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Um trabalho de divulgação musical sobre as cantigas de amigo que oferece uma nova perspectiva do género mais autóctone da nossa lírica medieval, numa dupla dimensão: a interpretação teórica da catedrática holandesa Ria Lemaire Mertens e a interpretação musical da canta-autora brasileira Socorro Lira. Ilustrado por Quique Bordell livro-cd edição limitada

Díptico Cores do Atlántico en portugués

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Um trabalho de divulgação musical sobre as cantigas de amigo que oferece uma nova perspectiva do género mais autóctone da nossa lírica medieval, numa dupla dimensão: a interpretação teórica da catedrática holandesa Ria Lemaire Martens e a interpretação musical da canta-autora brasileira Socorro Lira. Ilustrado por Quique Bordell. O projeto nasceu no ano 2006 com o início da sua pesquisa sobre as cantigas de amigo aralelísticas, para edição de um CD com versões cantadas de parte desses textos conservados. Publica-se agora em formato livro-disco, em galego e em português, por Ponte...nas ondas! e Pai Música, na Espanha e em Portugal.

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Um trabalho de divulgação musical sobre as cantigas de amigo que oferece uma nova perspectiva do género mais autóctone da nossa lírica medieval, numa dupla dimensão:

a interpretação teórica da catedrática holandesa Ria Lemaire Mertens e a interpretação musical da canta-autora brasileira Socorro Lira.

Ilustrado por Quique Bordell

livro-cdedição limitada

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A argumentação teórica assenta sobre a origem de uma tradição oral sustentada por mulheres. Uma tese defendida pela especialista em literatura medieval em línguas românicas e Doutora pela Universidade de Utrech, Ria Lemaire.

Ria Lemaire, especialista em literatura medieval e Professora da Universidade de Poitiers, publica um trabalho de divulgação sobre as cantigas de amigo galego-portuguesas, encaradas como as primeiras mostras do património cultural galego-português, que nos chegaram por via culta, mas que são, em seu entender, os primitivos cantos de mulheres.

Ria Lemaire faz uma leitura inovadora do contexto e do significado destas cantigas, encaradas como expressões de uma tradição oral que se mantém viva no território de origem e nos outros lugares onde chegou quer por processos de colonização, quer levada por emigrantes, mais tarde.

Um trabalho literário

O artista galego Quique Bordell dá a sua contribuição plástica através de ilustrações que

combinam a colagem e a sobre-impressão, numa proposta vanguardista baseada nas letras

das cantigas de amigo. Quique Bordell é uma das referências artísticas mais interessantes no panorama da arte galega

moderna e a sua obra tem sido relacionada com a de Tápies ou com a de Mestre Dubuffet.

Un traballo artístico

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Um trabalho musical Do ponto de vista musical a canta-autora brasileira Socorro Lira faz uma leitura contemporânea da melodia das cantigas, integrando as sonoridades galegas, portugue-sas, africanas e, especialmente, brasileiras; espaços que partilham o património cultural da lírica galego-portuguesa. Desde os ritmos brasileiros como a ciranda, o samba, o batuque, o baião, o congo, o aboio ou a toada nordestina.

Com arranjo de Jorge Ribas, Cores do Atlânti-co integra as sonoridades de três continentes unidos por um património comum: a lírica das cantigas de amigo galego-portuguesas. Do Brasil, a compositora e cantora Socorro Lira reúne vozes tradicionais como as das Cirandei-ras de Caiana de Crioulos, juntamente com as colaborações de Margareth Menezes-a Maga e Cida Moreira. De África, a guineense Eneida Marta empresta a sua cálida voz aos ritmos de Guiné-Bissau como o gumbé, a morna ou a singa. João Afonso e Teresa Paiva introduzem a expressão portuguesa e a sonoridade da gaiteira do Porto. Na Galiza, são as vozes de Leilía e Uxía as que recriam as cantigas que outrora cantaram as mulheres, neste território de origem da lírica medieval galego-portuguesa.

Em palavras da catedrática de Filologia Camiño Noia:

“Cores do Atlântico é, em definitiva, uma

obra diferente, inovadora, da qual

desfrutarão os espíritos abertos; mas é

também uma criação transgressora que,

talvez, chegue a escandalizar

as consciências dos académicos tradicio-

nais que não gostam de inovações. Pois,

além da ousadia de atribuir às mulheres

a autoria das composições paralelísticas,

a obra subverte a cultura canónica ao

fundir a lírica medieval com os ritmos

afro-brasileiros.

Porém, a mestiçagem cultural das

composições do velho mundo galego-

português vem enriquecer a cultura

peninsular com evocadoras sonoridades

de mundos distantes que projetam o

nosso património galego-português

para um futuro de universalidade.”

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www.coresdoatlantico.com