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DIREITO CIVIL
PARTE GERAL
CAPACIDADE
INCAPACIDADE
CAPACIDADE DE DIREITO:Nascimento
com vida
CAPACIDADE DE FATO:
Maioridade ou
emancipação
CAPACIDADE CIVIL PLENA
ABSOLUTA
• Menores de 16 anos• Nulidade
• Representado por pais ou tutores
RELATIVA
• Art. 4º do Código Civil• Anulação
• Assistidos por representantes legais
FORMAS DE ALCANÇAR A CAPACIDADE CIVIL PLENA
TUTELA E CURATELA
TUTELA CURATELA Forma de estabelecer
representação legal de menor de idade
Maiores de idade incapazes
Quando ocorre: 1.728, CC Processo de interdição – 747 – 758,
CPC
Tutela testamentária: 1.729, CC Ordem preferencial de nomeação:
1.775, CC Tutela legal ou legítima: parentes Tutela dativa: juiz escolhe alguém
para exercer a tutela
Prestação de contas de 2 em 2 anos, anualmente apresentar balanço, ou
a qualquer momento quando solicitado pelo juiz
Escusa da tutela: 1.736 – prazo de 05 dias
AO COMPLETAR 18 ANOS
EMANCIPAÇÃO• Voluntária: Ambos os pais concordam | Por escritura pública• Judicial: Quando um dos pais não concorda | Pede suprimento legal,
outro caso é dos tutores• Legal: casamento, exercício de emprego público efetivo, colação de
grau em curso de ensino superior, estabelecimento civil ou comercial,relação de emprego
DIREITOS DE PERSONALIDADE
ADIn 4815 Biografias não autorizadas: É possível a publicação não autorizada, no
entanto, se gerar dano, haverá indenização.
PRENOME SOBRENOME NOME
PESSOA JURÍDICA
Quando a pessoa jurídica adquire personalidade jurídica?
Com o registro no Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Ou seja, a pessoa
jurídica passa a ter direitos e obrigações na ordem civil. A partir do momento
em que a pessoa jurídica tem seus atos constitutivos registrados, a personalidade da
pessoa jurídica separa-se da personalidade jurídica dos sócios.
PE
SSO
A J
UR
ÍDIC
A
Direito Público
União Muncípios
Estados Autarquias
Distrito Federal Associações públicas
Territórios Demais entidades
Direito privado
Associações Sem fim econômico
Sociedades Fim econômico
Fundações Patrimônio + finalidade
Partidos políticos
Orgnaizações religiosas
EIRELIs
Desconsideração da personalidade jurídica
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado por desvio de
personalidade ou confusão patrimonial, se a parte assim requerer, o magistrado pode
desconsiderar a personalidade jurídica da pessoa jurídica, a fim de que os sócios
respondam pelas obrigações da pessoa jurídica.
Também há a desconsideração inversa da personalidade jurídica, quando os bens
da pessoa jurídica respondem pelas obrigações contraídas pelos seus sócios.
O procedimento da desconsideração da personalidade jurídica está previsto no artigo 133 e seguintes do CPC.
DOMICÍLIO
É o local onde estabelece residência com ânimo definitivo.
Pode haver mais de um domicílio.
Utiliza-se o domicílio pra determinar o local de cumprimento das obrigações pessoais
ou profissionais, no caso do domicílio profissional.
Foro de eleição: Nos contratos escritos, as partes podem estabelecer um local para
cumprimento das obrigações. Artigo 78 do CC.
O artigo 50, §1º, do CC traz o conceito de desvio de
personalidade, enquanto o §2º explica o que se entende
por confusão patrimonial.
DOMICÍLIO NO CÓDIGO CIVIL
PESSOA NATURAL
Dom
icíli
o
Art. 70
Residência (elemento objetivo):
ânimo deifinito (elemento subjetivo)
Art. 71
Pluralidade de domicílios
Tem residência em mais de um
localQualquer deles
Art. 72Domicílio
profissional
Pessoa que reside em um local e trabalha em
outro
Local onde exerce a profissão para relações
correspondentes a profissão
Art. 73Sem domicílio
habitual
Não tem domicílio certo, sem residência
fixa
Lugar onde for encontrado
Art. 74Mudança de
domicílio
Alteração de endereço: intenção manifesta de
mudar
Art. 75Domicílio da
pessoa jurídica
Local indicado no ato constitutivo ou onde
funcionarem as diretorias ou administrações
BENS
Bens imóveis, por sua vez, são aqueles incorporados ao solo de forma natural ou
artificial.
Cuidado ao tratar sobre a natureza dos materiais de construção: Se o material de
construção não foi empregado em nenhuma edificação, trata-se de bem móvel. Quando
empregado na construção de um prédio (casa, edifício, etc.), passa a ser bem imóvel.
Se a edificação for demolida em definitivo, os materiais de construção voltam a ter
o caráter de bens móveis. Entretanto, caso a edificação seja demolida para que os
materiais de construção sejam reempregados em uma nova construção (reforma, por
exemplo), estes materiais provisoriamente separados do solo conservam a natureza de
bens imóveis.
Bem de família voluntário ou instituído
Pode incidir sobre bem imóvel de até 1/3 do valor do patrimônio líquido que a
família possui no momento da instituição. Depende de registro do instrumento de
instituição no Cartório de Registro de Imóveis.
Bens móveis são aqueles suscetíveis de movimentaçãosem alteração na substância ou na destinação econômico-social do próprio bem, conforme artigo 82 do CC.
Bens imóveis, por sua vez, são aquelesincorporados ao solo de forma natural ou artificial.
O bem de família voluntário é impenhorável por dívidas posteriores a sua
instituição. Contudo, não cabe a alegação de impenhorabilidade contra débitos de
impostos do próprio imóvel e de condomínio.
Essa proteção perdura enquanto persistir a entidade familiar ou enquanto houver
filhos menores de idade.
Bem de família legal
→ O bem de família também se aplica à pessoa viúva ou solteira.
Caso o bem de família constitua-se de um apartamento com box de garagem, se o
referido box tiver matrícula própria, este pode ser penhorado.
Não perde o caráter de bem de família legal o único imóvel residencial da entidade
familiar alugado para terceiros, se a renda proveniente da locação se destinar ao
sustento da família, conforme súmula 486 do STJ.
Regra: impenhorabilidade
Exceção: hipóteses do art. 3º da Lei 8.009/90
Penhora de bem indivisível
O produto da alienação resguarda o direito do cônjuge não devedor. Art. 843. CPC
NEGÓCIO JURÍDICO
Planos da existência, validade e eficácia
1º O negócio jurídico, para ser considerado como tal, deve cumprir certos requisitos
mínimos. Os elementos estruturais devem estar presentes.
2º Uma vez que o negócio seja existente, deve-se analisar se está perfeito ou se contém
algum vício ou defeito inviabilizante. Os requisitos devem estar presentes.
3° Quando está apto a produzir efeitos imediatos. A produção de efeitos pode estar
limitada por elementos acidentais.
Plano da existência
Vontade
Agente
Objeto
Forma
Plano da validade
Vontade = livre + boa-fé
Agente = capaz + legitimado
Objeto = lícito + possível + determinado
Forma = livre ou prescrita em lei
Plano da eficácia
Elementos acidentaisCondiçãoTermoModo ou encargoConsequências do inadimplemento negocial (juros, multas, perdas e danos)
DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
→ Erro: Ocorre quando a pessoa se engana sozinha. Por exemplo: Pretende comprar
um cavalo crioulo e, em razão da inexperiência, acaba comprando outro cavalo. O erro
deve ser essencial para a celebração do negócio jurídico. Art. 138 a 144 do CC.
→ Dolo: Ocorre quando alguém se utiliza de um artifício malicioso para induzir
alguém a celebrar determinado negócio jurídico. O dolo pode ser por ação ou por
omissão, bem como pode advir de terceiro ou da própria pessoa com quem se celebra
o negócio jurídico. Art. 145 a 150 do CC.
DE
FEIT
OS
Erro Pessoa engana-se sozinha
Dolo Artifício malicioso
CoaçãoAmeaça ou pressão exercida sobre alguém, fundada em temor de dano iminente e considerável ao paciente, seus familiares e
seus bens
LesãoPrejuízo resultante da enorme desproporção existente entre as
prestações de um contrato, no momento de sua celebração, determinada pela premente necessidade ou inexperiência de
uma das partes
Estado de perigo Situação de perigo conhecida de outra parte (elemento subjetivo) + onerosidade excessiva (elemento objetivo)
Simulação Declaração enganosa da vontade, visando apresentar negócio diverso do efetivamente desejado
Fraude contra credores
Devedor desfalca o seu patrimônio, a ponto de se tornar insolvente, com intuito de prejudicar seus credores
→ Coação: Ocorre quando houver ameaça ou fundado temor de dano grave e
iminente à pessoa, a sua família ou a seus bens. Art. 151 a 155 do CC.
→ Lesão: Ocorre quando, por premente necessidade ou inexperiência, celebra-se um
negócio jurídico com prestações manifestamente desproporcionais. Não se exige, para
configurar a lesão, que a situação de necessidade ou inexperiência seja de
conhecimento da outra parte. Art. 157 do CC.
→ Estado de Perigo: Ocorre quando alguém, por necessidade de salvar-se ou a
pessoa de sua família de dano grave conhecido pela outra parte, assume prestação
excessivamente onerosa. Art. 156 do CC.
→ Fraude contra credores: Ocorre quando um devedor insolvente (com dívidas
vencidas superiores ao patrimônio) dispor gratuitamente de seus bens (doação, por
exemplo) ou perdoar dívidas.
Também acontece quando um devedor, em razão da disposição gratuita de bens
ou remissão de dívidas, torna-se insolvente, conforme artigo 158 do CC.
Igualmente, constitui fraude contra credores o ato de disposição onerosa de bens
por devedor notoriamente insolvente, consoante artigo 159 do CC.
Os credores quirografários (sem garantia) ou aqueles cuja garantia se tornou
insuficiente possuem legitimidade para propor ação pauliana ou revocatória, visando à
anulação dos negócios jurídicos viciados.
→ Simulação: É o único defeito que gera a nulidade do negócio jurídico. Está prevista
no artigo 167, §1º, do CC.
Negócios jurídicos nulos, previstos no artigo 166 do CC, não convalescem pelo
decurso do tempo e não podem ser confirmados pelas partes, diferentemente do
negócio jurídico anulável, cuja anulação tem prazo para ser postulada e que pode ser
confirmado pelas partes.
O prazo decadencial para anulação do negócio jurídico é de quatro anos, conforme
artigo 178 do CC. Contudo, quando a lei disser que o negócio jurídico é anulável, mas não
estabelecer prazo específico para tanto, esse será de dois anos, a contar da data de
conclusão do ato, conforme artigo 179 do CC.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
DIREITO DE FAMÍLIA
CASAMENTO PURAMENTE CIVIL
Celebrado pelo Oficial do Registro Civil (juiz de paz). Possui três fases:
Prescrição
• Existe um direito • Este direito foi violado • Nasce uma pretensão de:
• Cobrança• Ressarcimento• Indenização• Responsabilização
• Pretensão deve ser exercida nos parzos do art. 205 e 206 do CC
Decadência
• Praticado ato pela pessoa ou por terceiro
• Deste ano nasce um direito• Direito deve ser exercido dentro
do prazo que o próprio dispositivo que prevê o direito estabelece
Habilitação
Celebração
Registro
A habilitação tem prazo de 90 dias e, dentro desse período, deve acontecer a
celebração.
CASAMENTO RELIGIOSO COM EFEITOS CIVIS
Nesse caso, a habilitação também tem prazo de 90 dias, dentro do qual deve
ocorrer a celebração do casamento. Contudo, há a possibilidade de habilitação
posterior a celebração do casamento religioso, não importando há quanto tempo
tenha sido celebrado este casamento.
CAPACIDADE PARA CASAR
A partir dos 16 anos. Vedado o casamento de menores de 16 anos (art.
1.520, CC).
Dos 16 aos 18 anos é exigida autorização de ambos os pais.
Se apenas um dos pais concorda, é necessário suprimento judicial.
Habilitação prévia
Celebração religiosa
Atenção: sempre que for necessário suprimento judicial para o casamento,
o regime de bens adotado será o de separação obrigatória, conforme artigo 1.641,
inciso III, do CC.
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS
Não podem casar!
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou
civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com
quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro
grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou
tentativa de homicídio contra o seu consorte
Se contrair casamento com inobservância de impedimento, será
nulo, conforme o artigo 1.548 do CC.
CAUSAS SUSPENSIVAS
Não devem casar (mas podem)!
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter
sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da
dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a
partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos,
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada,
enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as
respectivas contas.
Se casarem, esse matrimônio será plenamente válido, devendo
observar o regime de separação obrigatória de bens, conforme
o artigo 1.641, inciso I, do CC.
HIPÓTESES DE ANULAÇÃO DO CASAMENTO
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu
representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o
consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre
os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
Prazos decadenciais para anulação do casamento
→ A contar da data da celebração
• No caso do inciso IV do art. 1.550
180 dias
• Se incompetente a autoridade celebrante
2 anos
• Nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
3 anos
• Se houver coação.
4 anos
REGIMES DE BENS
Súmula 377 do STF. No regime de separação legal de bens, comunicam-se os
adquiridos na constância do casamento.
Separação Convencional de Bens é também conhecida como
separação total de bens ou separação absoluta de bens.
Regimes legais
Comunhão parcial de bens
Separação obrigatória de
bens
Regimes convencionais
Comunhão Universal de
bens
Separação Convencional
de bens
Participação Final nos Aquestos
O pacto antenupcial é obrigatório nos regimes convencionais, deve ser
feito por escritura pública e é ineficaz se não lhe seguir o casamento.
Após o casamento o pacto deve ser registrado no Cartório de Registro de Imóveis.
O regime de bens pode ser alterado depois do casamento por ambos os
cônjuges, em ação judicial com pedido motivado, apurada as razões alegadas,
superada a causa suspensiva e resguardados os direitos de terceiros, conforme o
artigo 1.639, §2º, do CC + art. 734, CPC.
Conforme o artigo 1.647 do CC, é necessária a autorização do outro cônjuge,
exceto no regime da separação convencional de bens, para alienar ou gravar de
ônus real os bens imóveis; pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou
direitos; prestar fiança ou aval; fazer doação, não sendo remuneratória, de bens
comuns, ou dos que possam integrar futura meação. CUIDADO!!! Mesmo se
tratando de bem particular, no regime de comunhão parcial de bens, deverá
haver a anuência do cônjuge.
Regime de comunhão parcial de bens
Em regra, comunicam-se os bens adquiridos de forma onerosa no casamento,
bem como aqueles descritos no artigo 1.660 do CC.
São excluídos da comunhão os bens referidos no artigo 1.659 do CC.
UNIÃO ESTÁVEL
Requisitos para a configuração da união estável
É um ato-fato jurídico, o que significa que independe da vontade das partes para
restar configurada, bastando preencher os requisitos legais. Não necessita de
documento escrito, mas se houver, podem definir o regime de bens. Não
havendo documento escrito reconhecendo a união, aplica-se o regime de
comunhão parcial de bens.
Não resta configurada a união estável em caso de impedimento matrimonial
previsto no artigo 1.521.
Exceção: em se tratando de pessoas casadas (inciso VI), pode
configurar união estável com terceiros se estiverem separadas de
fato de seus consortes.
DIVÓRCIO
→ Art. 1.571 e seguintes do Código Civil.
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha
de bens.
Convivência pública, contínua
e duradoura
Estabelecida com o objetivo de
constituir família
GUARDA
A guarda dos filhos pode ser exercida de forma unilateral ou compartilhada. Será
estabelecida guarda compartilhada se um dos pais expressamente manifestar
seu desinteresse em assumir a guarda do filho.
ALIMENTOS
Conforme o artigo 1.696, o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais
e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais
próximos em grau, uns em falta de outros.
Portanto, trata-se de uma obrigação não solidária, mas subsidiária. CUIDADO!!!!
A obrigação alimentar em favor dos idosos é solidária.
A fixação do valor a ser pago a título de alimentos deve ser proporcional ao
binômio:
Atenção: O idoso pode intentar ação de alimentos contra qualquer um
dos legitimamente obrigados.
NecessidadePossibilidade
→ O prazo prescricional para a cobrança de alimentos é de dois anos.
A mulher gestante tem legitimidade para buscar a fixação de
alimentos gravídicos em face do suposto pai, caso existam indícios
da paternidade. Esses alimentos devem ser suficientes para cobrir
as despesas da gestação e, com o nascimento da criança, convertem-se
automaticamente em pensão alimentícia em favor do filho.
DIREITO SUCESSÓRIO
SUCESSÃO DO AUSENTE
Presume-se a morte quanto aos ausentes quando a lei autoriza a
abertura da sucessão definitiva.
A lei prevê três fases com relação aos bens do ausente:
1ª Fase• Curadoria dos bens do ausente.
2ª Fase• Sucessão provisória. • Autoriza que os herdeiros entrem na posse dos bens.• A sentença que determina a abertura da sucessão provisória só produz efeitos 180 dias depois de publicada.
3ª Fase• Sucessão definitiva.• Passados dez anos da abertura da sucessão provisória, a lei autoriza a abertura da sucessão definitiva.
• A partira daí, o processo sucessório é idêntico ao da morte real.
Art. 38 do CC. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco
datam as últimas notícias dele.
Morte presumida sem decretação de ausência: Art. 7º do CC.
Art. 7º do CC. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação
de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de
vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra.
COMORIÊNCIA
Quando dois indivíduos falecerem na mesma ocasião (no mesmo tempo, ainda
que em lugares diferentes), sem poder precisar qual falecimento precedeu ao
outro, consideram-se ambos como simultaneamente mortos (como se a morte
tivesse acontecido no mesmo tempo).
Assim, um não herdará do outro.
SUCESSÃO LEGÍTIMA
Herdeiros necessários• Art. 1.845
Herdeiros facultativos• Art. 1850
Art. 1.845 do CC. São herdeiros necessários os descendentes, os
ascendentes e o cônjuge.
Art. 1.846 do CC. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a
metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
Aos herdeiros necessários, será reservada a legítima.
Concorrência do cônjuge com descendentes
Regra: há concorrência do cônjuge sobrevivente com os herdeiros
descendentes.
Exceto: Comunhão universal de bens, separação obrigatória de bens, comunhão
parcial de bens sem bens particulares.
Logo, haverá concorrência:
Percentual de concorrência:
• Na forma do art. 1.832 do CC.
• Concorre somente sobre bens particulares.
Comunhão parcial de bens, com bens particulares
Separação convencional de bens
Participação final nos aquestos
Concorrência do cônjuge com ascendentes
Sempre há concorrência, não importando o regime de bens. A concorrência será
sobre toda a herança (exceto a meação, que cabe exclusivamente ao cônjuge
sobrevivente).
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos
parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele
sucederia, se vivo fosse.
Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente,
mas nunca na ascendente.
CONTRATOS
PARTE GERAL
Pacto corvina
É proibido contratar a respeito de herança de pessoa viva. Neste caso, o negócio
jurídico será nulo, conforme o art. 166, II/VII do CC.
Formação de contratos
Princípio do Consensualismo – Regra - A celebração do contrato se dá com a
aceitação.
Há exceções: contrato de comodato, que somente se perfectibiliza com a
tradição (art. 579 do CC).
Em regra, a proposta obriga o proponente, consoante o artigo 427 do CC.
PROPOSTA ACEITAÇÃO
Excepcionalmente, quando a proposta deixa de obrigar o
proponente? Art. 428 do CC.
A aceitação sempre deverá ser simples e pura. Se houver qualquer modificação
na aceitação, tem-se uma nova proposta ou contraproposta.
Vícios redibitórios
→ Art. 441 até 446 do CC
Em casos de vícios redibitórios, cabem as seguintes ações edilícias: ação
redibitória ou ação estimatória, esta última também conhecida como “quanti
minoris”.
Entre presentes, se não foi imediatamente aceita. Consideram-se pessoas presentes aquelas que estabelecem contato pessoalmente, por telefone ou através de mecanismos que tragam a resposta de aceitação de forma instantanea (vídeo chamadas, por exemplo).
Entre ausentes, sem prazo estipulado para a resposta, quando tiver transcorrido tempo suficiente para chegar ao conhecimento do proponente a resposta. Exemplo de ausentes: proposta enviada por carta.
Entre ausentes, com tempo para a resposta, quando a resposta não for expedida dentro do prazo.
Retratação: a retratação deve chegar ao conhecimento da outra parte (aceitante) antes da proposta ou simultaneamente com ela.
Vício grave
Pré-existente Oculto
Nas ações redibitórias, busca-se o desfazimento do negócio jurídico e o
reembolso das despesas do contrato. Por outro lado, nas ações estimatórias,
busca-se o abatimento do preço.
Prazo para ajuizamento da ação
Prazo para manifestação do defeito
Extinção dos contratos
Inadimplemento contratual
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a
resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento,
cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Móveis
30 dias
Imóveis1 ano
Móveis
180 dias
Imóveis1 ano
Desfaz + perdas e danos
OUCumpre +
perdas e danos
Teoria do adimplemento substancial
O entendimento jurisprudencial é de que, na hipótese de haver o cumprimento
de quase toda a obrigação, não é possível postular o desfazimento do contrato.
Nesse caso, somente poderá ser pedido o cumprimento do restante da
obrigação.
Resilição do contrato
Ocorre quando ambas as partes ou apenas uma delas não tem mais interesse
em dar seguimento ao contrato. O distrato deve respeitar a forma do contrato.
Logo, se contratado por escritura pública, o distrato também deve ter a forma
pública.
Revisão ou Resolução por onerosidade excessiva
Caso um contrato de trato sucessivo se torne excessivamente oneroso a uma das
partes, em razão de um acontecimento imprevisto, a parte prejudicada poderá
pedir a revisão ou resolução contratual.
Art. 478 do CC. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a
prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com
extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
• Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Unilateral
• Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Bilateral
contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.
Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a
modificar eqüitativamente as condições do contrato.
CONTRATOS EM ESPÉCIE
Compra e venda
→ Art. 481 e seguintes do CC
Elementos do contrato de compra e venda
Venda de ascendente para descendente
→ Art. 496 do CC
É anulável a venda de ascendente para descendente sem prova do
consentimento expresso de todos os descentes e do cônjuge do alienante.
Como o referido artigo não menciona o prazo para anulação, segue-se a regra do
artigo 179 do CC. Logo, o prazo para anulação será de dois anos a contar da
conclusão do ato.
Venda entre pessoas casadas
→ Art. 499 do CC
Entre pessoas casadas, é possível a compra e venda de bens excluídos da união
(bens particulares).
Coisa Preço
Retrovenda:
→ Art. 505 do CC
Cláusula que estabelece a possibilidade de o alienante recomprar o bem imóvel
vendido, dentro do prazo estipulado no contrato de compra e venda, que não
poderá exceder três anos. Tal cláusula é oponível a terceiros adquirentes (vale
independentemente de quem está com a propriedade do bem), transfere a
obrigação a herdeiros, e somente tem aplicabilidade para compra e venda de
bens imóveis.
DIREITO DAS COISAS
POSSE
→ Art. 1.196 do cc.
Não depende de registro.
O possuidor é aquele que exerce ALGUM dos poderes inerentes à propriedade,
sendo-lhe resguardados os direitos das ações possessórias do artigo 1.210 do CC.
FRUTOS
Na hipótese de o possuidor estar de boa-fé, terá direito aos frutos recebidos; os
frutos pendentes devem ser restituídos, deduzidas as despesas de produção e
custeio, nos termos do artigo 1.214 do CC.
Caso o possuidor esteja de má-fé, responderá por todos os frutos colhidos e
percebidos, bem como por aqueles que deixou de colher e perceber. Somente
terá direito à restituição do valor que gastou com produção e custeio, conforme
artigo 1.216 do CC.
PERDA TOTAL X PERDA PARCIAL
O possuidor de boa-fé não responde pela perda da coisa que não deu causa. Caso
estivesse de má-fé, responderá pela perda da coisa, ainda que acidentais.
BENFEITORIAS
Na hipótese de o possuidor estar de boa-fé, tem direito de retenção das
benfeitorias úteis e necessárias, assim como de levantar as benfeitorias
voluptuárias (mas não tem retenção das voluptuárias).
Caso o possuidor estivesse de má-fé, somente terá direito de indenização pelas
benfeitorias necessárias e sem direito de retenção.
DIREITOS REAIS
→ Art. 1.225 e seguintes do CC: Os direitos reais dependem de registro.
PROPRIEDADE
USUCAPIÃO
Forma originária de aquisição da propriedade.
Quem pode usucapir? Possuidor.
Propriedade Superfície
Servidão (diferente de
passagem forçada)
Usufruto
Uso HabitaçãoDireito do
promitente comprador
Penhor
Hipoteca AnticreseConcessão de uso especial para fins
de moradia
Concessão de direito real de uso
Laje
Usucapião
Ordinária
Usucapião
Extraordinária
Usucapião
Especial
Rural
Usucapião
Especial
Urbana
Usucapião
Familiar
Art. 1.242 Art. 1.238 Art. 1.242 Art. 1.239 Art. 1240-A
10 anos de
posse mansa,
pacífica e com
ânimo de dono.
15 anos de
posse mansa,
pacífica e com
ânimo de dono
5 anos de
posse mansa,
pacífica e com
ânimo de
dono
5 anos de
posse mansa,
pacífica e com
ânimo de
dono
Ocorre
quando um
dos cônjuges
abandona o lar
conjugal,
sendo que o
outro consorte
permanece no
imóvel pelo
prazo mínimo
de 2 anos
Pode ser 5 anos
quando: Será
de cinco anos o
prazo previsto
neste artigo se
o imóvel houver
sido adquirido,
onerosamente,
com base no
registro
constante do
respectivo
cartório,
cancelada
posteriormente,
desde que os
possuidores
nele tiverem
estabelecido a
sua moradia, ou
realizado
10 anos, caso se
verifique o
cumprimento
da função
social da
propriedade
(moradia ou
produtividade)
investimentos
de interesse
social e
econômico.
Não tem limite
de área
Não tem limite
de área
Limitação de
área máxima
de 50 hectares
Limitação de
área de 250m²
Limitação de
área de 250m²
Exige justo
título e boa-fé
Não exige boa-
fé
Não exige
justo título e
boa-fé
Não exige
justo título e
boa-fé
Não exige
justo título e
boa-fé
Não pode ser
proprietário de
outro imóvel
Deve produzir
e morar na
área
Não pode ser
proprietário de
outro imóvel
Deve morar na
área
Não pode ser
dono de outro
imóvel
RESPONSABILIDADE CIVIL
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A responsabilidade civil, tratada nos artigos 927 e seguintes do
Código Civil é a responsabilidade extracontratual ou aquiliana.
ATO ILÍCITO
Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Ato jurídico ilícito:
A consequência da prática de ato ilícito é a obrigação de indenizar, de
acordo com os artigos 927e seguintes do CC.
Responsabilidade civil contratual
• Nos casos de não cumprimento de uma obrigação. Está estabelecida na parte de direito das obrigações (artigos 389, 390 e 391 do Código Civil).
Responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana
• Está baseada na existência de um ato ilícito (Artigo 186) E também no abuso de direito (Artigo 187).
Violar direito
Causar dano
RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA
Responsabilidade civil subjetiva Responsabilidade civil objetiva
Art. 927, caput do CC Art. 927, parágrafo único do CC
É a regra dentro do Direito Civil
Nos casos especificados em lei
Nos casos em que o causador do
dano realiza uma atividade de risco
Conduta antijurídica + culpa + nexo
causal + dano
Conduta antijurídica + nexo causal +
dano
Teoria da culpa Teoria do risco
Casos de responsabilidade objetiva no Código Civil
Abuso de direito (art. 187);
Por fato de terceiro (artigo 932/933/934);
Por fato de animal (artigo 936);
Pela ruína de edifício ou construção (artigo 937);
Por objeto caídos ou lançados de prédio (artigo 938).
Responsabilidade civil por atos de terceiros ou responsabilidade civil indireta
Responsabilidade do incapaz (Artigo 928 do CC)
De acordo com o artigo, a responsabilidade do incapaz é subsidiária. Assim,
primeiro respondem os responsáveis pelo incapaz. Se estas pessoas não tiverem
condições financeiras ou não forem obrigadas a tanto, então se irá
responsabilizar o incapaz. Mesmo assim, de acordo com o parágrafo único, a
indenização deverá ser equitativa e, se privar o incapaz ou as pessoas que dele
dependam do seu sustento, então tal indenização não terá lugar.
Pais, por filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia
O tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições
O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele
Os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos
Os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL
Conduta antijurídica e Culpa
Nexo de causalidade
Elemento que coloca em conjunto a relação de causa e efeito entre a
conduta e o dano suportado por alguém. É uma ligação entre conduta e dano.
Responsabilidade subjetiva
Conduta antijurídica
Culpa genérica ou "lato sensu"
Nexo causal
Dano
Responsabilidade objetiva
Conduta antijurídica
Nexo causal
Dano
Conduta humana
(ação/omissão)
Dolosa
Culposa
Imprudência
Negligência
Imperícia
Dano
Danos morais
Previsão na CF, artigo 5°, V e X. Os danos morais são entendidos como sendo
aqueles que lesam os direitos da personalidade (Artigo 11 – 21 do CC). No dano
moral há uma compensação pelos danos suportados.
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
Excludentes do nexo de causalidade
Muito importante!
As excludentes de responsabilidade servem tanto para a responsabilidade
objetiva para a subjetiva. No entanto, há alguns casos em que a responsabilidade
civil é agravada, por determinação de lei. Um exemplo é o caso do contrato de
transporte, em que a responsabilidade do transportador não é afastada por culpa
ou fato exclusivo de terceiro (artigo 735 do CC).
Danos clássicos ou tradicionais:
• Materiais e morais
Danos novos ou contemporâneos:
• Danos estéticos, danos morais coletivos, danos sociais e danos por perda de uma chance.
Culpa exclusiva ou fato exclusivo da vítima
Culpa exclusiva ou fato exclusivo de terceiro
Caso fortuito e força maior