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Diagrarte Editora Publicação de livros, revistas, material ......Braz Rosas, Raylton Alves, Renilson Assis e Tatiana Ribeiro. Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier Projeto Gráfico:

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y ?

3 Uma reflexão sobre a Água

5 Minas Gerais adere ao Pacto Nacional pela Gestão das Águas

6 2014 Ano Internacional da Agricultura Familiar

7 Associação Terras Altas da Mantiqueira comemora 15 anos

8 A conexão do Homem com a Natureza

9 Pensamento sustentável e mobilidade urbana

10 A importância da imagem

12 Tuberculose, o velho fantasma ainda assom- bra o desenvolvimento de novos fármacos

13 Afinal, o que as pessoas buscam?

14 Doença de Alzheimer

15 A importância do exame oftalmológico em recém-nascidos e crianças

16 A medida da dor

18 Nova técnica para tratamento da ATM e Dor Miofascial — Agulhamento à seco

20 Sustentabilidade urbana

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda-ME

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

Colaboradores

Articulistas: Beatriz Ferreira Neves, Dr. Carlos Vinícius Ferreira Motta, Dra. Gracia Costa Lopes, Dr. João Batista Macedo Vianna, José Aparecido da Silva, José Maurício Carneiro da Silva, Dr. Maurício Frota Saraiva, Paulo José Braz Rosas, Raylton Alves, Renilson Assis e Tatiana Ribeiro.

Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Capa: Foto cachoeira — Sthênio Maia (35) 9986-5306

Vendas: Diagrarte Editora Ltda-ME

Impressão: Resolução Gráfica

Tiragem: 3.000 exemplares impressos e 20.000 eletrônico

Distribuição Gratuita - impressa e eletrônica

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores.

Direitos reservados. Para reproduzir é necessário citar a fonte.

Faça parte da Naturale e integre esta corrente pela informação e pelo bem.

Anuncie: (35) 9982-1806 e-mail: [email protected]

Acesse a versão eletrônica:

www.diagrarte.com.br

Impresso no Brasil com papel originado de florestas renováveis e fontes mistas.

expediente

Nesta edição propomos uma reflexão sobre a Água. Como nos relacionamos com este elemento que ao mesmo tempo é também nosso alimento, fonte de bem estar, pode ser utilizada para cura, mas se não for potável pode nos trazer doenças. Como a utilizamos, co-mo tratamos os rios, lagos, cachoeiras, praias?... Em nossos passeios estamos atentos para deixá-los limpos, preservados? E quem tem o privilégio de ter uma nascente em sua propriedade, como a tem pre-servado? A água é um bem essencial à vida planetária, mantê-la viva e utilizá-la com consciência é tarefa de todos nós.

Agradecemos a todos os apoiadores, pois atingimos a marca de 20.000 exemplares na distribuição eletrônica da Naturale, além da ver-são impressa! São nossos novos parceiros o Instituto Federal Sul de Minas que possui Campus nas cidades de Inconfidentes, Machado, Muzambinho, Passos, Poços de Caldas, Pouso Alegre e Polos em An-dradas, Cambuí, Jacutinga, Ouro Fino, São Gonçalo do Sapucaí, São Lourenço, Itanhandu, Cambuquira, Caxambu e Três Corações; a KLA Educação Empresarial; o Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes que abrage 22 cidades (Alfredo Vasconcelos, Antônio Carlos, Barbace-na, Barroso, Carrancas, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Dores de Campos, Entre Rios de Minas, Ibituruna, Itutinga, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Nazareno, Piedade do Rio Grande, Prados, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São João Del-Rei, São Tiago e Tirandes); o Circuito Turístico Lago de Furnas que contempla 9 cidades (Alfenas, Areado, Fama, Divisa Nova, Mon-senhor Paulo, Campos Gerais, Serrania, Paraguaçu e Elói Mendes); e a Fascínio Beleza e Arte.

A Naturale amplia sua distribuição e a oportunidade de negócios para seus parceiros, que passam a ter muito mais visibilidade!

Faça você também parte desta rede. Boa leitura!

Elaine Pereira

Naturale26a edição Abril/Maio - 2014

ISSN 2237-986X

Caro leitor

Apoio para distribuição:

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A questão da Água tem feito parte frequente do noticiário nas últimas dé-cadas, seja pela falta ou pelo excesso de chuvas. A seca ou as inundações trans-formam a vida de milhares de pessoas no mundo.

Nosso planeta é formado por ¾ de água, e deste montante apenas “2,5% da água que cobre o planeta é doce, mas na prática, apenas uma fração mínima está disponível para a população de for-ma sustentável: ínfimos 0,007%”, afirma Benedito Braga, Presidente do Conselho Mundial da Água.

Quando ouvimos a palavra água, instantaneamente nos vem à mente a água que bebemos, que utilizamos no preparo do alimento, no banho e para a limpeza geral, o que chamamos de ne-cessidade básica. Para a sobrevivência não só humana como a de todo o pla-neta ela é indispensável, incluindo aqui o sistema atmosférico.

Bem, segue então a seguinte refle- xão: tirada a primeira imagem da neces-sidade pessoal básica, se perguntarmos uma segunda vez sobre a água, muitos poderão se lembrar de cachoeiras, rios, praias, piscinas, oceanos, lagos... Mas

Uma reflexão sobre a

Por Elaine Pereira

será que nos damos conta que este elemento está presente em nosso dia a dia em absolutamente tudo que utiliza-mos?

Toda a rede industrial, independen- te do produto, seja ele uma folha de papel, um móvel, uma grade, a constru- ção de uma casa, o automóvel, o teci-do, enfim, tudo que temos a nossa volta, em alguma etapa de sua produção uti-lizou água. Nem precisamos ressaltar aqui os alimentos, que desde o sistema de irrigação até a produção final, seja in-dustrializado ou não, a utiliza.

Para o mundo moderno que tem acesso à água potável – benefício este que não é para todos, pois 13% da po-pulação mundial não tem acesso a ela (Estudo feito pela ONU entre 1990-2008) – é muito simples abrir a torneira, e se não houver água, ligar para a Companhia de Abastecimento e reclamar. Mas se-rá que lembramos que se este precioso bem não for utilizado de forma correta poderá se extinguir?

A natureza é sábia e, por muitas vezes, nos dá sinais sobre as mudan-ças climáticas. Hoje, presenciamos uma estiagem como não víamos há muitos

anos. Na região sudeste choveu pou-co este ano, as chuvas estão abaixo da média para o período. Em São Pau-lo, por exemplo, o Sistema Cantareira que abastece milhões de pessoas es- tá com apenas 12% de sua capacidade por falta de chuva, e este sistema utili-za água do interior do estado, ou seja, não basta apenas chover em cima da represa, vários outros rios e nascentes a abastecem e também tiveram diminui-ção em seus níveis. O Lago de Furnas em Minas Gerais também sofre com grande diminuição de sua capacidade.

Não é apenas a água para consu-mo básico que começa a ser racionada, temos sim que aprender a economizar e respeitar este bem, levando em conta que toda uma cadeia produtiva pode ser afetada, inclusive a de geração de ener-gia, da qual nos tornamos também tão dependentes.

Para entender de onde vem a água, é preciso relembrar os estados físicos em que ela se encontra:

ª Água em estado gasoso – na atmos- fera, proveniente da evaporação de to-das as superfícies úmidas – mares, rios e lagos;

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Água

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ª Água em estado líquido – nos oceanos (água salgada), rios e lagos (água doce) e no subsolo, constituindo os chamados lençóis freáticos.

ª Água em estado sólido – nas regiões frias do planeta, nos polos.Toda a água do planeta se mantém em constante movimento, passando de um

estado (sólido, liquido, gasoso) a outro, promovendo assim a vida na Terra, dentro do chamado ciclo hidrológico. As copas das árvores podem interceptar até 25% da água que cai como chuva, o restante escoa pela superfície do solo ou nele se infiltra e segue os cursos d´água para chegar até o mar.

A preservação da mata ciliar nas nascentes e beiras de rios precisa ser cada vez mais incentivada, é necessário que estas áreas estejam protegidas, bem como as en-costas, pois a água da chuva precisa ser absorvida pela terra para infiltrar e abastecer os lençóis freáticos, o que não ocorre em áreas descobertas (nos referimos aqui a áreas sem vegetação ou impermeabilizadas), pois a água da chuva cai e segue seu percurso levando tudo o que encontra pela frente e não se fixa no solo. Quem sabe agora, com o quadro atual, se entenda melhor o porquê da importância do Código Florestal. Preservar as nascentes e as florestas é uma questão de sobrevivência da espécie e não apenas para simplesmente frear o desmatamento e o uso irregular da água. Deixamos aqui um apelo aos produtores e proprietários de áreas rurais, a mina d’água que está em sua propriedade é o bem mais precioso que há em suas terras, por isso preserve-a.

Não pretendemos aqui parecer apo- calípticos, mesmo porque para quem tem água mineral em sua propriedade pode parecer que ela nunca acabará, mas precisamos sim acordar para a rea- lidade mundial e ver que a escassez é um problema global e que este precioso bem pode faltar...

Vamos a alguns dados: Segundo Vicente Andreu Guillo, di-

retor-presidente da Agência Nacional de Águas, “Nosso País tem características geográficas e históricas que explicam a aparente contradição entre abrigar uma das maiores reservas hídricas do plane-ta e ainda assim enfrentar problemas de escassez. Nossa expansão urbana aconteceu de forma acelerada, recen-te e desordenada, acumulando grandes déficits na prestação desses serviços, que atingem especialmente as populações de baixa renda em pequenos municípios ou nas periferias dos grandes centros ur-banos. Hoje, 84% dos brasileiros vivem nas cidades e um dos principais desa-

fios, do ponto de vista do abastecimento de água, consiste no fato dessa popula-ção estar concentrada em regiões onde a oferta de água é mais desfavorável. Apesar do Brasil possuir cerca de 12% da água doce superficial disponível na Terra, há uma distribuição territorial na-tural bastante desigual desses recursos. A região Hidrográfica Amazônica – que abrange os estados do Amazonas, Ama-pá, Acre, Rondônia, Roraima e grande parcela do Pará e Mato Grosso, – con-centra 81% da disponibilidade de água em 45% da extensão territorial do País. Pouco mais da outra metade do territó-rio possui, portanto, menos de 20% dos recursos hídricos. Nesta outra metade do País, temos um de nossos maiores desafios: boa parte da população urba-na está nas áreas litorâneas, como nas Regiões Hidrográficas do Atlântico (Sul, Sudeste, Leste, Nordeste Ocidental e Oriental), onde estão 45% da população que dividem apenas 3% da água dispo- nível. A Região Hidrográfica do Paraná, por exemplo, onde estão 36% dos bra- sileiros, dispõe de apenas 6% dos recur-sos hídricos superficiais”.

No chamado “desenvolvimento ur-bano”, os rios passaram a receber todo tipo de dejetos e a ação humana matou assim uma de suas maiores preciosida-des: a água dos rios. A Rede das Águas – SOS Mata Atlântica, relata que: “Du-rante séculos o homem utilizou os rios

como receptores dos esgotos das cidades e dos efluentes das indústrias que reúnem grande volume de produtos tóxicos e metais pesados. Essa prática resultou na morte de enormes e importantes rios – no estado de São Paulo o maior exemplo é o rio Tietê que corta o estado de leste a oeste, com 1.100 km de extensão, seguido dos rios Jun-diaí, Piracicaba, Pinheiros e outros bastante degradados e castigados pela poluição. Além da poluição direta, por lançamento de esgotos, falta de sistemas de tratamento de efluentes e saneamento, há a chamada poluição difusa, que ocorre com o arras-to de lixo, resíduos e diversos tipos de materiais sólidos que são levados aos rios com a enxurrada. Ao "lavar a atmosfera", a chuva também traz poeira e gases aos corpos d'água. Nas zonas rurais, os maiores vilões da água são os agrotóxicos utili-

Embora exista muita água no

planeta, o maior volume, 97,5%,

está nos oceanos e é salgada:

apenas 2,5 % é doce, mas está

concentrada nas regiões polares,

congelada. Resta à humanidade

0,7% da água doce da Terra,

armazenada no subsolo, o que

dificulta sua utilização. Somente

0,007% está disponível em

rios e lagos superficiais.

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zados nas lavouras, seguidos do lixo que é jogado nas águas e margens de rios e lagos, além das ativida- des pecuárias como a suinocultura, esterqueiras e currais, construídos próximos aos cursos d´água. Há ainda acidentes com transporte de cargas de resíduos perigosos e tó-xicos, rompimento de adutoras de petróleo, óleo, de redes de esgoto e ligações clandestinas. Em algumas regiões, as fossas negras e os lixões podem contaminar os lençóis freá-ticos. A contaminação de riachos e rios e a falta de saneamento básico abriram as portas para as doenças de veiculação hídrica, transmitidas diretamente através da água, como a cólera, febre tifóide, febre parati-fóide, desinteria bacilar, amebíase ou desinteria amebiana, hepatite in- fecciosa, poliomielite. E as transmi- tidas indiretamente, como a esquis-tossomose, fluorose, malária, febre amarela, bócio, dengue, tracoma, leptospirose, perturbações gastro- intestinais de etiologia escura, infec-ções dos olhos, ouvidos, garganta.”

Estes são apenas alguns dados que nos fazem refletir sobre nosso posicionamento perante a água, não apenas no que diz respeito ao nos-so próprio consumo, que podemos rever e adquirir novos hábitos, mas também a observação, cobrança e colaboração em nosso município em ações práticas de políticas pú-blicas sobre saneamento, cuidado com rios e nascentes e conscienti-zação da população.

Seja você um agente

de mudança e

da preservação da Água!

Mantenha-a viva!

Minas Gerais adere ao Pacto Nacional pela Gestão das Águas

Minas Gerais é o mais novo estado a aderir ao Pacto Nacional pela Gestão das Águas com a assinatura do Decreto nº 46.465/2014, de 27 de março de 2014, pelo governador Antonio Anastasia. O documento confirma a adesão voluntá-ria ao Pacto, o qual é uma iniciativa da Agência Nacional de Águas (ANA) que disponibilizará cerca de R$ 100 milhões nos próximos cinco anos para estimular a gestão de recursos hídricos na esfe-ra estadual. A iniciativa da ANA prevê até R$ 3,75 milhões para cada uma das unidades da Federação que aderirem vo-luntariamente.

Segundo o Decreto, o Instituto Mi-neiro de Gestão das Águas (Igam) foi a entidade indicada pelo governador para coordenar as ações do Pacto em Minas e fica habilitada a solicitar a inscrição no Progestão, que é o Programa de Conso-lidação do Pacto Nacional. Também já aderiram à iniciativa da ANA outros 22 estados: Paraíba, Acre, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Paraná, Piauí, Mato Grosso, Rondônia, Sergipe, Maranhão, Santa Ca-tarina, Rio Grande do Norte, Goiás, Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio de Janei-ro, Tocantins, Pará, Pernambuco, Ceará, Bahia e Espírito Santo.

Os recursos financeiros do Proges- tão só são liberados após o cumpri-mento de metas fixadas pelos estados e aprovadas por seus respectivos conse-lhos estaduais de recursos hídricos. Num primeiro momento, haverá o desembol-so de até cinco parcelas de R$ 750 mil por unidade da Federação. Com isso, a ANA visa a incentivar o fortalecimento

dos sistemas estaduais de gerenciamen-to de recursos hídricos através de ações que melhorem a implantação dos instru-mentos de gestão previstos pela Política Nacional de Recursos Hídricos e pelas políticas estaduais.

O Progestão estimula os estados a adotarem várias ações, como: o aper-feiçoamento da rede de monitoramento quantitativo e qualitativo de rios, for-mação de banco de dados relativos à disponibilidade hídrica ou emissão de outorga (autorização) para uso dos re-cursos hídricos, elaboração de estudos e planos de bacia, capacitação ou implan-tação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos.

Além de buscar fortalecer institu-cional e operacionalmente a gestão de recursos hídricos em âmbito estadual e melhorar a articulação entre o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh) e os sistemas esta-duais, o Programa tem o objetivo de construir um sistema nacional para a go-vernança eficaz que garanta a oferta de água em quantidade e qualidade para os brasileiros no presente e no futuro.

Sabendo das diferenças regionais entre as unidades da Federação, a ANA oferece uma metodologia para que elas possam aderir ao Pacto e se classifiquem de acordo com sua estrutura institucio-nal e com a complexidade do processo de gestão local. Assim, cada estado po-de definir suas próprias metas de acordo com as necessidades atuais na área de gestão de recursos hídricos, associadas a uma visão de futuro.

Por Raylton Alves (ASCOM/ANA)

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2014 Ano Internacional da

Agricultura FamiliarO Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF)

2014, decretado pela ONU (Organização das Nações Unidas), aumenta a visibilidade da agricultura familiar e dos pequenos agricultores, focalizando a atenção mun-dial em seu importante papel na erradicação da fome e da pobreza, da provisão de segurança alimentar e nutri-cional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e desen-volvimento sustentável nas áreas rurais.

O objetivo do AIAF 2014 é reposicionar a agricultu-ra familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado. O AIAF 2014 vai promover uma ampla discussão e cooperação no âmbito nacional, regional e global para aumentar a conscientização e entendimento dos desafios que os pequenos agricultores enfrentam e ajudar a identificar maneiras eficientes de apoiar os agricultores familiares.

Por que a agricultura familiar é importante?

ª A agricultura familiar e de pequena escala está inti-mamente vinculada à segurança alimentar mundial.

ª A agricultura familiar preserva os alimentos tra-dicionais, além de contribuir para uma alimentação balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.

ª A agricultura familiar representa uma oportunidade para impulsionar as economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destina-das a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.

O que é agricultura familiar?

A agricultura familiar inclui todas as atividades agrícolas de base familiar e está ligada a diversas áreas do desenvolvimento rural. Consiste em um meio de or-ganização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola que são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mão- de-obra familiar, tanto de mulheres quanto de homens.

Tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, a agricultura familiar é a forma predominante no setor de produção de alimentos.

Em nível nacional, existe uma série de fatores que são fundamentais para o bom desenvolvimento da agri-cultura familiar, tais como: condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; disponibilidade de educação especiali-zada; entre outros.

A agricultura familiar tem um importante papel so-cioeconômico, ambiental e cultural. (Fonte: ONU)

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Agência Nacional de Águas abre inscrições para Prêmio ANA 2014

Até 30 de maio estarão abertas as inscrições para o Prêmio ANA 2014. Em sua 5ª edição, a premiação bienal busca reco-nhecer boas práticas relacionadas a água em sete categorias: Empresas; Ensino; Governo; Imprensa; Organismos de Bacia; Organizações Não Governamentais (ONG); e Pesquisa e Inova-ção Tecnológica. Os trabalhos devem contribuir para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos do País. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas através do hotsite do Prê-mio ANA: www.ana.gov.br/premio.

A premiação também busca identificar ações que estimu-lem o combate à poluição e ao desperdício e apontem caminhos para assegurar água de boa qualidade e em quantidade suficien-te para o desenvolvimento das atuais e futuras gerações.

O Prêmio ANA 2014 terá uma Comissão Julgadora compos-ta por membros externos à ANA e com notório saber na área de recursos hídricos ou meio ambiente. Um representante da Agên-cia presidirá o grupo, mas sem direito a voto. Os critérios de avaliação dos trabalhos levarão em consideração os seguintes aspectos: efetividade; impactos social e ambiental; potencial de difusão; adesão social; originalidade; e sustentabilidade finan-ceira (se aplicável).

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A Conexão do Homem com a Natureza

"Todos somos filhos da Terra e do Céu, do mar e das estrelas. Somos filhos da água e do vento, do ar e do fogo. So-mos filhos do Sol e da Lua e devemos escutar a Natureza e a Terra como se fossem nossa Mãe." (Do livro Kin Forest, de Suryavan Solar.)

Somos todos feitos de terra, água, ar e fogo. Repare bem:A Terra é o corpo físico, os ossos, mús-culos e órgãos, remete à nossa saúde física, bem-estar, prosperidade.A Água é o sangue, o corpo emocional remete aos sentimentos e relaciona-mentos com os outros homens e com a natureza.

O Ar é isso – o ar que respiramos, cor-responde ao corpo mental, remete aos conhecimentos, pensamentos, anseios, expectativas.

O Fogo é a alma, o corpo espiritual, a Centelha Divina que nos conecta com o Criador do Universo.

Há muito tempo a humanidade per-deu a conexão com a Natureza interna e externamente.

Voltado somente para si, "o Homem inconsciente, que constrói cidades de zumbis consumidores, que seca a terra, contamina as águas, arrasa os bosques, que extermina a Natureza, assassina pessoas, animais e peixes para satisfa- zer sua fome descontrolada, muito em breve perecerá". (do livro Kin Forest, de Suryavan Solar).

O século XXI teve início com um grito forte e ensurdecedor: a SUSTEN- TABILIDADE.

Se o homem contemporâneo não escutar este grito, está fadado à extin-ção.

Embora a palavra esteja desgas- tada, seu conceito original é ainda des- conhecido por muitos e praticado por poucos.

Relacionando os quatro pilares da

Sustentabilidade com os Quatro Ele-mentos da Natureza, temos:

1. Sustentabilidade Econômica – Ter-ra – o Homem e a prosperidade. Tratada com amor, a Terra devolve ao Homem a Abundância e à Natureza uma profusão de raízes, troncos, folhas, flores, frutos e sementes para alimentar todos os seres do Planeta.

2. Sustentabilidade Ambiental – Água – o Homem e o Meio-ambiente. Enten-der e preservar o bom relacionamento dos Homens entre si e com a Natureza.

3. Sustentabilidade Cultural – Ar – o Homem transmitindo, de geração em geração, seus fazeres, seus saberes e o processo histórico da Humanidade.

4. Sustentabilidade Social – Fogo – o Homem e seu papel na Comunidade. Despertar e orientar o Indivíduo para contribuir com a Coletividade, estimular a partilha dos Talentos com Bondade e Amor.

Por José Maurício Carneiro

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Sobre Talentos, Mauro Press Mak-suri (no livro A Era dos Talentos), dispõe quatro grandes grupos de Talentos Ele- mentares, relacionados aos Quatro Ele-mentos da Natureza: O Prático (Terra), o Sensível (Água), o Intelectual (Ar) e o Transformador (Fogo). Maksuri descre-ve cada um deles e também aborda os Talentos de Realização Pessoal e Profis-sional.

Os talentos combinados entre si de infinitas maneiras, refletem a diversi-dade inerente ao Ser Humano, Único e Insubstituível, que pode promover uma mudança na Humanidade, à medida que cada um cumpre sua Missão no Mundo.

Agora, sobre Missão Pessoal de cada Ser Humano, precisamos compre-ender que:

1. Ela deve ser profundamente reconhe-cida pelo Indivíduo;

2. Os passos para cumpri-la devem ser devidamente planejados, de preferência com o apoio de um Coach Consciente.

3. Suas tarefas e metas, determinadas ao longo do tempo, deverão considerar as 12 prioridades da Vida e ser cumpridas com a indispensável e boa disciplina.

Pensamento sustentável e mobilidade urbana: instituições de Pouso Alegre pedalam rumo ao futuro

ACIPA e SINDVALE dão o primeiro passo, ou melhor, a primeira “pedalada” por uma Pouso Alegre com menos carros

Pouso Alegre possui hoje uma das maiores frotas do Sul de Minas, com aproximadamente 70 mil automóveis. Este número representa não apenas a força da economia local, mas também mui-to tempo perdido diariamente em congestionamentos, além da con-tribuição contra o meio ambiente.

Com um pensamento “na contramão” destes indicadores, duas instituições de Pouso Ale- gre se uniram e decidiram dar o primeiro passo para a mudan-ça de pensamento na cidade: substituir o automóvel por uma bicicleta elétrica. A ACIPA e o SINDVALE que representam a in- dústria, o comércio e a presta-ção de serviços local, sentiram-se responsáveis por liderar o pensa-mento que em pouco tempo, pre-

Alexandre exibe com orgulho a responsável pela mudança de conduta em Pouso Alegre. A bicicleta tem até nome: MOBI

tende contaminar toda a cidade.“Somos referência em di-

versos sentidos para a cidade de Pouso Alegre, por que não ser no sentido sustentável também?” questiona Alexandre Magno, pre-sidente das duas instituições e que confessa ser apaixonado por esportes.

“O esporte tem a missão de mudar a vida das pessoas e nin-guém aguenta mais ficar parado no trânsito ou não encontrar lu-gar para estacionar. Com este pensamento chegamos ao con-senso de que a bicicleta resolveria o problema.”

O modelo possui uma bate-ria portátil e alcança até 25 km/h. No começo, Alexandre conta que sofreu certo preconceito quando chegava em algumas reuniões de

bicicleta, mas com bom humor e principalmen-te, sempre pontual em seus compromissos, a bicicleta elétrica conquistou a confiança dos parceiros.

“Não queremos dispensar o uso dos car-ros, pelo contrário, queremos usar os carros apenas quando for extremamente necessário. Pedalar faz bem para a saúde, para a mente e agora para o meio ambiente!”

As 12 prioridades, intrincadas com os Quatro Elementos, são as seguintes:

Terra – 1. Saúde e imagem pessoal, 2. Trabalho, 3. Dinheiro, recursos materiais.

Água – 4. Parceiro e sexo, 5. Família e lar, 6. Amigos e vida social.

Ar – 7. Aprendizagem (estudos e es-pecialização profissional), 8. Artes e viagens, 9. Comunicação e treinamento.

Fogo – 10. Filantropia (doar ou patro- cinar causas nobres), 11. Busca e desen-volvimento espiritual, 12. Ensinar e seu legado final. (Do livro Auto-liderança, de Suryavan Solar.)

Seguindo essas dicas, você con-quistará o Sucesso Integral, garantindo a Prosperidade, a Felicidade, a Consci-ência e a Liberdade que sempre buscou.

"É questão de tomar consciência do respeito que merece a Mãe Terra e com-preender que a necessidade mais básica é despertar o Verdadeiro Ser Humano, esse que nos fará levantar do lodo e voar até as estrelas do Céu." (Do livro Kin Fo-rest, de Suryavan Solar)

José Maurício Carneiro é Coach, Consultor e Gestor de Talentos, pela Academia de Talentos Cóndor Blanco.

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Naturaleabril/maio - 2014

A importância da imagemPor Tatiana Ribeiro

“A beleza agrada aos olhos, mas é a doçura das ações que encanta a alma.” Lendo esta frase outro dia, me pus a pensar em como o mundo de hoje é carente de conteúdo...

Temos visto campanhas publicitárias extraordinárias em todos os segmentos de mercado. O apelo visual das mídias em geral desperta todo tipo de desejo em todo tipo de público.

Diariamente nossas crianças são bombardeadas com propagandas que desper-tam o consumismo às custas da fantasia infantil. O lúdico deixou de ser ferramenta de ensino e aprendizado para ser, puramente, ferramenta de lucratividade. Homens são instigados a “ter” a qualquer custo para “ser”, enquanto que o totalmente inverso deveria ser almejado. Mulheres de todas as idades são estimuladas a se enquadrarem em padrões de beleza que nem ao longe podemos chamar de real em detrimento da autoimagem e valor próprio.

Contudo seria utopia ignorar a importância e o poder da imagem. Descartar isso seria, no mínimo, incoerente. Muito mais do que palavras, a comunicação humana é feita através de gestos, tom de voz, aparência física, vestuário e até mesmo hábitos. Os autores do livro “A linguagem do corpo” afirmam que mais de 90% da comunicação humana, e não menos, é não verbal. Pasmem!!!

Uma outra pesquisa sobre compor-tamento humano coletou os seguintes dados sobre em que focamos e a quais conclusões chegamos no que se refere à primeira impressão que uma pessoa tem da outra: 55% aparência e ação, 38% tom de voz e apenas 7% no que é dito. Is-so nos mostra que o ditado popular “a primeira impressão é a que fica” carrega em si uma verdade arrasadora: a maioria das pessoas será “rotulada” com base na aparência e não em seu conteúdo.

Portanto, saber o poder da imagem e, principalmente, saber como usá-la a nosso favor nos garantirá, pelo menos, o abrir de portas para novas oportuni-dades tanto na área pessoal quanto na profissional.

Nesse âmbito, conhecer, ainda que basicamente, o conceito de marketing dá ao indivíduo o poder de utilizar-se de ferramentas eficientes para o desenvolvi-mento e aprimoramento de suas relações sociais. Marketing, vai muito além da me-ra divulgação de um produto ou serviço. Em resumo, ele visa aproximar, ao máxi-mo, um cliente de um produto ou serviço específico oferecendo a ele não somente uma “compra”, mas benefícios agrega-dos a esta, a fim de satisfazer todos os aspectos da aquisição.

Descobrir o público-alvo para ca-

da produto ou serviço de uma empresa bem como desenvolver estratégias para que o produto certo seja oferecido no momento exato e com preço adequado a cada grupo de cliente, é outro grande desafio do marketing. Aplicar esses e outros conceitos do marketing na vida pessoal é, certamente, desenvolver suas relações profissionais e sociais de forma eficaz, o que é conhecido como Marke-ting Pessoal.

Segundo o “pai” do marketing, Phi-lip Kotler, “marketing pessoal” é uma nova disciplina que utiliza os conceitos e instrumentos do marketing em bene-fício da carreira e da vida pessoal dos indivíduos, valorizando o ser humano em todos os seus atributos, características e complexa estrutura”.

Num país ainda em desenvolvimen-to como o nosso, onde a educação de base deixa muito a desejar, infelizmen-te a maioria das pessoas simplesmente desconhece esse tipo de informação. Como já dito, marketing foi “reduzido” à propaganda e o marketing pessoal parece ainda ser considerado por mui-tos, assunto para grandes executivos ou grandes corporações.

“A beleza agrada aos olhos, mas é a doçura das ações que encanta a alma.” Precisamos descobrir o ponto de equilíbrio entre a aparência e o caráter, entre

a embalagem e o conteúdo. Quando falo da mídia, é justamente porque hoje em dia o foco é o imediatismo,

o agora, o prazer já. Muitos vendedores, preocupados unicamente com o seu recur-so financeiro, vendem somente sonhos, esquecendo ou ignorando que haverá um momento em que o cliente acordará para viver a realidade. Fazer uma boa venda, um bom negócio, vai muito além de receber uma recompensa monetária, é uma questão de caráter, de honestidade para com o cliente. Oferecer o produto certo, na hora certa e com preço adequado; essa sim é uma forma eficiente e, acima de tudo, ética para se concluir um bom negócio.

Que imagem temos passado para nossos clientes, para nossos filhos, para as pessoas com as quais convivemos? Se pensarmos que estamos o tempo todo co-municando algo e que a maioria das pessoas julga seus interlocutores pela aparência e ação e isso nos primeiros 10 segundos de contato, precisamos começar a refletir melhor sobre nossa maneira de vestir, de falar, nossos hábitos e comportamentos em geral, não para agradar as pessoas, não! Mas para comunicar exatamente o que dese-jamos sem correr o menor risco de sermos mal interpretados por quem nos observa.

Pensar em marketing pessoal dessa forma nos dá a visão de que investir na aparência física e desenvolver o prazer em cuidar-se, estética e emocionalmente, não é uma futilidade, mas sim uma das chaves para abrir portas e oportunidades nun-

Pense nisso: Palavras sem

atitudes são apenas

discursos vazios.

As pessoas irão “conhecê-lo”

muito mais pelo que

você faz do que

pelo que você diz.

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ca antes alcançadas e porque não dizer, almejadas e que repensar e desenvolver cada vez mais valores éticos e morais é respeitar o próximo e a si mesmo.

Para entender a importância do marketing pessoal de maneira simples, basta pensar em uma perfumaria onde diversos frascos de perfumes estão ex-postos. Qual é a primeira fragrância a que somos despertados a experimentar? Aquela com um frasco bonito. É óbvio que nem sempre o conteúdo é o espe-rado, mas certamente a aparência foi o primeiro atrativo para se conhecer o conteúdo. Da mesma maneira, muitas vezes aquela embalagem desprezada a princípio é a que tem uma fragrância extraordinária, mas sem a visibilidade necessária para ser “experimentada” por não chamar a atenção.

A questão é: se conseguirmos unir a beleza do frasco a um aroma agradável, teremos um conjunto perfeito. O grande desafio é cuidar da aparência, compor-tamento e hábitos, de forma a atrair os olhares na perfumaria da vida e aprimo-rar nosso aroma de tal maneira que “os compradores” a nossa volta não se de-cepcionem, mas desejem nos levar com eles, profissional ou socialmente.

Sem dúvida nenhuma, o bom mar- keting pessoal está apoiado ainda em outros pilares que vão além do exte-rior e dão sustentação à imagem que se quer construir de si mesmo e passar para os outros: a autoestima, o carisma pessoal, a comunicação interpessoal, as competências profissionais e pessoais, a criatividade, o bom humor e a autocon-fiança farão toda diferença para alcançar os resultados almejados.

Pense nisso: Palavras sem atitudes são apenas discursos vazios. As pes- soas irão “conhecê-lo” muito mais pelo que você faz do que pelo que você diz. Embalagem sem conteúdo não satisfaz. Por esse motivo, ter plena consciência de suas competências pessoais e pro-fissionais é o primeiro passo para saber quais atitudes devem ser tomadas. Des-se modo, invista no autoconhecimento e procure tratar suas debilidades de forma a serem eliminadas, tanto quanto possí-vel ou, no mínimo, amenizadas e a seus pontos fortes, de modo a serem desen-volvidos, aprimorados e consolidados.

Todo ser humano necessita sim de afirmação e elogio, mas à medida que

crescemos e amadurecemos precisamos aprender a desenvolver autoconfiança e automotivação. Precisamos descobrir em nós mesmos meios de vencer os me-dos e superar as fragilidades. Assim, não espere pela empresa, pelo chefe, profes-sor, governo ou por quem quer que seja para iniciar seu processo de crescimen-to. Corra mais riscos e aperfeiçoe sua tomada de decisões. Não se submeta aos sentimentos derrotistas e aprenda a acreditar que você é único e que veio ao mundo com um propósito especial. Por outro lado, as empresas que focam no bem-estar de seus colaboradores tanto quanto no sucesso de seus negócios, entendem esses conceitos, aplicam e investem em seus recursos humanos, desenvolvendo assim uma equipe mui-to mais disposta e comprometida com a missão, visão e metas da empresa, que gera consequentemente os recursos financeiros almejados por seus adminis-tradores.

Em suma, a elaboração do marke-ting pessoal não é feita da noite para o dia. Tenha paciência e persistência. Preocupe-se com o todo e celebre cada objetivo alcançado. Compreenda que a autoestima exerce total influência nas escolhas que fazemos, nos hábitos que mantemos, na forma como nos portamos diante dos círculos que convivemos, na maneira como acreditamos que as pes-soas a nossa volta nos veem e que por esse motivo precisamos trabalhar em nós mesmos de dentro para fora a fim de obtermos resultados consistentes e du-radouros. Dessa forma você certamente terá sucesso em seus empreendimentos pessoais e profissionais.

Tatiana Ribeiro, ministra cursos de Desenvolvi-mento e Aprimoramento Financeiro e Marketing Pessoal. É co-criadora dos cursos de Automa-quiagem e Desenvolvimento da Autoimagem e Maquiagem Educativa da Fascínio Beleza e Arte onde é sócia.

Av. Cel. Carneiro Júnior, 57 sala 1004Centro ItajubáMG (35) 3012-1781

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TUBERCULOSE, o velho fantasma ainda assombra

o desenvolvimento de novos fármacosPelo Dr. Maurício Frota Saraiva

Acredita-se que a tuberculose (TB) seja conhecida desde o antigo Egito. Esta é uma doença infecciosa, provocada pelo Mycobac-terium tuberculosis ou Bacilo de Koch, nome atribuído em homenagem ao cientista alemão Robert Koch, que em 1882 isolou pela primeira vez o bacilo causador dessa doença.

O sucesso dos primeiros medicamentos para o tratamento da TB, descobertos na década de 40, estimulou a opinião geral de que a tuberculose poderia ser mantida sob controle ou até mesmo erradi-cada. Entretanto, passados aproximadamente 70 anos da existência dos primeiros tratamentos medicamentosos disponíveis, a TB con-tinua a se expandir.

De acordo com dados apresentados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mais de dois bilhões de pessoas estão infectadas pelo M. tuberculosis, ou seja, aproximadamente 30% da população mundial. Apesar de que, apenas uma pequena parcela das pessoas infectadas desenvolverá a forma ativa da doença, este número ainda é elevado, e de acordo com o último “Global Tuberculosis Report” publi-cado em 2012, aproximadamente 9 milhões desenvolveram a forma ativa da doença somente em 2011 e 1,4 milhões foram a óbito.

No Brasil os índices são também alarmantes. De acordo com o ministério da saúde, ocupamos o 17º lugar no ranking dos 22 paí-ses que concentram 82% dos casos de TB no mundo, com cerca de 50 milhões de indivíduos infectados, tendo registrados somente em 2012, 70.047 novos casos e aproximadamente 6 mil óbitos.

O tratamento que leva à cura existe para a maioria dos casos de tuberculose. Entretanto ele é longo, aproximadamente seis meses, levando assim muitos dos pacientes a abandonarem o mesmo nos primeiros 15-20 dias, quando geralmente desaparecem os sintomas. Esta conduta tem contribuído para o surgimento de cepas resisten-tes a muitos dos fármacos já existentes no mercado, situação que tem preocupado pesquisadores em todo o mundo.

Dentro deste contexto, surge uma guerra silenciosa, na qual cientistas ao redor do mundo trabalham no desenvolvimento de novas “armas”, ou seja, novos fármacos que sejam capazes de com-bater de forma mais eficaz esse mal que dizima milhões de vítimas a cada ano.

Atualmente dois fármacos da classe das fluoroquinolonas tem ganhado posição de destaque na busca por novos tratamentos con-tra a tuberculose; a Gatifloxacina e a Moxifloxacina (Fig. 1). Estes são fármacos atualmente disponíveis no mercado e aplicados ao trata-mento de diversas outras doenças.

Fig.1. Moxifloxacina e Gatifloxacina, dois fármacos promissores no combate à tuberculose.

No LASIMBIO (Laboratório de Síntese de Molécu-las Bioativas) da UNIFEI, em uma de nossas linhas de pesquisa, temos trabalhado no planejamento, síntese, purificação e caracterização (Fig. 2) de novas molécu-las, análogas a estes fármacos, visando uma melhoria de algumas de suas propriedades farmacodinâmicas e/ou farmacocinéticas.

Fig. 2. Diagrama simplificado de etapas realizadas no LASIMBIO na busca de uma nova molécula bioativa.

As modificações moleculares em posições estraté-gicas das moléculas dos dois antibióticos supracitados, realizadas no LASIMBIO, visam dentre outros, facilitar a passagem do potencial fármaco através da parede celular do Mycobacterium tuberculosis (Fig. 3) proporcionando um acesso mais eficaz até o seu alvo final, podendo desta forma gerar compostos mais eficazes na batalha contra esse mal chamado Tuberculose.

Fig. 3. Bacilo do Mycobacterium tuberculosis e Fluoroquinolona modificada visando melhor penetração através da parede celular do M. tb. Adaptado de: http://drugdiscovery.com/

viewdetails.php?linkid=793&title=Potential-new-strategy- in-anti-tuberculosis-drug-development#.UyoRKfldV8G.

Dr. Maurício Frota Saraiva, Professor e Pesquisador do Centro de Estudos, Investigação e Inovação em Materiais Biofuncionais e Bio-tecnologia da Universidade Federal de Itajubá.

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A maioria das pessoas buscam su-cesso, dinheiro, independência, bens materiais, enfim, buscam conseguir ca-da vez mais coisas que irão deixá-las mais felizes. Será que tudo que buscam, e que, coincidentemente, são coisas “externas”, lhes trarão realmente a dita felicidade? Se a resposta for sim, o que elas irão realmente ganhar com isso? Será que esta busca incessante por coi-sas externas é realmente necessária?

Conta-se que Alexandre, o Grande, à beira da morte, reuniu seus generais e relatou seus três últimos desejos: “Que seu caixão fosse transportado pelas mãos dos médicos da época; que seus tesouros conquistados (ouro, prata, pe- dras preciosas) fossem espalhados no caminho até seu túmulo; e que suas mãos fossem deixadas para fora do cai-xão, balançando ao ar, à vista de todos”.

Um dos generais perguntou a Ale-xandre quais as razões daqueles desejos insólitos. Alexandre explicou: “queria que os médicos carregassem seu caixão para mostrar que eles não têm poder de cura perante a morte; ao cobrir o chão com seus tesouros que as pessoas pu-dessem ver que os bens materiais aqui conquistados, aqui permanecem, e que suas mãos, ao balançarem ao vento, mostrassem para as pessoas que viemos e voltamos de mãos vazias”.

Verdadeira ou não, esta história encontra fundamento para um alerta: a mídia e grande parte da sociedade nos induz, diariamente, para que busque-mos, a todo custo, conquistar mais e mais coisas, a maioria delas ligadas a status, e para mostrar “aos outros” do

que somos realmente capazes. Esta busca desenfreada acaba fazendo com que nós mesmos venhamos a fabricar diversas patologias provocadas pelo de-sequilíbrio, muitas vezes inconsciente, do nosso sistema energético, oriundo de atitudes mentais erradas e de autoco-branças para conseguirmos conquistar mais e mais coisas.

O ser humano esqueceu-se de seu real papel perante o seu próprio proces-so evolutivo, sem entrar aqui em méritos religiosos ou de karmas e dharmas. Es-queceu-se de procurar “ser alguém”, ao invés de buscar “ter algo”. Esqueceu-se de que, dentro dele, independente de re-ligiões, existe uma “essência divina” que precisa ser alimentada com informações para seu desenvolvimento consciencial, preservada e expandida, refletindo es-sa essência para tudo e todos ao redor, atraindo, aí sim, tudo aquilo o que real-mente precisa para dar continuidade ao processo evolutivo nesta vivência carnal, e assim ter a possibilidade de atuar co-mo “agentes de regeneração planetária”, contribuindo com “o todo” e melhoran-do o convívio com todos que estiverem ao seu redor.

Afinal, o que as pessoas buscam?Por Renilson Assis

Com o entendimento e

aprendizado de como funciona

seu sistema energético e com o

foco em sua essência divina,

alimentando-a e expandindo-a,

você passa a vislumbrar a vida

como nunca vivenciou antes.

Quando digo aos meus clientes: “Diga-me como você vibra, que te direi como é a energia ao teu redor”, eles, num primeiro momento, apresentam certa re-sistência em acreditar que se mudarem seus hábitos e atitudes mentais, tudo ao seu redor também se transformará. Com o entendimento e aprendizado de como funciona seu sistema energético e com o foco em sua essência divina, alimentan-do-a e expandindo-a, fazem a reconexão (religare) com sua mais íntima essência e passam a vislumbrar a vida como nun-ca vivenciaram antes, acalmando-se e sendo gratos por estarem no aqui e no agora, muito mais felizes do que eram anteriormente quando estavam “corren- do atrás” da satisfação que, o tempo to-do, estava dentro deles mesmos.

Para esta reconexão e entendi-mento de como funciona nosso sistema energético, a técnica Reiki proporciona o acesso à captação de energia suficiente para nos nutrir de forma mais completa, equilibrando-nos a nível físico, emo-cional, mental e espiritual, mesmo não tendo vínculo com nenhuma religião. Essa técnica de canalização de energia e imposição de mãos resgata a capacida-de que todos nós tínhamos, nas nossas origens, de canalizar energia para nos nutrir e para ajudar aqueles mais pró-ximos a nós. Fazendo brilhar nossa luz, iluminamos melhor nosso caminho e conseguimos enxergar melhor as possi-bilidades e aquilo o que realmente vai nos trazer a verdadeira felicidade.Renilson Assis, Terapeuta Holístico, Mestre de Reiki, autor do livro “Revelações para o Desper-tar da Consciência” e Fundador da Escola de Conscientizadores HOLOS REIKI.

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A DA é a maior causa de demên-cia da atualidade, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. O risco au-menta consideravelmente com o avanço da idade. É estimado que este risco do-bre a cada 5 anos a partir dos 65 anos de idade. 50% dos pacientes acima de 85 anos manifestam a doença. Com o envelhecimento da população em países desenvolvidos estima-se que a DA qua-druplique até a metade do século 21.

O impacto econômico gerado pelas despesas com saúde, morbidade e mor-talidade, aumentam substancialmente os custos ao sistema de saúde. O atra-so no diagnóstico acontece devido ao consenso de que a demência é algo ine-vitável com o avanço da idade. Isso faz com que o diagnóstico da DA aconteça em pacientes com demência avançada. Esse conceito impede que a abordagem terapêutica seja instituída de maneira adequada. Outro fator, que muitas vezes, prejudica o diagnóstico é a falta de abor-dagem multidisciplinar, como a avaliação neuropsicológica e a realização de testes padronizados que avaliam as funções cognitivas. Menos de 50% das pessoas com demência são diagnosticadas de forma correta, destas, grande parte não recebe terapêutica adequada. Portan-to, é imprescindível o conhecimento da história natural da DA, bem como seus efeitos sobre os pacientes e seus res-ponsáveis, quanto ao uso correto das opções terapêuticas.

A DA é um distúrbio neurodege- nerativo causado pelo depósito anor-mal e excessivo da proteína ß-amiloide no cérebro, que é formada durante o metabolismo da proteína precursora do amiloide (PPA), composto que participa

na regulação e manutenção da integri-dade das conexões entre os neurônios, provavelmente regulando a atividade tó-xica do glutamato, que exerce atividade excitatória excessiva. A proteína precur-sora de amiloide – PPA é codificada pelo cromossomo 21 (mesmo cromossomo alterado na Síndrome de Down) e meta-bolizada pelas secretases na membrana celular dos neurônios. As pré-senilinas 1 e 2 também participam do processo. Resumindo: o ß-amilóide é um curto fragmento da proteína PPA, com cerca de 42 aminoácidos de comprimento, in- solúvel em água, e devido sua estrutura terciária, cadeia ß-pregueada, acumu-lam-se do lado de fora da membrana durante o processamento da PPA de forma lenta, durante anos, no espaço extracelular, sendo ß-amiloide tóxico pa- ra os neurônios e para as sinapses, o que leva a destruição das conexões neuro-nais e a morte neuronal.

As proteínas ß-amiloide formam placas difusas, que sozinhas não cau-sam demência. Muitos idosos normais apresentam as placas difusas no cérebro levando a uma demência relacionada ao envelhecimento normal. A demên-cia causada pela DA se torna frequente quando tais placas progridem para pla- cas senis ou neuríticas, que contém ou- tras substâncias além de proteína ß-ami-loide, tais como proteínas inflamatórias (que levam à gliose – processo que leva à fibrose do tecido cerebral, causan-do alterações anatômicas e prejuízo da função cerebral), proteínas sinápticas (responsáveis pela perda das conexões Interneuronais), células gliais (responsá- veis pela sustentação e estrutura do te-cido cerebral – suas alterações levam a

atrofia do córtex cerebral) que ativam fibrilas neuríticas e outros componen-tes. Formadas por um núcleo central de ß-amiloide, são cercadas por inúmeras proteínas e restos celulares, de distribui-ção difusa no córtex.

Os sintomas da DA e sua evolução insidiosa, fazem com que os primeiros sintomas não sejam identificados de for-ma correta.

A evolução típica da DA

As primeiras placas surgem no hi- pocampo (estrutura envolvida no meca-nismo da memória recente), pacientes esquecem palavras e nomes, passan-do a depender de calendários, listas e familiares para se lembrar das coisas. Tornam-se desorganizados, repetitivos, fazendo as mesmas perguntas e con-versas minutos após. Esquecem de transmitir recados, desligar o fogão, on- de colocaram objetos, chegando até mesmo a se esquecerem deles. Muitas vezes os pacientes passam a descon-fiar dos outros, afirmando até mesmo que foram roubados. O declínio cogniti-vo faz com que os pacientes esqueçam palavras, com uma dificuldade mais acentuada com nomes, perda da percep-ção temporoespacial. Nas fases iniciais, os pacientes apresentam dificuldade, mas conseguem esconder o déficit du-rante uma consulta com o geriatra.

Um achado precoce na DA é a di-ficuldade com nomes, que tem como causa o envolvimento da parte superior do lobo temporal dominante. A pato-logia evolui com um quadro de afasia global (dificuldade de se comunicar) à medida em que os lobos frontal e pa-rietal do hemisfério dominante sejam

Doença de

Alzheimer (DA)

Por Dr. João Batista Macedo Vianna

Doença de

Alzheimer (DA)

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acometidos. Uma síndrome parkinso-niana surge com o envolvimento dos núcleos da base causando lentidão dos movimentos, tremores e dificuldade de esboçar emoções, com expressão facial, a chamada face marmórea, e modifica-ções da marcha, que se torna lenta com passos curtos, além de riscos de queda.

Muitos pacientes procuram aten-ção médica devido à preocupação dos familiares quando seus atos e sua va-riabilidade de humor geram situações desagradáveis. Os pacientes podem apresentar alucinações e delírios. Com a evolução da doença perdem a capacida-de de vida independente. Os familiares devem sempre ficar atentos a alterações precoces: uso inadequado de medica-ções, descontrole financeiro, erros ao dirigir veículos, manutenção de objetos que podem colocar familiares e o próprio paciente em perigo... As crises convulsi-vas surgem em 20% dos pacientes e as mioclonias se mostram mais frequentes em estágios mais avançados da doença, evoluindo para perda do controle dos esfíncteres e passando a dependência total de cuidados especializados. Esse período pode durar 20 anos ou mais e o êxito letal sobrevem por pneumonia, devido à broncoaspiração. Importante ter o diagnóstico diferencial de outras patologias, tais como encefalopatia de Korsakoff, doença de Pick, demência vas- cular e demência pelo complexo HIV.

Fatores de risco para doença de Alzheimer: idade avançada, história fa-miliar, genótipo da apolipoproteína e (ApoE), altos níveis de homocisteína em jejum, hipertensão arterial sistêmica, his-tória de acidente vascular cerebral. Os três últimos fatores podem ser modifica-dos, diminuindo o risco de desenvolver a doença.

O que está bem documentado na literatura relaciona-se com a idade. É di-fícil medir a incidência em pessoas com mais de 85 anos, pois neste grupo existe um aumento da mortalidade, e pessoas acima de 100 anos, não apresentaram evidências de DA na autópsia. A pre-disposição genética é difícil pois muitos pacientes podem ter falecido por outras causas antes de desenvolverem a DA.

Formas pré-senis são raras e pre- coces, sua herança é autossômica domi-nante, sendo estas formas responsáveis por cerca de 5% dos casos. As formas hereditárias da DA de origem genética

estão ligadas a mutações nos genes da PPA e das pré-senilinas, aumentando dessa forma a predisposição à deposição de amiloides nos indivíduos afetados, o que pode gerar o início precoce da do-ença. Os portadores da síndrome de Down (trissomia do 21) apresentam um aumento de deposição de ß-amiloide, desenvolvendo a doença aos 35 anos. O genótipo da ApoE é um importante fator genético. Existem cinco formas alélicas desse gene (épsilon 1 a 5) que são co-dificados no cromossoma 19 (ε3 e ε4 e ε2; ε1 e ε5 muito raros). A associação da ApoE e do alelo ε4 mostra uma maior es-pecificidade e sua presença aumenta o risco de desenvolvimento da DA, não ha-vendo uma associação deste com outras doenças neurodegenerativas. A genoti- pagem da ApoE está disponível, mas atualmente é mais utilizada em pesquisa. Estudos indicam resposta variável à me-dicação em função do genótipo ApoE.

O diagnóstico da DA é sempre um desafio, pois a despeito de todo o avanço nos estudos de Neuroimagem, Ressonância Nuclear Magnética (RNM), a Ressonância Funcional – fRNM, Es-pectrocopia de Prótons, Cintilografia de Perfusão, não há até o momento uma bateria de teste padrão para o diagnósti-co da DA. Níveis séricos de vitamina B12, TSH no soro podem revelar uma causa reversível de demência, afastando assim o diagnóstico de doença de Alzheimer. A tipagem da Apolipoproteína E não confirma o diagnóstico de DA e sua reali-zação só irá causar pânico desnecessário aos familiares. Pesquisa de Proteína tau, amiloide 13, PPA e proteínas de filamen-tos neuríticos são promissoras, porém o seu alto custo torna o método proibitivo.

O tratamento farmacológico é sin-tomático, não havendo até o momento terapias específicas disponíveis. O diag- nóstico precoce e a instituição da te-rapêutica adequada ainda é a melhor estratégia na abordagem de pacientes com doença de Alzheimer. É importan-te orientar os familiares que o declínio cognitivo e funcional é progressivo. O acompanhamento neuropsicológico e a realização de testes psicológicos repe- tidos – teste do estado mental – é extre- mamente útil no acompanhamento evo-lutivo da DA, por exemplo, a taxa média de redução no escore do MMSE na DA é de três pontos ao ano. Dr. João Batista M. Vianna, Neurologista.

A importância do exame

oftalmológico em recém-nascidos

e crianças

Por Dr. Carlos Vinícius Ferreira Motta

Há necessidade de se exami-nar os recém-nascidos de baixo peso e com partos distócicos, pois em muitos casos os mesmos apre-sentam alterações oftalmológicas, que só são detectadas pelo teste do olhinho e fundoscopia indireta, que deverá ser feito na primeira se-mana de vida.

Esses exames feitos preven-tivamente permitem o diagnóstico de tumores, cataratas congênitas e retinopatia da prematuridade. Com o diagnóstico precoce, essas patologias são passíveis de trata-mento com boa eficácia visual.

Nos pré-escolares é mandató-rio o exame de acuidade visual e refração para eliminar e identificar a ambliopia, que é a baixa de visão em um olho ou em ambos. Com o diagnóstico precoce a ambliopia deve ser tratada através de oclusão e correção óptica para a melhora do campo de visão e da acuidade visual, necessária, no futuro, para exercer atividades profissionais.

Toda criança com estrabismo deverá ser examinada precoce-mente para correção do desvio de forma óptica ou cirúrgica a fim de melhorar sua visão e profundidade de foco. Os professores deverão ficar atentos com as crianças que apresentam baixo rendimento es- colar orientando a família a procu-rar atendimento oftalmológico.Dr. Carlos Vinícius Ferreira Motta, Oftalmologista, Especialista em Visão Subnormal e Estrabismo.

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A medida da Dor

Por que é importante medir a dor?

Medir, enquanto determinar e avaliar, por meio de instrumentos ou técnicas de medida, o que quer que seja, é fundamental para toda investigação científica. E, talvez por isto, ao longo da história da ciência, tanto filósofos, quanto cientistas destacaram a importância da mensura-ção. Para Protágoras, o homem era a medida de todas as coisas. Para Galton, sempre que pudéssemos, deveríamos contar. Para Lord Kelvin, quando não pudéssemos medir, em nada contribuiríamos para o avanço da ciência. Para Thurstone, se alguma coisa existia, ela existia em certa quantidade e podia ser mensurada. Logo, medir era, e continua sendo, essencial para a pesquisa e tomada de decisões em diversas arenas da vida. Mas, afinal, por que é importante medir a dor?

Porque decisões terapêuticas, diagnósticos e res-ponsividades às terapias dependem da identificação correta da presença e severidade de uma desordem, a qual, usualmente, vem acompanhada pela sensação do-lorosa. Por isto, o tipo, a quantidade e a qualidade desta, uma vez mensurada, permitem, fidedignamente, ao médi-co, ter referenciais para adotar determinadas intervenções terapêuticas. Em sua ausência, torna-se difícil, inclusive, determinar a durabilidade e os riscos de uma conduta, sem falar na impossibilidade de acompanhamento e aná-lise da ação de diferentes drogas analgésicas.

Por sua natureza subjetiva, a sensação de dor não pode ser diretamente determinada por instrumentos fí-sicos que, usualmente, mensuram a temperatura, o peso corporal, a altura, a pressão arterial e a glicose sanguínea. De fato, nós temos o termômetro para medir a tempera-tura, a balança para medir o peso, o metro para medir a altura, o esfigmanômetro para medir a pressão sanguínea e o glicômetro para medir a glicose sanguínea. Comum, a todos estes, é o conceito de emparelhar números ao fenômeno mensurado, tendo como propósito graduá-los.

Todavia, quando a mensuração é aplicada mais a sintomas, do que a resultados físicos, patológicos ou la-boratoriais, como por exemplo, acontece com a dor, o alto registro é o padrão ouro de avaliação de percepção dolorosa de um indivíduo, seja no contexto clínico ou hospitalar. Dor é tudo o que a pessoa que a vivencia diz que é. E existe todas as vezes que a pessoa diz que existe. Portanto, é a autoavaliação o indicador mais confiável da existência e da intensidade da dor.

A dor como quinto sinal vital

A partir dos anos 90, à dor foi dado o “status” de “quinto sinal vital” no domínio médico. Seu registro ro-tineiro, após a temperatura, pulsação, pressão arterial e respiração, constitui-se numa imprescindível respon-sabilidade dos clínicos para minorar, adequadamente, o sofrimento dos pacientes que estão aos seus cuidados.

Por causa disso, escalas de mensuração de dor, especialmente, as de categoria numérica, visual, verbal, facial, analógica visual foram incorporadas aos variados contextos clínicos, tornando-se, mui-tas delas, populares para os diferentes profissionais da saúde que frequentemente usam-nas para mensurar a dor. Exemplos destas escalas estão representados nas figuras ilustrativas abaixo. Dor esta que, registrada como “quinto sinal vital” de acordo com os registros dos pacientes, varia em severidade ao longo do tempo, pareando o fenômeno com outros parâmetros clínicos objetivos.

Vários métodos têm sido utilizados para mensurar a percep-ção/sensação de dor. Alguns consideram a dor como uma qualidade simples, única e unidimensional que varia apenas em intensidade, mas outros a consideram como uma experiência multidimensional composta também por fatores afetivo-emocionais. Os instrumentos unidimensionais são designados para quantificar apenas a severi-dade ou a intensidade da dor e têm sido usados frequentemente em hospitais e/ou clínicas para se obter informações rápidas, não invasivas e válidas sobre a dor e a analgesia. Os instrumentos multi-dimensionais, de outro lado, são empregados para avaliar e mensurar as diferentes dimensões da dor a partir de diferentes indicadores de respostas e suas interações. As principais dimensões avaliadas são a sensorial, a afetiva e a avaliativa. Algumas escalas multidimensio-nais incluem indicadores fisiológicos, comportamentais, contextuais e também os autorregistros por parte do paciente.

Como descrever a dor?

Por ser a dor uma experiência subjetiva, torna-se muito difícil ser “compartilhada” com outros, por isso sua avaliação e/ou mensu-ração é baseada, significativamente, na “linguagem” através da qual

Por Beatriz Ferreira Neves e José Aparecido da Silva

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ela é “comunicada”. Este é, portanto, um importante aspecto para entender e avaliar a dor do outro. Usualmente, des-crições verbais da dor, conhecidas como “descritores”, contribuem para o enten-dimento da experiência dolorosa de um paciente. Exemplos são: dor latejante, pontada, perfurante, lancinante, formiga- mento, penetrante, alucinante, entre ou-tros. Recentemente, grande número de pesquisas tem tentado, utilizando tais descritores, verificar se há diferenças na dor vivenciada por homens e mulheres. Neste sentido, tanto aspectos biológi- cos quanto sociais da percepção de dor possam ser entendidos baseando-se na utilização masculina e feminina de tais descritores. Como exemplo cita-se a lite- ratura indicando que fatores psicosso-ciais podem influenciar a percepção e a resposta à dor, bem como identificar, muito mais da variabilidade associada à dor do que variáveis como hormônios, neurotransmissores e, até mesmo, fato-res anatômicos e fisiológicos.

Estudo recente, explorando dife- renças de gênero na linguagem utiliza-da para descrever um evento dolorido relembrado, e no qual as pessoas deve-riam fornecer descrições escritas deste evento relatado, revelou que mulheres foram significativamente mais prováveis de comprovar tarefas descritivas rela-tando a dor, do que os homens. Usando linguagem mais evocativa e descritiva, ao passo que os homens utilizaram menos palavras e linguagem menos gráfica. Além disso, relataram com mais objetividade suas lembranças sobre o evento ocorri-do. Em outras palavras, mulheres foram mais hábeis em expressar graficamente a dor que os homens. Focalizando, tipi-camente, aspectos sensoriais da dor, ao contrário dos homens, que focalizaram mais as emoções e os eventos relaciona-dos à dor. Aspectos comuns, em ambos os sexos, foram as limitações funcionais causadas pela dor, assim como, dificul-

dades em descrevê-la e sua natureza dual (quantitativo, qualitativo). Entretan-to, quais são as aplicações clínicas de tais elementos?

A consciência destas diferenças pode orientar os profissionais de saúde quando eliciando descrições de dor, bem como, em diagnosticar e tomar decisões acerca da avaliação, tratamento e con-trole da dor ou em intervenções sobre tal tratamento. Todavia, é importante também que, embora os descritores verbais possam fornecer informações valorosas sobre a experiência da dor, é muito difícil diferenciar os mecanismos de dor baseando-se simplesmente nes-tes descritores. Dor é tudo aquilo que o paciente relata, e como relata. Me-nosprezar isso é minorar o bem-estar subjetivo do paciente, assim como, sua qualidade de vida.

Como a face expressa dor

Além de sua natureza essencial-mente subjetiva, a dor é uma experiência multidimensional, envolvendo compo-nentes sensoriais, afetivo-motivacionais e cognitivos. Os componentes sensoriais incluem a percepção da localização, in-tensidade e qualidade da dor, enquanto que os componentes afetivo-motivacio-nais referem-se ao desprazer provocado pela dor e às emoções relacionadas às suas implicações. Neste contexto, embora os componentes sejam intima-mente relacionados entre si, a distinção entre eles tem se mostrado útil para des-crição da dor experimental e clínica. A expressão facial da dor tem, atualmente, recebido considerável interesse dos pes-quisadores na área de dor, pois, tem sido mostrado que tais expressões faciais de-sempenham um papel muito importante nas interações sociais, bem como, de grande relevância clínica para o diagnós-tico da dor.

Com o propósito de revelar quais dimensionamentos da dor (sensorial e

ou afetivo) são codificados na face, pesquisadores usaram uma estratégia cognitiva bem conhecida (sugestiona-mento) para, diferencialmente, modular as dimensões sensorial e afetiva da dor e analisar o efeito desta manipulação nas respostas faciais à dor experimental. Para isso, 22 voluntários saudáveis (10 mulhe-res e doze homens) tiveram avaliadas, e estimadas, antes e após as sugestões, suas expressões faciais, intensidade e desprazer de dor, bem como, respostas condutivas da pele, sendo, estas últimas, provocadas pelo calor, com as expres-sões faciais analisadas através de um sistema de codificação da ação facial.

Os principais resultados revelaram que sugestões designadas para aumentar o componente sensorial da dor produzi-ram um aumento seletivo nas estimativas da intensidade da dor, enquanto aquelas designadas para aumentar o componen-te afetivo da dor produziram estimativas elevadas de desprazer e de respostas condutivas da pele. Ademais, as suges- tões ou aumentaram o componente afe-tivo da dor, ou o componente sensorial da mesma, produzindo modulações se-letivas nos padrões de respostas faciais, com movimentos ao redor dos olhos, codificando principalmente os aspectos sensoriais. Já movimentos das sobrance-lhas e pálpebras foram mais associados aos componentes afetivos da dor.

Globalmente, os dados deste estu-do fornecem clara evidência de que as expressões faciais da dor é um sistema de resposta multidimensional, que codi-fica tanto as dimensões afetivas quanto as sensoriais da dor. Logo, as respostas faciais que acompanham a sensação de dor não se associam apenas à dimensão afetiva da dor, como a maioria das pes-soas supõe, pois, elas refletem, também, seu componente sensorial.

Beatriz Ferreira Neves, UniSEB-Ribeirão Pre-to. José Aparecido da Silva, Departamento de Psicologia Campus da USP-Ribeirão Preto.

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Nova técnica para tratamento da ATM e Dor Miofascial

Agulhamento à seco — "dry needling"

A Síndrome Dor Miofascial (SDM) e a Disfunção Temporomandibular (DTM) são consideradas como uma das causas de dor de cabeça e de pescoço.

A Dor Miofascial é caracterizada por pontos-gatilho e condição doloro-sa que afeta os músculos esqueléticos, suas fáscias associadas, tendões e li-gamentos. Esta dor pode acometer um músculo ou um grupo de múscu-los e piora com atividade ou esforço, podendo ser local ou irradiar para ou-tros locais. Aparece alguns nódulos ou pontos-gatilho que se desenvol-vem a partir do excesso de uso de um músculo, no caso da DTM devido ao bruxismo, apertamento dental, hábi-tos parafuncionais (roer unhas, mascar chicletes, morder caneta, dormir com a mão debaixo da mandíbula, etc), trauma, má postura, falta de exercício físico, distúrbios do sono, deficiências vitamínicas, artrite comum ou nervos sendo comprimidos na coluna e ou-tros locais.

Essas áreas dolorosas contém bioquímicos que modificam o ph dos nervos locais, diminuindo o fluxo de oxigênio (isquemia), causando mais dor, resultando em fibras musculares tensas e rígidas.

O ponto-gatilho normalmente pode ser localizado pelo dentista es-

pecialista em DTM através do exame físico e a palpação.

A desativação dos pontos-gatilho é o principal tratamento na Síndrome de Dor Miofascial. O tratamento des-te ponto-gatilho tem o objetivo de restaurar a função normal do múscu-lo através do chamado agulhamento à seco ("dry needling") que é uma técnica na qual agulhas de acupuntura são inseridas em pontos-gatilho a fim de diminuir ou atenuar a Dor Miofascial e a Disfunção Temporomandibular e

melhorar o movimento dos músculos. Este tratamento permite que a con-tratura do músculo libere e que esse volte ao seu tamanho normal, a circu-lação melhora, diminuindo o inchaço e dispersando os produtos químicos, eliminando assim os seus efeitos noci-vos sobre os nervos locais.

A técnica de agulhamento à seco se diferencia das técnicas de acupun-tura porque no agulhamento à seco o objetivo único é a inativação dos pontos dolorosos ("trigger points") e interrupção do ciclo da dor. A acupun-tura se utiliza de pontos clássicos da medicina tradicional chinesa, e a te-rapêutica parte de uma avaliação que envolve conhecimentos de fisiologia energética e semiologia específica.

A razão pela qual esse método é tão eficaz é que ele corta o ciclo vi-cioso de uma forma muito direta que outros métodos não podem realizar.

Muitos métodos de tratamento são aplicados aos músculos dolori-dos, mas nenhum é tão eficaz, de ação rápida e de longa duração como o tra-tamento de agulhamento à seco.

O tratamento utiliza agulhas esté-reis de monofilamento fino para atingir seu objetivo. A técnica é geralmente rápida, com limiar de dor muito baixo, ocasionando após aplicação uma re-dução da dor e melhora da função.

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Sustentabilidade urbana

O crescimento demográfico do glo- bo terrestre tem atingido dimensões nunca antes observadas. A cada minuto, a população mundial aumenta cerca de 140 pessoas, ou seja, 6 milhões por mês. Nesse ritmo a população do planeta, que tem atualmente cerca de 7 bilhões de pessoas, deverá atingir mais de 9 bilhões no ano de 2050.

Quanto maior a quantidade de habitantes, maior a demanda por recur-sos naturais, essenciais à vida humana. Com o passar dos tempos, a paisagem de um planeta totalmente coberto por árvores, rios limpos e solo fértil foi de-saparecendo com a degradação do meio ambiente. Ao contrário do que se acre-ditou no passado, os recursos naturais não são infinitos e seu consumo, a con-tinuar nos níveis atuais, poderá levar a terra à exaustão, afetando diretamente as chances de sobrevivência das gera-ções futuras.

A cidade é onde vive, ou gostaria de viver, a maioria dos seres humanos. A po-pulação que reside nas cidades que, em 2008 totalizava 3.4 bilhões deverá chegar a 6 bilhões em 2050, ou seja, dois terços da população mundial estará ocupando a zona urbana das cidades. O crescimen-to acelerado das cidades gera mudanças radicais e negativas para o planeta e se não for bem planejado poderá provocar uma verdadeira bomba relógio. Por se-rem as maiores consumidoras mundiais de energia e de matérias primas, as cida-des provocam grande contaminação no meio ambiente. Os centros urbanos são considerados um dos lugares mais sujos da natureza. Produtora de lixos, conta-minação atmosférica, concentração de

edifícios, substituição de superfícies per-meáveis por asfalto e concreto, redução de áreas verdes, enchentes, as cidades possuem problemas constantes em manter a natureza em equilíbrio.

O baixo desempenho ambiental das cidades contemporâneas indicam a necessidade de se buscar novos para-digmas para o desenvolvimento urbano. Por esse motivo, a sustentabilidade ur-bana é um dos temas mais estudados no momento. Uma cidade sustentável é aquela onde a mobilidade é mais suave, mais coletiva e menos poluente; é uma cidade que consome bens cuja produ-ção e distribuição é mais cuidada, mais próxima e mais orgânica; é uma cidade que trata com cuidado os seus detritos; é uma cidade que atende e cuida com atenção das suas fontes energéticas. Cidades sustentáveis são aquelas que adotam uma série de práticas eficientes voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população, desenvolvimen-to econômico, social e preservação do meio ambiente. Geralmente são cida- des muito bem planejadas e bem admi-nistradas.

O Plano Diretor de desenvolvi-mento das cidades brasileiras tem sido um importante instrumento legal para planejar o crescimento urbano de for-ma sustentável. Atualmente, existem várias cidades no mundo que adotam práticas e ações sustentáveis, embo-ra ainda não possamos classificar uma única cidade que seja 100% sustentável. Barcelona (Espanha) – é a cidade que está a caminho da sustentabilidade de-vido à aplicação de alto investimento em transporte público eficiente e em ener-gia renovável; Copenhague (Dinamarca) – onde 40% da população utiliza a bici-cleta como meio de transporte urbano é a cidade que emite menos CO2 do mun-do; Estocolmo (Suécia) – é considerada a capital verde da Europa; Malmo (Suécia) – é a cidade que recicla mais de 70% do lixo coletado e os resíduos orgânicos são reaproveitados para a produção de bio-combustíveis; Freiburg (Alemanha) – tem um bairro especialmente projetado para ser abastecido por energia solar; Yokoha-ma (Japão) – é reconhecida como cidade verde, inteligente e a cidade do futuro. No Brasil, apesar de estarmos ainda mui-to atrasados no quesito sustentabilidade urbana, temos a cidade de Curitiba (Pa-raná), que é reconhecida mundialmente como um exemplo de soluções de urba-nismo, educação e equilíbrio com o meio ambiente.

Se é ao homem que compete a res-ponsabilidade da sustentabilidade do planeta, é na cidade onde estão os maio-res problemas a serem equacionados.

“Queremos ou não deixar um mundo sadio para as futuras gerações?”

Por Paulo José Braz Rosas

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