16
Dialogo 1 Paciente (60anos) muito mal. Diálogo com esposa V1. Boa tarde A1. Boa tarde V2. Eu sou da pastoral do hospital, meu nome é G. Como a senhora se chama? A2. Me chamo T. V3. A senhora é o que do paciente? A3. Sou esposa dele. V4. Soube da situação pela qual a senhora e o seu marido estão passando. Saiba que se quiser pode conversar comigo sobre isso, tá. A4. Sim V5. Dona T., notei que o paciente Sr. M. não conseguiu falar comigo. A5. Ele não pode. Ele sente muita dor. Na verdade ele sente muita dor por qualquer movimento que faz. (ela chora ao olhar para o marido). (Como você reagiria?)

Dialogo 1 Paciente (60anos) muito mal. Diálogo com esposa

  • Upload
    domani

  • View
    19

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Dialogo 1 Paciente (60anos) muito mal. Diálogo com esposa. V1. Boa tarde A1. Boa tarde V2. Eu sou da pastoral do hospital, meu nome é G. Como a senhora se chama? A2. Me chamo T. V3. A senhora é o que do paciente? A3. Sou esposa dele. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

Dialogo 1 Paciente (60anos) muito mal. Diálogo com esposa

V1. Boa tardeA1. Boa tardeV2. Eu sou da pastoral do hospital, meu nome é G. Como a

senhora se chama?A2. Me chamo T.V3. A senhora é o que do paciente?A3. Sou esposa dele.V4. Soube da situação pela qual a senhora e o seu marido estão

passando. Saiba que se quiser pode conversar comigo sobre isso, tá.

A4. SimV5. Dona T., notei que o paciente Sr. M. não conseguiu falar

comigo.A5. Ele não pode. Ele sente muita dor. Na verdade ele sente

muita dor por qualquer movimento que faz. (ela chora ao olhar para o marido). (Como você reagiria?)

Page 2: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V6. Faço idéia do que a senhora está passando. Eu próprio passei por uma situação difícil também. Minha sobrinha, na época tinha 1 ano, uma vez teve que ser internada também. E confesso que eu fiquei muito triste e preocupado pela situação dela. Imagina uma criança de 1 ano ter que ser internada.

(Somos interrompidos por uma enfermeira...Acompanhante chora novamente. Depois disso falo)Fiquei sabendo que a senhora perdeu há pouco tempo a sua filha.

A6. Sim. Foi uma grande perda para mim. Éramos mais do que mãe e filha. Éramos amigas. Hoje cuido do filho dela e de meu neto de 9 anos.

V7. De certa forma este neto da senhora lembra sua filha não é?

Page 3: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

A7. Sim. Eu gosto muito dele. Ele é um menino muito esperto.

V8. Como a senhora se sente hoje quanto a situação do seu marido? Como a senhora vê Deus neste momento?

A8. Estou muito triste por toda esta situação, mas hoje já estou melhor. Me perguntava aonde estava Deus quando tudo isto aconteceu, a morte da minha filha, o problema do meu marido... (Como você reagiria?)

V9. Dona T., às vezes ocorrem muitas coisas na nossa vida que nos levam a pensar onde está Deus nesta história toda. Na verdade ele está do nosso lado, sempre, continuamente. O porque D’Ele não tirar os momentos maus de nossa vida, eu não sei dizer para a senhora. Mas o certo é que Ele sempre está do nosso lado, nos amparando e nos ajudando também nesses momentos difíceis.

A9. É... Sei disso.

Page 4: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V10. O que a senhora tem que saber é que nem eu, nem a senhora, não podemos fazer muita coisa nesta hora. O que podemos fazer é pedir a Deus por seu marido e entregar esta situação nas mãos D’Ele. Ele, com certeza vai saber o que fazer, ok?

A10. Sim.V11. Também quero dizer para a senhora que a pastoral do

hospital está a sua disposição para conversar, dar palavras de consolo, enfim, ajudar a senhora neste momento difícil, certo?

A11. Sim, eu agradeço muito.V12. A senhor a quer algum folheto bíblico?A12. Sim, gostaria muito..V13. A senhora quer que eu faça uma oração pelo seu marido

e pela senhora?A13; Eu gostaria muito. (eu fiz uma oração)

Page 5: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

Diálogo 2 Paciente uma senhora de 84 anos.

V1. Olá, com licença, posso entrar?P1. Claro, pode sim.(paciente sentada numa poltrona, sozinha, vestida de forma

humilde. Quarto um tanto escuro)V2. Eu sou H, sou da pastoral e gostaria de lhe fazer uma visita.P2. Tudo bem, o Sr. Pode ficar à vontade.V3. E então, o que é que aconteceu com a Sra.?P3. Não sei, estou meio doente, eu não consigo melhorar. Os

médicos ainda não descobriram o que é. Amanhã vou fazer alguns exames. Estou com muito medo. (Como você reagiria?)

V4. A Sra. Está com medo.P4. Estou, estou com bastante medo.(Silencio. O olhar para baixo. O pensamento, que parecia

distante, demonstrava sua preocupação.)

Page 6: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

P5. Há três dias atrás eu estava me sentindo bem, trabalhando, passando roupa. (Pausa) Agora essa mão começou também, não consigo nem botar a mão na cabeça (Ela mostrou a mão esquerda, a qual parecia ter perdido a sensibilidade e o movimento. Ela mostrou como é difícil levantar o braço para fazer um gesto de passar a mão no cabelo), não dá nem para pegar nada.

(Novamente silêncio. Os braços estavam cruzados. Seu olhar pela janela era intranqüilo. Sentei-me numa cadeira que estava ao meu lado.

P6. É, mas assim são as coisas, agora eu estou aqui nesse quarto, sozinha, meus filhos todos trabalham e não podem vir me ver. (Como você reagiria?)

V5. A Sra. se sente sozinha! P7. Me sinto, me sinto sozinha. (Pausa). Mas eu sei que meus

filhos precisam trabalhar. E do jeito que estão as coisas, não dá pra parar. Quem tem serviço tem que trabalhar.

Page 7: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V6. Realmente, trabalho é importante.(Silêncio. Braços cruzados. Novamente o olhar para o chão.

O semblante estava caído. V7. A Sra. Está triste?P8. Eu estou, estou muito triste.(A paciente começou a chorar. Silêncio por vários minutos.

Fiquei sem saber o que fazer.)P9. Eu queria ir embora para minha casa, para minha gente.V8. A Sra. Gostaria de ir embora?!P10. Eu queria.V9. De onde a Sra. é?P11. Santana do Livramento. Tenho cinco homens e três

moças. Só dois que são solteiros, os outros são todos casados. Os que morram aqui em Porto Alegre trabalham e não podem vir me visitar.

(Ela ficou outra vez em silêncio)

Page 8: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V10. Eu trouxe um folheto, que tem uma pequena mensagem. Eu poderia ler para Sra.?

P11. Pode, pode sim. Eu não sei ler.(Li um folheto. Num determinado ponto da leitura a paciente

sorriu. No verso do folheto havia um trecho do Salmo 37,que também foi lido.)

P13. É, ainda bem que Deus cuida da gente.V11. Ele está sempre conosco, mesmo boas horas difíceis.

Posso fazer uma oração?P14. Pode.(Então fiz uma breve oração. Percebi que em silêncio ela

também balbuciava algumas palavras. Após isso levantei-me, cumprimentei-a e disse:)

V12. Bem, espero que a Sra. Possa melhorar.(Ela agradeceu a visita e eu me despedi e saí).

Page 9: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

Diálogo 3Visita pós-cirúrgia, com resultado nada bom.

As. Esp. Havia feito visitas anteriormente.

V1. Boa tarde, Sr. Luiz. Vim ver como o senhor está depois da cirurgia.

P1. Obrigado por vir (inicia a soluçar). O médico não me deu boas notícias.

V2. O que ele disse?P2. Ele disse que a cirurgia não ajudou como esperava.

Eu provavelmente não vou mais ficar bom dessa doença. (Como você reagiria?)

V3. Sinto muito Sr. Luiz.P3. ...e eu orei tanto.V4. É difícil entender porque nossas orações não são

respondidas como queremos.P4. Deus deve estar me punindo. Eu sei que não devo

ter sido um bom cristão. (Como você reagiria?)

Page 10: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V5. Sr. Luiz, ninguém de nós é “um bom cristão”, como o senhor diz Todos nós temos muito a aprender e a crescer. Eu não sei porque as coisas não estão indo para o senhor da forma como todos gostaríamos que fosse. É necessário muita fé para crer que Deus nos ama quando as nossas mais intensas e sinceras orações parecem não ser atendidas.

P5. Isto está correto. Acho que eu não tenho fé suficiente. (Como você reagiria?)

V6. Talvez seja mais uma questão de redirecionar a fé do que o montante de fé.

P6. O que você quer dizer?V7. Não tenho certeza, mas creio que o amor de Deus

nos envolve mesmo nos momentos ruins de nossa vida e nos dá a força que necessitamos para continuar.

Page 11: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

P7. Penso que entendi. Você está dizendo que é necessário a mesmo tanto de fé para enfrentar desapontamentos como para receber aquilo que desde o princípio queríamos.

V8. Você colocou meu pensamente de forma mais clara do que eu. Gostaria de orar que Deus continue a lhe mostrar Seu amor mesmo em momentos de perda e desencorajamento.

P8. Por favor o faça. Eu necessito disso.V9. (Oração)P9. Obrigado por vir. Significa muito saber do cuidado de

vocês.

Page 12: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

Diálogo 42 Visita – paciente com câncer avançado.

V1. Posso ajudá-lo a se posicionar melhor? P1. Já está bom assim. (Dizendo isto, apoiava-se comas mãos na

cama procurando a melhor maneira para ficar).V2. O Sr. Lembra de mim?P2. Claro que lembro! O Sr. É aquele que me deixou falar a vontade

aquela vez. Não é? Como vai?V3. Estou bem, obrigado. Sinto-me contente por estar ao seu lado de

novo.P3. Olha, achei que nunca mais iria ver o Sr. Recebi visitas diversas,

inclusive daquelas de guarda-pó cor de rosa. Não é a mesma coisa. Elas dão apoio moral e um pouco espiritual, mas é muito mecânico. Veja só, a minha situação piorou, como o Sr. Pode ver, mas eu não desanimo. Graças aquele livrinho ali, eu tenho suportado tudo isso. (mostra para o Novo T.).

V4. O Sr. Achou que eu não votaria, por certo gostaria de expressar algum sentimento que ainda o perturba?

Page 13: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

P4. Eu fui para casa. Fiquei lá alguns dias. Minha família me aguardava com muita ansiedade. Tudo parecia que passou. A gente procura encobrir a realidade com assuntos que distraem.. Planos, objetivos, risos, em fim; tudo passa. Quando a gente se dá por conta, já é hora de voltar para o hospital. Um frio ruim corre pelo corpo e com isso eu sei que os dias vão rapidamente. Apesar da fé que a gente tem, é muito duro dizer adeus ou até logo. Nunca se sabe o que o amanhã nos reserva.

(Como você reagiria)

Page 14: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

(silêncio. Emoção. Esfrega os olhos com as mãos. Eu deixei-o recuperar-se quando retomou de novo o assunto.)

P5. A gente volta pra cá e tudo recomeça. As noites são intermináveis. Durante o dia, as visitas e o barulho ajudam a preencher o vazio que se mistura com vozes, batidas de portas, ruídos metálicos etc. Os enfermeiros e os médicos dão sempre um alento mas no fundo eu sinto que aos poucos tudo o que a gente quer e espera vai sendo solapado pela desesperança e a luz no fundo do túnel vai se apagando. Mas com paciência a gente vai levando.

Page 15: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

V5. Esta aceitação traz alívio ao Sr.?P6. Eu aceitando tudo isso não quer dizer que desisti. Ainda tenho

ânimo apesar de estar aqui deitado nesta cama. Aceitando a doença é mais fácil de enfrentar a situação. Mesmo assim eu me preocupo com o dia de amanhã. Deus me dá forças para isso. Eu tenho orado muito para poder resistir nestas horas difíceis. O alívio que sinto é espiritual e não físico. (Como você reagiria?)

V6. Realmente Deus nos equipa para agüentar em dias maus. (Li Efésios 6.10-18 e fiz um comentário, encorajando-o a “revestir-se de toda armadura de Deus”. O Ap. Paulo nos diz: Orem o tempo todo.

P7. Cada vez que eu oro sinto recobradas as forças e o ânimo volta de novo. Às vezes eu tenho a impressão que um grande estado de depressão vai tomar conta de mim. Fico agitado, reflito um pouco, então graças a Deus supero esta fase novamente.

V7. Eu me alegro em saber que Deus faz o verdadeiro sentido em seu coração e o Sr. crê com lealdade.

Page 16: Dialogo 1  Paciente (60anos) muito mal.  Diálogo com esposa

P8. É, sem fé em Deus não somos nada. Eu também sou agradecido ao Sr. Que tão bem soube me ouvir. A maioria das pessoas que vem aqui quer que a gente faça uma série de coisas e dão tantas regras para seguir. Na verdade não querem nem saber o que de fato a gente sente. Eu gostei muito dessa conversa franca. Estou mais animado e ainda me sinto importante para os que me são caros, apesar de tudo. Eu não sei se vou prá casa logo. Mas tenho muita coisa boa para transmitir aos meus. Quando eu voltar para cá, quero que o Sr. Venha me visitar de novo. Não se esqueça de mim.

V8. O Sr. Será sempre lembrado. Especialmente em nossas orações. Eu terei maior prazer em visitá-lo novamente.

P9. Muito obrigado por me compreender e ouvir com tanta calma ao meu desabafo.

(Obs.: Com um caloroso aperto de mão despedi-me desejando-lhe a companhia e benção de Deus.)