PARTE IIPODER LEGISLATIVO

ESTA PARTE É EDITADAELETRONICAMENTE

DESDE 1º DE JULHO DE2005

ANO XLII - Nº 081QUINTA-FEIRA, 5 DE MAIO DE 2016

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Mergulho nahistória do Tiradentes

Veja imagens de 1640 até inaugura-ção, em 1926>Página 3

Repasse mínimo para saúde corre risco

Lei determina aplicação de 12% da receita no setor>Página 4

Trajetória da sede da Alerj começa no Brasil Colônia >Página 2

Museu vivo, Palácio faz 90 anos

O ito órgãos e pro-gramas estadu-ais que estão com suas ativi-

dades e projetos comprometi-dos pela crise econômica re-cebem hoje um total de R$ 16 milhões em doações da As-sembleia Legislativa do Esta-do do Rio (Alerj). Os cheques serão entregues às 15h.

As doações em caráter emergencial foram aprovadas em reunião da Mesa Diretora no último dia 19 de abril. O dinheiro sairá do orçamento da Casa, que, desde o início do ano passado, tem cortado despesas no seu custeio, o que representou uma econo-mia de mais de R$ 169 mi-lhões em 2015.

O Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio), que chegou a pa-ralisar os ser-viços de cole-ta de sangue, vai ganhar um reforço de R$ 2 milhões do caixa da Alerj.

A Fundação da Infância e Adolescência (FIA) e o Pro-grama Rio Sem Homofobia, ambos ligados à Secretaria de Estado de Direitos Humanos, vão receber, cada um, a quan-tia de R$ 2 milhões. No ano passado, essa pasta só teve liberados R$ 2 milhões de um total de R$ 14 milhões previs-tos no seu orçamento.

Outra instituição benefi -ciada será a Universidade do Estado da Zona Oeste (Uezo), que receberá R$ 1,5 milhão para que suas atividades não sejam paralisadas. O pedi-do foi feito pela Comissão de Educação da Casa. Sem a ver-ba, as atividades poderiam ser paralisadas neste mês.

SegurançaAlém disso, a Alerj vai

doar outros R$ 3,5 milhões à

Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), a pedido do Grupo de Atuação Especializada em Seguran-ça Pública (Gaesp), órgão do Ministério Público Estadual (MP-RJ). A verba vai custe-ar a alimentação de alunos e professores do Centro de For-mação e Aperfeiçoamento de Praças da PMERJ (CFAP), que teve sua carga horária reduzida em 50% devido à redução na alimentação, o que poderia atrasar a forma-ção de novos policiais - efeti-vo necessário para atuar nos Jogos Olímpicos.

“A decisão de apoiar es-ses programas foi muito feliz. Em visita ao CFAP, consta-tamos a falta de alimentação para os 1.350 alunos, que não seriam formados antes das Olimpíadas”, disse a presi-dente da Comissão de Segu-

rança, a depu-tada Martha Rocha (PDT)

O valor vai ajudar no cumprimento de um Termo de Ajusta-

mento de Conduta (TAC) fi r-mado entre Governo do Esta-do e MP, em que o Executivo se comprometeu a melhorar as condições de trabalho dos policiais.

Outra pasta que receberá verba de R$ 2 milhões é a se-cretaria de Estado de Espor-te (Seelje), para a realização os Jogos Estudantis Esta-duais que mobilizam, todos os anos, mais de mil escolas de todos os 92 municípios. A Mesa também decidiu doar R$ 2 milhões para o Programa de Prevenção à Dependência Química, desenvolvido pela secretaria de estadual de mesmo nome.

O Conselho Estadual de Direitos da Mulher (Cedim) terá R$ 1 milhão para manter suas unidades de atendimen-to a mulheres vítimas de vio-lência no estado funcionando.

Decisão foi aprovada em

reunião da Mesa em 19 de abril

DA REDAÇÃO

Um socorro emergencialAlerj doa R$ 16 milhões para garantir funcionamento de programas

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OPalácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), com-

pleta 90 anos amanhã (06/05). Desde os tempos de Brasil Colô-nia, é um sítio histórico e pode ser descrito como um museu vivo. O primeiro edifício ali construído, inaugurado em 1640, abrigava os três vereadores que cuidavam da cidade e também uma cadeia — daí o nome Cadeia Velha. Aliás, o palácio foi batizado com o nome do alferes Joaquim José da Sil-va Xavier, o Tiradentes, pois foi nesta cadeia que o inconfi dente mineiro fi cou preso por três anos antes de sua execução, em 1792. “O Palácio Tiradentes é um mu-seu vivo, encravado no centro histórico do Rio. O que o torna único é o fato de ele preservar, até hoje, o seu DNA político. Um lugar de memória que fez e con-tinua a fazer história”, ressaltou o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB).

Entre 1926 e 1960, quando houve a transferência da capital federal para Brasília, foi sede da Câmara dos Deputados. Tomba-do pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inspirado no Grand Pa-lais de Paris e projetado pelos arquitetos Arquimedes Memória e Francisque Couchet, o Tiraden-tes destaca-se por ser não ape-nas uma casa de leis, sua função

primordial, mas, também, polo irradiador de história, arte e ar-quitetura. Já atraiu mais de 500 mil visitantes, entre brasileiros e estrangeiros, desde a inaugu-ração de sua exposição perma-nente, em 2001. Em 2015, 46.247 pessoas visitaram o Palácio Tira-dentes — um recorde. Entre os estrangeiros, o maior público é de franceses (7%). “O Tiradentes

protagonizou os principais fatos políticos do país. Seu legado é de lutas ao lado do povo em prol da soberania e democracia. Além de sediar o Legislativo fl uminense, insere-se, através da sua arqui-tetura, no rico conjunto de patri-mônios históricos do nosso esta-do”, disse o historiador Gilberto Catão, que coordena a exposição permanente da Casa.

ProgramaçãoForam programados diversos

eventos em homenagem ao ani-versariante, como encenação da peça Tiradentes, um Palácio de Histórias, amanhã e no sábado (07/05), com plenário aberto ao público (leia mais na página se-guinte). Os Correios lançam hoje selo e carimbos especiais, que reproduzem a marca criada para a ocasião (leia mais ao lado).

“O Tiradentes foi palco de momentos históricos em 90 anos e mesmo antes disso. Apesar disso, ainda hoje muitos fl umi-nenses desconhecem sua histó-ria”, diz a diretora de Cultura da Alerj, Fernanda Figueiredo.

DA REDAÇÃO

Prédio completa 90 anos, mas história do lugar começa no Brasil Colônia

Sede da Alerj guarda parteda memória política do país

CORREIOS

Data ganha selo comemorativoComo parte dos even-

tos em homenagem aos 90 anos do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legis-lativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), os Correios lançam, hoje (05/05), vés-pera do aniversário, selo e carimbos comemorativos da data. A solenidade está marcada para 17 horas, no salão nobre da Casa. A edição é limitada a duas mil unidades e um exem-plar seguirá depois para o Museu dos Correios.

A m a n h ã (06/05), dia do aniversá-rio, a Alerj vol-tará a hastear a bandeira do Brasil em seu local original,

no alto do prédio. Também serão erguidas as bandei-ras do Estado do Rio e a do Mercosul. Desde a década de 80, a Casa passou a has-tear as bandeiras em pos-tes em frente ao prédio. Os postes serão retirados.

Neste mesmo dia, os degraus da escadaria do Palácio serão adesivados com 15 passagens históri-cas do Palácio.

Quando o Palácio foi inaugurado, em 6 de maio de 1926, passou a sediar a Câmara Federal, que lá fi cou até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília

Mais de 500 mil pessoas já visitaram local

desde 2001

ESPECIAL Palácio Tiradentes, onde a história acontece todo diaFoto: Octacílio Barbosa

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PODER LEGISLATIVO �������� � �

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No aniversário de 90 anos do Palá-cio Tiradentes, amanhã (06/05), a

história do prédio, de seus per-sonagens e da democracia bra-sileira entram em cena no ple-nário Barbosa Lima Sobrinho, que estará de portas abertas ao público. A peça Tiradentes, um Palácio de Histórias, escrita e estrelada pelo historiador Mil-ton Teixeira, acompanhado do grupo teatral Corsário Carioca, apresenta detalhes e curiosida-des, com fi guras históricas que passaram pelo Palácio.

“A ideia é contar a história não de forma fria como se pode ler nos livros, mas com vida, no próprio palácio onde ela acon-teceu”, explicou Milton, que será o narrador da história.

Tiradentes aparece em

cena como realmente era: sem barba e de cabelo curto, dife-rentemente da imagem seme-lhante a Jesus Cristo pela qual fi cou conhecido. A peça mostra os confl itos com seu delator, Joaquim Silvério dos Reis. “Ti-radentes foi um precursor de mudanças, a partir dele se deu o processo de independência

do país”, afi rmou o ator Bruno Senra, que interpreta o inconfi -dente mineiro.

Para Milton Teixeira, é um momento de conscientização. “O momento é de esquecer diferenças e nos unir para pen-sar um Brasil melhor. Esse foi o objetivo desta Casa 90 anos

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DIÁRIO OFICIAL PARTE II - PODER LEGISLATIVO

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PUBLICAÇÃO SEMANAL - Quintas-feiras

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Haroldo Zager Faria TinocoDiretor-Presidente

Valéria Maria Souto Meira SalgadoDiretora Administrativa

Walter Freitas NettoDiretor FinanceiroJorge Narciso Peres

Diretor-Industrial

Mirella D’EliaEditora

j.mp/instalerj

Foto: Octacílio Barbosa

Uma das personagens da peça é Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada mulher (1932)

ISABELA CABRAL

Peça apresenta detalhes e

curiosidades do Palácio

Apresentações gratuitas, amanhã e sábado

Plenário vira palco de teatro

Viagem ao passado

A Cadeia Velha funcionou de 1640 a 1921, quando foi demolida

Epitácio Pessoa (3º à esq.), no lançamento da pedra fundamental

A obra durou quatro anos e ordem foi usar materiais baratos

Na inauguração, em 6 de maio de 1926, não se via povo nos arredores

Serviço

Tiradentes, um Palácio de HistóriasDatas: Sexta, às 19h; sá-bado, às 15h.Local: Plenário Barbosa Lima Sobrinho.Endereço: Palácio Tira-dentes – Rua Primeiro de Março, s/nº – Praça XV.Entrada franca, com dis-tribuição de senhas uma hora antes do espetáculo

atrás e continua sendo até hoje. Esses personagens podem nos ensinar algumas lições.”

A peça será encenada nesta sexta e no sábado (07/05). A en-trada é franca e o plenário tem capacidade para 450 pessoas, com distribuição de senhas. A TV Alerj fará transmissão ao vivo e pela internet, no canal youtube.com/AlerjTV

Fotos: Arquivo / Museu da Imagem e do Som

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Ordem do dia

Comissão de Defesa do ConsumidorA Comissão de Defesa do Consumidor da Alerj está em Mangaratiba, na Costa Verde. Uma tenda com o serviço está instalada hoje (05/05) na Praça Luiz Quattropanni, no centro do distrito de Itacuruçá. Amanhã (06/05), será a vez do distrito de Conceição de Jacareí, na Alameda Valdomiro José. Os consumidores terão seus casos analisados no local, entre 8h e 16h.

Os contribuintes com dí-vidas de IPVA contraídas até o dia 31 de dezembro de 2015, poderão pagar o saldo deve-dor com desconto de 100% de multas e juros. O progra-ma “Recupera Rio de Janeiro” foi criado pela Lei estadual 7.158/15, dos deputados Luiz Paulo, Lucinha (ambos do PSDB) e Zaqueu Teixeira (PDT), e regulamentado pelo Governo ontem (04/05).

Segundo Luiz Paulo, o ob-jetivo é incentivar o pagamen-to de dívidas que poderiam nunca ser quitadas, ajudando

na arrecadação. “A lei vai fa-cilitar a vida dos contribuintes que estejam com o IPVA atra-sado, além de proporcionar um aumento na arrecadação do estado em mais de R$ 500 milhões”, afi rmou.

O decreto, publicado no Diário Ofi cial, dá um prazo até o dia 31 de outubro deste ano para que os devedores solici-tem a negociação da dívida junto à Secretaria de Estado de Fazenda. O desconto de juros e multas será de 100% para quem pagar a dívida até o fi m de 2016.

Dívidas do IPVA com desconto

O estado poderá ter um banco de remédios doados por pessoas físicas ou jurídi-cas, para abastecer unidades públicas de saúde. O projeto de lei 608/15, do deputado Luiz Martins (PDT), foi aprovado ontem pela Alerj, em segunda discussão. Pelo texto, os medicamentos de-vem ser classifi cados e ter seus prazos de validade cer-tifi cados, assim como deve-rão estar com suas bulas e em suas caixas originais.

A proposta autoriza a criação de uma parce-

ria público-privada para a criação do banco. “O Banco do Remédio Doado será destinado exclusiva-mente a pessoas compro-vadamente carentes após cadastro e declaração de necessidade. O banco não pode ser um depósito, não queremos onerar mais cus-tos com o descarte para o estado e sim facilitar a vida do cidadão fl uminense”, disse o deputado. O projeto seguiu para sanção ou veto do governador em exercí-cio, Francisco Dornelles.

Doação de remédios

OGoverno do Es-tado pode ter-minar o ano de 2016 sem repas-

sar 12% de sua receita para a saúde, como determinam a Constituição Federal e a lei complementar federal 141/12. Até o mês de abril, a secreta-ria de Estado de Saúde rece-beu apenas R$ 518 milhões, quando deveria ter recebido R$ 1,4 bilhão, que correspon-de ao percentual mínimo da arrecadação do primeiro qua-drimestre, de pouco mais de R$ 11 bilhões. Os dados foram apresentados pela secretaria de Estado de Fazenda à Co-missão de Saúde da Assem-bleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj) em audiência públ-cia realizada ontem (04/05).

Segundo a subsecretária

de Política Fiscal da Fazen-da, Josélia Castro de Albu-querque, um acordo feito no início do ano determinou que seriam repassados R$ 200 mi-lhões mensais para a saúde. No entanto, a média até agora é de cerca de R$ 130 milhões por mês.

Presidente da Comissão, o deputado Jair Bittencourt

(PP), defendeu que novo acor-do seja feito. “Não podemos deixar de priorizar a saúde. Se a Fazenda não pode cumprir o acordo com a secretaria, o que já é o mínimo, que seja acor-dado um valor possível e em parcelas fi xas. Para que o se-

cretário saiba com quanto ele vai poder contar”, afi rmou

Segundo Josélia Castro, a expectativa do Governo é conseguir cumprir o mínimo constitucional de repasse à saúde até o fi m do ano. “No ano passado, nós cumprimos o índice aplicado na saúde, e esse ano esperamos resolver essa questão até dezembro. Até o momento não estamos cometendo nada ilegal. Não conseguimos repassar o va-lor de R$ 200 milhões, mas a nossa prioridade é a saúde, ao lado das pastas da educação e segurança”, justifi cou.

A previsão de arrecadação bruta do Governo do Estado para 2016 é de R$ 58 bilhões, mas a despesa prevista é de R$ 78 bilhões. O défi cit do Es-tado chega a R$ 25 bilhões, quando somado aos R$ 5 bi-lhões referente a dívidas do ano passado.

Foto: Octacílio Barbosa

Deputados vistoriaram Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, na última segunda-feira

BUANNA ROSA

Secretaria de Saúde recebeu R$ 518 milhões

até o mês de abril

Por lei, aplicação deve ser de 12% da receita

Saúde: repasse mínimo em risco