Direito Civil Profª Patrícia Strauss - s3.amazonaws.com · 7 Direito Civil I – LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE

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    Direito Civil

    Prof Patrcia Strauss

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    Direito Civil

    Professor Patrcia Strauss

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    Edital

    DIREITO CIVIL: Cdigo Civil e Lei de Introduo as Normas do Direito Brasileiro. Norma jurdica: vigncia, incio e cessao de sua obrigatoriedade. Interpretao e integrao da norma jurdica. Fontes do direito. Espcies normativas do sistema jurdico: valores, princpios, regras e postulados normativos aplicativos. Parte Geral. Personalidade e Capacidade. Pessoa Natural. Direitos da Personalidade. Pessoa Jurdica: espcies de pessoas jurdicas de direito privado, responsabilidade civil e desconsiderao da personalidade jurdica. Bens: conceitos, classificao e patrimnio. Fatos jurdicos: juridicizao, suporte ftico, planos dos fatos jurdicos, classificao dos fatos jurdicos (fatos jurdicos lato sensu: fato jurdico stricto sensu e ato-fato jurdico; atos jurdico lato sensu: ato jurdico stricto sensu e negcio jurdico). Negcios jurdicos: elementos, classificao e interpretao. Teoria das invalidades: diferenas conceituais, causas de nulidade e anulabilidade. Atos ilcitos. Abuso do direito. Enriquecimento ilcito. Prescrio, Decadncia, Caducidade e institutos afins. Direito das Obrigaes. Definio. Fontes. Classificao. Princpios gerais da relao obrigacional. Deveres. Fontes das obrigaes. Efeitos das obrigaes. Modalidades das obrigaes. Obrigao e solidariedade. Transmisso das obrigaes. Adimplemento e extino das obrigaes. Contratos. Teoria geral dos contratos. Funo social dos contratos. Princpios gerais dos contratos. Classificao dos contratos. Formao dos Contratos. Fases. Extino dos contratos. Distrato. Reviso dos contratos. Vcios redibitrios. Evico. Responsabilidade Civil. Conceito. Pressupostos. Fundamentos. Efeitos. Obrigao de Indenizar. Fontes geradoras do dever de indenizar. Sistemas de Responsabilidade Civil. Espcies de responsabilidade civil. Causas excludentes da responsabilidade civil. Direito das Coisas. Teoria geral dos direitos reais. Conceituao e taxinomia dos direitos reais. Classificao e enumerao dos direitos reais. Posse. Propriedade. Bem de famlia e impenhorabilidade. Direito de Famlia. Entidades familiares. Relaes familiares plurais: fundamentos da diversidade. Princpios. Casamento. Relaes de parentesco. Direito Patrimonial e Regimes de bens entre os cnjuges. Alimentos. Unio estvel. Direito das Sucesses. Conceito e contedo. Sucesso a ttulo universal e sucesso a ttulo singular. Formas de suceder e abertura da sucesso. Administrao da herana. Vocao hereditria. Sucesso legtima e testamentria. Inventrio e partilha.

    BANCA: FCC

    CARGO: Analista rea Processual

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    Direito Civil

    I LEI DE INTRODUO S NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO

    DECRETO-LEI N 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942.

    Vigncia

    Lei de Introduo s normas do Direito Brasilei-ro. (Redao dada pela Lei n 12.376, de 2010

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, usando da atri-buio que lhe confere o artigo 180 da Consti-tuio, decreta:

    Art. 1 Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.

    1 Nos Estados, estrangeiros, a obrigato-riedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia trs meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei n 2.807, de 1956)

    2 (Revogado pela Lei n 12.036, de 2009).

    3 Se, antes de entrar a lei em vigor, ocor-rer nova publicao de seu texto, destinada a correo, o prazo deste artigo e dos par-grafos anteriores comear a correr da nova publicao.

    4 As correes a texto de lei j em vigor consideram-se lei nova.

    Art. 2 No se destinando vigncia tempor-ria, a lei ter vigor at que outra a modifique ou revogue. (Vide Lei n 3.991, de 1961)

    1 A lei posterior revoga a anterior quan-do expressamente o declare, quando seja com ela incompatvel ou quando regule in-teiramente a matria de que tratava a lei anterior.

    2 A lei nova, que estabelea disposies gerais ou especiais a par das j existentes, no revoga nem modifica a lei anterior.

    3 Salvo disposio em contrrio, a lei re-vogada no se restaura por ter a lei revoga-dora perdido a vigncia.

    Art. 3 Ningum se escusa de cumprir a lei, ale-gando que no a conhece.

    Art. 4 Quando a lei for omissa, o juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princpios gerais de direito.

    Art. 5 Na aplicao da lei, o juiz atender aos fins sociais a que ela se dirige e s exigncias do bem comum.

    Art. 6 A Lei em vigor ter efeito imediato e ge-ral, respeitados o ato jurdico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redao dada pela Lei n 3.238, de 1957)

    1 Reputa-se ato jurdico perfeito o j con-sumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Includo pela Lei n 3.238, de 1957)

    2 Consideram-se adquiridos assim os di-reitos que o seu titular, ou algum por le, possa exercer, como aqules cujo como do exerccio tenha trmo pr-fixo, ou con-dio pr-estabelecida inaltervel, a arbtrio de outrem. (Includo pela Lei n 3.238, de 1957)

    3 Chama-se coisa julgada ou caso julgado a deciso judicial de que j no caiba recur-so. (Includo pela Lei n 3.238, de 1957)

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    II CDIGO CIVIL

    PARTE GERAL

    LIVRO I

    Das Pessoas

    TTULO I

    Das Pessoas Naturais

    CAPTULO IDA PERSONALIDADE E

    DA CAPACIDADE

    Art. 1 Toda pessoa capaz de direitos e deve-res na ordem civil.

    Art. 2 A personalidade civil da pessoa comea do nascimento com vida; mas a lei pe a salvo, desde a concepo, os direitos do nascituro.

    Art. 3 So absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    I (Revogado); (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    II (Revogado); (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    III (Revogado). (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    Art. 4 So incapazes, relativamente a certos atos ou maneira de os exercer: (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    I os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

    II os brios habituais e os viciados em t-xico; (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    III aqueles que, por causa transitria ou permanente, no puderem exprimir sua vontade; (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    IV os prdigos.

    Pargrafo nico. A capacidade dos indgenas ser regulada por legislao especial. (Redao dada pela Lei n 13.146, de 2015) (Vigncia)

    Art. 5 A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada prtica de todos os atos da vida civil.

    Pargrafo nico. Cessar, para os menores, a incapacidade:

    I pela concesso dos pais, ou de um de-les na falta do outro, mediante instrumento pblico, independentemente de homologa-o judicial, ou por sentena do juiz, ouvi-do o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

    II pelo casamento;

    III pelo exerccio de emprego pblico efe-tivo;

    IV pela colao de grau em curso de ensi-no superior;

    V pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existncia de relao de emprego, desde que, em funo deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia prpria.

    Art. 6 A existncia da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos au-sentes, nos casos em que a lei autoriza a abertu-ra de sucesso definitiva.

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    Art. 7 Pode ser declarada a morte presumida, sem decretao de ausncia:

    I se for extremamente provvel a morte de quem estava em perigo de vida;

    II se algum, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, no for encontrado at dois anos aps o trmino da guerra.

    Pargrafo nico. A declarao da morte presumida, nesses casos, somente poder ser requerida depois de esgotadas as bus-cas e averiguaes, devendo a sentena fi-xar a data provvel do falecimento.

    Art. 8 Se dois ou mais indivduos falecerem na mesma ocasio, no se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-o simultaneamente mortos.

    Art. 9 Sero registrados em registro pblico:

    I os nascimentos, casamentos e bitos;

    II a emancipao por outorga dos pais ou por sentena do juiz;

    III a interdio por incapacidade absoluta ou relativa;

    IV a sentena declaratria de ausncia e de morte presumida.

    Art. 10. Far-se- averbao em registro pblico:

    I das sentenas que decretarem a nulida-de ou anulao do casamento, o divrcio, a separao judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

    II dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiao;

    III dos atos judiciais ou extrajudiciais de adoo. (Revogado pela Lei n 12.010, de 2009)

    CAPTULO IIDOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

    Art. 11. Com exceo dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade so intransmiss-veis e irrenunciveis, no podendo o seu exerc-cio sofrer limitao voluntria.

    Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaa, ou a leso, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuzo de outras sanes previstas em lei.

    Pargrafo nico. Em se tratando de morto, ter legitimao para requerer a medida prevista neste artigo o cnjuge sobreviven-te, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral at o quarto grau.

    Art. 13. Salvo por exigncia mdica, defeso o ato de disposio do prprio corpo, quando im-portar diminuio permanente da integridade fsica, ou contrariar os bons costumes.

    Pargrafo nico. O ato previsto neste artigo ser admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

    Art. 14. vlida, com objetivo cientfico, ou al-trustico, a disposio gratuita do prprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

    Pargrafo nico. O ato de disposio pode ser livremente revogado a qualquer tempo.

    Art. 15. Ningum pode ser constrangido a sub-meter-se, com risco de vida, a tratamento mdi-co ou a interveno cirrgica.

    Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.

    Art. 17. O nome da pessoa no pode ser empre-gado por outrem em publicaes ou represen-taes que a exponham ao desprezo pblico, ainda quando no haja inteno difamatria.

    Art. 18. Sem autorizao, no se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.

    Art. 19. O pseudnimo adotado para atividades lcitas goza da proteo que se d ao nome.

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    Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessrias administrao da justia ou manuteno da ordem pblica, a divulgao de escritos, a trans-misso da palavra, ou a publicao, a exposio ou a utilizao da imagem de uma pessoa po-dero ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuzo da indenizao que couber, se lhe atin-girem a honra, a boa fama ou a respeitabilida-de, ou se se destinarem a fins comerciais. (Vide ADIN 4815)

    Pargrafo nico. Em se tratando de morto ou de ausente, so partes legtimas para re-querer essa proteo o cnjuge, os ascen-dentes ou os descendentes.

    Art. 21. A vida privada da pessoa natural invio-lvel, e o juiz, a requerimento do interessado, adotar as providncias necessrias para impe-dir ou fazer cessar ato contrrio a esta norma. (Vide ADIN 4815)

    TTULO II

    Das Pessoas Jurdicas

    CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

    Art. 40. As pessoas jurdicas so de direito p-blico, interno ou externo, e de direito privado.

    Art. 41. So pessoas jurdicas de direito pblico interno:

    I a Unio;

    II os Estados, o Distrito Federal e os Terri-trios;

    III os Municpios;

    IV as autarquias;

    IV as autarquias, inclusive as associaes pblicas; (Redao dada pela Lei n 11.107, de 2005)

    V as demais entidades de carter pblico criadas por lei.

    Pargrafo nico. Salvo disposio em con-trrio, as pessoas jurdicas de direito pbli-co, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Cdigo.

    Art. 42. So pessoas jurdicas de direito pblico externo os Estados estrangeiros e todas as pes-soas que forem regidas pelo direito internacio-nal pblico.

    Art. 43. As pessoas jurdicas de direito pblico interno so civilmente responsveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.

    Art. 44. So pessoas jurdicas de direito privado:

    I as associaes;

    II as sociedades;

    III as fundaes.

    IV as organizaes religiosas; (Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)

    V os partidos polticos. (Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)

    VI as empresas individuais de responsabi-lidade limitada. (Includo pela Lei n 12.441, de 2011) (Vigncia)

    1 So livres a criao, a organizao, a es-truturao interna e o funcionamento das organizaes religiosas, sendo vedado ao poder pblico negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e neces-srios ao seu funcionamento. (Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)

    2 As disposies concernentes s asso-ciaes aplicam-se subsidiariamente s so-ciedades que so objeto do Livro II da Parte Especial deste Cdigo. (Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)

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    3 Os partidos polticos sero organizados e funcionaro conforme o disposto em lei especfica. (Includo pela Lei n 10.825, de 22.12.2003)

    Art. 45. Comea a existncia legal das pessoas jurdicas de direito privado com a inscrio do ato constitutivo no respectivo registro, precedi-da, quando necessrio, de autorizao ou apro-vao do Poder Executivo, averbando-se no re-gistro todas as alteraes por que passar o ato constitutivo.

    Pargrafo nico. Decai em trs anos o direi-to de anular a constituio das pessoas jur-dicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicao de sua inscrio no registro.

    Art. 46. O registro declarar:

    I a denominao, os fins, a sede, o tempo de durao e o fundo social, quando hou-ver;

    II o nome e a individualizao dos funda-dores ou instituidores, e dos diretores;

    III o modo por que se administra e repre-senta, ativa e passivamente, judicial e extra-judicialmente;

    IV se o ato constitutivo reformvel no tocante administrao, e de que modo;

    V se os membros respondem, ou no, subsidiariamente, pelas obrigaes sociais;

    VI as condies de extino da pessoa ju-rdica e o destino do seu patrimnio, nesse caso.

    Art. 47. Obrigam a pessoa jurdica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

    Art. 48. Se a pessoa jurdica tiver administrao coletiva, as decises se tomaro pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.

    Pargrafo nico. Decai em trs anos o direi-to de anular as decises a que se refere este

    artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulao ou fraude.

    Art. 49. Se a administrao da pessoa jurdica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe- administrador provi-srio.

    Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jur-dica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confuso patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministrio Pbli-co quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relaes de obrigaes sejam estendidos aos bens particu-lares dos administradores ou scios da pessoa jurdica.

    Art. 51. Nos casos de dissoluo da pessoa jur-dica ou cassada a autorizao para seu funcio-namento, ela subsistir para os fins de liquida-o, at que esta se conclua.

    1 Far-se-, no registro onde a pessoa ju-rdica estiver inscrita, a averbao de sua dissoluo.

    2 As disposies para a liquidao das sociedades aplicam-se, no que couber, s demais pessoas jurdicas de direito privado.

    3 Encerrada a liquidao, promover-se- o cancelamento da inscrio da pessoa jur-dica.

    Art. 52. Aplica-se s pessoas jurdicas, no que couber, a proteo dos direitos da personalida-de.

    TTULO III

    Do Domiclio

    Art. 70. O domiclio da pessoa natural o lugar onde ela estabelece a sua residncia com nimo definitivo.

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    Art. 71. Se, porm, a pessoa natural tiver diver-sas residncias, onde, alternadamente, viva, considerar-se- domiclio seu qualquer delas.

    Art. 72. tambm domiclio da pessoa natural, quanto s relaes concernentes profisso, o lugar onde esta exercida.

    Pargrafo nico. Se a pessoa exercitar pro-fisso em lugares diversos, cada um deles constituir domiclio para as relaes que lhe corresponderem.

    Art. 73. Ter-se- por domiclio da pessoa natu-ral, que no tenha residncia habitual, o lugar onde for encontrada.

    Art. 74. Muda-se o domiclio, transferindo a re-sidncia, com a inteno manifesta de o mudar.

    Pargrafo nico. A prova da inteno resul-tar do que declarar a pessoa s municipa-lidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declaraes no fizer, da pr-pria mudana, com as circunstncias que a acompanharem.

    Art. 75. Quanto s pessoas jurdicas, o domiclio :

    I da Unio, o Distrito Federal;

    II dos Estados e Territrios, as respectivas capitais;

    III do Municpio, o lugar onde funcione a administrao municipal;

    IV das demais pessoas jurdicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administraes, ou onde elegerem domi-clio especial no seu estatuto ou atos cons-titutivos.

    1 Tendo a pessoa jurdica diversos esta-belecimentos em lugares diferentes, cada um deles ser considerado domiclio para os atos nele praticados.

    2 Se a administrao, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se- por domi-clio da pessoa jurdica, no tocante s obri-gaes contradas por cada uma das suas

    agncias, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.

    Art. 76. Tm domiclio necessrio o incapaz, o servidor pblico, o militar, o martimo e o preso.

    Pargrafo nico. O domiclio do incapaz o do seu representante ou assistente; o do servidor pblico, o lugar em que exercer permanentemente suas funes; o do mili-tar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do martimo, onde o navio estiver matricu-lado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentena.

    Art. 77. O agente diplomtico do Brasil, que, ci-tado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no pas, o seu domic-lio, poder ser demandado no Distrito Federal ou no ltimo ponto do territrio brasileiro onde o teve.

    Art. 78. Nos contratos escritos, podero os con-tratantes especificar domiclio onde se exerci-tem e cumpram os direitos e obrigaes deles resultantes.

    LIVRO II

    Dos Bens

    TTULO NICO

    Das Diferentes Classes de Bens

    CAPTULO IDos Bens Considerados

    em Si Mesmos

    Seo IDOS BENS IMVEIS

    Art. 79. So bens imveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

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    Art. 80. Consideram-se imveis para os efeitos legais:

    I os direitos reais sobre imveis e as aes que os asseguram;

    II o direito sucesso aberta.

    Art. 81. No perdem o carter de imveis:

    I as edificaes que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem re-movidas para outro local;

    II os materiais provisoriamente separados de um prdio, para nele se reempregarem.

    Seo IIDOS BENS MVEIS

    Art. 82. So mveis os bens suscetveis de movi-mento prprio, ou de remoo por fora alheia, sem alterao da substncia ou da destinao econmico-social.

    Art. 83. Consideram-se mveis para os efeitos legais:

    I as energias que tenham valor econmi-co;

    II os direitos reais sobre objetos mveis e as aes correspondentes;

    III os direitos pessoais de carter patrimo-nial e respectivas aes.

    Art. 84. Os materiais destinados a alguma cons-truo, enquanto no forem empregados, con-servam sua qualidade de mveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolio de algum prdio.

    Seo IIIDOS BENS FUNGVEIS

    E CONSUMVEIS

    Art. 85. So fungveis os mveis que podem substituir-se por outros da mesma espcie, qua-lidade e quantidade.

    Art. 86. So consumveis os bens mveis cujo uso importa destruio imediata da prpria

    substncia, sendo tambm considerados tais os destinados alienao.

    Seo IVDOS BENS DIVISVEIS

    Art. 87. Bens divisveis so os que se podem fracionar sem alterao na sua substncia, dimi-nuio considervel de valor, ou prejuzo do uso a que se destinam.

    Art. 88. Os bens naturalmente divisveis podem tornar-se indivisveis por determinao da lei ou por vontade das partes.

    Seo VDOS BENS SINGULARES E COLETIVOS

    Art. 89. So singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independen-temente dos demais.

    Art. 90. Constitui universalidade de fato a plu-ralidade de bens singulares que, pertinentes mesma pessoa, tenham destinao unitria.

    Pargrafo nico. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de rela-es jurdicas prprias.

    Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relaes jurdicas, de uma pessoa, dotadas de valor econmico.

    CAPTULO IIIDOS BENS PBLICOS

    Art. 98. So pblicos os bens do domnio nacio-nal pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico interno; todos os outros so particula-res, seja qual for a pessoa a que pertencerem.

    Art. 99. So bens pblicos:

    I os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praas;

    II os de uso especial, tais como edifcios ou terrenos destinados a servio ou estabe-

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    lecimento da administrao federal, estadu-al, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias;

    III os dominicais, que constituem o patri-mnio das pessoas jurdicas de direito p-blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.

    Pargrafo nico. No dispondo a lei em contrrio, consideram-se dominicais os bens pertencentes s pessoas jurdicas de direito pblico a que se tenha dado estrutu-ra de direito privado.

    Art. 100. Os bens pblicos de uso comum do povo e os de uso especial so inalienveis, en-quanto conservarem a sua qualificao, na for-ma que a lei determinar.

    Art. 101. Os bens pblicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigncias da lei.

    Art. 102. Os bens pblicos no esto sujeitos a usucapio.

    Art. 103. O uso comum dos bens pblicos pode ser gratuito ou retribudo, conforme for estabe-lecido legalmente pela entidade a cuja adminis-trao pertencerem.

    LIVRO III

    Dos Fatos Jurdicos

    TTULO I

    Do Negcio Jurdico

    CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

    Art. 104. A validade do negcio jurdico requer:

    I agente capaz;

    II objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel;

    III forma prescrita ou no defesa em lei.

    Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes no pode ser invocada pela outra em be-nefcio prprio, nem aproveita aos co-interessa-dos capazes, salvo se, neste caso, for indivisvel o objeto do direito ou da obrigao comum.

    Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto no invalida o negcio jurdico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condio a que ele estiver subordinado.

    Art. 107. A validade da declarao de vontade no depender de forma especial, seno quan-do a lei expressamente a exigir.

    Art. 108. No dispondo a lei em contrrio, a escritura pblica essencial validade dos ne-gcios jurdicos que visem constituio, trans-ferncia, modificao ou renncia de direitos reais sobre imveis de valor superior a trinta ve-zes o maior salrio mnimo vigente no Pas.

    Art. 109. No negcio jurdico celebrado com a clusula de no valer sem instrumento pblico, este da substncia do ato.

    Art. 110. A manifestao de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva men-tal de no querer o que manifestou, salvo se dela o destinatrio tinha conhecimento.

    Art. 111. O silncio importa anuncia, quando as circunstncias ou os usos o autorizarem, e no for necessria a declarao de vontade ex-pressa.

    Art. 112. Nas declaraes de vontade se aten-der mais inteno nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

    Art. 113. Os negcios jurdicos devem ser inter-pretados conforme a boa-f e os usos do lugar de sua celebrao.

    Art. 114. Os negcios jurdicos benficos e a re-nncia interpretam-se estritamente.

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    CAPTULO IIDA REPRESENTAO

    Art. 115. Os poderes de representao confe-rem-se por lei ou pelo interessado.

    Art. 116. A manifestao de vontade pelo repre-sentante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em relao ao representado.

    Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o represen-tado, anulvel o negcio jurdico que o repre-sentante, no seu interesse ou por conta de ou-trem, celebrar consigo mesmo.

    Pargrafo nico. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o neg-cio realizado por aquele em quem os pode-res houverem sido subestabelecidos.

    Art. 118. O representante obrigado a provar s pessoas, com quem tratar em nome do repre-sentado, a sua qualidade e a extenso de seus poderes, sob pena de, no o fazendo, responder pelos atos que a estes excederem.

    Art. 119. anulvel o negcio concludo pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do co-nhecimento de quem com aquele tratou.

    Pargrafo nico. de cento e oitenta dias, a contar da concluso do negcio ou da cessao da incapacidade, o prazo de deca-dncia para pleitear-se a anulao prevista neste artigo.

    Art. 120. Os requisitos e os efeitos da represen-tao legal so os estabelecidos nas normas res-pectivas; os da representao voluntria so os da Parte Especial deste Cdigo.

    CAPTULO IIIDA CONDIO, DO TERMO

    E DO ENCARGO

    Art. 121. Considera-se condio a clusula que, derivando exclusivamente da vontade das par-

    tes, subordina o efeito do negcio jurdico a evento futuro e incerto.

    Art. 122. So lcitas, em geral, todas as condi-es no contrrias lei, ordem pblica ou aos bons costumes; entre as condies defesas se incluem as que privarem de todo efeito o neg-cio jurdico, ou o sujeitarem ao puro arbtrio de uma das partes.

    Art. 123. Invalidam os negcios jurdicos que lhes so subordinados:

    I as condies fsica ou juridicamente im-possveis, quando suspensivas;

    II as condies ilcitas, ou de fazer coisa il-cita;

    III as condies incompreensveis ou con-traditrias.

    Art. 124. Tm-se por inexistentes as condies impossveis, quando resolutivas, e as de no fa-zer coisa impossvel.

    Art. 125. Subordinando-se a eficcia do negcio jurdico condio suspensiva, enquanto esta se no verificar, no se ter adquirido o direito, a que ele visa.

    Art. 126. Se algum dispuser de uma coisa sob condio suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto quela novas disposies, estas no te-ro valor, realizada a condio, se com ela forem incompatveis.

    Art. 127. Se for resolutiva a condio, enquanto esta se no realizar, vigorar o negcio jurdico, podendo exercer-se desde a concluso deste o direito por ele estabelecido.

    Art. 128. Sobrevindo a condio resolutiva, ex-tingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se ope; mas, se aposta a um negcio de execuo continuada ou peridica, a sua realiza-o, salvo disposio em contrrio, no tem efi-ccia quanto aos atos j praticados, desde que compatveis com a natureza da condio pen-dente e conforme aos ditames de boa-f.

    Art. 129. Reputa-se verificada, quanto aos efei-tos jurdicos, a condio cujo implemento for

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    maliciosamente obstado pela parte a quem des-favorecer, considerando-se, ao contrrio, no verificada a condio maliciosamente levada a efeito por aquele a quem aproveita o seu imple-mento.

    Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos ca-sos de condio suspensiva ou resolutiva, per-mitido praticar os atos destinados a conserv-lo.

    Art. 131. O termo inicial suspende o exerccio, mas no a aquisio do direito.

    Art. 132. Salvo disposio legal ou convencional em contrrio, computam-se os prazos, excludo o dia do comeo, e includo o do vencimento.

    1 Se o dia do vencimento cair em feria-do, considerar-se- prorrogado o prazo at o seguinte dia til.

    2 Meado considera-se, em qualquer ms, o seu dcimo quinto dia.

    3 Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual nmero do de incio, ou no ime-diato, se faltar exata correspondncia.

    4 Os prazos fixados por hora contar-se-o de minuto a minuto.

    Art. 133. Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro, e, nos contratos, em pro-veito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstncias, re-sultar que se estabeleceu a benefcio do credor, ou de ambos os contratantes.

    Art. 134. Os negcios jurdicos entre vivos, sem prazo, so exeqveis desde logo, salvo se a exe-cuo tiver de ser feita em lugar diverso ou de-pender de tempo.

    Art. 135. Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposies relativas condio suspensiva e resolutiva.

    Art. 136. O encargo no suspende a aquisio nem o exerccio do direito, salvo quando expres-samente imposto no negcio jurdico, pelo dis-ponente, como condio suspensiva.

    Art. 137. Considera-se no escrito o encargo il-cito ou impossvel, salvo se constituir o motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negcio jurdico.

    CAPTULO VDA INVALIDADE DO NEGCIO JURDICO

    Art. 166. nulo o negcio jurdico quando:

    I celebrado por pessoa absolutamente in-capaz;

    II for ilcito, impossvel ou indeterminvel o seu objeto;

    III o motivo determinante, comum a am-bas as partes, for ilcito;

    IV no revestir a forma prescrita em lei;

    V for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade;

    VI tiver por objetivo fraudar lei imperati-va;

    VII a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prtica, sem cominar sano.

    Art. 167. nulo o negcio jurdico simulado, mas subsistir o que se dissimulou, se vlido for na substncia e na forma.

    1 Haver simulao nos negcios jurdi-cos quando:

    I aparentarem conferir ou transmitir direi-tos a pessoas diversas daquelas s quais re-almente se conferem, ou transmitem;

    II contiverem declarao, confisso, con-dio ou clusula no verdadeira;

    III os instrumentos particulares forem an-tedatados, ou ps-datados.

    2 Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-f em face dos contraentes do neg-cio jurdico simulado.

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    Art. 168. As nulidades dos artigos antecedentes podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministrio Pblico, quando lhe couber intervir.

    Pargrafo nico. As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negcio jurdico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas, no lhe sendo permiti-do supri-las, ainda que a requerimento das partes.

    Art. 169. O negcio jurdico nulo no suscet-vel de confirmao, nem convalesce pelo decur-so do tempo.

    Art. 170. Se, porm, o negcio jurdico nulo contiver os requisitos de outro, subsistir este quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem pre-visto a nulidade.

    Art. 171. Alm dos casos expressamente decla-rados na lei, anulvel o negcio jurdico:

    I por incapacidade relativa do agente;

    II por vcio resultante de erro, dolo, coa-o, estado de perigo, leso ou fraude con-tra credores.

    Art. 172. O negcio anulvel pode ser confirma-do pelas partes, salvo direito de terceiro.

    Art. 173. O ato de confirmao deve conter a substncia do negcio celebrado e a vontade expressa de mant-lo.

    Art. 174. escusada a confirmao expressa, quando o negcio j foi cumprido em parte pelo devedor, ciente do vcio que o inquinava.

    Art. 175. A confirmao expressa, ou a execu-o voluntria de negcio anulvel, nos termos dos arts. 172 a 174, importa a extino de todas as aes, ou excees, de que contra ele dispu-sesse o devedor.

    Art. 176. Quando a anulabilidade do ato resul-tar da falta de autorizao de terceiro, ser vali-dado se este a der posteriormente.

    Art. 177. A anulabilidade no tem efeito an-tes de julgada por sentena, nem se pronuncia de ofcio; s os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilida-de.

    Art. 178. de quatro anos o prazo de decadn-cia para pleitear-se a anulao do negcio jur-dico, contado:

    I no caso de coao, do dia em que ela cessar;

    II no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou leso, do dia em que se realizou o negcio jurdico;

    III no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.

    Art. 179. Quando a lei dispuser que determina-do ato anulvel, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulao, ser este de dois anos, a contar da data da concluso do ato.

    Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, no pode, para eximir-se de uma obriga-o, invocar a sua idade se dolosamente a ocul-tou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.

    Art. 181. Ningum pode reclamar o que, por uma obrigao anulada, pagou a um incapaz, se no provar que reverteu em proveito dele a im-portncia paga.

    Art. 182. Anulado o negcio jurdico, restituir--se-o as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, no sendo possvel restitu-las, se-ro indenizadas com o equivalente.

    Art. 183. A invalidade do instrumento no induz a do negcio jurdico sempre que este puder provar-se por outro meio.

    Art. 184. Respeitada a inteno das partes, a invalidade parcial de um negcio jurdico no o prejudicar na parte vlida, se esta for separ-vel; a invalidade da obrigao principal implica a das obrigaes acessrias, mas a destas no induz a da obrigao principal.

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    TTULO II

    Dos Atos Jurdicos Lcitos

    Art. 185. Aos atos jurdicos lcitos, que no se-jam negcios jurdicos, aplicam-se, no que cou-ber, as disposies do Ttulo anterior.

    TTULO III

    Dos Atos Ilcitos

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso vo-luntria, negligncia ou imprudncia, violar di-reito e causar dano a outrem, ainda que exclusi-vamente moral, comete ato ilcito.

    Art. 187. Tambm comete ato ilcito o titular de um direito que, ao exerc-lo, excede manifesta-mente os limites impostos pelo seu fim econ-mico ou social, pela boa-f ou pelos bons cos-tumes.

    Art. 188. No constituem atos ilcitos:

    I os praticados em legtima defesa ou no exerccio regular de um direito reconhecido;

    II a deteriorao ou destruio da coisa alheia, ou a leso a pessoa, a fim de remo-ver perigo iminente.

    Pargrafo nico. No caso do inciso II, o ato ser legtimo somente quando as circuns-tncias o tornarem absolutamente necess-rio, no excedendo os limites do indispens-vel para a remoo do perigo.

    TTULO IV

    Da Prescrio e da Decadncia

    CAPTULO IDA PRESCRIO

    Seo IDISPOSIES GERAIS

    Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretenso, a qual se extingue, pela prescrio, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

    Art. 190. A exceo prescreve no mesmo prazo em que a pretenso.

    Art. 191. A renncia da prescrio pode ser ex-pressa ou tcita, e s valer, sendo feita, sem prejuzo de terceiro, depois que a prescrio se consumar; tcita a renncia quando se presu-me de fatos do interessado, incompatveis com a prescrio.

    Art. 192. Os prazos de prescrio no podem ser alterados por acordo das partes.

    Art. 193. A prescrio pode ser alegada em qualquer grau de jurisdio, pela parte a quem aproveita.

    Art. 194. O juiz no pode suprir, de ofcio, a ale-gao de prescrio, salvo se favorecer a absolu-tamente incapaz. (Revogado pela Lei n 11.280, de 2006)

    Art. 195. Os relativamente incapazes e as pes-soas jurdicas tm ao contra os seus assisten-tes ou representantes legais, que derem causa prescrio, ou no a alegarem oportunamente.

    Art. 196. A prescrio iniciada contra uma pes-soa continua a correr contra o seu sucessor.

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    Seo IIDAS CAUSAS QUE IMPEDEM OU

    SUSPENDEM A PRESCRIO

    Art. 197. No corre a prescrio:

    I entre os cnjuges, na constncia da so-ciedade conjugal;

    II entre ascendentes e descendentes, du-rante o poder familiar;

    III entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

    Art. 198. Tambm no corre a prescrio:

    I contra os incapazes de que trata o art. 3;

    II contra os ausentes do Pas em servio pblico da Unio, dos Estados ou dos Mu-nicpios;

    III contra os que se acharem servindo nas Foras Armadas, em tempo de guerra.

    Art. 199. No corre igualmente a prescrio:

    I pendendo condio suspensiva;

    II no estando vencido o prazo;

    III pendendo ao de evico.

    Art. 200. Quando a ao se originar de fato que deva ser apurado no juzo criminal, no correr a prescrio antes da respectiva sentena defi-nitiva.

    Art. 201. Suspensa a prescrio em favor de um dos credores solidrios, s aproveitam os outros se a obrigao for indivisvel.

    Seo IIIDAS CAUSAS QUE

    INTERROMPEM A PRESCRIO

    Art. 202. A interrupo da prescrio, que so-mente poder ocorrer uma vez, dar-se-:

    I por despacho do juiz, mesmo incompe-tente, que ordenar a citao, se o interes-sado a promover no prazo e na forma da lei processual;

    II por protesto, nas condies do inciso antecedente;

    III por protesto cambial;

    IV pela apresentao do ttulo de crdito em juzo de inventrio ou em concurso de credores;

    V por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

    VI por qualquer ato inequvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.

    Pargrafo nico. A prescrio interrompi-da recomea a correr da data do ato que a interrompeu, ou do ltimo ato do processo para a interromper.

    Art. 203. A prescrio pode ser interrompida por qualquer interessado.

    Art. 204. A interrupo da prescrio por um credor no aproveita aos outros; semelhante-mente, a interrupo operada contra o co-deve-dor, ou seu herdeiro, no prejudica aos demais coobrigados.

    1 A interrupo por um dos credores so-lidrios aproveita aos outros; assim como a interrupo efetuada contra o devedor so-lidrio envolve os demais e seus herdeiros.

    2 A interrupo operada contra um dos herdeiros do devedor solidrio no prejudi-ca os outros herdeiros ou devedores, seno quando se trate de obrigaes e direitos in-divisveis.

    3 A interrupo produzida contra o prin-cipal devedor prejudica o fiador.

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    Seo IVDOS PRAZOS DA PRESCRIO

    Art. 205. A prescrio ocorre em dez anos, quando a lei no lhe haja fixado prazo menor.

    Art. 206. Prescreve:

    1 Em um ano:

    I a pretenso dos hospedeiros ou fornece-dores de vveres destinados a consumo no prprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

    II a pretenso do segurado contra o segu-rador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

    a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que ci-tado para responder ao de indenizao proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuncia do segurador;

    b) quanto aos demais seguros, da cincia do fato gerador da pretenso;

    III a pretenso dos tabelies, auxiliares da justia, serventurios judiciais, rbitros e peritos, pela percepo de emolumentos, custas e honorrios;

    IV a pretenso contra os peritos, pela ava-liao dos bens que entraram para a for-mao do capital de sociedade annima, contado da publicao da ata da assemblia que aprovar o laudo;

    V a pretenso dos credores no pagos contra os scios ou acionistas e os liquidan-tes, contado o prazo da publicao da ata de encerramento da liquidao da sociedade.

    2 Em dois anos, a pretenso para haver prestaes alimentares, a partir da data em que se vencerem.

    3 Em trs anos:

    I a pretenso relativa a aluguis de pr-dios urbanos ou rsticos;

    II a pretenso para receber prestaes vencidas de rendas temporrias ou vital-cias;

    III a pretenso para haver juros, dividen-dos ou quaisquer prestaes acessrias, pagveis, em perodos no maiores de um ano, com capitalizao ou sem ela;

    IV a pretenso de ressarcimento de enri-quecimento sem causa;

    V a pretenso de reparao civil;

    VI a pretenso de restituio dos lucros ou dividendos recebidos de m-f, correndo o prazo da data em que foi deliberada a dis-tribuio;

    VII a pretenso contra as pessoas em se-guida indicadas por violao da lei ou do es-tatuto, contado o prazo:

    a) para os fundadores, da publicao dos atos constitutivos da sociedade annima;

    b) para os administradores, ou fiscais, da apresentao, aos scios, do balano refe-rente ao exerccio em que a violao tenha sido praticada, ou da reunio ou assemblia geral que dela deva tomar conhecimento;

    c) para os liquidantes, da primeira assem-blia semestral posterior violao;

    VIII a pretenso para haver o pagamento de ttulo de crdito, a contar do vencimen-to, ressalvadas as disposies de lei espe-cial;

    IX a pretenso do beneficirio contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatrio.

    4 Em quatro anos, a pretenso relativa tutela, a contar da data da aprovao das contas.

    5 Em cinco anos:

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    I a pretenso de cobrana de dvidas lqui-das constantes de instrumento pblico ou particular;

    II a pretenso dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorrios, contado o prazo da concluso dos servios, da cessa-o dos respectivos contratos ou mandato;

    III a pretenso do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juzo.

    CAPTULO IIDA DECADNCIA

    Art. 207. Salvo disposio legal em contrrio, no se aplicam decadncia as normas que im-pedem, suspendem ou interrompem a prescri-o.

    Art. 208. Aplica-se decadncia o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

    Art. 209. nula a renncia decadncia fixada em lei.

    Art. 210. Deve o juiz, de ofcio, conhecer da de-cadncia, quando estabelecida por lei.

    Art. 211. Se a decadncia for convencional, a parte a quem aproveita pode aleg-la em qual-quer grau de jurisdio, mas o juiz no pode su-prir a alegao.

    PARTE ESPECIAL

    LIVRO I

    Do Direito das Obrigaes

    TTULO I

    Das Modalidades das Obrigaes

    CAPTULO IDAS OBRIGAES DE DAR

    Seo IDAS OBRIGAES DE

    DAR COISA CERTA

    Art. 233. A obrigao de dar coisa certa abran-ge os acessrios dela embora no mencionados, salvo se o contrrio resultar do ttulo ou das cir-cunstncias do caso.

    Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradio, ou pendente a condio suspensiva, fica resolvida a obrigao para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, respon-der este pelo equivalente e mais perdas e da-nos.

    Art. 235. Deteriorada a coisa, no sendo o de-vedor culpado, poder o credor resolver a obri-gao, ou aceitar a coisa, abatido de seu preo o valor que perdeu.

    Art. 236. Sendo culpado o devedor, poder o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenizao das per-das e danos.

    Art. 237. At a tradio pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poder exigir aumento no preo; se o credor no anuir, poder o devedor resolver a obrigao.

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    Pargrafo nico. Os frutos percebidos so do devedor, cabendo ao credor os pendentes.

    Art. 238. Se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus di-reitos at o dia da perda.

    Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do de-vedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos.

    Art. 240. Se a coisa restituvel se deteriorar sem culpa do devedor, receb-la- o credor, tal qual se ache, sem direito a indenizao; se por cul-pa do devedor, observar-se- o disposto no art. 239.

    Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier me-lhoramento ou acrscimo coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrar o credor, deso-brigado de indenizao.

    Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispndio, o caso se regular pelas normas deste Cdigo ati-nentes s benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-f ou de m-f.

    Pargrafo nico. Quanto aos frutos percebi-dos, observar-se-, do mesmo modo, o dis-posto neste Cdigo, acerca do possuidor de boa-f ou de m-f.

    Seo IIDAS OBRIGAES DE DAR COISA INCERTA

    Art. 243. A coisa incerta ser indicada, ao me-nos, pelo gnero e pela quantidade.

    Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gnero e pela quantidade, a escolha pertence ao de-vedor, se o contrrio no resultar do ttulo da obrigao; mas no poder dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.

    Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigo-rar o disposto na Seo antecedente.

    Art. 246. Antes da escolha, no poder o deve-dor alegar perda ou deteriorao da coisa, ainda que por fora maior ou caso fortuito.

    CAPTULO IIDAS OBRIGAES DE FAZER

    Art. 247. Incorre na obrigao de indenizar per-das e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exeqvel.

    Art. 248. Se a prestao do fato tornar-se im-possvel sem culpa do devedor, resolver-se- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos.

    Art. 249. Se o fato puder ser executado por ter-ceiro, ser livre ao credor mand-lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora des-te, sem prejuzo da indenizao cabvel.

    Pargrafo nico. Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autoriza-o judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.

    CAPTULO IIIDAS OBRIGAES DE NO FAZER

    Art. 250. Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

    Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja absteno se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaa, sob pena de se desfazer sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.

    Pargrafo nico. Em caso de urgncia, po-der o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorizao judi-cial, sem prejuzo do ressarcimento devido.

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    CAPTULO IVDAS OBRIGAES ALTERNATIVAS

    Art. 252. Nas obrigaes alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa no se estipu-lou.

    1 No pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestao e parte em outra.

    2 Quando a obrigao for de prestaes peridicas, a faculdade de opo poder ser exercida em cada perodo.

    3 No caso de pluralidade de optantes, no havendo acordo unnime entre eles, decidir o juiz, findo o prazo por este assina-do para a deliberao.

    4 Se o ttulo deferir a opo a terceiro, e este no quiser, ou no puder exerc-la, ca-ber ao juiz a escolha se no houver acordo entre as partes.

    Art. 253. Se uma das duas prestaes no puder ser objeto de obrigao ou se tornada inexeq-vel, subsistir o dbito quanto outra.

    Art. 254. Se, por culpa do devedor, no se puder cumprir nenhuma das prestaes, no compe-tindo ao credor a escolha, ficar aquele obri-gado a pagar o valor da que por ltimo se im-possibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.

    Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestaes tornar-se impossvel por culpa do devedor, o credor ter direito de exigir a prestao subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, am-bas as prestaes se tornarem inexeqveis, po-der o credor reclamar o valor de qualquer das duas, alm da indenizao por perdas e danos.

    Art. 256. Se todas as prestaes se tornarem impossveis sem culpa do devedor, extinguir-se-- a obrigao.

    CAPTULO VDAS OBRIGAES DIVISVEIS

    E INDIVISVEIS

    Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigao divisvel, esta pre-sume-se dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.

    Art. 258. A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza, por motivo de ordem econmica, ou dada a razo determinante do negcio jurdico.

    Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel, cada um ser obriga-do pela dvida toda.

    Pargrafo nico. O devedor, que paga a d-vida, sub-roga-se no direito do credor em relao aos outros coobrigados.

    Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, po-der cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro, pa-gando:

    I a todos conjuntamente;

    II a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores.

    Art. 261. Se um s dos credores receber a pres-tao por inteiro, a cada um dos outros assistir o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

    Art. 262. Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os ou-tros; mas estes s a podero exigir, descontada a quota do credor remitente.

    Pargrafo nico. O mesmo critrio se ob-servar no caso de transao, novao, compensao ou confuso.

    Art. 263. Perde a qualidade de indivisvel a obri-gao que se resolver em perdas e danos.

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    1 Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, res-pondero todos por partes iguais.

    2 Se for de um s a culpa, ficaro exone-rados os outros, respondendo s esse pelas perdas e danos.

    CAPTULO VIDAS OBRIGAES SOLIDRIAS

    Seo IDISPOSIES GERAIS

    Art. 264. H solidariedade, quando na mesma obrigao concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obriga-do, dvida toda.

    Art. 265. A solidariedade no se presume; resul-ta da lei ou da vontade das partes.

    Art. 266. A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedo-res, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lu-gar diferente, para o outro.

    Seo IIDA SOLIDARIEDADE ATIVA

    Art. 267. Cada um dos credores solidrios tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestao por inteiro.

    Art. 268. Enquanto alguns dos credores soli-drios no demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poder este pagar.

    Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidrios extingue a dvida at o montante do que foi pago.

    Art. 270. Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter di-reito a exigir e receber a quota do crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel.

    Art. 271. Convertendo-se a prestao em per-das e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.

    Art. 272. O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba.

    Art. 273. A um dos credores solidrios no pode o devedor opor as excees pessoais oponveis aos outros.

    Art. 274. O julgamento contrrio a um dos cre-dores solidrios no atinge os demais; o julga-mento favorvel aproveita-lhes, a menos que se funde em exceo pessoal ao credor que o obteve. (Vide Lei n 13.105, de 2015) (Vigncia)

    Art. 274. O julgamento contrrio a um dos cre-dores solidrios no atinge os demais, mas o jul-gamento favorvel aproveita-lhes, sem prejuzo de exceo pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relao a qualquer deles. (Reda-o dada pela Lei n 13.105, de 2015) (Vigncia)

    Seo IIIDA SOLIDARIEDADE PASSIVA

    Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.

    Pargrafo nico. No importar renncia da solidariedade a propositura de ao pelo credor contra um ou alguns dos devedores.

    Art. 276. Se um dos devedores solidrios falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obri-gado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero consi-derados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores.

    Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no apro-veitam aos outros devedores, seno at con-corrncia da quantia paga ou relevada.

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    Art. 278. Qualquer clusula, condio ou obriga-o adicional, estipulada entre um dos devedo-res solidrios e o credor, no poder agravar a posio dos outros sem consentimento destes.

    Art. 279. Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpa-do.

    Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ao tenha sido pro-posta somente contra um; mas o culpado res-ponde aos outros pela obrigao acrescida.

    Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as excees que lhe forem pessoais e as comuns a todos; no lhe aproveitando as exce-es pessoais a outro co-devedor.

    Art. 282. O credor pode renunciar solidarieda-de em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.

    Pargrafo nico. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, sub-sistir a dos demais.

    Art. 283. O devedor que satisfez a dvida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co--devedores a sua quota, dividindo-se igualmen-te por todos a do insolvente, se o houver, presu-mindo-se iguais, no dbito, as partes de todos os co-devedores.

    Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedo-res, contribuiro tambm os exonerados da so-lidariedade pelo credor, pela parte que na obri-gao incumbia ao insolvente.

    Art. 285. Se a dvida solidria interessar exclusi-vamente a um dos devedores, responder este por toda ela para com aquele que pagar.

    TTULO II

    Da Transmisso das Obrigaes

    CAPTULO IDA CESSO DE CRDITO

    Art. 286. O credor pode ceder o seu crdito, se a isso no se opuser a natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor; a clusula proibi-tiva da cesso no poder ser oposta ao cessio-nrio de boa-f, se no constar do instrumento da obrigao.

    Art. 287. Salvo disposio em contrrio, na ces-so de um crdito abrangem-se todos os seus acessrios.

    Art. 288. ineficaz, em relao a terceiros, a transmisso de um crdito, se no celebrar-se mediante instrumento pblico, ou instrumento particular revestido das solenidades do 1 do art. 654.

    Art. 289. O cessionrio de crdito hipotecrio tem o direito de fazer averbar a cesso no regis-tro do imvel.

    Art. 290. A cesso do crdito no tem eficcia em relao ao devedor, seno quando a este notifi-cada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito pblico ou particular, se declarou ciente da cesso feita.

    Art. 291. Ocorrendo vrias cesses do mesmo crdito, prevalece a que se completar com a tra-dio do ttulo do crdito cedido.

    Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cesso, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cesso notificada, paga ao cessionrio que lhe apresen-ta, com o ttulo de cesso, o da obrigao cedida; quando o crdito constar de escritura pblica, prevalecer a prioridade da notificao.

    Art. 293. Independentemente do conhecimento da cesso pelo devedor, pode o cessionrio exer-cer os atos conservatrios do direito cedido.

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    Art. 294. O devedor pode opor ao cessionrio as excees que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conheci-mento da cesso, tinha contra o cedente.

    Art. 295. Na cesso por ttulo oneroso, o ceden-te, ainda que no se responsabilize, fica respon-svel ao cessionrio pela existncia do crdito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma respon-sabilidade lhe cabe nas cesses por ttulo gra-tuito, se tiver procedido de m-f.

    Art. 296. Salvo estipulao em contrrio, o ce-dente no responde pela solvncia do devedor.

    Art. 297. O cedente, responsvel ao cessionrio pela solvncia do devedor, no responde por mais do que daquele recebeu, com os respecti-vos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cesso e as que o cessionrio houver feito com a cobrana.

    Art. 298. O crdito, uma vez penhorado, no pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, no tendo notificao dela, fica exone-rado, subsistindo somente contra o credor os di-reitos de terceiro.

    CAPTULO IIDA ASSUNO DE DVIDA

    Art. 299. facultado a terceiro assumir a obriga-o do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primiti-vo, salvo se aquele, ao tempo da assuno, era insolvente e o credor o ignorava.

    Pargrafo nico. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assuno da dvida, interpretando-se o seu silncio como recusa.

    Art. 300. Salvo assentimento expresso do de-vedor primitivo, consideram-se extintas, a par-tir da assuno da dvida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

    Art. 301. Se a substituio do devedor vier a ser anulada, restaura-se o dbito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vcio que in-quinava a obrigao.

    Art. 302. O novo devedor no pode opor ao cre-dor as excees pessoais que competiam ao de-vedor primitivo.

    Art. 303. O adquirente de imvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crdito garantido; se o credor, notificado, no impugnar em trinta dias a transferncia do dbito, enten-der-se- dado o assentimento.

    TTULO III

    Do Adimplemento e Extino das Obrigaes

    CAPTULO IDO PAGAMENTO

    Seo IDE QUEM DEVE PAGAR

    Art. 304. Qualquer interessado na extino da dvida pode pag-la, usando, se o credor se opu-ser, dos meios conducentes exonerao do de-vedor.

    Pargrafo nico. Igual direito cabe ao ter-ceiro no interessado, se o fizer em nome e conta do devedor, salvo oposio deste.

    Art. 305. O terceiro no interessado, que paga a dvida em seu prprio nome, tem direito a re-embolsar-se do que pagar; mas no se sub-roga nos direitos do credor.

    Pargrafo nico. Se pagar antes de venci-da a dvida, s ter direito ao reembolso no vencimento.

    Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposio do devedor, no

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    obriga a reembolsar aquele que pagou, se o de-vedor tinha meios para ilidir a ao.

    Art. 307. S ter eficcia o pagamento que im-portar transmisso da propriedade, quando fei-to por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.

    Pargrafo nico. Se se der em pagamento coisa fungvel, no se poder mais reclamar do credor que, de boa-f, a recebeu e con-sumiu, ainda que o solvente no tivesse o direito de alien-la.

    Seo IIDAQUELES A QUEM SE DEVE PAGAR

    Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de s valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.

    Art. 309. O pagamento feito de boa-f ao credor putativo vlido, ainda provado depois que no era credor.

    Art. 310. No vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor no provar que em benefcio dele efetivamente reverteu.

    Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitao, salvo se as circunstncias contrariarem a presuno da re-sultante.

    Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crdito, ou da impugnao a ele oposta por terceiros, o pagamento no valer contra estes, que po-dero constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o cre-dor.

    Seo IIIDO OBJETO DO PAGAMENTO

    E SUA PROVA

    Art. 313. O credor no obrigado a receber prestao diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa.

    Art. 314. Ainda que a obrigao tenha por ob-jeto prestao divisvel, no pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim no se ajustou.

    Art. 315. As dvidas em dinheiro devero ser pa-gas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos sub-seqentes.

    Art. 316. lcito convencionar o aumento pro-gressivo de prestaes sucessivas.

    Art. 317. Quando, por motivos imprevisveis, sobrevier desproporo manifesta entre o va-lor da prestao devida e o do momento de sua execuo, poder o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possvel, o valor real da prestao.

    Art. 318. So nulas as convenes de paga-mento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferena entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os ca-sos previstos na legislao especial.

    Art. 319. O devedor que paga tem direito a qui-tao regular, e pode reter o pagamento, en-quanto no lhe seja dada.

    Art. 320. A quitao, que sempre poder ser dada por instrumento particular, designar o valor e a espcie da dvida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do cre-dor, ou do seu representante.

    Pargrafo nico. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valer a quita-o, se de seus termos ou das circunstn-cias resultar haver sido paga a dvida.

    Art. 321. Nos dbitos, cuja quitao consista na devoluo do ttulo, perdido este, poder o de-vedor exigir, retendo o pagamento, declarao do credor que inutilize o ttulo desaparecido.

    Art. 322. Quando o pagamento for em quotas peridicas, a quitao da ltima estabelece, at prova em contrrio, a presuno de estarem sol-vidas as anteriores.

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    Art. 323. Sendo a quitao do capital sem reser-va dos juros, estes presumem-se pagos.

    Art. 324. A entrega do ttulo ao devedor firma a presuno do pagamento.

    Pargrafo nico. Ficar sem efeito a quita-o assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.

    Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitao; se ocorrer aumento por fato do credor, suportar este a despesa acrescida.

    Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-, no silncio das partes, que aceitaram os do lugar da execuo.

    Seo IVDO LUGAR DO PAGAMENTO

    Art. 327. Efetuar-se- o pagamento no domiclio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrrio resultar da lei, da natureza da obrigao ou das circunstncias.

    Pargrafo nico. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.

    Art. 328. Se o pagamento consistir na tradio de um imvel, ou em prestaes relativas a im-vel, far-se- no lugar onde situado o bem.

    Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se no efetue o pagamento no lugar determinado, poder o devedor faz-lo em outro, sem preju-zo para o credor.

    Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renncia do credor re-lativamente ao previsto no contrato.

    Seo VDO TEMPO DO PAGAMENTO

    Art. 331. Salvo disposio legal em contrrio, no tendo sido ajustada poca para o pagamen-to, pode o credor exigi-lo imediatamente.

    Art. 332. As obrigaes condicionais cumprem--se na data do implemento da condio, caben-

    do ao credor a prova de que deste teve cincia o devedor.

    Art. 333. Ao credor assistir o direito de cobrar a dvida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Cdigo:

    I no caso de falncia do devedor, ou de concurso de credores;

    II se os bens, hipotecados ou empenha-dos, forem penhorados em execuo por outro credor;

    III se cessarem, ou se se tornarem insu-ficientes, as garantias do dbito, fidejuss-rias, ou reais, e o devedor, intimado, se ne-gar a refor-las.

    Pargrafo nico. Nos casos deste artigo, se houver, no dbito, solidariedade passiva, no se reputar vencido quanto aos outros devedores solventes.

    CAPTULO IIDO PAGAMENTO EM CONSIGNAO

    Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigao, o depsito judicial ou em estabe-lecimento bancrio da coisa devida, nos casos e forma legais.

    Art. 335. A consignao tem lugar:

    I se o credor no puder, ou, sem justa cau-sa, recusar receber o pagamento, ou dar quitao na devida forma;

    II se o credor no for, nem mandar rece-ber a coisa no lugar, tempo e condio de-vidos;

    III se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difcil;

    IV se ocorrer dvida sobre quem deva legi-timamente receber o objeto do pagamento;

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    V se pender litgio sobre o objeto do pa-gamento.

    Art. 336. Para que a consignao tenha fora de pagamento, ser mister concorram, em relao s pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais no vlido o pagamen-to.

    Art. 337. O depsito requerer-se- no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dvida e os riscos, sal-vo se for julgado improcedente.

    Art. 338. Enquanto o credor no declarar que aceita o depsito, ou no o impugnar, poder o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigao para todas as conseqncias de direito.

    Art. 339. Julgado procedente o depsito, o de-vedor j no poder levant-lo, embora o cre-dor consinta, seno de acordo com os outros devedores e fiadores.

    Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depsito, aquiescer no levan-tamento, perder a preferncia e a garantia que lhe competiam com respeito coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que no tenham anudo.

    Art. 341. Se a coisa devida for imvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde est, poder o devedor citar o credor para vir ou mandar receb-la, sob pena de ser depo-sitada.

    Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, ser ele citado para esse fim, sob cominao de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se- como no artigo antecedente.

    Art. 343. As despesas com o depsito, quando julgado procedente, correro conta do credor, e, no caso contrrio, conta do devedor.

    Art. 344. O devedor de obrigao litigiosa exo-nerar-se- mediante consignao, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo co-

    nhecimento do litgio, assumir o risco do paga-mento.

    Art. 345. Se a dvida se vencer, pendendo litgio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poder qualquer deles requerer a con-signao.

    CAPTULO IIIDO PAGAMENTO COM

    SUB-ROGAO

    Art. 346. A sub-rogao opera-se, de pleno di-reito, em favor:

    I do credor que paga a dvida do devedor comum;

    II do adquirente do imvel hipotecado, que paga a credor hipotecrio, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para no ser privado de direito sobre imvel;

    III do terceiro interessado, que paga a d-vida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.

    Art. 347. A sub-rogao convencional:

    I quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere to-dos os seus direitos;

    II quando terceira pessoa empresta ao de-vedor a quantia precisa para solver a dvida, sob a condio expressa de ficar o mutuan-te sub-rogado nos direitos do credor satis-feito.

    Art. 348. Na hiptese do inciso I do artigo ante-cedente, vigorar o disposto quanto cesso do crdito.

    Art. 349. A sub-rogao transfere ao novo cre-dor todos os direitos, aes, privilgios e garan-tias do primitivo, em relao dvida, contra o devedor principal e os fiadores.

    Art. 350. Na sub-rogao legal o sub-rogado no poder exercer os direitos e as aes do credor,

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    seno at soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

    Art. 351. O credor originrio, s em parte re-embolsado, ter preferncia ao sub-rogado, na cobrana da dvida restante, se os bens do de-vedor no chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

    CAPTULO IVDA IMPUTAO DO PAGAMENTO

    Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais d-bitos da mesma natureza, a um s credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamen-to, se todos forem lquidos e vencidos.

    Art. 353. No tendo o devedor declarado em qual das dvidas lquidas e vencidas quer impu-tar o pagamento, se aceitar a quitao de uma delas, no ter direito a reclamar contra a im-putao feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violncia ou dolo.

    Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se- primeiro nos juros vencidos, e de-pois no capital, salvo estipulao em contrrio, ou se o credor passar a quitao por conta do capital.

    Art. 355. Se o devedor no fizer a indicao do art. 352, e a quitao for omissa quanto impu-tao, esta se far nas dvidas lquidas e venci-das em primeiro lugar. Se as dvidas forem todas lquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputa-o far-se- na mais onerosa.

    CAPTULO VDA DAO EM PAGAMENTO

    Art. 356. O credor pode consentir em receber prestao diversa da que lhe devida.

    Art. 357. Determinado o preo da coisa dada em pagamento, as relaes entre as partes re-

    gular-se-o pelas normas do contrato de com-pra e venda.

    Art. 358. Se for ttulo de crdito a coisa dada em pagamento, a transferncia importar em ces-so.

    Art. 359. Se o credor for evicto da coisa rece-bida em pagamento, restabelecer-se- a obri-gao primitiva, ficando sem efeito a quitao dada, ressalvados os direitos de terceiros.

    CAPTULO VIDA NOVAO

    Art. 360. D-se a novao:

    I quando o devedor contrai com o credor nova dvida para extinguir e substituir a an-terior;

    II quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

    III quando, em virtude de obrigao nova, outro credor substitudo ao antigo, fican-do o devedor quite com este.

    Art. 361. No havendo nimo de novar, expres-so ou tcito mas inequvoco, a segunda obriga-o confirma simplesmente a primeira.

    Art. 362. A novao por substituio do deve-dor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.

    Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, no tem o credor, que o aceitou, ao regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por m--f a substituio.

    Art. 364. A novao extingue os acessrios e garantias da dvida, sempre que no houver es-tipulao em contrrio. No aproveitar, contu-do, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia per-tencerem a terceiro que no foi parte na nova-o.

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    Art. 365. Operada a novao entre o credor e um dos devedores solidrios, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigao subsis-tem as preferncias e garantias do crdito no-vado. Os outros devedores solidrios ficam por esse fato exonerados.

    Art. 366. Importa exonerao do fiador a nova-o feita sem seu consenso com o devedor prin-cipal.

    Art. 367. Salvo as obrigaes simplesmente anulveis, no podem ser objeto de novao obrigaes nulas ou extintas.

    CAPTULO VIIDA COMPENSAO

    Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigaes extinguem-se, at onde se compen-sarem.

    Art. 369. A compensao efetua-se entre dvi-das lquidas, vencidas e de coisas fungveis.

    Art. 370. Embora sejam do mesmo gnero as coisas fungveis, objeto das duas prestaes, no se compensaro, verificando-se que dife-rem na qualidade, quando especificada no con-trato.

    Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dvida com a de seu credor ao afianado.

    Art. 372. Os prazos de favor, embora consagra-dos pelo uso geral, no obstam a compensao.

    Art. 373. A diferena de causa nas dvidas no impede a compensao, exceto:

    I se provier de esbulho, furto ou roubo;

    II se uma se originar de comodato, depsi-to ou alimentos;

    III se uma for de coisa no suscetvel de penhora.

    Art. 374. A matria da compensao, no que concerne s dvidas fiscais e parafiscais, regida pelo disposto neste captulo. (Vide Medida Pro-visria n 75, de 24.10.2002) (Revogado pela Lei n 10.677, de 22.5.2003)

    Art. 375. No haver compensao quando as partes, por mtuo acordo, a exclurem, ou no caso de renncia prvia de uma delas.

    Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pes-soa, no pode compensar essa dvida com a que o credor dele lhe dever.

    Art. 377. O devedor que, notificado, nada ope cesso que o credor faz a terceiros dos seus direitos, no pode opor ao cessionrio a com-pensao, que antes da cesso teria podido opor ao cedente. Se, porm, a cesso lhe no tiver sido notificada, poder opor ao cessionrio compensao do crdito que antes tinha contra o cedente.

    Art. 378. Quando as duas dvidas no so pag-veis no mesmo lugar, no se podem compensar sem deduo das despesas necessrias opera-o.

    Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por vrias dvidas compensveis, sero observadas, no compens-las, as regras estabelecidas quan-to imputao do pagamento.

    Art. 380. No se admite a compensao em pre-juzo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhora-do o crdito deste, no pode opor ao exeqente a compensao, de que contra o prprio credor disporia.

    CAPTULO VIIIDA CONFUSO

    Art. 381. Extingue-se a obrigao, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.

    Art. 382. A confuso pode verificar-se a respeito de toda a dvida, ou s de parte dela.

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    Art. 383. A confuso operada na pessoa do cre-dor ou devedor solidrio s extingue a obriga-o at a concorrncia da respectiva parte no crdito, ou na dvida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade.

    Art. 384. Cessando a confuso, para logo se res-tabelece, com todos os seus acessrios, a obri-gao anterior.

    CAPTULO IXDA REMISSO DAS DVIDAS

    Art. 385. A remisso da dvida, aceita pelo deve-dor, extingue a obrigao, mas sem prejuzo de terceiro.

    Art. 386. A devoluo voluntria do ttulo da obrigao, quando por escrito particular, prova desonerao do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor ca-paz de adquirir.

    Art. 387. A restituio voluntria do objeto em-penhado prova a renncia do credor garantia real, no a extino da dvida.

    Art. 388. A remisso concedida a um dos co--devedores extingue a dvida na parte a ele cor-respondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, j lhes no pode cobrar o dbito sem deduo da parte remitida.

    TTULO V

    Dos Contratos em Geral

    CAPTULO IDISPOSIES GERAIS

    Seo IPRELIMINARES

    Art. 421. A liberdade de contratar ser exercida em razo e nos limites da funo social do con-trato.

    Art. 422. Os contratantes so obrigados a guar-dar, assim na concluso do contrato, como em sua execuo, os princpios de probidade e boa--f.

    Art. 423. Quando houver no contrato de adeso clusulas ambguas ou contraditrias, dever-se-- adotar a interpretao mais favorvel ao ade-rente.

    Art. 424. Nos contratos de adeso, so nulas as clusulas que estipulem a renncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negcio.

    Art. 425. lcito s partes estipular contratos atpicos, observadas as normas gerais fixadas neste Cdigo.

    Art. 426. No pode ser objeto de contrato a he-rana de pessoa viva.

    Seo IIDA FORMAO DOS CONTRATOS

    Art. 427. A proposta de contrato obriga o pro-ponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstn-cias do caso.

    Art. 428. Deixa de ser obrigatria a proposta:

    I se, feita sem prazo a pessoa presente, no foi imediatamente aceita. Considera--se tambm presente a pessoa que contrata

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    por telefone ou por meio de comunicao semelhante;

    II se, feita sem prazo a pessoa ausente, ti-ver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponen-te;

    III se, feita a pessoa ausente, no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;

    IV se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponente.

    Art. 429. A oferta ao pblico equivale a propos-ta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrrio resultar das cir-cunstncias ou dos usos.

    Pargrafo nico. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgao, desde que ressalvada esta faculdade na oferta re-alizada.

    Art. 430. Se a aceitao, por circunstncia im-prevista, chegar tarde ao conhecimento do pro-ponente, este comunic-lo- imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.

    Art. 431. A aceitao fora do prazo, com adi-es, restries, ou modificaes, importar nova proposta.

    Art. 432. Se o negcio for daqueles em que no seja costume a aceitao expressa, ou o propo-nente a tiver dispensado, reputar-se- conclu-do o contrato, no chegando a tempo a recusa.

    Art. 433. Considera-se inexistente a aceitao, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratao do aceitante.

    Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam--se perfeitos desde que a aceitao expedida, exceto:

    I no caso do artigo antecedente;

    II se o proponente se houver comprometi-do a esperar resposta;

    III se ela no chegar no prazo convencio-nado.

    Art. 435. Reputar-se- celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.

    Seo VDOS VCIOS REDIBITRIOS

    Art. 441. A coisa recebida em virtude de contra-to comutativo pode ser enjeitada por vcios ou defeitos ocultos, que a tornem imprpria ao uso a que destinada, ou lhe diminuam o valor.

    Pargrafo nico. aplicvel a disposio deste artigo s doaes onerosas.

    Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preo.

    Art. 443. Se o alienante conhecia o vcio ou de-feito da coisa, restituir o que recebeu com per-das e danos; se o no conhecia, to-somente restituir o valor recebido, mais as despesas do contrato.

    Art. 444. A responsabilidade do alienante sub-siste ainda que a coisa perea em poder do alie-natrio, se perecer por vcio oculto, j existente ao tempo da tradio.

    Art. 445. O adquirente decai do direito de ob-ter a redibio ou abatimento no preo no prazo de trinta dias se a coisa for mvel, e de um ano se for imvel, contado da entrega efetiva; se j estava na posse, o prazo conta-se da alienao, reduzido metade.

    1 Quando o vcio, por sua natureza, s puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se- do momento em que dele tiver cincia, at o prazo mximo de cento e oi-tenta dias, em se tratando de bens mveis; e de um ano, para os imveis.

    2 Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vcios ocultos sero os estabelecidos em lei especial, ou, na fal-ta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no pargrafo antecedente se no houver regras disciplinando a matria.

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    Art. 446. No correro os prazos do artigo ante-cedente na constncia de clusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu desco-brimento, sob pena de decadncia.

    Seo VIDA EVICO

    Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evico. Subsiste esta garantia ainda que a aquisio se tenha realizado em hasta pblica.

    Art. 448. Podem as partes, por clusula expres-sa, reforar, diminuir ou excluir a responsabili-dade pela evico.

    Art. 449. No obstante a clusula que exclui a garantia contra a evico, se esta se der, tem di-reito o evicto a receber o preo que pagou pela coisa evicta, se no soube do risco da evico, ou, dele informado, no o assumiu.

    Art. 450. Salvo estipulao em contrrio, tem direito o evicto, alm da restituio integral do preo ou das quantias que pagou:

    I indenizao dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

    II indenizao pelas despesas dos con-tratos e pelos prejuzos que diretamente re-sultarem da evico;

    III s custas judiciais e aos honorrios do advogado por ele constitudo.

    Pargrafo nico. O preo, seja a evico to-tal ou parcial, ser o do valor da coisa, na poca em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evico parcial.

    Art. 451. Subsiste para o alienante esta obriga-o, ainda que a coisa alienada esteja deteriora-da, exceto havendo dolo do adquirente.

    Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vanta-gens das deterioraes, e no tiver sido conde-nado a indeniz-las, o valor das vantagens ser

    deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.

    Art. 453. As benfeitorias necessrias ou teis, no abonadas ao que sofreu a evico, sero pagas pelo alienante.

    Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que so-freu a evico tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas ser levado em conta na restitui-o devida.

    Art. 455. Se parcial, mas considervel, for a evic-o, poder o evicto optar entre a resciso do contrato e a restituio da parte do preo cor-respondente ao desfalque sofrido. Se no for considervel, caber somente direito a indeni-zao.

    Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evico lhe resulta, o adquirente notificar do litgio o alienante imediato, ou qualquer dos an-teriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. (Revogado pela Lei n 13.105, de 2015) (Vigncia)

    Pargrafo nico. No atendendo o alienan-te denunciao da lide, e sendo manifesta a procedncia da evico, pode o adquiren-te deixar de oferecer contestao, ou usar de recursos. (Revogado pela Lei n 13.105, de 2015) (Vigncia)

    Art. 457. No pode o adquirente demandar pela evico, se sabia que a coisa era alheia ou liti-giosa.

    CAPTULO IIDA EXTINO DO CONTRATO

    Seo IDO DISTRATO

    Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

    Art. 473. A resilio unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, ope-ra mediante denncia notificada outra parte.

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    Pargrafo nico. Se, porm, dada a nature-za do contrato, uma das partes houver feito investimentos considerveis para a sua exe-cuo, a denncia unilateral s produzir efeito depois de transcorrido prazo compa-tvel com a natureza e o vulto dos investi-mentos.

    Seo IIDA CLUSULA RESOLUTIVA

    Art. 474. A clusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tcita depende de interpela-o judicial.

    Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemen-to pode pedir a resoluo do contrato, se no preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenizao por perdas e danos.

    Seo IIIDA EXCEO DE CONTRATO

    NO CUMPRIDO

    Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obriga-o, pode exigir o implemento da do outro.

    Art. 477. Se, depois de concludo o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes dimi-nuio em seu patrimnio capaz de compro-meter ou tornar duvidosa a prestao pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se prestao que lhe incumbe, at que aquela satisfaa a que lhe compete ou d garantia bastante de satisfa-z-la.

    Seo IVDA RESOLUO POR

    ONEROSIDADE EXCESSIVA

    Art. 478. Nos contratos de execuo continuada ou diferida, se a prestao de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de aconte-cimentos extraordinrios e imprevisveis, pode-r o devedor pedir a resoluo do contrato. Os

    efeitos da sentena que a decretar retroagiro data da citao.

    Art. 479. A resoluo poder ser evitada, ofere-cendo-se o ru a modificar eqitativamente as condies do contrato.

    Art. 480. Se no contrato as obrigaes coube-rem a apenas uma das partes, poder ela plei-tear que a sua prestao seja reduzida, ou al-terado o modo de execut-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

    TTULO IX

    Da Responsabilidade Civil

    CAPTULO IDA OBRIGAO DE INDENIZAR

    Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    Pargrafo nico. Haver obrigao de repa-rar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

    Art. 928. O incapaz responde pelos prejuzos que causar, se as pessoas por ele responsveis no tiverem obrigao de faz-lo ou no dispu-serem de meios suficientes.

    Pargrafo nico. A indenizao prevista neste artigo, que dever ser eqitativa, no ter lugar se privar do necessrio o incapaz ou as pessoas que dele dependem.

    Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188, no forem culpa-dos do perigo, assistir-lhes- direito indeniza-o do prejuzo que sofreram.

    Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro, contra este

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    ter o autor do dano ao regressiva para haver a importncia que tiver ressarcido ao lesado.

    Pargrafo nico. A mesma ao competir contra aquele em defesa de quem se cau-sou o dano (art. 188, inciso I).

    Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresrios individuais e as em-presas respondem independentemente de cul-pa pelos danos causados pelos produtos postos em circulao.

    Art. 932. So tambm responsveis pela repa-rao civil:

    I os pais, pelos filhos menores que estive-rem sob sua autoridade e em sua compa-nhia;

    II o tutor e o curador, pelos pupilos e cura-telados, que se acharem nas mesmas con-dies;

    III o empregador ou comitente, por seus empregados, serviais e prepostos, no exer-ccio do trabalho que lhes competir, ou em razo dele;

    IV os donos de hotis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, mesmo para fins de educao, pe-los seus hspedes, moradores e educandos;

    V os que gratuitamente houverem partici-pado nos produtos do crime, at a concor-rente quantia.

    Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que no haja culpa de sua parte, respondero pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos.

    Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago da-quele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente seu, absoluta ou relativa-mente incapaz.

    Art. 935. A responsabilidade civil independen-te da criminal, no se podendo questionar mais sobre a existncia do fato, ou sobre quem seja

    o seu autor, quando estas questes se acharem decididas no juzo criminal.

    Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressar-cir o dano por este causado, se no provar cul-pa da vtima ou fora maior.

    Art. 937. O dono de edifcio ou construo res-ponde pelos danos que resultarem de sua runa, se esta provier de falta de reparos, cuja necessi-dade fosse manifesta.

    Art. 938. Aquele que habitar prdio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coi-sas que dele carem ou forem lanadas em lugar indevido.

    Art. 939. O credor que demandar o devedor an-tes de vencida a dvida, fora dos casos em que a lei o permita, ficar obrigado a esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro.

    Art. 940. Aquele que demandar por dvida j pag