DIALETO NORTE - Lendas Indigenas

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  • 7/24/2019 DIALETO NORTE - Lendas Indigenas

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    DIALETO NORTE

    No Norte, em virtude do distanciamento geogrfico, a regio ficou menos exposta influnciaestrangeira, o que manteve o sotaque encontrado na regio mais prximo prosdia das lnguasindgenas

    A amazofonia ou dialeto nortista, refere-se s variantes dialetais do portugusbrasileiro empregadas por boa parte dos habitantes da regio amaznica, ou seja, os aqueles quehabitam nos estados da regio norte do Brasil.

    utilizado pela maioria dos habitantes da regio Norte: nas duas maiores cidades (Manaus e Belm),totalmente em 4 dos 7 estados da regio (Acre,Amazonas, Roraima e Amap) e parcialmente em 1(Par, excluindo-se somente a regio de Carajs)

    Este dialeto considerado brando ( exceo da letra "s") e possui poucos vcios de linguagens,comparado aos outros do pas. Tem como smbolo o uso adequado norma culta de verbos nasegunda pessoa "tu", exemplo: "tu fizeste", "tu s", "tu foste", "tu chegaste", alm do "r" e "s"semelhante ao carioca, alm de, como o carioca, palatalizar d, l e t antes do som de "i" [carece de fontes].

    Em alguns municpios tambm ocorre o alternamento: Onde, a vogal mdia "o" passa a ser uma

    vogal alta "u". Existe em outros dialetos brasileiros, s que no na tnica.Para pessoas de outras regies, esse sotaque pode soar como sotaque carioca, porm existemdiferenas primordiais, como:

    1.

    No h palavras gingadas;2. Quase no existe o emprego de "voc", salvo as formalidades;3.

    No se trocam os som das letras "s" por "r" assim como em palavras especficas do carioca;4. Tende-se a usar mais prclises a nclises;

    A explicao para a composio e a formao desse sotaque histrica: devido a forte colonizaoportuguesa na regio norte, em diversas vezes ao longo da histria, e a pouca influncia lingustica

    de outros povos. Esse sotaque empregado em quase toda a regio amaznica.

    [1]

    O dialeto da serra amaznica[1] , ou como as vezes chamado, dialeto do arco dodesflorestamento, um dialeto do portugus brasileiro. erroneamente considerado com o parteda amazofonia (dialeto nortista).[2][3]

    Conhecido na sua regio geogrfica como "sotaque dos migrantes",[4] no um dialeto coeso,justamente por sua peculiaridade de formao. Sua caracterstica marcante a forte pronncia do"s", de forma semelhante ao paulista, e outras peculiaridades.[5]Diferencia-se do dialeto tradicionalamaznida e nordestino, por ter uma pronuncia e vocalizao mais prxima do caipira edo sertanejo.[2]

    Esse dialeto existe no sudeste do Par,[6] sudoeste do Maranho, norte do Mato Grosso,em Rondnia e no atual Tocantins desde meados da dcada de 1970, quando houve uma imigraodesordenada de nordestinos, goianos, sudestinos e sulistas para a regio, atrados pelas ofertas deterras baratas e acessveis em abundncia.[7]

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    Mitos e lendas da cultura indgenaConhea os mais importantes mitos relacionados floresta. De acordo com pesquisadora, eles soformas de compreender e dar sentido vida - 30/03/2012

    Para os ndios, a floresta um mundo, o seu habitat. Da floresta eles obtm tudo o que precisampara suas vidas, desde material para a construo de suas casas, utenslios bsicos, ferramentas,implementos de caa, at alimentos e remdios. Eles sabem que compartilham esse habitat comoutros seres, animais de muitas espcies diferentes, que, s vezes, podem ser caados paraalimentar seu povo. Desde pequenas, as crianas aprendem sobre a floresta. Jovens, adentram amata com seus pais, tios e avs para incurses de caa, ou coleta de frutos, sementes, mel e materialpara construo de moradia. A floresta como uma grande enciclopdia viva para o conhecimentoindgena.

    De uma forma geral, em todas as culturas, os mitos e as lendas surgem como formas que o homemencontrou para compreender e dar sentido aos fatos e eventos da vida e do mundo. Muitos mitosexplicam a origem das coisas, como certos alimentos; prticas culturais, como a agricultura, efenmenos naturais, como o trovo e os eclipses. O contato dos povos indgenas com comunidadesprximas tornou algumas destas lendas conhecidas, de modo que foram absorvidas pela culturaregional brasileira, como a lenda amaznica do boto cor-de-rosa, que gosta de seduzir e namorar asmoas incautas s margens dos igaraps. Outras lendas so especficas de cada tribo. o queexplica a pesquisadora e curadora do Museu do ndio do Rio de Janeiro, Chang Whang:

    "Geralmente cada povo indgena tem seus mitos de origem, de como seu povo veio a ser. So osmitos cosmognicos. Esses mitos, transmitidos oralmente, de gerao a gerao, so muitoimportantes na formao do indivduo social, pois fornecem coeso simblica percepo doindivduo como parte de um corpo social, reforando sua identidade tnica. Desde temposimemoriais, os mitos descrevem eventos que se do no mundo indgena, e a floresta o elementoconcreto, visvel e tangvel desse mundo".

    Veja abaixo aguns dos mitos mais conhecidos da cultura indgena brasileira*:

    Uiara (Yara ou Iara) - a rainha das guas

    A jovem Tupi Uiara era a mais formosa mulher das tribos que habitavam ao longo do RioAmazonas. Por sua doura, todos os animais e plantas a amavam. Mantinha-se, entretanto,indiferente aos muitos admiradores da tribo. Em uma tarde de vero, aps o Sol se pr, Uiarapermanecia no banho, quando foi surpreendida por um grupo de homens estranhos. Sem condiesde fugir, a jovem foi agarrada e amordaada. Acabou por desmaiar, sendo violentada e atirada aorio. O esprito das guas transformou o corpo de Uiara em um ser duplo. Continuaria humana dacintura para cima, tornando-se peixe no restante. Uiara passou a ser uma sereia, cujo canto atrai oshomens de maneira irresistvel. Ao verem a linda criatura, eles se aproximam e so arrastados paraas profundezas, de onde nunca mais voltaro.

    Mandioca, o - o po indgena

    Mara era uma jovem ndia, filha de um cacique, que vivia sonhando com o amor e um casamentofeliz. Certa noite, Mara adormeceu na rede e teve um sonho estranho. Um jovem loiro e belo desciada Lua e dizia que a amava. O jovem, depois de lhe haver conquistado o corao, desapareceu deseus sonhos como por encanto. Passado algum tempo, a filha do cacique, embora virgem, percebeuque esperava um filho. Para surpresa de todos, Mara deu luz uma linda menina, de pele muito alvae cabelos to loiros quanto a luz do luar.

    Deram-lhe o nome de Mandi (ou Man) e na tribo ela era adorada como uma divindade. Poucotempo depois, a menina adoeceu e acabou falecendo, deixando todos amargurados. Mara sepultoua filha em sua oca, por no querer separar-se dela. Desconsolada, chorava todos os dias, de joelhos

    diante do local, deixando cair leite de seus seios na sepultura. Talvez assim sua filha voltasse vida,pensava. At que um dia surgiu uma fenda na terra de onde brotou um arbusto.

    A me se surpreendeu. Talvez o corpo da filha desejasse dali sair. Resolveu ento remover aterra, encontrando apenas razes muito brancas, como Mandi (Man), que, ao serem raspadas,

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    exalavam um aroma agradvel. Todos entenderam que criana havia vindo Terra para ter seucorpo transformado no principal alimento indgena. O novo alimento recebeu o nome de Mandioca,pois Mandi (Man) fora sepultada na oca.

    Vitria-rgia (ou mumuru) a estrela dos lagos

    Mara era uma jovem e bela ndia, que amava muito a natureza e tinha o hbito de contemplarchegada da Lua e das estrelas. Nasceu nela, ento, um forte desejo de se tornar uma estrela.Perguntou ao pai como surgiam aqueles pontinhos brilhantes no cu e, com grande alegria, soubeque Jacy, a Lua, ouvia os desejos das moas e, ao se esconder atrs das montanhas, transformava-as em estrelas. Muitos dias se passaram sem que a jovem realizasse seu sonho. Mara resolveu,ento, aguardar a chegada da Lua junto aos peixes do lago. Assim que ela apareceu, Mara,encantada com sua imagem refletida na gua, foi sendo atrada para dentro do lago, de onde nuncamais voltou. A pedido dos peixes, pssaros e outros animais, Mara no foi levada para o cu. Jacytransformou-a em uma bela planta aqutica, que recebeu o nome de vitria-rgia (ou mumuru), aestrela dos lagos.

    Guaran a essncia dos frutosAguiry era um alegre indiozinho, que se alimentava somente de frutas. Todos os dias saa pela

    floresta procura delas, trazendo-as num cesto para distribuir entre seus amigos. Certo dia, Aguiryse afastou demais da aldeia e se perdeu na mata. Jurupari, o demnio das trevas que tinha corpode morcego, bico de coruja e tambm se alimentava de frutas, vagava pela floresta quando encontrouo ndio no hesitou em atac-lo. Os outros ndios encontram Aguiry morto ao lado de um cesto vazio.Tup, o deus do bem, ordenou que retirassem os olhos da criana e os plantassem sob uma grandervore seca. Seus amigos deveriam regar o local com lgrimas, at que ali brotasse uma nova planta,da qual nasceria o fruto que conteria a essncia de todos os outros, deixando mais fortes e maisfelizes aqueles que dele comessem. A planta que brotou dos olhos de Aguiry possui sementes emforma de olhos e recebeu o nome de guaran.

    CurupiraTrata-se de um ser do tamanho de uma criana de seis ou sete anos, peludo como o bicho

    preguia, de unhas compridas e afiadas, com o calcanhar para frente e os dedos dos ps para trs,que anda nu pela floresta. Ele toma conta da mata e dos animais e mora nos buracos das rvoresque tem razes gigantescas, muito comuns na Floresta Amaznica. O curupira ajuda os caadores eos pescadores que lhe oferecem cachaa, fsforo e fumo. Esta oferta para que o indivduo tenhafartura nas caadas, pescarias e roados. As pessoas que no tm devoo pelo curupira sentemmedo, enjo e nuseas a quilmetros de distncia dele. Com essas pessoas, ele brinca fazendo comse percam na mata. Para se livrar do curupira deve-se cortar uma vara, fazer uma cruz e colocar emum rolo de cip tumbu, bem apertado. Ele v esse objeto e procura desmanchar o enrolado.

    Enquanto fica entretido em desmanchar o enrolado, a pessoa tem tempo para fugir.

    Saci PererMuito esperto e travesso, ele aparece sempre s sextas- feiras, noite, pulando com uma perna

    s, mostrando seus olhinhos brilhantes e os dentes pontiagudos. Usa uma camisa e uma carapuavermelha na cabea e traz em uma das mos um cachimbinho de barro. Sua tarefa carregar parauma mata muito distante crianas desobedientes e manhosas, gorar ovos de ninhadas, queimarbales, azedar leite, fazer o milho de pipoca virar piru e atacar os viajantes, pedindo fumo e fogo.Se algum recusa seu pedido, ele faz ccegas na pessoa at que ela morre de tanto rir.

    Boto o mais importante habitante encantado do Rio Amazonas. meia-noite ele se transforma em

    homem, andando por cima dos paus das beiradas do rio, de preferncia sobre os buritizeirostombados nas margens. Veste roupa branca e usa um chapu branco para ocultar uma abertura no

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    alto da cabea por onde sai um forte cheiro de peixe e hlito de maresia. Ele aparece to elegantenas festas que encanta e seduz as donzelas. Dana a noite toda com as mais jovens e mais bonitasda festa. Sai com elas para passear e antes do amanhecer pula na gua e volta forma primitiva depeixe, deixando as moas sempre grvidas. Alm de sedutor e fecundador conhecido tambmcomo o pai das crianas de paternidade desconhecida, pois as mes solteiras o acusam de ser o paide seus filhos. O boto-homem obcecado por mulheres, sente o cheiro feminino a grandesdistncias. Para evitar que ele aparea esfrega-se alho na canoa, nos portos e nos lugares onde ele

    gosta de aparecer.Uirapuru

    Certa vez um jovem guerreiro apaixonou-se pela esposa do grande cacique, mas como no podiase aproximar dela pediu a Tup (Lua) que o transformasse em pssaro. Tup fez dele um pssarode cor vermelho-telha, que toda noite ia cantar para sua amada. Quando cacique notou seu cantoto lindo e fascinante, perseguiu a ave para prend-la s para si. O uirapuru voou para bem distanteda floresta e o cacique que o perseguia, perdeu-se dentro das matas e igaraps e nunca mais voltou.O lindo pssaro volta sempre, canta para a sua amada e vai embora, esperando que um dia eladescubra seu canto e seu encanto.

    CaiporaTrata-se de um menino de pele escura, pequeno e rpido, cabeludo e feio, que fuma cachimbo, etem a funo de proteger os animais da floresta, os rios e as cachoeiras. Vive sondando as matasmontado em um porco, sempre com uma longa vara na mo. Quando o caador se aproxima ocaipora pressente sua chegada atravs do vento que lhe agita os cabelos. Ento sai a galope emseu porco fazendo barulho para espantar veados, coelhos, capivaras e outros animais de caa. svezes, o caador, sem ver direito, corre atrs do prprio caipora que montado em seu porco fazzigue-zague pelo mato at perder-se de vista.

    (*Fontes Funai e Fundao Joaquim Nabuco)

    http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2012/03/mitos-e-lendas-da-cultura-indigena.html