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» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013 | ANO 1 | NÚMERO 2 | ALPHA PRIME: 50 ANOS DE JORNALISMO Nas áreas de risco, ao soar da sirene, um alerta para salvar vidas ECONOMIA Carga tributária chega a 37,27% do PIB em 2012 O atual cenário econômico brasileiro não é dos mais ani- madores: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 não passou de 1% (ficou em 0,9%) e o país con- tinua com uma das maiores cargas tributárias do mundo (36,27% do Produto Interno Bruto – PIB). No entanto, com algumas medidas de estímulos por parte do governo, é possível reverter o quadro. PAG 3 » ESTA EDIÇÃO 8 PÁGINAS | CONFIRA A EDIÇÃO DIGITAL NO SITE www.dialogometropolitano.com.br OU NOS NOSSOS APLICATIVOS NOSSOS COLUNISTAS O drama das 24 horas: administrando o tempo Os riscos da impunidade: aí que mora o perigo DIÁLOGO METROPOLITANO RIO DE JANEIRO Entrevista exclusiva com o vereador Marcelo Queiroz PAG 8 DÉBORAH FONSECA PAG 2 JOSÉ CARLOS BLAT PAG 3 A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Saúde e Defesa Civil, realiza mensalmente exercícios simulados de desocupação em comunidades que são consideradas áreas de risco durante as fortes chuvas que assolam a cidade. Ao todo, 103 comunidades recebem o treinamento, que tem como objetivo educar e orientar a população para agir com segurança em eventuais tempestades. Representantes das famílias que vivem na região são convocados para participar e aprender como proceder em situações de risco. PAG 2 Quase pronto Segundo o cronograma da Copa das Confederações, o Maracanã estará disponível a partir do dia 27 de abril. No total, serão organizados dois eventos fechados e um grande evento para o público como parte da preparação. PÁGINA 6 ESPORTES BRASIL E MUNDO Região portuária do Rio será revitalizada até 2016 A Região Portuária do Rio de Janeiro irá passar por gran- des mudanças até 2016. Impulsionada, principalmente, pelos grandes eventos que irá sediar nos próximos anos, a cidade maravilhosa está investindo em desenvolvimen- to e qualidade de vida. Uma das áreas que terá investi- mentos maciços é a Região Portuária, localizada na área central da cidade, que será beneficiada pelo projeto co- nhecido popularmente como Porto Maravilha – Operação Urbana Consorciada da Área de Especial Interesse Urba- nístico da Região Portuária do Rio de Janeiro. PAG 4 Os submarinos e as fontes de energia renovável Estreia: Liliane Ventura entrevista Helô Pinheiro DANIELLE M. THAME PAG 3 LILIANE VENTURA PAG 4 Volta ao reino de Oz: falta o prazer da cumplicidade Messi não pode salvar o time em todos os jogos HAMILTON ROSA JÚNIOR PAG 5 JOSÉ CARLOS CICARELLI PAG 6 Saúde: AIDS - estamos mais próximos da cura? Secretaria de Prevenção à Dependência Química DRA. LÍVIA MARIA GENNARI PAG 7 REINALDO COSTA PAG 8 CULTURA Teatro: Bonifácio Bilhões traz dinheiro, amizade e risadas Pode tirar a velha e boa calça boca de sino do armário, um dos maiores sucessos de 2013 nos teatros cario- cas é a peça Bonifácio Bilhões. Escrito na década de 70 pelo dramaturgo João Bethencourt, o espetáculo mexe com um sonho de quase todos os brasileiros: o de ganhar na loteria. “Se eu ganhar, te dou metade do prêmio!” Foi isso o que disse o dublê de socialista e economista Walter Antunes (vivido por José de Abreu) ao amigo vendedor de goiabada Bonifácio Brilhante (Tadeu Melo). Walter acaba, por sorte, ou não, ganhan- do o prêmio, o que traz à tona a promessa de dividir o dinheiro com o amigo. PAG 5 SAÚDE Tuberculose: número de casos diminui a cada ano No dia 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, instituído em 1982 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela União Internacio- nal Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares. PAG 7

Diálogo Metropolitano - Edição 2 - 14/03/2013

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Edição 2 do jornal Diálogo Metropolitano - Rio de Janeiro

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Page 1: Diálogo Metropolitano - Edição 2 - 14/03/2013

» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013 | ANO 1 | NÚMERO 2 | ALPHA PRIME: 50 ANOS DE JORNALISMO

Nas áreas de risco, ao soar da sirene, um alerta para salvar vidas

ECONOMIA

Carga tributária chega a 37,27% do PIB em 2012

O atual cenário econômico brasileiro não é dos mais ani-madores: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 não passou de 1% (ficou em 0,9%) e o país con-tinua com uma das maiores cargas tributárias do mundo (36,27% do Produto Interno Bruto – PIB). No entanto, com algumas medidas de estímulos por parte do governo, é possível reverter o quadro. PAG 3

» ESTA EDIÇÃO 8 PÁGINAS | CONFIRA A EDIÇÃO DIGITAL NO SITE www.dialogometropolitano.com.br OU NOS NOSSOS APLICATIVOS

NOSSOS COLUNISTAS

O drama das 24 horas: administrando o tempo

Os riscos da impunidade: aí que mora o perigo

DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

Entrevista exclusiva com o vereador Marcelo QueirozPAG 8

DÉBORAH FONSECAPAG 2

JOSÉ CARLOS BLATPAG 3

A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Saúde e Defesa Civil, realiza mensalmente exercícios simulados de desocupação em comunidades que são consideradas áreas de risco durante as fortes chuvas que assolam a cidade. Ao todo, 103 comunidades recebem o treinamento, que tem como objetivo educar e orientar a população para agir com segurança em eventuais tempestades. Representantes das famílias que vivem na região são convocados para participar e aprender como proceder em situações de risco. PAG 2

Quase prontoSegundo o cronograma da Copa das Confederações, o Maracanã estará disponível a partir do dia 27 de abril. No total, serão organizados dois eventos fechados e um grande evento para o público como parte da preparação. PÁGINA 6

ESPORTES

BRASIL E MUNDO

Região portuária do Rio será revitalizada até 2016

A Região Portuária do Rio de Janeiro irá passar por gran-des mudanças até 2016. Impulsionada, principalmente, pelos grandes eventos que irá sediar nos próximos anos, a cidade maravilhosa está investindo em desenvolvimen-to e qualidade de vida. Uma das áreas que terá investi-mentos maciços é a Região Portuária, localizada na área central da cidade, que será beneficiada pelo projeto co-nhecido popularmente como Porto Maravilha – Operação Urbana Consorciada da Área de Especial Interesse Urba-nístico da Região Portuária do Rio de Janeiro. PAG 4

Os submarinos e as fontes de energia renovável

Estreia: Liliane Ventura entrevista Helô Pinheiro

DANIELLE M. THAMEPAG 3

LILIANE VENTURAPAG 4

Volta ao reino de Oz: falta o prazer da cumplicidade

Messi não pode salvar o time em todos os jogos

HAMILTON ROSA JÚNIORPAG 5

JOSÉ CARLOS CICARELLIPAG 6

Saúde: AIDS - estamos mais próximos da cura?

Secretaria de Prevenção à Dependência Química

DRA. LÍVIA MARIA GENNARIPAG 7

REINALDO COSTAPAG 8

CULTURA

Teatro: Bonifácio Bilhões traz dinheiro, amizade e risadas

Pode tirar a velha e boa calça boca de sino do armário, um dos maiores sucessos de 2013 nos teatros cario-cas é a peça Bonifácio Bilhões. Escrito na década de 70 pelo dramaturgo João Bethencourt, o espetáculo mexe com um sonho de quase todos os brasileiros: o de ganhar na loteria. “Se eu ganhar, te dou metade do prêmio!” Foi isso o que disse o dublê de socialista e economista Walter Antunes (vivido por José de Abreu) ao amigo vendedor de goiabada Bonifácio Brilhante (Tadeu Melo). Walter acaba, por sorte, ou não, ganhan-do o prêmio, o que traz à tona a promessa de dividir o dinheiro com o amigo. PAG 5

SAÚDE

Tuberculose: número de casos diminui a cada ano

No dia 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, instituído em 1982 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela União Internacio-nal Contra Tuberculose e Doenças Pulmonares. PAG 7

Page 2: Diálogo Metropolitano - Edição 2 - 14/03/2013

CIDADES

2 DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

REFlEXÕESDéborah Fonseca | Jornalista

o drama das 24 horas

DIREToRAMônika Santos Ferreira

DIREToRA DE REDAçãoDéborah FonsecaJornalista Responsável

EDIToR ChEFEJônatas Mesquita | MTb [email protected]

REDAçãoJonas GonçalvesRaul RamosPâmela [email protected]

REvISãoBianca Montagnana

DIAGRAmAçãoRoberta Furukawa Bartholomeu

ColuNISTASDéborah Fonseca, José Carlos Blat, Thell de Castro, Hamilton Rosa Jr., José Carlos Cicarelli, Lívia Gennari e Reinaldo Costa

Projeto GrÁfIco e edItorIAlNews Prime Comunicação & [email protected]

redAçãoAvenida das Américas, 3.500Bloco 05 | Sala 313Rio de Janeiro | RJ ImPressãoGráfica Lance

redes socIAIsTwitter - twitter.com/dialogometroFacebook - migre.me/drPtc

O desafio de administrar o tempo e ainda desfru-tar das emoções que permeiam o cotidiano.Generalizar é sempre um risco, reconheço. Contudo, não posso ne-gar que sempre cultivei um certo preconceito com o gênero de autoa-juda e seus descenden-tes. Penso que a vida seria fácil se pudésse-mos ser mais felizes, saudáveis ou prósperos seguindo um apanhado de regras. Por isso, des-confiei quando me de-parei com um dos novos best seller do momento, cujo mote é ensinar a aproveitar melhor seus dias, sem correria e an-siedade. O objetivo é identificar por onde o precioso tempo está se esvaindo, encontrar soluções, encarar mu-

danças e alcançar o nirva-na, que é dispor de tempo para fazer tarefas que jul-ga importantes, mas que ficam para depois por pura falta de tempo!Bem, ao fazer uma lista das tarefas diárias propos-ta pela autora num dos ca-pítulos, percebi que passo diariamente cerca de 70 minutos dentro do metrô, um meio de transporte que me ajuda a driblar o trân-sito infernal de São Paulo e a ganhar tempo! Nesse período, me distraio obser-vando as pessoas. Adoro reparar o estilo, o compor-tamento, a diversidade. Mas poderia aproveitar o trajeto para tarefas mais tangíveis. Contudo, perde-ria esse tempo de obser-vação, que julgo precioso. Sigo a lista procurando alternativas e, de repen-te, percebo que eu e pro-

vavelmente a grande maioria das mulheres (só tenho propriedade para falar por nós) somos ca-pazes, sim, de fazer o tempo multiplicar. Filhos, casa, marido, trabalho, família, amigos, compras, cabelo, unha, maquia-gem. Estava tudo na lista diária. Ok, admito, stress e ansiedade assombram meus dias, e tarefas me-nos urgentes também são adiadas. Mas o que seria deles se optasse sempre pela praticidade, tudo racional e organiza-do. Acredito que perde-ria pequenos detalhes, contatos e emoções. Então, desculpem, vol-tei à livraria e optei por um clássico da literatura, escolhendo usar o meu tempo com o que, acre-dito, realmente faz dife-rença.

DIÁLOGO MetropolitanoPuBlICADo PElA AlPhA PRImE EDIToRA E JoRNAlISmo lTDA.ALPHA PRIME: 50 ANOS DE JORNALISMO

Nas áreas de risco, um alerta para salvar vidas

A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Saúde e Defe-sa Civil, realiza mensalmen-te exercícios simulados de desocupação em comunida-des que são consideradas áreas de risco durante as fortes chuvas que assolam a cidade.

Ao todo, 103 comunida-des recebem o treinamento, que tem como objetivo edu-car e orientar a população para agir com segurança em eventuais tempestades. Representantes das famílias que vivem na região são convocados para participar e aprender como proceder em situações de risco.

“Primeiro, nós capacita-mos as pessoas a terem uma percepção do risco, te-rem ciência de que moram em uma área de risco” afir-ma o Coronel Márcio Motta, subsecretário de Defesa Ci-vil do Rio de Janeiro. Em se-guida, um membro de cada família que reside na região é escolhido para participar do exercício, agendado pre-viamente.

Agentes comunitários, técnicos da Defesa Civil e voluntários ministram o exercício simulado à po-pulação das comunidades onde o Sistema de Alerta e Alarme para chuvas fortes já está implantado. O sistema conta com sirenes localiza-das nas áreas de maior ris-co - previamente mapeadas pelo Instituto de Geotécnica do Rio de Janeiro (Geo-Rio) - que são acionadas quando

há riscos de tempestades, enchentes ou deslizamen-tos de encostas.

Ao soar da sirene, que emite um som altíssimo, a população deve agir e co-locar em prática os ensi-namentos aprendidos no treinamento. A pessoa, de-vidamente treinada, auxilia seus familiares e vizinhos próximos a evacuarem suas residências e se dirigirem aos locais seguros da co-munidade, designados pela Prefeitura e Defesa Civil. “São chamados pontos de apoio, áreas seguras que fo-ram criadas com a ajuda da comunidade, onde os mora-dores podem ficar até que a tempestade acabe”, afirma Robson Maciel, gerente do Centro Municipal de Saúde Carlos Figueiredo Filho, lo-calizado em Borel.

Antes de se deslocarem para os pontos de apoio, os moradores precisam ser alertados a tomarem al-gumas ações que seriam facilmente esquecidas me-diante momento de deses-pero. Eles são lembrados de levarem juntos de si do-cumentos pessoais, cartões, dinheiro e alimentos rápi-dos como biscoito e água. “Se a pessoa toma remédio controlado, deve levar tam-bém, além de desligar a luz, fechar o gás e a casa” diz o Coronel Márcio Motta.

Instalada nos pontos de apoio, a população recebe suporte por parte da Defe-sa Civil e aguarda o fim da tempestade em segurança. “Quando eles ficam aqui, estão seguros. Após o pe-rigo passar, nós os encami-nhamos de volta para suas

casas”, afirma Maria Helena Lopes, voluntária do CIEP (Centro Integrado de Educa-ção Pública).

morro do BorelNo dia 02 de março, os

moradores da comunidade do Borel, localizada na Tiju-ca, participaram do exercí-cio simulado de desocupa-ção realizado pela Defesa Civil na região. Técnicos da Defesa Civil, Assistentes So-ciais, Agentes Comunitários e voluntários demonstraram como a população deve agir e se locomover para um ponto de apoio quando as áreas onde moram apresen-tarem riscos iminentes.

O Morro do Borel foi o pri-meiro a receber o serviço do Sistema de Alerta e Alarme e hoje conta com seis pon-tos de apoio disponíveis para moradores de cerca de 900 casas localizadas em áreas de risco. “As pessoas podem ir para o ponto de apoio ou para casas de ami-gos e parentes que moram em áreas seguras na comu-nidade ou em qualquer ou-tro local”, afirma o Coronel Márcio Motta.

A sirene foi acionada “de verdade” por duas vezes na Comunidade do Borel, em 2011 e em janeiro deste ano. Na ocasião, tiveram desliza-mentos e desabamentos na região, mas nenhuma pes-soa se feriu. “A estratégia da sirene está funcionando, as pessoas ficam atentas e não conseguem dormir com um barulho como esse, quan-do a chuva é de madruga-

da”, afirma Motta. “O poder de reação é sempre muito maior quando as pessoas estão acordadas”, completa.

De acordo com o Coronel, a importância do exercício simulado é muito grande, pois é uma estratégia nova no país e na cidade do Rio de Janeiro, onde a cultura de prevenção ainda está longe do sistema de países de primeiro mundo como o Japão. “É fundamental testar e praticar para que a população entenda bem os procedimentos que devem ser feitos no dia em que a sirene tocar”, diz.

Para Luis Antônio Silva dos Santos, morador do Morro do Borel, a comunida-de precisa saber o que fazer e se conscientizar que sair da área de risco é vital. “Tem muita gente que ainda mora em área de risco e não sai de lá”, afirma Luis. “Ao ouvir a sirene é bom que eles já fi-quem inteirados e saiam de casa, porque a vida vem em primeiro lugar”, completa.

Um integrante de cada família que mora em áreas de risco na Comunidade do Borel participou do exercí-cio simulado e recebeu uma camiseta e orientações para futuras emergências. “Esse membro passa a ser res-ponsável pelas orientações dentro de casa e até aos vizinhos mais próximos”, diz Robson Maciel.

Maria Helena Lopes é voluntária do CIEP (Centro Integrado de Educação Pú-blica) e líder na comunida-de, onde mora há 43 anos. Quando a Defesa Civil entra em contato com ela, alertan-do sobre o risco de chuva forte nas próximas horas, Maria começa a conscien-tizar as pessoas para ir aos pontos de apoio. “Tenho a

chave da escola Dr. Antoine Magarinos e abro o portão para abrigar e apoiar os mo-radores”, diz Maria.

Disciplina EscolarEnxergando as crianças da

Comunidade do Borel como agentes multiplicadores de informações para suas fa-mílias, a Defesa Civil entrou em contato com o CIEP para que juntas passassem infor-mações às crianças através de exercícios simulados, re-alizados na escola Dr. Antoi-ne Magarinos Torres Filho.

Chamadas de agentes jo-vens, as crianças são peças fundamentais, que podem ajudar a salvar vidas com o conhecimento adquirido. “Foi feito um trabalho para mostrar a essas crianças que, no momento em que começa a chover, a sirene é acionada e eles têm que sair de suas casas e procurar as pesso-as que necessitam de ajuda para chegarem ao ponto de apoio”, afirma Lenita Vilela, diretora do CIEP.

Após o treinamento ser realizado nos anos de 2011 e 2012, em 2013 tornou-se um projeto que irá entrar no Programa Pedagógico, onde as turmas do quinto ano do Ensino Fundamental terão o conteúdo como parte da disciplina. “As crianças são agentes mirins comunitários”, diz Lenita. “Elas estão bastan-te empolgadas e se sentem importantes. Quando uma criança se sente importante e valorizada, ela faz tudo com muita alegria”, completa.

“A gente ajuda as pessoas a saírem de casa e não es-quecer o documento, nem identidade, nem remédio” afirma o agente jovem Da-niel dos Santos. “Foi tranqui-lo aprender, porque eu fiz na escola”, finaliza.

Moradores do Borel recebem as orientações

Coronel Márcio Mota e Robson Maciel

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ECONOMIA

3DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

PAPo SÉRIo ECoNomIA vERDE

Nesta semana, quero abordar os riscos da im-punidade no Brasil. Todos os dias nos noticiários vemos uma verdadeira enxurrada de crimes e de criminosos expostos perante as autoridades policiais. Muito se fala em cadeia, prisão e condena-ção, mas só no momento em que as coisas estão fervendo, logo após as práticas criminosas.É aí que mora o perigo, pois depois de algum tempo já esquecemos o que assistimos, até por-que somos bombardea-dos com mais crimes e criminosos.Pois bem, o que caiu no esquecimento público começa a ser objeto de julgamento pelo poder ju-

A presidente Dilma Rou-sseff se orgulha da po-tencial construção do pri-meiro submarino nuclear brasileiro, pois apenas cinco países possuem esse equipamento (Esta-dos Unidos, China, Fran-ça, Rússia e Inglaterra), todos membros perma-nentes do Conselho de Segurança da Organiza-ção das Nações Unidas (ONU).A inauguração da Unida-de de Fabricação de Es-truturas Metálicas (Ufem), em Itaguaí, no Rio de Ja-neiro, é sem dúvida um avanço. Por mais que o Brasil seja um país pací-fico, a indústria bélica é uma das principais pro-

diciário, e o emaranhado de leis e de recursos benéficos aos criminosos acabam dei-xando a sensação verdadei-ra de impunidade.Como promotor de Justiça criminal, assisto todos os dias ao que acontece com aqueles que são conde-nados por crimes de toda a espécie, desde os mais leves até os mais graves. E a sensação é a mesma em todos os julgamentos, pois os réus já sabem quanto tempo vão cumprir pena na cadeia e quanto tempo vão ser colocados em regimes prisionais mais benéficos, e pouco se importam com o tamanho das condenações nas sentenças, porque os benefícios são tantos que a pena de prisão fica, literal-mente, apenas no papel.

E que não se diga que a justiça criminal não funcio-na, funciona sim. A lei de execuções penais é que precisa ser reformulada, de forma que dê a efeti-vidade da prisão, ou seja, se o indivíduo é condena-do por um crime grave a cinco anos de cadeia, que cumpra os cinco anos na cadeia e não um sexto, um terço da pena ou coi-sa que o valha e seja colo-cado em um regime mais benéfico, saindo – literal-mente - nas ruas como um cidadão de bem. Quem assistiu ao julgamento de Gil Rugai teve essa sen-sação, pois ele foi conde-nado por duplo homicídio qualificado a mais de trin-ta e três anos de prisão, e saiu pela mesma porta que seus julgadores, já calculando que em quatro ou cinco anos estará em regime semiaberto, caso seja confirmada a conde-nação pelo Tribunal de Justiça. Devemos colocar um bas-ta a esse Estado benevo-lente, que, ao final, sempre se esquece das vítimas e de seus parentes.

José Carlos Blat | Promotor de Justiça

os riscos da impunidadeDanielle Mendes Thame | Advogada

Submarinos deveriam ter fonte renovável de energia

pulsoras do conhecimento. A maioria das comodidades tecnológicas com que con-tamos atualmente originou-se de pesquisas militares. Alimentos enlatados, peni-cilina, internet são apenas algumas delas. Quanto à reestruturação da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), encarre-gada de construir os cilin-dros do submarino nuclear, a lógica foi na contramão da história. Apenas para citar um exemplo, a Ale-manha desistiu da energia nuclear em 2001, pois mo-dernos geradores eólicos e placas fotovoltaicas pro-duzem energia mais barata e segura. Depois do de-sastre ocorrido na central

japonesa de Fukushima Daiichi em 2011, Angela Merkel anunciou o fe-chamento de todas as usinas nucleares alemãs até 2022. Ao que parece, mais uma vez, o Brasil vai im-portar indústrias sucate-adas que não interessam mais aos países desen-volvidos. O complexo in-dustrial de Itaguaí seria sim motivo de orgulho se a proposta fosse so-cioambientalmente com-prometida, se os subma-rinos brasileiros fossem os primeiros do mundo movidos a fontes reno-váveis de energia. De novo no Brasil as ideias estão fora do lugar.

o fardo brasileiro: carga tributária chega a 36,27% do PIB

O atual cenário econômi-co brasileiro não é dos mais animadores: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 não passou de 1% (ficou em 0,9%) e o país continua com uma das maiores cargas tributárias do mundo (36,27% do Pro-duto Interno Bruto – PIB). No entanto, com algumas medidas de estímulos por parte do governo, como foi o caso da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a aquisição de veículos pro-movida no ano passado, é possível reverter o quadro.

É o que defende o eco-nomista Alberto Borges Matias. Para ele, as causas para a elevada carga tribu-tária brasileira são a alta taxa de juros e o volume expressivo de despesas do Governo Federal. Entretan-to, Matias chama a atenção para o fato de que o siste-ma de arrecadação vem se aperfeiçoando, o que deve gerar benefícios para a po-pulação.

“Com o crescimento da economia, é normal haver um aumento da arrecada-ção de impostos. Ao mes-mo tempo, com o avanço das notas fiscais eletrôni-cas e por meio de um con-trole mais efetivo em todas as esferas, é possível fazer com que todos paguem os tributos, o que é o justo. No entanto, é necessário que, com uma arrecadação maior, haja uma contraparti-da por parte do governo no oferecimento de melhores serviços em setores como a saúde e a educação. Isso já vem ocorrendo, pois comparando o Brasil com países que têm carga tribu-tária similar, a prestação de serviços é melhor no geral”, analisa o economista.

A queda na taxa de ju-ros é um dos estímulos à economia mais reivindica-dos e vem sendo realizada de forma gradativa. Mas, o economista cita que o Governo Federal também já direcionou esforços em várias direções ao reduzir a carga tributária em seg-mentos estratégicos, além dos automóveis, como é o caso da compra de eletro-domésticos da chamada “li-nha branca”, das folhas de pagamentos das empresas e da energia elétrica.

Como sugestão para aprofundar esse processo de ajustes tributários, que ensejam a tão desejada re-forma, Matias sugere mais mudanças pontuais. “Ainda

JONAS GONÇALVES

temos muitos impostos indi-vidualizados. Alguns pode-riam ser extintos ou agrupa-dos, e alíquotas poderiam ser reduzidas”, ressalta.

Com relação à taxa bási-ca de juros (Selic), o fraco desempenho da economia, representado pelo baixo crescimento do PIB, fez com que o Comitê de Polí-tica Monetária (Copom) do Banco Central a mantivesse em 7,25% ao ano. A inflação preocupa pela alta verifica-da nos preços de alimentos e de prestação de serviços. Porém, o setor produtivo, capitaneado por entidades como a Confederação Na-cional da Indústria (CNI), defende que o combate à inflação seja feito por ou-tras medidas que não o aumento nos juros, citando como alternativa a redução nos gastos públicos. “O uso da política monetária como único instrumento de com-bate à inflação coloca em sério risco a retomada da atividade econômica em curso”, alertou a entidade ao analisar a manutenção da Selic.

Dados

Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) aponta que a carga tributária brasileira subiu 0,25% de 2011 para 2012 (36,02% para 36,27%). Os dados mantêm a tendência apresentada na última dé-

cada, em que a carga de im-postos subiu 3,63%. “Nem mesmo as desonerações e o fraco desempenho do PIB conseguiram diminuir a carga tributária brasileira”, afirmou o coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, em nota di-vulgada pela instituição.

A arrecadação total atin-giu R$ 1,59 trilhão no ano passado, ante R$ 1,49 tri-

lhão em 2011. Os tributos federais são responsáveis pela maior parte (69,96%). Complementam a receita os impostos estaduais (24,71%) e os municipais (5,33%). No ranking dos maiores arre-cadadores figuram, pela or-dem, o INSS, o ICMS, a Co-fins e o Imposto de Renda.

Outra informação relevan-te que atesta a dimensão do fardo carregado pelos

brasileiros é fornecida pelo Impostômetro, instrumento utilizado pela Associação Comercial de São Paulo para mostrar o volume anual da arrecadação de impostos no país. Nos últimos cinco anos, o total ultrapassou R$ 1 trilhão. Em 2013, o primeiro trimestre ainda nem termi-nou e mais de R$ 313 bilhões já foram pagos, sinal de que ainda há muito a ser feito.

Alberto Borges Matias

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4 DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

BRASIL E MUNDO

lIlIANE vENTuRA ENTREvISTALiliane Ventura | Jornalista

Helô Pinheiro, a eterna Garota de IpanemaAbro o meu Diálogo com vocês com a ca-rioca mais cantada em prosa e verso do Brasil, Heloísa “Helô” Eneida Menezes Paes Pinto Pi-nheiro. Célebre por ter sido a musa inspiradora de Tom Jobim e Vinicius de Moraes para a can-ção que projetou a MPB internacionalmente: Ga-rota de Ipanema.Helô, você mora em SP há 30 anos. Qual a sua relação com o Rio hoje?Mantenho as minhas ra-ízes no Rio de Janeiro. A minha formação acon-teceu nesta cidade, que é maravilhosa. Tenho muitas lembranças ines-quecíveis. A minha famí-lia é do Rio, bem como a do meu marido. Tive-mos dois filhos cariocas e entendo este lugar como se fosse também a minha cidade.Qual o local de que você sente saudades?Ainda fico arrepiada ao passar pela Rua Vinicius de Morais, antiga Mon-te Negro, onde fica o Prédio Garota de Ipane-

ma. O point - Posto 11 em Ipanema me traz grandes recordações. Já a tran-quilidade eu encontro até hoje na Lagoa Rodrigo de Freitas.Como você avalia as po-líticas públicas no Rio de janeiro?Gosto do governo do pre-feito Eduardo Paes, per-cebo que as ruas estão mais limpas, a cidade tem

policiamento e arrisco dizer que a pacificação deu certo. Claro que de-sejo que fique melhor em todos os setores. Falta a perfeição, e tor-ço para que os gover-nantes cheguem a ela.Helô, mande um reca-do aos seus fãs.Eu amo o Rio! O Rio de Janeiro é que é mais cheio de graça!

Estamos em obras: região portuária do Rio será revitalizada até 2016

A Região Portuária do Rio de Janeiro irá passar por grandes mudanças até o ano de 2016. Impulsiona-da, principalmente, pelos grandes eventos que irá sediar nos próximos anos – Jornada Mundial da Ju-ventude, Copa do Mundo e Olimpíadas – a cidade maravilhosa está investin-do em desenvolvimento e qualidade de vida.

Uma das áreas que terá investimentos maciços é a Região Portuária do Rio de Janeiro, localizada na área central da cidade, que será beneficiada pelo projeto-conhecido popularmente como Porto Maravilha – Operação Urbana Consor-ciada da Área de Especial Interesse Urbanístico da Região Portuária do Rio de Janeiro.

A operação foi criada pela lei nº 101/2009 e tem por objetivo promover a re-estruturação local através

da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos da região, visando à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futu-ros moradores e também à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área.

A primeira etapa das ações, que irão atingir uma área de cinco milhões de metros quadrados, já foram concluídas e tiveram como objetivo a construção de novas redes de água, es-goto e drenagem nas Ave-nidas Barão de Tefé e Ve-nezuela, urbanização do Morro da Conceição e res-tauração dos Jardins Sus-pensos do Valongo.

As obras têm como limi-te as avenidas Presidente Vargas, Rodrigues Alves, Rio Branco e Francisco Bi-calho e tiveram a segun-da etapa iniciada em julho de 2012. A previsão é que esta etapa seja finalizada até 2016, quando toda re-

gião será reurbanizada e adotará um novo padrão de qualidade dos serviços urbanos, como coleta se-letiva de lixo e iluminação pública eficiente e econô-mica.

O projeto Porto Maravilha é uma realização da Prefei-tura do Rio de Janeiro com apoio dos Governos Esta-dual e Federal. Para atrair interesse de investidores e conseguir financiamento para as obras, a lei autori-za o aumento do potencial construtivo na região, ou seja, permite a construção além dos limites atuais, com exceção das áreas de preservação, de patrimônio cultural e arquitetônico e dos prédios destinados ao serviço público.

Uma das obras que visa levar cultura à Zona Portuá-ria do Rio foi inaugurada no dia 1º de março, aniversário da cidade maravilhosa. O Museu de Arte do Rio de

Janeiro (MAR) está insta-lado na Praça Mauá e tem como objetivo promover uma leitura transversal da história da cidade, seu teci-do social, sua vida simbóli-ca, conflitos, contradições, desafios e expectativas so-ciais.

A revitalização da área do porto do Rio de Janei-ro irá modificar não apenas o cenário físico da região, mas o ambiente social. Se-rão criadas novas condi-ções de trabalho, moradia, transporte, áreas de cultu-ra e lazer para a população que ali vive. Creches, UPAs e escolas que atendam a densidade populacional também fazem parte do projeto, que estima que a área tenha cerca de 100 mil habitantes em 10 anos.

Demolição do Elevado da Perimetral

Uma grande modificação no cenário e na mobilida-de da Região Portuária é a demolição do Elevado da Perimetral. Construída no início dos anos 50, a ave-nida que liga o bairro Caju ao Aeroporto Santos Dum-mont tinha como objetivo servir de alternativa às vias congestionadas da época.

Estudos técnicos apoiam a remoção do elevado, me-dida fundamental para me-lhorar o trânsito da região. Além disso, o viaduto con-tribuiu, ao longo dos anos, para a degradação da área, o que gerou um esvazia-

mento do local, que tem a menor densidade popula-cional do município, sendo habitada por apenas 22 mil pessoas.

A remoção do Elevado da Perimetral irá trazer um novo conceito de locomo-ção, centrado nas pesso-as e na sustentabilidade ambiental, privilegiando o transporte público, a inte-gração entre os meios de transporte, as ciclovias e as áreas de circulação, garan-tindo maior fluidez ao trân-sito e aumentando o desen-volvimento da região.

As ações para remoção do Elevado começaram em fevereiro deste ano. A pri-meira viga de aço da ram-pa do Elevado, em frente à Rua Antônio Lage, próximo ao Moinho Fluminense, foi removida pela Concessio-nária Porto Novo. Métodos de implosão, demolição e desmonte serão aplicados no processo, de acordo com as características de cada trecho.

Obras como a remoção do Elevado da Perimetral e a modificação da Ave-nida Rio Branco – uma das mais importantes da capital – irão alterar o tráfego das regiões, cau-sando alguns desconfor-tos. Contudo, de acordo com o Prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes, os transtornos são inevitá-veis, mas fazem parte do processo de melhoria da área.

“Todas essas interven-ções que inevitavelmente irão pipocar no centro da cidade nos próximos anos requalificam, porém tra-zem, sim, um transtorno. Mas o Rio vive um mo-mento especial para que a gente possa fazer essas intervenções todas, para que a gente possa trazer para a cidade, principal-mente para o centro, uma realidade completamente diferente da que a gente vivia”, disse em entrevista à Agência Brasil.

PrINcIPAIs obrAs do Porto mArAvIlhA» Construção de 4 km de túneis;

» Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas;

» Reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, drenagem);

» Implantação de 17 km de ciclovias;

» Plantio de 15.000 árvores;

» Demolição do Elevado da Perimetral (4 km);

» Construção de três novas estações de tratamento de esgoto.

PrINcIPAIs servIços» Conservação e manutenção do sistema viário;

» Conservação e manutenção de áreas verdes e praças;

» Manutenção e reparo de iluminação pública e calçadas;

» Execução de serviços de limpeza urbana;

» Implantação de coleta seletiva de lixo;

» Manutenção da rede de drenagem e de galerias universais;

» Manutenção da sinalização de trânsito;

» Instalação e conservação de bicicletários;

» Manutenção e conservação de pontos e monumentos turísticos, históricos e geográficos;

» Atendimento ao cidadão.

PrINcIPAIs ImPActos» Aumento da população de 22 mil para 100 mil habitantes em 10 anos;

» Aumento da área verde de 2,46% para 10,96%;

» Aumento de 50% na capacidade de fluxo de tráfego na região;

» Redução da poluição do ar e sonora, com a retirada da Perimetral e a redução do

transporte pesado na região;

» Aumento da permeabilidade do solo;

» Aumento e melhoria da qualidade da oferta de serviços públicos;

» Transformação da região em referência para a cidade.

Simulação de como ficará a área do Porto Maravilha

Eduardo Paes, Dilma Rousseff e Sérgio Cabral Filho

Page 5: Diálogo Metropolitano - Edição 2 - 14/03/2013

Duque de Caxias terá um Centro de Memória Cultural

5DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

CULTURA

GIRODuque de Caxias terá um Centro de Memória Cultural

Abertas inscrições para o prêmio da Obra Social Rio Solidário

ThEll vÊ Tv Thell de Castro | Jornalista

NA TEloNA

Sam Raimi é um grande diretor, sua trilogia Ho-mem Aranha é uma das melhores transposições do mundo dos quadri-nhos para o cinema. Po-rém neste ambicioso Oz, Mágico e Poderoso, os efeitos de computação gráfica de última gera-ção, animais falantes e dublagens de celebri-dades não bastam, falta aqui o prazer da cumpli-cidade. O novo Oz não tem a doce Dorothy na histó-ria, pois explica o que aconteceu antes, e a história é de como o má-gico Oscar Digs (James Franco) foi parar ali.A abertura é promissora: começa como uma aven-tura em preto e branco, num mundo que parece que perdeu sua fé na aventura e na imagina-ção, mas a tela se amplia quando ele chega a ou-tra dimensão, ganhando cores, a ponto de deixar o personagem diminuto. Ele tem muitas possibi-lidades de aventura pra viver, no entanto o rotei-ro do filme é acanhado,

recai sempre nos clichês, e o pior: não tem humor. Percebe-se que o diretor Raimi quer transcender a própria questão do bem e do mal. É a melhor par-te do filme: aqui os lados se alternam e as simpatias do espectador junto com a do diretor vão de um lado para o outro. Os cidadãos de Oz são trabalhadores esforçados, mas também gananciosos, falsos e im-

prudentes, e as criaturas mágicas de repente vi-ram monstros. Essa luta alegórica não pode ser resolvida com uma vitó-ria clara para qualquer um dos lados.Fora isso, não há gran-des imprevistos, surpre-sas ou encanto. Na com-paração com o antigo O Mágico de Oz, de 1939, o novo está bem longe do arco-íris.

Hamilton Rosa Júnior | Jornalista e Crítico de Cinema

A volta ao reino de oz

» Com produção de Fer-nando Meirelles e dire-ção geral de Marcelo Machado, a nova série nacional do Nat Geo se chama “A Verdade de Cada Um” e estreia no próximo dia 20, quarta-feira, às 22h15.

» O programa mostra que até mesmo assun-tos com opiniões qua-se unânimes podem ter outros pontos de vista. Serão abordados temas como crack, consumo, educação, madeira e comida, entre outros, sempre com vários pon-tos de vista. A comple-

xidade das relações em um mundo cada vez mais cheio de gente faz com que todos os grandes pro-blemas contemporâneos tenham sempre diferentes e apaixonados argumentos de defesa ou ataque.

» “Nós optamos por ouvir quem ousa viver as pró-prias convicções”, de-clara Marcelo Machado. Com narração do ator Milhem Cortaz, “A Verda-de de Cada Um” mostra os impasses da sociedade em uma ciranda televisiva que se vale da linguagem dos documentários diretos e dos “reality-shows” para

dar uma volta nas ques-tões, acompanhando quem forma opinião na prática da vida cotidia-na.

» O primeiro episódio da série, “Crack”, mos-trará a opinião e o coti-diano de usuários, um ex-viciado, um familiar de usuário, um policial e um psicólogo que pos-sui uma ONG que ajuda viciados. A verdade de cada um é contraposta com a exposição de de-poimentos sobre os mo-tivos que os levaram a defender aquilo em que acreditam.

» “A exposição de as-suntos com os quais convivemos na socieda-de é marca registrada do Nat Geo. Esta pro-dução nacional é mais um passo importante do canal, ao retratar nossa realidade com a qualidade reconhecida mundialmente” afirma o VP sênior de Programa-ção e Conteúdo da Fox International Channels, Paulo Franco.

Bonifácio Bilhões: dinheiro, amizade e boas risadas

Pode tirar a velha e boa calça boca de sino do ar-mário, um dos maiores su-cessos de 2013 nos teatros cariocas é a peça Bonifácio Bilhões. Escrito na déca-da de 70 pelo dramaturgo João Bethencourt, o espe-táculo mexe com um sonho de quase todos os brasilei-ros: o de ganhar na loteria.

“Se eu ganhar, te dou me-tade do prêmio!” Foi isso o que disse o dublê de socia-lista e economista Walter Antunes (vivido por José de Abreu) ao amigo ven-dedor de goiabada Bonifá-cio Brilhante (Tadeu Melo). Walter acaba, por sorte, ou não, ganhando o prêmio, o

que traz à tona a promessa de dividir o dinheiro com o amigo.

A peça toda, apesar de escrita em um outro con-texto político, outra moeda e um Brasil hoje diferente do que era há 37 anos, não perdeu o seu contexto e frescor. “Discutimos duas posturas humanas. Um não quer pagar, e o outro come-ça a provocar. Uma hora, Walter fuma um baseado e fica bonzinho, mas o efei-to passa. A Márcia Cabrita, que vive minha mulher, é o equilíbrio. É muito engraça-do, mas faz refletir”, revela José de Abreu.

Mesmo com toda essa questão envolvendo moral, dinheiro e amizade, a peça

garante ao espectador bons momentos de diver-são. “É um vaudeville, pelo ritmo de entradas, saídas e marcas. Mas antes de tudo é uma comédia desencade-ada por uma situação inusi-tada, que acaba por colocar valores essenciais à prova”, define Ernesto Piccolo, di-retor da nova montagem.

Bem e mal, bom e mau, honestidade levada ao ex-tremo e malandragem idem são alguns dos motes do espetáculo. O que alguém é capaz de fazer por um prêmio milionário? Vale a pena ser honesto? São es-sas as perguntas que Boni-fácio Bilhões leva ao palco, de maneira leve e descon-traída.

De volta ao passadoToda história ou trama tem

um “pano de fundo” ou “fun-do de cena”, isto é, possui um contexto onde acontece o drama. Em Bonifácio Bi-lhões não é diferente. A peça se passa em 1975 e em cena são retratados costumes e músicas da época, além de comidas, propagandas e cita-ções que remetem a grandes lojas de departamento, bouti-ques e supermercados. Algu-mas dessas marcas estão até hoje presentes em nossa me-mória, como as Lojas Mesbla ou aquele Chevette que ace-lerava na rua de casa, aque-la goiabada cascão compra-da no Supermercado Disco. Tudo isso torna a peça ainda mais especial e nostálgica.

Duque de Caxias, município de Baixada Fluminen-se, vai ganhar um centro de memória para preservar a história cultural da região. No espaço, serão reuni-das atividades como música, dança, artes plásticas e artesanato. O projeto para a instalação do centro foi apresentado durante encontro do secretário munici-pal de Cultura e Turismo, Jesus Chediak, com repre-sentantes de movimentos culturais, no Teatro Raul Cortez, no centro de Caxias.

“Queremos fazer um centro de referência cultural, em Duque de Caxias, com o objetivo de resgatar a história e também a parte turística do município para os moradores e visitantes. A partir dessa ideia, vamos reunir as diferentes expressões artísticas, de danças folclóricas à história da fundação do município”, disse secretário. (Agência Brasil)

A Obra Social Rio Solidário, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura do Rio, vai premiar este ano os dez melhores grupos de manifestação cultural do estado. O Prêmio Rio Sociocultural 2013 contemplará vencedores nas categorias Teatro, Dan-ça, Música, Cinema e Circo. As inscrições vão até 5 de abril e os vencedores serão anunciados no dia 2 de maio

De acordo com a diretora presidenta da Rio Soli-dário, Daniela Pedras, nas três edições anteriores, o prêmio contabilizou mais de 750 inscrições vindas de todos os municípios fluminenses, mas este ano aparecem projetos projetos oriundos de comunida-des pacificadas.

A iniciativa do prêmio tem o intuito de valorizar as características das atividades socioculturais do esta-do. “É importante mostrar a criatividade do Rio”, des-tacou Daniela. (Agência Brasil)

RAUL RAMOS

Márcia Cabrita, José de Abreu e Tadeu Melo

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PASSA A BolA...

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» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

ESPORTES

José Carlos Cicarelli | Cronista esportivo

» Maradona está sem-pre preocupado em defender o argentino Messi, que passa por uma fase apenas dis-creta do Barcelona. Ele declarou que seu so-nho é ser seu treinador no time catalão. Mara-dona acha que Messi tem sido o melhor jo-gador do mundo nos últimos anos e que ele não pode salvar o time em todos os jogos em que atua.

» Foi muito comemora-do o aniversário de 60 anos do craque Zico, não só no Rio, mas por todo o país. Ele me-rece, pois foi um dos maiores jogadores do futebol brasileiro de to-dos os tempos. Como locutor esportivo de rádio e TV, tive a felici-dade de narrar vários de seus jogos, sempre esbanjando categoria e atuando com serieda-de. Zico foi o responsá-vel por alguns dos mais belos gols de “bola pa-rada” que vi em campo.Parabéns, Galinho! O

Brasil precisa reverenciar sempre o futebol que você praticou.

» O governo do Rio, a cer-ca de três meses do início da Copa das Confedera-ções, continua preocupa-do com os preços das di-árias de hotéis na cidade durante a realização do evento. Nas reuniões que trataram sobre o assun-to, o sindicato do setor procurou tranquilizar as autoridades, informando que não haverá abusos e os estabelecimentos con-tinuarão a praticar preços considerados justos e

normais. O importan-te é que isso realmente se confirme, para não prejudicar a imagem da Cidade Maravilhosa em futuros eventos de nível internacional que vêm por aí.

» Está confirmado o me-gashow que será promo-vido no Rio na abertura da Copa de 2014. A ceri-mônia oficial de abertura acontecerá em São Pau-lo. Os artistas que parti-ciparão do evento do Rio já estão sendo convida-dos. Até o mês de maio a lista estará fechada.

Copa das Confederações: maracanã está quase pronto para a festa

A três meses da estreia da Copa das Confedera-ções, a maioria dos es-tádios brasileiros correm contra o relógio para con-cluir as obras no tempo estipulado. Pensando nisso, a FIFA, o Comitê Organizador Local (COL) e o Governo Federal par-ticiparam de uma cons-trutiva reunião no início do mês com representan-tes do estado do Rio de Janeiro e da construtora Odebrecht. O objetivo foi discutir os preparativos do Maracanã para a Copa das Confederações, in-

cluindo o roteiro para a entrega de cada um dos elementos-chave do es-tádio.

O governador não par-ticipou da reunião, mas foi representado pelo secretário estadual de Casa Civil, Régis Fichtner. “Sabemos que não temos um cronograma fácil, mas o Maracanã estará pron-to para receber eventos-teste no dia 27 de abril. No total, organizaremos dois eventos fechados e um grande evento para o público como parte da preparação para a Copa

das Confederações”, dis-se Fichtner.

Mesmo no meio de toda a polêmica e as broncas, o secretário da FIFA,-Jérôme Valcke, chegou a declarar seu entusiasmo pelo Maracanã. “Comen-tei com o ministro (Aldo Rebelo) que estaremos aqui neste estádio para assistir à final da copa de 2014. É um lugar espeta-cular, um estádio fantásti-co.”

TestesO Objetivo da FIFA é

realizar três eventos-tes-

te antes da estreia oficial. Segundo o cronograma, o Maracanã estará dis-ponível a partir do dia 27 de abril. No total, serão organizados dois even-tos fechados e um gran-de evento para o público como parte da prepara-ção. Isso garantirá que todos os aspectos ope-racionais, após a reforma do estádio, passem por testes detalhados, sendo um deles com a capaci-dade máxima, no dia 2 de junho, no jogo entre Bra-

sil e Inglaterra.Na Copa das Confede-

rações, o estádio recebe-rá três partidas: México x Itália (16 de junho), Espa-nha x Taiti (20 de junho) e a decisão (30 de junho).

De acordo com a FIFA, equipes técnicas do COL dos responsáveis pelo estádio terão reuniões semanais. Além disso, to-das as partes envolvidas integrarão os seus calen-dários e se reunirão regu-larmente para continuar monitorando o processo.

TABElA DA CoPA DAS CoNFEDERAçÕES

Aldo Rebelo

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» QUINTA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2013

SAÚDE

A vIDA É FRáGIl. vIvA Com SAÚDEDra. Lívia Maria Gennari | Médica

AIDS - Estamos mais próximos da cura?Um inimigo mortal, im-piedoso e munido de proteções desconheci-das pelos seres huma-nos: este é o vírus da Imunodeficiência Hu-mana Adquirida (HIV).Há 30 anos, quando os primeiros casos dessa síndrome se manifesta-ram, a cura era impen-sável. Configurando-se como o maior proble-ma de saúde pública do século XX, só em 1988 observávamos 11 contaminações por

minuto e 2,5 milhões de mortes. Para desespero daqueles com o diag-nóstico, ter uma soro-logia positiva nos anos 80 era uma sentença de meses de sofrimento.O tratamento só foi ini-ciado no ano de 1987, e mesmo assim com uma eficácia muito baixa e com efeitos colaterais diversos e incapacitan-tes. Diante de um his-tórico tão obscuro e re-cente, a notícia da cura de uma paciente de 02 anos, trazida por cientis-tas americanos, provoca

inquietação. Será que estamos próximos da cura da AIDS?Infelizmente a cura ainda está longe de ser alcançada para to-dos os pacientes, mas a evolução foi muito rápida. Em apenas 20 anos, a qualidade de vida dos doentes em tratamento melhorou de forma significativa e a sobrevida após o diagnóstico passou de meses para muitos anos. Um bebê nas-cido hoje e infectado pela mãe tem, em mé-dia, uma sobrevida de 50 a 60 anos antes da infecção manifestar-se.Se imaginarmos que há 100 anos o trata-mento de doenças ti-das por séculos como incuráveis, tais como a tuberculose e a le-pra, também era algo impossível, podemos considerar as notícias como um novo fôlego para a comunidade científica na procura da solução definitiva para o HIV.

Número de casos de tuberculose no Brasil diminui a cada ano

No dia 24 de março será celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculo-se, instituído em 1982 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela União In-ternacional Contra Tuber-culose e Doenças Pulmo-nares. A doença infecciosa e contagiosa atingiu cerca de 8,7 milhões de pessoas em 2011, levando 1,4 mi-lhão a óbito.

Apesar dos números alar-mantes, a doença regrediu, se comparada ao ano de 2010, o que traz esperança aos profissionais da área de saúde. No Brasil, foram notificados 69.245 casos da doença em 2011, núme-ro 3,54% menor que o total registrado em 2010, que totalizou 71.790 casos.

A tuberculose é a doen-ça infecciosa mais mortal do mundo e afeta, princi-palmente, os pulmões. “A tuberculose também pode acometer a cadeia linfática (gânglios) e, em casos mais raros, órgãos como rins e fígado”, afirma a Dra. Lívia Maria Gennari.

Os principais sintomas da doença são febre bai-xa, dor no peito, tosse com expectoração – por vezes com raia de sangue -, perda de apetite, ema-grecimento e inapetência. O quadro pode, em alguns estágios, se assemelhar à pneumonia, mas enquan-

to esta se desenvolve em horas e dias, a tuberculose evolui mais lentamente, em semanas, o que faz com que o paciente procure atendimento médico após dois meses, geralmente.

A transmissão da doen-ça ocorre de pessoa para pessoa através de gotícu-las de saliva contendo o agente infeccioso. O ris-co de contrair a doença é maior se o contato com a pessoa infectada se der por tempo prolongado, em ambientes fechados e com pouca ventilação.

O Rio de Janeiro lidera uma lista desagradável no que se refere à tuberculo-se. O estado é o que tem o maior índice de incidên-cia da doença, enquanto a capital carioca registra a maior taxa de mortalidade pela tuberculose. “Fatores históricos, como o fato de a sede do governo ter sido no Rio, atraiu imigrantes de países europeus, que trou-xeram a doença e fizeram do estado uma porta de entrada da tuberculose”, diz Dra. Lívia. O grande nú-mero de favelas com ven-tilação, higiene e acesso à saúde precários também são responsáveis pela pro-liferação da doença.

De acordo com a Dra. Lívia, algumas medidas po-dem ser tomadas para evi-tar a contração da doença.

“A vacina tomada ao nascer protege apenas em casos graves”, diz. “A investiga-ção precoce dos sintomas e viver em ambientes en-solarados e ventilados ain-da são as melhores formas de prevenção”, completa.

Para diminuir a incidência da tuberculose no Rio de Janeiro, está sendo desen-volvido um trabalho de for-talecimento do Sistema de Atenção Básica de Saúde, como a expansão das Clíni-cas da Família. Os agentes comunitários que atuam na região conhecem de perto a rotina dos portadores da doença, seus hábitos e as instalações onde vivem. Sendo assim, eles podem intervir positivamente para modificar os hábitos erra-dos dessas pessoas, me-lhorando a qualidade de vida.

A atenção primária rea-lizada pelos profissionais das Clínicas da Família na cidade do Rio de Janeiro tende a contribuir para a diminuição e controle da tuberculose e outras do-enças. “As visitas domici-liares são muito importan-tes, o trabalho da atenção básica busca ativamente os pacientes e melhora a relação da Equipe de Saú-de com eles, auxiliando no tratamento e combatendo a tuberculose” diz a Dra. Lívia.

medicamentos serão reajustados a partir de 30 de março

Remédios poderão ter os

preços reajustados a partir

do dia 30 de março, segun-

do autorização da Câmara

de Regulação do Mercado

de Medicamentos (Cmed),

formada por uma equipe

interministerial liderada

pelo Ministério da Saúde.

A autorização com os cri-

térios de composição dos

ajustes dos preços foi pu-

blicada terça (12) no Diário

Oficial da União.

Para esses reajustes,

serão consideradas as ex-

pectativas de inflação, de

ganhos de produtividade

das empresas de medica-

mentos e o preço dos insu-

mos usados na produção

dos remédios. Para a infla-

ção, deverá ser usado o Ín-

dice Nacional de Preços ao

Consumidor Amplo (IPCA),

acumulado entre março de

2011 e fevereiro de 2012,

calculado pelo Instituto

Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). (Carolina

Sarres/Agência Brasil)

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8 DIáloGoMetropolitanoRIo DE JANEIRo

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DIÁLOGOS

PoR DENTRo DA NoTÍCIA Reinaldo Costa | Jornalista

Jônatas Mesquita, editor-chefe do Diálogo Metropolitano, e o vereador Marcelo Queiroz

» O governador do Es-tado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, através de decreto, criou a Secreta-ria de Prevenção à De-pendência Química.

» O governador nomeou para o cargo de secre-tário o deputado federal Filipe Pereira (PSC/RJ).

» A situação do consu-mo de droga no Rio de Janeiro vem assustando as autoridades. Segun-do o governador, não podemos ter a ilusão de acabar com o tráfi co de drogas, mas precisamos trabalhar para que o Es-tado possa se tornar uma referência na redução do consumo. Vamos dar ao orçamento desta Secre-

» Logo após ser anunciado como secretário, o depu-tado federal Filipe Perei-ra disse que sua primeira ação será analisar o cená-rio de todo o Estado, le-vantando número de vagas disponíveis para interna-ção através de convênios que poderão ser fi rmados

leIA o dIÁloGo metroPolItANo No sIte www.dialogometropolitano.com.br etAmbÉm AtrAvÉs dos APlIcAtIvos dIsPoNÍveIs NA APP APPle store e No GooGle PlAY

vereador marcelo Queiroz: “Rio de Janeiro precisa regularizar os hostels”

Marcelo Queiroz é o ve-reador mais jovem da atual legislatura da Câmara Muni-cipal do Rio de Janeiro. Aos 28 anos, foi eleito pelo Par-tido Progressista (PP), mas sua veia política mostrou-se forte ainda antes.

Nascido Marcelo André Cid Heráclito do Porto Quei-roz, formou-se no colégio cristão Santo Inácio. Mais tarde, formou-se em Direito pela PUC-Rio, especializan-do-se em Direito Fiscal. Foi presidente da Atlética de Direito, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Centro Acadêmico de Direi-to da PUC-Rio. Também foi presidente da Junior Cham-ber International (JCI).

Engajado na luta contra a corrupção, em 2007 Mar-celo liderou uma passeata que reuniu cerca de cinco mil pessoas no Rio de Ja-neiro. O vereador também foi um dos criadores do Movimento “Ficha Limpa”. Atualmente, Marcelo cursa pós-graduação em Admi-nistração Pública na FGV e Gerência e Gestão de Pro-jetos na UFRJ.

Conheça um pouco mais do perfi l do vereador mais jovem do Rio de Janeiro, que concedeu entrevista exclusiva ao Diálogo Metro-politano.

Marcelo, você é o mais jovem vereador da atual legislatura da Câmara Mu-nicipal do Rio de Janeiro. O que motivou essa candida-tura e sua entrada na políti-ca da cidade?

Eu comecei no movimen-to estudantil. Fui presidente do diretório de estudantes da PUC, eleito com 4 mil votos dentro da minha fa-culdade. Depois comecei a fazer essa política com os outros centros acadêmicos, as Atléticas de Direito, e foi tudo isso que me motivou e me fez conseguir a vitó-ria para vereador do Rio de Janeiro.

Quais são suas principais plataformas nestes quatro anos de mandato?

Eu tenho três principais focos. O primeiro é o es-porte. Eu defendo o espor-te universitário e o esporte escolar, então incentivo a volta do Campeonato Uni-versitário do Rio de Janeiro, do Campeonato Escolar do Rio de Janeiro, o desenvol-vimento das Atléticas.

O segundo ponto é o turismo. O Rio de Janeiro vai vivenciar dois grandes eventos, que são a Copa do Mundo e as Olimpíadas, além de outros eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, agora em junho. Por isso, é preciso desen-volver, tornar a cidade mais internacional. Temos que

ter mais informações, mais placas nas ruas, precisa-mos tratar melhor o turista, saber receber, participar das questões de reforma dos aeroportos, portos, e é nesse sentido que estamos indo.

E o terceiro é a questão do empreendedor. O Rio de Janeiro tem uma vocação natural para o desenvolvi-mento do empreendedoris-mo, é uma cidade que atrai, todo mundo gosta de morar aqui, todos querem morar no Rio de Janeiro, então temos que tornar a cidade cada vez mais atrativa para que as empresas se insta-lem aqui e, com isso, sejam criados mais empregos.

Em relação à segunda plataforma que você citou, que é o turismo, nós temos grandes eventos na cidade nos próximos anos. Como é que vocês estão preparan-do a cidade, como estão ajudando tanto a Prefeitura quanto o Governo do esta-do nessa preparação?

O primeiro ponto que eu propus foi a questão dos Hostels. O Rio de Janeiro não tem uma regulamenta-ção para esse tipo de aco-modação, por isso o que se vê são as velhas pensões ou os hotéis, e uma cidade moderna como o Rio de Ja-neiro, que vai receber inú-meros jovens, precisa regu-lamentar isso. O segundo ponto que propus são algu-mas novas áreas de turismo no Rio, por exemplo o Com-plexo do Alemão, que me-rece ser visitado. Tem tam-bém Paquetá, que é uma ilha no meio de uma cidade como o Rio de Janeiro. En-

fi m, é necessário haver um olhar turístico sobre locais como esses.

Acho que estou colabo-rando nessa parte, tentan-do mostrar ao prefeito e ao governador que existem áreas no Rio de Janeiro que podem ser transfor-madas em atração turística para a cidade.

Nós estamos falando também sobre a juventu-de. Você, como vereador jovem, acha que o jovem pode participar da política

atualmente? Como é que você avalia isso?

Eu tenho uma visão um pouco diferente. Acho que o jovem participa da políti-ca, mas não participa da po-lítica partidária, o que talvez seja culpa de todos nós po-líticos, pois há uma infi nida-de de partidos. Acho que os partidos têm que começar a qualifi car mais, que é o que meu partido, o PP, vem fa-zendo. Acho que o jovem que quer entrar na política tem que se perguntar “Qual

é minha bandeira?”.

Eu não venho de famí-lia de políticos, vim do movimento estudantil e consegui! Perdi algumas eleições, ganhei outras e agora estou aqui, vereador do Rio de Janeiro!

Gostaria que você dei-xasse uma mensagem para todos os cariocas e também para todo mundo, já que a TV pode ser aces-sada pela internet em todo o mundo.

Acho que o Rio de Janei-ro e o Brasil vêm passando por uma fase esplendoro-sa e que a internet vai ter muito a acrescentar nesse processo democrático. Um projeto que eu tenho ago-ra aqui no Rio de Janeiro é para que população possa dar entrada em projetos de lei pela internet, utilizando uma assinatura virtual. A expectativa é que melho-re cada vez mais, que haja mais jovens na política e que façamos uma política mais dinâmica.

taria 2% da arrecadação de ICMS do fumo e álcool no Estado. Sempre com o foco na prevenção e reabilitação de dependentes, a nova Secretaria vai desenvolver parcerias com instituições que já desenvolvam traba-lhos com dependentes quí-micos.

pelo Estado. Aprovei-tando a oportunidade, o secretário falou sobre a internação involuntá-ria de dependentes do crack. Temos que cen-tralizar nossos esforços na necessidade que a Secretaria terá de abrir vagas para que a inter-nação seja possível, seja ela compulsória ou não.

» Segundo o secretário, este é um tema que de-safia o poder público e a sociedade como um todo. A criação desta Secretaria é uma res-posta para a necessida-de que temos de com-bater as consequências das drogas, que tiram a liberdade individual de cada um.