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Legislação e Tributos SEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2016 DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS 12 Repartição prevista pela Emenda Constitucional nº 87, em vigor desde o dia 1º, gera dificuldades. Empresa terá que recolher o imposto estadual no local de origem e no de entrega da mercadorias Divisão de ICMS entre estados pode excluir pequenas do comércio on-line TRIBUTOS Roberto Dumke São Paulo [email protected] As novas regras de pagamen- to de Imposto sobre Circula- ção de Mercadorias e Serviços (ICMS) no comércio eletrôni- co entre estados são tão com- plicadas que as pequenas em- presas devem deixar de atuar nesse segmento, dizem tribu- taristas ouvidos pelo DCI. Desde o dia 1ª de janeiro está em vigor a repartição do imposto entre o estado de origem da mercadoria e o de destino, conforme a sistemá- tica prevista pela Emenda Constitucional nº 87. O grande problema desta sistemática, afirma o sócio do Salusse Marangoni Advoga- dos, Eduardo Perez Salusse, é que em vez de o contribuinte recolher o imposto uma úni- ca vez e os estados realizarem a divisão, o que foi definido é que o contribuinte pagará o tributo duas vezes, uma ao estado de origem e outra pa- ra o local de destino. É nesse ponto que o co- mércio eletrônico interesta- dual começa a ficar inviável para as empresas de pequeno porte. “O contribuinte é obri- gado a saber as alíquotas de todos os seus produtos em todos os estados. Isso é insa- no, é loucura. É preciso que a empresa tenha uma estrutura fiscal e contábil muito gran- de”, reforça Salusse. Na visão dele, não será possível operar sem progra- mas de computador adequa- dos e uma assessoria fiscal. “Mas isso tudo só é viável em imposto duas vezes. “Essa par- cela é recuperável. O problema é que o procedimento não é tão simples”, afirma ele. Salusse também cita outras problemáticas decorrentes das novas regras. Se o estado de origem concedeu um benefício fiscal não autorizado pelo Confaz, por exemplo, o estado de destino pode querer cobrar imposto a mais. É o que São Paulo fará, segundo ele. Outro impasse ocorre quan- do o vendedor está num esta- do, o comprador em outro, e a mercadoria é destinada a um terceiro estado. Também nesse caso Salusse diz que as unida- des federativas brigarão para decidir quem ficará com o ICMS ao estado de destino. Progressão Até o ano passado, Cardoso conta que o estado de origem (sede da empresa que vendia a mercadoria) ficava com todo o ICMS. Uma loja de São Paulo que vendia on-line para um consumidor final em Minas Gerais, por exemplo, recolhia ao primeiro estado 18% de ICMS sobre o valor do produto, explica o tributarista. Desde o começo do ano, com a nova regra, o estado de origem fica com a chamada alíquota interestadual, de 12%, e o restante é divido. No exem- plo citado, a parcela a ser divi- da entre os estados poderia ser de 6%. “Só que essa divisão ocorrerá numa escala progres- siva”, explica ele. Em 2016 o estado de origem fica com 60% da parcela a ser dividida (os 6%) e o estado de destino fica com os 40%. A par- cela do estado destino subirá ano a ano até, em 2019, chegar a 100%, conta Cardoso. Anúncio em TV deve informar preço CONSUMIDOR Da Redação São Paulo [email protected] O Superior Tribunal de Justi- ça (STJ) confirmou decisão da Justiça do Rio de Janeiro para que uma empresa que anuncia produtos em um canal de tele- visão a cabo divulgue o preço e a forma de pagamento. De acordo com nota publi- cada no site da Corte, a ação civil pública foi proposta pela Comissão de Defesa do Con- sumidor da Assembleia Le- gislativa do Rio contra em- presa que oferecia seus produtos em um canal de TV fechada sem informar o pre- ço e a forma de pagamento. O consumidor só obtia esses dados ao ligar para a central de atendimento da empresa, numa chamada tarifada, in- dependentemente da com- pra do produto. A empresa alegou que não houve violação à legislação e que seguiu as diretrizes estabe- lecidas pelo Conselho Nacio- nal de Autorregulamentação Publicitária (Conar), organiza- ção não-governamental que tem por objetivo impedir que a publicidade abusiva ou enga- nosa cause prejuízos ao consu- midor ou anunciante. O juízo de primeiro grau aceitou os argumentos da Co- missão de Defesa do Consumi- dor e condenou a empresa a informar o preço e a forma de pagamento. O juiz fixou uma multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento da decisão. Inconformada, a em- presa recorreu, mas o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a sentença de primei- ra instância. A empresa então acionou a Corte Superior. Na análise do caso, os ministros da Segunda Turma do STJ aprovaram, por unanimidade, o voto do minis- tro Humberto Martins, que destacou o direito à informa- ção como garantia fundamen- tal expressa na Constituição. O ministro salientou ainda que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) traz, entre os direitos básicos, a informa- ção adequada e clara. “O caso concreto é exemplo de publicidade enganosa por omissão, pois suprime dados essenciais sobre o produto (preço e forma de pagamento), as quais somente serão conhe- cidas pelo consumidor me- diante o ônus de uma ligação tarifada, mesmo que a compra não venha a ser concretizada”, justificou o relator. CDC DETERMINA QUE INFORMAÇÃO DEVE SER CLARA E ADEQUADA TST destina indenização para fundo de proteção da criança JUSTIÇA O Tribunal Superior do Tra- balho restabeleceu sentença que condenou a KTX Calçados a pagar indenização de R$ 50 mil, a título de danos morais coletivos, por ter desrespeita- do normas de jornada de ser- viço e intervalos para alimen- tação e repouso. O valor será destinado a um fundo mantido pelo mu- nicípio de Governador Vala- dares (MG) para a proteção de crianças e adolescentes, inclusive com o combate ao trabalho infantil. O Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou ação civil pública após constatar a submissão de empregados a jornadas superiores a dez ho- ras diárias, sem o devido in- tervalo para repouso e com registro de ponto não corres- pondente à realidade. A KTX Calçados, em sua defesa, sus- tentou ser descabida a indeni- zação, por entender que a ofensa a direito trabalhista in- dividual não afeta a coletivida- de. O argumento da empresa, no entanto, foi refutado pelo juízo da 2ª Vara do Trabalho de Governador Valadares, que jul- gou procedente a ação e fixou a indenização em R$ 50 mil. Como o MPT solicitou o repas- se do valor ao Fundo de Ampa- ro ao Trabalhador (FAT) ou a entidade assistencial, o juiz destinou a quantia para o Ins- tituto Nosso Lar, responsável por projetos sociais na cidade. Em recurso, o Tribunal Re- gional do Trabalho de Minas absolveu a empresa da indeni- zação por entender que não houve ofensa à moral e aos va- lores da coletividade, mas manteve a decisão de primeiro grau. Já o TST notou desrespei- to das normas e restabeleceu a decisão primeira. /Agências DREAMSTIME Comércio eletrônico de pequeno porte saiu mais prejudicado tino. “Esse valor não será de- duzido de nenhuma forma. Vai aumentar a carga”, afirma. O tributarista do escritório Gaia, Silva, Gaede & Associa- dos Advogados, Maurício Bar- ros também entende que o pri- meiro obstáculo burocrático é a emissão de guias e a obten- ção de inscrições estaduais. Contudo, ele indica que exis- tem várias complicações. Um dos exemplos é o ICMS pago via substituição tributária – caso em que o fabricante ou importador fica responsável por recolher o imposto, no lu- gar do varejista. Se o varejista vende o produto cujo ICMS já foi recolhido por substituição para outro estado, Barros aponta que ainda é necessário pagar a parcela de destino. Com isso, acaba-se pagando o CRONOLOGIA Setembro/2014. O Supremo Tribunal Federal (STF) decide que é inconstitucional o Protocolo 21, que dava parte do ICMS aos estados de destino. Abril/2015. Os estados prejudicados pela decisão do STF conseguem aprovar no Congresso a Emenda Constitucional 87. Janeiro/2016. Entram em vigor as novas regras, que estipulam aumento progressivo do ICMS aos estados de destino. Janeiro/2019. Acaba a transição. Os estados de destino ficam com 100% da diferença entre alíquotas interna, que varia, e a interestadual, de 12%. larga escala, para diluir os cus- tos. O comércio pequeno não vai ter condições de cumprir esse nível de exigências.” O sócio do Souto Correa, Anderson Trautmann Cardoso, destaca que outro problema diz respeito à necessidade de emitir guias de pagamento do imposto ou de fazer a inscrição estadual no estado para o qual a mercadoria é destinada. “Em muitos casos as empresas com as quais nós trabalhamos têm encontrado dificuldades na obtenção da inscrição esta- dual, e até mesmo na emissão da guia”, afirma o advogado. Convênio Prevendo esse tipo de proble- ma, ele conta que os estados já se movimentaram para insti- tuir, pelo menos até 30 de ju- nho deste ano, uma inscrição estadual simplificada. A previ- são está no Convênio 152/2015 do Conselho Nacional de Polí- tica Fazendária (Confaz). Mas no dia 28 de dezembro, o Convênio 183/2015 modifi- cou o anterior, para fixar que os estados de Alagoas, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul não terão a inscrição simplifi- cada. “Não se trata de um pro- blema de aumento de carga tributária, as de um incremen- ta das obrigações acessórias”, comenta o advogado. Cardoso aponta ainda que o único aumento de carga tribu- tária será para as empresas que estão no Simples Nacio- nal, que precisarão pagar sepa- radamente a parcela do ICMS que vai para os estados de des-

DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS …smabr.com/novo/wp-content/uploads/DCIA0801_012.pdfde destino pode querer cobrar imposto a mais. É o que São Paulo fará, segundo ele

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Legislação e TributosSEXTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2016 � DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS12

Repartição prevista pela Emenda Constitucional nº 87, em vigor desde o dia 1º, gera dificuldades.Empresa terá que recolher o imposto estadual no local de origem e no de entrega da mercadorias

Divisão de ICMS entre estados podeexcluir pequenas do comércio on-lineTRIBUTOS

Roberto DumkeSão Paulorober [email protected]

�As novas regras de pagamen-to de Imposto sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços(ICMS) no comércio eletrôni-co entre estados são tão com-plicadas que as pequenas em-presas devem deixar de atuarnesse segmento, dizem tribu-taristas ouvidos pelo DCI.

Desde o dia 1ª de janeiroestá em vigor a repartição doimposto entre o estado deorigem da mercadoria e o dedestino, conforme a sistemá-tica prevista pela EmendaConstitucional nº 87.

O grande problema destasistemática, afirma o sócio doSalusse Marangoni Advoga-d o s, Eduardo Perez Salusse, éque em vez de o contribuinterecolher o imposto uma úni-ca vez e os estados realizarema divisão, o que foi definido éque o contribuinte pagará otributo duas vezes, uma aoestado de origem e outra pa-ra o local de destino.

É nesse ponto que o co-mércio eletrônico interesta-dual começa a ficar inviávelpara as empresas de pequenoporte. “O contribuinte é obri-gado a saber as alíquotas detodos os seus produtos emtodos os estados. Isso é insa-no, é loucura. É preciso que aempresa tenha uma estruturafiscal e contábil muito gran-d e”, reforça Salusse.

Na visão dele, não serápossível operar sem progra-mas de computador adequa-dos e uma assessoria fiscal.“Mas isso tudo só é viável em

imposto duas vezes. “Essa par-cela é recuperável. O problemaé que o procedimento não étão simples”, afirma ele.

Salusse também cita outrasproblemáticas decorrentes dasnovas regras. Se o estado deorigem concedeu um benefíciofiscal não autorizado peloConfaz, por exemplo, o estadode destino pode querer cobrarimposto a mais. É o que SãoPaulo fará, segundo ele.

Outro impasse ocorre quan-do o vendedor está num esta-do, o comprador em outro, e amercadoria é destinada a umterceiro estado. Também nessecaso Salusse diz que as unida-des federativas brigarão paradecidir quem ficará com oICMS ao estado de destino.

ProgressãoAté o ano passado, Cardosoconta que o estado de origem(sede da empresa que vendia amercadoria) ficava com todo oICMS. Uma loja de São Pauloque vendia on-line para umconsumidor final em MinasGerais, por exemplo, recolhiaao primeiro estado 18% deICMS sobre o valor do produto,explica o tributarista.

Desde o começo do ano,com a nova regra, o estado deorigem fica com a chamadaalíquota interestadual, de 12%,e o restante é divido. No exem-plo citado, a parcela a ser divi-da entre os estados poderia serde 6%. “Só que essa divisãoocorrerá numa escala progres-s i va”, explica ele.

Em 2016 o estado de origemfica com 60% da parcela a serdividida (os 6%) e o estado dedestino fica com os 40%. A par-cela do estado destino subiráano a ano até, em 2019, chegara 100%, conta Cardoso.

Anúncio em TV deve informar preço

CONSUMIDOR

Da RedaçãoSão Paulor e d ac a o @ d c i . c o m . b r

�O Superior Tribunal de Justi-ça (STJ) confirmou decisão daJustiça do Rio de Janeiro paraque uma empresa que anunciaprodutos em um canal de tele-visão a cabo divulgue o preço ea forma de pagamento.

De acordo com nota publi-cada no site da Corte, a açãocivil pública foi proposta pelaComissão de Defesa do Con-sumidor da Assembleia Le-gislativa do Rio contra em-presa que oferecia seusprodutos em um canal de TVfechada sem informar o pre-ço e a forma de pagamento.O consumidor só obtia essesdados ao ligar para a centralde atendimento da empresa,numa chamada tarifada, in-dependentemente da com-pra do produto.

A empresa alegou que nãohouve violação à legislação eque seguiu as diretrizes estabe-lecidas pelo Conselho Nacio-nal de AutorregulamentaçãoPublicitária (Conar), organiza-ção não-governamental quetem por objetivo impedir que apublicidade abusiva ou enga-nosa cause prejuízos ao consu-midor ou anunciante.

O juízo de primeiro grauaceitou os argumentos da Co-missão de Defesa do Consumi-dor e condenou a empresa ainformar o preço e a forma depagamento. O juiz fixou umamulta diária de R$ 100 mil emcaso de descumprimento dadecisão. Inconformada, a em-presa recorreu, mas o Tribunalde Justiça do Rio de Janeiromanteve a sentença de primei-ra instância.

A empresa então acionou aCorte Superior. Na análise docaso, os ministros da SegundaTurma do STJ aprovaram, porunanimidade, o voto do minis-tro Humberto Martins, que

destacou o direito à informa-ção como garantia fundamen-tal expressa na Constituição.

O ministro salientou aindaque o Código de Defesa doConsumidor (CDC) traz, entreos direitos básicos, a informa-ção adequada e clara.

“O caso concreto é exemplode publicidade enganosa poromissão, pois suprime dadosessenciais sobre o produto(preço e forma de pagamento),as quais somente serão conhe-cidas pelo consumidor me-diante o ônus de uma ligaçãotarifada, mesmo que a compranão venha a ser concretizada”,justificou o relator.

CDC DETERMINAQUE INFORMAÇÃO

DEVE SER CLARAE ADEQUADA

TST destina indenização parafundo de proteção da criança

J U ST I Ç A

� O Tribunal Superior do Tra-balho restabeleceu sentençaque condenou a KTX Calçadosa pagar indenização de R$ 50mil, a título de danos moraiscoletivos, por ter desrespeita-do normas de jornada de ser-viço e intervalos para alimen-tação e repouso.

O valor será destinado aum fundo mantido pelo mu-nicípio de Governador Vala-dares (MG) para a proteçãode crianças e adolescentes,inclusive com o combate aotrabalho infantil.

O Ministério Público doTrabalho (MPT) ajuizou açãocivil pública após constatar asubmissão de empregados ajornadas superiores a dez ho-ras diárias, sem o devido in-tervalo para repouso e comregistro de ponto não corres-pondente à realidade. A KT X

Ca l ç a d o s, em sua defesa, sus-tentou ser descabida a indeni-zação, por entender que aofensa a direito trabalhista in-dividual não afeta a coletivida-de. O argumento da empresa,no entanto, foi refutado pelojuízo da 2ª Vara do Trabalho deGovernador Valadares, que jul-gou procedente a ação e fixoua indenização em R$ 50 mil.Como o MPT solicitou o repas-se do valor ao Fundo de Ampa-ro ao Trabalhador (FAT) ou aentidade assistencial, o juizdestinou a quantia para o Ins-tituto Nosso Lar, responsávelpor projetos sociais na cidade.

Em recurso, o Tribunal Re-gional do Trabalho de Minasabsolveu a empresa da indeni-zação por entender que nãohouve ofensa à moral e aos va-lores da coletividade, masmanteve a decisão de primeirograu. Já o TST notou desrespei-to das normas e restabeleceu adecisão primeira. /Agências

D R E A M ST I M E

Comércio eletrônico de pequeno porte saiu mais prejudicado

tino. “Esse valor não será de-duzido de nenhuma forma. Vaiaumentar a carga”, afirma.

O tributarista do escritórioGaia, Silva, Gaede & Associa-dos Advogados, Maurício Bar-ros também entende que o pri-meiro obstáculo burocrático éa emissão de guias e a obten-ção de inscrições estaduais.Contudo, ele indica que exis-tem várias complicações.

Um dos exemplos é o ICMSpago via substituição tributária– caso em que o fabricante ouimportador fica responsávelpor recolher o imposto, no lu-gar do varejista. Se o varejistavende o produto cujo ICMS jáfoi recolhido por substituiçãopara outro estado, Barrosaponta que ainda é necessáriopagar a parcela de destino.Com isso, acaba-se pagando o

CRONOLOGIA

� S e t e m b r o / 20 1 4 . OSupremo Tribunal Federal(STF) decide que éinconstitucional o Protocolo21, que dava parte do ICMSaos estados de destino.� A b r i l / 20 1 5 . Os estadosprejudicados pela decisão doSTF conseguem aprovar noCongresso a EmendaConstitucional 87.� Ja n e i r o / 20 1 6 . Entram emvigor as novas regras, queestipulam aumentoprogressivo do ICMS aosestados de destino.� Ja n e i r o / 20 1 9 . Acaba atransição. Os estados dedestino ficam com 100% dadiferença entre alíquotasinterna, que varia, e ainterestadual, de 12%.

larga escala, para diluir os cus-tos. O comércio pequeno nãovai ter condições de cumpriresse nível de exigências.”

O sócio do Souto Correa,Anderson Trautmann Cardoso,destaca que outro problemadiz respeito à necessidade deemitir guias de pagamento doimposto ou de fazer a inscriçãoestadual no estado para o quala mercadoria é destinada. “Emmuitos casos as empresas comas quais nós trabalhamos têmencontrado dificuldades naobtenção da inscrição esta-dual, e até mesmo na emissãoda guia”, afirma o advogado.

ConvênioPrevendo esse tipo de proble-ma, ele conta que os estados jáse movimentaram para insti-tuir, pelo menos até 30 de ju-

nho deste ano, uma inscriçãoestadual simplificada. A previ-são está no Convênio 152/2015do Conselho Nacional de Polí-tica Fazendária (Confaz).

Mas no dia 28 de dezembro,o Convênio 183/2015 modifi-cou o anterior, para fixar queos estados de Alagoas, Goiás,Mato Grosso, Paraíba, Rio deJaneiro e do Rio Grande do Sulnão terão a inscrição simplifi-cada. “Não se trata de um pro-blema de aumento de cargatributária, as de um incremen-ta das obrigações acessórias”,comenta o advogado.

Cardoso aponta ainda que oúnico aumento de carga tribu-tária será para as empresasque estão no Simples Nacio-nal, que precisarão pagar sepa-radamente a parcela do ICMSque vai para os estados de des-