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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO Escola Politécnica de Pernambuco xxxxxxxxxxxx Direito do consumidor Recife 2015

Direito Do Consumidor

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Direito do consumidor

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Page 1: Direito Do Consumidor

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

Escola Politécnica de Pernambuco

xxxxxxxxxxxx

Direito do consumidor

Recife

2015

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Sumário

1. Direito do consumidor .................................................................................. 3

2. Código de Defesa do Consumidor. .............................................................. 3

3. Relação jurídica de consumo ....................................................................... 5

4. O Fornecedor ............................................................................................... 5

4.1. Tipos de fornecedor .............................................................................. 6

4.1.1. Produtor final e produtor de matéria prima ou parte componente .. 6

4.1.2. Produtor real, presumido e aparente .............................................. 6

4.1.3. Produtor real, presumido e aparente .............................................. 6

4.1.4. Prestador de Serviços .................................................................... 7

5. Política nacional de consumo ...................................................................... 7

6. Serviços ....................................................................................................... 9

7. Referências ................................................................................................ 11

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1. Direito do consumidor

Muitas vezes o consumidor é vítima de abusos por parte do fornecedor de

produtos ou serviços e deixa de defender seus direitos por desconhecer o

alcance da proteção a esses direitos pelo Código de Defesa do Consumidor.

2. Código de Defesa do Consumidor.

Instituído pela Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do

Consumidor, entretanto, teve a sua vigência protelada para a adaptação das

partes envolvidas.

O CDC foi fruto de uma expressa determinação constitucional que buscou

preencher uma lacuna legislativa existente no Direito Americano, onde as

relações comerciais, tratadas de forma obsoleta por um Código Comercial do

século XIX, não traziam nenhuma proteção ao consumidor. Assim, tornava-se

necessária a elaboração de normas que acompanhassem o dinamismo de uma

sociedade de massas que se formou no decorrer do século XXI, conforme

dispunha a Constituição de 1988 no seu artigo 5º, inciso XXXII:

O Estado promoverá na forma da lei a defesa do consumidor.

Por sua vez, o artigo 48 do ADCT da nova Constituição já determinava que,

dentro de 120 dias da sua promulgação, deveria ser elaborado o código de

defesa do consumidor.

Por outro lado, com a redemocratização do país, a partir da promulgação da

Constituição de 1988, houve um fortalecimento das entidades não-

governamentais, fortalecendo o clamor popular por uma regulamentação dos

direitos sociais, o que se fez sentir também na criação deste corpo normativo.

Buscando alcançar esse objetivo, o Ministério da Justiça designou uma

comissão de juristas para que elaborassem um anteprojeto de lei federal que

mais tarde seria aprovado como o Código de Defesa do Consumidor. Tal

comissão era presidida pela professora Ada Pellegrini Grinover e integrada por

Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamim, Daniel Roberto Fink, José

Geraldo Brito Filomeno, Kazuo Watanabe, Nelson Nery Júnior e Zelmo Denari.

Finalmente, o CDC foi promulgado em 1990, gerando importantes mudanças

que, no decorrer dos anos 90 e na primeira década do século XXI, mudaram

consideravelmente as relações de consumo, impondo uma maior qualidade na

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fabricação dos produtos e no próprio atendimento das empresas de um modo

geral.

De acordo com o Código de Defesa do consumidor, são assegurados alguns

direitos básicos, que normalmente não são conhecidos popularmente, mas que

se colocados em prática, protegem o consumidor de práticas abusivas. Dentre

os quais encontram-se:

A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por

práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos

ou nocivos;

A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e

serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas

contratações;

A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,

com especificação correta de quantidade, características, composição,

qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,

com especificação correta de quantidade, características, composição,

qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que

apresentem;

A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais

coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas

ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações

desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que

as tornem excessivamente onerosas;

A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,

individuais, coletivos e difusos;

O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção

ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou

difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos

necessitados;

A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus

da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for

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verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as

regras ordinárias de experiências;

A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

3. Relação jurídica de consumo

Relação de consumo é toda relação jurídico-obrigacional que liga um

consumidor a um fornecedor, tendo como objeto o fornecimento de um produto

ou da prestação de um serviço. Em geral há uma cumulação de prestação de

serviço com fornecimento de produto. Assim, para se determinar qual o regime

jurídico a ser aplicado ao caso, é preciso averiguar qual é o elemento nuclear do

vínculo obrigacional: uma obrigação de dar ou uma obrigação de fazer. Tratando-

se daquela, a hipótese é de produto; no outro caso, o objeto é um serviço. Nem

sempre a relação de consumo será um negócio jurídico, a lei coloca sob a

mesma denominação relações contratuais e não-contratuais, decorrentes de

atos e fatos jurídicos. Assim, o Código irá atuar de forma preventiva e repressiva

nas relações de consumo tanto no âmbito contratual como no extracontratual,

tanto no pré-contratual como no pós-contratual.

4. O Fornecedor

Fornecedor, segundo a definição legal, "é toda pessoa física ou jurídica, pública

ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que

desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,

transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de

produtos ou prestação de serviços". Assim, não se exige que o fornecedor tenha

personalidade jurídica, e nem mesmo capacidade civil. Em suma, fornecedor é

todo e qualquer participante do ciclo produtivo-distributivo. Esta definição não

exclui nenhum tipo de pessoa jurídica, seja sociedade empresarial, com ou sem

fins lucrativos, fundações públicas ou privadas, sociedades de economia mista,

empresas públicas, órgãos da administração direta, etc. Alguns elementos

característicos dos fornecedores:

Atividade econômica

Profissionalismo

Autonomia

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4.1. Tipos de fornecedor

4.1.1. Produtor final e produtor de matéria prima ou parte

componente

De acordo com as etapas da produção, é possível identificar três

espécies de produto: a matéria-prima (materiais e substâncias destinados

à fabricação de produtos), a parte componente (que se destina à

incorporação a um produto final), e o produto final (pronto para servir ao

uso a que se destina).

Um mesmo produto pode, dependendo das circunstâncias, estar

enquadrado em qualquer uma dessas categorias, dependendo,

sobretudo, de uma análise da função do produto e do modo como é

oferecido no mercado.

Perante o consumidor tal distinção não apresenta relevância prática

nas questões relativas ao vício do produto, em razão da responsabilidade

solidária imposta pela lei.

4.1.2. Produtor real, presumido e aparente

Produtor real é aquele que participa de maneira autônoma no

processo de produção de um bem, contribuindo em qualquer medida para

a confecção de um produto apto para a distribuição, seja de um produto

final, seja de uma parte componente, seja de uma matéria prima.

Produtor presumido é o importador. Tal ficção legal existe como

concretização do postulado que determinada a facilitação da defesa do

consumidor em juízo, evitando que ele tenha que buscar a reparação em

face do produtor real estrangeiro.

Produtor aparente é aquele que simplesmente apõe ao produto o seu

nome ou marca, de modo a ocultar a indicação do produtor real do

produto, criando a aparência de ter ele mesmo produzido o bem. Ainda

que não tenha efetivamente participado da produção, o produtor aparente

é tratado como se tivesse em razão da situação de aparência criada para

o consumidor.

4.1.3. Produtor real, presumido e aparente

Comerciante é todo sujeito que distribui produtos no âmbito de sua

atividade profissional, sem exercer ele próprio atividade de produção.

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Para diferenciar a atividade produtiva da mera distribuição, deve ser

levada em conta a influência da atividade em questão sobre a

configuração e qualidades essenciais do produto. Assim, se há influência

sobre a estrutura ou qualidades essenciais do bem, trata-se de atividade

de produção. Existindo, ao contrário, apenas uma manipulação

insignificante, trata-se de atividade de simples distribuição. O tratamento

dado pelo CDC ao comerciante é diferente dos demais fornecedores.

Enquanto a responsabilidade pelo vício do produto é solidária de todos os

participantes da cadeia produtivo-distributiva, o comerciante somente é

responsabilizado pelo fato do produto direta e isoladamente quando

houver má-conservação do produto, ou ainda, de forma subsidiária,

quando o produtor final do produto não for suficientemente identificado,

impedindo que o consumidor acione diretamente o produtor real.

4.1.4. Prestador de Serviços

Prestador de serviços é aquele ator da cadeia produtiva-distributiva

que presta qualquer tipo de atividade no mercado de consumo,

envolvendo ou não o concomitante fornecimento de produto. Quando

houve fornecimento de produto juntamente com a prestação de serviços,

deverá ser analisada qual a atividade preponderante para que se possa

dar o tratamento legislativo adequado à relação de consumo.

5. Política nacional de consumo

A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento

das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e

segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua

qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de

consumo, atendidos os seguintes princípios:

I - Reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

II - Ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:

a) por iniciativa direta;

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b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;

c) pela presença do Estado no mercado de consumo;

d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,

segurança, durabilidade e desempenho.

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e

compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de

desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos

quais se funda a ordem econômica, sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas

relações entre consumidores e fornecedores;

IV - Educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus

direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

V - Incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de

qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos

alternativos de solução de conflitos de consumo;

VI - Coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado

de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e

criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que

possam causar prejuízos aos consumidores;

VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;

VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.

Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará

o poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:

I - Manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor

carente;

II - Instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito

do Ministério Público;

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III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de

consumidores vítimas de infrações penais de consumo;

IV - Criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas

para a solução de litígios de consumo;

V - Concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das Associações de

Defesa do Consumidor.

6. Serviços

Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante

remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e

securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Classificam-se os serviços em "duráveis" e "não-duráveis"; estes são os que se

esgotam uma vez prestados; aqueles são os que têm continuidade no tempo em

decorrência de estipulação contratual, e os que deixam como resultado um

produto.

6.1. Serviços públicos

Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou

comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas

fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como

pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as

vezes, sob um regime de Direito Público – portanto consagrador de

prerrogativas de supremacia e de restrições especiais – instituído em favor

dos interesses que houver definidos como próprios no sistema normativo.

6.1.1. Requisitos do serviço público:

Princípio da permanência - continuidade;

Generalidade - serviço igual para todos;

Eficiência - atualização do serviço;

Modicidade - tarifas razoáveis;

Cortesia - tratar bem o público.

6.1.2. Divisão quanto a prestação de serviços

Centralizada - o Poder Público presta por seus próprios órgãos em seu

nome e sob sua responsabilidade.

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Descentralizada - o Poder Público transfere a titularidade ou sua

execução, por ortoga ou delegação, as autarquias, fundações e empresas

estatais, empresas privadas ou particulares. A descentralização pode ser

territorial ou geográfica, ou institucional.

Outorga - o estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei,

determinado serviço. Só por lei pode ser retirado ou modificado.

Presunção de definitividade.

Delegação - o Estado transfere por contrato (concessão) ou ato unilateral

(permissão ou autorização) a execução do serviço. Normalmente, por

prazo certo (ato administrativo).

Desconcentrado - a Administração executa centralizadamente, mas a

distribui entre vários órgãos da mesma entidade, para facilitar sua

realização e obtenção pelos usuários.

6.1.3. Divisão quanto a execução de serviços

Direta - o encarregado de seu oferecimento ao público o realiza

pessoalmente ou por seus órgãos, ou por seus prepostos (não por

terceiros contratados).

Indireta - o responsável pela sua prestação contrata terceiros para

executá-lo.

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7. Referências

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8078

http://www.idec.org.br/consultas/codigo-de-defesa-do-consumidor

http://www.procon.al.gov.br/legislacao/cartilhadoconsumidor

http://www.direitocom.com/codigo-de-defesa-do-consumidor-comentado