Dicionário de conceitos - Filosofia 11.° ano excerto unidade 3

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    Dicionário de conceitos - Filosofia 11.° ano

    CONCEITOS ESPECÍFICOS

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    Dicionário de conceitos - Filosofia 11.° ano

    Argumentação - Argumentar é fornecer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada tese com a

    nalidade de provocar a adesão a essa tese. Assim, a argumentação é um ato de comunicação que visa levar o

    recetor (auditrios! a aderir a uma determinada tese que l"e é proposta pelo emissor (oradora! por meio do recurso a

    representações (argumentos! que visam mostrar a validade ou o fundamento dessa tese. #am$ém se designa

    argumentação a cadeia de argumentos apresentados que vai levar % aceitação da tese, por outras palavras, o

    conjunto das considerações destinadas a apoiar uma conclusão, ou ainda, o conjunto de proposições que sustentam

    uma tese.

    & o$jetivo da argumentação é sempre levar o auditrio a dar o seu assentimento ou aumentar a intensidade da sua

    adesão %s teses que l"e são propostas.

    A argumentação distingue-se da demonstração s, que procura deduzir, de certas premissas, consequ'ncias

    logicamente necessrias, verdadeiras, evidentes, sem ter em consideração um poss)vel recetor, sem procurar a

    adesão. *ma demonstração formal, ou é correta ou incorreta e, se for correta, impõe-se automaticamente, a sua

    aceitação impõe-se por si. +isa a verdade ou a falsidade.

      Aristteles (/-00 a. 1.! distinguia um pensamento dedutivo a partir de princ)pios, racioc)nio anal)tico -

    demonstração - de um pensamento encarado como arte de raciocinar, racioc)nio dialéctico - racioc)nio a partir de

    2opiniões geralmente aceites3. Assim, a demonstração apoia-se em fundamentos comprovados ou aceites como

    indiscut)veis e a argumentação em opiniões acerca das quais se o$teve um consenso para servirem de ponto de

    partida (premissas! da argumentação. 4uma demonstração matemtica os a5iomas não estão em discussão (ainda

    que sejam simples "ipteses!6 discuti-los o$riga a recorrer % argumentação, diz tam$ém Aristteles. A argumentação

    nunca tem o rigor constrangedor da demonstração7 pode ser mais $em aceite ou menos $em aceite, mais justa oumenos justa, possuir argumentos mais fortes ou menos fortes6 tam$ém nunca est completa7 uma vez que a

    conclusão não tem necessidade lgica, est sempre sujeita a ser refutada, completada, nunca é correta ou incorreta,

    pode é ser mais ou menos ecaz. Além disso, a argumentação utiliza a l)ngua natural, sem previamente e5cluir a

    am$iguidade que l"e é prpria, enquanto que a demonstração procura utilizar s)m$olos desprovidos o mais poss)vel

    dessa am$iguidade, até c"egar aos s)m$olos un)vocos da lgica sim$lica. A argumentação e5erce-se em dom)nios

    onde reina a am$iguidade, a incerteza, o desacordo, a verosimil"ança. 8or seu lado, a demonstração e5ige a

    evid'ncia racional. A argumentação diz respeito % retrica, a demonstração % 9gica e % :atemtica.

    Auditório - ;esigna-se auditrio o conjunto dos interlocutores de uma determinada forma de comunicação. #rata-se

    do conjunto dos sujeitos concretos so$re os quais o oradores pretende agir, ou que uma argumentação?>0- ! distingue o auditrio universal, que é idealmente constru)do a partir das caracter)sticas

    comuns a todos os seres "umanos em virtude da sua racionalidade, dos auditrios particulares, que são constitu)dos

    por um conjunto de indiv)duos com caracter)sticas e interesses espec)cos e comuns.

    & mesmo autor considera que o orador tem de con"ecer o @presum)vel do auditrio@ e tomar como ponto de partida

    da sua argumentação premissas admitidas pelo auditrio a que c"ama @o$jetos de acordos do auditrio@. stes

    o$jetos de acordo tanto podem dizer respeito ao real - factos, verdades e presunções - como ao prefer)vel - valores,

    "ierarquias e lugares do prefer)vel.

    Bem - (adj.! ;iz-se de tudo aquilo que é o$jeto de satisfação em qualquer dom)nio, isto é, de tudo o que é perfeito noseu género. Bmplica o acordo daquilo que algo é com aquilo que devia ser7 coincid'ncia do ser com o dever ser.

    ;esigna plenitude, perfeição7 é aquilo que est de acordo com o que se espera, que é perfeito, @aca$ado@. 4este

    sentido pressupõe a denição prévia de uma norma, por isso o conteCdo do conceito varia conforme a norma

    considerada6 de qualquer modo, est sempre relacionado com as nossas nalidades. D a perfeição do ser, perfeição

    essa que coincide com o prprio ser.

    (su$st.! m ética, o $em é um conceito normativo6 signica tudo aquilo que é julgado conforme ao ideal moral. D um

    valor ético, opõe-se ao mal.

    8latão (/0?-/E a. 1.! colocou a ideia de Fem, ideia "ierarquicamente superior no mundo das Bdeias, no topo da

    dialéctica ascendente e comparou-a ao Gol. & Fem é, no mundo intelig)vel, a ideia "ierarquicamente superior, é o

    princ)pio an-"ipotético do qual tudo se deduz como sua consequ'ncia e a partir do qual tudo se e5plica. ;e facto, tal

    como o prisioneiro li$ertado da Alegoria da 1averna, depois de ter contemplado o Gol, no termo de uma penosa

    camin"ada ascendente desde o interior da caverna escura, onde s via as som$ras dos o$jetos que passavam no

    e5terior, compreende retrospetivamente tudo o que tin"a julgado con"ecer (as som$ras e os reHe5os! comoconsequ'ncias do Gol que tudo ilumina, tam$ém o "omem que contemplou o Fem consegue e5plicar toda a realidade

    como sua consequ'ncia.

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    Cidadania, Cidadão, Cidade - I letra, cidadania signica aquilo que diz respeito a quem vive na cidade, logo, ao

    indiv)duo que tem li$erdades pC$licas e que cumpre os deveres sociais, isto é, ao cidadão. G na condição de se se

    su$meter a toda a espécie de deveres e o$rigações (f)sicas, jur)dicas, sociais! e s nessa condição um indiv)duo se

    pode ser considerado cidadão. Assim, a cidadania é o resultado de uma integração social.

    1idadão (em latim civis! é, pois, aquele que goza dos direitos e aceita os deveres denidos pela lei, é o mem$ro de

    uma comunidade pol)tica6 dene-se simultaneamente pelo livre e5erc)cio dos seus direitos civis e pol)ticos, pela sua

    participação nas decisões do stado e pela su$missão %s decisões e leis em cuja ela$oração participou.& cidadão goza de todas as li$erdades pC$licas e é igual perante a lei7 é um elemento igual aos outros e não é

    considerado na sua particularidade, mas antes numa perspectiva universal.

    G na Jrécia clssica se pode falar verdadeiramente de cidadão7 no entanto, no século + a. 1, eram cidadãos de

    Atenas, uma das cidades-estado da Jrécia, apenas os "omens livres que auferissem um determinado rendimento e

    tivessem nascido na cidade, sendo, assim, e5clu)dos da cidadania as mul"eres, os escravos e os estrangeiros da

    cidadania. 4os stados-4ação atuais, com uma dimensão e comple5idade incomparvel %s das cidades-estado

    gregas, o cidadão tende a desinteressar-se do $em comum, que l"e parece distante e pouco concreto.

    1idade (do latim civitas, isto é, conjunto de cidadãos e territrio onde os cidadãos vivem! é uma comunidade pol)tica

    organizada.

    & conceito de cidade surge na Jrécia antiga, sendo Atenas o e5emplo de cidade mais con"ecido na tradição do

    pensamento pol)tico ocidental.

    Gegundo Aristteles (/-00 a. 1!, a cidade, unidade pol)tica autnoma, 2é um facto natural3, visto que o 2"omem é

    um animal pol)tico3 (de polis, cidade-estado, na Jrécia!. & "omem s se realiza plenamente na cidade, visto que anatureza não l"e deu a possi$ilidade de se $astar a si prprio. D a cidade que permite ao "omem não s satisfazer as

    suas necessidades de so$reviv'ncia mas, so$retudo, cultivar a virtude, isto é, viver uma vida plenamente "umana.

    Conectiva proposicional - m 9gica formal, é um elemento de uma frase que junta partes de tal modo que as

    propriedades lgicas do todo são uma função denida das propriedades lgicas das partes. D o operador que liga as

    variveis proposicionais (p, q, r,...!.

    Algumas conectivas são7 - (negação7 não!, + (disjunção7 ou!, A (conjunção, ou produto7 e!, KL (implicação7 se...

    então!, M-L (equival'ncia7 se, e s se...!.

    Conteúdo - m 9gica, conteCdo tanto signica a matéria de um conceito (conjunto dos elementos da compreensão

    do conceito ou Nconceitos o$jectivamente consideradosN!, como signica a matéria de um ju)zo ou proposição

    (conceitos o$jectivamente considerados que desempen"am a função de Gujeito e 8redicado!, aquilo que é e5pressopor meio de uma frase ou a matéria de um racioc)nio (os ju)zos, independentemente da formas!. &põe-se a Oormas.

    Convicção - 1rença rme, certa, em algo, que tanto pode ser a verdade de uma tese como a legitimidadePjusteza de

    uma acção, posição pessoal, ou situação. A convicção e5clui a dCvida.

    A convicção distingue-se da simples crença ou da opinião, visto que, por um lado, a convicção tem um fundo racional,

    é fruto da reHe5ão e, por outro, implica um ju)zo rme e um compromisso estvel.

    1onvencer é suscitar a adesão do esp)rito por meio de argumentos ou provas racionais, por isso costuma distinguir-se

    convicção de persuasão, na medida em que esta implica procedimentos não tão e5clusivamente racionais7 para

    persuadir são utilizados motivos de carcter afetivo para levar o auditorios a aderir %s teses que l"e são propostas.

    Dedução - &peração intelectual através da qual conclu)mos uma armação a partir de armações anteriores, de

    acordo com regras lgicas. m 9gica, é uma das infer'ncias mediatas6 diz-se do racioc)nio por meio do qual, de

    proposições con"ecidas (antecedente! se conclui necessariamente uma proposição descon"ecida (consequente!, que

    nelas est implicada.

    Gegundo alguns autores, a forma mais aca$ada, perfeita de dedução, é o silogismo.

    &s silogismos podem ser categricos ou "ipotéticos. &s silogismos categricos podem ser regulares e irregulares e,

    entre estes Cltimos, podem referir-se o entimema, o epiquirema (categricos irregulares simples! e a sorites

    (polissilogismo!. &s silogismos "ipotéticos podem ser condicionais ou disjuntivos. ntre estes Cltimos inclui-se o

    dilema que tem a particularidade de ser um silogismo so$ a forma disjuntiva que, qualquer que seja a alternativa

    armada na premissa menor a conclusão é sempre a mesma. Assim, de acordo com o c"amado dilema de Aristteles,

    2&u a losoa vale a pena ou não vale. Ge vale, deveis losofar, se não vale, é necessrio prov-lo e tereis de

    losofar para isso3, qualquer que seja a alternativa armada na premissa menor - vale a pena ou não vale a pena - a

    conclusão é sempre a mesma7 isto é, é preciso losofar.

    A dedução é um racioc)nio que permite concluir com rigor, a conclusão possui necessidade lgica. Assim, de duas pro-

    posições (premissas! verdadeiras conclui-se necessariamente uma terceira (conclusão! verdadeira, desde que ten"am

    sido respeitadas as regras lgicas. D o tipo de racioc)nio usado para provar e demonstrar.

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    A dedução permite desco$rir a verdade mas levanta um pro$lema losco7 a verdade da conclusão decorre da

    verdade das premissas de que é a consequ'ncia necessria, mas de que modo é esta$elecida a verdade das

    premissas< 1omo se sa$e de antemão que todo o "omem é mortal, para poder deduzir da) que sendo Gcrates

    "omem, então tam$ém é necessariamente mortal< D uma pressuposição gratuita ou dogmtica< D tam$ém ela

    conclusão de outros racioc)nios dedutivos (e nesse caso o pro$lema arrasta-se até ao innito! ou é um a5ioma de que

    se parte sem se questionar a sua verdade, considerando-o como simples "iptese< Aceitando esta segunda posição

    ser mais correto c"amar a esta forma de racioc)nio racioc)nio "ipotético-dedutivo. (Qipteses!

    Qa$itualmente opõe-se a dedução % indução considerando-se que a indução não permite concluir com necessidadelgica, a conclusão é apenas provvel, enquanto a dedução permite concluir com necessidade lgica, a conclusão é

    certa.

    Demonstração - m sentido vulgar, todo o processo de racioc)nio que pretende esta$elecer a verdade de uma

    proposição, que permite esta$elecer uma armação, apoiando-se em provas. :ais precisamente, é um processo

    lgico-discursivo, um racioc)nio, por meio do qual de premissas verdadeiras, e respeitando as regras de pensamento

    lgico, se infere a verdade de uma conclusão, isto é, a verdade da conclusão é esta$elecida de acordo com razões

    evidentes, a partir das premissas.

    Oormalmente, é um argumento dedutivamente vlido que parte de premissas verdadeiras que implicam a conclusão.

    *sa-se no con"ecimento cient)co que é sistemtico, e5plicativo, $aseado em razões necessrias na medida em que

    a demonstração permite evidenciar ou e5plicar o ne5o causal que liga o descon"ecido (consequente, conclusão! ao

    con"ecido (antecedente, premissas!. Aceitando a verdade das premissas e seguindo as regras lgicas, a conclusãotem de ser aceite como verdadeira, pois ela é a consequ'ncia necessria das premissas.

    4a demonstração, as premissas t'm de ser aceites como verdadeiras, não podem ser discutidas. A conclusão é uma

    s e s pode ser verdadeira ou falsa.

    ;istingue-se de argumentação. A demonstração diz respeito % 9gica e % :atemtica, impõe-se sem discussão, visa a

    verdade, enquanto a argumentação diz respeito % retricas, atende ao auditorios, usa o racioc)nio dialéctico e visa

    persuadir, levar ao auditrio a aderir %s teses que l"e são propostas.

    Diálogo - m grego, diálogos, de dia (através de! R logos (palavra!. Assim, de acordo com o signicado original,

    dilogo signica troca de argumentos entre interlocutores com o o$jetivo de conseguir um acordo. 8or conseguinte, o

    dilogo é e5clusivo do "omem e implica que os interlocutores se recon"eçam como iguais e em reciprocidade total.

    4a losoa grega, dilogo é o método utilizado por Gcrates (/ES-?? a. 1.! e 8latão (/0?-/E a. 1.! na $usca da

    verdade, e que consiste em perguntas e respostas. 4ote-se que a quase totalidade da o$ra platnica é escrita so$ a

    forma de dilogo. & dilogo supõe um clima de $oa vontade e compreensão rec)proca6 no dilogo socrticoPplatnico

    não " vencedores nem vencidos, todos os interlocutores cooperam na procura da verdade7 o prprio Gcrates apela

    a que l"e coloquem o$jeções.

    4a losoa contemporTnea, o dilogo, ou intersu$jetividade, adquire de novo uma importTncia fundamental, visto

    que é considerado a forma de troca constitutiva das consci'ncias e, consequentemente, de um mundo "umano

    resultante do entrecruzar das diferenças pessoais.

    & dilogo, troca de ideias, através da palavra, por um lado, o$riga cada um dos interlocutores a fundamentar os seus

    argumentos dando-l"es solidez suciente para ultrapassarem as poss)veis o$jeções, por outro, alarga os seus

    "orizontes, apresentando-l"e as perspectivas do outro interlocutor, diferentes da sua, e que ele pode vir a considerar

    serem prefer)veis. & dilogo leva, assim, ao enriquecimento mCtuo como resultado da relação de cada eu com um tu

    (outro!, entendendo-se este eu e este tu não apenas como a pessoa individual, mas tam$ém como um grupo.

    Ethos - Gignica, em grego, carcter, modo de vida "a$itual. m Uetrica designa o tipo de prova centrado na gurado orador. ste deve ter carcter, ser virtuoso e cred)vel para conseguir a conança do seu auditrio. Assim, na

    Uetrica sim$oliza o orador. & orador persuadir com tanta mais facilidade o seu auditrio, quanto maior for a sua

    pro$idade, isenção, e, portanto, quanto maior for a sua credi$ilidade aos ol"os do auditrio. ;o ponto de vista do

    auditrio, o que conta é o carcter do orador6 pois é esse carcter que o tornar mais ou menos cred)vel6 o auditrio

    precisa de decifrar as intenções do orador e o seu carcter para sa$er quais as infer'ncias que deve aceitar e se deve

    ou não aderir %s teses que ele l"e propõe.

    Falácia - 1"ama-se falcia a qualquer erro de racioc)nio. Assim, falcia designa qualquer argumentação

    aparentemente vlida mas que na realidade não o é, pelo que não é concludente.

     #radicionalmente, considerava-se que a falcia se distinguia do sosma na medida em que este era um racioc)nio

    incorreto cujo erro é intencional, visa enganar o interlocutor, enquanto que a falcia é um racioc)nio

    involuntariamente incorreto. &ra, a intenção com que o racioc)nio é feito não interessa para a 9gica, pelo que essadistinção não aparece em muitos lgicos atuais. sta distinção s tem interesse se se pensar que o termo sosma ter

    a ver com sosta. ;esde Aristteles distingue-se entre falcias formais e falcias informais. As falcias formais são

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    racioc)nios aparentemente vlidos mas que o não são de facto por violarem uma qualquer regra das infer'ncias. As

    falcias informais apresentam um erro qualquer que pode consistir na imprecisão dos termos, an$olia, na inclusão

    de irrelevTncias.

    Falso - m 9gica formal qualica os enunciados incompat)veis com proposições anteriormente admitidas como

    verdadeiras. 4a 9gica formal $ivalente, é um dos valores de verdade de uma proposição (o outro é o +erdadeiros!7

    uma proposição s pode ter o valor de verdade verdadeiro ou falso, nunca os dois ao mesmo tempo.

    Filósofo - timologicamente, o amigo da sa$edoria. Gegundo a tradição, o termo foi usado pela primeira vez por

    8itgoras (VE>PES-/?EP?W a. 1.! para qualicar a sua atividade, visto que a sua modéstia o impedia de se denominar

    s$io, termo com até então eram designados aqueles que, como ele, se ocupavam com o con"ecimento das coisas

    divinas e "umanas e das causas de tudo.

    Oilsofo é, assim, originalmente, aquele que procura as causas primeiras das coisas, a verdade do ser, para além das

    apar'ncias das coisas mutveis e da multiplicidade das opiniões. 4este sentido opõe-se ao retrico cuja preocupação

    é o triunfo fcil e a qualquer preço so$re o seu interlocutor, mesmo que ten"a que se socorrer de estratagemas

    argumentativos. 8latão (/0?-/E a. 1!, no Jrgias, opõe Gcrates, o lsofo, aos sostas, retricos.

    Forma - m 9gica, estrutura de uma proposição ou racioc)nio, independente do seu conteCdo de realidade. A forma

    lgica de uma frase é a estrutura partil"ada com outras frases, responsvel pelo seu papel nas infer'ncias. &põe-se

    ao conteCdo. #ratando-se de realidades f)sicas, a forma opõe-se % matéria.

    Indução - m 9gica, é uma das infer'ncias mediatas6 diz-se do racioc)nio que consiste em armar de uma classe

    aquilo que foi esta$elecido para alguns elementos dessa classe. A sua conclusão não é logicamente necessria. m

    pistemologia, é uma infer'ncia conjectural, não demonstrativa.

    4as ci'ncias emp)ricas, permite passar dos factos para as leis e por isso alguns a consideram a alma das ci'ncias

    e5perimentais. D o tipo de racioc)nio que permite a formulação de leis.

    Gegundo Aristteles, a indução pode ser formal, ou completa (arma de um conjunto aquilo que se vericou para

    cada um dos seus elementos!, amplicante (arma de um conjunto aquilo que vericou apenas em alguns dos seus

    elementos!.

    A generalização, que a indução amplicante implica, faz com que as suas conclusões (racioc)nio indutivo! não sejam

    logicamente necessrias, isto é, mesmo partindo de premissas verdadeiras não se segue necessariamente a

    conclusão, esta é sempre meramente provvel.

    Inferência - m sentido geral é toda a operação mental por meio da qual se esta$elece uma proposição (que não se

    con"ece diretamente! por causa da sua ligação com outras proposições con"ecidas. 8ode aparecer como sinnimo de

    racioc)nio. m 9gica, é a operação mental por meio da qual, de uma proposição dada, se conclui outra com o mesmo

    valor de verdade.

    As infer'ncias podem ser imediatas ou mediatas, e estas, dedutivas (demonstrativas!s ou indutivas (não

    demonstrativas!.

    4as infer'ncias imediatas, o$tém-se diretamente uma proposição nova a partir de uma proposição dada, usando

    apenas os termos que a constituem6 são infer'ncias mediatas a oposição e a conversão.

    4as infer'ncias mediatas e5ige-se um termo mediador e a conclusão o$tém-se a partir de duas ou mais proposições

    (premissas!6 são infer'ncias mediatas o racioc)nio dedutivo (dedução! e o racioc)nio indutivo (indução!.

     u!"o - m 9gica, é, segundo Aristteles (/-00 a. 1!, 2o ato de pensamento que pode ser dito verdadeiro ou

    falso3. & ju)zo é a operação que consiste em esta$elecer uma relação entre dois ou mais termos, de acordo com a

    frmula G (sujeito! é (cpula! 8 (predicado!, isto é, armar a conveni'ncia ou não conveni'ncia de um predicado em

    relação a um sujeito. Ato de armar, positiva ou negativamente, uma s)ntese de dois conceitos.

    A e5pressão material do ju)zo é a proposição.

    #inguagem - m sentido geral, linguagem é todo o sistema de signos, por isso, tanto pode falar-se de uma

    linguagem ver$al como de uma linguagem musical, pictrica, corporal. A linguagem foi recon"ecida desde sempre

    como um intermedirio entre o "omem e a realidade, tem, entre outras, as funções de designar essa mesma

    realidade, permitir a comunicação dos "omens entre si, e5pressar o pensamento e modelar o prprio pensamento.

    Assim, através da linguagem, o ser "umano designa, nomeia as realidades do mundo e, pelo nome, d-l"es e5ist'ncia

    para si, congura o real. #am$ém é através da linguagem que os seres "umanos comunicam entre si, isto é, trocaminformações, pensamentos. D que a linguagem permite tam$ém e5pressão do pensamento, a sua materialização,

    o$jectivação. A relação entre a linguagem e o pensamento, porém, é dupla7 se é um facto que o pensamento se

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    e5pressa através da linguagem, é, tam$ém, graças % linguagem que o pensamento se constitui, a linguagem est na

    $ase da formação dos conceitos. 8ensamento e linguagem são interdependentes, não e5iste um sem o outro.

    *ma vez que a linguagem permite dizer o nosso pensamento so$re o ser desde cedo se levantou a questão de sa$er

    como é essa relação. 8latão (/0?-/E a. 1!, no Crátilo, interroga--se7 so$re a relação entre a linguagem e o ser, a

    verdade7 Ger a linguagem convencional, como pretendem os sostas, ou diz o ser< Ge a linguagem diz o ser, como

    poder dizer o falso<

    ;epois de Gaussure (>VE->?>!, a linguagem distingue-se da l)ngua, que é o sistema lingu)stico 5ado numa

    determinada sociedade e da fala, que é o e5erc)cio pessoal da l)ngua.

    #ógica - 2sta ci'ncia das leis necessrias do entendimento e da razão em geral, o que é a mesma coisa, do

    pensamento em geral, é aquilo a que ns c"amamos 9gica.3 (Xant, >E0/->S/, 9gica! A 9gica é, assim, a ci'ncia

    que estuda as leis do pensamento, o acordo do pensamento consigo mesmo. 8ode denir-se como a ci'ncia das

    infer'ncias vlidas. & seu o$jetivo é tornar e5pl)citas as regras através das quais as infer'ncias podem realizar-se.

    :as, o prprio Xant antes de apresentar a denição acima transcrita, arma 2& e5erc)cio das nossas faculdades

    tam$ém se realiza segundo leis %s quais ns inicialmente nos su$metemos sem ter consci'ncia delas (...!.3. Bsto é,

    pode considerar-se que e5iste uma lgica natural a que o$edecemos inconscientemente e uma ci'ncia da 9gica.

    Assim, a lgica natural, que corresponderia % aptidão natural e inata dos seres racionais para discorrer e raciocinar e

    que l"e é necessria para a so$reviv'ncia diria, é emp)rico-prtica. ssa aptidão é comum a todos os elementos de

    uma mesma cultura e e5iste desde que e5iste a espécie "umana. D espontTnea, intuitiva e não rigorosa, satisfaz-se

    com conclusões aparentemente evidentes6 tam$ém não con"ece as leis a que o$edece. 8elo contrrio, a 9gica

    considerada como uma ci'ncia surge "istoricamente num momento preciso da "istria da Jrécia clssica, comAristteles (/-00 a. 1.! e s é acess)vel a alguns seres "umanos. la corresponde a um esforço de sistematização

    das leis do pensamento, %s quais inicialmente nos su$metemos sem consci'ncia, como diz Xant, considerando-as

    a$stratamente. 4este sentido, pode dizer-se que é uma sistematização da lgica natural. nquanto a lgica natural é

    necessria para a vida quotidiana, a lgica como ci'ncia é necessria no dom)nio das ci'ncias. la implica a

    desco$erta e o con"ecimento das leis do pensamento, e5ige rigor e formalismo. 8ode dizer-se que é constru)da,

    formal, cr)tica, reHete so$re ela prpria. ;istingue-se da 8sicologia, que tam$ém estuda o pensamento, visto que esta

    estuda como é que os "omens raciocinam de facto, enquanto que a 9gica apenas estuda o racioc)nio e a forma como

    os seres "umanos devem raciocinar corretamente, isto é estuda as leis do racioc)nio correto, das infer'ncias vlidas,

    como foi dito. D costume, tam$ém, distinguir a 9gica formal da lgica informal.

    Aristteles foi, como se disse, o fundador da 9gica como ci'ncia, em$ora o termo lgica ten"a sido introduzido pelos

    esticos, na medida em que, apesar de "aver tentativas anteriores de encontrar leis universais de racioc)nio, ele foi o

    primeiro pensador a estudar e a codicar as formas corretas do racioc)nio.

    Assim, desde Aristteles, a lgica formal clssica, ou tradicional, determina quais as operações do esp)rito que são

    vlidas atendendo apenas % sua formas, independentemente do seu conteCdos, isto é, estuda as condições formais

    do pensamento vlido. 1onsidera-a a ci'ncia do pensamento com vista % investigação da verdade. A lgica

    matemtica, formal, moderna, sim$lica ou log)stica, é um desenvolvimento, uma e5tensão da lgica formal clssica,

    aristotélica, porque a formaliza e generaliza. Ooi criada pelos matemticos que aplicaram, por analogia, o método

    matemtico % sua pro$lemtica. A lgica matemtica englo$a a lgica formal clssica como um caso particular. A

    lgica matemtica construiu sistemas "ipotético-dedutivos com regras que regem a utilização de s)m$olos a$stratos.

    A 9gica é conce$ida como um clculo formal e formalizado que permite manipular os s)m$olos de forma a c"egar por

    meio de procedimentos mecanizados a um resultado indiscut)vel.

    Logos - (#ermo grego! Gignica simultaneamente discurso, palavra, argumento, razão, asserção, princ)pio, lei. ;esde

    o começo da losoa grega, o logos designa não s palavra e discurso, mas tam$ém ideia, conceito, opondo-se %

    opinião e ao mito. Assim, o logos é, desde o in)cio e5pressão intelig)vel da realidade, apreensão intelectual do ser. 4aUetricas, logos é o tipo de prova centrado na tese (estilo, guras, estrutura racional, argumentos usados!.

    $anipulação - ;e um modo geral, designa a acção por meio da qual se controla ou inHuencia ilegitimamente

    qualquer processo. Assim, fala-se da manipulação genética como a acção que consiste em fornecer uma @informação@

    errada ao cdigo genético para que o processo de transmissão seja alterado.

    m losoa, usa-se o termo manipulação para designar a deturpação da informação que se d a alguém no sentido

    de a levar a pensar aquilo que se pretende que ela pense. 8or meio dessa alteração, as crenças e o comportamento

    de um auditrio, da opinião pC$licas, sofrem uma modicação, são diferentes do que seriam se a informação dada

    tivesse sido outra. &ra, é certo que a manipulação da informação não é de "oje7 em todas as guerras, por mais

    rudimentar que fosse o meio de comunicação entre os postos avançados de um e5ército, o e5ército inimigo tentou

    intercetar essas mensagens e manipul-las para induzir em erro o seu destinatrio e, assim, o poder controlarPvencer.

    :as, nos nossos dias, o desenvolvimento dos meios de comunicação veio su$stituir o sa$er fec"ado do universo tra-

    dicional por uma cultura alargada. :uito mais pessoas são informadas simultaneamente e em simultTneo com aocorr'ncia do acontecimento. :as, a imagem mostrada, o testemun"o transmitido do local do acontecimento, não

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    Dicionário de conceitos - Filosofia 11.° ano

    garantem a certeza da informação7 as imagens podem ser escol"idas, os depoimentos truncados e,

    consequentemente a opinião pC$lica ser manipulada, levada a verPpensar aquilo que alguém quer que ela vejaPpense.

    Qoje não se pode falar de falta de informação, $em pelo contrrio, mas esse, por vezes, e5cesso de informação leva

    ao aumento da deturpação da informação e da ignorTncia. Agora, como outrora, as consci'ncias são manipuladas por

    falta de con"ecimento verdadeiro7 outrora porque a informação não c"egava a todos, agora porque o e5cesso da

    informação se transforma em desinformação.

    A questão da manipulação e a sua ligação aos meios de comunicação de massa tomou-se um dos temas da reHe5ão

    losca dos Cltimos anos.

    %rador - D aquele que ela$ora a argumentação6 corresponde ao emissor do processo comunicativo mas o seu

    o$jetivo é agir so$re o recetor (auditrios!, a quem a sua mensagem se dirige, no sentido de o levar a aderir % tese

    que l"e propõe (quer se trate da sua prpria tese ou da refutação da tese de outrem!.

    &at'os - Gignica, em grego, sofrimento, emoção, mas tam$ém algo que acontece. 4a Uetricas, é o tipo de prova

    centrado, no auditrio que tem de ser emocionalmente impressionado pelo orador. Assim, na Uetrica, sim$oliza o

    auditrio. ;esigna aquilo que e5iste de irracional, de pai5ão, na adesão. A pai5ão é um estado que leva a razão a

    fazer opções que parecem irracionais. Gegundo Aristteles (/--00 a. 1!, 2o termo pai5ões designa tudo aquilo que

    sendo seguido de dor e de prazer suscita uma tal mudança no esp)rito que nesse estado ele nota uma notvel

    diferença nos ju)zos que faz3.

    ;o ponto de vista do orador, o mais importante é levar o auditrio a aderir %s teses que l"e apresenta, persuadindo-o,ou convencendo-o. &ra, para ser persuadido, o auditrio precisa de ser impressionado, seduzido, por isso o orador

    não pode menosprezar o pathos do auditrio se quer lev-lo % aceitação das teses que propõe ao seu assentimento,

    por mais racionais que sejam os argumentos que apresenta.

    &roposição - Gegundo Aristteles, é o enunciado ver$al suscept)vel de ser dito verdadeiro ou falso, distinguindo,

    assim, a proposição, como frase declarativa, das outras e5pressões ver$ais7 vocativa, imperativa, interrogativa, etc.

    Oormalmente é constitu)da pela atri$uição de um predicado a um sujeito. 4a 9gica clssica, é a e5pressão lingu)stica

    do ju)zo, é o enunciado de um ju)zo.

    (acioc!nio - Uepresenta um modo mediato, ou indireto, de con"ecer7 o racioc)nio implica um discurso, isto é, uma

    sucessão de momentos em que entre o antecedente (as premissas! e o consequente (a conclusão! e5iste um ne5o

    lgico tal que a conclusão deriva necessariamente das premissas. ncadeamento de dois ou mais ju)zos que conduz a

    uma conclusão. 8rocesso de tirar uma conclusão de um conjunto de premissas. &peração do esp)rito por meio daqual, de con"ecimentos dados, se conclui um con"ecimento novo sem recurso % e5peri'ncia. G. #oms de Aquino

    deniu o racioc)nio como a passagem do con"ecido para o con"ecimento do descon"ecido. Assim, o racioc)nio é um

    instrumento de desco$erta e demonstração da verdade. A sua e5pressão material é o argumento.

    (etórica - & conceito vem do grego rhetor que signica oradora.

    ;e um modo geral, é a arte de utilizar a linguagem com o o$jetivo de inHuenciar os outros, persuadindo-os ou

    convencendo-os.

    4a Uetrica estão reunidos um orador (com intenção de persuadirPconvencer!, um auditrio e uma mensagem7 o

    orador é sim$olizado pelo et"os, o auditrio pelo  pathos* e a mensagem constitui o logos, aquilo que se de$ate -

    teses, factos, etc. Aristteles (/-00 a. 1.! c"ama ethos % dimensão do orador, ao tipo de provas $aseadas no

    orador, uma vez que o seu carcter e as virtudes que demonstra o tornam aos ol"os do auditrio mais digno de

    crédito e, portanto, mais persuasivo6  pathos, % dimensão do auditrio, ao tipo de provas $aseadas no auditrio,

    porque ao ouvir passivamente o discurso do orador este é percorrido por pai5ões desencadeadas pelos enunciados

    proferidos (da) o conceito de emoção!. Oinalmente, c"amou logos % dimensão a$arcada pela linguagem, ao tipo de

    provas $aseadas na linguagem6 o logos é denido simultaneamente pelo estilo e pela razão, pelas guras e pelos

    argumentos com que a tese é apresentada. Gegundo o mesmo autor, o ideal seria que o ethos, o  pathos e o logosfossem usados equili$radamente. Uetrica é, porém, um termo am$)guo que tanto pode signicar arte da eloqu'ncia,

    técnica da manipulação do auditrio, como técnica do discurso dirigido a um recetor no sentido de o levar % adesão

    de uma tese. 1omo arte de persuadir, esteve ligada ao aparecimento da democracia, na época clssica, e ao

    desenvolvimento do ;ireito. & cidadão ateniense usa a Uetrica para persuadir os seus concidadãos a elegerem-no

    para cargos pol)ticos e usa a retrica, nos tri$unais, para fazer valer a lei. Aristteles considera-a como a técnica de

    argumentação do veros)mil, leg)tima para os de$ates no espaço pC$lico da cidade. :as ela tam$ém serviu a

    demagogia e manipulou.

    ssa am$iguidade do conceito resulta, pois, da sua "istria. ;e qualquer modo, a Uetrica, que surgiu na Jrécia

    antiga por volta do séc. + a. 1, esteve desde sempre ligada % losoa.

    m 8latão (/0?-/E a. 1!, é considerada o oposto da losoa, na medida em que apenas se preocupa com o veros)mil

    e a adulação do auditrio, enquanto que a losoa é $usca da verdade e não o desejo de sucesso a todo o custo. A

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    Dicionário de conceitos - Filosofia 11.° ano

    Uetrica, ao visar apenas a capacidade de persuadir, arma-se como um não sa$er, revelando-se, portanto, uma

    ci'ncia inCtil e até perigosa, visto que poder ser usada para ns injustos. nquanto para 8latão a retrica se opõe ao

    ideal losco da $usca da verdade, na época romana, com 1)cero (>SW-/ a. 1.! losoa e retrica conciliam-se. 4a

    Bdade :édia faz parte do curr)culo das *niversidades europeias (juntamente com a gramtica e a dialéctica, constitu)a

    o trivium).

    ;escartes (>V?W->WVS! rejeita-a, opondo ao seu carcter veros)mil a evid'ncia intelectual.

    4o século YY, a Uetrica é rea$ilitada6 8erelman advoga um alargamento da racionalidade que, além de lgico-

    matemtica, deve ser tam$ém argumentativa revalorizando, assim, a retrica e dando origem %quilo que se designapor 4ova Uetrica. Ge não se considerar a losoa como a ela$oração de uma doutrina mas como argumentação, a

    oposição entre losoa e retrica desaparece e a retrica relaciona-se com o $om uso da argumentação.

    4os nais do século YY, foi-se generalizando a convicção que todos os discursos, mesmo o cient)co, t'm uma

    dimensão argumentativa, persuasiva e não são apenas demonstrativos, perspectiva que levou % revalorização da

    Uetrica.

    (etórico - Aquele que cultiva a Uetricas. 1onforme a conceção de Uetrica, assim varia a conotação do termo

    retrico. 8ara 8latão (/0?-/E a. 1!, o retrico opõe-se ao lsofo na medida em que procura apenas vencer a lide

    retrica e vencer a todo o custo, enquanto este Cltimo $usca a verdade e considera que numa lide dialéctica não "

    vencedor nem vencido, am$os os interlocutores contri$uem para a desco$erta da verdade. +er oradores.

    )o*sta - &riginalmente, o termo grego sosta designa "omem "$il ou s$io em qualquer assunto. D aquele cujaprossão é ensinar a sa$edoria. D a designação dada aos professores que, na Jrécia no século +, iam de cidade emcidade ensinar, mediante retri$uição, a arte de argumentar racionalmente tanto nos assuntos privados como nospC$licos aos jovens que am$icionavam desempen"ar um papel nas assem$leias pol)ticas ou nos tri$unais.4uma Atenas em que o sa$er falar (o sa$er persuadir, a oratria e a retrica! era condição indispensvel para triunfar(quer politicamente quer nos tri$unais! os sostas desempen"am um papel fundamental.A partir de 8latão (/0?-/E a. 1.! e Aristteles (/-00 a. 1!, sosta passa a designar aquele que usa argumentosaparentemente vlidos para enganar os outros - sosmas - e, consequentemente, passa a ter uma conotaçãopejorativa. 8latão, com efeito, opõe-se-l"es violentamente pelo facto de defenderem o convencionalismo e até oceticismo (gnosiolgico ou ético!, acusa-os de usarem argumentos enganadores, adularem a opinião e estarem maispreocupados com a vitria nas lides retricas do que com a verdade, além de gan"arem din"eiro com o ensino dastécnicas oratrias necessrias para alcançar a vitria.Apesar de não terem uma losoa comum, e5iste uma atitude intelectual comum aos principais sostas gregos.Geparam o dom)nio da lei do da natureza, considerando aquela meramente convencional6 defendem formas mais oumenos e5tremas de relativismo (quer gnosiolgico quer ético!, c"egando alguns a sustentarem o ceticismo. Gãoespecialistas na arte de argumentar, $em como na arte da oratria. #'m alguns con"ecimentos de psicologia,necessrios para o con"ecimento do auditrio.ntre os sostas destacam-se, entre outros, Jrgias, Q)pias, 8rotgoras.

    +aela de verdade -ou +áua de verdade. - A função de verdade de proposições, ou frase, é uma função que

    produz um valor de verdade dessas proposições, ou frases. As ta$elas de verdade ilustram o modo como o valor do

    todo é determinado pelas com$inações de valores das partes constituintes. Gão quadros de valores lgicos que se

    usam no clculo proposicional para vericar se as frmulas de operações lgicas so$re variveis proposicionais são

    verdadeiras ou falsas. 8ermitem decidir, mecanicamente, se uma determinada frmula é uma tautologia ou não, isto

    é, se admite o valor de verdade falso.

    Alguns lgicos constroem uma ta$ela de verdade para cada operação, outros, apenas uma ta$ela geral que contém

    todas as outras como casos particulares.

    /alidade  - m 9gica, designa a coer'ncia formal de um racioc)nio sem refer'ncia % verdade ou falsidade das

    premissas ou da conclusão6 acordo do esp)rito com as regras do pensamento. +alidade qualica os argumentos cuja

    conclusão se segue das premissas. 8remissas e conclusão (que são proposições! não são elas prprias vlidas ou

    invlidas, mas sim verdadeiras ou falsas. A 9gica formal apenas se interessa pela validade dos racioc)nios.

    /alor de verdade - 8ropriedade que uma varivel proposicional tem de ser verdadeira ou falsa. 4a 9gica clssica,

    $ivalente, uma proposição pode ser verdadeira - assume o valor de verdade +erdadeiros (>! - ou falsa - assume o

    valor de verdade Oalsos (S!. 4as lgicas polivalentes, admitem-se outros valores de verdade como, por e5emplo, o

    poss)vel.

    /erdade - 1arcter daquilo que é verdadeiro. & sentido clssico do conceito de verdade é o de verdade como oacordo do pensamento com a realidade con"ecida. A verdade ser a correspond'ncia ou adequação do pensamento

    ao ser. sta conformidade s se d no ju)zo, por isso, formalmente, verdade é atri$uto de um ju)zo. Gegundo a teoriada verdade como correspond'ncia, (Aristteles, /-00 a. 1.! a verdade consiste na correspond'ncia do pensamento

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    e do discurso com os o$jetos e os factos a que aqueles se referem7 2uma armação é verdadeira se diz do que é, queé, e do que não é, que não é3.

    /erdadeiro - 1aracter)stica da proposição a que é leg)timo dar total assentimento. m 9gicas $ivalente, é um dos

    valores de verdade de uma proposição (o outro é o Oalsos!7 uma proposição s pode ter o valor de verdade verdadeiro

    ou falso, nunca os dois ao mesmo tempo. m :etaf)sica, verdadeiro confunde-se com real.

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