Direito Do Petróleo e Gás Natural - Aula 2 - 23.08.2014

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    DIREITO DOPETRLEO E GS

    NATURAL

    AULA 0223.08.2014

    Prof. Rodrigo Amoy

    Advogado

    [email protected]

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    PONTOS DE ABORDAGEMO petrleo na CR/88: principaisreferncias constitucionais; monoplioestatal e sua flexibilizao; princpios

    constitucionais aplicveis ao setor depetrleo e gs.Lei n 9.478/97 (Lei do Petrleo): visogeral.

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    O PETRLEO NACONSTITUIO DA

    REPBLICA DE 19881. Principais referncias constitucionais:Art. 20, V e IX. So bens da Unio os recursosnaturais da plataforma continental e da zonaeconmica exclusiva, bem como os recursos

    minerais, inclusive os do subsolo.Art. 20, 1. assegurada, nos termos da lei, aosEstados, DF e Municpios, bem como a rgos daadministrao direta da Unio, participao no

    resultado da explorao de petrleo e gs natural(...) no respectivo territrio, plataforma continental,mar territorial ou zona econmica exclusiva, oucompensao financeira por essa explorao.

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    O PETRLEO NACONSTITUIO DA

    REPBLICA DE 19881. Principais referncias constitucionais:Art. 22, IV e XII. Compete privativamente Uniolegislar sobre energia, jazidas, minas e outrosrecursos minerais.

    Art. 23, XI. da competncia comum da U, E, DF e Mregistrar, acompanhar e fiscalizar as concesses dedireitos de pesquisa e explorao de recursos hdricose minerais em seus territrios.

    Art. 176. As jazidas, em lavra ou no, e demais recursosminerais e os potenciais de energia hidrulicaconstituem propriedade distinta da do solo, para efeitode explorao ou aproveitamento, e pertencem Unio, garantida ao concessionrio a propriedade doproduto da lavra.

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    REPBLICA DE 19881. Principais referncias constitucionais:Art. 176, 1. A pesquisa e a lavra de recursos mineraise o aproveitamento dos potenciais a que se refere o"caput" deste artigo somente podero ser efetuados

    mediante autorizao ou concesso da Unio, nointeresse nacional, por brasileiros ou empresaconstituda sob as leis brasileiras e que tenha suasede e administrao no Pas, na forma da lei, queestabelecer as condies especficas quando essas

    atividades se desenvolverem em faixa de fronteira outerras indgenas (redao dada pela E.C. 06/95).

    OBS.: ADI 3.273 e 3.366, STF.

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    REPBLICA DE 19881. Principais referncias constitucionais:Art. 177. Constituem monoplio da Unio:

    I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petrleo egs natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

    II - a refinao do petrleo nacional ou estrangeiro;III - a importao e exportao dos produtos e

    derivados bsicos resultantes das atividades previstasnos incisos anteriores;

    IV - o transporte martimo do petrleo bruto deorigem nacional ou de derivados bsicos de petrleoproduzidos no Pas, bem assim o transporte, por meiode conduto, de petrleo bruto, seus derivados e gsnatural de qualquer origem.

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    O PETRLEO NACONSTITUIO DA

    REPBLICA DE 19881. Principais referncias constitucionais:Art. 177, 1. A Unio poder contratar com empresasestatais ou privadas a realizao das atividadesprevistas nos incisos I a IV deste artigo observadas

    as condies estabelecidas em lei.Art. 177, 2. A lei a que se refere o 1 dispor sobre:

    I- a garantia do fornecimento dos derivados depetrleo em todo o territrio nacional;

    II- as condies de contratao;III- a estrutura e atribuies do rgo regulador

    do monoplio da Unio.Aspectos tributrios: artigos 155, 2, X, b, 155, 3 e177, 4

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    REPBLICA DE 19882. Monoplio estatal das atividades econmicas da indstriado petrleo e sua flexibilizao

    Desde a CR/1934, o ordenamento jurdico brasileirodetermina que a propriedade dos recursos minerais

    pertence ao Estado, todavia, o monoplio da Unio sobreas atividades relacionadas indstria do petrleo foiprevisto inicialmente na Lei 2.004, de 03.10.1953, em seuart. 1.

    Segundo dispunha a Lei 2.004/53 (revogada pela Lei9.478/97), o exerccio do monoplio da Unio seria exercidopor meio do Conselho Nacional do Petrleo, como rgo deorientao e fiscalizao, e por meio da PETROBRAS esuas subsidirias, como rgos de execuo, a quemcaberia as atividades de pesquisa, lavra, refinao,comrcio e transporte do petrleo e seus derivados.

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    REPBLICA DE 19882. Monoplio estatal das atividades econmicas daindstria do petrleo e sua flexibilizao

    Em termos constitucionais, o monoplio estatal dopetrleo passou a integrar o texto constitucional a

    partir da Carta de 1967 (art. 162) e foi mantido pelaConstituio da Repblica de 1988 (art. 177).

    Com a EC 9/95, operou-se a denominadaflexibilizao do monoplio da Unio sobre opetrleo, prevendo a CR/88 a possibilidade deoutorga de concesses tambm s empresas privadas,nos termos da lei (art. 177, 1). Na prtica, essamodificao representou a quebra do exerccio domonoplio da Unio exclusivamente pela Petrobras.

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    REPBLICA DE 19882. Monoplio estatal das atividades econmicas daindstria do petrleo e sua flexibilizao

    Principais motivadores: abertura concorrencial do setor,atrao do investimento privado nacional e

    estrangeiro, fixao de um modelo de regulaoindependente, que pudesse dotar o sistema deconfiabilidade e segurana jurdica

    A Lei 9.478/97, de forma a regulamentar o artigo 177, 1 e 2, da CF, com redao dada pela EC 9/95,

    modifica o regime da Petrobras, que deixa de ser aexecutora exclusiva do monoplio da Unio, paratornar-se uma empresa em concorrncia no mercado,nos termos do art. 61, 1.

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    REPBLICA DE 19882. Monoplio estatal das atividades econmicas daindstria do petrleo e sua flexibilizao

    OBS.: ADI 3.273, STF. A Petrobras no prestadora de servio pblico. No pode ser

    concebida como delegada da Unio. Exploraatividade econmica em sentido estrito, sujeitando-

    se ao regime jurdico das empresas privadas [ 1,II, do art. 173 da CB/88]. Atua em regime decompetio com empresas privadas que se

    disponham a disputar, no mbito de procedimentoslicitatrios [art. 37, XXI, da CB/88], as contrataes

    previstas no 1 do art. 177 da Constituio doBrasil.

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    REPBLICA DE 19883. Princpios constitucionais aplicveis ao setor de petrleo egs naturalAs principais regras e disposies constitucionais sobre a

    atividade petrolfera esto localizadas no Captulo I doTtulo VII, da CR/88, que trata dos princpios gerais daatividade econmica, dentro da chamada ConstituioEconmica.

    Princpio da soberania nacional (art. 170, I): independncia doEstado quanto poltica econmica que ir adotar em seuterritrio nacional. O Brasil demonstra a sua soberania pela

    interveno e fiscalizao das jazidas e sua explorao, almdo monoplio da propriedade de tais recursos. Aautossuficincia em petrleo assegura a segurana de umEstado, no delineamento de suas diretrizes econmicas. Aatividade petrolfera tem, ainda, relevncia para aSegurana Nacional.

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    REPBLICA DE 19883. Princpios constitucionais aplicveis ao setor de petrleo e gsnatural Princpio do desenvolvimento nacional (art. 3, II): garantia do

    suprimento de derivados de petrleo, gs natural ebiocombustveis em todo o territrio nacional (art. 177, 2, I).

    Princpio da reduo das desigualdades sociais e regionais (arts.3, III e 170, VII): est ligado ideia de desenvolvimentonacional, de modo uniforme e equilibrado, cabendo ao PoderPblico oferecer os incentivos e subsdios necessrios.

    Princpio da busca do pleno emprego (art. 170, VIII): a

    atividade petrolfera tem potencial para ampliar o mercadode trabalho, proporcionando novos empregos, comremunerao satisfatria e contribuindo, dessa forma, paraoferecer populao uma existncia mais digna.

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    REPBLICA DE 19883. Princpios constitucionais aplicveis ao setor depetrleo e gs natural

    Princpio da livre concorrncia (art. 170, IV e art. 177,1): as atividades de explorao, desenvolvimento e

    produo de petrleo e gs natural sero exercidasem carter de livre competio, observadas ascondies e requisitos previstos na Lei 9.478/97.

    Princpio da proteo ao consumidor (art. 170, V):especialmente no que toca a preo, qualidade eoferta dos produtos derivados da indstria dopetrleo e do gs natural.

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    REPBLICA DE 19883. Princpios constitucionais aplicveis ao setor depetrleo e gs natural

    Princpio da proteo ao meio ambiente (art. 170, VI):as condutas e atividades lesivas ao meio ambiente

    sujeitaro os infratores a sanes penais,administrativas e cveis, sendo estas de reparaodo dano causado (art. 225, 3). Estimula-se aconservao da energia, o desenvolvimento deenergias renovveis, o incremento dos

    biocombustveis na matriz energtica nacional, areduo das emisses de gases causadores do efeitoestufa e de poluentes nos setores de energia etransportes.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL-A Lei 9.478, de 06/08/1997, dispe sobre a PolticaEnergtica Nacional, as atividades relativas aomonoplio do petrleo, institui o Conselho Nacionalde Poltica Energtica (CNPE) e a Agncia Nacional

    do Petrleo (ANP), alm de outras providncias.- Contexto de surgimento: regulamentar o art. 177, 1 e 2 da Constituio da Repblica, aps a redaodada pela E.C. 09/95, representando um novo marcoregulatrio para a indstria do petrleo, ao

    disciplinar as regras atinentes flexibilizao domonoplio do petrleo pela Unio. Regimes daconcesso e da autorizao para a realizao dasatividades relacionadas indstria do petrleo.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL Princpios e objetivos da Poltica Energtica Nacional(art. 1)

    - Finalidade: aproveitamento racional dos recursosenergticos do Pas.

    - Grupos de objetivos:1 Grupo. Preservar o interesse nacional; promover odesenvolvimento (art. 3, II, CF), ampliar o mercadode trabalho (art. 170, caput e VIII, CF) e valorizar

    os recursos energticos; proteger os interesses doconsumidor (art. 170, V, CF); proteger o meioambiente e conservar a energia (art. 170, VI, CF);promover a livre concorrncia (art. 170, IV, CF).

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL Princpios e objetivos da Poltica Energtica Nacional(art. 1)

    2 Grupo. Garantir o fornecimento de derivados depetrleo em todo o territrio nacional, conforme art.

    177, 2, CF -> por que isto importante? Petrleorepresenta desenvolvimento e seu fornecimentoregular contribui para a consecuo de objetivosfundamentais da Repblica previstos no art. 3, II eIII, CF, alm do art. 170, caput e VII, CF.

    3 Grupo. Incrementar o uso do gs natural (Lei11.909/09) e dos biocombustveis na matrizenergtica nacional e, aps a Lei 12.490/11, garantiro fornecimento de biocombustveis em todo oterritrio nacional.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL Princpios e objetivos da Poltica Energtica Nacional(art. 1)

    4 Grupo. Utilizar fontes alternativas de energia efomentar a pesquisa e o desenvolvimento relacionados

    energia renovvel; incentivar a gerao de energiaeltrica a partir da biomassa e de subprodutos daproduo de biocombustveis; mitigar as emisses degases causadores do efeito estufa e de poluentes nossetores de energia e de transportes.

    OBS.: Embora se possa constatar um crescimentodas fontes renovveis de energia, os especialistasacreditam que o petrleo continue sendo a principalfonte de energia mundial, pelo menos at 2035, por serabsolutamente indispensvel para atender demanda

    por combustveis e o crescimento econmico mundial.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Estrutura regulatria do setor de petrleo e gs noPas.

    Conselho Nacional de Poltica Energtica (CNPE): rgode assessoramento, vinculado Presidncia da

    Repblica e presidido pelo Ministro de Estado deMinas e Energia, com atribuio para propor aoPresidente da Repblica polticas e medidasespecficas relacionadas ao setor energtico brasileiro,em especial as destinadas a:

    Assegurar o suprimento de insumos energticos s reasmais remotas do Pas;

    Estabelecer diretrizes para programas especficos, comoos de uso do gs natural, dos biocombustveis e daenergia proveniente de outras fontes alternativas;

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Estrutura regulatria do setor de petrleo e gs no Pas. Estabelecer diretrizes para a importao e exportao, demaneira a atender s necessidades de consumo internode petrleo e seus derivados, biocombustveis, gs

    natural e condensado; Sugerir a adoo de medidas necessrias para garantir oatendimento demanda nacional de energia eltrica,considerando o planejamento de longo, mdio e curtoprazos, podendo indicar empreendimentos que devam

    ter prioridade de licitao e implantao, por seucarter estratgico e de interesse pblico; Definir os blocos a serem objeto de concesso ou partilhade produo (at a Lei 12.351/10 tal atribuio era da

    ANP);

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Estrutura regulatria do setor de petrleo e gs no Pas.Agncia Nacional do Petrleo, Gs Natural e

    Biocombustveis (ANP): sua criao se deu por meio daLei 9.478/97 (art. 7), em atendimento ao comando

    constitucional previsto no art. 177, 2, introduzido pelaEC 09/95, sendo o rgo regulador da indstria dopetrleo, submetida a regime autrquico especial evinculada ao MME.

    Empresa de Pesquisas Energticas (EPE): empresa pblica

    federal, cuja criao foi autorizada pela Lei 10.847/04,tendo por finalidade prestar servios na rea de estudose pesquisas destinadas a subsidiar o planejamento dosetor energtico, tais como energia eltrica, petrleo egs natural e seus derivados, biocombustveis, fontesenergticas renovveis, dentre outras.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Estrutura regulatria do setor de petrleo e gs no Pas. Pr-Sal Petrleo S/A (PPSA): empresa pblica federal,

    cuja criao foi autorizada pela Lei 12.304/10, com afinalidade de gerir os contratos de partilha de produo

    e os contratos para a comercializao de petrleo, gsnatural e outros hidrocarbonetos fluidos da Unio. APPSA no ser responsvel pela execuo dasatividades de E&P e comercializao de petrleo. Suacriao efetiva foi atravs do Decreto 8.063/2013, e noprimeiro semestre de 2014 seus esforos seconcentraram na gesto do Contrato de Libra, firmadoem 02/12/2013, nos estudos preliminares para arealizao de acordos de individualizao da produo emovimentos para a estruturao da rea decomercializao.

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    VISO GERAL- Estrutura regulatria do setor de petrleo e gs no Pas. Petrleo Brasileiro S/A - PETROBRAS. Sociedade deeconomia mista, vinculada ao MME, que tem comoobjeto a pesquisa, a lavra, a refinao, o

    processamento, o comrcio e o transporte de petrleo,seus derivados e gs natural, em carter de livrecompetio com outras empresas. Nos termos da Lei12.351/10, que trata do marco regulatrio dasatividades de pesquisa e lavra de jazidas de petrleo

    na rea do Pr-sal, a PETROBRAS ser a operadoranica para os contratos de partilha da produo aserem firmados e ter participao mnima de 30%nos referidos contratos.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Titularidade e monoplio do petrleo e do gs natural.Art. 3. Os depsitos de petrleo, gs natural e outroshidrocarbonetos fluidos existentes no territrionacional pertencem Unio.

    Art. 4. No monoplio da Unio esto includas asatividades de pesquisa e lavra das jazidas de petrleo,a refinao, a importao e a exportao do petrleo eseus derivados e o transporte martimo e por meio deconduto.

    Art. 5. O exerccio do monoplio por empresasconstitudas sob as leis brasileiras, com sede eadministrao no Pas, ser mediante concesso,autorizao ou contratao sob o regime de partilha deproduo (redao dada pela Lei 12.351/2010).

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    VISO GERAL- Titularidade e monoplio do petrleo e do gs natural. Definies tcnicas (art. 6). Petrleo: todo e qualquer hidrocarboneto lquido em seu

    estado natural.

    Gs natural ou gs: todo hidrocarboneto que permanea emestado gasoso nas condies atmosfricas normais,extrado de reservatrios petrolferos ou gaseferos.

    Derivados de petrleo: produtos decorrentes datransformao do petrleo.

    Biocombustvel: substncia derivada de biomassarenovvel, tal como biodiesel e etanol, que pode serempregada em motores a combusto interna ou paraoutro tipo de gerao de energia, podendo substituir oscombustveis de origem fssil.

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    VISO GERAL- Titularidade e monoplio do petrleo e do gs natural. Definies tcnicas (art. 6). Jazida: reservatrio de petrleo j identificado e possvel de

    ser posto em produo.

    Bloco: parte de uma bacia sedimentar, formada por umprisma vertical de profundidade indeterminada, comsuperfcie poligonal definida pelas coordenadas geogrficasde seus vrtices, onde so desenvolvidas atividades deexplorao ou produo de petrleo e gs natural.

    Campo de petrleo: rea produtora de petrleo ou gsnatural, a partir de um reservatrio contnuo ou de mais deum reservatrio, a profundidades variveis, abrangendoinstalaes e equipamentos destinados produo.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Titularidade e monoplio do petrleo e do gs natural. Definies tcnicas (art. 6). Pesquisa ou explorao: conjunto de operaes ou atividades

    destinadas a avaliar reas, objetivando a descoberta e a

    identificao de jazidas de petrleo ou gs natural. Lavra ou produo: conjunto de operaes coordenadas de

    extrao de petrleo ou gs natural de uma jazida e depreparo para sua movimentao.

    Descoberta comercial: descoberta de petrleo ou gs natural

    em condies que, a preos de mercado, tornem possvel oretorno dos investimentos no desenvolvimento e naproduo.

    Refino ou refinao: conjunto de processos destinados atransformar o petrleo em derivados de petrleo.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Titularidade e monoplio do petrleo e do gs natural. Definies tcnicas (art. 6). Transporte: movimentao de petrleo, seus derivados,

    biocombustveis ou gs natural em meio ou percurso

    considerado de interesse geral. Transferncia: movimentao de petrleo em meio ou

    percurso considerado de interesse especfico e exclusivo doproprietrio ou explorador das facilidades

    Distribuio: atividade de comercializao por atacado com a

    rede varejista ou com grandes consumidores decombustveis, lubrificantes, asfaltos e gs liquefeitoenvasado, exercida por empresas especializadas.

    Revenda: atividade de venda a varejo de combustveis,lubrificantes e gs liquefeito envasado, exercida por postos

    de servios ou revendedores, na forma da lei.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Da Explorao e da Produo.Art. 21. Todos os direitos de explorao e produo depetrleo e gs natural em territrio nacional,pertencem Unio, cabendo a sua administrao

    ANP, ressalvada a competncia de outros rgos eentidades expressamente estabelecidas em lei(CNPE, MME).

    Art. 23. As atividades de explorao, desenvolvimentoe produo de petrleo e gs natural sero exercidasmediante contrato de concesso, precedidos delicitao, na forma desta lei, ou sob o regime departilha de produo nas reas do pr-sal e nasreas estratgicas, conforme legislao especfica.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Da Explorao e da Produo. Licitao para outorga dos contratos de concesso:Rodadas promovidas pela ANP.

    O procedimento administrativo com maior

    repercusso no mbito do setor de Petrleo e GsNatural , sem dvida, a licitao de blocos deexplorao e produo de petrleo e gs sob oregime de concesso, introduzido pela Lei 9.478/97.Realizado sob a forma de rodadas nas quais solicitados nmeros expressivos de blocos,representou a insero de empresas de capitalprivado nacionais e estrangeiras no setor deupstream, atividade anteriormente exercida com

    exclusividade pela Petrobras.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Da Explorao e da Produo. Licitao para outorga dos contratos de concesso: Rodadas

    promovidas pela ANP. Constitui-se de uma licitao no formato de leilo e no

    regida pela Lei 8.666/93. Trata-se de um regimeespecfico da indstria do petrleo, o que no afasta anecessidade de observar os princpios gerais daadministrao pblica.

    Regulamentado pelas Resolues ANP 27/2011 (regime de

    concesso) e 23/2013 (regime de partilha de produo).A Lei 9.478/97 trata do edital de licitao, indicando o seu

    contedo obrigatrio, exigncias quando admitida aparticipao de empresas em consrcio e exigncias paraas empresas estrangeiras, alm de regras atinentes ao

    julgamento das licitaes.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Da Explorao e da Produo. Participaes governamentais:

    So compensaes financeiras pela explorao do petrleoe gs natural, com status constitucional, nos termos do

    art. 20, 1. No so tributos, pois tem como fato geradoro aproveitamento econmico de um recurso no renovvelcom valor intrnseco. Representam uma contrapartida aoEstado pela explorao econmica de um bem jpertencente ao prprio Estado, sendo, portanto,classificadas como receita originria do Estado.

    As espcies so: Bnus de assinatura: valor pago para a obteno da

    concesso da rea (art. 46).

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Da Explorao e da Produo. Participaes governamentais: Royalties: percentual sobre o valor da produo, a serpago mensalmente e dividido entre a Unio, Estados

    e Municpios, em montante de 5% a 10% da produo. Participaes especiais: valor devido em campos de altarentabilidade ou com grande volume de produo,cujo clculo incide sobre o lucro do petrleo produzido,devendo ser partilhado entre a Unio, os Estados e osMunicpios.

    Pagamento pela ocupao ou reteno de rea: valordevido pela utilizao das reas sob concesso (art.51).

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Do Refino de petrleo e do processamento de gs natural. Refino ou refinao: a transformao de petrleo bruto

    em derivados (combustveis, nafta, parafina, asfalto, gsliquefeito de petrleo etc.). A atividade de refino tambm monoplio da Unio, nos termos do art. 177, II, CF edever ser autorizada pela ANP, nos termos do art. 8, V,Lei 9.478/97.

    Qualquer empresa ou consrcio de empresas, que estejaconstitudo sob as leis brasileiras, com sede eadministrao no Pas, poder submeter ANPproposta, acompanhada do respectivo projeto, para aconstruo e operao de refinarias e de unidades deprocessamento, liquefao, regaseificao e estocagem degs natural, bem como a ampliao de sua capacidade.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Do Refino de petrleo e do processamento de gs natural. a ANP estabelecer os requisitos tcnicos, econmicos ejurdicos a serem atendidos e as exigncias de projeto-> uma vez atendidos os requisitos, a ANP outorgar

    autorizao, definindo o seu objeto e sua titularidade(arts. 53 a 55).Atualmente a autorizao e a fiscalizao das atividades

    de refino de petrleo so reguladas pela Resoluo ANP16/2010.

    Capacidade de refino de petrleo no Brasil:estrangulamento do setor -> muitos anos sem construirnovas refinarias e incapacidade de acompanhar ocrescimento da produo e do consumo -> necessidadede importar derivados.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- Do Transporte de petrleo, seus derivados e gs natural.Atividade tambm sujeita ao monoplio da Unio (art. 177,

    IV, CR/88). Qualquer empresa ou consrcio de empresas que esteja

    constitudo sob as leis brasileiras, com sede eadministrao no Pas, observada a legislao pertinente,poder receber autorizao da ANP para construirinstalaes e efetuar qualquer modalidade de transportede petrleo, seus derivados e gs natural, seja parasuprimento interno ou para importao e exportao.

    Princpio do livre acesso a dutos e terminais martimos detransporte, com exceo dos terminais de GNL, medianteremunerao adequada ao titular das instalaes, nostermos da lei e regulamentao aplicvel -> ResoluoANP n 35/2012.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- DA PETROBRAS.A Petrleo Brasileiro S.A. PETROBRAS uma sociedade de

    economia mista vinculada ao Ministrio de Minas e Energia,que tem como objeto a pesquisa, a lavra, a refinao, oprocessamento, o comrcio e o transporte de petrleo, seus

    derivados, gs natural e outros hidrocarbonetos fluidos, bemcomo quaisquer outras atividades correlatas ou afins,conforme definidas em lei.

    Desde a Lei 9.478/97 a PETROBRAS desenvolve as suasatividades econmicas em carter de livre competio com

    outras empresas, em funo das condies de mercado,passado o perodo de transio previsto na norma, tambmpodendo exercer suas atividades fora do territrio nacional.

    A Unio manter o controle acionrio da PETROBRAS com apropriedade e posse de, no mnimo, cinquenta por cento das

    aes, mais uma ao, do capital votante.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- DA PETROBRAS.A PETROBRAS e suas subsidirias ficam autorizadas a formar

    consrcios com empresas nacionais ou estrangeiras,nacondio ou no de empresa lder, objetivando expandiratividades, reunir tecnologias e ampliar investimentos

    aplicados indstria do petrleo. Para cumprir as atividades de seu objeto social que integrem

    a indstria do petrleo, fica a PETROBRAS autorizada aconstituir subsidirias, as quais podero associar-se,majoritria ou minoritariamente, a outras empresas.

    Obrigatoriamente, dever a PETROBRAS constituir umasubsidiria com atribuies especficas de operar econstruir seus dutos, terminais martimos e embarcaespara transporte de petrleo, seus derivados e gs natural-> TRANSPETRO.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- DA PETROBRAS. Os contratos celebrados pela PETROBRAS, para aquisio de

    bens e servios, sero precedidos de procedimento licitatriosimplificado, a ser definido em decreto do Presidente daRepblica.

    Decreto 2.745, de 24.08.1998. Aprova o Regulamento doProcedimento Licitatrio Simplificado da PETROBRAS.

    A polmica jurdica: Petrobras x TCU. Segundo o TCU, tanto aLei 9.478/97, art. 67, quanto o Decreto 2.745/98 soinconstitucionais e deve a PETROBRAS observar a Lei

    8.666/93 at que seja editada a lei prevista no art. 173, 1,III, da CF. A Petrobras sustenta que o Decreto 2.745 legal,uma vez que autorizada a sua edio pela Lei 9.478/97. Almdisso, se com a EC 09/95 a empresa passou a exercer as suasatividades em regime de livre competio, a livre concorrnciapressupe a igualdade de condies entre os concorrentes.

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    LEI N 9.478/97 (LEI DOPETRLEO)

    VISO GERAL- DA PETROBRAS. Polmica jurdica: ao longo dos anos foram impetradosno STF diversos mandados de segurana pelaPetrobras contra acrdos do TCU, cujas liminares

    foram todas concedidas, com vistas a suspender osefeitos das decises do TCU, mas no h, at omomento, julgamento de mrito dessas aes.

    Est em curso o RE 441.280, processo principal queenvolve essa discusso, com placar de 1x1 e vista aoMin. Luiz Fux desde agosto de 2011.