Dimensionamento Da Cobertura de Um Posto de Combustível

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Nesse documento encontra-se todo o dimensionamento da estrutura metálica de um posto de combustíveis.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA UFSC

    CENTRO TECNOLGICO CTC

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL ECV

    MARCUS CORTINHAS DE CARVALHO

    DIMENSIONAMENTO DA COBERTURA DE UM POSTO

    DE COMBUSTVEL

    Florianpolis

    2014

  • MARCUS CORTINHAS DE CARVALHO

    DIMENSIONAMENTO DA COBERTURA DE UM POSTO

    DE COMBUSTVEL

    Trabalho de concluso de curso apresentado

    ao Curso Engenharia Civil da Universidade

    Federal de Santa Catarina para a obteno do

    grau de bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador: Prof. Dr. Leandro Fleck Fadel

    Miguel.

    Florianpolis

    2014

  • Ficha de identificao da obra elaborada pelo autor, atravs do Programa de Gerao Automtica da Biblioteca Universitria da UFSC.

    Carvalho, Marcus Cortinhas de Dimensionamento da cobertura de um posto de combustivel/ Marcus Cortinhas de Carvalho ; orientador, Leandro FadelMiguel - Florianpolis, SC, 2014. 243 p.

    Trabalho de Concluso de Curso (graduao) -Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnolgico.Graduao em Engenharia Civil.

    Inclui referncias

    1. Engenharia Civil. 2. dimensionamento estrutural . 3.cobertura de um posto de combustivel. 4. estruturametlica. I. Fadel Miguel, Leandro. II. UniversidadeFederal de Santa Catarina. Graduao em Engenharia Civil.III. Ttulo.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .............................................................................................................................. 7

    1.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................................. 7

    1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS .............................................................................................. 7

    2 REVISO DE LITERATURA ...................................................................................................... 9

    2.1 O AO NA CONSTRUO CIVIL ..................................................................................... 9

    2.2 PROPRIEDADES MECNICAS DOS AOS ESTRUTURAIS ................................... 10

    2.2.1 Propriedades fsicas gerais ....................................................................................... 10

    2.2.2 Ductilidade ................................................................................................................... 11

    2.2.3 Fragilidade ................................................................................................................... 11

    2.2.4 Resilincia e Tenacidade .......................................................................................... 11

    2.2.5 Dureza .......................................................................................................................... 12

    2.2.6 Fadiga ........................................................................................................................... 12

    2.2.7 Corroso ...................................................................................................................... 12

    2.2.8 Tenses Residuais ..................................................................................................... 13

    2.3 ELABORAO DE UM PROJETO ESTRUTURAL ...................................................... 13

    2.3.1 Mtodo das Tenses Admissveis ........................................................................... 14

    2.3.2 Mtodo dos Estados Limites ..................................................................................... 15

    2.3.3 Condies de segurana em estruturas metlicas ............................................... 17

    2.3.4 Aes ............................................................................................................................ 18

    2.3.5 Combinaes de aes ............................................................................................. 19

    2.3.6 Resistncias ................................................................................................................ 21

    2.3.7 Peas tracionadas ...................................................................................................... 22

    2.3.8 Peas comprimidas .................................................................................................... 24

    2.3.9 Peas fletidas .............................................................................................................. 27

    3 CONCEPO ESTRUTURAL ................................................................................................. 30

    3.1 CARACTERSTICAS DO POSTO DE COMBUSTVEIS ............................................. 30

    3.2 LANAMENTO DA ESTRUTURA ................................................................................... 30

    3.3 CARREGAMENTOS .......................................................................................................... 32

    3.3.1 Permanente ................................................................................................................. 33

    3.3.2 Sobrecarga .................................................................................................................. 33

    3.3.3 Vento ............................................................................................................................ 33

    3.4 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURA SECUNDRIA .................................................. 41

    3.4.1 Tapamento da cobertura ........................................................................................... 41

  • 3.4.2 Teras ........................................................................................................................... 42

    3.4.3 Tirantes ........................................................................................................................ 54

    3.5 ANLISE DA ESTRUTURA PRINCIPAL ........................................................................ 57

    3.5.1 Trelia 01 e 04 ............................................................................................................ 58

    3.5.2 Trelia 02 e 03 ............................................................................................................ 71

    3.5.3 Trelia 05 ..................................................................................................................... 74

    3.5.4 Trelia 06 ..................................................................................................................... 85

    3.5.5 Trelia 07 e 08 .......................................................................................................... 100

    3.5.6 Trelia 09, 10 e 11 .................................................................................................... 107

    3.5.7 Trelia 12, 13 e 14 .................................................................................................... 126

    3.5.8 Dimensionamento das colunas .............................................................................. 145

    3.5.9 Dimensionamento dos chumbadores e placa de base ....................................... 153

    4 CONCLUSO ........................................................................................................................... 156

    5 REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS ...................................................................................... 158

    ANEXOS ............................................................................................................................................ 159

    ANEXO A - Projeto Arquitetnico do Posto de Combustvel ................................................. 160

    ANEXO B Catlogo Comercial de Telhas Metlicas ........................................................... 161

    ANEXO C Catlogo Comercial de Perfis Metlicos............................................................. 162

    APNDICES ...................................................................................................................................... 163

    APNDICE A Dimensionamento da Estrutura ..................................................................... 164

  • NDICE DE TABELAS

    Tabela 1 - Valores dos coeficientes externos ................................................................... 37

    Tabela 2 - Coeficientes de presso .................................................................................... 39

    Tabela 3 - Coeficientes Ce ................................................................................................... 40

    Tabela 4 - Esforos solicitantes ........................................................................................... 46

    Tabela 5 - Verificao de combinao de esforo ........................................................... 52

    Tabela 6 - Valores esforos solicitantes trelias 01 e o4 ................................................ 62

    Tabela 7 - Esforos solic.e cap. de resistncia por barra Trelias 01, 02, 03 e 04 .... 70

    Tabela 8 - Valores esforos solicitantes trelias 02 e 03 ................................................ 73

    Tabela 9 - Valores esforos solicitantes trelia 05 ........................................................... 76

    Tabela 10 - Esforos solic.e cap. de resistncia por barra Trelia 05 .......................... 84

    Tabela 11 - Valores esforos solicitantes trelia 06 ......................................................... 87

    Tabela 12 - Esforos solicitantes e cap. de resistncia por barra Trelia 06 .............. 99

    Tabela 13 - Valores esforos solicitantes trelias 07 e 08 ............................................ 102

    Tabela 14 - Esforos solicitantes e cap. de resistncia por barra Trelias 07 e 08 .. 106

    Tabela 15 - Valores esforos solicitantes trelias 09, 10 e 11 ..................................... 109

    Tabela 16 - Esforos solic.e cap. de resistncia por barra Trelias 09, 10 e 11 ....... 125

    Tabela 17 - Valores esforos solicitantes trelias 12, 13 e 14 ..................................... 128

    Tabela 18 - Esforos solic. e cap. de resistncia por barra Trelias 12, 13 e 14 ...... 144

    Tabela 19 - Esforos solicitantes nas colunas ................................................................ 146

    Tabela 20 - Verificao de combinaes de esforos ................................................... 152

  • NDICE DE FIGURAS

    Figura 1 - Diagrama tenso-deformao de um ao carbono ........................................ 10

    Figura 2 - Diagrama ................................................................................................ 27

    Figura 3 Distribuio estrutural escolhida (vista superior) ........................................... 32

    Figura 4 - Distribuio estrutural escolhida (vista frontal) ............................................... 32

    Figura 5 - Esquema demonstrativo barlavento ................................................................. 38

    Figura 6 - Esquema demonstrativo sotavento .................................................................. 38

    Figura 7 - Esquema demonstrativo barlavento ................................................................. 40

    Figura 8 - Esquema demonstrativo sotavento .................................................................. 40

    Figura 9 - Distribuio das teras e tirantes ...................................................................... 43

    Figura 10 - Disposio das teras com carregamento do vento .................................... 44

    Figura 11 - Eixo de maior inrcia ........................................................................................ 45

    Figura 12 - Eixo de menor inrcia ....................................................................................... 46

    Figura 13 - Disposio dos tirantes (medidas em metros) ............................................. 56

    Figura 14 - distribuio trelias ............................................................................................ 57

    Figura 15 - Esquema de distribuio de cargas. .............................................................. 58

    Figura 16 - Carregamento 1 Trelia 01 e 04 ................................................................ 61

    Figura 17 - Carregamento 2 Trelia 01 e 04 ................................................................ 61

    Figura 18 - Carregamento 3 Trelia 01 e 04 ................................................................ 61

    Figura 19 - Carregamento 4 Trelia 01 e 04 ................................................................ 61

    Figura 20 - Trelia 01 ............................................................................................................ 62

    Figura 21 - Carregamento 1 Trelias 02 e 03 .............................................................. 72

    Figura 22 - Carregamento 2 Trelias 02 e 03 .............................................................. 73

    Figura 23 - Carregamento 3 Trelias 02 e 03 .............................................................. 73

    Figura 24 - Carregamento 4 Trelias 02 e 03 .............................................................. 73

    Figura 25 - Carregamento 1 Trelia 05 ......................................................................... 75

    Figura 26 - Carregamento 2 Trelia 05 ......................................................................... 75

    Figura 27 - Carregamento 3 Trelia 05 ......................................................................... 76

    Figura 28 - Carregamento 4 Trelia 05 ......................................................................... 76

    Figura 29 - Carregamento 1 Trelia 06 ......................................................................... 86

  • Figura 30 - Carregamento 2 Trelia 06 ......................................................................... 87

    Figura 31 - Carregamento 3 Trelia 06 ......................................................................... 87

    Figura 32 - Carregamento 4 Trelia 06 ......................................................................... 87

    Figura 33 - Carregamento 1 Trelias 07 e 08 ............................................................ 101

    Figura 34 - Carregamento 2 Trelias 07 e 08 ............................................................ 101

    Figura 35 - Carregamento 3 Trelias 07 e 08 ............................................................ 102

    Figura 36 - Carregamento 4 Trelias 07 e 08 ............................................................ 102

    Figura 37 - Carregamento 1 Trelias 09, 10 e 11 ...................................................... 108

    Figura 38 - Carregamento 2 Trelias 09, 10 e 11 ...................................................... 108

    Figura 39 - Carregamento 3 Trelias 09, 10 e 11 ...................................................... 108

    Figura 40 - Carregamento 4 Trelias 09, 10 e 11 ...................................................... 109

    Figura 41 - Carregamento 1 Trelias 12, 13 e 14 ...................................................... 127

    Figura 42 - Carregamento 2 Trelias 12, 13 e 14 ...................................................... 127

    Figura 43 - Carregamento 3 Trelias 12, 13 e 14 ...................................................... 127

    Figura 44 - Carregamento 4 Trelias 12, 13 e 14 ...................................................... 128

    Figura 45 - Placa de base e chumbadores ...................................................................... 155

  • RESUMO

    A alta resistncia do ao em seus diversos estados de tenso agrega s estruturas

    metlicas o suporte a grandes esforos e vos. Esta vantagem permite que, apesar

    da rea relativamente pequena das suas sees e da densidade elevada, os

    elementos de ao de uma estrutura possam ser mais leves e esbeltos do que

    elementos de concreto armado. O presente trabalho tem como objetivo principal

    apresentar o dimensionamento da estrutura metlica de cobertura de um posto de

    combustvel. Com aproximadamente 395,00 m de rea, este empreendimento est

    localizado s margens da Rodovia BR-101, km 224+920m, no municpio de Palhoa

    - SC. De modo a suportar as solicitaes de utilizao, e garantir plenas condies

    de uso e integridade estrutural, o dimensionamento seguiu os clculos indicados na

    norma NBR 8800/08 - Projeto e execuo de estruturas de ao de edifcios. Alm do

    dimensionamento, tambm fazem parte deste trabalho a apresentao as pranchas

    de projetos, consideraes tericas e prticas, e memorial de clculo.

    Palavras-chave: Posto de combustvel. Dimensionamento estrutural. Estrutura

    metlica.

  • 7

    1 INTRODUO

    Largamente usado na construo civil, o ao pode estar presente como

    parte das obras ou como material principal. O sistema construtivo em ao permite

    liberdade no projeto de arquitetura, maior rea til, flexibilidade, compatibilidade com

    outros materiais, menor prazo de execuo, racionalizao de materiais e mo-de-

    obra, alvio de carga nas fundaes, garantia de qualidade, maior organizao nos

    canteiros de obras e preciso construtiva.

    Com a finalidade de demonstrar parte do conhecimento adquirido durante

    o curso de Engenharia Civil, este trabalho apresenta o projeto estrutural de uma

    cobertura metlica de um posto de combustvel, seu dimensionamento juntamente

    com o embasamento terico que foi utilizado para o mesmo. So tambm

    apresentadas as pranchas com os desenhos e detalhamentos necessrios para sua

    execuo.

    Para que a estrutura suporte as solicitaes, as quais se encontra

    submetida durante sua vida til, de maneira segura, foram seguidas as seguintes

    normas tcnicas: NBR 8800/2008 - Projeto e Execuo de Estruturas de Ao de

    Edifcios, NBR 6120/1980 Cargas para o Clculo de estruturas de Edificaes e

    NBR 6123/1988 Foras Devidas ao Vento em Edificaes.

    1.1 OBJETIVO GERAL

    Este trabalho tem por objetivo principal o dimensionamento de uma

    estrutura metlica, com base na norma brasileira de estruturas de ao e de

    estruturas mistas de ao e concreto de edifcios (norma ABNT NBR 8800:2008) de

    um posto de combustvel. Os elementos que compem a estrutura sero trelias

    apoiadas em pilares de perfil laminado HP.

    Esta edificao comercial ser projetada para um terreno real localizado

    na Rodovia BR-101 Km 224 + 920m sentido Norte, no municpio de Palhoa SC.

    1.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    Analisar o projeto arquitetnico e realizar a concepo da estrutura metlica;

    Estudo dos tipos de elementos e ligaes;

  • 8

    Anlise estrutural e dimensionamento final da estrutura, parte calculada com

    auxlio do software Ftool e o restante manualmente;

    Detalhamento das peas estruturais do projeto e elaborao das pranchas.

  • 9

    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 O AO NA CONSTRUO CIVIL

    Ao uma liga de ferro e carbono, com dois tipos de elementos:

    elementos residuais decorrentes de do processo de fabricao, como fsforo, silcio,

    enxofre e mangans, e elementos adicionados com o propsito de melhorar as

    caractersticas mecnicas e fsicas do material denominados elementos de liga.

    Em relao a composio qumica os aos podem ser classificados em

    ao carbono, contendo teor normal de elementos residuais, e aos liga, que so

    aos carbono acrescidos de elementos de liga ou apresentam altos teores de

    elementos residuais.

    Quanto a sua aplicao, os aos podem ser classificados em muitas

    categorias, cada qual com sua caracterstica (CHIAVERINI, 1996). Como exemplo,

    os aos estruturas, onde temos como requisito muito importante uma boa

    ductilidade, soldabilidade e homogeneidade, alm de uma elevada relao entre

    tenso resistente e a de escoamento. Tambm importante a resistncia a

    corroso, obtida com um pequeno acrscimo de cobre. Os aos carbono e os aos

    em baixo teor de liga ou microligados, ambos com baixo e mdio teores de carbono

    so muito utilizados em estruturas. Aos estruturais com elevada resistncia so

    obtidos por tratamentos trmicos ou por processos conformao.

    O ao j era conhecido desde a antiguidade, mas somente aps o

    surgimento de fornos que permitiram a produo em grande escala que o ao

    pode substituir o ferro forjado e o ferro fundido. Por volta de 1880, foram introduzidos

    os laminadores de barras.

    Utilizou-se nas construes, at meados do sculo XX, quase que

    exclusivamente o ao carbono com resistncia ruptura de cerca de 370Mpa. A

    partir de 1950 comea o crescimento na utilizao de aos de maior resistncia. J o

    emprego de aos de baixa liga, com ou sem tratamento trmico s foi difundido a

    partir das dcadas de 1960/70. Atualmente as grandes estruturas modernas conto

    com diversas categorias de ao, utilizando materiais de maior resistncia em pontos

    com maiores tenses.

  • 10

    2.2 PROPRIEDADES MECNICAS DOS AOS ESTRUTURAIS

    Para entender como uma estrutura de ao vai se comportar necessrio

    que o calculista tenha conhecimento das caractersticas do ao empregado. O

    engenheiro estrutural deve ter sempre em mente o diagrama de tenso-deformao,

    pois com o mesmo, obtm-se informaes necessrias para entender como ser o

    comportamento do ao em uma situao particular.

    Na Figura 1, temos um exemplo tpico de grfico tenso-deformao de

    um ao carbono, podemos observar um trecho inicial linear (reta de

    proporcionalidade), pois o material ainda se encontra no regime elstico, um

    segundo trecho (patamar de escoamento), onde o material apresenta uma

    propriedade caracterizada pelo aumento da deformao com tenso constante,

    chamada escoamento ou cedncia, por ltimo encontra-se um trecho chamado de

    encruamento do ao, onde ocorre um aumento da deformao com um pequeno

    aumento de tenso. A fase de encruamento no tem importncia prtica para o

    projeto de estruturas metlicas a no ser para identificar o valor da tenso na qual o

    metal se rompe, chamada de tenso de ruptura .

    Figura 1 - Diagrama tenso-deformao de um ao carbono

    2.2.1 Propriedades fsicas gerais

  • 11

    Segundo a NBR 8800, as seguintes caractersticas fsicas devem ser

    adotadas em todos os aos estruturais na faixa normal de temperaturas

    atmosfricas:

    Mdulo de elasticidade ou Mdulo de Young, = = 200.000

    Coeficiente de Poisson, = 0,3

    Mdulo de elasticidade transversal, = 77.000

    Coeficiente de dilatao trmica, = 12 106 por 1

    Peso especfico, = 77

    3

    2.2.2 Ductilidade

    a capacidade que o material tem em se deformar sob ao de carga.

    Quando sujeitos a tenses locais elevadas, aos dcteis, sofrem deformaes

    plsticas capazes de redistribuir as tenses. Este comportamento dctil permite

    considerarmos uma distribuio de carga uniforme entre todos os parafusos de uma

    ligao parafusada. Considerando uma viso mais ampla da estrutura, esse

    comportamento plstico nos fornece avisos da atuao de cargas elevadas, gerando

    grandes deformaes antes da ruptura da estrutura.

    2.2.3 Fragilidade

    o oposto da ductilidade. Baixas temperaturas ambientes, efeitos

    trmicos locais causados, por exemplo, por solda eltrica podem fazer com que o

    ao torne-se frgil.

    Materiais frgeis se rompem bruscamente, sem aviso prvio, por tanto

    de grande importncia o estudo das condies em que os aos tornam-se frgeis.

    Inmeros acidentes com navios e pontes foram provocados pela fragilidade do ao

    proveniente de procedimentos inadequado de solda (PFEIL; PFEIL, 2009).

    2.2.4 Resilincia e Tenacidade

  • 12

    Estas duas propriedades podem ser definidas com a assistncia do

    diagrama tenso-deformao, e esto relacionadas com a capacidade do metal de

    absorver energia mecnica.

    denominado mdulo de resilincia ou simplesmente resilincia a

    quantidade de energia elstica que pode ser absorvida por unidade de volume do

    metal tracionado (PFEIL; PFEIL, 2009). Por tanto, a capacidade que o metal tem

    de devolver a energia mecnica absorvida durante o regime elstico. No diagrama

    tenso-deformao a resilincia a rea do diagrama at o limite de

    proporcionalidade.

    J a tenacidade a energia total, tanto elstica quanto plstica, absorvida

    por unidade de volume at a ruptura do metal. A tenacidade representada no

    diagrama tenso-deformao pela rea total.

    2.2.5 Dureza

    a capacidade do ao de resistir a risco ou abraso. A dureza medida

    pela resistncia que a superfcie do material oferece penetrao de uma pea de

    maior dureza.

    2.2.6 Fadiga

    Ruptura de peas metlicas com tenses menores que as obtidas em

    ensaios estticos, podem ocorrer quando as mesmas trabalham sob efeito de

    esforos repetitivos em grande nmero. Este efeito chamado de fadiga do metal.

    Pontos de concentrao de tenses, por exemplo, variao brusca na

    forma da seo, unies por soldas e reduo da seo por corroso, reduzem a

    resistncia fadiga de uma determinada pea metlica.

    2.2.7 Corroso

    a reao do ao com alguns elementos encontrados no ambiente em

    que o mesmo est exposto. A corroso promove a perda de seo das peas,

    podendo levar a pea em questo ao colapso.

  • 13

    As maneiras mais usadas para proteo dos aos contra a corroso so a

    pintura e a galvanizao.

    A adio de cobre na composio qumica do ao aumenta sua

    resistncia corroso atmosfrica (PFEIL; PFEIL, 2009). O ao resiste corroso,

    ao ser exposto ao ar, desenvolve uma pelcula (ptina) produzida pela prpria

    corroso, que se transforma em uma barreira reduzindo a evoluo do processo.

    2.2.8 Tenses Residuais

    So as tenses que permanecem nos elementos metlicos depois da

    laminao. Quando resfriados de maneira desigual, perfis metlicos laminados a

    quente, podem apresentar tenses residuais, tendo em visa que a parte central da

    pea resfria mais lentamente que as partes mais prximas as extremidades.

    A ocorrncia de tenses residuais acelera o comportamento inelstico

    quando cargas so aplicadas a elementos estruturais, ou seja, antes de tenses

    nominais atingirem o patamar de escoamento, tenses de escoamento ocorrem em

    partes localizadas do membro estrutural. Por causa da ductilidade do ao, em

    elementos tracionados, os efeitos das tenses residuais no so significativos.

    Tenses residuais no tem efeito no momento resistente para elementos fletidos

    compactos, entretanto, para elementos fletidos esbeltos o momento resistente deve

    ser levado em considerao. J para membros ideais ou perfeitos comprimidos, as

    tenses residuais proporcionam uma queda da cara crtica terica de Euler, e para

    isso a norma utiliza o conceito de curvas de flambagem.

    2.3 ELABORAO DE UM PROJETO ESTRUTURAL

    Os objetivos de um projeto estrutural so:

    Garantia de segurana estrutural evitando-se o colapso da estrutura.

    Garantia de bom desempenho da estrutura evitando-se a ocorrncia de

    grandes deslocamentos, vibraes, danos locais.

    O projeto estrutural pode ser resumido em trs etapas principais. Projeto

    bsico ou anteprojeto, onde realizado um estudo para definir o sistema estrutural,

    materiais a serem utilizados e o sistema construtivo. Clculo estrutural ou

  • 14

    dimensionamento, nesta etapa dimensionado a estrutura e tambm suas ligaes,

    tendo sempre como meta garantir um bom desempenho da estrutura e sua

    segurana. Por ltimo, mas no menos importante, o detalhamento, desenhos

    executivos da estrutura contendo as especificaes de todos os seus componentes

    (PFEIL; PFEIL, 2009).

    Nas fases de dimensionamento e detalhamento, um grande nmero de

    regras e de recomendaes devem ser seguidas, alm dos conhecimentos de

    resistncia dos matrias e anlise estrutural (PFEIL; PFEIL, 2009). Como exemplo

    de regras e de recomendaes temos: critrios de segurana, regras executivas,

    limites de tolerncias para imperfeioes na execuo, padres de testes para

    caracterizao dos matrias e limites dos valores de caractersticas mecnicas,

    definio de nveis de carga que representem a situao mais desfavorvel, entre

    outras. Atualmente podes encontrar um nmero grande de normas que nos

    oferecem as exigncias mnimas para o projeto de estruturas seguras. As normas

    so um conjunto de documentos oficiais para cada tipo de estrutura, onde existem

    regras e especificaes utilizadas por todos os engenheiros na elaborao dos

    projetos.

    At meados da dcada de 1980, para calcular as dimenses da estrutura,

    o critrio utilizado era o Mtodo de Tenses Admissveis. De maneira gradativa, o

    Mtodo dos Coeficientes Parciais, que no Brasil conhecido como Mtodo dos

    Estados Limites, passou a ser utilizado.

    2.3.1 Mtodo das Tenses Admissveis

    O dimensionamento de estruturas metlicas utilizando este mtodo teve

    incio nos desenvolvimentos de Resistncia dos Materiais em regime elstico.

    Segundo o mtodo das tenses admissveis, quando a mxima tenso solicitada

    em cada seo inferior a uma tenso resistente reduzida por um coeficiente de

    segurana o dimensionamento considerado satisfatrio.

    < , (01)

    =

    , (02)

  • 15

    Onde, a tenso admissvel, a tenso de escoamento ou

    tenso resistente, o coeficiente se segurana (que deve ser maior que a

    unidade) e tenso mxima.

    A tenso mxima calculada a partir dos esforos solicitantes (momento

    fleto, esforo normal, entre outros) que so obtidos a partir da anlise em regime

    elstico da estrutura para cargas em servio.

    O Mtodo das Tenses Admissveis possui limitaes (PFEIL; PFEIL,

    2009):

    Utiliza-se de um nico coeficiente de segurana para expressar todas as

    incertezas, independentemente de sua origem. Por exemplo, em geral a

    incerteza quanto a um valor especificado de carga de peso prprio menor

    que a incerteza associada a uma carga proveniente do uso da estrutura.

    Em sua origem o mtodo previa a anlise estrutural em regime elstico com o

    limite de resistncia associado ao incio de plastificao da seo mais

    solicitada. No se consideravam reservas de resistncia existentes aps o

    incio da plastificao, nem a redistribuio de momentos fletores causada

    pela plastificao de uma ou mais sees de estrutura hiperesttica.

    2.3.2 Mtodo dos Estados Limites

    Este mtodo tem com essncia a resposta de uma estrutura perante a um

    determinado carregamento. A resposta de tal estrutura depender da rigidez e

    resistncia e tambm do tipo e magnitude das aes aplicadas. Entretanto somente

    ser considerado satisfatrio quando esta resposta no ultrapasse limites de

    esforos, deformaes, deslocamentos ou tenses. Estes limites so conhecidos

    como estados limites e so pr-determinados por normas.

    De acordo com a norma NBR 8681 (Aes e segurana nas estruturas -

    Procedimentos), os estados limites de uma estrutura so aqueles a partir dos quais

    a estrutura apresenta desempenho inadequado a finalidade da construo. Por

    tanto, dependendo do material utilizado na estrutura, certos valores limites devem

    ser respeitados para que as deformaes, deslocamentos e esforos no

    excederem os limites estabelecidos por norma.

  • 16

    Os estados limites podem ser divididos em dois: estados limites ltimos e

    estados limites de servio.

    Estados limites ltimos (ELU).

    Estes esto associados a acontecimentos externos, cargas excessivas, e

    podem levar a estrutura ao colapso parcial ou total. Em estruturas metlicas os

    estados limites ltimos podem ser oriundos de um ou mais dos seguintes fatores:

    ruptura por fadiga, ruptura de uma ligao ou seo, perda de equilbrio como corpo

    rgido, plastificao total de um elemento estrutural ou de uma seo, flambagem de

    barras como um todo, entre outros.

    Estados limites de utilizao ou de servio (ELS).

    Uma estrutura metlica deve satisfazer as funes a que se destina, logo ao

    dimensionar tal estrutura, necessrio verificar o comportamento de mesma sob a

    ao das cargas em servio, o que se faz com os estados limites de utilizao.

    Deve-se, por exemplo, evitar sensaes de insegurana dos usurios de uma

    construo na presena de deslocamentos ou vibraes excessivas, ou tambm

    prejuzos a componentes no estruturais, tais como esquadrias ou alvenarias.

    Os estados limites de servios podem ser oriundos de um ou mais dos

    seguintes fatores: vibraes excessivas; deslocamentos ou deformaes excessivas

    que afetam a utilizao normal da estrutura; pequenos danos que comprometam o

    aspecto esttico ou a durabilidade da estrutura.

    Para que a estrutura atenda aos objetivos para os quais foi projetada, a

    norma NBR 8800/08 estabelece que para o mtodo dos estados limites o

    dimensionamento de uma estrutura exige que nenhum estado limite aplicvel seja

    excedido quando a estrutura for submetida a todas as combinaes apropriadas de

    aes.

    Na hora de aplicar este mtodo os seguintes aspectos devem ser

    considerados:

    a) reconhecimento de todos os estados limites, por tanto, identificar as maneiras

    pelas quais a estrutura poderia deixar de preencher os requisitos para os

    quais foi projetada e modos possveis de que a mesma entre em colapso.

    b) determinar para cada estado limite os nveis aceitveis de segurana,

    assegurando que os mesmos no ocorram.

    c) a considerao, pelo calculista da estrutura, dos estados limites significativos.

  • 17

    Para projetos de edifcios mais corriqueiros, os pontos (a) e (b) so

    cobertos pelas normas, onde so indicados os estados limites que devem ser

    considerados. Logo, para as estruturas comuns, o calculista responsvel pelo item

    (c), frequentemente comeando pelo estado limite mais crtico.

    A principal dificuldade de segurana estrutural garantir que a resistncia

    da estrutura seja suficiente para suportar os efeitos ou solicitaes da mxima ao

    ou combinao de aes que a estrutura pode suportar durante a fase de

    construo e toda sua vida til.

    Na prtica, o processo de verificao o inverso e tem por base o

    conceito dos valores de clculo dos esforos atuantes, representados pela varivel

    , e no conceito das resistncias de clculos, representadas pela varivel . O

    carter semi-probabilstico da verificao da segurana introduzido quando

    executada a transformao dos valores caractersticos das aes e das resistncias

    representados por e , por meio dos coeficientes de majorao e de ponderao

    respectivos transformando-os nos valores de clculo, tanto de como de .

    A determinao dos valores destes coeficientes feita por meio de uma

    distribuio normal de probabilidade, como ilustrado na figura anterior, onde as

    aes foram afetadas pelo coeficiente e as resistncias pelo fator , coeficientes

    estes obtidos por consideraes probabilsticas para cada tipo de estado limite e

    geralmente como produtos de coeficientes parciais.

    2.3.3 Condies de segurana em estruturas metlicas

    Para projetos de estruturas metlicas no Brasil, as normas NBR

    8681:2004, NBR 8800:2008 e NBR 14762 estipulam os seguintes procedimentos

    para a introduo de segurana, condicionando valores para os coeficientes de

    majorao das solicitaes, tipos e caractersticas das combinaes destas aes e

    tambm para os coeficientes de majorao das resistncias, para cada caso de

    solicitao.

    Condies relativas aos estados limites ltimos (ELU):

    Condies relativas aos estados limites de servio (ELS):

  • 18

    2.3.4 Aes

    2.3.4.1 Aes permanentes diretas

    As aes permanentes diretas so constitudas pelo peso prprio da

    estrutura e pelos pesos dos elementos construtivos fixos, instalaes permanentes,

    os empuxos permanentes, causados por terra e de outros materiais granulosos

    quando admitidos no removveis.

    2.3.4.2 Aes permanentes indiretas

    As aes permanentes indiretas so constitudas pelas deformaes

    impostas por retrao e fluncia do concreto, deslocamentos de apoio e

    imperfeies geomtricas.

    2.3.4.3 Aes variveis

    Aes variveis ocorrem com valores que apresentam variaes

    significativas durante a vida til da construo, como sobrecargas em pisos e

    coberturas, equipamentos, divisrias, mveis, ao do vento e variao de

    temperatura.

    2.3.4.4 Aes excepcionais

    Aes excepcionais so as que tm durao extremamente curta e

    probabilidade muito baixa de ocorrncia durante a vida da construo, como

    exploses, choques de veculos, incndios, enchentes e sismos excepcionais.

    2.3.4.5 Coeficientes de ponderao das aes

    As aes devem ser majoradas pelo coeficiente de ponderao , dado

    por:

    = 123 , (03)

  • 19

    Onde:

    1 a parcela do coeficiente que considera a variabilidade das aes;

    2 a parcela do coeficiente que considera a simultaneidade de atuao

    das aes;

    3 a parcela do coeficiente que considera os possveis erros de

    avaliao dos efeitos das aes.

    2.3.5 Combinaes de aes

    De acordo com a norma NBR8800/2008, um carregamento feito pela

    combinao das aes que tm probabilidade no desprezveis de atuarem

    simultaneamente sobre as estruturas, durante um perodo preestabelecido.

    A combinao das aes deve ser feita de forma que possam ser

    determinados os efeitos mais desfavorveis para a estrutura; a verificao dos

    estados limites ltimos e dos estados limites de servio deve ser realizada em

    funo de combinaes ultimas e combinaes de servio, respectivamente.

    2.3.5.1 Combinaes ltimas

    As combinaes ltimas so classificadas em normal, especial, de

    construo e excepcional.

    Combinao ltima normal

    As combinaes ltimas normais decorrem do uso previsto para a edificao

    e aplica-se a seguinte expresso:

    = (,) + 11,=1 + (0,)

    =2 , (04)

    Onde:

    , so os valores caractersticos das aes permanentes;

    1, o valor caracterstico da ao varivel considerada como principal;

    , valores caractersticos das aes variveis simultneas com a ao

    principal.

    Combinaes ltimas especiais

  • 20

    Aplica-se a seguinte expresso:

    = (,) + 11,=1 + (0,,)

    =2 , (05)

    Onde:

    , so os valores caractersticos das aes permanentes;

    1, o valor caracterstico da ao varivel especial;

    , representa os valores caractersticos das aes vaiveis que podem

    atuar concomitantemente com a ao varivel especial;

    0, representa os fatores de combinao efetivos da cada uma das aes

    variveis que podem atuar concomitantemente com a ao varivel especial 1.

    Combinaes ltimas excepcionais

    Aplica-se a seguinte expresso:

    = (,) + ,=1 + (0,,)

    =1 , (06)

    Onde:

    , o valor da ao transitria excepcional.

    2.3.5.2 Combinaes de servio

    As combinaes de servio so classificadas em quase permanente,

    frequentes e raras de acordo com o tempo de permanncia na estrutura.

    Combinaes quase permanentes de servio

    So as que atuam durante grande parte da vida da estrutura, acima da

    metade desse perodo.

    = ,=1 + (2,)

    =1 , (07)

    Combinaes frequentes de servio

    So aquelas que se repetem muitas vezes durante o perodo de vida da

    estrutura, de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham durao total igual a uma parte

    no desprezvel desse perodo, da ordem de 5%.

    = ,=1 + 11, + (2,)

    =2 , (08)

  • 21

    Combinaes raras de servio

    As combinaes raras so aquelas que podem atuar no mximo algumas

    horas durante o perodo de vida da estrutura.

    = ,=1 + 1, + (1,)

    =2 , (09)

    2.3.6 Resistncias

    2.3.6.1 Valores caractersticos

    As resistncias dos materiais so representadas pelos valores

    caractersticos , definidos como aqueles que, num lote de material, tm

    determinada probabilidade de serem ultrapassados, no sentido desfavorvel para a

    segurana e admitida como sendo o valor que tem apenas 5% de probabilidade de

    no ser atingido pelos do lote de material.

    2.3.6.2 Valores de clculo

    A resistncia de calculo de um material definida como:

    =

    , (10)

    = 123 , (11)

    Onde:

    a resistncia caracterstica ou nominal;

    o coeficiente de ponderao da resistncia ;

    1 a parcela do coeficiente que considera a variabilidade da resistncia

    dos materiais envolvidos;

    2 a parcela do coeficiente que considera a diferena entre a

    resistncia domaterial no corpo-de-prova e na estrutura;

    3 a parcela do coeficiente que considera os desvios gerados na

    construo e as aproximaes feitas em projeto do ponto de vista das resistncias.

    Coeficientes de ponderao das resistncias no estado limite ultimo (ELU)

  • 22

    Os valores dos coeficientes de ponderao das resistncias ,

    representados por , , so dados na tabela 3 da NBR 8800/2008. No caso do

    ao estrutural, so definidos dois coeficientes, 1 2 , o primeiro para estados

    limites ltimos relacionados a escoamento e instabilidade e o segundo ruptura.

    Coeficientes de ponderao das resistncias no estado limite de servio

    (ELS)

    Para os estados limites de servio: = 1,00

    2.3.7 Peas tracionadas

    So chamadas de peas tracionadas as peas que esto sujeitas

    solicitao de trao axial, ou traa simples. Pode-se encontrar peas tracionadas

    em estruturas sob diversas formas:

    Contraventamentos de tores (estais);

    Tirantes de vigas armadas;

    Barras tracionadas de trelias;

    Tirantes ou pendurais;

    Travejamentos de vigas ou colunas, geralmente com dois tirantes em forma

    de X.

    2.3.7.1 Comportamento de peas tracionadas

    Segundo Fadel e Carqueja (2012), barras tracionadas de ao com seo

    transversal uniforme comportam-se de forma muito semelhante ao modelo terico,

    podendo-se geralmente admitir que as tenses se distribuam uniformemente nas

    sees transversais. Neste caso, uma barra solicitada trao pode ser analisada

    como se faz com um corpo de prova no ensaio de trao. Enquanto as tenses no

    atingem o limite de proporcionalidade, o material tem um comportamento

    semelhante ao terico elstico clssico da mecnica dos slidos.

    Devido ao esforo normal de trao (N), em peas tracionadas, as

    tenses normais () so somadas as tenses residuais () e cuja resultante nula

  • 23

    em cada seo. Com o aumento da fora de trao ocorre a plastificao

    progressiva da seo.

    A presena de furos, em ligaes, bastante comum e provocam

    concentrao de tenses, o mesmo ocorre quando a seo transversal varia de

    forma brusca.

    As tenses aumentam diretamente com as deformaes, enquanto

    estiverem dentro do limite elstico e sua distribuio ocorre de forma no uniforme,

    apresentando maiores tenses nas fibras prximas ao furo.

    2.3.7.2 Dimensionamento conforme NBR8800/2008

    Estados limites ltimos (ELU)

    Para Estado Limite ltimo (ELU), o dimensionamento deve atender o item 5.2

    na NBR8800/2008:

    , , , (12)

    onde:

    , o esforo de calcula na barra;

    , o esforo resistente, menor dos dois valores.

    a) Para escoamento da seo bruta:

    , =

    1 , (13)

    b) Para ruptura da seo liquida:

    , =

    2 , (14)

    onde:

    a resistncia ao escoamento do ao;

    a resistncia ruptura do ao;

    1 = 1,10 , coeficiente de ponderao da resistncia relacionado a

    escoamento, flambagem e instabilidade;

    2 = 1,35, coeficiente de ponderao da resistncia relacionado a ruptura;

    a rea bruta da seo transversal da barra;

    a rea lquida efetiva da seo transversal da barra:

  • 24

    = , (15)

    Clculo da rea lquida - A rea lquida de uma seo transversal

    qualquer de uma barra deve ser calculada pela soma dos produtos da espessura

    pela largura lquida de cada elemento, medida na direo normal ao eixo da barra.

    Estado limite de servio (ELS)

    Para ELS recomenda-se limitar a flexibilidade das peas (por exemplo:

    vibrao, deslocamento excessivo de peas de travamentos em X, etc.) por meio da

    seguinte restrio:

    =

    300 , (16)

    Onde:

    o raio de girao;

    o comprimento no-travado da pea na direo em que se tomar .

    2.3.8 Peas comprimidas

    Peas comprimidas axialmente podem ser encontradas em componentes

    de trelia, sistemas de travejamento e em pilares de sistemas contraventados de

    edifcios com ligaes rotuladas.

    Ao contrrio do esforo de trao que tende a retificar as peas reduzindo

    o efeito de curvaturas iniciais existentes, o esforo de compresso tende a acentuar

    esse efeito (PFEIL; PFEIL, 2009). Os deslocamentos laterais produzidos compem o

    processo conhecido com flambagem por flexo que em geral reduz a capacidade de

    cada pea em relao ao caso da pea tracionada.

    As chapas componentes de um perfil comprimido podem estar sujeitas

    flambagem local, que uma instabilidade caracterizada pelo aparecimento de

    deslocamentos transversais chapa, na forma de ondulaes. A ocorrncia da

    flambagem local depende da esbeltez da chapa

    .

    Dimensionamento conforme a norma NBR 8800/2008

    No dimensionamento, a seguinte condio deve ser atendida:

  • 25

    , = , , (17)

    onde:

    , a fora axial de compresso de calculo;

    , a fora axial de compresso resistente de calcula.

    a) Determinao da foa axial de clculo.

    , =

    1 , (18)

    onde:

    o fator de reduo associado a resistncia compresso;

    = a rea bruta da seo transversal da barra;

    1 = 1,10 , coeficiente de ponderao da resistncia relacionado ao

    escoamento;

    a rea bruta da seo transversal;

    a tenso de escoamento.

    b) Fator de reduo.

    O fator de reduo associado compresso, , dado por:

    Para 0 1,5 = 0,6580

    2

    Para 0 > 1,5 =0,877

    02

    onde 0 o ndice esbeltez reduzido obtido a partir da formula abaixa:

    0 =

    , (19)

    a fora axial flambagem elstica.

    O ndice de esbeltez das barras comprimidas tomado como a maior relao

    entre o produto e o raio de girao correspondente , portanto

    , onde o

    coeficiente de flambagem e o comprimento destravado, no deve ser superior a

    200.

  • 26

    c) Fora normal de flambagem global elstica

    A fora normal elstica de um perfil com dupla simetria ou simtrico em

    relao a um ponto dada pelo menor valor obtido com a aplicao das equaes

    abaixo:

    flambagem por flexo em relao ao eixo principal de inrcia :

    =2

    ()2 , (20)

    flambagem por flexo em relao ao eixo principal de inrcia y:

    =2

    ()2 , (21)

    flambagem por flexo- toro em relao ao eixo longitudinal z:

    = 1

    02[

    2

    ()2+ ] , (22)

    onde:

    o comprimento de flambagem por flexo em relao ao eixo x;

    o momento de inrcia da seo transversal em relao ao eixo x;

    o comprimento de flambagem por flexo em relao ao eixo y;

    o momento de inrcia da seo transversal em relao ao eixo y;

    comprimento de flambagem por toro, E o mdulo de elasticidade

    de ao.

    O raio de girao polar da seo bruta em relao ao centro de toro, r0,

    dado por:

    0 = (2 + 2 + 02+ 02) , (23)

  • 27

    2.3.9 Peas fletidas

    De acordo com Fadel e Carqueja, barras fletidas so barras submetidas a

    cargas transversais ao seu eixo longitudinal, sujeitas ao momento fletor e esforo

    cortante. A resistncia ao momento fletor das vigas pode ser afetada pela

    flambagem local da mesa (FLM), pela flambagem local da alma (FLA) e pela

    flambagem lateral com toro (FLT).

    Flambagem local quando ocorre a perda de estabilidade das chapas

    comprimidas do perfil, a qual reduz o momento resistente da seo.

    Flambagem lateral com toro quando a viga perde seu equilibio no plano

    principal de flexo e passa a apresentar deslocamentos laterais e rotaes de

    toro.

    2.3.9.1 Dimensionamento conforme a norma NBR 8800/2008

    Para o clculo do momento resistente da viga a norma admite 3 regies,

    como mostra a figura abaixo.

    Figura 2 - Diagrama

    .

    Fonte: Fadel e Carqueja (2012).

    Vigas curtas ( ): h a plastificao total da seo sem que ocorra

    flateral. Para este caso o momento resistente obtido atravs da equao:

  • 28

    =

    1=

    1 , (24)

    Vigas longas ( > ): ocorre flambagem lateral antes que as fibras mais

    solicitadas atinjam a tenso de escoamento, onde o momento resistente

    obtido atravs da equao:

    =

    1

    1 , (25)

    Vigas intermediarias ( < ): o limite de resistncia desta viga a

    flambagem lateral inelstica, isto , a flambagem lateral ocorre

    simultaneamente ao escoamento de algumas fibras de seo, em que o

    momento resistente obtido atravs da equao:

    =

    1[ ( )

    ]

    1 , (26)

    um fator de modificao para diagrama de momento fletor resistente,

    tratado no item 5.4.2.3 da NBR 8800/2008.

    2.3.9.1.1 Resistncia ao esforo cortante

    A resistncia dos materiais fornece a seguinte expresso para determinar

    a tenso de cisalhamento em casos de flexo simples:

    = =

    , (27)

    onde:

    cortante na seo;

    momento esttico da rea acima da linha em estudo, em relao a

    linha neutra da seo;

    espessura da seo na linha de estudo;

    momento de inercia da seo em relao ao eixo de flexo.

    2.3.9.1.2 Tenso de escoamento, ou de plastificao

    Para cisalhamento puro, o critrio da energia de distoro, ou de Von

    Mises, fornece:

  • 29

    (1 2)2 + 1

    2 + 22 = 2

    2 , (28)

    Considerando 1 = a tenso de cisalhamento obtida em ensaio

    simples de cisalhamento puro e assumindo como tenso principal, e 2 =

    obtm-se: 62 = 2

    2 = 0.58, costuma ser utilizado: = 0.6.

    2.3.9.1.3 Flambagem por cisalhamento

    As chapas submetidas ao cisalhamento puro apresentam flambagem

    elstica quando:

    , (29)

    onde:

    = 2

    12(12)2 , (30)

    = 5,0 quando a/h < 3,0;

    = 5 + 5

    (/)2 para os demais casos.

    Dentro do mesmo procedimentos obtm-se: 1,37

    onde foi

    assumido: = = 0,8 (proporcionalmente) sabendo tambm que:

    , 0,8 encontra-se: 1,10

    .

    Assim, quando:

    = = 0,6 , (31)

    < =

    , (32)

    > 1,24 (

    )2

    , (33)

  • 30

    3 CONCEPO ESTRUTURAL

    3.1 CARACTERSTICAS DO POSTO DE COMBUSTVEIS

    A estrutura a ser dimensionada possui as seguintes caractersticas:

    Obra: Posto de combustveis Posto Galo.

    Localidade: Rodovia BR-101 Km 224 + 920m sentido Norte, Palhoa SC.

    Dimenses gerais da estrutura:

    o Comprimento: 29,00 m

    o Largura: 19,95 m

    o Altura: 5,50 m

    3.2 LANAMENTO DA ESTRUTURA

    O projeto estrutural a sequncia natural do projeto arquitetnico. O

    projeto arquitetnico onde so delineados o estudo da obra, sua finalidade e sua

    composio. Inicia-se o projeto estrutural exatamente pela anlise do projeto

    arquitetnico, seguido pela concepo estrutural, anlise de cargas e distribuio

    das peas estruturais.

    O lanamento de uma estrutura, ou concepo estrutural, a escolha de

    um sistema estrutural que constitua a parte resistente de um edifcio. Implica na

    escolha dos elementos que comporo a estrutura, assim como na determinao dos

    esforos atuantes. A soluo estrutural dever atender aos requisitos arquitetnicos,

    o bom desempenho estrutural e as verificaes conforme indicaes das normas

    pertinentes.

    preciso estabelecer uma regra coerente de trabalho a fim de obter uma

    linha racional e natural na anlise do projeto. Os princpios que envolvem um projeto

    estrutural de uma estrutura metlica devem obedecer ao seguinte esquema geral:

    a) Anlise do projeto arquitetnico:

    Dimenses de edificao;

    Caractersticas da edificao;

    Cobertura;

  • 31

    Caractersticas gerais da estrutura proposta.

    Outras consideraes que devem ser observadas so em relao altura

    do edifcio (p-direito), composio das alvenarias de vedao, telhas de tapamento

    da cobertura e dos fechamentos laterais; aberturas fixas nas faces frontais e laterais

    tais como portas, janelas ou ventilaes de qualquer espcie.

    b) Pr-anlise estrutural:

    Tipo de utilizao;

    Localizao da obra;

    Descrio geral;

    Normas a serem seguidas;

    Tipo de materiais a serem utilizados na obra, entre outros.

    Sendo assim, apresenta-se uma breve descrio da obra e um esquema

    da distribuio estrutural escolhida, conforme figuras 3 e 4. Cabe salientar que o

    projeto arquitetnico encontra-se no Anexo A.

    Descrio do projeto:

    Tipo de obra: Estrutura metlica de cobertura. (cobertura posto de

    combustveis);

    Vo entre eixos de colunas: 10 metros (eixo X);

    Vo entre eixos das colunas e edificao principal: 14,98 metros (eixo Y);

    Trechos da cobertura em balao;

    Cobertura em chapa de ao galvanizado.

    Normas: NBR 6123 - Foras Devido ao Vento em Edificaes, NBR 6120

    Cargas para Clculos de Estruturas e NBR 8800 Projetos de Estruturas

    de Ao e de Estrutura Mista de Ao e Concreto de Edifcios.

  • 32

    Figura 3 Distribuio estrutural escolhida (vista superior)

    Figura 4 - Distribuio estrutural escolhida (vista frontal)

    3.3 CARREGAMENTOS

    Tanto aes verticais como aes horizontais devem ser resistidas pelo

    sistema estrutural de um edifcio. Tais aes so geradas por cargas, que podemos

    classificar como permanentes e variveis dependendo das circunstncias que se

    encontram as mesmas. Podemos tambm combina-las mediante a sua ocorrncia

    durante a vida da construo em combinao normal, especial, excepcional e de

    construo.

    Combinao normal: em funo do uso que se pretende dar a obra;

  • 33

    Combinao especial: transitrio e de pequena durao;

    Combinao excepcional: provem de aes excepcionais de durao

    extremamente curta, muitas vezes de efeitos catastrficos;

    Combinao de construo: refere-se fase de execuo da obra, ao termino

    desta etapa, cessam os carregamentos que tambm so transitrios.

    3.3.1 Permanente

    formada pelo peso prprio de todos os elementos constituintes da

    estrutura, incluindo os pesos de equipamentos e instalaes permanentes

    suportados na estrutura. As aes geradas pelos diferentes materiais podem ser

    pesquisadas, na ausncia de informaes mais precisas, na ABNT NBR6120 ou em

    catlogos de fabricantes.

    Para efeito de clculo, devido aos perfis adotados, o peso prprio de

    contribuio da estrutura secundria ser adotado como de 40 N/m. Para a

    estrutura principal foi adotado valor de 100 N/m.

    3.3.2 Sobrecarga

    De acordo com a NBR8800/2008, anexo B item B.5.1, admite-se que a

    ao varivel acidental englobe as cargas resultantes de instalaes eltricas e

    hidrulicas, de isolamento trmico e acstico e de pequenas peas eventualmente

    fixadas na cobertura, at um limite superior de 0,05 kN/m. Conforme o anexo B item

    B.5.2, o valor de sobrecarga na cobertura deve ser especificado de acordo com sua

    finalidade, entretanto com um valor mnimo de 0,25kN/m. Esta ao considerada

    como uma carga uniformemente distribuda atuando sobre a projeo horizontal do

    telhado.

    3.3.3 Vento

    Como o vento tem grande importncia no dimensionamento de estruturas

    metlicas, foram usadas como critrios de clculo as recomendaes da NBR

    6123/1988 Foras devidas ao vento em edificaes, para o correto levantamento

    das solicitaes provocadas pelo vento.

  • 34

    3.3.3.1 Velocidade bsica do vento ()

    a velocidade de uma rajada de trs segundos de durao, a dez metros

    de altura, em campo aberto e plano, ultrapassada, em mdia, uma vez em 50 anos.

    Conforme com o mapa de isopletas, publicada na NBR 6123/1988, a

    velocidade bsica do vento na regio do projeto de 43 m/s.

    3.3.3.2 Fator topogrfico ()

    O fator topogrfico 1 leva em considerao as variaes do relevo do

    terreno, apresentando-se com caractersticas prprias para algumas diversidades,

    considerando o aumento ou diminuio da velocidade do vento em funo da

    topografia do terreno.

    Se for necessrio um conhecimento mais preciso da influncia do relevo,

    ou se a aplicao das indicaes da NBR 6123 tornar-se difcil pela complexidade

    do relevo, recomendo o recurso a ensaios de modelos topogrficos em tnel de

    vento ou a medidas anemomtricas no prprio terreno.

    Considerando a topografia e caractersticas do entorno do local do

    projeto, adotou-se ento o fator = , .

    3.3.3.3 Fator de rugosidade ()

    O fator 2 considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da

    variao da velocidade do vento com a altura do terreno e das dimenses da

    edificao ou parte da edificao. A NBR6123/1988 estabelece uma classificao

    em cinco diferentes condies onde se pode verificar em qual situao o futuro

    projeto ser executado. No que se refere a altura da edificao, sabemos que em

    ventos fortes, a velocidade do vento aumenta conforme sua altura em relao ao

    terreno, esse aumento tambm est relacionado com as condies de rugosidade

    da edificao, o nmero de obstculos naturais ou artificiais aumenta ou diminui,

    mediante as condies em que se apresentam, os esforos provenientes da ao do

    vento. No item das dimenses da edificao, essas esto relacionadas com a rajada

  • 35

    de vento que dever envolver o edifcio. Quanto maior for o edifcio maior deve ser a

    rajada ou turbilho que o envolver e, consequentemente, menor dever ser a

    velocidade mdia do vento nessas condies.

    Observando o perfil do terreno e dos seus arredores, podemos classifica-

    lo, quanto a rugosidade, na categoria IV: Terrenos cobertos por obstculos

    numerosos e pouco espaados, em zona florestal, industrial ou urbanizada. Como a

    futura edificao estar dentro do intervalo de 20m e 50m, podemos classificar,

    quanto as dimenses, na classe B. Utilizando a tabela de Fator de rugosidade da

    NBR6123/1988, encontra-se o fator de rugosidade = , .

    3.3.3.4 Fator estatstico ()

    O fator 3 baseado em conceitos estatsticos, e considera o grau de

    segurana requerido a vida til da edificao. A NBR6123/1988 prev como vida til

    da edificao um perodo de cinquenta anos e uma probabilidade de 63% de a

    velocidade do vento ser excedida ao menos uma vez durante esse perodo.

    Segundo a tabela 3 valores mnimos do fator estatstico 3, para o edifcio em

    questo = , , pois uma edificao para comercio com alto fator de

    ocupao.

    3.3.3.5 Velocidade caracterstica do vento ()

    A velocidade bsica do vento multiplicada pelos fatores 1; 2; 3 para

    obtermos a velocidade caracterstica do vento, a qual ser utilizada no

    dimensionamento da estrutura.

    = 1230 , (34)

    = 43 1,00 0,83 1,00

    = , /

  • 36

    3.3.3.6 Presso dinmica ()

    Com a velocidade caracterstica do vento podemos calcular a presso

    dinmica:

    = 0,6132 , (35)

    = 0,613 35,692

    = 780.82 781N

    2= , /

    3.3.3.7 Coeficientes aerodinmicos para edificaes correntes

    Assim que determinados os esforos derivados da presso do vento, se

    faz necessrio determinar de que maneira essa presso de vento interage com a

    edificao. A norma NBR 6123/1988 define que tais esforos atuam sobre a

    estrutura a partir dos coeficientes aerodinmicos, que so divididos em dois tipos:

    coeficiente de presso e de forma externos () e coeficiente de presso interno

    (). Os valores destes coeficientes so determinados, para este caso, atravs do

    item 8 da referida norma, coeficientes de forma para muros, placas e coberturas

    isoladas.

    O projeto adotado para estudo de caso deste trabalho possui como

    angulao da cobertura uma declividade que no se pode enquadrar na NBR

    6123/1988. Neste caso, analisamos as duas situaes mais prximas declividade

    de projeto, de modo a obter os esforos mximos aos quais a estrutura poderia estar

    submetida devido ao vento.

    Hiptese 1: cobertura com uma gua plana

    Hiptese 2: coberturas com duas guas simtricas com calha central

    HIPTESE 1 Para inclinao da cobertura a =

  • 37

    Para efeito de comparao de clculos a fim de observar qual a situao

    mais crtica, adotou-se a angulao do telhado como sendo de 0 graus, o que

    implicaria em uma folha nica.

    Neste caso, utilizou-se a Tabela 17 Coeficiente de presso em

    coberturas isoladas uma gua plana da NBR 6123/1988.

    Desta tabela, obtiveram-se os coeficientes de presso e forma externa

    para uma cobertura isolada Cpe = 2,0.

    Conforme indicaes do item 8.2.4, se faz necessrio prever uma

    possvel obstruo que possa ser colocada sob a cobertura ou junto a ela. Esta deve

    resistir ao do vento, na zona de obstruo, calculada para uma edificao

    fechada e de mesma cobertura, com Cpi = +0,8, para obstruo na borda de

    sotavento, e com Cpi = -0,3, para obstruo na borda barlavento.

    Para os coeficientes externos, a angulao proposta se enquadra na

    Tabela 5 da norma NBR 6123/1988, onde obtiveram-se os seguintes valores para

    = 0:

    Tabela 1 - Valores dos coeficientes externos

    Valores de Ce para Cpe mdio

    = =

    EF GH EG FH -2,0

    -0,8 -0,4 -0,8 -0,4

    Fonte: NBR 6123/1988

    Onde = ngulo de incidncia do vento sobre a estrutura da edificao.

    Logo, obtiveram-se os seguintes carregamentos:

  • 38

    a) A barlavento

    Figura 5 - Esquema demonstrativo barlavento

    b) A sotavento

    Figura 6 - Esquema demonstrativo sotavento

    Para estas duas anlises (com e sem obstruo) foram observadas como

    situaes mais crticas o 1 carregamento (positivo) e 2 carregamento (negativo)

    sem obstruo.

    HIPTESE 2 Para inclinao da cobertura a =

    As especificaes para obteno do coeficiente de presso e formas para

    esta primeira hiptese podem ser verificadas no item 8.2 coberturas isoladas a

    guas planas.

  • 39

    Conforme a abrangncia da norma, item 8.2.3, para casos de:

    Coberturas a duas guas (Tabela 18): 0,07 0,6 , 0,5 2

    Onde:

    = altura livre entre o piso e o nvel da aresta horizontal mais baixa da

    cobertura

    2 = profundidade da cobertura

    = ngulo de inclinao das guas da cobertura

    Conforme orientaes da norma, para esta hiptese foram encontrados

    os seguintes coeficientes (de acordo com a Tabela 18 Coeficientes de presso em

    coberturas isoladas a duas guas planas simtricas da norma NBR 6123/1988):

    Tabela 2 - Coeficientes de presso

    1 Carregamento 2 Carregamento

    Cpb = 0,8 Cpb = -0,7

    Cps = 0,3 Cps = -0,1

    Fonte: NBR 6123/1988

    De acordo com o projeto arquitetnico, a tende zero devido a baixa

    inclinao do telhado.

    Conforme indicaes do item 8.2.4, se faz necessrio prever uma

    possvel obstruo que possa ser colocada sob a cobertura ou junto a ela. Esta deve

    resistir ao do vento, na zona de obstruo, calculada para uma edificao

    fechada e de mesma cobertura, com Cpi = +0,8, para obstruo na borda de

    sotavento, e com Cpi = -0,3, para obstruo na borda barlavento.

    De modo a enquadrar o projeto normativa, optou-se por utilizar a Tabela

    32, conforme o anexo F Informaes adicionais.

    Como o caso em questo apresenta como valor de a/b = 3, os

    coeficientes Ce foram obtidos por interpolao de modo que se apresentaram como:

  • 40

    Tabela 3 - Coeficientes Ce

    Valores de Ce para

    = =

    EF GH EG FH

    -0,9 -0,6 -0,2 -0,1

    Fonte: NBR 6123/1988

    Onde = ngulo de incidncia do vento sobre a estrutura da edificao.

    Logo, obtiveram-se os seguintes carregamentos:

    a) A barlavento

    Figura 7 - Esquema demonstrativo barlavento

    b) A sotavento

    Figura 8 - Esquema demonstrativo sotavento

  • 41

    Para estas duas anlises (com e sem obstruo) foi observada como

    situao mais crtica, a obstruo sotavento.

    HIPTESE MAIS CRTICA

    De acordo com os resultados obtidos nas hipteses analisadas, as piores

    solicitaes da cobertura em questo foram obtidas para inclinao da cobertura

    = 0, conforme hiptese 1 cobertura isolada plana.

    Logo o coeficiente de presso a ser utilizado para o dimensionamento da

    estrutura ficou como Cp = 2,0.

    3.4 DIMENSIONAMENTO ESTRUTURA SECUNDRIA

    3.4.1 Tapamento da cobertura

    Ser utilizado para tapamento da cobertura telhas de ao galvanizado

    trapezoidal, pois a mesma foi especificada no projeto arquitetnico.

    a) Cargas atuantes nas telhas:

    Cargas permanentes:

    Peso telha trapezoidal 40 (espessura = 0,5 mm) = 48 N/m

    Carga devida ao vento atuante nas telhas (presso dinmica multiplicada

    pelo , ):

    Vento = 781 2 (2,0) = 1562,0 2

    Sobrecarga = 250 N/m

    b) Combinao de esforos:

    1 = 1,25 48,0 + 1,5 250,0 = 435,0 2

    2 = 1,0 48,0 1,4 1562,0 = 2138,8 2

    3 = 1,25 48,0 + 1,5 250,0 1,4 0,6 1562 = 877,08 2

    4 = 1,25 48,0 1,4 1562 + 1,5 0,8 250,0 = 1826,8 2

  • 42

    Como 2 contribui com o resultado mais crtico, logo, ser utilizado essa

    combinao para clculo das telhas de cobertura. Conforme pode ser visto no

    catlogo de telhas, Anexo B, para espessura de 0,50 mm com 4 apoios com

    distncia de 1,60 m, a carga admissvel de 2500 N/m. Por tanto, foi adotado

    telhas de 0,50 mm com distncia de 1,60 m entre as teras.

    3.4.2 Teras

    As teras so vigas colocadas na cobertura, responsveis por suportar as

    chapas de tapamento, elas recebem cargas permanentes, acidentais e de vento. As

    teras esto normalmente sujeitas s solicitaes de flexo dupla e

    excepcionalmente a flexo simples no caso dos telhados planos.

    As teras devem ter em sua composio estrutural, as linhas de corrente

    (tirantes), cuja finalidade formar um apoio, diminuindo o vo terico das teras no

    sentido da sua menor rigidez ou inrcia. Outro fator que pode contribuir com a

    diminuio do vo terico, agora no sentido da maior inrcia do perfil, a utilizao

    das denominadas mos francesas, que alm de diminurem o vo da tera,

    propiciam um travamento nas vigas de cobertura.

    Segue na sequencia o esquema estrutural das teras e tirantes.

  • 43

    Figura 9 - Distribuio das teras e tirantes

    3.4.2.1 Cargas atuantes nas teras

    a) Cargas permanentes:

    O peso prprio atuante foi estimado em 40 N/m, considerando-se as tera

    e os tirantes.

    O peso prprio das telhas, de acordo como catlogo comercial, de 48

    N/m

    Desta forma o peso prprio resultante da estrutura com as telhas,

    multiplicado pela distancia entre as teras, ficar igual:

    ( + ). 1,6 = (40 + 48). 1,6 = 140,8 141 /

    b) Sobrecarga:

    Conforme a norma, a sobrecarga atuante de 250 N/m

    De modo a obter-se a distribuio linear, multiplica-se pela distncia entre

    as teras:

  • 44

    = 250 . 1,6 = 400 /

    c) Carga de vento:

    A carga de vento atuante nas telhas igual a presso dinmica

    multiplicada pelo Cpe multiplicada pela distncia entre as teras.

    = 781 . 2,0 . 1,6 = 2499,2 /

    Como a cobertura do posto de combustvel tem uma inclinao de 3%,

    ser dimensionado para flexo composta, calculando o momento resistente para os

    eixos de maior e menor inrcia. Assim ser preciso definir o carregamento atuante

    para as duas direes.

    Figura 10 - Disposio das teras com carregamento do vento

    Fonte: IBS. Galpes de usos gerais. 3 ed. RJ, 2004

    Para o eixo de maior inrcia:

    - Permanentes = = 141. cos 1,72 = 140,9 141 /

    - Sobrecarga = = 400 . cos 1,72 = 399,82 400 /

    - Vento = = 2499,20 /

    Para o eixo de menor inrcia:

    - Permanentes = = 141. sen 1,72 = 4,2321 4 /

    - Sobrecarga = = 400 . sen 1,72 = 12,01 12 /

    3.4.2.2 Combinao de aes

    Para eixo de maior inercia:

  • 45

    1 = 1,25 141 + 1,5 400,0 = 776,25

    2 = 1,0 141 1,4 2499,20 = 3357,88

    3 = 1,25 141 + 1,5 400 1,4 0,6 2499,20 = 1323,08

    4 = 1,25 141 1,4 2499,20 + 1,5 0,8 400 = 2842,63

    Para eixo de menor inercia:

    1 = 1,25 4 + 1,5 12 = 23,00

    2 = 1,0 4 1,4 0,0 = 4,23

    3 = 1,25 4 + 1,5 12 1,4 0,6 0,0 = 23,00

    4 = 1,25 4 1,4 0,0 + 1,5 0,8 12 = 19,4

    3.4.2.3 Esforos solicitantes

    De modo a garantir maior estabilidade da estrutura, optou-se por analisar

    o uso de tirantes flexveis no centro do vo entre as teras. Este dispositivo auxiliar

    na reduo dos momentos no eixo de menor inrcia, ponto mais crtico da

    estabilidade, conforme demonstrado nas figuras 11 e 12 na sequncia.

    Figura 11 - Eixo de maior inrcia

  • 46

    Figura 12 - Eixo de menor inrcia

    Como auxlio do software FTOOL, obteve-se os seguintes esforos

    solicitantes para as combinaes consideradas.

    Tabela 4 - Esforos solicitantes

    TERAS

    Foras Atuantes

    Eixo de maior inrcia Eixo de menor inrcia

    M (N.m) V (N) M (N.m) V (N)

    2329 1901,2 17,3 35,2 Fd1

    10078,2 8227,1 3,0 6,1 Fd2

    3970,7 3241,3 17,3 35,2 Fd3

    8529,6 6962,9 14,3 29,1 Fd4

    3.4.2.4 Dimensionamento das teras

    O perfil adotado deve resistir as combinaes de aes, que neste casso,

    aos momentos fletores nas duas direes, para cada combinao, bem como resistir

    ao momento fletor mximo e cortante mximo em cada direo. Para tanto, o perfil

    escolhido foi o U6x15.60 ao ASTM A36. As propriedades geomtricas deste perfil

    pode ser obtida no catlogos do fabricantes (Anexo C).

    Os comprimentos de flambagem so:

    Lx = 5,20 m

    Ly = 2,60 m

  • 47

    Lb = 2,60 m

    Lembrando que h uma linha de tirantes projetada, que reduz o

    comprimento de flambagem dos perfis em torno do eixo de menor inercia e a toro.

    3.4.2.4.1 Verificao flexo

    - Eixo de maior inrcia:

    Estado limite para flambagem local da mesa.

    a) Parmetro de esbeltez:

    =

    = 51,7

    8,71= 5,93

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 0,38

    = 0,38

    200000

    250 = 10,75

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 0,83

    = 0,83

    200000

    (250 0,3 250)= 28,06

    Segundo o item G2.2.a) da NBR 8800/2008, para:

    <

    = = 101 25 = 2525 = 25,25

    = 1

    = 25,25

    1,1= 22,96

    Estado limite para flambagem local da alma.

    a) Parmetro de esbeltez:

  • 48

    =

    = (152,4 8,71 2)

    7,98= 16,91

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 3,76

    = 3,76

    200000

    250 = 106,35

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 5,70

    = 5,70

    200000

    (250)= 161,22

    Segundo o item G2.2.a) da NBR 8800/2008, para:

    <

    = = 101 25 = 2525 = 25,25

    = 1

    = 25,25

    1,1= 22,96

    Estado limite para flambagem lateral com toro.

    a) Parmetro de esbeltez (Lb = 245 cm):

    =

    = 245

    1,34= 182,836

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 1,76

    = 1,76

    200000

    250 = 49,78

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 1

    33 = 4,54

    1 = ( )

    =

    (250 75)82.90

    200000 4,54= 0,01598

  • 49

    = ( 0,5)

    2

    12[3( 0,5) + 2( )

    6( 0,5) + ( )] = 1,58 104

    = 1,38

    1 1 + 1 +

    2712

    = 1,3836 4,54

    1,34 4,54 0,01598 1 + 1 +

    27 1,58 104 0,015982

    36= 314,711

    Segundo o item G2.1.c) da NBR 8800/2008, para:

    < <

    = = 101 25 = 2525 = 25,25

    = ( ) = (25 7,5)82,90 = 20,73

    Foi adotado = 1,0, pois este produz valores mais crticos.

    = 1

    [ ( )

    ]

    = 1

    1,1[25,25 (25,25 20,73)

    182,836 49,78

    314,711 49,78] = 20,8908

    O momento fletor resistente de clculo em torno do eixo de maior inrcia

    o menor entre:

    = (; ; )

    Logo:

  • 50

    = 20,8908 > , = 9,027

    - Eixo de menor inrcia:

    Estado limite para flambagem local da mesa.

    a) Parmetro de esbeltez:

    =

    = 51,7

    8,71= 5,93

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 0,38

    = 0,38

    200000

    250 = 10,75

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 0,83

    = 0,83

    200000

    (250 0,3 250)= 28,06

    Segundo o item G2.2.a) da NBR 8800/2008, para:

    <

    = = 24,03 25 = 600,9 = 6,01

    = 1

    = 6,01

    1,1= 5,463

    Estado limite para flambagem local da alma.

    a) Parmetro de esbeltez:

    =

    = (152,4 8,71 2)

    7,98= 16,91

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 1,12

    = 1,12

    200000

    250 = 31,68

  • 51

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 1,40

    = 1,40

    200000

    (250)= 39,60

    Segundo o item G2.2.a) da NBR 8800/2008, para:

    <

    = = 24,03 25 = 600,9 = 6,01

    = 1

    = 6,01

    1,1= 5,463

    O momento fletor resistente de calculo em torno do eixo de menor inrcia

    o menor entre:

    = (; )

    Logo:

    = 5,463 > , = 0,0173

    3.4.2.4.2 Verificao para a combinao de esforos solicitantes:

    Considerando que:

    < 0,2

    , ,

    + , ,

    < 1,0

  • 52

    Tabela 5 - Verificao de combinao de esforo

    Eixo Esforo

    Maior Inrcia () 2,3290 10,0780 3,9710 8,5300

    () 20,8908 20,8908 20,8908 20,8908

    Menor Inrcia () 0,0173 0,0030 0,0173 0,0143

    () 5,4630 5,4630 5,4630 5,4630

    Verificao 0,1147 0,4830 0,1933 0,4109

    3.4.2.4.3 Verificao da capacidade ao cisalhamento:

    - Eixo de maior inrcia:

    Estado limite para flambagem local da mesa.

    a) Parmetro de esbeltez:

    =

    = (152,4 2 8,71)

    7,98= 16,91

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 1,10

    = 1,10

    5 200000

    250 = 69,57

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 1,37

    = 1,37

    5 200000

    250= 86,65

    Segundo o item 5.4.3.1.1 da NBR 8800/2008, para seo U fletida em

    relao ao eixo central de inrcia perpendicular a alma, a fora cortante resistente

    de clculo, , para < , dada por:

    = = 15,24 0798 = 12,1615

    = 0,6 = 0,6 12,16 25 = 182,423

  • 53

    = 1

    = 182,423

    1,1= 165,84

    = 165,84 > , = 8,2271

    - Eixo de menor inrcia:

    Estado limite para flambagem local da mesa.

    a) Parmetro de esbeltez:

    =

    = 51,66

    8,71= 5,93

    b) Parmetro de esbeltez correspondente plastificao:

    = 1,10

    = 1,10

    1,2 200000

    250 = 34,08

    c) Parmetro de esbeltez correspondente ao escoamento:

    = 1,37

    = 1,37

    1,2 200000

    250= 42,45

    Segundo o item 5.4.3.1.1 da NBR 8800/2008, para seo U fletida em relao

    ao eixo central de inrcia perpendicular s mesas, a fora cortante resistente

    de clculo, , para < , dada por:

    = 2 = 2 5,166 0,871 = 8,999 9

    = 0,6 = 0,6 9 25 = 135,00

    = 1

    = 135,00

    1,1= 122,73

    = 122,73 > , = 0,0352

  • 54

    3.4.2.4.4 Verificao da flecha

    Para verificao de flecha utiliza-se combinao quase permanente de

    servio:

    = , +

    =1

    (2,,)

    =1

    = 0,141 + 0,6 0,400 = 0,381 /

    = 54

    384=

    5 0,00381 4904

    384 200000 632= 0,022626

    =

    180=

    490

    180= 2,72

    <

    Deve ser verificado tambm para vento de suco, considerando o seu

    calor caracterstico.

    = 54

    384=

    5 0,0225 4904

    384 200000 632= 0,134

    =

    120=

    490

    120= 4,08

    <

    3.4.3 Tirantes

    De acordo com a norma NBR8800/2008, para o dimensionamento de

    barras de seo circular com extremidades rosqueadas verifica-se a menor

    resistncia entre o escoamento da seo bruta e a ruptura da seo rosqueada.

    O esquema com a distribuio dos tirantes encontra-se na figura 13.

  • 55

    3.4.3.1 Dimensionamento dos tirantes

    Para o dimensionamento dos tirantes foi seguido o item 6.3.2.2 da

    NBR8800/2008, onde:

    = 0,25 2 = 0,25 12,52

    = 122,72

    = 0,75 = 92,04

    = rea bruta;

    = rea efetiva ;

    = dimetro externo da rosca da barra rosqueada.

    Fora de trao resistente de calculo de uma barra de seo circular

    rosqueada tracionada, item 6.3.3.1 da NBR8800/2008:

    , = 2

    = resistncia a ruptura do material.

    , = 92,04 400

    1,35= 27270,8 = 27,27

    Fora de trao resistente para o escoamento da seo bruta tambm

    deve ser verificada.

    , = 1

    = 122,72 250

    1,1= 27,89

    Por tanto, a resistncia a trao de , = , , pois a menor

    entre as duas calculadas.

    3.4.3.2 Esforos atuantes nos tirantes.

  • 56

    Carregamento:

    - Peso prprio = 40 N/m

    - Sobre carga = 250 N/m

    = (1,25 40 + 1,5 250) sin 1,72 = 12,76 /

    Figura 13 - Disposio dos tirantes (medidas em metros)

    Cargas atuantes no tirante 1:

    1 = (3,26 4,9) 12,76 = 203,83

    1 < ,

    Cargas atuantes no tirante 2:

    2 =12,76 3,26 4,9

    2

    1,63cos 33,39

    3= 66,32

    2 < ,

  • 57

    3.5 ANLISE DA ESTRUTURA PRINCIPAL

    A fim de se dar sustentao s cargas que atuam sobre a rea de

    cobertura e transmitir essas cargas aos pilares, deve-se estabelecer a existncia de

    sistemas estruturais capazes de suportar essas cargas. Inicialmente projetam-se as

    teras de cobertura, cuja finalidade suportar as cargas dos tapamentos que se

    apoiam sobre elas e, consequentemente, os efeitos provenientes da ao dos

    ventos.

    Em seguida, devem ser dimensionadas as denominadas vigas da

    cobertura, cuja composio pode ser em vigas de alma cheia ou mesmo reticuladas

    e que devem atender as necessidades da obra.

    Para caso em questo optou-se por um conjunto de trelias para levar as

    cargas das teras at os pilares. Segue abaixo figuras 7 e 8, esquema de

    distribuio das trelias e o caminho que as cargas seguem at os pilares.

    Figura 14 - distribuio trelias

  • 58

    Figura 15 - Esquema de distribuio de cargas.

    3.5.1 Trelia 01 e 04

    3.5.1.1 Cargas atuantes

    Sobrecarga (SC)

    Como j foi visto anteriormente o valor da sobrecarga aqui utilizada ser

    de 250 N/m. Para obtermos a carga aplicada em cada n da trelia, multiplicamos

    esse valor pela rea de influencia de cada n, sendo que para os ns do beiral esse

    valor ser metade da carga aplicada nos outros ns, logo:

    rea de influencia = 1,92 m

    0,25 1.92 = 0,480

    Fora devido a sobrecarga atuante por n = 0,48 kN e 0,24 kN para os

    ns dos beirais.

    Permanente

  • 59

    O carregamento permanente vem do peso prprio e do peso da estrutura

    secundria.

    - Peso estrutura secundria (PES):

    Peso telhas: 48 N/m

    Peso teras : 40 N/m

    Peso tirantes: 40 N/m

    48 + 40 + 40 = 128 /

    0,128 1,92 = 0,246

    Fora devido a estrutura secundria por n = 0,246 kN e 0,123 kN para os

    ns dos beirais.

    - Peso estrutura principal (PP):

    Considerando o perfil utilizado e tambm as ligaes, obteve-se o valor

    de 3,03 kN, para o peso prprio da trelia 01. Assim dividindo esse valor pelo vo da

    trelia, obtemos um carregamento uniformemente distribudo de 0,317 kN/m. Assim

    a carga atuante nos ns ser:

    0,317 / 1.59 = 0,505

    Fora devido a estrutura principal por n = 0,505 kN e 0,2525 kN para os

    ns dos beirais.

    Vento (V)

    Para carregamento devido ao vento vai ser utilizado o valor das

    combinaes mais criticas, j apresentados anteriormente, 1,562 / .

    Multiplicando este valor pela rea de influencia do n:

    1,562 1,92 = 2,999

    Fora devido a ao do vento por n = 2,999kN e 1,499 kN para os

    ns dos beirais.

  • 60

    Para estes clculos a rea da cobertura foi aproximada pela sua projeo

    horizontal, j que se trata de uma cobertura de pequena inclinao (i = 3%).

    3.5.1.2 Esforos solicitantes

    Para obter os esforos solicitantes de clculo, ser necessrio fazer as

    combinaes de aes atuantes na estrutura. As combinaes ltimas normais

    decorrem do uso previsto para a edificao, usando-se a seguinte expresso, de

    acordo com o item 4.7.7.2.1 e com os valores dos coeficientes de ponderao e

    combinao da Tabela 1 e da Tabela 2, respectivamente, da NBR 8800:2008.

    = (,) + 11,

    =1

    + (0,)

    =2

    Foi adotado quatro hipteses de combinaes;

    1 = 1,25 + 1,4 + 1,5 + 1,4 0,6

    2 = 1,25 + 1,4 + 1,4 + 1,5 0,8

    3 = ( + ) 1,4

    4 = 1,25 + 1,4 + 1,5

    Aps feito as combinaes de aes, considerando a atuao de todas as

    aes adotadas em cada hiptese atuando na estrutura, o resultado dos esforos

    encontrados so os valores dos esforos solicitantes para cada barra.

    Segue abaixo os carregamentos combinados para cada hiptese de

    clculo.

    1 = 1,25 + 1,4 + 1,5 + 1,4 0,6

  • 61

    Figura 16 - Carregamento 1 Trelia 01 e 04

    2 = 1,25 + 1,4 + 1,4 + 1,5 0,8

    Figura 17 - Carregamento 2 Trelia 01 e 04

    3 = ( + ) 1,4

    Figura 18 - Carregamento 3 Trelia 01 e 04

    4 = 1,25 + 1,4 + 1,5

    Figura 19 - Carregamento 4 Trelia 01 e 04

  • 62

    Os maiores esforos solicitantes na trelia 01 esto apresentados na

    tabela a seguir, a figura 13 mostra o esquema da trelia 01 adotado, com as barras

    enumeradas.

    Figura 20 - Trelia 01

    Tabela 6 - Valores esforos solicitantes trelias 01 e o4

    Compresso Trao

    , (kN) , (kN)

    Montante -19,50 11,80

    Diagonal -12,90 21,40

    Banzo superior -12,40 7,50

    Banzo inferior -11,50 12,20

    3.5.1.3 Dimensionamento trelias 01 e 04

    Com os valores dos esforos atuantes para cada barra, ser feito o

    dimensionamento trao e compresso conforme determina a norma NBR

    8800/2008. Foram adotadas, para os banzos superior e inferior, cantoneiras duplas

    e para as diagonais e montantes cantoneira simples. O ao das cantoneiras o

    ASTM A36.

    Montantes e diagonais

    Tanto para montantes como para as diagonais foi adotado cantoneiras

    simples L76,2x6,35 ASTM A36 e o comprimento utilizado para calculo ser de 169

    cm, pois o elemento mais longo entre os montantes e diagonais. As propriedades

    para cantoneira L 76,2x6,35 encontram-se no catlogo do fabricante.

    a) Resistncia compresso

  • 63

    - Flambagem local (conforme NBR8800/2008, anexo F):

    (

    )

    = 0,45

    = 12,7

    (

    ) =

    7.62

    0,635= 12,0

    (

    ) < (

    )

    = 1

    - Instabilidade elstica por flexo:

    = 2 = 1,5

    2 9,29 = 20,90 4

    = 2

    ()=

    220000 20,9

    (1,0 169)= 144,45

    -Instabilidade elstica por flexo-toro:

    = + = 50 + 50 20,9 = 79,10 4

    =

    ()=

    220000 79,1

    (1,0 169)= 546,68

    0 = 0 ; 0 = 2(

    2) = 2,56

    0 = + + 0 + 0 = 4.21

    =

    3= 1,24 4

  • 64

    = 1

    02 [

    2()2

    + ]

    = 1

    4,212[7700 1.24]; = 0 .

    = 538,70

    = +

    2 [1 (00

    )2][

    1 1 4 [1 (

    00

    )2]

    +

    ]

    = 337,457

    o menor valor entre , por tanto = 144,45 .

    0 =

    =

    1 9,29 25

    144,45= 1,27

    Para, 0 > 1,5 = 0,877

    02 = 0,544

    , =

    1= 114,86 > , = 12,9

    Deve ser verificado tambm o limite de esbeltez para barras comprimidas,

    sendo o limite recomendado por norma igual a 200.

    =

    169

    1,5= 112,67 < 200

    b) Resistencia a trao

    - Escoamento da seo bruta:

  • 65

    , = 1

    = 9,29 25

    1,1= 211,14

    - Ruptura de seo lquida:

    = 1

    = 1 2,13

    3,81= 0,44

    0,6 < < 0,9 = 0,6

    = + 3,5 = 0,127 + 3,5 = 0,477

    = ( ) = 8,26

    = = 4,96

    , = 2

    =4,96 40

    1,35= 146,96

    Resistencia da cantoneira a trao a menor entre as duas encontradas,

    logo:

    , = 146,96 > , = 21,40

    A NBR 8800/2008 recomenda limitar o ndice de esbeltez para barras

    tracionadas em 300, por tanto:

    =

    169

    1,5= 112,667 < 300

    c) Ligaes:

    Para as ligaes sero usados dois parafusos de 1/2.

    - Resistncia ao cisalhamento, com plano de corte passando pela rosca:

  • 66

    , = 0,4

    2= (

    0,4 1,27 82,5

    1,35) 2 = 62,08

    - Presso contato do furo.

    Rasgamento:

    , =1,5

    2=

    1,5 2,3 0,635 40

    1,35 2 = 129,82

    Esmagamento:

    , =3,0

    2=

    3 1,27 0,635 40

    1,35 2 = 143,36

    - Resistencia a trao dos parafusos:

    , =

    2 2 = (

    0,75 1,27 82,5

    1,35) 2 = 116,417

    >