Direito de Família Agosto 2015 Prof

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RESUMO PARA ESTUDO

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DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMLIA PROFESSOR JOS MARIA SILVA agosto 2015

OBJETIVOS GERAIS:1. Conhecer os institutos do direito da famlia2. Compreender, de forma crtica, a complexidade das relaes familiares.3. Desenvolver mecanismos para soluo dos conflitos familiares.OBJETIVOS ESPECFICOS:1. Analisar, de forma crtica e sistemtica, os institutos de direito de famlia e a realidade social.2. Debater os princpios constitucionais da famlia.3. Reconhecer os principais conflitos familiares e analis-los luz da doutrina e da jurisprudncia.4. Situar as relaes familiares no contexto jus-scio-poltico.CONTEDO PROGRAMTICO1. Apresentao e introduo ao curso, programa, plano de ensino e bibliografia.1. Famlia: origem, caracteres, espcies.1. A evoluo do conceito de famlia nas Constituies Brasileiras.1. A Constitucionalizao do direito civil e a repersonalizao das relaes familiares. O princpio da afetividade.1. As entidades familiares constitucionalizadas.1. Direito de Famlia: conceito, contedo, objeto, princpios, naturezae importncia.1. O casamento: conceito, fins, natureza jurdica, princpios, caracteres, constituio (impedimentos, formalidades, celebrao, prova), espcies, efeitos (sociais, pessoais e patrimoniais), dissoluo.1. A unio estvel: conceito, constituio, caracteres, efeitos e dissoluo.1. A famlia monoparental.As entidades familiares implcitas: Anaparental, Unies homossexuais, Concubinato, Unies entre pessoas do mesmo sexo, sem objetivo sexual (sociedade de fato).1. Do parentesco: conceito, espcies, contagens de graus.1. A filiao: princpio da afetividade11.1. Filiao consangunea.11.2. Filiao socioafetiva.11.3. Filiao adotiva: adoo.1. Adoo: conceito, finalidade, requisitos, efeitos e extino.12.1 Anlise do Estatuto da criana e do adolescente.12.2. Princpios fundamentais de proteo ao menor. 1. Poder familiar: conceito, finalidade, caracteres, suspenso, destituio e extino.1. Dos alimentos: conceito, finalidade, natureza, pressupostos, caracteres e classificao.1. Direito assistencial: Guarda. Tutela. Curatela. Ausncia1. Medidas de proteo criana, ao adolescente e ao idoso.

METODOLOGIA E RECURSOS DIDTICOS.

Para desenvolvimento do contedo proposto sero utilizados o mtodo discursivo, leituras e interpretao de textos, fichamentos, trabalhos em grupo, seminrios, estudo de casos e vdeos.

AVALIAO DA APRENDIZAGEM

Alm dos exerccios escolares previstos pela Universidade, que atendero, sempre que possvel, a forma escrita no primeiro grau de qualificao (.........), com questes objetivas e subjetivas, faremos atividades complementares (leitura de artigos de revistas ou de livros, resenhas, seminrios, chamada oral, atividades em grupo, pesquisa), em que se possa fazer uma avaliao do aluno e a sua efetiva participao na aprendizagem (avaliao continuada)

BIBLIOGRAFIA BSICADIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famlias. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, v.5: direito de famlia. So Paulo: Saraiva, LOBO, Paulo Luiz Netto. Direito Civil: famlias. So Paulo: Saraiva, 2015.MADALENO, Rol. Curso de Direito de Famlia. Rio de Janeiro: Forense, 2014.MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil: direito de famlia. vol 2. So Paulo: Saraiva, 2015.VENOSA, Slvio de Salvo. Direito civil: direito de famlia. V. 6. So Paulo: Atlas, 2015. OBSERVAO:1. Durante a I unidade alguns textos, em forma de artigo, devero ser lidos a ttulo de complementao das informaes dadas em aula. 1.A nova principiologia do direito de Famlia e suas repercusses. LOBO, Paulo L. Netto. In:2. Arqueologia das Famlias: da ginecocracia aos arranjos plurais. GIORGIS, Jos Carlos Teixeira. Revista Brasileiro Direito das Famlias e Sucesses. n.17, ago-set. Porto Alegre: Magister/IBDFAM, 2007, p.41-73.3.Uma teoria sobre o casamento civil homoafetivo. FARO, Jlio Pinheiro; PESSANHA, Jackelline Fraga. In: Revista Sntese Direito da Famlia n 81, dez-jan. Porto Alegre: Sntese, 2015, p.82-103. 4. As famlias simultneas no ordenamento jurdico brasileiro e seus efeitos jurdicos. TANNURI, Cludia Aoun. In: Revista IBDFAM Famlias e Sucesses n06, nov-dez. Belo Horizonte: IBDFAM, 2014. 5. Da importncia do afeto nas relaes familiares. CANEZIN, Claudete Carvalho; QUEIROZ,Renata CapriolliZocatelli. In: Revista Sntese Direito da Famlia n 90, jun-jul. Porto Alegre: Sntese, 2015, p.84-93. 6. O princpio constitucional da solidariedade aplicado ao Direito de Famlia: anlise jurdico-sociolgica sobre as relaes alimentares e o abandono afetivo. SILVA, Andr Lus Mattos. In: Revista Sntese Direito da Famlia n83, abr-maio. Porto Alegre: Sntese, 2015, p.127-144. 7. Responsabilidade civil nas relaes de conjugalidade. TARTUCE, Flvio. In: Direito de Famlia e das Sucesses: temas atuais. Giselada Fernanda Novaes Hironaka, Flvio Tartuce e Jos Fernando Simo (Coords.) Rio de Janeiro: Forense, 2009, p. 147-189.8.A perspectiva civil-constitucional das unies homossexuais e o seu reconhecimento enquanto entidades familiares: a reproduo da matriz heterossexual pelo direito como obstculo efetivao dos diretos dos homossexuais. CARLOS, Paula Pinhal de. 2. Os alunos devero fazer uma resenha dos textos em papel pautado, entregando-as em de setembro (TDE).3. Para II unidade, o professor indicar outros textos referentes filiao, adoo, a alimentos, mediao familiar, criana e ao adolescente e ao idoso.

DIREITO DE FAMLIAagosto 2015 PROF. JOS MARIA SILVAASSISTNCIA E PROTEO FAMLIA NA CONSTITUIO FEDERAL.

A Constituio de 1998 farta em disposies assegurando a assistncia famlia como precpuo dever do Estado.1. O dever do Estado, art. 226, 8.1. Direito da criana, art. 227; Lei n8.069/90, arts. 7 a 24.1. Assistncia sade, art. 227, 1.1. Proteo ao menor, art. 227, 3.1. Violncia contra o menor, art. 227, 4; ECA, arts. 225 e segs; CP, arts.217, 218.1. Recursos financeiros, art. 227, 7.1. Proteo aos idosos, art. 230; Lei n10.741/2003 Estatuto do Idoso.1. Bem de famlia, CC, arts. 70 a 73; Lei n8.009/90

DIREITO PENAL DE FAMLIA1.Dos crimes contra o casamento1. Bigamia, CP, art.235.1. Induzimento a erro essencial e ocultao de impedimento, CP, art. 236.1. Conhecimento prvio de impedimento, CP, art. 237.1. Simulao de autoridade para celebrao de casamento, CP, art. 238.1. Simulao de casamento, CP, art. 239.

2.Dos crimes contra o estado de filiao

1. Registro de nascimento inexistente, CP, art. 241.1. Parto suposto, supresso ou alterao de direito inerente ao estado civil do recm-nascido, CP, art. 242.1. Sonegao de estado de filiao, CP, art. 243.

3.Dos crimes contra a assistncia familiar.1. Abandono material, CP, art. 244.1. Entrega de filho menor a pessoa inidnea, CP, art. 245.1. Abandono intelectual, CP, art. 246.1. Abandono moral, CP, art. 247.4. Dos crimes contra o ptrio poder, tutela ou curatela.1. Induzimento a fuga, entrega arbitrria ou sonegao de incapazes, CP, art. 248.1. Subtrao de incapazes, CP, art. 249.

5.Dos crimes relacionados com o direito de famlia.1. Contra a vida, CP, art. 121.1. Leses corporais, CP, art. 129.1. Periclitao da vida e da sade, CP, art. 130.1. Contra a honra, CP, art. 138.1. Contra a liberdade pessoal, CP, art. 146.1. Contra a inviolabilidade de domiclio, CP, art. 150.1. Contra a inviolabilidade de correspondncia, CP, art. 151.1. Contra a inviolabilidade de segredo, CP, art. 153.1. Contra os costumes, CP, art. 213.1. Contra menores (seduo e corrupo), CP, arts. 217, 218, outros crimes, ECA, arts, 225 segs.

Referncias bibliogrficas:1.Franco, Joo. Ensaios penais, Recife, FASA, 1999.2.Magalhes, Roberto Barcellos de. Direito de famlia e das sucesses, Rio de Janeiro, Lumen Juris, 1995.3.Penteado, Jacques de Camargo. A famlia e a justia penal, So Paulo, Revista dos Tribunais, 2000.

A FAMLIA

O legislador no cria a famlia, como o jardineiro no cria a primavera; soberano no o legislador; soberana a vida; Agora dizei-me: o que que vedes quando vedes um homem e uma mulher, reunidos sob o mesmo teto, em torno de um pequenino ser, que fruto de seu amor? Vereis uma famlia. Passou por l o juiz, com a sua lei, ou o padre, com o seu sacramento? Que importa isto? O acidente convencional no tem fora para apagar o fato natural; e: A famlia uma fato natural, o casamento uma conveno social. A conveno social estreita para o fato, e este ento se produz fora da conveno. O homem quer obedecer o legislador, mas no pode desobedecer a natureza e por toda a parte ele constitui a famlia, dentro da lei se possvel, fora da lei se necessrio(PEREIRA, Virglio de S. Direito de Famlia. RJ: Freitas Bastos, 1959, p.89)Anterior ao surgimento do Estado; anterior ao prprio Direito, que tenta apreender e regulamentar um fenmeno to antigo quanto o homem; anterior Igreja, que a dominou e subjugou por um largo perodo, por meio do temor hierrquico, da noo de culpa, da noo de pecado, a famlia acompanha a histria da humanidade a partir de dois instintos fundamentais natureza humana: o da conservao e o da reproduo (Eduardo de Oliveira Leite).At 1860, no se poderia sequer pensar em uma histria da famlia. As cincias histricas ainda se achavam, nesse domnio, sob a influncia dos Cinco Livros de Moiss (...). No mximo, admite-se que nos tempos primitivos pudesse ter havido ter havido um perodo de promiscuidade sexual. (Engels)

O Direito de Famlia sempre sofreu influncia das transformaes sociais, levando o legislador e os operadores do Direito a uma busca incessante para adaptar a norma jurdica aos fatos da vida, no intuito de tutelar a famlia da forma mais eficaz possvel. E isso no tem sido diferente na poca atual.

Estado de famliaA famlia o primeiro agente socializador do ser humano, por essa razo, considerada a clula mater da sociedade. base da sociedade e, por isso, recebe especial proteo do Estado (art. 226, da CF).A famlia o ncleo natural e fundamental da sociedade e tem direito proteo da sociedade e do Estado (Declarao Universal dos Direitos do Homem, art. 3 XVI).A famlia tanto uma estrutura pblica como uma relao privada, pois identifica o indivduo enquanto integrante de um vnculo familiar e tambm como partcipe de um contexto social.

Origem, conceito e definio.A famlia a mais antiga de todas as sociedades, e a nica natural; o primeiro modelo de sociedade poltica [...], a famlia pode ser considerada uma instituio humana duplamente universal, pois associa um fato de cultura, construdo pela sociedade, a um fato da natureza, inscrito nas leis da reproduo biolgica. (ROUDINESCO, Elizabeth. In: A famlia em desordem. RJ: Zahar, 2002, p. 16. Arqueologia das famlias: da ginecocracia aos arranjos plurais. GIORGIS, Jos Carlos Teixeira em: Direito de Famlia contemporneo. Porto Alegre: Livraria do advogado, 2010, p. 19-48)A histria da famlia longa, feita de rupturas sucessivas (PERROT, Michelle. O n e o ninho), mas inegvel que desde a romana at a famlia nuclear da sociedade industrial tem ntima ligao com as transformaes operadas nos fenmenos sociais (GIORGIS, p.19)A famlia no se origina apenas dos laos sanguneos e do casamento (art. 226, CF).O centro de atenes no mais a famlia (casamento), porm, seus membros, conectados pelo cordo umbilical da afetividade, na busca da solidariedade, da felicidade, do afeto e na promoo da dignidade da pessoa humana.Divergem os antroplogos e socilogos acerca das primeiras formas de famlia. Isto porque se pode somente supor, imaginar, como seriam as relaes familiares anteriores formao da famlia existente no Direito Romano, sendo que os estudos sobre a famlia originria so bem mais de ordem sociolgica e antropolgica, do que jurdica.A explicao da origem da famlia est envolta em grandes incertezas. Associa-se o seu surgimento ao da prtica da proibio do incesto, isto regulao das relaes sexuais permitidas e proibidas. Mas pouco se consegue avanar, pela trilha da certeza cientfica, no conhecimento de sua origem, porque nunca houve como no h hoje em dia, uma forma nica de famlia. Podem-se estudar as famlias, mas no a famlia.

Teorias que explicam a origem da famlia.A) ESCOLA EVOLUCIONISTA de Herbert Spencer, seu fundador, seguida por Bachofem, Morgam e Engels. O ciclo evolutivo desenvolveu-se por meio da promiscuidade, do matriarcado e da monogamia.1. PROMISCUIDADE era a fase primria, sem qualquer outra preocupao por parte dos seres humanos, ainda incipientes, com a fixao, imperando o amor livre no sentido mais grosseiro da palavra, no s entre irmos como tambm entre ascendentes e descendentes.2MATRIARCADO o homem primitivo somente se aproximava da fmea, premido pelo instinto sexual, e to logo se satisfazia, afastava-se, restando mulher, tambm quase que por instinto, alimentar e criar os filhos.Pela mulher se registrava a descendncia e a sucesso.Somente com o lento desenvolvimento do crebro humano surgiram os primeiros laivos de afetividade e de compreenso (muito insipientes), por parte do homem e da mulher, no sentido de que, unidos, melhor poderiam resistir as asperezas e agruras do meio ambiente.Teria havido tanto a poliandria como a monogamia.3. PATRIARCADO caracterizada por um prenncio de liderana do homem sobre a famlia, a qual se constitua por vrias mulheres. O Patriarcado dominou durante longo perodo, em quase todas as regies da terra, s recentemente cedendo lugar a chamada famlia monogmica.4. MONOGAMIA famlia constituda por um homem e uma mulher.

B) ESCOLA SOCIOLGICA FRANCESA fundada por mileDurkhein, considerado o pai da Sociologia, que entendia que, quanto s origens da famlia, deveriam ser estudadas: a totmica, a maternal ou uterina, a agntica, a patriarcal e a moderna.1. TOTMICA o totem em ltima anlise um ser animado ou inanimado, geralmente um vegetal ou animal, do qual o grupo se supe descendente e que lhe serve ao mesmo tempo de emblema e de nome coletivo (Amaral Fontoura).Em razo disso, verifica-se o grau de misticismo que presidia as relaes familiares na famlia totmica.2. MATERNAL s se tornou possvel quando a vida nmade deu lugar a sedentria, com a fixao do homem nas primeiras e primitivas aldeias. A mulher tem fator preponderante na vida familiar, e mesmo social, desempenhando um papel nos setores polticos e religiosos, elevando-as em dignidade3. AGNTICA conhecida por ZADRUGA pelos povos da Bossvia, Crocia, Bulgria e outras regies eslavas. Constitui mais um agregado de indivduos, do que um agrupamento de famlia.Do latim agantus, expresso usada para designar famlia formada pelos parentes da linha paterna.4. PATRIARCAL e a famlia padro romana. Na Roma primitiva, a palavra famlia era sinnima de patrimnio, conforme se encontra na Lei das Doze Tbuas. Ao falecer sem testamento, a famlia (patrimnio) do sui iuris destinava-se aos descendentes do sexo masculino. Posteriormente, passou a designar o conjunto de pessoas submetidas ao pai da famlia ou o vnculo existente entre aqueles que, por agnao, descendem de um mesmo tronco (Charles Maynzapud Paulo Nader).O pequeno grupo social se reunia em funo do pater, que era o nico membro com personalidade era pessoa. Os demais componentes da famlia eram alieni iuris (incapazes) e se submetiam ao pater potestas. 5. MODERNA o que se tem hoje.

O conjunto de pessoas sob o patriapotestas do ascendente comum vivo mais velho, independente da consanguinidade. Friedrich Engels, apoiando-se nas investigaes de L. H. Morgan, noticiando que as pessoas se organizaram a partir do estado selvagem, transitando pela barbrie e a civilizao. No estadoselvagem (fases inferior, mdia e superior), os homens colhiam os produtos da natureza que j estavam prontos para serem consumidos. Nesse estgio, identificado o arco e a flecha e, em decorrncia, a caa, o uso do fogo, com iniciao da linguagem; no estado barbrie (fases inferior, mdia e superior) conhecida a cermica, a agricultura, o adestramento de animais e fomentada a produo da natureza por meio do trabalho humano; no estado civilizao, o homem continua elaborando os produtos da natureza, mas parte para o trabalho da indstria e da arte.Duas teorias so invocadas: a matriarcal, asseverando que a famlia originria de um estgio inicial de promiscuidade sexual, em que todas as mulheres e homens pertenciam uns aos outros; a segunda, a teoria patriarcal, nega essa promiscuidade sexual, aduzindo que o pai sempre foi o centro organizacional da famlia. (cf. GAMA, Guilherme C. N. RT: SP, 2000 n.771, p.52, In: Famlia no fundada no casamento. WELTER, Belmiro Pedro. RT:SP, p.33, 2003. Igualdade entre as filiaes biolgica e socioafetiva. e GIORGIS, Jos Carlos T Arqueologia das famlias: da ginecocracia aos arranjos plurais. em: Direito de famlia. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010, p. 17-48).Com relao teoria matriarcal, existiu uma poca primitiva em que imperava, no seio da tribo, o comrcio sexual promscuo, de modo que cada mulher pertencia igualmente a todos os homens e cada homem a todas as mulheres, passando, aps, a se formar a unio por grupos, at chegar excluso dos pais e filhos do congresso sexual recproco e, em momento ulterior, excluso da relao sexual entre irmos.Em vista da diviso do trabalho na famlia, originando a primeira opresso de classes, coube ao homem trazer a alimentao, tornando-se o proprietrio dos instrumentos de trabalho. Na medida em que aumentavam os bens, o homem situava-se numa posio mais vantajosa do que a mulher, at que houve a abolio da filiao feminina e o direito hereditrio materno, substitudos pela filiao masculina e o direito hereditrio paterno.Naquela poca, o homem, para assegurar a fidelidade da mulher e, via de consequncia, a paternidade dos filhos, tinha sobre ela o poder de vida e de morte, ou seja, quando a matava, no fazia mais do que praticar o exerccio de um direito. Mais adiante, demonstra que, com a famlia monogmica, os laos conjugais somente poderiam ser rompidos, como regra, por vontade do homem. Com a obrigatoriedade da fidelidade conjugal da mulher, o que no ocorria com o homem, que reservou para si o direito infidelidade, apareceram, at ento desconhecidos, o inevitvel amante da mulher casada e o marido corneado. Para resolver a contradio insolvel, o Cdigo de Napoleo disps em seu art. 312: L enfant conu pendant lemariage a pourprelemari ; isto : o filho concebido durante o matrimnio tem por pai o marido. (cf.ENGELS, Friedrich. A origem da famlia: da propriedade privada e do Estado. RJ: BCDUnio de Editoras, 1997).Quando da origem da famlia, os homens viveram nas chamadas hordas promscuas, relacionando-se sem vnculos civis e sociais. Depois, organizada a sociedade em tribo, a famlia formou-se em torno da mulher. Admitiu-se a poliandriae apareceu o matriarcado com o predomnio poltico da mulher sob a forma de ginecocracia, da qual se costuma citar o episdio das amazonas. Maine e Fustel de Coulanges combatem a teoria matriarcal de Morgan et alii, citada por Engels, negando que todas as sociedades tenham-se originado da promiscuidade. Admitem que, em algumas tribos, tenha havido e haja a poliandria, mas a famlia surgiu como um fato natural, com razes no impulso biolgico que uniu originalmente o homem mulher, onde predominou a figura masculina e que sucedeu a um perodo inicial de promiscuidade, portanto, de anomia (SOUZA, Ada M Loredo Moreira de.Aspectos polmicos da unio estvel. Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2000, p.12).A famlia no um grupo natural, mas cultural, afirma Rodrigo da Cunha Pereira, em Direito de famlia: uma abordagem psicanaltica, p.36, baseando-se nas pesquisas de Jacques Lacan, no se constituindo apenas por um homem, mulher e filhos, mas, sim, de uma edificao psquica, em que cada membro ocupa um lugar/funo de pai, de me, de filho, sem que haja necessidade de vnculo biolgico. Prova disso o fato de que o pai ou a me biolgica podem ter dificuldade, ou at mesmo no ocupar o lugar de pai ou de me, to necessrios (essenciais) nossa estruturao psquica e formao como seres humanos. Em seguida, o autor nega a existncia da alegada promiscuidade, citando Jacques Lacan, que, em 1938, chegou seguinte concluso:A promiscuidade presumida no pode ser afirmada em parte alguma, nem mesmo nos casos ditos de casamento grupal: desde a origem existem interdies e leis. As formas primitivas da famlia tm os seus traos essenciais de suas formas acabadas: autoridade, se no concentrada no tipo patriarcal, ao menos representada por um conselho, por um matriarcado ou seus delegados do sexo masculino; modo de parentesco, herana, sucesso, transmitidos, s vezes distintamente (Rivers), segundo uma linguagem paterna ou materna. Trata-se a de famlia humanas devidamente constitudas. Mas, longe de nos mostrarem a pretensa clula social, veem-se nessas, quanto mais primitivas so, no apenas um agregado mais amplo de casais biolgicos, mas, sobretudo, um parentesco menos conforme aos laos naturais da consanguinidade (LACAN, Jacque. Os complexos familiares. Rio de Janeiro: Zahar, 1990, p.13)Os que contrariam a teoria matriarcal de Engels afirmam que as concepes vm carregadas de uma ideologia, antes de tudo, comprometidas com a efetivao dos pressupostos materialistas sobre a famlia e a propriedade (VAZ, M Isabel Vianna de Oliveira. Anlise econmica aplicada ao direito de famlia. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha. Direito de famlia: a famlia na travessia do milnio. Belo Horizonte: Del Rey, 2000, p.378).Tambm discorda da teoria da promiscuidade originria da pessoa humana Caio Mrio da Silva Pereira, para quem essa situao incompatvel com a ideia exclusivista do ser humano e at mesmo de muitos irracionais, e contraditria com o desenvolvimento da espcie, pelo que o autor entende ser mais racional aceitar a famlia monogmica como origem da famlia, at porque fato certo e comprovado, este sim, pelos registros histricos, pelos monumentos literrios, pelos fragmentos jurdicos, que a famlia ocidental viveu largo perodo sob forma patriarcal. (PEREIRA, Caio Mrio da Silva. Instituies de direito. RJ: Forense, 1994, p.19).Com o advento da Constituio Federal de 1988 e o Cdigo Civil de 2002(Lei 10.406/2002), houve a quebra do patriarcalismo, j que no reside mais no ordenamento jurdico ptrio qualquer desigualdade entre os filhos e os direitos e deveres dos cnjuges ou companheiros. dizer, est instituda a completa paridade dos cnjuges ou conviventes tanto nas relaes pessoais como nas patrimoniais, visto que igualou seus direitos e deveres e tambm seu exerccio na sociedade conjugal ou convencional. A evoluo da famlia mostra-nos que ela perdeu algumas de suas funes tradicionais. Perdeu a funo poltica que tinha no direito romano, quando se estruturava sobre o parentesco agnatcio, assente na ideia de subordinao ou sujeio ao paterfamilias de todos os seus membros. Perdeu a funo econmica de unidade de produo, embora continue a ser normalmente uma unidade de consumo. As funes educativa, de assistncia e de segurana, que tradicionalmente pertenciam famlia, tendem hoje a ser assumidas pela prpria sociedade. Por ltimo, a famlia deixou de ser fundamentalmente o suporte de um patrimnio de que se pretenda assegurar a conservao. A burguesia rasgou o vu sentimental da famlia, reduzindo as relaes familiares a meras relaes monetrias. (Marx)A famlia sofreu profundas mudanas de funo, natureza, composio e, consequentemente, de concepo, sobretudo aps o advento do Estado Social, ao longo do sculo XX.O primrdio da famlia est definitivamente envolto em mistrio.A explicao da origem da famlia est envolta em grandes incertezas. Associa-se o seu surgimento ao da prtica da proibio do incesto, isto regulao das relaes sexuais permitidas e proibidas. Mas pouco se consegue avanar, pela trilha da certeza cientfica, no conhecimento de sua origem, porque nunca houve como no h hoje em dia, uma forma nica de famlia. Podem-se estudar as famlias, mas no a famlia.A ideia de famlia plurivalente e vaga, pois entendida ora como clula d sociedade, ou conjunto de indivduos ligados pela consanguinidade, afinidade; ou indivduos unidos pelo casamento, unio estvel e pela filiao; mas tambm formada pelos pais e seus filhos ou agrupamento natural vinculado por elemento espiritual; ou nicho que realiza o sentido material, intelectual e espiritual da pessoa; ou finalmente espao de realizao do afeto.

(Cf. RAMOS, Patrcia O Chambers. O poder familiar e a guarda compartilhada sob o enfoque dos novos paradigmas do direito de famlia, p.11. GRISARD FILHO, Waldir. Famlias reconstitudas. Novas unies depois da separao. SP: RT, 2007. COMTE-SPONVILLE, Andr. A vida humana. SP: Martins Fontes, 2007. FUSTEL DE COULANGES, N. A cidade antiga. SP: Hemus, 1975. LVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares do parentesco. Petrpolis: Vozes, 2003. SARLET, Ingo Wolfang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001. COELHO, Fbio Ulhoa. Curso de direito civil. SP: Saraiva, 2010)

Dhfamfaamafamel (servus ) famulus famlia Ideia de fixao, de coisa estvel.A FAMLIA MODERNA o que se tem hoje. O conjunto de pessoas sob o patriapotestas do ascendente comum vivo mais velho, independente da consanguinidade. O pater famlias exercia autoridade sobre todos descendentes no emancipados (esposa, as mulheres casadas com manus com os seus descendentes, escravos) e bens. Era uma unidade econmica, religiosa, poltica e jurisdicional.Da noo romana de famlia decorre, de um lado, a ideia de subordinao (escravos, parentes) e do outro, a ideia de poder e mando.O afeto e nascimento no foram fundamento da famlia romana.A religio domstica e o culto dos antepassados uniam os membros sob a direo do pater familias.A famlia antiga era mais uma associao religiosa do que uma associao natural (Coulanges)No tem um sentido unvocoa famlia um fato natural; no a cria o homem, mas a natureza (Virglio de S Pereira). o ncleo social primrio mais importante que integra a estrutura do estado (Antunes Varela).um conjunto de pessoas ligadas pelo vnculo da consanguinidade, cuja eficcia se estende ora mais larga, ora mas restritamente, segundo as vrias ligaes; outras vezes, porm, designam-se, por famlia, somente, os cnjuges e a respectiva prognie (Clvis Bevilqua).

A famlia em diversas pocas ou momentos:1. Romana era patriarcal, j enfraquecida pela interveno do Estado. Considerada em sentido prprio, compreendia o conjunto d indivduos sob a autoridade de um chefe Iurepropriofamiliam...(D.50, 16, 195,2). Em uma acepo lata, compreendia todos os agnados (todos aqueles submetidos mesma autoridade, se o antepassado comum no tivesse morrido Communiiurefamiliam...(D.50, 16, 195, 2). A famlia romana era exclusivista, isto , ningum podia pertencer ao mesmo tempo a duas famlias: paterna e materna. Todos os membros da famlia ficavam sob a autoridade permanente do paterfamilias. Todo cidado romano era filiusfamilias ou paterfamilias, conforme fosse ou no submetido ao poder de outra pessoa. No primeiro caso era chamado homo alieni iuris; no segundo, homo sui iuris. Paterfamilias est qui in domo dominiumhabet(D.50, 16, 195, 2). O paterfamilias podia ser uma criana ou um adulto, cidado casado ou solteiro, sendo apenas necessrio que no dependia de ningum; o filiusfamilias era sempre um homo aliene iuris, podendo ser filho ou filha, tio ou tia. O paterfamilias era ao mesmo tempo magistrado e sacerdote; regulava o culto domstico e aplicava penas de qualquer natureza, podia dispor livremente dos membros de sua famlia, pois tinha sobre eles o direito de vida e de morte: - ius vitae necisque. Era ele quem dispunha livremente do patrimnio da famlia at aps a sua morte, por meio de testamento. Sob o ponto de vista do direito pblico, pouco interessava a condio de paterfamilias ou a de filiusfamilias, porque este podia votar nos comcios e at eleger-se cnsul, da mesma forma que aquele. No entanto, do ponto de vista do direito privado, o filiusfamilias ficava sob domnio in potestate do paterfamilias enquanto este vivesse. Aquele tinha o iuscommerci e o iusconubi porque tambm era cidado romano; podia adquirir propriedade, tornar-se herdeiro por testamento, mas tudo que adquirisse era para o pater famlias. Os bens concedidos mulher por meio de algum dote passavam, com o casamento, pertencer ao paterfamilias da famlia em que ingressava. Os romanos atribuam ao paterfamiliasa noo de pessoa que administra um patrimnio, que chefe desse patrimnio, diferentemente do sentido atual que damos a esta palavra. A substituio do paterfamilias podia ocorrer por incapacidade deste, ou por sua morte. Ocorrendo esta, a antiga famlia era desmembrada em vrias famlias: sua mulher, seus filhos, os netos de filhos mortos tornavam-se livres da patriapotestas, ao passo que os filhos dos filhos vivos ficavam submetidos ao ptrio poder destes.A mulher estava submetida patriapotestas do marido e era considerada como se fosse sua filha loco filiae. O direito romano no concedia privilgio de masculinidade, isto , no conferia vantagens aos filhos em detrimento de filhas; ambos faziam partes da domus. No entanto, aqueles podiam ser excludos da domus pela emancipao e as estas, pelo casamento cum manu. Os filhos ilegtimos (naturais) no entravam na famlia do pater, nem faziam parte da domus. Eles eram apenas parentes da me.A famlia romana compunha-se da mulher do paterfamilias desde que o casamento tivesse sido cum manu; dos filhos e filhas, das noras casadas, cum manu; dos netos, netas solteiras e netas casadas sinemanu; dos bisnetos, bisnetas solteiras e casadas sinemanu. Se a mulher do paterfamilias fosse casada sinemanu, seria excluda da domus, porque continuaria a pertencer mesma famlia a que pertencia, quando solteira.Observa Lvy-Bruhl que a famlia romana pode ser representada por trs concntricos em torno do paterfamilias: um crculo muito estreito, a domus; um muito mais largo, a gens; e outro intermedirio que abrange certos colaterais, em particular, irms e irms. Os romanos distinguiam o parentesco civil agnatio e o natural cognatio. Esta era o lao estabelecido pela gerao entre duas pessoas, uma das quais era o tronco da outra, ou ambas tinham um tronco comum; ere o parentesco estabelecido pela comunidade de sangue, sem distino de linhas. Aquela era o parentesco que se baseava na famlia romana e compreendia o paterfamilias e as pessoas livres a ele submetidas quer porque descendessem do referido pater em linha masculina, quer porque tivessem entrado na famlia por meios de adoo ou de casamento cum manu. Todos alini iuris eram agnados do paterfamilias e agnados entre si. A adoo, a emancipao, o casamento de uma filha com manuimplicavam a sada da famlia, rompendo-se os laos de agnao. Alm disso, no teria mais direito de sucesso na antiga famlia, bem como de tutela e curatela, quem houvesse perdido a agnao. A afinidade o lao que se estabelece pelo casamento entre duas pessoas, ou entre um deles e os parentes do outros.Cristianismo Idade mdia Revoluo francesa Revoluo industrialA Declarao Universal dos Direitos do Homem, art. XVI.3, estabelece:a famlia o ncleo natural e fundamental da sociedade e tem direito proteo da sociedade e do estadoA Conveno Americana sobre os direitos humanos, em 1969, San Jos da Costa Rica, art. 17, retratou os elementos conceituais daquela poca:a famlia o elemento natural e fundamental da sociedade e deve ser protegida pela sociedade e pelo estado.

Tipos de famlia1. MONOGMICA, ou seja, a monandria, como forma de matrimnio na qual um homem se une a uma s mulher.1. POLIGMICA, isto , poligamia, como forma de matrimnio de duas pessoas, desdobrando-se assim:1. POLIGINIA um homem com vrias mulheres;1. POLIANDRIA uma mulher com vrios homens.

Acepes do termo famlia

1. sentido amplssimo todos os indivduos ligados pelo vnculo de consanguinidade e afinidade, incluindo estranhos (CC, art.1.412, 2; Lei n1.711/52, art. 241)2. sentido lato restringe-se aos cnjuges e seus filhos, parentes da linha reta ou colateral (4 grau), afins ou naturais (CC, arts.1.591, 1.829, 1.839; Dec-lei n3.200/41 e Lei n883/49).3. sentido restrito compreende, unicamente, os cnjuges ou conviventes e a prole (CC, arts.1.567, 1.568, 1.716 ou qualquer dos pais).

4. outros critrios para definir famlia4.1. efeitos sucessrios abrange os indivduos que, por lei, herdam uns dos outros: parentes da linha reta ad infinitum, cnjuges, companheiros, colaterais at o 4 grau (CC, arts. 1.790, 1.829, IV, 1.839 a 1.843). 4.2.efeitos alimentares compreende ascendentes, descendentes e irmos (CC, arts.1.694, 1.697).4.3. pelo critrio da autoridade restringe-se a pais e filhos4.4. efeitos fiscais para efeito do imposto de renda, a famlia reduz-se aos cnjuges, filhos menores, maiores invlidos ou que frequentam universidade custa dos pais, at a idade de 24 anos, filha solteira e ascendente invlido que viva sob a dependncia do contribuinte.4.5. efeito previdencirio o casal, filhos at 18 anos, filhas solteiras e companheiro(a) do trabalhador 5. sentido tcnico de famliafamlia o grupo fechado de pessoas, composto dos pais e filhos, e para efeitos limitados, de outros parentes, unidos pela convivncia e afeto numa mesma economia e sob a mesma direo.O Cdigo Civil no confere famlia um conceito unitrio. Os artigos 1.829 e 1.939 atribuem um sentido amplo, dispem sobre a linha sucessria

Caracteres da famlia1.biolgico a famlia o agrupamento natural por excelncia. o homem nasce, vive e se reproduz nela.2.psicolgico a famlia possui um elemento espiritual: o amor familiar.3.econmico a famlia contm condies que possibilitam ao homem obter elementos imprescindveis sua realizao material, intelectual e espiritual.4.religioso a famlia uma instituio moral ou tica, influncia do cristianismo.5.poltico a famlia clula da sociedade, dela nasce o estado.6.jurdico a estrutura orgnica da famlia regida por normas jurdicas, cujo conjunto constitui o direito de famlia.Funes da famlia1.procriativa; 2.educativa; 3.emocional; 4.econmica.Espcies de famliaMatrimonial do casamento (CRFB/88, art. 226, 1 e 2)No-matrimonial extraconjugal (CRFB/88, art. 226, 3)Monoparental qualquer dos pais e filho (CRFB/88, art. 226, 4).Natural constituda pelos pais e a prole (Lei 8.069/90/ECA, art. 25)Substituta adoo, guarda e tutela (Lei n 8.069/90, art. 28-32; CC, arts.1.618)Extensa ou ampliada parentes prximos com os quais a criana convive e mantm vnculos de afinidade e afinidade (ECA, art. 25, pargrafo nico).Homoaetiva pessoas do mesmo sexo unidas pelo afeto.Pluriparental, reconstitudas, recompostas diversos arranjos familiares.ParelelasEudemonistas aquelas envolvidas pelo afeto.

A famlia nas constituies brasileiras

CF/1824 no faz referncia famlia ou ao casamentotratou apenas da famlia imperial e seu aspecto de dotao (arts. 105 a 115). CF/1891 tambm no fez referncias famlia.art. 72, 4 -- a repblica s reconhece o casamento civil, cuja celebrao ser gratuita. CF/34, arts. 144 a 147, dedicou um captulo famlia, estabelecendo regras do casamento indissolvel.art.144 a famlia, constituda pelo casamento indissolvel, est sob a proteo especial do estado.art. 146 o casamento ser civil e gratuita a sua celebrao. (...)acf/37, arts. 124 a 127.art. 124: a famlia, constituda pelo casamento indissolvel, est sob a proteo especial do estado. s famlias numerosas sero atribudas compensaes na proporo dos seus encargos. CF/46, art.163: a famlia constituda pelo casamento de vnculo indissolvel e ter direitos proteo do estado.CF/67, art. 167 e CF/69, art. 175:a famlia constituda pelo casamento e ter proteo dos poderes pblicos. o casamento indissolvel.CF/88, Cap.VII, arts.226 a 230.art. 226, 3 e 4:a famlia, base da sociedade, tem especial proteo do estado.para proteo do estado, reconhecida a unio estvel entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua converso em casamento. entende-se, tambm, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes famlia monoparental.

CONCEITO DE DIREITO DE FAMLIA O COMPLEXO DE PRINCPIOS E NORMAS QUE REGULAM AS FORMALIDADES, A CELEBRAO DO CASAMENTO, E DA UNIO ESTVEL, SUA VALIDADE E OS EFEITOS QUE DELES RESULTAM, AS RELAES PESSOAIS E PATRIMONIAIS DA SOCIEDADE CONJUGAL E DA SOCIEDADE CONVIVENCIAL, A DISSOLUO DESTAS, AS RELAES ENTRE PAIS E FILHOS, O VNCULO DO PARENTESCO E OS INSTITUTOS COMPLEMENTARES DOS ALIMENOS, DA TUTELA, CURATELA E DA GUARDA.

UM CONJUNTO DE REGRAS E PRINCPIOS QUE DISCIPLINAM OS DIREITOS PESSOAIS E PATRIMONIAIS DAS RELAES DE FAMLIA (P.LOBO)

Caractersticas que o distinguem dos demais ramos do direito:

1. A PREPONDERNCIA DO ELEMENTO TICO E SOCIAL (NORMAS TICAS E MORAIS).2. SEU CARTER PUBLICSTICO (NORMAS IMPERATIVAS E INDERROGVEIS).3. OS PODERES JURDICOS E A DERROGAO DE PRINCPIOS BSICOS DA TEORIA GERAL DO DIREITO.

Natureza Jurdica

1. ORA SE APRESENTA SOB A FORMA DE PODER, ORA DE DEVERES, ORA DE DIREITOS REAIS.1. DIVERSIDADE DE DIREITOS APRESENTADA ORA COMO PESSOAIS, ORA COM PATRIMONIAIS.1. SITUA-SE BEM PRXIMO DO DIREITO PBLICO PELO INTERESSE DO ESTADO NA FAMLIA.1. NEM A CONSTITUIO, NEM O CDIGO CONSIDERAM COMO UM TODO ORGNICO NO LHE DANDO TRATAMENTO DE PESSOA JURDICA.1. H ENTRE OS SEUS MEMBROS VNCULOS DE NATUREZA PESSOAL E PATRIMONIAL.1. DIREITO EXTRAPATRIMONIAL OU PERSONALSSIMO(IRRENUNCIVEL/INTRANSMISSVEL/INCEDIVEL E INTRANSACIONVEL NO ADMITINDO CONDIO OU TERMO OU EXERCCIO POR MEIO DE PROCURADOR).1. SUAS NORMAS SO COGENTES OU DE ORDEM PBLICA.1. SUAS INSTITUIES JURDICAS SO DIREITOS-DEVERES.

PRINCPIOS DO DIREITO DE FAMLIA

1.DA RATIO DO MATRIMNIO E DA UNIO ESTVEL O FUNDAMENTO BSICO DO CASAMENTO, DA VIDA CONJUGAL E DAS RELAES ESTVEIS A AFEIO ENTRE OS CNJUGES, ENTRE OS CONVIVENTES E A NECESSIDADE DE QUE PERDURE COMPLETA COMUNHO DE VIDA. A RUPTURA DA UNIO ESTVEL E DO DIVRCIO (CF, ART.226, 6; CC, ARTS.1.511 E 1571 A 1.582) SO UMA DECORRNCIA DA EXTINO DA AFEIO

2.DA IGUALDADE JURDICA ENTRE OS CNJUGES E ENTRE OS CONVIVENTES DESAPARECE O PODER MARITAL.A AUTOCRACIA DO CHEFE DE FAMLIA SUBSTITUDA POR UM SISTEMA EM QUE AS DECISES DEVEM SER TOMADAS DE COMUM ACORDO ENTRE OS CNJUGES OU CONVIVENTES (CF/88, ARTS.1, III; 5 E 226, 5 E CC, ARTS.1.511, IN FINE, 1.565 A 1.570, 1.631, 1.643, 1.647, 1.650, 1.651 E 1.724).H EQUIVALNCIA DE PAPIS NA FAMLIA E A RESPONSABILIDADE DIVIDIDA.

3. PRINCPIO DO RESPEITO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA(CF/88, ARTS.1,III E 227) GARANTIA DO PLENO DESENVOLVIMENTO DOS MEMBROS DA COMUNIDADE FAMILIAR.

4. DA IGUALDADE JURDICA ENTRE OS FILHOS(CF, ART.227, 6; CC, ARTS.1.596 A 1.629).NO H DISTINO ENTRE OS FILHOS (MATRIMONIAL, NO-MATRIMONIAL OU ADOTIVO) QT AO PODE FAMILIAR, NOME, SUCESSO. RECONHECIMENTO DE FILHOS EXTRAMATRIMONIAIS.

5.PRINCPIO DO PLURALISMO FAMILIAR RECONHECIMENTO DA FAMLIA MATRIMONIAL E DE ENTIDADES FAMILIARES.

6. PRINCPIO DA CONSAGRAO DO PODER FAMILIARO PODER-DEVER DE DIRIGIR A FAMLIA EXERCIDO CONJUNTAMENTE POR AMBOS GENITORES (CC, ARTS.1.630 A 1.638).

7. PRINCPIO DA LIBERDADE CONSISTE:7.1.LIVRE PODER DE FORMAR UMA COMUNHO DE VIDA (CC, ART.1.513);7.2.LIVRE DECISO DO CASAL NO PLANEJAMENTO FAMILIAR (CC, ART.1.565);7.3.LIVRE AQUISIO E ADMINISTRAO DO PATRIMNIO FAMILIAR (CC, ARTS.1.642, 1.643);7.4.LIVRE ESCOLHA DO REGIME MATRIMONIAL DE BENS (CC, ART.1.639);7.5.LIVRE OPO PELO MODELO DE FORMAO EDUCACIONAL, CULTURAL E RELIGIOSA DA PROLE (CC, ART.1.634); 7.6.LIVRE CONDUTA (RESPEITANDO-SE A INTEGRIDADE FSICO-PSQUICA E MORAL DOS MEMBROS DA FAMLIA).

8.PRINCPIO DA AFETIVIDADE (CRFB/88, ARTS. 226, 4, 227, CAPUT 5 E 6; 229)

9.PRINCPIO DA CIDADANIA (CRFB/88, ART. 1, II; 226, CAPUT.

10.PRINCPIO DA SOLIDARIEDADE FAMILIAR (CRFB/88, ARTS. 3, I; 226, 8; CC, ARTS. 1.566, IV, 1.694, 1.696, 1.697, 1.698)

11. PRINCPIO DA PROTEO INTEGRAL CRIANA E AO ADOLESCENTE (CF/88, 227)

13. PRINCPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANA E DO ADOLESCENTE (CRFB/88, ART. 227; CC, ARTS. 1.584, 1.612, 1.691; ECA, 4, 5, 6, 43; DEC. 99.710/90, ART. 3)

14. PRINCPIO DA RECIPROCIDADE ENTRE PAIS E FILHOS (CRFB/88, ARTS. 229).

15.PRINCPIO DA MENOR INTERVENO (CC, ART. 1.513)

1. PRINCPIO DA NO DISCRIMINAO (CRFB/88, 3, IV)

1. PRINCPIO DA FUNO SOCIAL FAMILIAR (CRFB/88, ART. 226, CAPUT) RECONHECIMENTO DA FAMLIA COMO INSTITUIO BSICA DA SOCIEDADE E COMO OBJETO ESPECIAL DA PROTEO DO ESTADO.

1. PRINCPIO DA MONOGAMIA (CC, ARTS. 550, 1.521, VI; 1.548, II; 1.572, 1.573, I; 1.723, 1; 1.727; CP, 235)

DIVISO LIVRO IV PARTE ESPECIAL1. DIREITO MATRIMONIAL0. DISPOSIES GERAIS (CC, ARTS.1.511 A 1.516);0. CAPACIDADE MATRIMONIAL (CC, ARTS. 1.517-1.520);0. IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS (CC,1.521,1.522):0. CAUSAS SUSPENSIVAS (CC, ARTS.1.523, 1.524);0. PROCESSO DE HABILITAO MATRIMONIAL (CC, ARTS.1.525 A 1.532);0. CELEBRAO DO CASAMENTO E SUA PROVA (CC, ARTS.1.533 E 1.547);0. NULIDADE E ANULABILIDADE DO CASAMENTO (ARTS.1.548 A 1.564);0. EFEITOS JURDICOS DO CASAMENTO (CC, ARTS.1.565 A 1.570);0. REGIME DE BENS ENTRE OS CNJUGES (CC, ARTS.1.639 A 1.688);0. DISSOLUO DA SOCIEDADE CONJUGAL E PROTEO DA PESSOA E DOS BENS DOS FILHOS (LEI N 6.515/77 E CC, ARTS.1.571 A 1.590, 1.689 A 1.693, 1.711 A 1.722; CF/88, ART. 226, 6).

2. DIREITO CONVIVENCIAL2.1. CC, ARTS. 550, 1.618, PARGRAFO NICO, 1.622, 1.642, V, 1.694, 1.708, 1.711, 1.723 A 1.727, 1.790, 1.801,II E 1.844;2.2. CF/88, ART. 226, 3 E LEIS 8.971/94 E 9.278/96).

3. DIREITO PARENTAL:3.1.RELAES DE PARENTESCO (CC, ARTS.1.591 A 1.595);3.2.FILIAO (CC, ARTS.1.596 A 1.617; CF, ART 227, 5);3.3.ADOO (CC, ARTS.1.618 A 1.629); LEI N8.069/90, ARTS. 36 A 52,165; CF, ART.227, 5; LEI N5.478/68);3.4.PODER FAMILIAR (CC, ART.1.630 A 1.638; LEI N8.069/90, ARTS.155 A 163);3.5.ALIMENTOS (CC, ARTS.1.694 A 1.710; LEI N5.478/68).

4. DIREITO ASSISTENCIAL OU PROTETIVO4.1.GUARDA (LEI N8.069/90, ARTS.33 A 35);4.2.TUTELA (CC, ARTS.1728 A 1.766; LEI N8.069/90, ARTS.36 A 38, 164, 165);4.3.CURATELA (CC, ARTS1.767 A 1.783; LEI N8.069/90, ART.142, PARGRAFO NICO);4.5.MEDIDAS ESPECFICAS E PROTEO AO MENOR (LEI N8.069/90).

QUATRO TEMAS NOS 272 ARTIGOS:

1. DIREITO DAS ENTIDADES FAMILIARES (arts. 1.511 a 1.638)0. DO CASAMENTO;0. DA UNIO ESTVEL (1.723 1.727)2. DIREITO PARENTAL, RELATIVO S SITUAES E RELAES JURDICAS DE PATERNIDADE, MATERNIDADE, FILIAO E PARENTESCO

3. DIREITO PATRIMONIAL FAMILIAR (arts. 1.639 a 1.722)0. REGIME DE BENS ENTRE OS CNJUGES E COMPANHEIROS;0. USURUTO E DA ADMINISTRAO DOS BENS DE FILHOS MENORES;0. ALIMENTOS;0. BEM DE FAMLIA.0. 1. DIREITO TUTELAR, RELATIVO TUTELA, GUARDA E CURATELA (arts. 1.728 a 1.783)

OBJETO DO DIREITO DE FAMLIAA FAMLIA

FONTES DO DIREITO DE FAMLIA BRASILEIRO

1.HISTRICAS:1.1.DIREITO CANNICO 1.2.O DIREITO PORTUGUS (ORDENAES MANUELINAS, AFONSINAS E FILIPINAS).2.FORMAIS:2.1.O CDIGO CIVIL (1916 e 2002)2.2.A LEGISLAO ORDINRIA QUE O TEM ALTERADO OU COMPLETADO.

DO DIREITO CANNICO:

1. A NATUREZA CONTRATUAL DO CASAMENTO1. A MANIFESTAO DA VONTQADE DOS NUBENTES1. A FOMALIZAO DO ATO RELIGIOSO POR MEIO DA AUTORIDADE COMPETENTE1. A OCORRNCIA DO DEBITUM CONUGALE DURANTE A EXISTNCIA DA SOCIEDADE CONJUGAL1. OS IMPEDIMENTOS1. A SPONSALIA COMO MEIO DE FORMALIZAO DO COMPROMISSO DO CAAMENTO1. A INDISSOLUBILIDADE DO VNCULO MATRIMONIAL (AT 1977), ENTRE OUTOS TPICOS.

DO DIREITO PORTUGUS (Ordenaes Filipinas):1. A INFLEXIBILIDADE DAS RELAES FAMILIARES1. A FORMA QUASE PATRIARCAL DA FAMLIA1. O REGIME LEGAL DE BENS (comunho universal) DOS VISIGODOS1. O INSTITUTO DA OUTORGA UXRIA 1. O DOTE1. A DOAO DO MARIDO MULHER1. O PTRIO PODER (PODER FAMILIAR)1. A TUTELA E A CURATELA.

CDIGO DE 1916 TRATOU O DIREITO DE FAMLIA EM 3 GRANDES TEMAS:1. O CASAMENTO;2. O PARENTESCO; 3. OS INSTITUTOS DE DIREITO PROTETIVO (TUTELA, CURATELA E AUSNCIA)

FASES DA EVOLUO LEGISLATIVA DO DIREITO DE FAMLIA NO BRASIL

1. A COLONIAL, COM PREDOMINNCIA DO DIREITO CANNICO AT 18602. A DA ABOLIO DA JURISDIO ECLESISTICA EM MATRIA DE CASAMENTO (DEC. N181, DE 24/01/1890)3. A DA LIBERALIZAO DOS CASAMENTOS EM QUALQUER CULTO (LEI N1.144, DE 11/9/1891)4. A DO RETORNO, EMBORA TMIDO, DE TCNICAS CANONISTAS (LEI N.3.071, DE 1/1/1916 - CDIGO CIVIL)5. A DO ADVENTO DO SISTEMA DE PROTEO DA FAMLIA (DEC-LEI N3.200, DE 19/4/1941, que orientou a ORGANIZAO e PROTEO da FAMLIA);6. A DA EMANCIPAO DA MULHER (LEI N4.121, DE 27/8/62 EMC);7. A DO DIVRCIO A VNCULO (EC n9/77; LEI N6.515, DE 26/12/77);8. A FASE A PARTIR DA CONSTITUIO DE OUTUBRO DE 1988.

A EMENDA CONSTITUCIONAL N9, 28/6/77 PERMITIU, EM CERTAS CIRCUNSTNCIAS, A DISSOLUO DO CASAMENTO.

A LEI N6.515/77 REGULA A EMENDA N9/77, ALTERANDO O REGIME DA SOCIEDADE CONJUGAL E OUTRAS DISPOSIES DO CDIGO CIVIL E DA LEI N4.657, DE 4/9/42 - LICC.

A CFB/88 AMPLIA OS DIREITOS NO TOCANTE:1. GRATUIDADE DOS ASSENTOS DO REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO E BITO (ART.5, LXXVII)2. AOS ATOS DA CELEBRAO DO MATRIMNIO PARA TODOS (ART.226, 1);3.EXTENSO DA PROTEO ESTATAL FAMLIA (ART. 226, 3 E 4);4.IGUALDADE DOS CNJUGES EM DIREITOS E DEVERES (ART. 226, 5);5.IGUALDADE ENTRE OS FILHOS6.FACILITAO DO DIVRCIO (ART. 226, 6).

CASAMENTOReferncias legais: CRFB/88, arts. 1, III, 3, I, III e IV, 5, 185, 191 e 226 a 230; CC, arts. 1.511 a 1.590, 1.639 a 1.693, 1.711 a 1.727; LINDB, art. 5; Lei 8.069/90, arts. 2 a 35, Lei 8.009/90, Lei8.971/94, Lei 9.63/96, Lei 8.278/96; Lei 6.515/77, arts. 24 a 52; Lei 6.015/73, arts. 70 a 76, 97 a 100, 244, 167, I, 1, 12,II, 5, 10, 14, 260; Dec-Lei 3.200/41, art. 2; CPC, arts. 82, II, 92, II, 100, I e II, 155, II, 320, II, 351, 472, 852 a 854, 88 II a VII, 1.129 a 1.124, 1.177 a 1.210; CP, arts.235 a 249.

Estado de famlia: posio e qualidade ocupadas pela pessoa na entidade familiar.Um dos atributos da personalidade das pessoas naturais conferido pelo vnculo que une uma pessoa s outrasVnculo conjugal ou parental (linha reta, colateral, afinidade).Decorrem direitos e deveres disciplinados pelo direito de famlia, reflexos no direito processual, tributrio, previdencirio etc.Prova-se o estado de famlia com o registro pblico, oponvel erga omnes. Aes de estado1.positivas para se obter um estado de famlia diverso do atual2.negativas para excluir determinado estado.

Origens do casamentoA origem primeira est na atrao sexual, ou na concupiscncia inata na pessoa. uma instituio jurdica, social e poltica.Unio do homem e da mulher muito mais prxima do direito natural do que do direito positivo.Nuptiae sunt conjunctiomarisetfeminae, comnsortium omnis vitae, divini et humani juris communicatio (Modestino, Dig. 23, II). As npcias so a unio do marido e da mulher em consrcio para toda vida pelo direito humano e pelo divino.carter religioso e perenidade da unio.Nuptiae autem sivematrimonium est virietmulierisconjunctio individuam vitae consuetudinem vitae contines (Ulpiano, Institutas, lib. I, tt IX, 1) .As npcias ou matrimnio so a unio do homem e da mulher, a qual mantm um hbito indivisvel de vida. Adotada pelo direito cannicoSo definies metajurdicas que confundem elementos jurdicos com consideraes alheias ao mundo jurdicoCdigo de Hamurabi, art. 145. Cdigo de Manu, art. 476.Bblia: Gnesis, 16, 24, 29 Isaac e Rebeca; Jacob e Raquel; Tobias, 7 Tobias e Sara.Roma, 753 ac. direito sistematizado, desligando-se da religio.Lei das XX Tbuas, 452 ac. Tbua sexta direito de propriedade, posse.Lex Canuleia, 445 ac permitiu casamento entre patrcios e plebeus.Lex de maritandisordinibus, 18 ac sobre casamento.

Espcies de casamento entre os romanos

1.Conventio in manum a mulher e o patrimnio passavam para o manusmaritalis.1.1.confarreatio casamento religioso dos patrcios.1.2.coemptio casamento da plebe, venda simulada pelo pai ao marido.2. Conventiosinemanus a mulher continuava pertencer ao lar paterno.3.Usus aquisio da mulher pela posse (vida em comum durante um ano).4. Justae nuptiae matrimnio livre: capacidade e consentimento dos cnjuges e ausncia de impedimentos5.1. Jus gentium ou sineconnubio a boda entre peregrinos;5.2. Contubernium a unio de fato entre os escravos;5.3. Concubinatus, sem consensus nuptialis a unio livre.

Casamento romano no se constitua numa simples unio fsica.Trao marcante affectiomaritalis (corpus e animus).No indissolvel, porm revestia-se de um carter de perpetuidade consortium omnis vitaeRegime de bens varivel casamento cum manu ou sinemanu.Jesus Cristo Igreja Catlica , 50 dc.Canonizao do casamento, sc. IX.Conclio Lateranense, 1215, promessa de casamento pblica.Conclio de Trento, 1563, regulou toda matria matrimonial.

Espcies de casamento no direito portugus de XVI1.Casamento realizado perante a autoridade eclesistica. Dotado de publicidade e formalismo, compatveis para gerar efeitos jurdicos.2.Casamento de marido conhecido, sem a interveno da autoridade eclesistica e caracterizado pela coabitao e pela cooperao mtua entre o homem e a mulher (equivalia a usus, que deveria ser provado pela presena da affectio maritais).3.O casamento morganheira, ou seja, um casamento de conscincia, desprovido de qualquer publicidade e sem a incidncia de normas jurdicas.

A inspirao crist sobre o casamento como instituto jurdico pode ser encontrada na codificao francesa de 1804, tendo o Cdigo de Bevilcqua concebido numa estrutura bastante semelhante, como uma sociedade fechada na qual no vigora a solidariedade como dever, mas a chefia e orientao exclusiva do cnjuge varo.Uma nova orientao pode ser identificada a partir da Declarao da Organizao das Naes Unidas, de 1948, que estabeleceu o princpio da igualdade de direitos e deveres entre o homem e a mulher na constncia do casamento. Subscrita pelo Brasil, mas observado a partir da CF/1988.

Conceito/definioSociedade do homem e da mulher que se unem para perpetuar a espcie humana e se ajudar, mediante socorros mtuos, a carregar o peso da vida e para compartilhar um destino comum (Portalis).

o vnculo jurdico entre um homem e uma mulher, visando o auxlio mtuo material e espiritual, de modo que haja uma integrao fisiopsquica e a constituio de uma famlia (Gangi).

um contrato bilateral e solene, pelo qual um homem e uma mulher se unem indissoluvelmente, legitimando suas relaes sexuais; estabelecendo a mais estreita comunho de vida e de interesses e comprometendo-se a criar e educar a prole que de ambos nascer (Clvis Bevilqua).

casamento a unio do homem e da mulher com o fim de criar uma comunidade de existncia (Wetter)

o contrato de direito de famlia que tem por fim promover a unio do homem e da mulher, de conformidade com a lei, a fim de regularem suas relaes sexuais, cuidarem da prole comum e se prestarem mtua assistncia (Slvio Rodrigues).

a unio do homem e da mulher para o estabelecimento de uma plena comunidade de vida (Borda).com base na igualdade de direitos e deveres, sem interferncias na comunho de vida do casal (CC, arts. 1.511, 1.513, 1.565 e 1.573).Este derecho de famlia es el conjunto de normas que regulam las relaciones familiares, principalmente entre padres e hijos, aunque tambin tiene en cuenta otras relaciones de parentesco Guillermo A Borda, in Manual de Derecho de Familia, Perrot, B. Aires

Princpios1.livre unio dos nubentes2.monogamia (CC, arts. 1.521, VI; 1.548, II; CP, 235)3.comunho indivisa (vida em comum) CC, art. 1.511 comungam os mesmos ideais, renunciando os instintos egosticos ou personalistas, em funo de um bem maior, que a famlia ( E O Leite)

Natureza jurdicaPredomnio das normas imperativas, isto , normas que so inderrogveis pela vontade dos particulares, no podem estabelecer a ordenao de suas relaes (jus cogens). No se lhes atribui o poder de fixar o contedo do casamento (v.g. modificar os deveres conjugais, art.1.566); ou sujeitar a termo ou condio o reconhecimento do filho (art.1.613); ou alterar o contedo do ptrio poder (art.1.634). So normas de interesse e ordem pblica.As relaes adstringem-se s pessoas fsicas, sem obrigar o ente pblico na soluo dos litgios. A proteo s famlias, prole, aos menores, ao casamento, aos regimes de bens no vai alm de mera tutela, no acarretando a responsabilidade direta do Estado na observncia ou no das regras correspondentes pelos cnjuges ou mais sujeitos da relao jurdica. Por isso, Borda defende o carter puramente privado do direito de famlia, contestando Cicu, que considerava a famlia um ente prprio, cujos interesses so distintos e superiores aos seus membros, colocados numa posio intermediria entre os de carter privado e os de carter pblico.

1. TEORIA CLSSICA ou contratual (Savigny, Mazeaud, Barassi, Pontes, E. Espndola, O Gomes, S. Rodrigues) um contrato celebrado entre sujeitos de direito de sexos diferentes, para comunho de seus bens e a satisfao dos seus interesses, conforme deliberarem, porm sempre em observncia lei. Orlando Gomes, um contrato com feio especial; Slvio Rodrigues, contrato de direito de famlia.2. TEORIA INSTITUCIONAL (Planiol e Ripert, W de Barros, A Wald) uma instituio natural humana, por meio da qual os objetivos intrnsecos personalidade dos cnjuges de sexos diferentes podem ser atingidos, observada a lei.

3. TEORIA MISTA ou ecltica (MH Diniz) um negcio jurdico no momento da sua celebrao, porm uma instituio quanto aos seus efeitos, isto , natureza de contrato na sua formao, por se originar do acordo de vontade e de instituio em sua durao, pela interferncia do Poder Pblico e pelo carter inaltervel de seus efeitos. Esta distingue o casamento-fonte do casamento-estado, aquele de natureza contratual e, este, institucional. instituio porque elevado categoria de um valor, ou de uma ordem constituda pelo Estado. instituto no somente jurdico, mas tambm tico, social, poltico, uma unio no s de dois patrimnios, no de s corpos, mas tambm de esprito.Constitui uma grande instituio social, que de fato nasce da vontade dos contraentes, mas que da imutvel autoridade da lei recebe a sua forma, as suas normas e os seus efeitos. As pessoas que o contraem, explica Salvat, tm a liberdade de realiza-lo ou no. A vontade individual livre para fazer surgir a relao, mas no pode alterar a disciplina estatuda pela lei.O casamento no se resume a um rol de direitos e obrigaes de cunho patrimonial ou econmico.O fator determinante de sua celebrao a affectiomaritalis, ou amor que nutre os esposos.Da vrios caracteres:1.Trata-se de uma instituio de ordem pblica, dada a legislao existente, qual devem subordinar-se as convenes particulares.2.Importa em uma unio exclusiva, e isto precipuamente em razo da natureza do prprio ser humano, que no comporta uma tolerncia de compartilhamento nessa ordem.3.Determina uma comunidade de vida para os cnjuges no somente nos interesses patrimoniais, mas em especial nos sentimentos, desejos e intenes.4.No admite termo ou condio para a contratao. Ningum celebra um casamento condicional, passvel de desconstituio se no cumprida alguma obrigao.5.Constitui um ato pessoal, da exclusiva deciso dos nubentes, indo j distantes os tempos quando os pais decidiam sobre o consorte do filho ou da filha. Para ser vlido mister que haja acordo de vontades dos contratantes.6.Reveste-se o ato de solenidade,com observncia de uma srie de requisitos e inscrio no registro civil.

Como fato natural, a famlia precedeu o casamento. Guillermo A BordaCONTRATOINSTITUIO

Uma especulaoUm consortium

Rege-se pela igualdadeRege-se pela disciplina

Uma mera relao, efeitos somente entre as partesImpe-se s partes e comunidade

Relaoexterior aos contratantes, lao obrigacionalUma interioroizao

Produto da concorrnciaProduto da comunicao

precrio, extingue-se com o pagamento perene

Relao subjetiva de pessoa a pessoaRelaes objetivas e estatutrias

Caracteres do casamento

1. PESSOALIDADEato pessoal dos nubentes (livre consentimento).2. LIBERDADE DE ESCOLHA dos interessados ato civil e de ordem pblica (normas cogentes. no-interferncias).3. SOLENIDADE da celebrao (CC, arts. 1.533 a 1.542)4. SUBMISSO dos aspectos patrimoniais referentes ao casamento norma jurdica de ordem pblica aplicvel, conforme o regime de bens adotado (normas cogentes).5. PERENIDADE da unio, no se admitindo casamento sob condio resolutiva ou termo ato jurdico puro e simples .6. EXCLUSIVIDADEda unio (CC, art. 1.566, I; CP, 240), impe aos cnjuges a vida em comum com fidelidade e assistncia recprocas (unio permanente e exclusiva).7. PLENA COMUNHO de vida entre os cnjuges8. UNIO INDISSOLVEL entre o homem e a mulher (affectiomaritalis). O vnculo a partir da constituio da sociedade conjugal s pode ser rompido seno nas hipteses previstas em lei;

Fins do casamentoA inteno de viverem juntos, como marido e mulher, a affectiomaritalis, sem a qual no existia entre os romanos o casamento, mas o concubinato ...Affectiomaritalis realmente uma espcie no gnero, a affectiosocietatis, sem a qual nenhuma sociedade existe.Trilogia de Santo Agostinho: proles (a procriao), fides (a f que os cnjuges devem votar um ao outro), sacramentum (instrumento da graa divina, que leva a santificar o vnculo). Doutrina revivida pela encclica Casta Connubio, de 1930, cf. Canones 1.013, 1.As origens bblicas do homem e da mulher do-nos conta de outra realidade.Na verdade, os fins do casamento e da unio estvel so de ordem subjetiva, de foro ntimo, razo pela qual no esto determinados em lei. O amor no um sentimento exigvel juridicamente.

Os principais objetivos a serem alcanados so:1. a instituio da famlia matrimonial (CF, art. 226, 1, CC, 1.513);1. a legalizao do estado de fato;1. o estabelecimento de relaes pessoais ntimas entre os cnjuges;1. a assistncia mtua material (CC, art.1.568) e imaterial (CC, art. 1.566, I e V);1. a realizao pessoal de cada um dos cnjuges, mediante a cooperao extrapatrimonial mtua;1. a reproduo e perpetuao da espcie (CF; 226, 7, Lei 9.263/96);1. a criao, a educao e o sustento da prole resultante do casamento (CC, art. 1.634, ECA, art. 22);1. a atribuio do nome ao cnjuge (CC, art. 1.565, 1) e aos filhos.

Inteno de viverem juntos (affectiomaritalis)O amor, que independe de mera atrao sexual e encontra sua manifestao mais veemente na afeio, solidariedade, cumplicidade, atrao mtua e afinidade pessoais.A relevncia do amor, do afeto, do ngulo emocional, da convivncia respeitosa, da existncia recproca, do prazer da companhia, do desvelo mtuo, sempre em detrimento da unio forada, artificial, hipcrita, doentia, conflitada, destruidora; eis um parmentro essencial, alicerante de quase todas as transformaes na famlia e em sua normatizao jurdica.Quer-se a autenticidade das relaes. Rejeita-se a falsidade (Srgio Gisckow Pereira).

EsponsaisConsistem em um compromisso de casamento entre duas pessoas desimpedidas, de sexo diferente, com o escopo de possibilitar que se conheam melhor, que se aquilatarem mutuamente suas afinidades e gostos (A Chaves).

Requisitos para possibilitar responsabilidade pela ruptura de promessa de casamento:1. feita livremente pelos noivos;1. recusa de cumprir a promessa esponsalcia por parte de um dos nubentes e no de seus pais;1. ausncia de motivo justo;1. acarrete dano patrimonial ou moral

Consequncias do inadimplemento culposo ou doloso dos esponsais:1. devoluo dos presentes trocados, cartas e retratos (CC, art. 546);1. indenizao dos danos patrimoniais e morais (CC, art. 186).

DIREITO DE FAMLIA - 2015Casamento na legislao na estrangeiraA maioria dos povos s atribui validade plena ao casamento civil; poucos reconhecem no matrimnio religioso o mesmo valor do civil. 1. s o civil vlido, mas o religioso tem efeitos civis (pases da Amrica do Sul, Alemanha, Sua).2.s o religioso (ndia, Grcia e Lbano).3.civil e religioso (Inglaterra, EUA, Dinamarca).4.s civil (Rssia, Polnia, Romnia).

Casamento no BrasilOs princpios do direito cannico regiam todo e qualquer ato nupcial.1.casamento religioso at 1889 (celebrado segundo normas do Conclio de Trento e das Constituies do Arcebispado da Bahia)catlicomisto (sob a gide do Direito Cannico)acatlico.

Casamento civilDec.181, 24.1.1890 instituiu o casamento civil, art. 108.Dec. n521,26.6.1890 punia quem celebrasse o religioso antes do civil.CFB, de 24.2.1891, art.72, 4 - reconhece s o casamento civil.Lei n3.071,1.1.1916 (CCB) consolidou e regulamentou o casamento civil.

Casamento civil ou religioso com efeitos civisCFB/88, art.226, 2; CC, arts.1.516 e 1.517; LRP, arts.72 a 75Lei n3.071, de 1 .1.1916 consolida e regulamenta o casamento civil.CFB/1934, art. 146Lei n379, 16.1.1937, permitiu que o religioso tivesse efeitos civis.Dec-lei n3.200, 19.4.1941, modifica a lei 379/37, organizao e proteo da famlia, permite o casamento dos colaterais de 3 grau.CFB/1937 beneficiou o filho natural e d efeito civil ao casamento religioso, regulamentado pela Lei n1.110, 23.5.1950.Dec. n12.299/1943 amparou as famlias de prole numerosas.Dec-lei n7.485, 23.4.45 a prova do casamento para fins de previdncia.CFB/1946, art. 163, 1, manteve efeito civil ao casamento religioso.Dec-lei n9.701,3.9.1946 dispe sobre a guarda e visita dos filhos menores no desquite judicial.Lei n883, 21.10.1949 permite o reconhecimento do filho ilegtimo e a investigao de paternidade do adulterino depois de dissolvida a sociedade conjugal, com alteraes pela Lei n7.250, 14.11.84.Lei n968, 10.12.1949 estabelece a fase de conciliao prvia nos desquites e nas aes de alimentos.Lei n1.110/1950 estabelece novas regras para a validade do casamento no civil e revogou a Lei 379/37.Lei n1.542, 5.1.1952 casamento de diplomatas brasileiros com pessoas de nacionalidade estrangeira.Lei n3.133, 8.5.1957 atualiza a adoo.Lei n4.655, 2.6.1965 introduz a legitimao adotiva.Lei n4.121, 27.8.1962 (EMC) emancipa a mulher casada.Lei n5.478, 25.7.1968 ao de alimentos.CFB/67, art. 167, 3 mantm o casamento religioso com efeito civil.CFB/69, art. 175, 3mantm o religioso com efeito civil. Lei n6.015, 31.12.1973, arts. 71-75,trata de registro do casamento religioso com efeito civil. O Cdigo Civil de 2002 disciplina a matria nos arts. 1.515 e 1.516.Emenda Constitucional n9, 28.6.1977 (altera o 1 do art. 175 da CF/69) quebra a indissolubilidade do casamento, criando o DIVRCIO.Lei n6.515, 26.12.1977 regulamenta a separao e o divrcio.Lei 6.880/80 Lei n 7.210/84 CFB/88, art. 226, pargrafos 1, 2 - casamento civil, mantm o religioso com efeito civil.Lei n8.009, 29.3.1990 amplia a proteo do bem de famlia, impenhorabilidade.Lei n 8.069, 13.7.1990 Estatuto da Criana e do Adolescente.Lei do inquilinato (8.245/91), art.12, permite continuar na locao residencial a concubina do finado locatrio.Lei n8.408, 13.2.1992 reduz para um ano o prazo de ruptura da vida em comum que justifica separao judicial e que a mulher volte a usar o nome de solteira.Lei n8.560,29.12.1992 investigao de paternidade de filho fora do casamento.Lei n8.648, 20.4.1993 alimentos aos pais idosos. Leis n8.971, 29.12.1994 regula o direito dos companheiros a alimentos e sucesso Lei n9.278, 10.5.1996 regula o 3 do art. 226, CF/88, definem os direitos e deveres dos conviventes.Lei n9.263,12.1.1996 sobre planejamento familiarLei n9.434, 4.2.1997 remoo de rgos.Lei n10.406, 10.1.2002 Cdigo Civil brasileiro.Lei n10.741, 1.10.2003 Estatuto do idoso.Lei n11.340, 7.8.2006 sobre violncia domstica (Lei Maria da Penha) Lei 11.441, 4.1. 2007 novo procedimento para separao e divrcio consensuais e inventrio.INSERIR LEIS DE 2007 A 2011

EMENDA CONSTITUCIONAL N 66, julho de 2010PEC. 33/2007 prope alterar o 6 do art. 226 da CF/88 suprimindo o instituto da separao judicial.PL 504/2007 modifica os arts. 1.694, 1.702, 1.709 da Lei 10.406/2002.PL 505/2007 recomendao de incentivo mediao familiar.PL 506/2007 modifica o art. 1.601 da Lei 10.406/07.PL 507/2007 revogao dos arts. 1.564, 1.571. 1.572. 1.578 do CCBPL 508/2007 modifica dispositivos sobre igualdade de direitos sucessrios entre cnjuges e companheiros de unio estvel (arts. 544, 1.829, 1,830, 1.831, 1.832, 1.837, 1.838, 1.839, 1.845 e 2003 da Lei 10.406/2002).

1.Condies indispensveis existncia jurdica do casamento1.diversidade de sexo (CC, arts.1.514 e 1.517) (???);2.consentimento dos nubentes3.celebrao na forma prevista (CC arts. 1.550, VI, 1.533 a 1.535)

2.Condies necessrias validade do casamento2.1.condies naturais de aptido fsica: a)puberdade (CC, arts. 1.550, I; 1.551, 1.520) idade nbil ( CC, arts. 1.517 a 1.520)b)potncia coeundi e generandi (CC art.1.557, III), exceo do art. 1.540, ancio, ec)sanidade fsica (CC, art.1.557, III, Dec.-lei. 3.200/41, art. 2)2.2.condiesnaturais de aptido intelectual:a)capacidade natural grau de maturidade e sanidade mental (CC, 1.548, I e 1.557, IV)b)consentimento ntegro erro, coao (CC, arts.1.550, III, 1.556, 1.558, 1.559 e 1.557)

2.3.condies de ordem moral e social:1.de ordem social;3. represso bigamia grau de parentesco (CC, arts.1.521,VI e 1.548, II);3. prazo de viuvez (CC, art.1.523, I e II);3. tutela e curatela enquanto no cessadas (CC, art. 1.523, IV);3. idade militar (Dec.-lei n9.698/46, arts. 101-106);3. casamento de funcionrios diplomticos brasileiros (Lei n 3.917/61, art. 36)2.de ordem moral:1. consentimento de ascendente ou representante legal (CC, arts.1.517,1.550, II; 1.519);1. proibio de casamento entre parentes de linha reta ou calateral e pessoas vinculadas pela adoo (CC, art. 1.521, I a V e 1.548, II e cf. Dec-lei 3.200/41);1. proibio de matrimnio por homicdio ou tentativa (CC, arts. 1.52, VII e 1.548, II)

3.Condies necessrias regularidade do casamento1.celebrao (ato solene, pblico) por autoridade competente;2.observncia de formalidades legais

Formalidades preliminares do casamento processo que corre perante oficial do registro civil para demonstrar que os nubentes esto legalmente habilitados para o casamento (CC, arts.1.525 a 1.547)1 fase habilitao (CC, arts.1.525 e 1.526)2 fase publicidade (CC, art.1.527 a 1.532)3 fase celebrao (CC, art.1.533 a 1.542)

Formalidades concomitantes as que acompanham a cerimnia e previstas nos arts. 1.533 a 1.538. so essenciais regularidade do casamento e sua inobservncia determina-lhe a nulidade

Documentao:1.certido de idade ou prova equivalente (CC, art.1.525, I);2.declarao do estado, do domiclio e da residncia atual dos nubentes e de seus pais, se forem conhecidos (CC, arts. 1.527 e 1.525, IV);3.autorizao das pessoas sob cuja dependncia legal estiverem ou suprimento judicial (CC, arts.1.525, II, 1.517, 1.519, 1.550, II, 1.537; 1.633, 1.728; 1.767)4.declarao de duas testemunhas (CC, art. 1.525, III e LRP, art. 42);5.certido de bito do cnjuge falecido, da anulao do casamento ou do registro de sentena de divrcio (CC, art.1.525, V)6.certido da sentena do divrcio proferido no estrangeiro com a homologao pelo STF (CPC, arts, 483 e 7.certificado de exame pr-nupcial quando colaterais do 3 grau (Dec-lei n3.200/4, art. 2). Publicidadea) proclamas mediante edital, afixado durante 15 dias e publicao pela imprensa, sero lavrados os proclamas do casamento (CC, art.1.527 e LRP, art. 68)b) oposio de impedimento por escrito (CC, arts. 1.529 e 1.530)c) autorizao inexistncia de fato obstativo, aps 15 dias, certido...90 dias (CC, arts.1.531 e 1.532)

Celebrao observncia das formalidades essenciais da cerimnia nupcialrequerimento (CC, art.1.533).publicidade do ato nupcial (CC, art.1.534)presenas dos contraentes, testemunhas, oficial do registro e do juiz (CC, arts. 1.534, 1.535, 1.542 e LRP, art.42)declarao dos nubentes (CC, arts. 1.535 e 1.538).co-participao do celebrante (CC, art.1.535).lavratura do assento (CC, art. 1.537 e Lei n6.015/73, art.70).

Impedimentos matrimoniais a ausncia de requisitos ou existncia de qualidade que a lei articulou entre as condies que invalidam ou apenas probem a unio civil (Pontes de Miranda)IncapacidadematrimonialImpedimento matrimonial

Pressuposto material da realizao do casamento

Inaptido para casar com quem quer que sejaInaptido para casar com determinada pessoa

geralCircunstancial, relativo

Ilegitimidade

Impedimentos dirimentos absolutos (ou pblicos) os dos incisos I a VII do art. 1.521. Podem ser arguidos por qualquer pessoa interessada e pelo Ministrio Pblico. Acarretam nulidade do casamento. Trs categorias: 1. Impedimentos resultantes de parentesco:1.1. de consanguinidade (consaguinitatis) (CC, art. 1.521, I e IV, Dec.lei 3.200, art. 41).1.2. de afinidade (affinitatis) (CC, arts. 1.521, II e 1.595, LRP, art. 59).1.3. de adoo (cognatiolegalis) (CC, art. 1.521, I, III e V).2. Impedimento resultante de vnculo:2.1.casados (CC, arts. 1.521, VI; 1.548, II e 1.549; CP, art. 235; CF/88, art. 226, 6; Lei 6.515/77, art. 2, nico).3. Impedimento resultante de crimede homicdio doloso ou tentativa (CC, art. 1521, VII).Causas suspensivas1. evitar confuso de patrimnio (CC, arts. 1.523, I, III; pargrafo, 1.641, I e 1.489, II).2. evitarturbatio sanguinis (CC, art. 1.523, II, pargrafo; 1.641, I).3.impedir casamento por coao (CC, art. 1.523, IV, pargrafo; 1.641, I).4.casamento sem autorizao de superiores.

Oposio dos impedimentos1. Os do art. 1.521, I a VII, exofficio(CC, art. 1.522):a) oficial do registro;b) juiz ou celebrante (CC, art.1.522, pargrafo);c) qualquer pessoa (CC, arts. 1.522, 1.529)2. Os do art. 1.523, I a IV:a) parentes em linha reta, consangneos ou afinsb) colaterais, 2 grau, consangneos/afins (1.524)

Limitaes formais:a)os do art. 1.521, at a celebrao;b)os do art. 1.523, 15 dias dos proclamas;c)no h anonimato;1. por escrito;1. oficial verifica, dar cincia aos nubentes (1.530);1. remessa dos autos a juzo (LRP, 67, 5).

Efeitos da oposio:a) impossibilitar a obteno do certificado;b) adiar o casamento.

Sanes ao oponente de m-f:a) civis ou criminais (CC, art. 1.530) movidas pelos nubentes;b) reparao de danos (CC, art.186)

Invalidade do casamentoCausas de imperfeio dos atos jurdicos:5. por falta de elemento essencial = inexistente5. infrao de preceito legal obrigatrio = nulo5. imperfeio da vontade ou viciada = anulvel.CscCasa casamento anulvel

a nulidade de ordem pblica e a decretao exigidano interesse gerala anulabilidade decretada no interesseprivado da pessoa prejudicada

a nulidade no gera, ordinariamente, qualquer efeito(mas se contrado de boa-f gera putatividade),CC, art.1.561gera numerosos efeitos

a nulidade pode ser alegada por qualquer interessado ou pelo MP, C, art.1.549 decretada a requerimento das partes CC, arts.1.522, 1.559.

a ao de nulidade imprescritvel

Ao prescritvel varia de 6 meses a 4anos, CC, arts. 1.555, 1.560, IV.

v.g.: nulo o casamento de pessoas j casadasCC, art. 1.521, VI. v.g.: anulvel o casamento de quem no tem capacidade matrimonial, CC, art. 1.553

Casamento inexistente:1. pessoas de mesmo sexo;1. falta de habilitao;1. Religioso sem efeitos civis.No pode ser declarado putativo para beneficiar o cnjuge que teria agido de boa-f, enquanto o casamento nulo e o anulvel podem ter esse efeito.

Casamento invlido:1. impedimentos;1. enfermo mental.Ao imprescritvel.

Casamento ineficaz:1. impedimentos dirimente relativo (causas suspensivas);1. erro quanto pessoa do outro;1. coao;1. incompetncia da autoridade.Ao prescritvel:1. 4 anos por coao;1. 3 anos por erro essencial;1. 2 anos por celebrao sem autoridade competente;1. 180 dias nos demais casos.Legitimidade para propor ao de nulidade:a)legtimo interesse moral cnjuges, ascendentes, descendentes, irmos e cunhadosb)legtimo interesse econmico filhos de leito anterior, colaterais sucessveis, credores dos cnjuges e adquirentes de seus bens. c)legtimo interesse social o ministrio pblicoa sentena tem carter declaratrio, produz efeitos extunc, 1.563.Casamentoanulvel (enumerao taxativa), CC, art. 1.550:1. quem no completou a idade mnima para casar, comporta excees dos arts. 1.520 e 1.551.2. o menor em idade nbil, no autorizado pelo seu representante legal, mas, depois de atingi-la poder confirmar seu casamento, com a autorizao dos representantes legais ou suprimento judicial, art. 1.553.3.a ocorrncia de vcio de vontade, CC, arts. 1.556 a 1.5584.o incapaz de consentir ou manifestar de modo inequvoco, seu consentimento5.pelo mandatrio, sem que ele ou outro contraente soubesse da revogao do mandato, no sobrevindo coabitao entre os cnjuges6.por incompetncia da autoridade celebrante, CC, art. 1.554. Prazos, CC, art. 1.560Erro essencial, CC, arts. 1.556, 1.557.hipteses:1. o que diz respeito sua identidade, honra, boa fama2. a ignorncia de crime anterior ao casamento3. a ignorncia, anterior ao casamento, de defeito fsico irremedivel, ou de molstia grave e transmissvel, por contgio ou herana4. ignorncia, anterior ao casamento, de doena mental grave.

Pressupostos:1. anterioridade do defeito ao casamento2.desconhecimento do defeito pelo cnjuge enganado3. insuportabilidade da vida em comum.

Hipteses de erro essencial sobre a pessoa do cnjuge (CC, art. 1.557) identidade, honra e boa forma:1.prostituio de cnjuge anterior ao casamento;2.prticas homossexuais do cnjuge;3.vcio em txicos e drogas;4.marido proxeneta; cften;5.cnjuge de vida desregrada;6.cnjuge ladro;7.cnjuge cleptomanaco.

Ignorncia de crime a mera ocorrncia de crime independente de sentena condenatria, suficiente caracterizao do erro.

Defeito fsico irremedivel ou molstia grave transmissvel:1. hemafroditismo (ou, sexo dbio); deformaes genitais;1. infantilismo; vaginismo;1. coitofobia; lepra, sfilis, aids, blenorragia;1. tuberculose; hemofilia.

Grave doena mental:1. esquizofrenia; psicopatia;1. sadismo; oligofrenia;1. parania; epilepsia;1. psicose manaco-depressiva.

Espcies de casamento

1. Civil (CF/88, art. 226, 1; CC, arts. 1.511-1.582, 1.639-1.693).2. Religioso com efeito civil (CF/88, art. 226, 2; CC, arts. 1.515 e 1.516).2.1. precedido de habilitao civil (CC, art. 1.516, 1);2.2. no precedido de habilitao civil (CC, art. 1.516, 2);2.3. efeitos jurdicos (CC, art. 1.515).3. Por procurao (CC, art.1.542, LIC, art. 7, 1).4. Nuncupativo (CC, arts. 1.540 e 1.541, LRP, arts. 73, 76).5. Em caso de molstia grave (CC, art. 1.539).6. Perante autoridade diplomtica ou consular (LICC, arts. 7, 2 e 18, LRP, art. 32, 1).

Provas do casamento1. Diretas1.1.Especficas:0. do casamento celebrado no Brasil certido de casamento (CC, art. 1.543);0. do casamento realizado no exterior (CC, art. 1.544, LRP, art. 32, 1)..2.Supletrias (CC, art. 1.543, 1):0. certido dos proclamas;0. passaporte;0. testemunhas do ato;0. documentos.

3. Indireta (posse do estado de casado) a situao em que se encontram de sexo diverso, que vivem notria e publicamente como marido e mulher3.1. requisitos: nomen, tractus e famaaplicao:a) para provar casamento de pessoas falecidas, em benefcio da prole (CC, art. 1.545), ante a impossibilidade de se obter prova direta;b) para eliminar dvidas entre provas a favor ou contra o casamento (CC, arts. 1.546 e 1.547);c) para sanar eventuais defeitos de forma do casamento.

Casamento putativo ou aparente CC, art. 1.561

o casamento nulo, ou anulvel que, contrado de boa-f, por ambos ou pelo menos, um dos esposos,tem, em razo dessa boa-f, efeitos civis reconhecidos pela lei (Yussef Cahali)Elementos da putatividadea) boa-f b) impedimento

Efeitos quanto aos cnjuges (ambos de boa-f):

a)validade dos pactos antenupciais at a data da anulao;b)validade das doaes antenupciais (no so devolvidas);1. direito herana ;1. direito aos alimentos at a data sentena anulatria;1. uso do nome do outro at a data da sentena;1. no extino da afinidade.

Apenas um cnjuge de boa-f

a)tem direito aos alimentos at a sentena anulatria;1. exerce o poder parental sobre os filhos;1. tem direito meao do outro cnjuge;1. sucede aos filhos.

Cnjuge de m-f:a) deve alimentos famlia at a data da sentena anulatria;1. perde o poder parental sobre os filhos;1. no ter direito meao do outro cnjuge;1. no sucede aos filhos, embora estes, naturalmente, o sucedam.

DIREITO DE FAMLIA IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS JMS 2012IMPEDIMENTO A AUSNCIA DE REQUISITOS OU EXISTNCIA DE QUALIDADE QUE A LEI ARTICULOU ENTRE AS CONDIES QUE INVALIDAM OU APENAS PROBEM A UNIOCIVIL (Pontes de Miranda)

INCAPACIDADE GERAL; IMPEDIMENTO, RELATIVO.

DE PARENTESCO:1. DE CONSANGUINIDADE (CC, ART. 1.521, I e IV, DEC-LEI 3.200, ART. 41).2. DE AFINIDADE (CC, ARTS. 1.521, II E 1.595, LRP, ART. 59).3. DE ADOO (CC, ART. 1.521, I, III E V).

2.DE VNCULO:1.CASADOS (CC, ARTS. 1.521, VI; 1.548, II e 1.549; CP, ART. 235; CF, ART. 226, 6; LEI 6.515/77, ART. 2, NICO).2.DE HOMICDIO DOLOSO OU TENTATIVA (CC, ART. 1521, VII).

CAUSAS SUSPENSIVAS1. EVITAR CONFUSO DE PATRIMNIO (CC, ARTS. 1.523, I, III; PARGRAFO, 1.641, I E 1.489, II).2. EVITAR TURBATIO SANGUINIS (CC, ART. 1.523, II, PARGRAFO; 1.641, I).3.IMPEDIR CASAMENTO POR COAO (CC, ART. 1.523, IV, PARGRAFO; 1.641, I).4.CASAMENTO SEM AUTORIZAO DE SUPERIORES.

OPOSIO DOS IMPEDIMENTOS- OS DO ART. 1.521, I a VII, EX OFFICIO:A) OFICIAL DO REGISTRO;B) JUIZ OU CELEBRANTE (CC, ART.1.522, PARGRAFO);C) QUALQUER PESSOA (CC, ARTS. 1.522, 1.529)

OS DO ART. 1.523, I a IV:A) PARENTES EM LINHA RETA, CONSANGUNEOS OU AFINSB) COLATERAIS, 2 GRAU, CONSANGUNEOS/AFINS (1.524)

LIMITAES FORMAIS:

A) OS DO ART. 1.521, AT A CELEBRAO;B) OS DO ART. 1.523, 15 DIAS DOS PROCLAMASC) NO H ANONIMATO;D) POR ESCRITOE) OFICIAL VERIFICA, DAR CINCIA AOS NUBENTES (1.530);F) REMESSA DOS AUTOS A JUZO (LRP, 67, 5)

EFEITOS:A) IMPOSSIBILITAR A OBTENO DO CERTIFICADO;B) ADIAR O CASAMENTO.

SANES:

A) CIVIS OU CRIMINAIS (CC, ART. 1.530) MOVIDAS PELOS NUBENTES;B) REPARAO DE DANOS (CC, ART.186)

DIREITO DE FAMLIA EFICCIA DO CASAMENTOREFERNCIAS LEGAIS: CF/88, 5, XXVI, 191, 226, 229; CC, 1.565 a 1.570, 1.564; CP, 235; LEIS n4.121/62, n 6.515/77, n 8.009/90, n 9.263/96; ENUNC. CEJ 99, 100, 114, 254, 255.Sob a tica do Direito, os efeitos jurdicos correspondem aos resultados de preceituao legal, bem como de fatos ou atos jurdicos, civis, comerciais, administrativos, criminais, e outros.Efeitos jurdicos do casamento (229 a 232, CC-1916)Eficcia do casamento (1.565 a 1.570, CC-2002).I CONCEITUAO: so consequncias que se projetam no ambiente social, nas relaes pessoais e econmicas dos cnjuges, nas relaes pessoais e patrimoniais entre pais e filhos, dando origem a direitos e deveres prprios e recprocos, disciplinados por normas jurdicas.A comunho de vida a nota fulcral que marca o casamento. Sem esta, desaparecem seu sentido e sua finalidade (cf. 1.511).I Observaes iniciais:1. Eficcia do casamento = regula a lei alguns dos seus efeitos, alm de desfrutar da especial proteo do Estado (CF, 226), eficcia erga omnes (vai alm dos cnjuges e se impem perante a sociedade)1. CC/ 1916: Direitos e deveres do marido (arts. 233 a 239) e direitos e deveres da mulher (240 a 255)1. O homem representao legal da famlia (chefe da sociedade conjugal, o cabea do casal; administrador ds bens do casal; domiclio; manuteno da famlia; sobrenome do marido)1. H vantagens e algumas restries (autorizao do 1.647.cf. 1.656 Part, final no aquestos; O aval no pode ser anulado por falta de vnia conjugal... Enunc. 114 CEJ); terceiros tambm atingidos.1. Gera presuno de filiao (1.597) e direitos a alimentos (1.694).1. Torna indissolvel vnculo da finidade (1.595); torna-se curador (1.775); participao de um no patrimnio do outro (1.639).1. Garante direitos sucessrios: herdeiro necessrio (1.829, III) real de habitao (1.831), concorrncia com herdeiros de classes anteriores (1.829).1. Altera o estado civil dos cnjuges (5,II; 1.535).1. O estado civil um atributo da personalidade, que qualifica a pessoa perante a sociedade, criando restries para a prtica de determinados atos. 1. O SIM (1.535) significa a concordncia dos nubentes com o que o Estado estabelece de forma rgida como deveres dos cnjuges.1. JUGUM (canga ou arreios que prendiam as bestas s carruagens) conjugare(cum+jugare) unio de duas pessoas sob a mesma canga conjugis + jungido ao mesmo jugo ou ao mesmo cativeiro.1. CC concede aos casados a condio de consortes e companheiros (1.565), repassando-lhes a responsabilidade pelos encargos da famlia. Tais direitos so assegurados aos filhos (CF, 227, 1.634).1. Permisso para acrescer o sobrenome do outro (CF, 226, 5, 1.565, 1).1. Planejamento familiar (CF, 227, 6, 1.565, 2 cf. Enunc. 99, CEJ).1. O casal o titular do direito reprodutivo, cabendo a ele, ante o princpio da liberdade de deciso, planejar sua famlia; cabendo ao Estado to-somente propiciar meios educacionais, financeiros e cientficos para o exerccio desse direito, sem controle pblico ou privado (1.513).1. cf. Conferncia Internacional de Beijing de 1995 sobre sade reprodutiva, polticas e programas pblicos. Lei 9.263/96, 9.029/95 e 9.799/99. 1. Art. 1.566 deveres de ambos os cnjuges.1. O eventual ou reiterado, dissimulado ou pblico inadimplemento dos deveres conjugais, por um ou por ambos, em nada afeta e existncia, a validade ou eficcia do casamento.1. O descumprimento no gera a possibilidade de um (credor) buscar seu adimplemento em juzo. 1. Outorga legitimidade para a busca da separao, imputando ao outro a culpa pelo fim do amor (cf. 1.572 e 1.573).1. No a imposio de normas de conduta que consolida a estrutural conjugal. a conscincia dos papis desempenhados que garantem a sobrevivncia do relacionamento como sede de realizao pessoal.1. Das relaes afetivas, o fundamental a absoluta lealdade recproca, vis que deve pautar todos os vnculos amorosos, principalmente quando existente um projeto de comunho de vidas, uma identidade de propsitos. A cumplicidade a razo mesma de seu surgimento e o motivo de sua permanncia.1. Em lugar de direitos e deveres previstos inocuamente na lei, melhor se o casamento nada mais fosse do que um ninho, laos e ns de afeto, servindo de refgio, proteo e abrigo. O que se gostaria de conserva da famlia, no terceiro milnio, so seus aspectos positivos: a solidariedade, a fraternidade,a ajuda mtua, os laos de afeto ede amor. Belo sonho (Michelle Perrot. O n e o ninho, 81).1. Fidelidade origem e a causa esto na organizao monogmica da famlia. Envolve mais a dedicao exclusiva e sincera de um em relao ao outro, um tal compartilhamento de vida, tanto na dimenso material como na espiritual.(atitudes licenciosas e levianas, o simples namoro, a presena em ambientes imprprias, as relaes de natureza homossexual, o agir inconveniente que possa levar o reconhecimento da ofensa ao inc. V do 1.566); forma de garantir a legitimidade da prole gera presunes de paternidade.1. Imposio de um interdito proibitrio infidelidade.1. O dever de fidelidade uma norma social, estrutural e moral, mas tambm uma norma jurdica porque sua transgresso admite punio na esfera civil e criminal. Bigamia (CP 235) anulao do casamento (1.548, II), impedimento (1.521, VI) anulvel a doao feita pelo adltero a seu cmplice (550 e 1.642 V).1. Infidelidade fundamenta ao de separao litigiosa (1.573, I), o culpado, alm de ficar sujeito a perder o nome de casado (1.578), ter direito limitado de perceber alimentos (1.704, nico).1. No emprestar efeitos jurdicos s relaes no-eventuais.1. Infidelidade virtual.1. 1.565, II a vida em comum vai muito mais alm de um simples relacionamento sexual ou dbito conjugal; e no apenas viverem sob o mesmo teto.1. 1.566, III mtua assistncia a violao constitui injria grave, podendo originar ao de separao judicial (1.573, III)1. 1.566, V configuram violao a esse dever a tentativa de morte, a sevcia, a injria grave, a conduta desonrosa, a ofensa liberdade profissional, religiosa e social do cnjuge, dentre outros atos que importem em desrespeito aos direitos dapersonalidade do cnjuge (Regina Beatriz da Silva, in: Cdigo Civil anotado, Coord. Ricardo Fiza, Saraiva, p.1.366).

1. O cnjuge representante legal da unidade familiar, mas no de seu consorte.1. Representam os filhos poder familiar (1.634, I, 1.690).1. Cada consorte torna-se responsvel pelas consequncias dos atos praticados no exerccio regular do poder domstico, solidariamente (1.644, 1.643); contribuindo na proporo de seus bens e ou ganhos.1. A violao dos deveres e obrigaes concernente aos filhos menores e no emancipados acarreta suspenso ou destituio do pode familiar (1.637, 1.638), gerando alm de responsabilidade civil por dano moral, crime de abandono familiar (CP, 244 247).1. A separao do casal e nada alteram os direitos e deveres dos pais em relao aos filhos (1.558, 1.636, 1.579, 1.703)

II CLASSES:1. EFEITOS SOCIAIS1. EFEITOS PESSOAIS1. EFEITOS PATRIMONIAISII 1Efeitos sociais cria-se a famlia matrimonial; estabelece-se vnculo de afinidade; emancipa-se o cnjuge de menor idade (CC, 5, n, II)1. Criao de famlia matrimonial (CF, art. 226, 1, 2; CC, art.1.513, 1.565, 2, 1.597 e 1.598).1. Estabelecimento do vnculo de afinidade entre cada cnjuge ou companheiro e os parentes do outro (CC, art. 1.595, 1, 2).1. Constituio do estado de casado (CC, art. 1.565,caput.).1. Emancipao do consorte de menor idade (CC, art.5, pargrafo nico, I)

II 2 Efeitos pessoais o rol de direitos e deveres entre os consortes e entre pais e filhos.0. Direitos e deveres de ambos cnjuges1.Fidelidade mtua dever moral e jurdico (CC, arts. 1.566, I e 1.573, I;- delito civil com sano; cf. 1.597, 1.600).2.Coabitao (CC, arts. 1.566, II, 1.511, 1.573, III e IV, 1.797, I, 1.694; CPC, art.990, I).3.Mtua assistncia (CC, art. 1.566, III e 1.573, III).4.Respeito e considerao mtuos (CC, art.1.566, V e 1.573, III).

0. Igualdade de direitos e deveres entre os cnjuges (CF, art. 226, 5, CC, art.1.511; proclamada na Declarao Universal dos Direitos do Homem, Paris 1948; na Declarao de Princpios Sociais da Amrica Mxico, 1945; na Declarao Americana dos Direitos do Homem Bogot, 1948, promulgada pelo Dec. 31.643/52 e direitos polticos, VII Sesso da Assembleia Geral das Naes Unidas, sancionada pelo De 52.476/63).2. Adotar o sobrenome do outro (CC, art.1.565, 1, 1.578), se quiser.2. Representar legalmente a famlia (CC, arts. 1.643, V e 1.690).2. Fixar o domiclio da famlia (CC, arts. 1.569 e 1.567) 2. Exercer a direo da sociedade conjugal (CC, arts. 1.567 e 1.570).2. Proteger o consorte na sua integridade fsica e moral.2. Colaborar nos encargos (CC, arts.1.565, 1.567, 1.568).2. Velar pela direo moral e material da famlia (CC, art.1.568).2. Dirigir a comunidade domstica (CC, arts.1.643, 1.565 e 1.568); agem solidariamente (1.644).2. Direito de exercer livremente qualquer profisso.2. Praticar qualquer ato no vedado por lei (CC, art.1.642, IV).2. No perder sua nacionalidade, casando-se com estrangeiro.2. Aplica-se a lei brasileira na ordem da vocao hereditria, se estrangeirose casar com brasileiro (LICC, art.10, 1).2. Restries ao vivo, ao divorciado, ao separado judicialmente quanto anovo casamento (CC, arts. 1.521, VI, 1.523, I, II, III, n., 1.641, I; 1.489, II).2. Poder de deciso sobre o planejamento familiar (CF, art. 226, 7 , CC, arts. 1.565, 2 1.513).2. Litigar em qualquer juzo (CLT, 792; CC,1.647, II, 1.768, II, 22 E 27, 1.607; CPC, 10, 94), salvo sobre direito reais imobilirios.0. Direitos e deveres dos pais em relao aos filhos (CF, arts. 227 e 229, ECA, arts. 19 e 22; CC, arts. 1.566, IV, 1.568, 1.583 a 1.590, 1.630 a 1.638; CP, arts.244 a 247)36. Sustentar, guardar e educar os filhos (CC, arts.1.566, IV, 1.568, 1.634; CP, arts. 244 a247).36. Poder familiar (CC, arts 1.631, 1.690, 1.637, 1.638 e 1.696)36. No perder o genitor que contrai novas npcias o direito ao poderfamiliar quanto aos filhos menores de leitor anterior (CC, arts. 1.588 e 1.636, pargrafo nico).36. Deliberarem sobre a guarda dos filhos, na separao e divrcio (CC, art.1.583; CPC, art. 1.121, II, III).36. Observar-se, sobre separao ou divrcio litigioso, o disposto no CC, arts. 1.584, 1.589, 1.579 e 1.703.

III REFERNCIAS

BEMBOM, Marta Vinagre. Infidelidade virtual e culpa. Revista Brasileira de Direito de Famlia - IBDFAM, n.5, p.29-35, abr/jun.2000.BARBOZA, Heloisa Helena. O direito de famlia brasileiro no final do sculo XX. In: Vicente Barreto (Org.). A nova famlia: problemas e perspectivas. Rio de Janeiro: Renovar, 1997.DIAS, Maria Berenice. Casamento: nem direitos nem deveres, s afeto. Conversando sobre o direito de famlia. Liv. do Advogado, 2004, p. 30-38.LOBO, Paulo Luiz Netto. As vicissitudes da igualdade e dos deveres conjugais no direito brasileiro. In: Rev. Brasileira de Direito e Famlia - IBDFAM, n. 26, p. 5-17, out-nov. 2004.____ . Igualdade conjugal direitos e deveres. In: direito de famlia contemporneo Rodrigo da Cunha Pereira (Coord.). Belo Horizonte: Del Rey, 21997, 221-236 MELLO, Celso Antnio Bandeira de. Contedo jurdico do princpio da igualdade. So Paulo: Malheiros, 1995.LAGRASTA NETO, Caetano. Direito de famlia: a famlia brasileira no final do sculo XX. So Paulo? Melhoramento, 2000.OLIVEIRA, Jos Sebastio. Fundamentos constitucionais do direito de famlia. So Paulo: RT, 2002.PEREIRA, Rodrigo as Cunha. Princpios norteadores e de direito de famlia.REIS, Carlos D Aaro. Famlia e igualdade: a chefia da sociedade conjugal em face na nova Constituio. RJ: Renovar, 1992.RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Famlia, Forense, 2004, p.167-207.ROCHA, Marco Tlio de Carvalho. A igualdade dos cnjuges no direito brasileiro. BH: Del Rey, 2001.SANTOS, Regina B. T. S Papa dos. Dever de assistncia imaterial entre os cnjuges. Forense, 1990._______ . Dever imaterial entre cnjuges. Rio de Janeiro: Forense,_______. Dbito conjugal. In: Afeto, tica, famlia e o novo Cdigo Civil. Rodrigo da Cunha Pereira (Coord.). Belo Horizonte, 2004, p.531-542.SOUZA, Ivone Maria Cndido Coelho. Alteraes nos paradigmas femininos, igualdade entre os Cnjuges: uma relao de causa e efeito. Revista Brasileira de Direito de Famlia-IBFAM,