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DIR5934 – Informática JurídicaSociedade em Rede
Professores:Aires José Rover
Aírton José Ruschelwww.infojur.ufsc.br/aireswww.buscalegis.ufsc.br
Março/2009
Metodologia
• O tema “Sociedade em Rede” seráabordado em dois dias de aula, totalizando 4 horas/aula
• Aula expositiva com rodada de perguntas e respostas dos alunos
Origem da sociedade, numa visão ocidental e européia:
• a idéia de "estado de natureza" em Thomas Hobbes;
• o "contrato social" em Jean-Jacques Rousseau;
• a "sociedade civil" em Georg WilhelmFriedrich Hegel.
Grandes Navegações do século XV permitiram:
• Colonização e exploração do novo mundo;• Ampliação do comércio e da produção;• Ampliar o conhecimento que se tinha na
época acerca dos oceanos e da geografia do planeta, principalmente instituídos pela Igreja.
Revolução Industrial
• Passagem de uma sociedade mercantil para uma sociedade industrial, marcada pela invenção da máquina a vapor (carvão);
• Constantes inovações científicas e tecnológicas, a partir da segunda metade do século XVIII;
• Importância do telescópio(Hannah Arendt)
Conseqüências:
• Aumento e acumulo da produção;• Criação de uma elite capitalista;• Ciência a favor da produção;• Especialização da mão-de-obra;• Necessidade de novos mercados;• Cultura do consumo;• Aprimoramento das comunicações
(telégrafo, telefone)
Conseqüências negativas:
• Degradação e poluição do meio-ambiente (Manchester);
• Vendas forçadas;• Exploração da classe trabalhadora;• Inchaço das cidades;• Abandono do campo;• Concentração de renda.
Sociedade contemporânea:
• Estamos em um período de transição social e tecnológico caracterizado pela era do acesso, na expressão utilizada por Jeremy Rifkin;
• Vivemos a era da informação e do conhecimento, com ampla difusão da infra-estrutura das TIC (tecnologia da informação e da comunicação)
Network Society
• (ou Sociedade em Rede), conceito cunhado pelo sociólogo Manuel Castells;
• A expressão sintetiza a morfologia desta nova sociedade, onde tudo é sistêmico e interconectado.
Fatores:
• Impacto da Internet;• Banda Larga;• Novas TICs;• Barateamento dos dispositivos;• Telefonia IP e Televisão digital;• Interfaces amigáveis e softwares
inteligentes;• Redes de relacionamento.
Nova mentalidade
• Facilidade de acesso e troca de informações entre os diversos sujeitos;
• Favorecimento do desenvolvimento de fenômenos complexos, como a globalização.
A virtualidade inaugura um novo tempo porque ela "revoluciona a comunicação, a ciência, rompe fronteiras e cria uma sociedade tecnológica”. (Fagundes, 2004)
• Há uma preocupação com a “destruição do mundo” ou das sociedades que convivem no Planeta Terra;
• A emergência da rede, conscientizada do problema, busca a solução.
É neste mundo complexo que a sociedade em rede está sendo construída, permitindo que os diversos sujeitos mundiais possam se conectar através da rede, podendo assim, trocar informações, experiências e gerar conhecimento, e possibilitando ainda a criação de comunidades virtuais para, dentre outras coisas, discutir os problemas de ordem global que afetam, direta ou indiretamente, toda a coletividade.
A Geografia da Rede
• A Internet proclama uma nova geografia (Castells,2003)
• Não segue os mapas tradicionais;• Baseia-se na arquitetura e infra-estrutura
de redes de computadores (TICs) através dos “nós” (backbones);
• Os nós estão estrategicamente distribuídos pelo globo terrestre.
Territórios e Fluxo de Informações
• Emergem mundialmente novas configurações de territórios, através de processos simultâneos de concentração, descentralização e de novas conexões que surgem incessantemente, através dos fluxos de informação global que trafegam na grande rede.
• Sistemas inteligentes monitoram e desviam o fluxo.(ex: bolsa de valores)
Controle da Rede
• As tentativas por motivos religiosos, políticos e econômicos, não deram certo;
• A rede se auto-regula;• Quem não tem qualidade, persistência e
atualidade, é excluído da liderança.
Escritório em Movimento
A individualização dos arranjos de trabalho, a multilocalização da atividade e a possibilidade de conectar tudo isso em torno do trabalhador individual, inauguram um novo espaço urbano, o espaço da mobilidade infinita, um espaço feito de fluxos de informação e comunicação, administrado em última instância com a Internet. (Castells,2003)
Cidades Digitais
• A concorrência não é entre países, mas sim, entre cidades modernas com suas hinterlândias (fazem parte do mesmo nó);
• Possuem TICs eficientes;• Há investimentos governamentais,
privados e centros de pesquisa.
Nova sociabilidade
Estamos na presença de uma nova noção de espaço, em que físico e virtual se influenciam um ao outro, lançando as bases para a emergência de novas formas de socialização, novos estilos de vida e novas formas de organização social. (Cardoso, 1998).
Era da Internet• Define-se a sociedade em rede como "uma
comunidade de membros tecnologicamente competentes, reconhecidos como pares pela comunidade". (Castells, 2003)
• Cada vez mais, os movimento sociais e o processo político usam a Internet como um instrumento privilegiado para atuar, informar, recrutar, organizar, dominar e contra-dominar. O ciberespaço tornou-se um terreno muito disputado. (Castells, 2003)
Cibercultura
• O ano 2000 que representava ficção, hoje é realidade;
• A sociedade tem uma nova relação com o saber. (Pierre Lévy, 1999)
O cidadão e o governo• Em vez de o governo vigiar as pessoas, as
pessoas poderiam estar vigiando o seu governo – o que é de fato um direito delas, jáque teoricamente o povo é o soberano. (Castells, 2003)
• As tendências gerais do ciberespaço tendem a reforçar os já bem conhecidos processos de exclusão e de aumento de concentração de poder, tanto no âmbito social e econômico, quanto no âmbito político.
Governo eletrônico
• As empresas privadas sempre souberam aproveitar melhor a Internet;
• O governo eletrônico é uma forma de organização do conhecimento que permitirá que muitos atos e estruturas meramente burocráticas simplesmente desapareçam e a execução de tarefas que exijam uma atividade humana mais complexa seja facilitada. (Rover, 2005)
É preciso estar na rede
• A empresa em rede é um resultado da crise organizacional, mais TICs, mais economia internacional/global.
• Dentro da rede, novas oportunidades são criadas e fora da rede é difícil sobreviver. (Castells, 1999).
A empresa em rede (Nonaka e Takeuchi, 2000
1) tendem a ser mais horizontalizadas do que as antecessoras hierárquicas;
2) assumem uma estrutura constantemente dinâmica, e não estática;
3) apóiam o empowerment das pessoas no sentido de desenvolver familiaridade com os clientes;
A empresa em rede (Nonaka e Takeuchi, 2000
4) enfatizam a importância de competências - tecnologias e habilidades únicas; e
5) reconhecem a inteligência e o conhecimento como um dos ativos que mais possibilitam a alavancagem de uma empresa.
Social, Comunidade e Identidade
Diante de um fenômeno complexo como a globalização, a sociedade passa por transformações que tendem a conduzí-la, de certa forma, à sua fragmentação política e social, tendo em vista a co-existência de projetos antagônicos de globalização para o mundo.
Social, Comunidade e Identidade
• As redes globais conectam, mas mantêm sociedades desconectadas. O ser, individual ou coletivo, excluído do global exclui o global reciprocamente e refaz sua identidade. (Castells, 1999),
• Não existe nenhum organismo que viva em isolamento, sempre há uma dependência do ambiente. (Capra,2002)
Inclusão digital: inclusão social
Na maioria das vezes, a identidade do sujeito é que determina os seus direitos dentro de uma sociedade, é neste sentido que na sociedade brasileira se fala na atualidade em direitos da minoria, por exemplo, nos direitos dos negros quanto àcriação de cotas nas universidades para assegurar a estes, o direito de ingressar em instituições de ensino públicas.
Novos papéis
Na sociedade em rede, pode-se dizer que há uma redefinição dos papéis sociais de homens, mulheres e famílias. Em face desta nova confusão de valores, há novos agrupamentos em identidades primárias: religiosa, étnica, territorial, nacional e questões de identidade. O problema, para Castells (1999), é o rompimento e a falta de comunicação.
O social e o biológico
No sistema biológico todas as estruturas são materiais enquanto que no sistema social as estruturas podem ser materiais ou imateriais. Enquanto Castells diz que os processos que sustentam a rede são processos de comunicação, Capra (2002) considera que as estruturas sociais são corporificadas no biológico.
Comunidades virtuais
• Comunidades são redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, um senso de integração e identidade social. (Wellmann apud Castells, 2003)
• Há softwares específicos para diferentes comunidades.
• Comunidades de prática.
Natureza e Cultura
A sociedade em rede tem os seus elementos ligados por um fio que permeia os mais diversos interesses com intensidades variadas. Com a interação dos elementos, alguns fios enfraquecem e se rompem, outros se criam e outros se reforçam.
Natureza e Cultura
Castells (1999), diz que a rede é uma colcha de retalhos de experiências e interesses, em vez de uma carta de direitos e obrigações. Qualquer tentativa de cristalizar a empresa em algum ponto da rede em determinada época e espaço, condena a rede à obsolescência.
Natureza e Cultura
Podemos considerar uma empresa, quanto ao conjunto de pessoas que a compõe, como sendo um sujeito coletivo. Este sujeito atua em diversas frentes na busca de novas conexões.
A Criatividade
• A criatividade – a geração de formas novas – é uma propriedade fundamental de todos os sistemas vivos.
• A vida dilata-se constantemente na direção da novidade. (Capra, 2002)
• A rede mundial deve trazer elementos para fomentar esta criatividade o qual permitiráresolver problemas locais e globais.
Viver é Conhecer• Segundo a Teoria de Santiago, de Maturana
e Varella, a cognição é a atividade que garante a autogeração e a autoperpetuaçãodas redes vivas. (Capra, 2002).
• Para eles nenhum sistema vivo pode ser controlado, só pode ser perturbado. O próprio processo do viver é um processo de cognição, portanto, viver é conhecer. (Capra, 2002).
Viver é conhecer
A rede global deve estimular este conhecimento continuado, e tentar incluir toda a sociedade, respeitando o interesse individual, e desta forma toda a vida sobre o Planeta Terra poderá continuar vivendo
em harmonia com a própria Terra.
E para lembrar...
• O processo da construção da sociedade em rede está apenas no começo...
Referências Bibliográficas• CAPRA, Fritjof. (2002) As conexões ocultas. Ciência para uma vida
sustentável. São Paulo: Editora Cultrix.• CARDOSO, Gustavo. (1998)Para uma sociologia do ciberespaço:
comunidades virtuais em português. Oeiras, Portugal: Celta Editora.• CASTELLS, Manuel. (1999) A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra.• CASTELLS, Manuel. (2003) A galáxia da Internet: reflexões sobre a internet,
os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
• CORRÊA, Gustavo Testa. (2000) Aspectos jurídicos da internet. São Paulo: Saraiva.
• DRUCKER, Peter. (1993) Sociedade Pós-Capitalista. Trad. NivaldoMontingelli Jr. São Paulo: Pioneira.
• HOCK, Dee. (1999) Nascimento da Era Caórdica. Editora: Pensamentos-Cultrix, São Paulo.
• HOESCHL, Hugo César. (2007) Poderemos participar realmente do poder e das decisões, constantemente, e ajudar a construir serviços e soluções de melhor qualidade. Jornal A Notícia, 30/03/2007.
Referências Bibliográficas• HUNTINGTON, Samuel. (1997) O choque das civilizações e a recomposição
da nova ordem mundial. Rio de Janeiro. Objetiva. • JOHNSON, Steven. (2003) Emergência: Dinâmica de rede em formigas,
cérebros, cidades e softwares. Editora: Jorge Zahar . São Paulo: Pioneira.• NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. (2000) Criação de conhecimento na
empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 2a. ed. Rio de Janeiro: Campus.
• ROVER, Aires J.; RAMOS JÚNIOR, Hélio Santiago. (2005) O ato administrativo eletrônico sob a ótica do princípio da eficiência. In: Anais da II Conferência Sul-Americana de Ciência e Tecnologia Aplicada ao Governo Eletrônico - CONEGOV 2005. Florianópolis: Ijuris, 2005. pp. 33-40.
• RUSCHEL, A. J., SILVA, J. R. Crime Digital In: OLIVEIRA, J. C. (org). (2006) Tópicos emergentes na segurança pública: terrorismo, organizações criminosas, narcotráfico e crimes digitais.1 ed.Palhoça : UnisulVirtual.
• TAPSCOTT, Don. (1997) Economia Digital. Trad. Maria Cláudia dos Santos Ribeiro Ratto. São Paulo: Makron Books.
• TOURAINE, Alain. (2006) Um novo paradigma: para compreender o mundo de hoje. Petrópolis, RJ.