .

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Itupiranga possui Política Municipal de Meio Ambiente

instituída pela Lei Municipal n° 46/2009.

A Secretaria de Municipal de Meio Ambiente declarou que o município

possui Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei

Municipal nº 040/2006, que é requisito legal para municípios com população superior

a 20.000 habitantes, conforme Lei Federal 10.257/2001 (Estatuto das Cidades). O

município não possui lei específica que trate de Diretrizes Urbanas. O município

afirmou que não possui Plano Ambiental que contemple as características locais e

regionais.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 47

A SEMMA afirmou que o município não dispõe de lei específica que

regulamente o ICMS Verde. As legislações ambientais do muncípio são apresentadas

no Quadro 5.5.

Quadro 5.5 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental do município de Itupiranga

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 046/2009

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 46/2009

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 46/2009

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 46/2009

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal n° 46/2009

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Não possui

Lei de Diretrizes Urbanas Não possui

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 040/2006

Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental Não possui

Lei que Regulamenta o ICMS Verde Não possui

Decreto que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas Decreto Municipal n°

35/2015

Decreto que disciplina as taxas de licenciamento Decreto Municipal n°

37/2015

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente o Conselho Municipal de

Meio Ambiente de Itupiranga (COMAI) foi criado por meio da Lei Municipal n° 46/2009

e possui caráter consultivo, deliberativo e normativo.

O COMAI é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência, sobre as questões

ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa sobre este dispõe

quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de escolha de

suas representações. O COMAI de Itupiranga é formado atualmente por nove

conselheiros, sendo quatro representantes do poder público e cinco representantes

da sociedade civil organizada. Entre as instituições participantes do Conselho foram

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 48

citados Órgãos municipais setoriais, ONGs locais e Câmara dos vereadores. Nos

últimos 12 meses o Conselho se reuniiu a cada dois meses.

Cabe ressaltar que o COMAI deve ser composto por membros titulares e

suplentes de forma paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando

para tanto a realidade local. Essa divisão pode ser observada do Conselho de

Itupiranga.

No tocante as resoluções deliberadas, desde sua criação o COMAI

deliberou apenas uma resolução.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do FMMA está disposta no art. 4º da LC

140/2011, sendo o seu objetivo fazer com que o município institua, legalmente,

instrumento econômico para ter e dar suporte financeiro às suas demandas

ambientais, podendo valer-se de instrumentos de cooperação institucionais como

fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos.

O município de Itupiranga possui FMMA instituído pela Lei Municipal nº

46/2009. O fundo possui conta bancária própria e o CNPJ não foi informado. De

acordo com a Secretaria de Meio Ambiente os recursos do fundo são utilizados

rotineiramente sendo aplicados na fiscalização, infraestrutura da secretaria e

educação ambiental.

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, o município informou que o

Conselho Municipal de meio ambiente acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 49

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos de

fonte própria e da prefeitura. O valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura

oriundos do tesouro municipal para pagamento de despesas como salários e energia

varia entre R$ 20.000,00 a R$ 40.000,00 por mês.

No que tange aos recursos provindos de fonte própria, como taxas

relacionadas ao licenciamento ambiental, multas, entre outras, a SEMMA dispõe de

valores que variam entre R$ 40.000,00 a R$ 60.000,00 anuais. A SEMMA não recebe

recursos de projetos e convênios.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a Secretaria os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

FMMA, mas a secretaria afirmou ter ciência de que quando este recurso for

repassado, a definição da forma de utilização deverá ser feita em acordo com o

CMMA.

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de

Itupiranga recebeu repasse equivalente a R$ 391.085,7210 em 2014 e em 2015

(excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 634.917,3811.

Licenciamento Ambiental Municipal

O município realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e

atividades de impacto local. As atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

agrossilvopastoril, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial, construção civil,

queima controlada, pesquisa e lavra mineral, posto de combustível e limpeza de pasto

degradado (limpeza de juquira).

As principais demandas para licenciamento ambiental no município,

considerando área urbana e rural são: fabricação de gelo comum, parcelamento do

solo/loteamento, casa de Show, panificadora, comércio varejista de gás liquefeito de

petróleo, estação de rádio/torre para telefonia celular, comércio varejista de madeira,

comércio varejista de secos e molhados; piscicultura (tanque escavado),

10 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 11 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 50

bovinocultura, abate de aves, matadouro, beneficiamento de leite, autorização de

Limpeza de vegetação, extração de granito para brita, extração de areia e cascalho

em recursos hídricos, e implantação, manutenção e preservação de área verde.

O município possui capacidade para licenciamento de empreendimentos e

atividades de impacto ambiental local conforme determina o art. 6º da Resolução

CONAMA nº237/1997, em conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016,

atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016, onde se identifica o nome do

município no anexo único desta portaria. O anexo único da Resolução COEMA nº

120/201512 define a Tipologia de impacto ambiental local / Tipologia compartilhada

entre Estado e Municípios determinando assim a competência de cada ente federado

no que se refere ao licenciamento ambiental.

Referente ao monitoramento das atividades de impacto local pelo

município, o mesmo afirmou que monitora todas as atividades licenciadas pela

SEMMA.

De acordo com a SEMMA o município possui ações cooperadas com o

órgão ambiental estadual para fiscalização e monitoramento da área da APA do

Mosaico do Tucuruí.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199513. De acordo com o município, o apoio

do governo Estadual/ Federal à gestão ambiental refere-se as questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas, etc) e de Infraestrutura.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

12 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015. 13 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 51

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido, o Quadro 5.6 a seguir, representam as atividades

impactantes no município de Itupiranga, levando-se em conta o grau de impacto

destas.

As atividades com grau de impacto considerado como mais impactantes

foram a queimada ilegal, a pesca predatória e a falta de saneamento básico. Além

destas, o município destacou o grande impacto de outras atividades que não foram

não descritas.

Entre as atividades com grau de impacto consideradas como menos

impactantes, o município destacou a invasão e degradação de florestal de áreas

protegidas (Unidades de conservação e Terras Indígenas), a contaminação do solo e

a contaminação da água.

Quanto às atividades potencialmente degradaras do meio ambiente e que

requerem acompanhamento/monitoramento, a SEMMA destacou o desmatamento

ilegal, a extração ilegal e o transporte ilegal de produtos florestais, o descarte ilegal

de efluentes líquidos e de resíduos sólidos urbanos e agrossilvipastoris, Barulho/ruído

e a caça.

Baseando-se nos dados apresentados no Estudo de Diagnóstico da

Dinâmica do Desmatamento da Base Local Marabá, verifica-se que no ano de 2015 o

percentual de área acumulada desmatada em relação à extensão territorial do

município de Itupiranga foi de 60,38 %, perfazendo um total de 4.761,0 km2, o que faz

com que o município seja classificado pelo PMV como “embargado14”. Estes dados

contradizem o fato de o desmatamento ilegal ter sido classificado como atividade com

grau de impacto que requer acompanhamento/monitoramento. Destaca-se que partir

de 2009 o município entrou na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) como

prioritário para ações de combate ao desmatamento (Portaria nº 85/2009), o que

resultou em reduções significativas das taxas de desmatamento nos anos seguintes,

14 Municípios Embargados: São aqueles que figuram na lista dos que mais desmatam na Amazônia, de acordo com a lista divulgada pelo MMA. Em dezembro de 2012, havia 15 municípios paraenses nesta lista. A prioridade de ação nesta categoria é controlar o desmatamento e avançar no CAR para retirar os municípios da lista (PMV, 2013).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 52

tendo atingido no ano de 2015 a menor área desmatada do município nos últimos

nove anos, que foi de foi de 25,8 km2.

Em relação à classificação do grau de impacto da atividade relacionada a

invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras

indígenas) ter sido declarada como menos impactante, justifica-se, pois, do total

desmatado em Itupiranga até 2014, 47,60% dos desmatamentos ocorreram dentro de

assentamentos rurais, e apenas 1,26% em Unidades de Conservação e 0,18 % em

Terras Indígenas.

Quadro 5.6 - Atividades impactantes no município de Itupiranga,

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Queimada ilegal mais impactante

[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

menos impactante

Extração ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Transporte ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do solo menos impactante

Contaminação do ar (fumaça) requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água menos impactante

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído requer acompanhamento/monitoramento

Pesca predatória mais impactante

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 53

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses o município promoveu quatro campanhas de

conscientização ambiental. As campanhas foram promovidas pelo governo municipal

e realizadas por meio palestras que trataram dos seguintes temas:

Itupesca - conscientização sobre a diminuição dos recursos pesqueiro e prevenção

da pesca predatória;

Campanha para o combate do transporte ilegal de madeira por freteiros e

carroceiros;

Campanha de orientação sobre o Licenciamento Ambiental;

Campanha sobre o destino correto dos resíduos sólidos.

A Secretaria de Meio Ambiente tem sido demandada pela população para

promover campanhas de educação ambiental no município, notadamente quanto aos

temas: Pesca consciente sem utilização de técnicas predatórias e destino adequado

do resíduos sólidos. Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente

abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar

(transversal).

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, as demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos, veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 54

Infraestrutura e equipamentos

A Secretaria de Meio Ambiente de Itupiranga funciona em sede alugada,

dispondo de 5 salas para seu funcionamento. No que se refere aos equipamentos,

entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a atividade técnica, estão

disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.7Erro! Fonte de referência não

encontrada..

A SEMMA possui acesso à internet com boa conexão. A secretaria não

possui sistema de gerenciamento de atividades informatizado, ferramenta essa que

auxilia na organização do fluxo de trabalho da secretaria e na busca de informações.

Quadro 5.7– Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Itupiranga.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 7 Própria

Notebook/ laptop 3 Própria

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Possui

Carro 2 (pick-up - Mitsubishi L200 triton

2014 e Ford Ranger 2015) Cessão

Moto 4 Cessão

Embarcação

2 (Lancha motor 15 HP com casco de alumínio 7m 2013 e

Lancha motor 115 hp casco de alumínio 12 m.)

Própria e cessão

Receptor GPS 4 Própria e cessão

Decibelímetro 2 (Homis SL-4012 e Instrutherm

DEC-490) Própria

Máquina fotográfica 2 (Canon Power shot sx 170 IS,

Olympus x-845) Própria e cessão

Possui Internet Sim Qualidade da conexão:boa

Sistema de gerenciamento de atividade informatizado

Não

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual da SEMMA do município de Itupiranga, em termos do apoio ao exercício das

atividades de fiscalização e licenciamento ambiental revelou-se satisfatória. Ressalta-

se, que os equipamentos a disposição da SEMMA devem ser suficientes para suprir

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 55

minimamente o número de equipes a sua disposição, com intuito de garantir a

frequência e a efetividade das ações de fiscalização e monitoramento ambiental das

atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente desenvolvidas no

município.

Equipe da Secretaria

A Secretaria de Meio ambiente conta com um total de 16 funcionários,

distribuídos entre as áreas administrativa (3), técnica (12) e de serviços gerais (1).

Destes apenas oito funcionários são efetivos, sendo sete profissionais na área técnica

e um na área administrativa. Observa-se a falta de funcionários efetivos na área

técnica da SEMMA, na qual é recomendado que a equipe técnica seja formada por

servidores concursados do município, tendo em vista a autonomia funcional dos

mesmos e a segurança para exercer suas atividades, sem submissão a interesses

particulares e/ou políticos.

Em relação à escolaridade a equipe da secretária é composta por oito

profissionais de nível médio, cinco de nível superior e três com pós-graduação. Os

profissionais de nível superior/técnico que compõem a equipe da Secretaria de Meio

Ambiente são os seguintes: um advogado, um agrônomo, um biólogo, um engenheiro

de minas, um engenheiro florestal, um engenheiro ambiental e dois gestores

ambientais. Todos os profissionais de nível superior possuem habilitação no

respectivo conselho de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 56

No que se refere às capacitações dos profissionais da Secretaria, nos

últimos 12 meses os técnicos participaram de capacitação de Qualificação da Gestão

Ambiental dos Municípios do Pará – SEMAS.

Instrumentos para o controle do desmatamento

Devido ao fato de Itupiranga estar na lista do MMA e a situação geral do

desmatamento e do monitoramento das florestas nativas, o PMV15 classifica o

município como “Embargado”, sendo que a prioridade de ação do Programa para esta

categoria é o controle do desmatamento e o avanço no CAR (PMV, 2013). Estas ações

estão de acordo com os objetivos do MMA, que visam diminuir as taxas de

desmatamento e preconizam a transição para uma economia de base sustentável

(MMA, 2016).

Buscando sair do embargo o município de Itupiranga assinou o Termo de

Compromisso com o Ministério Público Federal em fevereiro de 2011 e o Pacto pelo

Controle do Desmatamento em 25 de fevereiro de 2011. O pacto contou com as

assinaturas de 11 signatários, com representações do poder público e da sociedade

civil organizada. O município assinou o repacto pelo Controle do Desmatamento em

6 de junho de 2016 e contou com as assinaturas de 11 entidades signatárias.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente os desmatamentos

ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento

sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo

identificados e informados ao órgão federal responsável. A secretaria informou que

não foi criado grupo de trabalho para apoiar o combate e controle do desmatamento

no município.

Em reunião realizada em Itupiranga para tratar do Plano de Prevenção,

Controle e Alternativas ao Desmatamento municipal (PPCAD), os participantes, por

meio das discussões nas oficinas participativas associado aos resultados obtidos com

15 O PMV classifica os municípios em cinco categorias: 1) Municípios Verdes: Correspondem aqueles municípios que atenderam as metas do PMV; 2) Consolidados: Possuem o desmatamento consolidado na maior parte de seu território, com menos de 60% de remanescente florestal; 3) Florestal: Possuem baixo risco de desmatamento, além de possuírem mais de 60% de remanescente florestal; 4) Sob Pressão: Devido aos índices de desmatamentos correm risco de figurar na lista do MMA; 5) Embargados: Figuram na lista do MMA como municípios que mais desmatam na Amazônia.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 57

o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do município de Itupiranga identificaram

as principais problemáticas para o combate ao desmatamento e propuseram ações

estratégicas para superar essas dificuldades. As contribuições dos participantes desta

reunião resultaram na construção do PPCAD municipal que será um documento

norteador para o combate ao desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do

município. Além disso, destaca-se criação do Grupo Municipal de Combate ao

Desmatamento de Itupiranga com a participação de 11 entidades, que também são

signatárias do repacto, cuja assinatura também ocorreu na mesma ocasião. Ressalta-

se que o grupo tem se mostrado ativo, com a realização de duas reuniões nas quais

encaminharam à elaboração do plano de ação para implementação das metas do

repacto.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às APP) ou reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

O município de Itupiranga não possui norma específica disciplinando o PRA

no município. A Secretaria de Meio Ambiente não executa o Programa. Nenhuma

política de incentivos voltados a preservação e recuperação ambiental foi criada pelo

município. Além disso, o município também não adotou nenhuma outra política

ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental. O município de

Itupiranga já realizou o CAR em 87,42% da área total cadastrável (Quadro 5.8).

Quadro 5.8 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Itupiranga.

Município

Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)

Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)

Área CAR a ser cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

Km² % Município Km² % Cadastrada Km² % Restante

Itupiranga 6.324,55 80,26 5.529,15 87,42 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 58

Instrumentos de Cooperação

O município possui acordo de cooperação por termo de cessão de uso com

o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (

IDEFLOR-BIO / Diretoria de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação -

DGMUC / Gerencia da Região Administrativa "Mosaico de Tucuruí"). Os principais

objetos do termo de cooperação são de compartilhamento/seção de veículos.

A Secretaria de Municipal de Meio Ambiente de Itupiranga informou que

não faz parte de nenhum tipo de consórcio com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais, a SEMMA informou que

participa de gestores estaduais e federias a fim de trocar experiências, construção e

produção de saberes Citou como exemplo a participação no Conselho gestor da APA

do Tucuruí.

Sobre a participação do Ministério Público Estadual (MPE) na gestão

ambienta municipal, a SEMMA informou que o órgão é participativo, citando como

exemplo de participação os pedidos de informações.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o PMV contribui

na gestão ambiental municipal orientando, informando e possibilitando uma melhor

infraestrutura da SEMMA.

Cabe destacar que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Itupiranga:

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 59

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Itupiranga assinou o Pacto

pelo Controle do Desmatamento em 20 de fevereiro de 2011 e Repacto pelo

Controle do Desmatamento Ilegal em 06 de junho e 2016.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O município assinou o termo de

criação do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Itupiranga com a

participação de 11 instituições da esfera governamental e sociedade civil. A

SEMMA ainda não disponibilizou o decreto de criação do Grupo Municipal de

Combate ao Desmatamento de Itupiranga.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Itupiranga alcançou 84,42 % da área

de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Itupiranga possui taxa

de desmatamento anual menor que 40 km². A taxa de desmatamento do município

de Itupiranga no ano de 2015 foi de 28,1 km².

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município não realizou a

conferência em campo dos boletins de alerta de desmatamento recebidos em

2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Itupiranga integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados: O

município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

Das 7 metas estabelecidas pelo PMV, o município de Itupiranga cumpriu

apenas 4. As metas relacionadas a criação do grupo de combate ao desmatamento

(Meta 2), verificação em campo dos boletins de alerta de desmatamento (Meta 5) e

não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia (Meta 6), não

foram totalmente cumpridas.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Nenhuma política de incentivos voltados a preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra

política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

realiza campanhas públicitárias por meio de mídias (rádio, televisão, cartazes) e que

promove palestras, debates eventos participativos como mutirões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 61

Principais Atividades/ Ações da Gestão Ambiental Municipal de Marabá

Identificação do Município

Município: Marabá

Prefeito: João Salame Neto

Secretária de Meio Ambiente: Valber André Alves Araújo

Responsável pelas informações: Valber André Alves Araújo

Vínculo da responsável pelas informações: comissionado (temporário)

Telefone: (94) 98139-1400

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Rua Amazônia s/n Agropolis do INCRA Bairro Amapá – CEP: 68502-030

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O município de Marabá possui Sistema Municipal de Meio Ambiente

(SISMA) instituído pelas Leis Municipais nº 16.885/2002 e nº 16.886/2002. O

município possui uma secretaria exclusiva para tratar das questões ambientais.

Consoante ao disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o Comunicado SEMAS com a relação de municípios

que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental, a Secretaria Municipal de

Meio Ambiente de Marabá (SEMMA) possui capacidade para exercer a gestão

ambiental local e realizar o licenciamento de empreendimentos e atividades de

impacto ambiental local. Além disso, a SEMMA tem como atribuições a fiscalização,

educação ambiental, cadastro ambiental, licenciamento ambiental e monitoramento.

Em relação aos recursos organizacionais a Secretaria possui organograma

da estrutura do órgão, procedimentos administrativos internos, fluxo de processo,

controle de processos, termo de notificação, termo de apreensão, termo de

inutilização, auto de infração.

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma secretaria específica. O Conselho Municipal de

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 62

Meio Ambiente (COMAM), o Fundo Municipal de Meio Ambiente (FMMA) e a

Secretaria Executiva de Meio Ambiente, integram, na qualidade de órgãos locais, o

Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos termos da Lei Federal n°

6.938/1981.

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Marabá possui Política Municipal de Meio Ambiente

instituída pela Lei Municipal nº 16.885 e 16.886 de 22/04/2002 (Quadro 5.9).

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente declarou que o município possui

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº

10257/2001, que é requisito legal para municípios com população superior a 20.000

habitantes, conforme prevê a Lei Federal nº 10.257/2001 e que trata do Estatuto das

Cidades. A Lei de Diretrizes Urbanas do município foi instituída atrevés da Lei

Municipal nº 17.213/2006.

O município afirmou que não possui Plano Ambiental que contemple as

características locais e regionais. Referente ao ICMS Verde, o município informou que

não possui lei específica que o regulamente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 63

Quadro 5.9 - Legislação Municipal relacionada à gestão ambiental de Marabá

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Leis nº 16.885 e nº 16.886 de 2002

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 14.910/97

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Leis Municipais nº 16.194/99 e nº 16.885/2002

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 16.192/1999 e Decreto

118/2002

Política Municipal de Meio Ambiente Leis nº 16.885 e 16.886 de 22/04/2002

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Leis nº 16.885/2002 e nº 16.886/2002

Lei de Diretrizes Urbanas Lei Municipal nº 17.213/2006

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 10257/2001

Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental

Leis nº 16.885/2002 e Lei nº 16.886/2002

Lei que Regulamenta o ICMS Verde não possui

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente o Conselho Municipal de

Meio Ambiente de Marabá (COMAM) foi criado através das Leis Municipais nº

16.194/99 e nº 16.885/2002 e possui caráter consultivo e deliberativo.

O COMAM é um órgão colegiado consultivo de assessoramento ao Poder

Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua competência, sobre as questões

ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e a lei que versa sobre este dispõe

quanto à autonomia de cada segmento da sociedade civil no processo de escolha de

suas representações. O COMAM de Marabá é formado atualmente por 18

conselheiros, sendo quatro representantes do poder público e 14 representantes da

sociedade civil organizada. Entre as instituições participantes do Conselho foram

citados Órgãos municipais setoriais, ONGs locais, Associações comunitárias e

conselhos de classe. Nos últimos 12 meses o Conselho se reuniu mensalmente.

Cabe ressaltar que o COMAM deve ser composto por membros titulares e

suplentes de forma paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando

para tanto a realidade local. Essa divisão não é observada no Conselho de Meio

Ambiente de Marabá.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 64

No tocante às resoluções deliberadas, desde sua criação, o COMAM

deliberou 7 resoluções, sendo 1 nos últimos 12 meses.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do FMMA está disposta no art. 4º da LC

140/2011, sendo o seu objetivo fazer com que o município institua, legalmente,

instrumento econômico para ter e dar suporte financeiro às suas demandas

ambientais, podendo valer-se de instrumentos de cooperação institucionais como

fundos públicos e privados e outros instrumentos econômicos.

O município de Marabá possui FMMA instituído pela Lei Municipal nº

16.192 de 31/12/1999 Decreto 118/2002 O fundo possui conta bancária própria. De

acordo com a Secretaria de Meio Ambiente os recursos do fundo não são utilizados

rotineiramente.

Quanto ao uso dos recursos do FMMA, o município informou que o CMMA

acompanha os gastos da gestão ambiental.

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos da

prefeitura e de onvênios. O valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura

oriundos do tesouro municipal para pagamento de despesas como salários e energia

é acima de R$ 80.000,00 por mês.

No que tange aos recursos provindos de fonte própria, como taxas

relacionadas ao licenciamento ambiental, multas, entre outras, a SEMMA dispõe de

um valor superior a R$ 80.000,00 anuais. Além disso a SEMMA conta com recursos

proveniente de convênios que variam entre R$ 60.000,00 a R$ 80.000,00.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 65

A SEMMA recebe acima de R$ 80.000,00 de recursos de projetos e os

recursos provindos de outras fontes variam entre R$ 1.000,00 a R$ 20.000,00.

O município recebe repasse referente à lei do ICMS Verde, no entanto, de

acordo com a Secretaria os recursos do ICMS Verde não são transferidos para o

Fundo Municipal de Meio Ambiente, mas a secretaria afirmou ter ciência de que

quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização deverá ser feita

em acordo com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Em consulta ao site do PMV é possível observar que o município de Marabá

recebeu repasse equivalente a R$ 409.151,5616 em 2014 e em 2015 (excluindo o

repasse de dezembro de 2015) a R$ R$ 605.512,3017.

Licenciamento Ambiental Municipal

O município realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e

atividades de impacto local. As atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

comercial/serviços, industrial, construção civil, pesquisa e lavra mineral, posto de

combustível, bar, casa noturna, lava jato, borracharia, depósito de bebida, hospitais e

gráfica. As principais demandas para licenciamento ambiental no município,

considerando área urbana e rural são de bares, postos de combustíveis, depósitos de

gás, oficinas de carro e moto, extração de areia, argila e cascalho.

O município possui capacidade para licenciamento de empreendimentos e

atividades de impacto ambiental local conforme determina o art. 6º da Resolução

CONAMA nº237/1997, em conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016,

atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016, onde se identifica o nome do

município no anexo único desta portaria. O anexo único da Resolução COEMA nº

120/201518 define a Tipologia de impacto ambiental local / Tipologia compartilhada

entre Estado e Municípios determinando assim a competência de cada ente federado

no que se refere ao licenciamento ambiental.

16 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 17 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf 18 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 66

No que se refere ao monitoramento das atividades de impacto local pelo

município, o mesmo afirmou que monitora todas as atividades que licencia.

O município afirmou que possui ações cooperadas com órgãos federais de

meio ambiente em atividades relacionadas a piracema, fiscalização e instrução. A

SEMMA não especificou com quais órgãos federais possui as ações cooperadas.

Além disso, a SEMMA informou que possui termo de cooperação para

compartilhamento/seção de equipamentos e veículos com o Programa Municípios

Verdes.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199519. De acordo com o município, o apoio

do governo Estadual/ Federal à gestão ambiental refere-se as questões de

infraestrutura.

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

Nesse sentido, o Quadro 5.10 a seguir, apresenta as principais atividades

impactantes no município e os respectivos graus de impacto de cada atividade,

atribuídos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Verifica-se que as atividades

de grau impacto consideradas como mais impactantes foram o desmatamento ilegal,

a falta de saneamento básico, a extração ilegal de madeira, o transporte ilegal de

produtos florestais, contaminação da água, o descarte ilegal de resíduos sólidos

urbanos e de resíduos líquidos.

19 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

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As demais atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente

foram classificadas quanto ao grau de impacto como “requer acompanhamento/

monitoramento”.

De fato, o desmatamento ilegal pode ser classificado como uma das

atividades mais impactantes no município, pois, de acordo com os dados do estudo

de Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento da Base Local Marabá, verifica-se que

até ano 2015 a área acumulada desmatada em Marabá foi de 8.530,3 km2, o que

correspondeu a 56,19% da extensão territorial do município. Ressalta-se ainda, que a

partir do ano de 2009 o município entrou na lista dos municípios prioritários para ações

de combate ao desmatamento, conforme Portaria do MMA nº 85/2009, e que apenas

no ano de 2014, o município atingiu uma taxa de desmatamento anual inferior a 40

km2. No entanto em 2015, a taxa aumentou para 42,9 km2, ultrapassando o limite de

40,0 km2 estabelecido pelo PMV. O município de Marabá atualmente é classificado

pelo PMV como “embargado20”.

Em relação à atividade de invasão e degradação florestal de áreas

protegidas (unidades de conservação, terras indígenas) ter sido classificada com grau

de impacto que requer acompanhamento/monitoramento, verifica-se que tal afirmação

pode ser constatada quando se analisa que do total das áreas desmatadas em Marabá

até 2014, apenas 2,63 % em ocorreu em Unidades de Conservação e 0,03 % em

Terras Indígenas.

20

Municípios Embargados: São aqueles que figuram na lista dos que mais desmatam na Amazônia, de acordo com a lista divulgada pelo MMA. Em dezembro de 2012, havia 15 municípios paraenses nesta lista. A prioridade de ação nesta categoria é controlar o desmatamento e avançar no CAR para retirar os municípios da lista (PMV, 2010).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Quadro 5.10 - Atividades impactantes no município de Marabá.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal mais impactante

Queimada ilegal requer acompanhamento/monitoramento

[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

requer acompanhamento/monitoramento

Extração ilegal de produtos florestais mais impactante

Transporte ilegal de produtos florestais mais impactante

Contaminação do solo requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do ar (fumaça) requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação da água mais impactante

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos líquidos mais impactante

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído requer acompanhamento/monitoramento

Pesca predatória requer acompanhamento/monitoramento

Caça requer acompanhamento/monitoramento

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Campanhas de Educação Ambiental

Nos últimos 12 meses o município promoveu quatro campanhas de

conscientização ambiental. As campanhas trataram de temas relacionados a

Conservação e preservação Ambiental, a Valorização do Meio Ambiente e a Água,

sendo promovidas pelo Governo municipal.

A Secretaria de Meio Ambiente tem sido demandada pela população para

promover campanhas de educação ambiental no município, relacionada a Arborização

de praças e escolas. Nos últimos 12 meses, a temática ambiental foi devidamente

abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar

(transversal).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 69

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos, veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A Secretaria de Meio Ambiente de Marabá possui sede própria, tendo

disponível 8 salas para seu funcionamento. No que se refere aos equipamentos,

entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a atividade técnica, estão

disponíveis os equipamentos listados no Quadro 5.11.

A SEMMA não possui acesso à internet e também não possui sistema de

gerenciamento de atividades informatizado, ferramenta essa que auxilia na

organização do fluxo de trabalho da secretaria e na busca de informações.

Quadro 5.11 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá.

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 29 própria

Notebook/ laptop 8 própria

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Não -

Carro 4 (2 Pipapes, 1 Gol e 1

Strada) própria

Moto 4 própria

Embarcação 2 própria

Receptor GPS 5 própria

Decibelímetro 5 própria

Máquina fotográfica 6 própria

Possui internet Não (conexão ruim)

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 70

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual da SEMMA do município de Marabá, em termos do apoio ao exercício das

atividades de fiscalização e licenciamento ambiental revelou-se satisfatória. Ressalta-

se, que os equipamentos a disposição da SEMMA devem ser suficientes para suprir

minimamente o número de equipes a sua disposição, com intuito de garantir a

frequência e a efetividade das ações de fiscalização e monitoramento ambiental das

atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente desenvolvidas no

município.

Equipe da Secretaria

A Secretaria de Meio ambiente conta com um total de 46 funcionários,

distribuídos entre as áreas administrativa (12), técnica (18), serviços gerais (10) e

estagiários (6). Destes apenas 30 funcionários são efetivos, sendo 18 profissionais na

área técnica e 12 na área administrativa.

Em relação à escolaridade a equipe da secretária é composta por dez

profissionais de nível fundamental, 12 de nível médio, 18 de nível superior e seis com

pós-graduação. Os profissionais de nível superior/técnico que compõem a equipe da

Secretaria de Meio Ambiente são os seguintes: dois agrônomos, dois biólogos, um

engenheiro florestal, quatro engenheiros amabientais, um geólogo, cinco gestores

ambientais e dois pedagogos. Todos os profissionais de nível superior possuem

habilitação no respectivo conselho de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente. Considerando a equipe declarada pela

SEMMA, o corpo técnico pode ser considerado satisfatório, contudo, faz-se

necessário a inclusão de mais um profissional da engenharia florestal, especialmente

porque a SEMMA apontou o desmatamento ilegal, a exploração e transporte ilegal de

produtos florestais como atividades mais impactantes.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 71

das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é

recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do

município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para

exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.

Referente as capacitações dos profissionais da SEMMA, nos últimos 12

meses os técnicos participaram de capacitação do Programa de Regularização

Ambiental (PRA).

Instrumentos para o controle do desmatamento

O Município de Marabá assinou o Termo de Compromisso com o Ministério

Público Federal, em novembro de 2010 e o Pacto para o fim dos Desmatamentos e

Queimadas Ilegais em 28 de outubro de 2011, e que contou com as assinaturas de

17 entidades signatárias com representações do poder público e da sociedade civil

organizada. O município assinou o repacto pelo fim dos Desmatamentos e Queimadas

Ilegais em 31 de maio de 2016 e contou com as assinaturas de 11 entidades

signatárias.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente os desmatamentos

ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento

sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo

identificados e informados ao órgão federal responsável.

Além da repactuação, o município de Marabá realizou uma reunião para

discutir os problemas e ações relacionados ao desmatamento no município que

resultará na elaboração do Plano de Prevenção, Controle e Alternativas ao

Desmatamento (PPCAD). Na reunião realizada, os participantes, por meio das

discussões nas oficinas participativas associado aos resultados obtidos com o

Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do município de Marabá identificaram as

principais problemáticas para o combate ao desmatamento e propuseram ações

estratégicas para superar essas dificuldades. Tais contribuições culminarão na

elaboração da minuta do PPCAD municipal que será um documento norteador para o

combate ao desmatamento e ao desenvolvimento sustentável do município.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 72

Destaca-se que além dos instrumentos já mencionados, o município criou

grupo de trabalho para apoiar o combate e controle do desmatamento no âmbito local.

O Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento, conta com nove entidades

governamentais e da sociedade civil que também são signatárias do repacto.

Contudo, o grupo ainda não tem cumprido as atribuições dispostas no documento do

repacto e no termo de criação, considerando que ainda não houve reuniões e nem

iniciativas para elaboração do plano de trabalho que norteará o cumprimento das

metas proposta no repacto.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às APP) ou reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

A SEMMA não executa o PRA e não possui norma específica disciplinando

este programa. Segundo a SEMMA nenhuma política de incentivos voltados a

preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município. Salienta-se que

embora a SEMMA tenha afirmado que o município não adotou política ambiental

federal ou estadual com caráter de regularização ambiental, sabe-se que a secretaria

tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA, segundo o artigo 2º do

Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente o município possui 86,08% (Quadro

5.12) de CAR da área total cadastrável (SEMA-01/201621).

Quadro 5.12 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Marabá.

Município

Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)

Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)

Área CAR a ser cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

Km² % Município Km² % Cadastrada Km² % Restante

Marabá 11.545,21 76,31 9.938,53 86,08 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

21 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1504208

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 73

Instrumentos de Cooperação

Quanto a existência de instrumentos de cooperação, a secretaria informou

que possui acordo de cooperação técnica e finaceira com o PMV. Os principais objetos

do termo de cooperação com o PMV são de compartilhamento/seção de

equipamentos e de compartilhamento/seção de veículos.

A SEMMA de Marabá afirmou que não faz parte de nenhum tipo de

consórcio com outros municípios.

Considerando as articulações institucionais, a SEMMA informou que

participa de fóruns e de conselhos gestores municipais, associações de entes

federados e de secretários, a fim de trocar experiências, construção e produção de

saberes.

Sobre a participação do MPE na gestão ambiental de Marabá, a SEMMA

informou que o órgão é participativo, citando como exemplo, a verificação de

denúncias pelo MPE, pedidos de informações e recomendações de melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o PMV contribui

na gestão ambiental municipal por meio de apoio a logística da secretaria,

fornecimento de veículo e computadores.

Evidencia-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Marabá:

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Marabá assinou o Pacto

para o fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 28 de outubro de 2011 e

o Repacto para o fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 31 de maio de

2016.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 74

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O município assinou o termo de

criação do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Marabá com a

participação de nove entidades da esfera governamental e sociedade civil.

Conforme informações obtidas com a SEMMA, até o presente momento não houve

reuniões do Grupo Municipal de Combate ao Desmatamento de Marabá, bem

como emissão do decreto que define a criação e nomeação dos membros do

grupo.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: O município de Marabá alcançou 86,08 % da área

de CAR cadastrável no município.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Marabá não possui

taxa de desmatamento anual menor que 40 km². A taxa de desmatamento do

município no ano de 2015 foi de 46,0 km².

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município não realizou a

conferência em campo de todos os boletins alerta de desmatamento recebidos em

2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia:

Marabá integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados: O

município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

Das 7 metas estabelecidas pelo PMV o município de Marabá cumpriu 3. As

metas relacionadas a criação do grupo de combate ao desmatamento (Meta 2), taxa

de desmatamento menor que 40 km² ((Meta 4), verificação em campo dos boletins de

alerta de desmatamento (Meta 5) e não estar na lista dos municípios que mais

desmatam na Amazônia (Meta 6) não foram totalmente cumpridas.

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

A Secretaria informou que nenhuma política municipal de incentivos

voltados a preservação e recuperação ambiental foi criada pelo município, e que

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 75

também não adotou nenhuma outra política ambiental federal ou estadual com caráter

de regularização ambiental.

Quanto a adoção de estratégia diferenciada e própria, que venha a auxiliar

o processo de gestão, o municpio informou que não dispõe de nenhuma ação neste

sentido.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

promove palestras e debates.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 76

Principais Atividades / Ações da Gestão Ambiental Municipal Novo

Repartimento

Identificação do Município

Município: Novo Repartimento

Prefeito: Valmira Alves

Secretária de Meio Ambiente: Fábia Gabriela Pflugrath Carraro

Responsável pelas informações: Fábia Gabriela Pflugrath Carraro

Vínculo da responsável pelas informações: concursada (efetiva)

Telefone: (94) 99197-0910

E-mail Secretária de Meio Ambiente: [email protected]

E-mail Secretaria de Meio Ambiente: [email protected]

Endereço para correspondência: Rua Muiracatiara, Qd.49, n°20, Bairro vila Marabá.

*As informações aqui contidas são do período em que os municípios responderam o questionário (2016)

Sistema Municipal de Meio Ambiente

O município de Novo Repartimento possui Sistema Municipal de Meio

Ambiente (SISMA) instituído pela Lei Municipal nº 005/2011. O município possui uma

Secretaria Municipal de Meio Ambiente exclusiva para tratar das questões ambientais.

Consoante ao disposto na Portaria SEMAS nº 179/2016, atualizada pela

Portaria SEMAS nº 1.421/2016 e o Comunicado SEMAS com a relação de municípios

que possuem capacidade para exercer a gestão ambiental, a Secretaria Municipal de

Meio Ambiente e Sustentabilidade de Novo Repartimento (SEMMA) possui

capacidade para exercer a gestão ambiental local e realizar o licenciamento de

empreendimentos e atividades de impacto ambiental local. Além disso, a SEMMA tem

como atribuições a fiscalização, educação ambiental, cadastro ambiental,

licenciamento ambiental e monitoramento.

Quanto aos recursos organizacionais a secretaria possui cadastro de

atividades a licenciar e/ou impactantes, procedimentos administrativos internos,

cadastro técnico ambiental, fluxo de processo, controle de processos, termos de

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 77

referência ao processo de licenciamento ambiental, termo de notificação, termo de

apreensão, auto de infração.

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma secretaria específica e estruturado junto com o

Conselho Municipal de Meio Ambiente de Novo Repartimento (COMMANR) e o Fundo

Municipal de Meio Ambiente.

Assim, constata-se que o Sistema Municipal de Meio Ambiente é

individualizado, autônomo, com uma secretaria específica e estruturado junto com

COMMANR e o FMMA.

Este arranjo é o ideal, tendo em vista que o sistema ambiental é complexo,

abarcando inúmeras vertentes, demandando, portanto, uma estruturação específica e

políticas públicas próprias.

Legislação Ambiental

O município de Novo Repartimento possui Política Municipal de Meio

Ambiente instituída pela Lei Municipal nº 28/2011 (Erro! Fonte de referência não

encontrada.).

A SEMMA declarou que o município possui Plano Diretor de

Desenvolvimento Urbano (PDDU) disciplinado pela Lei Municipal nº 550/2007, que é

requisito legal para municípios com população superior a 20.000 habitantes, conforme

prevê a Lei Federal nº 10.257/2001 e que trata do Estatuto das Cidades. Quanto

existência da Lei Municipal de Diretrizes Urbanas, o Secretário não soube informar.

O município afirmou que não possui Plano Ambiental que contemple as

características locais e regionais. Quanto ao ICMS Verde, a secretaria informou que

o município não possui lei específica que o regulamente.

Em relação ao licenciamento ambiental, este é regulamentado pela

Instrução Normativa 001/2016 que define procedimentos administrativos para a

realização de limpeza, autorização de supressão e queima controlada, a serem

realizadas nas áreas de vegetação secundária em estágio inicial de regeneração,

localizadas fora da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente – APP dos

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 78

imóveis rurais, no âmbito do Município de Novo Repartimento, e Instrução Normativa

002/2016 que define procedimentos administrativos para a emissão de Declaração de

Dispensa de Licenciamento Ambiental no âmbito do Município de Novo Repartimento.

Além das IN citadas acima, a SEMMA citou a Lei de Taxas (Lei Municipal

n° 1.380/2015) e a Portaria 001/2015.

O Quadro 5.13 apresenta as legislações municipais de Novo Repartimento

relacionadas à temática da gestão ambiental.

Quadro 5.13- Legislação Municipal relacionada a gestão ambiental - Novo Repartimento

Legislação Ambiental Municipal Número da Lei/Ano

Lei de criação do Sistema Municipal de Meio Ambiente Lei nº 005/2011

Lei de criação do Órgão Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 005/2011

Lei de Criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 28/2011

Lei de Criação do Fundo Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 28/2011

Política Municipal de Meio Ambiente Lei Municipal nº 28/2011

Lei que disciplina o licenciamento ambiental de impacto local e as sanções administrativas pelo seu descumprimento

Instrução Normativa nº 001/2016 e 002/2016

Lei de Diretrizes Urbanas O Secretário não soube informar.

Lei que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Lei Municipal nº 550/2007

Lei de Política de incentivos voltados a preservação/recuperação ambiental

Instrução Normativa nº 001/2016 e 002/2016

Lei que Regulamenta o ICMS Verde não possui

Lei de Taxas Lei Municipal n° 1.380/2015

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselho Municipal de Meio Ambiente

De acordo com a SEMMA, o Conselho Municipal de Meio Ambiente de

Novo Repartimento (COMMANR) foi criado através da Lei Municipal nº 028/2011 e

possui caráter consultivo e deliberativo.

O Conselho Municipal de Meio Ambiente é um órgão colegiado consultivo

de assessoramento ao Poder Executivo Municipal e deliberativo no âmbito de sua

competência, sobre as questões ambientais. O ideal é que o conselho seja paritário e

a lei que versa sobre este dispõe quanto à autonomia de cada segmento da sociedade

civil no processo de escolha de suas representações. O COMMANR é formado

atualmente por 12 conselheiros, sendo seis representantes do poder público e seis

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 79

representantes da sociedade civil organizada. Entre as instituições participantes do

Conselho foram citados Órgãos municipais setoriais, Câmara dos vereadores e

sindicatos. Nos últimos 12 meses o Conselho se reuniiu a cada quatro meses.

Cabe ressaltar que o COMMANR deve ser composto por membros titulares

e suplentes de forma paritária entre o Poder Público e a sociedade civil, considerando

para tanto a realidade local. Essa divisão pode ser observada do Conselho de Novo

Repartimento. Referente às resoluções deliberadas, nos últimos 12 meses o Conselho

deliberou apenas uma resolução.

Recursos Financeiros

Fundo Municipal de Meio Ambiente

A previsão de constituição do Fundo Municipal de Meio Ambiente - FMMA

está disposta no art. 4º da LC 140/2011, sendo o seu objetivo fazer com que o

município institua, legalmente, instrumento econômico para ter e dar suporte

financeiro às suas demandas ambientais, podendo valer-se de instrumentos de

cooperação institucionais como fundos públicos e privados e outros instrumentos

econômicos.

O município de Novo Repartimento possui Fundo Municipal de Meio

Ambiente instituído pela Lei Municipal nº 28/2011. O fundo possui conta bancária

própria e CNPJ (34.626.416/0001-31). De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente

os recursos do fundo são utilizados rotineiramente, sendo aplicados na fiscalização,

infraestrutura da secretaria, educação ambiental, capacitação dos servidores e

pagamento de contas.

Quanto ao uso dos recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente, o

município informou que o Conselho Municipal de Meio Ambiente acompanha os

gastos da gestão ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 80

Recursos Financeiros do Órgão Municipal de Meio

Ambiente

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe recursos advindos de

fonte própria e da prefeitura. O valor aproximado dos recursos provindo da prefeitura

para pagamento de despesas como salários e energia é acima de R$ 80.000,00 por

mês.

No que tange aos recursos provindos de fonte própria, como taxas

relacionadas ao licenciamento ambiental, multas, entre outras, a SEMMA dispõe de

um valor que varia entre R$ 20.000,00 a R$ 40.000,00 anuais. Além disso a SEMMA

recebe acima de R$ 80.000,00 de recursos de projetos e os recursos provindos de

outras fontes variam entre R$ 1.000,00 a R$ 20.000,00.

Quanto aos repasses de recursos finaceiros da Lei do ICMS Verde, a

SEMMA afirmou que o município os recebe, no entanto, estes recursos não são

transferidos para o Fundo Municipal de Meio Ambiente, mas a secretaria afirmou ter

ciência de que quando este recurso for repassado, a definição da forma de utilização

deverá ser feita em acordo com o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Em consulta ao site do Programa Municípios Verdes (PMV) é possível

observar que o município de Novo Repartimento recebeu repasse equivalente a R$

347.191,1122 em 2014 e em 2015 (excluindo o repasse de dezembro de 2015) a R$

R$ 579.537,6423.

Licenciamento Ambiental Municipal

Conforme determina o artigo 6º da Resolução CONAMA nº237/1997

compete ao Órgão Ambiental Municipal, quando couber, o licenciamento ambiental de

empreendimento e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem

delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. Assim, conforme visto

22 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202014.pdf 23 Disponível em http://www.municipiosverdes.com.br/files/ckFinderFiles/files/ICMS%202015(1).pdf

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 81

anteriormente, o município de Novo Repartimento possui capacidade para exercer a

gestão ambiental local, em conformidade com a Portaria SEMAS nº 179/2016,

atualizada pela Portaria SEMAS nº 1.421/2016.

Neste sentido, por meio da Resolução do Conselho Estadual de Meio

Ambiente (COEMA) nº120/2015, foram estabelecidas as atividades de impacto

ambiental local e recomendações, para fins de licenciamento ambiental municipal, a

ser realizado pelos municípios no âmbito do Estado do Pará. Assim, no anexo único

da Resolução COEMA nº120/201524 são definidas as tipologias de impacto ambiental

local / tipologia compartilhada entre Estado e Municípios determinando assim a

competência de cada ente federado no que se refere ao licenciamento ambiental.

Seguindo o disposto nas legislações supraditas, o município de Novo

Repartimento realiza licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de

impacto local. As atividades licenciadas pelo município são as seguintes:

agrossilvopastoril, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial, queima

controlada, posto de combustível e limpeza de pasto degradado (limpeza de juquira).

As principais demandas para licenciamento ambiental no município, considerando

área urbana e rural são: licenciamento de atividades urbanas; autorização de limpeza

de vegetação secundaria e Licenciamento Ambiental Rural (LAR).

Quanto ao monitoramento das atividades de impacto local pelo município o

mesmo afirmou que dentro do possível monitora todas as atividades que licencia.

O município afirmou não ter delegação de competência do estado para a

atividade de licenciamento nos termos do artigo 5° da Lei Complementar n° 140/2011

e da Instrução Normativa SEMAS nº 005/2013.

Conforme previsto em lei, os entes federados devem compartilhar a gestão

ambiental sendo parte do Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), nos

termos da Lei Federal n° 6.938/1981, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente

(SISEMA), segundo Lei Estadual n° 5.887/199525. De acordo com o município, o apoio

do governo Estadual/ Federal à gestão ambiental refere-se às questões técnicas

(capacitação, orientação, elaboração de normativas, etc) e de Infraestrutura.

24 Anexo único publicado originalmente pela Resolução COEMA nº 116/2014, a qual foi revogada à exceção de seu anexo único o qual passou a fazer parte da Resolução COEMA nº 120/2015. 25 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 82

Atividades Impactantes

O impacto ambiental local é aquele em que as alterações que venham a

ocorrer se restringem aos limites do município e à sua competência legal. De acordo

com Khoury et al. (2013), é no âmbito do município que os maiores impactos

acontecem e são sentidos pelas comunidades.

As principais atividades impactantes no município e o seu respectivo grau

de impacto foram informadas pela Secretria Municipal de Meio Ambietne, e são

apresentadas no Quadro 5.14 a seguir.

As atividades com grau de impacto classificadas como mais impactante

pela secretaria foram a queimada ilegal, o transporte ilegal de produtos florestais,

contaminação do ar (fumaça), contaminação da água, pesca predatória e a caça.

Em relação as atividades com grau de impacto classificada como menos

impactante, a secretaria citou apenas a invasão e degradação florestal de áreas

protegidas (Unidades de conservação, Terras indígenas).

Quanto as atividades com grau de impacto classificadas como “requer

acompanhamento/monitoramento”, a secretaria destacou o descarte ilegal de

resíduos líquidos, de resíduos sólidos urbanos e agrossilvipastoris, barulho/ruído,

Contaminação do solo, extração ilegal de produtos florestais e o Desmatamento ilegal

Destaca-se aqui, a contradição observada quanto a classificação do grau

de impacto da atividade de desmatamento ilegal como “requer acompanhamento

monitoramento”. De acordo com os dados do Estudo de Diagnostico da Dinâmica do

Desmatamento da Base Local Marabá, verifica-se que o município de Novo

Repartimento se destaca por apresentar as maiores taxas anuais de desmatamento

da Base Local Marabá, sendo que mesmo após a sua inserção na lista do MMA para

ações prioritárias ao combate de desmatamento em 2008 (Portaria MMA nº28/2008),

e além de apresentar uma redução consecutiva nas taxas anuais de desmatamento

nos dois últimos anos, o município ainda registrou uma taxa de 64,1 km2 em 2015.

O município vem adotando medidas para reduzir o desmatamento, como

por exemplo, possuir mais de 80 % dos imóveis rurais com CAR, mas ainda necessita

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 83

focar em ações de controle ao desmatamento para que o município deixe de ser

classificado pelo PMV como “embargado26” e saia da lista do MMA.

Quadro 5.14 - Atividades impactantes no município de Novo Repartimento.

Atividade Grau de Impacto

Desmatamento ilegal requer acompanhamento/monitoramento

Queimada ilegal mais impactante

[Invasão e degradação florestal de áreas protegidas (unidades de conservação, terras indígenas)

menos impactante

Extração ilegal de produtos florestais requer acompanhamento/monitoramento

Transporte ilegal de produtos florestais mais impactante

Contaminação do solo requer acompanhamento/monitoramento

Contaminação do ar (fumaça) mais impactante

Contaminação da água mais impactante

Descarte ilegal de resíduos sólidos urbanos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos líquidos requer acompanhamento/monitoramento

Descarte ilegal de resíduos sólidos agrossilvipastoris requer acompanhamento/monitoramento

Barulho/ruído requer acompanhamento/monitoramento

Pesca predatória mais impactante

Caça mais impactante

Falta de saneamento básico mais impactante

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Campanhas de Educação Ambiental

O município afirmou promoveu três campanhas de conscientização

ambiental nos últimos 12 meses. As campanhas trataram de temas relacionados a

reciclagem de pneus, lixo, combate ao desmatamento e recuperação de nascentes,

sendo promovidas pelo Governo municipal.

A SEMMA tem sido demandada pela população para promover campanhas

de educação ambiental no município, notadamente quanto aos temas: saneamento

básico, lixo, desmatamento, campanha contra animais soltos na rua (Zoonoses) e

proteção de nascentes.

26

Municípios Embargados: São aqueles que figuram na lista dos que mais desmatam na Amazônia, de acordo com a lista divulgada pelo MMA. Em dezembro de 2012, havia 15 municípios paraenses nesta lista. A prioridade de ação nesta categoria é controlar o desmatamento e avançar no CAR para retirar os municípios da lista (PMV, 2013).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Em relação a aboradgem da temática ambiental nas disciplinas das escolas

municipais de forma interdisciplinar (transversal), a SEMMA informou que estes temas

foram devidamente abordados nos últmios 12 meses.

Estrutura do Órgão Municipal de Meio Ambiente

O órgão ambiental deve ser dotado de uma estrutura organizacional e

operacional que lhe dê a robustez requerida para atender, dentro de padrões de

qualidade gerencial satisfatórios, às demandas de regularização ambiental e a

implantação integrada dos instrumentos de gestão ambiental. Neste item é analisada

a estrutura da Secretaria de Meio Ambiente relacionada à estrutura física (salas,

equipamentos, veículos, etc.), programas de computadores, internet e o quadro

técnico.

Infraestrutura e equipamentos

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Novo Repartimento funciona

em sede alugada, tendo disponível 5 salas para seu funcionamento. No que se refere

aos equipamentos, entendidos aqui como ferramentas que viabilizam a atividade

técnica, estão disponíveis os equipamentos listados Quadro 5.15.

A SEMMA possui acesso à internet com boa qualidade de conexão. A

secretaria não possui sistema de gerenciamento de atividades informatizado,

ferramenta essa que auxilia na organização do fluxo de trabalho da secretaria e na

busca de informações.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Quadro 5.15 - Estrutura da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Novo Repartimento

Equipamentos Quantidade Forma de Aquisição

Computador 4 própria

Notebook/ laptop 8 própria

Programas de georreferenciamento (Quantum GIS, GV SIG ou

ArcGis/ArcMap etc.) Sim -

Carro 4 própria

Moto 5 própria

Embarcação 1 própria

Receptor GPS 3 própria

Decibelímetro 2 própria

Máquina fotográfica 1 própria

Possui Internet Sim Boa conexão

Sistema de gerenciamento de atividades informatizado

Não -

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

A Figura 5.3 e Figura 5.4 mostram a sede e os equipamentos da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente de Novo Repartimento.

Figura 5.3 e Figura 5.4 - Sede/Sala e equipamentos da SEMMA de Novo Repartimento.

Fonte: Floram (2016).

Diante da condição exposta no quadro acima, a estrutura administrativa

atual da SEMMA do município de Novo Repartimento, em termos do apoio ao

exercício das atividades de fiscalização e licenciamento ambiental revelou-se

satisfatória. Ressalta-se, que os equipamentos a disposição da SEMMA devem ser

suficientes para suprir minimamente o número de equipes a sua disposição, com

intuito de garantir a frequência e a efetividade das ações de fiscalização e

monitoramento ambiental das atividades potencialmente degradadoras do meio

ambiente desenvolvidas no município.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Equipe da Secretaria

A Secretaria de Meio ambiente informou que conta com um total de 25

funcionários, distribuídos entre as áreas administrativa (8), técnica (14) e de serviços

gerais (3). Destes apenas 14 funcionários são efetivos, sendo 12 profissionais na área

técnica e dois na área administrativa.

Em relação à escolaridade a equipe da secretária é composta por três

profissionais de nível fundamental, 14 de nível médio, oito de nível superior e três com

pós-graduação. Os profissionais de nível superior/técnico que compõem a equipe da

Secretaria de Meio Ambiente são os seguintes: um agrônomo, um biólogo, um

engenheiro civil, um engenheiro florestal, um engenheiro ambiental, um geógrafo e

um gestor ambiental. Todos os profissionais de nível superior possuem habilitação no

respectivo conselho de classe.

Para constituição da equipe técnica, deve-se considerar a tipologia e a

classificação das atividades ou empreendimentos a serem licenciados pelo município.

Os profissionais devem ter formação específica para analisar os impactos causados

pelos empreendimentos no meio ambiente. Considerando a equipe declarada pela

SEMMA, o corpo técnico pode ser considerado satisfatório, os profissionais

declarados pela SEMMA possuem capacidade para analisar os impactos dos

empreendimentos e atividades licenciados pelo município.

É de suma importância uma equipe multidisciplinar contemplando analistas

dos meios físico, biótico e socioeconômico, para a análise de viabilidade ambiental

das atividades ou empreendimentos de forma correta. Ressalta-se que é

recomendado que a equipe técnica seja formada por servidores concursados do

município, tendo em vista a autonomia funcional dos mesmos e a segurança para

exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares e/ou políticos.

Referente as capacitações dos profissionais da Secretaria, a SEMMA

infirmou que nos últimos 12 meses os técnicos participaram de capacitação do PMV

em fevereiro de 2016.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Instrumentos para o controle do desmatamento

Devido ao fato de Novo Repartimento estar na lista do MMA e a situação

geral do desmatamento e do monitoramento das florestas nativas, o PMV classifica o

município como “Embargado”, sendo que a prioridade de ação do Programa para esta

categoria é o controle do desmatamento e o avanço no CAR (PMV, 2013). Estas ações

estão de acordo com os objetivos do MMA, que visam diminuir as taxas de

desmatamento e preconizam a transição para uma economia de base sustentável

(MMA, 2016).

Buscando sair do embargo, o município de Novo Repartimento assinou o

Termo de Compromisso com o Ministério Público Federal em novembro de 2010 e o

Pacto para o fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 15 de dezembro de

2011 e contou com as assinaturas de 4 entidades signatárias, com representações do

poder público e da sociedade civil organizada. O município assinou o repacto pelo fim

dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 10 de junho de 2016 e contou com as

assinaturas de 10 entidades signatárias.

De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente os desmatamentos

ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de desenvolvimento

sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas estão sendo

identificados e informados ao órgão federal responsável. O município criou grupo de

trabalho para apoiar o combate e controle do desmatamento no âmbito local.

Embora o município tenha cumprido algumas metas estabelecidas pelo

programa, Novo Repartimento ainda registra elevadas taxas anuais de

desmatamento, o que impossibilita a saída do município da lista do MMA.

Em reunião realizada em Novo Repartimento para tratar do Plano de

Prevenção, Controle e Alternativas ao Desmatamento municipal (PPCAD), os

participantes, por meio das discussões nas oficinas participativas associado aos

resultados obtidos com o Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento do município de

Novo Repartimento identificaram as principais problemáticas para o combate ao

desmatamento e propuseram ações estratégicas para superar essas dificuldades.

Essas contribuições culminaram na elaboração da minuta do PPCAD municipal que

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 88

será um documento norteador para o combate ao desmatamento e ao

desenvolvimento sustentável do município.

Programa de Regularização Ambiental (PRA)

O PRA, implementado no Estado do Pará pelo Decreto Estadual nº

1.379/2015, tem o objetivo de promover a regularização ambiental das posses e

propriedades rurais do Estado do Pará, em que tenha sido verificada a existência de

passivos ambientais, relativos às APP) ou reservas legais (RLs), no âmbito do CAR.

Em Novo Repartimento, a SEMMA não executa o PRA, e também não

possui uma norma específica que discipline o programa. Além disso, segundo a

SEMMA, nenhuma política de incentivos voltados a preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. A SEMMa também informou que não adota

nenhuma outra política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização

ambiental.

Salienta-se que embora a SEMMA tenha afirmado que o município não

adotou política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental,

sabe-se que a secretaria tem realizado o CAR, que é um dos instrumentos do PRA,

segundo o artigo 2º do Decreto Estadual nº 1.379/2015. Atualmente o município

possui 80,98% (Quadro 5.16) de CAR da área total cadastrável (SEMA-01/201627).

Quadro 5.16 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR do município de Novo Repartimento.

Município

Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)

Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)

Área CAR a ser cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

Km² % Município Km² % Cadastrada Km² % Restante

Novo Repartimento

11.831,60 76,84 9.581,60 80,98 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

27 Disponível em http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1505064

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 89

Instrumentos de Cooperação

De acordo com a SEMMA, o município possui acordo de cooperação

técnica e finaceira com o IEFLOR-BIO, a SEMAS e o PMV. Os principais objetos do

termo de cooperação são de compartilhamento/cessão de equipamentos, de

compartilhamento/ cessão de veículos e de compartilhamento/ cessão de tecnologias.

Além dos acordos de cooperação técnica, a secretaria informou que faz

parte de consórcio para a fiscalização nos municípios do entorno do Lago de Tucurui

e das áreas com desmatamento ilegal. Este consórcio envolve os muncpios de

Goianésia, Tucuruí, Breu Branco, Jacundá, Nova Ipixuna, Itupiranga e Marabá.

Considerando as articulações institucionais, a SEMMA informou que

participa de fóruns, conselhos gestores estaduais e federais e Conselho Gestor da

APA Tucuruí. A SEMMA citou como exemplo os fóruns promovidos pelo SEBRAE e

SENAR.

Referente à atuação do Ministério Público Estadual na gestão ambiental

local, a secretaria informou que o órgão é participativo, citando como exemplo pedidos

de informações, verificação de denúncias e recomendações de melhorias.

Contribuições do PMV para a Gestão Ambiental Municipal

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o PMV contribui

na gestão ambiental municipal por meio da infraestrutura utilizada para o combate ao

desmamento, dos pactos, do acompanhamento dos municípios através de

questionários e reuniões, que tem sido de grande valia para os gestores municipais.

Evidencia-se que o PMV, com a finalidade de associar o combate ao

desmatamento ao fortalecimento da produção rural sustentável, estabeleceu metas

aos municípios participantes do programa a serem implantadas em sua gestão

municipal. A seguir são apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelo município de Novo Repartimento:

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 90

Meta 1 - Pacto contra o desmatamento: O município de Novo Repartimento

assinou o Pacto para o fim dos Desmatamentos e Queimadas Ilegais em 15 de

dezembro de 2011 e o Repacto para o fim dos Desmatamentos e Queimadas

Ilegais em 10 de junho de 2016.

Meta 2 - Grupo de combate ao desmatamento: O Grupo Municipal de Combate ao

Desmatamento de Novo Repartimento foi criado em julho de 2013. Na reunião de

apresentação do Diagnóstico da Dinâmica do Desmatamento, o Grupo de

Combate ao Desmatamento foi reativado por meio da assinatura do termo de

reativação. Até o presente momento o decreto formalizando a criação do Grupo

Municipal de Combate do Desmatamento não foi apresentado.

Meta 3 - Atingir 80 % do CAR: o município de Novo Repartimento possui 80,98%

de CAR da área total cadastrável.

Meta 4 - Desmatamento menor que 40 km²: O município de Novo Repartimento

não possui taxa de desmatamento anual menor que 40 km².

Meta 5 - Verificação em campo do desmatamento: O município não realizou a

conferência em campo de todos os boletins de alerta de desmatamento recebidos

em 2016.

Meta 6 - Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia: Novo

Repartimento integra a lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7 - Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados: O

município possui Sistema Municipal de Meio Ambiente estruturado.

Das 7 metas estabelecidas pelo PMV o município de Novo Repartimento

cumpriu apenas 3. As metas relacionadas a criação do grupo de combate ao

desmatamento (Meta 2), desmatamento menor que 40 km² (Meta 4), verificação em

campo dos alertas de desmatamento (Meta 5) e não estar na lista dos municípios que

mais desmatam na Amazônia (Meta 6), não foram totalmente cumpridas.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 91

Boas práticas, inovações da gestão e outras políticas ambientais

implementadas

Nenhuma política de incentivos voltados a preservação e recuperação

ambiental foi criada pelo município. O município também não adotou nenhuma outra

política ambiental federal ou estadual com caráter de regularização ambiental.

O município informou que adota como estratégia para auxiliar o processo

de gestão, a conscientização sobre o lixo urbano, adoção de medidas contra a pesca

predatória. Além disso, também promove a Construção de parque de pneus para

crianças e arborização de praças e ambientes públicos entre outros.

Em relação à promoção de boas práticas e que estimule a participação

social na gestão ambiental, a SEMMA informou que promove eventos de orientação

e informação sobre os procedimentos de proteção ambiental. Além disso, disse que

realiza campanhas públicitárias por meio de mídias (rádio, televisão, cartazes) e que

promove palestras e debates.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 92

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 93

ANÁLISE INTEGRADA DA BASE LOCAL MARABÁ

Com base nos resultados do diagnóstico é possível realizar uma análise

integrada das informações de gestão ambiental que possam subsidiar políticas e

ações regionais de planejamento ambiental para a Base Local Marabá.

Secretarias Municipais de Meio Ambiente

Na Base Local Marabá todos os municípios possuem secretarias de meio

ambiente exclusivas. As secretarias de meio ambiente têm estruturas distintas. Em

metade dos municípios a sede das secretarias é própria, na outra metade locada. Em

75% da amostra a infraestrutura é adequada às possíveis funções de licenciamento,

controle e fiscalização do órgão ambiental, estando este percentual de secretarias

aparelhadas com equipamentos, veículos e embarcação em funcionamento (Quadro

6.1 e Figura 6.1).

A análise estatística da amostra de equipamentos da Base Local Marabá é

ilustrada pelo Quadro 6.1. Verifica-se que a distribuição destes equipamentos entre

as Secretarias Municipais de Meio Ambiente (SEMMA) é assimétrica e variabilidade é

grande com desvio padrão sempre acima de 36,9% do valor da média, chegando a

119,1% desta para o item computador. Para todos os equipamentos a SEMMA de

Bom Jesus do Tocantins ficou abaixo da média, sendo notável que este seja o

município com menor infraestrutura da Base Local Marabá. A secretaria deste

município conta com poucos equipamentos e nenhum veículo ou embarcação à

disposição.

Tem destaque o fato de que há em 75% das secretarias da Base Local

Marabá o uso de programas de georreferenciamento e acesso à internet, sendo que

apenas o município de Marabá, cujo órgão ambiental é muito estruturado, não conta

com estas ferramentas que atualmente tem se mostrado extremamente importantes

no auxílio ao controle, descoberta e monitoramento de aspectos ambientais

relevantes. Nenhuma das secretarias faz uso de sistemas de gerenciamento de

informações ambientais (Figura 6.1).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 94

Quadro 6.1 – Análise estatística dos equipamentos disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá.

Município Computador Notebook/

Laptop Carro Moto Embarcação GPS Decibelímetro

Máquina fotográfica

Bom Jesus do Tocantins

2 0 0 0 0 2 0 1

Itupiranga 7 3 2 4 2 4 2 2

Marabá 29 8 4 4 2 5 5 6

Novo Repartimento

4 8 4 5 1 3 2 1

Total 42 19 10 13 5 14 9 10

Máximo 29 8 4 5 2 5 5 6

Mínimo 2 0 0 0 0 2 0 1

Média 10,5 4,8 2,5 3,3 1,3 3,5 2,3 2,5

Mediana 5,5 5,5 3 4 1,5 3,5 2 1,5

Desvio Padrão 12,5 3,9 1,9 2,2 1 1,3 2,1 2,4

Coeficiente de variação (%)

119,1 83,1 76,6 68,2 76,6 36,9 91,6 95,2

Figura 6.1 - Disponibilidade de internet e sistemas de computador de interesse ambiental nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Todas as secretarias possuem algum tipo de recurso organizacional,

conforme demonstra a Figura 6.2. A SEMMA de Itupiranga é a melhor estruturada neste

aspecto. As ferramentas comuns são Termo de notificação e Auto de Infração usados

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 95

por todas as secretarias. O Cadastro técnico ambiental e o Termo de inutilização são

as ferramentas menos utilizadas nas secretarias. Há ainda ferramentas que não foram

citadas como utilizadas como, por exemplo: termos de embargo, de autorização, de

soltura, de responsabilidade e de ajustamento de conduta.

Figura 6.2 - Existência de recursos organizacionais nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

O quadro de funcionários das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Marabá tem 42% do pessoal lotado na área técnica (Quadro 6.2). A área

de serviços gerais possui 33% do quadro de funcionários e a área administrativa 25%,

conforme apontado pela Figura 6.3A. Grande parte do quadro de funcionários que

compõe as áreas administrativas e técnicas tem estabilidade, sendo os funcionários

efetivos dessas áreas correspondentes a 59% e 80% respectivamente (Figura 6.3D).

Em contradição com o verificado para a amostragem global, especificamente a

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 96

secretaria municipal de meio ambiente de Bom Jesus do Tocantins tem apenas um

funcionário efetivo na área administrativa e nenhum na área técnica. É, no entanto,

apenas nesta secretaria que há previsão para realização de concurso público (Figura

6.3B). Há um total de 06 estagiários compondo o quadro da secretaria municipal de

meio ambiente de Marabá.

O quadro de funcionários das secretarias de meio ambiente da Base Local

Marabá avaliado por estatística é apresentado pelo Quadro 6.2. Nota-se que a

existência e distribuição dos funcionários entre as secretarias municipais de meio

ambiente é assimétrica, com valores de média e mediana distintos em todos os

campos. A variabilidade é relativamente grande, com desvio padrão sempre acima de

43,8% do valor da média, chegando a 200% no referente aos estagiários.

Itupiranga é o município que apresenta menor quantidade total de número

de funcionários, mas, no entanto 75% deles são lotados na área técnica. Por outro

lado, Bom Jesus do Tocantins que tem o segundo maior quadro de funcionários da

Base Local, tem sua área técnica com apenas 12,5% do quadro de pessoal e a área

de área se serviços gerais com 79% dos funcionários.

Todas as secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá

realizaram capacitações de seus funcionários nos últimos 12 meses.

Quadro 6.2 - Análise estatística da distribuição dos funcionários disponíveis nas secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá.

Município Total de

profissionais Estagiários Área administrativa

Área técnica

Serviços gerais

Bom Jesus do Tocantins

28 0 4 2 22

Itupiranga 16 0 3 12 1

Marabá 46 6 12 18 10

Novo Repartimento 25 0 8 14 3

Total 115 6 27 46 36

Máximo 46 6 12 18 22

Mínimo 16 0 3 2 1

Média 28,8 1,5 6,8 11,5 9,0

Mediana 26,5 0,0 6,0 13,0 6,5

Desvio Padrão 12,6 3,0 4,1 6,8 9,5

Coeficiente de variação (%)

43,8 200,0 60,9 59,2 105,4

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 97

Figura 6.3 - Distribuição de funcionários das SEMMAs por área (A); Previsão de realização de concurso público para as SEMMAs (B); Presença de funcionários efetivos nas áreas administrativas (C) e técnicas (D) das SEMMAs.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Há profissionais de diferentes áreas de formação atuando nas secretarias

municipais de meio ambiente da Base Local Marabá. Predominam advogados,

engenheiros e profissionais da área das geociências (Figura 6.4). Destes profissionais,

89% possuem registros nos conselhos de classe (Figura 6.5). Verifica-se a carência de

profissionais vinculados às áreas socioeconômicas, os quais dispõem de

conhecimentos para realizar avaliação de impactos ambientais, proposição de

medidas, ações e programas em relação ao meio antrópico, bem como atuar junto a

comunidades tradicionais e indígenas.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 98

Figura 6.4 - Distribuição do quadro de funcionários por áreas de formação profissional.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 99

Figura 6.5 - Presença de profissionais com registro no conselho de classe.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Conselhos Municipais de Meio Ambiente

Todos os municípios da Base Local Marabá possuem conselhos de meio

ambiente com caráter deliberativo. Os conselhos são compostos por membros

titulares e suplentes. Como exposto na Figura 6.6A, observa-se que há mais

representatividade de entidades não governamentais (61%) do que de entidades

governamentais (39%). Em metade dos municípios os conselhos são paritários.

Os conselhos de meio ambiente dos municípios da Base Local Marabá se

reuniram ao menos uma vez a cada quatro meses nos últimos 12 meses, sendo que

metade dos conselhos se reuniu bimestralmente e um conselho se reuniu

mensalmente, o que mostra a atividade dos conselhos locais (Figura 6.6B). Por outro

lado, ainda que as reuniões tenham ocorrido com periodicidade verifica-se que nem

todos os conselhos têm deliberado resoluções. Desde a criação dos conselhos

somente 10 resoluções foram deliberadas, sendo duas resoluções nos últimos 12

meses (Figura 6.6C). Chama atenção o fato de que nenhuma destas resoluções foi

publicada pelo conselho de Bom Jesus do Tocantins, como demonstrado na Figura

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 100

6.6D. O conselho de meio ambiente do município de Marabá é o mais ativo do ponto

de vista deliberativo.

Figura 6.6 - Composição dos conselhos municipais de meio ambiente da Base Local Marabá (A); Periodicidade da realização de reuniões dos conselhos nos últimos 12 meses (B); Resoluções deliberadas pelos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (C); Resoluções deliberadas por cada um dos conselhos nos últimos 12 meses e desde a criação destes (D).

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Recursos e Fundos Municipais de Meio Ambiente

O correspondente a 75% das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Marabá declaram ter como fonte de recursos do órgão ambiental municipal

os repasses da prefeitura. Metade da amostra também reconhece como fonte de

recursos as arrecadações próprias (multas, taxas, etc.). Uma secretaria afirma receber

recursos de convênios. As secretarias municipais de meio ambiente de Marabá e

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 101

Novo Repartimento informaram como fontes de recursos das secretarias recursos

advindos de projetos e outras fontes. A secretaria municipal de meio ambiente de Bom

Jesus do Tocantins é a única que só tem como fonte de recursos os repasses

provenientes da prefeitura. As fontes dos recursos dos sistemas de gestão ambientais

declaradas pelos municípios da Base Local Marabá de é demonstrado pela Figura 6.7 a

seguir.

Figura 6.7 - Fonte de recursos dos sistemas de gestão ambiental municipais.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Todos os municípios da Base Local Marabá possuem fundos municipais de

meio ambiente criado por leis municipais. Os recursos dos fundos são utilizados

rotineiramente (pelo menos a cada 03 meses) em metade órgãos ambientais da Base

Local Marabá. Foram citadas como ações financiadas com recursos dos fundos: a

fiscalização, infraestrutura da secretaria, educação ambiental, capacitação dos

servidores e pagamento de contas. Todos os municípios declararam que o conselho

de meio ambiente acompanha os gastos da gestão ambiental, dos recursos oriundos

do fundo de meio ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 102

Os quatro municípios da base de Marabá recebem repasses referentes ao

ICMS Verde instituído pela Lei Estadual 7.638/2012 (regulamentada pelo Decreto n°

775/2013 e pela Portaria da Secretaria Executiva de Meio Ambiente 1.562/2013), que

em seu artigo 8º define que: “A destinação dos recursos oriundos do ICMS Verde será

definida em legislação municipal, com ênfase na operacionalização do Fundo

Municipal do Meio Ambiente, e sua gestão pelo Conselho Municipal do Meio

Ambiente”. No entanto, somente em Bom Jesus do Tocantins houve a

regulamentação municipal do ICMS Verde por lei datada de 2015. Nos outros

municípios não há regulamentação da destinação dos recursos do ICMS Verde para

os fundos municipais de meio ambiente. O repasse referente ao ICMS Verde é feito

para as prefeituras e a destinação dos recursos não é informada ao conselho ou

secretaria de meio ambiente dos municípios.

Legislação Ambiental dos Municípios

Os municípios da Base Local Marabá apresentam leis ambientais básicas

que estruturam legalmente o sistema municipal de meio ambiente e que asseguram o

estabelecimento formal das secretarias, conselhos e fundos ambientais.

Quanto à publicação de leis sobre temáticas específicas da esfera

ambiental (Figura 6.8), 100% dos municípios da Base Local Marabá possuem leis que

estabelecem a política (ou código) municipal de meio ambiente e 75% da amostra

possuem legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental de impacto local

e as sanções administrativas pelo seu descumprimento. Apenas o município de Bom

Jesus do Tocantins apresenta plano ambiental de acordo com as características locais

e regionais. O correspondente a 75% dos municípios da Base Local Marabá possuem

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano o município que não possui este, Bom

Jesus do Tocantins, tem população abaixo de 20.000 habitantes. Para o município de

Bom Jesus do Tocantins a exigência legal é de se ter Lei de Diretrizes Urbanas, mas

o município não a possui. Apenas o município de Marabá tem esta Lei de Diretrizes

Urbanas (25% da amostra).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 103

Figura 6.8 - Municípios da Base Local Marabá com leis publicadas sobre temáticas específicas da esfera ambiental.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Referente aos recursos normativos, os mais presentes nos municípios da

Base Local Marabá são Lei de Taxas, Instruções Normativas e Portarias e Resoluções

identificados em metade dos municípios. A secretaria de meio ambiente de Itupiranga

afirmou ter como único recurso normativo decretos e a secretaria de Marabá ICMS

Verde. Nenhum dos municípios da Base Local Marabá tem leis de Criação de

Unidades de Conservação e/ou Áreas Protegidas ou Manual de Fiscalização (Figura

6.9).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 104

Figura 6.9 - Municípios com recursos normativos da Base Local Marabá.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Como exposto anteriormente, somente Bom Jesus do Tocantins tem lei

municipal para regulamentar o uso dos recursos do ICMS Verde conforme legislação

estadual 7.638/2012 (regulamentada pelo Decreto /2013 e pela Portaria da Secretaria

Executiva de Meio Ambiente 1.562/2013). Complementando este item de legislação

ambiental destaca-se que os conselhos de meio ambiente de Itupiranga, Marabá e

Novo Repartimento possuem normativas deliberadas (Figura 6.6D).

Licenciamento Ambiental Municipal e Fiscalização

A Resolução COEMA n° 120/2015 permite que o Estado do Pará habilite

municípios para exercer a gestão ambiental municipal. Dentre as habilitações está o

licenciamento de empreendimentos e atividades de impacto ambiental local conforme

determina o art. 6º da Resolução CONAMA no 237/1997. A definição do conceito de

impacto ambiental local é dada pela Resolução COEMA nº 120/2015, em seu artigo

1º, sendo:

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 105

“qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população, as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais, dentro dos limites do Município”.

O anexo único da Resolução COEMA nº 120/2015 define a Tipologia de

impacto ambiental local / Tipologia compartilhada entre Estado e Municípios

determinando assim a competência destes entes federados no que se refere ao

licenciamento ambiental. O Estado do Pará, através de normativas da SEMAS lista

municípios com esta habilitação, sendo que a normativa mais recente corresponde a

Portaria SEMAS nº 179/2016, parcialmente atualizada pela Portaria SEMAS nº

1.421/2016, que traz em Anexo Único a lista de municípios.

Dentro deste contexto todos os municípios da Base Local Marabá possuem

capacidade para exercer a gestão ambiental.

Todos os municípios da Base Local Marabá afirmam realizar licenciamento

ambiental municipal e listam como atividades/ empreendimentos que licenciam

atividades agrossilvipastoris, pesca e aquicultura, comercial/serviços, industrial,

construção civil, queima controlada, pesquisa e lavra mineral, posto de combustível,

limpeza de pasto degradado (limpeza de juquira) e bar, casa noturna, lava jato,

borracharia, deposito de bebida, hospitais e gráfica (Figura 6.10). O correspondente a

75% dos municípios declaram monitorar as atividades que licenciam, Bom Jesus do

Tocantins declarou que não realiza monitoramento.

De forma complementar a capacidade para gestão ambiental dada pelo

Estado do Pará, há ainda o instrumento Convênio Delegação de Competência definido

pelo do artigo 5º da Lei Complementar n° 140/2011. No Convênio de Delegação de

Competência um termo é firmado entre a SEMAS e município. Neste o município

assume as atividades de licenciamento e de controle e fiscalização ambiental de

competência originária do Estado. Trata-se, portanto da ampliação das competências

do município para atividades de licenciamento e de controle e fiscalização ambiental.

O termo de Convênio de Delegação de Competência é assinado com a descrição

específica das atividades e/ou empreendimentos que o município passará a ter

competência para licenciar, controlar e fiscalizar, sendo a Instrução Normativa SEMAS

nº 005/2013 o instrumento jurídico que estabelece os procedimentos para celebração

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 106

deste convênio entre SEMAS e municípios do Estado do Pará. Nenhum município da

Base Local Marabá possui Convênio de Delegação de Competência com o Estado

para as atividades de licenciamento e de controle e fiscalização ambiental de

competência originária do Estado. O município de Itupiranga possui ações cooperadas

com o Estado para fiscalização e monitoramento da área da APA do Mosaico Tucuruí.

Figura 6.10 - Atividades que os municípios da Base Local Marabá realizam o licenciamento ambiental municipal.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

O artigo 8° da Resolução COEMA n° 120/2015 descreve que para a adesão

ao Programa Estadual de Gestão Ambiental Compartilhada, e assim o exercício da

competência do licenciamento ambiental os municípios deverão:

" I - Possuir legislação própria disciplinando o licenciamento ambiental e as sanções administrativas pelo seu descumprimento;

II - Ter implantado o Fundo Municipal de Meio Ambiente;

III - Ter implantado e em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente, com caráter deliberativo, tendo em sua composição, no mínimo, 50% de entidades representantes da sociedade civil organizada;

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 107

IV - Possuir nos quadros do órgão municipal do meio ambiente, ou a disposição do mesmo, profissionais legalmente habilitados para a realização do licenciamento ambiental, exigindo a devida Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), ou conselho profissional.

V - Possuir servidores municipais com competência e habilidade para exercício da fiscalização ambiental;

VI - Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes;

VII - Possuir plano ambiental, aprovado pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente, de acordo com as características locais e regionais.

Parágrafo único: Os incisos V, VI e VII deste artigo podem ser fixados como condicionantes a serem cumpridos pelo Município no decorrer do processo de gestão compartilhada.".

O Erro! Fonte de referência não encontrada. a seguir confronta as

exigências do artigo 8° da Resolução COEMA n° 120/2015 com as respostas

fornecidas pelas secretarias de meio ambiente dos municípios da Base Local Marabá.

Em Itupiranga, que se encontra capacitado para exercer a gestão ambiental, conforme

Portaria SEMAS nº 179/2016, é incompatível que o município não possua legislação

própria disciplinando o licenciamento ambiental e sanções administrativas pelo seu

descumprimento.

O município de Bom Jesus do Tocantins, declarou não ter a serviço de sua

área técnica nenhum servidor municipal efetivo, porém, foram citados alguns de

profissionais de nível superior (um administrador, um advogado, um engenheiro

florestal e um pedagogo) que atuam na SEMMA, possivelmente contratados. É

recomendável que o município disponha de um quadro mínimo de profissionais

efetivos (concursados), com o intuito de garantir a autonomia funcional dos mesmos

e a segurança para exercer suas atividades, sem submissão a interesses particulares

e/ou políticos. Este município, com população inferior a 20.000 habitantes, tão pouco

possui PDDU ou Lei de Diretrizes Urbanas.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Quadro 6.3 Atendimento às exigências do artigo 8° da Resolução COEMA nº 120/2015 dos municípios licenciadores.

Característica

Municípios

Bom Jesus do Tocantins

Itupiranga Marabá Novo

Repartimento

Possuir quadro técnico próprio ou em consórcio, bem como outros instrumentos de cooperação que possam, nos termos da Lei, ceder-lhe pessoal técnico, devidamente habilitado e em número compatível com a demanda das ações administrativas para o exercício da gestão ambiental, de competência do ente federativo

sim sim sim sim

Possuir legislação própria que disponha sobre a política de meio ambiente e sobre o poder de polícia ambiental administrativa, disciplinando as normas e procedimentos do licenciamento e de fiscalização de empreendimentos ou atividades de impacto ambiental local, bem como legislação que preveja as taxas aplicáveis

sim sim sim sim

Criar, instalar e colocar em funcionamento o Conselho Municipal de Meio Ambiente

sim sim sim sim

Criar, implantar e gerir, por meio de comitê gestor, o Fundo Municipal de Meio Ambiente

sim sim sim sim

Possuir, em sua estrutura, órgão executivo com capacidade administrativa e técnica interdisciplinar para o exercício da gestão ambiental municipal e para a implementação das políticas de planejamento territorial

sim sim sim sim

Possuir Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o Município com população superior a 20.000 habitantes, ou Lei de Diretrizes Urbanas, o Município com população igual ou inferior a 20.000 habitantes

não sim sim sim

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Todos os municípios da Base Local Marabá possuem ao menos duas

ferramentas formais para executar a fiscalização (Termo de notificação e Auto de

infração), no entanto, apenas com base no questionário aplicado não foi possível

identificar a atuação prática dos órgãos ambientais municipais quanto à fiscalização

de atividades potencialmente lesivas para o meio ambiente. Há indicativo da prática

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 109

da fiscalização em metade dos municípios já que há declaração de existência de

recursos provindos de fonte própria (ex.: multas, taxas etc.).

Segundo informações das secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Marabá as atividades mais impactantes são, primeiramente a falta de

saneamento básico, seguido de queimada ilegal e transporte ilegal de produtos

florestais. Metade dos aspectos ambientais foi definida como pertencentes à categoria

“requer acompanhamento/ monitoramento” o que ilustra a importância do

fortalecimento de ações de controle, monitoramento e fiscalização por parte dos

órgãos. A Figura 6.11 a seguir consolida as respostas dos municípios frente às

atividades.

Figura 6.11 - Classificação de aspectos ambientais quanto à importância para os municípios da Base Local Marabá.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Educação Ambiental e Participação Social na Gestão Ambiental

Todas as secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá

promoveram campanha de conscientização ou de educação ambiental nos últimos 12

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 110

meses. Campanhas foram promovidas em todos os municípios. Em todos os

municípios a sociedade local demanda ações ou campanhas de educação ambiental,

já havendo temas demandados identificados.

Nos quatro municípios que compõem a Base Local Marabá a temática

ambiental foi abordada nas disciplinas das escolas municipais de forma interdisciplinar

(transversal) nos últimos 12 meses. Isto representa uma boa prática que deve ser

estimulada. A realização de campanhas em parceria com escolas municipais é uma

forma de se garantir a formação de uma consciência ambiental na nova geração, bem

como de se formar multiplicadores e formadores de opinião. A Figura 6.12 consolida

as respostas dos municípios frente às atividades voltadas para a educação ambiental

realizadas nos últimos 12 meses.

Figura 6.12 - Atividades voltadas para a educação ambiental realizadas nos municípios da Base Local Marabá nos últimos 12 meses.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 111

Gestão Ambiental Compartilhada, Ações de Cooperação e Adesão a

Programas

Todas as secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá

afirmaram usar algum tipo de espaço ou evento para garantir e estimular a

participação social na gestão ambiental. Eventos de orientação e informação sobre

procedimentos de proteção ambiental e promoção de palestras e debates foram os

espaços descritos como mais usados sendo indicados por todas as secretarias

municipais de meio ambiente (Erro! Fonte de referência não encontrada.).

Além disso, todas as secretarias municipais de meio ambiente de Marabá

declaram usar ao menos um tipo de espaço de discussão para possibilitar a troca de

experiências, a construção e a produção de saberes (Erro! Fonte de referência não

encontrada.). O tipo de espaço mais usados são conselhos gestores estaduais e/ou

federais, usado por 50% da amostra.

Figura 6.13 - Espaços que o município utiliza para garantir e estimular a participação social na gestão ambiental.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 112

Figura 6.14 - Espaços de discussão que o órgão ambiental participa e que possibilita a troca de experiências, a construção e a produção de saberes.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Os entes federados devem compartilhar a gestão ambiental sendo parte do

Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) nos termos da Lei Federal n°

6.938/198128, e do Sistema Estadual de Meio Ambiente (SISEMA) segundo Lei

Estadual n° 5.887/199529. No que se refere ao apoio recebido do governo estadual

e/ou federal frente à gestão ambiental este foi reconhecido por 100% das secretarias

de meio ambiente municipais. O tipo de apoio mais comum é o técnico (capacitação,

orientação, elaboração de normativas, etc.) e infraestrutura. Apoios do tipo financeiro

ou de comando e controle (auxílio em ações de fiscalização, monitoramento) foram

indicados somente por 25% das secretarias cada. O correspondente a 75% dos

municípios descreveram ter ações cooperadas tanto com o órgão ambiental estadual

quanto com o federal.

28 Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm 29 Disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1995/05/09/9741/

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 113

Figura 6.15 - Consolida as respostas dos municípios frente à atuação associada aos órgãos estadual e federal de meio ambiente.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

A participação do Ministério Público Estadual na gestão ambiental dos

municípios é reconhecida por todas as secretarias municipais de meio ambiente da

Base Local Marabá, sendo o pedido de informações a ação mais recorrente (Figura

6.16). Metade das secretarias municipais de meio ambiente da Base Local Marabá

afirmaram possuir termos de cooperação. Um total de 75% da amostra possui

convênios e nenhum município possui consórcio para a gestão ambiental. O PRA não

é executado por nenhum dos órgãos municipais de meio ambiente da Base Local

Marabá (Figura 6.17).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 114

Figura 6.16 Tipo de participação dos MPE na gestão ambiental dos municípios da Base Local Marabá por município.

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 115

Figura 6.17 - Gestão ambiental dos municípios da Base Local Marabá quanto à existência de termos de cooperação (A), convênios (B), consórcio para a gestão ambiental (C) e de execução do PRA (D).

Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados às Secretarias Municipais de Meio Ambiente.

Quanto ao Programa Municípios Verdes, todos os municípios assinaram o

Termo de Compromisso para Controle do Desmatamento com o Ministério Público

Federal e celebraram o Pacto local. O correspondente a 100% das secretarias de meio

ambiente afirmou identificar e informar ao órgão federal responsável os

desmatamentos ocorridos em áreas protegidas, assentamentos, projetos de

desenvolvimento sustentável, acampamentos, terras indígenas e/ou quilombolas.

Itupiranga foi o único município da Base Local Marabá que ainda não criaram o grupo

de trabalho para apoiar o combate e o controle do desmatamento.

O correspondente a 75% dos municípios da Base Local Marabá (Itupiranga,

Marabá e Novo Repartimento) foram classificados na categoria do PMV como

Embargados, e a prioridade de ação neste município é o controle ao desmatamento e

avançar no CAR. Bom Jesus do Tocantins foi o único da base classificado como

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 116

Consolidado por apresentar médio risco de desmatamento onde o foco principal é a

inserção no CAR e a regularização dos passivos ambientais.

A seguir serão apresentadas as metas estabelecidas pelo PMV, bem como

uma análise de seu cumprimento pelos municípios envolvidos:

Meta 1: Pacto contra o desmatamento

Os quatro municípios que integram a Base Local Marabá assinaram o pacto

e o repacto contra o desmatamento.

Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento

Nenhum dos municípios da Base Local Marabá formalizou a criação do

Grupo de Combate ao Desmatamento.

Meta 3: Atingir 80 % do CAR

De acordo com o Quadro 6.4, observa-se que apenas o município de Bom

Jesus do Tocantins não atingiu a meta de 80 % de cadastramento dos imóveis rurais

considerando as áreas das propriedades com CAR. Os demais municípios da Base

Local Marabá já cumpriram a meta.

Quadro 6.4 - Comparação entre a área territorial, áreas passíveis de Cadastro Ambiental Rural (CAR) e área de propriedades rurais com CAR dos municípios da Base Local Marabá.

Município

Área CAR Cadastrável (Sema-05/2015)

Área CAR Cadastrada (Sema-01/2016)

Área CAR a ser cadastrada (Para Atingir

Meta de 80%)

Km² % Município Km² % Cadastrada Km² % Restante

Bom Jesus do Tocantins

2.136,33 75,85 1.557,69 72,91 151,37 7,09

Itupiranga 6.324,55 80,26 5.529,15 87,42 0,00 0,00

Marabá 11.545,21 76,31 9.938,53 86,08 0,00 0,00

Novo Repartimento

11.831,60 76,84 9.581,60 80,98 0,00 0,00

Fonte: SEMAS apud PMV (2015); SIMLAM (2016).

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 117

Meta 4: Desmatamento menor que 40 km²

Apenas os municípios de Bom Jesus do Tocantins e Itupiranga possuem

taxa de desmatamento anual menor que 40 km2, conforme mostra o Quadro 6.5.

Quadro 6.5 - Taxa anual de desmatamento em 2015 nos municípios da Base Local Marabá.

Município Taxa anual de desmatamento em 2015 (km2)

Bom Jesus do Tocantins 5,5

Itupiranga 28,1

Marabá 46

Novo Repartimento 73,8

Fonte: INPE (2016)

Meta 5: Verificação em campo do desmatamento

Os municípios de Itupiranga, Marabá e Novo Repartimento não realizaram

a conferência em campo dos boletins de alerta de desmatamento recebidos em 2016.

O município de Bom Jesus do Tocantins não recebeu alertas de desmatamento em

2016.

Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia

Dos municípios da Base, apenas Itupiranga não integrada a lista dos

municípios que mais desmatam na Amazônia.

Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados

Todos os municípios da Base Local Marabá possuem Sistema Municipal

de Meio Ambiente implantado e estruturado.

O Quadro 6.6 apresenta um resumo do status de cumprimento das metas

do PMV pelos municípios da Base Local Marabá.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 118

Quadro 6.6 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Marabá.

META Bom Jesus do

Tocantins Itupiranga Marabá

Novo Repartimento

Meta 1: Pacto contra o desmatamento Sim Sim Sim Sim

Meta 2: Grupo de combate ao desmatamento Não Não Não Não

Meta 3: Atingir 80 % do CAR* Não Sim Sim Sim

Meta 4: Desmatamento menor que 40 km² Sim Sim Não Não

Meta 5: Verificação em campo do desmatamento Sim Não Não Não

Meta 6: Não estar na lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia

Sim Não Não Não

Meta 7: Possuir Sistema e Órgão Municipal de Meio Ambiente Estruturados

Sim Sim Sim Sim

Fonte: PMV (2016); FLORAM (2016).

Figura 6.18 - Cumprimento das metas do Programa Municípios Verdes (PMV) nos municípios da Base Local Marabá.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 119

DIFICULDADES E ENTRAVES

Dificuldades e entraves foram identificados ao longo do processo de

desenvolvimento deste produto, sendo que o item ora apresentado busca expor de

forma geral os percalços.

Ressalta-se que muitos problemas puderam ser sanados com novas

consultas aos responsáveis pelo preenchimento dos questionários, bem como com

consultas aos técnicos da Secretária Extraordinária do PMV. Tal abordagem integrou

a metodologia deste diagnóstico da gestão ambiental, sendo que o exposto no

presente item remete não a estas dificuldades, mas sim àquelas que não foram

resolvidas.

O primeiro, mas não mais importante ponto de dificuldade e entrave foi

decorrente da resistência de algumas secretarias de meio ambiente em retificar as

respostas dadas no questionário. Com isso, algumas secretarias não entregaram ou

não enviaram em tempo hábil os questionários revisados, o que acaba por

comprometer a obtenção de um diagnóstico mais fidedigno da realidade local. De toda

forma, esse tipo de situação foi abordado como parte do resultado do estudo, sendo

um indicativo da dificuldade de parte das secretarias em organizar e sistematizar suas

informações de gestão.

Além dos municípios que não retificaram suas respostas, outra dificuldade

encontrada está na incoerência de parte das respostas apontadas pelas secretarias

municipais de meio ambiente. Em assim sendo, mesmo que questionários tenham

sido revisados há incoerências que demonstram certa imaturidade dos sistemas de

gestão ambiental em boa parcela dos municípios. Notadamente, percebe-se que

respostas inconsistentes e incoerentes são mais recorrentes nos itens referentes ao

Licenciamento Ambiental, Gestão Compartilhada e Legislação Ambiental. Abaixo,

buscou-se elencar pontos de atenção que representam limitações do presente

relatório:

- Legislação ambiental: há afirmações contrárias ao exposto nas leis

ambientais, principalmente estaduais e municipais, podendo indicar tanto que não

houve consulta prévia às mesmas como que pode estar havendo transgressões.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 120

- Conselhos de Meio Ambiente: conselhos foram declarados como

consultivos, mas tem claramente caráter deliberativos com inclusive resoluções

deliberadas. Há conselhos declarados como não paritários, em contrário a própria

normativa que o cria, sendo ainda observados conselhos com maior representação

de entidades governamentais

- Licenciamento Ambiental: há dificuldade de entendimento na maioria das

secretarias quanto à capacidade para exercer a gestão ambiental e a delegação de

competência do Estado. Há desconhecimento da competência para licenciar e das

atividades/empreendimentos que a competência abarca.

- Educação Ambiental: Desconhecimento das atividades de outras

secretarias que tem caráter de educação ambiental.

- Quadro de funcionários: Imprecisão quanto ao número de funcionários

das secretarias com diferentes informações prestadas a depender da pergunta feita.

- Gestão Compartilhada: Há desconhecimento de ações compartilhadas.

Há desconhecimento de convênios, consórcios e termos de cooperação ou

entendimento equivocado de conceitos.

Além do exposto foi ainda identificado que houve falta de respostas

objetivas e recorrência de respostas amplas, vagas ou que não respondiam à

pergunta o que dificultou a construção de uma análise mais coesa.

Por fim, pretende-se que a exposição destes pontos de fragilidade possa

servir tanto para relativizar o entendimento de algumas análises e apontamentos,

quanto para subsidiar encaminhamentos das próximas fases do programa,

notadamente o Plano de Monitoramento.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 121

RECOMENDAÇÕES

O diagnóstico da gestão ambiental da Base Local Marabá e a análise

integrada demonstraram uma grande discrepância da gestão ambiental entre os

municípios que compõe a amostra.

Notadamente observa-se uma grande defasagem do município de Bom

Jesus do Tocantins em relação aos demais sendo necessárias ações específicas para

estruturação deste município. Seu sistema de gestão ambiental é o menos

estruturado, sendo possível destacar dentre os aspectos avaliados os seguintes

pontos os quais se recomenda melhorias: (i) a secretaria de meio ambiente deste

município conta com poucos equipamentos e nenhum veículo ou embarcação à

disposição; (ii) a composição do quadro de funcionários é desequilibrada, sendo o

quadro técnico bastante restrito e sem funcionários efetivos e a área de serviços gerais

inflada; (iii) o conselho municipal nunca deliberou nenhuma resolução desde sua

criação; (iv) a única fonte de recurso são os repasses da prefeitura; (v) os recursos do

fundo municipal de meio ambiente não são utilizados rotineiramente; e (vi) o município

não dispõe de Lei de Diretrizes Urbanas ou de Plano Diretor de Desenvolvimento

Urbano.

O município Bom Jesus do Tocantins é o município da Base local Marabá

que possui a secretaria de meio ambiente menos estruturada. No diagnóstico deste

município foi verificado que há vontade política de se estabelecer melhorias no

sistema de gestão ambiental, ressalta-se que este município é o único da Base Local

Marabá que tem regulamentação municipal do ICMS Verde. Recomenda-se para este

município que fossem implementadas ações específicas de apoio à estruturação

física, técnica e formal para que o mesmo possa consolidar seu sistema de gestão

ambiental de forma prática.

As demais secretarias de meio ambiente da Base Local Marabá são bem

melhores estruturadas e apresentam aspectos negativos pontuais que precisam ser

implementados. Em termos de infraestrutura observa-se que estas secretarias se

encontram minimamente estruturadas, sendo, no entanto, recomendado que fosse

verificado se a atual infraestrutura disponível está em coerência com as demandas e

as necessidades da rotina de trabalho.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 122

Especificamente para a secretaria municipal de meio ambiente de Marabá

é recomendado implantar programas de georreferenciamento e o acesso à internet.

Para todas as secretarias de meio ambiente da Base Local Marabá

observou-se uma carência nas por profissionais da área socioeconômica sendo uma

recomendação prioritária a inclusão de um profissional com esta habilitação. Tal

recomendação é mais urgente nos municípios que tem como demanda a atuação

junto às comunidades tradicionais e indígenas, para identificar e analisar os impactos

sociais causados por empreendimentos e atividades licenciadas pelos municípios

nessas comunidades.

Diante do fato de quase todos os municípios da Base Local Marabá

apresentam classificação de Embargado faz-se necessário que fossem

implementadas capacitações dos técnicos das secretarias de meio ambiente para a

realização de ações de licenciamento, controle, monitoramento e fiscalização. Há

ainda de se avaliar a habilidade dos técnicos dos municípios no uso de ferramentas e

equipamentos. A capacitação é essencial no que se refere ao uso de GPS, programas

de georreferenciamento e sistemas de gerenciamento de informações ambientais.

Recomenda-se também a realização de capacitação da equipe técnica quanto ao

conhecimento da legislação ambiental. Recomenda-se também que fosse implantada

uma rotina de capacitações periódicas para que os conhecimentos não fiquem

desatualizados ou defasados, bem como para que se evite que novos funcionários

não sejam devidamente treinados.

Destaca-se que o PMV, por meio do Projeto Fundo Amazônia vem

promovendo capacitação e apoio a estruturação das secretarias visando o

atendimento das necessidades operacionais para o combate ao desmatamento ilegal,

através do monitoramento e fiscalização. Estão sendo fornecidos aos municípios pelo

PMV com o apoio do Fundo Amazônia, veículos tipo caminhonete 4x4, GPS de

navegação, máquinas fotográficas, computadores e impressoras, bem como

treinamento apropriado para a realização de todas as etapas necessárias desta

atividade. Além disso, o programa de capacitação em licenciamento de atividades

rurais do Projeto Fundo Amazônia executado pelo Programa Municípios Verdes

(PMV), visa atender aspectos normativos quanto ao papel subsidiário do Estado, no

sentido de apoiar tecnicamente os municípios e auxiliá-los no empoderamento da

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 123

gestão ambiental local, através do processo adequado de Licenciamento Ambiental

Rural (LAR).

No que se refere aos recursos organizacionais é desejável a rotina possa

ser padronizada de forma que se possa ter um acompanhamento do desempenho da

gestão ambiental dos municípios. Neste sentido é desejável que se possa rever a

existência e utilização dos recursos, devendo ser verificado se os mesmos integram

de fato a rotina de trabalho das secretarias municipais de meio ambiente, se precisam

ser aprimorados, implantados, simplificados ou atualizados. É recomendado que os

municípios utilizem um sistema de gerenciamento de atividades informatizado como

ferramenta para organizar o fluxo de trabalho e o acesso à informação.

Quanto aos recursos normativos verificou-se que nenhum dos municípios

da Base Local Marabá tem leis de Criação de Unidades de Conservação e/ou Áreas

Protegidas ou Manual de Fiscalização. É recomendado que este recurso fosse

implantado nos municípios.

Os conselhos municipais de meio ambiente devem ser fortalecidos como

espaço colegiado que objetiva integrar a população e o poder público na gestão

ambiental do município, de modo a promover políticas ambientais efetivas. Nesse

sentido, é recomendado a implementação de ações para o aprimoramento dos

conselhos, com foco no caráter consultivo e deliberativo destes. Faz-se necessário

ainda a manutenção de agenda de reuniões periódicas. Recomenda-se ainda que

dentre as indicações do poder público para os conselhos estejam as secretarias

municipais de meio ambiente e ainda as secretarias municipais de educação de modo

a fazer face ao que dispõe o inciso VI do artigo 225 da Constituição Federal e a PNEA

- Lei Federal nº 9.795/99. É aconselhável que faça parte da indicação do poder público

outras secretarias municipais que possam vir a ter interface com as ações voltadas

para a tutela do meio ambiente no município tais como secretarias municipais de

cultura, turismo, saúde e/ou infraestrutura.

Especificamente para os municípios de Bom Jesus do Tocantins e

Itupiranga cujos conselhos são menos ativos do ponto de vista deliberativo,

recomenda-se que fosse realizada a capacitação dos conselheiros quanto ao

entendimento de suas competências no sistema municipal de meio ambiente, bem

como das possibilidades de atuação da esfera política municipal de meio ambiente. É

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 124

desejável que ações de capacitação fossem realizadas para os conselheiros sempre

que houver substituição do titular ou suplente do cargo.

O diagnóstico referente aos fundos municipais de meio ambiente constatou

que em todos os municípios o fundo existe, mas a utilização dos gastos, no entanto

não é rotineira em todos os municípios e tão pouco há sempre controle dos gastos

pelos conselhos. Recomendam-se ações de capacitação das secretarias municipais

de meio ambiente para que estas possam administrar tais fundos e dos conselhos

municipais de meio ambiente para que estes possam realizar devido

acompanhamento da aplicação dos recursos e da prestação de contas.

Apenas Bom Jesus do Tocantins disciplinou por meio de lei do uso dos

recursos do ICMS Verde com previsão de destinação de recursos para os fundos

municipais de meio ambiente, sendo recomendado que esta regularização fosse

empreendida nos demais municípios.

Em referência ao licenciamento ambiental local é desejável que fosse

realizado capacitações nos municípios licenciadores quanto às suas competências

para o licenciamento definidas na Resolução COEMA nº 120/2015.

Quanto à de educação ambiental, recomenda-se atender às demandas da

sociedade local por ações ou campanhas sobre temáticas específicas já identificadas

e a elaboração de mecanismos que possam mapear continuamente outras demandas

por temas que fossem específicos ao município e à região onde este se insere. É

desejável que fosse estimulada a manutenção e implementação das ações de

educação ambiental empreendidas nas escolas de todos os municípios.

O diagnóstico demonstrou que todos os municípios da Base Local Marabá

têm ações focadas na gestão ambiental participativa e inclusiva, entretanto verificou-

se que as ações mais usadas não eventos expositivos. Assim sendo é desejável que

o uso de espaços com esta finalidade fosse aprimorado com o uso de mais espaços

que permitam a participação ativa e direta, com destaque para a realização de

audiências públicas e eventos participativos tipo mutirões. Maior participação das

secretarias municipais de meio ambiente em espaço de discussão para possibilitar a

troca de experiências, a construção e a produção de saberes é também desejável.

Quanto à gestão compartilhada, recomenda-se o aprimoramento e

estabelecimento de redes de cooperação, com incentivo ao estabelecimento de novos

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

Página 125

convênios, cooperações, consórcios e a colaboração entre órgãos municipais de meio

ambiente e entes do governo estadual e/ou federal, notadamente órgãos de meio

ambiente e promotorias públicas, bem como com a sociedade civil organizada. Maior

apoio financeiro e nas ações de comando e controle (auxílio em ações de fiscalização,

monitoramento) do governo estadual e/ou federal é desejável. Especificamente para

os órgãos ambientais de Itupiranga e Bom Jesus do Tocantins que não reconheceram

atuação das promotorias quanto à verificação de denúncias é interessante que se

promova fórum voltado para a análise deste tema, para que fosse avaliado se as

denúncias não estão sendo feitas ou sendo checadas sem a integração do órgão

ambiental municipal.

Sendo o meio ambiente área que permeia o campo de atuação de outras

secretarias municipais notadamente as secretarias de educação, de saúde, de cultura

e de infraestrutura, recomenda-se a execução de fóruns municipais entre as

secretarias para a definição de temáticas comuns às quais devem ser abordadas em

conjunto e elaboração de estratégias de atuação integradas.

Municípios licenciadores devem estar capacitados para licenciar e exercer

as funções de controle ambiental: monitoramento e fiscalização. Especialmente após

a concessão das licenças é importante que haja a verificação do atendimento no

cumprimento das condicionantes. Assim sendo é recomendado o estabelecimento de

uma rotina de controle com a criação de sistema de gerenciamento de atividades

informatizado que possa organizar o fluxo de trabalho. Nenhuma secretaria de meio

ambiente da Base Local Marabá faz uso de sistemas de gerenciamento de

informações ambientais, devendo estes ser implementado nas secretarias. É de se

destacar que metade dos aspectos ambientais foi definida como pertencentes à

categoria “requer acompanhamento/ monitoramento” o que ilustra a importância do

fortalecimento de ações de controle, monitoramento e fiscalização por parte dos

órgãos.

O PRA é executado por todas as secretarias de meio ambiente, porém

nenhum município possui norma própria específica disciplinando esse programa,

sendo recomendado que haja a normatização deste plano em todos os municípios.

Nos municípios classificados pelo PMV na categoria Embargado faz-se mais urgente

que esta ação fosse realizada. Recomenda-se que todos os municípios da base criem

grupo de trabalho para apoiar o combate e o controle do desmatamento.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Adicionalmente às recomendações já dispostas, recomendam-se ações de

fortalecimento do sistema de gestão ambiental local também como órgão de

prevenção e de prognóstico de impactos.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na Base Local Marabá todos os municípios apresentam secretarias de

meio ambiente exclusivas, conselhos de meio ambiente com caráter deliberativo,

fundos municipais de meio ambiente criados por leis municipais e leis que

estabelecem a política (ou código) municipal de meio ambiente, estando portando toda

a estrutura formal da gestão ambiental destes municípios formalmente estruturada.

Há necessidade de ações específicas voltadas para a implementação pratica dos

sistemas de gestão destes municípios, sendo que o presente diagnóstico apontou

pontos críticos e propôs recomendações de melhorias destes sistemas.

Ressalta-se que este relatório técnico limitou-se à análise dentro da

metodologia proposta de aplicação de questionário, mas de forma alguma pretendeu

esgotar o tema. A realidade da gestão ambiental municipal se faz muito mais complexa

que o exposto devendo ser a avaliação das limitações e a proposição de melhorias

contínuas.

À exceção do município de Bom Jesus do Tocantins, os demais sistemas

de gestão ambiental dos municípios da base de Marabá possuem estruturas

administrativas, técnicas e organizacionais mínimas adequadas ao exercício de suas

competências. Grande esforço de estruturação do sistema de gestão ambiental faz-

se necessária no município de Bom Jesus do Tocantins, enquanto que nos demais

municípios os esforços são de adequações, capacitações e acompanhamentos.

Ainda que o município de Bom Jesus do Tocantins seja o que apresenta

sistema de gestão ambiental menos estruturado este é o único município da base que

não é classificado como Embargado nos termos do PMV. Os municípios de Itupiranga,

Marabá e Novo Repartimento, mesmo que seus sistemas de gestão estejam

formalmente e fisicamente estruturados, ainda é necessário que haja grande

fortalecimento da atuação propriamente dita destes, visto a sua classificação como

“embargado” pelo PMV.

A eficácia da gestão ambiental municipal como um todo depende, em

grande medida, da força política que lhe é concedida e do apoio cooperativo que lhe

é prestado por outros órgãos governamentais ligados à temática ambiental.

Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO

A Floram Engenharia e Meio Ambiente, representada por seu Responsável

Legal e Coordenador Geral do Contrato 010/2015, Eng. Agr.º Paulo Tarcísio Cassa

Louzada, pelo Coordenador Técnico do Contrato 010/2015, Biol. Augusto Luciani

Carvalho Braga e pela Coordenadora Setorial, Eng.ª Ftal. Samira Mahmud Kuwar, se

declaram responsáveis pela elaboração do presente relatório e atestam a veracidade

e qualidade das informações ora apresentadas.

Paulo Tarcísio Cassa Louzada CREA 34.536/D Coordenador Geral Engenheiro Agrônomo Augusto Luciani Carvalho Braga CRBIO 44.253/04-D Coordenador Técnico Samira Mahmud Kuwar CREA/RS 149889 Coordenadora Setorial

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Programa Municípios Verdes P7- Base Marabá

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Tribunal de Contas da União. Cartilha de licenciamento ambiental. 2ª ed.

Brasília: TCU, 4ª Secretaria de Controle Externo, 2007.

_______ Lei Federal N°. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e

dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 02/09/1981, p.16.519.

______ Lei Federal N°. 10.257 de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e

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outras providências. Brasília, DOU de 11.7.2001 e retificado em 17.7.2001.

______. Lei Complementar n° 140 de 08 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos

termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da

Constituição Federal, para cooperação entre União, os Estados, o Distrito Federal e

os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência

comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio

ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das

florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Brasília, DOU de 09/12/2011 e retificado em 12/12/2011.

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BURSZTYN, Maria Augusta Almeida. Gestão ambiental: instrumentos e práticas.

Brasília: IBAMA, 1994.

KHOURY, L; Ligeiro, I; Rocha, P; Santana, J; Lima, L. Ministério Público do Estado

da Bahia. O Papel do Ministério Público no Acompanhamento da Implementação

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SCHULT, Sandra Irene Momm. Conselho Municipal de Meio Ambiente: um guia

prático - Blumenau: Projeto Piava, 2006.

ANEXOS

Anexo I – Cópia dos e-mails enviados para as secretarias;

Anexo II – Questionário tabulado dos municípios de Bom Jesus do Tocantins,

Itupiranga, Marabá e Novo Repartimento.

Anexo III – Portaria SEMAS nº 179, de 11 de fevereiro de 2016 e Portaria SEMAS nº

1.421, de 12 de agosto de 2016;

Anexo IV – Comunicado SEMAS com a relação de municípios que possuem

capacidade para exercer a gestão ambiental;

Anexo V – Resolução COEMA nº 120 de 28 de outubro de 2015;

Anexo VI – Lei Municipal nº 366/2011 de Bom Jesus do Tocantins.