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Didática? Didáticas? Qual Didática?
In: FARIAS, Isabel M. S. de. (et al.). Didática e Docência: aprendendo a profissão. Brasília: Liber Livro, 2009.
• O livro é destinado a professores em processo de formação, com experiência ou não;
• Trata de questões que permeiam o fazer docente na Educação Básica;
• Orientação visa propiciar subsídios teóricos e metodológicos sobre o ensino;
• Pela articulação entre seus pressupostos, seus determinantes sociais e seus modos de realizãção;
• O Ensino é palavra-ação, palavra-prospectiva, palavra- compartilhada;
• Intenção de assegurar conhecimentos pedagógicos básicos, numa abordagem crítica e contextualizada;
• O fazer docente é uma atividade que exige rumo e partilha;
• Necessidade de ruptura com visões fragmentadas do trabalho do professor e de assunção do papel de sujeito em seu desenvolvimento;
• o professor se constitui, se produz, por meio das relações que estabelece com o mundo físico e social, sua identidade se articula a um dado espaço-tempo;
• o seu fazer é entendido como prática situada e ética, cujas decisões traduzem uma intencionalidade;
OS PRECURSORES DA DIDÁTICA
• Didatas do século XVII: se preocuparam em sistematizar princípios de condução do ato educativo;
• Em especial João Amos Comênio (1592-1670), o pai da Didática: formulou princípios racionalistas, com base na ciência moderna.
• A principal obra: Didática Magna: a arte de ensinar tudo a todos, foi o pilar da educação para a vitória da reforma protestante.
• Século XVIII, Jean Jacques Rousseau (1712-1778) revoluciona a Didática.
• Obras: O Contrato Social e O Emílio (ou da Educação). Apresentou outro conceito de infância – a criança boa por natureza.
• Defendeu uma educação livre, espontânea e natural. Sem precocidade e pretensões de modelar a criança para fins sociais futuros.
• Johann Friedrich Herbart (1776-1841) também contribuiu para a Didática, criando um método de ensino fundamentado em cinco passos regulados pelo mestre: preparação, apresentação, comparação-assimilação, generalização e aplicação.
A constituição da Didática como Disciplina• Brasil: a Didática foi instituída como curso de
licenciatura (1939) e transformada em uma disciplina dos cursos de formação de professores (1946).
• Enfoque prescritivo, normativo e instrumental: “momento da afirmação do técnico e o silenciar do político” (CANDAU apud FARIAS, p. 17).
• Reduziu-se ao “COMO ensinar”;
• Centrou-se na transmissão de normas e regras do “bem fazer”,
• Padronizou-se as ações didáticas, com uma única lógica de ver e estar no mundo: o pensamento liberal sobre a sociedade, a educação, a escola, o aluno e a aprendizagem.
• Predomínio de práticas pedagógicas tradicionais da Igreja e da Ciência Positivista.
• Assimilação por repetição passiva da cultura do dominador pelos dominados.
• Teóricos franceses crítico-reprodutivistas: Bourdieu e Passeron e Althusser, denunciam a educação e a escola como espaços de reprodução e preservação das relações de dominação e transmissão da ideologia e da cultura so sistema social capitalista.
• Colocaram em questão as ações educativas e a Didática e os cursos de formação de professores.
• No Brasil, nos anos 70, reina a “antididática”, a negação do tecnicismo e de tudo que era técnico e a afirmação do político.
• Aproximação da Didática com a Filosofia e com a Sociologia da Educação.
• Uma terceira possibilidade teórica: A Didática Crítica, “o momento da síntese ou da negação da negação” (CANDAU apud FARIAS, p. 19).
• Anos 80: processo de redemocratização do país e de mudanças na educação e na Didática.
• Inúmeros encontros, conferências e movimentos da sociedade civil em defesa da democracia também nas institições sociais, principalmente nas escolas, como meio de transformação social.
• Surge a proposta da Pedagogia Histórico-Crítica e outras Tendências Progressistas.
Didática crítica
• Sobrepõe o que é fundamental no ato educativo: ação pedagógica como prática social; a multidimensionalidade do processo de ensino e de aprendizagem; a subordinação do o que e do como fazer ao para que fazer; a competência técnica a serviço do compromisso político;
• Uma didática que concebe os professores como sujeitos que aprendem uma profissão e se fazem profissionais à medida que aprendem ensinando.
Por uma Didática crítica e contextualizada• Didática é teoria e prática do ensino, conjugando
fins e meios; propósitos e ações; objetivos, conteúdo e forma.
• Atitude teórica e prática;• Processo, movimento e trajetória;• Construção individual e coletiva nos cursos de
formação e na escola;• Reconhece os professores como sujeitos
criativos, reflexivos e políticos; autores e produtores e não meros expectadores da história e consumidores de técnicas de última geração.
Das relações entre Educação, Pedagogia e DidáticaEducação •Todas as práticas formativas, pe um fenômeno social, histórico, dinâmico e político; processo simbólico, intencional ou não, acontece em diferentes espaços e de variadas formas; pode ocorrer de forma espontânea ou planejada.•Pode apresentar duas funções: adaptação ou transformação social
Pedagogia•Reflexão sistemática, problematizadora da totalidade da prática educativa;•Ciência da Educação que busca descrevê-la, explicá-la e compreendê-la;
Didática•Uma disciplina pedagógica que estuda os múltiplos aspectos do processo de ensino.