DIÁRIficialO

O “Boom” das Embaixadas:Governo Lula amplia sua relação Diplomática com o mundo.

Os pilares da diplomacia brasileira.

Os pilares da diplomacia brasileira.

Os pilares da diplomacia brasileira.

Diplomacia:a opinião dosespecialistas.

Novas Embaixadas:até onde évantajoso?

Diplomacia:a opinião dosespecialistas.

Novas Embaixadas:até onde évantajoso?

E mais:- Fluxos migratórios

- Origens da diplomacia- Cultura globalizada

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1

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DIÁRIficialO

á menos de 2 meses para Globalização influencia cada vez edição, o leitor terá também a

deixar o cargo, o mais no estreitamento de vínculos oportunidade de analisar a

governo Lula deixa políticos, sociais e econômicos do entrevista do renomado jurista Htambém um legado de criações país com o restante do mundo. brasileiro, Celso Lafer, ex-

excessivas de Embaixadas ao Buscou-se, também, avaliar as ministro das Relações Exteriores,

redor do mundo. O que mais condições de fluxos migratórios e dando sua visão sobre Diplomacia

chama atenção não é tão somente o econômicos do Brasil com os e sua opinião sobre essa expansão

número de embaixadas desde o principais países onde surgiram as acentuada das embaixadas na atual

início de seu governo, mas os novas “Itamaratecas”, e fazer um gestão petista.

lugares em que tais embaixadas levantamento do número de

foram criadas, pois em sua representações diplomáticas Até o fechamento desta edição, as

m a i o r i a , p e l o m e n o s criadas nos últimos anos. últimas Embaixadas criadas

aparentemente, não se obtém tinham sido em 27 de outubro de

retorno político e econômico Nesta edição, o leitor poderá 2010, em Lilongue, na República

significativos ao Brasil. c o m p a r a r a o p i n i ã o d e do Maláui; Tbilisi, na República

personalidades políticas e a de da Geórgia; Bangui, na República

Para entender esse processo de servidores do governo não somente Centro-Africana, cumulativa com

criação de embaixadas, buscou-se em relação à política externa do a Embaixada em Brazzaville e em

n e s t a e d i ç ã o f a z e r u m governo Lula, mas também no que Majuro, na República das Ilhas

levantamento h is tór ico da diz respeito às vantagens e Marshall, cumulativa com a

Diplomacia Brasileira, suas desvantagens da criação de tantas Embaixada em Manila. E a

origens e seus patronos, bem como embaixadas em tantos lugares próxima, onde será?

t e n t a r e n t e n d e r c o m o a desconhecidos. Em um anexo a esta

Redação:DANIEL LIMA

THAMMY RODRIGUESADRIELLE CARVALHO

UYARA CAROLINEALEX LANALORENA GIL

GIOVANA CARVALHO

página 02

Índice:Origens da diplomacia - pág 03

Embaixadas em alta - pág 05Fluxos migratórios - pág 08Cultura globalizada - pág 14

Opinião - pág 17Cultura - pág 18Perfil - pág 19

termo “diplomacia” é de Westfália (1648), que se Segundo Hedley Bull, autor de “A

registrado em português desenvo lve ram as mis sões s o c i e d a d e a n á r q u i c a ” , a

a partir de 1836, mas sua diplomáticas permanentes. A partir d i p l o m a c i a s i m b o l i z a a Oorigem remonta a Grécia Antiga, daí ocasionou-se o início da Política consciência geral de que há uma

onde os diplomatas, já naquela de Equilíbrio Europeu, que exigia a sociedade internacional. O autor

época, eram tidos como a d i p l o m a c i a p e r m a n e n t e , identifica quatro funções da

personificação da existência de procurando fazer com que as diplomacia no interior do sistema

uma entidade política. Mas foi na a l i anças em v igo r fo s sem internacional: 1. Facilitar a

Itália renascentista que foram preservadas e que os inimigos comunicação entre os líderes

lançadas as bases da moderna fossem fiscalizados (Investidura, políticos dos Estados; 2. Negociar

atividade diplomática (Magnoli, 2008). acordos entre os Estados; 3. Reunir

2007). informações relevantes sobre as

Com a presença permanente de demais unidades políticas; 4.

No mundo antigo e em parte da enviados diplomáticos nas capitais Minimizar as f r icções no

Idade Media falava-se em agentes européias, surgiram conceitos como relacionamento entre Estados

diplomáticos, que eram pessoas o de precedência, que organizava os (Magnoli, 2007).

enviadas pelo Chefe de Estado chefes de Missão estrangeiros em A s e g u n d a d a s f u n ç õ e s

para representar o seu Estado em ordem de importância. As regras a identificadas por Bull merece ser

determinados assuntos perante um esse respeito variavam de país para analisada com maior cautela, pois

governo estrangeiro. Nessa época país e eram com frequência dela surge a distinção entre a

os agentes diplomáticos não confusas, distinguindo entre política externa em tempos

tinham permanência. Foi só no representantes de monarquias e normais e a política externa

R e n a s c i m e n t o q u e f i c o u repúblicas, ou conforme a religião revolucionária. A política externa é

consolidado os embaixadores oficial do Estado acreditante. O a arte da tradução do interesse

permanentes. Os primeiros Congresso de Viena de 1815 criou nacional nas linguagens da

diplomatas permanentes que a um sistema de precedência estratégia e da tática. A diplomacia

H i s to r i a r eg i s t r a s s ão o s diplomática, mas o tema continuou é um dos instrumentos da política

Apocrisiários, representantes do a ser fonte de discordância até o externa; o outro é a guerra

Papa e dos patriarcas de Antioquia, século XX, quando foi regulado, (Magnoli, 2007).

Jerusalém e Alexandria junto à definitivamente, pelo art. 16 da No que se diz respeito ao Brasil, a

Bizâncio, entre os séc. V e VIII CVRD (Convenção de Viena sobre diplomacia esteve presente desde o

(Investidura, 2008). Relações Diplomáticas). A partir descobrimento da América (1492),

daí a diplomacia começou a crescer e o Tratado de Tordesilhas

No Renascimento se falava em e ganhar força no mundo conhecido (Portugal e Espanha, 1494) que

diplomatas permanentes, mas (Associação dos Diplomatas definia o meridiano divisor das

somente no séc. XVII, após a Paz Angolanos, 2010).novas terras (Garcia, 2005).

Origens da Diplomacia - Peculiaridades da Diplomacia Brasileira

página 03

diplomático, fato que explica a A chegada de D. João VI ao Brasil gera lmente conhec ida pe la atual expansão das missões

(1808), foi acompanhada de excelência de seus quadros e pela diplomáticas brasileiras e o grande simbologia que contribuiu notável constância de suas posições “boom” de embaixadas em

Brasília (2002-2010).imensamente para as mudanças políticas. Tratando-se de um país

culturais, políticas e sociais da c o m a p e n a s 1 8 0 a n o s d e

grande posse americana. Uma independência política, a natureza

relevante marca da família real no das relações diplomáticas do Brasil

país foi a tentativa de fazer uma fo i t r ibu tá r ia da es t ru tu ra

política externa que fosse lograda econômica e social do país, cuja

ao crescimento da colônia, sede do historia econômica se confunde, até

império português. Junto com D. poucas décadas, com a sucessão de

J o ã o V I v e i o a “ e s c o l a ciclos dominantes de algum

diplomática”, que criou raízes no produto de exportação (Almeida,

Brasil e ajudou a dar origem ao 1999).

Itamaraty. Pode-se dizer que os

valores e ações atuais ou Entre o início do século XIX e MAGNOLI, Demétrio. Os diplomatas,

tradicionalmente trabalhados pela meados do século XX, as relações o estado e a sociedade, 2007.

Chancelaria brasileira sejam em econômicas internacionais do Disponível em;

<grande parte herança portuguesa Brasil passam de uma “diplomacia

(Hage, 2008). do primário”, comprometida com a >. Acesso em: 30/09/2010.

promoção de alguns produtos de Estudos sobre diplomatas e cônsules, Com a Independência do Brasil base integrando a pauta de 2 0 0 8 . D i s p o n í v e l e m : (1822), a importância dos exportação, para uma “diplomacia <profissionais da diplomacia só d o s e c u n d á r i o ” , v o l t a d a cresceu. Até hoje, o barão do Rio basicamente à grande tarefa da Branco (1845-1912) é considerado industrialização substitutiva e da >. Acesso em: 02/10/2010.o patrono da diplomacia brasileira, Associaçao dos Diplomatas Angolanos. capacitação tecnológica nacional. A dando nome ao instituto que forma Diplomacia. Disponível em: <“diplomacia do terciário”, a da era o s o f i c i a i s d e r e l a ç õ e s >. dos serviços, é aquela que adentra internacionais, em Brasília. As Acesso em: 02/10/2010.no período recente, a que parece

GARCIA, Eugênio Vargas, 1967. negociações feitas por ele caracterizar o mundo atual e o Cronologia das Relações Internacionais definiram o atual território do sistema contemporâneo de relações do Brasil / Eugênio Vargas Garcia.- 2.

Brasil. Os acordos foram tão bem ed. rev., ampl. e atualizada. Rio de internacionais (Almeida, 1999).Janeiro: Contraponto; Brasília, DF: feitos que nunca mais houve Fundação Alexandre de Gusmão, 2005.

conflitos territoriais, até hoje o Por muito tempo a diplomacia 336p.

brasileira foi voltada a relações principal motivo de guerra em HAGE, José Alexandre Altahyde. Dom bilaterais (Europa e EUA), política João VI e a formação da diplomacia vár ios lugares do mundo, e x t e r n a d o g o v e r n o F H C . brasileira, 2008. Disponível em: <

conforme afirma Samuel Pinheiro Atualmente, o retrato da diplomacia do país é diferente, uma vez que a Guimarães (Koleski, 2002).política externa do governo Lula >. Acesso em: 30/09/2010.A diplomacia bras i le i ra é segue a linha do multilateralismo KOLESKI, Fábio. Quem são os

http://pautaslivres.wordpress.com/2007

/11/28/os-diplomatas-o-estado-e-a-

sociedade/

http://www.investidura.com.br/bibliote

c a - j u r i d i c a / r e s u m o s / d i r e i t o -

i n t e r n a c i o n a l / 2 7 1 - d i p l o m a t a s -

consules.html

http://ada-

angola.com/DIPLOMACIA.html

http://meridiano47.info/2008/02/21/dom

-joao-vi-e-a-formacao-da-diplomacia-

brasileira/

página 04

s embaixadas são, de colônias, já que representa uma (Garcia, 2005).

certa forma, símbolos inserção do país no cenário mundial Seria impossível tratar da história

da diplomacia. Mas no “período colonial” das diplomática no Brasil sem Aquanto ao Brasil, antes de se referir Relações Internacionais do Brasil mencionar aquele considerado o

às embaixadas como marco da (Almeida, 2006). mito da diplomacia brasileira, o

política exterior, deve-se fazer Barão do Rio Branco. Diplomata,

menção aos vários tratados que Em 1808, após a transferência da geógrafo e historiador, construiu

foram estabelecidos desde 1492, corte portuguesa para o Brasil, foi s u a f a m a p e l a s v i t ó r i a s

com o Descobrimento da América, expedida em Salvador a carta régia diplomáticas nas questões de

como o Tratado de Tordesilhas de abertura dos portos às nações f r o n t e i r a s , a t u a n d o c o m o

(1494) que definia o novo amigas, decretando o fim do advogado brasileiro. Em 1902, foi

meridiano divisor das novas terras exclusivo colonial. Assim, o nomeado Ministro de Negócios

(Garcia, 2005). comércio direto entre o Brasil e a Exteriores do governo Campos

G r ã - B r e t a n h a a u m e n t o u Salles, cumprindo doze anos de

Em 1500 (22 abril), o fidalgo significantemente. A chegada da mandato ininterrupto. Foi em seu

português Pedro Álvares Cabral família real ao Brasil trouxe grandes mandato que, em 1905, surgiu a

chegou à costa brasileira, data novidades socioeconômicas e p r i m e i r a r e p r e s e n t a ç ã o

oficial do Descobrimento do políticas à então colônia, como o diplomática brasileira com o status

Brasil. Daí a diante começou a estabelecimento da Secretaria de de Embaixada em Washington,

exploração das riquezas da nova Estado dos Negócios Estrangeiros e tendo como primeiro ocupante do

colônia portuguesa. Até então os da Guerra e a criação do primeiro cargo de embaixador Joaquim

tratados não eram feitos entre as Banco do Brasil. Logo nos Aurélio Barreto Nabuco de Araújo

grandes potencias européias e a primeiros anos que se seguiram, o (Academia Brasileira de Letras,

colônia, mas a nova aliança anglo- Brasil foi elevado à categoria de 2010).

portuguesa (1642) seria uma Reino Unido a Portugal e Algarves

constante na política européia e (1815) (Garcia, 2005). A expansão das embaixadas

teria no futuro importantes brasileiras pelo mundo teve seu

reflexos para o Brasil (Garcia, Inicia-se no Brasil o Primeiro pontapé inicial, portanto, logo

2005). Reinado; D. Pedro é aclamado a p ó s a p r o c l a m a ç ã o d a

imperador logo após proclamar a independência. Os Estados Unidos

Alguns historiadores apontam a Independência do Brasil às margens foram os primeiros a reconhecer a

entrada do Brasil no cenário do Ipiranga (1822). Já em 1824, independência do Brasil e a criação

mundial no ano de 1643, com a Caldeira Brant e Gameiro Pessoa da primeira embaixada brasileira

criação do Conselho Ultramarino, negociaram, junto à City londrina, o em Washington (fundada em 1824

um órgão centralizador para as primeiro empréstimo público e elevada a embaixada completa

relações entre Portugal e as externo assumido pelo Brasil em 1905) foi um importante marco

EMbaixadas em ALTA:da origem aos dias atuais.

página 05

para as Relações Internacionais do FHC, houve uma significativa embaixadas e consulados).

Brasil (Garcia, 2005). mudança nas ênfases dadas a certas Porém, muitos desses postos não

opções abertas anteriormente à têm nenhuma relevância no

Nos últimos anos o Brasil política externa brasileira. Os cenário político e econômico

vivenciou uma grande mudança no governos FHC e Lula são i n t e r n a c i o n a l . A s n o v a s

panorama diplomático. O país saiu representantes de tradições embaixadas estão presentes,

do governo FHC (1995-2002), d ip lomát icas d i s t in tas que sobretudo, em Países da África,

cuja diplomacia era bilateral, apresentam diferenças nas ações, da Ásia e da América Central e a

marcada por acordos com os seus nas preferências e nas crenças, que criação dessas em países

tradicionais parceiros - os EUA e a buscam diferentes resultados pequenos divide a opinião dos

Europa ocidental - e entrou na era específicos quanto a política especialistas. Por um lado o

Lula, que mostrou uma mudança externa, mas não se diferem quanto Brasil passa a ter mais projeção

de paradigma, abandonando a ao objetivo, que é desenvolver i n t e r n a c i o n a l e m a i o r

idéia da bilateralidade diplomática e c o n o m i c a m e n t e o p a í s diversificação das relações

e iniciando uma expansão da preservando, ao mesmo tempo, exter iores , aumentando a

diplomacia brasileira pelo mundo, c e r t a a u t o n o m i a p o l í t i c a influência do país no exterior,

dando prioridade à América (VIGEVANI, CEPALUNI, 2007). necessá r ia às p re tensões

Central, África, Ásia e ao restante brasileiras, entre elas a conquista Nos últimos anos o número de

da Europa (Garcia, 2005). de um assento permanente no embaixadas tem mostrado um

Conselho de Segurança da ONU significante crescimento; estima-

“Mudança: esta é a palavra chave; (Organização das Nações se que entre 1997 e 2002 o número

esta foi a grande mensagem da Unidas), além de alavancar a de embaixadas cresceu cinco

sociedade brasileira nas eleições e x p o r t a ç ã o d e p r o d u t o s vezes mais que nos anos

de outubro. A esperança venceu o nacionais; por outro, o gasto para anteriores (Nublat, 2009). E o

medo e a sociedade brasileira se manter uma embaixada é crescimento não parou; durante o

decidiu que estava na hora de muito alto considerando o pouco governo Fernando Henrique

trilhar novos caminhos. [...] Foi retorno político e comercial, Cardoso, o Brasil estava mais

para isso que o povo brasileiro me além de termos uma dispersão de voltado para os Estados Unidos e

elegeu Presidente da República: recursos e uma diminuição da para a Europa Ocidental; sob a

para mudar (SILVA, apud qualidade da diplomacia (Veja, gestão do atual governo, o país

VIGEVANI, CEPALUNI, 2007)”. 2010).aumentou sua relação com a

Esse foi o discurso de posse do África, Oriente Médio e o restante É claro que os objetivos de

cargo de presidente da republica de da Europa. O Ministério das inserção internacional mudaram

Lula, quanto a FHC. Considerando Relações Exteriores inaugurou 62 n o s ú l t i m o s a n o s , s e

que não houve uma grande ruptura representações diplomáticas e compararmos os governos FHC e

dos paradigmas históricos da consulares pelo mundo, e outras Lula. Se antes a diplomacia era

política externa brasileira, sendo 17 estão em processo de abertura. voltada ao americanismo, hoje o

a lgumas das dire t r izes de Atualmente o País conta com 212 Brasil se volta a países que

desdobramentos e reforços de postos de representação (entre ocupam papel análogo de

ações já em curso do governo

página 06

potências emergentes no cenário ampl. e atualizada. Rio de Janeiro: D i s p o n í v e l e m : < internacional. O foco atualmente Contraponto; Brasília, DF: Fundação

>. Acesso em está na África e Ásia, onde cada Alexandre de Gusmão, 2005. 336p.

26 set. 2010.nova embaixada representa um voto potencial para as pretensões

ALMEIDA, Paulo Roberto. O estudo das políticas brasileiras em foros

NUBLAT, Johanna. Sob Lula, Brasília tem relações internacionais do Brasil Um diálogo multilaterais, como citado boom de embaixadas. Disponível em: < entre a diplomacia e a academia – A anteriormente. A menos de 3

meses para deixar o cargo, o periodização das relações internacionais do presidente Lula sairá com um

> Acesso em 19 set. 2010.Brasil. Brasília: LGE Editora, 2006, 388p.; saldo de mais 4 embaixadas, ISBN: 85-7238-271-2. Disponível em: < sendo elas na Estônia, Bósnia,

Herzegovia, Belarus e Veja. Diplomacia brasileira: muitas

Afeganistão. Com mais essas embaixadas e afagos a ditadores. Disponível >. Acesso em: 19 set. 2010.

quatro representações e m : < diplomáticas, o Brasil passará a

ter embaixadas em pelo menos http://veja.abril.com.br/noticia/internacionaVIGEVANI, Tullo e CEPALUNI, Gabriel. A

142 países. Desse total, ao menos l/diplomacia-brasileira-muitas-embaixadas-Política Externa de Lula da Silva: A 43 – quase um terço – foram

e-afagos-a-ditadores > Acesso em 19 set. E s t r a t é g i a d a A u t o n o m i a p e l a criadas durante o governo Lula. 2010.A cada passo, o país passa a ser Diversificação*- Contexto Internacional, Rio

respeitado por seus méritos e de Janeiro, vol. 29, n 2, julho/dezembro 2007, prestígio e não somente por sua Folha de São Paulo. Barão do Rio Branco x

p . 2 7 3 - 3 3 5 . D i s p o n í v e l e m : < força (Folha de São Paulo, 2010). Celso Amorim. Disponível em:

<http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-GARCIA, Eugênio Vargas, 1967. >. Acesso em: 26 set.2010. imprensa/artigos-relevantes/barao-do-rio-Cronologia das Relações Internacionais do branco-x-celso-amorim-folha-de-s.-paulo> Academia Brasileira de Letras. Biografia. Brasil / Eugênio Vargas Garcia.- 2. ed. rev., Acesso em 29 set. 2010>

http://www2.academia.org.br/

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/u

lt96u639938.shtml

http://www.pralmeida.org/05DocsPRA/1651In

trodEstudoRIBr.pdf

http://www.scielo.br/pdf/cint/v29n2/v29n2a02

.pdf

Resort onde funciona a embaixada brasileira em Basseterre: sete novos escritórios no Caribe.

página 07

Brasil, nos últimos Exteriores estima que cerca de 3

a n o s , e x p a n d i u milhões de brasileiros vivam no

significativamente suas exterior. O Brasil, que durante mais Orelações diplomáticas com países de 400 anos tinha sido um país de

antes não presentes na visão imigração, começou a reverter essa

política do antigo governo. É como tendência nos anos 80 do século 20,

se o foco político tivesse mudado quando uma longa recessão reduziu

de uma visão mais voltada para o a oferta de emprego e estimulou

Primeiro Mundo para uma muitos jovens a deixar o país por

concentração diplomática em falta de condições que permitissem

países de Terceiro Mundo. No a eles ascender socialmente e

Governo FHC, as representações acabaram, assim, tornando-se

diplomáticas se concentravam na imigrantes de algum outro país no

América do Norte (Estados qual eles pudessem depositar suas

Unidos) e Europa Ocidental, fato esperanças de melhoria de vida. Ao

que, na gestão do atual governo, contrário do que se costuma

expandiu-se em grande escala para imaginar, o fluxo migratório é

outros Continentes. Foram criadas positivo, pois aumenta o emprego

embaixadas na Ásia, África, junto à comunidade que recebe o

Oriente Médio, América Central e imigrante, não expulsa a população

n o r e s t a n t e d a E u r o p a nativa do mercado de trabalho e

ainda melhora as taxas de

Tal aumento na criação de novas investimento em novos negócios e

embaixadas em lugares antes iniciativas. Segundo Renan Paes

nunca cogitados, leva a uma Barreto, cônsul-geral do Brasil em

análise do fluxo migratório para os Lisboa, a onda de emigração trouxe

Continentes que abrigam esses um vertiginoso crescimento das

países, na tentativa de entender, remessas de dinheiro (teriam

mesmo que em partes, quais ultrapassado os US$ 7 bilhões em

motivos o governo brasileiro teria 2008), ocasionando a abertura de

para concentrar suas relações novas oportunidades de emprego e

d i p l o m á t i c a s e m l u g a r e s negócios e a criação de redes sociais

aparentemente pouco interessantes organizadas pelo mundo fora

economicamente. (BARRETO, 2009).

O Ministério das Relações

(PECEQUILO, 2008).

FLUXOS MIGRATÓRIOS E COMERCIAIS - A relação entre Brasil e suas Embaixadas menos notórias

País Número de

Habitantes

(PIB)

Azerbaijão 8 milhões US$31

bilhões

Bangladesh

162 milhões

US$67,8

bilhões

Casaquistão

15 milhões

US$104

milhões

Coréia do

Norte

23 milhões

US$14

bilhões

Sri Lanka

20 milhões

US$32

milhões

página 08

Entre os continentes que mais considerada mais profissionalizada presentes nas Bahamas, em Belize,

atraem imigrantes brasileiros, a e qual i f icada , sem cará ter em Antígua e Barbuda, Granada,

Ásia é hoje o que merece grande permanente, pois engloba pilotos de Dominica, São Cristóvão e Névis,

destaque. Segundo relatório avião, professores, comissários de Santa Lúcia e em São Vicente e

a p r e s e n t a d o p e l a O N U bordo, técnicos e jogadores de Granadinas . Dent re es tas ,

(Organização das Nações Unidas), futebol e engenheiros que optaram merecem destaque as embaixadas

o continente recebeu 30,4% dos por tentar a vida fora. A maior parte de Dominica, por ser um país com

imigrantes brasileiros em 2009. O dos brasileiros está no Líbano o menor produto interno bruto

principal fator dessa imigração foi ( c e r c a d e 1 5 m i l ) , e (PIB) dentre os países citados,

a busca por melhor qualidade de aproximadamente 2 mil residem girando em torno de US$326

vida. Enquanto no Brasil a nos Emirados Árabes, segundo milhões, e São Cristovão e Névis,

expectativa de vida é de 72,2 anos, dados da embaixada do Brasil em por possuir apenas 46 mil

no Japão a expectativa é de 82,7 Abu Dhabi (SARRUF, Marina, habitantes em seu território

anos. E foi justamente na Ásia que 2010). (Itamaraty 2010).

no governo Lula foram criadas, até

agora, 5 novas embaixadas, Nas Américas, há de se dar ênfase Quando se trata do continente

conforme demonstra a tabela ao ao fluxo migratório para a América Europeu, considera-se que vivem

lado, listando não somente o país, do Norte, onde os imigrantes por lá cerca de 350 mil brasileiros,

como também o número de brasileiros somam mais de 800 mil, s e n d o c o n c e n t r a d o s

habitantes e seu produto interno sendo aproximadamente 300 mil principalmente em Portugal e

b r u t o ( R E L AT Ó R I O D E em Nova York, 200 mil na região de Itália (cerca de 68 mil). Um quarto

D E S E N V O L V I M E N T O Boston e mais de 150 mil na Flórida. dos brasileiros que imigram para

HUMANO 2009): A Califórnia registra, também, um esse continente fixa-se em

número expressivo de brasileiros: Portugal. Em 2008, os brasileiros

Já no Oriente Médio o país mais de 25 mil estão registrados no representavam 25% da população

c o n t a v a , a t é e n t ã o , c o m consulado do Brasil em São estrangeira em Portugal. O número

embaixadas em 8 países (Irã, Francisco e mais de 17 mil no de de imigrantes do Brasil no país

Arábia Saudita, Jordânia, Israel, Los Angeles. Um dado interessante neste mesmo ano subiu 37%,

Líbano, Síria, Iraque e Emirados é que a maioria desses imigrantes é passando de 66.354 para 106.961,

Árabes). Na era Lula foram criadas oriunda de Minas Gerais e uma segundo dados do Serviço de

mais duas, sendo elas em Omã larga porcentagem entrou nos EUA Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O

(país com 2 milhões de habitantes e ilegalmente, sem visto, pela perfil dos imigrantes do país é de

PIB referente a US$40 bilhões) e fronteira com o México. Porém, não jovens empregados da construção

em Catar (país com IDH muito foi a América do Norte o foco civil, de restauração e trabalhos

elevado, possuindo atualmente um principal do governo Lula na d o m é s t i c o s . A e x p l o s ã o

PIB de US$63milhões e uma criação de novas embaixadas. Na demográfica de brasileiros na

população em torno de 1,4 milhão era do atual governo, foram criadas Europa chamou atenção das

de habitantes). Atualmente, são representações diplomáticas em 8 autoridades, o que acarretou no

mais de 18 mil brasileiros morando novos países, concentrados na recrudescimento de políticas

no mundo árabe. A imigração é América Central, sendo elas européias de imigração. Na Europa

página 09

chamou atenção das autoridades, o

que acarretou no recrudescimento

de po l í t i cas europé ias de

imigração. Na Europa já existia um

número de embaixadas no governo

FHC, concentradas na porção

Ocidental. Na gestão do governo

L u l a , e x p a n d i u - s e a s

representações diplomáticas para

outras porções européias. Foram

criadas 5 novas embaixadas, sendo

elas na Eslováquia, Eslovênia

(onde o índice de desenvolvimento

humano é considerado muito alto),

S a n M a r i n o , C r o á c i a e

Montenegro

bom exemplo dos laços entre Brasil criação do chamado “Estado do

e África pode ser o fato de, Emigrante”, o qual permitirá aos Mas em nenhum dos continentes a

h i s to r i camen te , o gove rno milhões de brasileiros que hoje criação de novas embaixadas

brasileiro ter sido o primeiro a residem no exterior serem elegidos surpreendeu tanto quanto na

reconhecer a independência e elegerem, nas suas respectivas África. Foram, até agora, 15 novas

angolana em 1975. Talvez isso comunidades, representantes que representações em lugares que, em

tenha feito com que os brasileiros os defendam no Congresso sua maioria, aparentemente não

fossem tratados com maior simpatia Nacional. A tendência é uma trazem nenhum retorno político

pela nação aproximação cada vez maior do s i g n i f i c a t i v o . A s n o v a s

Brasil com o resto do mundo, seja embaixadas estão situadas em

Por todo o histórico de fluxos pelo fluxo migratório cada vez Mali, Mauritânia, , Burkina

migratórios brasileiros, em 2007 foi maior, seja com a implantação em Fasso, Benin, Togo, Camarões,

criada a Subsecretaria Geral das m a s s a d e r e p r e s e n t a ç õ e s São Tomé e Príncipe, Guiné

Comunidades Brasileiras no diplomáticas, que aproxime países Equatorial, Congo, Sudão, Etiópia

Exterior (SGEB), ligada ao antes sem nenhum laço político e (onde apesar do PIB ser de US$16

Itamaraty, para "cuidar dos temas econômico bilhões, o IDH é baixíssimo),

relativos aos brasileiros no exterior Tanzânia, Zambia e em Botsuana.

e aos estrangeiros que desejam Talvez a aproximação linguística

ingressar no Brasil". Fazendo, por de muitos países africanos com o

fim, uma projeção para o futuro, há Brasil tenha sido um dos fatores

uma iniciativa de lei, já aprovada que levaram o atual governo a

pelo Senado Federal, que prevê a estreitar os laços com a África. Um

(Conselho Nacional

de Assistentes de Chancelaria

2009).

(MESTIERI 2009).

Guiné

(Hoffmann 2010).

página 10

Ainda no que se refere a fluxos, e complementand o o estudo, as tabelas abaixo apresentam as

relações comerc iais entre o Bras il e alguns representantes de continentes o nde ho uve a criação de

embaixadas pela atual gestão petista. Há de se observar que, em grande parte dos casos, o saldo

de importações e importações chegou a níveis irrisórios, levando a uma análise a médio e longo

prazo dos reais motivos para a criação de representações diplomáticas em tais lugares.

Brasil X Burkina-faso (África)

Brasil X Haiti (A mérica Central e Caribe)

Brasil X EU A (A mérica do N orte)

página 11

Brasil X Uzb eq u istão (Á sia e Ocean ia)

Brasil X A lem an h a ( E ur op a)

Brasil X Em irad o s Á rab es Un id o s (O rien te M édio )

página 12

SARRUF, Marina. Os imigrantes e m : < D i s p o n i v e l e m :

brasileiros do mundo árabe, 2010. <

Disponível em: < > Acesso em: 26 de > Acesso em 19 set.

setembro de 2010. 2010.

HOFFMANN, Geraldo. Emigrantes

brasileiros poderão eleger representantes. PECEQUILO, Cr is t ina

D i s p o n í v e l Soreanu. A política externa

em:<do Brasil no século XXI: os

e ixos combinados de

> cooperação horizontal e

Acesso em: 15 de setembro de 2010. > Acesso em vertical.- Rev. bras. polít. 15 de setembro de 2010.ITAMARATY. Reunião de Cúpula Brasil int. vol.51 no.2 Brasília

– CARICOM – Declaração de Brasília 26 July/Dec. 2008.

de abril de 2010. Disponível em: <

BARRETO, Renan Paes, 2009. O diálogo

entre o Estado e o emigrante: a

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Beatriz e XAVIER, Maria (org.), Revista > Acesso em:

Migrações - Número Temático Migrações 29 de setembro de 2010.

entre Portugal e América Latina, Outubro

2009, n.º 5, Lisboa: ACIDI, pp. 263-267.CONAC- Conselho Nacional Dos

Assistentes De Chancelaria. Mais NUBLAT, Johanna. Sob Lula, Brasília

imigrantes brasileiros em Portugal. tem boom de embaixadas. Disponível

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasi http://www.conac.org.br/imprensa/bras

l/ult96u639938.shtml ileiros-no-mundo/europa/4948

http://www.swissinfo.ch/por/socieda

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/lulde/Emigrantes_brasileiros_poderao_elegea-cria-35-novas-embaixadas-e-abre-

r_representantes.html?cid=8392040quatro-vezes-mais-vagas-para-

diplomatas-20091101.html

http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-

i m p r e n s a / n o t a s - a -

imprensa/2010/04/26/reuniao-de-cupula-

brasil-caricom-2013-declaracao-de-

brasilia-26-de-abril-de-2010

> Acesso

em 26 de setembro de 2010.

MESTIERI, Gabriel. Lula cria 35

novas embaixadas e abre quatro vezes

mais vagas para diplomatas, 2009.

Disponível em:

<

página 13

Alguns aspectos sobre o atual mundial como os interesses apesar do aumento crescente das processo de globalização,

comerciais, a circulação de possibilidades de comunicação em migrações internacionais e seus mercadorias, o lucro, enfim, toda escala global, isolados ou impactos sobre a cultura a partir

do caso brasileiro recente de uma prepotência de mundialização segregados do ponto de vista dos abertura de novas embaixadas

do capital que, diga-se de passagem, grupos, ou seja, não há diálogo

atinge diferentes regiões do globo entre diferentes grupos e,

de forma desigual, aprofunda a consequentemente, não há projeto a l a r sob re o t e rmo

Divisão Internacional do Trabalho coletivo dentro de uma sociedade globalização no século

(DIT) em alguns países, a que, através do discurso atual de FXXI pode parecer por

concorrência, a desigualdade entre globalização, considera-se cada muitas vezes como algo maçante,

ricos e pobres, além do aumento do vez mais “integrada” (ADRIOLI, dada à dimensão que este termo

desemprego e pobreza absoluta 2003).suscitou, especialmente durante a

(ANDRIOLI, 2003).década de 1990, quando as

A crítica de Milton Santos se dá políticas neoliberais estiveram a

Tal processo tem merecido em cima da proposta de uma pleno vapor em diversos países do

inúmeras críticas e estudos em globalização diferente da atual, mundo, inclusive no Brasil.

diferentes áreas, especialmente das onde prevaleça a harmonia, o Entretanto, ainda é importante

ciências sociais. O geógrafo Milton respeito às diferentes culturas e ressaltar que o termo globalização,

Santos, por exemplo, em sua obra uma integração do diálogo e do tão comumente utilizado pela

“Por uma outra globalização”, conhecimento de tais culturas. O mídia e sociedade em geral, trata-

critica a atual globalização (ou que se vê atualmente no processo se na verdade de um processo tão

mundialização) que o mundo vem de globalização é, basicamente, amplo e complexo, que a

passando de uma forma tão perversa esta contradição entre separação e sociedade ainda não consegue

onde a prevalência da economia de unificação. Integração do quê? d e f i n i r o u c o m p r e e n d e r

mercado tem contribuído para Isolamento do quê? Não é um exatamente o que realmente esse

geração de exclusão (tanto nos processo simples de se entender e é conceito (algo muito mais amplo

países ricos como nos pobres), s a b i d o q u e r e s i s t ê n c i a s , que um termo ou definição)

marg ina l i zação , pobreza e especialmente aquelas no âmbito significa. Não cabe aqui discutir o

consequente segregação das cultural e político, existem nos que seria ou não o processo hoje

diferentes camadas sociais no mais diversos países. Logo, por c o m u m e n t e c h a m a d o d e

espaço. Os movimentos sociais mais que hoje a idéia de globalização; entretanto, cabe

atualmente existentes, sejam eles globalização ainda se confunda ressaltar que ele não é um

como formas de resistência ao atual com integração comercial e fenômeno recente, e dada sua

processo de globalização, sejam interesses econômicos, sabe-se amplitude, seria medíocre reduzi-

eles como meros reivindicadores de que ela envolve muito mais, lo apenas a alguns processos hoje

direitos das minorias, têm sido, passando pelos campos político, mais prevalecentes na sociedade

Cultura Globalizada

página 14

, cultural, social, entre outros subdesenvolvidos - em especial os (PNUD, 2009).

(Santos, 2000). países do continente africano. O

argumento utilizado pelo Ministro Diante disso, é inegável afirmar No que se trata da circulação de das Relações Exteriores, Celso que o processo de globalização tem pessoas ao redor do mundo, Amorim, é o de que estes últimos p o s s i b i l i t a d o t o d a u m a especialmente no que tange os países possuem uma estreita relação reordenação nas formas de agir e movimentos populac iona is histórico-cultural com o Brasil, no pensar dos governos , nos (migração), merece destaque o sentido de que também sofreram movimentos migratórios e formas processo de globalização que tem c o n s i d e r a v e l m e n t e c o m o de relações internacionais que, influenciado significativamente imperialismo, colonialismo ou apesar de ainda permanecerem t o d a u m a r e o r d e n a ç ã o neocolonialismo europeu, além dos muito defensoras dos interesses de populacional ao redor do mundo fortes laços culturais em virtude da seus próprios países, culturas e em todos os níveis espaciais presença de população negra no m e r c a d o , t e m e r o s a s d a escalares, desde os movimentos Brasil oriunda da África. A recente homogeneização provocada pelo migra tó r ios loca i s a t é os abertura de embaixadas em mais de capitalismo e neoliberalismo no internacionais. Aborda-se, aqui, 40 novos países reflete bem esta mundo, abre espaço para novas j u s t a m e n t e a s m i g r a ç õ e s postura ideológica do governo formas e possibilidades de diálogo internacionais, especialmente brasileiro. Alguns programas de e cooperação entre diferentes aquelas associadas, em especial, às cooperação entre o Brasil e os c u l t u r a s e p a í s e s , s e m recentes políticas internacionais países do continente africano têm necessariamente um desrespeito adotadas pelo governo brasileiro, beneficiado ambos - ou talvez um explícito à autodeterminação e sem desconsiderar a influência que pouco mais os africanos. Como autonomia dos diferentes povos o processo de globalização exerce exemplo, considera-se que há, (Adrioli, 2003). na tomada de decisões, bem como atualmente, uma maior facilidade suas conseqüências ( PNUD, de jovens africanos estudarem em O crescente olhar para os países em 2009). universidades públicas brasileiras. desenvolvimento, sendo o Brasil

O número de estudantes oriundos de um dos seus principais atores,

países africanos matriculados nas abriu também as fronteiras do Sabe-se que desde 2003, com o universidades públicas brasileiras é hibridismo cultural, que é início do governo petista, as cada vez maior, sinalizando que a justamente essa mescla cultural: a relações internacionais no Brasil nova pos tura das re lações noção de que, afinal, todo produto deixaram de se preocupar apenas internacionais brasileiras através de é resultante de várias tradições, com as questões de maior interesse aberturas de novas embaixadas tem implicando em sua constituição comercial e financeiro para o possibilitado não apenas uma maior matér ias d iversas , que se Brasil e passaram a adotar também comodidade e facilidade dos imbricam. Ao seguir a tendência de uma postura ideológica de se brasileiros viajarem e abrirem criar ou manter laços com pensar numa maior integração negócios em diversos países, governos sem consol idada entre os países emergentes - mesmo nos emergentes ou mais t r a d i ç ã o d i p l o m á t i c a , o s especialmente Rússia, Índia e pobres , como também tem governantes de vários países C h i n a - e o s p a í s e s facilitado movimentos migratórios reafirmam seu papel na massa

página 15

globalizada, termo recorrente

sobre a integração dos povos em

termos econômicos, sociais e

cul tura is , ao esquadr inhar

mercados antes não explorados

(Abdala, 2002).

A questão do hibridismo, constante

em países como o Brasil, formado

a partir de choques de cultura,

ganha um reforço inédito ao

expandir seu legado para países em

semelhante condição. O julgo de

alguns revela a criação de uma

cultura também globalizada, o que

acarretaria uma possível perda de

identidade. Ao mesmo passo, o

Relatório do Desenvolvimento

Humano de 2009/2010 salienta o

apego às tradições como fator

problemático para essa possível

combinação de povos (Abdala, Paulo: Ed. SENAC, 2002. SANTOS, Milton. Por uma outra

globalização: do pensamento único à 2002).consciência universal. 12. ed. Rio de

ADRIOLI, Antônio Inácio. Efeitos Culturais Janeiro: Record, 2005.

Fatores econômicos como a da Globalização. Revista Espaço Acadêmico

aceleração tecnológica, evocam Ano III N° 26, Julho de 2003. Artigo

uma maior passividade das disponível em:

gerações no século XXI, frente à <

cultura. Em um mundo onde as >. Acesso em 28 de outubro de

inovações tecnológicas crescem a 2010.

cada dia, as pessoas tendem a se LUCCI, Elian Alabi. Globalização Cultural –

trancar em mundos isolados, sem A pior das globalizações. Resumo de

abertura ao próximo. Onde temos palestra. Artigo disponível em:

inovações, buscar por elas sem <

criar afinco às antigas é a forma de >. Acesso em: 28 de outubro de 2010.

elevação e acesso cultural (Lucci).

PNUD. Relatório de Desenvolvimento

Humano 2009 do Programa das Nações

ABDALA JUNIOR, Benjamin,. Fronteiras Unidas para o Desenvolvimento. Disponível

múltiplas, identidades plurais: um ensaio em:< >. Acesso

sobre mestiçagem e hibridismo cultural. São em: 28 de outubro de 2010.

http://www.espacoacademico.com.br/026/26

andrioli.htm

http://www.hottopos.com/notand8/elian.htm

http://www.pnud.org.br/rdh/

página 16

Nestor Farias de Andrade NetoAssistente de Chancelaria – (Itamaraty)Chefe de Gabinete da Defensoria Pública da União de Categoria Especial

“A criação de embaixadas é de extrema

importância diplomática para as relações

do Brasil com outros países. Acredito que

mais pelo gesto do que pelo que se é

realizado pela estrutura da embaixada. A

instalação de uma embaixada demonstra

que o Brasil está disposto e aberto para

negociar, fato que aproxima as duas

nações envolvidas. No entanto, creio que

a abertura indiscriminada de embaixadas

pelo mundo é por demais oneroso. Devem

ser ponderados os pontos positivos e

negativos de sua criação, pois abrir uma

embaixada demanda o deslocamento de Dra. Beth Limaservidores públicos, e exige toda uma Servidora Pública Federal e

advogadaestrutura física bastante cara para o Ex-Coordenadora da Força-Tarefa Estado. Tomemos como exemplo uma MPF/MPS/PFembaixada em algum pequeno país

africano; em alguns casos, há enorme “Embora aparentemente a criação de

d i f i cu ldade para se consegu i r embaixadas de forma excessiva, como necessidades básicas de um ser humano, vem ocorrendo no Governo Lula, como o abastecimento de água potável e propague a idéia de expansão energia elétrica; em contrapartida o diplomática, a meu ver há aí um

interesse privado sendo exercido com o retorno político e econômico, se houver, dinheiro público. será em longo prazo. Por isso, é bem mais Explico: muito se divulga sobre a vantajoso cumular as funções em uma intenção de Lula de tentar obter uma

única embaixada, de acordo com a vaga no Conselho de Segurança da

relevância das relações políticas e ONU. De qual outra forma ele poderia econômicas travadas, ao invés de se criar obter seu intento, se não estreitando embaixadas em cada país isoladamente.” relações com países longínquos, que

pouco ou nada acrescentam ao Brasil? O Governo Lula planta embaixadas de forma compulsiva e ali abriga seus aliados, ampliando gastos no país de forma desnecessária.Na minha modesta opinião, os órgãos de controle deveriam se voltar para um estudo aprofundado da questão, a fim de identificar e impedir que o dinheiro suado do contribuinte seja desviado para acobertar as excentricidades do atual governo.”Beth Lima - Servidora Pública Federal e advogada.

Diplomacia: opiniãodos especialistas.

“O governo Lula formulou e pôs em pratica

uma diplomacia ‘ativa e altiva’.”

Celso Amorim

“A diplomacia do governo Lula apresenta uma

postura mais assertiva, mais enfática em torno da chamada defesa da soberania nacional e dos

interesses nacionais.”

Paulo Roberto Almeida

"A rigor, a atual política externa do Brasil

corresponde aos interesses estratégicos de uma

potência periférica, interesses que nos marcos

do governo Lula e de um futuro governo Dilma

comportam uma dupla dimensão: por um lado,

empresarial e capitalista e, por outro,

democrático-popular."

Rubens Barbosa

“Gastamos muito tempo na aproximação com

economias que não têm significado econômico

para o comércio brasileiro, e fizemos acordos

muito pequenos com economias grandes.”

José Serra

“Política externa do governo Lula contraria a

tradição democrática brasileira.”

Alvaro Dias

“Optamos por uma estratégia de paz e de

diálogo, em que é possível construir o acordo,

não o desacordo; criar pontes, e não levantar

muros.”

Dilma Rousseff

página 17

scrito por Eugênio Vargas Garcia,

C r o n o l o g i a d a s R e l a ç õ e s

Internacionais do Brasil foi escrito Epara permitir a diplomatas e estudiosos pensar

a política exterior ao invés de perseguir o fato.

Garcia coloca a disposição um grandioso

elenco de fatos relativos à conduta da

d i p l o m a c i a p o r t u g u e s a a n t e s d a

Independência brasileira e depois, à inserção

internacional do Brasil e às relações

i n t e r n a c i o n a i s g l o b a i s , d e s d e o

descobrimento do país até os dias atuais.

Este livro se destina, sobretudo a estudantes

de graduação e pós-graduação, professores e

prof iss ionais da área de re lações

internacionais, história e diplomacia,

podendo ser também utilizado na preparação

para provas ou concursos.

“Lula, O Filho do Brasil"

A história de um homem comum, sua família e a extraordinária capacidade de superar dificuldades. A trajetória do líder sindical que emergiu como uma força política renovadora e se tornou presidente do Brasil.

Referencia: < >

Acesso em 03/11/2010.

http://www.lulaofilhodobrasil.com.br/sinopse

Culturapágina 20

Celso Amorim José Maria da Silva Paranhos Júnior, o barão do Rio do Branco

do Presidente: Luis Inácio Lula da Silva

Mandato: 2003-dias atuais Presidente: Rodrigues AlvesPrecedido por: Celso Lafer Mandato: 1902 - 1910Nascimento: 03 de junho Precedido por: Olinto de MagalhãesSantos, São Paulo. Sucedido por: Mauro MüllerPartido: PT Nascimento: de Profissão: Diplomata, político e professor (brevemente)

Falescimento: de (66 anos)Fatos importantes: Representante do Brasil no Acorco

Geral de Tarifas e Comércio (GATT), 1992. Partido:

Profissão: Professor, diplomata, politico, historiador e biógrafo.

Fatos importantes: Rosto duas vezes impresso em

cédulas brasileiras, participou das negociações para a

abertura da primeira embaixada em Washington Eua.

123º Ministro das Relações Exteriores Brasil

81º Ministro das Relações Exteriores Brasil

1942

20 de abril 1845

Rio de Janeiro

10 de fevereiro 1912

Rio de Janeiro

Partido Conservador

Perfil:

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